Ilha Solteira - SP 07 Novembro 2014 Docente: Prof. Dr. Salatier Buzetti Discente: Elizeu de Souza...

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Ilha Solteira - SP07 Novembro 2014

Docente: Prof. Dr. Salatier Buzetti

Discente: Elizeu de Souza Lima

USO DE RESÍDUOS DE PAPEL E CELULOSE EM PLANTIOS DE EUCALIPTO

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira

Disciplina: Avaliação de Fertilizantes e Corretivos

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INTRODUÇÃO

Os resíduos alcalinos da indústria de papel e celulose (Lama de cal, dregs, grits, etc.);

Têm a capacidade de neutralizar a acidez, podendo ser uma alternativa ao uso de calcário;

Disponibilizam Ca2+ e Mg2+, pois contem em sua composição corretivos da acidez como CaO, CaOH, NaOH, e MgCO3.

Fonte: Carvalho-Pupatto et al. (2004); Ramos et al. (2006)

3

INTRODUÇÃO

Geração de resíduos com alto percentual nutricional;

Os resíduos são as sobras que ocorrem no processamento celulósico que não são incorporadas ao produto final;

A geração de resíduos tem sido significativa no setor florestal;

Responsável pela geração de grande quantidade de resíduos sólidos;

Problemas de ordem ambiental: aproximadamente 48 t de resíduos para cada 100 t de celulose produzida;

A opção por aterro sanitário é inviável.

Fonte: Bellote et al. (1998)

4

O solo é um atraente meio para depuração desses resíduos;

A eficiência do solo em depurar resíduos deve-se, principalmente, à grande biodiversidade presente no mesmo;

Pesquisas mostram grande potencial de uso, aumento da produtividade do eucalipto e melhoria das propriedades do solo;

Faltam ainda estudos sobre dosagens economicamente viáveis e efeito desses resíduos no perfil do solo e no lençol freático.

INTRODUÇÃO

5

Fonte: Shimoyama e Barrichelo (1994)

Importância da Adubação em Espécies Florestais

Resíduos influenciam diretamente no desenvolvimento

Aumento a superfície das folhas

Aumento da produção de hormônios

Aceleração do ritmo de crescimento da planta

Maior incremento do tronco

Dois tipos de celulose utilizada na produção de papel

Fonte: Bracelpa, (2011)

Fibra curta: originária de folhosas, como o

eucalipto, utilizado para a produção de papéis

que demandam mais flexibilidade: folha sulfite,

folhas de caderno, papel higiênico, toalhas de

papel, guardanapos, etc;

Fibra longa: originária de espécies coníferas

como o pinus, utilizada na fabricação de papéis

que demandam mais resistência: embalagens, as

camadas internas do papel cartão, papel jornal,

etc.

7

Figura 1: Produção Brasileira de Celulose e Papel

Fonte: Bracelpa, (2014)

O setor de papel e celulose no Brasil produz 15,1 milhões de toneladas de celulose e 10,4 milhões de toneladas de papel ao ano.

8

Figura 2: Maiores Produtores Mundiais de Celulose e Papel - 2012

Fonte: Bracelpa, (2014)

9

Nos dois primeiros meses de 2014, as exportações de celulose cresceram 17,9%;

1,4 milhão t no primeiro bimestre de 2013 para pouco mais de 1,6 milhão de t no mesmo período deste ano;

Alta de 7,7% nas exportações de papel, com um total de 321 mil t do produto;

A produção brasileira de celulose cresceu 4,5% e a de papel 1,7%, na comparação com o mesmo período de 2013;

Foram produzidas 2,5 milhões de t de celulose e 1,7 milhão de t de papel.

