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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PESCA AQUICULTUA E
AMBIENTE
AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE TECNOLOGIA DA
AQUICULTURA FAMILIAR NO NORTE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
SÉRGIO SAMPAIO
WILZA CARLA DO COUTO MARTINS
CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ
2010
SÉRGIO SAMPAIO
WILZA CARLA DO COUTO MARTINS
AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE TECNOLOGIA DA
AQUICULTURA FAMILIAR NO NORTE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
Artigo apresentado ao Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia Fluminense como requisito para
conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu
Especialização em Pesca, Aquicultura e Ambiente.
Orientador: Prof.: Guilherme Souza
Biólogo, Mestrado em Ciência Animal.
Coorientador: Thiago Caetano da Silva Berriel
Administrador, Mestrado em Engenharia Ambiental.
CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ
2010
Dados de catalogação na Publicação (CIP)
Martins, Wilza Carla do Couto.; Sampaio, Sérgio.
Avaliação da implantação de tecnologia da aquicultura
familiar no Norte do Estado do Rio de Janeiro / Wilza Carla
do Couto Martins; Sérgio Sampaio. – Campos dos
Goytacazes, RJ : [s.n.], 2010.
20 f.; il.
Orientador: Guilherme Souza.
Coorientador: Thiago Caetano da Silva Berriel.
Artigo (Curso de Pós-Graduação Lato Sensu Especialização
em Pesca, Aquicultura e Ambiente). Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campos dos
Goytacazes, RJ.
Bibliografia: f. 19-20.
1. Aquicultura familiar. 2. Tanque-rede. 3. Manejo de sistemas
aquícolas. I. Souza, Guilherme, orientador. II. Título
Este trabalho, nos termos da legislação que resguarda os direitos
autorais, é considerado propriedade institucional.
É permitida a transcrição parcial de trechos do trabalho ou menção
ao mesmo para comentários e citações desde que não tenha finalidade
comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade dos
autores.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 2
2 METODOLOGIA ........................................................................................................... 4
2.1 Área de estudo .............................................................................................................. 4
2.1.1 Localização ................................................................................................................ 4
2.2 Gestão participativa ..................................................................................................... 5
2.3 Cultivo de tilápias em tanques-rede ............................................................................ 5
2.4 Características dos empreendimentos e condições para os cultivos ........................... 8
2.4.1 Experimento A........................................................................................................... 8
2.4.2 Experimento B ........................................................................................................... 8
2.4.3 Experimento C........................................................................................................... 9
2.5 Condições internas e externas relacionadas à atividade ............................................. 9
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 9
3.1 Análise econômica ........................................................................................................ 15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ................................................. 18
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 19
AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE TECNOLOGIA DA AQUICULTURA
FAMILIAR NO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Wilza Carla do Couto Martins1; Sérgio Sampaio
2; Guilherme Souza
3;
Thiago Caetano da Silva Berriel4
RESUMO
O presente estudo se propôs a acompanhar a implantação do sistema de cultivo de peixes em
tanques-rede, a partir da avaliação da implantação de unidades demonstrativas em 3
propriedades, sendo estas localizadas no município de São João da Barra e no município de
Campos dos Goytacazes. Foram analisados os indicadores tecnológicos, sociais e econômicos
da criação de tilápias em tanques-rede, propondo-se a relatar a experiência com a implantação
do sistema de tanques-rede, integrante do sistema de avaliação da implantação de tecnologia
da aquicultura familiar, realizando desta forma a transferência de tecnologia de cultivo de
peixes para os agricultores com perfil familiar na região Norte do Estado do Rio de Janeiro.
Os resultados obtidos revelaram que a atividade da piscicultura nas regiões aludidas, se
mostrou como uma atividade de alto risco no aspecto econômico, visto que as mesmas
dependem inevitavelmente da água da chuva para manutenção do nível do lençol freático e
das águas superficiais.
Palavras-chave: Aquicultura Familiar, Tanque-rede e manejo de sistemas aquícolas.
ABSTRACT
This study aimed to monitor the implementation of the system of fish culture in cages, from
the evaluation of the implementation of demonstration units in three properties, which are
located in São João da Barra and the municipality of Campos dos Goytacazes. We analyzed
the technological indicators, social and economic impacts of raising tilapia in cages, intending
to report our experience with implementing systems of tanks, integral system of evaluation of
technology deployment aquaculture family, thereby realizing order the transfer of technology
for cultivation of fish farmers with family profile in the region north of the state of Rio de
Janeiro. The results revealed that the activity of fish farming in the regions referred to, was
shown to be a high risk activity in the economic aspect, since they inevitably depend on rain
water to maintain the level of groundwater and surface water.
