Hoje Macau 25 JUN 2013 #2878

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2878 de 25 de Junho de 2013.

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AgênciA comerciAl Pico • 28721006 D irector carlos morais josé • terça-feira 25 de junho de 2013 • Ano Xii • nº 2878

pub pub

Venham mais cinco (séculos)

Ter para lermop$10

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mário lúcio sousa, ministro da cultura de cabo Verde

Desenvolvimentoimplica cultura

• internet

23% das criançasidentificadas como viciadas

Página 8

• chuvas intensas

A gentil confusão que um Estio brutoprovoca

Página 16

treinador rui cardoso já recebeu convites de várias equiPas Página 20futebol

O ministro explica: sem cultura qualquer tipo de desenvolvimento, no fundo, está errado

Páginas 2 e 3

aguaceiros ocasionais min 24 max 28 hum 80-98% • euro 10.4 baht 0.2 yuan 1.2

caso raymond tam

TSI escusa juiz do Tribunal de Base

última

caso la scala

stdm já sabia Preço antes

da moon ocean

A defesa, pela mão de Neto Valente, afirmou ontem que a Moon Ocean

não pode ter sido privilegiada porque a STDM até estava a par do preço.

Páginas 4 e 5

entreVista

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terça-feira 25.6.2013entrevista2 www.hojemacau.com.mo

RecRiou com maior vigor as relação cultu-rais entre cabo Verde e a china, assinando

agora em Pequim novo acordo nesse sentido. Desceu ao sul e, sob o “acordo chapéu” da capital, fomentou maiores relações em Xangai, depois em Shenzhen. Até chegar a Macau, que afirma gostar sempre de visitar, e reunir com o Secretário para os Assuntos Sociais e cultura, com os dirigentes do instituto cultural e outros agentes.

São as “micro cooperações” que dão agilidade à grande “coo-peração dos afectos”, como gosta de mencionar. entre outras conse-quências, fica a novidade de uma delegação cabo-verdiana fazer parte das celebrações no próximo 20 de Dezembro, data histórica da criação da RAeM. o ministro da Cultura de Cabo Verde afirma-se defensor acérrimo de que a cul-tura, à escala mundial, deve ser orçamentada em pé de igualdade com outros sectores. orgulha-se da criação, há dois anos, no seu país, do Banco da cultura. Aqui explica porquê.

Mário Lúcio Sousa, Ministro da cultura de cabo Verde

“Se desenvolvimento não se traduz em cultura é porque está errado”

Há uma nova geopolítica onde nesta matéria não há grande nem pequeno, nem poderoso nem fraco. Podemos dizer que é uma geopolítica de afecto, de igualdade

O Fórum China-África sobre in-dústrias culturais sino-africanas abriu com a sua intervenção.Visita já marcada quando visitei a china no ano passado. em cabo Verde damos muita importância às relações culturais entre os dois países nesse novo contexto que se pretende, seja no campo das relações culturais, comerciais e até políticas na medida em que a cultura está a determinar forte-mente uma nova ordem mundial. Trabalhamos há um ano com a china, nesse sentido. Deixe des-tacar o gesto extraordinário do governo chinês em fazer coincidir a minha passagem por Pequim, no dia 18, para que eu fizesse o pri-meiro discurso do Fórum, depois do discurso da vice-ministra da cultura Zhao Shaochua. Naquele momento inaugural era o único ministro africano presente.

Entretanto há um novo acordo de cooperação cultural...Sim, já existia outro há vários anos. o princípio geral deste novo acor-do é o mesmo, mas nos conceitos avançámos bastante, na medida em que, há 10 anos, no sector cultural raramente se mencionavam as indústrias criativas. A cultura era mais no campo das artes.

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Uma garrafa de vinho cabo-verdiano pode valer mais do que uma garrafa de vinho de qualquer outro lugar porque há uma singularidade nessa garrafa e no vinho que só existe em Cabo Verde

E hoje?Hoje podemos ver que a cultura possui novos conceitos, faz parte da nova geopolítica; uma nova geopolítica onde nesta matéria não há grande nem pequeno, nem poderoso nem fraco. Podemos dizer que é uma geopolítica de afecto, de igualdade. A cultura é reconhecida como servindo de base a tudo o que é produzido em cada região,

Quanto ao acordo cultural que assinou com a China, o que visa?como sabe os chineses são bastante práticos. o acordo geral serve diga-mos que de chapéu, já existia com a província de Shangai, mas ime-diatamente se estendeu à província de Shenzhen. e agora, nesta visita, viemos também clarificar áreas de cooperação com esta região adminis-trativa especial. Daí que esta viagem tenha um significado histórico.

Já está calendarizada alguma iniciativa com Macau na sequên-cia desse acordo?Devo dizer que em Macau os acordos são verbais, dado a espe-cificidade muito própria da região no contexto da china. Vamos conhecendo e clarificando que áreas é de interesse comum a nossa cooperação. Ao termos uma coope-ração com o governo central, fica possível passar do macro às micro cooperações. A cultura funciona muito bem com isso.

Com quem reuniu em Macau?estive com o senhor secretário para os Assuntos Sociais e cultura debatendo a possibilidade de cabo Verde participar aqui na região, de forma activa, nas próximas come-morações de 20 de Dezembro, data da criação da RAeM. Posso dizer que cabo Verde fará parte das ca-ravanas culturais que estarão aqui presentes para celebrar e felicitar Macau por essa data histórica. Já tivemos uma importante reunião com o senhor presidente do insti-tuto cultural, no desejo mútuo de estreitar cooperação como fizemos com outras regiões chinesas. Neste caso, entre o instituto cultural de Macau e a Direcção Nacional das Artes de cabo Verde, também com o nosso instituto do Património, com a Biblioteca Nacional e o Arquivo Nacional de cabo Verde.

As tais micro-operações que menciona?exactamente. Trocas de docu-mentos e outros acervos como livros, etc., trocas de informações, colecções museológicas. Ao fim e ao cabo, esta é uma base muito boa para estarmos mais próximos. Banco inéditopara a cultura Existe uma iniciativa sua en-quanto ministro da Cultura que consta envolvê-lo bastante pessoalmente: o Banco da Cul-

tura criado há precisamente dois anos. Principal objectivo de um banco assim tão diferente?É um conceito inovador. Juridica-mente é um fundo autónomo de apoio à cultura. Só que achámos que devíamos caminhar no sentido da mudança de mentalidades. uma das graves afecções de que sofre a cultura de vários países do mundo é a dependência económica em relação ao estado, digamos que a tal subsídio-dependência. com os parcos meios que temos em cabo Verde, decidimos deixar de disponibilizar todos os anos, por exemplo 100 mil euros para apoio às artes. Pegámos nessas verbas de apoio e criámos um banco sem a formalização habitual dos bancos comerciais, utilizando a estrutura jurídica do Fundo Autónomo que serve de garantia perante os pro-jectos apresentados ao Banco que os analisa. outro papel de grande importância do Banco da cultura é a mobilização de recursos. Não sendo uma entidade bancária com carácter

lucrativo, nem tem licença para fun-cionar como instituição financeira, funciona como intermediário, cap-tando mecenato, captando acordos com fundos vários, do Ambiente, por exemplo, pois o artesanato, também como exemplo, tem muita relação com o Ambiente. conse-guimos essas verbas, colocamos no Banco da cultura e fazemos então uma espécie de micro-crédito às pessoas. Já temos acordo assinado com um banco de investimento e desenvolvimento da cDAo (comi-té dos estados da África ocidental), que nos serve de garante junto dos bancos comerciais para montantes avultados. Para os montantes mais pequenos temos o nosso próprio fundo, assinámos um acordo com o Ministério do Ambiente que dis-ponibilizou uma importância para quem trabalha com artesanato, faz reciclagens, cultiva plantas fibro-sas para uso e não para desmatar o meio-ambiente. Também temos acordo com o ecobank de cabo Verde no sentido de que qualquer

projecto vindo do Banco da cultura, não é novamente analisado, pois já vai com o aval. Assim evitamos de-moras, burocracias desnecessárias. o ecobank disponibiliza os meios necessários com uma taxa de 2%.

Com a criação de um banco deste tipo, parece existir alguma singularidade...Sem dúvida. Neste momento é o único banco do mundo deste género. Moçambique enviou a presidente do Fundo Autónomo da cultura para obter informações. Hoje, Moçambique também irá ter ou já tem o seu Banco da cultura. Apresentámos esta nossa ideia junto da união europeia onde verificámos alargado interesse.

Também foi apresentado em Macau este projecto?estamos a tentar junto da Fundação Macau no sentido de também ser nosso parceiro.

Recentemente falou no plenário das Nações Unidas. Podemos saber, em síntese, o que disse?Falei essencialmente sobre o papel da cultura no desenvolvimento. A visão de cabo Verde mostra es-sencialmente que falar de cultura e desenvolvimento é um pleonasmo.

cultura é desenvolvimento, histo-ricamente sempre o foi, uma vez que o desenvolvimento também é cultura. Se a cultura não se traduz em desenvolvimento é porque o modelo de desenvolvimento está errado; mas também se o desenvolvimento não se traduz em cultura é porque a opção por determinado desenvolvimento está errada. A cultura nunca erra porque é ela o que o homem faz. o que andou de errado há séculos? Porque é que países super-desenvolvidos não têm na cultura a maior fonte de rendimentos? e porque é que países com grandes capacidades culturais como são os países afri-canos, continuam a ser chamados subdesenvolvidos?

Significa que nos aspectos cultu-rais há um plano de igualdade entre todos os países?Absolutamente. Queremos dizer que quando se trata de cultura todos os países são iguais, temos a mesma força, somos todos competitivos. Abrir-se o caminho para que a cultura tenha o mesmo peso que os outros sectores, é a nossa idéia, o nosso desejo. então, estamos a mexer com o sistema comercial mundial, está a dizer que uma garrafa de vinho cabo-verdiano pode valer mais do que uma garrafa de vinho de qualquer outro lugar porque há uma singularidade nessa garrafa e no vinho que só existe em cabo Verde. Nenhum país poderá concorrer com ela. Assim, criamos nichos de mercado onde podemos ser potências mundiais. Nada disto é inovação, é recuperação. Voltar à cultura, investir o mesmo di-nheiro que se investe por exemplo no turismo, ou nas barragens, na agricultura, nas pescas, criará um equilíbrio mundial extraordinário.

Entre a palavra em poesia ou ficção, e a música, sabe-se do seu livro “O Novíssimo Testamento”, o primeiro publicado em Portu-gal há cerca de 3 anos.São aspectos culturais a que me sinto envolvido desde sempre, mas que dado a minha actividade não tenho tempo para prosseguir. estou com alguma falha para com a minha editora em Portugal, a Leya, mas tenho novo livro de ficção para concluir. Digamos que a minha carreira artística está em pausa (risos). Quanto à música, como sabe o meu mais recente trabalho em disco saiu em finais de 2010. Devia ter começado uma tournée mundial para a promoção desse trabalho que foi adiada exacta-mente na altura da minha tomada de posse como ministro.

Pena não poder mandar cancelar a posse...(risos) Lembro-me nessa época em Paris, o Le Monde publicar um artigo muito bonito dizendo que o meu concerto infelizmente tinha sido cancelado, mas por uma boa causa.

Se o desenvolvimento não se traduz em cultura é porque a opção por determinado desenvolvimento está errada. A cultura nunca erra porque é ela o que o homem faz

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terça-feira 25.6.2013www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A empresa dirigida por Steven Lo, Moon Oce-an, foi a única acusada de ter tido informações

privilegiadas sobre a concessão dos cinco terrenos em frente ao aeroporto, mas a defesa tem outra convicção e apresentou-a ontem ao Tribunal Judicial de Base (TJB).

Em mais uma sessão do julga-mento do conhecido Caso La Scala – que tem como principais arguidos os empresários de Hong Kong, Joseph Lau e Steven Lo, acusados de subornar o ex-secretário Ao Man Long -, Jorge Neto Valente e Rui Sousa acusaram a Sociedade

A STDM saberia antes da Moon Ocean os valores dos terrenos em frente ao aeroporto e da venda por convite dos lotes. Esta é, pelo menos, a tese da defesa de Steven Lo – empresário responsável pela Moon Ocean, acusado de corrupção a Ao Man Long, para beneficiar de informações que lhe permitissem obter as terras. Rui Sousa e Neto Valente alertam que se a STDM era sócia da CAM –e teve de aprovar a venda dos terrenos – então saberia mais do que a Moon Ocean de antemão

Caso La Scala Defesa diz que a STDM sabia do valor de terras primeiro que a Moon Ocean

A vendedora que queria comprar

de Turismo e Diversões de Macau (STDM) de ter sido a primeira a saber dos valores e da venda dos terrenos, não só por ser uma das vendedoras dos lotes, mas por ser também possível compradora. E explicam. “Antes de se ir para a venda por consulta [dos terrenos do aeroporto], aprovou-se o re-latório de avaliação [dos valores das terras], que serviram de base a essa consulta”, começou por dizer Neto Valente. “Então, se a STDM é accionista da Companhia do Ae-roporto, que aprovou o relatório, não sabia dos valores que aí foram aprovados?”

Descodificando: a situação financeira do aeroporto não era favorável e, para pagar as dívidas,

a CAM – Sociedade do Aeroporto de Macau - detentora dos lotes - decidiu vendê-los, para desen-volvimento. A CAM tinha como accionistas o Governo (através da empresa Lei Pou Fat), a STDM e a Ng Fok. Isto, de acordo com uma das testemunhas que ontem depôs em tribunal – o presidente do Conselho de Administração da CAM. Deng Jun assegurou a Rui Sousa – outros dos advogados de defesa de Steven Lo – que, na reunião que serviu para aprovar o relatório que avaliou o preço dos terrenos – feito pela empresa Savills de Hong Kong -, todos concordaram com o preço para a venda dos lotes. “A CAM não ficou muito satisfeita, mas aca-

bamos por aceitar e relatámos ao Conselho de Administração”, frisou Jun.

STDM privilegiADA?Mas a história é mais complexa do que isto e os advogados não desis-tiram de delinear todos os factos. Nessa reunião, diz a defesa, ficou ainda decidida a adjudicação de um dos terrenos à empresa Ng Fok pelo “preço mais baixo de 72 milhões de patacas”, por ajuste directo. “Algo que a STDM não gostou, mas lá acabou por ser decidido por todos que todos os restantes terrenos iriam ser vendidos por [convite], onde constaria a STDM.” Deng Jun admitiu que tinha votado a favor desta decisão, após muita insistência dos advogados de Lo.

Então, como entra aqui a acusação à Moon Ocean? O MP assegura que Steven Lo – presi-dente da Moon Ocean - e Joseph Lau – da Chinese Estates Holdings - pagaram 20 milhões de patacas a Ao Man Long para ficarem com os lotes onde estava a ser construído o empreendimento La Scala. A defesa tem, contudo, uma versão diferente.

Foram três as empresas convi-dadas para participar no concurso de licitação dos lotes: a STDM, representada pela Vigars, a CB Ri-chard Ellis e a Jones Long La Salle, que representava a Moon Ocean. A defesa de Lo assegura que, ao con-trário da Jones Lang La Salle, que terá convidado a Moon Ocean para o negócio, “foi concretamente dito que a STDM teria de ir [a concurso] com a Vigars”. A testemunha não confirmou este argumento, mas a defesa de Lo pretendia, com isto, explicar que se havia alguém que já tinha conhecimento do convite era a própria STDM e não a Moon Ocean, como acusa o MP. Rui Sousa e Neto Valente relembram ainda que, ao ser accionista da CAM, com a venda dos terrenos, a STDM já recebia algum dinheiro. E que, ainda assim, queria comprar os terrenos que acabaram por ser detidos pela Moon Ocean.

