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    Faria et al. Criao, manejo e reproduo do peixeBetta splendens (Regan 1910).

    Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.30, n.3/4, p.134-149 jul./dez. 2006. Disponvel em www.cbra.org.br 135

    Fonte: Central do betta, 2006.Figura 1. Anatomia externa doBetta splendens.

    A partir dos dois meses de idade, o dimorfismo sexual se torna bem evidente, pois as nadadeiras dosmachos se desenvolvem mais, apresentando-se, na espcie adulta bem maiores que as das fmeas. Em algumasespcies nativas, essa distino feita somente a partir do comportamento do macho, o qual se apresenta bemmais agressivo que a fmea.

    Fonte: Central do betta, 2006.Figura 2. Anatomia interna doBetta splendens.

    Bettas so anabantdeos, ou seja, possuem um rgo acessrio de respirao, logo acima das brnquias,atravs do qual respiram oxignio atmosfrico. Peixes com labirinto tm uma outra caracterstica, todos osrgos internos esto comprimidos na parte anterior do corpo, de modo que a parte posterior tem somente aespinha, msculos e parte da bexiga natatria (Peixebom, 2006).

    Respirao

    Por ser um anabantdeo, ele possui alm de sua respirao branquial, comum na maioria dos peixes,

    uma respirao auxiliar realizada pelo labirinto, rgo formado no peixe aproximadamente aps duas ou trssemanas de vida.Pode-se dizer que esse sistema respiratrio no s auxiliar, mas de vital importncia sua

    sobrevivncia. O Betta necessita subir superfcie e adquirir ar para respirar periodicamente. Existem relatos deBettas que morrem "afogados" se algum obstculo impedi-lo de subir superfcie para respirar.

    O labirinto permite que o Betta consiga captar o oxignio atmosfrico, promovendo sua dissoluo nacorrente sangnea e aproveitando-o para a sua respirao. Tal mecanismo possibilita que esse peixe consigasobreviver em guas com baixssimos nveis de oxignio dissolvido e tambm responsvel pela manuteno doseu equilbrio (Boumendjel, 2006).

    O labirinto (Fig. 3) composto por um nmero indeterminado de finas placas sseas na cavidade doouvido, unidas a um apoio sseo e fixadas extremidade superior do quarto arco branquial. O ar aspiradosendo, ento, automaticamente comprimido dentro do labirinto, o oxignio absorvido diretamente pelo fluxosangneo, e o ar pobre de oxignio rejeitado sob a forma de simples bolhas (Boumendjel et al., 2006).

    Fonte: Boumendjel, 2006.Figura 3. Local do labirinto na cavidade craniana dos anabantdeos.

    Comportamento

    Para defender seu restrito territrio, em geral pequenas poas de gua, o Betta desenvolveu seu instinto

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    Faria et al. Criao, manejo e reproduo do peixeBetta splendens (Regan 1910).

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    combativo, a ponto de tambm ser conhecido como peixe-de-briga. Essa caracterstica no permite a manutenode mais de um exemplar macho no mesmo aqurio, pois, nesse caso, eles travam violentas brigas que, se nohouver separao, em geral levam morte do mais fraco. Nos pases de origem, os Bettas so usados em rinhas(Fig. 4), que movimentam grandes apostas, podendo os melhores exemplares atingir um alto valor comercial.

    Fonte: Wasanbetta, 2006.Figura 4. Rinha entre dois exemplares deBetta Plakat.

    Existem vrios estudos na literatura avaliando o comportamento agressivo dos Bettas: Craft et al.(2003) compararam a agressividade desse peixe quando colocado frente a outro exemplar ou frente sua prpriaimagem em espelho, afirmando que quando frente de outro exemplar, esse fica mais violento ainda. Doutrelante McGregor (2000) observaram que as fmeas, quando colocadas frente de uma batalha entre dois machos,tendem a escolher para reproduo o macho que ganhou a disputa. Vrios outros trabalhos evidenciam ocomportamento territorialista e agressivo doBetta splendens como os de Bronstein (1980) e Bando (1991).

    Alimentao

    O Betta um peixe carnvoro; aceita desde alimentos vivos, como artmias, dfnias, larvas de mosquito,

    enquitria e larvas de drosfila, at alimentos in natura ou processados, como carne ou corao raspado,camaro, pats e outros alimentos.

    De acordo com sua morfologia (possuem boca voltada para cima), percebe-se que esses peixes tendem ase alimentar com maior facilidade na superfcie da gua, sendo que os alimentos que flutuam tm uma boaaceitabilidade por eles (Giampietro, 2006).

    Nos primeiros dias de vida, os cuidados com a alimentao devem ser redobrados; essa deve ser feitavrias vezes ao dia e com o cardpio variado. Infusrios, artmias recm eclodidas, microvermes e gema de ovoso os principais alimentos nessa fase.

    Quando mais desenvolvidos, esses peixes comeam a comer rao comercial, porm no deve ser anica a ser fornecida. Os alimentos citados anteriormente, como os in natura e os alimentos vivos, estimulam oapetite dos peixes, fazendo com que eles cresam rapidamente e bem saudveis.

    Em ambas as fases da criao, essa alimentao variada e de boa qualidade de fundamentalimportncia para o bom desenvolvimento dos Bettas, porm deve-se ter o cuidado com a superalimentao.

