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Manual Técnico de “Osteopatia” Universidade Profissional do Norte 105 D: 57 – Disfunção somática de L5 fixada por um espasmo do transversoespinhal D: 58 – Ponto gatilho e dores referidas a partir do musculo Serratil póstero-inferior, segundo Travel D: 59 – Pontos gatilhos e dores referidas a partir dos músculos transversoespeciais, segundo Travel Nota:________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ IV As lesões ligamentares: O ligamento interespinhal é uma das maiores fontes de dores lombares, sobretudo em caso de lesão discal. Os ligamentos íliolombares são igualmente uma causa de dor. V – As Lesões musculares Os músculos espasmódicos podem ser não somente a causa da fixação vertebral, mas também a fonte da dor. Com efeito, um músculo não foi feito para manter uma contracção sem tempo de repouso, o que provoca uma isquemia que desencadeará dores referidas à distância.

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D: 57 – Disfunção somática de L5 fixada por um espasmo do transversoespinhal

D: 58 – Ponto gatilho e dores referidas a partir do musculo Serratil póstero-inferior, segundo Travel

D: 59 – Pontos gatilhos e dores referidas a partir dos músculos transversoespeciais, segundo Travel

Nota:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

IV – As lesões ligamentares: O ligamento interespinhal é uma das maiores fontes de dores lombares, sobretudo em caso de lesão discal. Os ligamentos íliolombares são igualmente uma causa de dor.

V – As Lesões musculares Os músculos espasmódicos

podem ser não somente a causa da fixação vertebral, mas também a fonte da dor. Com efeito, um

músculo não foi feito para manter uma contracção sem tempo de repouso, o que provoca uma isquemia que desencadeará dores referidas à distância.

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D: 60 - Quadro Clínico - Dor lombar aguda - Inversão da curva lombar - Anteflexão do tronco impossível - Dor aumentada com a tosse ou com esforços de expansão abdominal - Atitude antálgica

Lesões possíveis, presença de dor viva em consequência de um esforço de flexão do tronco ou de esforço de endireitamento - Lesão discal - Ilíaco posterior - Lesão sacra - Síndrome das facetas

O DIAGNÓSTICO OSTEOPÁTICO DAS LESÕES DA COLUNA LOMBAR

O paciente pode apresentar um quadro clínico do tipo lombalgia, do

tipo lumbago ou do tipo nevralgia: o primeiro trabalho do osteopata consiste em procurar uma lesão discal. Distingue-se essencialmente três síndromes nas lombalgias: - a síndrome discal; - a síndrome das facetas; - a síndrome sacroilíaca.

Nota:_________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________

I – A Anamnese Pede-se ao paciente para localizar a dor e sua origem: o osteopata deverá, graças ao interrogatório, colocar em evidencia o tecido responsável pela dor.

Em caso de nevralgia, é necessário fazer o diagnóstico diferencial entre uma nevralgia e uma pseudo-nevralgia. II – O Exame dos Movimentos Activos

Pede-se ao paciente que efectue os diferentes movimentos possíveis ao nível do tronco: toda a dor ou restrição da mobilidade será cuidadosamente anotada sobre um gráfico (ver capítulo sobre o exame osteopático).

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D: 61 – Atitude antálgica cruzada e hérnia discal externa (a lateroflexão direita é indolor, a lateroflexão esquerda desencadeia a ciática)

Nevralgia Pseudo-Nevralgia Origem Irritação de uma raiz sensitiva Lesão tissular: osso, músculo,

articulação, tensão Topografia Supreficial, cutânea, segundo as

faixas de Dejérine Profunda, interna, não estritamente em “faixas radiculares”

Tosse Aumentar a dor Não age sobre a dor (salvo se a dor é de origem óssea)

Exame Neurológico

Apresenta sinais objectivos Negativo

Electromiografia Confirma algumas vezes afecção neurogênica

Negativo

Quadro 16: diagnóstico diferencial das nevralgias

III – A Inspecção Seu objectivo é estudar a

estática do paciente. A existência de uma atitude antálgica será cuidadosamente anotada. Em caso de hérnia discal, pode encontrar três tipos de atitudes antálgicas: - uma atitude antálgica em flexão é característica de uma hérnia discal mediana; - uma atitude antálgica cruzada (do lado oposto à ciática) é característica de uma hérnia discal externa; Uma atitude antálgica directa (do lado da ciática) é característica de uma

hérnia discal interna.

Estrutura Lesão certa ou possível Factores etológicos complementares

Particularidades Clínicas

Corpo Vertebral

Hérnia discal intraesponjoso traumática

Fragilidade óssea anormal

Lombalgia aguda

Disco Intervertebral

Ruptura do anel simples, antero ou posterior

Ruptura do anel com migração do núcleo

Deteriorização estrutural frouxidão intersomática

Traumatismo

Traumatismo “Poliartrose”

Anomalia transicional Osteocondrose de crescimento

Lumbago (com inflexão?) Lombalgia crónica

Ligamentos perisomáticos

Distensão ou ruptura anterior ou posterior

Frouxidão discal (deteriorização estrutural rectro e antelistese)

Dor aguda ou crónica lateralizada

Articulações Interapofisária e/ou seus ligamentos

Entorse interapofisária Artrose interapofisária

Assimetria articular Escoliose e frouxidão discal Hiperlordose

Crise aguda sobre fundo crónico

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D: 62 – Atitude antálgica direita de hérnia discal interna (a lateroflexão esquerda é indolor, a lateroflexão direita desencadeia a ciática)

Ligamento Interespinhoso

Distensão e ruptura Esmagamento

Esforço em flexão Hiperlordose

Lombalgia aguda mediana Lombalgia crónica

Músculo Paravertebral posterior

Crepitação Ruptura muscular parcial

Esforço violento rápido Dor aguda lateral superficial Hemotoma

Quadro 17: causas possíveis de lombalgias agudas ou cronicas IV – A Palpação

A – A Palpação Óssea Essa palpação tem dois objectivos: buscar uma dor e estudar as relações posicionais:

- a palpação pode despertar uma dor ao nível dos processos espinhosos ou processos articulares posteriores; - a palpação verificará se o processo transverso da vértebra é alto e anterior (lesão de anterioridade) ou se ao contrário ele é baixo e posterior (lesão posterioridade).

Nota:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Uma dor à palpação óssea, quando os testes de mobilidade da vértebra são normais, traduz uma hipermobilidade compensatória da vértebra. Um deslocamento importante entre dois processos espinhosos pode traduzir espondilolistese. B – A Palpação dos Músculos: Essa palpação permite colocar em evidencia os espasmos musculares que se apresentam sob a forma de cordões dolorosos. Um espasmo dos espinhais associado a uma inversão da curva

lombar é patognomônico de uma lesão discal.

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F 37 – Teste de mobilidade lombar em lateroflexão

F 38 – Teste de mobilidade em rotação

V – Os Testes de Mobilidade Eles visam estudar a mobilidade segmentar da vértebra colocada em evidência pelo quick scanning (ver o capitulo sobre o Exame Osteopático) e a palpação. Esses testes devem estudar a liberdade dos diferentes parâmetros de movimento da unidade vertebral: essa liberdade é sentida como uma resistência ligeiramente elástica ao final da amplitude de movimento que corresponde ao desempenho articular normal. A ausência dessa sensação é patológica e traduz uma fixação articular que deverá determinar a origem (capsular, ligamentar, muscular): nessa técnica, uma mão dirige o

movimento do tronco, a outra mão repousa a vértebra e efectua o teste, graças a um impulso suplementar ao final da amplitude. Os movimentos estudados são os seguintes: - flexão; - extensão; - lateroflexão; direita e esquerda; - rotação direita e esquerda. Esses testes vão permitir encontrar os diferentes parâmetros lesionados: basta, em seguida, escolher o arsenal terapêutico e as técnicas que permitem corrigir esses parâmetros, para restaurar a mobilidade articular fisiológica. Existem outros numerosos testes que podem ser utilizados (polegares ascendentes…). VI – A Cinesiologia Aplicada A presença da lesão vertebral é confirmada pela cinesiologia: a terapia localizada da vértebra lesada produzirá uma debilidade muscular se o músculo testado estiver forte, ou um reforço muscular se o músculo testado estiver fraco inicialmente. Os músculos utilizados habitualmente para estudar a coluna lombar são os isquiostibiais.

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F 39 – Terapia localizada de L5 F 41 – Challenge para posterioridade

F 42 – Challenge para anterioridade F 42 – Challenge com separação

Nota:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII – O Exame Osteopático e Neurológico

A – O Exame Neurológico Em caso de nevralgia (ciática ou cruralgica), é necessário realizar um exame neurológico periférico completo; este deverá incluir: - o estudo dos reflexos aquíleo e rotuliano; - o estudo da sensibilidade dos dermátomos; - um teste muscular dos músculos correspondentes. (ver quadro 18)

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D: 63 – O nível neurológico L4

D: 64 – O nível neurológico L5

Esse exame coloca em evidência: - para uma lesão de L4, uma ausência do reflexo rotuliano, uma hiperestesia no dermátomo L4 na face interna do pé, uma diminuição da força de inversão do pé; (ver desenho 63). - para uma lesão L5 uma hiperestesia da face dorsal do pé, uma diminuição da força do extensor do hálux; (ver desenho 64). - para uma lesão S1 uma abolição do reflexo aquileo, uma hiperestesia da face externa do pé, uma diminuição da força de eversão do pé; (ver desenho 65). O teste de Babinski será igualmente estudado para colocar

em evidência uma lesão central. B – O Exame Ortopédico O osteopata deverá utilizar um certo número de testes ortopédicos que têm por finalidade: - estirar a medula espinhal e as raízes nervosas; - aumentar a pressão do LCR. O Teste de Lasègue Esse teste consiste, estando o paciente em decúbito dorsal, em elevar o membro inferior como o joelho estirado de forma a colocar em tensão as raízes L5 ou S1, assim como o nervo ciático, (ver foto 43).

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D: 65 – O nível neurológico S1

F 43 – Teste de Lasègue

F 44 – Teste de Néri

A amplitude normal está entre 90º: uma dor que sobrevenha entre 40º e 80º é bom prognóstico, uma dor que sobrevenha abaixo de 33º é de mal prognóstico (indicação cirúrgica). As causas das dores nesse teste são numerosas: fixações vertebrais ou pélvicas, retracções dos isquiostibiais.

O Teste de Neri Esse teste é destinado a estirar a medula espinhal, assim como seus

envoltórios meníngeos. O paciente fica de pé, pede-se que realize uma anteflexão cervical: o teste é positivo se a flexão cervical desperta uma dor lombar ou nevralgia. Ela traduz uma inflamação importante da raiz nervosa correspondente.

Nota:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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F 45 – Teste de Kernig

F 46 – Teste de Naffziger

D: 66 – Ramificação cutânea do ramo posterior da raiz T12-L1, que, após ter emergido da crista ilíaca, enerva os tegumentos da região sacroilíaca

Teste de Kernig Esse teste é equivalente ao teste de Neri. O paciente estando em decúbito dorsal, as duas mãos atrás da cabeça, o osteopata faz uma flexão cervical: se o teste desperta uma dor lombar ele traduz quase sempre a existência de uma hérnia discal.

O Teste de Naffziger

Esse teste tem como objectivo aumentar a pressão intrabdominal a fim de colocar em evidencia uma hérnia discal lombar. O paciente estando em decúbito dorsal, comprime-se as suas jugulares ao nível do pescoço, até que comece a enrubescer, e então pede-se que tussa. Se a tosse despertar uma dor lombar, pode existir uma hérnia discal. A Manobra de Valsava Pede-se ao paciente que efectue um esforço de empurrar o abdómen como se fosse esvaziar seus intestinos: esse teste aumenta a pressão abdominal e, portanto, a pressão discal e a pressão de LCR. Se o teste despertar uma dor lombar ou uma dor ao longo do membro inferior, é que existe provavelmente uma hérnia discal.

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F 47 – Palpação da emergência da ramificação posterior sensitiva de T12

D: 67 – O músculo íliopsoas

COMENTÁRIOS

É possível encontrar lombalgias baixas de origem toracolombar. Com efeito, uma lesão T12-L1 pode ser responsável pela irritação da ramificação cutânea de ramo posterior do nervo raquidiano, que emerge na junção toracolombar: essa raiz é responsável pela enervação cutânea da região sacroilíaca. Esse diagnóstico é confirmado pela presença de fixações nessa região e pela presença de um ponto gatilho ao nível do cruzamento entre essa raiz cutânea e a crista ilíaca. Uma lesão dessa região pode ser responsável por uma tracção sobre a dura-máter espinhal, que agrava a tensão sobre a raiz inflamada em caso de nevralgia, ou pode simular uma lombalgia aguda, pois pode limitar fortemente a anteflexão do tronco.

Em caso de nevralgia, o diagnóstico diferencial deve ser feito com um certo número de afecções que é necessário eliminar:

- uma metástase vertebral secundária advinda de um cancro primitivo visceral;

- uma espondilodiscite; - um neurinoma (raro a esse nível); - uma pelviespondilite reumática; - um canal medular estreito; - um herpes zoster.

O TRATAMENTO DO MÚSCULO PSOAS

O espasmo do músculo psoas possui um papel relevante nas patologias da região lombar: é inútil

tratar a coluna lombar sem que o psoas tenha sido liberado, isso é

particularmente verdadeiro nas ciáticas onde o espasmo do psoas é dos factores importantes que fixam a protrusão discal.

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D: 68 – Fasciais da região lombopélvica, segundo Brizon e Castaing

F 48 – Teste do músculo psoas

F 49 – Técnica de correcção do espasmo muscular do psoas

I – O Teste Diagnóstico Para o Psoas O teste mais simples consiste em colocar o paciente em decúbito dorsal, pedir-lhe para estender seus braços para trás, em antepulsão máxima, e observar se a ponta dos seus dedos da mão direita e esquerda, estão no mesmo nível. Uma diferença aparente de comprimento, traduz um espasmo do psoas que se encontram no mesmo nível, traduz um espasmo psoas do lado curto.

II – As Técnicas de Correcção Para o Musculo Psoas

Encontra-se dois tipos de patologias ao nível do músculo psoas:

- um espasmo muscular causado por um desajustamento dos fusos neuromusculares;

- uma aglutinação das fácias desse musculo. A – A Técnica de correcção do Espasmo Muscular: O paciente está em decúbito dorsal, o membro inferior do lado lesado em tríplice flexão. O osteopata, com uma mão, controla a posição do membro inferior flexionado e com a outra mão realiza uma massagem do psoas por pressões-fricções ao logo do corpo muscular e do tendão.

B – A Técnica Para Disfunção Fascial do Musculo Psoas O paciente está em decúbito na borda da mesa. Com à ajuda de suas mãos ele mantém em flexão o membro inferior do lado não lesado a fim de proteger sua coluna lombar. O membro inferior do lado lesado fica pendente do lado da mesma.

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F 50 – Tratamento de uma disfunção “fascial” ao nível do psoas

F 51 – Técnica de inibição dos espinhais lombares

F 52 – Técnica de Stretching em flexão

O osteopata, com uma mão, ajuda o paciente a fixar a posição do membro inferior e, com a outra, apoia sobre a face anterior da coxa, empurrando em direcção ao solo. Pede-se ao paciente para levantar a perna do lado lesado em direcção ao tecto, enquanto o osteopata se opõe a esse movimento. A cada período de relaxamento o osteopata estira um pouco a fáscia ilíaca.

O TRATAMENTO

OSTEOPÁTICO DA COLUNA LOMBAR

Uma vez estabelecidas as indicações e as contra-indicações, realiza-se o tratamento adequado. Este pode incluir as técnicas musculares, as técnicas com thrust, mas também, segundo o caso, as técnicas cranianas ou viscerais.

As Técnicas de Stretching Para os Músculos Espinhais Lombares

I – A Técnica de Inibição em Decúbito Ventral O osteopata, de pé do lado oposto ao espasmo muscular, toma contacto, com a polpa da mão, com os espinhais perpendicularmente as fibras musculares. A outra fixa os processos espinhosos adjacentes. Então, ele realiza um stretching rítmico, através das fibras musculares.

II – A Técnica de Stretching em Flexão dos Músculos Espinhais

O paciente está em decúbito lateral. o osteopata de pé em frente ao paciente, à altura da sua pelve, controla seus membros inferiores flectidos, assim como a coluna lombar na região do espasmo muscular. Estira em

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F 53 – Técnica indirecta com thrust para L3

F 54 – Técnica semi-directa com contacto do índex para posterioridade de L5

seguida ritmicamente os músculos, aumenta a flexão dos membros inferiores do paciente. AS TÉCNICAS COM TRUST PARA A COLUNA LOMBAR Todos os princípios dessa técnica foram descritos no capítulo correspondente. Não voltaremos ao assunto.

I – As Técnicas em Lumbar Roll A – A Técnica Indirecta Para L3 O paciente está em decúbito lateral do lado são, em posição clássica, ou seja, o membro inferior do lado lesado em tríplice flexão, repousando no tornozelo, sobre a fossa poplítea do membro

interior estendido, que repousa sobre a mesa. O osteopata, em finta anterior, à altura do nível lesado, controla o tronco com o braço superior, e controla a coluna lombar e a pelve com a ajuda da mão inferior. Previamente coloca a coluna lombar em flexão até à abertura em lateroflexão oposta, e introduz os parâmetros menores de deslizamento anterior, deslizamento lateral e compressão breve e explosiva dos peitorais do osteopata, associada a um “body drop” realizado com uma flexão súbita dos joelhos. Simultaneamente, a pelve do paciente é atraída para a frente para introduzir uma rotação. B – A Tecnica Semi-directa para L5 A posição do paciente é idêntica, o osteopata toma contacto com a fase externa da fase anterior da sua perna flexionada, a fim de poder realizar um movimento de kick.

Muitos contactos são possíveis

segundo os objectivos que são fixados: - contacto com o índex (pust

move) O contacto é estabelecido com a

parte palmar do índex sobre o processo articular posterior, o antebraço é

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F 55 – Técnica semi-directa com contacto pisiforme para posterioridade de L5 (push move)

F 56 – Técnica de “pull move” para L5 F 57 – Pull-move L5

colocado no eixo da redução para baixo, para dentro e para a frente. O thrust é efectuado nessa direcção pela mão vertebral, associado a um doby drop realizado por uma flexão de joelho da perna que repousa no solo. Essa força é transmitida à pelve do paciente por intermédio do joelho flexionado.

Essa técnica em translação é interessante em caso de hérnia discal (se a extensão lombar é indolor). Ela se faz com o apoio sobre os processos

articulares. - contacto pisiforme (push move)

A mesma técnica pode ser realizada com um contacto pisiforme estabelecido ao nível da posterioridade, após ter realizado um estiramento cutâneo, com a finalidade de liberar a faceta articular. Essa técnica é utilizada para corrigir uma posterioridade, mas

pode também ser muito útil para abrir o espaço interespinhoso.

- contacto polpa de F3 do índex (pull move)

Essa técnica é a mais constantemente utilizada em quiroprática e osteopatia. Em caso de rotação vertebral, o processo espinhoso é desviado para o lado oposto: a técnica utiliza o processo espinhoso como uma alavanca que permitirá a correcção da rotação vertebral. O contacto da polpa do índex reforçado pelo médio é colocado lateralmente sobre o processo espinhoso lateralizado. A técnica consiste, no momento do body drop, em tracionar o processo espinhoso em direcção ao tecto. É a técnica mais fácil de ser realizada para L5.

II – As Técnicas em Decúbito: “Dog Technic”

Essas técnicas são derivadas das técnicas para a coluna torácica.

