Hoje Macau 13 JAN 2015 #3250

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Homossexuais fora da lei SELECÇÃO DE FUTEBOL Joseph Tam lidera RAEM MACAU STUDIO CITY O grande entretenimento TARIFAS DE RÁDIO TÁXIS Aplicações ilegais TIAGO ALCÂNTARA Mais de cem pessoas foram ontem detidas suspeitas de estarem ligadas a uma das maiores redes de prostituição em Macau. Alan Ho, sobrinho de Stanley Ho e homem forte da STDM, é alegadamente o cabecilha da rede que exigia às mulheres 150 mil yuans anuais para prestar “serviços” que deram a ganhar mais de 400 milhões de patacas num só ano. SERVICO INTERROMPIDO CENTRAIS PÁGINA 7 PÁGINA 11 ÚLTIMA DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 13 DE JANEIRO DE 2015 ANO XIV Nº 3250 hojemacau ´ HOTEL LISBOA ALAN HO ACUSADO DE LIDERAR REDE DE PROSTITUIÇÃO PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PÁGINA 3

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Hoje Macau N.º3250 de 13 de Janeiro de 2015

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Homossexuais fora da lei

SELECÇÃO DE FUTEBOL Joseph Tam lidera RAEM

MACAU STUDIO CITYO grande entretenimento

TARIFAS DE RÁDIO TÁXISAplicações ilegais

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Mais de cem pessoas foram ontem detidas suspeitas de estarem ligadas a uma das maiores redes de prostituiçãoem Macau. Alan Ho, sobrinho de Stanley Ho e homem forte da STDM, é alegadamente o cabecilha da rede que exigia

às mulheres 150 mil yuans anuais para prestar “serviços” que deram a ganhar mais de 400 milhões de patacas num só ano.

SERVICO INTERROMPIDO

CENTRAIS PÁGINA 7

PÁGINA 11 ÚLTIMA

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 T E R Ç A - F E I R A 1 3 D E J A N E I R O D E 2 0 1 5 • A N O X I V • N º 3 2 5 0

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“É preciso que os empresários locais tenham os seus próprios planos paraa diversificação e que o Governo efective e estude os planos de ajuda para saber se é realmente possível diversificar.É ainda preciso fazerum levantamento sobreos desejos dos jovens… Não se pode imporuma área aos jovens.Por outro lado, háa indicação clarado Governo de quais são as áreas a diversificar”RITA SANTOS• Secretária-geral do Fórum Macau, sobre a diversificação económica

“Deveria sereliminada uma parteda proposta de lei que exige a concordânciada vítima paraa obtenção de apoio”• ONG sobre a Leida Violência Doméstica

“Temos vindo a insistir neste assunto nos últimos seis meses e esteé o primeiro exemploda resposta activapor parte do Governo.É fantástico!”ASSOCIAÇÃO DOS PASSAGEIROS DE TÁXI DE MACAU• Sobre a recente actuaçãodas autoridades face aos taxistas

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L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

DIÁRIODE

BORDO

“Nunca houve sequer a possibilidade de não nos serem dadas mesas. Sem esse elemento, é impossível financiar

os restantes projectos”Lawrence Ho, sobre a existência de casino no Macau Studio City | P. 8

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SOLDADOS DA marinha filipina marcham no Luneta Parque, em Manila,antes da missa levada a cabo pelo Papa Francisco, que visita as Filipinas de 15a 19 de Janeiro

O rodízioTALVEZ porque as raparigas rodopiavam pelos corredores do Hotel Lisboa, para trás e para a frente, sem trégua nem hesitação, à volta, sempre à volta, chamavam-lhe “rodízio”. Eram muitas para o espaço, assim exíguo, e a sua presença não só era notada como chegou a ofender certas sensibilidades. Estávamos nos anos 90, ainda sob administração portuguesa, quando o fenómeno começou. Na Assembleia alguém referiu com ardor o caso, não sei se re-correndo ao termo “escândalo”, ao apelo aos bons costumes, à impossibilidade de passeios com a família pelos corredores do ho-tel, etc., mas um outro deputado, depois de interjeição repolhuda, fez notar, para grande gáudio da geral, que se tratava de raparigas da China, que eram “patriotas” e que por isso deviam ser deixadas em paz. Assim nasceu, para a posteridade, a célebre expressão “prostituição patriótica”.Mas, ao contrário do que alguns leitores podem imaginar, na vida tudo muda e se torce, por vezes ao contrário e outras do avesso. Afinal, pasme-se, duas décadas depois, ficamos a saber que a Mãe Pátria não gosta de redes de tráfico humano e de prostituição e que ajudou a polícia de Macau a desmantelar a que movia os cordelinhos, as raparigas e o dinheiro no famoso “rodízio” do Hotel Lisboa, templo da “prostituição patriótica”. Não se produziam, portanto, ali serviços oriundos da iniciativa individual e privada, característi-cos de um saudável capitalismo, mas sim de um feroz monopólio ainda por cima, segundo a polí-cia, criminoso. Que pensar deste desfecho, sobretudo quando existe um Alan Ho envolvido? Que, como tudo o que agora mexe e não mexe, tal se deve à campanha anti-corrupção de Xi Jinping? Que a rede em questão deu de-masiado nas vistas e tal motivou a acção da Polícia Judiciária? Ou que na RAEM dos casinos algo está a mudar em termo de permissividades?No mundo à nossa volta há muitos rodízios, uns disto, outros daquilo. Todos os dias os vemos, todos os dias damos por eles. As pessoas, os cargos, as influências, os poderes, as missões, os amores vão e voltam, rodam e circulam, debicam aqui e abocanham ali, neste por ve-zes enfadonho rodízio da vida. No caso vertente, é um rodízio de vergonha que, dizem-nos, finalmente encontra o seu fim.

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hoje macau terça-feira 13.1.2015 3GRANDE PLANO

JOANA [email protected]

M AIS de uma centena de pessoas foi ontem presente ao Minis-tério Público (MP)

pela suspeita de envolvimento na maior rede de prostituição de que há memória desde a transferência de soberania. Alan Ho, director do Hotel Lisboa, onde funcionava a alegada rede, é tido como o cabe-cilha. Aquele que é um dos homens fortes da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), de 68 anos, é também sobrinho do magnata do Jogo Stanley Ho.

DETECTADA REDE DE PROSTITUIÇÃO NO HOTEL LISBOA. ALAN HO SERÁ O CABECILHA

Realidade que tardou a perceber

De acordo com informação da Polícia Judiciária (PJ), que convo-cou uma conferência de imprensa de urgência na noite de domingo, foram detidos seis suspeitos de controlarem uma rede de prosti-tuição “num hotel de Macau”. O hotel sabe-se que é o Lisboa, até porque foi uma denúncia feita em Abril que deu pistas à PJ para a investigação.

“Foi feita uma denúncia em Abril do ano passado, segundo a qual Executivos do Hotel Lisboa permitiriam prostituição na unidade hoteleira”, disse um porta-voz da PJ.

Se, para quem reside em Ma-cau, não é novo que o hotel da So-ciedade de Jogos de Macau (SJM) seja um dos locais preferidos para prostituição – sendo visível, como o HM já testemunhou, mulheres a oferecer este tipo de serviços - nunca foi lançada a suspeita de que seria um dos responsáveis pelo estabelecimento hoteleiro a liderar a rede. Agora, sabe-se que Alan Ho é um dos detidos que foi já ontem presente ao MP.

Foi medalhado pelo Governo em 2011, mas não é de louros que se faz a notícia de hoje: Alan Ho, homem forte da STDM e sobrinho de Stanley Ho, foi detido pela PJ e é acusado de ser o cabecilha da maior rede de prostituição desde a transferência de soberania. Num ano, cerca de duas mil mulheres pagaram para trabalhar no Hotel Lisboa e deram a ganhar mais de 400 milhões de patacas

Na presença do procurador estiveram ainda três outros homens – dois gerentes superiores do hotel e um gerente da segurança -, uma recepcionista e um motorista. No total, 112 pessoas foram presentes ao MP: seis envolvidos na rede de prostituição e 96 prostitutas.

PAGAR PARA TRABALHAR De acordo com a PJ, foi feita uma rusga a 90 quartos do hotel, onde foram detidas 26 alegadas prosti-tutas. Todas eram do continente, menos uma, originária do Viet-name e tinham idades entre os 20 e os 27 anos. Cerca de 30 outras mulheres estariam em situação irregular em Macau.

No local, foi ainda apreendido um milhão de patacas em yuan e dólares de Hong Kong, sendo que a PJ explicou que o controlo da prostituição era feito através da distribuição de quartos pelas prostitutas pelo gerente superior do hotel, de apelido Wang, contratado por Alan Ho em 2013.

Às mulheres, eram cobrados 150 mil yuan anuais para o uso dos quartos e mais dez mil yuan por mês para trabalharem em “segu-rança”. Dados das autoridades de Macau – que terão trabalhado em cooperação com as do continente – apontam para que 2400 mulheres estivessem registadas no esquema. Número que rendeu à rede cerca de 400 milhões de patacas em apenas um ano.

MEDALHADO PELO TURISMOAo que o HM conseguiu apurar, num documento enviado ao Heng Seng Index, a STDM explica que Alan Ho é membro da gestão da SJM desde 2002, sendo responsá-vel pelo departamento de compras, renovação e manutenção. Foi ainda director-executivo do New Yaohon Departament Store e é um dos directores da STDM desde 1998, além de acumular outros cargos, como o de director-geral do Macau-Hong Kong Ferry Terminal desde 1991.

Alan Ho estudou Gestão nos EUA, em 1971, tendo-se ainda graduado em Direito em Harvard e seguido a carreira de advogado até 1991. Alan Reginald John Ho, nome completo, foi condecorado em 2011 pelo Governo de Macau com a Medalha de Mérito Turístico.

“Foi feita uma denúncia em Abril do ano passado, segundo a qual Executivos do Hotel Lisboa permitiriam prostituição na unidade hoteleira”PORTA-VOZ DA PJ

150mil yuan era o montante anual

que as prostitutas pagariam para

trabalhar no hotel. A acrescentar

a isto, mais dez mil yuan por mês

eram pagos para “segurança”

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GCS

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ANDREIA SOFIA [email protected]

N A primeira sessão ple-nária do ano na Assem-bleia Legislativa (AL), os deputados dedicaram

o período antes da ordem do dia à apresentação de sugestões para a elaboração de políticas por parte do novo Executivo, numa altura em que faltam dois meses para a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. Uma Administração mais eficiente, um melhor sistema de saúde, novas medidas para controlar o trânsito e medidas para o urbanismo foram as medidas defendidas por oito deputados.