O MAiS AlTOSobre a acusação deste organismo, aliás, poucas foram as convicções das testemunhas. Uma grande maioria das respostas foi dada com um “não me recordo” e Ku Ka

Ho, responsável pela Jones Lang LaSalle em Macau e ontem ouvido como testemunha também, disse que as únicas informações tidas previamente à abertura do con-curso por convite eram apenas as comuns, de mercado. “Soubemos que era possível a venda desses terrenos, porque isso no mercado sabe-se”, explicou.

Na opinião tanto de Deng Jun como de Ku Ka Ho, a proposta da Moon Ocean ganhou o concurso por ter o valor mais elevado de oferta à compra dos terrenos. Am-bas as testemunhas consideraram este o factor mais importante, com o responsável da Jones Lang LaSalle a dizer que “seria muito difícil ganhar se o valor fosse o mais baixo de todas as propostas”.

No que diz respeito a uma outra das acusações do MP, diz-se que a Moon Ocean teria tido mais tem-po para preparar as propostas, já que todas tinham apenas dez dias para a apresentar uma proposta e a Moon Ocean conseguiu reunir todos os documentos. Ku nega. “Porque recebemos o convite [do Governo] não sei, mas começámos logo a trabalhar, mal o recebemos. Não achei estranho [que a pape-lada de Lo estivesse pronta em dois dias] porque é normal tentar acompanhar o prazo imposto.”

Sobre o nome de Joseph Lau, raras foram as vezes que as tes-temunhas o referirem, sendo que tudo relacionado com a compra dos terrenos foi tratado ou com Steven Lo ou com o advogado do empresário.

O valor dos terrenos vendidos à Moon Ocean, diz Neto Valente, foi “200 vezes mais” do que o avaliado pela Savills. A empresa pagou 1300 milhões de dólares de Hong Kong à CAM, que tinha uma dívida de 2,8 milhões. A defesa de Lo tentou per-ceber o que é feito do dinheiro pago, mas Mário Silvestre, presidente do colectivo de juízes, negou que isto tivesse interesse para o caso.

A audiência de ontem teve uma alegação semelhante à de julga-mentos conexos anteriores, de que quem decidiu a apresentação dos três convites para a licitação dos terrenos foi Castanheira Lourenço, antigo coordenador do Gabinete de Desenvolvimento das Infra-Estruturas. O julgamento continua amanhã.

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Joana [email protected]

Só Ao Man Long, ex--secretário para as Obras Públicas e Transportes, é que tinha poderes para

movimentar as contas das empresa Best Choice e Ecoline, que terão servido para depositar dinheiro de subornos que o ex-dirigente – con-denado a 29 anos e meio de prisão por corrupção – recebeu.

Na sessão de ontem de manhã, em mais um caso conexo ao de Ao Man Long, o Tribunal Judicial de Base (TJB) ouviu como testemu-nha Cheng Tat Yan, funcionário do Banco da China em Hong Kong.

Contas de empresas detidas por Ao Man Long só podiam ser movimentadas por ele

Pedro Chiang de fora

Lau Cheok Va, presidente da Assembleia Legis-

lativa (AL), negou a Chui Sai Cheong a possibilidade de ser testemunha no julga-mento do caso La Scala, que envolve o antigo secretário para as Obras Públicas e Transportes, Ao Man Long.

O deputado – e irmão do Chefe do Executivo, Chui Sai On – foi chamado a testemunhar por Steven Lo, um dos empresários de Hong Kong que vem acu-sado de subornar Ao Man Long para obter a concessão de cinco terrenos em frente ao aeroporto, onde estava a ser construído o empreen-dimento de luxo La Scala.

A defesa pediu que Chui Sai Cheong servisse de testemunha, à semelhança de Eddie Wong, engenhei-ro e membro do Conselho Executivo de Macau, mas nenhum dos dois vai poder depor. “O tribunal recebeu uma carta do presidente da AL, a dizer que não autoriza

Caso La Scala Presidente da AL impede Chui Sai Cheong de depor como testemunha

Menos três para ouvir

Carta rogatória a um mês de Macau Questionado também pela defesa de Steven Lo foi um outro assunto, este relacionado com a falta da carta rogatória que permite o depoimento de António José de Castanheira Lourenço, ex-coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estruturas (GDI). O engenheiro, pedido como testemunha pela defesa de Lo, foi já ouvido em Portugal, mas a carta ainda não regressou a Macau, sendo que, por isso, o advogado do director da Moon Ocean, Rui Sousa, tentou inclusive que o julgamento fosse adiado. Ontem, o Ministério Público (MP) deu a conhecer ao tribunal que o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim já confirmou que a carta estava lá e que esta seria enviada a Macau “o mais breve possível”. Brevidade que passa pelo período de um mês, de acordo com o MP.

Chui Sai Cheong a compa-recer [em tribunal], nem a depor por escrito”, revelou na audiência de ontem de manhã o presidente do co-

lectivo do Tribunal Judicial de Base, onde decorre o julgamento.

Mário Silvestre explicou ainda que Eddie Wong recu-

sou servir como testemunha, algo que não agradou a Rui Sousa, um dos advogados de Steven Lo. “Seria mui-to importante que estas testemunhas prestassem depoimento. Lamentos [que assim não o seja], porque o interesse público merecia e, de acordo com a sua inter-venção nos autos, merecia--se que falassem.”

Ao MAn Long reCuSA-SeMas não foi apenas a defesa de Lo que se viu sem teste-munhas. Também da parte de Fong Chun Yau, gerente--geral da ATAL Engineering, uma das empresa envolvidas no caso da concessão das ETAR, foi pedido que Ao Man Long se apresentasse

em tribunal para depor. Algo que, contudo, o ex-secretário recusou. “Ao Man Long recusou depor e o tribunal nada pode fazer. Ele tem esse direito e usou-o”, explicou Mário Silvestre.

Esta não é a primeira vez que um titular de um cargo público é impedido de servir de testemunha em julgamentos relacionados com Ao Man Long. Em 2011, por exemplo, Chui Sai

On impediu que Edmund Ho testemunhasse – nem por escrito, nem oralmente à semelhança do deputado Chui Sai Cheong. Edmund Ho foi arrolado como tes-temunha por Pedro Chiang, nesse processo acusado de corrupção e branqueamento de capitais, mas o Chefe do Executivo justificou que não queria que o seu antecessor falasse de assuntos privados ou confidenciais. - J.F.

No caso, relacionado com a adjudicação da construção, ope-ração e manutenção das ETAR do Parque Industrial e de Coloane, foi questionado à testemunha se alguma vez contactou com Pedro Chiang para tratar dessas contas. Recorde-se que o empresário de

Macau já foi condenado num outro caso, mas não se encontra a cumprir pena por estar em parte incerta.

O depoimento de Cheng Tat Yan serviu principalmente para contra-alegações da defesa de Chiang às acusações do Ministério

Público, que acusa o empresário de quatro crimes de corrupção passiva e um de branqueamento de capitais.

Às questões de Joana Teixeira, advogada de Chiang, sobre se al-guma vez Cheng tinha contactado com o seu arguido, a testemunha

foi peremptória, dizendo que só contactou com Chiang uma vez, quando este “foi assinar uma pro-curação para delegar poderes da gestão da conta a Ao Man Long”.

Desta forma, “apenas Ao Man Long poderia movimentar a con-ta”, explicou Cheng Tat Yan. Joana Teixeira tentou ainda mostrar que todos os endereços para envio de correspondência do banco – tanto da conta da Best Choice, como da Ecoline – eram de uma caixa postal detida por Ao Man Long.

Ambas as empresas têm sede nas Ilhas Virgens Britânicas e estão implicadas em vários casos relacionados com o escândalo de corrupção Ao Man Long.

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terça-feira 25.5.2013publicidade6 www.hojemacau.com.mo

EDITALPrédio em mau estado de conservação Etidal n.º :40/E/2013Processo n.º :2/RP/2013/FLocal :Pátio da Cabaia n.º 25, Macau.

Chan Pou Ha, subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, em uso das competências delegadas pelo n.º 8 do artigo 1.º do Despacho n.º 09/SOTDIR/2009, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 16, II Série, de 22 de Abril de 2009, faz saber por este meio ao proprietário – Sr. Ho Keng, inquilinos ou demais ocupantes do prédio acima indicado que o mesmo se encontra em muito mau estado de conservação, conforme o parecer da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, pelo que, nos termos dos artigos 54.º e 55.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto e por meu despacho de 03/06/2013, no prazo de 20 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, devem proceder à desocupação e demolição do prédio acima indicado, bem como limpeza e vedação do terreno com tapume adequado.

Para o efeito, deverão apresentar previamente nestes Serviços o projecto de obra respectivo, de acordo com o Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto.

Caso não seja dado cumprimento ao teor do presente edital, esta Direcção de Serviços, sem prejuízo da aplicação da multa estabelecida no artigo 67.º do citado diploma legal, executará, nos termos do disposto no artigo 56.º, os trabalhos acima mencionados a partir do termo do prazo atrás referido, a expensas do proprietário.

Na falta de pagamento voluntário da despesa, proceder-s e-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças.

Da minha decisão cabe recurso hierárquico para o Chefe do Executivo, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, nos termos do artigo 59.º do referido diploma legal.

RAEM, aos 03 de Junho de 2013

A Subdirectora dos ServiçosEnga Chan Pou Ha

AVISO

EXAME DE APTIDÃO DE AMADOR DE RADIOCOMUNICAÇÕES

Avisa-se todos os interessados que pretendam ser admitidos ao exame de aptidão de Amador de Radiocomunicações, previsto para 1 de Setembro de 2013, nos termos do Decreto-Lei n.o 29/94/M, de 14 de Junho, de que as inscrições se encontram abertas a partir da publicação deste aviso, até 2 de Agosto, e podem ser efectivadas na Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações, sita na Avenida do Infante D. Henrique, n.os 43-53A, The Macau Square, 22.º andar, Macau.

Região Administrativa Especial de Macau, aos 21 de Junho de 2013.

O Director dos Serviços,

Tou Veng Keong

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°108/AI/2013

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor Glendel Ignacio Gutang (portador do passaporte de Filipinas n.° XX5044xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 62/DI-AI/2011, de 19.09.2011, levantado pela DST e por despacho da signatária de 04.06.2013, exarado no Relatório n.° 124/DI/2013, de 02.05.2013, foi desencadeado procedimento sancionatório, por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Chiu Chau n.°185, Lok Chon Ieng Hin, Bloco III, 9.° andar AA, Taipa e utilizada para a prestação ilegal de alojamento. -----------------------

-----No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 da artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. ---

-----A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d'Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 04 de Junho de 2013.A Directora dos Serviços,

Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 109/AI/2013

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora Janopol Janeth Salon(portadora do passaporte de Filipinas n.° XX0413xxx), que na sequência dos Auto de Notícia n.° 62.1/DI-AI/2011, de 19.09.2011, levantado pela DST e por despacho da signatária de 04.06.2013, exarado no Relatório n.° 125/DI/2013, de 02.05.2013, foi desencadeado procedimento sancionatório, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Rua de Chiu Chau n.° 185, Lok Chon Ieng Hin, Bloco III, 9.° andar AA, Taipa. ---------------------------------------------------

-----No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 da artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. ----------

-----A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d'Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. -----------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 04 de Junho de 2013.A Directora dos Serviços,

Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 110/AI/2013

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor Glendel Ignacio Gutang (portador do passaporte de Filipinas n.° XX5044xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 63/DI-AI/2011, de 19.09.2011, levantado pela DST e por despacho da signatária de 04.06.2013, exarado no Relatório n.° 126/DI/2013, de 02.05.2013, foi desencadeado procedimento sancionatório, por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Chiu Chau n.° 185, Lok Chon Ieng Hin, Bloco III, 9.° andar Z, Taipa e utilizada para a prestação ilegal de alojamento. -----------------------

-----No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 da artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. --

-----A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d'Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. -----------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 04 de Junho de 2013.A Directora dos Serviços,

Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 111/AI/2013

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora Janopol Janeth Salon(portadora do passaporte de Filipinas n.° XX0413xxx), que na sequência dos Auto de Notícia n.° 63.1/DI-AI/2011, de 19.09.2011, levantado pela DST e por despacho da signatária de 04.06.2013, exarado no Relatório n.° 127/DI/2013, de 02.05.2013, foi desencadeado procedimento sancionatório, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Rua de Chiu Chau n.° 185, Lok Chon Ieng Hin, Bloco III, 9.° andar Z, Taipa. ----------------------------------------------------

-----No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 da artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. -----

-----A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ----------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 04 de Junho de 2013.A Directora dos Serviços,

Maria Helena de Senna Fernandes

Agradecimento

A Diocese de Macau vem, muito sensibilizada, agradecer a Sua Excia. O Chefe do Executivo, às Exmas. Autoridades, aos Exmos Cônsules, ao Revmo. Clero, às Comunidades Religiosas, às Associações Piedosas e bem assim a todos, os seus sentimentos de pesar em memória do saudoso Rev. Pe. Lancelote Miguel Rodrigues. Diocese de Macau, aos 24 de Junho de 2013

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terça-feira 25.6.2013 www.hojemacau.com.mo 7política

Andreia Sofia [email protected]

Foi no passado dia 15 de Ju-nho que terminou o prazo para todas as associações de cariz desportivo entre-

garem a documentação necessária junto do instituto do Desporto (iD) para poderem votar nas eleições legislativas pelo sufrágio indirecto.

Ao Hoje Macau, José Tavares, recém-nomeado director do iD, confirmou que “mais de metade”

o Fórum Macau requer “mais agilidade” e “von-

tade política” dos Estados membros para ser “algo de relevante” para todos os in-tervenientes, disse hoje, em Macau, a académica Carmen Mendes na convenção iCAS 8 - Convenção internacional de Estudiosos da Ásia.

Ao intervir no painel “Ma-cau nas Relações da China com os Países de Língua Portugue-sa”, Carmen Mendes, que, ao longo dos últimos três anos, coordenou um estudo sobre o Fórum Macau e o seu papel no contexto internacional da Chi-na, defendeu que a “ideia” de criação do Fórum “é brilhante”, mas salientou que “não tem sido uma prioridade política para os Estados membros”.

“Podia ser potenciado para ser algo de relevante para todos os países, inclusivamente para aqueles que possuem relações mais fortes com a China, mas para isso é preciso que muita coisa mude e, desde logo, a percepção que os Estados têm do Fórum”, assinalou.

Para Carmen Mendes, inde-pendentemente da plataforma de relacionamento bilateral com a China, é possível perceber descoordenação nas autorida-des que trabalham directamente

Chan Meng Kam Acabar com obras na TaipaO deputado Chan Meng Kam apresentou ontem uma interpelação escrita ao Governo a questionar as obras de rua na Taipa. Segundo os habitantes, ocorreram já durante os últimos dois anos cerca de sete obras em algumas ruas, o que não só “dificultou o trânsito na ilha, prejudicou o interesse dos comerciantes das ruas”, como também violou o compromisso do Governo. ”As autoridades prometeram em 2009 que, seja qual for o tipo de obra, não pode haver mais do que uma escavação de terra na mesma rua durante dois anos”, frisou. O deputado pediu que o Governo, para além de explicar a violação ao compromisso, suspenda as obras nos períodos mais movimentados. ”Assim é que podemos manter a atratividade do ambiente de negócio”, acrescentou. Chan apontou ainda que “consertos ajudam pouco a melhorar a situação” , ”mais importante é actualizar o sistema completo das instalações subterrâneas”.

Contra Florinda Vestir preto e manifestação A Juventude Dinâmica apela a todos os residentes não satisfeitos com a prestação de Florinda Chan, secretária para a Administração e Função Pública, para vestirem preto hoje, dia 25 de Junho, uma semana após a decisão do tribunal de ilibá-la dos crimes de abuso de poder, prevaricação e falsificação de documentos. E também participar numa actividade online, ao partilharem uma fotografia em que à frente da peça de roupa preta mostram a frase “Demite-te Florinda Chan”. A Juventude Dinâmica entregou uma carta aos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) na quinta-feira passada, antes da conferência de imprensa dada pela secretária à tarde. Na página do Facebook, denominada de «Acção vestida de preto”, a Juventude Dinâmica e o grupo Macau Consciência vão realizar uma manifestação no dia 30 para pedir, mais uma vez, a demissão de Florinda Chan.

Área desportiva no sufrágio indirecto sem problemas

Maioria das associações “poderá votar”

Fórum Macau Especialista invoca “mais agilidade” e “vontade política”

Uma ideia “brilhante” sem brilho

José Tavares, presidente do Instituto do Desporto, garante que mais de metade das associações desportivas já entregaram toda a documentação necessária para poderem votar em Setembro. Para as legislativas de 2017, o prazo de reconhecimento já começou

vas pela via indirecta no sector desportivo, disse ao Hoje Macau que muitas das associações não tinham a sua situação regularizada e que isso iria afectar a recolha de apoios.

“O que eu pedia era que as as-sociações desportivas cumprissem a entrega do relatório anual ao iD, porque têm de fazer o reconheci-mento e actualizar a sua situação.”

Entretanto o ID já está disponí-vel para recolher a documentação para as próximas eleições de 2017, cujo reconhecimento da pessoa co-lectiva é válido por cinco anos. Se-gundo o comunicado do Conselho do Desporto, “as pessoas colectivas do sector desportivo que tenham o termo do prazo de validade do reconhecimento estabelecido em 15 de outubro do corrente ano, a data para a aceitação final dos pedidos de renovação terminará a 18 de Julho.”

das associações entregaram o seu pedido de reconhecimento, e que, até ao momento não existe asso-ciações retiradas da lista das que possuem capacidade de voto.

Para este ano “a maioria não terá problema e poderá votar”.

Contudo, lembra que “os que não cumprirem vão ter problemas no futuro”. “Se não houver con-firmação podem ser retiradas da lista”, acrescenta.

Recorde-se que Francisco Manhão, candidato às legislati- José Tavares

com e para o Fórum Macau, ou seja, por um lado existe uma componente política de nego-ciação ao nível dos Negócios Estrangeiros e uma componen-te prática da responsabilidade de outros Ministérios.

“Há um organigrama muito complexo em que vemos que a tomada de decisão é feita em Pequim com os embai-xadores, e depois a aplicação das decisões é feita por vários Ministérios que nem sempre comunicam ente si, nem sempre passam a informação”, disse ao salientar que este entendimento é uma conclusão das mais de 500 entrevistas feitas para ava-

liar o Fórum Macau em todos os países de língua portuguesa.

Carmen Mendes lembrou também que a criação do Fórum Macau, um “instrumento da política externa da China”, foi importante há dez anos “para mostrar a realidade chinesa” que era desconhecida em mui-tos países de língua portuguesa.

A académica acrescentou que a percepção do Fórum Ma-cau é distinta em todos os países porque se trata de “realidades diferentes” em todos os aspetos.

“Se, por um lado, países como o Brasil não dão grande importância ao Fórum porque a China é um parceiro - no Fórum e noutros organismos como o grupo BRiCS -, mas também é um concorrente na África lusófona e na América Latina”, outros, como Timor-Leste, concentram esforços nesta plataforma que até funciona como “contrapoder a outras potências regionais como a Austrália”, afirmou.

Além disso, países como a Guiné, Timor-Leste e outros vêem no Fórum uma “grande oportunidade de formação dos seus quadros”, porque a forma-ção, afirmou Carmen Mendes, “tem sido uma das faces visíveis do Fórum Macau”.

No entanto, a falta de conhe-

cimentos de português de forma generalizada nos funcionários públicos dificulta a participa-ção nas acções de formação e, muitas vezes, os países repetem muito os funcionários que par-ticipam na formação.

Carmen Mendes defendeu também que a negociação em grupo dos países mais peque-nos “confere algum poder de negociação com a China” no quadro do Fórum Macau e que para Portugal aquele organismo tem a vantagem de conferir maior importância à língua e à cultura portuguesas, mas retira peso político a Lisboa que esta encontra em instituições como a CPLP.

“Isso (ausência de lideran-ça) gerou algum desconforto na parte portuguesa e até algum desinteresse em investir mais no Fórum”, concluiu.

o Fórum Macau foi criado pela China em 2003, tem sede em Macau e funciona como a plataforma económica e comercial da China com os Países de Língua Portuguesa, com excepção de São Tomé e Príncipe que tem relações diplomáticas com Taiwan, mas que tem sido convidado como observador das conferências ministeriais que se realizam a cada três anos.

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terça-feira 25.6.2013sociedade8 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

Durante este mês, o Instituto de acção Social (IaS) está a pro-

mover um plano de acção e financiamento para a pre-venção das crianças e jovens isolados e viciados na inter-

Internet freaks Riscos para a saúde (mental incluída)As consequências têm sido já apuradas e revelam-se adversas, nomeadamente, à saúde. Ainda recentemente, o Hospital Kiang Wu fez um estudo em que o uso dos aparelhos tecnológicos em excesso em idades precoces tem criado problemas de miopia. E, tal como este, há outro problemas de saúde e psicológicos adjacentes, como o isolamento. Por outro lado, explica Vong, muitas crianças agora confiam na aprendizagem visual. “Ao usarem a internet, acabam por depender da aprendizagem por imagens. E não é assim que se sustenta uma aprendizagem ao longo da vida e torna-se muito difícil com a tecnologia”, frisa, perspectivando um cenário pouco animador. (...) Nos próximos dez anos, se não trabalharmos duro acho que muitos dos jovens em Macau vão estar perdidos: perderam tempo, aprendizagem, conhecimento e tudo”. Por essa razão, vê com bons olhos o novo movimento que surgiu em Itália: o movimento “Slow Food”. Mas, desta feita, adaptado à educação. Ou seja, fugir um pouco às tecnologias de modo a abrandar o ritmo de informação a que estamos expostos.

Internet Vício e isolamento combatido pelo IaS com programa de prevenção

De pequenino se destorce o ratinho

net. O projecto-piloto será promovido por quaisquer instituições de serviços so-ciais que se candidatem (até 28 de Junho) com propostas de programas para crianças e jovens, entre os seis e os 24 anos, durante três meses (entre agosto e Outubro). a iniciativa governamental surgiu na sequência de um

O IAS lançou um desafio a instituições de serviços sociais: criarem programas para crianças e jovens passíveis de controlar o vício da internet. É que, reza um estudo, 23% dos jovens estão viciados. Para Teresa Vong, socióloga, as instituições escolares devem também cooperar e adoptar o mesmo tipo de programas afectos aos pais

estudo, também levado a cabo pelo IaS e divulgado no início do ano, que con-cluiu que cerca de 23% dos jovens é viciado na internet e mais de 30% são potenciais viciados.

teresa Vong, socióloga e académica na universi-dade de Macau, aplaude a iniciativa mas defende uma

outra forma de abordar o problema. “O que o IaS está a tentar fazer é um trabalho de remedeio mas sugeria que cooperasse também com a Direcção dos Serviços de educação e Juventude (DSeJ) para trabalharem em dois sentidos: na cura mas também na prevenção”, revela.

Ou seja, o Governo deve também subsidiar as escolas para que as mesmas organizem periodicamente workshops e seminários. e, neste sentido, entende, não apenas as crianças e jovens devem ser o alvo desta programa educacional mas também os pais e encarre-gados de educação.

Resistência à supeRvisãoaté porque, tal como o estudo indicou, muitos pais consideram ter pouca ca-pacidade de supervisionar os filhos no uso da internet porque não têm tempo, têm os seus próprios problemas, apresentam cansaço e os filhos acabam também por ser resistentes à supervisão. “O maior problema vem dos pais porque muitos, hoje em dia, trabalham arduamente e quando estão com as crianças não têm paciên-

cia. e mantêm as crianças quietas dando-lhes para a mão os ‘Smartphones’”, explica a especialista. e esta nova geração de pais, em Macau, vem também das instituições de ensino superior pelo que é nelas que também devem ser feita uma intervenção de fundo. “as universidades também devem fazer mais até porque, os cursos das faculdades têm a compo-nente de “educação geral” onde poderá ser feito mais para alertar estes jovens que estão a ser dominados pela tecnologia. até porque muitos dos novos pais saí-ram da faculdade, casaram e tiveram filhos.”

Por outro lado, entende, é preciso que as escolas tenham uma atitude mais pró-activa no uso educa-cional das tecnologias. “Hoje em dia, muitas es-colas e mesmo a política educacional implementa e promove o uso da It (Infor-mation) technology [tec-nologia da Informação, em português] e acho que o problema de base é que quando falamos em usar a tecnologia, remetemo-nos ao valor da eficiência e eficácia em vez de ao valor da educação. Porque temos de fazer uma data de coi-sas num limite temporal e espacial curto? Queremos ter uma melhor vida. Mas a que custo?”

Teresa Vong

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terça-feira 25.6.2013 www.hojemacau.com.mo 9sociedade

Cecília [email protected]

O grupo de revitalização dos bairros antigos re-

comenda a abertura parcial da Fábrica de panchões Iec Long porque a questão de propriedade da fábrica ainda não está perto de ser resolvida. Iun Ioc Va, membro do grupo e tam-bém vice-presidente da Associação de Moradores da Taipa, disse ao jornal Cheng Pou que a ideia de tornar a fábrica num parque temático de panchões já conseguiu obter a atenção da sociedade. O Governo

Apenas 29 pessoas pediram informações sobre o Plano de Apoio Financeiro para Demolição Voluntária de Edificações Ilegais, em vigor desde Março. No entanto, ninguém avançou com um pedido de apoio de 10 mil patacas para demolir as denominadas “gaiolas”. Por sua vez, nos restantes cinco planos do Fundo de Reparação Predial foram aprovados 2350 processos num valor de 256 milhões de patacas

Rita Marques [email protected]

O Fundo de Repara-ção Predial, criado em 2007, condensa em si seis planos de

apoio financeiro para projectos de construção e reparação de edifícios geridos pelo Instituto de Habitação (IH). O último dos quais, o Plano de Apoio Financeiro para a Demolição Voluntária de Edificações Ilegais, foi criado em Março com a intenção de incentivar os proprietários a executar volun-tariamente obras de demolição das edificações ilegais que, neste

Fábrica de panchões Grupo pede abertura do espaço com parque temático

População diz sim, proprietários dizem nim

Gaiolas Não houve qualquer pedido apresentado ao IH para demolição voluntária de edificações ilegais

Deitar abaixo? Não obrigado “Deve ser tido em

atenção o valor histórico e cultural das construções, além de que algumas servem de casa a residentes pelo que não é fácil encarar essa realidade numa altura em que os preços do imobiliário em Macau continuam a subir” Pereira Coutinho, DeputaDo

“o Governo não deve incentivar financeiramente estas destruições uma vez que se tratam de construções ilegais, que devem ser demolidas pelos detentores das mesmas.” au Kam San, DeputaDo

“o mais importante é incluir a fábrica de panchões na lista de património cultural” iun ioC Va, vice-presiDente Da associação De MoraDores Da taipa

Já Pereira Coutinho entende que se deve ter em atenção o valor histórico e cultural das constru-ções, além de que algumas servem de casa a residentes pelo que não é fácil encarar essa realidade numa altura em que os preços do imobi-liário em Macau continuam a subir.

caso, são subsidiados num valor máximo de 10 mil patacas (com a possibilidade de acréscimo de mil patacas para suportar despesas de transporte e seguro). No entanto, até ao momento, segundo dados apresentados pelo IH ao Hoje Ma-cau, ninguém apresentou qualquer pedido de demolição. Ainda assim, houve um total de “29 consultas” por parte dos cidadãos para pedido de esclarecimentos.

Segundo o Governo, o apoio financeiro é concedido, a fundo perdido e de uma só vez, por fracção autónoma ou por edifício (em regime de propriedade única). Caso o requerente seja beneficiário de apoio económico do Instituto de Acção Social, os valores do subsídio para os itens das obras a requerer aumentam 50%. Neste plano são consideradas elegíveis diversas obras de demolição, entre as quais, incluindo suportes de compressores de ar condiciona-do ou de estendais, portões nos acessos comuns dos edifícios em regime de propriedade horizontal; gaiolas, suportes para vasos ou palas nas varandas.

Por outro lado, segundo infor-mou o organismo, foram feitos pedidos para os restantes planos financeiros (e créditos sem juros) para o cumprimento das obrigações e a realização de reparações e ma-nutenções de instalações comuns dos edifícios. “Até ao dia 30 de Maio do corrente ano, quanto aos restantes cinco planos, foram apro-

vados totalmente 2350 processos, o valor do apoio financeiro foi de 256 milhões de patacas”, avança o IH, em resposta escrita ao Hoje Macau.

Recorde-se que, à data da apli-cação desta medida, o Hoje Macau contactou com alguns deputados que não foram unânimes nas suas opiniões sobre o Plano de Apoio Financeiro para a Demolição Voluntária de Edificações Ilegais.

Au Kam San entende que não

deve ser o Governo a incentivar financeiramente estas destruições uma vez que se tratam de cons-truções ilegais, que devem ser demolidas pelos detentores das mesmas.

Kwan Tsui Hang, por sua vez, entende que alguns estruturas ilegais são necessárias para os residentes e não compreende que o Governo, que anteriormente deu o aval às mesmas, venha agora retroceder na sua posição.

também se mostra inte-ressado em desenvolver o projecto, porém, segundo revela, devido à complexa questão dos direitos de

propriedade a ideia nunca avançou.

Outro membro do gru-po Chan Shu Weng, que é também presidente da Associação da Conservação e Restauro dos Patrimónios de Macau, disse que toda a gente quer algum avanço neste caso mas se demorar mais tempo, a questão vai--se tornar cada vez mais

complicada. O Governo e a sociedade ambos vão pagar cada vez mais.

A terra da quase cente-nária Iec Long, com 20 mil metros quadrados, cobre espaços da Administração e de propriedade privada o que torna difícil os trabalhos de manutenção e preserva-ção do espaço e instalações antes de ser estabelecido um

acordo entre ambos. Chan Shu Weng acredita estar na altura de avançar soluções sobre uma questão que se desenrola desde 1999. “Te-mos exemplos anteriores que usam a troca de terrenos ou compram as terras para resolver as questões de propriedade dos patrimónios culturais.”

Em seu entender, agora “o mais importante é incluir a fábrica de panchões na lista de património cultural, assim o endereço da fábrica pode ser uma propriedade pública e, os restantes planos poderão mais facilmente se postos em prática, por

exemplo, o Parque Temático de panchões.”

Iun Ioc Va acrescentou que local é a única reserva da industria de panchões, que merece muita importância. “Construir o Parque Temá-tico pode atrair ainda mais turistas porque normalmente eles não demoram muito tempo na Taipa, apesar de visitarem as casas-museu e fazerem compras na Rua do Cunha. A fábrica pode contar mais história da Taipa e a cultura industrial.” Por essa razão, indica, o projecto pode promover o desenvol-vimento de turismo e lazer na Taipa.

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AnúncioHM-25.6.13 (1ªvez)

Proc. Declaração de herança vaga n.º cV2-13-0040-cPE 2º Juízo cível

Requerente: Ministério PúblicoRequerida: - Ho Lai Hing.

FAZ-SE SABER, que nos autos de Declaração de Herança Vaga, deixados pela requerida Ho Lai Hing, nascida a 10/10/1933, titular que foi do BIR nº 1217989(1), com última residência conhecida em Macau, no bairro social da Areia Preta, BL C, 14º andar A, falecidos no dia 3 de Outubro de 2010, em Macau, são citados por éditos de 30 (trinta) dias, os interessados incertos para deduzirem a sua habilitação como sucessores daqueles falecidos, para no prazo de 30 (trinta) dias, depois de findar o prazo dos éditos, bem como a citação dos credores desconhecidos, para reclamarem os seus créditos no prazo de 15 (quinze) dias, após findar o prazo dos éditos, que começa a contar-se da data da afixação do último edital, nos termos do disposto nos artºs. 197º nº 1 e nº 2 com referência aos artigos 194º a 196º do C.P.C.M. e bem ainda do artº. 1031º , nº 1 e 1033º nº1, ambos do C.P.C.M. Macau, 13 de Junho de 2013.

*****

A empresa de construção civil Nam Kwong, cujo gerente-geral é o deputado Mak Soi Kun, é uma das 16 candidatas ao concurso público para renovar as novas instalações da DSPA

Andreia Sofia [email protected]

Está encerrado o concur-so público aberto pelas Obras Públicas para a renovação do futuro espa-

ço que irá albergar a Direcção dos serviços de Protecção Ambiental (DsPA), na Estrada de D.Maria II. Segundo um comunicado ofi-cial ontem divulgado, a empresa de construção civil Nam Kwong, propriedade do deputado Mak soi Kun, é uma das 16 candidatas. O orçamento apresentado pela empre-sa é superior a 28.500 milhões de patacas e o prazo de execução dos trabalhos está estimado em 230 dias.

De acordo com as Obras Públi-cas, os orçamentos apresentados

Cecília [email protected]

O Chefe do Executivo e também chanceler na Universidade

de Macau (UMAC), Chui sai On, disse recentemente na Assembleia Legislativa (AL) que a missão da Universidade de Macau (UMAC) é formar os estudantes locais. Na edição de ontem do jornal Ou Mun, o reitor da instituição, Wei Zhao, confirmou isso mesmo.

Em entrevista, confirmou que cerca de 80% dos alunos do novo cam-pus serão residentes e que pretende efectuar uma reforma nos cursos de mestrado e satisfazer as necessidades dos alunos no que diz respeito aos estudos mais avançados.

“Macau é a marca da UMAC e as nossas responsabilidades ao nível do ensino é treinar mais profissionais locais e servir a comunidade local.”

Wei Zhao disse ainda que uma das grandes preocupações da sociedade é o facto do novo campus na Ilha da Montanha poder a vir a albergar mais alunos não-residentes, por ter mais espaço.

DSPA Empresa de Mak soi Kun participa no concurso

Ambiente muda de casa

Reitor da UMAC 80% dos alunos serão residentes

treinar locais mas de portas bem abertas

variam entre as 23 e 30 milhões de patacas, sendo que as obras de-verão começar no quarto trimestre deste ano. Está ainda prevista a criação de 90 postos de trabalho.

Actualmente situada na zona dos NAPE, as instalações da DsPA revelam-se “insuficientes para fazer face ao aumento verificado ao longo dos últimos anos do seu

volume de trabalho e do número de funcionários”. Com a mudan-ça para a Estrada de D.Maria II, espera-se que a DsPA possa estar “à altura das necessidades do de-

senvolvimento dos seus trabalhos e permitir-lhes a prestação de melhores serviços aos cidadãos”.

Outra das empresas concorren-tes é a Coneer Engenharia e Admi-nistração, que apresenta um dos or-çamentos mais elevados, frisado em mais de 30.800 milhões de patacas. Em 2008, a empresa foi indiciada pela Direcção dos serviços para os Assuntos Laborais (DsAL) de violação à lei, por alegadamente ter substituído trabalhadores residentes por não-residentes.

PiSoS AMigoS do AMbiente segundo o comunicado, os vários pisos destinados a albergar o organismo dedicado às questões ambientais vai servir para a “re-cepção dos casos relacionados com os assuntos quotidianos dos cidadãos”, prestação de informa-ções e acolhimento de queixas por parte da população. Há ainda mais espaço para albergar bibliotecas e outro tipo de actividades, sem esquecer uma sala para a realização de conferências de imprensa.

Além disso, e “em prol do firmamento das ideologias em matéria de protecção ambiental e eco-eficientes, serão previstas nas obras diferentes soluções amigas do ambiente”, acrescenta o comunicado.

Muitos jornais da região de Guangdong noticiaram que a escala de recrutamento de estudantes por parte da UMAC foi alvo de expansão para essa zona do continente.

Wei Zhao negou e disse que “a proporção dos estudantes locais será

sempre assim, e no futuro também não vai mudar”. Contudo, não esqueceu de referir que a cooperação entre Macau e Guangdong irá proporcionar mais quotas para estudantes do continente.

“Mas isso apenas significa que as outras províncias vão ter menos quo-tas, não significa que vamos sacrificar os interesses dos residentes”, apontou.

AS RefoRMAS no MeStRAdoWei Zhao disse ainda pretender mudar os níveis pós-licenciatura. “Como te-mos um mercado de trabalho onde há muita procura, há poucos estudantes que escolhem frequentar um mestrado a tempo inteiro. A maioria das quotas dos cursos de mestrado ficarão reser-vadas para os residentes de Macau e então os estudantes podem continuar o seu estudo, enquanto trabalham.”

“As horas das aulas e os créditos a serem concedidos poderão ser alte-rados. tudo depende da situação em que o estudante se encontra, e acre-dito que isso poderá incentivar mais estudantes para tirarem mestrados e assim poderem aumentar o seu nível de ensino.”Wei Zhao

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terça-feira 25.6.201312 património www.hojemacau.com.mo

O Comité da Unesco, reunido desde dia 16 de Junho em Phnom Penh, no Cambodja, classificou

no passado fim-de-semana a Univer-sidade de Coimbra como Património Mundial da Humanidade. A Orga-nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) destacou os edifícios da Universidade, mas também o facto de esta ser “uma referência no desenvolvimento de outras institui-ções de ensino no mundo falante de português”.

No sábado, a cidade celebrou a nomeação com mais de mil pessoas a concentrarem-se no Largo da Sé

excepcional e que merecia ser clas-sificado como Património de toda a Humanidade, referiu o Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), em comunicado.

A candidatura a Património Mun-dial foi preparada pela UC, em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra e outras entidades locais. A Universi-dade de Coimbra junta-se, assim, à lista de 15 locais já classificados pela UNESCO em Portugal, que inclui os centros históricos de Angra do Heroísmo, Évora, Porto e Guimarães.

Portugal tem como património mundial o Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, bem como o Convento de Cristo, em Tomar. Na lista está ainda a Paisagem Natural de Sintra, os sítios pré-históricos de Arte Rupestre do Vale do Rio Côa e de Siega Verde, a Floresta Laurissilva da Madeira, o Alto Douro Vinhateiro, a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico e a maior fortificação abaluartada do mundo, em Elvas, como património mundial da UNESCO.

Velha para assistirem a uma sere-nata que teve início à meia-noite, na escadaria da catedral (também ela, como a praça que lhe deve o nome, integrada na área classificada pela UNESCO) e que foi “organizada de forma espontânea”, essencialmente através das redes sociais, por músi-cos e cantores de Coimbra, ao meio da tarde.

“Tanta gente que se reuniu aqui sem convocatória, para comemorar” a decisão da UNESCO, sublinhou, no final da serenata, o reitor da Uni-versidade de Coimbra (UC), João Gabriel Silva. Afirmando-se “muito sensibilizado” pela espontaneidade com que as pessoas aderiram a esta

festa e o modo, igualmente espontâ-neo, como ela surgiu.

Vários anos depois, “voltou a fazer-se uma serenata na Sé Velha sem microfones”, comentaram, no final do espectáculo, alguns dos intérpretes, elogiando as condições acústicas do largo e sublinhando que faltaram “os microfones porque não houve tempo nem condições” para instalar ali equipamento sonoro.

A Universidade de Coimbra tornou-se no 16.º local com esta classificação em Portugal. O Comité do Património Mundial, deliberou que o bem “Universidade Coimbra, Alta e Sofia”, proposto por Portugal, possuía inquestionável valor universal

UNESCO Universidade de Coimbra classificada como Património Mundial da Humanidade

Uma lição para o mundo

A justificação

O Comité do Património Mundial , reunido em

Phnom Penh, no Camboja, justifica a sua classificação num texto publicado no site da UNESCO:

“Situada numa colina so-branceira à cidade, a Universi-dade de Coimbra, com as suas faculdades, cresceu e evoluiu no interior da velha cidade durante mais de sete séculos.

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AS vOzES

13terça-feira 25.6.2013 patrimóniowww.hojemacau.com.mo

Os edifícios ilustres da uni-versidade incluem a Igreja de Santa Cruz, do século XII, e al-gumas faculdades do século XVI, o Paço Real da Alcáçova, que albergou a Universidade desde 1537, a Biblioteca Joanina com a sua rica decoração barroca, o Jardim Botânico do século XVIII e a Imprensa da Universidade, bem como a ‘Cidade Universitá-ria’ criada durante os anos 1940.

Os edifícios da universidade tornaram-se uma referência no desenvolvimento de outras ins-tituições de estudos superiores no mundo falante de português, no qual exerceu grande influ-ência quer no ensino, quer na literatura.

Coimbra é um exemplo no-tável de uma cidade universitá-ria integrada com uma tipologia urbana específica, com as suas cerimónias próprias e tradições culturais que foram sendo man-tidas vivas ao longo do tempo.

Comité do Património Mundial”

“O reconhecimento internacional do admirável conjunto de edifícios da Universidade é também uma homenagem à cultura portuguesa e à cidade de Coimbra, que se define pela sua profunda ligação à ancestral instituição académica”

AníbAl CAvACo SilvA, Presidente da rePúbliCa

“estaremos à altura do que nos é pedido (...) imenso orgulho, profunda alegria e sentido de responsabilidade” que o município acolhe a classificação da Universidade alta e sofia como Património da Humanidade”. Coimbra, “a sua universidade”, e “o país, são agora responsáveis por património classificado, que não é apenas seu, mas pertença da humanidade”

João PAulo bArboSA de Melo, Presidente da Câmara mUniCiPal de COimbra

É um “motivo de grande satisfação” para os portugueses a “valorização e o reconhecimento” pela UnesCO. Vai valorizar “uma rede que já conta com outras classificações na região Centro”, nomeadamente os mosteiros da batalha e de alcobaça e o convento de Cristo, em tomar. Por outro lado, valoriza o centro histórico de Coimbra, uma cidade que “precisa de uma nova energia”

Jorge bArreto XAvier, seCretáriO de estadO da CUltUra

“estou imensamente satisfeito. e recompensado. esta classificação não significa que a universidade não seja do século XXi. É uma universidade do século XXi, mas também com uma história e um passado. É uma enorme mais-valia para a universidade e para a cidade. É uma forma de alicerçarmos o futuro em bases mais sólidas. recordo que, há 10 anos, o pátio central da Universidade de Coimbra era um imenso estacionamento, com 250 carros por dia.”O antigo reitor admitiu ter ficado sensibilizado com a posição de alguns delegados da UnesCO, no Camboja, realçando o méxico, Índia e brasil. “Cheguei a ficar emocionado com alguns testemunhos, como o do delegado do méxico. teve uma posição central na decisão final”. O antigo reitor aludiu ainda à posição dos delgados indianos, que realçaram a importância da Universidade de Coimbra na divulgação da língua portuguesa naquele território, e da representação brasileira, que reconhecem “Coimbra como a sua alma mater. a influência do brasil do mundo não está alheia a este desfecho”

SeAbrA SAntoS, reitOr da UC qUe lançOU a CandidatUra

Os outros

À Universidade de Coimbra, ou ao Monte Fuji, classificados sábado,

o Comité do Património Mundial da UNESCO acrescentou domingo outros locais legitimados pela instituição das Nações Unidas, e preservados agora na memória colectiva, como riquezas ímpares da cultura do planeta.

É o caso das villas e jardins dos Médici, em Florença, na Toscana ita-liana, ou das ruínas da colónia grega de Quersoneso, fundada no século V a.C., hoje na Ucrânia. Ou dos monumentos de Kaesong, símbolo da história e cultura de quatro séculos da dinastia Koryo (do X ao XIVº), responsável pela unificação da Coreia.

A lista de património classificado este domingo inclui também o palácio Golestan, em Teerão. É formado por 17 edifícios e foi maioritariamente constru-ído durante o período em que o país foi dirigido pela família Qajar, que atingiu o poder em 1779. “Tornou-se um centro das artes e arquitectura Qajari, de que é um exemplo excepcional, e manteve-se até hoje fonte de inspiração para artistas e arquitectos”, destacou o Comité do Património Mundial.

Nos dias anteriores, a UNESCO tinha classificado o Monte Etna, na Sicília, o Monte Fuji, no Japão, os fortes do Rajas-tão, na Índia, os vulcões de Pinacate, o Grande deserto de Altar, no México, as tserkas, igrejas de madeira construídas entre os séculos XVI e XIX, nos Cárpatos, para além da Universidade de Coimbra.

Entre o novo património classificado, existe o de criação humana, o natural, ou aquele que sugere uma perfeita simbiose entre os dois, como é o caso dos socalcos de Honghe Hani, na China. No local, ao longo de 1300 anos, o povo Hani criou

“um complexo sistema de canais para trazer água dos topos de montanha arbo-rizados até aos socalcos” e um sistema agrícola que integra a produção de arroz com a criação de gado, patos, peixe ou enguias, demonstrando, escreve o comité da UNESCO, “uma extraordinária har-monia entre as pessoas e o seu ambiente”.

Ainda na China, foi também classifi-cado a área de Xinjiang Tianshan, onde cadeias montanhosas geladas e florestas verdejantes se confrontam com a vasti-dão do deserto de Taklimakan. O local classificado é um “exemplo excepcional dos processo evolutivos biológicos e ecológicos em curso”.

Foram classificadas ainda as mon-tanhas Pamir, no Parque Nacional do Tajiquistão (“um ponto de encontro entre as mais altas cadeias monta-nhosas do continente Eurasiático”), o centro de caça à baleia de Red Bay, no Canadá, fundado no século XVI por marinheiros do País Basco e hoje uma rica zona arqueológica, bem como a cidade portuária de Levuka, nas Ilhas Fiji ou o centro histórico de Agadez, porta para o deserto do Saara, no Níger, e que, nos séculos XV e XVI, era um importante ponto de encontro na rota das caravanas de mercadores – do outro lado do continente africano, no Qatar, na península arábica, foi classificada outra antiga cidade florescente através do comércio, Al Zubarah, povoação costeira abandonada no início do século XX, hoje sítio arqueológico.

A lista dos locais erguidos a patri-mónio mundial completa-se com os fortes do Rajastão, na Índia, construídos e desenvolvidos por vários principados ao longo de dez séculos, entre o VIII e o XVIII, e 16 tserkas, igrejas de madeira da região dos Cárpatos, erguidas entre a Polónia e Ucrânia por comunidades ortodoxas orientais e greco-cristãs.

Honghe Hani, na China

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terça-feira 25.6.2013nacional14 www.hojemacau.com.mo

As importações de aço chinês pelos Estados Unidos aumentaram bastante este ano, ape-

sar das siderúrgicas americanas estarem inundadas com excesso de capacidade. O aço chinês também foi usado recentemente na ponte que liga san Francisco a Oakland, na Califórnia.

O motivo, em parte, é o facto de o aço chinês ser mais barato. Na verdade, as siderúrgicas americanas argumentam que o produto chinês recebe subsídios

Economia Exportações chinesas inundam os EUA

Assim é temperado o aço

A Associação Chinesa de Ferro e Aço informou que o aumento é baseado na oferta e na procura e sugeriu que as exportações de aço chinês têm crescido porque o seu produto é mais competitivo. “Por que podemos exportar mais? É devido à competitividade no preço e no serviço”, disse Li Xinchuang, vice-secretário-geral do grupo.

