Guia de Manutenção e Reprodução do Betta

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Guia de Manutenção e Reprodução do Betta Guia de Manutenção e Reprodução do Betta Como manter de forma saudável e reproduzir o Betta splendens Bom pessoal, como tenho visto muitas dúvidas quanto à reprodução, alimentação e manutenção em geral dos Bettas, resolvi escrever este pequeno guia baseado em experiências próprias e muita leitura. Em 1849 o Betta foi descoberto, porém confundido com outra espécie e só após alguns anos o erro foi encontrado e enfim viram que se tratava de uma nova espécie que levara o nome de Betta Splendens.  A sua forma selvagem é bem diferente das que conhecemos, tendo cauda curta e cores opacas. Basicamente são encontrados na Ásia (Tailândia, Vietnã, China e outros) em charcos e plantações de arroz. Devido a essa regionalidade os Bettas vivem em águas de pouca ou nenhuma correnteza, com baixos níveis de oxigênio dissolvido na água e, além disso, sua alimentação é basicamente feita de mosquitos, larvas e vermes que são encontrados em abundância nesses locais. Devido a esse fato, o seu sistema digestivo não comporta alimentos pesados (de difícil digestão como as famosas rações de "bolinhas"), muitas vezes levando o animal a ter sérios problemas digestivos, mas trataremos disso mais à frente. O habitat ideal para o Betta: Um Betta bem cuidado vive tipicamente 3-4 anos em aquário. Os Bettas podem ser criados em aquários com no mínimo 2 litros, embora certamente vivam muito melhor em aquários não tão pequenos, tipo 20-40 litros. Cascalho fino ou areia (não a de praia!) e muitas plantas (como elódeas, cabombas, rabo de raposa, musgo de Java e etc) são ideais. Lembre-se que o objetivo é manter de forma adequada os Bettas e não as plantas, desta forma, procurem plantas que tenham uma maior resistência e suas necessidades não sejam de difícil manutenção, pois fatalmente elas irão morrer e ao menor sinal de apodrecimento deverão ser retiradas e repostas, para que não poluam a água rapidamente. O pH pode ser neutro ou ligeiramente alcalino, a temperatura deve estar entre 25 e 28°C (use pequenos aquecedores próprios para "beteiras") e um termômetro para saber a temperatura constantemente. Oscilações de temperaturas ou quedas bruscas de pH podem gerar mal estar súbito no animal e causar anomalias como Íctio e outras doenças. A alimentação do Betta: Se você deseja somente manter Bettas saudáveis, forneça como sua alimentação

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Guia de Manutenção e Reprodução do Betta

Guia de Manutenção e Reprodução do Betta 

Como manter de forma saudável e reproduzir o Betta splendens 

Bom pessoal, como tenho visto muitas dúvidas quanto à reprodução, alimentaçãoe manutenção em geral dos Bettas, resolvi escrever este pequeno guia baseadoem experiências próprias e muita leitura. Em 1849 o Betta foi descoberto, porémconfundido com outra espécie e só após alguns anos o erro foi encontrado e enfimviram que se tratava de uma nova espécie que levara o nome de Betta Splendens. A sua forma selvagem é bem diferente das que conhecemos, tendo cauda curta ecores opacas. Basicamente são encontrados na Ásia (Tailândia, Vietnã, China eoutros) em charcos e plantações de arroz. Devido a essa regionalidade os Bettasvivem em águas de pouca ou nenhuma correnteza, com baixos níveis de oxigêniodissolvido na água e, além disso, sua alimentação é basicamente feita demosquitos, larvas e vermes que são encontrados em abundância nesses locais.Devido a esse fato, o seu sistema digestivo não comporta alimentos pesados (dedifícil digestão como as famosas rações de "bolinhas"), muitas vezes levando o

animal a ter sérios problemas digestivos, mas trataremos disso mais à frente.

