Post on 07-Apr-2016
ESTREPTOCOCOS
Prof. Francine Bontorin
Família Streptococcacea
• Gêneros Streptococcus e Enterococcus;• Cocos Gram +, que se dispõem em
cadeias ou em duplas (Diplococos).• Catalase-negativos;• Anaeróbios facultativos;• Encontrados nos mais diversos
ambientes: muitos são integrantes da flora normal do corpo humano (princ. Vias aéreas superiores e trato intestinal)
Família Streptococcacea
• Alguns são patógenos clássicos, outros tipicamente oportunistas;
• Infecções hospitalares – resistência a antibióticos
Gênero Streptococcus• Cadeias de tamanho variável;• Importantes agentes infecciosos para o homem
e para os animais;• Fermentadores, sendo o ácido lático o produto
final da fermentação da glicose.• A maioria necessita de adição de sangue para o
crescimento;• Vária classificações: características hemolíticas,
fisiológicas e antigênicas (grupos sorológicos de Lancefield)
• Observação inicial: propriedades hemolíticas:
Gênero Streptococcus
• Beta-hemolíticos: lise total das hemácias;
• Alfa-hemolíticos: lise parcial das hemácias;
• Gama-hemolíticos: não causam lise das hemácias.
Gênero Streptococcus• A classificação em grupos sorológicos baseia-se
nas características antigênicas de um polissacarídeo, chamado carboidrato C, localizado na parede da célula.
• Tomando por base esse polissacarídeo, os estreptococos foram divididos em 20 grupos sorológicos (grupos de Lancefield), designados por letras maiúsculas (A,B,C,D,E,F...U)
PAREDE ESTREPTOCOCOS A
PAREDE ESTREPTOCOCOS B
Streptococus agalactiae
Streptococus agalactiae
• Principal causa de meningite do recém-nascido;
• Grupo B de Lancefield;• Beta-hemolíticos
Streptococus agalactiae
FATORES DE VIRULÊNCIA• Polissacarídeo capsular:
– Glicose, galactose, N-acetil-glucosamina e ácido N-acetil- neuramínico (ácido siálico)
– Com base em diferenças estruturais da cápsula, são divididos em 9 sorotipos;
– A cápsula é o principal fator de virulência (proteção e indução da produção de citocinas pró-inflamatórias)
Streptococus agalactiae
FATORES DE VIRULÊNCIA• ÁCIDO LIPOTEICÓICO: (proteção e
indução da produção de citocinas pró-inflamatórias e ADERÊNCIA)
• PROTEÍNAS DE SUPERFÍCIE: estimulam a produção de anticorpos protetores.
Streptococus agalactiae
PATOGÊNESE• Pode colonizar assintomaticamente a
vagina e causar infecções graves em recém-nascidos (imaturidade do sist. Imunológico);
• Imunodeprimidos (idosos e portadores de doenças que comprometem o sist. Imune)
Streptococus agalactiae
PRINCIPAIS DOENÇAS• Recém-nascidos
– Precoce: primeira semana de vida; Podem ser adquiridas no útero (aspiração do liquido amniótico contaminado ou durante o parto) – pneumonia, septicemia e meningite)
– Tardia: de 7 a 90 dias após o nascimento: própria mãe ou outras crianças doentes; bacteremia associada a meningite;
Streptococus agalactiae
PRINCIPAIS DOENÇAS• Adultos:
– 24 a 40 % das mulheres gravidas são colonizadas no reto e na vagina, e podem sofrer desde infecções leves do trato urinário até meningites graves e septicemias.
– Diferentes infecções em mulheres não grávidas e em homens.
Streptococus agalactiae
DIAGNÓSTICO• Coleta da vagina, cérvice uterina e região
retal.• No recém-nascido – coleta logo após o
nascimento – cordão umbilical, canal auditivo, garganta e reto.
• TESTE DE CAMP E MÉTODOS SOROLÓGICOS.