Já as siderúrgicas americanas têm ficado cada vez mais inacti-vas. A 15 de Junho, a produção do sector tinha caído para 76,7% da capacidade, face aos 78,8% do ano anterior. Os EUA produziram 88,6 milhões de toneladas em 2012, 5,7% do total mundial.

injustos e querem que o governo dos EUA restrinja as importações ao máximo. A China afirma que apenas produz de forma mais eficiente.

Neste caso também pesa a rela-tiva escassez de empresas america-nas com experiência em projectos específicos, como pontes. Estes dois factores juntos indicam que os EUA provavelmente não abando-narão por completo o aço chinês.

Em 2012, o Departamento Metropolitano de Transportes de Nova York (MTA, em inglês)

concedeu um contrato de cerca de dois mil milhões de patacas a uma empresa da Califórnia para reparar a Verrazano-Narrows, uma ponte imponente que continua a ser a mais longa dos EUA.

A empreiteira Tutor Perini Corp. subcontratou a China Rai-lway Shanhaiguan Bridge Group. para o fabrico de plataformas de aço para a ponte e que, segundo o MTA, está a usar 15.000 tone-ladas de chapas de aço fabricadas pela chinesa Anshan Iron & steel Group. As plataformas vão subs-

tituir a via superior de cimento da ponte, que tem dois níveis.

Pontes são sínicAsO MTA informou que tentou encontrar uma empreiteira cuja proposta incluísse aço americano, mas só apareceu uma, da structal--Bridges, e o preço pedido era o dobro do apresentado pela Tutor Perini.

As autoridades do MTA dis-seram que o preço não foi o único critério, assinalando que as empresas chinesas têm vindo a especializar-se no fabrico de peças para pontes por todo o continente norte-americano.

As obras em pontes são uma das causas do aumento das vendas de aço chinês para os EUA. Nos primeiros quatro meses de 2013, registou-se uma subida de 33% em relação a 2012, para 480.095 toneladas. O acréscimo é particu-larmente notável porque o total das importações de aço dos EUA no mesmo período caiu 17%, para 10,6 milhões de toneladas.

A ponte Verrazano-Narrows foi uma das façanhas da engenharia americana quando foi construída nos anos 60, na região portuária de Nova York. Agora está a ser reparada com aço produzido na China

“Por que podemos exportar mais? É devido à competitividade no preço e no serviço” Li Xinchuang, vice-secretário-geral da associação chinesa de Ferro e aço

A maior parte do aço chinês vai hoje para projectos de construção como pontes e edifícios — os pon-tos fortes da Nucor Corp. a terceira maior siderúrgica dos EUA, que vende metade do seu aço para o sector de construção.

“A construção é essencial para os nossos negócios”, diz Dan DiMicco, presidente do conselho de adminis-tração e ex-director da Nucor.

Bill McEleney, da Aliança Nacional das Pontes de Aço, cujos membros fabricam pontes e peças para pontes, diz que muitas em-presas americanas são capazes de construir pontes, mas poucas têm experiência com as plataformas planas de aço usadas hoje em dia para construir ou reformar pontes de tráfego intenso.

Na China, país em rápido crescimento urbano, este tipo de construção está em alta. “Como os chineses estão a construir muito mais pontes deste tipo, têm mais fabricantes”, explica McEleney.

Leo Gerard, presidente do Sin-dicato dos Metalúrgicos dos EUA, disse que “a suposta economia de custos do aço chinês não leva em linha de conta o preço para o meio ambiente de transportar o aço para centenas de milhares de quilómetros, contra apenas 100 ou 200 quilómetros, nem o custo para a nossa frágil recuperação económica [dos EUA] e a perda de empregos americanos”.

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terça-feira 25.6.2013 www.hojemacau.com.mo 15nacional

O Governo chinês disse ontem “res-peitar” a decisão de Hong Kong

de autorizar a saída do ex--colaborador da CIA Edward Snowden, acusado pelos Estados Unidos de espiona-gem, nas não indicou se teve intervenção no processo.

“Hong Kong rege-se pelo primado da lei. O Governo central chinês res-peita sempre as decisões do Governo da Região Admi-nistrativa Especial de Hong Kong tomadas de acordo com a lei”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying.

Edward Snowden, an-tigo colaborador da CIA e da Agência de segurança Nacional que se refugiou em Hong Kong depois de ter revelado documentos secretos sobre programas de vigilância das comunicações conduzidos pela adminis-tração norte-americana, embarcou no domingo à

O Presidente chinês, Xi Jinping, descreveu

ontem a exploração espa-cial como “uma parte do sonho de tornar a China mais forte”. “Com o desen-volvimento de programas espaciais, o povo chinês alcançará avanços ainda maiores”, disse Xi Jinping, numa conversa telefónica com os astronautas chine-

ses que se encontram há 13 dias no módulo espacial Tiangong -1.

Os três astronautas, entre as quais uma mulher, Wang Yaping, regressam à terra na próxima quarta--feira, concluindo a mais prolongada missão espa-cial chinesa.

“sentimo-nos muito orgulhosos por poder con-

tribuir para a realização do sonho espacial da na-ção chinesa”, afirmou o comandante da missão, o astronauta Nie Haisheng.

O Tiangong-1 é o em-brião da futura estação es-pacial chinesa, que deverá estar operacional em 2020.

“sonho chinês” (“Zhong Guo meng”) tornou-se uma das expressões mais citadas

do discurso oficial na China desde que Xi Jinping as-sumiu a chefia do Partido Comunista Chinês, em Novembro passado, e é geralmente entendida como uma manifestação da cres-cente confiança económica e científica da China.

A China lançou o pri-meiro astronauta há apenas dez anos.

BCC anuncia que China manterá uma política monetária prudenteSegundo informações divulgadas domingo na página oficial do Banco Central da China (BCC), a comissão de políticas monetárias da instituição reiterou numa reunião regular do segundo trimestre de 2013, que o país vai manter uma política monetária prudente. A situação económica do país é relativamente estável, mas enfrenta também muitas dificuldades e desafios. A China vai acompanhar com muita atenção a mudança de fluxos de capital internacional, e continuar a aplicar uma política monetária de contenção. O BCC indicou na reunião que deverá reforçar e melhorar a gestão de liquidez através de políticas monetárias, a fim de orientar um bom desenvolvimento do crédito monetário e a recapitalização social. Para além disto, é importante continuar a reforma orientada para o mercado de câmbio e permitir o papel fundamental do mercado na alocação de recursos, lembra a instituição.

Petróleo recua frente a temores com a economia chinesa Os contratos futuros do petróleo operam em leve queda à medida que os números da actividade manufactureira mais fracos da China e temores sobre uma crise de crédito no país provocaram nervosismo nos mercados. O contrato do petróleo Brent para Agosto recuou 0,30%, na ICE, em Londres, para US$ 100,60 o barril. O contrato do petróleo para Agosto na New York Mercantile Exchange caía 0,42%, para US$ 93,30 o barril. “As pessoas estão a começar a temer a situação de crédito na China”, disse Amrita Sen, analista da Energy Aspects. “É um sentimento muito, muito fraco e não haverá muita (dinâmica) a menos que haja um sinal de mudança no que Bernanke (presidente do Fed) diz, ou o que a China faz.” Segundo ele, no curto prazo, os preços do Brent poderão recuar abaixo de US$ 100 o barril. Os participantes continuaram a digerir as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, na semana passada de que as medidas de estímulo para a economia americana poderão ser reduzidas ainda neste ano.

Caso Snowden China “respeita” decisão de Hong Kong

tudo na mais perfeita normalidade

Xi Jinping estende o “sonho chinês” até ao espaço

Por uma China mais forte

do WikiLeaks, Julian As-sange, na sua embaixada em Londres. A organização disse que procurava apoio para que Snowden recebesse asilo num “país democráti-co” e que ele irá para Quito.

com o brAço-direitode AssAngeAcredita-se que sarah Har-rison, braço-direito de As-sange e uma das líderes do WikiLeaks, tenha voado com Snowden para Mosco-vo utilizando a companhia aérea russa Aeroflot. O embaixador do Equador em Moscovo, Patricio Al-berto Chavez Zavala, foi ao aeroporto reunir-se com Snowden e Harrison.

Snowden foi formal-mente acusado nos Estados Unidos de espionagem, mas as autoridades de Hong Kong argumentaram que a documentação apresentada para suportar o pedido de ex-tradição estava incompleta.

segundo a fórmula “um país, dois sistemas”, adop-tada também em Macau, as políticas socialistas em vigor no resto da China não se aplicam em Hong Kong e, com excepção das áreas da Defesa e Relações Externas, o território goza de “um alto grau de autonomia”.

tarde para Moscovo, de onde seguirá provavelmente para um país da América Latina.

segundo um represen-tante da companhia aérea russa Aeroflot disse que Snowden estava registado no voo que saiu de Moscovo esta segunda-feira às 2h05m (hora local). A empresa disse que ele se tinha registado para o voo no domingo usando o passaporte dos EUA, que as autoridades americanas afirmaram que foi anulado, como parte do esforço para o processar por revelar segredos do governo confidenciais.

Asilo no equAdor?Snowden chegou a Mos-covo no domingo vindo de Hong Kong, onde esteve escondido durante semanas. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patiño, confirmou que recebeu um pedido de asilo de Snowden, mas ainda não tomou uma decisão. O país já hospeda o fundador

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• Sinaldechuvasintensas:5horas

• Sinaldetrovoada:Atéàs17horas

• Precipitação:Até200ml

números

terça-feira 25.6.2013vida16 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

O sinal de alerta de chu-va intensa foi activado pouco antes das 7 horas da manhã de ontem. E

durante as cinco horas seguintes nada mais se fez ouvir nas ruas do que os

Chuvas intensas Corte de estradas, aulas suspensas... e não vão abrandar até quarta-feira

Chuva no nabalChuvas intensas marcaram a manhã e princípio da tarde de ontem. As escolas tiveram de encerrar e o mesmo poderá acontecer hoje e amanhã, já que o cenário será idêntico, com períodos de chuvas intensas e trovoadas. Sabe-se, no entanto, que as zonas baixas poderão estar sujeitas a inundações

batimentos fortes da precipitação. Longe de ser excepção, rapidamente surgiram inundações na península de Macau, nomeadamente, nas zonas baixas como o Porto Interior e nas Portas do Cerco. Até porque a maré atingiu um máximo e as chuvas subiram até aos 200 milímetros (ml). Também na Taipa, cenário idêntico. Na Estrada Governador Albano de Oliveira, cinco bombas de água foram activadas pelo Ga-binete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI). E as escolas ontem encerraram durante todo o dia.

Fong Soi Kun, director dos Ser-viços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), explica ao Hoje Macau que as chuvas de ontem, que irão marcar estes dois dias, não se devem ao tufão que passou este fim-de-semana a menos de 200 quilómetros de Macau e que também não é indício de um

fortes e trovoadas até quarta-feira mas os sinais de alerta não serão permanentes", afiançou Fong Soi Kun. Segundo indicou a DSEJ (Di-recção dos Serviços de Educação e Juventude) ao Hoje Macau, os alunos foram comunicados, via noticiário e circulares, para não comparecerem às aulas. E logo cedo foi posto na página online o mesmo comunicado, que anunciava a suspensão das aulas bem como o adiamento dos exames. No entanto, a DSEJ não adiantou em tempo oportuno se tal ditará também a suspensão de aulas novamente.

CoRtes de estRadas e infiltRaçõesSegundo noticiou o canal chinês da rádio TDM, o túnel da Ferreira

novo. “Neste momento o tufão já entrou na parte norte do Vietname (...) No mar do Sul da China e no Leste do Pacífico ainda não está nenhum tufão formado”, adiantou o responsável.

UM vale depRessionáRio“Também não é uma tempestade tropical. Este é um vale depres-

sionário ligado com as bandas nublosas.” Um vale que avançou com chuva, desde a madrugada até ao início da tarde, e que fez com que os SMG mantivessem activo o sinal de trovoada até às 17h. Mas se ontem a situação melhorou até ao fim do dia, hoje e amanhã espera--se um cenário idêntico ao raiar do dia ontem. "Continuam as chuvas

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terça-feira 25.6.2013 www.hojemacau.com.mo 17vida

hoje no prato

nabo

paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

Nomebotânico:Brassica rapa L.Família:Brassicaceae(Cruciferae).

Utilizadodesdetempospré-históri-cos,oNaboalimentoupovosegadodurantemilénios.MuitoapreciadoporGregoseRomanos,foisempremuitopopularatéàintroduçãodaBatatana Europa. Desde então o seu usodecaiu, mas ainda hoje é bastanteconsumido.Aplanta,origináriadospaísesdaEuropaOriental,apresentapequenasfloresamarelaseraízesdediversasformas.Na cozinha é usado o Nabo oucabeça-de-nabo (a raiz),anabiça(asfolhas)eosgrelos(asfolhasdaplantaemfloração).

COMPOSiçãOPoucocalórico,oNabocontémumbaixoteoremaçúcares,proteínase lípidos, sendo rico em fibras;vitaminas(A,B1,B2,B3,B6,ácidofólico,C),minerais(cálcio,enxofre,fósforo,magnésio,potássio,sódio)e oligoelementos (brómio, cobre,ferro,iodo);compostosanticance-rígenossemelhantesaosdaCouve(glucosinolatos),aindaemestudo.Mais nutritivas que as raízes, asfolhassãomaisricasemproteínasefibrasemaispobresemhidratosdecarbono;maiorabundânciaemvitaminas(Aebetacaroteno,com-plexoB,C)eminerais(cálcio,ferro);nãoobstanteapresençadeácidooxálico, que reduz a absorção docálcio,asfolhasconstituemumadasmelhoresfontesdeorigemvegetaldestemineral.

AçãOtERAPêUtiCAPelasuariquezamineralevitamínica,oNaboéumalimentotónicoerevitali-zante,indicadoparacriançaseidosos,nafadigaeconvalescença,esemprequesedesejeaumentaroaportediárionadietadevitaminaC,ferrooucálcio:na anemia, descalcificação, paramelhoraraimunidade,fortalecerosossosedentes,epessoascomumaalimentação vegetariana. Contribuiigualmenteparaasaúdedavisão.Diurético e depurativo do sangue,favoreceadissoluçãodecálculosdosrinsebexiga,aumentaaeliminaçãourinária de ácido úrico e outrosresíduosdometabolismoealcalinizao sangue, recomendando-se estealimento na retenção de líquidos,inflamaçãodabexiga,litíaseurináriaegota.Comodepurativotemaindaoportunidadenoseczemas.

ONabofacilitaaexpulsãodaexpeto-raçãobeneficiando,emgeral, todasasafeçõesdoaparelhorespiratório,comoporexemploamigdalites,rou-quidão,tosse,coqueluche,bronquiteemesmocatarropulmonar;podeserusadocomoreconstituinteemcasodetuberculoseeescrofulose.

OUtRASPROPRiEDADESReduz a hiperacidez estomacal,suaviza as mucosas do aparelhodigestivo desinflamando-as, regu-lariza o trânsito intestinal, alivia etrataashemorroidas.Nosregimesdeemagrecimento,énutritivoepoucocalórico,proporcionaumasensaçãodesaciedadesendofacilmentedige-rível,epromoveadesintoxicaçãodoorganismo.ONabocozidoeesmagadoeaplicadoemcataplasmassobreapeleresolveinchaçoseinflamaçõeseacalmaasdores,sendopopularmenteusadoemfrieiras,fissuras,úlcerasdapele,ab-cessosefurúnculos,doresdedentes,gotaereumatismo.

COMOCONSUMiRSUGEStõES:• O nabo pode ser ingerido cru,ralado,emsaladasdevegetaisoucom cenoura ralada e em sopas,guisados,cozidosefeijoadas.•Anabiçaconsome-seemsopas.•Quandotenras,asfolhaspodemcomer-secruasemsaladas.•Osgrelossãocozidosaovaporeservidoscomoacompanhamentodoprato principal, sendo excelentessalteadosemAlhoeazeite.tambémseusamemsopasesãomuitoapre-ciadosnoarrozdegrelos.•Emfitoterapiasãoaindausadososucodonabooudasfolhas,ocaldodocozimentodaraizeoxarope.•Receitamedicinal–XaropePeitoralCorta-se o Nabo às rodelas finas ecoloca-senuma tigela; deita-semel(ouaçúcarmascavado)porcima.Ficaem repouso durante a noite. No diaseguinte,escorre-seosucoevai-setomandoàscolheradas.EstexaropepodeserenriquecidocomCenoura.

PRECAUçõESEmpessoassensíveispodeprovocarflatulência.talcomooutrasplantasda mesma família, o seu consumopodereduziraatividadedaglândulatiroide,peloquenãoserecomendaemcasodehipotiroidismo.Em caso de dúvida, consulte o seuprofissionaldesaúde.

Macau Sã Assado

FAzEROCONtRáRiO

•NoparquedosedifíciosNovataipa,oqueestáadaréfazeroopostodoqueossinaisindicam.Éocasodestesrebeldes,queestacionamasmotasexactamentenosítioondesedizserproibidooestacionamento.PorqueMacausãassi,mastambémsãassado

Foto:JoanaFreitas

do Amaral foi encerrado durante a manhã devido às chuvas bem como o parque de estacionamento no mesmo local, a Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues também es-teve temporariamente encerrada.

Em resposta ao Hoje Macau, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DS-SOPT), disse ter recebido “uma notificação dos bombeiros de que um edifício, na Avenida Almirante Sérgio, apresentava rachas e infil-trações nas paredes exteriores”. “Os funcionários das autoridades chegaram ao local confirmaram que as rachaduras nas paredes do edifícios causaram vazamento de água, embora tal não representasse nenhum perigo imediato e, por isso, ninguém ficou ferido.”

A DSSOPT explicou ainda que foram enviados funcionários para as zonas mais afectadas, como Horta e Costa e Porto Inte-rior para “verificar a situação” e contactou o “empresário da obra da rede de expansão de drenagem na Avenida dos Jogos da Ásia Oriental”, de modo a tomar “me-didas para evitar as inundações”. Até às 18h, a DSSOPT ainda não recebeu relatos de deslizamentos de terra.

oBRas do MetRo CoM aBRandaMentosO Gabinete de Infra-estruturas e Transportes (GIT) disse ao Hoje Macau que as obras do metro ligeiro sofrem, nesta altura, um abrandamento com as fortes chuvas. Isto porque, há muitos trabalhos que são cancelados.

“Como Macau entrou na estação das chuvas e tempesta-des tropicais, espera-se que as obras terão de enfrentar desafios maiores. GIT vai se esforçar para

realizar a construção através de uma melhor coordenação”, reve-laram em resposta escrita.

“Se a previsão é de chuva ou as condições climáticas parecem ser menos desejáveis, alguns procedimentos – por exemplo, o processo de construção de viadutos envolve uma série de grandes equipamentos mecânicos e operações de alta altitude – serão suspensos e continuam depois o clima se tornar melhor”. Também, segundo referem, neste momen-to o GIT está a cooperar com os novos sistemas de drenagem que sçao implementados com a DSSOPT.

“O GIT também começou uma construção de drenagem relevante com a Public Transport Interchan-

ge (PTI), na Estrada Governa-dor Albano de Oliveira, e pediu à entidade empregadora que contrate mão de obra adicio-nal para acelerar o trabalho de construção." Por outro lado, o GIT frisou ter tomado medidas de acompanhamento depois das tempestades recentes em Maio, incluindo a coordenação das empreiteiras para ajudar a usar bombas para limpar a água estagnada.

No entanto, o gabinete reforça que o projecto LRT já tem implementado o trabalho de fundações por estacas em várias estradas importantes na Taipa. E a construção de pontes--viaduto tem-se expandindo gradualmente.

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terça-feira 25.6.2013www.hojemacau.com.mocultura18

O investimento em construção tem impulsionado a China. Mas outros planos chineses começam agora a ver a luz do dia

Tiago [email protected]

Hoje é quase im-possível ler um jornal ou assisitir a um telejornal

que não tenha notícias sobre a China, o caso mais flagran-te de sucesso económico dos últimos quinze anos. enquanto os países mais desenvolvidos passam por períodos cíclicos de expan-são e contracção da activi-dade económica, a China tem sentido um impulso de construir que não encontra paralelo em nenhum período anterior. o investimento em cconstrução e equipamentos fabris tem registado novos máximos, sendo que em 2006 esses investimentos ultrapassaram metade do produto interno bruto (PIB) do país. É evidente que num desenvolvimento a esta escala nem sempre se presta a devida atenção à qualidade, mas as excepções são suficientes para ombrear ou mesmo ultrapassar tudo o que está a ser feito no ocidente.

Mas a grande mudança está ainda por vir. A China está a avançar com um plano abrangente para, nos pró-

Urbanismo o Futuro e a China

Cidade vs. Campo

A construção de imóveis tornou-se de tal forma rentável, que a principal função de um edifício já não é servir as necessidades humanas. Os conceitos tradicionais associados à arquitectura como a estética, um ambiente confortável, tecnologia avançada de construção e a ocupação humana foram suprimidos, privilegiando-se agora medidas quantitativas como o volume de construção, investimento de capital, tempo de construção, custo e lucros”

ximos doze anos, deslocar 250 milhões de residentes rurais para cidades novas e outras já construídas – um processo de transformação muito profundo que pode-rá desencadear uma nova onda de crescimento ou, pelo contrário, significar uma pesada herança para as próximas gerações. O governo está a substituir aglomerados habitacionais rurais por arranha-céus, libertando desse modo área para a implantação de várias infraestruturas. A escala do plano é de tal forma gigan-tesca que, a confirmar-se, o número de novos habitantes em cidades chinesas vai aproximar-se do número da população urbana total dos estados Unidos. estamos perante o processo que mais alterações poderá significar na história de um território habitado.

Não faltam análises sobre as consequências do desenvolvimento voraz da China, desde os avisos de poluição atmosférica e dos solos, ao preço das maté-rias-primas. A arquitectura e a ausência de planeamen-to coerente, assim como o deficiente controlo de qua-lidade, também têm sido tema de análise. Um dos estudos mais interessantes realizados sobre este tema foi compilado por Rem Ko-

olhaas e o Harvard Design School Project on the City (Great Leap Forward, Har-vard Design School, 2001), editado por Chuihua judy Chung, Jeffrey Inaba, Rem Koolhaas e Sze Tsung Le-ong. Baseando-se no extra-ordinário desenvolvimento do delta do Rio das Pérolas, perto da fronteira entre a China, Hong Kong e Ma-cau, onde foi criada a Zona económica especial (Zee) de Shenzhen em 1980, Ko-lhaas e a sua equipa chegam ao ponto de afirmar que a própria definição de arqui-tectura (a que dão o nome de “Arquitecturaã” neste contexto) carece de altera-ção. Num artigo intitulado “Architecture Shenzhen”, Nancy Lin escreveu que a “Arquitecturaã tornou-se um canal de investimento. A construção de imóveis

tornou-se de tal forma rentável, que a principal função de um edifício já não é servir as necessida-des humanas. os conceitos tradicionais associados à arquitectura como a esté-tica, um ambiente confor-tável, tecnologia avançada de construção e a ocupação humana foram suprimidos, privilegiando-se agora me-didas quantitativas como o volume de construção, investimento de capital, tempo de construção, cus-to e lucros”. Nancy Lin conclui que “nestes vários estados, a arquitectura já não está presente apenas na sua forma física: a arquitec-tura é tudo, surgindo tanto nas conversas do dia-a-dia como nos jornais, tradu-zida numa abstracção de números publicados como cotações de acções”.

Se durante décadas o Partido Comunista Chinês insistiu na manutenção de pequenas parcelas de terreno por parte dos agri-cultores, em defesa de uma paisagem esmagadoramen-te minifundiária, hoje, o Partido inverteu as suas prioridades, apostando numa transformação radi-cal da anatomia do teritório em nome do crescimento económico. Assim, o ob-jectivo final do plano de “modernização” passa por, até 2025, integrar 70% da população do país, cerca de 900 milhões de pessoas, nas cidades chinesas, com-batendo, dessa forma, a de-sacelaração do crescimento verificado nos últimos anos.

Quando o livro Great Leap Forward foi publicado em 2001, o fabuloso im-pulso sentido no sector da construção era totalmente controlado por “institutos de planificação”, empresas públicas com grandes equi-pas e pouco interesse na criatividade arquitectónica. Até mesmo os arquitectos estrangeiros mais con-ceituados era obrigados a entregar os seus projectos a estes institutos, exercendo pouco ou nenhum controlo sobre o que era efectiva-mente construído. o facto de Pequim ter organizado os Jogos Olímpicos de 2008 foi um catalizador para o desenvolvimento da ar-quitectura contemporânea de qualidade na China. Embora grandes ateliers internacionais como Rem Koolhaas/oMA ou Her-zog & de Meuron tenham

participado activamente na concepção de edifícios para as olimpíadas, os ar-quitectos chineses também foram mobilizados para este esforço de aproxima-ção do país dos padrões internacionais.

Mas hoje a China pa-rece ter econtrado outros caminhos. os mais cépticos afirmam que o plano agora apresentado pelo governo falhou em países como o Brasil e o México, onde a urbanização foi também vista como uma forma de impulsionar o crescimento económico. em resultado, os dois países da América Latina viram crescer favelas e desemprego nas grandes cidades. o processo de financiamento do projecto tem sido um ponto central de discórdia. economis-tas chineses dizem que o custo não tem de ser completamente suportado pelo governo, isto porque uma vez que os agriculto-res comecem a trabalhar na cidade, irão iniciar um processo de contribuições, por via do pagamento de impostos, participando desse modo nos programas de assistência social. outras vozes, como o Professor da Universidade Chinesa de Ciência Política e Direito, Li Shuguang, defendem que os habitantes rurais devem também usufruir dos bene-fícios do desenvolvimento económico na China e que a única forma disso acontecer é integrá-los em núcleos urbanos. É a Cidade VS. o Campo. ou será a economia VS. a Vida?

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19culturaterça-feira 25.6.2013 www.hojemacau.com.mo

SeGUNDA à noite foi exibido no Teatro São Carlos o filme “Maria do Mar” (1930), de Leitão de Barros, com mú-

sica original do pianista, interpretada ao vivo pela orquestra Sinfonietta de Lisboa e com a participação de Fran-cisco Sassetti.

o desaparecimento de Bernardo Sassetti em Maio do ano passado foi demasiado prematura. Tinha apenas 41 anos, mas uma obra invulgarmente extensa, rica e variada. o jazz e as com-posições para cinema foram as áreas mais mediáticas em que se destacou, mas o artista trabalhou activamente também em fotografia, em música para teatro e dança, chegou ao fado e à pop e realizou filmes.

Com o objectivo de divulgar a sua obra, “mantendo-a o mais viva possí-vel”, um grupo de familiares e amigos (entre eles Beatriz Batarda, Mário Laginha ou Leonor Silveira) criou em Setembro passado a Associação Casa Bernardo Sassetti.

o início dos actos públicos deu--se ontem (dia em que o músico faria 43 anos), no Teatro Nacional de São

CoNHeCIDo por usar óculos escuros onde

quer que vá, johnny Depp revelou à revista “Rolling Stone” que essa escolha não é exclusivamente uma questão de moda.

Desde que nasceu que é “basicamente cego como um morcego”. É assim que

Performance No tempo de Mateus RicciAmanhã, dia 26 de Junho, entre as 19:30 e as 21:30, terá lugar no Venetian Theatre uma performance multimedia que pretende homenagear os intercâmbios alcançados entre os Jesuítas Italianos e os Chineses literados na China do século XVII. A actuação combina música, luzes e a leitura de textos de Ricci e de alguns seus contemporâneos. A música será interpretada pelo grupo ¡Sacabuche!, proveniente da Escola de Música Jacobs da Universidade do Indiana. O espectáculo está integrado no ICAS8. A entrada é livre mas sujeita à apresentação de ingresso que pode ser obtido na Pin-to Book, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Macau, na recepção do centro de convenções do Hotel Venetian ou ainda na recepção do ICAS8, também no Hotel Venetian. Uma hora antes do espectáculo, os bilhetes estarão ao dispôr à entrada do Venetian Theatre.

Estudos Património, Ambiente e Ecologia em NalandaEstão abertas as candidaturas para a participação num simpósio organizado pelo Instituto Internacional de Estudos Asiáticos (IIAS) e pela Universidade de Nalanda, na Índia. O encontro que terá lugar nos dias 6 a 8 de janeiro de 2014, em Bihar, procurará fomentar o debate sobre património, Ambiente e Ecologia. As inscrições para participação terminam no dia 31 de Julho de 2013. Entre outros, participarão no encontro Rick Asher (Departamento de História de Arte, Universidade do Minnesota), Robin Coningham (Departamento de Arqueologia, Universidade de Durham), Engseng Ho (Centro de Estudos Islâmicos Duke, Universidade de Duke), Akira Matsui (Centro para Operações Arqueológicas, Instituto de Investigação Nacional de Nara) e Mike Robinson (Instituto Internacional de Património Cultural, Universidade de Birmingham). Em debate estarão conceitos relacionados com a ideia de património, pós-colonialismo, ‘tradições’ nacionais e continuidade histórica. Para mais informações contactar [email protected]

No próximo dia 27 de Junho, pelas 18:30, será lançado na Fundação Rui Cunha, o livro Portugal, China e as negociações de Macau, 1986-1999, da autoria de Carmen Amado Mendes. O livro, editado pela Royal Asiatic Society Hong Kong Studies Series, será apresentado por Carlos Frota e Sales Marques. Carmen Amado Mendes é Professora de Relações Internacionais na Faculdade de

Economia da Universidade de Coimbra, e lidera o projecto de investigação: “Uma análise da fórmula ‘Um País, Dois Sistemas: o papel de Macau nas relações da China com a União Europeia e os Países de língua e Expressão Portuguesa” na Universidade de Coimbra. Carmen Amado Mendes é também membro da Direcção da Associação Europeia para os Estudos Chineses.

Bernardo Sassetti Aniversário de celebrado com um concerto

Maria do Mar contra a morte

Johnny Depp revela que está quase cego

Como um morcego

Livros Portugal, China e as negociações de Macau

o actor, de 50 anos, descreve a sua condição que, segundo os médicos, é impossível de tratar. “Tudo está mui-to, muito desfocado” diz johnny Depp, sendo que os seus famosos óculos são prescritos por médicos especialistas, ajudando-o a ter uma visão melhor.

o olho direito, apesar de não estar num estado tão agravado, também lhe causa algumas dificuldades. Estes obstáculos fazem com que Depp só consiga ver clara-mente a uma muito curta distância, o que sem dúvida tem provocado constrangi-mentos durante as gravações dos filmes em que participa.

Longe de abandonar o estrelato, johnny Depp já tem trabalho para ser divulgado este ano. O Mascarilha, um filme que mistura comédia, acção e aventura. o actor também participará em The Thin Man, uma adaptação de um clássico de 1934.

Carlos, em Lisboa, com a exibição do filme Maria do Mar (1930), de Leitão de Barros, com música original do pianista interpretada ao vivo pela orquestra Sinfonietta de Lisboa (di-

recção de Vasco Pearce de Azevedo) e com a participação de Filipa Pais e Francisco Sassetti. A cerimónia servirá ainda como homenagem da Cinemateca Portuguesa ao artista.

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terça-feira 25.6.2013desporto20 www.hojemacau.com.mo

O antigo futebolista Hong Myung--Bo, que capitaneou a seleção sul-

-coreana no Mundial2002, vai suceder a Choi Kang-Hee no comando técnico da Coreia do Sul, nos próximos dois anos, anunciou hoje a federação local.

Choi Kang-Hee demitiu-se do cargo na semana passada, depois de ter ga-rantido a oitava presença consecutiva da selecção sul-coreana numa fase final de um Campeonato do Mundo, graças à melhor diferença de golos e apesar de ter perdido por 1-0 na recepção ao Irão, orientado pelo português Carlos Queiroz.

Antes do jogo decisivo, Choi Kang--Hee e Carlos Queiroz trocaram algumas palavras mais duras, tendo o português festejado efusivamente a qualificação iraniana para o Brasil, após o triunfo, em Uslan, selado com um golo de Reza Ghoochannejhad.

Hong Myung-Bo, de 44 anos, terá agora como missão preparar o Mun-dial2014, aproveitando a experiência de ter estado em quatro fases finais, entre 1990 e 2002, quando capitaneou, no cam-peonato organizado conjuntamente pela Coreia do Sul e pelo Japão, a formação sul-coreana às meias-finais.

Nos últimos cinco jogos do Grupo A de qualificação asiática, a Coreia do Sul perdeu duas vezes com o Irão, que venceu a “poule”, empatou com o Líbano e venceu Qatar e Uzbequistão.

O novo seleccionador da Coreia do Sul, que somou 136 internacionaliza-ções como jogador, começou a carreira de treinador como adjunto da equipa nacional, entre 2005 e 2007, tendo levado a seleção de sub-23 à medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres2012.

O pano sobre a edição de 2013 do principal Cam-peonato de Futebol do território caiu apenas

no fim-de-semana, mas são várias as equipas que já estão no terreno a preparar a próxima época. A temporada competitiva ainda não conheceu o seu canto do cisne, mas vários emblemas não quiseram esperar pelo encontro decisivo da Taça da Associação de Futebol de Macau - a ser disputado entre a Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau e o Ka I - para se abalançar ao futuro.

Pelo menos três emblemas que disputaram a última edição da Liga de Elite colocaram-se no terreno para garantir os serviços de Rui Cardoso, treinador que conduziu o Ka I aos dois primeiros títulos do seu historial.

O assédio foi confirmado pelo próprio técnico português. Car-doso, que iniciou a temporada no banco do Benfica, diz no entanto que mantém o futuro em aberto e até adianta que pode nem voltar a treinar: “Recebi convites de três equipas, mas asseguro que ainda não tomei qualquer decisão. Por uma questão de ombridade pro-fissional não vou mencionar os nomes dos clubes em questão, até porque me comprometi a discutir a questão com mais seriedade no final da temporada e ainda há um jogo importante pela frente”, recorda Rui Cardoso.

Futebol Três equipas interessadas nos serviços do técnico português

Rui Cardoso pondera regresso ao banco

“Apenas uma das formações me endereçou uma proposta factual, mas estou a ser sincero quando digo que ainda não decidi se vou voltar a treinar” Rui CaRdoso, treinAdor de futebol

Coreia do Sul Hong sucede a Choi

O regresso do capitão

O antigo técnico encarnado, que ocupa funções directivas na estrutura da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau, foi um dos convidados do programa “Bola ao Centro”, da Rádio Macau e reconheceu existir o desejo de voltar a treinar. Cardoso garante ainda assim que só estará disposto a formalizar o regresso ao banco para liderar um projecto ambicioso, que possa contribuir para o desenvolvimento do fute-bol da RAEM: “Apenas uma das formações me endereçou uma pro-posta factual, mas estou a ser sincero quando digo que ainda não decidi se vou voltar a treinar. Há convites, sim senhor e o bichinho permanece vivo, mas se não tiver o tempo e as condições necessárias para fomentar um projecto ambicioso, não sei se regressarei”, remate o experiente técnico português.

Rui Cardoso deverá tomar o pulso ao seu futuro nas próximas semanas e tomar uma decisão após o fim da temporada competitiva. Depois de ter servido de palco à consagração do Monte Carlo na passada sexta-feira, o Está-dio da Taipa acolhe na próxima sexta-feira o encontro decisivo da edição de 2013 da Taça da Asso-ciação de Futebol de Macau, com a Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau e o Windsor Arch Ka I a decidirem entre si, a partir das 19h30m o nome do vencedor da segunda mais cotada competição de futebol do território.

Camacho demitido de seleccionador da China

Um adeus espanholA Federação Chinesa de

Futebol anunciou hoje a demissão do treinador es-panhol Jose Antonio Cama-cho como seleccionador da equipa nacional, num curto comunicado difundido pela agência noticiosa da China Xinhua.

“A autoridade do futebol chinês anuncia oficialmente que Camacho foi libertado do seu cargo de selecciona-dor”, refere a curta nota da federação chinesa.

Depois de alguns dias de especulações sobre a saída do antigo treinador do Benfica, sobretudo depois da goleada sofrida com a Tailândia por 5-1, a 15 de

junho, a federação chinesa confirmou que o espanhol deixou de ser seleccionador.

Segundo a imprensa, fe-deração e técnico ainda não terão chegado a um acordo de desvinculação, estimado num valor a rondar os 7,6 milhões de dólares (cerca de 5,5 milhões de euros), verba que a federação pretende reduzir para três milhões de dólares (cerca de 2,3 milhões de euros).

Contratado em agosto de 2011, Camacho espera agora a chegada a Pequim do seu advogado, com di-ficuldades em obter visto, para formalizar a desvin-culação.

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21terça-feira 25.6.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

Aqui há gato

[Tele]visão

Pu Yi

SoluçõeS do problema

HORIZONTAIS: 1-FRIA. PARAR. 2-AURIR. VIR. 3-SÃ. AO. RI. 4-TOA. RUFADOR. 5-IA. GOMO. 6-LI. DE. 7-CIMO. MI. 8-AGUDEZA. SAL. 9-MO. SA. 10-MAL. OLEAR. 11-MELÃO. AURA.VERTICAIS: 1-FASTO. CAMA. 2-RUÃO. LIGO. 3-IR. AI. MU. ME. 4-AIA. ALODIAL. 5-ROR. LÃ. 6-SIL. AZO. 7-AV. ARO. 8-RIPAGEM. OLA. 9-AR. DO. I. EU. 10-ROMÃ. ASAR. 11-GIRO. ALARA.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUçÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1 – Ínsipida; estacionar. 2 – Fugir alucinadamente; chegar. 3 – Perfeita; contr. da prep. a com o art. def. o (pl.); graceja. 4 – Corda de reboque; que ou aquele que rufa. 5 – Caminhava; rebento ou botão de planta. 6 – Medida itinerária chinesa; prep. que designa diferentes relações, como posse, matéria, lugar, providência, etc. 7 – Cume; terceira nota da escala musical. 8 – Qualidade do que é agudo; chiste (fig.). 9 – Molibdénio (s.q.); discurso; Sociedade Anónima (abrev.). 10 – Doença; impregnar de uma substância oleosa. 11 – Fruto do meloeiro; vento brando e aprazível.

VERTICAIS: 1- Ostentação; leito onde se dorme. 2 – Homem do povo; uno. 3 – Dirigir-se; grito aflitivo; mulo; a mim. 4 – Camareira; livre de encargos ou de direitos senhoriais. 5 – Grande quantidade; pêlo de alguns animais, em especial do carneiro. 6 – Ponto cardeal oposto ao norte; ensejo. 7 – Avenida (abrev.); argola. 8 – Ripadura; remoinho de água. 9 – Atmosfera; comiseração; nome da letra I (pl.); a minha pessoa. 10 – Fruto da romãzeira; munir de asas. 11 – Volta; içara por um cabo.

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)18:10 Cougar Town - Sr.118:30 TDM Desporto19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Donas de Casa Desesperadas Sr.822:15 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Portugal Aqui tão Perto00:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

INFORMAçÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Portugal Selvagem15:05 World Corporate Golf Challenge Portugal15:30 O Nosso Tempo16:00 Bom Dia Portugal17:00 Anticrise17:10 Destinos.pt17:30 Portugal Aqui Tão Perto18:25 O Teu Olhar (Telenovela)19:15 Nada a Esconder20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:05 Santos de Portugal22:35 Alta Pressão23:00 Portugal no Coração

30 - FOX Sports13:00 NASCAR Nationwide Series 2013 - Highlights14:00I nternational Motorsport News 201315:00 MLB Regular Season 2013 Cleveland Indians vs. Baltimore Orioles18:00 Golf Focus 201318:30 World of Gymnastics 201319:00 The Football Review 2012-201319:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 (LIVE) The Championships, Wimbledon 2013 1st Round

31 - STAR Sports09:00 The Championships, Wimbledon 2013 1st Round17:30 The Championships, Wimbledon 2013 Daily Highlights Day #218:30 (LIVE) The Championships, Wimbledon 2013 2nd Round

40 - FOX Movies12:35 Con Air14:30 Prometheus16:35 The Hunger Games19:00 The Grey21:00 Alvin And The Chipmunks22:30 Once Upon A Time23:20 Exploding Sun - Part 2 Of 200:55 Insidious

41 - HBO13:00 Being Flynn14:45 Nutty Professor II16:30 Soul Surfer18:25 While You Were Sleeping20:10 The Bourne Supremacy

22:00 Wrath Of The Titans23:45 Moneyball

42 - Cinemax12:20 Bad Company14:15 Memphis Belle16:00 Villa Rides18:00 Page Eight19:45 Hollywood On Set20:20 Ghost Rider22:00 XIII22:50 Spartacus: Vengeance23:45 Loose Cannons

Sala 1World War z [c]Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos14.30, 19.30

noW you See me [b]Um filme de: Louis LeterrierCom: Mark Ruffalo, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Mélanie Laurent16.30, 19.30

Sala 2 noW you See me [b]Um filme de: Louis LeterrierCom: Mark Ruffalo, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Mélanie Laurent14.30, 19.30

World War z [3d] [c]Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos16.30, 21.30

Sala 3miracle cell no.7 [b](Falado em coreano e legendado em chinês/ inglês)Um filme de: Lee Hwan-gyeongCom: Ryoo Seung-ryong, Park Sin-hye, Gal So-won14.30, 16.45, 19.15

long Weekend [c](Falado em tailandês e legendado em chinês/ inglês)Um filme de: Taweewat wanthaCom: Shin Chinawut, Namcha Sheranat, Sean Jindachote21.30

GuArdA-ChuvASSinceramente adoro os dias chuvosos, podem ser vistos como uma grande exposição de guarda-chuvas. Aliás, os dias de tempestade também podem ser um teatro. Quando olha pela janela e enxergo o mar, pode ser verdadeiramente engraçado. Bom, não sei como fazer uma poema mas queria descrever um dia com chuva, seja longo ou curto.É sempre uma maldição quando as pessoas sofrem as salpicos causados pelos carros. Há quem fique arrependido porque no início não lutou por uma licença de condução, até porque é sempre melhor a ser a pessoa que causa o «acidente» mas não aquele que o sofre. É como quando toda a gente diz que o Governo precisa de construir mais habitação pública mas ninguém quer o edifício ao lado da sua casa. O ser humano tem maldade na sua alma. Porque não nos importamos com o mal dos outros mas não queremos sofrer os danos causados pelo mal alheio. Ou por outra, dentro das nossas cabeças há sempre um anjo e um diabo. Sem, falta, ainda nas cabeças dos padres e irmãs. Mas voltemos aos guarda-chuvas. Gosto mesmo de ver ostentados os guarda-chuvas grátis, dados pelos casinos ou grupos de candidatos. O guarda-chuva pode mostrar que fã você é ou onde se entretém. Ás vezes as meninas não querem usar os guarda-chuvas pretos pois pensam que a cor é para a sua avó. Já os homens preferem um guarda-chuva preto porque querem estampar o seu carácter másculo. Então e o arco-íris? Parece agora que esta cor significa “fã dos homossexuais”. Enfim, a cor dos guarda-chuvas não tem qualquer significado se uma pessoa tem de sair com urgência, pode usar um qualquer, até com o cartoon de hello Kitty. Peço desculpa por contar esta história aborrecida, mas contem-me os meus caros leitores, o que mais podemos fazer para gozar estes dias chuvosos?

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A ImortAlIdAde • Milan KunderaO sexto romance de Milan Kundera emerge a partir de um gesto casual de uma mulher para o seu instrutor de natação, um gesto que cria uma personagem no espírito de um escritor chamado Kundera. Tal como a Emma de Flaubert, ou a Anna de Tolstói, a Agnès de Kundera torna-se num objeto de fascínio, de indefinida nostalgia. A partir dessa personagem nasce um romance… um gesto da imaginação que personifica e articula o supremo domínio de Kundera sobre o romance e a sua finalidade: explorar a fundo os grandes temas da existência.

NEwBORN - 10 DIAS NO KOSOVO • Amadora Bd 2011 - Prémio Juventude / Prémio melhor desenho de Autor Portuguêsde Ricardo Cabral“O Kosovo do ricardo não é o mesmo país que encontramos nas notícias e nos títulos dos principais órgãos de comunicação ou nos relatórios e telegramas diplomáticos de Bruxelas, Nova Iorque, Moscovo e Washington. Munido de lápis e câmara fotográfica, Ricardo vê para lá da superficialidade do estereótipo político, e capta a vida linda que as pessoas comuns levam no seu dia-a-dia.”

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terça-feira 25.6.2013opinião22 www.hojemacau.com.mo

Brasil na grande mudança do mundoà f lor da peleHelder Fernando

um qualquer dia, em futuro ain-da sem tempo definido, o Brasil confirmará que foi decisivo nas mudanças. O mundo precisa de mudar. Há muito que se finge de-bater uma nova Ordem Mundial.

Preocupante é ver os mesmos senhores das governanças, das políticas financeiras, das invasões, das guerras, a dizerem desejar essa nova ordem - para serem eles, a ordená--la, para serem eles os continuadores de si próprios. O mundo não é bem como nos contam os informadores profissionais da papinha feita. E talvez seja difícil arranjar uma maneira de dizer como o mundo é, como mundo verdadeiramente está.

A generalidade das populações sabe o que é o Clube Bilderberg? Para que serve, o que está na sombra dessa sociedade falsa-mente meio secreta - pois reúne mas secreta na realidade, vai para seis décadas? Que interesses comuns têm os seus membros, como os alcançam? Com regularidade vão aparecendo autores, alguns deles jornalis-tas que tiveram acesso a documentação e a pormenores de algumas reuniões dessa elite que misteriosamente vai mandando no planeta, obrigando a empobrecê-lo, a calar-se, sob a a manipulação de trilaterais que não passam de matadores e abutres ao mesmo tempo, incluindo dos seus obcecados servidores. Provavelmente, entre os nomes mais conhecidos e com mais trabalho pu-blicamente apresentado pondo a nu alguma parte mais sombria das elites donas do mun-do, Daniel Estulin, nascido na Rússia, filho de um dissidente e lutador pela liberdade de expressão que por isso foi preso e torturado pelo KGB. O saudavelmente polémico filho, Daniel Estulin, várias vezes premiado pelos seus trabalhos de investigação jornalística, assumido patriota russo, teve graves pro-blemas com os mandantes do seu país no início dos anos 80.