O habitat ideal para o Betta:

Um Betta bem cuidado vive tipicamente 3-4 anos em aquário. Os Bettas podemser criados em aquários com no mínimo 2 litros, embora certamente vivam muitomelhor em aquários não tão pequenos, tipo 20-40 litros. Cascalho fino ou areia(não a de praia!) e muitas plantas (como elódeas, cabombas, rabo de raposa,musgo de Java e etc) são ideais. Lembre-se que o objetivo é manter de formaadequada os Bettas e não as plantas, desta forma, procurem plantas que tenhamuma maior resistência e suas necessidades não sejam de difícil manutenção, poisfatalmente elas irão morrer e ao menor sinal de apodrecimento deverão ser 

retiradas e repostas, para que não poluam a água rapidamente. O pH pode ser neutro ou ligeiramente alcalino, a temperatura deve estar entre 25 e 28°C (usepequenos aquecedores próprios para "beteiras") e um termômetro para saber atemperatura constantemente. Oscilações de temperaturas ou quedas bruscas depH podem gerar mal estar súbito no animal e causar anomalias como Íctio e outrasdoenças.A alimentação do Betta:

Se você deseja somente manter Bettas saudáveis, forneça como sua alimentação

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principal a ração Tetra BettaMin, de duas a três vezes por semana dê artêmias,alternando com Enquitréias, Bloodworms ou outros vermes e/ou larvas. O principalobjetivo é fornecer uma alimentação de fácil digestão para o Betta e rica emproteínas. Tenho a certeza que desta forma além de cuidados com a higiene doaquário e água, o seu animal irá lhe presentear com cores intensas e umaagressividade natural/característica da sua espécie. A alimentação preparatória

para a reprodução está descrita mais abaixo, com uma dieta que irá fortalecer melhor o casal e ajudar posteriormente no processo de recuperação do peixe.

A reprodução do Betta:

Com certeza pode-se dizer que este é o ponto alto de todo aquarista. Reproduzir nossos peixes é algo indescritível, emociona e fascina milhares de aquaristas por todo o mundo. Veremos a seguir os passos mais importantes para umareprodução de sucesso e tranqüila. Vamos começar pela escolha do casal. Sevocê quer seguir determinada linhagem de cor, procure um casal parecido (nascaracterísticas de cores, caudas, formato do corpo, agressividade, etc), mas se asua intenção é ousar ou reproduzir somente de forma doméstica, a escolha é sua.

O macho - Na hora da compra, ele deve ser maior que a fêmea (isso vai facilitar o"abraço nupcial"), os peixes devem ser ativos, agressivos e responderemprontamente ao lhes oferecer alimentos; peça para o vendedor dar um pouco deração ao macho e aproveite para ver qual o alimento lhe é fornecido. Isso vai lheajudar mais para frente.

A fêmea - Deve seguir os mesmos critérios de escolha do macho, deverá ter aaparência levemente ³redonda´, e com o diferencial citado acima (tem de ser menor). Quando do acasalamento a fêmea irá apresentar listas bem escuras navertical, e no orifício anal aparecerá um pontinho branco aparentando umminúsculo ovo.

Escolhido o casal, é hora de começar a "turbinar" a sua alimentação, seguindouma dieta rica em proteínas, principalmente para o macho que durante o processode reprodução e manutenção dos alevinos, não irá se alimentar e poderáemagrecer bastante. Alguns animais chegam a falecer.

Faça o seguinte por duas semanas com espaços de três em três horas:

Forneça artêmias salinas vivas em quantidade suficiente (cerca de 10 a 15unidades).

Forneça Tetra BettaMin (que deve ser a sua principal ração, esqueça aquelas

rações de bolinhas, elas não prestam para nada e muitas vezes acabam por dar constipação intestinal nos Bettas) em quantidade suficiente, você vai saber oquanto.

Dê Bloodworms; a Tetra tem uma ração destes animais liofilizados. Se vocêdesejar poderá dar também Enquitréias, muitas lojas vendem culturas destespequenos vermes que são uma ótima fonte de alimento.

De dois em dois dias dê pedacinhos bem pequenos de coração de boi limpo e

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raspado, como a segunda alimentação do dia. A agressividade do Betta é algo muito importante e deve ser reforçada. Mas comofazer isso? É simples, siga os passos a seguir:Coloque um espelho (ou outro macho) em sua frente por cerca de 1 minuto eretire, aguarde um pouco e coloque novamente. Repita por quatro a cinco vezesdurante o dia.

Duas vezes por semana, coloque uma fêmea próxima a ele, isso fará com que omacho fique "excitado" e faça o ninho. Obs: No dia em que fizer esta segundaetapa não faça a primeira.

Equipamentos necessários:

Vamos fazer uma lista e depois descrevo para que serve os itens a seguir:

um aquário de 20 a 30 litros;

uma luminária com lâmpada de 15 W a 20 W luz do dia (fluorescente)

aquecedor (que seja compatível com a quantidade de litros do aquário) etermômetro;

uma folha preta de cartolina;

um pote de maionese lavado ou garrafa de refrigerante de 2 litros (transparente);

um copo plástico descartável, fita adesiva e tesoura;

um aerador com pedra porosa e regulador de ar.

A preparação:

Em primeiro lugar, o aquário de reprodução deverá ficar em um lugar de pouco ounenhum movimento e sem sol incidindo diretamente sob ele, ressaltando que nãodeverá existir nenhum ornamento, pedras, ou substrato no aquário. Retire o isopor da base do aquário, coloque a cartolina preta no lugar dele e recoloque o isopor.Com a base preta o macho irá enxergar melhor os ovos que a fêmea irá expelir.Com o copo plástico de pé, corte metade dele na vertical e cole-o na lateral doaquário com a fita adesiva de forma que fique boiando com a parte cortada viradapara baixo, para que pareça uma toca. Qualquer material que flutue e não polua aágua pode ser usado. O copo cortado deve ficar formando um "U" de cabeça parabaixo, lembrando o arco de um túnel. Este passo é muito importante, pois é aí queo macho sustentará o ninho. Se você preferir, poderá usar alguma planta flutuante

(como o musgo de Java) igualmente preso a lateral do aquário. Para a colocaçãoda fêmea, usa-se o pote de maionese. Este deve ser bem lavado em águacorrente e posteriormente seco ao sol. Se for usar a garrafa plástica derefrigerante, corte fora a parte de cima da garrafa, deixando a parte de baixo comcerca de 15 cm de altura, é ai que a fêmea irá ficar dentro do aquário.Depois de feito tudo isso, é hora de montar o aquário. A coluna de água deverá ser de no mínimo 8 e no máximo 12 cm, eu particularmente uso com 10 cm, use umcondicionador para água como o Tetra Aquasafe, coloque o aquecedor (deixe-oligado). Durante a reprodução a luz deverá ficar ligada todo o tempo, e a

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temperatura deverá ser constante, não menor que 25 ou maior que 28°C. Deixe otermômetro preso no vidro para que ele não flutue não destrua o ninho. Após atemperatura estar estabilizada, coloque no centro do aquário a fêmea que deveráestar dentro do recipiente escolhido (garrafa ou pote), com o nível da água dedentro do recipiente 2 cm a baixo que o nível de água do aquário, isso vai facilitar para que o macho sempre veja a fêmea por todos os lados e abaixo dele. Ligue a

luz e coloque o macho no aquário principal de reprodução, que deverá ficar tampado para não dissipar rapidamente o calor. Deixe-os sozinhos. Nas próximas24 horas o macho irá cortejar a fêmea e preparar o ninho. Se ele não o fizer sigaas dicas abaixo:

Coloque a fêmea no aquário junto com o macho, ele irá nadar agressivamenteatrás dela mostrando suas nadadeiras bem abertas. Deixe-a por 2 minutos, retire-a, descanse e repita novamente. Porém fique atento ao menor sinal de que omacho irá machucá-la, se isso ocorrer separe-a imediatamente.

 A esta altura a fêmea deve estar bem gordinha e com listas verticais em seu corpo(este é o sinal de que ela está pronta para o acasalamento), se o macho ainda nãofez o ninho, retire o pote em que a fêmea está, e coloque outro macho junto com oreprodutor, siga as mesmas instruções descritas na primeira dica, apenasdiminuindo o tempo para 1 minuto, e ao menor sinal de briga retire o machocolocado.

Se mesmo assim o reprodutor não fez o ninho, pegue cuidadosamente com umacolher um pouco de um ninho feito por outro macho (supondo que você tenhaoutro em casa) e coloque junto ao suporte do reprodutor, isso fará com que elefaça um outro ninho para cobrir o que você colocou.

O macho ainda não fez o ninho??? Retire-o e coloque outro em seu lugar (não épreciso dizer que a fêmea deve estar dentro do pote que está no centro doaquário), aguarde 24 horas para que "o estepe" faça o serviço. Se o ninho for feito,retire o ³estepe´ e coloque o reprodutor de volta. Se o ninho não for rejeitado pelo

macho (em alguns casos ele o destrói por completo) tente o acasalamento. Casoseja rejeitado e destruído, troque a fêmea. Tente todos os passos novamente e semesmo assim não der certo é melhor apelar para o Santo Casamenteiro de suapreferência e rezar bastante. O macho pode ser estéril, ou ainda não estámaturado sexualmente para o acasalamento. A maturidade sexual do macho se dáa partir do quarto mês de vida. Tente trocar o casal para a reprodução.Infelizmente alguns comerciantes dão hormônios de crescimento para os peixes oumesmo ainda com hormônios acabam por deixar os animais inférteis. Portanto senenhum destes passos funcionar, troque de fornecedor e procure saber a origem

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dos animais.

O Acasalamento:

Considerando que o ninho foi feito, é hora de soltar a fêmea no aquário. Não fiquemuito próximo, pois isso faz com que o casal fique tímido, só aconselho ficar deolhos bem abertos, pois o macho vai dar umas "pancadinhas" na fêmea, forçandopara que ela fique na parte de baixo do ninho. Se ele a machucar, retire-a, e tentemais tarde. Neste momento, devido às ³corridas´ dos dois, o ninho pode ser afetado e parcialmente desfeito, não se preocupe, o macho irá refazê-lo todo otempo. Quando a fêmea estiver embaixo do ninho, em no máximo 24 horas oacasalamento deve ocorrer, normalmente acontece entre as primeiras horas damanhã. O macho dará o "abraço nupcial" e a fêmea irá expelir os ovos, queprontamente serão fertilizados instintivamente. Os ovos cairão até o fundo, omacho irá pegar com a boca e colocará com cuidado no ninho. Sempre refazendoe ajeitado o mesmo. Neste tempo a fêmea ficará parada muitas vezes parecendoestar em transe, algumas delas ajudam o macho no processo de recolher os ovosfertilizados e guardar no ninho, mas isso não é uma prática muito comum. Todoeste esforço repetitivo dura cerca de 1 hora e em média são expelidos de 300 a1000 ovos. Após o término do acasalamento, retire imediatamente a fêmea, poisela pode tentar comer os ovos que estão depositados no ninho e o macho vaidefendê-los até a morte. Alimente-a no dia seguinte com artêmia salina viva,verifique se há algum machucado em seu corpo e trate adequadamente. O macho

vai revirar o ninho a todo instante, fazendo isso ele dará mais oxigenação aos ovose previne contra a infestação de fungos. A esta altura os ovos estão amareladoscom pontinhos escuros bem pequeninos. Em 24 ou até 48 horas eles eclodirão, osalevinos ficarão presos aos ovos através do saco vitelino (por onde irão sealimentar pelos próximos 4 a 5 dias iniciais de sua vida). Os filhotes que caíremserão devolvidos imediatamente pelo macho ao ninho. Quando os alevinosestiverem nadando na horizontal, é hora de retirar o "papai" do aquário, pois omesmo poderá comer toda a sua cria. Lembre-se de reforçar a alimentação domacho à base de proteína, principalmente artêmia salina e Bloodworms.

A Alimentação e manutenção dos alevinos:

 Agora devemos nos preocupar com os alevinos. Ligue o aerador, regulando o fluxode oxigênio deixando-o bem fraquinho, desta forma não irá criar correnteza noaquário que poderá gerar má formação nos Bettas.

Como são muito pequenos ainda, precisam de alimentos especiais. No quarto diade vida, comece a dar infusórios (a chamada "água verde", veja abaixo como fazer uma cultura de infusórios) ou alimentos líquidos especiais para alevinos (como oWardley® Premium Small Fry®). Muitos deles são à base de gema de ovo edevem ser ministrados com muito cuidado. Existe no mercado uma ração vendida

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em tubos (que mais parecem de pasta de dente) que substitui muito bem osinfusórios, estes devem ser ministrados somente nas 2 primeiras semanas. Todosos dias o fundo deverá ser sifonado com muito cuidado, para que não hajanenhum resto de alimento. Com 1 semana de vida, comece a dar artêmias salinasrecém eclodidas (veja o artigo sobre isso na seção Artigos do site), ou mesmoovos de artêmia sem casca (existe uma marca chamada Maramar que é muito fácil

de ser usada, siga as instruções do fabricante). Vá ministrando as artêmias emicrovermes alternadamente quantas vezes você puder durante o dia, mas nuncadeixando restos no fundo. À medida que os alevinos forem crescendo, váaumentando o tamanho das artêmias e comece a dar ração para alevinos daTetra. A partir da terceira semana de vida, comece a fazer trocas parciais diáriasde 20% do volume total de água do aquário e a cada dia suba a coluna de águaem 1 centímetro. Por exemplo, se o seu aquário está com 10 cm de água, façauma troca parcial de 20% e ao recolocar a água, suba para 11 cm. e assim por diante, até que o aquário esteja totalmente cheio. Com 1 mês de vida, comece adar artêmias salinas maiores, enquitréias, bloodworms e a ração Tetra BettaMinbem esfarelada entre os dedos. Faça trocas parciais diárias de um terço do volumetotal do aquário, sempre sifonando com muito cuidado os dejetos, para que osalevinos não sejam sugados pela mangueirinha.

Receita de infusório:

Os infusórios são cultivados em matéria orgânica apodrecida. Para tanto podemosutilizar casca de banana ou batata, couve e outras folhas. Preferencialmenteutiliza-se as de banana. Dentro de um recipiente com água (pode ser um frasco demaionese, por exemplo), ponha uma casca de banana e deixe por 3 ou 4 dias sobsol, neste período o infusório irá se formar nesta água. Algumas pessoascostumam colocar 3 ou 4 gotas de bebida láctea fermentada com ³lactobacilosvivos´, os famosos Yakult. É uma prática interessante, porém nunca utilizei,portanto não posso dizer se realmente são necessários ou não. Para ministrar osinfusórios utilize um conta gotas convencional que não tenha sido utilizado antes.

Coloque de 5 a 6 gostas no aquário e siga as instruções de alimentação quedescrevi.

Separando os alevinos: 

Dependendo da quantidade peixinhos, você deverá separá-los em 2 ou 3 aquários,desta forma irá evitar superpopulação e o apodrecimento rápido da água. Com 2meses de vida já é possível notar as diferenças entre os machos e fêmeas, essa éa hora de separá-los, machos em aquários individuais e fêmeas juntas.Normalmente nascem de 6 a 10 fêmeas para cada macho. Mas como diferenciar os machos das fêmeas? Existem algumas dicas que podem ajudar a distinguir ossexos. Em geral os machos são maiores, possuem a cauda ligeiramente maior e

se mostram mais agressivos, tentam marcar o seu território e afastar quem setorne uma ameaça a ele. Então são basicamente duas formas, tamanho eagressividade. Algumas vezes isso falha, existem fêmeas maiores e maisagressivas, mas com o tempo as características irão se mostrar mais evidentes,portanto não se preocupe.

Considerações finais:

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 Existem alguns mitos sobre os Bettas que não sei porque se tornaram tãopopulares. Provavelmente alguém já ouviu falar que os alevinos devem ser separados em vários aquários o mais rápido possível porque ³segregam´ umasubstância que inibe o crescimento dos seus irmãos. Existem realmente algumasespécies de peixes que possuem tais substâncias (creio que hormônios), mas oBetta realmente não tem.

Outra coisa, por ser um ambiente tão pequeno muitas pessoas tem a convicção deque deve ser trocada toda a água da beteira, o que promove certamente umestresse desnecessário ao animal, como mudança brusca de pH e temperatura daágua. A água a ser trocada (no máximo 50% do volume total do aquário, embeteiras de 2 litros) deve ser equiparada aos parâmetros atuais em que o Betta seencontra. Ou seja, deve ser verificado e ajustado o pH se necessário bem como asua temperatura.

Mais uma, Bettas devem comer somente ³bolinhas´, como falei acima sobre aalimentação, elas (as ³bolinhas´) contribuem muitas vezes para problemasintestinais, pois muitas delas são de difícil digestão e somente são notadas depois

