ADUBAÇÃO EM TECTONA GRANDIS (TECA) UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO...
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ADUBAÇÃO EM TECTONA GRANDIS
(TECA)
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Docente: Prof. Dr. Salatier BuzettiDiscente: Edjair Augusto Dal Bem
1 - Descrição da Espécie
• A Tectona grandis, popularmente conhecida como Teca;
• Árvore de grande porte, nativa das florestas tropicais situadas entre 10° e 25°N;
• Nativa da Índia, Burma, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã e Java;
• Dispersão vertical entre 0 e 1300m acima do nível do mar,
• Ocorrendo em áreas com precipitação anual de 800 a 2500 mm,
• Temperaturas extremas de 2° a 42°C, porém não resiste à geada
1.2 - Classificação botânica
• Classe: Equisetopsida C. Agardh• Subclasse: Magnoliidae Novák ex Takht.• Superordem: Asteranae Takht.• Ordem: Lamiales Bromhead• Família: Lamiaceae Martinov• Gênero: Tectona L. f.
• Espécies: T. grandis; T. hamiltoniana; T.philippinensis, T. ternifolia e T. theka.
1.3 - Morfologia
• Árvore decídua com folhas elípticas, coriáceas, opostas e em plantas jovens verticiladas, com uma tonalidade verde mais escura na parte adaxial e um tom mais claro na parte abaxial tomentosa e áspera ao tato;
• É uma árvore caducifólia, perdendo suas folhas durante o período de repouso vegetativo (época de inverno);
• Sua altura varia entre 20-30 m, possui tronco retilíneo, espesso, cilíndrico, de casca parda, com fissuras longitudinais
Folha Tectona grandis podem atingir as dimensões de 30 á 60 cm de compr. e largura de
20 a 35 cm
Fig. 1. Folha Tectona grandis
• As inflorescências são do tipo panícula terminais eretas e as flores são pequenas e numerosas (mais de 100 por inflorescência)
• A frutificação inicia-se a partir dos seis anos de idade, podendo ocorrer em algumas procedências antes de dois ou três aos de idade;
• Os frutos são drupas de coloração castanho-claro, tetraloculares, envolto em cálice membranoso e persistente;
• 1 kg de frutos pode conter de 1.100 a 1.500 unidades.
• As sementes são pequenas e oleaginosas com 5 a 6 mm de comprimento e 2 a 3 mm de largura.
1.4 - Espaçamento de Plantio
• 1,80 x 1,80;• 2,0 x 2,0;• 2,0 x 2,5;• 2,5 x 2,5;• 3,0 x 2,0;• 3,0 x 3,0 até• 5,0 x 5,0
Espaçamento que apresenta melhores resultados em ganho de diâmetro e altura
Fig. 2. Espaçamento de plantio
1.5- Madeira• Alburmo estreito e claro;
• Cerne marrom viva e brilhante;
• Densidade volumétrica 0,64 cm/dm3;
• Apesar de ser leve, apresenta boa resistência a peso, tração e flexão;
• Substância semelhante a um látex, denominado caucho, que reduz a absorção de água e lubrifica as superfícies;
• Essa substância também confere resistência a ácidos e protege pregos e parafusos da corrosão;
Fig. 3. Morfologia da madeira
1.6- Aproveitamento da Madeira
• Toda a madeira é aproveitada; • Incluindo as toras de pequeno diâmetro obtida
nos desbastes.
• Painéis de sarrafos são utilizados para a fabricação de móveis, portas, decoração interna e também na produção dos mais diversos utensílios.
• A madeira de pequeno diâmetro é largamente
usada na edificação de construções rústicas, como vigamento, esteio ou madeiramento do telhado
Fig. 4. Utilização da madeira para fabricação de móveis
2- AS FLORESTAS NO MUNDO
• ÁREA- Naturais = 3,682 bilhões ha (95%)- Plantadas = 187 milhões ha (5%)- Total = 3,869 bilhões ha (100%)
• SUPRIMENTO DE MADEIRA- Naturais = 65%- Plantadas = 35%- Total = 100%
2.1- DISTRIBUIÇÃO DAS FLORESTAS PLANTADAS NO
MUNDO POR GÊNERO- Eucalyptus: 10% ≅ 17,86 x 106 ha- Pinus: 20%- Outras Folhosas: 18%- Outras Coníferas: 11%- Seringueira: 5%- Acácia: 4%• -Teca: 3%• -Não especificadas: 29%
Tabela 1. Principais países importadores de madeira brasileira - US$
Fonte: MDIC/Remade
Tabela 2. Participação percentual principais Estados nas Exportações Brasileiras de Madeira - 2010
3.2 - Consumo de madeira
• Consumo médio mundial é de 0,67 m3 / ano/ pessoa; (Atlântica Agropecuária 2009);
• Produção global de madeira estimada para 2010 em 5,7 bilhões de m3. (Cifloresta 2010)
• Aproximadamente, 75% dessa produção total provém da Ásia, América do Norte e Europa.
