Cenario Para Planejamento

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Oque é CenárioparaPlanejamento? Um Cenário é um conjunto de hipóteses sobre o que deve acontecer daqui para a frente (portanto, não é o que eu - ou você - gostaria que acontecesse, mas sim, o que provavelmente vai ocorrer!). Qualquer Empresa, pequena, média ou grande, tem que planejar - e planeja - o tempo todo. Às vezes sem um método organizado, às vezes de forma parcial e incompleta, mas planeja! Para planejar, é necessário estabelecer um conjunto de hipóteses sobre o futuro, ou seja, é preciso um Cenário. Você pode recorrer aos cenários escritos pelos economistas dos grandes Bancos, mas se arrisca a ter que aprender uma língua bem complicada - o "economês"! (De fato, não é fácil achar um economista que escreva, de forma fácil de entender, em Português...). Além disso, há uma brincadeira, nos Estados Unidos que diz que: "...os economistas americanos previram 9 das últimas 4 crises econômicas no País!". Ou seja, os economistas têm uma grande vocação para o pessimismo, e não é só no Brasil! No Brasil, no início de 1999, confirmando a brincadeira americana, quase todos os economistas previram uma crise monumental para o Brasil...e o Brasil continuou indo bem, obrigado, na opinião de 68% dos brasileiros (IBOPE), e na minha...! Além disso, os cenários dos economistas têm "horizontes" muito curtos, ou seja, só "enxergam" poucos meses à frente, e só tratam do "mercado" financeiro, e não de todos os Mercados de Produtos e Serviços. Mais ainda, os economistas ficam tentando ensinar o Governo a governar, ao invés de orientar o que os empresários devem fazer para ter mais sucesso em seus negócios... Este Cenário não é nem pessimista nem otimista, e é escrito de forma mais fácil de entender, e de aplicar ao Planejamento. AntesdoCenário...oquetemacontecidonoBrasil,nos últimostempos? Não é nada fácil sair de um regime de exceção, e entrar numa Democracia completa, com mais de 40 partidos políticos, nenhum com maioria isolada no Congresso! Em 2006, Partidos com baixa representatividade serão extintos por Lei. Era preciso fazer grandes mudanças (são chamadas de "Reformas") através do voto no Congresso. Mas o Congresso é um espelho da população: se a população torce para 50 times de futebol diferentes, o Congresso também; a mesma coisa quando se trata de discutir aposentadoria ou impostos - há pelo menos 10 opiniões diferentes de cada vez. As discussões e votações são bem demoradas mesmo - é assim que se caminha na Democracia, passo-a-passo, lentamente...(mas é bem melhor com Democracia, pela transparência das discussões e das decisões!). Assim, ao invés de ficarmos chateados com a demora, é melhor acompanhar o processo em andamento , pois as coisas podem demorar, mas acontecem! E como aconteceram coisas novas no Brasil, recentemente: foram privatizadas a Siderurgia, a Telefonia (que saltou de 20 para 28 milhões de linhas fixas, e de zero para mais de 20 milhões de Celulares), a Energia Elétrica, muitas Estradas de Rodagem e de Ferro, Mineração, e outras áreas menores; a Petrobrásnão é mais a única empresa autorizada a achar petróleo e gás, e o Brasil finalmente entrou na era do Gás Natural, com o gasoduto da Bolívia, o GASBOL, (e o futuro gasoduto da Argentina); combustíveis, passagens aéreas, foram desregulamentados, seus preços

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O que é Cenário para Planejamento?

Um Cenário é um conjunto de hipóteses sobre o que deve acontecer daqui para a frente (portanto,não é o que eu - ou você - gostaria que acontecesse, mas sim, o que provavelmente vai ocorrer!).

Qualquer Empresa, pequena, média ou grande, tem que planejar - e planeja - o tempo todo. Àsvezes sem um método organizado, às vezes de forma parcial e incompleta, mas planeja!

Para planejar, é necessário estabelecer um conjunto de hipóteses sobre o futuro, ou seja, é precisoum Cenário.

Você pode recorrer aos cenários escritos pelos economistas dos grandes Bancos, mas se arrisca ater que aprender uma língua bem complicada - o "economês"! (De fato, não é fácil achar umeconomista que escreva, de forma fácil de entender, em Português...). Além disso, há umabrincadeira, nos Estados Unidos que diz que: "...os economistas americanos previram 9 dasúltimas 4 crises econômicas no País!". Ou seja, os economistas têm uma grande vocação para opessimismo, e não é só no Brasil!

No Brasil, no início de 1999, confirmando a brincadeira americana, quase todos os economistaspreviram uma crise monumental para o Brasil...e o Brasil continuou indo bem, obrigado, na opiniãode 68% dos brasileiros (IBOPE), e na minha...!

Além disso, os cenários dos economistas têm "horizontes" muito curtos, ou seja, só "enxergam"poucos meses à frente, e só tratam do "mercado" financeiro, e não de todos os Mercados deProdutos e Serviços. Mais ainda, os economistas ficam tentando ensinar o Governo a governar, aoinvés de orientar o que os empresários devem fazer para ter mais sucesso em seus negócios...

Este Cenário não é nem pessimista nem otimista, e é escrito de forma mais fácil de entender, e deaplicar ao Planejamento.

Antes do Cenário...o que tem acontecido no Brasil, nos últimos tempos?

Não é nada fácil sair de um regime de exceção, e entrar numa Democracia completa, com mais de40 partidos políticos, nenhum com maioria isolada no Congresso! Em 2006, Partidos com baixarepresentatividade serão extintos por Lei.

Era preciso fazer grandes mudanças (são chamadas de "Reformas") através do voto noCongresso. Mas o Congresso é um espelho da população: se a população torce para 50 times defutebol diferentes, o Congresso também; a mesma coisa quando se trata de discutir aposentadoriaou impostos - há pelo menos 10 opiniões diferentes de cada vez. As discussões e votações sãobem demoradas mesmo - é assim que se caminha na Democracia, passo-a-passo,lentamente...(mas é bem melhor com Democracia, pela transparência das discussões e dasdecisões!).

Assim, ao invés de ficarmos chateados com a demora, é melhor acompanhar o processo emandamento, pois as coisas podem demorar, mas acontecem!

E como aconteceram coisas novas no Brasil, recentemente: foram privatizadas a Siderurgia, aTelefonia (que saltou de 20 para 28 milhões de linhas fixas, e de zero para mais de 20 milhões deCelulares), a Energia Elétrica, muitas Estradas de Rodagem e de Ferro, Mineração, e outras áreasmenores; a Petrobrás não é mais a única empresa autorizada a achar petróleo e gás, e o Brasilfinalmente entrou na era do Gás Natural, com o gasoduto da Bolívia, o GASBOL, (e o futurogasoduto da Argentina); combustíveis, passagens aéreas, foram desregulamentados, seus preços

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foram liberados; houve uma primeira etapa das Reformas da Previdência (ainda pendente dasuperação de entraves constitucionais) e da Administração, surgiu um moderníssimo Código deDefesa do Consumidor, e um exigente Código Nacional de Trânsito (embora menos aplicado doque gostaríamos); uma lei de responsabilização de Prefeitos, Governadores e Presidente saiu emduas etapas: a primeira parte, que diz o que podem e o que não podem, para que eles não possamgastar além da conta...A segunda parte, que estabelece as penalidades, motivando grande"chiadeira" nos Prefeitos "gastadores".