    Qualquer sobra de comida deve ser evitada, visto que essa sempre apodrece na gua, perde a suaqualidade, favorecendo, assim, uma queda de imunidade dos peixes e deixando-os susceptveis infeco porpatgenos oportunistas.

    Ambiente

    O habitat natural do Betta, como os pntanos e campos de arroz, tem como caractersticas principaisuma pequena coluna de gua e um baixo teor de oxignio dissolvido, tornando esses peixes adaptados acondies que seriam extremamente indesejveis para outras espcies. Portanto, na sua criao em cativeiro, no necessrio nenhuma forma de suplementao de oxignio, e a coluna de gua no precisa ultrapassar 20 cm dealtura. Segundo Liem (1987), citado por Aguire (1998), o peixe Betta tolera muito bem condies anxicas emseu ambiente.

    extremamente resistente a mudanas bruscas na temperatura da gua, podendo variar de 23C a 34C

    (Sugai, 1993), sendo a temperatura ideal em torno de 27,5 C. O pH ideal est entre 6,8 e 7,2 (Giampietro, 2006), porm resiste muito bem a choques de pH, podendo inclusive se reproduzir em escalas diferentes da citada(Sugai, 1993). O Betta originrio de gua de baixa dureza, sendo os valores de 10 a 12 dH considerados ideais

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    para a reproduo (El acuarista, 2006). Segundo Sugai (1993), a dureza no afeta o comportamento do Betta,podendo ele reproduzir com sucesso em nveis variados.

    Reproduo

    Uma caracterstica interessante dessa espcie a sua precocidade sexual. Exemplares de trs meses,quando bem alimentados esto aptos reproduo. James e Sampath (2004) avaliaram a idade necessria para amaturidade sexual em juvenis de Betta a partir de 30 dias sendo administrado alimento uma, duas ou trs vezesao dia. Aps 77 dias, ou seja, trs meses e meio de vida, as fmeas estavam aptas reproduo em ambos ostratamentos, apresentando melhor desempenho reprodutivo aquelas que foram as alimentadas duas vezes ao dia.

    O aqurio de reproduo

    O tamanho do aqurio geralmente varia de 10 a 30 litros. Para facilitar o manejo e a manuteno, osmenores so mais recomendados. O fundo e a parede de trs pintados de preto tem o objetivo de evitar o estressedurante a reproduo e facilitar a coleta dos ovos quando eles caem no fundo. Os equipamentos necessrios so:material para iluminao, termmetro, aquecedor com um termostato, uma tampa de vidro para evitar a sada doar quente, importante sobrevivncia dos alevinos, um tufo de planta, que pode ser de samambaia aqutica ou

    cabomba, para que a fmea possa se esconder dos ataques, muitas vezes, violentos do macho.A escolha do casal

    Para seguir uma determinada linhagem, deve-se procurar um casal parecido (nas caractersticas decores, caudas, formato do corpo, agressividade, etc), mas se a inteno ousar ou reproduzir somente de formadomstica, pode-se escolher aleatoriamente.

    importante que o macho seja maior que a fmea para facilitar o "abrao nupcial". Ambos devem serativos, agressivos, apresentarem cores vivas e responderem prontamente quando lhes so oferecidos alimentos.

    Quando prximo do acasalamento, a fmea dever ter a cavidade celomtica levemente abaulada,apresentando listras bem ntidas na vertical com aparecimento de um pequeno ponto branco semelhante a umovo no orifcio anal, referente ao aparelho ovopositor (Fig. 5).

    Figura 5. Fmea de Betta Splendens pronta para areproduo. Observam-se listras brancas na vertical eaparelho ovopositor saliente.

    Escolhido o casal, necessrio reforar a alimentao com uma dieta rica em protenas, principalmentepara o macho que, durante o processo de reproduo e manuteno dos alevinos, no ir se alimentar e poderemagrecer bastante. Essa alimentao deve ser dada duas semanas antes at uma ou duas semanas aps areproduo.

    A variao da alimentao nessa fase muito importante. A utilizao de alimentos vivos, alm deserem considerados de tima qualidade, estimula bastante o apetite dos animais. A artmia salina o alimentomais recomendado por possuir em sua constituio um nvel acima de 60% de protena bruta. Outros alimentos

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    vivos, como a enquitria, os blood-worms, as dfnias e o tenbrio, constituem tambm uma tima fonte deprotena.

    Introduo dos peixes no aqurio de reproduo

    O aqurio deve ser montado em um local tranqilo e com a gua estabilizada por pelo menos trs dias.

    Caso haja necessidade de utilizao imediata do aqurio, a gua deve ser tratada para a retirada do cloro,utilizando 100g de Tiosulfito de sdio para cada litro de gua (Giampietro, 2006), uma vez que os peixes, deuma maneira geral, so muito sensveis ao cloro, mesmo em baixssimas concentraes (< 0,02 mg/l).

    A coluna de gua deve ser baixa, geralmente de 10 a 15 cm de altura. Acessrios, como cascalho oufiltro biolgico de placas, devem ser evitados, pois dificultam a coleta dos ovos pelos reprodutores.

    Aps a temperatura estabilizar em 27C e o pH estiver prximo da neutralidade, coloca-se a fmea nocentro do aqurio. Essa dever estar dentro de um recipiente (garrafa ou pote transparente), com o nvel da guano mesmo nvel da gua do aqurio. A partir desse ponto, a luz ficar acesa at o final do processo reprodutivo.