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F 58 – Dog técnica para as lombares altas ou a dobradiça toracolombar

F 59 – Dog technig para a dobradiça lombosacra

A – A Dog Technic para T12-L1-L2 Essa técnica é dirigida para as fixações torocolombares em

posterioridade e sobretudo em anterioridade, responsáveis por uma zona plana a esse nível, o que é muito frequente.

O paciente está em decúbito dorsal, o osteopata em finta anterior à altura do nível a ser manipulado. O paciente tem os braços cruzados, as mãos repousando sobre os ombros, os cotovelos superpostos sobre o epigástrico. O osteopata toma contacto com os cotovelos do paciente por

intermédio do seu abdómen, uma das suas mãos e seu braço são colocadas em volta do dorso do paciente, a outra mão toma um contacto pela eminência tenar, os dedos estando flexionados ao nível lesado.

O osteopata, com a ajuda do seu abdómen, reduz o Slack em direcção à mesa e realiza um thrust nessa direcção por intermédio de um body drop.

B – A Dog Technic para a Dobradiça Lombosacra Essa técnica é particularmente útil para abrir o espaço interespinhoso, sobre tudo em caso de espondilolistese. O paciente está alongado em decúbito dorsal, seus dois membros inferiores flexionados repousando sobre seu peito. O osteopata toma contacto com a sua face anterior das pernas do paciente. A mão vertebral toma o mesmo contacto que aquele descrito precedentemente, ao nível L5-S1. O slack é reduzido em direcção à mesa e aos pés do paciente. O thrust é realizado por um body drop nessa direcção. Nta:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

III – A Técnica Semi-directa em Posição Assentada

Essa técnica é útil para as fixações lombares altas ou toracolombares: o paciente está assentado a cavalo sobre a mesa, que ele mantém firme entre suas pernas, suas mãos são cruzadas atrás da nuca.

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F 60 – Técnica semi-directa em posição assentada com contacto do pisiforme para T12-L1

F 61 – Mesa de flexion-distraction, segundo Leander

D: 69 – Técnica de flexion-distraction para hérnia discal

O osteopata, de pé atrás do paciente, toma um contacto pisiforme sobre o processo articular posterior, e com a outra mão controla os seus cotovelos. Ele introduz as tensões em flexão, lateroflexão-rotação do lado oposto à lesão, depois realiza um thrust para fora e ligeiramente para a frente com a ajuda de seu contacto pisiforme, enquanto a outra mão, simultaneamente, aumenta a rotação do tronco do paciente.

Nota: ___________________________________ _______________________________________ _______________________________________

A TÉCNICA DE REDUÇÃO EM “FLEXION-DISTRACTION” PARA HÉRNIA DISCAL

Essa técnica, descrita por Stodart D.O. e retomada por J. Cox D.C., é efectuada sobre uma mesa de flexion-distraction articulada. Permite tratar numerosas hérnias discais com indicações cirúrgicas.

O paciente está em decúbito ventral, com os pés cilhados sobre a mesa, suas mãos seguram a extremidade superior da mesa.

A técnica se efectua em vários tempos: - 1º tempo: o osteopata introduz uma tracção longitudinal para abrir o espaço intersomático. Se a tracção é bem suportada, esta é efectuada

e relaxada três vezes seguidas, a fim de realizar uma pompage para combater o edema discal; - 2º tempo: o osteopata abaixa a extremidade discal da mesa para introduzir uma flexão específica no nível lesado. Uma “pompage” é novamente realizada três vezes; - 3º tempo: conservando a tracção,

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F 62 – Pompage em flexão F 63 – Pompage em flexão-lateroflexão

D: 71 – Técnica neuromuscular (traços para a coluna lombar

assim como a flexão, o tronco do paciente é colocado em lateroflexão do lado da atitude antálgica. O paciente permanecerá dez minutos nessa posição. Durante esse tempo, ele receberá um tratamento de electroterapia.

Durante os dois primeiros tempos dessa técnica, o osteopata fixa, por um contacto da mão, o processo espinhoso no nível lesado, pressionando em direcção à cabeça do paciente.

O TRATAMENTO NEUROMUSCULAR DA REGIÃO LOMBAR

Os primeiros traços serão realizados com a ajuda da técnica dos

polegares, indo de T8 para T11 e L5, entre os processos espinhosos e os processos transversos lombares.

Realiza-se igualmente traços profundos entre os

espaços intercostais de T10-T11-T12.

Os traços serão efectuados da parte externa da crista ilíaca em direcção ao interior desta última. Serão realizados segundo os

princípios descritos no capítulo sobre tratamento neuromuscular. Busca-se os pontos gatilhos dos músculos espasmódicos, que

deverão ser tratados como dito precedentemente.

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TRATAMENTO OSTEOPÁTICO DA COLUNA TORÁCICA

A BIOMECÂNICA OSTEOPÁTICA DA COLUNA TORÁCICA

I – O Pivô T4 A quarta torácica é uma zona de tensão máxima do ponto de vista do stress. Ela deve ser considerada como um ponto forte da coluna vertebral. É o centro da posterioridade da coluna. Sobre ela se apoiam os movimentos extremos do conjunto cérvico-torácico-escapular. O pivô T4 é também o nível de cruzamento das linhas de gravidade antero-posterior e póstero-anterior (ver capitulo, a biomecânica osteopática) e, portanto, submetida a maior esforços. T4 é o ápice de dois triângulos de força superior e inferior, e também o ápice de duas pirâmides de forças ou polígonos de forças da coluna vertebral. Todas as modificações de posição de T4, mesmo que sejam mínimas, vão modificar o justo deslocamento das diferentes “massas” do corpo no espaço. II – O Pivô T3-T4 e a Quarta Costela É uma das regiões mecânicas mais importante da coluna. As possibilidades de movimentos fisiológicos de flexão, extensão, lateroflexão e rotação se encontram nas vértebras T3-T4, apesar da rigidez do segmento torácico. O bloco torácico limita a flexão e a tensão. Ele permite uma rotação e uma lateroflexão mais importante. A curva cifótica fisiológica anterior aumenta os riscos de tensão posterior T3-T4. A força vertical gravitaria age somente sobre as cabeças das costelas. A quarta costela e a primeira costela sem controlo muscular cérvico-cefálico. Nota:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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AS PATOLOGIAS TORÁCICAS As dorsalgias traduzem quase sempre dores de origem mecânica. O dorso é igualmente uma zona de projecções cutâneas das cervicais que apresentam uma patologia. Classificamos as dorsalgias em três tipos: - as dores projectadas viscerais; - as dores psicossomáticas; - as dores de origem vertebral. I – As Dores Projectadas de Origem Visceral As vísceras podem provocarem dores referidas ao nível do tórax. Essas afecções, conhecidas pela medicina, não podem ser desconhecidas pelos osteopatas. Uma dor torácica pode ser somente a manifestação de um órgão doente. Quando os exames locais mostram: - uma ausência de contractura muscular; - uma rigidez local; - uma sensibilidade local.

Deve-se orientar para essas patologias.

É a anamnese, os dados clínicos e radiológicos, que nos permitirão pensar em:

A – Uma Afecção de Origem Mediastial e Subdiafragmática:

- um enfarto do miocárdio; - uma angina; - uma inflamação plural (bacilar, viral, microbiana);

- uma afecção pleuropulmonar: neoplasia, pneumotórax, sequela de pleurisia; - um cancro pleuropulmonar; - uma neoplasia esofagiana; - uma hérnia discal (ver tratamento visceral); - uma infecção costal; - uma lesão neurológica: compressão da medula espinhal por tumor intra-raquidiano; - uma litáse ou inflamação da vesícula biliar; - uma pancreatite ou cancro do pâncreas.

Nota: _________________________________________________________

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D: 72 – Projecções viscerais das dorsalgias

A dor varia segundo a topografia da lesão: - a lesão da cabeça do pâncreas se acompanha de uma dor do hipocôndrio direito da região paravertebral direita; - uma lesão do corpo do pâncreas se acompanha de uma dor

epigástrica com irradiação posterior; - uma lesão da cauda do pâncreas provoca uma dor do hipocôndrio esquerdo e da região paravertebral; - uma úlcera péptica pode ser acompanhada de uma irradiação dolorosa de T5 à T10. É necessário procurar epigástralgia e sinais digestivos: - uma colicistite; - a colicistite se acompanha de uma dor do hipocôndrio direito ou do epigástrico, de uma dor retroesternal ou de uma dor escapular.

B – Uma Afecção de Origem Cutânea - herpes-zoster no estágio preevolutivo. II – As Dores de Origem Psicossomática O dorso é a parte do corpo humano que não se pode ver directamente. Ele serve de refugio a numerosos problemas que se deseja esconder. A região torácica é uma zona de projecção para os problemas psicossomáticos. III – As Dores de Origem Vertebral É necessário primeiramente eliminar as etiologias raras e graves que contra-indicam todas as manipulações. (ver quadro 19). No jovem: - mal formação congénita (hermívertebral); - mal de Pott ou espondilodiscite. No adulto: - fracturas secundárias a um traumatismo; - espondilite amquiolosante; - tumor maligno (Cancro, neurinoma),

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- mieloma, doença de Hodgkin; - osteoporose; - osteomalacia; - doença do Paget; - anginoma vertebral. Distingue-se as dorsalgias agudas e crónicas. A – As Dorsalgias Agudas A dorsalgia aguda é equivalente ao lumbago (De Sèze), cuja etiologia é de origem discoligamentar. As dorsalgias por hérnia discal posterior são raras a esse nível: elas produzem parestesias em relâmpado. B – As Dorsalgias Crónicas No adolescente: - lesões estáticas benignas: cifose, escoliose; - osteocondrite vertebral; - epifisite discreta, e até mesmo severa. Nos adultos:

- de origem vertebral benigna. A dor é localizada. Ela diminui com o repouso;

- dor de origem cervical; - dorsalgias benignas funcionais. Frequentes nas mulheres. A dor é local impreciso na região torácica superior ou média. Ela é rebelde a toda a terapêutica alopática; - postura incorrecta de trabalho (dactilografo, costureira, mecanográfico, etc.). Nos velhos: - osteoporose; - dorsantes com pinçamentos discais; - calcificação discal isolada; - cancro metastásioco. IV – As Afecções Susceptíveis de Serem Tratadas Pelas Manipulações Torácicas: - dorsalgias de origem torácica; - síndrome de entorse costa; - as lombalgias de origem dorsolombar; - as dorsalgias de origem cervical;

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- certas celulalgias localizadas responsáveis, segundo sua topografia, por numerosas afecções pseudo-viscerais (digestivas, vesiculares, ginecológicas ou urinárias).

Nota:_____________________________________________________________________________________________________________________

As disfunções somáticas vertebrais encontradas ao nível torácico são sobretudo as lesões de:

- FRS; - ERS; - NSR; - posterioridades bilaterais; - anterioridades bilaterais (as patógenas, em razão de hiperfunção compensadora que impõem aos outros níveis vertebrais).

Dorsalgia Sobretudo não cair nas armadilhas

Úlcera gastroduodenal Lesão do pâncreas Isquemia miocárdica Patologia pleuropulmonar

Adolescente « 15 anos

Paciente jovem e adulto

Paciente idoso

Achatamento vertebral

Balanço biológico

Normal Anormal

Osteoporose Mieloma Metástase Osteopatia

Cifose dorsal

Radiografia + + + Exame clínico radiológico

Normal anormal

Distrofia de Cresciment

Medicina Preventiva Na escola

Pelviespondilite reumática

Ascite infecciosa

Patologia tumoral

Benigno

Maligno

Dorsalgia Benigna (sobretudo nas mulheres jovens)

Síndrome de dor interescapular de Maigne

Dorsalgia funcional

Artrose inicial

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D: 73 – O ponto de alarme anterior (Maigne)

F 64 – Teste de mobilidade em flexão de uma vértebra torácica

O DIAGNÓSTICO OSTEOPÁTICO DAS LESÕES TORÁCICAS

Descreve-se igualmente as lesões em lateroflexão, mas elas são menos frequentes. I – A Anamnese O diagnóstico é essencial para as dores torácicas. É necessário eliminar as dores projectadas de origem visceral ou afecção orgânica que repercuteria a esse nível. É fundamental distinguir as algias

interescapulares de origem cervical. Essas algias são frequentes, violentas e profundas. O ponto interescapular vertebral T5-T6 é muito sensível. É necessário buscar um ponto de alarme cervical anterior que provoca dor torácica (sinal de alarme). Essa algia pode ser o primeiro sinal de uma nevralgia cervicobraquial. As dores dos processos espinhosos são frequentes associadas a um choque ou um atrito (encosto da cadeira). A dorsalgia aguda se acompanha de contracturas fortes e localizadas. A pressão sobre a vértebra desperta dor. Ela é quase sempre de origem discal e

somente uma tomografia computorizada poderá confirmar o diagnóstico. É necessário eliminar o processo inflamatório, e a dorsalgia de origem psíquica, que é frequente.

II – A Inspecção A esse nível, a inspecção é muito importante: ela tem como meta buscar todos desvios da coluna. Examina-se o paciente de costas, em busca de uma escoliose. De lado, busca-se uma cifose e as escápulas aladas, etc. III – A Palpação

.Os tecidos cutâneos Utiliza-se a manobra de rolamento em busca das dermalgias reflexas, assim como as projecções cutâneas das vísceras sobre a região torácica.

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F 65 – Teste de mobilidade em extensão

F 66 – Teste de mobilidade em rotação de uma vértebra torácica

. Os relevos ósseos Busca-se os processos espinhosos dolorosos e deslocados lateralmente, graças ao teste dos espinhosos. . As contracturas musculares Busca-se as zonas de contracturas e os pontos gatilhos dos músculos correspondentes. IV – Os Testes de Mobilidade

A – Os Movimentos Activos Pede-se ao paciente para fazer uma flexão anterior do tronco, com a finalidade de colocar em evidencia uma zona plana ou uma escoliose. Determina-se assim as zonas hipermóveis ou as zonas hipomóveis. Também se avalia a extensão e a inclinação lateral assim como a rotação, com o objectivo de localizar as restrições das amplitudes e as dores nos referentes movimentos. B – Os Movimentos Passivos Os testes de mobilidade servem para estudar a mobilidade das vértebras em todos os seus movimentos fisiológicos (ver capítulo sobre o exame osteopático). Em seguida, será necessário determinar a etiologia dessas restrições articulares (apsular, ligamentar e muscular). Em todas essas técnicas, uma das mãos do osteopata realiza um movimento e a outra mão apalpa a vértebra que deve ser testada. Nota:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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F 67 – Teste de mobilidade em lateroflexão de uma vértebra torácica

F 68 – Teste de Soto Hall

F 69 – Teste de cinesiologia para as fixações torácicas (Teste bilateral dos músculos redondos maiores)

Os movimentos que devem ser testados ao nível torácico são: - a flexão; - a extensão; - a rotação; - a inclinação lateral. V – O Teste Ortopédico Teste

de Soto Hall Esse teste é útil diagnosticar uma vértebra fracturada. O paciente está deitado em decúbito dorsal, o osteopata coloca uma mão sobre o esterno, exercendo uma ligeira pressão para

baixo a fim de impedir a flexão da coluna torácica e lombar. A outra mão é colocada sob o occipital, e realiza uma flexão da cabeça. Esta ultima produz uma tensão sobre os ligamentos posteriores e interespinhosos, e provoca uma dor aguda localizada quando a tensão atinge o processo espinhoso da vértebra fracturada.

A CINESIOLOGIA APLICADA

A cinesiologia aplicada permite confirmar o diagnóstico feito, graças ao teste de mobilidade. A terapia localizada da vértebra lesada produz uma debilidade muscular, se o músculo estiver forte inicialmente; e inversamente, um reforço muscular se o músculo testado estiver fraco inicialmente.

A técnica de Challenge confirma em seguida o sentido de correcção que se deve fazer.

O sentido dessas Challenges são,

sobretudo: - rotação, empurrando em sentido oposto sobre o processo espinhoso da vértebra a ser testada; - uma posterioridade, empurrando anteriormente sobre o processo transverso. Nota: _____________________________

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D: 74 – Tratamento neuromuscular do tórax

Teste Global Para ganhar tempo um teste global indica se existe uma ou várias

lesões ao nível das vértebras torácicas. O paciente está em decúbito ventral. Ele coloca as mãos no dorso,

fazendo-as repousar uma sobre a outra ao nível das vértebras torácicas. O paciente é incapaz de resistir ao empurrar do osteopata.

O TRATAMENTO OSTEOPÁTICO

I – As Técnicas Neuromusculares

O tratamento neuromuscular deve-se efectuar antes do tratamento manipulativo. Ele serve para preparar o terreno e permite encontrar os processos transversos dolorosos. Inicia-se com traços profundos entre os processos espinhoso e os processos transversos das vértebras, ao longo da coluna torácica, da parte baixa para a parte alta. Realiza-se da mesma forma traços ao nível das articulações costotransversais. Em seguida, trata-se os espaços intercostais, saindo da parte externa das costelas. Termina-se o tratamento pela escápula.

Os músculos espasmódicos serão detectados para serem tratados, utilizam-se os pontos gatilhos.

II – As Técnicas de Thrust A – Dog Technic Esta técnica é aplicada de T3 a T12. A Técnica O paciente está em decúbito dorsal, as mãos cruzadas atrás da nuca

para as vértebras torácicas altas, ou cruzadas sobre o tórax para as vértebras baixas e médias. O osteopata fica de pé à esquerda do paciente. Ele coloca a eminência tenar da mão direita ao nível da vértebra que deverá ser corrigida.

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F 70 – Dog Technic para as fixações torácicas em posterioridade

F 71 – Técnica directa com os pisiformes cruzados para fixações em posterioridade das vértebras torácicas

F 72 – Técnica em Rotação Pura para Fixação em Posterioridade das Vértebras Torácicas Baixas e Médias

A mão esquerda do osteopata imprime a coluna torácica, com o grau de flexão necessário para que a vértebra esteja em tensão máxima. Após a colocação em tensão assim efectuada, é suficiente uma busca e uma breve pressão através do apoio do tórax do osteopata, segundo uma força dirigida em direcção à mão direita, para obter o ajustamento ao final da expiração do paciente. Os dedos estão dobrados sob o processo espinhoso da vértebra a corrigir.

Conforme a lesão encontrada, durante os testes de mobilidade, imprime-se um movimento de flexão em extensão, ou um movimento de extensão para as lesões em flexão. Será possível também efectuar um movimento de inclinação ulnar ou radial da mão, para corrigir uma lesão de lateroflexão direita ou esquerda. Pode-se igualmente corrigir uma rotação direita ou esquerda imprimindo à mão direita uma rotação direita ou esquerda, no momento do thrust. (ver foto 70)

B – A Técnica Direita com os

Pisiformes Cruzados O paciente está em decúbito

ventral, os braços pendurados para cima da mesa.

O osteopata coloca suas mãos acima dos processos transversos a serem manipulados. Os pisiformes de cada mão do osteopata se encontram sobre as

articulações posteriores. Os antebraços do osteopata estão tangenciais ao nível a manipular.

Processo de Tratamento No final da expiração forçada do

paciente, as mãos do osteopata vão introduzir uma pressão dirigida para a mesa, associada com movimentos de torção em sentido oposto dos punhos. Nota:__________________________________ ____________________________________________________________

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C – A Técnica em Rotação Pura O paciente está sentado sobre a mesa, o osteopata se posiciona atrás

dele. O paciente coloca suas mãos atrás da nuca. O osteopata passa seu braço direito sob a axila direita do paciente e

empalma sua mão sobre seu ombro esquerdo. Ele gira em rotação direita o tronco do paciente. Depois, coloca seu pisiforme ao nível do processo transverso que deverá ser manipulado.