Aconteceram também algumas coisas não muito agradáveis para nós (mas muito importantespara o País): o caminho do fim do subsídio do Gás de Cozinha, do Diesel, de algumas tarifastelefônicas - subsídio é quando alguma coisa custa 100, mas você (por exemplo) só paga 60, e ogoverno paga o resto (ou seja, alguns de nós pagamos a diferença, através de mais impostos);também o IPMF, que foi rebatizado de CPMF, para tentar melhorar a área da Saúde Pública (quenão vai nada bem, em muitas cidades), e que atinge a quase todos.

Aconteceu ainda uma "Reforma Cambial", ou seja, o Governo deixou de determinar a taxa doDólar, diariamente, e - essencialmente - passou a deixar que os importadores e exportadoresnegociem seu valor, diariamente (o Governo ainda participa, mas só raramente, quando algumdesequilíbrio anormal acontece).

Aquelas polêmicas leis salariais "sumiram do mapa", deixando com que patrões e trabalhadoresnegociem de verdade - no começo, nada é fácil, mas aos poucos o aprendizado e a maturidadevão chegando...

E aconteceram até revoltas imaturas, com alguns Governadores tentando não cumprircompromissos oficiais - ou seja, não pagar as dívidas dos seus Estados - na base "do grito", efracassaram, felizmente.

Com tudo isso, feche um pouco os olhos, volte 5 anos no tempo, e veja se você teria adivinhadoque tudo isso iria acontecer! E procure se lembrar como esses fatos afetaram seu negócio -positiva ou negativamente!

Pense agora como tantos outros fatos ocorrerão nos próximos 2, 3 ou 5 anos, e como seria bom sevocê tivesse uma "bola de cristal" que lhe indicasse tais fatos, antecipadamente - pois é, essa "bolade cristal" se chama Cenário de Planejamento, e este documento lhe oferece um!

Mas lembre-se: por mais detalhado que este Cenário possa ser, nunca vai conseguir incluir todasas hipóteses que são necessárias para o seu negócio! Mas, mesmo assim, este Cenário vai cobrirpelo menos 80% de suas necessidades! É só completar com as hipóteses específicas e muitodetalhadas...

Cenário para Planejamento

Primeira parte - o Cenário Político

O Cenário Político tem importância, sim! É a partir daqui que surgirão, ou não, muitas dasnovidades que irão afetar seu negócio!

Já sabemos que nenhum partido político, isoladamente, tem maioria no Congresso; o GovernoFederal consegue avançar com as Reformas graças a uma coalizão (um acordo de cavalheiros)de vários partidos (PSDB + PFL + PMDB + PPB + PTB, essencialmente). Mesmo assim, como não

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existe a obrigação de "fidelidade partidária", há várias votações em que Deputados ou Senadores,desses partidos, votam "contra" os demais...

A Reforma Política

Há muita pressão da Sociedade, através da imprensa, para que seja votada também umaReforma Política, não só instituindo algum tipo de "fidelidade partidária", mas também mudando aregra de proporcionalidade para eleição de Deputados Federais por Estado (atualmente cadaEstado tem no mínimo 8, e no máximo 70 Deputados, e na média, um número proporcional aonúmero de eleitores - com isso, Estados menores têm "muitos" Deputados, e Estados grandes têm"poucos". Não parece importante, mas quando se somam os votos dos Estados pequenos, fazgrande diferença!

Em minha opinião a Reforma Política, completa, ainda demora uns 4-5 anos para acontecer, masacho que vai acontecer! E virá, também, com o "voto distrital misto" - que na prática quer dizer quecada região do País terá seu Deputado exclusivo, obrigatoriamente, portanto ele não vai podermais se "esconder" dos eleitores, como fazem hoje, após serem eleitos!

Mais importante é o que vai começar a acontecer a partir deste ano 2001: a tal coalizão departidos vai começar a se desfazer, pois cada partido está querendo ter seu próprio candidato aPresidente (eleição de 2002), e portanto vai ter que começar a adotar "discurso de oposição"(desculpe-me pela expressão, mas desde criança fui ensinado de que este comportamento sechama "cuspir no prato que comeu..."). Mas a política profissional é sempre assim! Com isso, oatual Governo não vai ter muito espaço para governar! Os primeiros sintomas do esfacelamento dacoalizão já podem ser sentidos atualmente, principalmente pela atitude "hostil" do PFL.

Uma mini-Reforma vem sendo pressionada, para que o Congresso passe a trabalhar 5 dias porsemana, 11 meses por ano (como todos os demais Brasileiros), e não 3 dias por semana, 9 mesespor ano, como ainda ocorre, surpreendentemente! Se não for votada pelo atual Congresso, pensoque o índice (pequeno) de Congressistas que consegue, estatisticamente, se reeleger (33%) vaicair bastante, na eleição de 2002.

Outra mini-Reforma poderá se seguir, com os Congressistas ficando em Plenário durante asvotações - eles ainda "não se deram conta" que as Sessões estão sendo transmitidas ao vivo, pelaTV, e que está causando grande irritação nos telespectadores, ver que uma votação eletrônica quedeveria durar 2 minutos, dura quase 30, pois a maioria não está - nunca - trabalhando no Plenário,atividade principal para a qual foram eleitos - o que obriga a "deprimentes" e sucessivas"chamadas" pelo Presidente da Sessão...

Um Senador também "não caiu na real" sobre a TV ao vivo, e, hipocritamente, se diz muito amigodo Presidente, ao mesmo tempo em que o critica fortemente o tempo todo (com a finalidade depromover o provável candidato de seu Partido para as eleições de 2002, de forma não disfarçada -um candidato que só faz coisas fora da lógica natural...). Senador dos tempos antigos, quandotudo se fazia, e nada aparecia...

A Reforma Tributária

O ítem mais importante da agenda do Governo é a Reforma Tributária, que eu vou tentar explicarde forma simples: existem cerca de 54 impostos e taxas diferentes, no Brasil! A Reforma Tributáriavisa reduzir drasticamente essa quantidade, mudar as alíquotas (a porcentagem que você calcula,e paga), e simplificar o recolhimento - nada mal, não é?

Mas eu não creio que o Governo vai conseguir tudo isso, não, pela razão que eu expliquei acima:os partidos da coalizão "irão tirando a escada, devagarzinho, e o Governo tentará ficar pendurado

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no pincel!" (você já conhecia essa expressão, não é?). No máximo, acho que vai haver uma mini-Reforma, com uma modificação no IPI e no ICMS, talvez unificando num imposto só, o IVA, emudando o cálculo da distribuição das parcelas, para Estados e Municípios.

Como isso vai afetar o seu negócio? (lembre-se, isso pode ocorrer em 2001, provocando impactosno início de 2002: se você vende para outros Estados, e tem toda aquela complicação com ocálculo de ICMS, vai simplificar; se você "tirava vantagem" disso, vai complicar.

Surpreendendo a todo o mundo, o Congresso aprovou, em Fevereiro de 2000, meio "escondida"em meio a outros projetos, uma "Taxa de Meio Ambiente", incidente sobre empresas, uniforme, emuito alta! A tentativa de sua aplicação imediata, claramente inconstitucional (pois fere o princípioda anualidade) levou o Presidente FHC a suspendê-la por tempo indeterminado para analisar cominteligência isso que, no Congresso, é chamado de "Projeto Jacaré": "sobe" de repente, e é votadoàs cegas, como parte de alguma barganha política! Creio que vai ficar "no limbo" por um bomtempo, e, se retornar, terá valores modestos e sensatos.