    Tampa-se o aqurio para evitar que o calor dissipe e coloca-se um pedao de isopor no canto para quesirva de suporte para o ninho. Em substituio ao pedao de isopor, pode-se utilizar uma folha de alface. Aomesmo tempo em que essa serve como suporte para o ninho, possibilita tambm a produo de alimentos para osalevinos, como algas, bactrias e protozorios.

    A movimentao de pessoas em torno do aqurio pode interferir e at mesmo inibir a reproduo. Nas

    prximas 24 horas, o macho ir cortejar a fmea e produzir vrias bolhas de ar embaixo do suporte. SegundoJaroensutasinee e Jaroensutasinee (2001), o tamanho do ninho proporcional ao peso e ao comprimento domacho, o que no confirmado por Giampietro (2006; informao verbal).

    Aps o macho construir o ninho de bolhas, solta-se a fmea observando o comportamento deles. Omacho vai tentar persuadi-la para baixo do ninho. Se o macho for muito agressivo, dando mordidas e arrancandonadadeiras, deve-se prender a fmea por mais algum tempo e tentar novamente mais tarde. Caso no d certo, afmea escolhida deve ser trocada por outra.

    O abrao nupcial

    Depois de aceitar o convite, a fmea ir para baixo do ninho em direo ao macho. Nessa hora, o machodar o "abrao nupcial" (Fig. 6), que consiste no acasalamento dos peixes, quando o macho pressiona a fmea,expulsando seus vulos e, ao mesmo tempo, fertilizando-os com seus espermatozides. O Betta uma espcie

    ovpara, ou seja, os vulos expelidos pela fmea so fecundados na gua e se desenvolvem fora da barriga dame.

    Fonte: Autor desconhecido.Figura 6. Casal de Bettas amarelos realizando o abrao nupcial.

    Os ovos cairo at o fundo onde o macho os pegar com a boca, colocando com cuidado um a umdentro das bolhas do ninho. Algumas fmeas ajudam o macho no processo de recolhimento dos ovos fertilizados,mas isso no uma prtica muito comum. Esse ritual dever se repetir por vrias horas. Geralmente soexpelidos de 100 a 600 ovos, dependendo da idade e do tamanho da fmea.

    Aps a desova, deve-se retirar imediatamente a fmea com cuidado para que o ninho com ovos no sejadanificado, pois o macho pode ficar agressivo na tentativa de defender a prole. Na maioria das vezes, a fmea,

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    aps a desova, vai para o canto oposto ao ninho, sendo mais fcil retir-la sem muita movimentao na gua.Aps 20 dias aproximadamente, essa fmea j est apta reproduo.

    A ecloso dos ovos

    O macho dever revirar o ninho a todo instante, o que possibilita um maior aporte de oxignio para osovos, prevenindo a infestao por fungos. Entre 24 e 48 horas aps a desova, as pequenas larvas eclodem. Porum perodo de aproximadamente trs dias, elas se alimentaro exclusivamente do saco vitelino e ficaropenduradas numa posio vertical seja no ninho, na parede do aqurio ou mesmo nas plantas (Fig. 7).

    Figura 7. Larvas com um dia, fixados no vidro do aqurio e nasbolhas.

    O macho ajuda as larvas a se fixarem no ninho at que elas estejam aptas a nadar na horizontal e

    procurar seu prprio alimento, o que acontece por volta do quinto dia de vida. A partir desse momento, ele poder ser retirado do aqurio de reproduo, e a luz, que antes ficava permanentemente acesa, poder serapagada durante a noite.

    Como os alevinos ainda no possuem o labirinto formado, necessria uma boa quantidade de oxigniodissolvido na gua, o que pode ser feito por meio de aerao suplementar com um soprador ligado a uma pedraporosa. A tampa de vidro no pode ser retirada, a fim de evitar-se modificaes bruscas na temperatura, o quepoder prejudicar o labirinto em formao e causar a morte dos alevinos. A formao do labirinto se inicia porvolta da terceira e da quarta semanas terminando aos trs meses de idade (Gadelha, 2006).

    Alimentao da prole

    Esse um dos principais problemas enfrentados por criadores, uma vez que uma atividade quedemanda tempo e pacincia. Uma alimentao variada e com alta freqncia de administrao de fundamental

    importncia para a manuteno da prole.Existem vrios tipos de alimentos que podem ser administrados aos alevinos,A partir do quinto dia devida, eles comeam a aceitar alimentao exgena. Os mais utilizados so: infusrios, paramcios, branchonetas,artmias, gema de ovo, farinha de minhoca e farinha de salmo. A seguir, descreve-se um modelo dealimentao utilizado por alguns criadores alcanando-se bons resultados.

    Nos trs primeiros dias aps a absoro do saco vitelino, alimentam-se os alevinos trs ou quatro vezesao dia em pequenas quantidades. Pela manh, infusrios e artmia recm-eclodida; tarde, microvermes, e, noite, novamente artmia. Caso a gua comece a parecer turva, provavelmente est ocorrendo umasuperalimentao dos peixes ou est na hora de fazer uma troca parcial de gua.

    Aps trs dias nessa dieta, cessa-se o fornecimento de infusrios e microvermes, mas continua-se com aartmia recm-eclodida por duas vezes ao dia. Eles continuam nessa dieta at aproximadamente dois meses deidade, quando comeam a comer outros alimentos vivos como blood-worms, enquitria, tubifex, artmiasadultas, alm de rao comercial, ficando a critrio do criador escolher a melhor maneira de aliment-los.

    Trocas parciais de gua devem ser feitas a fim de controlar a qualidade da mesma, o que permitir umcrescimento mais homogneo e um melhor desempenho do lote. Quanto mais trocas parciais forem realizadas,melhor ser o desempenho dos alevinos. As trocas devero ser feitas por meio de sifonamentos do fundo doaqurio. Exige-se ateno redobrada nesse processo para que no haja sifonamento dos peixes.

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    Um mtodo auxiliar de limpeza dos aqurios pode ser realizado por ampularreos, caramujos quecomem o resto de alimentos depositados no fundo. Preferencialmente, usam-se os menores, pois os grandes, aoinvs de limpar, sujam muito o aqurio.

    Prximo aos dois meses de idade, dependendo da quantidade de alevinos, deve-se separar a prole emvrios aqurios. A partir dessa idade, os machos comeam a adquirir seu instinto territorialista e comeam as

    primeiras brigas. Imediatamente quando identificados, os machos devem ser separados em recipientesindividuais.Depois de separados, segue-se com uma alimentao variada juntamente com sifonagem do fundo e

    trocas parciais da gua. Nesse momento. selecionam-se os melhores exemplares para servirem de matrizes, e osdemais esperam at que atinjam o tamanho de comercializao, que, em geral ocorre entre cinco e sete meses.

    Alimentos vivos

    Atualmente, utilizam-se diversos tipos e formas de alimentos na criao de peixes ornamentais, quepodem ser vivos, em conserva, congelados, em forma de rao balanceada dentre outros, mas o alimento vivovem sempre mostrando maior eficcia.

    Esses microorganismos, como o caso da Artemia sp., outros microcrustceos, larvas de moscas,algumas microalgas e protozorios, possuem alto valor nutritivo, suprindo as exigncias nutricionais das larvas e

    dos alevinos dos peixes cultivados.Abaixo so descritos alguns alimentos vivos de maior importncia na criao de peixes ornamentais:

    Infusrios

    Os infusrios so obtidos por meio da infuso de vegetais secos em gua. Consistem de bactrias,protozorios, algas e outros microorganismos que servem de alimentos para os alevinos.

    Em um recipiente transparente, coloca-se gua com folhas secas de alface, amendoeira, bananeira, eoutros. Durante dois dias, esse recipiente deve ser mantido em total escurido, para que as bactrias, futurosalimentos dos protozorios, proliferem-se. A infuso deve ser mantida em local com claridade, e diariamentedevem ser administradas algumas gotas de leite ou de Yakult (que contm lactobacilos vivos) afim de que ocorraa multiplicao de alimento para os microorganismos.

    Em laboratrio, conseguem-se isolar culturas de paramcios, que so protozorios gigantes, os quais

    constituem uma tima fonte de alimentos para os alevinos. Para mant-la, basta seguir os mesmos passosdescritos acima e, medida que o nvel de gua for abaixando, basta complet-la com gua descansada.Essa infuso considerada um excelente alimento para os alevinos que acabaram de consumir o saco

    vitelino, sendo de fundamental importncia nos primeiros dias de alimentao.

    Microvermes(Anguilula silusiae)

    Microvermes so pequenos nematdeos brancos, de formas cilndricas, que alcanam no mximo 3mmde comprimento. A manuteno de uma cultura de fcil manejo, e de custo bem reduzido, podendo a culturainicial ser adquirida em lojas prprias de aquarismo.

    Em recipientes de 2 litros de sorvete com 1 centmetro de gua filtrada, acrescenta-se farinha de aveiaat obter a consistncia do mel. Em seguida, colocam-se as matrizes no recipiente, e fecha-se hermeticamente opote para evitar mosquitos.

    A fmea se reproduz com a ausncia do macho e, em poucas semanas podem ser vistos os vermessubindo pelas paredes do recipiente, momento em que eles devem ser coletados. Quando os vermes comearem aparar de subir, acrescenta-se mais aveia. Esse manejo dever ser efetuado apenas duas vezes em cada cultura(Giampietro, 2006).

    um alimento altamente recomendado para alevinos no seu primeiro ms de vida, mas, por ser muitorico em gorduras, a administrao diria no utilizada.

    Artmias (Artmia salina)

    A Artemia sp um microcrustceo, pertencente ordem dos Anostraca e famlia Artemiidae. ricaem protenas, vitaminas (caroteno) e sais minerais, por isso utilizada em larga escala em cultivo de camares epeixes na fase larval.

    um excelente alimento para o peixe Betta, podendo ser administrada congelada, viva (Fig. 8) ou em

    conserva. A vantagem da artmia viva que ela se alimenta por filtragem no seletiva, absorvendo qualquernutriente colocado na gua, podendo ser um importante veculo para a administrao de vitaminas, aminocidosessenciais e medicamentos aos peixes.

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    Fonte: Devantay, 2000.Figura 8. Artmia salina.

    Esses microcrustceos podem facilmente ser produzidos, pois seus cistos so de fcil obteno. Coloca-se uma pequena quantidade de cistos em um recipiente cnico, com aerao constante, salinidade de 80 a 100ppm e temperatura de 25 a 35 C; em 24 a 36 horas dever ocorrer a ecloso.

    Depois de desligar a aerao, os nuplios (forma jovem) recm-eclodidos vo se concentrar logo acimados cistos no eclodidos que estaro no fundo do recipiente. Os nuplios so sifonados, e depois de passados emuma rede de malha fina, podem ser administrados aos alevinos. Esse alimento considerado o principal na dietados alevinos de Bettas at os dois meses de vida.

    Branchoneta (Dendrocephalus brasiliensis)

    A branchoneta tambm um anostraceo, pertencente famlia dos Thamnocephalidae, e se difere daartmia salina por ser uma espcie de gua doce. Esse microcrustceo pode atingir at 30mm de comprimento

    em condies ambientais favorveis (Lopes et al., 2006).Uma das vantagens da utilizao da branchoneta a sua resistncia em gua doce, o que no ocorre com

    as artmias, que morrem rapidamente, deteriorando assim a qualidade da gua dos aqurios.Os cistos das branchonetas so colhidos aps os esvaziamentos dos viveiros e, quando em contato

    novamente com a gua, eles eclodem. Ainda so necessrios mais estudos sobre a biologia desse anostraceo, poisem virtude de suas vantagens, seu uso na piscicultura ornamental se torna bastante promissor.

    Enquitrias (Enchytaeus albidus)

    As enquitrias so pequenos vermes de cor branca que alcanam at 2cm e constituem uma das mais populares formas de alimento vivo criadas por aquaristas sendo bastante utilizado antes das reprodues.Possuem aproximadamente 70% de protena, 14,5% de lipdeos e 10% de carboidratos (Memiet al., 2004).

    Em uma caixa pequena de isopor, coloca-se um substrato, que pode ser carvo ativado mido,

    colocando sobre ele um pouco de rao, frutas, ou vegetais. Coleta-se um nmero suficiente de vermes de umacultura adquirida e transfere-os para a nova cultura. Coloca-se uma cobertura de vidro sobre o solo para quefacilite a coleta dos vermes e tampa-se a caixa.

    Aps alguns dias, as enquitrias j estaro se reproduzindo, e o vidro no interior da caixa estar repletode indivduos. Assim como os microvermes, so muito ricas em gorduras, o que dificulta o seu metabolismopelos peixes, portanto, no devem ser administradas diariamente.

    Dfnias (Daphnia pulex eD. magna)

    As dfnias so minsculos crustceos, tambm chamados de pulga-dgua. Atingem 0,2 a 3 mm decomprimento, sendo as espciesDaphnia pulex eDaphnia magna as mais cultivadas. Sua reproduo feita porpartenognese, no sendo necessria a presena do macho (Miller, 2000).

    Para comear uma criao, deve-se primeiro ter um recipiente repleto de algas verdes, que facilmente

    formado com a exposio do recipiente com gua ao sol. Aps a proliferao dessas algas, que iro servir dealimentos para as dfnias, uma pequena cultura ser liberada dentro desse recipiente. Outras fontes de alimentopara esses microcrustceos so leveduras ou leite em p, porm no so to eficazes como as algas verdes.

    Sua administrao feita em grandes quantidades, diretamente nos aqurios dos alevinos, onde,

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    medida que os peixes forem crescendo, vo se alimentando desses crustceos. So bastante eficazes, pois nomorrem no aqurio e comem bactrias e matria orgnica.

    Tenbrio (Tenebrio molitor)

    Os tenbrios so colepteros muito utilizados, em sua fase larvria, em criaes de aves, rpteis e peixescarnvoros. So considerados um alimento vivo de boa qualidade e alto valor nutricional, com valores superioresa 60% de protena bruta.

    So extremamente fceis de serem criados, necessitando, para tanto, de um recipiente que pode ser demadeira, plstico ou vidro e uma pequena quantidade de indivduos para iniciar a nova cultura. Recipientes de20cm de altura x 30cm de largura x 40cm de comprimento so suficientes para manter mais de 1000 larvas. Umatela fina sobre a caixa deve ser colocada, pois evita a fuga dos besouros.

    Para sua alimentao, deve-se colocar um substrato que geralmente composto de farelo de trigo efrutas ou verduras, pois essas fornecem umidade, que fundamental para o desenvolvimento desses insetos.

    As pequenas larvas podem ser administradas aos peixes ainda vivas e inteiras, j em relao a larvasmaiores somente o interior deve ser oferecido pois so muito grandes para o consumo.

    Blood-worms(Chironomus sp)

    Os blood-worms so larvas do mosquito Chironomus sp e um alimento muito usado por aquaristas.Apresentam aproximadamente 62% PB em sua composio, sendo um timo alimento para a fase decrescimento do Betta.

    Pela dificuldade de sua criao, os criadores de peixes preferem adquirir essas larvas congeladas ouliofilizadas, o que facilita muito a sua administrao.

    Variedades deBetta splendens

    O Betta splendens atualmente a espcie mais comum dentro do gnero Betta. A partir da variedadeselvagem, foram adquiridas, por melhoramento gentico, vrias outras linhagens.

