Polineuropatia do paciente crítico
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Polineuropatia do Paciente Crítico
Dra. Juliana Neves
Definição A polineuropatia é um distúrbio
generalizado que manifesta-se de maneira distal e simétrica.
A disfunção deve-se à danos no axônio, na bainha de mielina ou à ambos;
A diminuição na velocidade de condução nervosa resulta em prejuízos ao tato discriminativo, à propriocepção e aos movimentos;
Envolve as fibras sensoriais, motoras e autônomas, evoluindo no sentido distal para proximal.
A compressão prolongada reduz o suprimento sanguíneo e pode gerar desmielinização;
O transporte inadequado axonal pode gerar degeneração distal dos mesmos;
Por possuírem mais mielina, os axônios mais longos têm mais chances de serem afetados.
Miopatia É uma doença intrínseca dos
músculos, as fibras musculares se degeneram deixando unidades motoras com um número de fibras menor que o normal;
Menor força produzida; Não afeta o sistema nervoso; A coordenação, os reflexos e o tônus
muscular não são afetados até que uma atrofia grave se instale.
O Paciente Crítico
Evidências Aproximadamente 50% dos pacientes
que permanecem por tempo prolongado em VM desenvolvem sepse ou disfunção de múltiplos órgãos;
Déficits sensitivos ou motores são achados comuns em sobreviventes, gerando incapacidade crônica.
A Polineuropatia do paciente crítico é de natureza axonal, predominantemente motora, simétrica e aguda.
Foi primeiramente reconhecida em pacientes em unidades de tratamento intensivo que apresentavam dificuldade no desmame da ventilação mecânica e nos quais se verificava tetraparesia e reflexos profundos abolidos
Polineuropatia e Sepse Alterações na microcirculação; Perda da autorregulação dos vasos
sanguíneos; Liberação de citocinas aumentando à
permeabilidade dos vasos sanguíneos;
Edema Endoneural
Hipóxia e déficits
Degeneração axonal
sensitiva e motora
Sintomas SIRS, Sepse; Falência de Múltiplos órgãos; Fraqueza muscular súbita; Quadriparesia; Quadriplégica flácida; Pacientes sob VM apresentam desmame
difícil; Nervos cranianos e músculos faciais são
poupados.
Diagnóstico Eletroneuromiografia: Diferencia os
distúrbios dos nervos daqueles dos músculos, na Polineuropatia se caracteriza por:
Condução nervosa mais lenta; Diminuição da amplitude.
Diagnóstico The Medical Research Council Scale For
Muscle Examination
Diagnóstico Biópsia do nervo: mostra
degeneração axonal primária sem evidencia de inflamação.
Tratamento Fisioterapêutico
Protocolo cinesioterápico Laufer: Teste diário de reflexos;
Durante o período de sedação é realizada a Cinesioterapia Motora Passiva mantendo íntegras as estruturas articulares durante o período prolongado de imobilização no leito - realizado na UTI;
Quando o paciente inicia a interação com o meio ambiente estabelece-se a Cinesioterapia Motora Ativa Assistida, visando o aumento de força e resistência muscular localizada.
Trabalha-se com Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva dando ênfase ao reflexo de estiramento e quando necessário utiliza-se a crio-estimulação.
Inicia-se a Cinesioterapia Ativa Livre, seguida da Cinesioterapia Resistida, controle de tronco e do Ortostatismo.
Finaliza-se o trabalho com a deambulação pelo quarto e depois no corredor16
Referências LUNDY-EKMAN, L. Neurociência: fundamentos para a reabilitação –
Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ZAMORA, V.E.C et al. Impacto da polineuromiopatia do paciente
crítico no desmame da ventilação mecânica. Fisioterapia Brasil – Volume 11- Número 1 Jan/Fev, 2010.
CANINEU, R.F.B. et al. Polineuropatia no paciente crítico: um diagnóstico comum em medicina intensiva?. Revista Brasileira de terapia Intensiva. Vol 18, Nº3 Julho-Setembro, 2006.
ALVIM, L.B.A.M. et al. Polineuropatia do paciente crítico. Arq. Neuropsquiatr, 1999.
MAIORANO, M.C.N.T. Doenças Neuromusculares em UTI. Escola Paulista de Medicina, 2014. <Disponível em Slide Player>.