CPMF, "Reformas"

O CPMF vai seguir até 16 de Junho de 2002, com um ano inicial a 0,38% (até 16 de Junho de2000), e mais dois anos a 0,30% . Vai haver muita conversa sobre acabar com ela, mas eu achoque não vai acabar: acho até que pode deixar de ser "provisória", e virar "definitiva". (Lembre-se, oCenário não é o que eu gosto, mas o que eu acho que vai acontecer...). Coloque em seuorçamento, para muitos anos!

A chamada Reforma do Judiciário, e a chamada Reforma do Sistema Financeiro, não são assuntosmuito sérios na agenda geral do Congresso: são "jogadas políticas", do PFL e do PMDB,preparatórias das eleições de 2002; mesmo assim, pode haver algumas mudanças, como o fim dos"juízes classistas" nos Tribunais do Trabalho (já aprovada pelo Congresso - já em vigor), ealgumas regras mais rigorosas sobre controles aos atos dos Juízes, e sobre o que o Banco Centralpode, e não pode fazer, com o dinheiro dos contribuintes.

O Judiciário continuará lento e sobrecarregado, portanto.

Eleições 2000 e 2002

Outra hipótese política: creio que haverá mais Prefeitos e Vereadores "de oposição" eleitos em2000. Acertamos em cheio, hein? Principalmente para as cidades grandes!

Um caso bem especial, porém, e que merece análise em separado, é o da Capital de São Paulo,na qual a eleição em 2º Turno envolveu 2 candidatos com grande índice de rejeição: uma do PT, eoutro, Maluf. Resultou, portanto, uma eleição "anti-Maluf vs. anti-PT" - venceu "anti-Maluf". Amboscomemoraram o grande número de votos, "enganando" o povo, mas não os analistasespecializados...

Mais ainda, isso vai se repetir nas eleições mais importantes de 2002 (Presidente,Governadores, Congresso, Assembléias Legislativas) - vai ser bem diferente do que aconteceu em1998! Porém nenhum partido deverá conseguir maioria sozinho, portanto, vem aí mais um"Governo de Coalizão", não muito estável, com discussões demoradas, votaçõesapertadas...qualquer que seja o Presidente eleito...

Ainda está um pouco longe, portanto é prematuro supor quem serão os candidatos principais - esuas chances - mas vale a pena "manter um olho no gato e o outro no peixe". Afinal, seu negócio émuito influenciado pela "grande política". E não ligue muito para as pesquisas de opinião que já

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estão "correndo" por aí, apontando esse ou aquele favorito: as pesquisas que vão ser confiáveis,mesmo, serão as de Maio de 2002 para frente.

Em resumo: o Cenário Político indica que os avanços bons, que o Brasil conseguiu nos últimosanos, pode ser mais lento a partir de agora, e bem lento a partir de 2001. Para as empresas, aReforma Tributária será a mais importante novidade, embora possa "nascer" apenas uma mini-Reforma. Na área das leis trabalhistas, e seus custos correspondentes, vamos ter que esperar bemmais.

Segunda parte - o Cenário Econômico Externo

Até alguns anos atrás, era de pouca importância, para o Brasil, o que acontecia em outros países.Hoje, é de total importância, pois o efeito do que ocorre em alguns países é instantâneo sobre nós!

Primeiro, pelos fusos horários, o mundo realiza negócios 24 horas por dia; segundo, porque osinvestidores de Capital movimentam alguns trilhões(!) de dólares, por dia! Tiram de um País, eaplicam em outro, na velocidade da eletrônica, dos computadores.

Em Janeiro de 1999, quase todos que haviam aplicado no Brasil resolveram "ir embora" aomesmo tempo - que confusão, hein? Se não fosse o Governo dos EUA, e alguns outros, a crise iaser "feia" e prolongada - mas chegou um "salva-vidas", na forma de um conjunto de empréstimosespeciais de US$ 41 bilhões, e tudo se acalmou...E o Brasil só precisou de uma parte daquelesempréstimos - a outra parte está reservada, à disposição do Brasil.

Na verdade, o Brasil tem pouca poupança, no total, e ela não está mais na mão dos Governos(Federal, Estaduais e Municipais), e sim nas mãos da iniciativa privada - os Governos gastaramtudo, "e mais um pouco", nos últimos 20 anos!

Portanto, o Brasil ainda depende muito da poupança de fora, em parte para "tapar o buraco" nascontas dos Governos (o chamado "Déficit Público"). Por isso oferece taxas de juros altas, senão apoupança de fora vai procurar outros ninhos para pousar - e na velocidade da eletrônica!

Assim, enquanto não forem aprovadas as Reformas que irão reduzir - e eliminar - o Déficit Público,precisaremos de dinheiro de fora, e precisaremos acompanhar com atenção o resto do mundo...

Uma crise na Argentina espanta investidores que aplicaram no Brasil (eles não são muito beminformados, e pensam que todos somos iguais na América Latina); o mesmo se for o México. Se acrise for na Rússia, também espanta, pois nós, e eles, somos classificados como "paísesemergentes", e a crise de um vira a crise de todos; se for em um dos "tigres asiáticos", tudo serepete...

Que dureza, hein?

Pois é, a única saída é nos tornarmos um País mais sério, em que os governantes não secorrompam, e só gastem aquilo que arrecadem - e isso só vai ocorrer depois que a segunda parteda lei de responsabilidades entrar em vigor, e uns 15 Governadores e 1500 Prefeitos perderem omandato, por impeachment - aí pelo ano 2010...Os primeiros casos de Prefeitos já estãomovimentando o noticiário de São Paulo, Guarulhos, Campinas, Londrina...Fora algumas cidadespequenas...

Como vão os Países que podem influenciar...

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Enquanto isso, olhos abertos: A Argentina não vai muito bem, depois da mudança do Câmbio noBrasil - ela vai ter que fazer o mesmo, mas resiste bravamente...O Mercosul deu uma "esfriada",por isso, mas creio que volta ao normal mais à frente...Quando os problemas ocorrerem, de fato,na Argentina, haverá maiores flutuações do Câmbio e das Bolsas no Brasil - as alterações podemocorrer a qualquer momento (estão ocorrendo agora), embora o Governo garanta - no discursopolítico - que não muda a política de câmbio.

Os Estados Unidos estão em um ciclo longo de crescimento, até surpreendente (mais de 112meses sem parar); isso é bom para o Brasil, para os exportadores brasileiros. Mas quando ocrescimento é muito grande, o Banco Central de lá - o FED - aumenta as taxas de juros (para evitarinflação), e todo mundo pisa um pouco no freio. O FED aumentou os juros básicos anuais (PrimeRate), de 4,75% para 5,50%, em tres etapas de 0,25%, do final de Junho até meados deNovembro de 1999, o que não é muito bom para nós (pois as empresas de estarão pisando umpouco no freio, e importarão um pouco menos). Não houve novo aumento preventivo emDezembro, mas já houve em Fevereiro, Março e Maio deste ano (de 5,50% para 5,75% ,para6,00% e para 6,50%). A cada aumento da taxa básica, aumentam os custos da dívida externabrasileira, o que também não é uma notícia muito boa para o Brasil. Mas em Janeiro de 2000 ataxa voltou para 6%, e para 5,5% ao ano - a economia já parou de crescer demais.

O Japão tem um problema sério - os Bancos emprestaram muito para as Indústrias, e elas estãodando calote; portanto, todo o sistema financeiro de lá continua instável; os "bombeiros" dos paísesricos estão estudando como apagar esse fogo, que não será pequeno, mas os "bombeiros" sãopoderosos...

O Equador tem continuado com seus problemas - moratória e dolarização da moeda - mas suadimensão é muito pequena para afetar significativamente a economia mundial, ou a do Brasil.