Fonte: Bracelpa, (2014)

10

Figura 3: Destinos das Exportações Brasileiras em 2013

Fonte: Bracelpa, (2014)

11

Figura 4: Evolução da Produção Brasileira de Celulose e Papel

Fonte: Bracelpa, (2014)

12

Fonte: Revista Época, (2013)

Figura 5: Geografia da Celulose

13

Figura 6: Cadeia produtiva de celulose e papel

Fonte: Fibria, (2011)

Cozimento

Efluente Geral

Caustificação

Lavagem

Resíduos Sólidos

Secagem da Celulose Tratamento dos

Resíduos

Máquinas de Papel

Tratamento de Efluentes

Deslignificação

Branqueamento

Caldeiras de Recuperação

CavacosVapor

Licor Branco Licor Verde

Licor Preto

Químicos

ÁguaÁgua Marrom

Fluxograma Simplificado do Processo Industrial

Fonte: Suzano Papel e Celulose, (2010)

Cl2 ClO2

NaClO O2

NaOH Na2S

CaCO3

S

Na2CO3 Na2SO4CaO

15

Incorporação ao solo: efeito fertilizante e condicionador;

Em culturas;

Em reflorestamentos;

Em áreas degradadas

Compostagem.

Principais destinos dados aos resíduos

16

Alta taxa de infiltração menor escorrimento superficial;

Sistema perene de raízes extração de nutrientes;

Plantios em solos de baixa fertilidade e textura arenosa retenção de água e nutrientes;

Maior potencial para receber os resíduos;

Produtos não são comestíveis;

Menor oportunidade de contato humano;

Plantações Florestais

Ciclo longo das culturas: > intervalo de aplicação;

> eficiência de absorção.

17

Resíduos sólidos gerados no processo industrial

Fonte: Fibria, (2014)

Cascas da madeira e casca da madeira triturada;

Serragem;

Oversize (Cavacos super dimensionados);

Fundo de pátio (casca de madeira que sobra nos pátios)

Rejeito do digestor (no cozimento);

Rejeito da depuração no branqueamento;

Lama de Cal;

Lodo do tratamento de águas residuárias;

Cinzas;

Aparas.

18

Resíduos sólidos gerados no processo de produção de celulose

Pátio de Madeira

DigestorLinha de

Fibras Secagem

Caldeira de Recuperação

Branqueamento

Evaporação

Caldeira de Biomassa

Trat. Secundário

Caustificação Calcinação

Trat. PrimárioCinzas

Lodo Secundário

GritsDregs

Cascas

Lodo Primário

LC

19

De forma geral há dois tipos de resíduos de celulose e papel

Lodo primário:

Fibras de resíduos de madeira;

Possui alto nível de carbono e baixo nível de nutrientes;

Agindo como um consumidor de nitrogênio em potencial.

Lodo secundário:

Rico em biomassa

microbiana que libera

nutrientes para o solo

durante a sua

decomposição.

20

Resíduos de Indústria de Celulose e Papel em Áreas de Reflorestamento

Fonte: IPEF, (2003)

Devido ao alto conteúdo nutricional e às propriedades de

condicionamento do solo, os resíduos orgânicos podem

servir como fertilizantes em solos florestais com deficiência

nutricional ou pobres em matéria orgânica.

21

Resíduo Celulósico e sua Influência nos Atributos do Solo

Fonte: IPEF, (2003)

As fábricas de papel e celulose geram 48 t de resíduos para

cada 100 t de celulose produzida;

Problemas de ordem ambiental quanto à destinação desses

resíduos.

22

Problemas de ordem ambiental quanto à destinação dos resíduos

Fonte: Almeida et al. (2007)

Os resíduos gerados durante os processos industriais podem ser:

Sólidos

Líquidos

Gasosos

SÓLIDOS:

Ocupam grande espaço físico;

Cuidado especial;

Técnicas para tratamento:

Incineração;

Redução da toxicidade

Disposição no solo.

23

Reaproveitou 87% dos resíduos nas atividades da indústria ou na manutenção de plantios florestais em 2012;

Dregs, grits, lama de cal e cinza de caldeira;

Material é utilizado na produção de corretivo de acidez de solo;

Produziu corretivo de solo a partir de resíduos industriais;

53.146 toneladas de corretivo produzidas em 2013;

Economizando na compra de calcário para os plantios;

Fonte: Fibria, (2013)

Exemplo do uso de Resíduos

24

R$ 8,5 milhões economizados com a produção de corretivo de solo a partir de resíduos;

Meta é reduzir em 91% a quantidade de resíduos industriais até 2025;

Geração de benefícios econômicos e ambientais;

Ótimos resultados obtidos em pesquisas;

Estendeu esse processamento para todas unidades.

Fonte: Fibria, (2013)

Exemplo do uso de Resíduos

25

Lama de Cal

Fonte: Stappe e Balloni, (1988); Almeida et al. (2007)

A lama de cal é extraída da Caustificação do licor verde e/ou branco;

Formado por carbonato de cálcio (CaCO3);

Pode ser comparada a um calcário;

O acúmulo desse material pode ocorrer quando sua produção superar a capacidade de recuperação dos fornos de cal.

26

Fonte: Adaptado de Pöoykiö et al. (2006)

Figura 7: Fluxograma do processo de produção da celulose e recuperação dos elementos químicos

27

Lama de Cal

As principais características químicas do calcário dolomítico utilizado são: CaO total = 28 %; MgO total = 13,5 %; PRNT = 84 %; e Na = 0,015 %;

Já as da lama de cal: CaO total = 49 %; MgO total = 0,50 %; PRNT = 82 %; e Na = 0,4 %.

Fonte: Simonete et al. (2013)

28

Lama de Cal

Há indicação que a relação Na/CTC abaixo de 2% não

constitui problemas para as plantas muito sensíveis ao sódio.

Fonte: Borges (1985) 

LC =

Figura 8: Efeito da aplicação dos tratamentos sobre o pH do solo

T-1= 0 Kg de LC/ha e 0 kg de K/ha ;T-2= 0 Kg LC/ha e 40 kg de K/ha; T-3= 0 Kg LC/ha e 80 kg de K/ha; T-4= 4 t LC/ha e 0 kg de K/ha ; T-5= 4 t LC/ha e 40 kg de K/ha; T-6= 4 t LC/ha e 80 kg de K/ha ; T-7= 8 t LC/ha e 0 kg de K/ha; T-8= 8 t LC/ha e 40 kg de K/ha; T-9= 8 t LC/ha e 80 kg de K/ha.

Fon

te:

Pai

m, (

2007

)

30

T-1= 0 Kg de LC/ha e 0 kg de K/ha ;T-2= 0 Kg LC/ha e 40 kg de K/ha; T-3= 0 Kg LC/ha e 80 kg de K/ha; T-4= 4 t LC/ha e 0 kg de K/ha ; T-5= 4 t LC/ha e 40 kg de K/ha; T-6= 4 t LC/ha e 80 kg de K/ha ; T-7= 8 t LC/ha e 0 kg de K/ha; T-8= 8 t LC/ha e 40 kg de K/ha; T-9= 8 t LC/ha e 80 kg de K/ha.

Figura 8: Efeito da aplicação dos tratamentos sobre o Ca do solo

Fon

te:

Pai

m, (

2007

)

31

Figura 9: Teores nutricionais do solo em um Nitossolo Vermelho eutroférrico e Neossolo Quartzarênico órtico, em função da aplicação de calcário e lama de cal.

Fonte: Simonete et al. (2013)

Figura 10: Teores nutricionais nas folhas de E. saligna cultivadas em Nitossolo Vermelho e Neossolo Quartzarênico, em função da aplicação de calcário dolomítico e lama de cal.

Fon

te:

Sim

onet

e et

al.

(201

3)

33

Lodo de Papel e Celulose

Proveniente do sistema de tratamento de efluentes;

Possui em geral, 50 a 60% de material orgânico;

Pode ser utilizado sozinho;

Quando misturado à casca, pode ser aproveitado na compostagem.

Fonte: Mielli, (2007); Miranda, (2008)

No tratamento secundário, o lodo é ativado por microrganismos aeróbicos, com adição de nitrogênio e fósforo e injeção de oxigênio, sendo denominado de lodo secundário, com relação C/N baixa (5 a 30). Posteriormente, é feito a decantação e correção do pH com calcário, antes de ser levado para a área de depósito.

