GERMINAÇÃO DESEMENTES DE Aspidosperma spruceanum...

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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Aspidosperma spruceanum Benth ex. Mull. Arg. (ARARACANGA) O laboratório de Sementes Florestais da Embrapa Amazônia Oriental é responsável pelo projeto Avaliação de aspectos tecnológicos de germinação de sementes, e morfológicos de plântulas de espécies florestais indicadas para reflorestamento na Amazônia Oriental, aprovado pelo Edital MCT 14/2007 CNPq, que tem como objetivo estudar a produção de sementes e mudas de espécies florestais, envolvendo aspectos morfológicos de sementes e plântulas e desenvolvimento de parâmetros tecnológicos visando a dar base para a elaboração das Regras para Análise de Sementes (RAS - Florestais) e dos Padrões de Mudas para atendimento da Lei Brasileira de Sementes. Introdução Aspidosperma spruceanum Benth. ex Mull. Arg., uma essência florestal, conhecida vulgarmente como araracanga e, segundo Martini et aI. (1998) foi agrupada na lista das "espécies madeireiras da Amazônia", ocasionando a redução da população devido a pressão desenfreada da exploração madeireira. A germinação botânica adotada por Labouriau (1983) é descrita como o processo inicial do crescimento do eixo embrionário, rompendo o tegumento pela radícula. Quanto a germinação do ponto de vista tecnológico, a mesma é conhecida a partir da formação de plântula normal, ou seja, na presença do primeiro par de folhas desenvolvidas e maduras, com possibilidades de sobrevivência (Brasil, 1992). Metodologia O primeiro critério de germinação foi considerado a partir da protusão da raiz (a partir de 2,0 mm), e o segundo, a formação de plântula normal. As contagens foram feitas diariamente, após a instalação do teste até o encerramento do experimento. Foram utilizados três tipos de substratos: vermiculita, areia + serragem na proporção 1:1 e papel toalha, sendo avaliados em duas temperaturas constantes: 20°C e 25°C. Resultados No critério de germinação, protusão da raiz verificou-se que o teste prolongou-se até o 14° dia, sendo que a primeira evidência desse processo germinativo ocorreu no 3° dia (Fig. 1A). Quanto ao segundo critério foi evidenciado à formação de plântula normal, contendo raiz e eofilos maduros, até os 89° dia, sendo observada a primeira formação de plântula normal apartird022°dia(Fig.1B). Patrocínio .~~~ Ministério do .". Desenvolvimento Agrário Apoio ~C,!Pq Amazônia Oriental B Fig. 1. Aspidosperma spruceanum. A. protusão da raiz; B. aspecto morfológico de uma plântula normal. Com relação aos resultados encontrados verificou-se que ocorreu diferenças significativas entre as temperaturas e os substratos na formação de plântula. A vermiculita foi o substrato que se destacou, com os maiores índices de germinação (99%), porém com ocorrência de plântulas anormais (Fig. 2). Fig. 2. Aspidosperma spruceanum. Aspecto morfológico de uma plântula anormal. Os critérios analisados de germinação apresentaram diferenças significativas, tendo em média de 97% para protusão da raiz e 70% para formação de plântula normal. Com relação à temperatura verificou que o melhor resultado apresentado foi obtido na temperatura constante I de25°C. Analisando desde a protusão da raiz até a formação da plântula, foi verificado que houve 23% de perda, entre mortalidade ou anormalidade na plântula, valor este considerado elevado, sendo possível inferir que nem todas as sementes consideradas germinadas pelo método de protusão da raiz serão capazes de produzir uma plântula normal. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Análise de Sementes, 1992. 365p. SALOMÃO, A. N.; DAVID, A. C.; FIRETTI, F.; SOUSA-SILVA, J. C.; CALDAS. L. S.; WTZEL, M. M. V. S.; TORRES, R. A. A.; GONZÁLES, S. Germinação de sementes e produção de mudas de plantas do cerrado. Brasilia, Rede de Sementes do Cerrado, 96 p. il. 2003. LEÃO, N. v. M.; CARVALHO, J. E. U de.; OHASHI, S. T. Tecnologia de sementes de espécies fiorestais nativas da Amazônia brasileira. In: A silvicultura na Amazônia Oriental: contribuiçôes do projeto Embrapa/DFID. SILVA, J. N. M.; CARVALHO, J. O. P.de.; YARED, J.A. G. Belém: EmbrapaAmazônia Oriental: DFID, 469p.: il. 2001. Autoria: Alessandra Doce Dias de Freitas Fotos: B.Alvares Noemi Vianna Martins Leão Raimunda C. de Vilhena Potigura Belém, PA ·1' impressão (2009): 500 exemplares /2' impressão (2011): 3.000 exemplares Realização GOVERNO FEDERAL ~a Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento PAis RICO ~ PAis SEM POBREZA

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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Aspidosperma spruceanumBenth ex. Mull. Arg. (ARARACANGA)

Olaboratório de Sementes Florestais da EmbrapaAmazônia Oriental é responsável pelo projetoAvaliação de aspectos tecnológicos de germinação

de sementes, e morfológicos de plântulas de espéciesflorestais indicadas para reflorestamento na AmazôniaOriental, aprovado pelo Edital MCT 14/2007 CNPq, que temcomo objetivo estudar a produção de sementes e mudas deespécies florestais, envolvendo aspectos morfológicos desementes e plântulas e desenvolvimento de parâmetrostecnológicos visando a dar base para a elaboração dasRegras para Análise de Sementes (RAS - Florestais) e dosPadrões de Mudas para atendimento da Lei Brasileira deSementes.