O Processo de Tratamento O paciente expira profundamente, uma simples rotação é então

efectuada; uma pressão do polegar, aplicada durante a rotação vai permitir obter uma acção específica sobre o processo transverso.

Nota:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Essa correcção é uma técnica em rotação pura, mas podemos associar outros componentes como: - a flexão; - a extensão; - a lateroflexão. Desse modo, pode-se corrigir uma vértebra em rotação e em lateroflexão.

TRATAMENTO OSTEOPÁTICO DAS COSTELAS

GENARALIDADES SOBRE AS LESÕES COSTAIS

A dor costal é responsável por uma dor torácica aguda. Ela se inclina após um choque, um esforço ou um movimento falso. O mecanismo de aparecimento é quase sempre um movimento de rotação do tronco, ou um esforço de tosse. Esse tipo de lesão é muito mais dolorosa que uma lesão vertebral; ela produz um quadro clínico de dorsalgia aguda (equivalente torácico do torcicolo ao nível lombar). Nota:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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D: 75 – Movimento em alavanca de bomba durante a inspiração

D: 76 – Movimento em alça de balde durante a inspiração

D: 77 – Movimento das costelas durante a rotação do tronco

I – A Biomecânica dos Movimentos Costais Durante a Respiração Cada costela possui dois tipos de movimentos combinados em “alavanca de bomba” e em “alça de balde”

- ao nível da parte superior do tórax, o movimento em alavanca de bomba predomina; - ao nível da parte inferior do tórax, o movimento em alça de balde predomina. A – Os Movimentos em Alavanca de Bomba

Esses movimentos se efectua-se em um eixo quase frontal (sentido antero-posterior): - durante a inspiração, a costela movimenta-se para cima e para trás; - durante a expiração, o movimento é para baixo e para a frente. B – Os Movimentos de Alça de Balde

São movimentos “dobradiças”

que se produzem em um eixo quase sagital (sentido transversal).

- durante a inspiração, a costela sobe e realiza uma inversão;

- durante a inspiração a costela desce e realiza uma eversão.

Esses movimentos são permitidos pelo deslizamento das facetas articulares, pela deformação da costela e da cartilagem costal.

II – A Biomecânica dos

Movimentos Costais Durante os Movimentos de Rotação do Tronco: As costelas estão anatomicamente ligadas às vértebras torácicas por

duas articulações: costotransversal e da cabeça da costela. Esta última se faz com o corpo da vértebra adjacente + + + .

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D: 78 – Etiologia da dor costal (a dor é muito intensa devido à protrusão do disco intervertebral na articulação da cabeça da costela)

D: 79 – Relações das articulações costovertebrais com o sistema simpático laterovertebral

Isso faz com que todos os movimentos do tronco se repercutam sobre as costelas:

- durante a flexão do tronco, a costela recua, durante a extensão a costela avança; - durante a rotação do tronco, a costela recua do lado da rotação mobilizada pelo processo transverso que se posterioriza. Do lado oposto a costela avança impulsionada pelo processo transverso que se anterioriza.

A FISIOLOGIA DAS LESÕES OSTEOPÁTAS DAS COSTELAS

I – A Etiologia da Dor Costal

A dor externa, em caso de lesão costal, é atribuída à distensão ligamentar ocasionada pela protrusão do disco intervertebral na articulação da cabeça da costela. Essa protrusão discal ocasiona um edema responsável pela irritação do nervo sinus vertebral, e às vezes pode provocar um quadro clínico do tipo neuropatia de compressão do nervo intercostal.

A causa dessa lesão costal inclui

vários factores: - os microtraumatismos sobre o anel fibroso, que favorecem a protrusão discal; - a rotação vertebral, que perturba a articulação costotransversal e que aumenta a protrusão discal; - o edema e a protrusão discal, que perturbam a articulação da cabeça da costela e que irritam o sistema ligamentar, assim como os elementos nervosos.

II – As Hipomobilidades e Hipermobilidades ao Nível das Costelas: As lesões de anterioridade torácica

são as mais patógenas, elas produzem

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D: 80 – As subluxações costais

D: 81 – As lesões intra-ósseas das costelas

hipermobiidades costais dolorosas. Seu tratamento deve ser prioritário. Assintomáticas, se apresentam como uma zona lisa e muito rígida, e se localizam habitualmente entre T2 e T7.

As hipermobilidades posteriores ao nível das costelas são patógenas devido à dor posterior que ocasionam, mas também pela estimulação dos gânglios laterais simpáticos, que estão situados à frente da cabeça da costela.

As fixações articulares costais podem

se localizar em três níveis diferentes: - na parte posterior (lesão costotransversal ou da articulação da cabeça da costela) responsável por uma hipermobilidade anterior ao nível da articulação esternocondral e costocondral.

É possível igualmente observar uma fixação costocorpórea responsável por uma

hipermobilidade dolorosa costotransversal. Os espasmos do musculo supracostal fixa a costela lesada, mas

também a costela subjacente; - na parte antevior (lesão esternocondral e costocondral) responsável por uma hipermobilidade dolorosa ao nível das articulações posteriores (articulação costotranversal + + +); - na parte lateral (lesão costocostal fixada por um espasmo do musculo intercostal interno e externo) responsável por uma hipermobilidade anterior, ou por uma hipermobilidade posterior.

III – As Lesões Costais

A – As Lesões Costais Secundárias a uma Disfunção Vertebral

A etiologia vertebral é primária, a lesão de torção da costela é secundária.

Tomemos o exemplo de uma lesão do tipo ERS à direita. Deve-se encontrar a nível costal: - uma 4ª costela esquerda anterior, devido ao avanço do processo transverso esquerdo T4; - uma 4ª costela direita posterior, devido ao recuo do processo transverso direito de T4;

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- uma 5ª costela direita em torção (eversão): a costela parece maior, salientando-se na frente e atrás, seu bordo superior é igualmente mais saliente. A eversão da 5ª costela é devido à lateroflexão direita de T4, que empurra sobre a articulação superior da costela. B – As Subluxações Costovertebrais Essas são as lesões costais mais frequentes. A costela está em lesão primária. Distingue-se dois tipos de subluxações:

- a sbluxação posterior: a costela é saliente em sua parte posterior e apagada na sua parte anterior: essa provoca uma limitação dolorosa da inspiração; - a subluxação anterior: a costela é saliente na frente e apagada atrás: essa lesão provoca uma limitação dolorosa da expiração. A rotação do tronco é dolorosa C – As Lesões Intra-ósseas das Costelas: Essa lesão costal em compressão antero-posterior é encontrada

essencialmente em caso de escoliose. A costela parece mais estreita antero-posteriormente e mais saliente lateralmente. Ela está deprimida na frente e atrás à palpação.

Em geral, existem tensões mediastinais importantes. D – As Lesões Respiratórias das Costelas Qualquer que seja a disfunção (vertebral ou costal), existe

igualmente uma lesão respiratória associada. É possível observar uma lesão respiratória sem disfunção articular

costovertebral. Nesse caso, a causa é muscular (papel maior dos músculos intercostais).

Distingue-se: - as lesões inspiratórias ou expiratórias. Nas lesões inspiratórias a costela está elevada, nas lesões em expiração a costela está abaixada; - nessas lesões, o movimento mais restrito pode ser o movimento em alavanca de bomba ou o movimento em alça de balde.

Essas lesões respiratórias não são dolorosas, mas são responsáveis por uma grande perda corporal de energia. Portanto, é necessário que sejam corrigidas. Nota:_____________________________________________________________________________________________________________________

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As lesões respiratórias em inspiração ou em expiração são as lesões de grupo. Distingue-se:

- um grupo superior, da 1ª à 5ª costela, ocasionando sobretudo as lesões em alavanca de bomba: - em caso de lesão inspiratória, a costela “starter” que é necessário tratar é a 1ª costela; - em caso de lesão respiratória, a costela “starter” que é necessário tratar é a 5ª costela; - um grupo inferior, da 6ª à 10ª costela, ocasionando sobretudo as lesões em alça de balde;

- em caso da lesão inspiratória, o “starter” é a 6ª costela; - em caso de lesão expiratória, o “starter” é a 10ª costela.

A costela “starter” apresenta quase sempre uma subluxação posterior em caso de lesão em inspiração e anterior em caso de lesão expiratória. O Diagnóstico Osteopático das Lesões Costais Convém, em primeiro lugar, eliminar:

- uma fractura da costela que pode passar despercebida (existe então uma história de traumatismo directo); - uma lesão pulmonar: a lesão da pleura ocasiona frequentemente dor torácica; - uma dor referida visceral do tipo cardíaca, vesicular, pancreática ou estomacal; - uma síndrome de Tietze (lesaão reumática inflamatória das articulações estero-condro-costais). (ver quadrado 20). I – A Anamnese A dor costal é muito aguda, ela é aumentada pela rotação do tronco

e, sobretudo, o que é característico, pela respiração: a lesão osteopática mais frequente, ao nível costal, é a subluxação posterior que se manifesta por uma dor durante a inspiração.

Às vezes, a dor é irritada ao longo da costela, correspondendo então a uma neuropatia de compressão do nervo intercostal: essa patalogia, de origem vertebral ou costal, é bastante similar ao processo fisiopatológico de uma ciática ou de uma nevralgia cervicobraquial. O paciente pode apresentar uma atitude antálgica em flexão do tronco, ou também uma atitude antálgica patognomônica das pessoas que apresentam uma fractura costa. O diagnóstico diferencial com um trincamento da costela é muitas vezes difícil.

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A palpação se dirige sobretudo aos elementos ósseos das costelas: busca-se uma dor posterior, lateral ou anterior. Estuda-se a posição relativa da costela suspeita em sua parte posterior ou anterior: - costela saliente atrás e apagada na frente: subluxação anterior; - costela saliente na frente e apagada atrás: subluxação anterior;

- costela apagada na frente e atrás, saliente lateralmente: lesão intra-óssea da costela.

II – A Palpação A palpação concerne sobretudo aos elementos ósseos da costela: busca-se uma dor posterior, lateral ou anterior.

Busca-se igualmente a posição relativa da costela na sua parte posterior e anterior: - costela saliente atrás e apagada na frente: subluxação posterior; - costela apagada na frente e atrás, saliente lateralmente: lesão intra-óssea da costela. III – Os Testes Ortopédicos Um só teste é utilizado: o paciente sentado, o tronco em lateroflexão do lado oposto à lesão. O osteopata de pé atrás do paciente apoia sobre a borda inferior da costela com a polpa dos dedos para eleva-la, depois sobre a borda superior para abaixa-la. Se as duas manobras são dolorosas deve-se suspeitar de uma fractura de costela. IV – Os Testes de Mobilidade A – O Teste Fisiológico de Fred Mitchell Na posteroflexão do tronco, as costelas avançam; na anteflexão do tronco, as costelas recuam. O paciente está sentado, o osteopata de pé atrás dele toma um contacto bilateral com o ângulo das costelas a testar:

- se o osteopata percebe os dois movimentos das costelas quando o paciente realiza flexão-extensão do tronco, a costela é livre; - se a costela posterior aumenta sua assimetria durante a extensão e se a camufla durante a flexão: trata-se de uma adaptação a uma lesão vertebral torácica; - se a costela fica posterior (ou anterior), qualquer que seja o movimento do tronco, trata-se de uma subluxação.

Nota:_____________________________________________________________________________________________________________________

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F 73 – Testes ortopédicos com abaixamento da costela

F 74 – Teste ortopédico com elevação da costela

Nota:_____________________________________________________________________________________________________________________

B – A Analise do Jogo Articular O paciente está sentado, o osteopata está sentado atrás dele. Com uma mão, ele controla o tronco do paciente, com a outra mão ele testa a resistência fisiológica ao nível do ângulo da costela.

Argumentos para uma dor coronariana

Argumentos para uma embolia pulmonar

Argumentos para uma dor subdiafragmática

Argumentos para uma fractura das

Dor Torácica

Sim

Sim

Sim

Sim

- A confirmar

- Cólica - Gastroduodenal - Pancreatite - Vesicular - Hepática - Renal

- Fazer imperativamente a prova

- Antiga ameaça - Infarto

Não

Não

Não

Não

Radiografia

Normal

Anormal: Patologia - Pulmonar - Pleural - Mediastinal - Óssea

- Dor Pariental: fractura da costela, dor costocondral, esternocondral, xifoidiana, mialgias, dorsalgias - Dor Pleural: pericárdica, diafragmática - Dor Digestiva: refluxo, hérnia hiatal - Dor Cardíaca: dissecação aórtica, distúrbio do ritmo - Dor inexplicável

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F 75 – Teste fisiológico com flexão do tronco

F 76 – Teste fisiológico com extensão do tronco

F 77 – Teste de mobilidade em rotação das costelas

F 78 – Teste respiratório para os movimentos em alavanca de bomba

F 79 – Teste respiratório para os movimentos costais em alça de balde

D: 82 – Emergência cutânea na zona T5-T6 do ramo sensitivo posterior do 2º nervo raquidiano torácico

Testa-se os diferentes parâmetros possíveis de mobilidade: - flexão/extensão; - lateroflexão direita e esquerda; - rotação direita e esquerda. Anota-se a cada vez os parâmetros de movimentos limitados. C – Os testes respiratórios O paciente está em decúbito dorsal. O osteopata de pé atrás da cabeça do paciente, coloca suas mãos sobre o tórax do mesmo. Pede em seguida ao paciente que respire amplamente. Para apreciar a mobilidade em alça

de balde, apalpa as costelas na parte lateral. Para apreciar a mobilidade em alavanca de bomba, apalpa as costelas na parte anterior do tórax. - uma restrição de

mobilidade durante a inspiração traduz

uma lesão expiratória ou uma subluxação posterior; - uma respiração durante a expiração traduz uma lesão inspiratória ou uma subluxação anterior.

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F 81 – O diafragma

V – A Cinesiologia Aplicada O músculo utilizado para colocar em evidência uma lesão costal é o serrátil anterior. Ele é fraco ao teste em caso de lesão costal. A terapia localização costal reforça o músculo. Essa terapia localização pode ser anterior, lateral ou posterior.

Nota: É necessário fazer o diagnóstico diferencial entre uma lesão costal e uma dorsalgia interescapular de origem cervical. É possível que a dor interescapular localizada habitualmente na zona T5-T6 tenha por origem uma irritação do ramo cutâneo sensitivo do 2º nervo raquidiano, em consequência de uma lesão T1-T2.

OS TRATAMENTOS OSTEOPÁTICOS DAS COSTELAS O tratamento osteopático começa pelo tratamento da coluna torácica. Uma atenção toda especial é dada às zonas de anterioridade. É necessário ser prudente nas técnicas directas com thrust nos pacientes idosos, devido à presença frequente de uma osteoporose que fragiliza as costelas,

podendo existir um risco de fractura. Um trincamento da costela pode tornar o tratamento ineficaz; a dor costal persistirá então durante três semanas: é a única maneira de confirmar o diagnóstico, já que a radiografia é normal. Nesse caso, o tratamento mais eficaz será uma bandagem funcional, que o paciente deve conservar entre duas a três semanas.

A Técnica Para o Diafragma O diafragma é um músculo capital para as costelas baixas: um espasmo desse músculo limitará de forma importante a mobilidade da dobradiça toracolombar, assim como das quatro últimas costelas. Quando se observa uma perna curta de um lado e um membro superior do outro lado oposto (sinal do psoas), existe uma zona de cruzamento das forças fasciais que se localiza habitualmente na zona da dobradiça toracolombar. Nesse caso, encontra-se um espasmo importante do diafragma que é necessário corrigir.

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F 82 – Técnica de stretching para o diafragma

F 83 – Técnica de stretching para a parte posterior das costelas

Em todas as afecções viscerais cardiorespiratórias ou digestivas, é igualmente essencial liberar o diagrama. Há numerosas técnicas para o diagrama. Citamos aqui uma técnica utilizada correctamente.

O paciente está em decúbito dorsal, os membros inferiores flexionados repousam sobre uma grande almofada redonda; suas mãos repousam sobre o bordo inferior da grande costal. O osteopata, de pé à cabeça do paciente, coloca suas mãos sobre as mãos do mesmo: o osteopata segura o bordo da grande costal por intermédio das mãos do paciente. Pede ao paciente para inspirar profundamente; acompanha a elevação das costelas e mantém essa posição enquanto o paciente expira profundamente. Essa técnica é realizada várias vezes, até a libertação do espasmo, estirando cada vez um pouco mais a caixa torácica. Nota:_____________________________________________________________________________________________________________________ Antes de tratar esse músculo, é necessário verificar a integridade dos níveis C3-C4, devido à emergência, a esse nível do nervo frénico.

AS TÉCNICAS DE STRETCHING PARA AS COSTELAS Essas técnicas possuem um impacto maior sobre os espasmos

musculares ao nível dos intercostais, mas permitem igualmente articular de forma eficaz as articulações posteriores e anteriores do tórax. Elas se dirigem a três níveis lesionais possíveis: - posterior (articulação costotransversal e da cabeça da costela): músculos supracostais e intercostais; - lateral (espaço intercostal): músculos intercostais interno e externo; - anterior (articulação esterno-condro-costal): músculo triangular do esterno.

Nota: __________________________________

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F 84 – Técnicas de stretching para a parte lateral das costelas

F 85 – Técnica de stretching para a parte anterior das costelas

F 84 – Técnica de stretching para a parte lateral das costelas

F 85 – Técnica de stretching para a parte anterior das costelas

I – A Técnica de Stretching para a Parte Posterior do Tórax

O paciente está assentado na borda da mesa, a

frente apoiada

sobre seus antebraços cruzados:

o osteopata está de pé, em frente ao paciente, cujos antebraços repousam sobre o seu ombro. Seus dois braços envolvem o tronco do paciente, suas duas mãos ora controlam a articulação

costotransversal, ora o ângulo da costela. Nessa posição, o osteopata vai realizar um stretching em extensão, após ter instalado os parâmetros de movimento que reforçam essa barreira, ou seja: - lateroflexão e deslizamento lateral; - rotações; - deslizamento anterior; - compressão lateral sobre as costelas. II – A Técnica de Stretching para a Parte Lateral do Tórax

O paciente está em decúbito lateral sobre o lado são; o osteopata está de pé em frente ao paciente, à altura do tórax. Com uma mão, o osteopata fixa a costela que deve ser liberada; com o antebraço do lado oposto, controla o membro superior do paciente. O osteopata, com a mão fixa a costela empurrando na direcção do pé do paciente, e com a outra mão o

membro superior do mesmo em abdução, a fim de estirar o espaço intercostal.

III – A Técnica Para a Parte Anterior do Tórax Essa técnica é particularmente eficaz nas patologias que simulam uma síndrome de Tietze.

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F 86 Técnica de thrust em Lift Oft para subluxação posterior das costelas médias

F 87 – Técnica de thrust para subluxação posterior das costelas, segundo Walton

O paciente está em decúbito dorsal, o membro superior do lado afectado repousa sobre a mesa em antepulsão máxima. O osteopata está de pé, em frente ao paciente, do lado oposto à lesão. Com uma mão, ele fixa o braço do paciente contra a mesa; com a polpa dos dedos da outra mão, ele fixa para baixo a borda superior da costela lesada na parte anterior do tórax. O osteopata exerce uma tracção cefálica sobre o membro superior em antepulção e, com a outra mão fixa a posição baixa da costela, para abrir o espaço intercostal.