de muito tempo e muitas vezes nem chegam a causar problemas, isso é variávelmas acontece. Nós somos o reflexo do que comemos, e por isso devemos sempretentar na medida do possível alimentar de forma adequada e saudável os nossosanimais. Já que eles dependem exclusivamente do que fornecemos. Portantoprocure uma ração de boa qualidade como a BettaMin ou similar. Se o seu Bettaestá acostumado com rações em bolinha, existe um truque para adaptá-lo a umanova dieta (por exemplo, a BettaMin que é em flocos). Deixe-o sem comer por 2 a3 dias e forneça um pouco da nova ração, se ele não comer, retire a ração eforneça uma ou duas bolinhas. Repita a operação mais uma vez e não forneçamais as bolinhas até ele acostumar com o sabor na nova ração. Além disso, vocêpode colocar em uma vasilha com água limpa um pouco da ração e algumasartêmias lavadas, deixe-as por cerca de 30 minutos a 1 hora e forneça asartêmias. Como são animais filtradores não seletivos, as artêmias irão ³agregar´um pouco do sabor da ração e isso vai facilitar a adaptação da mesma. Peixesmais velhos são bem mais teimosos que os mais novos e podem realmente nãoaceitar o novo alimento. Tenha sensibilidade ao ministrar esta dica e se o seuanimal mostrar sinais de mal estar, suspenda imediatamente a técnica, forneçaartêmias vivas até que se recupere e então volte a sua alimentação tradicional.Bom, é isso ai, espero ter ajudado a esclarecer algumas dúvidas que se tornammuito freqüentes quando tentamos a reprodução destes animais, além é claro deuma boa manutenção de suas vidas. A informação de boa qualidade nos leva àbusca de reciclagem constante e nos incentiva sempre a ajudar outras pessoas

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que não tiveram a sorte de ler e buscar conhecimento. Agradeço a todos osamigos que conquistei nestes 2 anos e meio de fórum da Era de Aquários e amuitas técnicas importantes sobre diversos assuntos que aprendi aqui. Grandeabraço a todos.

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Reprodução de BettasEscrito por Catarina 

Publicado em 11 de Março de 2010

Os Bettas, se forem saudáveis e se estiverem convenientemente preparados, irão originar uma

descendência entre 30 a 500 alevins. Á medida que os alevins se vão desenvolvendo, deve-se

ter em atenção as possíveis lutas que possam ocorrer entre eles, separando-os. Deste modo, é

necessário ter disponível diversos aquários para esse fim.

Para facilitar o ³abraço nupcial´ (etapa 9) devem ser seleccionados exemplares em que o

macho é maior que a fêmea. Para além deste aspecto, este deve realizar pequenos ninhos de

bolhas no seu aquário individual, indicando que está apto para a reprodução.

 Após a escolha, deve-se realizar uma série de passos simples, mas essenciais para obter bons

resultados.

Nas primeiras duas semanas:

1) A alimentação dos progenitores é de extrema importância, pois irá determinar o número de

ovos e de esperma produzido por cada um. Desta forma, neste período de tempo, dever-lhes-áser proporcionada uma alimentação variada, como larvas de mosquitos, de Artémia,

granulado/flocos próprio para Bettas entre outras coisas.

2) O aquário do macho deverá ser colocado junto ao da fêmea de modo a que se possam

observar mutuamente.

3) Deverá ser montado um aquário, sem filtro nem areão, apenas com uma pedra difusora que

irá servir como aquário de reprodução. Neste, a água não poderá exceder os 10 cm de altura,

uma vez que, iremos reduzir a pressão exercida por esta nos futuros ovos, devendo estar a

uma temperatura de 27ºC sem oscilações. Este aquário deverá ainda possuir plantas aquáticas

verdadeiras que irão proporcionar protecção á fêmea, suporte ao ninho de bolhas que o macho

irá construir e facilitarão a alimentação dos alevins, uma vez que nelas se irão desenvolver,

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com maior facilidade, pequenos animais. Desta forma, existem algumas plantas mais indicadas

para este efeito e que são extremamente fáceis de se manter, não sendo necessário cuidados

com a água, luz e adubos. Exemplos destas plantas são: musgo de java (Vesicularia dubyana);Samambaia de Java (Microsorum pteropus); Valisneria sudamericana (Vallisneria Gigantea)

4)  Após as duas primeiras semanas, o macho pode ser colocado no aquário de reprodução.

Depois de um ou dois dias da sua introdução, coloca-se a fêmea num recipiente transparente(como por exemplo um tubo transparente) e de fácil remoção, o qual a irá proteger das

investidas do macho. Dar-se-á início do cortejo, no qual o macho abre as suas barbatanas e os

opérculos.

5) O macho, se interessado na fêmea, irá dar inicio á construção do ninho de bolhas, o qual

deverá estar concluído ou no final do primeiro ou segundo dia após a inserção dos dois

exemplares no aquário de reprodução. Se tal não acontecer, pode indicar ou que o macho não

esta pronto para a reprodução ou que não está interessado na fêmea, não devendo prosseguir-se com a tentativa de procriar.

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6) Após a conclusão da construção do ninho de bolhas, a nossa atenção desvia-se para a

fêmea. Esta deverá apresentar uma coloração com riscas verticais quando observar o macho e

uma forma particularmente arredondada, indicando, desta forma, que está pronta para o

acasalamento. Contudo, em animais com colorações mais claras essas riscas não são visíveis,tendo-se apenas em atenção o segundo aspecto.

7) Juntamos os dois exemplares com cuidado para não destruir o ninho de bolhas e iremos

observar que o macho irá nadar atrás da fêmea e atacá-la. No entanto, este é um

comportamento normal da espécie, de modo a que o aquarófilo não deverá intervir a não ser 

que observe que a fêmea possa correr perigo de vida.

 Após 12 a 24 horas de estarem juntos o macho irá conduzir a fêmea ao ninho de bolhas.

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8)  A fêmea irá inspeccionar o ninho e, quando chegar a altura, por debaixo deste, ambos iram

começar a nadar em círculos.

9) Até que ocorrem os abraços, o macho dobra-se sobre a fêmea comprimindo-a de modo afacilitar a saída dos ovos ao mesmo tempo que os vai fecundando.

10) Após cada abraço a fêmea fica imóvel e flutua. Nesse período de tempo em que não se

mexe, o macho aproveita para apanhar do fundo do aquário os ovos com a boca e colocá-los

no ninho, pois, á primeira oportunidade, a fêmea come-os, apesar de se já ter sido observadofêmeas a ajudarem o seu companheiro na recolha destes.

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11) Quando os abraços terminam, deve-se retirar com cuidado a fêmea (que tem que ser 

submetida, mais uma vez, a um regime variado de alimentos, de forma a que recupere

rapidamente das lesões sofridas e do esforço), sem destruir o ninho de bolhas, que vai ser 

guardado pelo macho e será este que tomará conta dos alevins quando nascerem.

Deve-se ter em atenção que, os caracóis de água doce, que possam existir no aquário, muitasvezes comem os ovos que se encontram no ninho de bolhas.Por vezes o macho apercebe-se e

tira-os com a boca. Contudo, os moluscos para evitarem a acção do progenitor dirigem-se para

o seu alimento pela parte exterior das bolhas, tornando-se impossível a acção do macho.

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 12) Os alevins irão eclodir passados 2 ou 3 dias. Estes são de reduzidas dimensões (cerca de

2mm) e estão sempre a ser vigiados pelo macho, o qual irá colocá-los no ninho sempre que se

afastem ou que vão ao fundo.

13) Quando os alevins nadarem horizontalmente (no quinto dia de vida) é a altura de retirar o

macho, pois este poderá comê-los.

Os alevins

Nos primeiros quatro dias os pequenos peixes apenas se irão alimentar do seu saco vitelino,

não devendo assim, colocar alimento na água, pois só irá fazer com que esta se polua.

 Após retirarmos o macho, devemos começar a alimentar os alevins quatro a cinco vezes ao dia

em pequenas quantidades, mas tendo em atenção de que, como os alevins são muito

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pequenos, têm que comer um alimento rico em lípidos e de pequenas dimensões de forma a

que seja facilitada a sua ingestão e que lhes permita desenvolver. Assim, existem vários

alimentos adequados para este efeito, como infusórias que aparecem nas plantas, alimento

líquido (JBL Nobil Fluid), larvas de Artémia salina (Nauplios) e/ou alimentos granulados de

pequenas dimensões produzidos para alimentar crias de Bettas.

É nos primeiros quinze dias que se encontra a fase crítica do desenvolvimento das crias dos

Bettas, pois é nesta altura que se formam os labirintos nos alevins. Desta forma, o aquário

deverá estar tapado, de modo a reduzir a diferença de temperatura do ar e da água. Caso

exista diferença, toda ou praticamente toda a ninhada morre.

  Após o primeiro mês começa-se a proceder ao acréscimo de água (cerca de 1cm por dia),minimizando os efeitos das hormonas produzidas por cada alevin, uma vez que eles ao

produzirem-nas vão fazer com que os restantes Bettas que se encontram no aquário tenham

mais dificuldades a desenvolverem-se.

 Ao mês e meio podem-se começar a mudança de água parcial.

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  Algumas

O grupo de fêmeas:

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Os dois primeiros machos são da criação:

Uma colisa que também quis ficar na foto: