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filosofia da arte carlos joão correia 2011-2012 1ºSemestre

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filosofia da arte

carlos joão correia

2011-2012 1ºSemestre

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(i) tema (ii) estilo (iii) elipse (iv) contexto histórico gormley ‘another place’ 1997

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Em última análise, aquilo que distingue uma caixa de cera Brillo de uma obra de arte que consiste numa Caixa de Brillo é uma certa teoria da arte. É a teoria que eleva ao mundo da arte e a impede de se reduzir ao objecto real que é (num sentido de é diferente do da identificação artística). É claro que, sem a teoria, é improvável que a vejamos como arte e, a fim de a vermos como parte do mundo da arte, temos de dominar uma série de teorias da arte, além de uma parte considerável da história da pintura recente de Nova Iorque. Não podia ter sido arte há cinquenta anos. Mas também não podia haver, por analogia, seguros de voo na Idade Média ou correctores etruscos de máquinas de escrever. O mundo tem de estar preparado para certas coisas, e isto tanto se aplica ao mundo real, como ao mundo de arte. O papel das teorias artísticas, hoje como sempre, é tornar possível o mundo da arte e a arte. Presumo que nunca tenha ocorrido aos pintores de Lascaux que estavam a produzir arte naquelas paredes. A não ser que no neolítico houvesse teóricos de estética.

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“A Arte como a Filosofia são acerca da realidade do mesmo modo que a linguagem o é, quando é empregue descritivamente. Deste modo, a arte é sempre representativa (representational) – não apenas (se é que foi alguma vez) no sentido de que se refere a alguma coisa, mas no sentido de que expressa (conveys) a visão e o entendimento do artista, exigindo interpretação da nossa parte. [...] Interpretação, argumenta Danto, é essencial à existência da obra de arte, e a interpretação é sempre constituída por ‘uma atmosfera de teoria artística, um conhecimento da história de arte’. Obras de arte, na visão de Danto, são representações que requerem interpretação. Diferem, contudo, das notícias de um jornal (que são também representações que requerem interpretação), na medida em que a obra de arte é, no essencial, auto‑referencial (self-referential) no sentido de que ‘expressa [expresses] algo sobre o seu conteúdo’ ”

David Novitz. “Danto” in A Companion to Aesthetics. Oxford: Blackwell. 1992, 105.

quinta cláusula?

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Eugenio Trías

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“O belo concorda com o sublime no facto de que ambos aprazem por si próprios; ulteriormente no facto de que ambos não pressupõem nenhum juízo dos sentidos, nem um juízo lógico-determinante, mas um juízo de reflexão. (…) Ambas as espécies de juízo são singulares, mas que se anunciam como universalmente válidas com respeito a cada sujeito, se bem que, na verdade, reivindiquem simplesmente o sentimento de prazer e não o conhecimento do objecto.Entretanto saltam também aos olhos consideráveis diferenças entre ambos. O belo da natureza concerne à forma do objecto, que consiste na limitação; o sublime, no entanto, pode ser encontrado num objecto sem forma, na medida em que seja representada nele uma ilimitação” (KUK & 23)

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• “Apreensão de algo grandioso que sugere a ideia de informe, indefinido , caótico e ilimitado.”

• “Suspensão do ânimo/alma e consequentemente sentimento doloroso de angústia e temor.

• “Consciência da nossa insignificância frente a essa magnitude incomensurável.”

• “Reacção de dor mediante um sentimento de prazer resultante da forma informe por meio de uma ideia da Razão (Infinito da natureza, da alma e de Deus).

• “Mediação cumprida entre espírito e natureza por causa da sensibilização da infinitude. Através do sentimento de prazer do sublime o infinito se faz finito, a ideia se faz carne.”

Eugenio Trías. Lo Bello y lo Siniestro. Barcelona:Ariel. 1982 [19873], 34.

