Método gazzi de sá (2)
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Mtodo gazzi de s
gazzi de s(1901-1981)
Sobre o autorNascido em Joo Pessoa, em 13 de dezembro de 1901 tornou-se uma das principais referncias brasileiras do canto orfenico no sculo XX.
Compositor, pianista e educador paraibano, autor de um mtodo de musicalizao que proporciona um estgio avanado de conscincia coral.
Dcada de 1920: Sua atuao tornou-se conhecida com um trabalho de cultura musical no Liceu Paraibano proporcionando o estmulo da juventude na poca para a iniciao na arte.
1930: fundou a Escola de Msica Antenor Navarro, que se tornara um centro aglutinador de ensino e cultura musical de maior projeo no Estado.
2Sua obra ganhou evidncia pela referncia aos elementos da cultura folclrica brasileira, seguindo os passos de Villa-Lobos.
1937: foi responsvel pela criao do Coral Villa-Lobos, rgo voltado para difuso do canto coral na Paraba, tendo promovido concertos com a presena de intrpretes de referncia internacional.
1947: Gazzi de S foi convidado por Villa-Lobos para integrar o corpo docente do Conservatrio Nacional de Canto Orfenico, no Rio de Janeiro.O Mtodo - *MusicalizaoSegundo depoimento de **Theresia de Oliveira (1924- 2004) o mtodo de musicalizao desenvolvido por Gazzi de S
d ao aluno conhecimento amplo dos mais diversos aspectos da msica: ritmo, melodia e harmonia, sem precisar de compasso, clave e armadura e sem alterar nada do rico contedo musical, por intermdio de um repertrio que vai gradativamente do solfejo de canes folclricas, cnones e hinos at msicas corais de todas as pocas e estilos () podemos falar de leitura musical consciente, leitura que se transfere naturalmente grafia tradicional.
* Mtodo que se baseia no sistema relativo.** Conheceu e foi estudar com Gazzi de S em 1940.Abordagem do Ritmo e do SomSentir o pulso e a existncia de dois movimentos: o pendular e o circular.
Procurar o acento.
Cantar e acompanhar a msica com gestos de mo para dentro (incio do pulso) e para fora (diviso binria de pulso).
Cada unidade comea e termina com a mo sempre para dentro, tanto no gesto pendular quanto no circular.Gesto Pendular Mo para dentro Mo para fora (incio do pulso)(diviso binrio do pulso)
Gesto Circular
Apoio e impulsoPulsos leves e pesados. Pesado: acrescenta um acento grave ao seu sinal representativo. Ex.:Forte = t grave (apoio), Fraco = t agudo (impulso)
Notas da escala substituda por nmerosNomes da escala de D, denominada padro, substituio por nmeros, chamados de graus da escala.Nota 1 = 8
D3 ao Si3 = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 (srie mdia)
D4 ao Si4 = (srie aguda)
D2 ao Si2 = (srie grave)
Necessidade de resoluo do 7 e do 2 graus sobre a tnica. Exemplo:a) 1 2 ? (pergunta) 2 1 (resposta)b) 8 7 ? (pergunta)7 8 (resposta)
A prtica do som realizada baseada nos exerccios de atrao e resoluo (tnica, supertnica e sensvel) em pergunta ou resposta. Exemplo:
Combinaesa) b) c)
d)
Quando um ritmo vem entre parnteses, significa pausa ou silncio daquele respectivo valor. O dobro representado por L no gesto pendular, e L. no circular.
Ex.:a)b) c)
Possibilidades no Unigrama. Criar!
nfase percepo da sensao de pergunta e resposta, subdividindo-se esta em suspensiva e conclusiva.
A formao de compassos atravs da observao e repetio peridica dos acentos. Ex.:
Binrio Quaternrio
Noes de ascendentes e descendentes com denominao de segunda maior ou menor. Antes j vivenciadas, mas sem a devida nomenclatura:
7 1 = 2 m ascendente1 2 = 2 M ascendente
1 7 = 2 m descendente2 1 = 2 M descendente
7 2 2 7 - grau disjunto ascendente e descendente
Elementos trabalhados: fraseologia, estruturao rtmica e meldica, inciso, semi-frase, frase e perodo.Ex.: a)
b) Completar as seguintes propostas:
Suspensivas: 2 7....................................