Streptococus agalactiaeEPIDEMIOLOGIA• 8 a 12% de mortalidade em crianças e
adultos;• Trato gastrointestinal e trato geniturinário;• 2% dos recém nascidos, de mães
colonizadas desenvolvem infecções (aumento de risco: infecção urinária, alta colonização, febre durante o parto, ruptura de membranas antes do parto, baixos níveis de anticorpos, manipulações obstétricas prolongadas)
Streptococus agalactiae
EPIDEMIOLOGIA• Uso profilático de antibióticos podem
reduzir a incidência de infecções precoces;
• As infecções tardias são geralmente nosocomiais;
TRATAMENTO• Penicilina em altas doses. Se ocorrer
tolerância: Penicilina + gentamicina)
Streptococcus pneumoniae
Streptococcus pneumoniae
• Pneumococo• Aos pares ou em pequenas cadeias;• Alfa-hemolíticos;• Flora normal das vias aéreas;• Um dos principais patógenos,
principalmente em crianças e idosos
Streptococcus pneumoniaeFATORES DE VIRULÊNCIA• Cápsula: proteção contra a fagocitose –
principal fator de virulência – identificação (90 sorotipos capsulares);
• Parede: residuos de fosforil-colina nos ácidos teicóico e lipoteicóico (álcool aminado muito importante na biologia no pneumococo) – molécula chave no processo de invasão, atua como adesina e é sítio de ligação de várias proteínas
Streptococcus pneumoniaeFATORES DE VIRULÊNCIA• Parede: forte indutor da inflamação;
mecanismo semelhante ao das endotoxinas.
• Proteínas e enzimas:– Proteinas que se ligam a colina : inflamação,
adesão– Hemolisinas (Pneumolisina): citotoxina– Hialuronidase, Neuroaminidase, IgA protease:
invasão, aderência
Streptococcus pneumoniaePATOGÊNESE• A infecção começa com a colonização da
nasofaringe pelo pneumococo;• Pode alcançar o ouvido medio, os pulmões e
alcançar a corrente sanguinea;• Otite, pneumonia, meningite, bacteremia;
raramente endocardites e artrites.• A infecção de instala quando há baixa de defesa
do organismo• Condições predisponentes: alcoolismo, doenças
pulmonares, diabete, insuficiência cardíaca
Streptococcus pneumoniaeDIAGNÓSTICO• Gram; sorologiaEPIDEMIOLOGIA• Habitante normal das vias aéreas superiores;• A frequencia de portadores é maior durante os
meses mais frios• A ocorrência e gravidade das infecções variam
com o sorotipo• Acredita-se que as infecções sejam causadas por
sorotipos recém adquiridos (não pelos já existentes)
Streptococcus pneumoniae
TRATAMENTO E CONTROLE• Muitos sorotipos resistentes à penicilina
(produção de b-lactamases);• Penicilina G, clorafenicol, eritromicina,
tetraciclina;• Vacina (antígenos capsulares)
Streptococcus pyogenes
Streptococcus pyogenes• Grupo A;• Necessidades nutritivas complexas – ágar
sangue;• Alto poder de adaptação ao hospedeiro
humano; - agente etiológico de uma série de manifestações clínicas;
• Orofaringite, febre reumática, fasciite necrosante, miosite, bacteremia, septicemia, síndrome do choque tóxico estreptocócico (mortalidade superior à estafilocócica) entre outros;
Streptococcus pyogenes
FATORES DE VIRULÊNCIA• Cápsula: maioria - cápsula de ác. Hialurônico,
quimicamente idêntico ao do organismo humano – não imunogenicidade; - proteção contra a fagocitose
• Proteína M: importância múltipla; variabilidade antigênica – classificação em sorotipos (mais de 80) – aderência, mascara a presença da bactéria no organismo, fixa-se nos anticorpos bloqueando sua ação com os fagócitos
Streptococcus pyogenes
FATORES DE VIRULÊNCIA• Proteína F: uma das principais adesinas – adere
a bactéria á mucosa da faringe;• Estreptolisinas: S (morte dos fagócitos) e O
(ativa só na ausência de oxigênio – capacidade de lisar hemácias e leucócitos)
• Exotoxinas pirogênicas: superantígenos – síndromes tóxicas, eritema.
• Àcido lipoteicóico: adesina; estimula a produção de citocinas.
Streptococcus pyogenes
PATOGÊNESE• Maioria das infecções iniciam nas vias
aéreas superiores (faringe) e na pele;• Transmitido, de um modo geral, por
aerossóis; • Primeira etapa da infecção: adesão ao
epitélio da mucosa;
Streptococcus pyogenes
PRINCIPAIS DOENÇAS:• Faringites: vírus e bactérias (90 % S.
pyogenes); Complicações: otite, mastoidite, bacteremias, escarlatina (toxina);
transmissão: gotículas infectadas – agloremações em ambientes fechados facilitam.
Streptococcus pyogenes
PRINCIPAIS DOENÇAS:• Piodermites: Infecção purulenta da derme
– princ. em crianças com hábitos higiênicos precários;
a bactéria entra na derme por traumatismo, picada de inseto, processos cirúrgicos.
na metade dos casos: infecção mista (com S. aureus)
Streptococcus pyogenes
PRINCIPAIS DOENÇAS:• Erisipela: Infecção aguda da pele.
Vermelhidão, dor local, febre e calafrios; Geralmente precedida de infecções
respiratórias e cutâneas. