Clorose Variegada dos Citros - Fundecitrus · Clorose Variegada dos Citros (CVC) Saiba tudo sobre a...
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Clorose Variegada dos Citros(CVC)
Saiba tudo sobre a doença
Aclorose variegada dos citros (CVC),também conhecida como amarelinho, é causada pela bactéria Xylella
fastidiosa que, depois de transmitida paraa planta, se multiplica e obstrui os vasos doxilema, responsáveis por levar água enutrientes da raiz para a parte aérea.
A obstrução dos vasos causa a dimi-nuição do tamanho do fruto, podendo torná-lo inviável para o consumo.
O manejo da CVC inclui plantio de mudassadias, controle da cigarrinha e poda deramos sintomáticos em estágio inicial deinfecção ou eliminação de plantas doentesem estágio intermediário a terminal. Feitosem conjunto, nunca separadamente, semostram eficientes na redução daincidência da doença.
Na árvore que tem CVC com sintomasiniciais e não é eliminada ou podadaadequadamente, a doença evolui, servindode fonte de contaminação para outrasplantas.
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O Fundecitrus realiza, anualmente, um levantamento amostral para avaliara incidência da CVC nos pomares do
Estado de São Paulo e sul do TriânguloMineiro.
O levantamento é realizado nos mesesque antecedem a colheita (junho a agosto)e são consideradas a idade, variedades eas regiões de plantio.
Os últimos levantamentos apontaramque severidade é maior em pomares commais de 6 anos (58,61%). Por outro lado, emplantas novas (até 2 anos), a incidência foimenor (3,06%. )
Os resultados indicamque, apesar do plantio demudas sadias, está ha-
Incidência de CVC nos pomares
Levantamentos indicam que a incidência da doençaestá ou permanece estável
vendo contaminação de novos plantios, emedidas devem ser adotadas para evitar acontaminação
Incidência por região citrícolaA incidência do CVC continua maior no
norte do Estado de São Paulo e sul doTriângulo Mineiro.
Isto ocorre devido a fatores climáticose à população de vetores. Regiões de climaquente e seco são favoráveis à manifestaçãodos sintomas, e são as que apresentam a
maior população das principais cigar-rinhas transmissoras da doença.
69,74%
51,97%
4,71%
56,25%
9,5%
Sintomas
A identificação precoceajuda na recuperação
da planta e poderetardar a
disseminação
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Para que as medidas de manejosejam eficientes é precisoreconhecer os sintomas da CVC
na fase inicial, quando pode ser manejadacom a poda, diminuindo a incidência dadoença e reduzindo a chance de trans-missão.
Os sintomas começam nas folhas e seestendem para os frutos na fase mais avan-çada da doença. No início, observa-se pou-cos ramos com frutos pequenos, mas emestágio avançado toda a planta podeproduzir frutos miúdos.
O tempo que a doença demora para seagravar, depende das condições climáticase da idade da planta em que ocorreu ainfecção da planta.
Folhas
Os primeiros sin-tomas se manifes-tam nas folhas. Apa-recem pequenas manchas amareladas,espalhadas na parte lisa da folha (frente) eque correspondem a lesões de cor palha nascostas da folha. Essas manchas evoluempara lesões de cor palha nos dois lados dafolha.
Frutos - Os frutos ficam pequenos, duros eàs vezes queimados pelo sol, quando a plantaestá no estágio intermediário da doença.Ao contrário do greening, os frutos não sedeformam e não caem.
Ramos - Com o avanço da CVC, observa-sedesfolha e seca dos galhos mais altos da plan-ta, locais mais atacados pelas cigarrinhas.
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CVC - pequenas manchas amareladas e
irregulares, espalhadas na frente da folha
e que correspondem a lesões de cor palha
nas costas da folha.
Zinco - a região das nervuras fica esver-
deada e entre nervuras, amarelada, e sem
apresentar lesões de cor palha nas costas
da folha.
Não confunda os sintomas iniciais da CVC com outras anomalias. Veja adiferença entre as doenças.