De forma quase inesperada, os Países produtores de Petróleo - a OPEP - resolveram baixar aprodução, em 1999, para elevar os preços - e mais, a Venezuela fez uma greve na produção!Como resultado, nossas importações dobraram de preço (e como não havia muito espaço políticopara ajustar os preços de combustíveis, de forma correspondente, então aumentou um pouco maiso Déficit Público, até que, em Março de 2000, os preços foram ligeiramente ajustados). É bomlembrar que o Brasil importa só 26% do Petróleo que utilizamos. Esta situação não está sealiviando, como havíamos previsto erroneamente, e tende a continuar também no ano 2001.

Globalização: Mercosul, ALCA, União Européia...

Mas há um outro fator: a Globalização! Na prática, significa que o local da fábrica não é mais tãoimportante - fabrica-se onde for mais barato e rápido. Significa também que todos os produtos eserviços vão sendo ofertados em todos os países - e aí há riscos para as indústrias locais, quepodem não ser competitivas, e terem que fechar...Mas aí tem uma "armadilha": se "fecharmosnossas fronteiras", todos farão o mesmo para nós, e não exportaremos "mais nada", nem teremospoupança de fora vindo para cá.

A saída é aumentar a competitividade e a modernidade de nossas empresas, bem rápido! Osempresários com melhor visão já estão fazendo isso!

Uma mini-globalização intensa começou, para nós, com o Mercosul, e poderá evoluir para aALCA - Área de Livre Comércio das Américas - até 2005, com algumas novidades intermediáriasantes disso. A União Européia está anunciando, com firmeza, mais espaço para produtosagrícolas brasileiros (mas pede espaço para enviar produtos manufaturados), e quer criarmecanismos especiais de comércio com a América Latina, também a partir de 2005 - paracompensar a criação da ALCA. Isso vai provocar enormes mudanças, ora para melhor, ora parapior, conforme os parágrafos anteriores.

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O comércio mundial é regulado (mais ou menos) por um mecanismo internacional que se chamaAcordo Geral de Comércio e Tarifas - GATT , para simplificar. Pois está decidido que em 2002 seapaga tudo e se começa tudo de novo, uma revisão geral, "para ninguém botar defeito".Preparemo-nos, pois podem surgir grandes mudanças nas Importações e nas Exportações, pelaspressões de uma ampla negociação mundial!

Câmbio e Comércio Exterior

Enquanto isso, os negócios do Brasil com o resto do mundo estão mudando de sinal - após amudança nos mecanismos da Taxa de Câmbio, com o Real flutuando diariamente, como a maioriadas moedas no mundo. Em 1999, flutuou entre 1,80 e 1,90 , com relação ao dólar, e em 2000 entredeverá flutuar entre 1,75 e 2,00 (na prática tem ficado entre 1,80 e 1,95). Em 2001, novamenteflutuará entre1,85 e 2,05. Esta faixa, larga, exige cálculos nos dois extremos, mas não há comoprever, com precisão, algo que será definido conforme o andamento do mercado. (Note que emalguns momentos, por motivos específicos, a flutuação sai fora das faixas mencionadas acima - édemanda momentânea por moeda estrangeira, principalmente para pagar dívidas passadas, comdata marcada. Pouco depois, passada a demanda temporária, a flutuação volta atrás).

É preciso ficar atento, porém, às previsões catatróficas, de uma parte dos economistas, quanto àtaxa de câmbio "explodir" para cima - não há, atualmente, justificativa técnica para isso: ou fazemtais previsões a serviço de especuladores (que atuam de tempos em tempos), ou têm motivadorespolítico-ideológicos.

Uma previsão muito boa é que o Real está se tornando uma moeda totalmente conversível, nomundo, em meados deste 2000. Isto significa que você poderá vender e/ou comprar Reais emqualquer país do mundo!

Para o Comércio Exterior, vou usar números inteiros, para facilitar seu raciocínio e memorização:em 1998, o Brasil exportou US$ 51 bilhões, e importou US$ 58 bilhões (um bom movimento deComércio Exterior, com um Déficit Comercial de US$ 7 bilhões).

Só para comparação: a super Usina de Itaipú custou US$ 12 bilhões...

Em 1999 o Déficit caiu mesmo: Exportação de US$ 48 bilhões, Importações de US$ 49 bilhões,com um Déficit Comercial - pequeno - de US$ 1 bilhão!

Em 2000 o déficit repetiu 1999: 1 bilhão negativo. Nesse ponto, havíamos sido mais otimistas,mas, pelo menos, não há perpectiva de Déficit alto para 2001 e 2002...

Quanto mais divisas entrarem pela via do Saldo Comercial, menos os recursos dos poupadores defora serão necessários.

Investimento Externo

Mesmo assim, os investidores estrangeiros estão gostando de investir no Brasil - em papéis,ou em fábricas, ou em serviços: em 1996 investiram US$ 16 bilhões - em 1997=22 bilhões - em1998=29 bilhões - e em 1999=30 bilhões!

Para 2000 o Brasil precisou captar cerca de US$ 60 bilhões, tanto para pagar a Dívida Externa(compromissos bem menores que os de 1999), como para os demais compromissos. A boa notíciaé que este montante já estava praticamente garantido ao se iniciar o ano de 2000, principalmentepela perspectiva de continuidade dos investimentos diretos. Mas...houve uma pausa nasprivatizações, inesperada, e os números foram, então, menores que em 1999.

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De certa forma, os investidores estrangeiros estão assumindo mais riscos que osbrasileiros...quando converso com empresários brasileiros, há sempre uma dúvida aqui, outra ali,reclamam dos juros altos (mas se esquecem de ver os financiamentos com juros baixos doBNDES)... e o "bonde da história" está passando...

Alguns, poucos, empresários, no início de 2000, passaram a "reclamar" dos investidoresestrangeiros - uma posição egoísta e indefensável, pois os investidores estão trazendo a criaçãode novos empregos, intensamente necessários! Só pode ser "paúra" da nova competição, à qualnão estavam acostumados...estavam acostumados com intensa proteção dos Governos, e,portanto, dedicavam atenção insuficiente à Qualidade e aos Clientes...

Dívida Externa, Reservas, Imagem do Brasil

Dois assuntos que não preocupam muito, atualmente - a Dívida Externa brasileira, que já foimanchete principal durante muito tempo, e agora, renegociada, vai sendo paga sem alardes; e oacordo com o FMI, que não é nenhum "bicho-de-7-cabeças", e vai sendo ajustado e cumprido semmuita dificuldade - afinal, é um dos "salva-vidas" que nos socorreram no início de 1999...o acordoespecial com o FMI vencerá em 2001.

Outro ítem a acompanhar são as Reservas de Divisas - ou seja, quanto o Brasil tem guardado emmoeda forte (e créditos) estrangeira. O ideal é que tenha valor igual, ou superior, a um ano deImportações, ou seja, US$ 49 bilhões - o Brasil tinha 44, ao final de 98, mas a "fuga" do começo de1999 baixou para 35. Durante 1999 oscilou próximo a 40, mas terminou em 36 (o pagamento dedívidas externas concentrou 5 de pagamento em Dezembro de 1999). Durante 2000 deve cresceraos poucos: em Março já subira para 38, e continua na faixa dos 30...

Outra maneira de aumentar/manter o nínel das Reservas é vendendo Títulos Brasileiros noexterior - que são chamados de "Bônus" ou "Bonds"- para pagar a longo prazo. Quando o País vaimal, não encontra compradores, mas, felizmente, tem sido fácil vender - o Governo está indo atédevagar, para não "queimar o bolo". Os Títulos vendidos anteriormente andaram tendo uma certadesvalorização, no início do ano de 1999, mas já se recuperaram.

Empresas privadas também estão conseguindo fazer captações no exterior, em bom volume, semmaiores problemas, através de Títulos similares.

Como se vê, a imagem do Brasil está bem melhor no mundo exterior, de quem depende bastante!Os indicadores são bons, e estão melhorando! Há uns 6 anos atrás a situação era muito ruim.Minha preocupação começará a crescer a partir de 2001, quando o Governo vai ficar menosapoiado pelos partidos da coalizão - mas é possível que, então, o Brasil esteja ainda mais sólido, emenos sujeito a riscos grandes.

Agora é hora de olhar para dentro de casa...

Terceira parte - o Cenário Econômico Interno

Há vários ítens a serem analisados - vou começar pelos dois mais óbvios: a inflação e os juros:

Inflação e Juros

A inflação continua predominantemente controlada pelo mercado - um grande exemplo é o incrívelaumento de vendas das chamadas "tubaínas", em relação aos refrigerantes famosos; são 40%mais baratas, e os consumidores estão fortemente decidindo por preços baixos! Outro exemplo sãoos aluguéis, também em baixa, por pressão do mercado!

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Mesmo assim, a inflação de 1999, quando medida em preços ao consumidor, ficou próxima a 8%.A mudança do Câmbio no início do ano, e alguns "ajustes finos" de tarifas causaram isso. Para2000, creio que será menor, de 3,5 a 4,5 %.

A respeito de inflação dos preços ao consumidor, tenho um comentário especial a fazer: todos osíndices usados no Brasil estão desatualizados, com relação ao comportamento da população; asmetodologias e critérios eram ótimos, quando os índices foram criados, mas se tornaramdesatualizados com o correr do tempo - as pessoas mudaram enormemente seus padrões degastos, com o passar dos anos, mas os índices "fazem de conta" que isso não acontece. Isso éexcesso de conservadorismo dos responsáveis, o que resulta em "excesso de erro" nos resultados.Não tome decisões drásticas com base neles - tente avaliar sua própria inflação: ela pode sermaior, ou menor, mas é muito mais precisa! - Nota: O IPC da FIPE é a exceção que confirma aregra, pois atualizou os componentes do índice, ao final de 1999.

Quanto ao Governo, anunciou, em Junho de 1999, metas (limites) de inflação de 8% , 6% , e 4% ,respectivamente, para 1999 , 2000 e 2001 - nada de novo! É só o Governo jogando "na defesa"!Planeje com um pouco menos, por enquanto.

Quanto aos juros, uma explicação inicial: todo Banco tem dois balcões - simbolicamente - um,onde é feita a captação do dinheiro, e outro, onde são feitos os empréstimos, ou seja, asaplicações. Nos dois casos, os Bancos criam diversos "produtos" (eles chamam assim), e paracada um estabelecem um valor para os juros.

Como regra geral: na captação, quanto menor a quantia, e quanto menor o prazo, menores osjuros; na aplicação, quanto menores as quantias, maior o risco e maior o prazo, maiores os juros.

No total, há duas "cestas de produtos", cada uma com uma taxa de juros média; a diferença entreas médias deve ser tal que pague o custo fixo do Banco (funcionários, agências, etc.), os impostos,as inadimplências, e ainda resulte lucro. Na verdade, os Bancos também cobram tarifas, para cadaserviço, para não se arriscarem a ficar sem lucro.

Na prática, forma-se uma "salada mista" de taxas de juros para cada Banco, e para cada "produto",e que se alteram a todo instante - é preciso acompanhar sempre, e bem de perto!

Mas todos os números partem de uma só origem: a chamada Taxa Básica de Juros estabelecidapelo Banco Central - chamada de SELIC. Por diversos motivos, ela é o ponto de partida para ocálculo de todas as outras taxas.

E justamente essa Taxa de Juros tem sido mantida elevada para que os investidores estrangeirostragam sua poupança para cá (como já vimos), para que os poupadores brasileiros continuem afinanciar o Déficit Público, e para que não haja excesso de consumo, com a volta da inflação.

Ao final de 1999 a taxa SELIC encerrou mesmo em 19%. Se baixasse mais do que isso, teria"espantado" os poupadores estrangeiros, e também os brasileiros (que buscam um rendimentolíquido - descontados a comissão do Banco, o IR, e o CPMF - de, no mínimo 7-8%).

Para 2000, se os outros fatores macro-econômicos estiverem estabilizados, pode baixar um poucomais (o Presidente "acenou" com 13%...), mas creio que o Banco Central será cauteloso - use 15-16%. E mantenha um olho nas decisões do COPOM, que ocorrem em intervalos de cerca de 6semanas (na de Março, manteve a taxa, mas assim que a OPEP anunciou novo aumento naprodução de petróleo, dias depois, baixou um pouquinho a taxa, para 18,5%. Em Junho, baixoumais um pouco, para 17,5%, e em Julho, para 17,0%, e para 16,5% - parece que o Governo querpagar menos juros para compensar o aumento nas importações de Petróleo...). Ao final de 2000 osjuros foram para a faixa de 14% - agora o Brasil voltará a crescer!

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O PIB e a Economia Real

Há muitos setores crescendo de forma pujante, a começar pela área de telefonia (uminvestimento total da ordem de US$ 80 bilhões!). Na área de Serviços não há estatísticasconsolidadas que sejam rápidas e confiáveis, mas basta ver quantas malas diretas você recebemensalmente; ou então os serviços ligados, ou alavancados pela Internet; ou os investimentos dasconcessionárias das estradas privatizadas; mais ainda, tudo que vai ser investido para o uso deGás Natural, nos 4 Estados mais ao sul do País, e no Centro-Oeste, e no novo Pólo Petroquímicode Paulínia, SP.

Mais um ponto fundamental: o PIB (Produto Interno Bruto - a soma de tudo que se produz, e sevende, no Brasil) brasileiro é da ordem de R$ 3 bilhões por dia útil, em número arredondado!(Oficialmente, o PIB de 1998 foi de R$ 899,8 bilhões, ou US$ 775,7 bilhões ao câmbio médiodaquele ano). O PIB de 1999 foi um pouco maior.

São mais de 150.000 empresas industriais, operando (com 75 a 80% de ocupação dacapacidade instalada) e se modernizando, uma agricultura que bateu novo recorde em 1999, comsafra de 82 milhões de toneladas de grãos (em 1998 foram 76), um comércio que estáaprendendo a se modernizar, aos poucos - após cometer muitos erros - 145 bancos que estãotomando um "banho de loja" com a chegada de grandes bancos estrangeiros (e que, porentrevistas ao final de 1999, já mostraram que "sentiram" a nova competição), e uma infinidade deServiços novos.

Na década de 90, os Serviços estão liderando o crescimento (24% de crescimento de 91 a 98),enquanto a Agricultura é a maior responsável pela sustentação dos planos de inflação baixa.

Algumas dessas empresas, porém, estão "ficando pelo caminho", principalmente por nãoconseguirem se adaptar aos novos tempos, mas elas são a minoria! A maioria está tratando de semodernizar, com investimentos e planos inteligentes!

"Joint Ventures", "Parcerias Estratégicas" e "Acordos Operacionais" são algumas das alternativasinteligentes que serão cada vez mais comuns, no Brasil, com o objetivo de otimizar e uniformizara rentabilidade dos negócios, principalmente ante a perspectiva de competição competente (ecom recursos), fruto da globalização.

No curto prazo o PIB deve crescer mais: cerca de 4%, um pouco mais que em 2000, são minhasestimativas atuais - os negócios continuarão a acontecer em grande volume - não percaoportunidades se preocupando com percentuais! Mantenha os olhos em seu mercado!

Quando o PIB é expresso em US$, há um detalhe a considerar: a nova taxa de câmbio, a partir doinício de 1999! O Brasil deixou de ser a 8ª, para ser a 10ª ou 11ª Economia do Mundo, pois acomparação se faz em Dólares - simples detalhe aritmético (ou simples mudança do "termômetro",se você preferir)...

As Bolsas

Nesse período, não fique muito impressionado com as altas e baixas da Bolsa de Valores (eu sei,a TV destaca toda noite, não é? - que marketing, hein?).

Na verdade, a legislação facilita a pouquíssima atenção a direitos dos acionistas minoritários (noBrasil são permitidos até 67% de ações preferenciais, sem direito a voto!), o que faz com que só sereduza o número de empresas com Capital Aberto: eram 1.000 em 1998, e 900 em 1999, e atendência ainda é de queda. Com isso, o movimento diário vai caindo aos poucos.

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Nesse particular, as ações de algumas empresas brasileiras são negociadas em New York, eprovavelmente em Madri (em futuro próximo) - sem CPMF, IOF...

De fato, é relativamente pequeno o número de investidores e especuladores na Bolsa, no Brasil(boa parte são os Fundos de Pensão das Estatais, que não podem, legalmente, aplicar fora doBrasil). Por isso, quando um, grande, "espirra", os outros "ficam resfriados". E você fica imaginandoque uma nova Gripe Espanhola chegou ao Brasil, pelo noticiário da TV...

Felizmente não é bem assim! As Bolsas, no mundo inteiro, são um termômetro de quanto osinvestidores estão dispostos a investir no aumento de Capital das empresas, ou na abertura deCapital de algumas. Fora isso, é uma mistura de Las Vegas com "raspadinha", ou seja, muitaaposta, com muita especulação. Ela faz parte do jogo econômico, mas não produz, nem vende,produtos e serviços, mas sim, papéis, que financiam o desenvolvimento.

Como fato recente: a unificação, em São Paulo, das Bolsas de Rio e SP. Na prática, não farágrande diferença, pois a Bolsa do Rio já havia ficado bem pequena.

Desemprego

Agora chegou a vez do desemprego: afinal, ele vai diminuir mais, ou não vai?

Mais uma vez, peço um minuto para comentários especiais: só a Indústria, e os Bancosacompanham, com método, o emprego/desemprego. O Comércio e a Agricultura são setores meiodesconfiados, e não produzem estatísticas abrangentes sobre a matéria. Outros setores deServiços, menos ainda. Assim, todo mundo "sabe" que cresceu o emprego na área de Serviços,mas ninguém sabe quanto, e que ele tende a diminuir na Agricultura, devido à mecanizaçãocrescente, mas, também, ninguém sabe quanto, com rapidez. Depois de bastante tempo, saialguma estatística - no ritmo das diligências - enquanto o mercado continua "voando" em ritmo daFerrari de Rubinho na chuva! Ninguém coloca muita fé, pois parece jornal velho, que serve parafazer embrulhos...

O número de pessoas que trabalham, no Brasil, chega a 50 milhões, mas só a metade comcontrato, registro em carteira...e esse tipo está diminuindo, porque ninguém mais está suportandotodos os acréssimos com os Encargos e Provisões, que vão de 80% a 140%! Isto não é discursopolítico - é constatação prática! E a terceirização, com vários formatos, vai crescendo - exatamentenos setores onde não são feitas estatísticas com método.

Não estou tentando dizer que não há desemprego: de fato, há, mas creio que é um pouco menordo que se anuncia, por essas razões.

Nos grandes centros, principalmente São Paulo, ele é grande e dramático; na região de Campinas,onde estamos, também é, pois houve grande migração recente, aproveitando uma certa "boavontade" do Poder Público para com invasores de terrenos.

Para que o desemprego comece a cair, estruturalmente, é preciso que o PIB passe a crescerbastante, mais de 4% ao ano, ano após ano, e isso só vai acontecer quando os Governos (Federal,Estaduais, Municipais) colocarem ordem na casa, e pararem de aumentar o Déficit Público.

Não consigo prever isso para os próximos 2 ou 3 anos, infelizmente (embora o Governo Federal, eos Governos de 4 Estados, estejam dando um ótimo exemplo de administração responsável!);também não consigo prever sistemas paliativos - como um Seguro-Desemprego diferente, porperíodo prolongado, por exemplo - pois isso agravaria o Déficit Público.

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Renda e Desenvolvimento

Pela mesma razão, as 3 áreas mais carentes, do ponto de vista social - Educação, Saúde eHabitação - e que estão com atrasos importantes, também não devem receber avanços tãosignificativos quanto eu e você gostaríamos!

Apenas a distribuição de renda melhorou, um pouco, com o Plano Real, pois os mais carentesdeixaram de perder com a inflação, e passaram a consumir mais, principalmente alimentos,eletrodomésticos básicos, e telefones normais e celulares.

Aqui é preciso fazer uma pausa, para descrever uma conclusão intermediária importante: ogoverno FHC será classificado, pelos historiadores, como o governo que "arrumou a casa", epreparou o Brasil para um período de desenvolvimento sustentado, conseguindo, porém, poucosavanços na área social - se o Presidente eleito em 2002 for um "desenvolvimentista", sorte doBrasil, pois será possível "tirar o atraso" nas áreas sociais, e liderar um novo ciclo dedesenvolvimento, mas se for "populista", ou "tímido", ou "empreiteiro", nada feito...Por enquanto, ospolíticos oportunistas já começam sua campanha para 2002, com mirabolantes programas decombate à pobreza, coisa que jamais se ouviu antes no Brasil - justamente aproveitando o "vácuo"deixado por FHC.

Daí a importância de acompanharmos, com atenção, o Cenário Político!

Oportunidades: Internet, Turismo, Cidades, Agricultura, Indústrias Privadas

Ainda de forma genérica, é preciso destacar uma previsão de grande ampliação de uso daInternet no Brasil, pelas empresas. Com novos mecanismos de segurança, será ampliado o usono relacionamento dia-a-dia das empresas com seus fornecedores (os americanos chamam de"business-to-business", e criaram uma abreviação para simplificar as comunicações: B2B), assimcomo os sistemas de vendas pela Internet (que também crescem no resto do mundo). A utilizaçãode Home Banking, via Internet, também crescerá muito, nas empresas (e em muitos lares). Omarketing via Internet vai se tornar corriqueiro, e ano após ano crescerá assombrosamente.

A venda no varejo, através da Internet, já está em "expansão explosiva" no mundo, e, comosempre, está começando mais lentamente, no Brasil, onde existe grande desconfiança, após anose anos de escândalos vindos de empresários desonestos.

Creio também que haverá uma modernização da "indústria do turismo", no Brasil, nos próximosanos - cada vez mais os modelos de sucesso vão se implantando no Brasil, e os modelos defracasso vão morrendo de vez.

Três exemplos de "fracasso": a) visitei recentemente uma pequena cidade, que tem um ótimomuseu histórico, mas o mesmo não abre nos fins de semana, quando o fluxo de turistas aumenta!b) O "site" da Secretaria de Turismo de uma cidade turística muito famosa, em Minas Gerais, nãoinforma a voltagem da eletricidade - atualmente, qualquer turista carrega secador de cabelos,carregador de baterias de fone celular, etc.! c) A maior parte dos "sites" dos hotéis brasileirostambém não informa a voltagem da eletricidade local...

É possível que haja algum progresso no âmbito Municipal, a partir dos Planos Diretores exigidospela Constituição, mas não levados muito a sério até aqui - isto significará investimentos emSaneamento, Meio Ambiente, Trânsito, Urbanização, etc., em municípios com mais de 200.000habitantes.

A área de grandes obras de engenharia continuará em marcha-lenta, com algumas poucasexceções regionais; a construção civil clássica também caminhará em baixa velocidade, pelos

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juros altos, não reduzindo em muito o déficit de 10 milhões de residências no País. A montagem eexpansão de fábricas privadas vai bem, obrigado.

E o "bug" do milênio? O Y2K praticamente não ocorreu, como previmos. A maior parte dasempresas corrigiu tudo, antes, o que fez com que o assunto se tornasse o maior "não-acontecimento do século".

Em seguida se especulou sobre o "bug" de 29 de Fevereiro de 2000...não aconteceu nada deerrado, como previmos, mas, pelo menos, serviu para difundir a regra de formação dos anosbissextos (um exercício clássico em cursos de informática):

Em 1582, os cientistas descobriram que a translação da Terra era um pouco menor que 365 dias e6 horas (e não igual, como pensavam anteriormente). O Papa Gregório XIII (a Ciência eratotalmente ligada à Igreja) ordenou a correção do passado, adicionando os dias que faltaram -desde o Ano 1 - (o dia seguinte a 4 de Outubro foi 15 de Outubro), e estabeleceu a regra para osanos bissextos futuros (antes, qualquer ano múltiplo de 4 era bissexto), de tal forma que o "ajustefino" sempre se processe, e que os anos fiquem bem perto do tempo da translação real da Terra:

Serão bissextos os anos múltiplos de 4 - exceto os múltiplos de 100, que não serão bissextos -exceto os múltiplos de 400 (o ano 2000 está nessa situação...) que serão bissextos - exceto osmúltiplos de 4000, que não serão bissextos (esta última regra, dos múltiplos de 4000, embora sejanecessária, ainda não foi oficialmente adotada - afinal, ela só será necessária daqui a 20 séculos!).

O calendário, que era chamado de "Juliano", ou "Romano" (por conta do Imperador Julio Cesar, deRoma), passou a ser chamado de "Gregoriano" (por conta da decisão do Papa Gregório XIII).

Em resumo, a Economia interna do Brasil irá caminhar de forma bem estável e previsível, o que ébom para o Planejamento Empresarial (e pessoal), mas não trará grandes progressos antes de2002. Alguns setores, porém, estão oferecendo, ou oferecerão, grandes oportunidades denegócios, todos os anos.

Quarta parte - o Cenário Social

Não é nada fácil achar quem escreva um Cenário Social, portanto faça bom uso deste aqui!

Alguns comentários importantes, para começar: o Brasil, infelizmente, não tem Valores fortes deagregação e unificação social; os países - hoje avançados - que passaram por guerra civil,ganharam os Valores dos vencedores, que se tornaram Valores Nacionais. Nós não temos isso -os poucos fatores de agregação nacional são frágeis: a TV (principalmente a Globo), que de certaforma impõe uma certa uniformidade na forma de falar, e de vestir, e a Seleção de Futebol, durantea Copa (e mesmo assim, em declínio, pois as pessoas estão percebendo que se tornou um grandenegócio com a Nike e com a Coca-Cola, e não mais um local de luta, em nome do orgulho e dahonra nacionais).

Mais recentemente, as religiões estão voltando a realizar um papel unificador, mas de uma formaemocional, e não racional e sensata - e não se trata de uma só religião, portanto a unificação éparcial, e poderá ser temporária, apenas um modismo...

Esta ausência de Valores Nacionais de unificação faz com que os comportamentos individuaissejam bastante distintos e egoístas: pessoas jogam lixo nas ruas, mesmo de carros caros; pessoastentam furar filas, para serem atendidas em primeiro lugar; pessoas não respeitam vagas especiaispara deficientes físicos; pessoas tentam de todas as formas fugir dos limites do Código de Trânsito;jovens não se comportam com respeito com os mais velhos; empresas tentam fugir das

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responsabilidades impostas pelo Código do Consumidor; empresas não atendem à linha 0800 queoferecem ao público, e assim por diante...

Nestes últimos anos - que eu chamo de "Década da Banalização" - isso foi agravado por umaintensa inversão de valores, por parte da imprensa (e os comportamentos acompanharam...): osgrandes médicos não são elogiados, mas apresentadores de TV, semi-aculturados, são; ospolíticos que realmente lideram o progresso da sociedade, ninguém sabe quem são, mas asmoças que usam pouca roupa, e rebolam bem, todos conhecem; as empresas que acertaram nosplanos, e têm grande sucesso nos ótimos produtos e serviços que oferecem à sociedade, não têmreconhecimento (quando não recebem suspeitas de desonestidade!), enquanto cantores ecantoras com voz "pequenininha assim" vendem muito, e são "endeusados"; Cientistas,Pesquisadores e Universidades são ignorados, enquanto atletas são "paparicados"; É a década dabanalização, ou não é?

Mais um agravante: as pessoas estão privilegiando alguns produtos e serviços supérfluos (roupasespeciais, viagens, alguns tipos de eletrônicos), e deixando de lado cuidados básicos com aprópria saúde (prevenção médica e odontológica).

Esta abertura, com tons um tanto dramáticos, é necessária para iniciar com uma conclusão forte: asociedade brasileira está mudando de maneira rápida e drástica, e isso afeta a todos osPlanejamentos!

Consumidores, Marcas

Em primeiro lugar, os consumidores brasileiros, finalmente, estão aprendendo a ficar maisexigentes - e isso só vai aumentar, ano a ano! Muitas empresas não estão querendo aceitar osnovos comportamentos, e, com certeza, ficarão pelo caminho! Há tantos exemplos, que não cabemaqui, mas vou dar um muito especial: nas áreas de telefonia, e de energia elétrica, osconsumidores eram muito tolerantes com as ineficiências estatais, e se tornaram muito exigentescom as ineficiências privadas! Em poucos meses! Imaginem como eles podem "demolir" seusprodutos e/ou serviços, se você não ficar atento!

Os consumidores (e os clientes, de uma forma geral) ficaram também mais indóceis, à medidaem que se aproximava o ano 2000 - na verdade, todos formulamos planos e sonhos sobre o quegostaríamos de ser no ano 2000, e de como gostaríamos que o mundo estivesse, neste ano, masa realidade está sendo diferente dos sonhos, e, geralmente, para pior! Esse tipo de frustração nãoé pequeno, e gera indocilidade, impaciência! Mais exigência com nossos produtos e serviços!

Uma implicação importante está nas Marcas: elas continuam sendo extremamente necessárias, eo processo de valorização de sua Marca tem que continuar! Mas os consumidores já não são tãofiéis a certas marcas, como já o foram! O complexo processo de Confiança >> Preferência >>Fidelidade continua a existir, mas a Fidelidade pode ruir em segundos...

Se você não investir em suas Marcas, suas chances são poucas, se investir só nas Marcas, éinsuficiente! Nada mais é fácil nessa virada de século!

Produtos com oportunidades

A distribuição de renda mudou, para melhor, para as classes C, D e E, ou seja, para as classesde menor poder aquisitivo, que podem se alimentar melhor, e a ter um telefone (antes, 73% daslinhas eram das classes A e B). Todos os produtos e serviços com preços finais menores que 15-20 Reais passaram a ter uma grande chance de ser vencedores! Isso vai continuar, por váriosanos!