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“Se a intuição estética não é mais do a própria intuição transcendental tornada objectiva, segue-se que a arte é para a filosofia o seu organon verdadeiro e eterno (…). É por isso que a arte é para o filósofo o que há de mais elevado”

Schelling. Sistema do Idealismo Transcendental (1800). III 627-628

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caspar david friedrich

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“unheimlich [inquietante estranheza/sinistro] designa tudo o que deveria permanecer secreto, oculto, latente, e que, no entanto, se manifesta”

Schelling. Filosofia da Mitologia. Lição XXVIII (S.W. XII 649)

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Apocalypse Now. 1979.Francis Ford

Coppola

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Clive Bell

”Que qualidade é comum a Santa Sofia, aos vitrais de Chartres, à escultura mexicana, a uma taça persa, aos tapetes chineses, aos frescos de Giotto em Pádua e às obras-primas de Poussin, Piero della Francesca e de Cézanne? Apenas uma resposta parece possível – forma significante [significant form]. Em cada uma, linhas e cores combinados de um certo modo, certas formas e relações de formas, suscitam as nossas emoções estéticas.”

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william powell frith “paddington station”

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“Pode ser verdade que todas as coisas que são boas sejam também outra coisa qualquer, tal como é verdade que tudo o que é amarelo produz um determinado tipo de vibração de luz. E é um facto que a Ética tem por objectivo descobrir quais são essas outras propriedades que pertencem a todas as coisas que são boas. Mas a verdade é que um número excessivo de filósofos tem pensado que ao enumerar todas essas propriedades estava de facto a definir bom, que essas propriedades não eram «outras», diferentes, mas se identificavam total e absolutamente com bondade [«goodness»]. A esta posição propomos que se dê o nome de «falácia naturalista»” Moore. Principia Ethica §10

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“O que é a verdadeira arte para Collingwood? É claro que não é o mesmo que o ofício, não é o produto de técnicas usadas para alcançar fins preconcebidos, ou, pelo menos, não o é necessariamente. A sua resposta é simples: a verdadeira arte é a expressão imaginativa da emoção. Por «expressão» Collingwood quer dizer algo bastante específico — não uma irrupção ou uma manifestação involuntária da emoção, nem um despertar deliberado da emoção, mas antes a clarificação de um sentimento inicialmente vago que através da sua expressão se torna claro. O processo de criar uma obra de arte é um refinamento desta emoção e, ao mesmo tempo, uma maneira de o artista ganhar uma espécie de conhecimento de si precisamente através da clarificação daquilo que sente:

Até um homem ter expresso a sua emoção não sabe ainda de que emoção se trata. O acto de exprimi-la é assim uma exploração das suas próprias emoções. Ele está a tentar descobrir o que são estas emoções [The Principles of Art. Oxford: OUP. 1958, 111]

Nigel Warburton. The Art Question. London/New York: Routledge. 2003, 49 [trad. port. Célia Teixeira. Lisboa: Bizâncio. 2007, 61-62]

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“A literatura da estética está atafulhada de tentativas desesperadas para responder à questão ‘O que é a arte?’. Esta questão, muitas vezes irremediavelmente confundida com a questão ‘O que é a boa arte?’, é particularmente viva no caso da arte encontrada – a pedra apanhada no caminho e exibida no museu – e posteriormente complicada pela promoção das chamadas arte ambiental e conceptual. Será um pára-choques amolgado de um carro numa galeria de arte uma obra de arte? E que dizer de algo que nem é nem um objecto e não é exibido em qualquer galeria ou museu – por exemplo, o escavar e voltar a tapar um buraco no Central Park, como Olderburg prescreve? Se estas são obras de arte, serão todas as pedras do caminho e todos os objectos e ocorrências, obras de arte? Se não são, o que distingue o que é uma obra de arte do que não é? O facto de um artista lhe chamar uma obra de arte? O facto de estar exposto num museu ou numa galeria?Nenhuma destas respostas é convincente. [...] Parte do problema resulta de se fazer a pergunta errada – não reconhecendo que uma coisa pode funcionar como uma obra de arte durante alguns momentos, mas não noutros. Em casos cruciais, a verdadeira pergunta não é ‘Que objectos são (permanentemente) obras de arte?’ mas antes ‘Quando é um objecto uma obra de arte? – ou, mais sinteticamente, como no meu título, ‘Quando há arte?’”

Nelson Goodman. “When is Art?” in Ways of Worldmaking. Indianapolis: Hackett. 1978, 66-67 (trad.port. Porto: Asa. 1995, 113 [129])

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1. referência denotação

2. referência exemplificação literal

3. referência

exemplificação de segunda ordem = expressão (valor

cognitivo e emotivo)

símbolo = uso intencional com função de referência

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(i) densidade sintáctica; (ii)densidade semântica (iii) saturação relativa (iv) exemplificação (v) referência complexa