IntroduçãoAspidosperma spruceanum Benth. ex Mull. Arg., umaessência florestal, conhecida vulgarmente como araracangae, segundo Martini et aI. (1998) foi agrupada na lista das"espécies madeireiras da Amazônia", ocasionando a reduçãoda população devido a pressão desenfreada da exploraçãomadeireira.A germinação botânica adotada por Labouriau (1983) édescrita como o processo inicial do crescimento do eixoembrionário, rompendo o tegumento pela radícula. Quanto agerminação do ponto de vista tecnológico, a mesma éconhecida a partir da formação de plântula normal, ou seja,na presença do primeiro par de folhas desenvolvidas emaduras, com possibilidades de sobrevivência (Brasil, 1992).

MetodologiaO primeiro critério de germinação foi considerado a partir daprotusão da raiz (a partir de 2,0 mm), e o segundo, aformação de plântula normal.As contagens foram feitas diariamente, após a instalação doteste até o encerramento do experimento. Foram utilizadostrês tipos de substratos: vermiculita, areia + serragem naproporção 1:1 e papel toalha, sendo avaliados em duastemperaturas constantes: 20°C e 25°C.

ResultadosNo critério de germinação, protusão da raiz verificou-se que oteste prolongou-se até o 14° dia, sendo que a primeiraevidência desse processo germinativo ocorreu no 3° dia (Fig.1A).Quanto ao segundo critério foi evidenciado à formação deplântula normal, contendo raiz e eofilos maduros, até os 89°dia, sendo observada a primeira formação de plântula normalapartird022°dia(Fig.1B).

Patrocínio

.~~~ Ministério do.". Desenvolvimento Agrário

Apoio

~C,!Pq

Amazônia Oriental

B

Fig. 1. Aspidosperma spruceanum. A. protusão da raiz;B. aspecto morfológico de uma plântula normal.

Com relação aos resultados encontrados verificou-se queocorreu diferenças significativas entre as temperaturas e ossubstratos na formação de plântula. A vermiculita foi osubstrato que se destacou, com os maiores índices degerminação (99%), porém com ocorrência de plântulasanormais (Fig. 2).

Fig. 2. Aspidosperma spruceanum.Aspecto morfológico de umaplântula anormal.

Os critérios analisados degerminação apresentaram diferençassignificativas, tendo em média de97% para protusão da raiz e 70%para formação de plântula normal.Com relação à temperatura verificouque o melhor resultado apresentadofoi obtido na temperatura constante Ide25°C.Analisando desde a protusão da raiz até a formação daplântula, foi verificado que houve 23% de perda, entremortalidade ou anormalidade na plântula, valor esteconsiderado elevado, sendo possível inferir que nem todas assementes consideradas germinadas pelo método de protusãoda raiz serão capazes de produzir uma plântula normal.

ReferênciasBRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Análise deSementes, 1992. 365p.SALOMÃO, A. N.; DAVID, A. C.; FIRETTI, F.; SOUSA-SILVA, J. C.; CALDAS. L. S.;WTZEL, M. M. V. S.; TORRES, R. A. A.; GONZÁLES, S. Germinação de sementes eprodução de mudas de plantas do cerrado. Brasilia, Rede de Sementes do Cerrado,96 p. il. 2003.LEÃO, N. v. M.; CARVALHO, J. E. U de.; OHASHI, S. T. Tecnologia de sementes deespécies fiorestais nativas da Amazônia brasileira. In: A silvicultura na AmazôniaOriental: contribuiçôes do projeto Embrapa/DFID. SILVA, J. N. M.; CARVALHO, J.O. P. de.; YARED, J.A. G. Belém: EmbrapaAmazônia Oriental: DFID, 469p.: il. 2001.

Autoria: Alessandra Doce Dias de Freitas Fotos: B.AlvaresNoemi Vianna Martins LeãoRaimunda C. de Vilhena Potigura

Belém, PA ·1' impressão (2009): 500 exemplares /2' impressão (2011): 3.000 exemplares

RealizaçãoGOVERNO FEDERAL

~aMinistério da

Agricultura, Pecuáriae Abastecimento

PAis RICO ~ PAis SEM POBREZA