Vol 4, No 2, 2011

82
REVISTA AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. http://www.journals.unam.mx/index.php/aidis/index Vol. 4, No. 2 2 de Diciembre de 2011 ISSN 0718-378X Con el patrocinio de: FOTO Acervo II-UNAM

description

Revista AIDIS, de Ingeniería y Ciencias Ambientales. Investigación, desarrollo y práctica.

Transcript of Vol 4, No 2, 2011

Page 1: Vol 4, No 2, 2011

REVISTA AIDISde Ingeniería y Ciencias Ambientales:Investigación, desarrollo y práctica.

http://www.journals.unam.mx/index.php/aidis/index

Vol. 4, No. 22 de Diciembre de 2011

ISSN 0718-378XCon el patrocinio de:

FOTOAcervo II-UNAM

Page 2: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2. 2 de Diciembre de 2011

Tabla de Contenido Vol. 4, No 2.

1.-

TRATAMENTO DE ÁGUA DE LAVAGEM DE CANA DE AÇÚCAR POR COAGULAÇÃO, FLOCULAÇÃO E SEDIMENTAÇÃO TREATMENT OF WATER WASHING OF SUGAR CANE BY COAGULATION, FLOCCULATION AND SEDIMENTATION  Cristina Filomêna Pereira Rosa Paschoalato*, Nilton Martins Rodrigues Júnior, Bruno Moreira da Silva, Lorraine Bernardes Borges, Thais de Paula Silveira Mello, Carmen Silvia Gonçalves Lopes.

1 - 13

2.-

ELIMINACIÓN DE COMPUESTOS VOLÁTILES OLOROSOS POR ELECTROCOAGULACIÓN ELECTROCOAGULATION FOR THE ELIMINATION OF VOLATILE ODORS COMPOUNDS  Djalma Mariz Medeiros*, Aurelio Hernández Muñoz, Aurelio Hernández Lehmann, Manoel Lucas Filho.  

14 - 22

3.-

MANEJO DE RESIDUOS GENERADOS DIRECTA O INDIRECTAMENTE POR EL CULTIVO DE CEBOLLA EN AQUITANIA (BOYACA-COLOMBIA) WASTE MANAGEMENT GENERATED DIRECTLY OR INDIRECTLY BY ONION CROP IN AQUITANIA (BOYACA‐COLOMBIA)  Patricia Martínez-Nieto*, Daniel García-González, Paula Sofía Silva-Bonilla, Gustavo Vargas-Chaparro, Felipe Valderrama-Escallón.

23 - 34

4.-

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DE LODOS DE ESGOTOS PRODUZIDOS NO BRASIL CHEMICAL CHARACTERISTICS OF SEWAGE SLUDGE PRODUCED IN BRAZIL  Marcelo Mendes Pedroza*, Gláucia Eliza Gama Vieira, João Fernandes de Sousa.

35 - 47

5.-

INATIVAÇÃO DE INDICADORES MICROBIOLÓGICOS COM OZÔNIO NO TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO VISANDO O REUSO DE ÁGUA INACTIVATION OF MICROBIOLOGICAL INDICATORS WITH OZONE TO WASTEWATER TREATMENT AIMING WATER REUSE  Patrícia Bilotta*, Luiz Antonio Daniel.

48 - 56

6.-

ESTABILIZAÇÃO DE FEZES HUMANAS ATRAVÉS DE COMPOSTAGEM EM REGIME DE BATELADA STABILIZATION OF HUMAN FECES BY COMPOSTING SCHEME IN BATCH  Thais Cardinali Rebouças, Karla Santos Limoeiro, Gabriel Hector Fontana, Caio Cardinali Rebouças, Ricardo Franci Gonçalves.*

57 - 67

Page 3: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2. 2 de Diciembre de 2011

7.-

ANÁLISE DE ASPECTOS AMBIENTAIS DA TECNOLOGIA DE EVAPORAÇÃO APLICADA AO TRATAMENTO DE LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO ENVIRONMENTAL ANALYSIS OF THE EVAPORATION TECHNOLOGY APPLIED TO TREATMENT OF LEACHATE LANDFILL  Débora Machado de Oliveira*, Haical Sajovic Haddad, Armando Borges de Castilhos Jr.

68 - 79

Page 4: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

REVISTA   AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. TRATAMENTO DE ÁGUA DE LAVAGEM DE CANA DE AÇÚCAR POR COAGULAÇÃO, FLOCULAÇÃO E SEDIMENTAÇÃO 

 

*Cristina Filomêna Pereira Rosa Paschoalato1 

Nilton Martins Rodrigues Júnior 1 

Bruno Moreira da Silva 1 

Lorraine Bernardes Borges 1 

Thais de Paula Silveira Mello 1 

Carmen Silvia Gonçalves Lopes 1 

TREATMENT OF WATER WASHING OF SUGAR CANE BY COAGULATION, FLOCCULATION AND SEDIMENTATION  Recibido el 1 de marzo de 2011;  Aceptado el 28 de septiembre de 2011 

Abstract The manufacturing  of  sugar  and  alcohol  consume  and  generate  significant  volumes  of wastewater,  being  the largest share to the washing of sugar cane, which aims to withdraw earthenware nad straw that accumulate along the  cane during  the harvest. The water wash of  sugar  cane  (WWSC)  is usually  recirculated and over  time  loses quality, requiring  large volumes of replacement. Currently, the treatments applied to the WWSC to recycle  is the correction of pH and natural sedimentation, without the aid of chemical coagulants, which has low efficiency and high retention time, thus the process of chemically assisted primary sedimentation (CAPS) can be an alternative for the treatment of the WWSC  in recycle. The aim of this study was to promote  improvement  in the quality of the WWSC in a production unit of sugar and alcohol. A sample of WWSC was collected at the plant and transported to the laboratory where tests were performed in static reactors (jar‐test) with commercial coagulants, ferric chloride and  ferrous  sulfate  chloride  (floculan)  for  the  optimization  of  the  stages  of  coagulation,  flocculation  and sedimentation. During the period of the survey was carried out monitoring of WWSC in operation of the plant with the  objective of  characterization  and  evaluation  of  the  efficiency  of  the  system  in  full  scale  operation. A mass balance was used to estimate the amount of generated sludge. The results of treatment of WWSC showed that the coagulant floculan was presented the best efficiency in removing turbidity and total suspended solids with 99% and 97%  respectively. The  suppression of  the  flocculation  step did not change  in  removal efficiency of  turbidity and suspended  solids. Not using  flocculation  resulted  in  increased  turbidity values. The economic  study  for different alternatives of treatment application showed the application feasibility of coagulant intermittently. Considering the system  in  full  scale operation,  it  could be predicted  a  reduction  in  costs with  the use of  coagulant  and  sludge production rates due to the effect of the gradual increase in the quality of the WWSC.  Key Words: primary sedimentation; recycle; sugar cane; water washing of cane.   1 Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) 

*Corresponding author: Rua Argeu Fuliotto 419 Ribeirânia Ribeirão Preto ‐SPCEP: 14096‐520, Brasil. Email: [email protected]

Page 5: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

Resumo Os processos de  fabricação de açúcar e álcool  consomem e geram  consideráveis  volumes de águas  residuárias, sendo a maior parcela para a etapa de lavagem da cana de açúcar,  que objetiva a retirada de terras e palhas que se acumulam  junto à cana durante a colheita. A água de  lavagem de cana  (ALC) usualmente é  recirculada e com o passar do  tempo perde qualidade, necessitando de grandes  volumes de  reposição. Atualmente, os  tratamentos aplicados à ALC para  reciclo  são a  correção de pH e a  sedimentação natural, que  sem o auxílio de  coagulantes químicos,  apresenta  baixa  eficiência  e  elevado  tempo  de  detenção,  desta  forma  o  processo  de  sedimentação primária quimicamente assistida (SPQA) pode ser uma alternativa para o tratamento da ALC em reciclo. O objetivo deste estudo  foi promover melhoria na qualidade da ALC de uma unidade de produção de açúcar e álcool. Uma amostra da ALC foi coletada na unidade industrial e transportada ao laboratório onde foram realizados ensaios em reatores estáticos (jar‐test) com os coagulantes comerciais, cloreto férrico e sulfato ferroso clorado (floculan), para a otimização das etapas de coagulação, floculação e sedimentação. Durante o período da pesquisa foi realizado um monitoramento  da  ALC  da  unidade  industrial  em  operação  com  o  objetivo  de  caracterização  e  avaliação  da eficiência do  sistema  em  escala  real. Um  balanço de massa  foi  empregado  para  estimar  a  quantidade  de  lodo gerado. Nos  resultados de  tratamento da ALC, o  floculan  foi o  coagulante que apresentou melhor eficiência na remoção  de  turbidez  e  sólidos  suspensos  totais  com  99%  e  97%  respectivamente.  A  supressão  da  etapa  de floculação não apresentou alteração na eficiência de remoção de turbidez e sólidos suspensos. A não utilização de floculação  resultou  em  aumento  nos  valores  de  turbidez. O  estudo  econômico  para  diferentes  alternativas  de aplicação do tratamento apresentou viabilidade na aplicação de coagulante de forma intermitente. Considerando o sistema em operação de escala real pode ser previsto uma diminuição dos custos com o uso de coagulante e das taxas de produção de lodo devido ao efeito do aumento gradativo da qualidade da ALC.   Palavras Chaves: água de lavagem de cana; cana de açúcar; reciclo; sedimentação primária.  

  Introdução O Brasil possui aproximadamente 400  indústrias de  fabricação de açúcar e álcool, que podem impactar  consideravelmente  os  recursos  hídricos.  Estes  processos  consomem  quantidades significativas de água e geram consideráveis volumes de águas residuárias. A  lavagem da cana de açúcar é a etapa de maior demanda em todo o processo. A taxa de aplicação de água para lavagem  de  cana  (ALC)  pode  variar  de  6,3  m³.ton‐1  a  10,8  m³.ton‐1,  correspondendo  em aproximadamente  25%  do  volume  total  de  água  utilizado  no  processo  (BRAILE  et  al.,1981). Portanto a operação de reciclo da água de  lavagem de cana tem sido amplamente empregada visando à redução no consumo.   A etapa de lavagem de cana objetiva a retirada de terras e palhas, que se acumulam durante a colheita,  dificultando  o  processo  de moagem  e  sobrecarregando  os  sistemas  de  limpeza  de caldo  extraído  além  de  produzir  desgastes  adicionais  de  origem mecânica  na moenda,  com redução de até 1% na eficiência.   Os processos de tratamento utilizados para as ALC dependem do tipo de sistema empregado. Nos sistemas abertos o reciclo das águas não é utilizado, o tratamento empregado é biológico por lagoas anaeróbias e facultativas, visando o descarte nos corpos d’água. No caso de sistemas 

Page 6: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

fechados ou semi‐fechados, amplamente utilizados no Brasil, quando se faz o reciclo das águas, é empregado o  tratamento primário,  com  caixa para  remoção de areia  seguido de  lagoas de sedimentação ou sedimentadores convencionais para  retirada dos sólidos e posteriormente a água  retorna  para  à  lavagem  da  cana  de  açúcar.  A  sedimentação  natural,  sem  o  auxílio  de coagulantes  químicos,  apresenta  baixa  eficiência  e  conduz  a  elevado  tempo  de  detenção hidráulico. Os tratamentos atualmente aplicados à ALC para reciclo são a sedimentação natural e a correção de pH com cal.  O processo denominado de Sedimentação Primária Quimicamente Assistida  (SPQA) envolve o uso de coagulantes químicos para incrementar a coagulação e floculação das partículas a serem removidas  nos  efluentes.  Quando  comparado  ao  processo  de  sedimentação  natural,  pode remover duas vezes mais no tratamento primário, com redução do tamanho e do custo de um tratamento  secundário  quando  necessário.  O  SPQA  possibilita  uma  remoção  de  matéria orgânica  altamente  eficiente,  sendo  também  uma  alternativa  economicamente  viável  a  um processo  de  tratamento  biológico  (Environment  Protection  Department,  1995;  Poon  e  Chu, 1999; Nenov, 1995; Odegaard, 1995; Nacheva et al., 1996).   O processo de sedimentação primária quimicamente assistida, já apresentou bons resultados no tratamento  de  esgotos  e  pode  ser  uma  alternativa  viável  para  promover  a  melhoria  da qualidade da ALC. Após  a dosagem dos  coagulantes, estes  ficam  incorporados  ao  lodo,   que finalmente  é  disposto  na  lavoura,  torna‐se  necessário  que  os  elementos  que  o  formam  não produzam contaminação no solo. Dessa forma, neste trabalho ficou descartada a utilização de sais de alumínio, optando‐se pelos sais de ferro.  O objetivo da pesquisa foi estudar uma proposta de tratamento para água de lavagem de cana utilizando‐se o processo denominado SPQA com coagulação e floculação, para tal foi necessário o  desenvolvimento  dos  seguintes  objetivos  específicos:  efetuar  um  monitoramento  para caracterização da água de lavagem de cana submetida ao tratamento de sedimentação natural; estudar  a  aplicação  de  coagulantes  para  clarificação  da  água  de  lavagem  de  cana;  avaliar  a eficiência de remoção de turbidez e sólidos suspensos totais; avaliar a variação no volume de lodo produzido pelo tratamento e avaliar de custos.    Materiais e Métodos A pesquisa foi desenvolvida em parceria com uma unidade industrial de fabricação de açúcar e álcool, da região de Santa Rita do Passa Quatro, SP, Brasil, que utiliza em média 43.200 m3/d de água na etapa de  lavagem de cana, em sistema de reciclo. O processo de  lavagem é realizado em mesas  pelo  sistema  de  cachoeira,  a  água  efluente  é  recolhida  por  ação  da  gravidade  e enviada a uma  lagoa de  sedimentação onde ocorre a  remoção dos  sólidos  suspensos, a água 

Page 7: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

decantada  retorna  por  bombeamento  para  as mesas  de  lavagem.  Periodicamente  efetua‐se uma reposição para suprir perdas por evaporação ou por vazamentos.   Para conhecimento da variação da qualidade da água de lavagem de cana (ALC) e da eficiência do  sistema  em  operação,  foi  realizado  um  monitoramento  dos  seguintes  parâmetros:  pH; resíduos  sedimentáveis  (RS);  sólidos  totais  (ST);  sólidos  suspensos  totais  (SST);  sólidos dissolvidos  totais  (SDT);  demanda  química  de  oxigênio  (DQO)  e  demanda  bioquímica  de oxigênio (DBO5 dias) a 20°C (APHA, et al., 2005).   Os ensaios de  tratabilidade da ALC  foram  realizados em  reatores estáticos do  tipo  jar‐test  (Di Bernardo,  2005),  um  volume  de  1500  litros  de ALC  foram  coletados  e  transportados  para  o Laboratório. Os  coagulantes  utilizados  foram  cloreto  férrico  e  floculan,  a  seleção  do melhor coagulante  foi  baseada  no  desempenho  de  ensaios  considerando  duas  velocidades  de sedimentação,  sendo:  1,4  cm.min‐1  e  0,7  cm.min‐1.  Com  os  resultados  obtidos  elaborou‐se diagramas  para  diferentes  dosagens  de  coagulante  em  função  do  pH  e  da  turbidez remanescente, possibilitando a determinação de regiões com maior remoção de turbidez.  Após seleção do coagulante, foram realizados os ensaios para otimização da etapa de mistura rápida, considerando a variação do  tempo de mistura rápida  (Tmr) e do gradiente de mistura rápida  (Gmr)  e  a  otimização  da  etapa  de  floculação  considerando  a  variação  do  tempo  de mistura  lenta  (Tml)  e  do  gradiente  de mistura  lenta  (Gml).  A  avaliação  da massa  de  sólidos removida  no  tratamento  foi  calculada  através  de  balanço  de massa  considerando  o  teor  de sólidos suspensos totais da água bruta  imediatamente após a adição do coagulante e da água tratada. Um ensaio em  jar‐test suprimindo a etapa de floculação foi realizado para verificação da necessidade da etapa de floculação no tratamento proposto.   Um balanço de massas foi proposto para o cálculo da vazão de coagulante e da taxa de acúmulo de lodo na lagoa de sedimentação. A Figura 1 ilustra o sistema dividido em duas partes, sendo: Sistema  I contemplando alimentação de ALC, entrada de coagulante e saída de ALC coagulada para alimentação da  lagoa de sedimentação; o   Sistema  II contemplado a alimentação de ALC coagulada, acumulo de  lodo e  saída de ALC  tratada. O  volume de  reposição de água não  foi considerado no balanço, devido ao fato de que sua realização é descontínua, sem influência na dinâmica do processo.  A vazão de ALC bruta (QAB) foi determinada experimentalmente por medição da área da seção transversal submersa do canal e da  média da medição de velocidade de escoamento do fluido (ALC). Foi escolhido um trecho do canal que transporta a ALC com dimensões homogêneas.  A fração mássica de sólidos (X1s) foi determinada pela caracterização da ALC bruta. O parâmetro utilizado para quantificação da concentração de sólidos foi os suspensos totais (SST) e as frações 

Page 8: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

Lagoa de

sedimentação ALC

QAB: vazão de água bruta X1S: fração de sólidos ALC

QAC :vazão de água coagulada X2S:fração mássica de sólidos

X2C: fração mássica de coagulante

Sistema I

Sistema II

mássicas de coagulante (X1c e X2c) foram determinadas nos ensaios em jar‐test, possibilitando o cálculo da vazão de coagulante (QAC) através da aplicação de equações de balanço de massa no sistema I.   Através do balanço de massas do Sistema  II,  foi calculada a  taxa de acúmulo de  lodo  (QL), as frações mássicas de sólidos (Xsl e X4S) foram determinadas pelo ensaio de massa seca. As perdas de ALC por vazamentos nas tubulações foram desprezadas. Portanto, a vazão de saída (QE) foi considerada igual à vazão de água bruta (QAB).     

           

 Figura 1. Fluxograma do sistema de tratamento da ALC para cálculo do balanço de massa dividido em sistemas I e II   

Foi elaborada uma análise econômica para quantificação do custo de  implantação e operação do tratamento proposto, considerando‐se diferentes cenários, em contrapartida a esses custos, podem ser destacados os seguintes benefícios:  

Redução  do  volume  de  infecções  no  processo  produtivo  de  fermentação  alcoólica, devido à melhoria da qualidade da ALC; 

Redução de gastos com antibióticos usados para combater as infecções no processo; 

Redução  do  volume  de  água  em  recirculação,  devido  à  diminuição  do  tempo  de detenção hidráulica; 

Redução do volume de captação em corpo d’água para uso na lavagem de cana; 

Redução do custo do tratamento da ALC para descarte em corpos d’água.  Os custos de  implantação do sistema compreendem: aquisição e  instalação de equipamentos; projeto e construção civil e operação. 

QL: Acumulo de lodo XSL: fração mássica de sólidos no lodo XAL: fração mássica de água no lodo XCL: fração mássica de coagulante no lodo

QC: vazão de coagulante X1C:fração mássica coagulante

QE: vazão efluente tratado X4S: fração mássica de sólidosLagoa

de sedimentação

ALC

Page 9: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

Para avaliação do custo de aquisição e instalação dos equipamentos foi realizada uma pesquisa junto  aos  fabricantes,  tendo  sido  considerado  a  necessidade  de  aquisição  dos  seguintes equipamentos: medidor de  vazão hidráulico do  tipo  calha Parshall; bomba para dosagem de coagulante e tanque para armazenamento do coagulante.  Os  custos  de  construção  civil  foram  referentes  à  construção  do  floculador  hidráulico  de escoamento  horizontal  com  chicanas,  considerou‐se  um  custo  aproximado  de  R$100,00  por metro  quadrado  de  construção  e  foi  calculado  com  base  na  área  do  floculador. O  custo  do projeto de construção civil foi considerado 10% do custo de construção.  Os custos de operação foram baseados no consumo de coagulante no processo de tratamento de ALC determinado pelos ensaios de laboratório e do custo da retirada do lodo por dragagem e disposição final na lavoura.   No estudo da viabilidade econômica, foram considerados três cenários hipotéticos, sendo: 

Cenário  I com aplicação de coagulante de  forma contínua e considerando o volume de ALC igual ao volume da lagoa de sedimentação; 

Cenário  II  com aplicação de  coagulante de  forma  intermitente  (freqüência  semanal) e considerando o volume de ALC igual ao volume da lagoa de sedimentação; 

Cenário III com aplicação de coagulante de forma intermitente (freqüência semanal) e o volume de ALC mínimo, calculado a partir da velocidade de sedimentação adotada e da vazão de ALC. 

 No  calculo  do  custo  com  coagulante  foi  considerado  a  vazão  de  coagulante  pela  dosagem escolhida  e  de  ALC.  O  consumo  mensal  de  coagulante  varia  em  função  do  sistema  de tratamento  adotado,  que  pode  ser  contínuo  ou  intermitente.  Os  custos  com  o  uso  de coagulante  foram  calculados  considerando‐se  os  cenários  I,  II  e  III  pelas  Equações  1,  2  e  3 respectivamente.   

CM = QC . TOP . PC          Equação (1) CM = QC . . TDH . PC . 4          Equação (2) CM = QC . . TDHmín . PC. 4        Equação (3) 

 Sendo: CM  o Custo mensal de coagulante (R$); QC a vazão de coagulante (L/h); TOP o número de horas de  trabalho  (h/m); PC   o preço do  coagulante  líquido  comercia  (R$/L); TDH o  tempo de detenção hidráulico (h).   

Page 10: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

O tempo de detenção hidráulico foi determinado em função da vazão de ALC e das dimensões da lagoa de sedimentação, através das Equações 4 e 5.  

TDH = VALC / QALC           Equação (4) VALC = C . L . H            Equação (5) 

 Sendo:  VALC  o  volume  de  água  de  lavagem  de  cana  (m3);  QALC  a  vazão  de  ALC  (m

3/h);  C  o comprimento da  lagoa de  sedimentação  (m);  L  a  largura da  lagoa de  sedimentação  (m); H  a profundidade da lagoa de sedimentação (m).  A  determinação  do  custo  de  retirada  de  lodo  para  disposição  final  na  lavoura  foi  realizada através de um estudo comparativo entre as taxas mensais de produção de lodo para os Cenários I,  II e  III em  função da dosagem de coagulante. O custo de  retirada de  lodo está  relacionado diretamente à taxa de acúmulo de lodo (QL), que foi determinada através do balanço de massa. A  retirada  do  lodo  é  realizada  por  dragagem,  o  volume  de  lodo  no  fundo  da  lagoa  de sedimentação depende da taxa de acúmulo de lodo e das dimensões da lagoa de sedimentação. A  taxa mensal  de  acumulo  de  lodo  (QLM)  foi  utilizada  na  análise  comparativa  de  custo  e  foi calculada para os cenários I, II e III conforme Equação 6.   

ML = QLM . . TDH           Equação (6)  

Sendo: ML a Taxa mensal de acumulo de lodo (m3/mês); QLM a vazão média de lodo (m3/h); TDH o tempo de detenção hidráulica (h).   Resultados Na Tabela 1 estão apresentados os resultados obtidos no monitoramento da água de  lavagem de  cana  durante  o  período  de  operação  da  unidade  industrial,  foram  coletadas  amostras  na entrada (E) e saída (S) da lagoa de sedimentação. A água bruta apresentou uma turbidez média de  1100  uT. Os  resultado  de  valores  de  pH  permaneceram  próximos  e  entre  5,7  e  7,0  e  os resultados  de  resíduos  sedimentáveis  e  das  séries  de  sólidos  indicam  que  a  lagoa  de sedimentação apresenta acumulo de lodo e baixa eficiência.   A variação nos resultados é  justificada pela ocorrência de chuvas, que acarreta no acumulo de terra  junto às  canas na  lavoura,  como  também pelo arraste de  terra através do escoamento superficial para a lagoa de sedimentação.   Em relação aos resultados de matéria orgânica, avaliada por parâmetros indiretos, observou‐se uma remoção que variou de 8 a 75% para DQO e 25 a 80% para DBO5 dias. Porém é evidente 

Page 11: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

que a ALC em  reciclo e  submetida a um  tratamento de  sedimentação natural  tem qualidade prejudicada em função do tempo, levando a necessidade de reposição.   Tabela 1. Resultados do monitoramento da qualidade da ALC afluente e efluente a lagoa de sedimentação. 

Data 2009 

pH  RS  DQO DBO5 dias ST SST  SDT

‐  (mL.L‐1.h‐1)  (mg O2.L‐1) (mg O2.L

‐1) (mg.L‐1) (mg.L‐1)  (mg.L‐1)

E  S  E  S  E  S  E  S  E  S  E  S  E  S 

16/09  5,75  6,65  60  28  2728 664 1228 231 29869 6445 5980  190  26979 46501/10  6,81  6,64  40  31  2183 823 812 242 7250 4900 4612  4170  2638 73013/10  6,70  6,69  40  35  3500 3200 400 300 6148 4859 3083  2769  3065 2090

Nota. E: entrada da lagoa de sedimentação; S: saída da lagoa de sedimentação 

  

A  ALC  foi  submetida  a  ensaios  de  jar‐test  simulando  um  tratamento  alternativo  de sedimentação primaria quimicamente assistida (SPQA) com uso de coagulação e floculação. Dos resultados  obtidos  foram  elaborados  os  diagramas  para  avaliar  remoção  de  turbidez possibilitando a escolha da melhor dosagem e do coagulante mais eficiente. Nas Figuras 2 e 3 estão apresentados os resultados plotados em um diagramas (tipo bolhas) de coagulação para diferentes  dosagens  de  cloreto  férrico  e  floculan  respectivamente,  em  função  da    turbidez remanescente e do pH na velocidade de sedimentação de 0,7 cm.s‐1, com destaque para os três pontos selecionados.    