Conclusivas: 1 2 ....................................
No h, nesse enfoque de se cantar por grau, rejeio quanto utilizao do nome da nota; apenas se opta pelo primeiro por ser mais simples.
O trabalho, no mbito da tonalidade, fica reduzido apenas a duas sries, uma para o modo Maior e outra para o menor, j que a funo dos graus sempre a mesma.
Ex.: Cantar 1 2 2 7 7 2 7 1 em diversas tonalidades.Utilizao dos graus 7, 1 e 2 como nota real ou como notas meldicasa) Bordadura (nota real: 1) Bordadura superior 1 2 1 Bordadura inferior 2 1 2
b) Apojatura (nota real: 1) Apojatura superior 2 1 Apojatura inferior 7 1
c) Nota de passagem (notas reais: 2 7) Passagem ascendente 2 1 7
d) Escapada Superior 1 2 7 Escapada Inferior 1 7 2
Diviso da UnidadeO gesto pendular divide a unidade em duas partes:
(diviso binria) =
Gesto para dentro =
Gesto para fora =
O gesto circular divide a unidade em trs partes (diviso ternria) =
Exerccios:a)
Introduo do 3 e 4 graus - (Mediante e Subdominante)Bigrama.Toda a sorte de combinaes passa a ser feita sempre com o intuito de se estruturarem perguntas e respostas. O aluno levado a sentir a diferena de uma frase determinada em 3 (conclusivo relativo) e outra em 1 (conclusivo absoluto).
A utilizao do trigamaInicia-se o canto a duas vozes. Ex.:
1 2 7 23 4 2 11 7 2 1 1 2 7 1
Exerccios (Gazzi, 1990: 112)Movimento paralelo
Movimento contrrio
Surgimento do 5 grau (Dominante) e do TetragamaCom a introduo do 5 grau (resolutivo relativo), surgem os intervalos de 5 justa e 6 menor. Procede-se com a nova srie, observando-se os mesmos passos anteriores, com relao s notas meldicas, emisso e anlise das melodias.
Acorde de Tnica ( 1- 3 - 5) formado pelos sons relativos e acorde sensvel, formado pelos sons apelativos ( 7 2 4)5 do acorde ----------------- 43 do acorde ------------------ 2Fundamental do acorde --- 7
Modo menorO modo menor introduzido atravs do canto da escala Maior descendente at o 6. O aluno levado a cantar a srie 6 7 1 2 3 -3 2 1 7 6 e, em seguida, estabelece-se a nova escala, substituindo-se o 6 7 1 2 3 por 1 2 -3 4 5.
Inicialmente, os alunos trabalham apenas a srie 1 2 -3 4 5; depois passam a cantar a srie Maior e a menor, partindo do mesmo som, comparando-as e analisando-as, por ltimo, cantam em todas as tonalidades.
Da introduo das alteraesOs sinais + e ,colocados antes dos nmeros que representam os graus, indicam que devem ter como efeito elevar um semitom (+) ou abaixar um semitom (-). Quando a alterao tem carter modulante, gerando uma nova tonalidade, o grau vem indicado conforme o exemplo abaixo,
Ermelinda, professora na disciplina Metodologia de Ensino da Msica II, propunha exerccios trabalhados sob a tica do solfejo relativo, de acordo com a concepo de Gazzi, isto , o 1 (tnica) poderia ser qualquer nota (D, R, Mi, F, Sol etc.)
Agora, voc!
Sobre o mtodo PAZ (2013) ressalta:
Os procedimentos abordados at aqui refletem apenas um determinado momento da aplicao do mtodo idealizado por Gazzi de S, no constituindo em si sistemas definitivos. So mecanismos que visam a facilitar e acelerar a aprendizagem musical de modo interessante, devendo-se conduzir o aluno (observando-se seu prprio tempo de assimilao), assim que for possvel, escrita musical convencional. (PAZ, 2013: 45)Referncia BibliogrficaPAZ, Ermelinda A. Pedagogia Musical Brasileira no Sculo XX, Metodologia e Tendncias. 2. ed. revista e aumentada. Braslia: Editora MusiMed, 2013.
S, Gazzi. Musicalizao. Rio de Janeiro: Funarte, 1990.