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Fora-da-lei: Trabalho Informal, MST, Segurança Pública

Outra mudança drástica: aumentou a aceitação por ofertas de trabalho sem registro formal - nãoé o ideal, mas é melhor do que nada! Isto vale para operários, balconistas ou universitários recém-formados em várias profissões. Alguns analistas já estimam em 70% da "força de trabalho" aparcela de trabalhadores sem registro formal, mas pode ser exagero. 50% é uma estimativamelhor. Como sempre, os fatos sempre ocorrem antes das leis - quando não houver mais"ninguém" registrado, os políticos irão "aceitar constrangidos" flexibilizar as leis do trabalho! Masisso só deve ocorrer ali pelo ano 2005.

As ações ilegais do MST - Movimento dos Sem Terra - irão continuar, mas não perca de vista queele é, de fato, um movimento político (socialista e radical) em plena atividade, graças a generososrecursos financeiros (cuja origem agora foi divulgada pela Revista Veja: 500 milhões de dólares porano, vindos de organizações no exterior, além de taxa sobre a receita dos assentamentos). EmMaio de 2000, finalmente(!), o Governo anunciou que vai aplicar a lei de forma rigorosa...aguardemos...

Existe uma clara insuficiência nos organismos policiais, atualmente! Existe competência,comprovada, mas não existem recursos humanos e físicos suficientes para contrapor o aumentoda criminalidade, fruto da percepção de insuficiência.

A responsabilidade primeira por esse assunto é Estadual (embora haja forças policiais menores,Municipais e Federais - com missões específicas). Os atuais Governadores não estãodemonstrando firmeza suficiente nessa matéria - apenas fazem reclamações sobre o passado, esobre a macro-economia (é difícil para um político profissional carregar a fama de ter aumentadopresídios e forças policiais - estradas, energia e escolas são assuntos mais "brilhantes").

O Governo Federal anunciou, em Fevereiro de 2000, uma "intenção" de coordenar o combate àcriminalidade, mas só o tempo irá mostrar se é "pra valer", ou se é apenas "jogo de cena político"(os Ministros da Justiça, tanto o daquela época, como o atual, nomeado coordenador da ação, sãoconhecidos por serem exatamente o oposto de Elliot Ness! - e a decisão política de "lawenforcement" exige a liderança de alguém com o perfil do policial norte-americano - verdadeiro -que inspirou a série de TV "Os Intocáveis"!). Não é à toa que uma charge de jornal mostrou oMinistro combatendo os criminosos com "...eu vi um gatinho, vi sim..."

Com tudo isso, a população, e os negócios continuarão afetados pela redução nos níveis gerais desegurança. Em compensação, candidatos com discurso "linha-dura" terão maiores chances naseleições de 2002.

Mudança pelo voto

Já falamos antes sobre a rejeição pelo voto, que aliás já tem ocorrido nas últimas 3 ou 4 eleições- creio que ela vai aumentar, pois a paciência e a tolerância estão em baixa! Isso significará maiscaras novas na política, e menos dos "anônimos" atuais.

Educação e Cultura

A redução no nível educacional e cultural dos mais jovens tende a continuar: as pessoas estãolendo pouco, estudando menor conteúdo, debatendo pouco...o falar errado, e o escrever erradoestão em alta! Isto pode ser fatal para seus negócios, dependendo do tipo de clientes - e do graude exigência deles!

Ou então, vamos todos pedir o "aviso breve", "excrusive" com as férias, porque o "pobrema" sóestá aumentando, eu não estou recebendo direito a Pensão "Alimentíssima", que me causa grande

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"perca", e eu preciso de 5 "Real" para comprar o livro de um "tar" de "Olavo Bilake". (Pordelicadeza, e ética, "inventei" uma frase, para não citar exemplos de malas diretas que recebo, oude sistemas de resposta gravada de voz, ao telefone, ou erros sérios de linguagem em grandesjornais e TV's). Tudo isso afetará, e muito, seu plano mercadológico - como comunicar, comeficácia, para pessoas que estão desenvolvendo um "novo" idioma?

Ética

Como mais um elemento de análise, está havendo uma lenta e gradual redução da ética: aspessoas e empresas estão se comprometendo menos, e cumprindo menos os compromissosassumidos (infelizmente, os vários exemplos de corrupção, e de enriquecimento fácil, criam umaestranha e perversa forma de motivação).

Isto levará à necessidade de maior nível de rigor na aceitação de Clientes, Parceiros eFornecedores. Esta é a única forma de punição possível (em negócios).

Os bancos, que deveriam ser os primeiros a punir a inadimplência, não punem, e incluem oscustos nas taxas de juros para os demais clientes. Além disso, estão começando a "desmontar"compromissos com Seguros...(nos bancos, os inocentes pagam pelos pecadores - o que não deixade ser uma forma de redução do nível de ética, também!).

Demografia

É possível prever, também, a continuação do processo migratório, em direção ao interior doBrasil - os grandes centros, mais próximos ao litoral, estão muito saturados, e não oferecem muitasoportunidades. As pessoas estão se conscientizando disso, e migrando - gradual e lentamente -para áreas onde se desenvolvem novas fronteiras econômicas, principalmente para a RegiãoCentro-Oeste. A nova fronteira, caracterizado pelo eixo da nova Ferrovia Ferronorte (de Cuiabápara São Paulo), por exemplo, deverá gerar muitas novas oportunidades de negócios nospróximos 10 anos. Além disso, a capital do novato Estado de Tocantins, Palmas, já freqüenta onoticiário, por seu crescimento vertiginoso.

A população está crescendo menos, segundo o IBGE, a uma taxa um pouco maior que 1,3% aoano - traduzindo, em termos líquidos: um indivíduo a mais a cada 14,7 segundos. Ao final de 1999completamos 165 milhões, em ação...

Devemos iniciar o novo milênio, em 2001, com um pouco mais de 167 milhões, e 10 anos depoisseremos cerca de 190 milhões de habitantes (se a taxa de crescimento se mantiveraproximadamente a mesma que a atual).

Um item especial para fechar: a Inglaterra conquistou apenas uma medalha de ouro nasOlimpíadas de 1996. Decidiu mudar! A Loteria de lá investiu pesadamente em instalações etécnicos, e 4 anos depois, em 2000, a Inglaterra conquistou 10 medalhas de ouro. No Brasil, oComitê Olímpico Brasileiro afrouxou os índices mínimos de desempenho requerido, só para poderenviar muitos atletas, e criar a ilusão de uma potência olímpica - resultado: ZERO medalhas deouro. Se você ficou desalentado com os resultados, entenda que só os Investimentos podemmodificar a História! O resto é só conversa fiada de gente esperta...

Em resumo, um Cenário cada vez mais difícil de enfrentar, vindo do comportamento Social! Muitaexigência, menos tolerância, menos educação, e um Cenário com oportunidades grandes paraprodutos e serviços que atendam às classes C, D e E (com a continuidade do que já ocorre paraas classes A e B). Pode parecer um exagero, agora, mas logo você poderá estar precisando doauxilio de psicólogos competentes para ajudar em seu Planejamento - os tempos de povo

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brasileiro calmo, bondoso e resignado parecem estar acabando aos poucos, juntamente com oSéculo XX...

Conclusão

Este Cenário é bastante abrangente, está atualizado, mas nunca conseguirá conter todas ashipóteses que seu negócio necessita - é preciso complementá-lo, portanto.

Ele contém hipóteses que geram Oportunidades, e outras que geram Ameaças a seu negócio. Umdos grandes segredos de um bom Planejamento é o de descobrir como transformar Ameaças emOportunidades!