O primeiro a fazer sugestões foi Si Ka Lon. “A optimização da estrutura do Governo, que é um dos objectivos das autoridades nas LAG, não deve depender apenas da diminuição de pessoal, devendo aquelas definir bem as funções dos serviços públicos,

Lau Veng Seng pede maior difusão do Português

(os cidadãos)“exigem um modelo de gestão pública norteado para resultados objectivos e onde a política de emprego e promoção seja baseado na transparência, factor de desempenho e mérito dos seus trabalhadores”PEREIRA COUTINHO Deputado

Saúde, trânsito, habitação e a resolução de questões sociais. A dois meses da apresentação das Linhas de Acção Governativa, o novo Executivo recebeu alertas dos deputados sobre as políticas que devem ser adoptadas

LAG EXECUTIVO RECEBE SUGESTÕES PARA POLÍTICAS

Os problemas do costume

O deputado Lau Veng Seng pediu ontem ao Executivo que

leve a cabo mudanças no ensino do Português, para que a língua seja mais falada no território.

“A situação da generalização da Língua Portuguesa tem melhorado nos últimos anos, mas mesmo assim ainda não excedeu o das línguas chinesa e inglesa. Antes

“Os problemas são inevitáveis e não devemos fugir deles. Sugiro ao novo Governo que reforce a sua capacidade de gestão, assegure a estabilidade e harmonia sociais, mantenha a competitividade da economia e avance com toda a seriedade com a diversificação económica”CHAN MENG KAM Deputado

optimizar mecanismos, aperfei-çoar legislação e extinguir todos os processos desnecessários”, apontou o número dois de Chan Meng Kam, chamando ainda a atenção para o futuro.

“A simplificação da estrutura administrativa e o reajustamento do pessoal implicam também uma revisão das leis e dos procedimen-tos administrativos, desadequados à realidade. Caso contrário, o funcionamento de sistemas vai ter como consequência o ciclo vicioso de expansão do número de pessoal, arrastada pelo aumento de trabalho nos serviços.”

José Pereira Coutinho lembrou que os cidadãos “exigem um mo-delo de gestão pública norteado para resultados objectivos e onde a política de emprego e promoção seja baseado na transparência,

factor de desempenho e mérito dos seus trabalhadores”.

POR UMA MELHOR SOCIEDADEJá Chan Meng Kam traçou o retrato geral aos pontos que os novos Se-cretários devem dar atenção. “Os problemas são inevitáveis e não devemos fugir deles. Sugiro ao novo Governo que reforce a sua capacidade de gestão, assegure a estabilidade e harmonia sociais, mantenha a competitividade da economia e avance com toda a seriedade com a diversificação económica, em vez de depender apenas do Jogo enquanto sector dominante”, frisou.

Além disso, diz, o novo Execu-tivo “deve reforçar a gestão ao nível dos serviços e do planeamento ambiental, resolver os problemas do trânsito, implementar a primazia

pelo contrário, verifica-se uma situação de descida”, defendeu o deputado nomeado. Para contornar a situação, Lau Veng Seng defen-de que o próximo passo deve ser “aproveitar a generalização da lín-gua entre os estudantes e caminhar rumo ao aumento da utilização do português em contextos mais específicos”. Para isso, o deputado pede que o ensino da língua lusa “comece logo nos primeiros anos do secundário”, devendo, para isso, ser criados diversos canais para a divulgação periódica de informações e aprendizagem da

língua, “com vista a criar o gosto pelo estudo do Português”.

Quanto aos alunos locais que já dominam a língua, para além de lhes facultar formação profissional em português, o deputado sugere que devem ser-lhes proporciona-das oportunidades de estágio em empresas públicas e privadas, a fim de acumularem experiência. Lau Veng Seng cita ainda números: no ano lectivo de 2013/2014, 20 esco-las privadas já tinham o Português como disciplina obrigatória, sendo que 40% dos alunos estudam o idioma. - A.S.S.

dos transportes públicos e redistri-buir os recursos da saúde”.

Song Pek Kei, número três do deputado oriundo de Fujian, também pediu apoio aos grupos das “cama-das mais vulneráveis a saírem da pobreza” e a criação de condições de concorrência justa, para que con-sigam viver à custa do seu trabalho e melhorar a sua qualidade de vida, “no sentido de diminuir o fosso entre ricos e pobres”.

Os deputados Kou Ho In e Cheang Chi Keong pediram aos novos dirigentes que assumam novas perspectivas e definam novas medidas para resolver os diversos problemas sociais. “No âmbito da economia, esperamos que consigam, através da adopção de políticas e medidas, criar um melhor ambiente de negócio e rumos de desenvolvimento para

os sectores industrial e comercial”, frisaram.

SAÚDE E TRÂNSITOA deputada directa Melinda Chan comentou as palavras do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, aquando da visita ao hospital público, quando o gover-nante anunciou que há, realmente, melhorias a fazer. “Apoio os tra-balhos do Secretário Tam e espero que ele dê início, o quanto antes, à reforma da saúde”, disse a deputada, que destacou a existência de “mui-tas deficiências na área da saúde”, tanto ao nível da gestão, como da “insuficiência de instalações e equi-pamentos” e ainda do “desprezo pela formação de talentos”.

Zheng Anting optou por destacar a área do trânsito e do funcionamento dos táxis, pedindo uma revisão das leis em vigor. “Caso o Governo não faça a devida reflexão sobre isso e não tenha a firme determinação de resolver o problema, certo é que a situação vai agravar-se e a insatisfa-ção da população vai aumentar. Para acalmar a insatisfação, o primeiro problema ligado ao quotidiano dos residentes que o novo mandato do Governo tem de resolver é o do trânsito”, concluiu.

POLÍTICA

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5 políticahoje macau terça-feira 13.1.2015

ANDREIA SOFIA [email protected]

JOANA FREITAS [email protected]

T SUI Wai Kwan acu-sou ontem a Asso-ciação Novo Macau (ANM) de se ter

juntado a “forças externas”, por esta ter questionado a legalidade do impedimento de entrada de alguns cida-dãos e activistas em Macau. O deputado nomeado pelo Executivo fez uso do período de antes da ordem do dia no plenário para apontar o dedo à Associação, a quem acusou mesmo de traição.

“Não é demais apelidar aquele grupo de Wu Sangui”, frisou, referindo-se ao traidor da Dinastia Ming, que ajudou os manchus a estabelecer a Dinastia Qing na China.

A apresentação de uma queixa junto do Comissa-riado contra a Corrupção (CCAC) pela parte da ANM irritou Tsui Wai Kwan, que acusa a ANM de se aliar “a forças exteriores” e não pela primeira vez.

“Na realidade, a As-sociação em causa já tem precedentes no que respeita a aliar-se ao exterior contra Macau. Aquando da legisla-ção sobre o artigo 23º da Lei Básica [sobre os crimes de traição à pátria], em conluio com indivíduos do exterior, tentou ajudá-los a entrar em Macau a fim de criar confu-são, ofender a população e atropelar o nosso Direito e dignidade”, acusou.

O impedimento de en-trada de activistas de Hong

O hemiciclo aprovou on-tem o fim das acções ao portador por parte das

sociedades anónimas criadas em Macau e a sua reconversão para acções nominativas. A mudança no Código Comercial em vigor pretende combater crimes de evasão fiscal e branqueamento de capitais, uma vez que não é possível saber a quem pertencem as acções ao portador. Contudo, muitas dúvidas se levantaram no debate. Primeiro foi o deputado Chui Sai Cheong a lembrar que o prazo de seis meses para a reconversão das acções não é suficiente.

“Na proposta de lei não há um grande período para a deslocação [das acções], em sede de análise na

TSUI WAI KWAN ACUSA NOVO MACAU DE TRAIÇÃO. ACTIVISTAS DESCARTAM ACUSAÇÃO

“Ninguém cai nessa”

“A noção de ‘forças exteriores’ foi utilizada pelo Governo Central e pelos pró-Pequim para divergir a atenção do público. Essas acusações não significam nada”JASON CHAO Membro da Novo Macau

DEPUTADOS COM DÚVIDAS NA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO COMERCIAL

Cuidado com os “efeitos colaterais”

Num plenário dedicado à aprovação de três leis, Tsui Wai Kwan fez uso do período antes da ordem do dia para acusar a Novo Macau de se juntar a forças externas contra Macau, por pôr em causa a actuação da polícia sobre o impedimento de entrada de algumas pessoas na RAEM. Os activistas asseguram que não sabem do que o deputado fala e dizem que a defesa desta ideia serve para distrair a população

público. Essas acusações não significam nada.”

Chao remete a utili-zação da expressão para a altura dos movimentos pró-democracia em Hong Kong, para salientar que o Governo Central e o Chefe do Executivo da RAEHK, a par de outros deputados e membros do Governo, fez uso disso “como forma de distrair a população”.

“Viu-se isso em Hong Kong, onde os manifes-tantes foram acusados de estar a ser influenciados por forças exteriores. Nunca se comprovou nada e, alguns dias depois, deixaram isso cair”, frisa, acrescentando que, por cá, a ANM “não ouviu quaisquer instruções de fora e que se [Tsui Wai Kwan] se refere a ‘forças externas’ ao nível financeiro ou seja a que nível for, não sabe a que ele se refere”. Jason Chao acrescenta al-guma ironia ao discurso e diz mesmo que “ninguém cai nessa”.

Kong, de um deputado do partido democrático da região vizinha e até de um bebé de um ano deu o mote para a entrega da queixa da Novo Macau ao CCAC. A Associação, que entregou a queixa depois de outra deputada de Hong Kong, Emily Lau, ter sido tam-bém barrada à entrada em Macau de férias, exigiu uma investigação ao organismo sobre o que considera ser “a implementação de uma política arbitrária”.

Tsui Wai Kwan discorda e diz que “é responsabilidade das autoridades policiais salvaguardar a estabilidade e a prosperidade de Macau, assegurar a paz social, de-fender e aplicar a legislação de Macau” e que o facto de isto ter sido motivo para a ANM apresentar queixa ao CCAC é uma “pouca vergonha”.

O deputado questiona se “existem outros motivos por detrás de tudo isto” e como que responde à per-

gunta: “Naturalmente os residentes de Macau sabem a resposta e vão continuar a apoiar firmemente a polícia na execução rigorosa da lei, impedindo a entrada de indivíduos perturbadores”, ressalvou.