• A América Latina participa com apenas 19% dessa produção e a África com 4%.
3.3 - Produção anual de madeira no Brasil
• -Total = 300 milhões m3
• -Industrial = 166 milhões m3-Plantadas = 110 milhões m3-Eucalyptus = 70 milhões
• m3 ≅ 23% total ≅ 42% industrial ≅ 64% plantadas
• (SBS, 2010)
• Produção nacional da madeira em tora totalizou 122.159.595 m³;
• 87,5% proveniente de florestas cultivadas;
• 12,5% coletada em vegetações nativas;
(Fonte IBGE, 2010)
Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).
Fig. 5. Distribuição de plantios florestais
Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011)
Fig. 6. Distribuição dos principais maciços florestais por região
GênerosÁrea
ha %
Eucalipto 4.754.334 68,2
Pinus 1.756.359 25,2
Teca 68.440 0,98
Total 6.973.083 100
Tabela 3. Área total dos principais plantios florestais no Brasil, 2010
3.8 - Produção de Teca MT (Remade, 2010)
• O volume de Teca produzido é de aproximadamente 900.000 m³/ano;
• O dado considera a produção estimada para 60.000 hectares de área plantada em Mato Grosso;
• Produtividade de 15 m³ de madeira ao ano por hectare;
4 - Como é o Mercado?
• Maiores produtores: Indonésia, Mianmar e Sri Lanka.
• Maiores importadores: Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Dinamarca, Emirados Árabes, EUA, Japão, Holanda, Itália e Reino Unido.
• Hong Kong e Cingapura: centros de manufatura e reexportação da teca de Mianmar.
• Índia e Tailândia: além de produzir, passaram a importar
4.1- Mercado
• A produção mundial é de, proximadamente, 3 milhões m³por ano;
• A maior parcela é consumida pelo mercado interno dos países produtores;
• O mercado internacional tem déficit 500 mil m³/ano;
5 - Caracterização de sintomas visuais de deficiências de
nutrientes em mudas de teca (Circular Técnica 90, EMBRAPA
2006)
5.1- Nitrogênio
• Redução drástica do crescimento;
• Clorose generalizada;
• Necrose nas pontas do limbo vindo de fora para dentro;
Fig. 6. Sintomas de deficiência de N
5.2- Fósforo
• Enrugamento (encarquilhamento) nas extremidades das folhas mais velhas;
• Clorose leve em direção da nervura vindo das folhas mais velhas em direção as mais novas;
Fig. 7. Sintomas de deficiência de Fósforo
5.3- Potássio
• Redução do crescimento; • Clorose internerval;
• Encarquilhamento e pontos necrosados nas folhas mais velhas;
• Nervuras mais escuras que o limbo;
Fig. 8. Sintomas de deficiências de Potássio
5.4- Cálcio
• Redução drástica do crescimento;
• Clorose internerval,
• Encarquilhamento e necrose das folhas,
• Morte da gema apical
Fig. 9. Sintomas deficiência de Cálcio
5.5- Magnésio
• Clorose internerval,
• Folhas com as pontas retorcidas para baixo;
• Limbo com aspecto de enrugamento (encarquilhamento);
• As pontas do limbo com necrose nas folhas mais velhas;
Fig. 10. Sintomas da deficiência de Magnésio
5.6- Enxofre
• As plantas apresentaram leve redução no crescimento;
• Clorose (verde-claro partindo para o amarelo-intenso) generalizada;
• Principalmente nas folhas novas;
• Leve encarquilhamento e necrose nas folhas mais velhas;
• As folhas novas já surgem com clorose no limbo;
Fig. 11. Sintomas da deficiência de Enxofre
5.7.1- Boro
• Apresentaram desenvolvimento comprometido,
• Morte da gema apical;
• Necrose nas folhas mais novas, começando nas pontas das folhas
• Nervuras bem acentuadas (aspectos de costelamento)
Fig. 12. Sintomas deficiência de Boro
5.8- Zinco
• Apresentaram folhas retorcidas para baixo e para cima,
• Ocorrência de clorose nas folhas mais velhas em direção as mais novas;
• Folhas novas mal formadas (sintomas de roseta)
Fig. 13. Sintomas deficiência de Zinco
6- ADUBAÇÃO
6.1- Adubação na fase de viveiro
• Barroso et al. (2005) verificou,
• Importância do fósforo (P) para o desenvolvimento de mudas de Tectona grandis;
• Deficiência de Fósforo é limitante para o desenvolvimento das mudas;
6.1.1- Adubos recomendados na fase de viveiro
• Devido as características físicas e químicas, são;
• sulfato de amônio,
• superfosfato simples e;
• cloreto de potássio,
• Preferencialmente, na forma de pós,
• Facilidade de homogeneização das doses de adubos no substrato de cultivo das mudas.