2
Key words: Aquaculture Family, tank management and network-scale aquaculture systems.
1 Tecnóloga em Produção Agrícola - Instituto Federal Fluminense/UPEA - NUPASE 01 - Pós-graduanda em Pesca, Aquicultura e Ambiente. 2 Tecnólogo em Produção Agrícola - Instituto Federal Fluminense/UPEA - NUPASE 01 - Pós-graduando em
Pesca, Aquicultura e Ambiente. 3 Biólogo, Mestrado em Ciência Animal. Projeto Piabanha, Itaocara-RJ - Orientador. 4 Administrador, Mestrado em Engenharia Ambiental. Projeto Piabanha, Itaocara-RJ - Coorientador.
1 INTRODUÇÃO
No documento “Estado Mundial da Pesca e Aquicultura em 2002” publicado pela
FAO em 2003, conta que a partir de 1970, a aquicultura mundial vem apresentando índices
médios anuais de crescimento de 9,2%, comparados com apenas 1,4% na pesca extrativa e
2,8% na produção de animais terrestres. Segundo Zaniboni Filho et al. (2005), o sistema
intensivo de cultivo de peixes em tanques-rede tem crescido em países como China, Indonésia
e Brasil.
No Brasil, a aquicultura teve um papel de destaque no crescimento da produção de
pescado no país. Somente a piscicultura teve uma elevação de 60,2% em 2008 e 2009, na
comparação com 2007. A criação de tilápia chegou a 132 mil toneladas/ano sendo o carro
chefe da produção aquícola e representa 39% do total de pescado cultivado (MPA, 2010).
O baixo investimento inicial, a grande disponibilidade hídrica e o elevado número de
reservatórios hidrelétricos em nosso país têm atraído o interesse para esta atividade, devido ao
fácil manejo e rápido retorno do investimento, aliados à alta produtividade que o sistema pode
proporcionar (SCHMITTOU, 1993). Além disso, é uma alternativa excelente para o
aproveitamento racional de corpos d’água que apresentam dificuldades para a prática da
piscicultura convencional, o que contribui com o aumento do número de proprietários rurais
interessados em produzir peixes no sistema de tanque-rede nos últimos anos.
As principais vantagens do sistema de produção de peixes em tanques-rede são: menor
variação dos parâmetros físico-químicos da água durante a criação; maior facilidade de
retirada dos peixes para venda; menor investimento inicial; facilidade de movimentação e
realocação dos peixes; intensificação da produção; facilidade de observação dos peixes;
redução do manuseio dos peixes e, diminuição dos custos com tratamentos de doenças
(FURLANETO et al. 2006).
Entretanto, apesar do considerável crescimento, uma série de limitações ainda se
apresenta como restrições para o desenvolvimento efetivo e perene da atividade, tais como:
pouca estruturação das cadeias produtivas das espécies cultivadas, conflitos na gestão das
3
águas, carência de mão-de-obra especializada, definição de procedimentos ambientais,
programas oficiais de fomento para a atividade.
Desta forma, a relação do setor produtivo com o mercado é um fator de alto risco, e
atualmente os canais de comercialização ainda estão limitados, principalmente, aos pesque-
pagues e indústrias de beneficiamento, que têm diferentes exigências quanto às características
do peixe no que diz respeito, essencialmente, a tamanho, peso e frequência de aquisição
(CAMPOS, et al., 2007).
Com base no estudo realizado pelo INCRA/FAO, no Município de Campos dos
Goytacazes, podem ser identificados basicamente 4 tipos de produtores agrícolas que
praticam sistemas de produção bastante diversificados na região de Campos: empresários
absenteístas, com grandes extensões de terra, em que seus titulares não participam
diretamente da produção, mas através de administradores; empresários rurais representados
pelas unidades em que seus titulares e/ou familiares participam diretamente da produção;
familiares consolidados, unidades familiares, cuja força de trabalho contratada equivale à
familiar, e que difere da anterior ainda pela limitação de recursos (materiais, financeiros ou
terra) e familiares em capitalização em que somente integrantes do grupo familiar participam
de todo os ciclos produtivos, incluindo a comercialização, complementando suas rendas com
atividades externas. Sendo assim, podemos considerar que o município de Campos dos
Goytacazes é bastante representado pela agricultura familiar e, por sua vez, poderia utilizar
essa forma de organização para o fortalecimento da atividade piscícola.
Sabe-se que a piscicultura familiar é um sistema no qual uma ou várias famílias usam
pequenos tanques de concreto ou poços simples cavados na terra, e/ou tanques-rede no quintal
de suas casas ou em lagos e/ou áreas comunitárias. Usando esses espaços físicos,
reservatórios, as famílias podem produzir peixes, em quantidade suficiente para garantir a
proteína animal em sua dieta diária e, possivelmente, até equilibrar a distribuição e o consumo
de pescado em sua comunidade.
No Norte do Estado do Rio de Janeiro, apesar do grande potencial existente devido à
existência de rios e lagoas na região, a piscicultura existente se restringe a alguns poucos
projetos desenvolvidos, sendo a grande maioria, implantado sem orientação técnica.
Diante do exposto, o presente estudo se propôs a acompanhar e relatar as experiências
e resultados do projeto “Avaliação da implantação de tecnologia da aquicultura familiar no
Norte do Estado do Rio de Janeiro”, que teve por objetivo promover ações interligadas de
capacitação e assistência técnica, com o foco nos pequenos produtores, com perfil familiar,
4
visando possibilitar através do cultivo de peixes em tanques-rede, o fortalecimento alimentar e
econômico dos proprietários da localidade.
2 METODOLOGIA
O experimento teve início em janeiro/2010, a partir da identificação e do
cadastramento dos agricultores para posterior seleção de 3 propriedades para implantação do
experimento. Em seguida implantaram-se unidades demonstrativas de cultivo de tilápias em
tanques-rede em 3 propriedades, situadas em localidades distintas, no Norte Fluminense,
(Figura 1). O término ocorreu em dezembro/2010, após a realização de um conjunto de ações
das instituições parceiras. A duração do cultivo variou em cada localidade por questões que
serão explicitadas nas próximas etapas deste trabalho.
2.1 Área de estudo
2.1.1 Localização
O projeto foi implantado em três localidades, a saber:
Experimento A: Sítio Situação, BR-356, Município de São João da Barra; Lat.
21°39'33.49"S, Long. 41° 2'59.73"O.
Experimento B: Sítio Saquarema Grande, na localidade de Saquarema Grande,
Município de Campos dos Goytacazes; Lat. 21°48'1.78"S, Long.
41°11'58.22"O.
Experimento C: Assentamento Oziel Alves, na localidade de Martins Lage,
Município de Campos dos Goytacazes; Lat. 21°45'53.92"S, Long.
41°14'25.81"O.
5
Figura 1. Imagem da localização dos três experimentos.
Fonte: Google Earth.
2.2 Gestão participativa
O projeto “Avaliação da Implantação de Tecnologia da Aquicultura Familiar no Norte
do Estado do Rio de Janeiro”, legalmente registrado, foi conduzido em parceria entre a
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação –
SETEC/MEC, a UPEA/IFF e o Projeto Piabanha que têm realizado, a partir da criação do
núcleo de Pesquisa Aplicada Sudeste 01, um conjunto de ações em direção ao fortalecimento
da aquicultura e pesca na região da atuação das instituições. As ações realizadas têm ocorrido
na forma de cursos de capacitação, palestras, visitas técnicas, participação de eventos e
elaboração de projetos.
2.3 Cultivo de tilápias em tanques-rede
Os experimentos foram realizados em 5 tanques-rede com tampa, apresentando as
seguintes dimensões 2,0 m x 2,0 m x 1,5 m totalizando um volume útil individual de 6,0 m3.
Ambos foram construídos em aço galvanizado, com malha de 25 mm entre nós, tendo como
flutuantes bóias de PVC. A fim de evitar perda de ração para o meio externo foi utilizado
retentor de ração periférico com malha de 3,0 mm (Figura 2).
6
Os tanques-rede foram instalados dentro de 3 tanques escavados, com espaçamentos
variando entre 3,0 a 10,0 metros de distância (Figura 3).
Inicialmente, foi inserido nos tanques-rede uma “rede-berçário”, a fim de evitar as
fugas dos alevinos. Cada rede-berçário apresentou as seguintes características: 1,8 m x 1,8 m
x 1,8 m com malha de 5,0 mm.
A densidade de estocagem inicial, de cada tanque-rede, inicialmente, foi de 500
alevinos/m3, no experimento A e B, e de 166 alevinos/m
3 no tanque-rede berçário, no
experimento C (Figura 4).
A espécie escolhida para o trabalho foi a tilápia-nilótica (Oreochromis niloticus) por
ser um peixe rústico, além de ter grande aceitação no mercado regional. Os alevinos de
tilápia, revertidos sexualmente, foram adquiridos com as seguintes medidas médias: 3,0 cm de
comprimento total, 1,0 cm de altura e com 2,0 gramas de peso médio.
O arraçoamento com ração comercial extrusada, com granulação de 2,6 mm, ocorreu 2
vezes ao dia, nos períodos diurno e vespertinos. Nos 3 primeiros meses foi utilizada ração
comercial contendo 36% de proteína bruta, oferecida na concentração de 8% da biomassa
(peso vivo). A partir do quarto mês, foi utilizada ração extrusada comercial contendo 32% de
proteína, na proporção de 3% da biomassa e nos meses finais, ração extrusada comercial
contendo 28% de proteína, na proporção de 2% da biomassa.
A qualidade da água dos tanques foi monitorada semanalmente. Os parâmetros
analisados foram: oxigênio dissolvido (OD (mg/l)), pH e turbidez (transparência da água
(NTU)). A coletada de água dos tanques ocorria, normalmente, com variação do horário entre
08h00min e 11h30min da manhã (Figura 5).
Figura 2. Montagem do tanque-rede . Figura 3. Instalação do tanque-rede.
7
Figura 4. Povoamento do tanque-rede. Figura 5. Coleta de água.
O monitoramento e avaliação do desenvolvimento dos peixes foram feito através de
biometrias mensais contendo uma amostra de 3% da população de cada tanque-rede. As
medidas biométricas mensuradas foram: altura (AL), comprimento total (CT), ambos em
centímetros, e peso total (PT), em gramas. Para tal foram utilizados um ictiômetro e uma
balança digital cromada Western, modelo: KC-01, com capacidade máxima de 5kg. Antes das
biometrias, os peixes eram despescados dos tanques e acondicionados em um recipiente
plástico com capacidade de 50 litros. Com o intuito de minimizar o estresse durante o manejo
biométrico foi utilizado o anestésico óleo de cravo (Eugenol) na água do recipiente, na
concentração de ½ ml/litro. Uma vez anestesiados, os peixes tiveram seus dados biométricos
mensurados (Figuras 6, 7, 8 e 9).
Para orientação dos produtores, no que diz respeito aos aspectos econômicos
relacionados à criação de tilápias em tanque-rede, tem-se o cálculo do ponto de equilíbrio
como ferramenta para facilitar o gerenciamento da atividade sem que a mesma gerasse
prejuízos. Dados como custo dos alevinos de tilápia, custo de ração e outros foram
considerados nessa etapa, associados a custos fixos e variáveis frente ao processo de
produção. Por questões que serão explicitadas na próxima etapa deste trabalho, o estudo de
viabilidade econômica do empreendimento da criação de tilapia em tanque-rede foi realizado
apenas para o “Experimento B”, correlacionando com outros casos práticos encontrados na
literatura acadêmica.
8
Figura 6. Despesca de peixes do tanque- Figura 7. Realização de biometria.
rede para recipiente plástico.
Figura 8. Medição altura e comprimento Figura 9. Medição do peso total.
total.
2.4 Características dos empreendimentos e condições para os cultivos.
2.4.1 Experimento A
O experimento foi feito inicialmente em 2 tanques-rede, ambos com rede berçário,
acondicionados em um tanque escavado, em solo arenoso, sem renovação de água,
apresentando as seguintes dimensões: 200 metros de comprimento, com 7,0 metros de largura
e a profundidade média de 1,70 metros.
O povoamento dos tanques-rede berçário ocorreu em fevereiro/2010, com 3000
alevinos/tanque-rede berçário. Este experimento teve duração de 177 dias.
2.4.2 Experimento B
O experimento nesta localidade teve início no mês de abril, quando foram transferidos
3000 peixes do experimento A. Dois tanques-rede, sendo um com rede berçário, foram
acondicionados em um tanque escavado, em solo arenoso, sem renovação de água,
9
apresentando as seguintes dimensões: 70 metros de comprimento, com 40 metros de largura e
a profundidade média de 1,70 metros. O cultivo teve duração de 280 dias.
2.4.3 Experimento C
Nessa localidade foi utilizado um único tanque-rede, acondicionado em um tanque
escavado, em solo argiloso, sem renovação de água, apresentando as seguintes dimensões:
10,0 metros de comprimento, com 3,50 metros de largura e 1,70 metros de profundidade
média.
O povoamento do tanque-rede berçário ocorreu em fevereiro/2010, com 1000
alevinos. O cultivo teve duração de 171 dias.
2.5 Condições internas e externas relacionadas à atividade.
A atividade da piscicultura tem o seu potencial de desenvolvimento determinado por
fatores internos e externos que interagem e por vezes, acabam por delimitar a análise
econômica que influi na atividade (Calderón, 2003). Ainda segundo o mesmo autor fatores
como peculiaridades fisiográficas, climáticas e socioeconômicas, fazem cada empresa
piscícola ser diferente uma da outra.