DISSE O QUÊ?Do lado da ANM, Jason Chao, membro do grupo liderado por Sou Ka Hou, não tem dúvidas. Para o activista, a ideia defendida por Tsui Wai Kwan é a mesma que “os pró-Pequim” defendem e não passa de uma manobra de distracção.

“[A apresentação da quei-xa] deveu-se à acção da polícia e para saber se a lei está a ser aplicada de forma proporcional e correcta. É sobre a lei, não sei porque é que ele se refere a forças exteriores”, começa por apon-tar Jason Chao ao HM. “A noção de ‘forças exteriores’ foi utilizada pelo Governo Central e pelos pró-Pequim para divergir a atenção do

em relação a uma norma aprovada com a Lei de Terras.

“Há alguns efeitos colaterais que podem surgir com a aprovação desta proposta de lei. Com a Lei de Terras, nas concessões provisórias de terreno, as transmissões carecem

de prévia autorização do Governo e das sociedades concessionárias, se o valor for superior a 50% do ca-pital social. Mas aqui abriu-se uma excepção nas acções ao portador. A lei impõe prazos curtos para a conversão dos títulos e surge o pro-blema de harmonização com aquilo que a Assembleia Legislativa (AL) aprovou. Em sede de especialidade gostaria que esta questão fosse analisada e reponderada. Concordo com o combate ao branqueamento de capitais, mas temos de ver os efeitos que pode repercutir junto de outras disposições legais”, lembrou.

ÁGUAS TURVASLeonel Alves pediu ainda “maior clarificação” quanto às acções

existentes fora de Macau. “Parece--me que o objectivo é apenas o de dizer que as sociedades anónimas criadas em Macau não poderão ter acções ao portador, mas nada regu-la sobre os estatutos dos sócios das sociedades anónimas com acções no exterior. Este ponto carece de clarificação”, frisou.

No primeiro plenário em que participa na qualidade de Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan não deu explicações, optando por dar a palavra aos dirigentes dos serviços. Um representante dos Serviços de Finanças garantiu que, de um total de 145 sociedades anónimas, 12 ainda possuem acções ao portador, sendo que seis já não estão em actividade ou já eliminaram essas acções. O Governo garantiu que, no sector do Jogo, todas as acções são nominativas, pelo que “não vão haver quaisquer impactos junto do sector”. - A.S.S.

“Não é demais apelidar aquele grupo de Wu Sangui. (...) Na realidade, a Associação em causa já tem precedentes no que respeita a aliar-se ao exterior contra Macau”TSUI WAI KWAN Deputado

especialidade haverá necessidade de ajustar o prazo. Temos de ser justos com os titulares dessas ac-ções”, defendeu o deputado.

Já Leonel Alves falou da possi-bilidade de existirem “danos cola-terais” e falta de “harmonização”

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hoje macau terça-feira 13.1.20156 SOCIEDADE

ANDREIA SOFIA [email protected]

N A sua estreia como Se- cretário para a Econo-mia e Finanças, Lionel Leong ouviu duras crí-

ticas quanto ao aumento do valor de indemnização a pagar pelo patronato no caso de despedimen-tos sem justa causa. O aumento, de 14 para 20 mil patacas, foi aprovado na generalidade com os votos contra dos deputados Kou Hoi In e Melinda Chan, que pediu mesmo a retirada do diploma até se chegar a um maior consenso. O hemiciclo acusou o Executivo de ter feito esta alteração a pensar nas operadoras de Jogo, as únicas que pagam salários nessa fasquia.

“Muitos dos que trabalham nos casinos ganham esses salários. Pa-rece que o Governo está a dar ajuda a essas grandes empresas”, disse a deputada indirecta Ella Lei, uma das mais intervenientes durante o debate.

N O período de inter-venções antes da ordem do dia, ontem

no hemiciclo, os deputados Kou Hoi In e Cheang Chi Keong - que representam na AL o sector empresarial - exigiram a revisão da Lei das Relações do Trabalho, para que “seja permitida a negociação e tendo em conta a situação de diver-sas profissões, com vista a permitir relações laborais mais flexíveis”.

Os dois deputados apon-tam que, na opinião do sector empresarial, a Lei das Relações do Trabalho foi re-vista com base na legislação definida para o desenvolvi-mento industrial, pelo que “não consegue adequar-se

INDEMNIZAÇÕES GOVERNO ACUSADO DE FAZER LEI PARA EMPRESAS DE JOGO

Diploma só para tubarões

“É justo aumentar de 14 para 20 mil patacas, [mas] parece que está a criar uma leipara os trabalhadores do sector do Jogo.As concessionárias não terão dificuldadesem pagar esses valores, mas para as PMEesse aumento pode ser árduo, já que muitas empresas são familiares”CHAN CHAK MO Deputado

LEI DO TRABALHO DEPUTADOS PEDEM NOVO DIPLOMA ADAPTADO À REALIDADE

Um pouco mais de flexibilidade

Foram aprovadas na generalidade,com dois votos contra, as alterações que visam o aumento de indemnizações por despedimento sem justa causa das 14 para as 20 mil patacas. O Executivo foi acusado de fazer alterações que só vão incidirsobre as grandes empresas do sectordo Jogo, já que as PME têm menor capacidade financeira para indemnizar os seus trabalhadores

“Não é do agrado do sector a revisão [do montante] de dois em dois anos, significa que esse valor vai ser actualizado, o que é um encargo para os empregadores. Temos de ser realistas e tem de se ter atenção aos riscos decor-rentes da conversão e conjuntura económica”, referiu.

Outras questões surgiram num aceso debate, com os deputados a afirmarem que o valor de 20 mil patacas não atinge a maioria dos trabalhadores. “Este limite não é adequado. Os rendimen-tos medianos da população já atingem as 15.600 patacas. Um limite de 20 mil patacas receio que não cubra nem 70% da popu-lação activa. Uma boa parte dos trabalhadores não vêem os seus direitos salvaguardados”, frisou.

Ella Lei exigiu o fim dos li-mites. “Porque é que o Governo continua a não eliminar o limite máximo? Se se continuar a fixar este montante, é injusto, mais de 30% das pessoas não conseguem receber uma indemnização devi-da”, disse a deputada da FAOM. Muitos deputados lembraram ainda a necessidade de rever a Lei Laboral, com Ho Ion Sang a frisar que as alterações às indem-nizações “são apenas um passo”.

Lionel Leong garantiu que a manutenção dos limites a pagar na lei teve como objectivo ga-rantir a estabilidade do mercado de trabalho e evitar a facilidade em despedir trabalhadores com muitos anos de serviço.

“Muitos trabalhadores po-diam ser despedidos e os em-pregadores não iriam manter relações de trabalho de longa duração. Pretendemos uma maior estabilidade do mercado de trabalho e entendemos que a manutenção do actual regime está de acordo com as circunstâncias reais de Macau”, concluiu, apon-tando ainda que a revisão a cada dois anos é “adequada”.

O deputado indirecto Chan Chak Mo, também empresário, lembrou que 90% do tecido em-presarial local é composto por Pequenas e Médias Empresas (PME), incapazes de assegurar va-lores elevados de indemnizações.

“É justo aumentar de 14 para 20 mil patacas, [mas] parece que está a criar uma lei para os trabalhadores do sector do Jogo. As concessio-nárias não terão dificuldades em pagar esses valores, mas para as PME esse aumento pode ser ár-duo, já que muitas empresas são familiares”, apontou.

AO LADO DOS PATRÕESKwan Tsui Hang, deputada directa que, tal como Ella Lei, representa a Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM) no hemiciclo, disse mesmo que “pa-rece que o Governo está a apoiar a parte patronal”.

“Se uma PME despedir quatro pessoas tem de pagar mais de

preocupações têm a ver com a má gestão do Governo, portanto a contratação de recursos humanos não deve ser influenciada pela má gestão, nem proibida com base em previsões. O Governo não consegue dar resposta às necessidades dos residentes e deve pensar nos transportes de merca-dorias. Deve proceder o quanto antes à contratação de motoristas para aquele sector, a fim de satisfazer as necessidades da popula-ção”, frisaram Kou Ho In e Cheang Chi Keong.

Para além disso, pediu--se urgência ao novo Exe-cutivo para a criação do regime de trabalho a tempo parcial. - A.S.S.

ao actual desenvolvimento social nem às práticas de todos os dias”.

“A referida lei não dispõe de mecanismos de concerta-ção, engloba todas as profis-sões e afecta e impede o de-senvolvimento dos diversos sectores, o que constitui uma preocupação para o sector empresarial”, criticam.

Para os dois deputados, as consequências mais directas ocorrem junto das Pequenas e Médias Em-presas (PME), sendo que a proibição de contratação de

trabalhadores não- residen-tes (TNR) também constitui um grande entrave.

“Espera-se que as au-toridades assumam uma atitude de maior abertura e uma visão prospectiva no respeitante à apreciação e autorização da importação de mão-de-obra”, aponta-ram, falando da necessida-de de adoptar uma “visão realista” sobre o assunto. “É de salientar o caso dos motoristas não residentes. A sociedade opõe-se [à sua importação]. Mas estas

200 mil patacas e é impossível suportar essa conta. É difícil o equilíbrio, mas claro que o Governo diz que as coisas já estão equilibradas. Será que só as concessionárias é que estão

numa situação confortável e não as PME? É a realidade de Macau”, defendeu.

Kou Hoi In, deputado indirec-to e empresário, revelou preocu-pações na qualidade de patrão.

Cheang Chi Keong Kou Hoi In

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7 sociedadehoje macau terça-feira 13.1.2015

FLORA FONG [email protected]

U MA aplicação móvel dedi-cada ao serviço de rádio--táxis foi recentemente lançada por agências de

viagem e de táxis, oferecendo serviços de transporte em táxis ou automóveis privados. A tarifa aplicada é diferente da bandeirada do serviço de táxis dito normal, sendo o dobro deste, mas não é só isso que está em causa: existem zonas cinzentas neste método, como alerta o director de uma das agências envolvidas no projecto. O próprio Executivo diz que isto não é totalmente legal.

O sistema foi implementado por alguns taxistas e agências de viagem, que viram que, depois da não renovação do contrato com a companhia de rádio-táxis Vang Iek e sem a abertura por parte do

JOANA [email protected]

P ETER Lam deixou a Fundação Macau. De acordo com uma in-

formação a que o HM teve acesso, – e disponível no site da Fundação - o também membro do Conselho Exe-cutivo pediu a demissão do cargo de vice-presidente do Conselho de Administração do organismo já no dia 19 de Dezembro, tendo entregue o pedido ao Chefe do Execu-tivo, Chui Sai On.

Peter Lam foi então

ASSOCIAÇÕES DO SECTOR DESCARTAM-SEDE MANIFESTAÇÃO CONTRA MULTAS

Não é propriamente legal, mas à parte de um aviso, a DST está a permitir que haja serviço de transporte de táxis através de uma aplicação onde é cobrado mais do dobro da bandeirada, porque, diz quem sabe,não se fiscaliza

TÁXIS APLICAÇÃO OFERECE SERVIÇO POR RÁDIO COM TARIFA A DOBRAR

Ilegal mas a rodar

FUNDAÇÃO MACAU PETER LAM PEDE DEMISSÃO DA VICE-PRESIDÊNCIA

Motivos mais que pessoaissubstituído por Cheong U, o ex-Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que foi nomeado pelo líder do Governo no ano passado. “Peter Lam pediu a demis-são por motivos pessoais e, por despacho do Chefe do Executivo, foi nomeado Cheong U para exercer o cargo de vice-presidente do Conselho de Adminis-

tração da Fundação Macau, a partir de 20 de Dezembro de 2014”, pode ler-se numa resposta da Fundação Ma-cau ao HM.

Numa nota breve sobre a demissão de Peter Lam, ontem tornada pública, o organismo assegura que “foi gratificante para a FM ter uma figura com o seu pres-tígio e com o conhecimento

da realidade de Macau para exercer estas funções e foi decisivo o seu contributo para os trabalhos” da Fun-dação, “especialmente na preparação da construção do Centro de Ciência de Macau e respectiva administração”.

CARREIRA PREENCHIDAPeter Lam começou a desempenhar funções em

1998 como membro do Conselho de Administração da antiga Fundação para a Cooperação e o Desenvol-vimento de Macau, tendo iniciado funções, em 2001, como membro do Conse-lho de Administração da Fundação Macau. Em 2011 foi nomeado para a vice--presidência.

Além de ser membro do

Conselho Executivo, Lam é ainda vice-presidente do Conselho de Administração da Universidade de Macau e membro da direcção da International School of Macau, sendo ainda mem-bro do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, vice-presidente da direcção da Associação Comercial de Macau. Anteriormente assumiu também a pre-sidência do World Trade Center de Macau, depois da ex-presidente da Assembleia Legislativa, Susana Chou.

Governo de um novo concurso público para estes serviços, vários táxis pretos e associações começa-ram a disponibilizar o serviço de marcação por telefone.

A tarifa não é a mesma que a praticada pelo serviços de táxis pretos, sendo que, ao ligar, o pas-sageiro está a concordar com o dobro do pagamento, ou até mais. Para começar, a tarifa inicial é de 60 patacas, mas se o pedido for para fazer o percurso da zona norte até Coloane, a tarifa pode atingir as 220 patacas.

A aplicação permite para além da chamada via telefone, reservar um táxi para determinada hora, sendo ainda possível o pagamen-to via cartão de crédito. Medida semelhante ao que a companhia Vang Iek pedia ao Governo e que não foi aprovada.

Segundo o que avança o jornal Ou Mun, o que acontece muitas

vezes é que quando um cliente cha-ma um táxi através da aplicação, recebe resposta negativa, porque não existem táxis disponíveis. Aí é então proposto o envio de um carro de sete lugares, pertencente a agências de viagem.

Quando questionada sobre

“Como é tãodifícil apanhar táxis em Macau, reparo que existem funcionáriosde casinosque convencemos passageirosa apanhar o meiode transporte ilegal”MANUEL WU IOK PUI FERREIRA Director geral da agência de viagem Macau Explorer Cultural

Seis associações de táxis descartaram-se ontem de estarem relacionadas com a manifestação de taxistas contra as multas das autoridades, anunciada ontem na imprensa local. As associações dizem não só estar fora da organização da manifestação, como estarem inclusive contra o protesto que, asseguram, “um grupo de taxistas” planeia organizar esta quinta-feira contra as acções de fiscalização da polícia. A Associação Geral dos Comerciantes de Trânsito e de Transporte de Macau, bem como a Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau são algumas das entidades que estão contra a iniciativa. “Pensava-se que éramos nós [as associações] que estávamos a organizar o protesto,

mas não somos. Queremos esclarecer esse ponto”, disse ao HM Leng Sai Hou, presidente da Associação Geral de Comerciantes de Trânsito. O protesto tem vindo a ser difundido via mensagem telefónica por três iniciadores da manifestação, que são dois taxistas e um empregado de escritório. Na mensagem pode ler-se que o sector dos táxis tem sido “denegrido” pelos meios de comunicação social e que tem sido “combatido gravemente” pelo Governo. A mesma mensagem refere que o protesto promete ter lugar na forma de marcha lenta de circulação entre a praça das Portas do Cerco até ao centro da península, junto ao Leal Senado. Prevê-se a participação de cerca de 200 taxistas.

se o serviço é legal, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) respondeu que, de acordo com as Normas Reguladoras das Agências de Viagens e da Profissão de Guia Turístico, as agências de viagem não podem oferecer serviço de transporte além daquele que é reservado.

ZONAS CINZENTAS Manuel Wu Iok Pui Ferreira, director geral da agência de via-gem Macau Explorer Cultural, referiu ao HM que a agência que gere oferece apenas serviços de reserva de transporte, mas no entanto admitiu que existem zonas cinzentas no sector, defendendo que a DST deverá consolidar a sua supervisão.

“De facto, com as licenças que têm as agências de viagem podem oferecer esse serviço de transporte

e a DST mandou também há vá-rios meses cartas pedindo que as agências oferecessem o serviço de reserva apenas. No entanto, como é tão difícil apanhar táxis em Macau, reparo que existem funcionários de casinos que convencem os passageiros a apanhar o meio de transporte ilegal desses mesmos automóveis. Isso acontece porque não existe supervisão rigorosa do Governo sobre isso”, defendeu.

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8 hoje macau terça-feira 13.1.2015EVENTOS

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JOANA [email protected]

E aí está. A Melco Crown apre- sentou ontem o seu mais recente projecto no Cotai: o Macau Studio City é um re-

sort integrado, que custou mais de 3,2 mil milhões de dólares americanos à operadora liderada por Lawrence Ho. O filho do magnata do Jogo Stanley Ho assegura que a aposta em mais um casino foi feita de forma ponderada, pelo que a quebra nas receitas do jogo não afectou – nem vai afectar – as operações da empresa.

Numa cerimónia dedicada à im-prensa, Lawrence Ho assegurou que vai precisar de cerca de oito a dez mil funcionários na sua nova aqui-sição no Cotai, sendo que ainda não há data concreta para que o Macau Studio City abra.

A competitividade nos salários é uma promessa deixada pelo director--executivo da Melco, que assegura que não vai haver qualquer corte nos salários ou despedimentos como re-curso para a diminuição das despesas da operadora.

“Estamos a apontar abrir a meio do ano, no terceiro trimestre. Não temos pressa em abrir, mas estou confiante que vai ser este ano”, começou por apontar Ho. “Todos os projectos foram já financiados totalmente e sempre adoptámos uma

MACAU STUDIO CITY LAWRENCE HO PROMETE O MELHORENTRETENIMENTO COM INVESTIMENTO NO COTAI

Homenagemà sétima arte

CURTA-METRAGEM COM DE NIRO, DICAPRIO E PITT Chama-se ‘The Audition’ e junta Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Brad Pitt no mesmo filme. É uma curta-metragem encomendada pela Melco Crown Entertainment para promover o Macau Studio City e foi realizada por Martin Scorsese. O público vai poder ver a estreia mundial do filme na abertura do Macau Studio City, em meados deste ano. É a primeira vez que três dos actores mais famosos de Hollywood se juntam para filmar sob a batuta de Scorsese e é a primeira vez que uma produção de Hollywood filma inteiramente em Macau.

política a longo-prazo. Não vamos abrandar o investimento só porque as receitas abrandaram. Vamos recrutar em breve entre oito a dez mil pessoas e oferecemos não só um pagamento competitivo, como boas hipóteses de progressão na carreira”, disse ainda, fazendo questão de referir que a crise de 2008 não impediu a abertura do City Of Dreams também no Cotai.

500 MESAS O Studio City vai ter um estúdio “completamente preparado” para a gravação de programas de televisão ao vivo, com audiência, e também uma montanha russa a 130 metros de altura. Com o cinema como pano de fundo – especialmente no que às personagens da DC Comics, como o Batman, diz respeito -, o novo espaço traz ainda a discoteca Pacha e áreas dedicadas à família.

Lawrence Ho faz questão de res-salvar que a aposta nas infra-estruturas extra-Jogo é o ponto forte da Melco para este complexo, apesar de as mesas de jogo não ficarem de fora, ao con-trário do que tinha dito inicialmente o Governo. E Lawrence Ho admite que esse é um elemento importante.

“O Studio City vai ter o mais diversificado entretenimento alguma vez sentido em Macau. Cerca de 95% das nossas infra-estruturas são exte-riores ao jogo, mas considerando o nosso investimento, precisamos das

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9 eventoshoje macau terça-feira 13.1.2015

Sem data certa para abrir, o mais recente investimento de 3,2 mil milhões de dólares da Melco Crown traz a Macau um estúdio de televisão, a discoteca Pacha e uma das

mais altas montanhas russas do mundo, a par, como seria de esperar, de mais mesas de jogo. Entre tantas outras promessas de entretenimento e com o cinema como temática principal, o Macau Studio City vai tirar proveito

da localização perto da fronteira com a China e irá precisar de mais de oito mil funcionários. Lawrence Ho mostra-se entusiasmado

e relembra: ainda há mais espaço para expandir

MACAU STUDIO CITY LAWRENCE HO PROMETE O MELHORENTRETENIMENTO COM INVESTIMENTO NO COTAI

Homenagemà sétima arte

“O Studio City vai ter o mais diversificado entretenimento alguma vez sentido em Macau”

• Studio City Entertainment Center: um centro de espectáculos com cinco mil lugares. Aqui, poderão ser vistos concertos ao vivo e eventos desportivos • Family Entertainment Center: Para miúdos e graúdos, esta área de cerca de mil metros quadrados está decorada com personagens da Warner Bros e da DC Comics, com um pequeno cinema, área de restauração e salas privadas • The House of Magic: performances diárias de magia com ilusionistas de todo o mundo e apresentada pelo ilusionista Franz Harary • Studio 8: um estúdio de televisão preparado para a filmagem de programas ao vivo e com audiência • Discoteca Pacha: um dos maiores clubes nocturnos do mundo que vai trazer “noites ao estilo de Ibiza” para Macau • Golden Eye – montanha russa a 130 metros de altura, que liga as duas torres do Macau Studio City (na foto, em forma de oito). “Foi inspirado num asteróide que destrói um edifício na Cidade de Gotham”, explica a Melco Crown, referindo-se à cidade de Batman • Hotéis “Star Tower” e “Celebrity Tower”: 1600 quartos • Cosmos Food Court: uma praça de restauração com o Espaço como temática, onde haverá projecções holográficas• Mais de 30 restaurantes • The Boulevard: centro comercial com mais de 91 mil metros quadrados de lojas de luxo • Batman Dark Flight – Visita virtual à cidade de Gotham, atrás de Batman e de criminosos

SAÍDA DA BOLSA NÃOÉ “NADA DE IMPORTANTE”“It’s not a big deal.” É assim que Lawrence Ho vê a saída da Melco Crown da Bolsa de Valores de Hong Kong: não é nada de importante e o director-executivo da operadora diz que nem entende porque é que se fez tanto barulho à volta do assunto. “Não vamos ter qualquer impacto. Se virem a nossa estrutura, sempre nos concentrámos mais no Nasdaq. Não precisamos de mais um ‘listing’”, começou por dizer. O anúncio da saída da Melco do Heng Seng Index causou agitação, mas Ho descarta que esta esteja relacionada com a campanha anti-corrupção na China ou com as quebras nas receitas do Jogo.

3,2mil milhões de dólares

americanos é o custo

do Macau Studio City

receitas do segmento do jogo, para conseguir suportar essas despesas.”

A controvérsia em torno do em-preendimento surgiu há dois anos, depois de Lau Si Io, na altura Secretário para os Transportes e Obras Públicas, e Jaime Carion, na altura director da DSSOPT, terem afirmado que o Studio City não ia ter mesas de jogo. Depois, Francis Tam, ex-Secretário para a Eco-nomia e Finanças, veio a público dizer que essa hipótese estava em cima da mesa, até porque a Melco tinha feito já esse pedido em 2008.

Polémicas à parte, e conforme já tinha noticiado o HM, o Studio City vai mesmo ter mesas e essa hipótese, segundo Lawrence Ho, nunca esteve sequer em causa.

“Nunca houve sequer a possibili-dade de não nos serem dadas mesas. Sem esse elemento, é impossível financiar os restantes projectos. Te-mos capacidade para 500 mesas, mas não faço ideia quantas vamos ter. (...)

Temos de esperar por notícias do Go-verno, mas pelo menos 400 devemos ter”, referiu o CEO da Melco.”

Os outros projectos a que se refe-re Lawrence Ho podem passar ainda por uma segunda fase do Studio City – que tem mais um terço do terreno para aproveitar –, pela terceira torre do City of Dreams e até, possivel-mente, por um investimento na Ilha da Montanha, ainda que, neste caso, nada esteja definido.

“Não temos quaisquer planos para a Ilha da Montanha. Poderemos investir, se houver interesse em nos apoiarem ainda mais.”

LOCAL ESPECIALAcordos com a Warner Bros e a DC Co-mics vão trazer cenários exclusivos ao Macau Studio City, mas os privilégios não acabam por aqui. A localização é, para Lawrence Ho, um dos pontos--chave deste empreendimento.

“Estamos literalmente a 30 segundos a pé da Fronteira da Flor de Lótus e directamente ligados ao metro, que abre em 2016.”

A abertura do novo terminal ma-rítimo do Pac On e da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau também alegra o co-presidente da operadora, que acredita que “na segunda metade do ano” já se vai ver uma melhoria nas receitas do Jogo.

O QUE VAI HAVER NO STUDIO CITY?

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10 hoje macau terça-feira 13.1.2015CHINAO empresário, ex-presidente da Next Media, é apoiante do campo pró--democrata tendo visitado regularmente os acampamentos que afectaram a cidade nos últimos meses

A casa e o escritó-rio do magnata da comunicação social de Hong

Kong Jimmy Lai foram incendiados ontem de ma-drugada, de acordo com a polícia.

Os ataques surgem numa altura tensa para o território, depois de dois meses de protestos nas ruas contra a proposta de Pequim para al-teração do método de eleição do chefe do Governo.

Vendas de automóveis na China cresceram 6,9% em 2014As vendas de automóveis na China, o maior mercado mundial do sector, cresceram 6,9% em 2014, para 23,49 milhões de unidades, anunciou ontem a Associação chinesa de Fabricantes de Automóveis. O aumento traduz um acentuado abrandamento em relação a 2013, ano em que aquele sector cresceu 13,9%. Oito cidades chinesas, entre as quais Pequim e Xangai, limitaram drasticamente a compra de novos automóveis para tentar aliviar a poluição e o congestionamento de trânsito. Descrita até há duas décadas como “Reino das bicicletas”, a China tornou-se o maior mercado automóvel do mundo em 2009, ultrapassando os Estados Unidos da América.

A Presidente sul-corea-na, Park Geun-hye,

disse ontem que aceitava reunir-se com o líder norte--coreano, Kim Jong-un, mas sem as condições prévias que Pyongyang exige para a realização de uma cimeira entre as duas Coreias.

“Posso reunir-me com quem for necessário para abrir o caminho para a unifi-cação pacífica (da península coreana)”, disse Park numa conferência de imprensa realizada em Seul.

No entanto, afirmou que não aceitaria as condições propostas por Pyongyang e, ao mesmo tempo, instou o regime de Kim Jong-un a tomar medidas concretas para a desnuclearização.

No seu discurso de Ano Novo, Kim Jong-un afir-mou que estava disposto a reunir com Park se fossem cumpridos determinados requisitos, como o cancela-mento das manobras regula-res que Seul e Washington levam a cabo no território sul-coreano.

Os Estados Unidos, que lideraram uma coligação das Nações Unidas que apoiou Seul na guerra na península coreana, mantêm actualmente na Coreia do Sul 28.500 efectivos milita-res e realizam várias vezes ao ano exercícios conjuntos que classificam de treino de defesa, mas que Pyongyang sustenta como provocações e ensaios de guerra para invasão do país.

HK CASA E ESCRITÓRIO DE MAGNATA INCENDIADOS

Na calada da noite

“Os casos foram classificados como fogo posto. Ainda estamos a verificar pormenores”PORTA-VOZ DA POLÍCIA

Lai, apoiante dos pró--democratas, já tinha sido alvo de outros ataques, nomeadamente durante as manifestações, quando um grupo de homens lhe atirou carne podre.

Os dois ataques, quase simultâneos, ocorreram pelas 02:00 na casa de Lai

e na sede da Next Media, que publica o jornal Apple Daily, de acordo com in-formações prestadas pela porta-voz da polícia.

“Os casos foram clas-sificados como fogo posto. Ainda estamos a verificar pormenores”, explicou à AFP.

A polícia ainda não fez detenções e prossegue com as investigações, acrescen-tou, sem dar mais detalhes.

Não há registo de feridos e as imagens do local não indicam danos significativos aos edifícios.

Imagens desfocadas pu-blicadas na página na Inter-

net do jornal mostram um homem de máscara atrás de um carro a atirar um objecto incandescente na direcção da casa de Lai, no bairro de Ho Man Tin, em Kowloon.

Dois carros, que se sus-peita terem sido usados nos ataques, foram incendiados, avança o jornal South China Morning Post.

VISITA REGULARLai, de 66 anos, visitou repe-tidamente os acampamentos montados pelos manifestan-tes pró-democracia , que paralisaram partes da cidade até serem desmantelados em Dezembro.

O empresário foi detido durante as operações de lim-peza da polícia na zona de Admiralty, em Dezembro, e foi convocado a deslocar-se à polícia este mês para con-tribuir para as investigações aos protestos.

A polícia prometeu acu-sar os “principais instiga-dores” dos protestos que pediam democracia plena, depois de a China ter decla-rado que todos os candidatos às eleições para chefe do Executivo de 2017 tinham de ser seleccionados por um comité, visto como próximo do poder.

Lai demitiu-se de presi-dente da Next Media em De-zembro, após a sua detenção, alegando que queria passar mais tempo com a família. Continua a ser um accionista maioritário na empresa.

Coreia do Sul Presidente disposta a reunir com Kim Jong-Un

REGIÃO

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11DESPORTOhoje macau terça-feira 13.1.2015

GONÇALO LOBO [email protected]

J OSEPH Tam Iao San, de 38 anos, é o novo seleccionador de futebol de Macau. O Hoje Macau está em posição de

assegurar que o antigo treinador do Monte Carlo e da Selecção de sub-18 substituirá Leung Sui Wing.

De acordo com fonte conhece-dora do processo, Joseph Tam, que detém uma licença de treinador de nível A, será apresentado hoje em conferência de imprensa convo-cada pela Associação de Futebol de Macau (AFM). Contactado pelo HM, o treinador escusou-se a responder asseverando que “caberá apenas à associação responder a esse tipo de perguntas”.

O também jornalista da TDM chega assim ao patamar mais alto do futebol de Macau. Até aqui apenas tinha treinado o Monte Carlo – no qual foi campeão do território – e a Selecção de sub-18. Acumulará, igualmente, as funções de seleccionador dos sub-23.

Enquanto jogador, Joseph Tam venceu quatro títulos com o Lam Pak, um com o Pau Peng (FC Artilheiros) e fui chamado

T EM apenas 16 anos mas já desperta a cobiça do colosso do futebol

mundial. O Manchester United está de olho na nova contratação do Sporting de Macau, Ethan Lay. Entre 400 candidatos, 40 foram selec-cionados e o australiano é um deles.

Quem o garante a vera-cidade da história bem como atesta a qualidade do craque é o presidente do Sporting de Macau, António Conceição Júnior. “É um jogador cheio de talento e só podia estar neste clube. Tipicamente Sporting em termos de tradição. Está a ser atentamente seguido pelo Manchester United”, referiu ao HM, o presidente leonino.