6.2- Produção de mudas no sistema de sacos plásticos
• A melhor forma de fazer a aplicação de adubos neste sistema consiste no parcelamento das doses de adubos recomendadas.
• 50% das doses de N e de K2O e 100% das doses de P2O5 e micronutrientes são misturados à terra de subsolo antes do enchimento dos sacos plásticos,
• O restante das doses é aplicado parceladamente, em cobertura, na forma de soluções ou suspensões aquosas.
6.2.1- Adubação de base por m3 de terra de subsolo
• 150g de N,
• 700g de P2O5,
• 100g de K2O.
• Ca 500 g calcário calcítico
6.2.2- Adubação de cobertura
• 100g de N;
• 100g de K2O, parceladas em 3 ou 4 aplicações;
• Recomenda-se dissolver 1kg de sulfato de
amônio e/ou 300g de cloreto de potássio em 100 litros de água.
• Recomenda-se intercalar as aplicações de K2O, ou seja, numa aplicação utilizar N e K2O; na seguinte, apenas N, e assim por diante.
6.2.3- Época de Adubação
• Recomenda-se em intervalo de 7 a 10 dias;
• A primeira de 15 a 30 dias pós-emergência das plântulas;
• A época de aplicação das demais poderá ser mais bem determinada pelo viveirista;
• Realizar uma adubação de K2O no período de rustificação para melhor fisiologicamente e regular a perda de água;
5.3- Produção de mudas no sistema de tubetes de
polipropileno• Melhor adubação em substratos
utilizados no sistema de tubetes de polipropileno é a parcelada:
– Parte como adubação de base e;
– Parte como adubação de cobertura.
5.3.1- Adubação de base por m3 de substrato
• 150g de N,
• 300g de P2O5,
• 100g de K2O.
5.3.2- Adubação de cobertura
• > permeabilidade do substrato, > lixiviações, < volume de espaço destinado a cada muda,
• São necessárias adubações de cobertura mais freqüentes do que aquelas feitas para a formação de mudas em sacos plásticos.
6.3.3- Para a aplicação desses nutrientes, recomenda-se
dissolver:• 1,0kg de sulfato de amônio e/ou;
• 300g de cloreto de potássio em 100 litros de água.
• Com 7 a 10 dias de intervalo, até que as mudas atinjam o tamanho desejado.
• Realizar uma adubação de K2O no período de rustificação para melhor fisiologicamente e regular a perda de água;
6.4- Fertilizantes para Substrato
• Art. PRODUÇÃO DE MUDAS DE Tectona grandis L. f.
• FARSONI, Pedro Henrique; et al
• Campus de Ilha Solteira – Faculdade de Engenharia – Curso de Agronomia
6.4.1- Tratamentos testados• T1 – solo + composto orgânico (2:1);
• T2 – solo + composto orgânico + areia (2:1:1);
• T3 – solo + composto orgânico + NPK 04-14-08 (6g/L);
• T4 – solo + composto orgânico + Osmocote MiniPrill (19-06-10) (3g/L);
• T5 – solo + composto orgânico + Basacote 3M (13-06-16) (3g/L)
6.4.2- Conclusão
• Para produção de mudas de teca, pode-se concluir que os melhores tratamentos foram:
• Adubos de liberação lenta,
• tratamentos T4 e T5:
• Osmocote MiniPrill (19-06-10) (3g/l) e Basacote 3M (13-06-16) (3g/L).