    Essas linhagens so diferenciadas pela sua colorao, podendo ser vermelhas, amarelas, pretas e em trstonalidades de azul: metlico, royal e esverdeado. Tambm so diferenciadas pelo formato das nadadeiras,

    podendo ser de cauda redonda, cauda-de-vu, cauda-dupla, cauda super delta, crowntail e halfmoon.A partir das mutaes genticas das cores, os criadores conseguiram obter vrias outras tonalidades.Dentre elas, pode-se citar a colorao Camboja (Fig. 9), a qual produzida por um gene que inibe o pigmentonegro do Betta, porm suas nadadeiras no so to notoriamente afetadas. Apresenta corpo de cor creme enadadeiras coloridas de outras cores com exceo do preto.

    Fonte: Wasanbetta, 2006.Figura 10. Betta halfmoon butterfly.

    Fonte: Sonnier, 2006.Figura 9. Betta camboja verde.

    A variedade butterfly (Fig. 10) apresenta um gene mutante que imprime nadadeiras com cores

    misturadas. Um exemplar ideal aquele em que h uma diviso igual entre as cores, sendo a parte interna danadadeira de uma cor e a parte externa de outra.Os mrmores (Fig. 11) tambm so Bettas que apresentam mais de uma colorao. Apresentam

    pigmento preto de densidade varivel em partes diferentes do corpo, sendo muito parecidos com a colorao de

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    Faria et al. Criao, manejo e reproduo do peixeBetta splendens (Regan 1910).

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    um cavalo pampa. O padro de cores geralmente altera medida que os peixes vo se desenvolvendo.Vrias outras tonalidades esto sendo desenvolvidas hoje em dia. Dentre elas, temos o dourado, o black

    cooper(apresenta uma colorao metlica), o chocolate, o laranja, o albino, o roxo, o lils, etc.

    Fonte: Giampietro, 2006.Figura 11. Betta mrmore.

    Quanto forma das nadadeiras, os tipos de cauda redonda e cauda-de-vu so os mais comuns, podendoser encontrados facilmente em lojas de aquarismo. Os Bettas de cauda dupla so derivados de uma mutao naqual a nadadeira caudal se divide em dois lbulos.

    Os crowtails e os halfmoons so os exemplares que atingem os maiores valores em leiles e exposies,sendo os mais difundidos em todo o mundo entre os criadores. O International Betta Congress (IBC) determinarigorosos padres de julgamento nessas exposies.

    Nos crowtails (Fig. 12 e 13) o IBC classifica os raios e mede a reduo da membrana das nadadeiras,enquanto que nos halfmoons o critrio de julgamento relativo abertura da nadadeira caudal, disposio dos

    raios e simetria do corpo, fazendo com que os criadores melhorem geneticamente cada vez mais seus exemplares.

    Fonte: Benny Ng, 2005.Figura 12. Betta crowtail de raios simples.

    Fonte: Wasanbetta, 2006.Figura 13. Betta crowtail de raios qudruplos.

    O crowntail um tipo de Betta de nadadeira com franja, tendo raios que se prolongamsignificativamente alm da membrana da nadadeira. Para o propsito de julgamento e insero nessa classe, ospeixes devem ter pelo menos 33% de reduo da membrana com relao ao comprimento do raio em cada uma

    http://www.ibcbettas.org/http://www.ibcbettas.org/
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    das trs nadadeiras primrias (caudal, dorsal e anal), a fim de a exigncia mnima e ser classificado comoBettacrowntail (IBC, 2006). Essa exigncia deve ser demonstrada em todas as trs nadadeiras primrias, mas nonecessita estar presente em todos os raios.

    Para a classificao dos raios, o IBC faz uma definio dos tipos de nadadeiras presentes em crowtails(Fig. 14).

    Fonte: IBC, 2006.Figura 14. Desenho de Gene Lucas.

    Raio duplo a membrana reduzida em dois nveis: um entre um par de raios e o outro, mais profundo,entre duas filiais de raios. Criadores valorizam os crowntails de raio duplo e qudruplo. Estes traos soconsiderados como neutros e no devem ser considerados como acima dos crowntails de raio simples.Prolongamentos de 4 raios e mesmo 8 raios so menos comuns e o efeito est geralmente restrito nadadeiracaudal.

    Raio simples as bordas das membranas so, idealmente, uniformes, e a reduo da membrana igualentre os raios primrios e os raios com filiais.

    Raio cruzado manifestado por pares de prolongamento de raios que se curvam um sobre o outro.Halfmoon um tipo de Betta domstico cuja caracterstica mais proeminente o meio crculo perfeito

    de 180 graus na nadadeira caudal (Fig. 11). No Betta halfmoon ideal, as nadadeiras dorsal e anal so tambmmodificadas, sendo que, junto com a caudal do forma a um crculo de aproximadamente dois teros em torno docorpo.

    Seu desenvolvimento gentico bastante complicado pois no resultado de um nico gene e sim detraos multifatoriais. Mesmo osBettas possuidores desses traos genticos podem no mostrar as caractersticasesperadas por causa de condies ruins da gua ou das tcnicas deficientes de criao (Giampietro, 2006).

    Alguns Bettas filhos de halfmoons apresentam abertura da caudal inferior a 180, logo, sodesclassificados nessa categoria e vendidos por um menor preo. So chamados de Delta, e muito apreciados poralguns criadores pelo fato de serem a forma mais barata de se conseguir um exemplar halfmoon, cruzando-osentre si.