Após passar por decantadores primários do sistema de tratamento de efluentes, é chamado de lodo primário composto por restos de fibras, sendo pobre em nutrientes e relação C/N alta (150 a 250).

Fonte: Guerrini, (2003)

Lodo de Papel e Celulose

35

Como fertilizante e condicionador de solo;

É uma das opções mais indicadas;

O lodo de esgoto tratado (biossólido):

diminuição da adubação química convencional; aumento da produtividade.

Fonte: Silva e Poggiani, (2005)

Lodo em Sistemas Florestais

36

O lodo de esgoto deve ser devidamente tratado antes de ser utilizado nas plantações florestais;

Biossólido corresponde a apenas 1 - 2%;

Objetivo: a diminuição dos patógenos e do teor de água.

Fonte: Silva e Poggiani, (2005)

Lodo em Sistemas Florestais

37

Tabela 1: Análise química do lodo de esgoto

Fonte: Souza, et al. (2011)

38

Fonte: Silva e Poggiani, (2005)

Lodo em Sistemas Florestais

Experimento: Influência do lodo, 68 meses após sua aplicação, no estoque de nutrientes em E. grandis.

Os resultados evidenciaram que o lodo aplicado aumentou a fertilidade do solo e a biomassa vegetal:

A aplicação de lodo de esgoto tratado como adubo organo-mineral em plantios florestais resultou em efeitos positivos sobre a taxa de crescimento, na ciclagem dos nutrientes e na sustentabilidade do ecossistema florestal.

39

Tabela 2: Caracterização química de área degradada na profundidade de 0 a 20 cm.

N: 32g/m2 (NH4)2SO4;P: 45g/m2 SS;K: 5,36g/m2

Fonte: Souza, et al. (2011)

Figura 11: Índice de pH, Mg e Ca do solo após seis meses de reação

1. Testemunha;2. Adubação;3. Adubação + 15 t/ha composto 1 aplicado em faixa;4. 18,8 t/ha composto 1 aplicado localizado;5. 22,1 t/ha composto 1 aplicado em faixa;6. 20,8 t/ha composto 2 aplicado em faixa;7. 25,0 t/ha composto 3 aplicado em faixa;8. 21,3 t/ha composto 4 aplicado em faixa;9. 13,5 t/ha composto 5 aplicado em faixa;10.18,4 t/ha composto 6 aplicado localizado;11.18,8 t/ha composto 7 aplicado localizado.

Fonte: Guerrini (2003)

Fon

te:

Gue

rrin

i (20

03)

Figura 12: Índice de CTC, V% e Na do solo após seis meses de reação

1. Testemunha;2. Adubação;3. Adubação + 15 t/ha composto 1 aplicado em faixa;4. 18,8 t/ha composto 1 aplicado localizado;5. 22,1 t/ha composto 1 aplicado em faixa;6. 20,8 t/ha composto 2 aplicado em faixa;7. 25,0 t/ha composto 3 aplicado em faixa;8. 21,3 t/ha composto 4 aplicado em faixa;9. 13,5 t/ha composto 5 aplicado em faixa;10.18,4 t/ha composto 6 aplicado localizado;11.18,8 t/ha composto 7 aplicado localizado.

Fonte: Guerrini (2003)

42

Dregs e Grits

Dregs

Sedimentos sólidos alcalinos de cor acinzentada e odor característico removidos no processo de clarificação das impurezas, sendo composto por carbonatos, hidróxidos e sulfetos, principalmente de Ca e Na;

Derivados do processo de separação da celulose, que é extraída da madeira por meio de ataque alcalino;

Removido durante a clarificação do licor verde, podem ser usados como corretivos da acidez do solo.

Fonte: Almeida et al. (2007); Miranda, (2008)

43

Alta concentração de Ca+², ao redor de 35%, e baixa concentração de Mg+2, podendo variar de 1-3%;

Apesar disso, o uso de quantidades elevadas de dregs no solo não é recomendada, principalmente em função da presença de sódio, que pode representar de 2-3% de sua composição;

O excesso pode prejudicar algumas propriedades importantes do solo:

Promover o selamento superficial dos agregados; Aumento da eluviação da argila Aumento de substâncias orgânicas dispersas em água.

Fonte: Albuquerque et al. (2002). Nurmesniemi et al. (2005); Almeida et al. (2006)

44

Tabela 3: Concentrações médias e desvio padrão dos elementos químicos presentes no dregs. Médias de 5 repetições.

A concentração de micronutrientes não foi alta. Os teores de Cu e de foram semelhantes aos existentes em outros produtos utilizados como fertilizantes do solo, a exemplo dos adubos fosfatados naturais, cuja concentração aproximada varia de 20 a 50 mg kg-1 para Cu, e de 50 a 600 mg kg-1 para Zn.

Fonte: Almeida, (2007)

45

Dregs e Grits

Grits

Gerado na hidratação da cal da recuperação da lama de cal. É constituído areia, pedregulho, calcário e outras impurezas que não reagiram, podendo possuir, também, quantidades de CaO, Ca(OH), Na e CO;

Usados para a estabilização química nas estradas florestais.;

Resíduo sólido granulado resultante do processo de calcinação da lama cal e do calcário nos fornos

Fonte: Miranda, (2008)

46

Tabela 4: Análise química de Dregs + Grits (base seca - 110ºC)

Elemento Teorg/kg

N 1,4P2O5 4,9K2O 10MO

(550°C)148

C 83Ca 210Mg 10,5S 4,3

mg/kgZn 336Mn 1492Cu 66Fe 3775Na 72050B ND

pH (CaCl2)

12,7

C/N 60/1%

PN Dregs 72PN Grits 100 Fonte: Guerrini, (1997)

Figura 13: Volume cilíndrico de madeira de eucalipto com casca em função dos tratamentos e da idade.

Fonte: Trigueiro, (2006)

DG0A0: TestemunhaDG0A1: Metade da adubação (06-28-06)DG0A2: Adução completaDG1A0: 4 t/ha dregs+gritsDG1A1: 4 t/ha dregs+grits+metade da adubação

DG1A2: 4 t/ha dregs+grits+adubção completaDG2A0: 8 t/ha dregs+gritsDG2A1: 8 t/ha dregs+grits+metade da adubaçãoDG2A2: 8 t/ha dregs+grits+adubação completa

48

Figura 14: Correlação entre pH x Ca do solo dos tratamentos.

Fonte: Trigueiro, (2006)

A alta correlação entre a concentração de Ca e o pH do solo, mostra que à medida que se eleva o teor de Ca no solo ocorre diminuição da acidez nesse solo, evidenciando a presença de bases neutralizantes ligadas ao nutriente.

49

Tabela 5: Atributos químicos do solo após 6 meses após a instalação dos tratamentos.

Fonte: Trigueiro, (2006)

50

Cinzas de Caldeiras

São resíduos gerados nas caldeiras auxiliares de energia, com a combustão de cavacos;

A cinza é o material proveniente da queima da biomassa vegetal nas caldeiras, podendo ser utilizada isoladamente ou em mistura com os resíduos celulósicos.

Indústrias com capacidade de produção de 1000 t/dia de celulose geram, aproximadamente, 80 t/dia de cinzas;

Fonte: Bellote et al. (1998); Nolasco et al. (2000)

51

Cinzas de Caldeiras

O efeito benéfico na fertilização de cobertura é devido a sua composição química e à lenta solubilização dos macro e micronutrientes;

Podendo ser grosseiramente comparada a uma fórmula NPK 1-3-7, mais cálcio, magnésio e micronutrientes;

Tem como características principais, altos teores de matéria

orgânica, fósforo, cálcio e uma relação C/N de 30/1;

Fonte: Bellote et. al 1998; Nolasco et al. (2000)

52

Cinzas de Caldeiras

Resíduo inorgânico, produto da combustão de cavacos e cascas;

Rico em K, o que as confere um grande potencial para reutilização e aplicação no solo como nutrientes para plantas;

Utiliza-se cinzas em latossolos vermelhos amarelo arenoso em dosagens variando de 1 a 4 t/ha, obtendo excelentes resultados notadamente com dosagens superiores a 2 t/ha.

Fonte: Stappe e Balloni, (1988); Mielli, (2007)

53Fonte: Vogel, et al. (2005)

Figura 15: Valores observados e estimados para altura, diâmetro e volume aos 12 meses de idade em um Argissolo Vermelho

Figura 16: Teores de Ca, Mg, K, P, SB e mNa em um Cambissolo Húmico e Nitossolo Háplico submetidos a doses crescentes de cinza

Fonte: Silva, et al. (2009)

55

Figura 17: Avaliação de diferentes doses de cinzas como corretivo do solo

Fonte: Campanharo et al. (2008)

56

Cascas

A casca de eucalipto representa de 10 a 20% do volume das toras;

Acumulo nos depósitos das indústrias;

Sua utilização nas caldeiras esbarra em problemas técnicos, como adequado teor de umidade e alto teor de cinzas;

Recomenda o tratamento da casca com nitrogênio e calcário antes de aplicá-lo ao solo, evitando a mobilização do nitrogênio do solo e acidificação do mesmo;

Fonte: Usda (1971); Stappe e Balloni, (1988)

57

Cascas

A razão é que as caldeiras rejeitam cascas é que as mesmas possui mais de 10% de terra e areia;

Alta umidade (65 - 70%). Definitivamente, esse resíduo não é um bom combustível;

A compostagem ou a utilização como cobertura morta (“mulching”) são os usos mais viáveis;

Alta relação C/N dificultando de serem compostadas porque os microrganismos necessitam de nitrogênio para suas atividades fisiológicas de degradação dos compostos de carbono;

Para acelerar a decomposição adiciona-se fertilizante nitrogenado (uréia).

Fonte: Foelkel, (2004)

58

Cascas

Em pH abaixo de 5,2 a atividade da matéria orgânica no solo é pequena, em virtude dos sesquióxidos de Fe e Al diminuírem as cargas negativas liquidas e de os grupos funcionais no complexo de troca não se ionizarem (LOPES, 1983);

59

Cascas

Melhora a adição de carbono ao solo, aumentando sua capacidade de reter nutrientes;

Melhora a fertilidade do solo, devido à contribuição da casca em relação ao seu conteúdo mineral;

Protege o solo contra a erosão laminar superficial e contra as enxurradas de chuvas;

Protege o solo contra as perigosas desestruturações devido ao impacto da queda das gotas de chuva;

Fonte: Foelkel, (2004)

60

Cascas

Protege o solo contra a compactação devido as intensas mecanizações;

Ajuda a reter mais umidade no solo;

Melhora a estrutura do solo, a sua porosidade, a sua micro-vida, etc.;

Reduz a mato-competição;

Fonte: Foelkel, (2004)

Tabela 6: Quantidades de macro e micronutrientes em florestas de eucalipto aos 7 anos de idade

Fonte: Nutree-Ufv, (2003)

62

Destino adequado os resíduos industriais;

Nutrientes;

Melhoria do solo;

Capacidade de elevar o pH dos solos;

Aumento na produção de madeira;

Vantagens

Fonte: Guerrini e Moro, (2004)

63

Viável economicamente;

Preço muito menor que os calcários comerciais;

Influência positiva na ciclagem de nutrientes e como fator de

suprimento de nutrientes aos vegetais.

Em doses adequadas, é uma alternativa viável para reduzir a

quantidade de calcário necessária para corrigir a acidez do solo.

Vantagens

Fonte: Guerrini e Moro, (2004)

64

Sódio (móvel no solo);

Elevada concentração de Na+;

Elevada relação Ca/Mg do resíduo;

Como consequência, a presença excessiva de um pode prejudicar os processos de adsorção e absorção do outro;

Ocasionar distúrbios fisiológicos às plantas;

Reduz a estabilidade dos agregados e dispersa a argila, devido à elevação do pH e do Na no complexo de troca do solo;

Logística.

Desvantagens

Fonte: Salvador, et al. (2011)

65

Compostagem de Resíduos de Papel e Celulose

Processo biológico aeróbico e controlado;

Método ambientalmente correto e seguro;

Esquema simplificado da compostagem aeróbica

Fonte: Oliveira, et al. (2008)

66

Vantagens da Compostagem

Economia de espaço físico em aterros sanitários;

Reciclagem agrícola da matéria produzida;

Eliminação de patógenos, ovos de parasitas e larvas de insetos;

Morte de sementes de plantas daninhas e fitopatógenos;

Bom fornecedor de nutrientes (2% de N);

Melhora as condições físicas do solo (MO);

Pode fazer parte da composição de substratos;

Fonte: Nascimento et al. (2005); Oliveira, et al. (2008)

67

Vantagens da Compostagem

Pode ser utilizado como excelente matéria-prima no processamento de fertilizantes industriais

Excelente condicionador para qualquer tipo de solo, além de

ser fonte de macro (N, P, K, Ca e Mg) e micronutrientes (Fe, Zn

e outros)

Melhora as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo

Evita a poluição ambiental pela diminuição da carga orgânica

Fonte: Nascimento et al. (2005); Oliveira, et al. (2008)

68

Fatores que Limitam a Compostagem

Custo elevado de investimento;

Necessidade de dispor os rejeitos em aterro;

Necessita de área de estocagem e um longo período para sua completa decomposição (2 a 3 anos);

Necessidade de estudo de mercado para usar o composto;

Necessidade de mão-de-obra treinada para a operação;

Presença de metais pesados;

Fonte: Oliveira, et al. (2008)

69

Fatores que Limitam a Compostagem

Produção de odores;

Produção de biogás;

Custo do transporte (distância > 100 km, pode se tornar

inviável);

Encontra barreiras pela sociedade quanto a qualidade devido:

Aparência física, odor e presença de materiais inertes.

Fonte: Oliveira, et al. (2008)

70

Figura 18: Crescimento em altura em mudas de E. urograndis

Fonte: Toledo, (2013)

Substrato: 40% fibra de coco; 30% esterco

curtido; 20% casaca de

arroz carbonizado; 10% vermiculita

Composto: 58% lodo; 9% dregs; 25% casca de

eucalipto; 3,5% grits; 4,5% cinzas.

71

Fonte: Toledo, (2013)

Figura 19: Crescimento em diâmetro em mudas de E. urograndis

Substrato: 40% fibra de coco; 30% esterco

curtido; 20% casaca de

arroz carbonizado; 10% vermiculita

Composto: 58% lodo; 9% dregs; 25% casca de

eucalipto; 3,4% grits; 4,5% cinzas.

72

A aplicação de resíduo celulósico é semelhante ou até superior

ao fornecido pela adubação química, especialmente para o

cálcio;

Dependendo da dose, tipo de resíduo e época de aplicação, é

possível a substituição completa dos fertilizantes químicos

pelos resíduos orgânicos;

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fonte: Guerrini e Moro (2004)

73

A aplicação dos resíduos em plantios florestais é considerada

viável, pois apresentam características favoráveis aos atributos

físicos, químicos e biológicos do solo;

Além disso, os solos destinados aos plantios florestais

normalmente possuem baixa fertilidade natural, o que resulta

em menores produtividades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

74

A compostagem realizada de maneira correta necessita de um

conjunto de informações e técnica que não é uma tarefa tão

simples, mas observando as vantagens que ela pode

proporcionar quanto ao solo, à sociedade e ao meio ambiente,

essa deve ser mais difundida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mn

CO2

N P K Ca Mg S

Fe Zn Cu B Mn ClMo

OBRIGADO!!

“O desafio que permanece envolve a necessidade urgente de uma política pública nacional em energias renováveis visando o reaproveitamento de todos os tipos de resíduos de biomassa’’.

(Celso Oliveira)