*

Mas, com o estimado leitor, voltemos ao Brasil que protesta revoltado por lhe respon-derem constantemente que as estradas não podem ser melhoradas, as escolas públicas não podem ser construídas ou melhoradas, a saúde não pode chegar a todos, os milhões de cidadãos na pobreza vão ter de esperar, porque não há disponibilidade financeira.

Esse Brasil que protesta, e quer fazê-lo pacificamente, vai pedindo desculpa ao mundo pelo transtorno, mas já começou a mudar o país.

Esse Brasil, que de novo mostra a sua cara, é o que escreve nos cartazes que em-punha pelas ruas, afirmações como estas: “Vamos mostrar que somos gente, que temos mente e podemos fazer um Brasil diferente”, “País desenvolvido não é onde pobre tem carro, é onde rico usa transporte público”, “Você pode amar seu País sem amar seu

Os povos dizem claramente - sem bandeiras partidárias - não pretender mais humilhação, serem mais carne para canhão, serem mais explorados, mais adormecidos para se embasbacarem com efeitos especiais, luzes da ribalta, musiquinhas, futebóis, feiras de empanturrar, bodo aos pobres

governo”, “Quando seu filho ficar doente leve ele ao estádio”.

Nesta segunda década do século 21, um pouco por todo o mundo, pessoas estão querendo ser rigorosamente pessoas e não coisas colocadas em quarto plano. Da “Pri-mavera Árabe”, ao movimento “Occupy”, da crescente agitação na Europa revoltada, até a este Brasil insistindo no derrube de políticas que o prejudicam. Quem gosta de ter os estádios mais caros do mundo, se não tem acesso a cuidados de saúde aceitáveis, escolas dignas, mais emprego, melhores transportes públicos? As centenas de milhar de milhões de dólares servem para obras e construção de raiz de vários estádios de futebol. Não servem para resolver os mais urgentes problemas do dia a dia.

As mesmas políticas em países diferen-tes, em continentes diferentes. No Irão, na Síria, na Líbia, na Turquia, nos Pampas ou na Europa mais ocidental. O mesmo motivo de revolta. A necessidade global de mudar radicalmente de políticas.

Há recados vindos de vários sectores da

sociedade, que por vezes é necessário deci-frar. O recado que alastra, dado diariamente em muitos locais diferentes do mundo, não requer dúvidas nem é difícil decifrar. Os povos dizem claramente - sem bandeiras partidárias - não pretender mais humilha-ção, serem mais carne para canhão, serem mais explorados, mais adormecidos para se embasbacarem com efeitos especiais, luzes

da ribalta, musiquinhas, futebóis, feiras de empanturrar, bodo aos pobres.

Uma gota de água pode entornar a paci-ência acumulada. No Brasil, essa gota foi um aumento de 20 cêntimo do real. A partir de agora, que leis serão feitas a favor de quem?

Os poderes constituídos e alvos de pro-testo, têm exércitos, canhões, prisões, têm tudo menos a razão.

Por um destes dias o Brasil confirma-rá que foi decisivo para as mudanças no mundo. O mesmo Brasil que numa dúzia de anos avançou, cresceu economicamente, melhorou e muitas vezes resolveu muitos problemas de miséria, que se projectou inter-nacionalmente com enorme dignidade, que está presente na generalidade dos grandes encontros ao mais alto nível. Ao mesmo tempo que deixou acumular tantas situações de contraste social, preguiçando em tanto comodismo e tanta corrupção.

Este presente brasileiro, como o presente em muitas partes do mundo, está a marcar o futuro, a obrigar à claridade, não às sombras e muito menos aos silêncios.

N

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23opiniãoterça-feira 25.6.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Soraia Zhou[estagiária] Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

edi tor ia lCarlos Morais José

Uma visão imponderávelUma das questões que teima em dançar neste baile da política à Macau, em que Pequim é parceiro, é a diversificação económica. Ou seja, as actividades incluídas naquilo a que prefiro chamar o tecido produtivo. Aqui, por produtivo não entendo a produção propriamente dita (como os produtos das fábricas), mas as actividades que permitem produzir uma sobrevivência.

Claramente, o jogo ocupa um espaço cada vez maior no tecido produtivo de Macau. No entanto, a questão da quantidade de produto interno bruto que vem dos impostos sobre o jogo não significa que, proporcionalmente, a população trabalhe nessa mesma indús-tria. Apesar do peso do jogo e actividades circundantes na economia de Macau, nada obriga a que a população local trabalhe, maioritariamente, nessa área, havendo pois gente com lugar noutras actividades.

Mas quais? Poderá Macau encontrar um nicho de mercado na Grande China? No próprio Sudeste Asiático? Certamente que tal não poderá nunca passar pelas in-dústrias manufactureiras tradicionais como os têxteis. Nesta área não temos a mínima hipótese, tal como Hong Kong não tem a mínima hipótese. A China continental, Taiwan e países desta região facilmente cortarão cerce qualquer tipo de veleidade neste domínio. Mas então qual poderá ser a saída para a RAEM?

Muito simples e complexo ao mesmo tempo: Macau deve concentrar-se naquilo que tem de único, aproveitando ao máximo as potencialidades que lhe advêm da sua História, Cultura, modo de vida, posição geogáfica e know-how na área da tradução, da multiculturalidade.

Um Macau comercial, com certeza. Voltado para os serviços, mas com produ-tos próprios, made in Macau, relacionados com a gastronomia, com a tradição, com a própria RAEM. Um Macau turístico, com oferta de várias qualidades, do pequeno hotel romântico ao grande centro de convenções, do circuito gaming à rota do património. Um Macau que tem de aproveitar ao má-ximo as mil e uma histórias que a História lhe proporcionou, com cada episódio a ser transformado num produto turístico de di-ferenciada qualidade.

Todas as actividades que podem abrir a partir de agora na área do turismo, geridas pela população local, não podem obviamente concorrer pelo mesmo mercado que os gran-des hotéis e casinos. Pelo contrário, pode e deve existir uma aposta cada vez maior na pequena loja, no pequeno restaurante, de tipo familiar, cujos lucros são suficientes para sustentar uma família e onde cada membro

Este pano de fundo erudito e criativo teria uma influência directa nos produtos made in Macau, criaria outros novos e, sobretudo, proporcionaria um ambiente propício à inovação e ao trabalho. Macau como cidade de artistas, criativos, investigadores, cientistas, com algo a dizer na pintura chinesa, na moda, nos estudos transculturais, nos novos modos e saberes do mundo globalizado

encontra uma função. Esta não será, é claro, o único nem o mais importante caminho. Mas é uma via interessante, eventualmente produtiva e capaz de coexistir bem com o património, até porque se trata de algo que tradicionalmente por aqui existe.

Os produtos made in Macau podem ser destinados ao mercado interno, aos turistas, e ao mesmo tempo abrir para a Grande China e outros destinos. Só que para isso a RAEM precisa de ter algo em plena actividade: massa cinzenta.

Sendo um histórico ponto de encontro Ocidente/Oriente (sabiam que foi em Macau que foi impresso, nesta zona do mundo, o primeiro livro à la Guttenberg?), existe aqui uma tradição de estudo transcultural que, infelizmente, não tem sido desenvolvida e aproveitada cabalmente.

Na verdade, uma das áreas que Macau deveria furiosamente desenvolver prende-se com a educação universitária e politécnica. A RAEM deveria dotar-se com infraestrutu-ras técnicas e científicas, nas mais diversas áreas, e fundamentalmente com excelentes recursos humanos vindos das mais diversas origens, atendendo a critérios de excelsa qualidade e reconhecimento, que fizessem desta cidade uma referência obrigatória no circuito intelectual da Ásia, na medida em que aqui ensinariam referências incontorná-veis da investigação contemporânea.

Macau, centro de saber transcultural, recuperando uma tradição de outros sécu-los, quando esta cidade apresentava uma metade do mundo à outra. Macau, portanto, à procura de uma vanguarda que já foi e pode hoje, perfeitamente, voltar a ser, em grande parte graças às actuais condições económicas.A existência de este tipo de situação permitiria uma visão identitária, no mínimo, interessante. Uma cidade de um novo Renascimento que se anuncia, potenciada não por mecenas individuais mas pelo jogo, capaz de pensar o século XXI. Uma cidade na qual a força expressiva dos caracteres rasgam o formalismo do design europeu. Onde as perspectivas perdem o etnocentrismo por uma questão na verdade topológica, fundada nas práticas históricas e num vago mas confortável presente. Este pano de fundo erudito e criativo teria uma influência directa nos produtos made in Macau, criaria outros novos e, sobretudo, proporcionaria um ambiente propício à inovação e ao trabalho.

Macau como cidade de artistas, criativos, investigadores, cientistas, com algo a dizer na pintura chinesa, na moda, nos estudos transculturais, nos novos modos e saberes do mundo globalizado.

Na realidade, Macau não precisa de procurar no exterior qualquer resposta para decidir sobre o seu futuro. Existe aqui a potencialidade suficiente para saber atrair o que precisamos, como sempre se fez ao longo da História.

Esta é só uma visão. Haverá outras, mui-tas outras… A RAEM tem em si mesma as qualidades que lhe bastam para engendrar um futuro melhor para todos os seus cidadãos. Assim queiram estes e os seus líderes…

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terça-feira 25.6.2013www.hojemacau.com.mo

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Raymond Tam TSI defere escusa de juizIp Song Sang, juiz do Tribunal Judicial de Base (TJB), não vai ter de julgar Raymond Tam no âmbito do caso das campas. A decisão foi tomada pelos juízes do Tribunal de Segunda Instância (TSI), que deram deferimento ao pedido de escusa de Ip Son Sang, caso este tivesse de julgar o agora suspenso presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Ainda não há detalhes sobre a motivação que levou o colectivo do TSI a aceitar o pedido do juiz do TJB, uma vez que a decisão apenas foi inscrita na tabela do tribunal, publicada na internet, mas não foi ainda emitido um documento que a justifique. O tribunal disse ao Hoje Macau que só daqui a uma semana é que será possível ter acesso ao documento. Ip Son Sang pediu escusa do julgamento por ter sido companheiro de Raymond Tam na Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa. Recorde-se que Tam, e outros três arguidos também do IACM, está acusado do crime de prevaricação por alegadamente ter demorado muito tempo a entregar documentos ao Ministério Público sobre o caso das campas. - J.F.

Governo sírio negoceia sem «entregar o poder»O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Muallem, disse ontem que o seu Governo não irá à conferência de Genebra 2, convocada pelos EUA e Rússia, para «entregar o poder», mas para negociar a formação de «um Governo nacional amplo». «Quem pensa que vamos a Genebra entregar o poder, que não vá», disse Muallem em conferência de imprensa em Damasco, acrescentando que a participação na conferência, que ainda não tem data marcada, é para «estabelecer uma cooperação verdadeira».

Estudo associa redes sociais a narcisismoUma pesquisa publicada no Computers in Human Behavior revelou que o uso excessivo das redes sociais, como o Twitter e o Facebook, revela traços de narcisismo pessoal. Pessoas que pontuaram mais em escalas que mediam o narcisismo foram aquelas que mais publicavam ao longo do dia. No caso dos jovens, o uso destas redes já serviria outros propósitos como o de, por exemplo, supervalorizar as suas opiniões, pois como ainda são naturalmente mais inseguros e numa fase de construção de identidade pessoal, quanto mais actuarem, mais ampliarão a sua rede de relacionamentos.

CTM Citic Telecom apresentou novos planos

Fibra óptica para todosAndreia Sofia [email protected]

ESTá formalizada a compra de 79% da Companhia de Telecomunicações

de Macau (CTM) por parte da chinesa Citic Telecom. A nova estrutura do conselho de administração foi ontem apresentada em conferência de imprensa e ficaram promessas de inovação tecnológica para o futuro, com a implementação da rede de fibra óptica em todo o território.

“Vamos reforçar a rapidez na área digital. É uma infra--estrutura importante e vamos entrar em conversações com o Governo para em breve termos fibra óptica em toda a Macau. Esperamos poder providenciar

um grande apoio não só no sec-tor empresarial como junto da sociedade”, disse Norman Yuen, da Citic Telecom.

“A CTM assume o compro-misso de, dentro de três anos, investir 1,3 mil milhões de dólares de Hong Kong neste projecto”, acrescentou. Contudo, essa quantia promete ser inves-tida numa melhoria geral dos serviços e também na aposta na rede móvel 4G.

Contudo, Tou Veng Kuon, dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT), dis-se, citado pela Lusa, que ainda não há um calendário para a implementação do serviço 4G. As novidades poderão surgir no final do ano ou no inicio do próximo.

Ficou ainda prometida uma redução “progressiva” das tarifas

junto dos consumidores. Quanto ao cloud computing (dados par-tilhados numa nuvem informáti-ca), a Citic diz estar pronta para a aplicar em Macau. “Temos esta plataforma pronta há três anos e podemos trazer para a CTM”, disse Norman Yuen.

NovoS NomeSA compra de 79% das acções da CTM, antes detidas pela Cable & Wireless e pela Portugal Telecom implica a chegada de novos nomes ao conselho de administração. A Citic decidiu manter a comissão executiva da CTM, liderada por Vandy Poon, e nomeou Xin Yue Jiang como o novo responsável pelo conselho de administração. Xin Yue Jiang também é presidente da Citic.

Aguinaldo Wahnon, jurista, vai manter-se como vice-presi-dente da comissão executiva, ocupando ainda um lugar na direcção.

Os responsáveis da Citic garantiram que o Governo “deu muito apoio e mostrou muitas preocupações” quanto a esta aquisição. O futuro passa por corresponder às expectativas criadas, mas não se prevêem mudanças profundas.

“O plano é melhorar a actual estrutura da CTM, e não esta-mos a pensar em levar a cabo uma mudança muito profunda na empresa, mas sim melhorar a CTM”, disse Norman Yuen.

Jovem de 15 anos obrigada a prostituir-se Duas quadrilhas de prostituição oriundas da província de Jilin foram desmanteladas pela polícia judiciária (PJ) no último fim-de-semana. Durante a acção policial três homens foram apanhados e sete jovens mulheres jovens, entre quais uma rapariga com apenas 15 anos, forçada a prostituir-se várias vezes. A mesma jovem envolveu-se numa discussão causada por roubo de cliente na sexta-feira passada e foi logo suspeita pela PSP de ser vítima de prostituição forçada depois de ter sido descoberto a sua idade precoce. A PJ encontrou dois homens e uma mulher no quarto que a jovem indicou, no qual também se encontravam produtos sexuais, drogas e facas. A outra quadrilha, que até agora ainda não se sabe se tem relação com a primeira, foi desmantelada no dia seguinte num hotel na Avenida 24 de Junho. Foram encontrados muitos produtos sexuais, um homem e cinco mulheres que, embora se dissessem voluntárias, foram na verdade manipuladas. A quadrilha detinha metade da sua remuneração, e ainda por cima, pedia 75 mil patacas de “Taxa de apresentação de trabalho» a cada uma. A PJ promete melhorar a comunicação e a colaboração com a polícia chinesa a fim de “combater a prostituição ilegal”.

Papa «Cristãos não são anti-semitas»O papa Francisco encontrou-se ontem com os representantes do Comité Judaico para as Consultas Inter-religiosas, e declarou que a Igreja católica «condena veementemente o ódio, as perseguições e todas as manifestações anti-semitismo». «Na base das nossas raízes comuns um cristão não pode dizer-se anti-semita», afirmou o Pontífice, que lembrou o «impulso» dado pelos seus antecessores, através de gestos e documentos no «caminho de um maior conhecimento e compreensão recíproco» nas últimas décadas. O Papa explicou que a Igreja reconhece que o começo da sua fé já estava presente nos patriarcas, em Moisés e nos profetas» e, citando São Paulo, lembrou que “os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, e condenam fortemente o ódio, as perseguições, e todas as manifestações de anti-semitismo».

EDWARD SNOWDEN

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