Tabela 2. Remoção de Nutrientes
Tabela 3. Conteúdo de Nutrientes em Povoamentos de Teca no MT, por Ocasião do 1°Desbaste (aos 60 meses, 20 m3/ha/ano)
• Teor do Nutriente no SoloX
• Volume de Solo Explorado pelas Raízes
=• Suprimento (potencial) do
nutriente pelo solo
Fonte: Fonseca (2004)
8- pH
• A espécie é exigente em fertilidade de solo;
• Os teores de pH ideais do solo devem estar entre 6,5 e 7,5;
• Cálcio é também um fator limitante;
9- Recomendação Adubação de Plantio
• É fundamental uma boa fertilização de base;
• Realizar programação da fertilização de cobertura nos 4 primeiros anos do povoamento.
9.1- Adubação Plantio indicada por Weaver, 1993
• Deve contemplar no mínimo:
• 15 kg de nitrogênio/ha,
• 75 kg de fósforo (P205)/ha, • 15 kg de potássio/ha,
• 0,75 kg de zinco/ha;
• 0,75 kg de cobre/ha;
9.2- O programa de fertilização de cobertura deve contemplar:
• nitrogênio e potássio;
• e intercalar os micronutrientes boro, zinco e cobre;
• 25 kg de nitrogênio/ha;• 25 kg de potássio/ha; • 0,75 kg de boro/ha
9.3- Fator limitante ao programa de fertilização
• baixa quantidade de Ca e Mg;
• Nutrientes devem estar presentes e não ser restritivos nos resultados das análises de solos (Figueiredo, 2005).
9.4- Recomendação Adubação de Plantio
• Art. ”EFEITOS DA ADUBAÇÃO DE PLANTIO SOBRE O ESTABELECIMENTO DE MUDAS DE TECTONA GRANDIS L.f. (TECA)”
• Ribeiro F.A. (et al)
• REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE ENGENHARIA FLORESTAL, ANO IV, NÚMERO, 07, FEVEREIRO DE 2006, FAEF, GARÇA-SP;
Tabela 4. Porcentagem média de sobrevivência de mudas de Teca submetidas a diferentes adubações de plantio
9.6- Adubação em Teca conforme a Empresa Tropical Flora Reflorestadora Garça-SP
• Adubação de base:• Focada na suplementação de fósforo –
responsável pelo crescimento radicular– Super Simples/Yoorin/Termofosfato/Fosfato
natural
• - Dose calculada de acordo com a análise de solo da área.
• - Dose padrão de 100 a 150 g por planta
9.6.1- Adubação de cobertura:
• Fornecer nitrogênio (N) e potássio(K), micronutrientes Boro (Bo) e o Zinco (Zn).
• Três adubações de cobertura/ano – “nas águas”
• Dose de calculada de acordo com a análise de solo.
• Podem ser realizadas até o 3° ano após o plantio.
9.6.1.1- Doses Padrão
• 1° ano – 60 - 100 g de NPK(20–00–20+ 50g B e 30g Zn);
• 2° ano – 100 - 150 g de NPK(20–00–20+ 50g B e 30g Zn);
• 3° ano – 150 - 200 g de NPK(20–00–20+ 50g B e 30g Zn)
Tabela 5. Adubação proposta por BRAGA (1990)
Fonte: Adaptado de Braga (1990)
9.7.1- Adubação complementar (Eucalipto) Braga (1990)
• Conforme a análise de solo elevar níveis de Ca e Mg;
• Aplicar também 8 kg/ha de sulfato de zinco;
• Aplicar também 5 kg/ha de Bórax;
10- Recomendação Adubação para o
plantioTeca• Prop.: Agropecuária Verde Paraíso• Proprietário: Darci Barbieri• Município: Carlinda – MT
10.1- Quantidade de fertilizantes Plantio
• Amostra 01, 02 e 03: Método de Braga (1990);
• Sulfato de Amônio: 200 kg/ha;
• Super Fosfato Simples: 600kg/ha;
• Cloreto de Potássio: 50 kg/ha;
• Bórax: 5 kg/ha;
• Sulfato de Zinco: 8 kg/ha;
• Enxofre: 120 kg/ha (S.A. + S.S)
• Cloro: 23,5 kg/ha (Kcl)
• Calagem: Amostras 01 e 02: 600 kg/ha– Amostra 3 não foi realizada calagem: v1
>v2;
10.2- Adubação de Cobertura
• 90 kg/ha uréia;
ADUBAÇÃO EM TECTONA GRANDIS
(TECA)
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Docente: Prof. Dr. Salatier BuzettiDiscente: Edjair Augusto Dal Bem