AS TÉCNICAS COM THRUST PARA AS COSTELAS

I – As Técnicas Para as Lesões de Subluxações Posteriores

A – A Técnica de Liff Para as Costelas O paciente está sentado sobre a mesa, o osteopata de pé atrás dele: o paciente coloca a mão do lado oposto à lesão, atrás da sua nuca; o osteopata coloca a sua mão do lado oposto, na mesma posição e, com a outra mão sob a axila do paciente, segura sua mão oposta.

O osteopata toma um contacto com o seu peito ao nível da posterioridade costal.

Depois, constrói uma alavanca em flexão lateroflexão oposta. Ele realiza em seguida um thrust, passando através do tórax do paciente.

Outra Técnica O osteopata toma um contacto, por

intermédio de seu joelho, com a posterioridade costal. Suas duas mãos passam sob as axilas do paciente, tomando um contacto com a costela lesada. O osteopata realiza um thrust, da mesma forma que, precedentemente, seus dedos elevam simultaneamente a borda inferior da costela

na parte anterior do tórax, o joelho realizando um fulcro, que obriga a costela a avançar.

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F 88 – Técnica de thrust em rotação para fixação em posterioridade das costelas baixas e médias

F 89 – Dog Técnica para fixação da articulação da cabeça da Costela (localização do contacto)

F 89 bis- Dog technic para fixação da articulação da cabeça da costela no eixo do colo da costela

F 90 – Técnica directa de thrust para disfunção costotransversal

B – A Técnica de Thrust em Rotação

O paciente está sentado a cavalo sobre a mesa; o osteopata está de pé em finta anterior, atrás do paciente, ligeiramente deslocado para o lado oposto à lesão.

O osteopata, com uma mão, toma um contacto posiforme ao nível do ângulo da costela posterior e, com a outra mão, segura os cotovelos do paciente

(suas mãos estão cruzadas atrás da nuca).

O osteopata constrói uma alavanca em flexão lateroflexão-rotação oposta, e executa um thrust por impulsão lateral sobre a costela, aumentando simultaneamente a

rotação do tronco do paciente. C – A Dog Technic Para a

Lesão da Articulação da Cabeça da Costela

Contrariamente às outras técnicas que se dirigem às lesões da articulação costotransversal, essa tem como meta reduzir a fixação

localizada ao nível da articulação da cabeça da costela. Para isso, o osteopata fica de pé do lado da lesão, e rola o paciente em sua direcção, para tomar um contacto ao nível do ângulo da costela do lado lesado. Ele escola, em seguida, o tronco do paciente sobre o seu contacto, depois realiza um thrust com um body drop, que produz uma

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F 91 – Técnica semi-directa para subluxação posterior da 1ª costela

F 92 – Técnica de thrust para fixação costocostal (espasmos dos músculos intercostais)

força redutora. Essa força passa através do peito do paciente, ao longo do colo da costela, provocando a abertura da faceta entre o corpo da vértebra e a cabeça da costela.

D – A Técnica de Thrust Directa com os Pisiformes Cruzados O paciente está em decúbito

ventral, o drop torácico está armado. O osteopata está de pé do mesmo lado da lesão, de frente para o paciente. Ele realiza um estiramento cutâneo no sentido da redução, ao nível da articulação costotransversal, e depois toma um contacto pisiforme sobre a costela posterior, um pouco para fora da articulação. A outra mão toma um contacto pisiforme com o processo transverso oposto da vértebra do mesmo nível, para realizar um fulcro. O osteopata reduz em seguida ligeiramente o slack com um movimento de torção dos seus punhos, depois realiza um thrust com sua mão costal, graças a uma contracção explosiva dos seus peitorais e dos seus tríceps.

E – A Técnica Para a 1ª Costela O paciente está em decúbito ventral, a cabeça girada para o lado

oposto à lesão. O osteopata, de pé do lado são, toma um contacto indexial com o corpo da costela lesada: seu antebraço está no eixo da redução, ou

seja, para baixo. Com a outra mão, o osteopata controla a cabeça do paciente. Ele pede ao paciente para expirar profundamente, e então, empurra a 1ª costela na direcção dos pés do paciente e efectua um thrust directamente sobre o corpo da costela, de forma a anterioriza-la.

II – A Técnica Costocostal Essa técnica se dirige às lesões

costocostais fixadas por um espasmo dos músculos intercostais.

O paciente está sentado a cavalo sobre a mesa. O osteopata está de pé do lado oposto à lesão.

Ele toma um contacto, por

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F 93 – Técnica de thrust para subluxação anterior das costelas, segundo Walton

F 94 – técnica para a lesão intra-óssea da costela

intermédio dos dedos médios das duas mãos, ao longo da parte lateral da costela em lesão baixa. Constrói em seguida uma alavanca em lateroflexão do lado lesado e, contra-rotação, dirige a costela para dentro e para o ombro oposto do paciente. Realiza em seguida um thrust, com a ajuda de suas mãos, para dentro e para fora, com o objectivo de abrir o espaço intercostal e alongar os músculos intercostais.

III – A Técnica Para Subluxação

Anterior da Costela Essa Técnica de Liff Off, descrita por Walton, se dirige às lesões de subluxações anteriores das costelas. O paciente está sentado a cavalo sobre a mesa. O osteopata está de pé atrás dele. Coloca seu joelho em fulcro sobre o ângulo da costela subjacente à costela lesada; suas duas mãos passam

sob as axilas do paciente e tomam um contacto, pela borda ulnar dos dedos médios, com a borda superior da costela lesada.

O osteopata reduz o slack, mobilizando o tronco do paciente, em flexão e rotação do lado oposto à lesão (posição relativamente posterior da costela lesada). Em seguida, com suas mãos, puxa a parte anterior da costela

lesada para baixo. Ele realiza um thrust através do peito do paciente. IV – A Técnica Para Lesão Intra-óssea da Costela O paciente está em decúbito lateral do lado são; o osteopata está de

pé em frente ao tórax do paciente. Ele toma um contacto pisiforme sobre a parte lateral da costela saliente. Esse contacto é reforçado pela outra mão, colocada sobre a mão costal.

O osteopata realiza, em seguida, uma compressão para baixo na parte lateral do tórax, que faz sobressair relativamente as partes anteriores e posteriores da costela lesada, mantendo essa posição, pede ao paciente para respirar amplamente várias vezes, até a obtenção da correcção. Nota:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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F 95 – Vista em corte frontal da coluna cervical superior e dos elementos nervosos

TRATAMENTO OSTEOPÁTICO DA COLUNA CERVICAL

ANATOMIA

A coluna cervical superior

compreende a primeira e a segunda vértebra cervical, assim como o occipital. Essas vértebras estão reunidas entre elas e com o occipital por uma cadeia articular complexa com três eixos e com três graus de liberdade.

As articulações da coluna cervical inferior possuem dois tipos de movimentos. Os movimentos de flexão e extensão, e os movimentos mistos de inclinação-rotação. Funcionalmente esses dois segmentos da coluna cervical se completam mutuamente para realizar movimentos de rotação, de inclinação, de flexão-extensão da cabeça.

O segmento articular raquídeo pode ser comparado a

uma rótula mecânica controlada por guias que são as articulações interapofisárias providas de uma cápsula recoberta por uma sinovial.

O complexo disco intervertebral e as articulações uncovertebrais asseguram a resistência às forças de pressão sobre a coluna cervical. As articulações interapofisárias dirigem e guiam os movimentos. Os sistemas

articulares estão intimamente ligados, as possibilidades de acção de um derivam das possibilidades da acção do outro.

A organização da coluna vertebral é tal que todo o movimento de inclinação lateral é acompanhado de rotação axial, e todo movimento de rotação axial é acompanhado de inclinação lateral.

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A BIOMECÂNICA DAS CERVICAIS Para bem compreender a fisiologia cervical, é indispensável falar

dos pivôs osteopáticos C2 e C5. O Pivô C2 A presença do processo odontoide, assim como a sua situação, impõe

a C2 um movimento máximo em rotação. O áxis é, portanto, a chave do pescoço e a garantia da mobilidade do segmento cefálico. É o transmissor número um do movimento autorizado pela dobradiça occipital C1-C2.

Se o pivô C2 suporta o segmento cefálico, é o atlas que faz a relação entre eles, e que permite a adaptação aos movimentos antero-posteriores.

A lateroflexão existe para permitir o máximo de combinação dos movimentos. É acima do pivô C2 que o mecanismo é mais importante. Esse pivô de apoio C2 está em equilíbrio sobre sua vértebra subjacente C3. disso resulta para o áxis as adaptações e as compensações mecânicas em relação com C3.

O Pivõ C5 A posição do pivô C5 da coluna cervical lhe permite utilizar os eixos

horizontais do “tripé vertebral”. A flexibilidade cervical global lhe impõe, sem dúvida, a máxima rotação possível, levando em conta as lateroflexões impostas pela orientação das superfícies articulares. Nos movimentos globais extremos da coluna cervical, é ao nível de C5 que as forças de tensão e de contra-pressão são mais importantes. Essa é a razão maior pela qual C5 apresenta sinais artrósicos frequentes.

Por outra parte C5 é o pivô inter-arco entre o pequeno arco superior cervical (occipital - C4) e o arco médio (C6-C8) (ver capítulo a biomecânica cervical).

As adaptações cervico-cefálicas necessitam a maior mobilidade possível, em relação ao bloco torácico altamente rígido; elas passam pela utilização correcta do pivô C5. a mobilidade de C5 é limitada por C4 e C6.

C4 pertence ao arco superior cervical e se apoia sobre C5 servindo-lhe de pivô.

C6 é o início do arco cervicodorsal superior. E está suspensa à C5 servindo-lhe de apoio. C5 é então o local da mudança entre essas duas curvaturas.

C5 sofre o máximo de forças e é importante obter uma boa mobilidade assim como uma boa elasticidade das curvaturas supra e subjacentes, antes de corrigir ou de ajustar C5.

É necessário não esquecer que as linhas antero-posteriores e póstero-anteriores passam pelo corpo de C5. C5 é como C2 a vértebra cervical cujo máximo de volume se situa na pirâmide superior.

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A variação de altura dessa pirâmide vai pressionar C5 a suportar maiores ou menores tensões anteriores, maiores ou menores compressões posteriores.

É evidente que a sua função arrisca ser perturbada e que uma fisiologia de compressão vai ser instalada.

AS PATOLOGIAS CERVICAIS Distingue-se as algias limitadas ao segmento cervical e as

nevralgias de origem cervical I – As Algias do Segmento Cervical

Compreende-se: - as cervicalgias agudas; - as cervicalgias subjacentes; - as cervicalgias moderadas. A – As Cervicalgias Agudas Trata-se quase sempre de: - torcicolo banal; - traumatismo da coluna (fractura, compressão, subluxação); - cervicalgia gostosa aguda; - cervicalgia de Barre-Liéou. B – As Cervicalgias Subagudas

Muitas vezes de origem inflamatória, maligna ou benigna: - algias subaguda de origem artrósica; - lesões inflamatórias; - poliartrite crónica evolutiva; - pelviespondilite reumática; - espondilodiscite tuberculosa; - reumatismo psoríasico; - afecção maligna da coluna cervical; - cancro vertebral; - metástase; - abcesso de Grisel.

Nota:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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D: 83 – Fisiologia articular, fascículo lll, segundo l. A. Kapandji

C – As Algias Cervicais Moderadas: - as cervicalgias de origem estática; - por posição estática congénita; - por postura profissional; - as algias de origem psíquica. II – As Nevralgias de Origem Cervical A – A Nevralgia Cervicobraquial: - a nevralgia cervicobraquial aguda hiperálgica; - a cervicobraquial paralisante. B – A Nevralgia Torácica ou Torácica Alta que Produzem Algias

Cervicais

III – As Afecções Susceptíveis de Serem Tratadas por Manipulações Cervicais:

- cervicalgias crónicas; - torcicolos; - algumas cefaleias; - nevralgias cervicobraquiais; - algumas falsas sinusites; - síndrome subjectiva dos traumatismos cranianos; - certas vertigens; - certas dores do ombro, do cotovelo, do punho; - algumas dores precordiais; - um grande numero de dorsalgias.

A FISIOLOGIA OSTEOPÁTICA

Cada nível da coluna cervical,

através dos forames intervertebrais, emergem as raízes dos nervos cervicais. Essas raízes podem ser irritadas por processos patológicos (flexa 1): as hérnias discais são raras ao nível da coluna cervical, sua protrusão póstero-lateral (flexa 2) é perturbada pela presença dos processos unciformes e quando existem, são mais medianas (flexa 3) que ao nível da coluna lombar. Elas causam, portanto, mais

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D: 84 – Fisiologia articular, fascículo lll, segundo l. A. Kapandji

compressões medulares. Entretanto, o processo de compressão é mais frequente ao nível da coluna cervical e é realizado por artrose das articulações uncovertebrais. Uma vista de perfil mostra as relações estreitas das raízes cervicais que saem pelo forame intervertebral com as articulações interapofisárias, as articulações vertebrais.

Quando se inicia a cervicoartrose (parte inferior da figura), aparecem não somente os osteófitos na parte anterior dos platôs vertebrais, mas sobretudo sobre as incidências radiológicas de três quartos, as formações osteofíticas saindo das articulações uncovertebrais e fazendo saliência na área do forame intervertebral. Igualmente os osteófitos vêm de trás a partir da articulação interapofisária e a raiz cervical pode assim encontrar-se comprimida entre os osteófitos anteriores no ponto inicial da articulação uncovertebral. Assim se pode explicar a sistomotologia radicular das cervicoartroses.

AS LESÕES CERVICAIS

Generalidades

Ao nível cervical, existe três grandes tipos de lesões osteopáticas: - as lesões de posterioridade; - as lesões de lateralidade; - as lesões de anterioridade.

Existem duas grandes técnicas manipulatórias ao nível da cervical. Elas se dirigem essencialmente a dois focos lesionados frequentes:

- as articulações posteriores, que correspondem às lesões de posterioridade, e representam 80% das lesões cervicais; - as articulações de “Luschka”, ou seja, as articulações uncovertebrais. O disco intervertebral é então solicitado quando houver uma lesão de lateralidade. Elas representam 15% das lesões cervicais. As lesões de anterioridade, representam 5% das lesões cervicais, elas causam sintomas dolorosos e provocam os maiores problemas terapêuticos.

Nota:_____________________________________________________________________________________________________________________

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D: 85 – As lesões posteriores

D: 86 – As lesões de lateralidade D: 87 – As lesões de anterioridade

I – As Lesões de Posterioridade

Concernem às articulações posteriores, que são fixadas por um espasmo dos músculos monoarticulares ao mesmo nível; os músculos transversoespinhais.

Esse tipo de lesão associa a extensão à lesão de rotação (posterioridade). A rotação se efectua do lado da lateroflexão. São as lesões em imbricação.

O problema desse tipo de lesão é que existe um menisco sinovial que se interpõe

entre as duas facetas articulares fazendo protrusão no forame intervertebral. Muitas vezes causa um edema, e pode assim, irritar a raiz no forame

intervertebral.

Nota:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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D: 88 – Relação músculo tendinosa (longuíssimo do pescoço) na dorsalgia interescapular de origem cervical

O local da restrição se situa ao nível das articulações uncovertebrais ditas de “Luschka”. Essa lesão concerne ao disco intervertebral. A imagem na radiografia mostra uma protrusão discal do lado oposto à lesão de lateralidade.

As lesões são fixadas pelo músculo longo do pescoço, e os escalenos. O que é importante neste tipo de lesão, é a protrusão que se produz no forame intervertebral e que pode ser uma fonte de nevralgias.

As lesões de lateralidade associam a lateroflexão + + + e a rotação. A rotação é do lado da superioridade. Ela representa uma desembricação máxima da articulação posterior e da articulação uncovertebral.

III – As Lesões de Anterioridade Essas lesões afectam as vértebras C4 a C6, sobretudo C5 + + +. A

lesão resulta de um traumatismo em hiperflexão (whiplash). Essa lesão é particularmente dolorosa, pois concerne à articulação de luschka e coloca em stress o disco intervertebral.

Existem duas possibilidades de lesão: - se no momento do impacto o paciente olhava para a frente; - se a cabeça estava em ligeira rotação.

Em função desses dois fenómenos encontra-se: - uma lesão de anterioridade bilateral; - uma lesão de anterioridade unilateral.

Na lesão unilateral, a faceta articular posterior é fixada acima e na frente do lado oposto. Efectuando uma desembricação, a vértebra para a frente.

O DIAGNÓSTICO OSTEOPÁTICO DAS LESÕES CERVICAIS

I – A Anamnese As dores cervicais ocasionam um incómodo vivo nos movimentos (dificuldade de olhar para trás e de girar a cabeça).

Elas devem-se:

A – A Afecção das Articulações Intervertebrais Posteriores Ela é responsável pelos problemas artrósicos. Ela produz dores à expiração, frias, ou corrente de ar.

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D: 89 – Nível neurológico C5

Essas dores podem ser: - locais: ao nível da lesão; - referidas: em direcção à região occipital ou em direcção à cintura escapular e ao membro superior. B – A Afecção Uncodiscovertebral Ela é responsável pelas nevralgias cervicobraquiais, fonte de

problemas inflamatórios importantes. As dores são vivas, agravadas pela tosse, e pelo decúbito. Elas são às vezes associadas às dores torácicas. O diagnóstico diferencial deve ser feito sistematicamente. Não se

deve esquecer as dores referidas à coluna cervical advindas do pulmão. As radiografias devem ser feitas com a finalidade de eliminar um

tumor do ápice dos pulmões, podendo provocar uma inflamação das raízes C8-T1. é preciso procurar as lesões lombares e sacroilíacas que são associadas a todas as lesões cervicais.

II – A Palpação Ela se faz em decúbito: - para as lesões de posterioridade: apalpa-se os processos posteriormente. Encontra-se uma zona dura, dolorosa, é o processo articular posterior. A lesão é do lado doloroso, ela é mais baixa e mais posterior: - para as lesões de lateralidade: apalpa-se a parte lateral do processo. Encontra-se uma sensação de nódulo doloroso que se sobressai na parte lateral. A transversa é alta e posterior do lado doloroso. Esse tipo de lesão vai favorecer as irradiações anteriores, o caso mais frequente é o da nevralgia cervicobraquial. - para as lesões de anterioridade: apalpa-se a parte anterior das transversas. Desencadeia-se então dores extremas em caso de nevralgia cervicobraquial, é necessário pensar em uma anterioridade de C5 ou C6. As lesões de anterioridae de C5 podem causar dores interescapulares. III – O Exame Neurológico

Toad patologia cervical de C5 a T1 (hérnia discal por exemplo) pode

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D: 90 – Nível neurológico C6 D: 91 – Nível neurológico C7

D: 92 – Nível neurológico C8

F 96 – Teste de Jackson em compressão para colocar em e evidencia uma lesão discal

irradiar para um membro superior por intermédio do plexo braquial. Os testes específicos de diagnóstico permitirão fazer a correlação entre os problemas neurológicos da extremidade superior e o nível cervical. A contracção muscular, os reflexos e as regiões sensoriais serão testadas por nível neurológico.

IV – Os Testes Ortopédicos

A – O Teste de Compressão Estando o paciente sentado, realiza-se uma pressão sobre o disco

intervertebral, e essa pressão pode aumentar a dor no nível lesado.

B – O Teste de Valsava Este teste tem por objectivo

aumentar a pressão intradiscal. Pede-se ao paciente para reter a sua respiração e empurrar como se fosse defecar. Se o paciente apresentar uma forte dor e descrever o lado exacto da dor, deve-se pensar em uma compressão ao nível do canal cervical, por uma hérnia discal, por exemplo.