Considerando que estes fatores internos e externos inviabilizaram os experimentos A e
C, o estudo da viabilidade econômica foi realizado apenas para o experimento B, contudo,
estes resultados serão apresentados nas etapas seguintes.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados limnológicos referidos experimentos piscícolas encontraram-se dentro da
faixa recomendada pela Resolução CONAMA 357/05, que determina como padrão de
qualidade de água uma faixa de até 100 NTU para turbidez, de 6,0 a 9,0 para pH e acima de 5
mg/L para o oxigênio dissolvido. Os resultados referentes aos físico-químicos poderão ser
acompanhados na Tabela 1.
Turbidez/NTU pH Oxigênio dissolvido
Experimento
A
Fevereiro 70,20 7,03 7,83
Março 56,03 6,83 7,93
Abril 57,33 7,10 8,38
Maio 68,11 6,83 8,67
Junho 64,12 7,00 8,35
Julho 38,74 6,98 7,47
10
Agosto 38,67 6,84 11,40
Média 56,17 6,94 8,58
Experimento
B
Abril 133,22 6,98 8,10
Maio 133,94 7,17 8,15
Junho 67,85 7,21 7,95
Julho 114,45 7,14 5,50
Agosto 92,19 7,84 5,53
Setembro 40,44 6,93 4,60
Outubro 51,83 7,16 4,70
Novembro 47,80 7,18 1,70
Média 90,56 7,20 6,36
Experimento
C
Fevereiro 51,83 6,20 7,73
Março 76,27 6,40 8,00
Abril 111,67 6,54 7,56
Maio 65,34 6,80 8,20
Junho 29,21 6,82 8,30
Julho 74,11 6,88 7,17
Média 64,98 6,64 7,74
Tabela 1. Resultados das análises de água.
Fonte: LABFOZ/UPEA-IF Fluminense.
Segundo Kubitza (2000), os valores de 6,5 a 8,0 para pH, e acima de 5 mg/L oxigênio
dissolvido são o ideal na criação da tilápia nilótica. Apesar dos dados da mensuração do
oxigênio dissolvido estarem muito acima dos valores mínimos recomendados necessários,
para o bem estar dos peixes cultivados, exceto no experimento B, entre os meses de setembro
e novembro, estes resultados não podem ser considerados, tendo em vista que as coletas da
água não ocorreram nos primeiros horários da manhã quando, inevitavelmente, são mais
baixos.
Em relação aos índices pluviométricos ocorridos durante o período do presente estudo
(Tabela 2) pode-se afirmar que o ano de 2010 foi atípico em termos climáticos, se comparado
à média pluviométrica obtida dos últimos 33 anos (1976-2009) (Tabela 3) (UFRRJ, 2010).
Desta forma, a partir da comparação dos valores obtidos nos dois períodos (Gráfico 1), pode-
se afirmar que a baixa precipitação durante o período dos experimentos interferiu
significativamente em todos os experimentos, inclusive inviabilizando dois dos três
experimentos. Vale ressaltar que as localidades aludidas dependem inevitavelmente da água
da chuva para manutenção do nível do lençol freático e das águas superficiais. Segundo o
manual de piscicultura do SEBRAE (2007) o tanque-rede deve ficar a 1,5 metros acima do
fundo do tanque escavado, fato não ocorrido nos cultivos. Com a diminuição da coluna
11
d`água, os tanques-rede encostaram no fundo do tanque escavado, o que contribuiu com as
mortandades nos cultivo.
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
2010 0 55,7 113,5 96,2 34,6 24,8 54 6,6 12,4 95,2 124,2 3,0 381,8
Tabela 2. Precipitação pluviométrica, expressa em mm, ano de 2010.
Fonte: UFRRJ - Campus Dr. Leonel Miranda.
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
1976/2009 199,9 68,7 78,6 122,5 43,5 31,8 17,1 22,6 42,1 149,2 198,2 156,0 1.130
Tabela 3. Precipitação pluviométrica, expressa em mm, dos anos entre 1976 a 2009.
Fonte: UFRRJ - Campus Dr. Leonel Miranda.
Gráfico 1. Comparação da média de precipitação pluviométrica do ano de 2010 com a média
anual dos últimos 33 anos.
Durante os experimentos ocorreram elevados índices de mortandade, entretanto no
mês de julho e agosto foi o período de maior mortandade, totalizando 3.448 peixes (49,25%)
nos três cultivos (Tabela 4). Inicialmente, no experimento B, houve uma mortandade com
taxa de 8.6%. Durante o mesmo mês, ocorreu outra mortandade, 600 peixes (60%), desta vez
no experimento C, quando sobreviveram apenas 395 peixes (39,5%) que acabaram sendo
soltos no tanque escavado (Figura 10). Logo no início no mês de agosto, ocorreu uma
mortandade, sendo esta no experimento A, totalizando 2.590 peixes (86,33%) (Figura 11).