    Outra linhagem deBetta muito importante so osplakats (Fig. 15), muito parecidos morfologicamentecom as formas nativas porm desenvolvidos com a finalidade de luta. O desenvolvimento das linhagens voltado tanto para o formato do corpo, tamanho, potncia dos maxilares como para o estilo de luta. So bemdisseminados no sudeste asitico, onde as apostas nas rinhas atingem altos valores (Jintasaerewonge, 2006).

    Figura 15. Exemplar de Betta plakat.

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    Faria et al. Criao, manejo e reproduo do peixeBetta splendens (Regan 1910).

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    Outras espcies

    Atualmente, esto crescendo o nmero de criadores que se mostram interessados em outras espcies dogneroBetta. O gnero abrange mais de 50 espcies, um nmero que vem crescendo a cada dia medida que os

    rios e florestas asiticos vm sendo explorados por pesquisadores. (Thorup, 2004). Abaixo so descritas algumasdessas espcies.Betta imbellis muito similar aoBetta splendens, sendo por muito tempo considerada uma variedade da

    anterior. As principais diferenas morfolgicas so o menor tamanho e a colorao, que mantm sua origemselvagem, ou seja, menos colorido que o anterior. Seu corpo mais largo e comprimido, e sua nadadeira plvica pontiaguda e mais larga que doBetta splendens (Aquanovel, 2006).

    Betta macrostoma apresenta uma colorao muito particular, alm de uma grande boca que vai at aaltura dos olhos. Atualmente uma das espcies nativas mais procuradas pelos aquaristas (Fig. 16).

    Fonte: Atisonbetta, 2006.Figura 16.Betta macrossoma.

    Betta albimarginata (Fig. 17) encontrado em rios de pouca correnteza e de 5 a 10 cm de profundidade.Do latim, seu nome significa margem branca, colorao esta apresentada na extremidade das nadadeiras (IBCSpecies Maintenance Program - SMP, 2006).

    Betta smaragdina (Fig. 18) muito parecido com a fmea do Betta splendens. Na Tailndia, tambm chamado de lutador verde, por ser a cor predominante desses exemplares (Siamese Cyberaquarium, 2006).

    Fonte: Siamese Cyberaquarium, 2006.Figura 18.Betta smaragdina.

    Fonte: SMP, 2006.Figura 17. Betta albimarginata.

    Doenas

    Muitos dos patgenos que causam doenas nos peixes esto continuamente presentes na gua, substrato,ar ou mesmo nos prprios animais. Sob condies ambientais favorveis, os peixes so resistentes maioriadesses patgenos, porm, quando submetidos a condies estressantes, essa resistncia quebrada.

    O ntimo contato do peixe com o ambiente em que vive faz com que ele seja muito sensvel s variaes

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    que ocorrem nesse meio. Alteraes bruscas na temperatura e nos parmetros fsico-qumicos da gua so osprincipais fatores estressantes aos quais os peixes ornamentais so submetidos.

    Aps sofrer algum estresse, o sistema imune do peixe fica suprimido, levando a uma queda deresistncia, o que favorece a proliferao de patgenos oportunistas, como bactrias, fungos, protozorios evrus, resultando em doenas e mortalidade.

    Os primeiros sinais de doenas so geralmente inespecficos. A falta de apetite, a perda de colorao e oencolhimento das nadadeiras esto presentes em praticamente todas as enfermidades que acometem o peixeBetta.

    Algumas doenas so mais freqentes, ocorrendo mais na poca de inverno quando a temperatura dagua dos aqurios chega a ser inferior a 15C. A seguir, so apresentadas algumas das principais enfermidadesque acometem esse peixe.

    Ictio (Ichthyophthirius multifiliis)

    Trata-se de um protozorio ciliado histfago que se alimenta de clulas epiteliais e de glbulosvermelhos. Normalmente, parasitam a pele, as nadadeiras e brnquias, porm, eventualmente, est presente nacrnea, na boca e no epitlio do esfago (Roberts, 1978). considerado como um dos mais freqentes epatognicos para os peixes, determinando altas taxas de mortalidade.

    Os peixes contaminados apresentam perda de apetite e ficam inquietos, raspando seu corpo no fundo eno vidro do aqurio. Suas nadadeiras ficam encolhidas, e pequenos pontos brancos so observados nasnadadeiras e na pele. Essa doena conhecida popularmente como doena dos pontos brancos.

    O parasita perfura a pele do peixe hospedeiro e aloja-se dentro do tegumento. Os movimentos notegumento provocam o rompimento da pele, produzindo leses epiteliais, podendo-se perceber a olho nu pontosbrancos que chegam a medir 1mm de dimetro. Tais pontos so a reao patolgica da pele e no propriamenteos parasitas. Ao se liberarem do hospedeiro, provocam rupturas nos tecidos, servindo de porta de entrada parafungos e bactrias oportunistas (Klein et al., 2004).

    Os parasitas adultos livres procuram o substrato do viveiro, podendo se encistar. Quando os peixes sosubmetidos a uma queda de imunidade, esses parasitas oportunistas novamente se alojam nos tecidos, iniciando ociclo de leses.

    Oodinium (Oodinium ocelatum)

    O oodinium um protozorio, flagelado, com ciclo semelhante ao do ctio, podendo se encistar nosubstrato. Possui um carter explosivo nos aqurios, acometendo geralmente todos os peixes e levando a umaobstruo das brnquias e danos nas nadadeiras (Roberts, 1978).