71 69 54 61 4571 69 51 59 46

90 80 65 56 58

106 94 79 67 55

55 37

48

46

43

37 35 24 28 26

113

76

51 434954

42

42

44

44 36 38 31 36 32

34 36 38 34 32

30 27 24 27 24

25 24 22 24 19

32

31 33 30

30 32

1718

23 25

100

150

200

250

300

6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5

pH de coagulação

Dos

agem

de

clor

eto

férr

ico

(mg/

L p

rodu

to c

omer

cial

líqu

ido)

 Figura 2. Diagrama de coagulação para diferentes dosagens de cloreto férrico em função do pH e da turbidez remenscente (uT) na velocidade de sedimentação de 0,7 cm.s‐1 

Page 12: Vol 4, No 2, 2011

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

27 30 33 30 24

33 28 23 19

4337 35 28

2523

17 21 22 24 20

28 33 29 27 28 22

21 22 27 2121

66 59 50 35 38 27

24

26

3431

4040 37 27 26 22 20

23

35

51

10

15

26

50

100

150

200

250

300

350

6.0 6.5 7.0 7.5 8.0 8.5 9.0 9.5 10.0

Dos

agem

de

Floc

ulan

mg/

L p

rodu

to c

omer

cial

líqu

ido)

pH de coagulação 

Figura 3. Diagrama de coagulação para diferentes dosagens de floculan em função do pH e da turbidez remenscente (uT) na velocidade de sedimentação de 0,7 cm.s‐1   Os coagulantes estudados apresentaram resultados de turbidez remanescente menores que 40 uT, porém optou‐se pelo floculan por dispensar o uso de alcalinizante (NaOH), considerando o critério de maior remoção de turbidez a melhor dosagem foi 300 mg/L, a Tabela 2 apresenta as três  dosagens  selecionadas  no  diagrama  em  função  da  turbidez  remanescente  para  cada coagulante que foram utilizadas nos ensaios de otimização de mistura rápida e mistura lenta.   Tabela 2. Resultados de turbidez remanescente dos ensaios de reprodução dos melhores pontos dos diagramas com Floculan e cloreto férrico usado como coagulantes  

Coagulante Dosagem 

Coagulante (mg/L) Dosagem 

NaOH (mg/L) pH 

Turbidez remanescente (uT) 

Vs1 (1,4cm/s)  Vs2 (0,7cm/s) 

Cloreto Férrico 280  0  6,36  13  17 

300  200 8,87 22 18 220  120 8,27 33 23 

Floculan 300  0  6,29  21  10 

250  0 6,42 27 15 150  0 6,61 40 26 

  

Page 13: Vol 4, No 2, 2011

10 

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

Nos  ensaios  para  otimização  da  etapa  de mistura  rápida,  fixou‐se  o  tempo  de mistura  lenta (Tml) em 15s e gradiente de mistura  lenta  (Gml) em 80  rpm, observou‐se que a  remoção de turbidez  foi proporcional ao aumento do gradiente e  inversamente proporcional ao  tempo, a mistura  rápida  foi  otimizada  com  Tmr  10s  e  Gmr    500  rpm.  Os  resultados  dos  ensaios  de otimização da etapa de mistura lenta apresentaram maior remoção de turbidez para um tempo (Tml) de 15 min e gradiente (Gml) de 60 rpm.   Foram realizados ensaios de coagulação com o floculan suprimindo a etapa de floculação e os resultados estão apresentados na Tabelas 3, observou‐se que a turbidez remanescente menor que 40 uT foram obtidas para as dosagens de 250, 275 e 300 mg.L‐1.   Tabela 3. Resultados de remoção de cor aparente e turbidez obtidos nos ensaio em jar‐test com variação da dosagem de Floculan, Tmr 10s e Gmr de 500rpm sem a etapa de floculação  

Dosagem de Coagulante  Floculan (mg/L) 

pH de coagulação 

Vs1 (1,4 cm/min) Vs2 ( 0,7 cm/min) 

Turbidez(uT) 

Cor aparente (uH) 

Turbidez (uT) 

Cor aparente (uH) 

100  7,08  66  652  60  592 

150  6,96  50  513  42  499 

200  6,88  41  395  34  410 

250  6,8  36  370  27  356 

275  6,78  30  314  25  298 

300  6,76  29  307  23  293 

  Os  ensaios  de  massa  seca  de  lodo  foram  realizados  em  duplicata  para  as  três  dosagens escolhidas,  sendo:  150,  200  e  300 mg/L.  A  remoção  de  sólidos  suspensos  totais  (SST)  foi  a mesma para as velocidades Vs1 e Vs2 na dosagem de coagulante de 300 mg/L. Os resultados entre a menor dosagem  (150 mg/L) e a maior dosagem  (300 mg/L) de  coagulante,  tanto nas velocidades Vs1 e Vs2 a eficiência de remoção de SST variou apenas em 2%. Comparando‐se a dosagem de coagulante em relação à quantidade de lodo gerado, houve um aumento de  24% para Vs1 e 26% para Vs2.   Considerando‐se os  valores obtidos de QS e uma  concentração de  sólidos no  lodo de 30.000 mg.L‐1, calculou‐se as taxas de acúmulo de lodo QL e as taxas de acúmulo de lodo médias QLM, os resultados são mostrados na Tabela 4.    

Page 14: Vol 4, No 2, 2011

11 

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

 Tabela 4. Resultados de taxas de acúmulo de lodo na lagoa de sedimentação para dosagens de Floculan  Dosagem coag. 

Floculan (mg/L) 

Vazão  coag. 

Qc (m3/h) 

Vazão água 

coagulada  QAC (m

3/h) 

Conc.SST água 

coagulada CAC (mg/L) 

Conc. SST efluente  CE (mg/L) 

Vazão mássica sólidos do 

lodo QS (kg/h) 

Taxa de acúmulo lodo  

QL (m3/h) 

Taxa acúmulo 

lodo média QLM (m

3/h) 

150  0,577  3712,160 15171313 

5561 

54274648 

181 155 

168 

250  0,928  3712,528 16861750 

4542 

60926341 

203 211 

207 

300  1,114  3712,714 18591856 

4149 

67516709 

225 224 

225 

  

Os  custos  de  implantação  do  sistema  de  tratamento  considerando  aquisição  e  instalação  de equipamentos e projeto e construção civil estão mostrados na Tabela 5.    Tabela 5. Custos de aquisição e instalação de equipamentos  

Equipamento Custo de aquisição

(R$ reais) Custo de instalação 

(R$ reais) 

Calha Parshall 7.500,00 3.000,00Tanque para coagulante 2.000,00 200,00

Bomba dosadora 600,00 300,00Floculador Hidráulico 3.090,00 30.900,00

  Os custos são proporcionais à dosagem de coagulante escolhida. Os cenários I e II, que utilizam maior  volume  de  água,  são  os  que  levam  aos maiores  custos. No  cenário  III,  com  o menor volume de ALC, deve ser considerado que essa opção ocasiona uma deterioração mais rápida da qualidade da água.   Na  avaliação  do  custo  com  aplicação  de  coagulante,  os  resultados  aqui  apresentados  não levaram em  consideração o  fato de que a qualidade a ALC  sofrerá uma melhoria gradativa à medida  que  o  tratamento  proposto  for  aplicado,  nos  aspectos  turbidez  e  SST,  com  um reajustamento  constante da dosagem de  coagulante. Pode‐se obter uma  redução da  taxa de geração de  lodo. Novamente, o efeito dessa melhoria será mais evidente no cenário  I, onde o coagulante é continuamente aplicado.  Os resultados obtidos considerando‐se o cenário I mostram que o volume de lodo produzido é superior ao próprio volume da  lagoa de sedimentação, o que  torna  inviável a opção por esse 

Page 15: Vol 4, No 2, 2011

12 

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

cenário. Devido aos valores de produção de  lodo correspondentes aos cenários  II e  III, deverá ser  implantado  um  sistema  de  retirada  de  lodo  por  bombeamento  para  evitar  o  rápido assoreamento da lagoa de sedimentação.    Os custos mostrados na Tabela 6 não levaram em consideração o fato de que a qualidade a ALC sofrerá uma melhoria gradativa à medida que o tratamento proposto for aplicado, nos aspectos turbidez e SST. A dosagem de coagulante deverá ser redimensionada em função dos valores de turbidez e SST atualizados, podendo  resultar em uma  redução do  consumo de  coagulante. O efeito  dessa melhoria  será mais  evidente  no  Cenário  I,  onde  o  coagulante  é  continuamente aplicado.    Tabela 6. Resumo dos custos relativos ao consumo de coagulante Floculan  

Dosagem de coagulante Floculan (mg.L‐1) 

Custo mensal do coagulante (R$/mês) 

Cenário I  Cenário II  Cenário III 

150  246.639,00 44.302,00 4.577,00 250  410.918,00 73.810,00 7.625,00 300  493.279,00 88.604,00 9.153,00 

  Conclusões e Recomendações Pelos  resultados  obtidos,  conclui‐se  que  no  tratamento  da  água  de  lavagem  de  cana  (ALC), simulado por  sedimentação, coagulação e  floculação, usando os coagulantes cloreto  férrico e floculan, o que apresentou melhor eficiente na remoção de turbidez e sólidos suspensos totais com 99% e 97%  respectivamente  foi o  floculan com dosagem otimizada de 300 mg.L‐1, desta forma os parâmetros para o projeto do sistema de tratamento da ALC foram determinados.  A supressão da etapa de floculação não alterou de forma expressiva a eficiência de remoção de turbidez  e  sólidos  suspensos  do  tratamento.  Entretanto,  a  não  utilização  de  floculação  pode levar a um aumento significativo do valor absoluto da turbidez, dependendo da dosagem e do tipo de coagulante empregado.  O  estudo  econômico  realizado mostrou  que  existem  diversas  alternativas  para  aplicação  do tratamento estudado, sendo que algumas são altamente antieconômicas. As alternativas viáveis são aquelas que fazem aplicação de coagulante de forma intermitente.   Os custos de operação reais somente poderão ser determinados quando o sistema estiver em funcionamento, mas pode ser prevista uma diminuição dos custos com coagulante e das taxas de  produção  de  lodo  devido  ao  efeito  do  aumento  gradativo  da  qualidade  da  ALC  em consequência do tratamento.  

Page 16: Vol 4, No 2, 2011

13 

Vol. 4, No. 2, 1 – 13 2 de Diciembre de 2011 

Recomenda‐se  a  realização  de  estudos  sobre  o  impacto  da  disposição  do  lodo,  gerado  pelo tratamento da água de lavagem de cana, nas lavouras a fim de se avaliar capacidade do solo e possíveis contaminações das águas subterrâneas.   Agradecimentos. Laboratório de Recursos Hídricos da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).   Referências bibliográficas APHA, AWWA, WPCF. (2005) Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 21th edition, 

Washington, USA. Braile, P. M.; Cavalcanti, J.E.W.A. (1993) Manual de Tratamento de Águas Residuárias Industriais. CETESB São 

Paulo, SP. Di Bernardo, L.; Di Bernardo, A.; Centurione Filho, P. L. (2002). Ensaios de Tratabilidade de Água e dos Resíduos 

Gerados em Estações de Tratamento de Água. São Carlos, SP. Environmental Protection Department (1995) Cleaning Up Our Harbor. Government  Printer. Hong Kong,  Nacheva, P. M.; Bustillos, L. T., Camperos, E. R.; Armenta, S. L.; Vigueros, L. C. (1996). Characterization and 

coagulation‐flocculation  treatability of México City wastewater applying ferric chloride and polymers.  Water Science Technology, 34, 235‐247. 

Nenov, V. (1995) TSS/BOD Removal efficiency  and cost comparison of chemical and biological wastewater treatment. Water Science Technology, 32, 207‐214. 

Odegaard, H. (1995) Norwegian experiences with chemical treatment of raw wastewater. Water Science Technology, 25, 255‐264. 

Poon, C. S.; Chu, C. W. (1999) The use of  ferric chloride and anionic polymer in the chemically assisted primary sedimentation process. Chemosphere, 39(10), 1573‐1582. 

Page 17: Vol 4, No 2, 2011

14 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

REVISTA   AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. ELIMINACIÓN DE COMPUESTOS VOLÁTILES OLOROSOS POR ELECTROCOAGULACIÓN 

 

*Djalma Mariz Medeiros 1  Aurelio Hernández Muñoz 1 

Aurelio Hernández Lehmann 1 

Manoel Lucas Filho 2 

 ELECTROCOAGULATION FOR THE ELIMINATION  OF VOLATILE ODORS COMPOUNDS  Recibido el 9 de agosto de 2011;  Aceptado el 5 de octubre de 2011 

Abstract The  emission  of  odors  in wastewater  treatment  plants  represents  a  significant  impact.  Increased  awareness  of population  about  their  rights  and  increased  numbers  of  treatment  plants  in  operation,  associated  with  urban pressures on vacant areas that force the construction of residences and / or entertainment complexes increasingly coming  from  sewage  treatment  plants,  force  companies  responsible  for  the  sewage  to  consider  this  problem, seeking  solutions  consistently  to  avoid  conflicts  with  communities.  The  use  of  electrochemical  processes  for wastewater  treatment  is  becoming  increasingly  important  because  of  its  versatility,  small  size  and  capability  of automation.  In  this  sense,  are  of  special  interest  electrocoagulation  as  a  method  of  treatment  of  odorous compounds  present  in  wastewater.  During  this  investigation  we  have  studied  the  removal  of  odorous  volatile compounds (carbon disulfide, toluene and dichloromethane) by electrocoagulation process. We have investigated the effect of reactor design (configuration 1 power, 2 powers consecutives and configuration of 2 powers separated), the nature of the electrodes (aluminum), and electric current (0.5 A, 2 A, 4 A 6 A, 8 A and 9.5 A). Satisfactory  yields  were  observed  for  carbon  disulfide  and  determined  optimal  performance  by  aluminum electrodes 2.5 cm apart., Using the one source, and applying extremely low electric current (0.5 amps). Referring to toluene was a slight performance, while there was no meaningful action on the dichloromethane. The configuration of a source, as well as having presented the best yields for carbon disulfide and toluene, require lower power and lower retention time.  Key Words: volatile compounds, electrocoagulation, odor, wastewater treatment plants.   1 Departamento de Ingeniería Civil, Universidad Politécnica de Madrid.  

2 Departamento de Ingeniería Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.  * Corresponding author: Calle Felipe Cortez, 1481, piso 202, Lagoa Nova ‐ Natal ‐ Rio Grande do Norte. Código Postal: 59056150. Brasil. Email: [email protected] 

Page 18: Vol 4, No 2, 2011

15 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

Resumen La  emisión  de  olores  en  las  depuradoras  de  aguas  residuales  representa  un  impacto  significativo.  Una mayor concientización  de  la  población  sobre  sus  derechos  y  el  aumento  del  número  de  depuradoras  en  explotación, asociadas  a  las  presiones  urbanas  sobre  áreas  desocupadas  que  fuerzan  la  construcción  de  residencias  y/o complejos  de  ocio  cada  vez  más  próximos  de  las  depuradoras,  obligan  a  las  empresas  responsables  de  las depuradoras a  considerar este problema, buscando  soluciones de  forma  constante para evitar  conflictos  con  las comunidades.  La utilización de procesos electroquímicos para el tratamiento de aguas residuales está adquiriendo cada día más importancia por su versatilidad, reducido tamaño y capacidad de automatización.  En  este  sentido,  resulta  de  especial  interés  la  electrocoagulación,  como  procedimiento  de  tratamiento  de compuestos  olorosos  presentes  en  aguas  residuales.  Durante  la  presente  investigación  se  ha  estudiado  la eliminación de los siguientes compuestos volátiles olorosos mediante el proceso de electrocoagulación: sulfuro de carbono, tolueno y diclorometano.  Se ha investigado el efecto del diseño del reactor (configuración de 1 fuente, configuración de 2 fuentes seguidas y configuración de 2 fuentes separadas), naturaleza de los electrodos (aluminio), y corriente eléctrica aplicada (0,5 A, 2 A, 4 A, 6 A, 8 A y 9,5 A).  Se  observaron  rendimientos  satisfactorios  para  el  sulfuro  de  carbono  y  se  determinó  un  rendimiento  óptimo mediante electrodos de aluminio separados entre sí 2,5 cm., utilizando  la configuración de 1  fuente, y aplicando intensidades muy bajas (0,5 amperios). En referencia al tolueno se apreció un ligero rendimiento, mientras que no se observó acción significativa sobre el diclorometano. La configuración de 1 fuente, además de haber presentado los mejores  rendimientos para  el  sulfuro de  carbono  y  el  tolueno,  requiere un  suministro de  energía  inferior  y menores tiempo de retención.  Palabras clave: compuestos volátiles, electrocoagulación, olores, depuradoras.  

  Introducción  Según El tribunal Europeo de Derechos Humanos y la jurisprudencia contencioso‐administrativa han declarado que la contaminación por olores puede llegar a afectar en determinados casos el derecho a  la  intimidad domiciliaria de  las personas. Con esta declaración podemos observar  la importancia del  tema y de  la búsqueda de  soluciones a este problema. Antes que nada debe comentarse que  la emisión de olores, en  las depuradoras de aguas  residuales,  representa un impacto significativo.   Una mayor  concientización de  la población  sobre  sus derechos, y el aumento del número de depuradoras en explotación, asociadas a  las presiones urbanas sobre áreas desocupadas, que fuerzan  la  construcción  de  residencias  y/o  complejos  de  ocio  cada  vez más  próximos  de  las depuradoras,  obligan  a  las  empresas  responsables  de  las  depuradoras  a  considerar  este problema, buscando soluciones de  forma constante para evitar problemas y conflictos con  las comunidades.   Los  compuestos  químicos  orgánicos  o  inorgánicos  responsables  de  la  generación  de  olores provenientes de depuradoras, normalmente son resultados de  las actividades bacterianas en  la red de saneamiento o en la propia depuradora, emitidos a través de gases. Algunos compuestos 

Page 19: Vol 4, No 2, 2011

16 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

proceden  de  actividades  industriales,  al  verterse  en  la  red  alcantarillado  también  pueden generar malos olores.   La  utilización  de  procesos  electroquímicos  para  el  tratamiento  de  aguas  residuales  está adquiriendo  cada  día más  importancia  por  su  versatilidad,  reducido  tamaño  y  capacidad  de automatización. La operación presenta atractivos económicos   además de que  los  tiempos de retención en el tratamiento son pequeños, lo que permite la posibilidad de hacerlo en continuo, dado el bajo tiempo de residencia necesario para  la eliminación del contaminante. El objetivo de  la  presente  investigación  se  fija  en  evaluar  la  eficiencia  de  la  electrocoagulación  en  la eliminación  de  compuestos  volátiles  olorosos  presentes  en  depuradoras  (sulfuro  de  carbono, diclorometano y tolueno).    Metodología La investigación se llevó a cabo en una planta piloto de electrocoagulación instalada en la EDAR de Viveros de la Villa (Madrid/España), utilizando como influente el agua residual procedente de la decantación secundaria de dicha depuradora.   La planta piloto  consta de dos  líneas de proceso,  con  sus  respectivos equipos,  conducciones, válvulas e  instrumentación necesarios para asegurar un correcto  funcionamiento de  la planta piloto. Todas las partes en contacto con el líquido están construidas en metacrilato y PVC (figura 1).   

  Figura 1. Vista frontal de la planta piloto de electrocoagulación 

 

Page 20: Vol 4, No 2, 2011

17 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

Según Gutiérrez y Droguet  (2002)  la cromatografía de gases combinada con  la espectrometría de masas es una herramienta potente para  separar,  identificar y cuantificar  los componentes causantes de mal olor. De esta manera el sulfuro de carbono, el tolueno y el diclorometano se determinaran  mediante  el  método  8260B  de  la  EPA.  De  GC/MS  (Cromatografía  de Gases/Espectrometría de Masas) (USEPA, 1996).   Los  parámetros  claves  a  la  hora  de  aplicar  un  proceso  electrolítico  son:  diseño  del  reactor, naturaleza de los electrodos, y corriente de trabajo. En el diseño del experimento fue necesario definir los parámetros que regirían cada unos de los ensayos: por un lado la configuración de los electrodos  (una  fuente  de  alimentación  de  corriente  eléctrica,  dos  fuentes  seguidas  de alimentación  de  corriente  eléctrica  y  dos  fuentes  de  alimentación  de  corriente  eléctrica separadas por una chapa sin corriente) y, por otro, la intensidad de corriente eléctrica (0,5 A, 2 A, 4 A, 6 A, 8 A y 9,5 A). El esquema de las configuraciones de los electrodos se presenta en la figuras 2, 3 y 4 y en la figura 5 se observa el reactor de electrocoagulación con sus electrodos de aluminio. La investigación se llevó a cabo con electrodos de aluminio. 

  

                                                 

   

  Figura 5. Célula de electrocoagulación con sus respectivas placas de aluminio 

Figura 2.  Configuración de electrodos mediante una fuente 

Figura 4. Configuración de electrodos mediante dos fuentes separadas  

Figura 3. Configuración de electrodos mediante dos fuentes seguidas 

Page 21: Vol 4, No 2, 2011

18 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

Para todos los ensayos de la investigación se han adoptado 2,5 cm de distancia entre el ánodo y el cátodo y un caudal de agua de entrada en el proceso de 95  l/h. Con  lo que se  tienen 1,81 minutos  de  tiempo  de  retención  para  la  configuración  de  una  fuente,  5,64 minutos  para  la configuración de dos  fuentes  seguidas  y  11,28 minutos para  la  configuración de dos  fuentes separadas.  Los ensayos  se  realizan  con  la  adición  artificial de productos. Para determinar  las concentraciones  a  añadir  en  el  agua  se  tomaron  como  variables  la  eficiencia  del  proceso,  el límite de detección de la técnica analítica y el umbral de detección. En la tabla 1 se presenta las referencias de cada uno de los reactivos y sus respectivas concentraciones a adicionar.   Tabla 1. Referencias de los reactivos con sus respectivas concentraciones a adicionar 

Descripción Vs (l/l) 

Sulfuro de carbono PA‐ACS 8

Tolueno (Reag. Ph. Eur.) PA‐ACS‐ISO 12

Diclorometano estabilizado con amileno PA‐ACS‐ISO 8

  También  se  realizaron  ensayos  sin  tratamiento  (ensayo  0)  para  verificar  la  volatilización  y comparar los resultados obtenidos con los demás resultados.    Presentación de resultados De  las  3  configuraciones  investigadas  solamente  la  configuración  de  1  fuente  ha  presentado rendimientos por encima de  los obtenidos por  la volatilización (ensayo con  intensidad 0), para todos  los  parámetros  analizados,  en  los  ensayos mediante  las  demás  configuraciones  no  se apreciaron rendimientos debido al proceso. Los resultados obtenidos mediante la configuración de 1 fuente se presentan en las tablas siguientes.  Los resultados más relevantes, en cuanto a remoción de sulfuro de carbono y tolueno, se da en la  configuración  de  1  fuente,  a  intensidad  muy  baja  de  0,5  A,  sin  embargo  se  aprecian rendimientos, por encima de los alcanzados solamente por la volatilización, con intensidades de 4 A y 6 A.  De  igual  manera  que  en  el  caso  del  sulfuro  de  carbono  se  observa  un  rendimiento  más apreciable  para  el  tolueno, mediante  intensidad muy  baja  (0,5  A)  y mediante  intensidades medianas de 4 y 6 amperios, sin embargo  los rendimientos del tratamiento para el tolueno se aprecian menores.    

Page 22: Vol 4, No 2, 2011

19 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

Tabla 2. Resultados de las muestras de sulfuro de carbono mediante la configuración de 1 fuente mediante varias intensidades 

SULFURO DE CARBONO 

1 fuente 

Intensidad (A)  Entrada (mg/l) Salida (mg/l) Rendimiento (%) 

0  78  45  42,3 

0,5 80  40  50 

38  11  71,05 

2  77  69  10,39 

4  85 60 

61 26 

28,24 56,67 

6  64 61 

37 19 

42,2 68,85 

8  83  67  19,3 

9,5  18  15  16,67 

   Tabla 3. Resultados de las muestras de tolueno mediante la configuración de 1 fuente mediante varias intensidades 

TOLUENO 

1 fuente 

Intensidad (A)  Entrada (mg/l) Salida (mg/l) Rendimiento (%) 

0  6,1  4,1  32,8 

0,5  4,6 10 

2,5 5,7 

45,65 43,00 

2  4,3  4  6,98 

4  2,8 4,6 

2,3 3,6 

17,86 21,74 

6  2,4 14 

0,77 4,4 

67,92 68,57 

8  1,7  1,6  5,9 

9,5  2,7  2,4  11,1 

     

Page 23: Vol 4, No 2, 2011

20 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

En relación al diclorometano, al comparar los resultados del proceso mediante el suministro de energía eléctrica y los rendimientos alcanzados por la volatilización no se aprecian rendimientos significativos debido a la electrocoagulación.  

 Tabla 4. Resultados de las muestras de diclorometano mediante la configuración de 1 fuente mediante varias intensidades 

DICLOROMETANO  

1 Fuente 

Intensidad (A)  Entrada (mg/l) Salida (mg/l) Rendimiento (%) 

0  58  43  25,9 

0,5  56 28 

33 21 

41,07 25,00 

2  52  52  0 

4  40 41 

31 34 

22,5 17,07 

6  8,2 41 

7,3 33 

10,98 19,51 

8  13  13  0 

9,5  28  26  7,14 

  En  todos  los  casos  llama  la  atención que este efecto de  reducción no  se  aprecie de manera uniforme. Esto se debe a la volatilización.  En  la  figura 6,  se muestra  la  tendencia en  los datos de  acuerdo  con el  tipo de  configuración utilizada.    En  él  se  puede  apreciar  que  la  configuración  de  2  fuentes  separadas,  a  pesar  de presentar un tiempo de retención en el tratamiento dos veces mayor que en la configuración de 2 fuentes seguidas, el consumo de energía no se duplica como se esperaba.   Esto se explica porque en  la configuración de dos  fuentes separadas se desarrollan reacciones electroquímicas entre los electrodos y las chapas de aluminio, necesitando de un aporte mayor de  energía  eléctrica.  Para  todas  las  configuraciones  estudiadas  se  obtuvieron  apreciables correlaciones entre la configuración adoptada y la energía consumida.     

Page 24: Vol 4, No 2, 2011

21 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

 Figura 6. Relación entre la intensidad  de corriente eléctrica aplicada y el consumo de energía 

  

Conclusiones  El  tratamiento de olores es una  tarea que  cada  vez  cobra más  importancia en  las plantas de depuración de aguas residuales, por  lo que  la  idea fundamental de  la presente  investigación es observar  la  eficiencia  de  la  electrocoagulación  en  la  eliminación  de  compuestos  volátiles olorosos  producidos  por  el  tratamiento  de  dichas  aguas.  Esta  técnica  podría  constituir importantes  avances  en  el  campo  de  la  eliminación  de  olores  en  el  agua,  debido  a    su versatilidad, reducido tamaño y capacidad de automatización.   A pesar del comportamiento variable del sulfuro de carbono, e independientemente de su alto grado de volatilización, se ha llegado a las siguientes conclusiones:  Existe  un  rendimiento  importante  en  la  reducción  del  parámetro  independiente  de  la volatilización.  Se ha determinado que  el  rendimiento óptimo  se  consigue mediante  electrodos de  aluminio separados entre sí 2,5 cm., utilizando la configuración de 1 fuente, y aplicando intensidades muy bajas (0,5 amperios).   Aunque el  tolueno es un compuesto muy volátil,  tras  realizar  la electrooxidación con ánodo y cátodo de aluminio se concluye que:  Existe un ligero rendimiento en el tratamiento para su disminución. 

Page 25: Vol 4, No 2, 2011

22 

Vol. 4, No. 2, 14 – 22 2 de Diciembre de 2011 

Con  la configuración de 1  fuente, de tiempo de retención 1,81 minutos, e  intensidades de 0,5 amperios y 6 amperios, se obtienen los mejores rendimientos.  Según  los  resultados de  la  investigación, obtenidos en  relación  al diclorometano,  se  concluye que: 

Los  rendimientos  alcanzados  para  esto  compuestos  son  apreciables  debido  la volatilización.  

