PROJETO DE EXPOSIÇÃO: ATUAÇÃO DO DESIGNER...

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO LÁZARO AUGUSTO ALECRIM VIEIRA NATHÁLIA GOMES DE MOURA ARÊAS PROJETO DE EXPOSIÇÃO: ATUAÇÃO DO DESIGNER GRÁFICO NO PROCESSO EXPOSITIVO CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ 2017

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO

LÁZARO AUGUSTO ALECRIM VIEIRA NATHÁLIA GOMES DE MOURA ARÊAS

PROJETO DE EXPOSIÇÃO: ATUAÇÃO DO DESIGNER GRÁFICO NO PROCESSO EXPOSITIVO

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ2017

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Biblioteca Anton DakitschCIP - Catalogação na Publicação

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Biblioteca Anton Dakitsch do IFF com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

V658pVieira, Lázaro Augusto Alecrim Projeto de exposição: atuação do designer gráfico no processo expositivo/ Lázaro Augusto Alecrim Vieira, Nathália Gomes de Moura Arêas -2017. 38 f.: il. color.

Orientador: Leonardo de Vasconcellos Silva

Trabalho de conclusão de curso (graduação) -- Instituto Federal deEducação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campus Campos Centro,Curso de Superior de Tecnologia em Design Gráfico, Campos dosGoytacazes, RJ, 2017. Referências: f. 37 a 38.

1. Design Gráfico. 2. Exposição de museu. 3. Museografia. 4. Peçasgráficas. 5. Expografia. I. Arêas, Nathália Gomes de Moura. II. Silva,Leonardo de Vasconcellos, orient. III. Título.

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LÁZARO AUGUSTO ALECRIM VIEIRANATHÁLIA GOMES DE MOURA ARÊAS

PROJETO DE EXPOSIÇÃO: ATUAÇÃO DO DESIGNER GRÁFICO NO PROCESSO

EXPOSITIVO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Fluminense, como requisito parcial para conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico.

Orientador: Leonardo de Vasconcellos Silva

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ2017

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Sumário

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Introdução1.1 - Objetivos 1.1.1 - Objetivos Gerais 1.1.2 - Objetivos Específicos1.2 - Metodologia

Conceito2.1 - Fundamentação Conceitual2.2 - Necessidades e Demandas2.3 - Fatores Sociais e culturais

Criação3.1 - Exposição3.2 - Expografia3.3 - Projeto Expográfico3.4 - Design Gráfico na Exposição 3.4.1 - Sinalização 3.4.2 - Iluminação 3.4.3 - Disposição das obras3.5 - Fotografia 3.5.1 - Edição de Imagens 3.5.2 - Acetato3.6 - Peças Gráficas 3.6.1 - Grid 3.6.2 - Tipografia

Conclusão

Referências Bibliográficas

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1. INTRODUÇÃO

O trabalho de conclusão de curso apresentado é a criação e lançamento de uma exposição fotográfica, usando o Design Gráfico como ferramenta no contexto das imagens e desenvolvimento do espaço de exposição. Sabemos que hoje em dia o Design Gráfico está presente nas mais diversas áreas profissionais, como cenografia (teatro), moda, biologia, peças em braile, etc. Os museus cada vez mais valorizam o Design Gráfico como parte fundamental dos seus processos criativos, trazendo-o mais para dentro dos projetos.

O direcionamento do TCC passa pela criação de uma série de fotos em um tema. A produção destas fotos acontece pela existência das matérias de fotografia, análise de imagem e computação gráfica. Esta produção acontecerá através da composição fotográfica junto à ordem dos elementos, do primeiro plano e dos motivos secundários, incluindo: textura, equilíbrio das cores e formas, e outras variáveis que, combinadas, formam uma imagem comunicativa, agradável e eficaz.

As imagens de uma exposição quando expostas querem ou acabam por comunicar ao público aquilo que o autor deixou ou desejou comunicar. O Design Gráfico tem na sua base de trabalho a imagem e sempre a usa como forma comunicativa seja pela Gestalt ou pela tipografia, faz a comunicação acontecer no receptor (público) porque a imagem foi estudada e construída para tal propósito. As diciplinas do curso de graduação serviram como base para desenvolvimentos dentro da temática escolhida, não só na àrea de fotografia mas em analise de imagem. Em análise de imagens obteve-se conhecimento da interpretação das mesmas, e como elas acontecem com base na Semiótica.

O projeto “Atuação do designer gráfico no processo expositivo” é destinado às pessoas que frequentam museus, ou àquelas que queiram conhecer melhor o universo das exposições fotográficas, mais precisamente por ocorrência do tema exposto a jovens e adultos. O projeto estruturará a forma expositiva para que a visão das pessoas, em sua função receptora, possa ser impactada e dialogue com as imagens.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1. Geral

Tendo o Design Gráfico (e suas particularidades) como base do trabalho, o objetivo principal é criar uma exposição dentro de um ambiente modular para montagem da mesma, com o uso de imagens pré-determinadas, e concepção de tal ambiente. O objetivo principal também é voltado para o lançamento da exposição, através de peças gráficas tais como: cartaz, outdoor, propaganda, catálogo, postal e totem.

Existe um pensamento em design intercambial entre curadoria e Design Gráfico: um lado pode se tornar ferramenta do outro dentro do mesmo propósito, criando resultados esperados e inovadores. Interações entre imagem, ambiente e percepções humanas também fazem parte do objetivo geral.

Portando, trabalhar as matérias de Fotografia, Análise de Imagem e Computação Gráfica, é inerente ao propósito de criar exposições fotográficas mais sensoriais, que tragam de volta o olhar aguçado do espectador embora pleno de imagens à sua volta.

1.1.2.Específicos

- Levantar os principais aspectos de atuação do Designer Gráfico no ambiente de exposição;

- Pesquisar e entender conceitos de sinalização ao aplicar no espaço expositivo; - Conceituar a percepção do espaço transitório das pessoas no ambiente construído real; - Detalhar e entender a linguagem da imagem exposta, percebida e dialogada; - Pesquisar as fases do design no processo expositivo (Forma, percurso, projeto

expográfico e museológico);- Conceituar a comunicação gráfica por meio das imagens expostas e impressas;- Ligar graficamente a comunicação externa à interna da exposição;- Trabalhar a manipulação de imagens como forma de definir mensagens;- Criar peças gráficas para a exposição.

1.2.Metodologia

A pesquisa realizada neste trabalho pode ser classificada como descritiva. Isto porque deve-se à pesquisa em mãos ser resultado de buscas bibliográficas e entrevista com profissional do meio. A pesquisa bibliográfica deu-se através de matérias publicadas, artigos, teses e livros sobre três assuntos: imagem, semiótica e curadoria.

Nesta metodologia de trabalho fez-se a opção pelo método hipotético-dedutivo, porque, por meio dele o pesquisador propõe uma hipótese e parte, por meio da dedução, para o encontro de uma comprovação.

A pesquisa baseou-se em um plano de trabalho formado por uma proposta de abordagem realista e executável da temática. Desta forma definiu-se conceitos, palavras-chave, ideias

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principais, os objetivos e a hipótese, e a busca de autores entre os selecionados para uma exploração mais profunda. Estas ferramentas permitiram entender de forma mais concreta a ideia inicial e a forma de sua veiculação. O material relatado, bem como as respectivas análises foram organizadas em um relatório de pesquisa tornada parte integrante deste estudo monográfico transformado em modelo de memorial descritivo.

2. CONCEITO

2.1Fundamentaçãoconceitual

Pensar em uma exposição requer muito cuidado e planejamento. Além de escolher a temática e as obras, é necessário estar atento a inúmeros detalhes: as cores que serão utilizadas na parede e no chão, a luz, a comunicação visual, a segurança do espaço, entre outros. O presente trabalho vem analisar como deve ser feito um projeto de exposição, a partir da atuação dos profissionais de Design Gráfico neste nicho de mercado.

A exposição deste projeto será itinerante e levará o nome de “Em Cara”, pelo motivo de levar um público a um passeio por diversos rostos fotografados que “encaram” o espectador que (por alguns segundos) cria um silêncio na troca de olhares entre humanos e isto, por circunstâncias do mundo moderno, não tem ocorrido com tanta frequência. A crítica e a mensagem estruturada delas, parte da inspiração de uma das performances da artista Marina Abromovic1, que em sua última exposição no MOMA em Nova York trocou um minuto de silêncio com as pessoas que ali passavam.

As fotos sofrerão interferências gráficas na edição de imagens que enaltecerão mais essa mensagem. Passarão por ajustes de cor, contraste e nitidez além de terem na sua moldura colagens que criarão histórias para aqueles rostos.

A realização de uma exposição pode ser feita hoje nas mais variadas formas, de acordo com a proposta apresentada, local disponível e do orçamento. Ao pensar sobre ela deve-se buscar a melhor maneira de traduzir os conceitos deste assunto. Isso pode ser expresso de várias maneiras tais como: pelo ambiente criado em uma exposição, pelas cores das paredes (já que o Design Gráfico as estuda), pela tipografia escolhida, pela proporção entre os elementos (como a proporção áurea) e pela cenografia (iluminação). Pensa-se então desde o flyer na porta da exposição até o final do percurso feito pelo visitante. A revelação e suporte também são quisitos importantes. Qual tipo de saída dar às fotografias é um vital passo para expor um trabalho e algo que deve ser pensado com cuidado pelo designer gráfico.

Para o lançamento do trabalho acontecer serão usadas as peças gráficas já mencionadas. O cartaz será diagramado para atrair visitantes e mostrar o real valor da exposição. O cartão postal (que é uma peça gráfica muito comum em exposições) conterá parte da obra como forma de convite. As peças gráficas, portanto, usam o design e a computação gráfica para se tornarem

1 Marina Abromovic é uma artista performativa desde os anos 70 usando o próprio corpo como instrumento artístico. Sua ultima exposição "A Artista Está Presente" no MOMA em Nova York, teve uma nova performace onde a mesma trocava um minuto de silencio com o público.

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reais, sendo por sua vez, peças necessárias para a comunicação da exposição com o mundo externo, já que no mundo interno a comunicação fica a cargo das próprias imagens.

2.2Necessidades,desejosedemandas

Com a evolução humana e tecnológica, nossa forma de comunicação também mudou. A necessidade de uma comunicação cada vez mais criteriosa e adequada se tornou vital naquilo que remete à transmissão do significado para uma exposição. O Design Gráfico possui instrumentos teóricos e práticos para o preenchimento dessa lacuna. Havendo esta demanda, deseja-se destacar a necessidade de uma estrutura base, que contribua para o entendimento da exposição como veículo de comunicação.

2.3Comportamentodopúblico

2.3.1.Fatoressociaiseculturais

É através das exposições que os museus se comunicam com o público. Estudar o perfil deste público é importante para a comunicação acontecer. Fernández e Fernández (2007) salientam o fato da interpretação e da comunicação estarem cada vez mais presentes na atividade do Design, graças ao reconhecimento do caráter educativo das exposições em função do público e da comunidade. Em cada exposição existe uma história ou uma mensagem a ser contada que não se limita somente àquilo que está exposto internamente, mas também na comunicação externa por meio das peças gráficas.

Neste projeto o público focal é formado por jovens e adultos. Considerando os níveis de faixa etária desse grupo (e o contexto cultural de pós-modernismo ao qual estão inseridos) as peças gráficas foram criadas para sugerir uma conexão curiosa e atrativa entre as peças expostas e o público receptor, tendo a ciência de que esta comunicação visual vai além de um público determinado e assim deve alcançá-lo. Hugues (2010, p. 40-41) propõe uma classificação dos visitantes e dos meios de se comunicar com eles. Essa classificação abrange desde o especialista (com conhecimento alto sobre o assunto), passa pelo turista habitual (que tem familiaridade com o assunto), pelo aventureiro (que não conhece o assunto, mas deseja se familiarizar) e chega finalmente ao desorientado (aquele que não sabe para onde ir dentro da exposição e procura algum ponto significativo para poder se situar). Essa noção na comunicação visual se refere à sua função de sucesso que, se para um ‘aventureiro’ a exposição é entretenimento, para o ‘especialista’ ela deve ser contundente.

Sendo esta exposição itinerante, esse estudo tem seu caráter na própria necessidade de geração de produtos gráficos.

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3. CRIAÇÃO

3.1Exposição

Exposição é uma apresentação organizada de produtos, animais, serviços para um público, especializado ou não. Fundamentalmente é o momento em que a arte encontra com público e se constitui em cultura material viva. Os artistas precisam mostrar seu trabalho, por isso necessitam de um lugar para tal fim, como uma sala de exposições. Nestes lugares, suas obras são expostas aos visitantes para apreciar suas criações. Por outro lado, existem exposições que focam outras atividades: peças arqueológicas, antiguidades ou qualquer modalidade de objeto com uma dimensão artística ou criativa.

“A função principal de uma exposição é a da comunicação. Deste ponto de vista apesar da importância dos catálogos, cursos, palestras, etc., a principal forma de comunicação museológica é a exposição.” (CURRY, 2006)

3.2Expografia

O termo expografia foi proposto em 1993, e se refere à colocação em exposição de tudo aquilo que se diz respeito à ambientação. Segundo Deesvallés (2010, p. 59) ela visa a pesquisa de uma linguagem e de uma expressão fiel para traduzir o programa científico de uma exposição. A expografia intermedeia a concepção do projeto e exposição em si, e torna-se o elemento que engloba todo o processo de exposição, permeando entre projeto museológico, percurso, forma, instalação e design.

O trabalho de expografia pode se confundir com o de curadoria, porém o profissional responsável pela expografia vai buscar relações formais para expressar o conteúdo proposto pela curadoria, “ou seja, se o curador está falando de determinado assunto, o profissional deve buscar a melhor maneira de traduzir os conceitos deste assunto.” (Renata Figueiredo, 2012).

3.3ProjetoExpográfico

A exposição museológica busca comunicar uma ideia, um tema, um recorte conceitual, o que abrange ações intrínsecas às práticas museológicas. É na sua expografia que o museu se

Figura 1: Expografia da exposição "Ocupação Artigas", no Espaço Itaú Cultural em São Paulo. Planta do projeto expográfico na esquerda, e expografia montada na direita

Fonte:ItaúCultural

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esforça em traduzir os objetos que ele expõe, de modo claro às diversas categorias de público, construindo sua narrativa, entendido enquanto instrumento de educação, cultura e informação.

O projeto expográfico constroi e planeja toda a exposição. Nele são planejados e definidos os seus processos de concepção e de montagem enquanto um eixo comunicacional dividido entre a fundamentação das ideias e objetivos, a produção imagética e a seu entretenimento. O ponto de partida, mais uma vez, deve ser o núcleo conceitual da mostra, que pode e deve definir a direção do desenho da museografia, a cor ou cores das paredes, o tipo de sinalização gráfica a ser adotada, etc.

Captar a atenção das pessoas normalmente tem sindo um dos pontos mais importantes na conceptção de um projeto expositivo. A preocupação em traçar estratégias que consigam fazer com que o visitante se sinta entrando em outra dimensão está sempre presente. Definidos então o conceito da mostra, da-se inicio ao projeto expositivo como será mostrado adiante.

3.4Odesignergráficonaexposição

No foco de qualquer exposição, nos deparamos com o conceito de comunicação, sendo objetivo do designer gráfico articular as mensagens que se procura transmitir (de forma inclusiva) e criar benefícios para os visitantes. Neste sentido, o grafismo, a cor, e até os audiovisuais desempenham um papel fundamental no design da exposição. Para Munari (1982), a comunicação surge através de mensagens visuais, que pertencem à grande família das mensagens e que atingem os nossos sentidos. Assim nos deparamos com a função da exposição que se conecta com a do Design Gráfico: comunicar através das imagens.

Os designers são componentes fundamentais em um projeto expositivo pois o tratamento do texto, das imagens e da sinalética3 são essenciais para a compreensão da exposição. “Uma boa sinalética, por exemplo, guiará o visitante pela exposição desde aentradaàsaídaeajudaránaidentificaçãodeespaçosdistintos” (HUGHES, 2010). Deste modo, pode enquadrar-se a prática disciplinar do Design no âmbito da Museografia e destacar a profissão de designer como elemento preponderante no projeto de uma exposição, pois qualquer que seja a sua formação específica, este “(…)temquesermultidisciplinareantesdetudodevesercapazdetrabalharemequipe”. (FERNÁNDEZ & FERNÁNDEZ, 2007 p. 29).

Uma exposição é um trabalho de equipe e, a depender da sua magnitude, pode envolver um grande número de profissionais nas tarefas a serem desenvolvidas, do projeto à abertura. Essa equipe coordenada pelo curador, responsável pela pesquisa e conexão entre história e obras, torna-se a "locomotiva" do projeto expográfico. O Designer Gráfico como parte desta equipe participa de cada detalhe do processo expositivo, e tem entre suas funções: desenho da museografia (a relação entre obra e espaço), design da sinalização da sala expositiva e das peças gráficas, cronograma da montagem, tipo de iluminação, estratégias de divulgação na mídia, editoração e tipo de impressão do folder, do catálogo e do convite impresso e versão do convite eletrônico. O designer gráfico é integrante do conjunto: arquitetos, cenógrafos, iluminadores e curadores.

Na exposição “Olhar e Fingir: Fotografias da Coleção M+M Auer”, o curador Eder Chiodetto cita em seu livro “Curadoria em fotografia – da pesquisa à exposição” a participação do designer na decisão da museografia feito pela arquiteta Marta Bogéa:

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11 “ A discussão feita pelo curador com o designer e a arquiteta ajudou Bogéa a finalizar o desenho da museografia, criando vãos nos vértices das paredes que recebiam as obras, para deixar que a luz do parque Ibirapuera entrasse por uma fresta para dentro da sala expositiva.” (Chiodetto, 2013)

Este exemplo nos mostra como o designer gráfico passa a ser atualmente um componente importante em um processo expositivo, pois anteriormente, nos museus, não havia.

Além dos auxílios em outras áreas, todas as decisões ligadas à parte gráfica da exposição devem surgir a partir da discussão conceitual em torno do conteúdo da exposição. O designer gráfico é o profissional responsável por esta parte, que pode ter várias funções em uma exposição. Trabalhando em diálogo com o curador e o arquiteto, ele é responsável por sugerir soluções gráficas para a sinalização da sala, composição do texto de parede, estudo de tipologias e tamanho do corpo, material a ser utilizado nas fichas técnicas de cada trabalho, se o título da exposição pode ser trabalhado como marca ou não, além de versões do convite (impresso e/ou virtual), foldere/ou catálogo. Eventualmente, anúncios para mídia impressa.

Na mostra “A Invenção de um Mundo: Coleção da Maison Européenne de la Photographie”, Paris, realizada em 2009 no Itaú Cultural, em São Paulo, é um exemplo para mostrar tanto a ocupação do espaço quanto a decisão sobre a cor das paredes a partir do design. O curador Eder Chiodetto conta em seu livro, "Curadoria em fotografia: da pesquisa à execução", que a mostra tinha um problema quanto à escolha das cores e posição das paredes labirínticas feitas pela arquiteta:

Convocamos então a designer Paula Tinoco, que já tinha familiaridade em trabalhar com a arquiteta. Nós a colocamos a par de toda a situação lhe mostramos todas as obras, a essência do projeto, as soluções de arquitetura. A proposta apresentada por ela foi, inicialmente, um susto para nós. Uma grade de cores com boa variação tonal, mas mantendo sempre a mesma temperatura. Sobre elas seriam aplicados os textos. Fizemos o teste, e a sugestão, que em um primeiro momento se mostrou bastante arriscada, funcionou de forma perfeita, além de ser bastante original. As faixas de cor se alternavam e conseguia manter uma intensidade a cada nova série fotográfica que estimulava a percepção sem criar monotonia.(Chiodetto, 2013)

Figura 2: Exposição " Olhar e Fingir: Fotografias da Coleção M+M Auer ", MAM-SP, (2009)Fonte: Chiodetto, 2013. p 79.

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Figura 3: Exposição "Frida Kahlo - Conexões entre mulheres surrealistas no México"Fonte: O Globo

Figura 2: Exposição "A Invenção de um Mundo: Coleção da Maison Européenne de la Photographie, Paris," realizada em 2009 no Itaú Cultural, em São Paulo.

Fonte: Chiodetto, 2013. p 82.

Uma exposição onde a cor das paredes se transformou em cores para peças gráficas, foi na exposição "Frida Kahlo - Conexões entre mulheres surrealistas no México" ocorrida em 2016 no museu Tomie Ohtake em São Paulo. Na ambientação dos espaços tinham em determinadas paredes cores que remetiam a obra da artista e dialogavam com o conceito curatorial. Tais cores aparecem de novo em algumas páginas do catalogo da exposição. A massa de texto foi quebrada com cores vibrantes que existiam nas paredes do museu Tomie Ohtake.

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Outro exemplo da atuação do Designer Gráfico de forma enriquecedora foi na exposição “Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira”, realizada no SESC Belenzinho em 2011. A parte gráfica foi desenvolvida com a equipe de designers do escritório Tecnopop com boas peças gráficas e uma bela marca. Como nesta exposição específica o trabalho se desdobrava em ações didáticas pelo museu com palestras e workshops, a curadoria decidiu escrever um comentário para cada série de obras expostas podendo o visitante levar e criar seu próprio catálogo da forma que desejasse. Coube à Tecnopop então, desenvolver o suporte que acomodaria as legendas onde o público poderia acessar estes comentários impressos. Os designers projetaram como solução para o suporte, caixas em acrílico, que impactariam menos visualmente. A ousadia gráfica pode ajudar uma exposição a avançar em seus conceitos e no impacto que causará nos espectadores.

Figura 4: Exposição “Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira”. Peças gráficas da mostra com logomarca criada pela Tecnopop

Fonte: Chiodetto, 2013. p 83.

A necessidade do profissional de Design Gráfico começa a ir além das peças gráficas como de costume. Os curadores e museus já utilizam a visão do design como suporte para o desenvolvimento do projeto expositivo, e para isso, o profissional deve estudar ambientes deste gênero para melhor percepção de criação. Neste projeto o trabalho foi em comum (articulado com a arquitetura) o que permitiu um processo criativo partilhado e discutido com todo seu potencial criativo.

3.4.1Sinalização

A sinalização não deve intuir interpretações diferentes à proposta da exposição. Sua função é comunicar uma mensagem pelo caminho direto, o mais efetivo (CARDOSO, SCHERER, 2012, p. 3). Neste sentido, o projeto de sinalização atua de modo a facilitar a utilização de determinados espaços, sejam eles abertos ou construídos, cabendo ao designer empenhar-se no processo de produção e distribuição da informação, de modo a auxiliar na orientação e comunicação do indivíduo que necessita desfrutar destes espaços. Gomes Filho (2003, p. 1990) assegura que a importância de sistemas de orientação e sinalização é, em muitos casos, crucial, sobretudo nos espaços de grande concentração e tráfego de pessoas.

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Para Cardoso e Scherer (2010, p. 3), quando se trabalha com sinalização, é importante ater-se ao conteúdo atribuído, à mensagem transmitida e à atmosfera criada, pois se deve manter um diálogo com o espaço onde será implantado o projeto para que a sinalização participe do contexto onde ela estará inserida. Cardoso, Scherer e Fetter (2012, p. 2) ainda reforçam que projetos de sinalização, dentro das suas variações de enormidade e complexidade, precisam ser desenvolvidos segundo uma visão mais global e interdisciplinar, considerando não apenas conceitos gráficos, mas também as relações espaciais.

A sinalização de um ambiente expositivo acontece a partir dos padrões traçados juntamente com a arquitetura. Desta forma projeta-se as paredes ou obstáculos pela sala gerando o trajeto do público visitante e sua percepção das peças expostas. Neste projeto expositivo a circulação dentro da exposição é natural, permitindo que a pessoa caminhe sem bloqueios. As peças podem ser vistas aleatoriamente, inclusive não existindo uma ordem de visualização já que a mesma é itinerante e se adaptará a cada espaço que abrigá-las.

No projeto expositivo para a exposição “Em Cara – Segundos de Impacto” a sinalização foi idealizada de forma a garantir a interpretação da mensagem conceitual do projeto. A estratégia adotada para esta exposição foi, depois da análise do espaço da sala junto com a arquiteta, usar as paredes em preto promevendo ao olhar do visitante para as fotografias, eliminando qualquer forma de desatenção do mesmo. A escolha da disposição e da colocação das fotografias fez-se por retirar os quadros de legendas que costumam ficar abaixo das obras. Tal escolha se fez por não serem necessárias informações sobre a obra, o importante para o visitante e expectador da exposição era a “experiência de ser olhado pelas obras”, de acordo com o conceito do projeto curatorial.

Como sinalização de trajeto Hughes (2010) destaca para o fato de o texto ser criado em função do comportamento do visitante e a sua percepção do espaço. O uso de totens para a entrada da sala e/ou museu foi escolhido para sinalizar entrada, saída (por testar-se de uma exposição itinerante) não fixa esta sinalização da qual exposição à sala se refere. O motivo da escolha dos totens se dá por serem práticos na montagem e de fácil manuseio para transporte, tendo ainda uma legibilidade direta por ficar no tamanho do público visitante.

3.4.2Iluminação

A iluminação de uma exposição de qualquer gênero (mas, sobretudo de uma mostra fotográfica – em que, afinal, o assunto de fundo é sempre a luz) é responsável pela criação de algo fundamental para observar obras: atmosfera. A iluminação pode ser quente ou fria, rebaixada ou intensa, pontual ou geral. Seja qual for a opção, ela deve estar obrigatoriamente conectada com a ambiência que curadoria e artistas julgam a mais propícia para a observação das obras. Normalmente as fotografias são emolduradas, recebendo como elemento protetor o vidro. Se o vidro for anti-reflexo há uma diminuição da nitidez da imagem, e caso produza reflexo dificultará a visão. Como resolução deste problema as fotos ficariam expostas penduradas pela sala, sem molduras ou proteção de vidro.

Tendo este projeto expositivo o conceito do olhar e as sensações que as fotos estão encarando o expectador, o ambiente precisaria ter uma luz pontual em cada foto trazendo a sensação de caixas de luz e aumentando a percepção do visitante na interação com a foto.

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3.4.3DisposiçãodasObras

Para disposição das obras na sala/galeria estudou-se a fundamentação teórica e conceitual de Hebert Bayer, a partir do livro de Fernández & Fernández. O diagrama FieldofVision demonstra o princípio de que as superfícies de suporte gráfico devem ser orientadas para o espectador para um efeito otimizado. O espaço expositivo disponível é delimitado segundo o ângulo conseguido pelos olhos, cabeça e pescoço. Assim sendo, através do espaço aplicam-se teorizações de comunicação para uso do visitante.

Figura 5: Iluminação pontual na exposição “Pintores Austríacos”, MAG em Goiânia (2013)Fonte: Museu de Arte de Goiânia

Figura 6: Diagrama do designer Herbert Bayer baseado na ideia do campo visual humano.Fonte: FERNÁNDEZ & FERNÁNDEZ, 2007. p. 112.

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Figura 7: Simulação da disposição das obras

Baseados nesse diagrama as obras foram escolhidas por ficar ao redor do visitante, de forma aleatória e em diferentes alturas, criando a sensação de estar em uma multidão de olhares intrigantes. Ao todo são 15 fotos que compõem o espaço. A montagem da disposição das obras tem sua importância, pois é ali que a mensagem conceitual do artista acontece, enquanto os cartazes e sinalizações atraem e comunicam a mensagem experimental que a exposição carrega.

O planejamento da montagem das obras a serem expostas acontece de forma a criar uma multidão de "olhares" voltados para o visitante. As fotos ficariam espalhadas e penduradas por fios transparentes, fazendo o visitante passear pela sala conforme sua vontade e por qualquer trajeto escolhido ele estará frente a um rosto (uma obra).

3.5Fotografia

A câmera fotográfica atua como testemunha dos fatos, ela é na verdade, criação daquilo que imaginamos como queremos que um fato seja representado. A imagem é um signo e, por isso, representa algo e precisa ser lida e decodificada, uma vez que ajuda a construir sentidos para aquilo que se observa. Porém, é importante ressaltar que reconhecer um elemento de uma imagem não significa que a estamos compreendendo e decodificando, pois o ser humano trabalha com formas simbólicas.

As fotografias da exposição foram tiradas por Lázaro Alecrim, no centro histórico da cidade de São Luis do Maranhão (MA), em uma viagem realizada em julho de 2016. As caracteristicas físicas das pessoas que ali passavam eram extremamente diversas. O centro histórico de São Luis, por ser patrimônio mundial, tem em alguns dias da semana o Tambor da Crioula que acontece pelas ruas do centro atraindo gente de diferentes culturas e paises. Estas pessoas, foram escolhidas para serem fotografadas por seus rostos não comercias, diferentes dos padrões estéticos do mercado publicitário e que de alguma forma pelo jeito ou pelo pequeno diálogo de quando abordadas, apresentavam características marcantes em suas expressões. O fotógrafo

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as observava e ao solicitar uma foto conversava para observar melhor suas expressões. Em sua maioria, os modelos são brasileiros nativos mas também existem brasileiros de outras regiões do país e até mesmo italianos.

O primeiro passo para a edição das fotografias foi analisar as imagens impressas e extrair seu significado. Uma filosofia das sigificações que adota a mediação como principal questão de análise é a Semiótica. Ciência que ajuda a interpretar a imagem e entender como ela transmite mensagens. Seu estudo explica que é o repertório visual e cultural de cada indivíduo que permite diferentes interpretações de uma mesma imagem, além do fato de esta depender do momento sócio cultural de uma sociedade. Por isso, são estabelecidas diferenças entre o significado e o sentido de uma imagem, no qual o primeiro refere-se a uma convenção estabelecida pelo senso comum e o último a algo pessoal e intransferível. Em seu livro “A Câmera Clara”, Roland Barthes exemplifica essa percepção visual com a foto:

É pelo studium que me interesso por muitas fotografias, quer as receba como testemunhos políticos quer as aprecie como bons quadros históricos, porque é culturalmente (esta comutação está presente no studium) que eu participo nas figuras nas expressões, nos gestos, nos cenários, nas ações. (Barthes, 2006)

Analisada as imagens dentro das interpretações vindas pelo conceito da exposição, da-se inicio à edição das mesmas.

3.5.1Ediçãodasimagens

As fotografias passaram por mudança de cor para ficar em preto e branco. A escolha de ter as fotos em preto e branco acontece devido ao fato de que a ausência de cor aumenta a dramaticidade da foto, além de retirar as interpretações estereotipadas causadas pela cor.

As fotos em preto e branco ressaltam os conflitos, as contradições. As imagens coloridas usualmente parecem mais amenas, mais contidas: elas substituem o tom épico das fotografias em preto e branco por um registro mais natural. Isso não significa que não existam inúmeras fotos coloridas extraordinariamente comoventes, impactantes. Mas, ao que tudo indica, o emprego do claro-escuro aparentemente aumenta a nossa capacidade de expressar as paixões humanas.(MauricioPulrevistaZUM)

Além do tratamento de cor, foram alteradas nas fotografias as medidas de contraste e brilho. Por haver mudança de luz, pela fotos terem sido feitas em ambiente externo, esses ajustes variaram a cada foto. Em média os ajustes ficaram entre brilho/contraste: 53/21. Ajustes maiores que quando a convertidas para escala de cinza. Em algumas imagens os níveis de cinza e preto também foram ajustados em média 0 e 1,4 e 255.

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Figura 8: Ajuste de brilho e contraste

Figura 9: ajuste de níveis cinza

Pelos motivos conceituais em usar a exposição real das pessoas, não foram utilizadas tratamento de pele ou ajustes faciais nos rostos fotografados. O processo da foto a até a obra escolhida acontece nas três etapas: original com cor, preto e branco e interferência grafica com cor exceto na terceira figura onde a interferência é a própria foto.

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24 3.5.2–Acetato

A escolha em usar o acetato (material plástico variante da celulose, em forma de silicone, que se assemelhando ao papel transparente) acontece para criar ao olhar do visitante as estranhezas de sensações em encarar o outro, além de ser uma material mais acessível que o fotolito. Essas interferências aumentam a atenção do visitante para a foto, e sendo o papel em plástico transparente a fotografia fica visível.

A cada acetato uma imagem gráfica abstrata foi criada para aumentar a dinâmica ilusória da imagem. Tais grafismos se baseiam em duas referências: Op Arte e na obra do pintor Ruben Ludof. Ruben Ludof, é um pintor, arquiteto, paisagista. Formado pela Escola Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, em 1955. Criador de obras abstrato-geométricas, nas quais explora as estruturas seriadas, o ritmo e os efeitos óticos.

Figura 10: Obra pronta para exposição. Fotografia com acetato impresso com listras rosas.

3.6–Peçasgráficas

Todo Designer sabe que o sucesso depende exclusivamente de apresentar um produto ou serviço de qualidade e, principalmente, de um marketing eficiente que divulgue a marca, fazendo com que seja reconhecida com grande destaque no mercado. Para que isso realmente seja eficaz, é preciso criar peças gráficas que façam com que a divulgação chegue às mãos do consumidor final através de cartazes, catálogos, flyers, banners, propagandas em mídia impressa e cartão postal.

No caso de um projeto expositivo, as peças gráficas não só informam o público como também são a comunicação externa da exposição. Nesta exposição as escolhas das peças gráficas para divulgação foram: cartaz, folder, postal, banner e outdoor.

Para criação delas, além da interpretação visual do conceito da exposição a pesquisa de criação chegou à ideia de usar como referência o movimento Pop Art. O Pop Art foi um

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Figura 13: Exemplo de referência Op ArtFonte: Manuel Outumuro

movimento artístico surgido na década de 1950 na Inglaterra e marca a passagem do modernismo para a cultura pós-moderna. Muito comum na Pop Art era a mistura de diferentes cores vibrantes, técnicas e materiais numa mesma composição.

Figura 11: Referência Pop ArtFonte: Lobopopart.com,br

Figura 12: Referência cartaz de exposiçõesFonte: Museu da Imagem e Som, São Paulo

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Figura 15: Mockup outdoor

Figura 14: Mockup cartaz da exposição. Tamanho A2

Para a criação do cartaz e outdoor foram usadas algumas fotografias presentes na exposição de forma fragmentada, fazendo alusão ao Op Art e com diferentes formas geométricas inspiradas pelo Pop Art. No cartaz seguem as necessárias informativas da exposição, data, local, e realizadores.

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Figura 16: Cartaz da exposição

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Figura 17: O

utdoor da exposição

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O folder e o postal, por serem peças gráficas de maior contato com o visitante, permitindo a este levá-lo para casa e usar, foi levado em consideração a experiência desse contato baseando no conceito da exposição causando sensações visuais no expectador. Foi escolhido um folder de uma dobra, tendo na sua arte interna metade de uma fotografia da exposição e a outra metade as interferências gráficas.

Já para o postal, peça gráfica que entra como brinde para o visitante, foi idealizado um postal porta-retrato. A imagem da obra com o acetato se torna um postal com moldura, podendo trocar o acetato pelo que quiser. Ainda, pode-se destacar a parte traseira e ele se torna um porta-retrato e o visitante leva para casa uma das obras da exposição como lembrança.

Figura 18: Folder impresso fechado

Figura 19: Folder impresso aberto

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Figura 21: Cartão-postal impresso (lateral)

Figura 20: Cartão-postal impresso (frente)

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Figura 23: Flyer parte interna

Figura 24: Flyer - parte externa

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Figura 25: Postal - frente e verso

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Sendo esta uma exposição itinerante, os banners que normalmente ficam na entrada da exposição se tornam totens de 1,70cm (altura média brasileira). Optar pelos totens faz com que haja maior praticidade na locomoção e instalação do material, não quebrando o planejamento do projeto expositivo, mas o adaptando a novos espaços. Foram idealizados três totens que se interagem, dois com rostos pela metade e um com o nome da exposição.

Figura 26: Mockup Toten de entrada

Figura 27: Imagens do toten

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34 3.6.1–Grid

No processo de criação das peças gráficas, a escolha do grid foi muito importante no auxilio da disposição das mesmas. A função principal do grid é organizar as informações dentro de uma estrutura. É auxiliar o designer no sentido de conservar um padrão, uma consistência visual do layout em todas as suas plataformas, seja ela web ou gráfico.

Os grids escolhidos foram:

Figura 28: Grid cartão-postal

Figura 29: Grid outdoor

Figura 30: Grid folder

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Figura 31: Grid cartaz

3.6.2–Tipografia

A tipografia é a voz de um projeto gráfico, tornando-se parte importante do visual gráfico. Para escolha da tipografia deste projeto foi necessário ter uma texto espesso e sólido, se diferenciando da ousadia das peças gráficas e criando melhor legibilidade. Pensando nesta questão da leitura e por ter a exposição como base de conceito o ‘olhar’, a referência tipográfica foi a mesma que existe nos exames oftamológicos.

A tipografia usada nestes exames além de ser Bold, também é serifada. Tais exames testam a acuidade visual do paciente, tendo isso se associado ao conceito do projeto expositivo.

A tipografia escolhida com essas características foi a Serifa BT Bold.

Figura 27: Quadros de exame oftamológico

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Figura 28: Tipografia Serifa BT Bold

4. Conclusão

Os designers elaboram a parte fundamental da expografia de um projeto expositivo, pois o tratamento do texto, das imagens e da sinalética são essenciais para a compreensão da exposição.

Entender a exposição como um meio de comunicação implica um reconhecimento prévio de que o visitante não experiente necessita de um intermediário que lhe explique e torne compreensível o que é observado. Esta ideia obriga os designers a conceber estratégias e recursos que garantam que a mensagem que se quer transmitir seja bem compreendida.

Todas as decisões ligadas à parte gráfica da exposição devem surgir a partir da discussão conceitual em torno do conteúdo da exposição. O designer é o profissional responsável por esta parte, que pode ter várias funções em uma exposição. Trabalhando em diálogo com o curador e o arquiteto, ele é responsável por sugerir soluções gráficas para a sinalização da sala, composição do texto de parede, estudo de tipografia e tamanho do corpo, material a ser utilizado nas fichas técnicas de cada trabalho, se o título da exposição pode ser trabalhado como logomarca ou não, além de versões do convite impresso e/ou virtual, folder e/ou catálogo e, eventualmente, anúncios para mídia impressa.

Para isto, a mensagem deve apresentar-se de um modo que estimule e motive a sua recepção para que o público mais facilmente adquira os conhecimentos. A necessidade de uma comunicação adequada é essencial para o aproveitamento de uma exposição. O Design possui as ferramentas teóricas e práticas necessárias ao cumprimento destas demandas.

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LÁZARO AUGUSTO ALECRIM VIEIRANATHÁLIA GOMES DE MOURA ARÊAS

PROJETO DE EXPOSIÇÃO: ATUAÇÃO DO DESIGNER GRÁFICO NO PROCESSO

EXPOSITIVO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Fluminense, como requisito parcial para conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico.

Aprovado em 12 de julho 2017.

____________________________________________________Leonardo de Vasconcellos Silva (Orientador)

Bacharel em Comunicação Social e Projeto de Produto / PUC - RJ

____________________________________________________Leandro do Nascimento Vieira de Souza

Mestre em Sistema de Gestão / UFF

____________________________________________________Raquel Fernandes

Mestre em História e Crítica da Arte / UERJ