Ethan, já internacional pelas camadas jovens da RAEM, joga também na

Antigo treinador campeão pelo Monte Carlo é o novo seleccionador da RAEM.Sucede a Leung Sui Wing no lugar

FUTEBOL JORNALISTA DO CANAL CHINÊS DA TDM É O NOVO SELECCIONADOR DE MACAU

Joseph Tam é apresentado hoje

FUTEBOL COQUELUCHE DO SPORTING DE MACAU OBSERVADA PELO MANCHESTER UNITED

Old Trafford acompanha Ethan Layequipa de futebol da Es-cola Anglicana da Taipa, e as suas qualidades não passaram despercebidas à equipa comandada por João Maria Pegado que acederam

a intenção do jogador de entrar para a equipa verde-e--branca. “Foi ele que veio ter connosco. Claro que vimos logo qualidades no miúdo e o Sporting quer contar com

a presença dele no plantel. É um jogador para crescer.”

CRESCER NO SPORTINGO jogador, esse, apesar de ficar contente com o

à Selecção durante mais de seis anos com alguma regularidade. Selecção que agora está em processo de renovação com a chegada de diversos jogadores de maior valia, de onde se destaca o defesa-central português Filipe Duarte ou o avançado nigeriano Christopher Nwarou.

Pela equipa do território, Joseph Tam viveu momentos “inesquecíveis” como um jogo no Iraque durante uma qualificação para o Campeonato do Mundo. “Foi o único jogo que disputei com o estádio completamente cheio. Estavam 50 mil pessoas nas bancadas. Perdemos por 8-0, mas nunca mais vou esquecer a atmosfera daquele estádio em Bagdad”, disse à Revista Macau em entrevista.

LEUNG ADMINISTRATIVODe saída está Leung Sui Wing. O treinador, que nunca recolheu grandes frutos do seu trabalho, sai assim pela porta pequena e fica com funções administrativas na AFM que passarão pela organi-zação de cursos para treinadores. Leung viu-se envolvido num dos piores momentos do futebol local quando, em 2011, votou pelo capitão Geofredo Cheung na eleição para a Bola de Ouro FIFA, galardão que na altura distinguiu Lionel Messi como o melhor jogador do Mundo.

Numa verdadeira manobra de ingenuidade, o ténico afirmou que não sabia muito bem como é que funcionava a votação para melhor jogador do mundo, “nem sabia que tinha de dar ao Geofredo para votar’’.

interesse do Manchester United, para já descarta qualquer intenção de ir até terras de Sua Majestade. Diz-se concentrado no novo clube e nos estudos. “Tenho a intenção de continuar a estudar para terminar o ensino secundário. Essa é a minha meta no curto prazo. E, claro, treinar duro no Sporting que me deu esta grande oportunidade.”

Aliás, o jogador austra-liano defende mesmo que o Sporting foi a melhor coisa que lhe aconteceu para prosseguir a sua carreira futebolística. “Penso que ter sido contratado pelo Sporting foi um passo mui-to importante”, começou por dizer Ethan ao nosso jornal. “Pretendo conti-nuar a evoluir e chegar a

umas das melhores equipas de Macau com 16 anos foi a melhor coisa que me podia ter acontecido. É uma gran-de experiência para mim e quero muito aprender com os jogadores mais velhos. No Sporting existe muita qualidade.”

E os pais apoiam a car-reira de futebolista do filho. António Conceição Júnior diz mesmo que “os pais sentem que o Ethan está bem acompanhado no Sporting”. Além disso, não está nos planos do dirigente leonino transmitir que há craque na filial local. “Não quero nem os pais estão interessados nisso”, assegura, comple-mentando: “Ainda é cedo para quaisquer previsões de futuro. Não há muito para falar do Ethan Lay. É preciso dar tempo ao tempo e deixá-lo estar.”

Uma coisa é certa, por-tanto. Na época desportiva deste ano, Ethan Lay vai jogar de leão ao peito. - GLP

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12 hoje macau terça-feira 13.1.2015

hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

SE há algo que eu aprecio nos bares de Macau, ou, melhor, nos bares dos seus hotéis, é a total ausência de história e de

sentimentalismo, a ausência de turismo histórico, original, local. Estamos livres de referências parvas e de ganga, baba viscosa de um turismo que também há que é o dos bares frequentados por Er-nesto Hemingway, Dylan Thomas ou outros prosadores, poetas ou pintores famosos, ou o turismo dos bares onde se inventaram cocktails famosos ou se conspirou contra o governo.

Que pode interessar, para além da qualidade da mistura, onde foi inven-tado o Martini Seco ou o Bloody Mary? Que importa à bebida que esta tenha décadas de história ou que Dorothy Parker a patrocinasse até à obnubila-ção? Que vou eu fazer ao Martinho da Arcada se não me souberem mistu-rar um Brandi Alexander decente? Ver a cadeira onde se sentava um homem que já morreu? Para quê? Não invejo quem retira dessa morbidez avanços no consumo dos brandis.

O território encontra-se livre des-te saudosismo, estúpido, que encon-tramos um pouco por todo o mundo como produto inevitável do poder do turismo em se aproveitar da ignorância das massas e em seduzir com o banal e com a repetição que permite o reco-nhecimento.

Em Macau não há, igualmente, nenhum hotel antigo de charme e dimensão, nem nunca existiu, como permanecem orgulhosamente, noutras cidades, o Raffles, o The Strand (remo-delado há pouco tempo), o Peninsula ou o velho, tristíssimo, mal renovado Continental, em Saigão. Inventar graças ao que terá sido o Hotel Riviera, prova-velmente inexistentes na sua época e hoje em dia impossíveis de reproduzir, é inútil e choca com a propensão lo-cal contemporânea para a substituição. Não resiste, igualmente, nenhum velho café ou restaurante digno de nota para além de um ou dois, de nome turístico e oferta gastronómica fraca.

Assim, em Macau, não existe ne-nhum bar de hotel antigo, com sofás onde se sentou não sei quem impor-tante e com história e passados engra-çados ou trágicos - e ainda bem que assim é. Evitam-se as placas comemo-rativas.

O que é preciso é que eles sejam bons e abram cedo e que nos deixem ficar até nos apetecer, a dizer mal da história e, para quem o quiser, a dizer

a revolta do emir Pedro Lystmann

BARES DE MACAU

mal do tempo (em Macau não se pode dizer mal do governo porque não há, o que permite que se abordem temas mais enriquecedores e não se perca tempo).

Assim, protegidos de sentimenta-lismos parvos, cumpre gerir o melhor possível as brutalidades e as vantagens do presente, a brutalidade de ter es-perança no futuro (não há nada mais belo que ter esperança no futuro de um modo violento) ou a vantagem higié-nica de não nos ser imposto o passado.

Existe, em Macau, felizmente, um conjunto histórico quase monumental que é único em toda a Ásia, de usufruto certo e subtracção insensata, mas que pouco tem que ver com os bares. Estes são lugares do presente e do futuro.

Esperamos igualmente que estes ba-res de hotel, como já aconteceu com o Piano Bar, no complexo Galáxia, ou o Russian Bar, no conjunto MGM, am-

bos defuntos (e um outro pequenino, de mobiliário confortável, que existia junto do lobby do Hotel Hyatt), sejam regularmente substituídos por outros, melhores, maiores, mais pequenos ou com cores diferentes, para que não possam acumular história e criar hábi-tos sedentários. Nenhum dos bares de hotel que nesta página foram classifi-cados como os melhores 13 terá mais de 7 anos.

Há uma higiene precisa numa subs-tituição que se pratique com continui-dade e com sacerdotizas apropriadas,

MACAU TEM TANTOSARRANHA-CÉUS COMO LONDRES, JÁ MERECÍAMOS BARESMAIS ARROJADOS

como acontece, cada 20 anos, com os templos de Ise em reconhecimento da impermanência de todas as coisas e da necessidade da renovação.

Parte da atracção que a Ásia Extrema exer-ce actualmente sobre o mundo prende-se com o seu impulso optimista para o futuro. Singapura, Tóquio ou Hong Kong tomam lugar junto de Nova Iorque ou Londres como centros de aconte-cimentos culturais e não apenas financeiros (que também são).

Não há que ter receios distópicos. O gosto muda-rá lentamente em direcção ao modernismo e à revo-lução, e a capacidade lo-cal para receber a pecúnia alheia permanecerá não só intacta como terá obriga-toriamente de incluir ine-vitáveis avanços.

É inexistente, como aqui tantas vezes foi afir-mado - com pena e con-descendência - um bar cujo desenho ou concep-ção geral brilhe pela audá-cia ou pelo modernismo, como acontece um pouco por toda a Ásia e Austrá-lia. Exemplos o bar dese-nhado por Starck no Pe-

ninsula de Hong Kong, ou o Ozone, no edifício ICC, na mesma cidade, o Club na G Tower, em Kuala Lumpur, o Z - bar, em Cebu, desenhado pelo filipino Kenneth Cobonpue ou o Bond Lounge bar em Melbourne. Macau tem tantos arranha-céus como Londres, já mere-cíamos bares mais arrojados.

No entanto, a falta de um, num lu-gar cuja vocação absorvente é atrair o turista incauto às suas concavidades para lhe remover o dinheiro, será cer-tamente ultrapassada em breve. Esta é apenas uma estação das muitas que o desenvolvimento de Macau atravessa-rá.

Numa cidade que retira e não dá em troca senão a ilusão muito fugaz e precária de um enriquecimento brutal e rápido, estes são cada vez mais neces-sários como cápsulas de descompres-são para o turista e como unidades de produção para o residente.

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13 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 13.1.2015

A sua filmografia conta mais de cinco dezenas de títulos, mas é apenas a um que regressa-mos sempre que falamos dela.

Para sermos mais precisos, é uma cena desse filme que recordamos sempre que falamos de Anita Ekberg, actriz modelo, pin-up tornada actriz, nascida na Suécia, feita estrela em Hollywood, cristalizada enquanto ícone em Itália.

Sylvia, ou seja, ela mesma enquanto corpo fílmico imaginado por Federico Fellini, banhando-se com um vesti-do decotado na Fontana di Trevi, em Roma, enquanto “flirta” com o jornalis-ta Marcello Rubini, ou seja, Marcello Mastroianni. “Marcello, come here!”, ouvimo-la em La Dolce Vita  (1960), naquela que se preservou como uma das mais célebres cenas do cinema.

Anita Ekberg já não filmava com re-gularidade desde a década de 1970. Vi-via isolada numa villa nos arredores de Roma, acompanhada dos seus cães, de onde saía esporadicamente para parti-cipar, por exemplo, na inauguração de uma exposição dedicada a Fellini – e aí chegada, perguntariam à mulher octa-genária, que a fractura de uma anca ati-rara nos últimos anos para uma cadeira de rodas, sobre “aquela” cena.