La reducción del compuesto no se debe al proceso. 

Tras todas las investigaciones realizadas, se concluye que el consumo de energía eléctrica está  íntimamente  relacionado con  la configuración que se adopte en el proceso. Se ha determinado que  la  configuración de 1  fuente es  la  solución energética óptima, dado que: 

La configuración de 2 fuentes separadas desarrolla reacciones electroquímicas entre  los electrodos  y  las  chapas  de  aluminio,  necesitando  así    un  aporte  mayor  de  energía eléctrica. 

La  configuración  de  1  fuente,  además  de  haber  presentado  los mejores  rendimientos para el  sulfuro de  carbono  y el  tolueno,  requieren un  suministro de energía  inferior  y menores tiempos de retención. 

  Referencias bibliográficas Arispe, S., Heor, Y., McConnell, L. y Kim, H.(2007) The Oxidation of Odorants from Wastewater Sludge Using Four 

Different Oxidants, Korean Journal of Odor Research and Engineering, 6(1), 28‐32. Ateya, B.G., Al‐kharafi, F.M., Abdallah, R.M. y Al‐azab, A.S. (2005) Electrochemical removal of hydrogen sulfide from 

polluted brines using porous flow through electrodes, Journal of Applied Electrochemistry, 35, 297–303.  Chair, T. M. (2004) Control of Odors and Emissions from Wastewater Treatment Plants, Water Environment 

Federation.  Chen, G. (2004) Electrochemical technologies in wastewater treatment, Separation and Purification Technology, 38, 

11‐41.  Converse, B.M., Schroeder, E.D., Iranpour, R., Cox, H.H.J. y Deshusses, M.A. (2003) Odor and Volatile Organic 

Compound Removal from Wastewater Treatment Plant Headworks Ventilation Air Using a Biofilter, Water Environmental Research, 75(5). 

Jeon, E., Hyun‐Keun Son, H. y Sa, J. (2009) Emission Characteristics and Factors of Selected Odorous Compounds at a Wastewater Treatment Plant, Sensors, 9, 311‐326. 

Murugananthan, M., Bhaskar G. R. y Prabhakar, S.(2004) Removal of sulfide, sulfate and sulfite ions by electrocoagulation, Journal of Hazardous Materials 37‐44. 

Pouet M F y Grasmick A. (1995) Urban wastewater treatment by electrocoagulation and flotation, Water science and technology, 31, 275‐283. 

Sattler, M. L. y Rosenberk, R. S. (2006) Removal of Carbonyl Sulfide Using Activated Carbon Adsorption Journal Air & Waste Manage, 56, 219‐224. 

Page 26: Vol 4, No 2, 2011

23 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

REVISTA   AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. MANEJO DE RESIDUOS GENERADOS DIRECTA O INDIRECTAMENTE POR EL CULTIVO DE CEBOLLA  EN AQUITANIA (BOYACA‐COLOMBIA) 

 

*Patricia Martínez‐Nieto 1  Daniel García‐González 2 

Paula Sofía Silva‐Bonilla 2 

Gustavo Vargas‐Chaparro 3 

Felipe Valderrama‐Escallón 1 

WASTE MANAGEMENT GENERATED DIRECTLY OR INDIRECTLY BY ONION CROP IN AQUITANIA (BOYACA‐COLOMBIA)  Recibido el 15 de marzo de 2011;  Aceptado el 5 de octubre de 2011 

Abstract The  crop  of  green  onion  (Allium  fistulosum  L.)  in  Aquitania,  municipality  belonging  to  Basin  of  Tota  Lake  in Colombia, used high amounts of chicken manure to fertilize and chemical synthesis inputs for pest and disease. This has  led  to  pollution  and  eutrophication  of  the  Tota  Lake,  which  encouraging  the  proliferation  of  aquatic macrophytes as Brazilian elodea  (Egeria densa Planch).   Elodea mechanically extracted  from TOTA  Lake, wastes from the process of leaf removal and deburring onion, known as “pelanza”, and chicken manure, can be converted into  high‐quality  compost  using  beneficial microorganisms  in  the  composting  process.  Six  treatments with  two replicates that consisted of two mixes of waste, with and without addition of microbial inoculants, were designed for  this  research.  The macronutrient  content was  increased  in  the mixture with  chicken,  onion waste,  elodea, barley  flour  and  rice  hulls,  mainly  when  it  was  inoculated  with  cellulolytic,  proteolytic  and  amylolitic microorganisms.  None  of  the  treatments  presented  heavy  metals,  pathogenic  human  or  phytopathogenic nematodes.  In phytotoxicity bioassay  in  radish  (Raphanus sativus L.),  the highest germination  rate was obtained with treatment using onion, elodea and rice hulls inoculated cellulolytic, proteolytic and amylolitic microorganisms. Biofertilizer production due to their biological and nutritional characteristics is a good alternative to the onion crop waste management in subpáramo; within the concept of sustainable development.  Keywords:  Composting,  Brazilian  elodea,  chicken manure,  degrading microorganisms  of matter  organic,  onion waste.   1  Fundación Humedales 

2 Corporación para el desarrollo participativo y sostenible de pequeños agricultores (Corporación PBA) 

3 Productores asociados de cebolla larga y otras hortalizas en producción más limpia del Municipio Aquitania (Asociación Parcela) * Corresponding author: Calle 142 No 13‐49 Interior 2. Conjunto Residencial “El Pórtico”. Barrio Cedritos‐Bogotá‐Colombia. Email: [email protected]  

Page 27: Vol 4, No 2, 2011

24 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

Resumen El cultivo de cebolla larga (Allium fistulosum L.) en Aquitania, municipio perteneciente a la cuenca del Lago de Tota en Colombia, emplea altas cantidades de  gallinaza para fertilizar e insumos de síntesis química para el control de plagas  y  enfermedades.  Esto  ha  generado  la    contaminación  y  eutroficación  del  lago  de  Tota,  favoreciendo  la  proliferación  de  macrófitas  acuáticas  como  elodea  brasilera  (Egeria  densa  Planch).  La  elodea  extraída mecánicamente  de  la  Laguna  de  Tota,  residuos  provenientes  del  proceso  de  deshoje  y  desbarbe  de  la  cebolla conocido  como  “pelanza”,  y  gallinaza  cruda,  pueden  ser  convertidas  en  abono  de  alta  calidad  utilizando microorganismos benéficos en el proceso de compostaje. Para esta  investigación  se diseñaron  seis  tratamientos con dos repeticiones que consistieron en la utilización de dos mezclas de los residuos con y sin adición de inóculos microbianos.  El  contenido  de macronutrientes  se  incremento  en  la mezcla  con  gallinaza,  residuos  de  cebolla, elodea,  harina  de  cebada  y  cascarilla  de  arroz,  principalmente  cuando  fue  inoculado  con  microorganismos celulolíticos,  proteolíticos  y  amilolíticos.  Ninguno  de  los  tratamientos  presentó  metales  pesados,  patógenos humanos, o nematodos fitopatógenos. En la prueba de fitoxicidad en rábano (Raphanus sativus L.), el mayor índice de germinación se obtuvo con el tratamiento que utilizo residuos de cebolla, elodea y cascarilla de arroz inoculados con  microorganismos  celulolíticos,  proteolíticos  y  amilolíticos.  La  producción  de  bioabonos  debido  a  sus características nutricionales y biológicas, constituye una buena alternativa para manejo de residuos del cultivo de cebolla en subpáramo; dentro del concepto de desarrollo sostenible.  Palabras  claves:  Compostaje,  Elodea  brasilera,  gallinaza,  microorganismos  degradadores  de  materia  orgánica, residuos de cebolla. 

   Introducción La cuenca del lago de Tota ubicada en el departamento colombiano de Boyacá, comprende los municipios de Aquitania, Cuitiva  y Tota, donde  se  concentra  la mayor producción de  cebolla larga del país. Esta actividad agrícola  sumada al vertimiento de aguas negras procedentes de estos municipios  contamina  el  agua  de  este  lago,  segundo  en  importancia  en  Sur  América después del Titicaca. Además, el cultivo de cebolla interviene áreas de páramo en el municipio de Aquitania por debajo de los 3.300 m.s.n.m (Rodríguez, 2005; Alcaldía Municipal de Aquitania, 2008).   La cebolla es el principal generador de empleo e  ingresos en Aquitania con una participación promedio del 80% de la población (Renjifo et al., 2002; Departamento Administrativo Nacional de  Estadística,  DANE,  2002).  En  este  cultivo  el  uso  de  insumos  agrícolas  es  el  rubro  que demanda mayor  inversión,  con  una  participación  de  fertilizantes  orgánicos  (gallinaza  cruda) hasta del 50% de  los costos  totales durante el establecimiento del cultivo. Lo anterior genera problemas fitosanitarios y procesos de nitrificación acelerada con pérdida de nutrientes que por lixiviación  llegan al  lago de Tota, aumentando el desarrollo de plantas acuáticas como  junco y elodea,    que  reducen  la  superficie  de  agua  y modifican  el  hábitat  de  fauna  y  flora  nativas, causando con el tiempo eutrofización (Renjifo et al., 2002; Rodríguez, 2005; Hio, 2006).  La utilización de elodea y  jacinto de agua  (Eichhornia crassipes) para  la producción de abono orgánico utilizando microorganismos benéficos ha sido una experiencia exitosa en la Laguna de 

Page 28: Vol 4, No 2, 2011

25 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

Fúquene, obteniendo un producto de excelente calidad nutricional y biológica (Palacios, 2007; Martínez‐Nieto, 2007 y 2009).  La  inoculación  con  microorganismos  controladores  biológicos  y  fijadores  de  nitrógeno  al compost  según  algunos  autores  disminuye  el  uso  de  plaguicidas,  favorece  la  absorción  de nutrientes  y mejora  la  calidad  del  producto  final    aumentado  la  concentración  de  proteínas (Clarkson et al., 2006; Gómez, 2007).    Por otro  lado el cultivo de  la cebolla genera  residuos en el proceso conocido como “pelanza” que consiste en un desprendimiento de hojas secas y deterioradas y de  las raíces más  largas, que son abandonados en diferentes lugares sin ningún tratamiento en vez de convertirse en una alternativa productiva en  la zona mediante el compostaje (Martínez et al., 2008; Varela, 2006; Clarkson et al., 2006.)   Por  tal  razón  el  objetivo  de  esta  investigación  fue  producir  abonos  orgánicos  a  partir  del compostaje de elodea, pelanza de cebolla y gallinaza utilizando microorganismos para mejorar la calidad del producto  final, dentro del proyecto   “Desarrollo participativo de alternativas de producción  limpia de cebolla de rama para el manejo y uso sostenible de suelos y aguas en  la región de la cuenca del lago de Tota, Departamento de Boyacá, Colombia”.  

  Materiales y métodos  Residuos Se  utilizaron  como  residuos  base  gallinaza,  pelanza  de  cebolla,  elodea  brasilera  (Macrófita invasora extraída mecánicamente de la laguna de Tota como mecanismo de control) y cascarilla de  arroz  (Residuo  generado en un municipio  cercano  a Aquitania que  ayuda  a  la  aireación  y absorción de humedad del  sistema de  compostaje). Adicionalmente  se uso harina de  cebada para nivelar  la relación de transformación   carbono/nitrógeno, carbono/fósforo y el contenido de  humedad  dentro  de  los  rangos  ideales  para  compostaje:  20‐30/1,  75‐175/1  y  40‐60  % respectivamente  (Martínez‐Nieto,  2006;  Abaunza  et  al.,  2008; Washington  State  University, 2009).  La harina de cebada también se escogió teniendo en cuenta su disponibilidad en la zona, la  calidad  expresada  en  ausencia  de  sustancias  nocivas  y  el  valor  económico  (Trautmann  y Krasny, 1997; Corporación Técnica Alemana (GTZ), 2001; Martínez‐Nieto, 2006). En la tabla 1 se observa  el  contenido  de  carbono,  fosforo,  nitrógeno,  humedad  y  densidad  aparente  de  los residuos que se usaron en el proceso de compostaje.    

Page 29: Vol 4, No 2, 2011

26 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

Tabla 1. Contenido de nutrientes, humedad y densidad aparente de residuos de elodea, pelanza de cebolla, gallinaza, cascarilla de arroz y harina de cebada  

SUSTRATO  

N % 

C% 

P% 

C/N 

C/P 

HUMEDAD % 

DENSIDAD g/cm3 

Elodea  2,94  43,7 0,15 14,9 291,3 63,13 0,15 Cebolla  1,68  28,0 0,59 16,7 47,5 67,57 0,16 

Gallinaza  3,08  55,5 1,34 18,0 41,4 14,21 0,30 Cascarilla de arroz  0,42  58,1 0,06 138,3 968,3 21,13 0,16 Harina de cebada  1,17  66,7 0,34 57,0 196,2 9,20 0,43 

  Microorganismos Se  emplearon  dos  biopreparados  microbianos,  uno  compuesto  de  microorganismos celulolíticos, proteolíticos y amilolíticos (MCPA) mezclados a una concentración de 108 UFC mL‐1 y el otro con microorganismos eficientes (EM) producidos comercialmente en Colombia por  la Fundación  para  Asesorías  del  Sector  Rural  (FUNDASES)  bajo  la  supervisión  de  EM  Research Organization (EMRO),  Latinoamérica.  Diseño experimental bajo condiciones de invernadero Con base en el  contenido de nutrientes, humedad y densidad y  los  resultados obtenidos por Martínez‐Nieto (2006) en la zona, se estableció un diseño experimental con seis tratamientos y dos repeticiones para un total de doce pilas de compostaje de 9 m3.   Para  los tratamientos se utilizaron dos mezclas diferentes de  los  sustratos  con  y  sin  adición de    inóculos microbianos (tabla  2).  En  la  combinación  de  los  residuos  se  puso  especial  cuidado  en  obtener  valores teóricos en  los rangos  ideales de humedad y relación carbono/ nitrógeno, teniendo en cuenta que ésta determina en gran medida  las características de  la descomposición y el contenido de sustancias que valorizan el producto final (GTZ, 2001).   

Tabla 2. Tratamientos utilizados en el diseño experimental bajo condiciones de invernadero en Aquitania 

TTO  INOCULO  SUSTRATOS C/N  Humedad (%)  

Altura (m) Tipo  Cantidad (Tn)

1  MCPA  Elodea Cebolla Gallinaza 

Cascarilla de arrozHarina de cebada Total mezcla 

0,3080,308 0,462 0,554 0,123 1,76 

14,8616,67 18,02 138,33 57,01 25 

63,1 67,6 14,2 21,1 9,2 38 

0,3420,481 0,308 0,321 0,048 1,50 

2   EM 

3  Sin inoculación  

4  MCPA  Elodea Cebolla 

Cascarilla de arrozTotal mezcla 

0,4040,807 0,202 1,41 

14,8616,67 138,33 24 

63,1 67,6 21,1 60 

0,4490,841 0,210 1,50 

5  EM 

6  Sin inoculación  

Page 30: Vol 4, No 2, 2011

27 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

El montaje de  las pilas  se  realizó mediante  la  técnica de parva o montón, de acuerdo  con  la metodología empleada por Martínez‐Nieto (2006) y Abaunza et al. (2008) en un invernadero de 1000 m2. Los inóculos microbianos se agregaron a medida que se iba formando la pila y una vez terminado el montaje se tomó temperatura con termómetro de punzón, pH con tiras reactivas y humedad  por el método del guante (Martínez‐Nieto, 2007 y 2009).   Inoculación microbiana Se realizaron tres aplicaciones semanales a razón de 1 L T‐1 de residuos del biopreparado MCPA y de los EM cuatro dosis, una inicial de 2 L T‐1 de residuos y las siguientes de 1 L T‐1 de residuos cada ocho días.   Monitoreo de parámetros fisicoquímicos y volteos La  temperatura  se  registro  diariamente;  mientras  que  el  pH    y  humedad  se  tomaron semanalmente durante todo el proceso. Los volteos se realizaron cada ocho días por miembros de una asociación de cultivadores de cebolla en rama de la zona (Asociación PARCELA).   Evaluación fisicoquímica y biológica para determinar la calidad del producto final Cuando los tratamientos por sus características macroscópicas (olor a tierra húmeda debido a la liberación de geosmina) y de temperatura (Li et al., 2004; Ge et al., 2006) alcanzaron la etapa de curado, se tamizaron y se  les realizó test de fitotoxicidad (porcentaje e  índice de germinación) en rábano (Raphanus sativus L.) para confirmar la madurez de los compost producidos (Varnero et  al.,  2007).  Con  estos  resultados  se  procedió  a  la  realización  de  análisis  fisicoquímicos completos  para  compost,  metales  pesados,  Enterobacterias,  Salmonella  sp.  y  recuento  de fitopatógenos. Los resultados permitieron establecer  la calidad de  los compost producidos con base  en  la Norma  Técnica Colombiana  (NTC)  5167    expedida por  el  Instituto Colombiano de Normas  Técnicas  y Certificación  (ICONTEC)  (2004)  y  la normatividad  internacional  consultada (Washington  State  Department  of  Ecology,  1994;  Hogg  et  al.,  2002;  Instituto  Nacional  de Normalización de Chile, 2005; Ge et al., 2006).   Los análisis se  realizaron en el  laboratorio de control de calidad Doctor Calderón Asistencia Técnica Agrícola LTDA, certificado por el Instituto Colombiano Agropecuario  (ICA),  entidad  colombiana  encargada  de  otorgar  los  registros  para fertilizantes, abonos orgánicos y acondicionadores del suelo.  Análisis estadístico Los datos se trataron estadísticamente mediante un análisis de varianza  (ANOVA) de una sola vía  (P  <  0,05)  y  con  la  prueba  de  Rango Múltiple  de  Duncan,  para  determinar  diferencias significativas entre las medias.  

  

  

  

  

Page 31: Vol 4, No 2, 2011

28 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

Resultados y discusión  Monitoreo de parámetros fisicoquímicos y volteos Los mayores valores de temperatura se obtuvieron en los tratamientos que utilizaron todos los sustratos,  los  cuales  mantuvieron  temperaturas  por  encima  de  55  ºC  durante  un  mes aproximadamente  (figura  1),  siendo  los mejores  tratamientos  de  acuerdo  con  la  prueba  de rango múltiple de Duncan (Tabla 3). Los otros tratamientos no cumplieron con  lo exigido en  la normatividad  internacional al no  incrementar su  temperatura por encima de 55  o C  (figura 1)  (Washington  State  Department  of  Ecology,  1994;  Hogg  et  al.,  2002;  Ge  et  al.,  2006).  La  evolución de la temperatura en los tres primeros tratamientos comprueban indirectamente que  la medida de la pila, humedad, aireación y relación carbono /  nitrógeno fueron favorables para la reducción microbiana (Trutmann y Krasny, 1997; Cereijo et al., 2007).   

 Figura 1. Dinámica de la temperatura de los tratamientos durante cuatro meses bajo condiciones de invernadero en el municipio de Aquitania (Boyacá, Colombia) 

  Al final del proceso de degradación, los tratamientos cuatro y cinco obtuvieron los pH más altos con un valor de 8,0,  seguido en orden decreciente por el  seis  (7,9), uno y  tres con 7,6 y por último el dos (7,5). En Colombia se exigen valores en un rango de 4 a 9; mientras que en otros países contemplan como normal entre 5 y 8  (Washington State Department of Ecology, 1994; Hogg  et  al.,  2002;  ICONTEC,  2004).  Fernández  y  Castellá  (2010)  recomiendan  que  el  pH  del 

Page 32: Vol 4, No 2, 2011

29 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

compost  se mantenga  cercano  a  la  neutralidad  ya  que  valores mayores  o menores  pueden resultar muy alcalinos o ácidos para algunos cultivos.   Los  tratamientos  donde  se  utilizo  la  mezcla  de  elodea  y  cebolla  presentaron  inicialmente humedades alrededor de 60 % y de acuerdo a Torres‐Lozada et al.  (2005), no es conveniente manejar humedades cercanas a este rango debido a que todo proceso de compostaje produce dióxido  de  carbono  y  agua,  que  sumada  al  agua  propia  del material puede  hacer  que  no  se incremente  la temperatura, como sucedió en estos tratamientos a pesar que se sometieron a procesos  de  secado.  En  la  etapa  de  enfriamiento  y maduración  todas  las  pilas  presentaron humedades  por  debajo  de  35%,  en  concordancia  con  lo  exigido  en  la  normatividad  nacional (ICONTEC, 2004), con porcentajes entre 5,8 % y 12,2 %.   El  proceso  de  compostaje  es  una  compleja  interacción  entre  sustrato,  microorganismos, aireación, producción de agua y calor. Es importante entender cómo influyen estos parámetros en el ecosistema microbiano para mejorar la eficiencia del proceso (Trautmann y Krasny, 1997; Cereijo et al., 2007; Moreno y Moral, 2008). Las humedades presentadas en los tratamientos 4, 5 y 6 disminuyeron  la eficiencia del sistema por ausencia de una verdadera etapa termófila al igual que lo observado por Luo et al. (2008), prolongando el tiempo de degradación de las pilas y  presentando  concentraciones  del  hongo  Fusarium  sp.  entre  103  y  104  UFC  g‐1,  el  cual dependiendo de  la especie puede  causar patología en  algunos  cultivos  (Freeman  y Maymon, 2000); caso contrario a lo presentado por los primeros tratamientos que alcanzaron valores de temperatura hasta de 71 o C con curvas normales de degradación (Tabla 3).    Tabla 3. Temperaturas máximas promedio obtenidas en los seis tratamientos de compostaje en el municipio de Aquitania, bajo condiciones de invernadero  

Temperatura máxima * 

Tratamientos

1  2 3 4 5  6o C  70,5 

a 68,0a 

71,0a 

53,8b 

51,8 b 

51,5b 

* P=0,0009. Los datos representan promedios de dos replicas. Las  letras muestran    los niveles de  la   prueba de rango múltiple de Duncan, donde letras iguales indican promedios estadísticamente iguales.  El primer nivel está representado por la letra a y el segundo por la letra b 

  Evaluación fisicoquímica y biológica para determinar la calidad del producto final En la tabla 4 se observan los resultados de los análisis realizados para determinar la madurez y calidad de  los compost obtenidos en  los diferentes  tratamientos. La mayoría de  tratamientos cumplieron  con  toda  la  normatividad  colombiana,  a  excepción  del  cuatro,  cinco  y  seis  con relación al fosforo, y tres y seis con recuentos altos de coliformes totales (tabla 4).  

Page 33: Vol 4, No 2, 2011

30 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

En  la  prueba  de  fitotoxicidad,  los mayores  porcentajes  de  germinación  se  observaron  en  los tratamientos 4, 5 y 6, siendo  los mejores de acuerdo a  la prueba de rango múltiple de Duncan (tabla  4);  aunque  todos  los  tratamientos  a  excepción  del  dos  se  encontraron  dentro  de  los límites  permitidos  por  la  normatividad  internacional  consultada  (mayor  o  igual  al  90) (Washington  State  Department  of  Ecology,  1994;  Hogg  et  al.,  2002;  Instituto  Nacional  de Normalización, 2005; Ge et al., 2006). Sullivan y Miller (2001) recomiendan interpretar este test con cuidado y apoyarse en otros análisis antes de  indicar  la madurez de un compost, debido a que un alto contenido de sales en el material inhibe la germinación de algunas semillas en todas las etapas de curado, lo cual se comprobó en esta investigación al analizar el tiempo de curado, relación carbono/ nitrógeno, temperatura final y las características sensoriales que indicaban la madurez del tratamiento 2.   Con relación al índice de germinación valores entre 0,8 y 1,0 no inhiben el crecimiento e índices superiores a 1 incrementan más que deteriorar el crecimiento (Trautmann y Krasny, 1997).  En todos  los  tratamientos  se  obtuvieron  índices  promedios  superiores  a  0,8    y  en  el  cuatro alrededor  de  3  (Tabla  4),  pero  no  se  presentaron  diferencias  significativas  en  el  análisis  de varianza (P=0,158).   Los más altos contenidos de nitrógeno,  fosforo y potasio se encontraron   en  los  tratamientos que  mezclaron  todos  los  residuos  y  según  la  prueba  de  rango  múltiple  de  Duncan  los tratamientos 1 y 2 fueron los mejores con relación al nitrógeno; mientras que para los otros dos nutrientes  no  se  encontraron  diferencias  entre  los  tres  primeros  tratamientos  a  un  nivel  de significancia de 0,05 (Tabla 4). El  laboratorio de control de calidad Dr. Calderón compararon el contenido de nitrógeno, fosforo y potasio de los diferentes abonos producidos en Aquitania con todos  los  compost,  humus  de  lombriz  y  gallinazas  que  ellos  han  analizado  en  diez  años  de funcionamiento mediante un  índice, cuyo valor  indica  lo siguiente: menor de 0,5 baja calidad,  igual a 1 compost estándar y encima de 1 superior al material comparado, siendo un producto de muy alta calidad el que obtenga un valor mayor a 2. El más alto valor lo obtuvo el compost procedente del tratamiento 1(2,16) seguido en orden decreciente por el tres (2,03), dos (1,99), cuatro (1,08), seis (1,04) y cinco (1,01).  Un punto a resaltar es la conductividad eléctrica ya que la cebolla es medianamente tolerante al contenido de sales disueltas (Basaure, 2005), esto significa que  los abonos se deben utilizar en pocas cantidades para no provocar toxicidad por salinidad. Sullivan y Miller (2001) recomiendan para compost con conductividad elevada reducir la proporción que se incorpora a los medios de crecimiento de las plantas.     

Page 34: Vol 4, No 2, 2011

31 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

Tabla 4: Comparación de los resultados de los análisis realizados a los tratamientos montados en Aquitania con los valores exigidos por la normatividad colombiana.  

Composición  Unidad  Tratamientos  NTC 5167/04 

1  2  3  4  5  6 

Test de fitotoxicidad                         

Porcentaje germinación P= 0,033 

%  90 c 

85 c 

96 b, c 

134 a 

131 a, b 

134 a 

‐‐‐‐‐ 

Índice germinación      1,15  1,03  0,96  3,24  2,7  2,16  ‐‐‐‐‐ 

Densidad Aparente  g mL‐1  0,33  0,29  0,31  0,34  0,18  0,32  < 0,6 

Cenizas  %  35  33,8  54  47,8  46,1  55,4  <  60 

Perdidas volatilización  %  52,8  56,60  38,40  46,40  44,10  38,90  ‐‐‐‐‐ 

C.E  mS cm‐1  17,4  13,1  12,9  6,9  7,5  8,7  ‐‐‐‐‐ 

Retención Humedad  %  128,1  151,8  147,8  125,2  115,1  110,3  Su propio peso 

C.I.C  meq 100 g‐1 

62,00  70,80  64,90  62,90  42,70  45,30  > 30 

C/N     10,9  10,9  14,3  18,8  18  15,9  < 25 

Carbono orgánico   %  19,97  19,56  24,38  19,10  19,45  17,41  > 15 

Nitrógeno P=0,0001 

%  1,83 a 

1,79 a, b 

1,70 b 

1,02 c 

1,08 c 

1,10 c 

Declarar si son > 1% 

Fósforo (P2O5) P=0,0013 

%  2,51 a 

2,29 a 

2,34 a 

0,85 b 

0,67 b 

0,71 b 

Potasio (K2O) P= 0,0002 

%  2,31 a 

2,08 a 

2,24 a 

1,47 b 

1,37 b 

1,41 b 

Metales pesados                         

Arsénico  mg/kg  < 5  < 5  < 5  <5  <5  <5  0‐41 

Cadmio  mg/kg  0,16  0,2  0,2  0,22  0,16  0,25  0‐39 

Cromo  mg/kg  10,8  92  9  12,4  11,1  14,8  0‐1200 

Mercurio  mg/kg  < 5  < 5  < 5  < 5  < 5  < 5  0‐17 

Níquel  mg/kg  5,3  6,1  6,2  5,4  3,9  4,6  0‐420 

Plomo  mg/kg  4,5  5  5,3  10,8  6,7  8,1  0‐300 

Impurezas                         

Plástico, metal, caucho > 2 mm 

%  0  0  0  0  0  0  < 0,2  

Vidrio > 2 mm  %  0  0  0  0  0  0  <0,02 

Piedras > 5 mm  %  0  0  0  0  0  0  < 2 

Vidrio > 16 mm  Detección  No  No  No  No  No  No  No 

Patógenos humanos                          

Salmonella sp.  UFC g‐1  Ausente  Ausente  Ausente  Ausente  Ausente  Ausente  Ausencia 25 g 

Coliformes totales  UFC g‐1  800  310  2800  540  340  6300  < 1000 UFC g‐1 

Los datos representan promedios de dos replicas. Las letras muestran  los niveles de la prueba de rango múltiple de Duncan, donde letras iguales indican promedios estadísticamente iguales. El primer nivel está representado por la letra a 

Page 35: Vol 4, No 2, 2011

32 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

A medida que ocurre el proceso de degradación  la relación carbono/nitrógeno baja  (Iranzo et al.,  2004;  Abaunza  et  al.,  2008)   y  lo  ideal  es  que  al  final  este  entre  10‐12  ya  que  valores inferiores  tendrían  altas  concentraciones  de  amonio,  perjudiciales  para  los  cultivos  (Muñoz, 1994).  En  esta  investigación  todos  los  compost  están  por  encima  de  10  y  serian  ideales  los abonos de los tratamientos 1 y 2 (Tabla 4). 

 Todos  los  tratamientos  obtuvieron  valores  dentro  de  los  límites  permitidos  por  la  norma colombiana  para  metales  pesados  e  impurezas  (Tabla  4)  y  al  comparar  con  normas internacionales  también  estuvieron  dentro  de  los  rangos  exigidos  por  los  diferentes  países consultados  (Washington  State  Department  of  Ecology,  1994;  Instituto  Nacional  de Normalización  de  Chile,  2005; Ge  et  al.,  2006).  En  el  caso  de  Canadá  obtendrían  la máxima calidad (Categoría A tipo AA) al presentar menos de   0.01 % de  impurezas en peso seco y por estar los metales pesados dentro de los valores exigidos para esta categoría (Ge et al., 2006).  En Canadá  las  impurezas se definen como cualquier material orgánico e  inorgánico   superior a 2 mm presente en el compost excluyendo minerales del suelo, maderas y rocas (Ge et al., 2006).  La mayoría  de  tratamientos  no  presentaron  patógenos  humanos  por  encima  de  los  límites permitidos, a excepción del 3 y 6 con relación a coliformes totales (Tabla 4).  Hay que tener en cuenta que Salmonella  sp. y Coliformes  totales  son  indicadores de  contaminación y procesos incompletos  de  compostaje  (Ge  et  al.,  2006).  Por  otro  lado  ningún  compost  debe  presentar patógenos para  los cultivos de acuerdo con  la normatividad colombiana  (ICONTEC, 2004);  sin embargo,  los  tratamientos 4, 5 y 6 presentaron concentraciones de Fusarium sp., entre 103 y  104  UFC  g‐1.  En  todos  los  tratamientos  hubo  ausencia  de  nematodos  patógenos,  resultado interesante para  los compostajes que no alcanzaron temperaturas por encima de 55 o C, si se tiene  en  cuenta  que  Hio  (2006)  encontró  en  los  cultivos  de  cebolla  de  Aquitania,  altas concentraciones  de  Ditylenchus  dipsaci,  nematodo  que  ataca  raíz  y  tallo  de  la  cebolla ocasionando pérdidas por encima del 50 %.    Conclusiones El compostaje con  inóculos microbianos es una alternativa viable y  segura para el manejo de residuos del cultivo de cebolla en sub‐páramo; siendo el compost proveniente de  la mezcla de todos  los  residuos  inoculados  con  MCPA  (T1)  el  que  presento  las  mejores  características nutricionales  y  biológicas  al  cumplir  con  todos  los  parámetros  de  calidad  a  diferencia  de  los otros tratamientos, lo que permite su utilización en el cultivo de cebolla dentro del concepto de desarrollo sostenible.   Agradecimientos. Al Ministerio de Relaciones Exteriores de Holanda dentro del “Programa de Innovación Participativa con Pequeños Productores de  la Región Andina” por el financiamiento 

Page 36: Vol 4, No 2, 2011

33 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

de  esta  investigación  como  parte  del  proyecto  “Desarrollo  participativo  de  alternativas  de producción  limpia de cebolla de rama para el manejo y uso sostenible de suelos y aguas en  la región de la cuenca del lago de Tota, Departamento de Boyacá, Colombia”.   Referencias bibliográficas Abaunza C., García G., Martínez‐Nieto P., Pinto C.O. (2008) Incorporación de prácticas agroecológicas en los 

principales sistemas de producción de la localidad de Santa Fe, Distrito Capital. Produmedios, Bogotá, 125 pp. 

Alcaldía Municipal de Aquitania. (2008) Uso actual del suelo. http://www.aquitania.gov.co/archivos/paginas/medio_ambiente.html 

Basaure, P. (2005)  pH en Hortalizas ‐ Tolerancias Relativas. http://www.manualdelombricultura.com/wwwboard/messages/9529.html 

Cereijo D., Ferro J., Villar I., Rodríguez ‐ Abalde A., Mato S., Domínguez ‐ Domínguez M. y Patino F. (2007) Estudio comparativo sobre la aptitud para el compostaje de la fracción orgánica de RSU separada en origen y la recuperada por separación mecánica a partir de la fracción inerte. Residuos, 98, 2‐8.   

Clarkson J. P., Scruby A., Mead A., Wright C., Smith B. and Whipps J. M. (2006)  Integrated control of Allium white rot with Trichoderma viride, tebuconazole and composted onion waste. Plant Pathology, 55(3), 375–386. 

Cooperación técnica alemana (GTZ). (2001) De residuos verdes al compost. Manual para el compostaje de Residuos vegetales. Tecnigráfica, Rosario, 48 pp. 

Departamento Administrativo Nacional de Estadística, DANE, 2002. Primer censo del cultivo de cebolla larga 2001 –Región de la Laguna de Tota. Bogotá, 24 pp. 

Fernández J. y Castellá M. (2010)  El compost, temperatura y humedad. http://www.compostadores.com/v3/castellano/articulos/detalles.asp?ArticulosID=31 

Freeman, S. and Maymon, M. (2000) Reliable Detection of the Fungal Pathogen Fusarium oxysporum f.sp. albedinis, Causal Agent of Bayoud Disease of Date Palm, Using Molecular Techniques. Phytoparasitica, 28(4):1‐8.  

Ge B., McCartney D. and Zeb J.  (2006) Compost environmental protection standards in Canada. Journal of Environmental Engineering and Science, 5, 221–234. 

Gómez, C. A. 2007. Agricultura orgánica posible: Preparación de extracto de mantillo. El agrónomo. http://agronomord.blogspot.com/2008/01/agricultura‐orgnica‐posible‐iv.html 

Hio J. C. (2006) Las enfermedades más limitantes en la producción de cebolla de rama (Allium fistolosum) en Aquitania (Boyacá), en Avances de resultados de investigación en cebolla de rama en Aquitania, Boyacá,  Herrera C.; Sánchez G. y Peña, V. Editores, Produmedios, Bogotá, 41‐48. 

Hogg D., Barth J., Favoino E., Centemero M.,  Caimi V., Amlinger F., Devliegher W., Brinton W., Antler S. (2002) Review of Compost Standards in Australia. The Waste and Resources Action Programmer (WRAP), Banbury, 11 pp. 

Instituto Colombiano de Normas Técnicas y Certificación (ICONTEC). (2004) Norma Técnica Colombiana 5167. Productos para la industria agrícola. Productos orgánicos usados como abonos o fertilizantes y enmiendas de suelo. Ediciones ICONTEC, Bogotá,  40 pp.  

Instituto Nacional de Normalización de Chile. (2005) Norma Chilena Oficial NCh 2880. Of 2004: Compost, clasificación y requisitos. Santiago, 19 pp.   

Iranzo M., Cañizares J. V., Roca‐Pérez L., Sainz‐Pardo I., Mormeneo S. and Boluda, R. (2004) Characteristics of rice straw and sewage sludge as composting materials in Valencia (Spain). Bioresource Technology, 95(1), 107‐112.  

Li H.F., Imai T., Ukita M., Sekine M. and  Higuchi T. (2004) Compost Stability Assessment Using a Secondary Metabolite: Geosmin. Environmental Technology, 25(11), 1305‐1312. 

Page 37: Vol 4, No 2, 2011

34 

Vol. 4, No. 2, 23 – 34 2 de Diciembre de 2011 

Luo W., Chen T.B., Zheng G.D., Gao D., Zhang Y.A. and Gao W. (2008) Effect of moisture adjustments on vertical temperature distribution during forced‐aeration static‐pile composting of sewage sludge. Resources, Conservation and Recycling, 52(4), 635‐642. 

Martínez‐Nieto P. (2006) Compostaje de elodea, Residuos de cebolla y gallinaza. En Avances de resultados de investigación en cebolla de rama en Aquitania, Boyacá.  Herrera C.; Sánchez G. y Peña V. Editores, Produmedios, Bogotá,  27‐40. 

Martínez‐Nieto P. (2007) Producción de  bioabono  a partir de jacinto de agua  y elodea brasilera en la laguna de Fúquene II fase. II Informe de avance. Fundación Humedales (FH). Convenio INCODER‐FH 015‐2007. 15 pp. 

Martínez‐Nieto P. (2009) Implementación de estrategias productivas que contribuyan al bienestar de las comunidades locales de la laguna de Fúquene y la promoción de la conservación de su ecosistema (Colombia). Componente: bioabono. Informe Final Consultor Microbiología. Convenio FH‐Corporación Andina de Fomento (CAF). 56 p 

Martínez  R. M., Miglierina, A. M.,  Luna M., Konijnenburg  A. y Pellejero, G. (2008) Evaluación del Compostaje de los Residuos del Procesamiento de la Cebolla. Revista Pilquen, 9, 1‐8. 

Moreno J., Moral, R. (2008) Compostaje. Mundi‐Prensa libros, S.A. Madrid, 570 pp.  Muñoz, R. 1994. Los abonos orgánicos y su uso en la agricultura. En  Fertilidad de suelos. Diagnostico y control. Silva 

F. Editor. Sociedad Colombiana de la Ciencia del Suelo, Bogotá, 293‐304. Palacios C. H. 2007. Plan de negocios para la elaboración de abonos orgánicos a partir de buchón y elodea presentes 

en la laguna de Fúquene. Tesis pregrado Ingeniería Industrial, Universidad de los Andes. Bogotá,  133 pp. Renjifo L. M, Franco A. M., Amaya J. D., Catan G. H., López B. 2002. Libro rojo de Aves de Colombia. 253 p.  Rodríguez, H. H. (2005) Dramática radiografía del lago de Tota. Periódico El Tiempo, Bogotá.  Sullivan D y Miller R. (2001) Compost Quality attributes. En: Compost Utilization in horticultural cropping 

systems.Stofella P. and Khan B. Editores, Lewis Publishers, Boca Raton, 96‐121. Trautmann, N. y Krasny, M. E. (1997) Composting in the classroom. Nature Science Foundation, Cornell Waste 

Management Institute and Cornell Center for the Environment, New York, 116 pp. Valera, N.C. 2006. Cosecha y Pos cosecha cebolla de rama. En Avances de resultados de investigación en cebolla de 

rama en Aquitania, Boyacá.  Herrera C.; Sánchez G. y Peña V. Editores, Produmedios, Bogotá, 49‐55. Varnero M. T., Rojas C., Orellana R. (2007) Índices de Fitotoxicidad en residuos orgánicos durante el compostaje. 

Journal of Soil Science and Plant Nutrition, 7(1), 28‐37. Washington State Department of Ecology. (1994) Interim guidelines for compost quality. Solid Waste Services Program, Washington, 74 pp. Washington State University. (2009) Compost Fundamentals. http://whatcom.wsu.edu/ag/compost/fundamentals/needs_carbon_nitrogen.htm 

Page 38: Vol 4, No 2, 2011

35 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

REVISTA   AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DE LODOS DE ESGOTOS PRODUZIDOS NO BRASIL 

 

*Marcelo Mendes Pedroza 1  Gláucia Eliza Gama Vieira 2 

João Fernandes de Sousa 1 

CHEMICAL CHARACTERISTICS OF SEWAGE SLUDGE PRODUCED IN BRAZIL  Recibido el 14 de marzo de 2011;  Aceptado el 13 de septiembre de 2011 

Abstract This  study  aimed  to determine  the  chemical  characteristics of domestic  sludge produced  in Brazil. The  samples were collected  in beds of dry sewage treatment plant. The waste sludge LD‐1 and LD‐10 were typically anaerobic sludge sample and LD‐6 was a mixed sludge, rich  in  ferric chloride. LD‐1 and LD‐6 showed a moisture content of 12.0  and  11.5%,  respectively.  The  highest  ash  content was  observed  in  the  sample  LD‐six  (46.2%).  The  lower concentration of organic matter was detected in LD‐6 (40.6%), because it is rich in ferric chloride sludge. LD‐10 had the highest carbon content (27.0%). The main metals found in sludge sample LD‐1 were iron, zinc, manganese, lead, copper,  nickel  and  chromium.  The  total  iron  showed  the  highest  concentration  (28,911 mg/kg). Nickel  has  the lowest of them (24 mg/kg). All metals determined  in the sludge LD‐1 had concentrations below the  limits set for agricultural use by the Brazilian resolution. The main functional groups detected in the sludge, through FTIR, were alcohol, carboxylic acid, amides, amines, phenols, hydrocarbons and silicates. The sludge appear  in their chemical composition,  various  substances  such  as  nucleic  acids,  proteins,  carbohydrates,  lipids,  humic  substances  and cellulose. These compounds have a very high potential energy to be treated as mere waste. This potential can be transformed from waste to raw material, in thermal processes of incineration and pyrolysis.  Key Words: chemical analysis, functional groups, heavy metals, minerals, sewage sludge.   1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 

2 Universidade Federal do Tocantins (UFT)  *Corresponding author: Rua Aristides Porpino Filho, número 3121, Ponta Negra, Natal, Rio Grande do Norte, 59090‐720, Brasil.     Email: [email protected]

Page 39: Vol 4, No 2, 2011

36 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

Resumo Este trabalho teve como objetivo determinar as características químicas de lodos domésticos produzidos no Brasil. As amostras  foram coletadas em  leitos de secagem de estação de  tratamento de esgoto. Os  lodos LD‐1 e LD‐10 eram  lodos  tipicamente  anaeróbios  e  a  amostra  LD‐6  era  um  lodo misto,  rico  em  cloreto  férrico.  LD‐1  e  LD‐6 apresentaram  teores  de  umidade  de  12,0  e  11,5%,  respectivamente. O maior  teor  de  cinzas  foi  observado  na amostra LD‐6 (46,2%). A menor concentração de matéria orgânica foi detectada em LD‐6 (40,6%), por ser esse lodo rico  em  cloreto  férrico.  As  amostras  LD‐1  e  LD‐10  apresentaram  o  maior  conteúdo  de  carbono  (27,0%).  Os principais metais detectados na amostra de  lodo LD‐1  foram o  ferro,  zinco, manganês, chumbo, cobre, níquel e cromo. O ferro total apresentou a maior concentração (28911 mg/kg) e o níquel a menor delas (24 mg/kg). Todos os metais determinados no lodo LD‐1 apresentaram concentrações inferiores aos valores limites estabelecidos para uso agrícola pela resolução brasileira. Os principais grupos funcionais detectados no  lodo, através de FTIR, foram álcool, ácido carboxílico, amida, amina, fenol, silicato e hidrocarbonetos. Os lodos apresentam em sua constituição química,  várias  substâncias  tais  como  ácidos  nucléicos,  proteínas,  carboidratos,  lipídios,  substâncias  húmicas  e celulose.  Esses  compostos  orgânicos  apresentam  um  potencial  energético muito  elevado  para  serem  tratados como  simples  resíduos.  Esse  potencial  pode  ser  transformado  de  resíduo  para  matéria‐prima,  em  processos térmicos de incineração e pirólise.   Palavras chave: análise química, grupos funcionais, lodo de esgoto, metais pesados, minerais.  

  Introdução O  lodo  de  esgoto  é  um  resíduo  semi‐sólido,  pastoso  e  de  natureza  predominantemente orgânica. A destinação deste  residuo é um  grande problema  ambiental para  as empresas de saneamento,  públicas  ou  privadas  (Metcalf  e  Eddy,  2002).  A  gestão  dos  residuos  sólidos provenientes de estações de tratamento de esgotos é uma atividade de grande complexidade e alto custo, que, se for mal executada, pode comprometer os benefícios ambientais e sanitários esperados destes sistemas (Luduvice, 2001, Vieira et al., 2011).  Alguns constituintes das águas residuárias tais como metais e ovos de helmintos, ao passarem pela estação de tratamento de esgoto, concentram‐se no  lodo. Vários componentes orgânicos (ácidos  húmicos)  e  minerais  (nitrogênio  e  fósforo)  conferem  características  fertilizantes  ao resíduo.  Entretanto,  outros  constituintes  são  indesejáveis  como  os  metais  pesados,  os poluentes  orgânicos  e  os microrganismos  patogênicos  pelo  seu  risco  sanitário  e  ambiental (Oliveira, 2000). 

 A  presença  desses  constituintes  no  lodo  é muito  variável,  e  depende  das  características  do esgoto  bruto  e  do  sistema  de  tratamento. O  esgoto  produzido  por  uma  população  saudável conterá menos agentes patogênicos que o produzido por uma população doente. Da mesma forma  o  esgoto  doméstico  possui  baixos  teores  de metais  pesados,  o  que  diminui  o  risco sanitário e  ambiental. Teores  altos de  contaminantes químicos no esgoto  são  características, geralmente,  de  esgotos  industriais  (Cebalos,  2004).  O  recebimento  de  efluentes  industriais juntamente  com  o  doméstico  pode  comprometer  a  qualidade  do  lodo  das  estações  de 

Page 40: Vol 4, No 2, 2011

37 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

tratamento  de  despejos  domiciliares,  principalmente  em  relação  à  concentração  de metais pesados (Andreoli et al., 2006).  Os métodos mais  comuns  para  a  disposição  final  de  lodos  residuais  são:  (a)  eliminação  em aterros sanitários, (b) aplicação na agricultura e (c)  incineração. Nenhum desses métodos está isento  de  inconvenientes.  Os  metais  pesados  presentes  na  constituição  química  do  lodo inviabilizam seu emprego no cultivo de certas culturas agrícolas. O processo de  incineração é relativamente caro e gera emissões para ar, solo e água. A destinação em aterros sanitários é a forma mais comum para o lodo de esgoto das ETEs brasileiras (Pedroza et al, 2010), sendo que, o  grande  inconveniente  dessa  prática  é  a  diminuição  da  vida  útil  dos  aterros  destinados  à deposição dos outros resíduos sólidos urbanos. 

 Várias tecnologias estão sendo desenvolvidas e representam outras alternativas viáveis para o aproveitamento do  lodo. Dentre essas alternativas, citam‐se: a pirólise, a oxidação úmida e o processo de gaseificação. A pirólise  tem muitas vantagens comparadas as outras alternativas. Os  produtos  gerados  no  processo  pirolítico  (óleos,  gases  e  carvão)  podem  ser  usados  como fonte de combustíveis, bem como empregados à  indústria petroquímica (Vieira et al., 2011). A espectroscopia  no  infravermelho  é  uma  técnica  que  tem  sido  amplamente  empregada  na caracterização química da matéria orgânica de resíduos, permitindo analisar a natureza química, a reatividade e o arranjo estrutural de grupos funcionais constituintes desses materiais (Dias et al.,  2009).  O  lodo  de  esgoto  é  constituído  por  uma  grande  variedade  de  grupos  funcionais (ácido,  álcool,  amina,  amida,  nitrila,  cetona,  hidrocarbonetos).  Essas  estruturas  orgânicas possuem potencial energético elevado e podem ser recuperadas em procesos térmicos. Muitos autores recuperaram esses grupos funcionais no bio‐óleo obtido da pirólise de lodo de esgotos (Leal, 2010; Fonts et al., 2009; Sánchez et al., 2009; Pokorna et al., 2009).  Este  trabalho  teve  como  objetivo  determinar  as  características  químicas  do  lodo  doméstico produzido  em  reator  UASB  da  ETE  Vila  União,  no  estado  do  Tocantins,  Brasil,  segundo  as técnicas  analíticas  gravimétricas  (Umidade,  Cinzas  e  Material  Volátil)  e  instrumentais (Espectrometria  de  Emissão  Óptica  com  Plasma  Indutivamente  Acoplado  (ICP  –  OES), Difratometria de Raio‐X  (DRX), Microscopia Eletrônica de Varredura  (MEV), Espectroscopia no Infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e Análise Elementar).    Materiais e Métodos  A Estação de Tratamento de Esgotos Vila União, Palmas‐TO A  Estação  de  Tratamento  de  Esgotos  (ETE)  denominada Vila União,  localizada  no  bairro Vila União, na cidade de Palmas  (Tocantins), é de responsabilidade da Companhia de Saneamento do Tocantins (Saneatins). O sistema de esgotamento é composto por rede coletora, tratamento 

Page 41: Vol 4, No 2, 2011

38 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

preliminar, estação elevatória,  reator UASB e Lagoa Facultativa  (Figura 1). Essa estação  tem a capacidade de tratar 110,0 l/s, mas atualmente trata uma vazão média de 30 l/s de esgotos. A alimentação do sistema é feita através de esgotos tipicamente domésticos.  O  Reator  UASB  (Figura  2a)  é  constituído  por  uma  câmara  inferior  de  digestão  e  por  um dispositivo superior para separação de gases, sólidos e líquidos. O processo consiste de um fluxo ascendente de esgotos através de uma manta de lodo densa e de elevada atividade que tem por objetivo reduzir a carga orgânica contida nos esgotos. Esse reator tem um volume de 3128 m3, altura de 7,8 metros e um diâmetro de 22,6 metros.   O  Efluente  do  reator  UASB  é  lançado  numa  lagoa  facultativa  (Figura  2b),  que  representa  a última  etapa  do  tratamento  biológico  da  ETE  Vila  União.  Essa  lagoa  tem  220  metros  de comprimento, 110 metros de  largura e 1,5 metros de profundidade. O efluente  final da ETE é descartado através de uma única tubulação  localizada na parte superior da  lagoa e, é  lançado no corpo receptor, o córrego Água Fria. O  lodo biológico produzido no reator UASB é  lançado em  leitos de  secagem que  tem por  finalidade  reduzir o  teor de umidade do  lodo. A descarga desse lodo, feita diretamente do reator UASB, é realizada a cada mês em quantidade média que varia entre 33,6 e 50 m3 de lodo.    

  Figura 1. Desenho esquemático da ETE Vila União, localizada em Palmas, Tocantins, Brasil 

  Coleta, preparo das amostras e procedimentos analíticos As amostras  foram  coletadas em  leitos de  secagem da estação de  tratamento de esgoto Vila União. Os  lodos  LD‐1 e  LD‐10  são  lodos  tipicamente anaeróbios e a amostra  LD‐6 é um  lodo misto,  rico  em  cloreto  férrico.  Para  a  determinação  de metais  pesados,  as  amostras  foram digeridas em água régia (HCl:HNO3, 3:1, v/v), seguindo recomendações de Melo e Silva (2008). 

Page 42: Vol 4, No 2, 2011

39 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

Os  procedimentos  analíticos  usados  na  determinação  das  características  químicas  dos  lodos residuais  são apresentados na Tabela 1. O espectrômetro utilizado na análise de metais  foi o ICP‐OES, modelo  ICAP 6000 da Thermo Scientific. O espectro de  infravermelho  foi obtido em Espectrofotômetro FTIR, Thermo Nicolet, modelo Nexus 470. O Analisador elementar usado no experimento foi o CE Instruments, Modelo EA 1110. O Difratômetro de raios‐X utilizado foi um modelo  XRD‐6000, Marca  SHIMADZU.  O MEV  usado  no  experimento  era  da Marca  Philips, Modelo XL30 – ESEM.   Tabela 1. Métodos analíticos aplicados na caracterização química do lodo de esgoto 

Variável analítica Método analítico

Umidade ASTM D 3173‐85Cinzas ASTM D 2415‐66

Material volátilFe, Zn, Mn, Co, Ni, Cr, Pb 

ISO 5623‐74ICP‐OES 

C, N, H, S Análise elementar

   

 Figura 2. ETE Vila União, estado do Tocantins, Brasil: (a) Reator UASB e (b) Lagoa Facultativa 

  

Resultados e Discussão  Análises Imediata e Elementar dos Lodos Residuais  Os Lodos LD‐1 e LD‐6 apresentaram teores de umidade de 12,0 e 11,5%, respectivamente. Na amostra  de  LD‐10  foi  detectada  a  menor  umidade  (Tabela  2).  O  maior  teor  de  cinzas  foi observado na amostra LD‐6 (46,2%), possivelmente devido a uma elevada quantidade de ferro advindo do tratamento físico‐químico do lodo com cloreto férrico (FeCl3). A análise de material volátil mostrou  que  a  amostra  LD‐10  apresentou  a maior  concentração  de matéria  orgânica (57,8%).  A menor  concentração  foi  detectada  em  LD‐6  (40,6%),  por  ser  esse  lodo  rico  em 

Page 43: Vol 4, No 2, 2011

40 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

material  inorgânico.  As  características  orgânicas  e  inorgânicas  das  amostras  foram  também verificadas através da análise elementar (CNH) dos  lodos. Os  lodos LD‐1 e LD‐10 apresentaram maior  conteúdo  de  carbono,  27,0%.  Na  amostra  LD‐6,  foi  percebido  o  menor  teor,  15,0% (Tabela 2).   Tabela 2. Resultados das análises Gravimétricas e Elementar das amostras de lodos de esgotos 

Método Analítico  Lodos

LD‐1 LD‐6 LD‐10 

Umidade (%)  12,0 11,5 6,7 

Cinzas (%)  32,2 46,2 31,8 

Material Volátil (%)  53,9 40,6 57,8 

Carbono Fixo (%)  1,9 1,8 3,7 

Carbono (%)  27,0 15,0 27,0 

Hidrogênio (%)  4,4 3,6 3,7 

Nitrogênio (%)  3,6 2,7 2,7 

Enxofre (%)  2,7 5,3 3,1 

  Determinação de Metais na amostra de Lodo LD‐1  Do  ponto  de  vista  ambiental,  o  metal  pesado  pode  ser  entendido  como  aquele  que,  em determinados teores e tempo de exposição, oferece risco sanitário, comprometendo a atividade biológica dos seres vivos. Os metais pesados possuem efeito cumulativo no organismo e podem provocar, desta  forma,  intoxicações  crônicas,  cânceres, problemas  cardíacos e  respiratórios e alergias. Os principais metais pesados detectados na amostra de  lodo LD‐1 foram o Ferro (Fe), Zinco  (Zn), Manganês  (Mn), Chumbo  (Pb), Cobre  (Co), Níquel  (Ni) e Cromo  (Cr). O  ferro  total apresentou a maior concentração (28911 mg/kg) e o níquel a menor delas (24 mg/kg), conforme Tabela 3.  Segundo  Corrêa  (2004),  o  lodo  é  uma  importante  fonte  de  matéria  orgânica,  micro  e macronutrientes.  A  sua  destinação  no  solo  pode  conferir maior  capacidade  de  retenção  de água, maior resistência à erosão, diminuição do uso de fertilizantes minerais, maior resistência da planta aos fitopatógenos e aumento da produtividade da cultura. Entretanto, a presença de metais pesados no biossólido pode comprometer a sua aplicação na agricultura.  A contaminação das plantas por metais pesados depende de sua mobilidade no solo e de sua biodisponibilidade. Esses elementos apresentam baixas solubilidade e mobilidade no solo, com baixo  risco  de  contaminação  (Muchovej  e Obreza,  2004).  Deve‐se  considerar  que  os metais pesados  do  biossólido  encontram‐se  combinados  a  compostos  orgânicos  e  que  são menos absorvidos  pelas  plantas  do  que  os  que  podem  ser  encontrados  em  fertilizantes  químicos comerciais (Frosta e Ketchum Júnior, 2000). De acordo com Canellas et al., (2000), uma fração 

Page 44: Vol 4, No 2, 2011

41 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

da matéria orgânica do lodo, não‐biodegradável, tem a capacidade de complexar metais e, isso reduz o conteúdo disponível desses elementos para o processo de absorção pelos vegetais.   Tabela 3. Determinação Quantitativa de alguns metais de amostra de Lodo LD‐1, de Reator UASB, usando Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP – OES) 

Parâmetro Analisado  Resultado (mg/kg) 

Resolução CONAMA 375 (mg/kg) 

(Brasil, 2006) 

Ferro total  28911 ‐

Zinco  892 2800

Manganês  82 ‐

Chumbo  47 300

Cobre  219 1500

Níquel  24 420

Cromo total  39 1000

  A Resolução CONAMA Nº 375, de 29 de agosto de 2006, “define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados”  (Brasil, 2006). Segundo esse documento, os  lotes de  lodo de esgoto e de produtos derivados, para o uso agrícola, devem respeitar os  limites máximos de concentração de alguns metais e de aspectos microbiológicos. Como observado na Tabela 3, todos os metais determinados  no  lodo  LD‐1  apresentaram  concentrações  inferiores  aos  valores  limites estabelecidos pela resolução brasileira. No entanto, é importante verificar também a qualidade microbiológica  do  resíduo  antes  de  sua  aplicação  no  solo. Os  parâmetros  definidos  por  essa resolução para biossólido do tipo classe A são: coliformes termotolerantes (<1000

 

NMP / g de Sólidos Totais), ovos viáveis de helmintos (< 0,25 ovo / g de Sólidos Totais), salmonella (ausência em 10 g de Sólidos Totais) e vírus (< 0,25 UFF / g de Sólidos Totais).  De acordo com Chiba (2005), um aspecto importante que deve ser levado em consideração é a acumulação  e  biomagnificação  de  metais  pesados  na  cadeia  alimentar.  Os  seres  humanos podem se contaminar por esses elementos químicos através da ingestão de partes comestíveis de  plantas  contaminadas,  de  consumo  de  animais  previamente  contaminados  ou  de subprodutos preparados com estes vegetais. Simonete e Kiehl (2002) avaliaram a aplicação de lodo de esgoto em cultivares de milho e o comportamento do  ferro e cobre acumulado pelas plantas.  Os  pesquisadores  verificaram,  através  da  análise  de  regressão,  que  os  dois metais apresentaram um comportamento  linear crescente (R2 = 0,958 e R2 = 0,976, respectivamente) com  as  doses  do  resíduo.  Os  incrementos  de  ferro  proporcionados  pela  adição  do  resíduo variaram, da menor para a maior dose aplicada, em relação ao cultivo sem aplicação de lodo, de 18% a 159%, respectivamente. Para o cobre a variação foi de 38% a 62%, respectivamente.  

Page 45: Vol 4, No 2, 2011

42 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

Com relação ao tratamento térmico de  lodo residual, alguns pesquisadores observaram que o conteúdo  de  metais  pode  atuar  nas  reações  catalíticas  durante  o  processo  de  pirólise, facilitando a degradação  térmica do resíduo. Fonts et al.,  (2009) determinaram que o  teor de metais da biomassa favoreceu um aumento do rendimento da fração gasosa e a diminuição do percentual da fração líquida. Domínguez, Menéndez e Pis (2006) observaram que a produção de H2 era maior quando foi empregado um lodo com maior teor de metais.  Análise de Minerais e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) dos Lodos Residuais Foram  determinados  os  principais  minerais  presentes  nas  amostras  do  lodo  residual  LD‐1, através  da  técnica Difratometria  de  Raio‐X  (DRX). O  difratograma,  Figura  3,  apresenta  picos característicos  de  fase  cristalina,  dos  seguintes  minerais:  caulinita,  quartzo,  gibsita,  albita, magnetita, dolomita e rutilo. Diversas estruturas cristalinas foram observadas através da análise MEV do  lodo residual. As micrografias revelam que a morfologia da amostra possui superfície com  aspecto  irregular,  com  vazios  e  aberturas.  Não  há  presença  evidente  e  em  grande quantidade  de  partículas  com  diâmetros  definidos,  havendo  a  presença  de  elementos  de composição química variada.    

 Figura 3. Difatograma do Lodo Residual LD‐1, de Reator UASB, Palmas, Tocantins, Brasil 

  A heterogeneidade da amostra de lodo com magnificação de 500x foi melhor observada quando foi realizada a microscopia com magnificações de 1000x e 5000x, conforme Figura 4. Estruturas aparentemente  de  origem  microbiológica  também  foram  observadas  com  o  recurso  da microscopia eletrônica de varredura, por ser o lodo de esgoto, uma mistura de substâncias que geralmente  se  caracteriza  por  apresentar  minerais,  colóides  e  partículas  provenientes  de matéria orgânica decomposta. 

Page 46: Vol 4, No 2, 2011

43 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

  

 Figura 4. Microfotografias do Lodo LD‐1, obtidas com MEV, com magnificações de: (a)200, (b)500, (c)1000 e (d)5000x 

  Análise de FTIR do Lodo LD‐1 A  banda  larga  na  região  de  3600  ‐  3200  cm‐1  é  causada  pelas  vibrações  de  estiramento  dos grupos O – H (Água, álcoois, fenóis e ácidos carboxílicos) e N ‐ H (aminas e amidas). A freqüência de alongamento de álcoois e  fenóis é  cerca de 3600  cm‐1, de amidas primárias e aminas em torno de 3500 e 3400 cm‐1, e de amidas secundárias em torno de 3350 cm‐1. Os dois picos ao redor 3.000 cm‐1 são típicos da deformação axial de C – H de estruturas alifáticas (2980 ‐ 2920 cm‐1).  Uma banda de menor intensidade, cerca de 2300 cm‐1, pode estar associada com a vibração de estiramento  do  grupo  funcional  nitrila  (Figura  5).  Fonts  et  al.,  (2009)  também  observaram  o grupo das nitrilas  em  torno de  2300    cm‐1 quando  analisaram  lodo de  esgoto  e,  segundo os autores, os compostos de nitrogênio são comuns nesse tipo de resíduo. Pokorna et al., (2009) estudaram  a  composição  elementar  do  lodo  de  esgoto  e  obtiveram  teores  de  nitrogênio  de 3,5% para lodo digerido e 7,9% para lodo aeróbio do sistema de lodos ativados. Barneto et al., (2009) encontraram 4,91% de nitrogênio em lodo de esgoto fresco. 

Page 47: Vol 4, No 2, 2011

44 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

 Entre  1700  e  1400  cm‐1,  aparecem  três picos  claros que  são  causados por diferentes  grupos funcionais. O primeiro pico  (1647 cm‐1) se situou em  torno da  freqüência de alongamento do grupo  carbonila  de  amidas  (CONH,  1650  ‐  1550  cm‐1).  Segundo  Silverstein  et  al.,  (2007),  no estado  sólido,  as  amidas  secundárias  simples  de  cadeia  aberta  absorvem  em  1640  cm‐1,  e  a freqüência da  carbonila  das  amidas  terciárias  não  depende  do  estado  físico  da  amostra,  e  a absorção desse grupo  se  situa entre 1680 e 1630  cm‐1. De acordo  com Fonts et al.,  (2009) o grupo  funcional  das  amidas  pode  estar  presente  no  lodo  de  esgoto,  sendo  o  mesmo proveniente do processo de desnaturação das proteínas dos microrganismos. Esse pico de 1647 cm‐1 também pode estar associado a dupla  ligação de alcenos (1675 – 1645 cm‐1) bem como a compostos  aromáticos  (1600‐1500  cm‐1).  O  segundo  de  1550  cm‐1  também  pode  ser característico de grupamento aromático. O terceiro pico dessa região do espectro, situado entre 1300  e  1500  cm‐1  poderia  ser  atribuído  aos  grupos  CH2  e  CH3.  Este  grupo  CH2  pode  ser encontrado,  por  exemplo,  em  hidrocarbonetos  e  celulose,  que  são  componentes  típicos  de lodos de esgotos.   Em torno de 1250 cm‐1, existe um pequeno pico, que pode ser devido ao efeito do acoplamento da deformação angular no plano da  ligação O  ‐   H e a deformação C  ‐ O, presentes em ácidos carboxílicos.  Na  região  de  impressão  digital,  existem  duas  bandas  entre  1150  e  1000  cm‐1. Parece que a contribuição mais importante para este pico seria a do grupo de silicatos (1080 cm‐

1).  A  última  parte  da  região  de  impressão  digital  (900  cm‐1)  é menos  representativa  para  a identificação  de  grupos  funcionais,  mas  sabe‐se  que  poderia  representar  estruturas cicloalifáticas, estruturas aromáticas e alguns derivados halogenados e os compostos contendo fósforo. Segundo Silverstein et al., (2007) o espectro observado nessa região é, com freqüência, complexo,  com  as  bandas  se  originando  de  modos  de  vibração  acoplados.  Essa  parte  do espectro  é  muito  importante  para  a  determinação  da  estrutura  do  composto  quando examinada com referência a outras regiões.  O  lodo  de  esgoto  é  constituído  principalmente  de  componentes  de  microrganismos, principalmente  bactérias  (ácidos  nucléicos,  proteínas,  carboidratos  e  lipídios),  substâncias húmicas  formadas  durante  a  decomposição  bacteriana,  material  orgânico  não  digerido (celulose)  e  material  inorgânico.  Zhang  et  al.,  (2011)  determinaram  os  seguintes  grupos funcionais  em  amostras  de  lodo  de  esgoto  anaeróbio:  hidrocarbonetos  alifáticos,  ácidos carboxílicos, amidas, aminas, aromáticos e outros compostos orgânicos com halogênios, silício e fósforo.  Gascó et al., (2005) estudaram o teor das substâncias húmicas em diferentes amostras de lodos de  esgotos  e  encontraram  concentrações  que  variaram  entre  2,8  e  14,4%.  As  maiores concentrações foram observadas nas amostras digeridas, e isso, pode ser atribuída ao processo de decomposição de microrganismos durante a sua mineralização.  

Page 48: Vol 4, No 2, 2011

45 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

 Brum  (2005)  relata que as  substâncias húmicas  são muito  importantes para a  fertilidade dos solos, e não têm caráter tóxico, apesar de apresentarem uma estrutura complexa com elevado teor  de  aromáticos  e muitos  grupamentos  carboxílicos.  Canellas  et  al.,  (2000)  verificaram  a presença do grupo  carboxílico em  lodo de esgoto e  relata valor de 445  cmol/kg. Segundo os autores esse grupo funcional faz parte da estrutura molecular dos ácidos húmicos encontrados abundantemente no resíduo.  A pirólise é uma prática que pode  ser empregada para o aproveitamento do  lodo de esgoto como  biomassa. Nesse  processo  térmico,  são  gerados  produtos  com  valores  agregados,  tais como bio‐óleo, gases e carvão (Pedroza et al., 2010). Os grupos funcionais orgânicos do lodo são recuperados,  na  sua maioria,  no  líquido  de  pirólise  (bio‐óleo).  O  bio‐óleo  é  constituído  de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, juntamente com mais de 200 compostos identificados e  tem  um  alto  valor  energético.  Segundo  Sánchez  et  al.,  (2009),  os  compostos  do  bio‐óleo podem  ser  agrupados  nas  seguintes  classes:  n‐alcanos  e  1‐alcenos;  hidrocarbonetos monoaromáticos,  compostos  aromáticos  contendo  nitrogênio  e  oxigênio;  nitrilas  alifáticas  e aromáticas; ácidos carboxílicos; longas amidas de cadeia alifática e esteróides.   

 Figura 5. Espectro de FTIR de lodo de esgoto doméstico, de Palmas, Tocantins, Brasil 

  Conclusões O  lodo de esgoto estritamente doméstico possui geralmente baixas  concentrações de metais tóxicos,  mas  quando  esgotos  industriais  entram  em  contato  com  rede  coletora  de  esgoto doméstico,  este  pode  ter  sua  concentração  de  metais  aumentada  significativamente.  Altas concentrações  de metais  em  lodos  resultam  em  ações mais  restritivas  quanto  ao  uso  desse material para fins agrícolas.   

Page 49: Vol 4, No 2, 2011

46 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

Dentre os processos mais comuns de disposição de  lodo de esgoto citam‐se:  landfilling, reuso agrícola, aterro  sanitário e  incineração. Todavia, esses processos  convencionais de disposição apresentam  certas  limitações.  Landfilling  ocupa  uma  extensa  área  e  talvez  seja  a  grande desvantagem desse sistema. A reciclagem agrícola de biossólidos pode resultar no acúmulo de compostos nocivos, tais como metais pesados, no solo.   O tratamento térmico por pirólise é uma alternativa ambientalmente correta a ser empregada no  reaproveitamento  de  lodo  de  esgoto.  As  frações,  líquida  e  gasosa,  obtidas  durante  o processo  apresentam elevados poderes  caloríficos que podem  ser  reaproveitados no próprio processo pirolítico. O resíduo sólido gerado durante o processo também pode ser reaproveitado na construção civil.   Referências bibliográficas Andreoli, C. V., Tamanin, C. R., Holsbach, B., Pegorini, E. S., Neves, P. S. (2006) Uso de lodo de esgoto na produção 

de substrato vegetal, In: Biossólidos ‐ Alternativas de uso de resíduos do saneamento, Editora ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), Rio de Janeiro, 398 p. 

Barneto, A. G., Carmona, J. A., Alfonso, J. E., Blanco, J. (2009) Kinetic models based in biomass components for the   combustion and pyrolysis of sewage sludge and its compost, Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, 86,108 – 114. Brasil (2006) Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA no 375, de 

29 de agosto de 2006. Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama. Acesso em: set. 2011. 

Brum, M. C. (2005) Remoção de ácido húmico da água por precipitação e flotação com a utilização de surfatantes catiônicos, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 61p. 

Canellas, L. P., Santos, G. A., Moraes, A. A., Rumjanek, V. M., Olivares, F. L. (2000) Avaliação de características de ácidos húmicos de resíduos de origem urbana: Métodos espectroscópicos (UV‐VIS, IV, RMN) e microscopia eletrônica de barredura, Revista Brasileira de Ciência do Solo, 24, 741‐750. 

Ceballos, B. S. O. (2004) Avaliação sanitária de efluente e da alface irrigada com esgotos tratados, XI Simpósio Luso‐Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, ABES, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. 

Chiba, M. K. (2005) Uso de lodo de esgoto na cana‐de‐açúcar como fonte de nitrogênio e fósforo: Parâmetros de fertilidade  do solo, nutrição da planta e rendimentos da cultura, Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, 142p. 

Corrêa, R.S. (2004) Efficiency of five biosolids to supply nitrogen and phosphorus to ryegrass, Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, 39, 1133 – 1139. 

Dias, B. O., Silva, C. A., Soares,E. M. B., Bettiol, W., Guerreiro, M. C., Belizário, M. H. (2009) Infravermelho na caracterização de ácidos húmicos de latossolo sob efeito de uso contínuo de lodo de esgoto, Rev. Bras. Ciênc. Solo, 33, 885‐894. 

Domínguez, A., Menéndez, J. A., Pis, P.P. (2006) Hydrogen rich fuel gas production from the pyrolysis of wet sewage sludge at high temperature, Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, 77, 127‐132. 

Fonts, I., Azuara, M., Gea, G., Murillo, M. B. (2009) Study of the pyrolysis liquids obtained from different sewage sludge,   Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, 85, 184 – 191. Frosta, A. L., Ketchum Júnior, L. H. (2000) Trace metal concentration in durum wheat from application of sewage 

sludge and commercial fertilizer, Advances in Environmental Research, 4, 347 – 355. 

Page 50: Vol 4, No 2, 2011

47 

Vol. 4, No. 2, 35 – 47 2 de Diciembre de 2011 

Gascó, G., Méndez, A., Gascó J. M. (2005) Preparation of carbon‐ based adsorbents from sewage sludge pyrolysis to remove metals from wáter, Desalination, 180, 245‐251. 

Leal, E. R. M. (2010) Aplicação do processo de pirólise lenta ao lodo de esgoto adicionado de óxido de cálcio e ferro para obtenção de bioóleo combustível, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Tocantins, 110p. 

Luduvice, M. (2001) Processos de estabilização de lodos. In: Lodos de Esgotos – Tratamento e Disposição Final. ABES, Rio de Janeiro, 484p. 

Melo, L. C. A., Silva, C. A. (2008) Influência de métodos de digestão e massa de amostra na recuperação de nutrientes em   resíduos orgânicos, Química Nova, 31, 556‐561. Metcalf & Eddy, INC. (2002) Wastewater engineering: Treatment, disposal and reuse, Ed. McGraw‐Hill, New York, 1334 p. Muchovej, R.M., Obreza, T. A. (2004) Biosolids: Are these residuals all the same?, SS‐AGR‐167. Series of the 

Agronomy Department. Florida Cooperative Extension Service, Institute of Food and Agricultural Sciences, University of Florida, 3p. 

Oliveira, F. C. (2000) Disposição de lodo de esgoto e composto de lixo urbano num latossolo vermelho‐amarelo cultivado com   cana‐de‐açúcar, Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, 247p. Pedroza, M. M., Vieira, G. E. G., Sousa, J. F., Pickler, A. C., Leal, E. R. M., Milhomen, C. C. (2010) Produção e Tratamento de   Lodo de Esgoto – Uma Revisão, Liberato, 11, 147‐157. Pokorna, E., Postelmans, N., Jenicek, P., Schreurs, S., Carleer, R., Yperman, J. (2009) Study of bio‐oils and solids from 

flash pyrolysis of sewage sludges, Fuel, 88, 1344‐1350.  Sanchez, M. E., Menéndez, J. A., Domínguez, A., Pis, J. J., Martínez, O., Calvo, L. F., Bernad, P. L. (2009) Effect of 

pyrolysis temperature on the composition of the oils obtained from sewage sludge, Biomass and Bionergy, 33, 933‐940.  

Silverstein, R. M., Francis, X., David, J. (2007) Identificação Espectrométrica de Compostos Orgânicos, Editora LTC, 7º Ed., 490p. 

Simonete, M. A., Kiehl, J. C. (2002) Extraction and bioavailability of heavy metals in response to the addition of sewage sludge to the soil, Scientia Agricola, 59, 555‐563. 

Vieira, G. E. G., Pedroza, M. M., Sousa, J. F., Pedroza, C. M. (2011) O Processo de Pirólise como Alternativa para o Aproveitamento do Potencial Energético de Lodo de Esgoto – Uma Revisão, Revista Liberato, 12, 81‐95. 

Zhang, B., Xiong, S., Xiao, B., Yu, D., Jia, X. (2011) Mechanism of wet sewage sludge pyrolysis in a tubular furnace,   International Journal of Hydrogen Energy, 36, 355‐363.  

Page 51: Vol 4, No 2, 2011

48 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

REVISTA   AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. INATIVAÇÃO DE INDICADORES MICROBIOLÓGICOS COM OZÔNIO NO TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO VISANDO O REUSO DE ÁGUA 

 

*Patrícia Bilotta 1  Luiz Antonio Daniel 1 

 

INACTIVATION OF MICROBIOLOGICAL INDICATORS WITH OZONE  TO WASTEWATER TREATMENT AIMING WATER REUSE  Recibido el 18 de noviembre de 2010;  Aceptado el 5 de octubre de 2011 

Abstract This study intends to demonstrate the technical potentiality of the wastewater pre‐disinfection (primary treatment effluent) to optimize the indicator pathogen inactivation. The essays were developed with Wastewater Treatment Plant effluent to simulate the method on real conditions, in two stages of disinfection with ozone. Microbiological exams  revealed  inactivation  superior  to  1  log  to  the  three  species  evaluated  (Escherichia  coli,  coliphages  and Clostridium perfringens) only introducing 1.0 mgO3/L in the pre‐disinfection. Considering the inicial low dosage of germicide  agent,  the  results  prove  the  technical  viability  promising of  the methodology  proposed  to  reach  the emission microbiological  standards  established by  the Brazilian  regulation  and  to provide ways  to  final  effluent adequacy in agreement with the guidelines defined by WHO to its reuse in the unrestricted irrigation.   Key‐words: Disinfection, wastewater, ozone, indicator pathogen.  

  1 Departamento de Gestão Ambiental, Faculdade Evangélica do Paraná 

2 Departamento de Hidráulica e Saneamento, Universidade de São Paulo  

* Corresponding author: Rua Carlos Cavalcanti, 289, Centro, Curitiba, Cep. 80020‐280, Paraná, Brasil.  Email: [email protected] 

Page 52: Vol 4, No 2, 2011

49 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

Resumo Neste estudo pretende‐se demonstrar a potencialidade técnica da pré‐desinfecção de esgoto sanitário efluente de tratamento  primário  para  otimizar  a  inativação  de  indicadores  patogênicos.  Os  ensaios  foram  realizados  com efluente  de  ETE  para  simulação  do método  sob  condições  reais,  em  dois  estágios  de  desinfecção  com  ozônio. Exames  microbiológicos  revelaram  que  a  introdução  de  apenas  1,0  mgO3/L  na  pré‐desinfecção  resultou  em inativação superior a 1  log para as  três espécies analisadas  (Escherichia coli, colifagos e Clostridium perfringens). Considerando‐se  a  baixa  dosagem  inicial  do  agente  germicida,  os  resultados  comprovam  a  viabilidade  técnica promissora do sistema proposto para atender aos padrões microbiológicos de emissão estabelecidos na legislação brasileira, e ainda proporcionar meios para adequação do efluente final às diretrizes definidas pela OMS para seu reuso na irrigação irrestrita.  Palavras‐chave: Desinfecção, esgoto sanitário, ozônio, indicadores patogênicos.   

  Introdução A crescente demanda por fontes de água para consumo humano e industrial, aliada ao contínuo comprometimento dos mananciais disponíveis no planeta, tem incentivado pesquisas em busca de  tecnologias  mais  eficientes  de  mitigação  dos  impactos  nos  recursos  hídricos,  visando estratégias de desenvolvimento social sustentável.  Inserido no tema qualidade da água, a saúde pública é sem dúvida outro aspecto relevante. O contato  humano  direto  ou  indireto  com  águas  contaminadas  é  apontado  pela  Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal fonte de proliferação de doenças. Nesse sentido, as questões associadas à desinfecção de esgoto sanitário têm recebido nos últimos anos especial atenção por parte de organizações governamentais.  Neste contexto surgiu o interesse no tema de investigação aqui tratado, visando a avaliação da eficiência  do  gás  ozônio  na  inativação  de  indicadores  patogênicos,  em  condições  reais  de tratamento de esgoto doméstico, de modo a atender os padrões de  lançamento de efluentes definidos na legislação ambiental brasileira através da Resolução CONAMA 430 (2011).  Dentre os agentes germicidas utilizados na desinfecção de esgoto sanitário, pode‐se destacar o gás ozônio devido ao seu elevado poder oxidativo mesmo frente a espécies de microrganismos mais resistentes.  Seu  caráter  fortemente  oxidante  lhe  confere  habilidade  para  reagir  prontamente  com  uma grande  variedade de  grupos  funcionais orgânicos e organometálicos originando  subprodutos, em  geral, mais  biodegradáveis  que  seus  precursores.  A  aplicação  de  ozônio  pode  remover substâncias  responsáveis pela cor, gosto e odor, microrganismos  resistentes a outras  técnicas de desinfecção e traços de metais de transição (Mausteller, 1989).  

Page 53: Vol 4, No 2, 2011

50 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

Visto  que  a  ozonização  envolve  reações  de  equilíbrio  químico,  variações  nos  parâmetros temperatura  e  pH  das  fases  líquida  e  gasosa  podem  reduzir  consideravelmente  a  taxa  de transferência gás‐líquido, limitando, portanto, a concentração efetiva do gás disponível na água. O aquecimento do gerador de ozônio, por exemplo, favorece a regeneração das moléculas de O2,  impedindo a  formação do ozônio gasoso. Por esta razão, o equipamento empregado deve incluir um  sistema  eficiente de  refrigeração do oxigênio  de  alimentação  (Sotelo  et al.,  1989; AWWA, 1991).  A  composição  físico‐química  do  efluente  é  outro  fator  importante.  Reações  diversas  que ocorrem  simultaneamente  à  inativação  de microrganismos  competem  pela  concentração  de ozônio livre e elevam a demanda, oxidação de matéria orgânica e inorgânica. Assim, a dosagem de  O3  requerida  na  desinfecção  de  efluentes  primário  é  consideravelmente maior  que  em efluentes secundários e terciários (Lazarova, et al. 1999; Chin e Berube, 2005; Driedger, 2000).   Objetivo O  foco  central  deste  estudo  é  demonstrar  a  viabilidade  técnica  da  ozonização  como metodologia  efetiva  na  inativação  de  indicadores  patogênicos mais  resistentes  em  sistemas reais  de  tratamento  de  esgoto  sanitário. A  eficiência  do  processo  foi monitorada  através  de exames microbiológicos para determinação de coliformes totais e Escherichia coli (indicadores de  bactérias),  colifagos  (indicador  de  vírus)  e  Clostridium  perfringens  (indicador  de protozoários).   Metodologia Para  a  alimentação  da  instalação  piloto  foi  utilizado  esgoto  sanitário  efluente  de  um  reator UASB  (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) construído em escala real na Estação de Tratamento de Esgoto da Universidade de São Paulo, campus I São Carlos, em fluxo contínuo de operação. O tempo  de  detenção  hidráulica  estimado  nesta  fase  permaneceu  próximo  de  12  horas.  O fluxograma  representado na  Figura 1  ilustra  as etapas envolvidas no  tratamento do efluente utilizado.        Esgoto                       Descarte 

      Bruto  Figura 1. Diagrama em blocos da fase experimental 

Tratamento

Preliminar

(grade e

caixa de

Tratamento

Primário

(reator UASB)

Tratamento

Secundário

(filtro biológico)

Desinfecção

(ozônio)

Unidade Experimental

Page 54: Vol 4, No 2, 2011

51 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

Pretendeu‐se, desse modo, avaliar o efeito do agente químico O3 quando aplicado em efluente com características naturalmente complexas, de grande valia para a simulação de sistemas de desinfecção em operação sob condições reais (Bilotta, 2006).   O  tratamento  secundário  compreendia um  filtro biológico  submerso, mantido  sob  aeração  a 50kPa,  preenchido  com  carvão  ativado  granular  para  a  fixação  de  parte  da  biomassa  ativa presente  no  efluente  e  favorecer  a  decomposição  da matéria  orgânica  residual,  em  regime contínuo. O  tempo de detenção hidráulico nesta etapa  foi estimado em 4,6 horas. A Figura 2 ilustra o biofiltro aeróbio utilizado no tratamento secundário.   

 Figura 2. Filtro biológico aeróbio para o tratamento secundário 

  

Para estudo de caso, o gás ozônio foi escolhido como agente germicida devido ao seu elevado poder  oxidativo mesmo  frente  a  espécies mais  resistentes  como  Clostridium  perfringens.  A unidade de experimentação utilizada nos ensaios de desinfecção está ilustrada na Figura 3.   A  sequência  de  operações  indicadas  na  Figura  3  tem  por  objetivo  aumentar  a  eficiência  do equipamento  gerador  de  ozônio  em  razão  da  redução  da  taxa  de  decomposição  do  gás formado. 

 O cilindro de oxigênio pressurizado (1) respondia pelo fornecimento de matéria‐prima pura para a produção de ozônio gasoso com rendimento máximo. O rotâmetro (2) possuía uma coluna de vidro graduada com escala entre 0 e 400L/h e no seu  interior uma esfera metálica móvel para indicar  a  vazão  de  oxigênio  correspondente.  Na  câmara  de  refrigeração  (3)  o  oxigênio  era resfriado  a  4oC,  através  de  um  sistema  de  serpentina  imersa  em  água  fria,  para  impedir  a decomposição do gás ozônio formado.  

Page 55: Vol 4, No 2, 2011

52 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

 

  

Figura 3. Instalação piloto para os ensaios de desinfecção 

  A câmara de contato gás‐líquido, ou câmara de ozonização (5), foi construída em acrílico, com 100mm de diâmetro interno, e possuía um difusor de bolhas (6) instalado em sua extremidade inferior para otimizar a dispersão do O3 no líquido.   O excedente de ozônio não consumido na coluna, denominado off‐gas, era capturado no frasco lavador  (7)  preenchido  com  uma  solução  de  iodeto  de  potássio  2%  preparada  segundo  o procedimento descrito em APHA (1995). Para se determinar a concentração de ozônio nas fases líquida e gasosa  foram adotados os métodos  indigo‐blue e  iodométrico  (APHA, 1995; Bilotta, 2006).   Os ensaios  referentes ao  tratamento secundário  (filtro biológico)  foram  realizados em  regime contínuo, enquanto os ensaios de desinfecção  foram executados em batelada e  reproduzidos em triplicata. Os parâmetros operacionais avaliados neste estudo estão relacionados na Tabela 1.  Tabela 1. Dados operacionais 

FILTRO BIOLÓGICO  CÂMARA DE DESINFECÇÃO

Tempo de detenção : 4,6 h Dose efetiva : 30,0 (±4,0) mg O3/L  Vazão de efluente : 6,8 m3/h Tempo de contato : 5 min

  Vazão de oxigênio (98%): 100,0 L/h 

  Volume de efluente : 2,0 L

Page 56: Vol 4, No 2, 2011

53 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

Além dos aspectos descritos, os ensaios  foram  seguidos de análises  físico‐químicas e exames microbiológicos para caracterização das amostras, conforme indica a Tabela 2.  Tabela 2. Métodos analíticos para caracterização das amostras 

PROCEDIMENTOS 

Demanda Química de Oxigênio (DQO) : Refluxo fechado (APHA, 1995) Sólidos Suspensos Totais (SST) : Método gravimétrico (APHA, 1995)pH : Titulação potenciométrica (APHA, 1995)Clostridium perfringens : Método CETESB L5.213Colifagos : Método CETESB LS.225Coliformes Totais : Método membranas filtrantes ‐ Chromocult ©Escherichia coli : Método membranas filtrantes ‐ Chromocult ©

   Resultados e Discussão Com  base  nos  resultados  dos  exames microbiológicos  foi  elaborada  a  Tabela  3,  onde  “No” representa  o  número  de  indivíduos  ativos  na  saída  do  tratamento  primário  (reator  UASB), correspondendo  à  condição  inicial,  e  “N”  o  número  de  sobreviventes  após  a  aplicação  de ozônio, indicando a condição final.  O valor "0" apresentado na Tabela 3 indica sobrevivência abaixo do limite mínimo de detecção do  método  analítico  utilizado  para  quantificar  atividade  metabólica  e  reprodutiva  dos indicadores patogênicos investigados, representando, portanto, ausência de contaminação.   Tabela 3. Variação da população de Escherichia coli, coliformes totais, colifagos e Clostridium perfringens 

    NÚMERO DE SOBREVIVENTES 

 ENSAIO 

SAÍDA UASB (No) 

SAÍDA BIOFILTRO 

SAÍDA OZONIZAÇÃO (N)  ‐ LOG N/No 

C. perfringens (NMP/100mL) 

1  7x104 3x104 20 3,5

2  5x103 4x103 13x102 0,6

3  15x102 10x102 11x101 1,1

Colifagos  (UFP/100mL) 

1  45x102 12x102 0 3,6

2  8x105 7x105 20x102 2,6

3  32x102 30x102 10 2,5

Col. Totais  (NMP/100mL) 

1  39x105 39x105 20x103 2,3

2  12x105 10x105 10x103 2,1

3  8x105 2x105 88x102 2,0

E. coli  1  5x105 3x104 5 5,0

(UFC/100mL)  2  12x104 10x104 20 3,8

  3  2x105 1x104 12 4,2

Page 57: Vol 4, No 2, 2011

54 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

Os indicadores Escherichia coli e colifagos apresentaram a menor resistência à aplicação do gás ozônio,  atingindo  valores  em  torno  de  4,2  log  e  2,9  log,  respectivamente.  Embora  menos suscetíveis a ação do O3, os  indicadores Clostridium perfringens e coliformes totais alcançaram níveis de  inativação bastante positivos (1,7  log e 2,1  log),  indicando, portanto, a viabilidade do método mesmo frente a espécies mais resistentes.   Os  resultados  revelam que os níveis de  inativação  alcançados para os quatro  indicadores de contaminação  investigados comprovam a elevada potencialidade da ozonização como método efetivo de desinfecção do esgoto sanitário, mesmo sob condições de instabilidade na qualidade do efluente secundário, devido à variação na composição físico‐química das amostras coletadas na saída do filtro biológico.   De acordo com os dados da Tabela 3, em 5 minutos de exposição a 30,0 mg de O3/L o efluente final  pode  se  enquadrar  aos  limites  microbiológicos  máximos  estabelecidos  pela  legislação brasileira  (Resolução CONAMA  430/2011)  para  o  lançamento  de  efluentes  em  cursos  d’água classe  2  e  3  para  o  contato  secundário  (1.000  NMP/100 mL),  considerando‐se  o  indicador coliformes totais e o fator da diluição após o descarte.  A  Tabela  4  apresenta  os  resultados  das  análises  de DQO,  SST  e  pH  ao  longo  das  etapas  de tratamento  do  esgoto.  Os  valores  médios  obtidos  no  efluente  secundário,  para  os  três parâmetros  físico‐químicos,  foram:  57,0  (±39,0)  mg/L,  42,0  (±21,0)  mg/L  e  pH  6,4  (±0,7),  respectivamente.   Tabela 4. Variação da DQO, da concentração de SST e do pH 

  SAÍDA UASB  SAÍDA FILTRO BIOLÓGICO APÓS DESINFECÇÃO

ENSAIO DQO (mg/L) 

SST (mg/L)  pH 

DQO (mg/L) 

SST (mg/L)  pH 

DQO (mg/L) 

SST (mg/L)  pH 

1  82  65  6,7  51 24 5,5 48  84  6,22  36  67  7,5  96 63 6,8 61  77  7,13  46  38  7,0  24 40 7,0 60  7  7,1

  Os dados da Tabela 4 confirmam a variação da qualidade do efluente secundário em termos de DQO e da concentração de sólidos (DQO: mínimo 24,0 e máximo 96,0 mg/L e SST: mínimo 24,0 e máximo 63,0 mg/L). Nesse sentido, os resultados da desinfecção comprovam a eficiência do sistema de desinfecção  com ozônio  ainda que na presença de  reações de oxidação química, devido à matéria orgânica estimada pela DQO e aos  sólidos  suspensos  totais, que competem pelo ozônio disponível. Segundo a Resolução CONAMA 430  (2011), a DBO deve  ser  inferior a 120,0 mg/L, a remoção de SST superior a 20% e o pH deve estar entre 6,0 e 9,0 para atender o limite máximo de lançamento em corpos d'água classe 2. 

Page 58: Vol 4, No 2, 2011

55 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

Pequenas variações observadas entre os ensaios 1, 2 e 3 (Tabelas 3 e 4) podem estar associadas a  aspectos  como:  dificuldade  na  obtenção  de  alíquotas  absolutamente  representativas  das amostras  analisadas,  visto  o  grande  número  de  diluições  requeridas  nos  exames microbiológicos;  variação  da  qualidade  do  efluente  anaeróbio  (particularmente  sólidos suspensos),  característica  de  sistemas  reais  de  tratamento  de  esgoto  sanitário;  e  pequenas oscilações no desempenho do equipamento gerador de ozônio.  Neste contexto, o método apresentado possibilitaria a adequação do efluente final às diretrizes definidas pela Organização Mundial da Saúde para sua  reuso na  irrigação  irrestrita, embora a necessidade  de  exames  complementares  para  determinar  a  presença  de  ovos  de  helmintos (WHO, 2006).   Conclusões Com  base  nos  resultados  e  nas  discussões  apresentadas,  pode‐se  concluir  que  o  uso  de  gás ozônio  em  sistemas  de  desinfecção  de  esgoto  sanitário  é,  de  fato,  efetivo. Os  experimentos realizados  revelaram  a  potencialidade  técnica  do  método  mesmo  frente  a  espécies  de microrganismos mais  resistentes,  como  coliformes  totais  e  Clostridium  perfringens,  e,  além disso, na presença de reações oxidativas concorrentes, em virtude da presença de sólidos em concentrações acima de 50,0 mg/L.  Neste contexto, o método apresentado possibilita a adequação do efluente  final às diretrizes estabelecidas  pela  legislação  ambiental  brasileira  para  o  seu  lançamento  em  corpos  d’água classe  2,  bem  como  se  enquadra  nos  limites  microbiológicos  máximos  definidos  pela Organização Mundial da Saúde para o seu reuso na irrigação irrestrita, embora a necessidade de exames complementares.   Agradecimentos.  Os  autores  deste  trabalho  agradecem  o  auxílio  pesquisa  concedido  pela Fundação  de  Amparo  à  Pesquisa  do  Estado  de  São  Paulo,  recurso  este  relativo  ao  processo n.00/00640‐5.   Referências bibliográficas APHA (1995). American Public Health Association, American Water Works Association, Water Environment 

Federation. Standard methods for the examination of water and wastewater. New York, 19. ed. 1268p.  AWWA (1991). American Water Works Association. Ozone in water treatment. Michigan. Bilotta P. (2006). Inativação de indicadores patogênicos em sistemas combinados de tratamento e pré‐desinfecção 

de esgoto sanitário. Tese de Doutorado. Departamento de Hidráulica e Saneamento, Universidade de São Paulo. 

Page 59: Vol 4, No 2, 2011

56 

Vol. 4, No. 2, 48 – 56 2 de Diciembre de 2011 

Bilotta P., Daniel A. (2007). Sequencial application of ozone and UV radiation to eliminate resistant microbiological indicators. Memória Técnica 6th Conference on Wastewater Reclamation and Reuse for Sustainability. International Water Association. Antwerp/Bélgica. 

Blumenthal U. J., Mara D. D., Peasy A., Ruiz‐Palacios G., Stott R. (2000). Guidelines for the microbiological quality of treated wastewater used in agriculture: recommendations for revising WHO guidelines. World Health Organization,    78(9), 1104‐1116. 

Chin A., Berube P. R. (2005). Removal of disinfection byproduct precursors with ozone‐UV advanced oxidation process. Water   Research, 9, 2136‐2144. 

CONAMA 430, Resolução (2011). Conselho Nacional do Meio Ambiente. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646. Acesso em: 05/10/2011. 

Driedger A. M., Rennecker J. L., Marinãs B. J. (2000). Sequencial inativation of Cryptosporidium parvum oocyts with ozone and free chlorine. Water Research, 34(14), 3591‐3597. 

Lazarova V., Savoye P. Janex M. L., Blatchley E. R., Pommepuy M. (1999). Advanced wastewater disinfection technologies: state of the art and perspectives. Water Science and Technology, 40(4‐5), 203‐213. 

Mausteller J. W. (1989) Ozone. MSA Research Corporation. Sotelo J. L., Beltrán F. J., Benitez F., Beltrán‐Heredia J. (1989). Henry’s law constant for the ozone‐water system. 

Water   Research, 23(10), 1239‐1245. WHO (2006). Guidelines for the safe use of wastewater, excreta and greywater. Volume 2: Wastewater use in 

agriculture. World Health Organization. Set. 196p. 

Page 60: Vol 4, No 2, 2011

 

57 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

REVISTA   AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. ESTABILIZAÇÃO DE FEZES HUMANAS ATRAVÉS DE COMPOSTAGEM EM REGIME  DE BATELADA 

 

*Thais Cardinali Rebouças 1 

Karla Santos Limoeiro 1 

Gabriel Hector Fontana 1 

Caio Cardinali Rebouças 1 

*Ricardo Franci Gonçalves 1 

STABILIZATION OF HUMAN FECES BY COMPOSTING SCHEME IN BATCH  Recibido el 18 de marzo de 2011;  Aceptado el 28 de junio de 2011 

Abstract The Ecological  Sanitation  (Ecosan)  refers  to  the  residuary waters management  system  focusing  in a principle of recycle  the water and  the nutrients back  to  their generating  source. Segregate  faeces and urine, avoiding  their mixture,  is one of  the Ecosan’s basics markings. The human  faeces obtained after  the segregation have valuable qualities  for  soil  improvement, however  the main  abstraction  in  this nutrients  recycling  is  the  association with enteric pathogens. The composting is the most common treatment to reach a disinfection of the faeces when the goal  is  its  application  as  soil  conditioner.  In  this  sense,  the  objectives were  characterize  the  excreta  under  a physico‐chemical  and  biological’s  view;  study  the  optimum  conditions  of  composting  human  faeces  with carbonaceous addition from sawdust and confirm the quality of the final compost to application on soil. The used methodology  was  separated  in  two  stages:  I.  faeces  quali‐quantitative  characterization  and  II.  human  faeces composting by application of three sawdust’s proportions. The obtained result was the temperature over than 50°C and a reduction of Escherichia coli to not detectable levels.  Key Words: Ecological Sanitation; Human Faeces; Composting; Reuse.    1 Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) 

 * Corresponding author: Av. Fernando Ferrari, S/N Goiabeiras ‐ Vitória – ES, CEP: 29060‐970 – Brasil. Email: [email protected][email protected]  

Page 61: Vol 4, No 2, 2011

 

58 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

Resumo O Saneamento Ecológico  (Ecosan) se refere ao sistema de gestão de águas residuárias  focalizado no princípio de reciclar ao máximo a água e os nutrientes de volta a fonte geradora. Uma das características básicas dos projetos de Ecosan é a segregação da urina e das fezes evitando‐se que elas sejam misturadas. As fezes humanas obtidas após  a  separação possuem qualidades  valiosas para  a melhoria do  solo, entretanto  a principal preocupação na reciclagem  dos  seus  nutrientes  é  a  associação  desta  fração  a  agentes  patogênicos  de  origem  entérica.  A compostagem é o tratamento mais comum para se obter a desinfecção das fezes quando se tem por objetivo sua aplicação como condicionante do solo. Diante do contexto apresentado, os objetivos  foram caracterizar as  fezes sob o ponto de vista  físico‐químico e biológico; estudar as condições ótimas de compostagem de  fezes humanas com suplemento carbonáceo a partir de serragem e verificar a qualidade do composto gerado para aplicação no solo.  A  metodologia  utilizada  foi  dividida  em  duas  etapas:  I.  caracterização  quali‐quantitativa  das  fezes  e  II. compostagem  das  fezes  com  aplicação  de  três  proporções  de  serragem. O  resultado  obtido  foi  a  obtenção  de temperaturas acima de 50°C e redução de Escherichia coli a níveis não detectáveis.  Palavras chave: Saneamento Ecológico; Fezes Humanas; Compostagem; Reúso.  

  Introducción A  falta  de  acesso  a  instalações  sanitárias  adequadas  e  a  eliminação  de  forma  imprópria  das excretas humanas geram sérias implicações para a saúde humana e o meio ambiente. Em todo o mundo, estima‐se que 2,5 bilhões de pessoas defecam a céu aberto ou em  locais  insalubres (WHO,  2008).  Os  riscos  à  saúde  pela  deficiência  nos  sistemas  de  saneamento  são principalmente provocados pela  falta de  tratamento das  fezes, portanto, a sua coleta e o seu tratamento são de grande  importância para a conservação da saúde de qualquer comunidade, sobretudo daquelas que utilizam as excretas humanas na agricultura.  O sanitário compostável  (composting toilet) tem sido amplamente discutido como uma opção adequada  à melhoria  dos  serviços  de  saneamento,  pois  assegura  a  separação  higiênica  das excretas  do  contato  humano,  além  de  ser  uma  tecnologia  simples  e  de  baixo  custo.  As características básicas do sanitário compostável são a segregação entre as  fezes e a urina e a posterior  coleta  das  fezes,  permitindo  a  ciclagem  de  nutrientes  e  prevenindo  a  dispersão descontrolada de patógenos e de contaminantes.  Enquanto a urina contém poucos patógenos e pode ser facilmente desinfetada por estocagem (Höglund, 2001; Schönning; Stenström, 2004), as  fezes apresentam  risco higiênico por  conter possíveis  organismos  patogênicos.  Uma  vez  separadas,  é  possível  mitigar  as  impurezas  e aproveitar  todos  os  nutrientes  presentes  nas  excretas.  Neste  sentido,  a  compostagem  é  o tratamento mais comum para se obter a desinfecção das fezes e consiste em um processo de bio‐oxidação  de  um  composto  orgânico  por  um  conjunto  de microrganismos,  que  tem  por resultado  final  água,  CO2  e matéria  orgânica  estabilizada.  No  entanto,  até  a  presente  data, dados sobre tratamentos eficazes, simples e de baixo custo para reúso de fezes humanas com segurança são escassos na literatura. 

Page 62: Vol 4, No 2, 2011

 

59 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

Objetivos Diante  do  contexto  apresentado,  o  objetivo  do  trabalho  foi  estudar  as  características  físico‐químicas e biológicas das fezes humanas, assim como caracterizar a sua produção e estudar o seu tratamento através da compostagem buscando o desenvolvimento de soluções tecnológicas alternativas aos sistemas convencionais.   Metodologia empregada  Caracterização quali‐quantitativa das fezes humanas  Para  caracterizar  as  fezes  humanas  sob  o  ponto  de  vista  físico‐químico  e  biológico,  foram construídos vasos sanitários que não utilizam água e possuem sistema de segregação entre as fezes e a urina, que consiste em suporte de aço com sacola plástica e contêiner que é conectado a  um  reservatório  temporal  através  de  uma mangueira.  Os  sanitários  foram  instalados  nos banheiros da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória no Brasil. Após utilização do  sanitário,  as  amostras  eram  encaminhadas  ao  laboratório  para  pesagem  e  análise  dos parâmetros. Foram analisados os seguintes parâmetros físico‐químicos e microbiológicos: peso úmido  das  fezes,  pH,  NTK,  fósforo  e  potássio  total,  sólidos  totais,  voláteis  e  fixos,  carbono orgânico  e  DQO,  coliformes  totais,  E.  coli  e  ovos  de  helmintos.  As  técnicas  analíticas obedeceram aos procedimentos recomendados pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater – 21º edição (APHA et al., 2005).  Compostagem  A coleta de fezes para a compostagem foi feita através da parceria com o Laboratório Central da Secretaria Municipal  de  Saúde  e  um  laboratório  particular  da  cidade  de Vitória  –  ES.  Foram coletadas amostras de ambos os  sexos, variadas  faixas etárias,  situação econômica e grau de escolaridade. A compostagem foi realizada em reatores de 40 L, de fibra de vidro e revestidos com  poliestireno  expandido  para  evitar  perda  de  calor,  com  espessura  de  25  mm,  tendo dimensão  interna  de  395x305x350  mm.  Na  base  do  reator  foi  inserido  um  tubo  de  PVC perfurado com 30 mm de diâmetro para proporcionar aeração e na tampa, um furo de 20 mm de diâmetro para a saída do ar. A Tabela 1 apresenta as condições experimentais estudadas.    Tabela 1. Condições experimentais dos três testes de compostagem de fezes humanas com serragem 

Reator  F/S (%)  Fezes (kg)(1)  ST(2) fezes (kg)  Serragem (kg)(1)  ST(2) serragem (kg) 

R1  60  4,0  0,73 1,4 1,25 R2  40  4,0  0,73 2,0 1,79 R3  30  4,0  0,73 2,6 2,33 

Legenda: (1) peso úmido; (2) ST é sólidos totais O número de repetições realizadas foi: reator 1 e 2 com n= 3 e reator 3 com n= 6 

  

Page 63: Vol 4, No 2, 2011

 

60 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

A  Figura  1  apresenta  um  fluxograma  de  como  eram  realizadas  as misturas  dos  componentes  para compostagem. Todas as amostras de  fezes  foram misturadas com a serragem para compor uma única mistura, e foram inseridas nos reatores para o início do ensaio. Foi utilizada serragem não tratada para evitar a presença de componentes químicos que pudessem interferir na atividade microbiana.   

 (1)   

 (2)   

 (3)   

 (4)   (5)   (6) Figura  1.  Preparação  do  material  (fezes  e  serragem)  para  compostagem.  (1)  Pesagem  e  mistura  das  fezes humanas; (2) mistura das fezes com a serragem; (3) transferência da mistura para o reator de compostagem; (4) reator com o composto; (5) reator em cima da bancada e (6) reatores utilizados no experimento 

  Durante a etapa de degradação ativa, os reatores de compostagem foram monitorados, sendo anotadas todas as características do composto, a frequência de revolvimento, além das análises de  temperatura, pH e  relação C/N,  sólidos  totais, voláteis e  fixos,  fósforo  total, NTK, ovos de helmintos e coliformes  totais. E. coli  foi o parâmetro microbiológico escolhido para analisar a eficiência do processo na higienização do material, conforme sugere Niwagaba  (2007). Foram realizados revolvimentos manuais diários na  fase de degradação ativa. Como as alterações de temperatura podem ser muito rápidas, foram feitas medidas de três a quatro vezes por dia, nos seguintes  horários  09h00,  12h00,  15h00  e  às  18h00.  A  temperatura  ambiente  foi  obtida  da Estação Meteorológica Automática localizada na UFES.    Resultados obtidos  Caracterização de fezes humanas Os  resultados  quantitativos  estão  expressos  na  Tabela  2.  A  quantidade  de  fezes  excretadas diariamente pelo corpo humano depende da composição do alimento consumido, da  idade do indivíduo, do metabolismo, da saúde física, entre outros.  