Sarampo - os pontos amarelos que
identificam o sarampo são circulares,
menores e distribuídos pela folha, com
lesões de cor palha nas costa da folha.
Greening - as folhas apresentam
coloração amarelo pálido, com áreas de
cor verde, formando manchas irregulares
e assimétricas.
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Manejo
Omanejo da CVC exige cuidadose dedicação. A ação está basea-da em um tripé de medidas: muda
sadia, controle de cigarrinhas e poda de ramoscom sintomas ou eliminação da plantaseveramente atacadas. É importante res-saltar que, para obter sucesso, elas devemser feitas em conjunto, nunca separada-mente.
Além dessas medidas, é importante manteros tratos culturais exigidos pelo pomar.
Poda ou eliminação das plantas
A CVC mudou a legislação de produção demudas cítricas. Pela nova lei elas só podemser produzidas em viveiros certificados, querespeitam uma série de regras sanitáriasestabelecidas pela Secretaria da Agriculturado Estado de São Paulo.
Mudas sadias
Amuda é um eficiente meio de dissemi-nação da doença. A única forma de obter
garantia de sanidade é adquirir mudas deviveiros protegidos por tela à prova deinsetos e que utilizam borbulhas sadias(certificadas).
Aeliminação de ramos doentes da planta é muito importante para que a CVC não se
espalhe. Por isso, é recomendada a poda em árvorescom mais de três anos de idade. As mais novas devemser eliminadas porque a poda não funciona. A retiradada árvore também é indicada nos casos em que adoença atingiu o nível mais grave. Poda e eliminaçãodas árvores evitam que elas sirvam de focos dabactéria, que pode ser espalhada pelas cigarrinhas.
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Os passos da poda
IdentificaçãoPara facilitar o trabalho, o galho com sintoma deveser identificado com uma marca. O galho deve sereliminado o mais rápido possível ou, preferenci-almente, durante a inspeção.
Poda. Depois de feita a inspeção e identificados osgalhos com sintomas, deve-se iniciar a poda. Para queseja eficiente, o corte deve ser feito em uma forquilha,distante pelo menos a 70 cm dos sintomas. Evitar deixarpedaços de galhos para que não ocorra a superbrotação.
Proteção. Nos locais que foram serrados durantea poda, faça a aplicação da pasta cúprica. Trata-se deuma proteção contra doenças causadas por fungos ebactérias.
InspeçãoInspecione o pomar para identificar ramos com sintomasda CVC, que precisam ser podados. Quanto mais cedo ossintomas forem identificados, mais eficiente será a poda.As inspeções devem ser feitas, preferencialmente, entrejaneiro e julho, por ser a época em que os sintomas estãomais evidentes.
Recomendações
•Em plantas acima de três anos, com sintomas iniciais de frutos miúdos, a poda deveser feita na “forquilha” do galho, localizado pelo menos 70 cm abaixo da última folhacom sintomas.
•Plantas com menos de três anos, com sintomas, devem ser eliminadas e substituídaspor mudas sadias. Nestas a poda não funciona.
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Controle devetores
Monitoramento
Há três formas: uso de arma-dilhas atrativas (amarelas), puçá
e observação visual.Em qualquer dos casos é necessário
treinamento para identificar as cigar-rinhas que transmitem a doença. Onúmero de plantas inspecionadas, naobservação visual, deve correspondera 1% ou 2% do pomar. Escolha plantasque apresentam vegetação intensa oureplantas, que são as preferidas pelascigarrinhas.
Controle
Ocontrole químico deve ser feito quando for constatado 10%
das plantas de um talhão com cigar-rinhas, independente da espécie.
Em talhões mais velhos que estãopróximos a novos, são aconselhadosmonitoramentos e pulverizações assimque constatar a presença da cigarri-nha. O mesmo se aplica a locais próximosa matas naturais e baixadas.
Ocontrole químico dascigarrinhas é uma dasformas de prevenção.
Deve ser realizado com base emmonitoramentos periódicos, pre-fencialmente na primavera everão, períodos em que a popu-lação de cigarrinhas aumenta.
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• Em plantas com até três anos de idade, pode-se aplicar inseticidas sistêmicos no início efinal do período das águas, e inseticidas decontato durante a seca.
• Se optar pela utilização somente de inseticidasde contato, recomenda-se aplicações mensaisno período das águas e, a cada dois meses,durante a seca em plantas de três anos deidade.
• Se os pomares forem mais velhos, recomenda-se fazer as aplicações com base na populaçãode cigarrinhas.
O inimigo - Reconheça as cigarrinhas transmissoras
O Fundecitrus e a Escola Superiorde Agricultura “Luiz de Queiroz”
identificaram 12 espécies de cigarrinhastransmissoras da CVC.
As mais comuns são: Oncometopiafacialis, Dilobopterus costalimai eAcrogonia citrina. Elas preferem sealimentar em brotações novas. A
Recomendação
As pulverizações devemser criteriosas. O uso in-
discriminado de produtosquímicos pode causar surtosde pragas secundárias eeliminar os inimigos naturaisque, sozinhos, são responsá-veis pelo controle de 40% dapopulação de cigarrinhas.
primavera verão
outono
inverno
Época de incidência
Bucephalogonia xanthophis é maisencontrada em mudas. Já a Plesiommatacorniculata, Macugonalia leucomelas,Ferrariana trivittata e Sonesimia grossapreferem gramíneas para se estabelecereme raramente são encontradas na laranjeira.A mais nova espécie vetor de X. fastidiosa éFingeriana dubia.
População é maiorna primavera/verão
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Oncometopia facialis
Encontrada facilmente emramos eretos e dificilmentenos ramos novos. Suga gran-de quantidade de seiva, masgrande parte é eliminada. Aseiva eliminada forma man-chas brancas nos ramos queauxilia na identificação dapresença da cigarrinha.
1,3% de eficiência de
transmissão
Dilobopterus costalimai
Alimenta-se de brotações efolhas novas. Seus ovos sãodepositados de forma isola-da sob a epiderme e ao longodas nervuras de folhas no-vas. Apresenta cabeça decoloração amarela com man-chas escuras. O corpo tam-bém é amarelado.
5,5% de eficiência de
transmissão
Acrogonia citrina
Prefere folhas tenras e decor verde clara. Apresen-ta corpo e pernas amarela-das, sendo que a partesuperior da cabeça é cober-ta de manchas escuras. Naépoca de postura dos ovos,as fêmeas têm bolsa de cerabranca sob as asas.
2,3% de eficiência de
transmissão
Plesiommata corniculata
É uma cigarrinha que viveem mato e muito observadaem gramíneas. Raramente évista em citros e tem baixaeficiência de transmissão daXylella fastidiosa. O corpoé de coloração esbranqui-çada com faixa marrom nasasas e cabeças.
2,9% de eficiência de
transmissão
Macugonalia leucomelas
Prefere gramíneas, mas podeser encontrada em plantascítricas. Apresenta grandediversidade de cores. As asas,em tom escuro, têm manchasamarelas ou brancas.
17,3% de eficiência de
transmissão
Bucephalogonia xanthophis
Predomina em viveiros aber-tos e pode ser encontradaem plantas novas ou emreplantas do talhão. Podeser capturada em mato. Aasa é de coloração esver-deada e tem a ponta da asatransparente.
12,8% de eficiência de
transmissão
Espécies de cigarrinhas transmissoras da CVC
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Parathona gratiosa
A principal característica éa mancha clara nas asas,cobertas de pintas amare-las, e tem cabeça e corpode coloração amarelada. Elaprefere plantas cítricas.
2,8% de eficiência de
transmissão
Ferrariana trivittata
Ocorre em matos no pomar,principalmente gramíneas.Atraída pela luz, é vista sobpostes de iluminação ou emresidências. Uma das maisbonitas, tem asas com faixasazuladas e alaranjadas.
1,9% de eficiência de
transmissão
Homalodisca ignorata
Parecida com a Oncometopia
facialis, é encontrada nosmesmos locais e épocas doano, mas é menos abundante.A diferença é a coloraçãocreme do corpo.
0,5% de eficiência de
transmissão
Acrogonia virescens
Vive principalmente nasplantas cítricas. A coloraçãodas asas é de um verde in-tenso, contrastando com oamarelo do corpo e das per-nas. Apresenta uma faixaescura na parte da cabeça.
0,3% de eficiência de
transmissão
Fingeriana dubiaApresenta cabeça de colo-ração verde amarelada comuma mancha preta em for-ma de pi (π) invertido. Asasas são esverdeadas. Podeser encontrada em citros ecafé.
Pouco eficiente na
transmissão
Sonesimia grossa
Uma das maiores cigarri-nhas que habitam o mato echega a 1 cm de compri-mento. É marrom com tonsclaros nas pernas e duas faixasescuras na cabeça. É raroencontrá-la na laranjeira.
1,2% de eficiência de
transmissão
Espécies de cigarrinhas transmissoras da CVC
Adolfo (SP)(17) [email protected]
Altair (SP)(17) [email protected]
Álvares Machado (SP)(18) [email protected]
Araraquara (SP)(16) [email protected]
Araras (SP)(19) [email protected]
Assis (SP)(18) [email protected]
Bariri (SP)(14) [email protected]
Bastos (SP)(14) [email protected]
Bebedouro (SP)(17) [email protected]
Boa Esperança do Sul (SP)(16) [email protected]
Borborema (SP)(16) [email protected]
Brotas (SP)(14) [email protected]
Buritama (SP)(18) [email protected]
Casa Branca (SP)(19) [email protected]
Colômbia (SP)(17) [email protected]
Descalvado (SP)(19) [email protected]
Engenheiro Coelho (SP)(19) [email protected]
Frutal (MG)(34) [email protected]
General Salgado (SP)(17) [email protected]
Getulina (SP)(14) [email protected]
Guaraci (SP)(17) [email protected]
Guarantã (SP)(14) [email protected]
Ibirá (SP)(17) [email protected]
Icém (SP)(17) [email protected]
Irapuru (SP)(18) [email protected]
Itapetininga (SP)(15) [email protected]
Itápolis (SP)(16) 3262-2182 / [email protected]
Jales (SP)(17) [email protected]
José Bonifácio (SP)(17) [email protected]
Marília (SP)(14) [email protected]
Martinópolis (SP)(18) [email protected]
Matão (SP)(16) 3384-1561matã[email protected]
Mirandópolis (SP)(18) [email protected]
Mogi Mirim (SP)(19) [email protected]
Nova Granada (SP)(17) [email protected]
Novo Horizonte (SP)(17) [email protected]
Olímpia (SP)(17) [email protected]
Palmeira D Oeste (SP)(17) [email protected]
Paraguaçu Paulista (SP)(18) [email protected]
Penápolis (SP)(18) [email protected]
Piraju (SP)(14) [email protected]
Presidente Venceslau (SP)(18) [email protected]
Reginópolis (SP)(14) [email protected]
Santa Cruz do Rio Pardo (SP)(14) [email protected]
Santa Fé do Sul (SP)(17) [email protected]
São Manoel (SP)(14) [email protected]
São Pedro do Turvo (SP)(14) [email protected]
Sud Menucci (SP)(18) [email protected]
Tabatinga (SP)(16) [email protected]
Tanabi (SP)(17) [email protected]
Taquaritinga (SP)(16) [email protected]
Teodoro Sampaio (SP)(18) [email protected]
Ubarana (SP)(17) [email protected]
Ubirajara (SP)(14) [email protected]
Votuporanga (SP)(17) [email protected]
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Créditos: Pedro T. Yamamoto,Renato B. Bassanezi e Silvio Ap.Lopes pesquisadores doFundecitrus