12
Este fato pode estar correlacionado, principalmente, aos fatores internos e externos
como baixos índices de precipitação, elevados índices de evaporação e infiltração, além da
falta de renovação da água do tanque escavado, o que inevitavelmente contribuíram para
agravar o déficit de água durante o período dos cultivos (Gráfico 2). Segundo o manual de
piscicultura do SEBRAE (2007), a alta taxa de renovação de água dentro do tanque-rede é um
fator de extrema importância para o sucesso do cultivo de peixes em tanque-rede, pois
viabiliza a alta densidade populacional e a produção de uma grande biomassa de peixes por
unidade de volume, visto que desta forma, normalmente, ocorre elevada taxa de oxigenação,
capaz de suprir a demanda, além de promover a remoção dos dejetos produzidos, que podem
causar mortandades devido a liberação de amônia.
Vale ressaltar que no mesmo período, houve um investimento em horas de máquina,
tipo retro escavadeira, no sentido de aumentar a profundidade do tanque, o que proporcionou
uma momentânea melhoria na condição do cultivo, visto que possibilitou uma maior entrada
de água do lençol freático, que contribuiu para prolongar o período do cultivo.
FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
Experimento
A - - - 206 4 - 2590 - - - - 2800
Experimento
B - - 85 - - 258 - - - 20 - 363
Experimento
C - 5 - - - 600 - - - - - 605
Tabela 4. Quantificação da mortandade de peixes durante os cultivos.
Figura 10. Mortandade no experimento C. Figura 11. Mortandade no experimento A.
13
Gráfico 2. Mortandade de peixes com relação ao índice pluviométrico e taxa de oxigenação.
As biometrias médias de cada experimento poderão ser acompanhadas pela Tabela 5.
Comprimento
total do corpo
(cm)
Altura
do corpo
(cm)
Peso
total
(gramas)
EXPERIMENTO
A
Fevereiro 3,00 ± 0,1 1,00 ± 0,1 2,00 ± 0,1
Março 5,90 ± 0,7 1,90 ± 0,3 3,60 ± 1,6
Abril 8,10 ± 1,3 2,60 ± 0,4 11,50 ± 5,9
Maio 14,0 ± 1,8 4,90 ± 0,9 63,90 ± 29,9
Junho - Julho 15,50 ± 2,0 6,40 ± 0,8 85,45 ± 32,5
EXPERIMENTO
B
Fevereiro 3,00 ± 0,1 1,00 ± 0,1 2,00 ± 0,1
Março 5,70 ± 0,6 1,80 ± 0,2 3,40 ± 1,3
Abril 7,50 ± 0,9 2,50 ± 0,4 9,40 ± 3,1
Maio 11,35 ± 1,2 3,55 ± 0,5 29,35 ± 9,1
Junho – Julho 12,75 ± 1,4 4,10 ± 0,5 40,40 ± 15,1
Agosto 14,40 ± 1,3 4,85 ± 0,5 60,10 ± 16,65
Setembro 18,85 ± 1,9 6,45 ± 0,8 150,85 ± 49,8
Outubro 20,55 ± 1,6 7,10 ± 0,7 173,90 ± 43,4
Novembro 22,55 ± 2, 7,55 ±0,8 283,00 ± 62,6
EXPERIMENTO
C
Fevereiro 3,00 ± 0,1 1,00 ± 0,1 2,00 ± 0,1
Março 6,10 ± 0,7 2,00 ± 0,3 4,40 ± 4,4
Abril 8,40 ± 1,3 2,70 ± 0,4 12,60 ± 5,4
Maio 11,50 ± 1,5 3,70 ± 0,6 29,50 ± 11,6
Junho - Julho 13,20 ± 1,2 8,50 ± 12,5 41,20 ± 17,0
Tabela 5. Dados biométricos dos peixes cultivados nos três diferentes experimentos. Valores
expressos como média ± desvio padrão.
14
Os términos dos cultivos dos experimentos A e C ocorreram no 5º mês de cultivo, em
virtude das mortandades em massa, quando os exemplares atingiram os seguintes pesos
médios: 85,45 ±32,5 gramas (Experimento A) e 41,2 ±17,0 gramas (Experimento C). Já no
Experimento B, no 8º mês de cultivo, foi retirado dos tanques-rede um total de 1809 peixes,
que foram soltos no tanque escavado, em virtude do alto risco de mortandade, devido à baixa
do nível do lençol freático e à baixa taxa de oxigênio dissolvido. Neste período, os exemplares
atingiram o peso médio de 283,00 ±62,6 gramas (Gráfico 3) (Figura 12, 13, 14 e 15).
Gráfico 3. Média de peso final dos peixes dos três experimentos.