Internada desde o último Natal, Anita Ekberg morreu este domingo na clínica San Raffaele di Rocca di Papa. Tinha 83 anos e continuava a gostar de dizer “fui eu que tornei Federico Fellini famoso, não o contrário”.

Nascida em Malmö, Suécia, a 29 de Setembro de 1931, sexta de oito fi-lhos, Anita Ekberg foi Miss Malmö e, depois, Miss Suécia, em 1950. No ano seguinte, viajou para os EUA para con-correr a Miss Universo. Não venceu, mas a Suécia, país a que só regressaria muito esporadicamente até ao fim da vida, ficava para trás.

Não foi coroada Miss Mundo, dizía-mos, mas esteve entre as seis finalistas. Mais importante que isso, o concur-so abriu-lhe as portas de Hollywood. Ganhou um contrato com a Universal, que a colocou em aprendizagem na sua “fábrica de montagem”. Em causa estaria, como aconteceu como Jayne Mansfield, a hipótese de uma resposta (in)voluntariamente paródica a Mary-lin Monroe.

Em 1953, estreia-se ao lado da dupla de comediantes Abbott e Cos-tello em Abott and Costello Go To

Mário Lopesin Público

MORREU ANITA EKBERGImortalizada na Fontana di Trevi do La Dolce Vita

TINHA 83 ANOS E CONTINUAVA A GOSTAR DE DIZER “FUI EU QUE TORNEI FEDERICO FELLINI FAMOSO, NÃO O CONTRÁRIO”

Mars, encarnando uma venusiana. Pela sua presença misteriosa no ecrã, nes-ses primeiros filmes, acabou alcunhada The Iceberg  (o que era também, ob-viamente, um jogo fonético com o seu apelido).

Nessa primeira fase a sua carreira, trabalhou também com Frank Tashlin (Artists and Models, de 1955, com a dupla Jerry Lewis/Dean Martin) mas desde logo Ekberg foi mais um “acon-tecimento” - fabricado para as revistas de homens que começaram a proliferar

nos anos 50, com a ajuda, é claro, das suas medidas excessivas - do que uma actriz. Vimo-la, ainda assim, no Guerra e Paz de King Vidor (1956) ou, no mes-mo ano, em novo encontro com Jerry Lewis e Dean Martin em Hollywood or Bust.

Quatro anos depois, em 1960, tor-nar-se-ia lendária. Foi nesse ano que Federico Fellini a chamou para ser a protagonista do seu retrato de uma Roma tão fascinante e vibrante quan-to decadente. O génio do casting que

Fellini fez em Dolce Vita e, depois, no seu episódio de Bocaccio 70 (filme de 1962 dividido em várias secções inde-pendentes realizadas por Fellini, Mario Monicelli, Luchino Visconti e Vittoria De Sica), foi não negar isso mas, pelo contrário, exponenciar, até à fronteira do grotesco, essa dimensão de mulher--fenómeno.

Ekberg chamara a atenção de Fellini depois de este ver uma foto sua numa revista. Uma imagem em que a actriz surgia descalça, refrescando os pés no Fontana di Trevi, precisamente, no fi-nal de uma noite passada a dançar num dos clubes nocturnos da capital italia-na. “Eu não falava italiano e ele, na altu-ra, não falava inglês”, recordou Ekberg numa entrevista ao Guardian em 1999. “Comunicávamos com o olhar. Era in-crível. Não precisámos de dialogar a maior parte do tempo. Com o pouco italiano que eu sabia, e com o pouco inglês que ele sabia, comunicávamos muito, muito bem”.

Há uma dimensão humana que lhe foi resgatada por Fellini quando, no falso documentário Entrevista  (1987), chama de novo a si as suas criaturas de Dolce Vita, Marcelo e Anita, corpos já envelhecidos vendo e comentando os jovens Sylvia e Marcello no filme de 1960.

No seu período áureo foi ligada romanticamente a nomes como Errol Flynn, Gary Cooper ou Frank Sina-tra. Certo é que o milionário Howard Hughes a tomou como sua protegida, aconselhando-a a fazer uma operação plástica ao nariz e a mudar os dentes e o apelido. Recusou tudo (se se tor-nasse famosa, argumentou, os ameri-canos aprenderiam a pronunciar o seu nome, se não se tornasse famosa, o seu nome não interessaria para nada). Não foi apenas isso que recusou a Hughes – também terá havido um pedido de casamento declinado. Anita Ekberg esteve casada duas vezes, primeiro com o actor inglês Anthony Steel, en-tre 1956 e 1959, e depois com o actor americano Rik Van Nutter, entre 1963 e 1975.

Até ao início da década de 1970, manteve uma actividade cinematográ-fica constante mas, com as excepções já referidas, pouco memorável. A Fontana di Trevi, essa, será para sempre sua. Em quatro minutos, os que demora a cena, Anita Ekberg garantiu a eternidade.

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“PUBLIC ENEMIES”(MICHAEL MANN, 2009)

Em 1933, os EUA vêem um dos criminosos mais procurados do país ser trazido à justiça. É John Dillinger (Johnny Depp), um famosos ladrão de bancos que está, agora, nas mãos de Melvin Purvis (Christian Bale), um agente do FBI. O filme, que conta a verdadeira história de Dillinger, que, apesar de ladrão de bancos, era visto pelo povo como um herói. ‘Public Enemies’ leva-nos a uma era a preto e branco e apresenta-nos um panorama de actores fantásticos e muita acção, numa película muito bem conseguida. - Joana Freitas

T E M P O C H U VA M I N 1 0 M A X 1 2 H U M 8 0 - 9 8 % • E U R O 9 . 4 B A H T 0 . 2 Y U A N 1 . 3

João Corvo

É melhor viver sozinho do que mal enganado.

C I N E M ACineteatro

SALA 1TAKEN 3 [C]Um filme de: Oliver MegatonCom: Liam Neeson, Forest Whitaker, Famke Janssen14.00, 15.55, 17.50, 21.30

NIGHT AT THE MUSEUM: SECRET OF THE TOMB [B]Um filme de: Shawn LevyCom: Ben Stiller, Robin Williams, Owen Wilson19.45

SALA 2SEVENTH SON [C]Um filme de: Sergei Bodrov

Com: Jeff Bridges, Julianne Moore, Ben Barnes14.30, 16.30, 21.30

SEVENTH SON [3D] [C]Um filme de: Sergei BodrovCom: Jeff Bridges, Julianne Moore, Ben Barnes19.30

SALA 3WOMEN WHO FLIRT [B](FALADO EM MANDARIM COM LEGENDA EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Pang Ho-CheungCom: Zhou Xun, Huang Xiao Ming14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SEVENTH SON

ACONTECEU HOJE 13 DE JANEIRO

H O J E H Á F I L M E

O QUE FAZER ESTA SEMANA?

fonte da inveja

• Quarta-feiraEXPOSIÇÃO “SELF/UNSELF – DUTCH CONTEMPORARY DESIGN”

Centro de Design de Macau, 18h30

Entrada livre

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “PONTO DE PARTIDA: PINTURAS DE DENNIS

MURREL E DOS SEUS ARTISTAS” (ATÉ 31/01)

Fundação Rui Cunha, 18h30

Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE SÂNDALO VERMELHO

(ATÉ 22/03)

MGM Resort

Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “113º 55’ E 21’

11’N”, DE SOFIA AREAL (ATÉ 12/01)

Casa Garden

Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “KOREAN ART”,

COM OH YOUNG SOOK E KIM YEON OK (ATÉ 15/02)

Galeria Iao Hin

Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE DESIGN DE CARTAZES

“V X XV:” (OBRAS DE 1999, 2004

E 2009) [ATÉ 15/03]

Museu da Transferência

da Soberania de Macau,

10h00 às 19h00

Entrada livre

EXPOSIÇÃO “TRANSMUTATION” E “FOAM TIP”

(PINTURA E PORCELANA, POR CAROL KWOK E ARLINDA FROTA)

Signum Living Store, 18h30

Entrada livre

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

DE TAM KAI HON “BRILHANTE”

Centro UNESCO de Macau, 18h30

Entrada livre

14 hoje macau terça-feira 13.1.2015(F)UTILIDADES

Os Xutos & Pontapés dão o primeiro concerto ao vivo• Não é preciso gostar de rock para reconhecer a grandeza dos Xutos & Pontapés, uma das maiores bandas portu-guesas, que se estreou a 13 de Janeiro de 1979, na sala Alunos de Apolo, num concerto de comemoração dos 25 anos do Rock & Roll.Portugal ainda respirava os primeiros anos de liberdade e alguns talentos desembaraçaram-se de um sistema político que inibia e controlava a criação. Nas garagens, no final de 1978, Zé Pedro (guitarra), Kalú (bateria), Tim (baixo) e Zé Leonel (vocalista) criam os Xutos & Pontapés, dando o primeiro concerto a 13 de Janeiro de 1979.Estava lançada a semente de um projecto notável, duradoiro, que se manteve firme, ainda que a formação original tenha sofrido alterações, com a saída de Zé Leonel, a entrada de Francis, com Tim a assumir-se como o homem do leme, na voz.Em 1982, é lançado o compacto com temas marcantes, como ‘Sémen’ e ‘Mãe’, um ano antes de Francis deixar os Xutos, que passam a contar com músicos convidados, como o saxofonista Gui e o guitarrista João Cabeleira. O primeiro álbum gravado por João Cabeleira em 1985 foi ‘Cerco’, com as músicas ‘Barcos Gregos’ e ‘Homem do Leme’.O público português aceitou o projecto dos Xutos com grande entusiasmo, mas 1987 representa a explosão mediática da banda, que lança, nesse ano, o emblemático álbum ‘Circo de Feras’, onde constam os primeiros capítulos de uma história de sucesso, com ‘Contentores’, ‘Não Sou o Único’ e ‘N’América’. E o single ‘A Minha Casinha’, logo de seguida, veio confirmar os Xutos & Pontapés como um caso de sucesso do rock português.Com 30 anos na estrada, os ícones do rock português são nomeados, em Setembro de 2009, para os EMA, na cate-goria de ‘Best Portuguese Act’, conquistando o prémio. A caminho dos 40 anos, os Xutos & Pontapés permanecem no topo, a conquistar novos fãs, idolatrados pela geração que os viu explodir.

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Rui TavaResin Público

hoje macau terça-feira 13.1.2015

C OMO milhares de outros portugueses, pontuei as minhas festas com idas ao aeroporto, para buscar e levar parentes queridos. Na despedida, o que mais custou foi ouvir a pergunta: “achas que um dia pode-mos voltar para viver cá?”

Enquanto as coisas se mantiverem como estão, dificilmente pode-remos dizer às nossas várias diásporas – aos que se doutoraram lá fora, aos que viram o seu negócio falir cá dentro, passando pelas enfermeiras e pelos desempregados que deixaram de esperar – que é seguro voltarem porque o país está não só a crescer, mas sobretudo a adquirir o nível de desenvolvi-mento que lhes permitiria trazerem para cá as suas famílias num plano de longo prazo. Poderemos conseguir inverter a tendência das políticas actuais; só aí, verdadeiramen-te, responderemos à outra pergunta que geralmente acompanha a primeira: “quando é que isto melhora?”. Essa é uma tarefa para uma sociedade inteira, incluindo os portugueses da diáspora, e exige uma forte disciplina cívica para afastar as teias que tolhem o nosso debate público.

Olhemos para o caso da TAP, que é paradigmático. O governo deseja privatizar totalmente a companhia, e quer fazê-lo com base num documento – o memorando da troika – que já não está em vigor e que não

Contra o irreversívelé sequer claro em relação a esse objectivo. Num caso destes, um governo responsável não alienaria um activo como a TAP sem passar por um profundo debate público, mas este governo nem isso finge; quer privatizar porque sim. Embora reconheça a importância pública da companhia, acha que é suficiente tentar garanti-la através de um contrato de concessão com obrigações para os privados. O Partido Socialista, por

outro lado, propõe alienar apenas uma parte da companhia, dispersando-a em bolsa, mas mantendo uma parte nas mãos do estado. O argumento é o de que a TAP precisa de dinheiro e as “regras europeias” supostamen-te impediriam um apoio público para não distorcer a concorrência com os privados.

E assim, em duas penadas, não se ques-tionam os pressupostos do que se está a

dizer – nem se aprende com o passado. No passado, nem os contratos de concessão nem as privatizações parciais em bolsa deram garantias de que as companhias continuassem a desempenhar o seu papel público. Basta lembrar como está a PT.

Quanto às “regras europeias”, sorti-légio máximo para fechar a conversa em Portugal, elas estão entendidas ao con-trário. Por um lado, elas não impedem o apoio público a uma companhia aérea – só o limitam a uma vez em cada década, o que viabiliza agora um apoio à TAP. Por outro lado, serão provavelmente as futuras regras do “Céu Único Europeu” a invalidar as cláusulas que o governo imagina poder garantir na sua concessão aos privados. Mas aí já será tarde.

A abertura para uma política diferente existe: juntar a estratégia da administra-ção da TAP, as necessidades do país e a importância que os portugueses dão à companhia para avaliar que apoio públi-co, e para quê, poderia ajudar a cumprir com os nossos objectivos comuns para os próximos dez anos. Ainda é possível fazê-lo, mas só se a sociedade conseguir impedir esta privatização apressada que causará um dano irreversível a Portugal.

Depende de nós, passo a passo, debate a debate, voltar a ganhar as condições de um país desenvolvido, onde valha a pena viver, e para onde se possa regressar sem receio.

15OPINIÃO

Depende de nós, passo a passo, debate a debate, voltar a ganhar as condições de um país desenvolvido, onde valha a pena viver, e para onde se possa regressar sem receio

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hoje macau terça-feira 13.1.2015

cartoonpor Stephff

O Governo está aberto a alterações na Lei da Violência Doméstica, mas não no que aos homossexuais diz respeito

FIL IPA ARAÚJO*[email protected]

E STÁ decidido. A comu-nidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Tran-sexuais) não vai estar

incluída na Lei de Prevenção e Correcção da Violência Domésti-ca. Quem o garante é Alexis Tam, Secretário para os Assuntos So-ciais e Cultura, que ontem reuniu com o grupo Arco-Íris de Macau.

“Alexis Tam insistiu na remo-ção dos casais do mesmo sexo da proposta de Lei de Prevenção e Correcção da Violência Domés-tica”, afirmou Jason Chao, porta--voz do grupo que tem vindo a batalhar para que os casais gays sejam de novo adicionados no diploma, ao HM.

Numa reunião que decorreu no dia de ontem, vários membros do grupo debateram o assunto com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que então terá garantido a não inclusão do grupo, como confirmou o gabinete do Secretário contactado pelo HM.

Segundo Jason Chao, Alexis Tam voltou a usar a justificação que até agora tem sido dada: “a relação homossexual vai contra outras previsões do Código Penal”.

Jason Chao discorda, porque

DSPA acusada falta de pessoal para fiscalizarLeong Hong Sai, vice-director do Centro da Política de Sabedoria Colectiva, considera que a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) não tem pessoal suficiente para fiscalizar a aplicação das Normas de Controlo de Emissão de Fumos Oleosos em restaurantes. Leong Hong Sai preocupa-se com a fiscalização de 3400 estabelecimentos, afirmando ser “difícil as autoridades trabalharem de forma eficaz”. Segundo o Jornal do Cidadão, o também membro da Associação de Engenheiros de Macau considera que a DSPA tem “falta de mão-de-obra suficiente para inspeccionar, tirar amostras e fazer exames” e aponta ainda que a situação da emissão de fumos é diferente em cada estabelecimento, chamando a atenção para a necessidade de inspecções em horas de maior trabalho.

DSRT Dados móveis vão ser disponibilizados O vice-director dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT), Hoi Chi Leong, referiu ontem que as quatro companhias de telecomunicações de Macau já lançaram o serviço de aviso da quantidade total dos dados usados, uma das exigências na renovação das licenças. Para renovar as licenças das operadoras de telecomunicações, a DSRT exige o lançamento, ainda este mês, deste serviço, identificando na factura em papel a lista da quantidade total dos dados usados diariamente ou o registo pormenorizado dos dados usados, conforme o pedido dos clientes. Em declarações ao Jornal Ou Mun, Hoi Chi Leong garantiu que as companhias já lançaram o serviço regulamentado, ainda que os dados disponibilizados ao cliente por cada uma das operadoras sejam diferentes, para evitar o monopólio. No que toca às medidas exigidas sobre a prestação do serviço, caberá ao utente decidir, depois de esgotada a quantidade de dados móveis fixada, se quer uma compra adicional do serviço ou não.

Sónia Chan Governo tem de aperfeiçoar regime da Função PúblicaNum encontro com mais de 20 representantes de associações de trabalhadores da Função Pública, a Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, sublinhou que o “Governo tem a responsabilidade de aperfeiçoar de forma contínua o regime de gestão dos trabalhadores da Função Pública e estar atento ao seu bem-estar”. Só assim, segundo defende a responsável, se poderá formar uma “equipa íntegra e com um elevado nível de eficiência”, proporcionando um ambiente “harmonioso para que possam prestar serviços de qualidade aos cidadãos”.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ALEXIS TAM GARANTE QUE HOMOSSEXUAIS NÃO SERÃO INCLUÍDOS

É oficial: num pôdi

“Se o Governo insistir em retirar este grupo isto vem trazer uma discriminação real ao grupo LBGT. (...) Estamos muito desapontados”JASON CHAO porta-vozdo grupo Arco-Íris de Macau

diz que o verdadeiro propósito desta “proposta de lei é lidar com os problemas que surgem especificamente no seio família”, ou seja, dentro de casa. “Se o Governo insistir em retirar este grupo isto vem trazer uma dis-criminação real ao grupo LBGT”, argumentou o activista, que asse-gurou também que a luta do grupo para a inclusão do grupo nesta proposta vai manter-se. Perante toda a situação o porta-voz não esconde o estado de “desilusão” sentido por toda a associação. “Estamos muito desapontados”, concluiu.

OUTRAS ABERTURASSegundo a agência Lusa, o Gover-no está aberto a aceitar alterações ao nível da lei, ainda que não neste ponto.

“A reunião correu muito bem. Alexis Tam é um bom ouvinte e deu a todos a oportunidade de expressar o seu ponto de vista sobre o que pode ser melhorado na lei”, disse Juliana Devoy, directora do Centro Bom Pastor, que acolhe vítimas de violência doméstica, também presente na reunião. A responsável gostava que a lei fosse “mais inclusiva”, abrangendo todas as pessoas que coabitam, incluindo casais do mesmo sexo, mas o Governo explicou que, por agora, “isso é demais para pedir ao público”.

A Lei de Prevenção e Cor-recção da Violência Doméstica

considera como crime público os actos “com consequências que não sejam leves”. Juliana Devoy preferia que “se retirasse a parte que exclui agressões menores”, mas acrescentou que ao fim de 25 anos de trabalho se “conseguiu o principal”.

POLÍCIA POUCO SENSÍVELUma das grandes preocupações da Coligação prende-se com a actua-ção da polícia, que considera pou-co sensibilizada para o problema. Para combater essa fragilidade, sugere que seja criado um grupo específico nas forças de segurança, que, em cooperação com assisten-tes sociais, se especialize em casos de violência doméstica.

A sugestão não foi directa-mente acolhida, mas, de acordo com os activistas, o Governo já elaborou orientações específicas para fornecer à polícia.

“Já há um plano para sensi-bilizar os agentes. Não é só uma questão de saberem identificar um caso de violência doméstica. A formação deve torná-los sensíveis ao que a vítima está a atravessar, ao trauma que está envolvido, de modo a que abordem a pessoa de maneira diferente”, apontou Juliana Devoy.

A académica Cecilia Ho, que tem vindo a liderar a Coliga-ção, disse-se optimista quanto a esta questão. “O Secretário disse que já tinha orientações para a polícia. Claro que não sabemos como estas orientações vão funcionar mas achamos que, por agora, o importante é existirem”, afirmou.

O grupo salientou também a importância de as autoridades registarem os casos que, não sendo abrangidos pela lei, são efectivamente violência domésti-ca, como as chamadas “agressões leves” ou violência entre casais do mesmo sexo.

Entre as sugestões da Coli-gação Anti-Violência Domés-tica, que inclui 12 associações locais, estava a possibilidade de ser assegurada uma solução para garantir que, após iniciar o processo, vítima e agressor não são obrigados a coabitar. No entanto, este ponto não foi discutido na reunião. A Lei de Prevenção e Correcção da Vio-lência Doméstica é votada hoje na generalidade. - *com Lusa