    Os peixes contaminados apresentam perda de apetite, dificuldades respiratrias, nadadeiras fechadasraspando no vidro do aqurio e fundo. Os peixes ficam recobertos por uma fina malha de minsculos pontosbrancos, como se estivessem encobertos em talco, dando a impresso de um veludo. Popularmente conhecidacomo doena do veludo.

    uma das doenas mais devastadoras dos alevinos de Betta, devendo o criador ficar atento aosprimeiros sintomas para iniciar, o mais rpido possvel, os tratamentos necessrios.

    Saprolegniose(Saprolegnia sp)

    A saprolegnia parastica um dos fungos causadores dessa infeco. identificada por seu crescimentomicelial branco ou cinza claro com aspecto semelhante a algodo. Pode estar presente nos ovos, brnquias, bocae no tecido epitelial dos peixes, geralmente aps alguma leso anterior.

    Popularmente chamada de doena do chumao de algodo, pois as hifas desses fungos crescem de talmaneira para fora do corpo do peixe que parecem amontoados de algodo (Siqueira 2004).

    Segundo Roberts (1981), citado por Siqueira (2004), o termo saprolegniose utilizado para descreveruma infeco mictica da pele e brnquias, cujo agente etiolgico pertence ordem Saprolegniales. Os gnerosSaprolegnia sp eAchlya sp so os que mais afetam os peixes.

    Na criao deBettas, a incidncia dessa doena relativamente alta, principalmente no perodo dereproduo. Algumas fmeas que, durante o acasalamento sofreram algum tipo de leso causada pelo macho podem desenvolver a saprolegniose. Seus ovos tambm podem ser acometidos; como preveno, algunscriadores utilizam antifngicos na gua de reproduo.

    Doenas bacterianas

    Alguns sintomas, como exoftalmia, hidrpsia, nadadeiras necrosadas, leses ulcerativas e hemorrgicasnos peixes, sugerem que este foi acometido por uma bacteriose. As contaminaes bacterianas podem envolver

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    Faria et al. Criao, manejo e reproduo do peixeBetta splendens (Regan 1910).

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    mais de um microorganismo, ocorrendo algumas vezes de forma simultnea. Alguns desses sintomas estodescritos a seguir.

    Exoftalmia ( Pop-eye )

    A exoftalmiaocorre geralmente em peixes que habitam guas com baixa qualidade e sem controle detemperatura. Pode ser decorrente de algum trauma, podendo estar associado a outros sinais clnicos, como ahidrpsia. Os olhos apresentam-se inchados e com o aspecto fosco. considerada uma afeco de fciltratamento, e esse ocorre por meio de trocas parciais da gua e utilizao de antibiticos como a tetraciclina.Quando diagnosticado tardiamente, o peixe pode perder o olho afetado (Fig. 19).

    Figura 19.Betta splendens com exoftalmia.

    Hidropsia

    A hidropsia ocorre quando h reteno de lquidos na cavidade celomtica, msculos e pele dos peixes,podendo levar paralisia dos rgos afetados. O peixe no consegue eliminar gua de seu organismo e fica como ventre abaulado e com as escamas eriadas. uma das enfermidades mais temidas pelos aquaristas por ser dedifcil tratamento (Fig. 20).

    Figura 20. Fmea deBetta splendens com hidropsia.

    Necrose das nadadeiras

    A necrose das nadadeiras ocorre na sua maioria em peixes jovens submetidos a situaes estressantes,como variaes de temperatura, excesso de amnia e matria orgnica na gua. As nadadeiras ficam

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    Faria et al. Criao, manejo e reproduo do peixeBetta splendens (Regan 1910).

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    esbranquiadas e se desfazem. Quando diagnosticada e tratada precocemente com antibiticos, seu prognstico bom, podendo ocorrer reconstituio das nadadeiras afetadas (Fig. 21).

    Figura 21. Fmea deBetta splendens com nadadeiras necrosadas.

    Constipao

    A constipao intestinal no provocada por nenhum tipo de parasita, fungo ou bactria, o resultadode uma alimentao de m qualidade, em especial quando se utilizam raes peletizadas com baixos nveis deprotena e de consistncia muito dura.

    O uso rotineiro desse tipo de rao faz com que haja um acmulo no trato digestivo do animal,impedindo sua defecao. Aps aproximadamente meses de utilizao desse alimento, a cavidade celomtica do peixe fica abaulada, ocorrendo a morte em poucos dias. Raes de boa qualidade nutricional e variaes naalimentao diria (utilizao de alimentos vivos frescos) podem evitar que essa afeco se instale.

    Concluso

    A criao de Bettas uma atividade simples, podendo ser realizada em pequenos lugares com um baixo custoe com uma boa lucratividade. O emprego de novas tecnologias nas reas de reproduo, gentica e nutrio associadoa sua rusticidade e alta prolificidade fazem com que o nmero de criadores venha aumentando a cada ano.

    O enfoque adotado preponderante para o sucesso do empreendimento, a diferenciao entre osprodutores e aqueles que entram na atividade somente porhobby um fator decisivo. Sendo assim, a criao deBettas deve ser encarada de maneira profissional, visando sempre a obteno de melhores ndices zootcnicos emaiores rentabilidades.

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    AgradecimentosApoio financeiro da SEAP/PR.

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