Hoje Macau 1 JUN 2015 #3341

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB SAÚDE Consulta de acreditação TIAGO ALCÂNTARA POLÍTICA PÁGINA 4 SOCIEDADE PÁGINA 7 DESPORTO PÁGINA 16 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 1 DE JUNHO DE 2015 ANO XIV Nº 3341 TURISMO VIAGEM PELA CIDADE A vida num só dia hojemacau BENFICA Três jogos para o título PINTURA ANA JACINTO NUNES NO ALBERGUE Passear na rua, comprar e ser feliz. É o mote que traz a grande maioria dos turistas chineses até Macau. Entre casinos a monumentos a passagem pelo território faz-se, em média, em um ou dois dias. BLOOMBERG Macau pior que Grécia EVENTOS CENTRAIS REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 PÁGINA 18 De Gaulle na Bretanha OPINIÃO RUI FLORES Soltem os bichos

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Hoje Macau N.º3341 de 1 de Junho de 2015

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AgênciA comerciAl Pico • 28721006

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Passear na rua, comprar e ser feliz. É o mote que traz a grande maioria dos turistas chinesesaté Macau. Entre casinos a monumentos a passagem pelo território faz-se, em média, em um ou dois dias.

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Página 18

De Gaullena Bretanha

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Soltem os bichos

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2 hoje macau segunda-feira 1.6.2015reportagem

À quinta-feira, o trajecto entre a Avenida da Praia Grande e a Almeida Ribeiro faz-se descon-

traidamente, ainda que com algum congestionamento de pessoas e bens – porque um turista nunca vem acompanhado de uma enorme mala de viagem. Domingo sim, é dia para esquecer os passeios ou qualquer outra actividade de lazer pelo centro da cidade. As ruas tornam-se intransitáveis, as bu-zinas transformam-se na melodia predilecta de fim-de-semana e o Leal Senado é a primeira paragem dos visitantes que por lá passeiam. O HM foi conhecer a realidade do turismo em Macau, as vontades, orçamentos, expectativas e locais preferidos dos estrangeiros. Para a esmagadora maioria dos entrevis-tados, a cidade é paragem de um dia só, pois umas horas “chegam para ver tudo o que interessa”, explicam duas cidadãs chinesas que se passeiam pela confusão do Senado.

É nesta praça que, aparente-mente, os taxistas e condutores de autocarro aconselham todos os turistas a iniciar a sua visita pelo território, já que grande parte das pessoas inquiridas lamentaram o facto de não poder ajudar: “estamos cá há menos de cinco minutos, mas até agora pareceu-nos boni-ta”, disse com humor um cidadão norte-americano que viajava com a sua companheira. Ambos são da Califórnia e aproveitaram o facto de estar de férias em Hong Kong para por aqui “passar”. O casal che-gou de ferry e apanhou um táxi até uma das paragens de táxi próxima do centro. Certo, no entanto, é o facto de considerarem o percurso “barato”. Ainda a Almeida Ribeiro vai a meio e já duas dezenas de pessoas se concentram junto ao semáforo pedonal que dá acesso ao Banco Nacional Ultramarino. De

ExcursõEs MEnos 7,7% facE a 2014O número de excursionistas diminuiu 7,7% no mês passado, comparado com Abril de 2014, tendo-se cifrado nas 657 mil pessoas. O vice presidente da Associação das Agências de Viagens de Macau, Cheong Chi Man considera que o mau tempo de Abril e Maio influenciou a vontade dos visitantes. No entanto, Cheong acredita que com os novos empreendimentos no Cotai, como o Skytop Aquatic Adventure River e novos restaurantes, o número de visitantes vai aumentar no segundo semestre, sobretudo com a promoção activa aqui e na RAEHK. O especialista acrescentou que mesmo os novos projectos ofereçam benefícios de alojamento, os visitantes das duas RAE preferem ficar uma noite em Zhuhai, devido aos preços inflacionados dos hotéisnas duas regiões.

Os turistas que enchem a cidade asseguram que uma vez chega para ver todo o território. São na maioria provenientes do continente, vêm de barco, de autocarro e a pé. Por cá, dedicam-se às compras, principalmente de produtos de beleza, joalharia e doçaria

Turismo Uma viagem chega para ver a cidade, afirmam estrangeiros

um, dois, Três, não vou lá ouTra vezentre mochilas, ténis de montanha e mapas da cidade, contam-se cerca de dois turistas ocidentais por cada 50 chineses. Sabe-se, naturalmen-te, que as ruas se tornam mais densas aos fins-de-semana, mas quinta-feira é um dia igualmente caótico naquelas ruas. Debaixo de um sol que marcava mais de 30 graus à sombra, estão quatro amigas e colegas de trabalho.

Da fronteira para o LisboaZhai Xibin e outros 11 amigos e familiares são da província Guang-dong e foram até Zhuhai de carro. Depois de uma noite bem dormida por aqueles lados da fronteira, passaram para Macau pelas Portas do Cerco. É a primeira vez de Zhai no território, que chegou ontem de manhã e planeava deixar a RAEM no final do dia. O cidadão chinês estava munido de cinco grandes sacos de souvenires, bolachas e medicamentos quando o HM os encontrou. Nesse momento, expli-cou que se estavam a preparar para voltar a Zhuhai. Zhai contou ainda que visitaram a Ruínas de S. Paulo, o Leal Senado o Casino Grand Lisboa, no qual alguns optaram por não jogar. As expectativas, essas, foram ao encontro do previsto, já que o intuito era conhecer o “luxo” dos casinos. Fotografias e visitas à parte, o HM ficou a saber que Zhai trouxe cerca de cinco mil patacas só para gastar no dia de ontem. Entre trocas de dialectos e algum inglês, o trabalhador licenciado lá confes-sou que esta primeira experiência é para repetir. “Talvez daqui a uns dois meses volte cá novamente”, disse. A zona do Cotai não foi pin assente no mapa, mas o mesmo não se pode dizer do tapete de casinos que cobre a Avenida da Amizade.

antiguiDaDes Lá para trásEntre as várias famílias, filas in-dianas de grupos turísticos, jovens casais e trios de amigas, está o clã de Hemantha. O cidadão, natural do Sri Lanka, está actualmente a viver com a mulher Chandi e as duas filhas em Hong Kong. O terri-tório sempre foi local predilecto no

que toca à compra de antiguidades e móveis de madeira de qualidade. “Acho a cidade muito bonita e é a quarta vez que cá estamos, tendo a primeira vez sido em 2006, porque adoramos a cidade”, começa Chan-di por contar ao HM. O marido cor-robora a afirmação, mas lamenta o facto de agora a subida para as Ruínas de S. Paulo estar pejada de lojas “modernas”. Dantes não era assim, explicou. “Até há uns anos, era naquela rua que comprávamos a maioria dos móveis que temos, porque gostamos muito de coisas antigas e ali havia muitas, mas agora aquela zona está cheia de lojas novas e mais modernas, o que é uma pena”, lamentou Hemantha. O HM sugeriu ao entrevistado que andasse um pouco mais, pelas ruas por detrás do monumento, uma vez que é neste local que as lojas de antiguidades agora se encontram. “Então quer dizer que andam a mandar as antiguidades mais para trás”, disse Hemantha, em jeito

de brincadeira. É que parece que actualmente, o passado é para esquecer. As lojas de bolachas de amêndoa e carne doce enchem as avenidas e ruelas, atenuando o que é antigo da memória dos turistas.

CiDaDe bonita, mas não tantoQuestionado sobre se optaria por ficar em Macau por mais do que uma semana, o cidadão do Sri Lanka responde que não sabe ao certo se haverá muito mais para ver do que a zona do centro e do Cotai. “Penso que dois dias são o suficiente para ver o que interessa”, acrescenta. No entanto, Macau é um destino a repetir, tal como tem vindo a acontecer. A razão? É que “está mesmo aqui ao lado e a viagem nem uma hora dura”. Desta vez, o clã veio mostrar a cidade à filha de 13 anos, que pediu para vir ver o espectáculo de dança e música House of The Dancing Water.

Excluindo um casal de jovens de Singapura na casa dos 20 e a

“Gosto mais da parte portuguesa dos monumentos do que chinesa e por isso prefiro as igrejas aos templos”Karolina Jovem ucraniana

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3 reportagemhoje macau segunda-feira 1.6.2015

De Janeiro a Março deste ano, entrarem em Macau quase 28 mil cidadãos da Índia

Turismo Uma viagem chega para ver a cidade, afirmam estrangeiros

um, dois, Três, não vou lá ouTra vez

jovem ucraniana Karolina, todos os entrevistados planearam ficar pelo território por um dia apenas. Alguns até mesmo só algumas horas, já que Macau é entendido como sendo só um acrescento aos planos de visitar Hong Kong, a “grande metrópole”. O casal norte--americano que há pouco esperava que o sinal verde caísse é só mais um exemplo disso. “Chegámos agora mesmo e ainda não vimos nada, mas temos que ser rápidos porque só vamos cá estar umas horas e voltar para Hong Kong ao final do dia novamente”, explicam ao HM. Para Karolina, que está cá há um mês em trabalho, mas aproveita os fins-de-semana para

fazer turismo, a cidade podia ser “mais fresca”. Embora o tempo livre seja escasso, confessa gostar de Macau. “Gosto mais da parte portuguesa dos monumentos do que chinesa e por isso prefiro as igrejas aos templos”, acrescenta.

A ChinA é quem mAis ordenAOs olhos observadores dos re-sidentes lamentam o excesso de turistas nas ruas e nas lojas, nos casinos e à espera de táxi ou de mesa num restaurante. Curio-samente, os números ajudam a perceber este sentimento de caos: em dez anos, o número de entradas aumentou em cerca de três milhões de pessoas. Os va-lores dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) que comparam as entradas no primeiro trimestre de cada ano mostram que entre Janeiro e Março de 2015 chegaram à cidade 7,4 milhões de pessoas, comparando com os 7,7 milhões registados no mesmo período do ano anterior. Já em relação ao primeiro trimestre de 2005, os números são esclarecedores: entraram apenas 4,4 milhões de pessoas, dado que contrasta com as 3,7 milhões de entradas. No que diz respeito à nacionalidade destas pessoas, as estatísticas revelam o já esperado: a esmaga-dora maioria continua, como há uma década, a ser composta por cidadãos do continente, seguidos por nacionais de Hong Kong e de Taiwan. No entanto, a percenta-gem de taiwaneses e da RAEHK diminuiu, comparando com o ano passado. Os Serviços de Turismo têm vindo a desenvolver uma série de estratégias para atrair turistas de diferentes nacionalidades, com ênfase na nacionalidade indiana. Exemplo disto são as campanhas de casamentos feitas em parceria com grupos hoteleiros e opera-doras, que oferecem descontos e pacotes especiais para os convi-dados de casamentos que aqui se realizem. Novamente, os números não enganam: de Janeiro a Março deste ano, entrarem em Macau quase 28 mil cidadãos da Índia, comparando com os menos de 3000 identificados em 2004 e os 3,9 mil no ano seguinte.

Os cidadãos do continente con-tinuam a ser quem mais enche as estatísticas e ruas da região. A razão da visita, essa, resume-se quase sempre a compras de cosméticos e artigos de beleza, produtos ali-mentares, fármacos e produtos de tratamento de medicina tradicional chinesa. Costumam vir de Zhuhai,

Guangdong e outras zonas perto de Macau. Geralmente, a estadia é de um dia, preenchido de visitas de médico aos casinos e grandes superfícies comerciais. Da parte da tarde, há quem se desloque ao Leal Senado para “ver um bocado de cultura”. Frente ao Hotel Lisboa estão vários turistas sentados a descansar. Da sorte no Jogo ou da falta dele. Duas delas são naturais das Filipinas e trabalham no territó-rio vizinho. Macau é, para as duas amigas, “muito bonito e cativante”, pelo que tencionam voltar cá mais vezes. “Devemos voltar daqui a três meses, quando estiver menos ca-lor”. Preferem a península às ilhas, não só porque o tempo urge, mas também porque é do movimento e dos monumentos que gostam. É uma viagem pequena e embora não seja a sua cidade preferida, o factor proximidade é mais forte

que todos os outros. “Adoramos Macau e realmente podia ter mais coisas, mas mesmo assim está bom para vir dar um passeio, até porque é perto de Hong Kong”, dizem.

CosmétiCA de primeirAKwan Len, Ke Chon, passeavam frente à Igreja de S. Domingos e vêm de Zhuhai e Nanning. O objectivo, confessam, passa pela compra de produtos de beleza e cosméticos, que consideram ser de melhor qualidade do que a ofere-cida nas suas províncias-natal. De entre o grupo das quatro amigas, apenas uma delas pisa o território pela primeira vez. A impressão inaugural, diz, foi positiva. No entanto, Ke queixou-se pelo facto dos autocarros estarem demasiado cheios. O ar, na sua opinião, é vastamente limpo e a zona do Leal Senado é a mais animada de toda a região. Joane e Amy trabalham como maquilhadoras e, tal como Ke, também Amy esteve cá na passada quinta feira pela primeira vez. A principal razão da visita foi o gosto pela gastronomia que se avi-zinhava “diversificada”, mas afinal não era assim tanto. No entanto, deixaram-se encantar pelos pastéis de nata, pregos e carnes doces. Além disso estavam as compras de cosméticos coreanos. Ambas chegaram pelo posto fronteiriço da Flor de Lótus e apanharam um táxi, tal como tantos outros, directo para o Leal Senado. Questionadas sobre as expectativas de turismo, Amy queixou-se da falta de diferentes comidas e Joane reclamou do facto dos pregos actualmente serem de pior qualidade. A cultura, essa, “está muito limitada ao espaço do centro”, sublinham. No entanto, a visita está feita e muitas mais

“Acho a cidade muito bonita e é a quarta vez que cá estamos, tendo a primeira vez sido em 2006, porque adoramos a cidade”Chandi natural do sri lanka

virão, uma vez que os produtos desejados sempre estarão nas lojas do costume.

Um pouco mais atrás, junto à intersecção que dá para a Praia Grande está o indiano Rajiv com oito familiares. O cidadão, que se encontra na casa dos 50, veio a Macau pelo “encanto do Jogo e dos casinos”, mas lamenta que a cidade não seja adequada para uma viagem em família, com duas crianças pela mão. “É um local relaxante, mas divertido ao mesmo tempo, porque embora não haja grande coisa turística para ver, gostámos da parte dos casinos”. Rajiv vive em Hong Kong e Macau não é cidade posta de lado num futuro próximo. “Talvez da próxi-ma venha sem os miúdos, porque as deslocações são mais fáceis” desabafou o turista, que passeia num grupo de mais oito indianos.

se não podes pArá-los,juntA-te A elesPelo Senado, em jeito de marcha militar, surge um grupo de excur-sionistas coreanos, também eles em Macau por apenas um dia. A tour, organizada por uma empresa internacional, vendeu aos 20 e poucos turistas um pacote de três dias de visita a Shenzhen, Hong Kong e Macau, mas tudo acon-tece a grande velocidade. O HM esteve à conversa com o guia do grupo enquanto este passeava os turistas. Responsável pelas visitas na península, o cidadão – também ele coreano e que preferiu não ser identificado – explica que a visita dura apenas um dia e passa pelo Leal Senado, Ruínas de S. Paulo, Venetian e outros casinos que tal. O entrevistado escusou-se a definir preços, referindo apenas que cada turista paga uma certa quantia, dependendo das condições e vontades pretendidas. Em jeito de desabafo, lamentou ainda o facto de no território ter de esperar mais de um ano para obter um licença profissional.

As visitas resumem-se assim a uma série de fotografias que têm como cenário as Ruínas de S. Paulo, a fonte do Senado, a Igreja de S. Domingos e as lojas de bola-chas. Amanhã é outro dia e quem cá esteve hoje já não cá estará, pelo que o turismo local se verifica variado, disperso e concentrado ao mesmo tempo. No fundo, todos levam uma mesma recordação de Macau, não fossem zonas antigas como a Barra e o Porto Interior estarem simplesmente esquecidas no tempo e o seu uso reservado aos habitantes, que são pescadores e comerciantes, lojistas e donos de restaurantes. Os templos lá vão sendo alimentados pelos seus pro-tectores, que se lembram sempre de acender as espirais de incenso que decoram os pagodes e centros religiosos.

leonor sá machado (Com Flora Fong)[email protected]

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4 hoje macau segunda-feira 1.6.2015política

Parque da Taipa Chui Sai On prometemelhorias na DSSOPT Chui Sai On prometeu melhorias na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), depois de questionado pela comunicação social sobre o mais recente relatório do Comissariado de Auditoria, onde o serviço governamental responsável é criticado por não supervisionar as empresas que fiscalizam as obras públicas no cumprimento das obrigações contratuais. O Chefe do Executivo disse, citado em comunicado, “que o serviço competente irá melhorar tendo em conta as opiniões emitidas neste mesmo relatório” e realçou ainda que “é importante os serviços governamentais realizarem uma análise do trabalho executado assim como a recolha de experiências e uma visão sobre projectos futuros, de forma a rever e optimizar, de acordo com a lei, os regimes vigentes nas obras públicas”. A adjudicação de obras, supervisionamento das empresas e concursos e aquisição de materiais são os principais focos de melhoria.

SalárioS para Seduzir Questionado pela imprensa, Lei Chin Ion admitiu que, para atrair novos médicos do exterior, são necessárias condições diferentes na área da saúde de Macau. O director referia-se ao montante dos salários, que considera ser obrigatório aumentar. “Podemos ter um salário diferente para convidar esses [médicos] que são mesmo especialistas”, disse Lei Chin Ion. Assim, avança o director dos SS, o Governo está a estudar a melhor forma para conseguir criar um regime diferente para as novas contratações, esclarecendo que, por enquanto, os médicos estrangeiros já seleccionados vão estar subordinados ao regime de carreiras vigente, algo que não é negativo, como aponta. “Cheguei a falar com um médico que esteve a trabalhar um ano em Macau e ele disse-me que um médico lá do hospital [na China] depois de ter descontado todos os impostos, ganha por ano 600 mil reminbis. Hoje em dia em Macau, um médico do Governo ganha mais ou menos igual, em reminbis, não são patacas”, contou. “Das seis carreiras especiais, foram aprovadas na última revisão [do regime de carreiras] em 2010, já passaram cincos anos e estamos a ouvir opiniões para percebermos se é preciso ou não mais um estudo”, adiantou o director do SS.

“Mais de 65% dos profissionais de saúde concorda que a acreditação dependa da aprovação no exame e no estágio. Há apenas opiniões diversas nas áreas de enfermagem, da farmácia e de outras áreas de saúde”

Depois de ouvidas as opiniões de agentes da área da saúde, o Governo decidiu: é preciso fazer uma consulta pública. A recolha de opiniões está agendada para Setembro e terá a duração de um mês, algo que vem também atrasar o processo de elaboração da Lei do Erro Médico, que se tem mostradomais lenta do queo pretendido

Saúde REgimE DE ACREDiTAçãO vAi A COnSulTA PúbliCA

É preciso ouvir o povoc OntrArIAnDO a von-

tade dos membros do Conselho para os As-suntos Médicos, que se

mostraram contra a possibilidade de uma consulta pública para o Regime de Qualificação e Inscrição para o Exercício de Actividade dos Profissionais de Saúde, o Governo insiste: vai haver uma consulta pú-blica e é já em Setembro. A decisão surge pela boca do director do Ser-viços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, que na passada sexta-feira, depois da uma reunião com os membros do Conselho para os Assuntos Médicos à porta aberta, afirmou que depois do Governo analisar o relatório sobre as opiniões sobre a proposta de lei, é preciso ouvir a população.

“Precisamos de organizar uma consulta pública a curto prazo, por-que ainda não temos um consenso total”, afirmou o director.

A decisão não caiu bem entre os membros do Conselho Médico, que mostraram não concordar com a consulta pública, datada para Setembro e que irá durar um mês. “não é qualquer pessoa que pode avaliar a nossa profissão. Se vamos continuar a ouvir muitas opiniões, e a discutir, o nosso trabalho nunca mais acaba. Quanto a mim, acho que temos alcançado, mais ou menos, um consenso”, afirmou Mónica Cordeiro, membro do Conselho.

recorde-se que este regime legal há muito que tem vindo a ser discutido, estando até a proposta do erro médico pendente deste regime. Com a nova decisão de uma consulta pública o processo irá demorar mais e, para já, nem sequer existe uma calendarização por parte do Governo para os tra-balhos em causa.

“É verdade que ainda não temos um calendário agora, mas

queremos que tudo seja rápido”, remata Lei Chin Ion.

Durante a tarde, os membros do Conselho analisaram o relatório final da pesquisa de opiniões, do qual fizeram parte especialistas do sector privado (28%), dos SS (26%), do Hos-pital Kiang Wu (16%), entre outros.

O relatório mostra que 80% dos profissionais de saúde “concordam

com a criação do Conselho das Profissões da Área de Saúde” e também mostram o desejo “que o mecanismo de nomeação e com-posição do Conselho possa ser transparente e aberto”.

“Mais de 65% dos profissionais de saúde concorda que a acredi-tação dependa da aprovação no exame e no estágio. Há apenas opiniões diversas nas áreas de enfermagem, da farmácia e de outras áreas de saúde”, conclui o documento.

Mais de 50% dos inquiridos defenderam ainda que todos os profissionais da área que tenham as suas licenças suspensas ou canceladas, ou que por alguma razão estejam desvinculados ou aposentados, sejam “obrigados a realizar exame, estágio ou participar nas actividades de for-mação, consoante a situação, no sentido de reiniciar o exercício da profissão”.

Filipa Araú[email protected]

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5 políticahoje macau segunda-feira 1.6.2015

A proposta de alteração à Lei das Rela-ções do Trabalho que o Governo apre-sentou para negociação no Conselho Permanente de Concertação Social

(CPCS) coloca a hipótese de as mães poderem gozar até 14 dias de faltas justificadas não re-muneradas, já depois de cumprida a licença de maternidade, que se mantém nos 56 dias pagos em casa. De acordo com a Rádio Macau, ainda há que ouvir outras sugestões de ambas as partes.

Outra das sugestões do Executivo é, por exemplo, a criação da licença de paternidade, onde os trabalhadores que se tornam pais tenham direito a três a cinco dias úteis de faltas justifica-das. Estas são remuneradas para os que tiverem concluído o período experimental de trabalho.

Recorde-se que, actualmente, os homens que se tornem pais têm direito a dois dias de faltas justificadas não remuneradas.

Contudo, como avança a rádio, no final da reunião de sexta-feira onde foi apresentada a proposta, um dos representantes do sector laboral no CPCS, Lei Chan U, não estava satisfeito.

Dissonâncias“A lei tem muitos aspectos que merecem re-visão, mas não concordamos completamente com as sugestões do Governo. Para alguns pontos defendemos melhores condições, por exemplo, falamos na reunião sobre a licença de maternidade, a licença de paternidade e

também outros aspectos tais como o direito ao triplo salário, etc.”

Do lado dos patrões, Vong Kuok Seng dava a entender que a sugestão para a licença de paternidade é aceitável. “Nós não resistimos totalmente a essa ideia. Ainda não apresentá-mos a opinião dos empregadores mas teremos de responder em breve a essa sugestão de três a cinco dias para a licença de paternidade. Te-remos agora de recolher as opiniões entre os diferentes sectores do lado patronal.”

O Governo sugere ainda manter o salário triplo em feriados obrigatórios, sendo que o trabalhador que exerça funções pode, através de acordo, mudar a remuneração base adicional correspondente a um dia de férias remuneradas.

J OSé Pereira Coutinho quer que o Governo promova a amamentação entre a po-

pulação, especialmente “entre os jovens recém-casados”, como forma de quebrar o que apelida de “muitas barreiras quanto à aceitação geral do aleitamento materno”. Numa interpelação escrita entregue ao Governo, o deputado considera que a ausên-cia de legislação específica sobre a amamentação e o “deficit” de divulgação dos benefícios deri-vados do aleitamento materno não ajudam a quebrar esse tabu.

“Em Macau, são ainda ne-cessárias medidas legislativas e outras de natureza similar que protejam as mulheres grávidas e as mulheres que deram à luz prevenindo a exposição a riscos durante e após a gravidez, direito à uniformização da licença de maternidade devidamente re-munerada, direito aos intervalos suficientes para amamentação nos locais de trabalho e espaços públicos, protecção contra a discriminação e demissões ar-bitrárias e garantia de retorno a seu posto de trabalho no final da licença”, começa por identificar Pereira Coutinho.

O deputado explica que, desde o final dos anos 1980, as mães que sejam funcionárias públicas e que tiverem filhos têm direito a faltar ao serviço por um período de 90 dias de licença de maternidade remunerados, mas as do sector privado têm direito “apenas a 56 dias”. Algo que, para Pereira Coutinho, “é manifestamente injusto e discri-minatório”.

Turismo e CulturaMacau promete cooperação com Vietname

MACAU e o Vietname poderão a vir cooperar

na área do turismo e da cultura. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, teve um encontro com o vice--chefe do ‘The Steering Com-mittee of South West Region do Vietname’, Nguyen Phong Quang, o Secretário do Partido da província de Vinh Long, Tran Van Ron, e a vice-cônsul geral do Vietname em Macau e Hong Kong, Vu Chi Mai. O encontro serviu para trocar impressões sobre o reforço do intercâmbio e da cooperação entre Macau e o Vietname.

“As duas partes manifes-taram que, no futuro, irão fomentar um contacto mais estreito para promover a coope-ração e o desenvolvimento nas áreas da cultura e do turismo. Nguyen Phong Quang referiu que há 13 províncias e cidades sob a administração do ‘The Steering Committee of South West Region do Vietname’, estando estas empenhadas no desenvolvimento da economia, principalmente a agricultura, o comércio e o turismo”, pode ler-se num comunicado do Executivo, que acrescenta que “o mesmo responsável referiu que esta visita a Macau tem como objectivo estabelecer relações para que possa existir um aumento da cooperação”.

O Secretário asseverou ainda que existe espaço para a cooperação cultural entre ambas as regiões, como por exemplo no âmbito da dança do dragão, onde o Vietname possui uma larga tradição.

Nguyen Phong Quang explicou que nas áreas sob jurisdição do ‘The Steering Committee of South West Re-gion’, “há recursos ecológicos e turísticos muito ricos”. No local vai realizar-se em breve uma “Semana Turística Ver-de”, sendo que Nguyen Phong Quang convidou o Governo e os operadores do sector turístico local a participar.

Saúde Regime de AcReditAção vAi A consultA públicA

É preciso ouvir o povo

O Governo entregou aos deputados sugestões de alterações da Lei do Trabalho que indicam a possibilidade de as mães poderem ficar em casa mais dias além do estipulado sem remuneração. Também a licença de paternidade aumenta, mas não muito

Lei TrabaLho pRopostA com mAis diAs de mAteRnidAde sem RemuneRAção

Mais tempo, menos dinheiro

aMaMenTação Pereira CouTinho Pede LegiSLação eSPeCífiCa

Pelas mães e pelos bebésA mãe que seja funcionária

pública tem ainda direito a ser dispensada uma hora em cada dia de trabalho para aleitamento dos filhos até os mesmos perfazerem um ano de idade, relembra ainda o deputado, que aponta o dedo à actual legislação laboral, em revisão no Conselho Permanente de Concertação Social, e pede que esta seja uniformizada no que às licenças de maternidade e paternidade diz respeito.

o melhor leiteAlém disso, Pereira Coutinho que ver as entidades públicas a promover o aleitamento ma-terno.

“Constitui um dever das enti-dades públicas liderar o processo de divulgação e promoção geral na população dos benefícios do aleitamento materno, esclare-cendo a diferença entre leite humano e o leite adaptado e a informação de como e de que forma o leite materno protege as crianças. Também será ne-cessário estimular o interesse nos jovens de ambos os sexos para a relevância do aleitamento materno no actual mundo em mudança”, escreve o deputado.

Pereira Coutinho pede que desde o nascimento do bebé este seja um tema de abordagem obrigatória nas consultas com os pais e pergunta ao Executivo se este pretende fazê-lo. J.F.

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6 política hoje macau segunda-feira 1.6.2015

N uma interpelação escrita entregue ao Executivo, o de-putado eleito pela via directa aponta que o Governo de

macau tem vindo a proibir a importação de trabalhadores não residentes (TNR) para a profissão de condutores, mas diz que, na realidade, o sector possui um grande número desses trabalhado-res, sendo que a maior falha na área é o “abuso das licenças especiais de condução”.

“a emissão das licenças especiais tem como objectivo facilitar a entrada dos veículos que transportam produtos e passageiros do interior da China para macau. Normalmente essas licenças são emitidas por empresas de transportes nas fronteiras e não autorizam esses condutores a circularem no território. mas uma parte dos autocarros dos ca-sinos circulam com licenças especiais, os quais não têm o objectivo original de transportar passageiros nas fronteiras, circulando apenas no território. Isso em nada corresponde aos regulamentos das licenças especiais”, apontou au Kam San na sua interpelação.

Por resPonderO deputado adiantou que essa situação estará relacionada com a zona das Por-tas do Cerco do lado de Zhuhai, onde não existe qualquer gestão por parte das autoridades. assim, au Kam San considera que os autocarros dos casinos começam desse ponto a entrar no terri-tório, abusando das licenças especiais.

au Kam San questionou o Execu-tivo sobre o número de licenças espe-ciais actualmente existentes e quais as empresas que fornecem os documentos. O deputado exige que a situação seja coordenada juntamente com Pequim e que se possa considerar a ideia de transferir essa “zona problemática” da fronteira para macau, para ser gerida pelas autoridades locais, por forma a combater os actos ilegais.

Flora [email protected]

DSPA Normas de emissão de gases na aL ainda este ano Montanha Vale para jovens empresários arranca este mês

aS normas de emissão de gases de escape au-

tomóveis, da gasolina sem chumbo e do gasóleo de-vem chegar à aL ainda este ano, confirmou o director substituto dos Serviços de Protecção ambiental (DSPa), Vai Hoi Ieong. O dirigente falava no progra-ma macau Talk do canal chinês da Rádio macau, onde anunciou a conclusão da análise dos resultados da consulta pública sobre o tema. Tanto Vai como Ip Kuong Lam, o vice--director substituto, foram convidados do programa para debater este assunto.

O director substituto referiu que já concluiu o análise das consultas pú-blicas sobre a elaboração

de normas de emissão de gases de escape de veícu-los em circulação. assim, espera que este documento possa, juntamente com o das normas relativas à gasolina e gasóleo, entrar em processo legislativo ainda este ano. ao mes-mo tempo, Vai Hoi Ieong vai também apresentar a elaboração do planea-mento de subsídios para a eliminação de veículos altamente poluidores no entre os meses de No-vembro e Dezembro deste ano, aconselhando os proprietários dos carros e motociclos a alterar os seus meios de locomoção de forma activa.

No mesmo programa, alguns ouvintes mostra-

ram-se preocupados com a questão do controlo de emissão de fumos oleo-sos em estabelecimentos de restauração e bebidas. Hoi Ieong admitiu que de entre todas as queixas de poluição de ar recebidas pela DSPa, 40% delas dizem respeito a esta área, especialmente relaciona-dos com estabelecimentos em prédios com poucos andares. apesar de tudo, assegurou que está a tentar implementar a proposta final das Normas para controlo de emissão de fumos oleosos em estabe-lecimentos de restauração e bebidas e melhoramento do regime de regulação, devendo este ficar concluí-do para o ano. F.F.

É já este mês que começa a funcionar a mais recente

plataforma de fomento de negócios para jovens empre-sários na Ilha da montanha. Segundo um comunicado oficial, “a primeira fase de trabalho e a entrada em funcionamento” do Vale de Criação de Negócios para os Jovens de macau em Hengqin é já em Junho, tratando-se de um projecto “que poderá proporcionar às equipas de jovens empreendedores de macau e do interior da China lugares para trabalho, forma-ção e assistência de criação de negócios, consultadoria sobre angariação de fundos, entre outros serviços”.

De frisar que as obras de construção do projecto estão divididas em duas fa-

ses. as informações foram confirmadas à margem de uma visita oficial de jovens empresários à Ilha da mon-tanha e a Nansha, lideradas por Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, e que decorreu na passada quinta-feira.

Numa sessão de esclareci-mento, foram colocadas várias questões sobre o acesso ao in-vestimento no vale. Os jovens questionaram “a possibilidade de prorrogação do prazo de utilização dos escritórios sem pagamento de rendas, medidas quanto à emissão de vistos para a entrada e saída dos parceiros empresariais estran-geiros”, quais os “requisitos de residência para os quadros qualificados construídos no vale” ou ainda os “benefícios

fiscais a conceder às empresas de macau com investimentos em Hengqin”, entre outras questões.

O objectivo da referida vi-sita foi conhecer a situação do vale de criação de negócios para os jovens de macau na Ilha da montanha, bem como a oficina internacional de inovação de Nansha para os jovens de Guangdong, Hong Kong e macau. a comitiva era composta por cerca de 80 pessoas. Segundo o mesmo comunicado, Lionel Leong referiu que o Governo local “dá a maior atenção” aos jovens, no que diz respeito ao fomento ao emprego e negócios. O Secretário espera que “as diversas políticas e medidas promovidas possam facultar apoios efectivos”.

au Kam San critica o Executivo por tolerar que condutores com licenças especiais conduzam em macau de forma “ilegal”. O deputado exige maior cooperação com o Governo Central para resolver este problema

Condutores Tolerância ao abuso de licenças especiais criTicada

o shuttle do malPortugueses Nacionalidade estendida aos netos nascidos no estrangeiroa assembleia da república portuguesa votou favoravelmente as alterações à lei da nacionalidade, no sentido de ser estendida a nacionalidade portuguesa aos netos de portugueses nascidos no estrangeiro. de acordo com uma nota da secretaria de estado das comunidades portuguesas, esta é uma alteração legislativa “de enorme alcance político, que vai permitir estreitar os laços com muitos milhares de pessoas que se sentem tão portugueses como todos os que vivem” em portugal. anteriormente, pode ainda ler-se na nota, “por razões meramente formais, [estas pessoas] têm visto ser impedidos de aceder à nacionalidade portuguesa”. o secretário de estado das comunidades portuguesas, José cesário, que esteve recentemente em Macau, diz estar satisfeito com a decisão do parlamento e assegura que esta “vai ao encontro da acção que desenvolveu ao longo dos últimos, quer como deputado, quer como membro do Governo de forma a fazer justiça a um tão grande grupo de cidadãos com origem portuguesa”.

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7sociedadehoje macau segunda-feira 1.6.2015

Condutores Tolerância ao abuso de licenças especiais criTicada

o shuttle do malExportações aumentammais de 10%de Janeiro a Abril

As exportações de Macau aumentaram 10,7% nos

quatro primeiros meses deste ano, mas o défice da balança comercial agravou-se, atin-gindo 25,45 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais divulgados sexta-feira.

segundo a Direcção dos serviços de Estatística e Censos (DsEC), as exportações atingi-ram 3,65 mil milhões de patacas – mais 10,7% –, contra impor-tações avaliadas em 29,10 mil milhões de patacas, mais 1,2% face ao primeiro trimestre do ano passado. Por conseguinte, o défice da balança comercial atingiu as 25,45 mil milhões de patacas no final de Abril, mês em que se verificou um aumen-to de 15,2% nas exportações, para 953 milhões de patacas, em comparação com o mesmo mês de 2014.

Já as importações dimi-nuíram 4,3% em Abril, para 6,88 mil milhões de patacas, com os valores importados de joalharia em ouro e relógios de pulso a diminuírem 41,7% e 8,6%, respectivamente. Em termos do destino das expor-tações relativas aos primeiros quatro meses do ano, Hong Kong surge no topo da tabela (2,30 mil milhões de patacas), seguido do interior da China (522 milhões de patacas), mercados que registaram aumentos de 12,2 e 25,1%, respectivamente. Em contra-partida, os valores exportados para os Estados Unidos (67 milhões de patacas) e União Europeia (83 milhões de pa-tacas) caíram 31,6 e 19,9%, em termos anuais, respecti-vamente, informa a DsEC.

O valor total do comércio externo de mercadorias cifrou--se em 32,76 mil milhões de patacas entre Janeiro e Abril, traduzindo uma subida anual de 2,1%, indica a DsEC.

“s E pensa que as econo-mias da Grécia ou da Ucrânia estão numa má situação, [saiba] que a

cidade chinesa do Jogo tem um pior desempenho do que esses países europeus algum dia tiveram.” O diagnóstico demolidor é da agência de notícias Bloomberg, que pega na queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 25% no primeiro trimestre do ano e diz que a Grécia demorou seis anos para chegar a esse núme-ro. A Bloomberg diz ainda que a campanha anti-corrupção adoptada na China trouxe uma quebra do sector do Jogo e, por consequência, uma maior volatilidade económica. Economistas locais não concordam.

“É perfeitamente ridícula [a análise], nem vale a pena comentar mais”, referiu ao HM o economista José Luís sales Marques. Também o economista José Pãosinho considera esta análise “perfeitamente idiota”.

“Eles estão a olhar para um número absoluto. Quando vêem 25% [de queda do PIB], estão a comparar com outros países, em que ao fim de quatro ou cinco anos há uma queda desse estilo. A lógica deles é que há uma crise que está instalada, mas esquecem-se que isto está a um nível excessivamente elevado do PIB e, portanto, se Ma-cau estivesse ao nível da Grécia, era preciso que não tivessem existido estes anos todos de crescimento económico. Classifico essa análise como desprovida de enquadramen-to”, disse ao HM.

A agência noticiosa Bloomberg comparou a economia local à da Grécia e Ucrânia e referiu que Macau está em pior posição, devido à quebra do Produto Interno Bruto na ordem dos 25%. Três economistas falam de uma análise “que não olha para a estrutura” da economia,que é “ridícula”e um “disparate”

PIB economisTas criTicam análise da bloomberg sobre quedas

não, nós não somos a Grécia

“Macau não tem desemprego, não tem dívida pública. A análise deles é feita com base num número sem nenhum tipo de enquadramento e isso dá disparate”José PãosInho economista

Para José Pãosinho, os outros nú-meros do desempenho económico de Macau explicam esse desfasamento. “Macau não tem desemprego, não tem dívida pública. A análise deles é feita com base num número sem nenhum tipo de enquadramento e isso dá disparate”, acrescentou.

Albano Martins, por sua vez, defende que “é uma análise que não olha para a estrutura económica” real. “se compararmos com a Gré-cia, nós não temos dívida pública, não há défice público. Somos uma economia pequenina e estamos

muito sujeitos a factores externos que podem atirar o PIB para baixo ou para cima. Tivemos o ano pas-sado, sete vezes, crescimentos do PIB superiores a 25%. Que eu saiba a Bloomberg não disse nessa altura que a nossa economia era das mais saudáveis do mundo”, apontou.

“A Bloomberg olha para os in-vestidores e preocupa-se com eles. Por isso traduz as preocupações dos investidores que são grandes, porque a quebra do PIB é grande. Mas não se preocupa com o resto e não tem conhecimento sobre a realidade de Macau. Não sabe que nesta econo-mia as coisas podem subir ou descer brutalmente”, referiu ainda.

Quebra de 20% no final do ano Albano Martins acredita que esta é uma situação passageira e que ter-minaremos o ano de 2015 com uma PIB fixado nos 20%. “A partir do terceiro e quarto trimestre a quebra

“É perfeitamente ridícula [a análise], nem vale a pena comentar mais”José Luís saLes Marques economista

vai ser menos acentuada. No final do ano acredito que o PIB não vai estar a cair a 25%, mas poderá cair entre 14,5% e 20%”, referiu.

“Para quem vive cá e conhece a economia de Macau, sabe perfeita-mente que uma pequena economia, quando está altamente dependente de um sector, pequenas mudanças podem atirar a economia para bai-xo. Caímos 25%, mas já crescemos 25% num trimestre. Não vejo qual seja o problema, é um problema de ajustamento. Não tem nada a ver com a Grécia, nem nada que se compare. Movemo-nos num quadro com-pletamente diferente, com factores económicos que não têm nada a ver, só que estamos dependentes do Jogo. Mais nada”, referiu o economista, que considera, no entanto, que o Governo deve estar alerta.

“São pequenas flutuações que acontecem numa economia e aí é que é importante dizer que se está altamente dependente e vulnerável do Jogo. Espero que o Governo tenha alguma lucidez face a isso, porque não me parece estar a ter lucidez quando continua a fixar o limite de 3% de crescimento [de mesas de Jogo] para uma economia que quer diversificada”, concluiu Albano Martins.

A Bloomberg termina a análise a olhar para a taxa de desemprego, que é de facto bastante diferente entre os dois territórios. se a Grécia - país em risco de sair da zona Euro, como vários analistas já apontaram - possui actualmente uma taxa de desemprego de cerca de 27% (dados referentes a Abril), Macau continua com um desemprego na ordem dos 1,7%, ou seja, uma situação de pleno emprego.

“Operadoras como a sands China estão a construir resorts diferenciados e hotéis para o mercado de massas. O tempo dirá se estão a apostar por baixo ou a fazer uma cada vez maior aposta segura”, conclui a agência.

andreia Sofia [email protected]

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8 sociedade hoje macau segunda-feira 1.6.2015

C hui Sai On assegura que Macau está preparado para responder a uma eventual epidemia devi-

do ao coronavírus. O anúncio do Chefe do Executivo é feito depois de Guangdong ter confirmado o primeiro caso da doença e dos Serviços de Saúde (SS) terem anunciado que algumas das pes-soas em contacto com o infectado estiveram em Macau.

“[É] o primeiro caso de in-fecção pelo novo tipo de coro-navírus (síndroma respiratória do Médio Oriente – Mers-Cov) importado da Coreia do Sul. Os SS reforçaram a inspecção sanitária nas fronteiras, emiti-ram um alerta aos profissionais

Criança com meningiteem “estado estável”Os Serviços de Saúde (SS) detectaram durante o fim-de-semana um caso de uma menina, de um mês de idade, com um caso de infecção por enterovírus EV71 que levou a “meningite”, estando neste momento “em estado estável”, já sem sinais de febre. A criança teve tratamento e diagnóstico no hospital Kiang Wu, onde ficou internada. A irmã mais velha, de três anos de idade, e que foi infectada com doença de mãos, pés e boca por infecção colectiva do mesmo vírus numa das turmas da creche da escola Hou Kong, também está recuperada. Segundo os SS, “a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo”, sendo que apenas “uma parte reduzida dos infectados pode sofrer complicações fatais”.

uM é “importante centro de formação de recursos humanos”, diz Chui

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, esteve

presente na cerimónia de graduação de alunos da uni-versidade de Macau (uM), tendo referido no seu discurso que a instituição é um impor-tante centro de formação de recursos humanos.

“A comunidade local está ciente de que, para elevar a competitividade e pro-mover o desenvolvimento diversificado, Macau tem de

apostar na educação. Face a esta realidade, é necessário definir o respectivo mecanis-mo de longo prazo e apostar no aperfeiçoamento siste-mático e gradual do sector da educação, em particular do ensino superior. Neste âmbito, a uM desempenha um papel muito importante e, por isso, o Governo irá continuar a apoiar a uM para elevar a instituição a um novo patamar”, referiu.

Apontando que o Go-verno local “atribui grande importância ao desenvolvi-mento do ensino superior local”, Chui Sai On acrescen-tou que a uM “vê-se, neste momento, numa fase crucial de desenvolvimento acele-rado, com diversos desafios no desenvolvimento de uma universidade de ponta, de nível mundial”. Para fazer face a estes desafios, diz Chui Sai On, é necessário “ter

um espírito empreendedor e inovador, não sendo aceitá-vel a atitude de ficar inerte e deixar ser ultrapassado pelo tempo”. Reconhecendo ple-namente os “êxitos atingidos pela uM”, o Governo diz acreditar que a universidade “irá responder activamente a problemas e desafios, decorrentes do processo de construção de uma universi-dade de referência mundial”, concluiu.

“Este coreano está a ser observado num localde isolamento e não manifestou nenhum sintoma. Permaneceu em Macau durante um curto período, pelo que também não existe um riscode disseminação durante a seu estadia”ComuniCado dos ss

Depois de um caso confirmado de coronavírus em Guangdong, o Chefe do Executivo veio a público assegurar que Macau está preparado para uma eventual epidemia. Cinco pessoas que estiveram em contacto com o infectado visitaram Macau, mas os SS dizem que não houve tempo para disseminação

saúde COrOnAVíruS AtACA Em HK E GuAnGdOnG

da Coreia até Hong Kongde saúde e apelaram a todos os cidadãos que tenham viajado no vôo OZ723 da Asiana Airli-nes de Aeroporto internacional de incheon de Seul, capital da Coreia do Sul para hong Kong, que entrem em contacto com o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Macau”, pode ler-se num comunicado dos SS.

O Chefe do Executivo com-pareceu numa conferência mar-cada de urgência sobre o caso, no fim-de-semana e, ao falar aos jornalistas, assegurou que Macau tem “recursos humanos e infra--estruturas para responder a uma eventual epidemia” e ainda que, em caso de necessidade, as autoridades vão seguir o protocolo adequado: isolamento, observação médica e acompanhamento dos pacientes.

Visita a Macau O homem infectado em Guang-dong é familiar de duas pessoas infectadas na Coreia do Sul e viajou para hong Kong, tendo entrado na cidade de huizhou pela fronteira de Shenzhen na semana passada. O homem acabou por ser internado numa área de isolamento hospitalar para tratamento.

Com ele, estiveram 29 pessoas dentro do mesmo avião, sendo que 18 estão em hong Kong em isola-mento. um passageiro do mesmo voo, também cidadão coreano, esteve algumas horas em Macau, mas regressou a hong Kong, e outros quatro indivíduos também estiveram no território, na tarde de 27 de Maio, tendo saído do Pac On,

na Taipa, à noite. Os SS dizem não haver motivo para alarme.

“O período de incubação é de dois dias e estes quatro cidadãos coreanos que contactaram com o caso confirmado estiveram em Macau apenas um dia. No caso de estarem infectados ainda não tinham manifestado sintomas na

estadia em Macau, por isso, pode ser excluída a possibilidade de risco de disseminação”, diz um co-municado, que se junta a um outro dos SS sobre o primeiro homem que esteve em Macau.

“Este coreano está a ser obser-vado num local de isolamento e não manifestou nenhum sintoma.

Permaneceu em Macau durante um curto período, pelo que também não existe um risco de dissemina-ção durante a seu estadia.”

ExaME positiVo para gripEAté às 23h00 do dia 30 de Maio, um residente local que regressou da Coreia do Sul recorreu ao Centro hospitalar Conde de São Januário por estar com febre, mas o teste laboratorial deu positivo para gripe h3N2 e não para esta doença.

Os SS emitiram ainda um alerta para todos os residentes que pretendam deslocar-se à Coreia do Sul. No país, já se confirmaram 13 casos da doença.

Entre os 29 indivíduos que tiveram contacto próximo com este homem, nenhum tem passaporte da RAEM ou de Portugal e também não têm na listagem de contactos em caso de emergência telefones de Macau.

Na sexta-feira, os SS começa-ram a aplicar uma nova medida nas fronteiras: além de medida de monitoramento, todos os visitantes provenientes da Coreia do Sul são obrigados a submeter-se à medição de temperatura corporal à saída do avião.

Até ao dia 25 de Maio, a Or-ganização Mundial de Saúde tinha registado, em todo o mundo, 1139 casos de infecção pelo coronavírus, dos quais resultaram 431 mortes. Os sintomas apresentados são de in-fecção respiratória, tais como, febre e tosse. Ainda são desconhecidas a origem e a via de transmissão deste vírus, sendo provável que o vírus esteja hospedado nos animais dos países onde ocorreram mais casos de infecção, como por exemplo, nos camelos. O vírus pode ser transmitido através de contacto próximo entre os seres humanos.

Joana [email protected]

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Simulacro no tabuleiro inferior da Ponte Sai Van

9 sociedadehoje macau segunda-feira 1.6.2015

PJ alerta para burlas telefónicas A Polícia Judiciária lançou um alerta à população para não se deixar enganar por uma alegada fraude efectuada por telefone que já terá lesado, pelo menos, 20 pessoas. De acordo com um porta-voz da corporação, a polícia já recebeu uma centena de queixas, sendo que em duas dezenas “houve a concretização da fraude”, disse à agência lusa. O esquema é praticado por telefone com os potenciais burlões a apresentarem-se como uma agência legal chinesa, procuradores ou funcionários de um posto dos correios. A polícia apela ao cuidado e pede que se comuniquem eventuais chamadas destas para a linha de emergência de queixas, salientando que na alegada fraude podem ser pedidas informações como dados de contas bancárias e senhas de acesso ou até mesmo um pedido de transferência bancária.

fiscal anti-tabaco agredido por fumador ilegal Um agente de fiscalização e controlo do tabagismo dos Serviços de Saúde (SS) foi agredido durante o exercício das suas funções, na zona compreendida entre o Parque Municipal Dr. Sun Yat-Sen e o terminal de autocarros das Portas do Cerco. O funcionário estava a trabalhar com um colega e um estagiário. “Durante o exercício da sua função, um dos agentes foi empurrado e agredido, tendo sido transportado para tratamento no hospital. O agente em apreço recorreu à ajuda da polícia e pediu para apurar a responsabilidade legal deste infractor”, pode ler-se num comunicado dos SS, que afirmam não poder deixar de “condenar de forma veemente os actos de agressão violenta”, sendo que “não toleram tão vil conduta”. “Qualquer pessoa que agrida um fiscal durante o exercício de função, infringe a legislação constante no Código Penal. A população local deve continuar a colaborar com os fiscais, porque este grupo merece respeito público”, pode ler-se.

urbanismo macauvive de “remendos”Carlos Couto lançou, no programa Rádio Macau Entrevista, críticas à falta de planeamento em Macau. Para o arquitecto, o território vive de “remendos”. “Não há planeamento, continua-se a reboque da iniciativa privada e do que os promotores querem fazer. O planeamento daqui são os remendos. Isso nota-se, sobretudo, nas infra-estruturas viárias. As deslocações em Macau estão terríveis. Nesse aspecto está tudo mal. É difícil haver orientação nessa matéria, se não houver planeamento”, nota Carlos Couto. O arquitecto relembra que, “para arranjar um autocarro, a maior parte das pessoas que trabalham [consigo] escolhem os dos casinos, que são mais fáceis de apanhar do que os públicos”. Para resolver os problemas, Carlos Couto considera que o Secretário Raimundo do Rosário é o homem certo na pasta dos Transportes e Obras Públicas: “Ninguém conseguiria fazer melhor do que ele está a tentar fazer”. À Rádio, Carlos Couto fala numa “imensidão de problemas”. “É preciso tempo para tomar conta daquilo. Penso que melhor do que ele não haverá ninguém.”

M ais de sete mil pes-soas foram vítimas de acidentes labo-rais no ano passado,

sendo que a taxa de sinistrali-dade por cada mil vítimas foi de 19,1%. as informações são da Direcção dos serviços para os assuntos Laborais (DsaL) e contam os casos que foram “participados” às autoridades em 2014.

No total, o ano passado conta-bilizou 7395 vítimas de acidentes de trabalho, onde a maioria – 98% - sofreu por incapacidade temporária de trabalho. Cerca de 24 pessoas sofreram incapacida-de permanente e 12 morreram. a DsaL diz que, das vítimas mortais, cinco “faleceram pro-vavelmente devido a razões de saúde individual”.

O número de acidentes de trabalho aumentou de 2013 para 2014 em 167 casos, ainda que se note uma ligeira diminuição no número de pessoas que sofreram incapacidade permanente de tra-balho (33 mais nove) e das que morreram (19, mais sete do que no ano passado).

apesar de os acidentes de trabalho serem comuns na construção civil, não é neste sector que se encontra a maioria das vítimas. as “actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais” contabilizam 40,5% dos casos, seguido do sector de alojamento e restaurantes, com 24%, e então a construção civil,

• As autoridades levaram a cabo um simulacro na Ponte Sai Van. A operação teve como objectivo testar e aperfeiçoar os planos de contingência, a capacidade de salvamento e a coordenação entre os serviços, no caso de haver incidentes no tabuleiro inferior da Ponte de Sai Van, durante a passagem de tufão. O caso simulou um acidente de viação em que dois veículos a circular na faixa de rodagem do sentido de Macau para Taipa, no tabuleiro inferior da Ponte de Sai Van, embateram, ficando um deles em chamas na parte dianteira, tendo o condutor ficado preso no carro. No local estiveram 13 viaturas de emergência e 48 bombeiros. A Empresa Gestora da Ponte de Sai Van e o Corpo de Polícia de Segurança Pública também enviaram trabalhadores. Os resultados estão agora a ser analisados pelas autoridades.

7395vítimas de acidentesde trabalho em 2014

Os dados de 2014 indicam uma ligeira descida no númerode pessoas que ficaram permanentemente incapacitadasde trabalhar e que morreram devido a acidentes de trabalho,mas mostra um aumento, face a 2013, nos acidentese naqueles que foram causados por negligência

Trabalho MAIS DE SETE MIl víTIMAS EM ACIDENTES

De pão e luto

com 16,6%. Pessoal de serviço, vendedores (29,3%), emprega-dos administrativos (23,0%) e “trabalhadores não qualificados” (20,3%) foram as profissões de maior risco.

VíTiMAS POr NEGliGêNCiA De acordo com os dados, a maio-ria das causas dos acidentes de trabalho diz respeito a quedas, quase ao nível dos “entalamen-tos” e dos “esforços excessivos ou movimentos falsos”.

Contudo, a DsaL admite que, entre as vítimas, 433 pessoas – ou 5,6% - sofreram acidentes de trabalho por negligência.

“a DsaL averiguou casos de acidentes de trabalho que envol-viam infracções, tendo aplicado a 226 indivíduos uma multa total de 736 400 patacas, envolvendo 433 vítimas”, pode ler-se nos

dados do organismo referentes a 2014. Os números mostram um aumento desde 2013, ano em que se registaram 309 destas situações e onde foram multadas 154 pessoas.

Todos os casos fatais origina-ram processos nos tribunais, um procedimento obrigatório para que seja confirmado se envolvem mes-mo acidentes de trabalho, “sendo que a DsaL procederá a eventuais correcções dos dados de acordo com os resultados das sentenças”.

De acordo com as informações fornecidas pelo Tribunal em 2014 relativas a nove casos de acidentes

de trabalho mortais, oito foram considerados acidentes de tra-balho, restando um que a DsaL não indica qual a sentença, uma vez que está em tribunal. Três dos casos já correspondiam a 2012 e outros três ao ano seguinte, sendo que ainda correram nos tribunais três situações de 2010, 2011 e do ano passado.

Relativamente a quatro casos de doença profissional – tendo um processo sido instruído já em 2008 e as restantes três em 2010, 2011 e 2012 - , a sentença confirma a doença profissional: um homem foi diagnosticado com surdez total, outro com hérnia discal cervical e lombar e dois com pneumoconiose, uma doença pulmonar que pode ser provocada por inalação de pós.

Joana [email protected]

gcs

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ChoRiRo • ungulani Ba Ka KhosaUngulani, munido de um saber histórico e etnográfico notável, parte para um relato emotivo e orgulhoso, elegia de um tempo feliz e formador da identidade moçambicana moderna. Os seus personagens, o rei Nhabezi, aliás Luís António Gregódio, os seus conselheiros, os seus guerreiros, as suas mulheres são personagens complexos e sensíveis que nos apaixonam, com o seu saber ancestral, no momento em que se entrechocam as fortes culturas nativas com o colonialismo mercantil que já desponta. Lá ao fundo, vemos passar Livingstone.

o livRo daS ReFeiçõeS em Família, Jamie oliveR’S Food Tube • Kerryann dunlopEstes são os primeiros títulos de uma coleção de livros de cozinha que aliam a beleza ao espírito prático inspirados nos incríveis cozinheiros, chefs e artesãos que colaboram no canal de Jamie Oliver «Food Tube», no You Tube. Aí podemos encontrar vídeos exclusivos todas as sema-nas, com dicas, truques e métodos que vão transformar a maneira como cozinhamos.

Ana Jacinto Nunes inaugura esta quarta-feira a exposição que pretende dar a conhecer os medos e preconceitosque habitam dentro de nós. Décadas depois de ter deixado Macau, onde viveu, a artista explica quais as suas influências e o processo da sua pintura

Pintura AnA JAcinto nunes expõe no Albergue scM

“Os bichos aqui são os nossos medos”

humanas e não só. Inventar é difícil porque, como a própria diz, “há tantos bichos, que vão sempre ficar parecidos com alguns”.

Mas se quer, por exemplo, enalte-cer a capacidade de audição, a artista desenha “um bicho com orelhas grandes ou um que salte muito para dar a entender que avança muito rápido na vida”. Uma coisa é certa:

Moda Candidaturas a subsídiosdo IC de Junho até Agosto

A BREM em Junho as can-didaturas ao Programa de

Subsídios à Criação de Amostras de Design de Moda do Instituto Cultural (IC). Cada candidato seleccionado poderá receber um subsídio no montante máximo de 160 mil patacas para a execução de amostras e de materiais promo-cionais, sendo que o organismo vai escolher oito beneficiários, indivi-duais ou em grupos. As inscrições estarão abertas do dia 9 de Junho ao dia 7 de Agosto de 2015.

Este programa procura encorajar o design de moda e a criatividade locais, incentivando os designers de moda a elaborarem um plano de marketing viável e adequado, permitindo-lhes envolverem-se em actividades comerciais ou exposi-ções de moda no interior da China e no estrangeiro, a fim de aumentar o prestígio e competitividade, bem como impulsionar o desenvolvimen-to da indústria do design de moda

de Macau. Os candidatos devem ser portadores de BIR e a selecção divide-se em duas fases: análise inicial e segunda análise. No âm-bito da análise inicial, os candidatos devem submeter desenhos de design de moda inéditos da sua autoria. O júri irá seleccionar um máximo de 15 candidaturas para a segunda análise com base em seis critérios: criatividade e originalidade, poten-cial de mercado, qualidade, efeitos visuais globais, viabilidade e grau de perfeição do plano de participação em exposições e desfiles da moda e do plano de marketing, bem como a racionalidade da previsão das despesas.

Os candidatos admitidos para a segunda análise receberão um subsídio para produzirem uma amostra com base nos esboços sub-metidos na análise inicial, a qual será exibida perante outro júri.

A Orquestra de Macau apresenta no dia 5 de Junho o concerto

‘Moz-art’, a ter lugar no pelas 20h00 horas, no Teatro Dom Pedro V. O evento surge em comemora-ção do 10.º aniversário da inscrição do património de Macau. Sob a batuta do director artístico e maes-tro principal, Lu Jia, a Orquestra interpreta ‘Concerto para Clarinete e Orquestra em Lá Maior’, K. 622’ e ‘Sinfonia N. °36 em Dó Maior, K. 425 Linz’ do compositor aus-tríaco. O concerto conta com a colaboração do clarinetista italiano Giampiero Sobrino.

“Será certamente um serão de diálogo musical a não perder com um dos maiores compositores de sempre. Mozart, representante da escola clássica de Viena, compôs concertos para inúmeros instru-mentos, incluindo 27 concertos para piano e cinco concertos para violino, para além do Concerto para Clarinete e Orquestra em Lá Maior, escrito no último ano da sua vida”, explica o Instituto Cultura, organizador, em comu-nicado. “Este Concerto revela a sensação calorosa caracterís-tica da música do compositor,

Orquestra de Macau interpreta Mozart

o processo é “muito divertido” para Ana Jacinto Nunes.

Foram os marsupiais que, durante as suas pesquisas, mais fascinaram a artista. “Os marsupiais são um produto natural daquilo que eu faço nos meus desenhos, porque não são mamíferos, são uma mistura de tudo, já existem, portanto não invento. O processo é quase como uma lenga--lenga, um [bicho] puxa o outro, que puxa o outro. Acho que já está tudo inventado, por isso a única coisa que podemos fazer de diferente, apesar de parecer um pouco piroso, é sermos nós mesmos, ter o mais de nós possível”, explica.

nós e os medosOs medos, tal como conta Ana Jacinto Nunes, fazem parte do ser humano e parte do mundo de cada um de nós. Medos que nunca irão desaparecer e ainda bem, como defende a artista.

“Todos os dias mexemos em medos, eles não se vão embora. Nós é que temos a ideia que se conseguirmos isto ou aquilo [ficamos] com a vida arrumada. Não, isso não acontece”

P ASSARAM 17 anos desde a última vez que Ana Jacinto Nunes pisou o chão de Macau. “Está tudo diferente”, começa

por partilhar com o HM. A artista recebeu-nos na galeria do Albergue SCM, local que abre na quarta-feira, pelas 18h30, as portas à sua exposição “Desta vez os bichos não dormem”.

“Na realidade este não é o nome original da mostra”, começa por explicar Ana Jacinto Nunes ao HM. “O nome é ‘Como pôr os bichos a dormir’, mas curiosamente levou a uma interpretação errada de algumas pessoas, achando que esta exposição fazia referência à eutanásia de bichos, ou seja, matar bichos”.

Uma ideia, afirma, completa-mente diferente do que é a base da exposição em causa. “Os bichos aqui são os nossos medos, podem ser os nossos sustos, os preconceitos, os nossos eus todos”, clarifica.

A mostra – que será exibida até dia 26 de Junho - é composta maioritariamente por bichos, ou as suas partes, que resultam de uma pesquisa pela artista na internet. “Os bichos, nesta exposição, são quase todos feitos com pedaços de outros bichos. Também tenho pessoas, não só bichos”, explica, indicando que “às vezes para explicar uma pessoa, em vez de a desenhar e depois ficar preocupada se o cabelo está bem, se o nariz está como deve estar, se está bonita ou não, é mais simples desenhar um coelhinho e atribuir--lhe características humanas”. Por exemplo, se a pessoa em causa tiver um aspecto bisbilhoteiro, Ana Jacinto Nunes desenha no animal “um nariz maior”.

Olhos esbugalhados, caudas de ratos, orelhas grandes, entre muitas outras coisas, permitem um mundo de imaginação em que o bicho é a base. Ana Jacinto Nunes brinca assim entre riscos e pinceladas com bichos carregados de características

bem como o poder expressivo da escala de tons do clarinete, sendo, sem dúvida, uma das suas maiores obras.”

Os bilhetes custam entre as 80 e as 180 patacas e estão à venda na bilheteira online de Macau.

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11 eventoshoje macau segunda-feira 1.6.2015

Ana Jacinto Nunes inaugura esta quarta-feira a exposição que pretende dar a conhecer os medos e preconceitosque habitam dentro de nós. Décadas depois de ter deixado Macau, onde viveu, a artista explica quais as suas influências e o processo da sua pintura

Pintura AnA JAcinto nunes expõe no Albergue scM

“Os bichos aqui são os nossos medos”

“Todos os dias mexemos em medos, eles não se vão embora. Nós é que temos a ideia que se con-seguirmos isto ou aquilo [ficamos] com a vida arrumada. Não, isso não

acontece. E se acontecesse era uma grande maçada, uma grande chatice. Esta é a parte da riqueza. O dia em que ficarmos satisfeitos com o que for se calhar deixamos de procurar, deixamos de experimentar”.

Em termos práticos, exemplifica a artista, o ser humano deve expe-rimentar e procurar. “Por exemplo, uma pessoa que não gosta da comida porque já sabe que não vai gostar, pelo aspecto, não se vai deixar expe-rimentar uma coisa nova. É menos uma coisa que sabe de diferente na vida”, brinca.

Painéis de exPeriência Esta mostra, conta Ana Jacinto Nunes, tem particularidades que a tornam diferente. Os grandes painéis de tecido são uma dessas caracte-rísticas. “Nos Estados Unidos tive a possibilidade de aprender novas técnicas e experimentar, experimen-tar muito”, partilha.

O tamanho dos painéis é por isso uma das características da exposição que é composta por 30 peças, de papéis e tecidos.

Ser mãe de gémeos trouxe-lhe inspiração para os seus desenhos, mas cada vivência e cada lugar por

que passou trouxe-lhe traços daquilo que é hoje o seu trabalho. Esteve em Macau um ano, uma experiência que se nota na sua obra.

“Macau marcou-me muito, foi um ano muito intenso, não sei bem onde é que Macau se encaixa, em que lugar está no meu trabalho, mas está. As chávenas [que surgem nos desenhos] são exemplo disso”, conta.

Do Canadá e dos EUA traz boas recordações do método de trabalho. “Trabalha-se muito bem [nesses países], está tudo feito para produzir. É muito bom. As coisas são claras, há espaço, há condições”, marca.

Portugal e a dançaDe Portugal surgem os azulejos, mas é o tecido que ganha lugar nesta obra. “Há sempre um momento de quem vai para fora do seu país que fica cheio de saudades, isso acontece para qualquer lado que vá. Aconteceu-me aqui em Macau, no Canadá, nos EUA. (...) Nos EUA estava cheia de saudades de Portugal e surge sempre aquele sentimento, as lembranças, como por exemplo do Fado. Eu não ouço Fado, mas já tinha pintado azulejos e acho que eles se tornaram uma espécie de Fado visual”, conta.

O mais sincero gosto pelo dese-nho surge pelo papel, fibras e tecido.

“Macau marcou-me muito, foi um ano muito intenso, não sei bem onde é que Macau se encaixa, em que lugar está no meu trabalho, mas está”

Arte Contemporânea Mostra de ZhangDase no Centro UNESCO“um estado sem limite” é o nome da exposição mais recente de Zhang Dase, artista natural de pequim, que vai estar patente no centro unesco de Macau. A mostra, dedicada à arte contemporânea, inaugura amanhã, pelas 18h30, ficando patente até dia 5 de Junho. A exposição reúne mais de 30 obras seleccionadas do pintor, que se formou na Faculdade de belas-Artes da universidade normal da capital. Durante os últimos 14 anos, o artista efectuou mais de 30 visitas ao tibete “para se encontrar a si próprio, física e mentalmente e conseguir sentir a interligação entre a Arte e a Vida, valorizando a importância do próprio artista nas criações”, explica a organização. Além da exposição, no dia 3 de Junho haverá ainda lugar para uma palestra levada a cabo pelo próprio artista, com o tema “A Arte traz mais alegria”, que terá lugar pelas 18h00 na sala de exposição do centro unesco. A entrada é livre.

Algo, contudo, que o azulejo também lhe trouxe, ainda que, em termos práticos, não seja o melhor aliado.

“Demora imenso tempo a montar, porque tem que estar arrumado de forma organizada porque são coisas que ocupam muito espaço. Depois, o azulejo reflecte a luz e faz eco. Os sítios com azulejo não são confortá-veis”, conta.

O tecido ganhou então destaque como personagem principal. “Fiz uma exposição nos EUA e, apesar de ainda não ter painéis grandes, já tinha começado com esta técnica. Na altura disse que sentia que [os painéis de tecido] quase que absor-viam segredos. Como não reflectem o som, aceitam. É como se tudo o que se passasse à volta entrasse para as fibras, por ser macio, fofinho, algo que dá vontade de estar perto. [São] tecidos mais acolhedores”, explica.

O movimento da obra é resultado da ligação com o mundo da dança que Ana Jacinto Nunes tem. “A dança vem juntar-se muitas vezes aos desenhos. Comecei a dançar aos oito e a dança permite [ter] um bom conhecimento do corpo e de como as coisas funcionam e, claro, da expressividade que pode ter um movimento. Isto tornou-se muito importante quando fiz animação na Gulbenkian, em que para desenhar um bicho cansado, velho ou novo, o andar é diferente, a postura... Portanto, sinto de forma diferente o corpo, sei o que vai primeiro”, remata.

O Albergue SCM mantém duran-te este mês esta exposição, de entrada gratuita, que em nada pretende assustar ou intimidar quem a visita. Antes pelo contrário, pretende sim, fazer apaixonar, aceitando o nosso lado bom e o menos bom.

Filipa araú[email protected]

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A brIU ontem a exposi-ção “A situação actual dos pandas gigantes

da China – 4º relatório sobre a investigação dos pandas gigantes” no . Organizada pela Direcção Estatal das Flores-tas, pelo Instituto para os As-suntos Cívicos e Municipais (IACM) e pela Fundação dos Pandas Gigantes de Macau, a ideia da mostra é divulgar a preservação destes animais.

A exposição apresenta, pormenorizadamente, o nú-mero actual da população de pandas gigantes na China, a distribuição e qualidade dos seus “habitats”, os trabalhos de conservação levados a cabo nos últimos anos e eventuais expec-tativas. “A mostra pretende dar a conhecer, de forma global, aos visitantes os pandas gigantes da

Pandas ExPOsiçãO alErta Para a nEcEssidadE dE PrEsErvaçãO

Novo casal já cá mora

China e o seu estado de conser-vação”, refere a organização. “Esta exposição tem um signi-ficado especial para a Direcção Estatal das Florestas, porque a seguir a Pequim, Macau foi o primeiro local onde este evento foi organizado. O seu conteúdo científico enriquecedor reflecte plenamente a situação do panda gigante de todo o país, permitin-

do dar a conhecer aos cidadãos de Macau, de forma actualizada e mais ampla, as características que coloram este ser tão especial e por todos tão estimado.”

Visitas abertasE no Pavilhão dos Pandas Gigantes estão já os novos Kai Kai e Xin Xin, o casal de pandas que foi recentemente

oferecido pelo Governo Cen-tral. Concluído o período de quarentena, realizada na Granja do Óscar, os pandas gigantes foram transportados há poucos dias para o Pavilhão.

O novo casal pode receber visitas a partir de hoje. “Após a entrada no Pavilhão, Kai Kai ficou logo tranquilo e começou a saborear bambus distribuídos pelos tratadores. Xin Xin, mais cuidadosa, entrou na guarida com muita atenção e continuou a fazer as suas descobertas. Os tra-tadores e veterinários vão observar constantemente o estado de saúde deste casal”, diz a organização.

Até ao final do mês, as visitas vão ser distribuídas, de forma a não “causar stress” aos animais.

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12 china hoje macau segunda-feira 1.6.2015

pub

NOTIFICAÇÃO N.° 407/AI/2015

-----Atendendo a que não é possível proceder à respectiva notificação pessoal, pela presente notifique-se CHIU KWOK HOU (OU) KUOK HOU CHIU, proprietário da fracção autónoma situada na Rua Dois Bairro Iao Hon n.° 67, Edf. Kat Cheong, 1.° andar C (C143), que no dia 25.05.2015 caducaram as medidas provisórias que foram aplicadas à referida fracção na sequência do Auto de Notícia da DST n.° 144/DI-AI/2014, de 25.11.2014.---------------------------------------------Para mais informações, o ora notificado pode comparecer nas horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar.---------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Maio de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de IdentificaçãoAVISO

Assunto: Alteração do estado civil e dos dados de contacto

Nos termos da lei, por mudança do estado civil, os residentes de Macau devem actualizar essa informação na DSI no prazo de 60 dias.

Para além disso, deve ser procedida a actualização dos dados de contacto (ex: morada, telefone, etc), sempre que se verifique a alteração dessas informações.

Para pormenores, queira visitar o site da DSI: www.dsi.gov.mo ou ligar para a linha de informação: 28370777.

Executado professorque abusou de 26 criançasA China executou um antigo professor por sequestro e abuso sexual de 26 crianças, alunas da escola onde leccionava, revelou a imprensa oficial. Li Jishun, o professor, foi condenado por “sequestro e abuso sexual” de 26 raparigas com idades entre os quatro e os 11 anos, salienta a agência Xinhua. Os abusos tiveram lugar entre 2011 e 2012, quando Li Jishun era professor numa escola do ensino básico. Um tribunal de Tianshui, da província de Gansu, noroeste do país, sentenciou o professor à morte. Os casos de abuso sexual de menores na China aumentaram nos últimos anos com 7.145 casos entre 2012 e 2014.

Reconhecimento facial em caixas automáticas

Director de multinacional condenado por violação

LauRent Frank, antigo director--geral da Hanergy Holding

Group, uma multinacional do con-tinente do sector energético, foi condenado a oito anos de prisão por violação e assédio sexual de duas mulheres durante as suas visitas em Hong Kong, efectuadas há dois anos atrás. a notícia, avançada pelo South China Morning Post, revela que o empresário, de origem belga e de 36 anos de idade, terá usado as redes sociais “com o objectivo de even-tualmente conhecer (as vítimas) e ter relações sexuais com elas”. Laurent Frank, que foi destituído do cargo na Harnegy Holding Group assim que o caso foi tornado público, terá usado “a mínima força física” no acto de violação, sendo que a vítima não terá ficado com mazelas, escreveu o diário de Hong Kong. O empresário belga chegou a ser indiciado por crimes praticados a três vítimas, identificadas como W, X e Y, que terão ocorrido em hotéis da zona de Causeway Bay entre Maio e Outubro de 2013, depois do conhecimento ter sido travado on-line. Contudo, apenas duas mulheres originaram a acusação.

enGenHeiROS chineses desenvolveram a primeira

caixa automática de levanta-mento de dinheiro nacional com tecnologia de reconhecimento facial para identificar os utili-zadores de cartões bancários, anunciou ontem a agência oficial Xinhua.

O protótipo foi desenvolvi-mento pela universidade de tsin-

ghua, em Pequim, e a empresa de segurança para transacções fi-nanceiras Tzekwan Technology, com sede em Hangzhou, adianta.

Segundo o presidente da empresa de segurança, Gu Zikun, este avanço permitirá reduzir delitos cometidos atra-

vés das caixas automáticas. O mesmo responsável sublinhou que o levantamento de dinheiro bancário automático chinês sempre dependeu da tecnologia estrangeira e agora poderá ter um sistema exclusivamente na-cional, uma ideia que surge no

mesmo mês em que o governo iniciou a campanha “Made in China” [fabricado na China] para fomentar a inovação local.

empresas de alguns países como os estados unidos testaram caixas automáticas que usam o re-conhecimento digital e facial para identificar os seus utilizadores, embora ainda subsistam dúvidas quanto à sua viabilidade.

a China mobilizou re-centemente duas pe-ças de artilharia para uma das suas ilhas

artificias localizada a sul do Mar da China, disseram ontem fontes da defesa norte-americana. O armamento foi colocado numa área reivindicada pelo Vietname.

Os estados unidos têm acusa-do a China de estar a realizar um enorme projecto de construção de ilhas artificiais para fins militares.

as duas peças de artilharia foram colocadas numa ilha ar-tificial criada no arquipélago de Spratleys há cerca de um mês, disseram as mesmas fontes.

“Podemos confirmar que identificámos numa daquelas

O anúncio das acções chinesas no Mar do Sul da China partiu da defesa norte-americana. O Pentágono afirma que a construção de ilhas artificiais na região está a acontecer a um ritmo nuncaantes visto

PeqUim mObiLizA ArTiLhAriA PArA As sPrATLeys

Alta actividade

Os norte-americanos manifestaram já a sua preocupação com o que consideraram ser as “actividades desestabilizadoras” de Pequim nas ilhas, transmitindo as suas preocupações aos países da região, que temem um gigante golpe chinês

ilhas chinesas”, disse o porta-voz do Pentágono, coronel Steven Warren.

A todA A bridAno início do mês, os estados unidos já tinham afirmado que a China estava a aumentar a influência naquele arquipélago

através da construção de ilhas artificiais a um ritmo sem pre-cedentes.

as disputas de soberania nas ilhas Spratleys, estrategicamen-te localizado, opõem a China às Filipinas, ao Vietname, ao Brunei, à Malásia e a Taiwan. O mar do sul da China é uma

encruzilhada de rotas marítimas vitais para o comércio mundial e há possibilidade de ter reservas de hidrocarbonetos.

Os norte-americanos mani-festaram já a sua preocupação com o que consideraram ser as “actividades desestabilizadoras” de Pequim nas ilhas, transmitindo as suas preocupações aos países da região, que temem um gigante golpe chinês.

as tensões no sul do Mar da China vão dominar o Diálogo de Shangri-La, que teve início este fim-de-semana em Singapura, uma conferência sobre seguran-ça, que reúne até domingo os ministros da Defesa e Segurança da Ásia.

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13 chinahoje macau segunda-feira 1.6.2015

Destruídos 600 kg de marfim em cerimónia pública

A China destruiu sexta--feira 600 quilogramas

de marfim numa acção presenciada pela imprensa e diplomatas estrangeiros que pretende mudar a imagem do país como centro de comércio global de presas de elefantes.

O marfim, em parte já trabalhado, foi destruído por uma máquina nos arredores de Pequim.

O aumento da procura de marfim na Ásia tem provo-cado a subida da morte de elefantes africanos, acusam os grupos de protecção animal ao salientarem que as autoridades não conse-guem controlar as redes de contrabando internacional.

Especialistas acreditam que cerca de 70% do comér-cio ilegal do marfim é reali-zado na China onde alguns objectos trabalhados são um sinal de estatuto social.

Diplomatas dos Esta-dos Unidos, Reino Unido e vários países africanos assistiram à operação de des-truição onde Zhao Shucong, chefe da Administração das Florestas da China salientou que o país vai “controlar” de forma apertada o processa-mento e comércio do marfim

A acção de sexta-feira acontece depois de em 2014, as autoridades chine-sas terem destruído várias toneladas de marfim na cidade de Dongguan, sul do país.

Pequim Universidade de EstudosEstrangeiros quer ensinar 95 línguas

O avião movido a energia solar, “Solar impulse 2” descolou da China,

na madrugada de domingo em direcção ao Hawai, para a fase mais perigosa da viagem que realiza à volta do mundo.

Avião “SolAr impulSe 2” nA fASe mAiS perigoSA de viAgem

Um desafio históricoA Universidade de Estudos Estran-geiros de Pequim (Beiwai) ten-

ciona proporcionar até 2020 cursos nas 95 línguas faladas nos 175 países com os quais a China tem relações diplomáticas, anunciou sexta-feira o jornal China Daily.

Trata-se da maior escola chinesa de línguas estrangeiras, do árabe ao vietnamita, e tem também a mais antiga licenciatura em português do país, criada em 1961.

“Com a sua expansão económica e crescente papel global, a China necessita urgentemente de pessoas com capacidade nas línguas menos ensinadas”, disse o presidente da Beiwai, Peng Long, citado pelo China Daily.

A “necessidade” é sentida “em vários campos, incluindo segurança interna, negócios estrangeiros, co-

mércio internacional e intercâmbio cultural”, indicou o responsável.

Fundada em 1941, a Beiwai tem hoje cerca de 8.600 alunos, 120 dos quais inscritos na licenciatura em português.

Desde 2011, o número de línguas estrangeiras ensinadas na Beiwai su-biu de 48 para 67 e este ano chegará aos 70, diz o China Daily.

A oferta da universidade inclui nomeadamente as 24 línguas oficiais faladas na União Europeia e dez dos países da ASEAN (Associação das Nações do Sueste Asiático).

Até ao final da década de 1970, a Beiwai era a única universidade do continente chinês com uma licencia-tura em português; hoje, há cerca de vinte, ilustrando o desenvolvimento das relações económicas entre a Chi-na e os países de língua portuguesa.

Nesta etapa, o piloto suíço, André Borschberg, estará seis dias e noites consecutivos sozinho aos comandos para atravessar o oceano Pacífico, até aterrar no Havai.

O “Solar impulse 2” desco-lou às 02:40 locais de domingo da cidade de Nanquim, no leste da China, onde se encontrava desde 21 de Abril.

A partida foi adiada várias vezes devido a condições me-teorológicas adversas, nomea-damente na última terça-feira devido ao céu nublado sobre a cidade chinesa e o mar do Japão.

O “Solar Impulse 2” nunca voou sobre um oceano e apenas se manteve a voar no máximo

24 horas, pelo que esta travessia do Pacífico é um desafio tecno-lógico e um feito histórico da aviação.

André Borschberg, de 62 anos, terá que cumprir uma distância de 8.500 quilóme-tros, que fará com sonos de 20 minutos, estando o seu assento equipado com um sistema de higiene.

Todos os dias, o piloto vai enfrentar altitudes de cerca de 28.000 pés (8.400 metros) e 55 variações de temperatura, numa cabine não pressurizada, segun-do a agência noticiosa AFP.

Em caso de falha grave no voo, o suíço terá de ejectar-se de pára-quedas no oceano.

O rendimento médio anual entre os traba-lhadores do sector público chinês au-

mentou 9,4% em 2014, para 56.339 yuan (8.400 euros), cerca de 20.000 yuan (3.000 euros) mais do que no privado, referem dados oficiais.

Em ambos os casos, os ren-dimentos cresceram menos 0,7 pontos percentuais e menos 2,8% do que em 2103, mas o Ministério chinês dos Recursos Humanos e da Segurança garante, a meta de crescimento médio anual de 13% preconizada para o salário mínimo durante o 12.º plano quinquenal (2011-2015) deverá ser alcançada.

O salário mínimo na China, fixado pelos governos provinciais, varia de região para região.

Em 2013, o salário mínimo aumentou em média 17% em 27 regiões e nos dois anos anteriores, 25 regiões registaram aumentos superiores a 20%.

O salário mínimo mais elevado do país, no valor de 1.820 yuan (270 euros), é o de Xangai, considerada a “capital económica da China”.

Sede de um município com cer-ca de 23,5 milhões de habitantes, Xangai tem também o trabalho à hora mais bem pago do país: 17 yuan (2,5 euros).

Segunda maior economia mundial, a China é também o país mais populoso, com cerca de 1.350 milhões de habitantes, e uma população activa estimada em 900 milhões de pessoas.

Em 2014, o crescimento econó-mico chinês abrandou para 7,4%, o valor mais baixo dos últimos 24 anos, e a inflação situou-se nos 2%.

A economia privada e o nú-mero de milionários chineses multiplicaram-se ao longo das últimas duas décadas, mas o sector público continua a ser oficialmente considerado o dominante.

Rendimento médio anual no sectoR público sobe paRa 8.400 euRos

A melhor jorna de sempre

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ShitaoPropósitos Sobre a Pintura do Monge Abóbora Amarga

hoje macau segunda-feira 1.6.2015

1 - Poema do monge Chumo da dinastia tang. O «rio» designa o rio Qiantang que formava uma fronteira natural entre os antigos países de Wu e de Yue, na actual província de Zhejiang.

2 - É considerado um dos defeitos fundamentais da pintura. Guo ruoxu: «Há hesitação no movimento do pincel, de modo que a intenção mental e o

movimento da mão se contrariam mutuamente; o traçado das linhas é cheio de asperezas brutais e de ângulos pontiagudos.» O carácter minucioso e laborioso que dá à pintura um aspecto de «gravura» toma na poesia, pelo contrário, uma conotação elogiosa.

3 - Os três elementos são: tanto os três planos como as duas secções mais a sua

zona intermédia composta pelas nuvens.

4 - Wang Yu, no Hualun Congkan escreve: «No que respeita à composição, não sigais os carreiros batidos da moda, não caiais nas fórmulas repisadas; que o vosso coração se faça puro e vazio, sem mais estar maculado da mais mínima poeira mundana; montanhas e vales brotarão como expressão directa da vossa alma…»

Capítulo XDelimitações

As divisões, se elas se fizerem se-gundo o método dos três planos sucessivos, ou das duas secções, parecem que levam a paisagem à confusão; as únicas divisões que não são nefastas são aquelas tra-çadas pela Natureza ela própria, como aquelas a que faz alusão o poema: «O país de Wu termina na margem do Rio, sobre a outra margem erguem-se as numerosas montanhas de Yue1.» Se a cada paisagem nos pusermos numa espécie de arroteamento e de recorte em pedaços, o resultado não será vivo nem terá o mínimo valor, porque imediatamente o olho descobrirá a fabricação.

A divisão em três planos con-siste num plano recuado para o solo, um segundo plano para as árvores, e um terceiro plano para a montanha. Mas diante disto, como é que o espectador poderá sentir uma sensação de profundidade? Se se pintar de acordo com este método dos três planos, em que é que o resultado ainda se diferenciará de uma prancha gravada2?A divisão em duas secções consiste em situar a cena em baixo, a montanha no alto e, convencionalmente, acrescen-tam-se nuvens no centro para denunciar mais claramente a separação das duas secções.O que é preciso, de facto, é que os três elementos da com-

posição3 sejam todos atraves-sados de um mesmo sopro; não fiqueis atolados nessas convenções pedantes de três planos e duas secções; pelo contrário, atacai com impe-tuosidade de maneira que toda a força dos traços de pincel se possa manifestar; e quando verdadeiramente vos empenhardes numa sucessão de mil cimos e dez mil vales, o conjunto ficará sem a menor vulgaridade banal4.A partir do momento que os três elementos da composição são habitados pelo espírito, mesmo que existam aqui e ali algumas fraquezas de detalhe, estas em nada conseguirão pre-judicar o conjunto.

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15 artes, letras e ideias

Paulo Maia e CarMotradução e ilustração

hoje macau segunda-feira 1.6.2015

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16 desporto hoje macau segunda-feira 1.6.2015

A três jornadas do final da Liga de Elite 2015, o Benfica não quer voltar a derrapar e mantêm a

distância curta de um ponto sobre o mais directo adversário, o Ka I. Os comandados por Bruno Álvares levaram de vencida a formação dos Sub-23 por 4-0 e assinaram por baixo a despromoção da equipa da Associação de Futebol de Macau à 2.ª divisão.

Quem brilhou uma vez mais na equipa encarnada foi o avançado William, autor de mais dois golos – aos 17 e 72 minutos -, que o dei-xam isolado na lista dos melhores marcadores do campeonato. O brasileiro tem sido preponderante na manobra defensiva dos encarna-dos, mais ainda depois dos deslizes ante o Ka I e Lai Chi, que custaram momentaneamente a perda da primeira posição do campeonato.

O Benfica continua a depender de si próprio para renovar o título de campeão da RAEM. Neste mo-mento, e com três jornadas para o final, o calendário acaba por sorrir mais ao Ka I do que às águias, pois estes terão de enfrentar o Chao Pak Kei na penúltima jornada (Polícia e Chuac Lun nos outros dois jogos). O Ka I jogará apenas com equipas, teoricamente, mais fracas (Casa de Portugal, Sub-23 e Polícia). Apenas um ponto distancia as duas equipas na frente do campeonato e tudo pode acontecer até final.

Ka I com sorteEste fim-de-semana, a equipa de Josecler Filho acabou, com alguma sorte, por vencer o terceiro classifi-cado Monte Carlo, por 1-0, em jogo cujo resultado mais justo deveria ter sido o empate.

Sem grandes motivos de inte-resse, o jogo de maior destaque

Liga de eLite Benfica e Ka i lutam até final pelo título. SuB-23 deSpromovidoS

Uns acreditam, outros choramNuma jornada em que o Benfica continua na sua senda rumo à conquista de novo título, o Ka I também venceu, com estrelinha, o Monte Carlo e mantém-se na perseguição às águias. Tristeza para as bandas da Associação de Futebol de Macau:os Sub-23 carimbaram a descida de divisão

CLASSIFICAÇÃOlIga de elIte 2015

J V e d gm-gs P

1. Benfica 15 12 2 1 59-9 38

2. Ka I 15 12 1 2 56-13 37

3. monte carlo 15 9 2 4 29-10 29

4. chao Pak Kei 15 9 2 4 44-22 29

5. sporting 15 8 4 3 34-19 28

6. lai chi 15 4 4 7 23-34 16

7. Polícia 15 3 3 9 15-32 12

8. casa de Portugal 15 3 3 9 19-54 12

9. chuac lun 15 3 2 10 15-62 11

10. sub-23 15 0 1 14 8-47 1

RESULTADOS15.ª Jornada

Benfica 4 – sub-23 0

sporting 2 – lai chi 0

chuac lun 0 – casa de Portugal 0

Ka I 1 – monte carlo 0

Policia 0 – chao Pak Kei 6

CALEnDáRIO DO TíTULO(três últImas Jornadas)

CALEnDáRIO DA pERmAnênCIA(três últImas Jornadas)

BenfIca Joga contra:

Polícia

chao Pak Kei

chuac lun

Ka I Joga contra:

casa de Portugal

sub-23

Polícia

laI chI Joga contra:

chao Pak Keimonte carlocasa de Portugal

chuac lun Joga contra:

sub-23PolíciaBenfica

casa de Portugal Joga contra:

Ka Isportinglai chi

PolícIa Joga contra:

Benficachuac lunKa I

da 15.ª jornada mostrou ao pouco público presente no Estádio da Taipa pouco futebol. As equipas mostraram-se encaixadas, sem grande vontade de exercerem uma sobre a outra ascendente e o futebol acabou mastigado a meio-campo.

Apenas na segunda metade do encontro foi possível ver o Monte Carlo em algumas manobras de ataque que, ainda assim, não foram reveladoras de grande perigo junto

da baliza do brasileiro Batista. Da parte dos pupilos de Josecler pouco ou nada se viu.

Por isso, não foi estranho que o nulo no marcador tivesse perdu-rado para lá do tempo normal de jogo e, apenas nos minutos extras, o médio do Ka I Bruno Martinho, através de um livre directo, levou a bola à baliza dos canarinhos, altura em que o guarda-redes do Monte Carlo Ho Man Fai, azarado, deitou tudo a perder para a sua equipa e ofereceu, de bandeja, a vitória ao adversário, sem que este tenha feito algo para o merecer.

Ka I permanece, com esta sofri-da vitória, a um ponto do Benfica de Macau e com grandes possibili-dades de poder ser campeão. Monte Carlo diz adeus ao título e tem à perna Chao Pak Kei e Sporting que venceram, respectivamente os seus jogos, contra Polícia e Lai Chi.

sPortIng sofreu Para VencerNum jogo teoricamente fácil para os leões do território, a vitória por 2-0 ante um aguerrido Lai Chi só chegou nos últimos minutos do encontro em golos marcados por Edgar Silva, aos 85 minutos, e por Bruno Brito, aos 87. O Lai Chi nun-ca baixou os braços aos longo do jogo e o Sporting, mesmo estando na mó de cima, não chegava com perigo junto da baliza adversária.

O Chao Pak Kei, adversário directo de leões e canarinhos na luta pelo terceiro lugar do campeo-nato goleou a equipa do Corpo de Polícia de Segurança Pública por expressivos 6-0. Com três golos marcados em cada uma das partes,

o CPK, comandado no campo pelos brasileiros Diego Patriota e Bruno Figueiredo, não teve qualquer tipo de dificuldade de levar de vencida a equipa contrária, sempre a jogar de forma viril e com pouco futebol nos pés. Ainda na primeira parte a equipa das forças de segurança de viram privadas de Chan Chi Ieng, expulso com vermelho directo aos 40 minutos.

Com esta importante vitória, o Chao Pak Kei cola-se ao Monte Carlo no terceiro posto com vantagem para os canarinhos por terem vencido na primeira volta por 2-1. O Sporting está a um ponto na quinta posição.

luta aguerrIda no fIm da taBelaNa luta pela permanência, e com os Sub-23 despromovidos, vamos ter quatro equipas para apenas um lugar. Actualmente, essa posição é ocupada pelo Chuac Lun, mas Casa de Portugal, Polícia e Lai Chi também podem sofrer um dissabor se não conseguirem pontuar nas próximas três jornadas. Nos jogos que faltam às quatro equipas o Chuac Lun é o que tem o calendário mais acessível, jogando com Sub-23, Polícia e Benfica. Já a Casa de Portugal terá de esgrimir forças com Ka I, Sporting e Lai Chi. Lai Chi joga contra Chao Pak Kei, Monte Carlo e Casa de Portugal, jogos também eles complicados, e a Polícia terá de enfrentar o Benfica, Chuac Lun e Ka I.

gonçalo lobo [email protected]

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17hoje macau segunda-feira 1.6.2015 (F)utilidadestempo aguaceiros ocasionais min 27 max 32 hum 70-90% • euro 8.77 baht 0.23 yuan 1.28

João Corvofonte da inveja

Aconteceu Hoje 1 de Junho

Destruição de osaka• A 1 de Junho de 1945, Osaka é destruída pelos Aliados. Estávamos na Segunda Guerra Mundial e o dia marca o segundo ataque ao Japão. Osaka era o alvo preferido dos Aliados. A 14 de Março desse ano, 2240 toneladas de bombas caíram sobre a cidade japonesa. No primeiro de Junho, mais 6110 toneladas de explosivos foram dirigidos a Osaka. O local ficou em chamas e todas as indústrias ficaram destruídas. Os esforços dos japoneses, como diz a história, “foram completamente anulados”. O Japão sofreu uma enorme perda de vidas durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que a escalada de violência com os Estados Unidos culminou com as bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki. No entanto, antes do ataque atómico contra essas duas cidades, os principais centros urbanos do Japão foram sujeitos a uma extensa campanha de bombardeios estratégicos. Entre essas cidades, Osaka foi particularmente atingida, sofrendo com mais de dez mil mortes de civis nos meses de Março, Junho, Julho e Agosto de 1945. No primeiro ataque de 14 de Março um total de 274 B-29, aviões bombardeiros americanos, atacaram Osaka. Napalm e bombas de fragmentação incendiárias foram despejadas sob a população civil pelos bombardeiros e o caos reinou durante três horas e meia. Este único ataque deixou 3987 e mortos e 678 desaparecidos. O dia 1 de Junho foi o que eliminou de vez com o que ainda restava da cidade. Neste dia em 1533 é fundada a cidade de Cartagena das Índias, na actual Colômbia. Anos depois, em 1926, nasce Marilyn Monroe, actriz norte-americana. A 1 de Junho, mas em 1988, Reagan e Gorbachov confirmam em Moscovo o acordo EUA-URSS para a eliminação de mísseis de alcance intermediário. Em 2001, o príncipe herdeiro do Nepal, Dipendra, assassina os pais e vários membros da família real antes de cometer suicídio.Neste dia, festeja-se o Dia Mundial da Criança.

O que fazer esta semana? C i n e m aCineteatro

Sala 1tomorrowland [b]Filme de: Brad BirdCom: George Clooney, John Walker, Britt Robertson14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 2pitch perfect 2 [b]Filme de: Elizabeth BanksCom: Anna Kendrick, Skylar Astin, Rebel Wilson, Adam DeVine14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 3tdragon ball z: reSurrection “f” [b]FAlADO EM JApONêSlEGENDADO EM CHiNêS E iNGlêSFilme de: Tadayoshi Yamamuro14.30, 16.30, 21.30

Sala 3San andreaS [b]Filme de: Brad peytonCom: Dwayne Johnson, Kylie Minogue Carla Gugino19.30

SAN ANDREAS

U m d i s C o h o j e“tHe SuburbS”

(ArcADe Fire, 2010)

Foi há cinco anos que os arcade Fire rasgaram com os laços passados e inundaram o mundo com um dos melhores trabalhos: “The suburbs”. Um disco que trouxe uma nova dinâmica à banda e aos seus seguidores, um álbum que lhes trouxe muito mais admiradores e colocou o grupo num patamar onde nunca tinham estado. Considerado por alguns críticos como um trabalho “épico”, foi ainda comparado a um dos melhores álbuns dos Radiohead, “ok Computer”. “The suburbs” ainda é um recém-nascido na história da música, mas criou raízes e vai durar. as músicas são intemporais, seja perante o ouvinte de agora ou do de 2010. - Filipa Araújo

?HojeFilME “FiDEliO, AliCE’S JOURNEY” (lE FRENCH MAY)Galaxy Cinemas, 18h30bilhetes a 90 patacas

AmanhãFilME “SAiNT lAURENTE” (lE FRENCH MAY)Galaxy Cinemas, 20h40bilhetes a 90 patacas

ExpOSiçãO “UM ESTADO SEM liMiTE”, DE ZHANG DASECentro UNESCO, 18h30entrada livre

Quarta-feiraFilME “RENOiR” (lE FRENCH MAY)Galaxy Cinemas, 21h10bilhetes a 90 patacas

ExpOSiçãO “AGORA OS BiCHOS NãO DORMEM”, DE ANA JACiNTO NUNESAlbergue SCM, 18h30 (até 26/06)entrada livre

Diariamente ExpOSiçãO “AO RiSCO DA COR ClAUDE ViAllAT E FRANCK CHAlENDARD”Galeria do Tap Seac (até 9/08)entrada livre

ExpOSiçãO “3 BlACK SUiTS” (ATé 14/06)Fantasia 10, Calçada de São lázaro, 15h00entrada livre

ExpOSiçãO “WHO CARES” (ATé 28/07)Armazém do Boi, 16h00entrada livre

ExpOSiçãO “DE lORiENT AO ORiENTE CiDADES pORTUáRiAS DA CHiNA E FRANçA NA ROTA MARÍTiMA DA SEDA” Museu de Macau (até 30/08) entrada livre

ExpOSiçãO DE ARTES ViSUAiS DE MACAU (ATé 2/8)piNTURA E CAliGRAFiA CHiNESASEdifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00entrada livre

ExpOSiçãO “A ÚlTiMA FRONTEiRA:MiSTéRiOS DO OCEANO pROFUNDO” (ATé 31/05)Centro de Ciência de Macau

ExpOSiçãO “VAlQUÍRiA”, DE JOANA VASCONCElOS (ATé 31 DE OUTUBRO)MGM Macau, Grande praça entrada livre Uma ideia óbvia numa época pode soar monstruosa numa outra

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18 opinião hoje macau segunda-feira 1.6.2015

N o início do ano, durante uma reunião euro-asiática de investigadores de assuntos europeus em que participei, meses antes do anúncio da realização de eleições no Reino Unido, um professor britânico, com a bonomia de quem está a expressar uma opinião partilhada por

muitos dos seus concidadãos, atirou, para espanto de muitos dos que o escutavam, que a União Europeia (UE) era uma mera associação de comércio livre.

Qualquer um de nós reconhecerá que a UE é bastante mais do que um mecanismo que permite aos Estados-membros e aos seus cidadãos comercializar os seus produtos sem barreiras alfandegárias. Mas a realidade mostra agora que o Reino Unido parece estar apostado em reduzir a União a um mínimo denominador comum.

Com a pompa que a circunstância exige, a Rainha Isabel II anunciou na abertura da legislatura do novo Parlamento britânico que o seu governo irá renegociar a relação do Reino Unido com UE e, pelo caminho, procurar reformar a própria União. Em linha com este anúncio, David Cameron começou uma ronda negocial com os principais líderes europeus. Em dois dias manteve contactos com Hollande e Merkel, em Paris e Berlim, e encontrou-se com o primeiro-ministro da Holanda e da Polónia. o primeiro-ministro da Grã-Bretanha parece ter pressa. Pelo menos, quererá mostrar à opinião pública do seu país que as condições para a realização de um referendo sobre a continuidade do Reino Unido na UE estão a ser reunidas.

A posição de Cameron, depois da vitória dos conservadores nas eleições que arruma-ram com uma coligação de conveniência – haverá ainda alianças de convicção, baseadas em princípios e valores? –, é inequívoca: quer forçar a UE a aceitar um novo estatuto para o Reino Unido no interior da União, sob a ameaça da realização de um referendo, um acto de consequências sempre imprevisíveis. A imprevisibilidade do resultado da consulta popular condiciona as negociações e permite à Grã-Bretanha explorar ao máximo o que pretende atingir no seu novo estatuto na UE.

Embora, como é natural, pouco tenha transparecido sobre os encontros da última semana, a BBC, num exercício de perspec-tivação, analisou o discurso do primeiro--ministro nos últimos anos e sintetizou aquelas que devem ser as propostas do Reino Unido para a sua nova relação com a Euro-pa. Cameron quer, entre outras propostas, garantir que a Grã-Bretanha fica de fora de qualquer outro mecanismo de integração política; restringir o acesso ao mercado de trabalho britânico a outros cidadãos da UE; aumentar os poderes dos parlamentos nacionais para travar legislação comuni-tária; permitir a adesão de novos Estados, mas com limitações à circulação das suas populações no interior da União; evitar que

Dizia De Gaulle, em 1967, quando o Reino Unido viu pela segunda vez chumbada a sua pretensão de aderir, que a então CEE poderia estabelecer relações comerciais reforçadas com as ilhas do outro lado do Canal da Mancha, através de um acordo de associação ou de um qualquer outro mecanismo semelhante. Nada mais.

Rui [email protected]

De Gaulle em Downing Street

as medidas adoptadas no mercado único possam ser impostas aos Estados que estão fora do euro; deixar o mercado financeiro de Londres, a City, fora da alçada da legislação comunitária.

Uma revisão dos tratados que limite a circulação de pessoas no interior da UE é um verdadeiro ataque à essência do que é a União. A Grã-Bretanha (é preciso recor-dar?) não está no euro. Nunca esteve. Não é parte do acordo de Schengen; mantém os controlos de passaporte a todos aqueles que se apresentam nas suas fronteiras. Tem uma possibilidade prevista nos tratados, tal como a Dinamarca e a Irlanda, que lhe permite ficar de fora das iniciativas comunitárias relacionadas com refugiados e imigrantes, como se viu agora com a questão dos mi-grantes africanos.

Esta Grã-Bretanha, que é a segunda maior economia da Europa, atrás da alemã e à frente da francesa, nunca esteve na verdade muito dentro da UE. Só conseguiu aderir à terceira tentativa, devido à oposição firme que lhe foi feita pelo então Presidente da França. Charles De Gaulle não via nos britânicos uma vontade inequívoca de aderirem ao projecto comum europeu. Dizia De Gaulle, em 1967, quando o Reino Unido viu pela segunda vez chumbada a sua pretensão de aderir, que a então CEE poderia estabelecer relações comerciais reforçadas com as ilhas do outro lado do Canal da Mancha, através de um acordo de associação ou de um qual-quer outro mecanismo semelhante. Nada mais. Só depois de De Gaulle ter deixado o poder é que os britânicos foram admitidos ao mercado comum.

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Hoje em dia, as palavras de De Gaulle ganham contornos de presciência. Mas mais do que a relutância de a ‘conservadora’ Grã-Bretanha se unir com a Europa, desta discussão fica também um certo atestado de incompetência que é passado à UE. Particular-mente à sua incapacidade de gerir em comum as matérias de conteúdo mais político. Embora seja apontado como um caso de sucesso da integração económica e monetária, o euro é acima de tudo um produto de integração polí-tica, à qual aderiram 19 Estados-membros. E embora esteja a sobreviver relativamente bem à crise grega, o euro tem acentuado divergên-cias entre os diferentes Estados-membros da UE. A criação do cargo de Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança fez, de facto, avançar o projecto de construção política. Mas a dificuldade de os 28 Estados-membros alcan-çarem consensos em matérias tão complexas como a relação com a Rússia ou a resposta a dar à crise dos imigrantes do Mediterrâneo mostra como ineficaz é esta política comum de assuntos externos.