Figura 12. Retirada do tanque-rede. Figura 13. Coleta dos peixes no tanque-rede
15
Figura 14. Quantificação e pesagem dos peixes Figura 15. Peixes sendo liberados no tanque
escavado.
3.1 Análise econômica
Para realização da análise econômica proposta neste trabalho acadêmico, foi
necessário acompanhar e calcular o desenvolvimento dos espécimes cultivados e seus custos
associados. É importante ressaltar que o presente trabalho não focou exaurir a abordagem
financeira dos empreendimentos e nem realizar um estudo de viabilidade econômica
detalhado, visto que seu objetivo principal é a avaliação da implantação de tecnologia da
aquicultura familiar.
A análise econômica do empreendimento B foi realizada a fim de obter custos iniciais
e custos incorridos do negócio subsidiando dados para determinação do preço final do produto
que será disponibilizado para o mercado.
A viabilidade econômica de qualquer negócio se apresenta de suma importância,
segundo Silva (2004), a análise de investimento realizada através de cálculos que possibilitem
a escolha entre cenários de alternativas de investimentos em relação ao tempo de retorno,
lucratividade e rentabilidade, com o propósito de obtenção da otimização de recursos,
auxiliam nos processos de tomada de decisão, o que poderá contribuir para o sucesso do
mesmo.
Assim, reconhecendo a importância e necessidade da avaliação econômica para novos
empreendimentos e considerando o experimento B, três conceitos foram utilizados sendo eles:
custo fixo por unidade produzida para o período de cultivo, preço por unidade; e custo
variável por unidade. Considera-se o período de cultivo como um ciclo de produção
totalizando 280 dias.
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Segundo Calderón (2003) custo fixo é aquele “cuja quantidade não pode ser alterada
com as mudanças da produção, tais como depreciação, impostos e taxas, que não dependem
da produção, seguro, etc”.
Considerando o custo variável, Colauro (2004) conceitua esse tipo de custo como
“aquele em que somente os custos variáveis diretos ou indiretos e as despesas variáveis são
atribuídos aos objetos de custeio. Os custos fixos são levados integral e diretamente aos
resultados do período”.
É importante considerar que o empreendimento registrou custo inicial de R$ 5.570,00
referentes à construção do tanque escavado (30h/máquina no valor total de R$3.000,00), a
compra de tanque rede (duas unidades a R$1.000,00/tanque-rede) e a compra de 3.000
alevinos de tilápia (R$ 0,19 a unidade) (Tabela 6). Todo esse custo foi viabilizado pelo
projeto “Avaliação da Implantação de Tecnologia da Aqüicultura Familiar no Norte do Estado
do Rio de Janeiro”, conduzido em parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica do Ministério da Educação – SETEC/MEC, a UPEA/IFF e o Projeto Piabanha. A
capacitação técnica e o custo da ração também foram contemplados pelo projeto, ficando a
cargo do beneficiário qualquer outra mobilização financeira em contrapartida.
Assim, para determinação do preço, em relação ao custo fixo e variável por período,
têm-se os seguintes valores:
NATUREZA DO CUSTO FIXA VARIÁVEL
1 Energia elétrica R$ 104,70
2 Ração para peixe R$ 619,20
3 Mão-de-obra R$ 593,00
4 Máquina para aumentar a
profundidade do tanque
escavado
R$ 1.000,00
5 Alevinos R$ 570,00
Totais R$ 1.212,20 R$ 1.674,70
Tabela 6. Custo fixo e variável.
A utilização de uma bomba elétrica visando oxigenar a água promoveu um aumento
no gasto de energia elétrica da propriedade. Observou-se o aumento de 1kwH/dia no consumo
de energia elétrica da propriedade do experimento B, totalizando 280 kwH consumidos no
período do cultivo. Sabendo que 1kwH custa R$ 0,37394 (ANEEL, 2010) e, sendo essa tarifa
válida entre as datas de 15/03/2010 até 14/03/2011, tem-se o valor total de energia
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correspondente a R$ 104,70. No consumo de ração, totalizou-se o uso 18 sacos de 25 kg,
sendo o custo unitário desse R$34,40.
A Consolidação das Leis Trabalhistas, no seu artigo 58, estabelece que o trabalho não
exceda 08 horas diárias. O total por semana são 44 horas semanais e 220 horas mensais, logo
se conclui que o mês comercial possui 30 dias. Assim, o cálculo do valor referente ao
emprego de mão de obra foi realizado através do rateio do número de horas trabalhadas pelo
funcionário da propriedade, durante o experimento (Quadro 1). A tabela abaixo explicita
como foi determinado o valor correspondente à mão de obra:
SALÁRIO DO FUNCIONÁRIO = R$ 510,00/MÊS.
Trabalha 1hora/dia com peixes.
R$ 510,00/mês ÷ 30 dias/mês = R$ 17,00/dia de serviço.
R$ 17,00/dia ÷ 8horas/dia = R$ 2,12/hora de serviço.
R$ 2,12/hora de serviço x 280horas total = R$ 593,00
Quadro 1. Cálculo da mão de obra utilizada
Por questões climáticas já detalhadas, foi necessário aumentar a profundidade do
tanque escavado para não comprometer o experimento incorrendo em mais um custo para a
atividade.
É importante ressaltar que dos 3.000 alevinos de tilápia povoados, apenas 1809
espécimes foram coletados na despesca, sendo esse o valor considerado para os cálculos a
seguir.
Assim, considerando o custo fixo de R$1.212,20 e o custo variável de R$1.674,70 bem
como a produção de 1.809 tilápias, tem-se R$ 0,93 como custo variável por unidade
produzida e R$0,67 como custo fixo por unidade produzida, resultando em um total de R$
1,60 por unidade. É importante acentuar que esse preço está ligado ao peso médio final das
tilápias cultivadas, sendo esse de 283gramas e que o peso de abate de cultivo de tilápias em
tanque-rede é de 600gramas. (Tabela 7).
Proporcionalmente, essa mesma tilápia custaria R$ 3,40, se chegasse ao peso de abate,
ou seja, peso individual de 600 gramas e R$ 5,65/kg. Tal preço se encontra viável, para escoar
essa produção visto que no mercado local, o preço cobrado por esse mesmo produto está em
torno de R$7,00 a R$8,00/kg. Caso fosse comercializado a R$7,00/kg, a margem de lucro
seria correspondente a R$1,35/kg.
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R$ R$ Custo/unidade produzida
Custo Fixo 1.212,20 0,67
Custo Variável 1.674,70 0,93
Total 2.886,90 1,60
Tabela 7. Custo por unidade produzida.
Porém, considerando que fatores externos não influenciariam a produção, e que, na
despesca fosse encontrado o mesmo número de alevinos do início do experimento, os
resultados mostrariam um novo panorama.
Assim, considerando o custo fixo de R$1.212,20 e o custo variável de R$1.674,70 bem
como a produção de 3000 tilápias, tem-se R$ 0,56 como custo variável por unidade produzida
e R$ 0,40 como custo fixo por unidade produzida, resultando em um total de R$ 0,96 por
unidade. É importante acentuar que esse preço está ligado ao peso médio das tilápias
cultivadas, sendo esse de 283g (Tabela 8). Proporcionalmente, essa mesma tilápia custaria
R$2,04 se chegasse ao peso de abate, ou seja, peso individual de 600 gramas e R$3,40/kg.
Caso fosse comercializado a R$7,00/kg, a margem de lucro seria correspondente a R$3,60/kg
(Tabela 9).
R$ R$ Custo/unidade produzida
Custo Fixo 1.212,20 0,40
Custo Variável 1.674,70 0,56
Total 2.886,90 0,96
Tabela 8. Custo por unidade produzida.
R$ custo/mercado local R$ custo/experimento R$ lucro/experimento
Peso 600g 4,20 2,04 2,17
Peso 1kg 7,00 3,40 3,60
Tabela 9. Relação custo/peso e margem de lucro.
Considerando que 3.000 tilápias com peso de 600g geram um total de 1.800kg e que a
margem de lucro seria correspondente a R$3,60/kg, o lucro total seria de R$6.480,00. Tal
valor recuperaria o investimento inicial (R$5.570,00) realizado, e ainda restaria R$910,00,
num primeiro ciclo de produção. Os custos de escoamento da produção não foram
considerados.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
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Baseando-se nos dados apresentados nas etapas anteriores, pode-se afirmar que o
insucesso dos cultivos se deu principalmente ao baixo índice pluviométrico ocorrido durante o
período dos experimentos, o que ocasionou mortandades em massa nos três cultivos.
Se considerada a frequência do baixo índice pluviométrico, o presente estudo revelou
que a atividade da piscicultura nas regiões aludidas, se mostrou como uma atividade de alto
risco no aspecto econômico, visto que as mesmas dependem inevitavelmente da água da
chuva para manutenção do nível do lençol freático e das águas superficiais. Investimentos em
bombeamento e canalização se tornam necessários para que ocorra uma maior viabilidade
zootécnica e por sua vez, a viabilidade econômica. Dessa forma, recomenda-se um prévio
estudo de viabilidade econômica antes da implantação do sistema de criação peixes em
tanque-rede na região norte do Estado do Rio de Janeiro.
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