Page 64: Vol 4, No 2, 2011

 

61 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

Tabela 2. Taxa de geração de fezes humana (peso úmido), g/pessoa.dia 

Amostra  Média (g/pessoa.dia)  Desvio padrão  Máx  Mín  Coef. Variação 

Masculino (n= 38)  134  67  386  69  49,8% 

Feminino (n= 8)  104  49  218  55  46,9% 

Total (n = 46)  130  64  386  55  49,2% 

  Neste aspecto, o peso úmido médio de fezes por pessoa foi de 130 g/dia, variando entre 55 e 386 g. O valor médio de 130 g foi semelhante às médias mundiais relatadas (Tabela 3).   Tabela 3. Taxa de geração de fezes humana (peso úmido), g/pessoa.dia, em diferentes países e regiões 

País ou Região  Produção (g/pessoa.dia)  Referências 

Media Mundial  100 ‐ 150  Aires (2008) 

Reino Unido  134  Almeida et al. (1999)1 

América e Europa  100 ‐ 200 Niwagaba (2007) China  315  Gao et al. (2002)3 

Tailândia  120 – 400  Schouw et al. (2002) 

Suécia  140  Vinnerås et al. (2006) Legenda: 1‐ o valor excretado foi medido apenas durante a semana; 2‐ apud Schouw et al. (2002); 3‐ apud Niwagaba (2007) 

  Na  Tabela  4,  pode‐se  notar  que  as  concentrações  de  fósforo  foram  as  que  apresentaram diferença  mais  acentuada  entre  si,  variando  de  2,3  a  9,9  gP/kg  de  fezes,  com  a  menor concentração encontrada por Kujawa e Zeeman (2006), sendo o valor obtido nesta pesquisa de 3,2 gP/kg. Para o nitrogênio, pode‐se notar uma menor variação, com valor mínimo de 10,5 e máximo de 15,4 gN/kg de fezes. Contudo, apesar de o valor médio encontrado nesta pesquisa, de 12,9 gN/kg estar próximo a média reportada na  literatura, um desvio relativamente alto foi obtido, e que pode ser explicado com base em uma eventual diferença dos hábitos alimentares, uma  vez  que  uma  dieta  com  maior  ingestão  de  proteínas  implica  em  maior  excreção  de nitrogênio pelo organismo (Kirchmann e Petterson, 1995). Conforme a Tabela 5, o valor de pH para  fezes  encontrado  foi  próximo  ao  neutro,  enquanto  os  valores  relatados  na  literatura variaram de 5,3 a 7,2 (Choi et al., 2003; Yadav et al., 2010).  Quanto  ao  aspecto microbiológico,  as  amostras  analisadas  apresentaram  concentrações  de coliformes totais, termotolerantes e E. coli de 107, 106 e 105 NMP/g, respectivamente, e, ovos de helmintos não  foram detectados. Tal  resultado  se  justifica pelo alto nível  socioeconômico dos  colaboradores,  já que doenças parasitárias estão  relacionadas  a práticas  inadequadas de higiene  e  deficiência  nos  sistemas  de  saneamento,  comuns  para  níveis  sociais mais  baixos. Yadav  et  al.  (2010),  ao  caracterizarem  fezes  humanas,  encontraram    concentrações  de coliformes  totais  de  109  NMP/g,  maior  que  a  encontrada  nesta  pesquisa,  e  Schönning  e 

Page 65: Vol 4, No 2, 2011

 

62 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

Stenström (2004) relatam que a quantidade de microrganismos na matéria fecal é da ordem de 1011‐1013/g.   Tabela 4. Valores médios da caracterização físico‐química das fezes coletadas nos sanitários segregadores (valor médio ± desvio padrão) comparados aos dados da literatura 

Parâmetros Esta 

pesquisa Del Porto (1999) 

Esrey et al. (2001) 

Chaggu et al. (2003) 

Jönsson et al. (2005) 

Kujawa e Zeeman (2006) 

pH  6,7 ± 0,2  ‐  ‐  ‐  ‐  ‐ 

Umidade, em %  75,3 ± 3,1  ‐  ‐  66 ‐ 85  70  ‐ 

Sólidos Voláteis, em %  85 ± 4  ‐  ‐  88 ‐ 97  79,4  ‐ 

Fósforo (gP/kg fezes)*  3,2 ± 1,1  4  5,4  8,1 ‐ 9,9  3,8  2,3 ‐ 5,4 

Nitrogênio (gN/kg fezes)*  12,9 ± 7,8  13,3  10,7  10,5 ‐ 16,5  11,5  11,5 ‐ 15,4 

DQO (gDQO/kg fezes) *  450 ± 141  ‐  ‐  105 ‐ 522  288  351 ‐ 419  

Corg (gCorg/kg fezes) *  161,5 ± 2,0   ‐  152,8   ‐   ‐   ‐ 

Legenda: *Peso seco   De  todas  as  fontes  geradoras  de  resíduos  numa  residência,  como  água  cinza,  urina,  fezes  e resíduos de cozinha, as fezes são responsáveis por cerca de 31% a 44% da DQO, 28% do P, 13% do  N  e  18%  do  K  (Almeida  et  al.,  1999;  Kujawa  e  Zeeman,  2006).  De  acordo  com  as concentrações obtidas para DQO e carbono, vê‐se que a contribuição das  fezes para a DQO é significativa  e maior  do  que  a  sua  participação  nos  elementos  inorgânicos,  o  que  gera  um antecedente  interessante, uma vez que por serem ricas em matéria orgânica e em nutrientes como N e P, as fezes humanas têm alto potencial como condicionador de solo e como fonte de nutrientes para a agricultura após tratamento por compostagem (Kakimoto e Funamizu, 2007).   Compostagem As Figuras 2, 3 e 4 mostram as mudanças de temperatura ao longo do tempo nos reatores 1, 2 e 3,  respectivamente.  O  aumento médio máximo  da  temperatura  em  relação  à  temperatura ambiente foi de cerca de 20°C, 30°C e 35°C, respectivamente, para os reatores R1 (F/S 60%) , R2 (F/S 40%) e R3 (F/S 30%).  O  R1  (F/S  60%)  não  atingiu  temperaturas  de  desinfecção  (≥  50°C),  apenas  alcançou  a  fase termofílica e permaneceu por poucas horas até se igualar à temperatura ambiente (Figura 2). O R2 (F/S 40%) alcançou a fase termofílica após 84h do início do processo e atingiu temperaturas de  desinfecção,  porém  permaneceu  nessa  por  poucas  horas  (156  a  192h),  depois  declinou bruscamente até se igualar à temperatura ambiente (Figura 3).  Ao contrário dos demais, o R3  (F/S 30%) alcançou a  fase  termofílica em 60h e a  temperatura subiu progressivamente até atingir 50°C em 84h, mantendo‐se superior até cerca de 240h (~ 7 

Page 66: Vol 4, No 2, 2011

 

63 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

dias) (Figura 4). A partir daí, permaneceu na fase de transição até por volta de 396h (16 dias) e, após  isso, a  temperatura  foi declinando  rapidamente,  fato que  indica que a matéria orgânica mais facilmente degradável pode ter sido rapidamente esgotada (Yu et al., 2008). R3 (F/S 30%) também  foi  o  responsável  por  alcançar  as  maiores  temperaturas,  pois  registrou  picos  de temperatura de 58°C  (216h) e atingiu  temperaturas de 67°C em outras  rodadas, enquanto os demais experimentos registraram 46°C  (192h) e 53°C  (180h), respectivamente, R1  (F/S 60%) e R2 (F/S 40%).   

   

Figura 2: Variação da temperatura ao  longo do tempo para  o  R1  (F/S  60%)  e  da  temperatura  ambiente (média, mínima  e máxima  dos  5  pontos  de medição dentro do reator para cada tomada) 

Figura 3: Variação da temperatura ao  longo do tempo para  o  R2  (F/S  40%)  e  da  temperatura  ambiente (média, mínima  e máxima  dos  5  pontos  de medição dentro do reator para cada tomada) 

   

Figura 4: Variação da temperatura ao  longo do tempo para  o  R3  (F/S  30%)  e  da  temperatura  ambiente (média, mínima  e máxima  dos  5  pontos  de medição dentro do reator para cada tomada) 

Figura  5: Valores  calculados  da  relação  de  energia  E(cal/g) e relação de água W. As  linhas pontilhadas são os valores limites para compostos não funcionais 

Page 67: Vol 4, No 2, 2011

 

64 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

Outros estudos de compostagem em escala  real e de bancada  (Niwagaba, 2007; Niwagaba et al.,  2009a,b;  Vinnerås,  2007),  porém  estudando  diferentes  relações  entre  fezes,  cinzas, serragem e resíduos de alimentos, relataram aumento de temperatura em apenas 2 dias, e que se mantiveram superiores a 50°C entre 4 e 12 dias e, depois, declinaram rapidamente. Quando a compostagem  de  fezes  foi  combinada  com  resíduos  alimentares,  altas  temperaturas  se mantiveram por um período mais longo, cerca de 14 dias.  O  aumento  da  temperatura  até  a  fase  termofílica  (>  45°C)  em  algumas  horas  indica  que  a mistura  está  funcionando  bem  (Haug,  1993;  Chiumenti  et  al.,  2005). No  R3  (F/S  30%),  esse aumento ocorreu em pouco mais de 2 dias (72h) e foi mais rápido do que nos demais reatores, onde  levaram  quase  4 dias  (144h). A  velocidade  com  que  a  temperatura  aumenta  depende, portanto,  tanto da composição do substrato quanto da umidade  inicial,  tudo  isso associado à atividade microbiana.   No aspecto microbiológico, em todos os reatores, as concentrações iniciais de coliformes totais foram de 106  ‐ 107 NMP/g, enquanto as concentrações de E. coli foram entre 105  ‐ 107 NMP/g conforme mostram as Figuras 6 e 7. Niwagaba et al. (2009b) relataram concentrações iniciais de E. coli menores, entre 103  ‐ 105 NMP/g e, para Germer et al.  (2010), a carga  inicial  foi de 105 NMP/g. As concentrações de coliformes total e E. coli medidas nos compostos são encontradas na mesma magnitude que nos sanitários segregadores de urina e nos sanitários compostáveis em condições ambientais semelhantes (Peasey, 2001; Redlinger et al. 2001).   As  Figuras  6  e  7  apresentam,  respectivamente,  o  decaimento  de  coliformes  totais  e  E  coli durante 4 semanas de experimento para as três relações F/S estudadas. Para R3 (F/S 30%), onde temperaturas superiores a 50°C se mantiveram por 7 dias, com picos de 67°C, não foi detectado E.  coli  em  três  semanas  (Figura  7).  Isto  sugere  que  a  relação  tempo‐temperatura  é muito importante  e  que  a  higienização  pode  ser  realizada  durante  períodos  mais  curtos  a temperaturas mais elevadas, conforme relatam Feachem et al. (1983). Esses resultados também concordam com outros estudos em que a compostagem a 50‐55°C resultou no decaimento de E. coli em três dias a duas semanas (Jepsen, 1997).   Em R2 (F/S 40%), temperaturas superiores a 50°C foram mantidas por apenas 2 dias e E. coli foi detectada em concentrações de 102 NMP/g. Por outro lado, R1 (F/S 60%), mesmo não atingindo a  temperatura  de  desinfecção  teve  redução  de  105  para  102  NMP/g  ao  longo  de  21  dias. Todavia,  no  28°  dia  foi  detectado  aumento  na  concentração  de  coliformes  totais  e  E.  coli, sugerindo  que  houve  recrescimento  ou,  como  a mistura  não  é  homogênea  e  a  temperatura pode variar de um ponto para outro dentro do reator, houve sobrevivência de organismos em partes do composto.  

Page 68: Vol 4, No 2, 2011

 

65 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

Figura  6:  Mudanças  para  Coliformes  total  (log10 NMP/g) ao longo do tempo nos três reatores. 

Figura  7:  Mudanças  para  Escherichia  coli  (log10 NMP/g) ao longo de tempo nos três reatores. 

 Legenda: • é F/S 60% ; Δ é F/S 40% ; × é F/S 30% 

  Na  Figura  5  são  plotados  os  valores  de  E  e W  calculados  para  as  relações  F/S  estudadas. Observa‐se que  a  regra para E e W  concorda bem  com os  resultados obtidos em  relação ao comportamento da temperatura e da umidade. Segundo Haug (1993), os compostos com uma relação  favorável  entre  a  energia  (E  >  700  cal/g)  e  a  taxa  de  água  (W  <  8)  satisfazem  os requisitos termodinâmicos para a elevação da temperatura e da evaporação da água. Das três proporções de  serragem estudadas, apenas R3  (F/S 30%)  reuniu esses  requisitos para o bom funcionamento  da  compostagem.  Tais  requisitos  foram  coerentes  com  as  temperaturas alcançadas nas três relações de F/S. R1 (F/S 60%), que obteve os menores valores de E e os mais elevados de W, não alcançou temperatura de desinfecção e R2  (F/S 40%), que obteve valores mais  próximos  ao  sugerido  pela  literatura,  alcançou  temperatura  de  desinfecção,  porém  a manteve  por  um  tempo muito  reduzido.  Já  R3  (F/S  30%),  que  reuniu  os  requisitos  ideais, alcançou  a  temperatura  de  desinfecção  e  a  manteve  por  mais  tempo.  As  equações  para determinar os valores de E e W são sensíveis a pequenas alterações na porcentagem de sólidos fixos  e,  ademais,  apenas  um  valor  da  literatura  foi  utilizado  para  H,  que  é  o  valor  liberado quando a matéria orgânica é degradada.    Conclusão Fezes  humanas  constituem  recurso  de  nutrientes  como N,  P  e  K  e  apresentam  potencial  de reutilização podendo ser tratadas de forma mais sustentável que nos tratamentos dos sistemas convencionais de saneamento. 

A quantidade de  fezes excretadas por pessoa encontrada  foi bastante variada, o que permite concluir que características  físicas e comportamentais de cada  indivíduo são  responsáveis por essa diferença.  

Page 69: Vol 4, No 2, 2011

 

66 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

A  compostagem  de  fezes  humanas  com  serragem mostrou‐se  uma  alternativa  viável  para  o tratamento  e  a  estabilização  desse  material.  Sendo  o  melhor  desempenho  obtido  na estabilização do composto e redução de E. coli para a proporção F/S de 30% (R3).  Mesmo  R1  (F/S  60%)  não  tendo  alcançado  a  temperaturas  de  desinfecção  e  R2  (F/S  40%) apresentado uma fase termofílica de duração limitada, a concentração de E. coli foi reduzida, o que  demonstra  que  outros  fatores  contribuem  para  tal,  dentre  eles  o  aumento  do  pH  e, possivelmente, relações ecológicas presentes nos sistemas.  Todos os  compostos que  atingiram  temperaturas  termofílicas  tinham E > 700  cal/g e W < 8, demonstrando que esses  critérios  são  importantes.  Isso  realça que os  cálculos de E e W  são valiosos para prever o desempenho do composto, entretanto, mais estudos são necessários.   Referências bibliográficas Aires, Margarida de Mello. (2008) Fisiologia. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1232 p.  Almeida, M.C.; Butler, D.; Friedler, E. (1999) At‐Source Domestic Wastewater Quality. Urban Water, 1, 49‐55. APHA. (2005) Standard methods for the examination of water and wastewater. 21ª ed. Washington: American 

Public Health Association. Chaggu, E.J. (2003) Sustainable Environmental Protection Using Modified Pit‐Latrines. Ph.D Thesis, Wageningen 

University, The Netherlands. Chiumenti, A., Chiumenti, R., Diaz, L.F., Savage, G.M., Eggerth, L.L., Goldstein, N. (2005) Modern Composting 

Technologies. The JG Press. Inc. ISBN 0‐932424‐29‐5. Del Porto, D., Steinfeld, C. (1999) The composting toilet system book. A practical guide to choosing, planning and 

maintaining composting toilet systems, an alternative to sewer and septic systems. The center for ecological sanitation prevention (CEPP), Concord, Massachusetts. ISBN: 0 9666783 0 3. 

Esrey, S.A., Andersson, I., Hillers, A., Sawyer, R. (2001) Closing the Loop: Ecological sanitation for food security. Publications on Water Resources No. 18, Sida: México. ISBN 91 586 8935 4. 

Feachem, R.G., Bradley, D.J., Garelick, H., Mara, D.D. (1983) Sanitation and Disease. Health aspects of excreta and wastewater management. World Bank studies in water supply and sanitation. John Wiley and Sons. New York. 

Germer, J., Boh, M.Y., Schoeffler, M., Amoah, P. (2010) Temperature and deactivation of microbial faecal indicators during small scale co‐composting of faecal matter. Waste Management 30(2), 185‐191. 

Haug, R.T. (1993) The practical book of compost engineering. Lewis Publishers. Lewis Publishers. Boca Raton. Washington D.C., ISBN 0 87371 373 7. 

Höglund, Caroline (2001) Evaluation of Microbial Health Risks Associated with the Re‐use of Source‐separated Human urine. 78 f. PhD Thesis. Department of Biotechnology and Applied Microbiology, Royal Institute of Technology (KTH) and the Department of Water and Environmental Microbiology, Swedish Institute for Infectious Disease Control (SMI), Estocolmo, Suécia. 

Jönsson, H., Baky, A., Jeppsson, U., Hellström, D., Kärrman, E., 2005. Composition of Urine, Faeces, Greywater and Biowaste: for utilization in the URWARE model. Urban Water, Report 2005: 6, Gothenburg, Suécia. 

Kirchmann, H., Pettersson, S. (1995) Human urine ‐ chemical composition and fertilizer use efficiency. Fertilizer Research 40, 149‐154. 

Kujawa‐Roeleveld, K.; Zeeman, G. (2006) Anaerobic treatment in decentralised and source‐separation‐based sanitation concepts. Reviews in Environmental Science and Bio/Technology 5, 115‐139. 

Page 70: Vol 4, No 2, 2011

 

67 

Vol. 4, No. 2, 57 – 67 2 de Diciembre de 2011 

Niwagaba, Charles (2007) Human Excreta Treatment Technologies: prerequisites, constraints and performance. 68 f. Licentiate Thesis. Swedish University of Agricultural Sciences, Department of Biometry and Engineering, Uppsala. 

Niwagaba, C. Nalubega, M., Vinnerås, B., Sundberg, C., Jönsson, H. (2009a) Bench‐scale composting of source‐separated human faeces for sanitation. Waste Management 29, 585‐589. 

Niwagaba, C., Kulabako, R.N., Mugala, P., Jönsson, H. (2009b) Comparing microbial die‐off separately collected faeces with ash and sawdust additives. Waste Management 29, 2214‐2219. 

Peasey, Anne (2001). Health Aspects of Dry Sanitation with Waste Reuse. Task no 324. London: Water Environmental Health at London and Loughborough. 

Redlinger, T., Graham, J., Corella‐Barud, V., Avitia, R. (2001) Survival of fecal coliforms in dry‐composting toilets. Applied and Environmental Microbiology 67(9), 4036‐4040. 

Schouw, N.L.; Danteravanichb, S.; Mosbaeka, H.; Tjella, J.C. (2002) Composition of human excreta: a case study from Southern Thailand. The Science of the Total Environment, 286, 155‐166. 

Schönning, C., Stenström, T.A. (2004) Guidelines for the Safe Use of Urine and Faeces in Ecological Sanitation. Report 2004‐1. Ecosanres, SEI, Sweden. www.ecosanres.org. 

Vinnerås, B., Palmquist, H., Balmér, P., Jönsson, H. (2006) The characteristics of household wastewater and biodegradable solid waste – a proposal for new Swedish design values. Urban Water Journal 3, 3‐11. 

Yadav, K.D., Tare, V., Ahammed, M.M. (2010) Vermicomposting of source‐separated human faeces for nutrient recycling. Waste Management 30, 50‐56. 

Yu, S., Grant Clark, O., Leonard, J.J. (2008) A statistical method for the analysis of nonlinear temperatura time series from compost. Bioresource Technology 99, 1886‐1895. 

WHO (2008) Progress on drinking water and sanitation: special focus on sanitation. UNICEF, New York and WHO, Geneva. ISBN 978 92 806 4313 8. 

 

Page 71: Vol 4, No 2, 2011

68 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

REVISTA   AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. ANÁLISE DE ASPECTOS AMBIENTAIS DA TECNOLOGIA DE EVAPORAÇÃO APLICADA AO TRATAMENTO DE LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO 

 

*Débora Machado de Oliveira 1  Haical Sajovic Haddad 2 

Armando Borges de Castilhos Jr. 2  

 

ENVIRONMENTAL ANALYSIS OF THE EVAPORATION TECHNOLOGY APPLIED TO TREATMENT OF LEACHATE LANDFILL  Recibido el 6 de abril de 2011;  Aceptado el 8 de noviembre de 2011 

Abstract This study aimed to investigate the possible environmental impacts associated with the evaporation technology of landfill  leachate.  For  this  reason,  experiments were performed  at  the  laboratory  scale  in order  to evaluate  the quality of effluent resulted  from the process. The experiment was conducted  in two stages. The objective of the first stage was to diagnose the behavior of some pollutants into the process of evaporation/distillation. The results of  this  stage  indicated  that  the process was effective with  respect  to  the  removal of COD, TOC, Cl‐, and TS. By contrast, higher concentrations of NH3 (4,125 mg.L‐1) were transferred to the condensate. From this standpoint, a second stage was conducted in order to evaluate the potential of NH3 and H2S emissions of the gases evaporated from  the  process  of  evaporation.  The  results  from  this  stage  showed  high  concentrations  of  NH3  in  the  gas, reaching concentrations close to 1,555 mg.m‐3. The presence of H2S, on the other hand, was not detected  in the gases.  Key Words: leachate, evaporation/distillation, environmental impacts    1 Departamento de Engenharia Ambiental e Energias Renováveis, Universidade Federal da Fronteira Sul 

2 Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina 

 *Corresponding author: Universidade Federal da Fronteira Sul ‐ Campus Cerro Largo. Departamento de Engenharia Ambiental e Energias Renováveis. Rua João Sebastiany, 16 ‐ CEP 97900‐000. Cerro Largo, Rio Grande do Sul, Brasil.  Email: [email protected]  

   

Page 72: Vol 4, No 2, 2011

69 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

 Resumo Este estudo teve como objetivo investigar os possíveis impactos ambientais associados à tecnologia de evaporação de lixiviado de aterro sanitário. Para isso, foram realizados experimentos em escala de laboratório visando avaliar a qualidade dos efluentes produzidos no processo. O estudo foi realizado em duas etapas distintas. A primeira etapa teve  como  objetivo  diagnosticar  o  comportamento  de  alguns  poluentes  resultantes  do  processo  de evaporação/destilação. Os resultados desta etapa indicaram que o tratamento por evaporação foi eficiente no que tange  à  remoção  de  DQO,  COT,  Cl‐  e  ST.  No  entanto,  elevadas  concentrações  de  NH3  (4.125  mg.L‐1)  foram arrastadas para os condensados. A partir dessa constatação, uma segunda etapa experimental foi conduzida para avaliar o potencial de emissão de NH3 e H2S nos gases resultantes do processo de evaporação. Os resultados desta segunda etapa  revelaram altas concentrações de NH3 nos gases, atingindo valores em  torno de 1.555 mg.m‐3. A presença de H2S, por outro lado, não foi detectada nos gases de evaporação.  Palavras‐Chave: lixiviado, evaporação/destilação, impactos ambientais  

  Introdução Lixiviado é definido como efluente aquoso gerado em consequência da percolação da água da chuva  através  da massa  de  resíduos,  de  processos  bioquímicos  que  ocorrem  no  interior  da célula  de  resíduos  e  da  própria  umidade  dos  resíduos.  Muitos  compostos  orgânicos  e inorgânicos  podem  estar  presentes  em  lixiviados  de  aterros  sanitários  (El‐Fadel  et  al.,  1997; Kjeldsen et al., 2002). Öman e Junestedt (2008) analisaram amostras de lixiviados de 12 aterros sanitários e detectaram a presença de mais de 90 compostos orgânicos e organometálicos, e 50 compostos  inorgânicos.  Entre  estes,  um  grande  número  de  compostos  perigosos  como  os policíclicos aromáticos, halogenados, fenóis, pesticidas, metais pesados e amônia. Portanto, em face desse panorama de  compostos presentes nos  lixiviados de aterros  sanitários, aliado aos crescentes  níveis  de  exigências  da  legislação  ambiental,  há  necessidade  urgente  de  estudos focados em novas tecnologias de tratamento, bem como no aperfeiçoamento dos sistemas de tratamento utilizados tradicionalmente.  Diversas  técnicas  têm  sido propostas nas últimas décadas para o  tratamento e  remoção dos contaminantes presentes nos  lixiviados. Apesar de uma série de etapas serem necessárias, os tratamentos biológicos (Im et al. 2001; Chen et al., 2008; Yang e Zhou, 2008) e físico‐químicos (Marttinen et al., 2002; Wu et al., 2004; Pi et al. 2009) convencionais demonstram ser eficientes para a  redução de substâncias orgânicas e amônia.   No entanto, a  remoção desses poluentes apresenta dificuldade em atender os padrões de  lançamento em  corpos  receptores devido à complexidade  dos  lixiviados.  Neste  cenário,  ganham  importância  os  estudos  sobre  novas tecnologias para o  tratamento de  lixiviado,  sendo a aplicação da evaporação uma alternativa que vem sendo estudada mais  recentemente  (e.g. Marks et al., 1994; Birchler et al., 1994; Di Palma  et  al.,  2001;  Xu  et  al.,  2006;  Yue  et  al.,  2007). Birchler  et  al.  (1994)  afirmaram  que  o tratamento de lixiviados por evaporação pode produzir um condensado com melhor qualidade 

Page 73: Vol 4, No 2, 2011

70 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

e de mais fácil disposição que os efluentes provenientes de tratamentos convencionais, além de o concentrado residual reduzir‐se a uma pequena  fração do volume  inicial a ser tratado. Com relação aos compostos orgânicos voláteis, amônia e ácidos orgânicos voláteis carreados para o condensado durante a evaporação, Birchler et al. (1994) e Eisner et al. (1996) indicaram o ajuste de pH como um mecanismo de controle eficiente.   Estudos mais  recentes  têm  indicado  que  o  tratamento  por  evaporação  pode  ser  eficaz  na remoção de compostos orgânicos, amônia e substâncias húmicas de  lixiviados (Di Palma et al., 2002;  Lee et al., 2003). Embora o  tratamento por evaporação  seja eficiente na  separação de substâncias húmicas nos  lixiviados, alguns compostos orgânicos voláteis e amônia poderão ser carreados juntamente com o vapor, resultando em poluição atmosférica (Yue et al., 2007). Para controle  e  tratamento  dos  vapores  contendo  COV  e  amônia,  Yue  et  al.  (2007)  sugerem  a incineração  como  alternativa mais  adequada,  embora  seja  um  tratamento  de  alto  custo  e elevado consumo de energia.  Dentro dessa problemática, este estudo  teve  como objetivo aprofundar no entendimento do processo  de  evaporação  como  uma  tecnologia  alternativa  para  o  tratamento  de  lixiviado.  A análise  da  qualidade  dos  efluentes  resultantes  do  processo  de  evaporação  (condensados  e concentrados)  foi  realizada  visando  a  identificar  os  compostos  de  maior  preocupação  em termos  de  poluição  atmosférica.  Para  elucidar  ainda  mais  esta  questão,  foram  realizados experimentos  para  identificação  de  compostos  inorgânicos  voláteis  passíveis  de  serem transferidos da fase líquida para a fase gasosa pelo aquecimento do lixiviado.   Materiais e métodos  Origem dos lixiviados Os  lixiviados  utilizados  tiveram  a  sua  origem  em  três  aterros  sanitários  distintos,  todos localizados num  raio de 200 km da cidade Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, Brasil. Neste estudo, os lixiviados foram denominados de A, B e C, conforme a origem.   Experimentos de evaporação/destilação O aparato experimental utilizado para evaporação/destilação dos  lixiviados  foi constituído de: (a) uma manta aquecedora, marca FISATOM Modelo‐202;  (b) um balão para evaporação com três  bocas  curtas  angulares,  fundo  redondo  e  capacidade  para  2.000 mL;  (c)  uma  coluna  de destilação lisa; (d) um condensador de Liebig tipo liso, duas juntas; (e) um frasco lavador de gás adaptado, tipo dreschel, para coleta do condensado; (f) um controlador de temperatura digital marca DIST Modelo DS I‐530, com termômetro digital acoplado para ajuste. No topo da coluna de destilação  foi  fixado um  termômetro de escala decimal. A  representação esquemática do aparato experimental utilizado neste estudo é apresentada na Fig. 1.  

Page 74: Vol 4, No 2, 2011

71 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

 

 Figura 1. Representação esquemática do aparato experimental: (a) manta aquecedora; (b) balão de evaporação; (c) coluna de destilação; (d) condensador; (e) frasco armazenador do efluente condensado; (f) controlador de temperatura 

  A  primeira  etapa  teve  como  objetivo  verificar  a  qualidade  dos  efluentes  (condensado  e concentrado).  Para  isso,  foi  fixado  como  parâmetro  o  volume  a  ser  evaporado  (500 mL)  em relação ao volume inicial de lixiviado bruto de 1.000 mL. No total, foram realizados 9 ensaios de evaporação/destilação  em  batelada  utilizando  o  lixiviado  A.  Os  efluentes  (concentrado  e condensado) foram avaliados sob os seguintes aspectos: Demanda Química de Oxigênio (DQO), Carbono Orgânico Total (COT), Nitrogênio Amoniacal (NH3), Cloretos (Cl

‐), Alcalinidade (CaCO3), Sólidos Totais  (ST), Sólidos Fixos Totais  (SFT) Sólidos Voláteis Totais  (SVT), Sólidos Dissolvidos Totais (SDT), Sólidos Suspensos Totais (SST).   Procedimento para coleta e análise de NH3 e H2S  O aparato experimental  foi planejado para coleta de dois gases  inorgânicos voláteis de  forma simultânea  (NH3  e H2S).  Para montagem  deste  experimento,  foram  necessários  os  seguintes equipamentos  e materiais:  (a)  uma  chapa  elétrica  com  controle  de  temperatura;  (b)  balão volumétrico  com  três bocas  curtas angulares,  fundo  chato e  capacidade para 3.000 mL;  (c) 5 frascos tipo dreschel; d) uma bomba a vácuo; (e) um medidor de fluxo digital; (f) mangueiras de silicone; (g) solução absorvente HgCl2 (4 g.L

‐1) e solução absorvente de HCl (0,1 M).  

Page 75: Vol 4, No 2, 2011

72 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

 

Figura 2. Aparato experimental para coleta dos gases de evaporação 

  O procedimento de  coleta dos gases envolveu o aquecimento de 1.500 mL de  lixiviado até a temperatura de 100 ºC, sendo na sequência acionada a bomba a vácuo para conduzir os gases gerados  pelo  processo  de  evaporação  através  das  soluções  absorventes.  Duas  soluções absorventes  foram empregadas, sendo uma de HCl 0,1 M para absorção de NH3  (250 mL) e a outra HgCl2 a concentração de 4 g.L

‐1 (250 mL) para absorção de H2S. O primeiro frasco dreschel teve função de condensar os vapores de água arrastados juntamente com os gases e, entre os frascos contendo as soluções absorventes,  foram  intercalados  frascos vazios a  fim de  impedir possíveis  contaminações  pelo  refluxo  das  soluções.  Antes  de  cada  experimento  a  bomba  a vácuo teve seu fluxo calibrado, com um bolhômetro digital para uma vazão de 120 L.h‐1. Cada experimento  teve  duração  de  2  horas  contadas  a  partir  do  acionamento  a  bomba.  Foram realizados 17 ensaios para o  lixiviado B e   8 para o Lixiviado C. O ajuste de pH para 4 antes de cada experimento foi efetuado com adição de HCl 2M.  Para  as  análises  das  concentrações  de  H2S  na  solução  de  HgCl2,  utilizou‐se  a  metodologia proposta por Maris & Laplanche (1994), baseada no princípio de precipitação dos compostos de enxofre na forma de sulfetos e quantificação por gravimetria, utilizando membrana de acetato com  porosidade  de  0,45  μm  previamente  seca  em  estufa  a  105  ºC  entre  14  a  16  horas.  A equação (1) foi utilizada para cálculo da concentração de H2S nos gases evaporados.   

CH2S (mg.m‐3) = m (mg) . 32(g.mol‐1)                         326 (g.mol‐1) . V (m3)

Equação (1) 

Sendo:  C: concentração de H2S (mg.m‐3); m: massa do precipitado obtido em 250 ml de HgCl2;V: volume do gás que passou na solução de cloreto de mercúrio; 32: massa molecular do enxofre; 326: massa do precipitado sulfeto de mercúrio (HgS) por mol de cloreto de mercúrio. 

Page 76: Vol 4, No 2, 2011

73 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

Para  as  análises  da  concentração  de NH3  na  solução  absorvente  de HCl  0,1 M,  utilizou‐se  a metodologia 4500‐NH3, Método Titulométrico do Standard Methods (APHA, 2005), que consiste na  destilação  e  posterior  titulação  com  H2SO4.  A  equação  (2)  foi  utilizada  para  cálculo  da concentração de NH3 nos gases evaporados:   

CNH3 (mg.m‐3) = m (mg)                           V (m3) 

Equação (2) 

Sendo: C: concentração de NH3 (mg.m‐3); m: massa de amônia obtida em 250 ml de HCl 0,1 N; V: volume de gás succionado 

  Métodos analíticos  Os procedimentos de coleta, preservação e análises físico‐químicas foram realizados segundo o Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2005).  Os métodos e equipamentos empregados nesta pesquisa para a caracterização das amostras de lixiviado bruto e  efluentes  do  processo  de  evaporação  (condensados  e  concentrados)  são  descritos  na sequência: pH, método eletrométrico e pHmetro ALFAKIT/AT‐310; DQO, método colorimétrico, refluxo fechado e espectrofotômetro HATCH/DR‐4000U; COT, método por combustão e TOC‐V SHIMADZU/CPH;  N‐NH3,  método  de  destilação/titulometria  e  destilador  VELP/UDK‐132;  Cl‐, potenciométrico  e  analisador  de  íons  seletivos  ORION/720A;  Condutividade,  condutivímetro LUTRON/CD‐430;  Alcalinidade,  método  titulométrico  e  pHmetro  ALFAKIT/AT‐310;  Sólidos, método gravimétrico e balança eletrônica analítica SHIMADZU/AY‐220.   Resultados e discussões  Caracterização das amostras de lixiviado bruto Os resultados da caracterização das amostras dos lixiviados A, B e C são apresentados na Tabela 1. Os lixiviados A e C são oriundos de aterros sanitários mais novos, enquanto que o lixiviado B provém  de  um  aterro  com mais  de  10  anos  de  operação. O  pH  dos  lixiviados  revela  que  o lixiviado B possui um pH mais elevado, indicando que este se encontra em fase mais avançada de maturação.  A concentração de DQO  (> 3.000 mg.L‐1) nos  três  lixiviados,  indica que se encontram em  fase metanogência  de  degradação.  Segundo  Stegmann  (2005),  concentrações médias  de DQO  na faixa de 3.400 mg.L‐1 são típicas de lixiviados de fases intermediária de degradação.    

Page 77: Vol 4, No 2, 2011

74 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

Tabela 1. Caracterização dos lixiviados brutos (A, B e C) utilizados nos experimentos 

Lixiviado A* Lixiviado B** Lixiviado C***

Parâmetros  Un.  Média σ Média σ Média

pH  ‐  7,9 0,09 8,46 0,33  7,7 Condutividade  mS  15,4 1,36 14,2 3,1  19 DQO  mg.L‐1  3.174  1.766  3.353  1.089  3.430 

COT  mg.L‐1  1.485  834  ‐  ‐  ‐ 

DBO  mg.L‐1  ‐  ‐  1.049  712  1.250 

NH3  mg.L‐1  1.839  673  1.298  531  918 

Cloretos  mg.L‐1  3.781  2.648  ‐  ‐  68 

Alcalinidade (CaCO3)  mg.L‐1  9.766  2.523  ‐  ‐  ‐ 

Sólidos Totais  mg.L‐1  9.628  3.341  6.280  3.107  830 

Sólidos Fixos Totais  mg.L‐1  8.036  2.317  ‐  ‐  ‐ 

Sólidos Voláteis Totais  mg.L‐1  1.820  568  ‐  ‐  ‐ 

Sólidos Dissolvidos  mg.L‐1  9.876  2.272  ‐  ‐  ‐ 

Sólidos Suspensos  mg.L‐1  855  376  ‐  ‐  ‐ 

*lixiviado A n = 9; **lixiviado B n = 5; ***lixiviado C n = 1;  σ ‐ desvio padrão 

  As  análises  físico‐químicas  revelam  que  o  lixiviado  A  apresenta  maior  capacidade  de biodegradação em  relação aos outros dois.   A  relação entre COT/DQO no caso do  lixiviado A ficou em torno de (~0,40), enquanto que a relação entre DBO/DQO para os  lixiviados B e C foi de  (~0,31) e  (~0,36),  respectivamente.  Segundo Mahler et  al.  (2005)  razões de DBO/DQO na faixa  de  0,5  são  atribuídas  a  lixiviados  oriundos  de  aterros  jovens,  enquanto  que  razões  da ordem de 0,0005‐0,2 são típicos para aterros antigos.   As  análises  de  caracterização  também  revelam  valores  significantes  de  NH3  em  todos  os lixiviados, variando de 918 a 1.839 mg.L‐1. Christensen et al. (2001) reportaram concentrações semelhantes  a  deste  estudo,  na  faixa  entre  500  e  2.000  mg.L‐1  em  12  investigações independentes com  lixiviados de aterros sanitários. Öman e Junestedt   (2008), por outro  lado, caracterizaram  12  lixiviados  na  Suécia  e  apresentaram  valores  bastante  inferiores  ao  deste estudo,  uma média  de  180 mg.L‐1  para  NH3. Mahler  et  al.  (2005),  após  terem  analisado  as características de lixiviados de seis aterros sanitários localizados em diferentes regiões do Brasil, constataram que, devido ao alto conteúdo de material orgânico (~60%) presente nos resíduos sólidos brasileiros, os lixiviados em geral contêm altas concentrações de nitrogênio amoniacal.  No presente estudo, as amostras do lixiviado A apresentaram grandes variações de Cl‐ (2.000 a 6.430 mg.L‐1).  Segundo  Linde  e  Jönsson  (1995),  elevadas  concentrações de Cl‐  são  esperadas para  lixiviados  provenientes  de  aterros  sanitários  novos  e meia  idade. Nos  lixiviados  A  e  B, observa‐se um valor elevado de Sólidos Totais, em torno de 9 g.L‐1 e 6 g.L‐1, respectivamente. Sendo que a maior  fração de  sólidos no  lixiviado A está presente na  forma dissolvida, o que dificulta a clarificação do lixiviado por processos de sedimentação simples.  

Page 78: Vol 4, No 2, 2011

75 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

As  características  destacadas  acima  identificam  que  os  lixiviados  em  estudo  podem  ser classificados como estando na fase metanogênica. Dos três lixiviados analisados, o lixiviado A foi o que apresentou  características mais próximas de um  lixiviado  jovem. Segundo Renou et al. (2008),  o  crescente    envelhecimento  dos  aterros,  produzindo  cada  vez  mais  lixiviados estabilizados, constitui um problema para os sistemas de tratamento convencionais  (biológico ou físico‐químicos), visto que, em função das características do  lixiviado, estes não conseguem mais ser suficientes para atingir o nível de purificação desejado. Neste caso, há a necessidade de um sistema de tratamento mais elaborado para assegurar a qualidade do efluente tratado.  Qualidade dos efluentes do processo de evaporação/destilação de lixiviado A Tabela 2 mostra a concentração média e o desvio padrão dos poluentes no  lixiviado bruto, concentrado e condensado resultantes do processo de evaporação/destilação.    Tabela 2. Análise da qualidade dos efluentes (concentrado e condensado) do processo de evaporação 

   Lixiviado Bruto      Concentrado  Condensado 

Parâmetros   Unidade     n  Média σ   n Média σ     n  Média σ

pH  ‐  9             7,9            0,1  9         10,0            0,4       9         9,1            0,1 

DQO  mg.L⁻¹  9          3.174        1.766  9       6.603        1.591   9       131             50 

COT  mg.L⁻¹  6          1.485           834  9       2.428           380   4       171             92 

N‐NH₃  mg.L⁻¹  9          1.839           673  9            10               3   9    4.125           592 

Cl ⁻  mg.L⁻¹  9          3.781        1.324  9       6.300        2.553   9       151             68 

Condutividade  μS.cm⁻¹  9        15.430        1.364  9      14.784           559   9   15.369           440 

Alcalinidade (CaCO₃)  mg.L⁻¹  9          9.766        2.523  9       4.652        1.025   9   15.024           708 

Sólidos Totais  mg.L⁻¹  9          9.856        2.815  9      20.998        3.204   9         88             67 

Sólidos Fixos Totais  mg.L⁻¹  9          8.036        2.317  9      17.533        2.757   8         36             65 

Sólidos Voláteis Totais 

mg.L⁻¹  

9          1.820           568  9       3.465           938   

9         64             44 

Sólidos Dissolvidos   mg.L⁻¹  6          8.259        3.492  9      19.145        2.934   9         69             65 

Sólidos Suspensos   mg.L⁻¹     6            912           704    9       1.853           535      8         21             15 

σ ‐ desvio padrão; n ‐ número de amostras 

  A Tabela 2 demonstra que a maior parte dos poluentes analisados permaneceu no concentrado (DQO,  COT,  Cl‐,  ST,  SFT,  SVT,  SDT  e  SST).  Entretanto,  a  NH3  foi  quase  na  sua  totalidade transferida para o condensado (4.125 mg.L‐1),  isso ocorre, em parte, devido ao pH da amostra de  lixiviado estar em  torno de 7,9 o que  favorece a presença de espécies de amônia na  sua forma  volátil. Os  resultados  obtidos  a  partir  deste  estudo  corroboram  os  dados  obtidos  por Aguiar e Vignoli (2007), que mensuraram valores de NH3 na faixa entre 3.100 e 3.950 mg.L‐1 nas frações  equivalentes  a  25%  do  volume  inicial  evaporado/destilado.  Xu  et  al.  (2006),  em experimento similar, obtiveram concentrações de NH3 na faixa de 1.660 mg.L‐1 no condensado. Além  da  NH3,  é  possível  verificar  que  uma  parcela  de  compostos  orgânicos,  expressos  em 

Page 79: Vol 4, No 2, 2011

76 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

termos de DQO e COT, também foi arrastada juntamente com os vapores, indicando a presença de compostos orgânicos voláteis no lixiviado estudado.   Para  visualizar  com  maior  clareza  o  comportamento  dos  poluentes  face  ao  processo  de evaporação/destilação foi construído um balanço de massa (Figura 3). Pelo balanço de massa, pode‐se observar que valores  inferiores a 2% de DQO e 6% de COT  foram  carreados para os efluentes condensados. Esses resultados são comparáveis com aqueles encontrados por Birchler et al. (1994) para um experimento de evaporação conduzido em escala de laboratório, em que 98% da DQO permaneceu no concentrado, embora a concentração  inicial de DQO (165 mg.L‐1) tenha  sido bastante  inferior à do presente estudo. Os  resultados apresentados por Amsoneit (1985) se semelham aos analisados neste estudo em termos de remoção de DQO e COT. Para a DQO, Amsoneit (1985) obteve uma remoção na ordem de 97% e atingiu um valor baixo de COT (68 mg.L‐1) no condensado, embora o processo de evaporação utilizado pelo autor tenha sido realizado em duas fases. A fração de massa para o COT alcançada por Di Palma et al. (2002) foi de apenas 1% no condensado, enquanto neste estudo obtiveram‐se valores da ordem de 6% de COT no condensado.   

 Figura 3. Balanço de massa dos principais poluentes analisados no processo de evaporação/destilação 

  A Figura 3 também demonstra que a NH3 quase que na sua totalidade, ou seja, 99% da fração em massa,  foi  transferida para o  condensado.   O  resultado do balanço de massa para os  ST mostrou  que  próximo  de  100%  do  total  permaneceu  no  concentrado,  valor  que  representa 21.000 mg.L‐1;  enquanto  que menos  de  0,5%  foi  carreado  para  o  condensado  (88 mg.L‐1). O baixo valor encontrado para sólidos no condensado foi igualmente reportado por Ettala (1998), em evaporador do tipo filme em escala real.   

Page 80: Vol 4, No 2, 2011

77 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

Emissão de compostos inorgânicos voláteis (NH3 e H2S) O  potencial  de  emissão  dos  gases  de  NH3  no  sistema  estudado  indicou  uma  concentração extremamente preocupante do ponto de vista ambiental, porém em nenhuma das análises foi detectada a presença de sulfeto de hidrogênio (H2S). Os resultados de concentração de amônia obtidos para os dois lixiviados podem ser observados na Tabela 3.   Tabela 3. Emissões de amônia (NH3) liberadas nos ensaios de evaporação 

Amostra de Lixiviado     Lixiviado B  Lixiviado C 

N‐NH3  (mg.m‐3)  n  Média σ n Média  σ

Sem ajuste pH  10  914 610 4 1.555  803

Com ajuste pH (4,00)     7  15 20   4 19  16

  

Pode‐se observar que a evaporação de  lixiviado resulta na  liberação de altas concentrações de amônia para a fase gasosa, isso se dá em virtude de que o pH do lixiviado, normalmente alcalino na fase metanogênica, favorece a presença da forma não ionizada da amônia (NH3) e, portanto, mais volátil.  O ajuste do pH para 4 nos lixiviados antes do processo de evaporação resultou na redução significativa das emissões de NH3, porém, vale ressaltar que mesmo com o ajuste de pH para nível 4, em alguns ensaios as  concentrações ultrapassaram o  limite de  tolerância de 14 mg.m‐3 estabelecido pela Norma Regulamentadora Brasileira (NR15) para exposição ocupacional para  um  regime  de  trabalho  de  48  h/semana.  Por  outro  lado,  não  foi  possível  detectar concentrações de H2S nos vapores  liberados pelo processo de evaporação de  lixiviado. A razão disso pode estar associada à escolha da metodologia, a qual não  foi  suficiente para detectar frações pequenas de H2S nos vapores.   Conclusões e recomendações O  presente  estudo  revelou  que  o  tratamento  de  lixiviado  pelo  processo  de  evaporação  é eficiente na remoção de poluentes não voláteis, como no caso de ST, Cl‐, DQO e COT. Contudo, é  necessária  uma  avaliação  cuidadosa  do  tipo  de  composto  orgânico  volátil  que  está  sendo transferido para a atmosfera, uma vez que alguns compostos orgânicos podem ser altamente impactantes, mesmo em pequenas  concentrações. Além disso,  lixiviados oriundos de  aterros jovens podem conter elevadas concentrações de ácidos orgânicos voláteis que, se submetidos ao  processo  de  evaporação,  serão  facilmente  transferidos  para  a  fase  gasosa  e, consequentemente, gerarão poluição atmosférica.   A  grande  preocupação  que  se  apresenta  neste  estudo,  porém,  está  relacionada  aos  níveis elevados  de  amônia  nos  lixiviados  brutos  e  a  sua  transferência  total  para  a  fase  gasosa  em virtude do aquecimento do lixiviado. Esse fato é preocupante do ponto de vista ambiental e da 

Page 81: Vol 4, No 2, 2011

78 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

saúde humana, pois concentrações superiores a 1.500 mg.m‐3  foram mensuradas em vapores liberados  pelo  lixiviado  C,  quando  submetido  ao  aquecimento  em  temperatura  de  100  ºC. Experimentos realizados com ajuste de pH para 4 indicaram a possibilidade de reduzir a emissão de amônia para os vapores. Valores de emissão em torno de 15 a 19 mg.m‐3 foram alcançados com  o  ajuste  de  pH  para  4.  No  entanto,  essas  concentrações,  ainda  que  reduzidas,  são superiores ao  limite de tolerância de 14 mg.m‐3 estabelecido pelas normas brasileiras  (NR 15) para exposição ocupacional para um regime de trabalho de 48 h/semana.  Face  aos  resultados  encontrados,  os  autores  recomendam  o  aprofundamento  no  estudo  da tecnologia  de  evaporação  aplicada  ao  tratamento  de  lixiviado,  visando  a  novos  enfoques  de estudo, como a identificação dos compostos orgânicos voláteis passíveis de serem transferidos para a atmosfera, bem como a avaliação da viabilidade econômica da acidificação do  lixiviado como forma de redução das emissões de amônia.   Agradecimentos.  Os  autores  agradecem  ao  CNPq  –  Conselho  Nacional  de  Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pelo financiamento do projeto.   Referências bibliográficas Aguiar, A. R. M. P.; Vignoli, C. N. (2007) Monitoramento de parâmetros ambientais do processo de evaporação de 

chorume. In: 24˚ Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. 

Amsoneit, N. (1985) Eindampfen problematischer deponie‐sickerwässer. Wlb, wasser, luft und betrieb 10, p. 63‐66. APHA ‐ American Public Health Association. (2005) Standard Methods for the Examination of Water and 

Wastewater. 21 th ed. American Public Health Association, American Water Works Association, Water Environment Federation, Washington, DC. 

Birchler, D. R.; Milke, M. W.; Marks, A. L.; Luthy, R. G. (1994) Landfill Leachate Treatment by Evaporation. Journal of Environmental Engineering, ASC, 120(5), p. 1109‐1131.  

Chen, S.; Sun, D.; Chung, J. (2008) Simultaneous removal of COD and ammonium from landfill leachate using an anaerobic–aerobic moving‐bed biofilm reactor system. Waste Management, 28(2), p. 339–346. 

Christensen, T. H.; Kjeldsen, P.; Bjerg, P. L.; Jensen, D. L.; Christensen, J. B.; Baun, A.; Albrechtsen, H. J.; Heron, G. (2001) Biogeochemistry of landfill leachate plumes. Applied Geochemistry, 16(7‐8), p. 659–718. 

Di Palma, L.; Ferrantelli, P.; Merli, C.; Petrucci, E. (2002) Treatment of industrial landfill leachate by means of evaporation and reverse osmosis. Waste Management, 22(8), p. 951–955. 

Eisner, P.; Leonhard, K.; Wilderer, P. A. (1996) Landfill Leachate Treatment by Evaporation. Journal of Environmental Engineering, 22(2), p. 163‐164. 

El‐Fadel, M.; Findikakis, A. N.; Leckie, J. O. (1997) Environmental impacts of solid waste landfilling. Journal of Environmental Management, 50(1), p. 1‐25. 

Ettala, M. Full‐Scale Leachate Treatment Using New Evaporation Technology. (1998) Practice Periodical of Hazardous, Toxic and Radioactive Waste Management, 2(2), p. 86‐87 

Im, J‐H.; Woo, H‐J.; Choi, M‐W.; Han, K‐B.; Kim, C‐W. (2001) Simultaneous organic and nitrogen removal from municipal landfill leachate using an anaerobic‐aerobic system. Water Research, 35(10), p. 2403‐2410. 

Page 82: Vol 4, No 2, 2011

79 

Vol. 4, No. 2, 68 – 79 2 de Diciembre de 2011 

Kjeldsen, P.; Barlaz, M. A.; Rooker, A. P.; Baun, A.; Ledin, A.; Christensen, T. H. (2002) Present and long‐term composition of municipal solid leachate. Critical Reviews in Environmental Science and Technology, 32(4) p. 297‐336. 

Lee, H. C.; Kang, G.; Lee, Y. P.; Han, H. S. and  Stevens, D. K. (2003) Development of an advanced evaporation System with fouling‐free technology using a circulating fluidized bed heat exchanger. Environmental Engineering Science, 20(4) p 319‐327. 

Linde, K.; Jönsson, A. S. (1995) Nanofiltration of salt solutions and landfill leachate. Desalination, 103 (3), p. 223‐232. 

Marks, A. L.; Luthy, R. G.; Diwekar, U. M. (1994) Semi‐Continuous Evaporation Model for Leachate Treatment Process Evaluation. Environmental Progress, 13(4), p 278‐289.  

Mahler C.; Ferreira M. A.; Günther, W. (2005) Studies of landfill leachate in Brazil In: Proceedings Sardinia 2003, Ninth International Waste Management and Landfill Symposium. S. Margherita di Pula, Cagliari, Italy; 3 ‐ 7 October, 2005. 

Maris, C. e A. Laplanche. (1994) Analyse globale des mercaptanas et de l’hydrogène sulfurédans l’air par gravimétrie. Rapport de recherche (1), Juin, 1994. 

Marttinen, S. K.; Kettunen, R. H.; Sormunen, K. M.; Soimasuo, R. M.; Rintala, J. A. (2002) Screening of physical–chemical methods for removal of organic material, nitrogen and toxicity from low strength landfill leachates. Chemosphere, 46(6), p.851‐858. 

Norma Regulamentadora 15. Atividades e operações insalubres. Anexo n. 11 ‐ Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho. Acesso em 01.04.2011. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15_anexo11.pdf> 

Öman, C. B.; Junestedt, C. (2008) Chemical characterization of landfill leachates – 400 parameters and compounds. Waste Management & Research, 28(10), p. 1876‐1891. 

Pi, K. W.; Li, Z.; Wan, D. J.; Gao, L. X. (2009) Pretreatment of municipal landfill leachate by a combined process. Process Safety and Environmental Protection, 87(3), p. 191‐196. 

Renou, S.; Givaudan, J. G.; Poulain, S.; Dirassouyan, F.; Moulin, P. (2008) Landfill leachate treatment: Review and opportunity. Journal of Hazardous Materials, 150(3), p. 468–493.  

Stegmann, R.; Heyer, K. U. et al. (2005) Leachate Treatment. In: Proceedings Sardinia 2003, Ninth International Waste Management and Landfill Symposium. S. Margherita di Pula, Cagliari, Italy; 3 ‐ 7 October, 2005. 

Wu, J. J.; Wu, C‐C.; Ma, H‐W.; Chang, C‐C (2004) Treatment of landfill leachate by ozone‐based advanced oxidation processes. Chemosphere, 54(7), p. 997‐1003. 

Xu, Y‐D.; Yue, D‐B.; Zhu, Y.; Nie, Y‐F. (2006) Fractionation of dissolved organic matter in mature landfill leachate and its recycling by ultrafiltration and evaporation combined processes. Chemosphere, 64(6), p. 903‐911. 

Yang, Z.; Zhou, S. (2008) The biological treatment of landfill leachate using a simultaneous aerobic and anaerobic (SAA) bio‐reactor system. Chemosphere, 72(11) p. 1751‐1756. 

Yue, D.; Xu, Y.; Mahar, R. B.; Liu, F.; Nie, Y. (2007) Laboratory‐scale experiments applied to the design of a two‐stage submerged combustion evaporation system. Waste Management & Research, 27(5), p. 704‐710.