Se o apogeu da integração política da Europa já se deu e se a Europa se vai tornar ‘apenas’ na maior associação de comércio livre do mundo, muito dependerá da nego-ciação que se seguirá entre a UE e o governo de Sua Majestade.

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19 opiniãohoje macau segunda-feira 1.6.2015

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

N o dia 17 deste mês,, o website do “nytimes.com” publicou uma notícia relativa à Axact, uma companhia de desenvolvimento de software paquistanesa. Através da análise desse mesmo artigo, ficou-se a saber que a “Axact faz dezenas de milhões de dólares norte-americanos por

ano devido à venda de diplomas e certificados de ensino online, recorrendo ao uso de centenas de escolas fictícias como frentes credíveis e fidedignas para esta burla. Mas quando os seus clientes tentaram ligar para a sede desta com-panhia de modo a obter qualquer informação suplementar, repararam que, na realidade, os seus encarregados de vendas se encontravam colocados em Karachi, no Paquistão.

A Axact não mentiu quando se posicionou no mercado como uma fornecedora de software especializado, pois parte dos seus rendimentos eram obtidos desta forma. Mas, de acordo com o depoimento de alguns dos seus ex-funcionários assim como através da análise dos seus websites e outros registos, cedo se verificou que a maior parte dos seus lucros eram obtidos através da venda de certificados académicos forjados. Na verdade, esta companhia pegou numa burla clássica e transformou-a num negócio global, recorrendo para isso às tecnologias de informação e à internet.

Esta afirmação acarreta graves consequên-cias, pois uma escola fictícia não constitui um estabelecimento de ensino reconhecido. Assim, qualquer certificado por estes emitido seria obviamente falsificado. Em virtude da cobertura mediática que o caso recebeu, no dia 18 de Maio a Axact colocou um esclareci-mento no seu site, informando os seus clientes que “a história avançada pelo jornal ‘New York Times’ não tem fundamento nenhum, recorrendo a uma análise incompleta e subjec-tiva que visa manchar o bom nome da nossa companhia, usando para o efeito informações falsa e erradas suplementadas com factos francamente imaginados, que foram publicados sem que a companhia tivesse oportunidade de defender o seu ponto de vista. A ‘Axact’ não tem assim nenhuma outra alternativa a não ser avançar com uma acção judicial contra o autor desta notícia e a publicação que a divulgou”.

Claro está, estas acções constituem apenas o início do caso. Será que a “Axact” vai tomar mais alguma medida retaliatória contra o site do “nytimes”? Ainda é cedo para dizer, mas vamos continuar a estudar os contornos deste episódio.

Mais ou menos pela mesma altura, mais exactamente no dia 19 do mesmo mês, o site “hkej.com” publicou uma notícia semelhante, que voltava a abordar o tema dos alegados “for-necedores de diplomas”. Segundo a notícia, que havia sido primeiro divulgada no “news.21cn”,

macau v is to de hong kongDaviD Chan*[email protected] • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

*Conselheiro Jurídico da Associaçãode Promoção de Jazz de Macau

Fornecedores de diplomas

mais de 210 destes emissores de diplomas ha-viam recentemente sido encerrados na China, estando 83 deles localizados em Pequim, 15 em Xangai e os restantes espalhados por outras províncias. os nomes destes institutos, assim como os endereços utilizados para registar os seus websites, eram todos muito semelhantes aos nomes das mais famosas universidades da China. Se, por exemplo, o site da universidade famosa usar “xxxxx.edu.cn”, a companhia responsável pela emissão dos diplomas optaria em vez disso por usar “xxxxx.com”, “xxxxx.oip” ou “xxxxx.cn”. Além desta semelhança, o conteúdo destes diplomas forjados é copiado directamente dos diplomas emitidos por estas mesmas universidades, de modo a parecerem mais profissionais.

De acordo com o site “wikipedia”, estas “fornecedores de diplomas” são “instituições de ensino superior não reconhecidas oficialmente e que se especializam na oferta de certificados e diplomas académicos mediante o pagamento de uma quantia pré-determinada. Estes diplomas alegam ser eficazes para auxiliar o detentor na obtenção de um posto no mercado profissional,

mas não devem ser encarados como prove-nientes de um programa legítimo, do tipo que permite avaliar o grau de conhecimento do seu detentor numa determinada área. A expressão também pode ser usada com um significado pejorativo para descrever uma instituição académica certificada mas com menos rigor no processo de admissão, assim com uma menor taxa de colocação no mercado de trabalho para os alunos aí formados. Um indivíduo pode ou não estar ciente do facto de esta acreditação ser na realidade um documento forjado. Seja como for, a sua utilização num cerriculum vitae pode vir a originar uma acção judicial.”

Hoje em dia, qualquer instituição aca-démica, desde escolas a universidades, tem de ser reconhecida legalmente pelas auto-ridades competentes, que regra geral, têm sede própria. Em certos casos, esta entidade certificadora pode mesmo ser uma instituição estrangeira. Um exemplo disso é o Instituto Politécnico de Macau, que recebeu a sua acreditação pela mão da “Quality Assurance Agency for Higher Education” do British Institute de Inglaterra. Temos então uma instituição de ensino académico de Macau a receber as suas credenciais através de uma agência localizada em Inglaterra, e este tipo de casos acontece com cada vez mais frequência devido à crescente globalização de todos os sectores da sociedade.

Que tipo de formalidades estão então envolvidas neste processo de certificação? E como pode uma universidade como o IPM ser reconhecida por um simples instituto?

Primeiro, há que considerar a qualidade das instalações, passando depois a uma avaliação da capacidade de gestão assim como dos sistemas utlizados na operação da unidade em questão. Para facilitar este processo de acreditação, há quer criar um sistema que possibilite a quan-tificação de cada um destes parâmetros, aos quais será atribuída a respectiva pontuação. Isto permite que diferentes estabelecimentos possam ser comparados entre si ao mesmo

tempo que ajuda os alunos a seleccionar qual das escolas melhor se adapta às suas necessidades.

Este tipo de acreditação académica é igualmente efectuada pelos dirigentes de uma estabelecimento de ensino quando, por exem-plo decidem quantos créditos devem atribuir a cada uma das diferentes matérias oferecidas num determinado curso. Vamos imaginar, por exemplo, uma universidade que oferece um curso de gestão empresarial, composto por 48 disciplinas diferentes, em que a cadeira de Lei Empresarial vale um total máximo de 3 créditos. Isto quer na verdade dizer que, de modo a passar esta cadeira, um aluno teria de dedicar um mínimo de três horas por semana ao estudo deste assunto. Ao mesmo tempo, os três valores são indicativos do grau de dificuldade da cadeira em questão. Para além distto, as diferentes universidades têm de efectuar um estudo comparativo entre si, para que possam equiparar os créditos que dão a cada uma das disciplinas que ensinam. Assim, se o curso de Gestão Empresarial valer três créditos tanto na universidade A como na universidade B, isto significa que a dificuldade e o conteúdo do curso são basicamente iguais, tanto numa universidade como noutra.

Mesmo assim, uma universidade que não tenha passado pelo devido processo de acre-ditação continua a ser muito distinta de um destes fornecedores de diplomas. Podemos imaginar um sem número de razões pelas quais uma universidade tenha decidido não obter a certificação apropriada, mas para merecer este nome tem sempre que fornecer uma apropriada formação académica aos seus estudantes. Neste estabelecimento, espera-se que os alunos se dediquem nos estudos, de modo a passarem nos seus exames, tudo isto para que no fim sejam galardoados com o respectivo diploma. Mas numa operação dedicada exclusivamente ao fornecimento de diplomas, não só se ignora todo este processo de acreditação académica, como também não se oferece nenhum tipo de aulas aos seus membros. Aqui, a única preocupação é a obtenção de um certificado, o que acontece mediante o pagamento de uma determinada quantia. Assim sendo, que tipo de confiança oferecem estes estabelecimentos?

Fica assim estabelecido que uma universi-dade propriamente dita se encontra obrigada a enfrentar um processo rigoroso e complexo para que venha a obter a certificação apropriada, coisa que não se verifica quando falamos de “fornecedores de diplomas”. É assim óbvio que estabelecer uma universidade é muito mais complicado do que estabelecer uma simples operação comercial para a venda de certificados, sendo esta a razão que explica o grande número de operações dedicadas a este negócio um pouco por todo o mundo.

É assim óbvio que estabelecer uma universidade é muito mais complicado do que estabelecer uma simples operação comercial para a venda de certificados, sendo esta a razão que explica o grande número de operações dedicadas a este negócio um pouco por todo o mundo

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Habitação Preçomédio por metro quadrado cai 21,62%O preço médio do metro quadrado das casas transaccionadas em Macau desceu 21,62% em Abril em relação a igual mês do ano passado, indicam dados divulgados este fim-de-semana. Segundo os dados estatísticos disponíveis no portal dos Serviços de Finanças respeitantes às transacções de imóveis destinados a habitação que foram declaradas para liquidação do imposto de selo, o preço médio passou de 131.589 patacas, em Abril de 2014, para 103.128 no mês passado. A Taipa apresentou o preço médio mais elevado (139.080 patacas), seguida de Coloane (116.907 patacas), enquanto a Península de Macau registou o valor mais baixo (83.371 patacas). Em contrapartida, a Península de Macau liderou em número de transacções (434), que globalmente desceram 33,46% em relação a Abril do ano passado para 664. A crescer estiveram as transacções das casas na Taipa, que subiram de 99 para 168 frações, e em Coloane duplicaram de 31 para 62.

TNR do Parisian voltam à rua,com outrosdo Windsor Arch Mais duas centenas de trabalhadores não-residentes (TNR) voltaram a sair à rua e a marchar dos estaleiros do Parisian, no Cotai, até à porta do Gabinete de Ligação do Governo Central, em Macau. Entre eles estavam TNR do Windsor Arch, que se queixam da mesma coisa: não recebem subsídios de habitação, nem pagamentos de horas extraordinárias. Todos os homens são do continente e alguns deles teriam, de acordo com o que disseram à TDM, contrato apenas até ao final de Maio. Os trabalhadores entregaram uma queixa por escrito ao Gabinete de Ligação, a quem pede ajuda para resolver o problema. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) assegura que está a resolver o conflito e a Sands China, responsável pelo empreendimento Parisian lançou um comunicado onde se diz “muito preocupada” com a situação. A operadora explica que a responsabilidade dos pagamentos é das empresas de construção contratadas e sub-contratadas e assegura que estas compreendem o caso e vão “assegurar as compensações e os direitos dos trabalhadores”.

Assistentes sociaisCredenciação com regime este ano

O Instituto de Acção Social (IAS) prevê que o docu-

mento legislativo do Regime de Credenciação e Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social seja concluído entre Agosto e Dezembro deste ano. No entanto, a data ainda não corresponde a criação da carrei-ra especial da função pública.

Segundo o canal chinês de TDM, o chefe do Departamen-to de Estudos e Planeamento, Zhang Hongxi, referiu que o relatório da conclusão das con-sultas públicas deste regime está pronto para ser publicado este mês. Zhang acrescentou que já foi discutida, com os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), a questão dos diferentes regimes de assistentes sociais da Função Pública e de instituições sociais. O dirigente espera que a implementação deste regime ajude a resolver conflitos actualmente existentes entre os dois regimes.

“Muitos estatutos de ad-ministração e função públicas sobre a carreira profissional precisam de ser revistos e já referimos essa necessidade aos SAFP, pelo que espero que este possa ser incluído na agenda de revisão de leis o mais rápido possível, implementando uma carreira especial para resolver o problema”, disse à TDM. No entanto, o chefe confessou que como a criação da carreira especial de assistente social da função pública é da respon-sabilidade dos SAFP, mas o documento é elaborado pelo IAS, os dois assuntos podem não entrar em processo legislativo simultaneamente. F.F.

C HAN Tai Ip, vice-director do hospital Kiang Wu, reagiu, em declarações ao jornal Ou Mun, ao acórdão do Tribunal de Segunda Instância (TSI), que condena

dois médicos pela prática do crime de ofensa física por negligência por erro no diagnóstico. Para o vice-director, um caso de erro médico acontece quando os médicos “violam questões de saúde e higiene, regulamentos administrativos ou regras de diagnóstico, causando danos físicos aos pacien-tes”. “Obviamente que neste caso não aconteceu nenhum erro médico, porque o Conselho de Perícia Médica não confirmou claramente tratar-se de um erro médico, e referiu que a criança iria continuar a crescer de forma saudável”, acrescentou.

O caso remonta a 2002, quando uma criança de dois anos de idade foi levada para as urgências do Kiang Wu “com fortes dores na zona abdominal”, refere o acórdão do TSI. O pai da criança acabaria por optar pela alta hospitalar e por um tratamento em Hong Kong, onde foi tratada a uma intussuscepção intestinal. O Conselho de Perícia Médica, criado pelos Serviços de Saúde (SS) a pedido do Ministério Público (MP), apontou “falhas no diagnóstico”, não obstante o facto do “pessoal médico da pediatria do hospital Kiang Wu ter sido realmente cuidadoso”, lê-se no acórdão.

Ao Ou Mun, o vice-director do Kiang Wu referiu que “os sintomas da criança verificaram--se desde 19 de Outubro, mas que passados cinco dias os sintomas foram aliviados. A criança podia comer, beber e defecar e já não

tinha febre”. “Durante a estadia no hospital, os médicos cuidaram bem da criança, tendo sido diagnosticada uma gastroenterite, mas também não ignoraram outras possibilidades, como a intussuscepção intestinal. Mas como não foram verificados os sintomas mais comuns, acreditou--se que a criança não sofria deste problema”, acrescentou Chan Tai Ip.

Sob preSSãoChan Tai Ip referiu que “juízes e o pessoal médico têm diferentes capacidades profissionais”, tendo defendido a consulta de terceiros especialistas para se tomar a decisão, por forma a haver conclusões justas. O vice-director defendeu ainda que “o jul-gamento trouxe grande pressão aos dois médicos e ao restante pessoal”.

O acórdão, tornado público a semana passada, revela que “com existência de sintomas evidentes de intussuspecção intestinal, os arguidos, como médicos especialistas, ainda fizeram um diagnós-tico errado, provocando a ineficácia dos planos de tratamento posteriores. Não se pode excluir a negligência de um médico especialista a quem é atribuído o dever de cuidado especial”. Os juízes consideraram que os pais devem ser indemnizados por despesas de tratamento feito em Hong Kong. Os valores atingem as 200 mil patacas.

Andreia Sofia [email protected]

Flora [email protected]

Kiang Wu ViCE-DiRECTOR REjEiTA ACuSAçãO DE ERRO MéDiCO

Diagnósticos a meio-gás