07a. a Revolução Verde.2015

39
A Revolução Verde Transformações da produção agrícola nos últimos 60 anos

Transcript of 07a. a Revolução Verde.2015

Page 1: 07a. a Revolução Verde.2015

A Revolução Verde

Transformações daprodução agrícola

nos últimos 60 anos

Page 2: 07a. a Revolução Verde.2015

Revolução Verde• O programa teve início em meados do século 20,

quando o governo mexicano convidou a Fundação Rockefeller, dos EUA, a fazer estudos sobre a fragilidade de sua agricultura.

• A partir daí, cientistas criaram novas variedades de milho e trigo de alta produtividade, que fizeram o México aumentar de forma vertiginosa sua produção.

• Essas sementes foram, em seguida, introduzidas e cultivadas em outros países, também com ótimos resultados.

• O crescimento da produção de grãos afasta o perigo imediato da falta de alimentos no mundo.

Page 3: 07a. a Revolução Verde.2015

Antecedentes do Problema• Após a Segunda Guerra Mundial, o planeta passou

por um período de queda rápida da mortalidade infantil nos países ricos, ao passo que nos países pobres havia um crescimento populacional acelerado;

• Isso levou a diversos cientistas a se preocuparem com o crescimento populacional rápido e o risco da falta de alimentos em função do crescimento da população mundial.

• Entre 1927 e 1954 a população mundial passa de um para dois bilhões de habitantes.

Page 4: 07a. a Revolução Verde.2015

Crescimento Populacional

Page 5: 07a. a Revolução Verde.2015

Thomas Malthus • 1798 - excesso populacional: causa de todos

os males da sociedade (população cresce em progressão geométrica - P.G.- e alimentos em progressão aritmética - P.A.)

• qualquer melhoria no padrão de vida de grande massa é temporária, pois ela ocasiona um inevitável aumento da população, que acaba impedindo qualquer possibilidade de melhoria.

Page 6: 07a. a Revolução Verde.2015

Revolução Industrial • Séculos XVIII/XIX - utilização de máquinas

no campo permitiu o aumento da produção e da produtividade, liberando a mão-de-obra dos campos para as cidades;

• Camponeses nas cidades, utilizados como força-de-trabalho nas indústrias;

• Aumento populacional nas cidades suprida de forma satisfatória pelo aumento da pro-dução no campo com novos equipamentos.

Page 7: 07a. a Revolução Verde.2015

Pós-Segunda Guerra• Neomalthusianismo – com o fim da Segunda

Guerra Mundial, a população mundial volta a crescer aceleradamente e retornam as teorias maulthusianas, sob nova roupagem e com proposta de políticas de Estado de controle populacional;

• apontam que as causas da miséria da popu-lação mais pobre são, entre outros fatores, associadas com o elevado número de filhos por família.

Page 8: 07a. a Revolução Verde.2015

Países Pobres• Grandes latifúndios com “plantations”, resultado do

período colonial– América Latina – independência no séc. XIX;– África – neocolonialismo no séc.XIX (mais de 90% do territó-

rio dominado pelos europeus) e independência no pós-Segunda Guerra, anos 50/60/70.

– Ásia – 56% dos territórios dominado pelos europeus e independência pós-Segunda Guerra.

• Pequenas Propriedades com economia de subsis-tência e baixa produtividade– Famílias com grande número de filhos para ajudar na

produção agrícola e em virtude da alta mortalidade infantil.

Page 9: 07a. a Revolução Verde.2015

Início do século XX

Page 10: 07a. a Revolução Verde.2015

África – IDH acima 0,5

Page 11: 07a. a Revolução Verde.2015
Page 12: 07a. a Revolução Verde.2015

Revolução Verde• Proposta de “modernização” da agricultura nos

países pobres com a utilização de tecnologias desenvolvidas pelos países industrializados, em substituição a agricultura de subsistência;

• Avanços tecnológicos em diversos ramos indus-triais, principalmente na química fina;

• Novos materiais e produtos como pesticidas, fungicidas e fertilizantes sintéticos;

• 1970: cientista e agrônomo americano Norman Borlaug (Texas A&M. University), Prêmio Nobel da Paz, “Pai da Revolução Verde”.

Page 13: 07a. a Revolução Verde.2015

Principais técnicas utilizadas:• sementes melhoradas (sementes híbridas) desenvol-

vidas em laboratórios para aumento de produtividade; • insumos industriais (fertilizantes, fugicidas e agrotóxi-

cos), mecanização;• diminuição do custo de manejo com monoculturas;• uso de tecnologia no plantio, na irrigação e nas

colheitas;• redução das áreas de pequenos agricultores, pois o

processo implantada necessita de produção em escala.

Page 14: 07a. a Revolução Verde.2015

Consequências• Aumento da produtividade em substituição a agricul-

tura de subsistência;• Queda do preço dos alimentos em todo o mundo;• Desestimulo a agricultura de subsistência, com a

evasão de milhões de pequenos agricultores para as cidades;

• Expansão das empresass ligadas aos insumos agrícolas (fertilizantes, sementes, agrotóxicos) que passam a atuar em todo o mundo;

• A agricultura passa a fornecer grandes quantidades de matérias-primas para as indústrias.

Page 15: 07a. a Revolução Verde.2015
Page 16: 07a. a Revolução Verde.2015

Questão Ambiental• Década de 60: Rachel Carlson, “Primavera

Silenciosa” – denuncia os perigos das substân-cias químicas disseminados na agricultura;

• Denúncia da utilização de produtos desenvol-vidos para a Segunda Guerra, como armas químicas, agora utilizados como agrotóxicos;

• Denúncia dos riscos de doenças e contamina-ções dos solos e das águas;

• Na década de 70, os primeiros processos contra as indústrias produtoras de agrotóxicos por contaminação do ar e dos solos, por enterrar resíduos de produtos químicos;

Page 17: 07a. a Revolução Verde.2015

BRASIL• “Modernização” da agricultura - período do “mila-

gre brasileiro”, durante o regime militar na segunda metade da década de 1960;

• Incentivos: crédito rural subsidiado (financiamento de máquinas e compra de insumos);

• Agricultura de exportação (grandes propriedades) concentradas no Centro-Sul do país; expansão para novas áreas no CO com conhecimento a respeito da agricultura nos solos de cerrado;

• Diminuição das áreas de plantação de alimentos para o consumo interno (aumento dos preços e importação de produtos básicos).

Page 18: 07a. a Revolução Verde.2015

Expansão do agronegócio no Brasil

Page 19: 07a. a Revolução Verde.2015

Defesa da Revolução Verde• Sem ela o mundo estaria vivendo uma crise de falta

de alimentos hoje;• Diminuição do trabalho penoso do agricultor, substi-

tuído por novas tecnologias;• Diminuição dos ciclos de produção de alimentos

(vegetais e animais) aumentando a disponibilidade e diminuindo preços;

• Preservação de florestas: sem a Revolução Verde haveria necessidade de novas áreas agrícolas;

• Produção de ração para a produção de proteína animal (frango, porco, bois, peixes, ovinos).

Page 20: 07a. a Revolução Verde.2015

Críticas à Revolução Verde• Aumento das despesas e endividamento dos

agricultores com compra de insumos;• Dependência das grandes empresas multinacionais,

produtoras de insumos agrícolas (sementes, fertilizan-tes, agrotóxicos e equipamentos);

• Concentração fundiária (necessidade de capital);• Erosão genética (diminuição de variedades);• Contaminação de solos e águas (N e P);• Erosão e perda de solos pela prática da monocultura;• Maior parte dos grãos se destina à produção de ração

para produzir proteína animal, destinado às popula-ções de maior poder aquisitivo.

Page 21: 07a. a Revolução Verde.2015

Reflexões sobre o assunto• Técnicas favorecem à produção, mas é

necessário equilíbrio na sua utilização;• Quantidade é importante, mas é necessário

preservar a qualidade;• Hoje, o problema do mundo não é a fome,

mas a falta de renda para comprar o alimento;

• Necessidade de se respeitar os limites do nosso meio-ambiente (desenvolvimento sustentável).

Page 22: 07a. a Revolução Verde.2015

Agrotóxicos

Page 23: 07a. a Revolução Verde.2015
Page 24: 07a. a Revolução Verde.2015
Page 25: 07a. a Revolução Verde.2015
Page 26: 07a. a Revolução Verde.2015

Biotecnologia e Agricultura• Com o conhecimento do DNA/NRA na década

de 50, os primeiros experimentos são feitos na medicina;

• Com o tempo outras áreas passam a usar es-ses conhecimentos, como na agricultura, com o objetivo de melhorar as características deseja-das e determinado produto;

• Na década de 60/70 diversos novos frutos e ve-getais são obtidos através de pesquisas em laboratório;

Page 27: 07a. a Revolução Verde.2015

Transgênicos• Na década de 80 surge uma nova linha de pro-

dutos agrícolas manipulados pela biotecnolo-gia: os “organismos geneticamente modifica-dos” (OGMs), ou transgênicos como são popu-larmente conhcidos;

• Diferem dos produtos da biotecnologia por in-corporarem “genes de espécies diferentes” a sementes e plantas, com o objetivo de se que certas qualidades fossem destacadas, como por exemplo, resistência a um agrotóxico ou eliminação de determinado organismo;

Page 28: 07a. a Revolução Verde.2015

Genes e características da mesma espécie

Introdução de gene de espécie diferente - transgênico

Page 29: 07a. a Revolução Verde.2015

Patentes• A polêmica sobre os transgênicos surge a par-

tir do momento em que as empresas que os desenvolviam, obtinham “patente” sobre um organismo vivo, no caso, a semente ou planta;

• Com isso, não é possível aos agricultores re-servarem sementes para as suas próximas plantações, sendo obrigadas a adquiri-las a cada safra plantada, ou pagamento multas à dona da semente em caso descumprimento da norma;

Page 30: 07a. a Revolução Verde.2015

Nova “Revolução Verde”• Na revolução verde original, incentivou-se o

uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos;

• O uso excessivo destes causam desequilíbrios ao meio ambiente, com a morte da fauna e dos microorganismos, além da falta de material orgânico para fertilizar os solos;

• Essa dependência favorece as empresas multinacionais que controlam esses produtos, inclusive com a venda no Brasil de produtos proibidos em seus países de origem;

Page 31: 07a. a Revolução Verde.2015

TRANSGÊNICOS, o que são?Os organismos genetica-mente modificados (OGMs), ou transgênicos, são aqueles que tiveram genes estranhos, de qualquer outro ser vivo, inseridos em seu código genético. O processo consis-te na transferência de um ou mais genes responsáveis por determinada característica num organismo para outro organismo ao qual se pretende incorporar esta característica.

Page 32: 07a. a Revolução Verde.2015

Onde estão os transgênicos• Os EUA, o Brasil e a

Argentina concentram 80% da produção mundial de soja. Ainda não existem normas apropriadas para avaliar os efeitos dos transgênicos na saúde do consumidor e no meio ambiente e há sérios indícios de que eles sejam prejudiciais.

Page 33: 07a. a Revolução Verde.2015

2006

Governo brasileiro autoriza oficialmente plantação de soja transgênica.

Page 34: 07a. a Revolução Verde.2015
Page 35: 07a. a Revolução Verde.2015

Legislação no Brasil•  Brasil, a Lei 8.974 de

1995,  estabelece normas para o uso das técnicas de engenharia genética e liberação no meio ambiente de Organismos Genetica-mente Modificados (OGM) e o Decreto 1752/1995, criou a CTNbio, cuja comissão tem elaborado instru-ções normativas anali-sando projetos de experimentação.

Page 36: 07a. a Revolução Verde.2015

PrósO alimento geneticamente modificado pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, com OGMs que estimulem o sistema imunológico. Um feijão com a inserção de um gene da castanha do Pará, por exemplo, passa a produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida.

O uso de transgênicos pode reduzir o uso dos agrotóxicos (herbicidas, inseticidas e fungicidas) que podem causar sérios problemas aos seres vivos.

Os OGMs modificados podem adquirir resistência ao ataque de insetos, de pragas e à seca ou até mesmo tornarem-se menos vulneráveis à geada.

Outro ponto é o aumento de produção de alimentos, que alguns especialistas afirmam poder reduzir o problema da fome. Esse aumento ainda poderia reduzir os custos de produção, facilitando assim a vida do agricultor.

Page 37: 07a. a Revolução Verde.2015

ContrasO gene é inserido e não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados.

Aumento do número de casos de pessoas alérgicas a determinados alimentos em virtude das novas proteínas que são produzidas pela alteração genética dos alimentos.

Riscos à saúde, e também ambientais como o aumento considerável de resíduos de pesticidas, pois alguns dos produtos transgênicos adquirem resistência aos efeitos dos agrotóxicos, necessitando de um uso mais intenso do agrotóxico. Um exemplo é a soja transgênica “Roundup Ready”, resistente ao herbicida Roundup (glifosato).

Uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo (monocultura). Quanto maior for a variedade genética no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.

Pragas e doenças poderão tornar-se resistentes se houver a transferência do gene resistente para eles.

Alguns organismos que eram antes cultivados para serem usados na alimentação estão sendo modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.

Page 38: 07a. a Revolução Verde.2015

Alimentos Orgânicos• Em contraposição a esta nova “onda”, levan-

tam-se os defensores dos alimentos orgânicos, argumentando sobre a saúde dos solos e da qualidade dos alimentos;

• Por serem produzidos em menor escala e se-rem menos produtivos que os alimentos que recebem os fertilizantes e os agrotóxicos, são mais caros;

Page 39: 07a. a Revolução Verde.2015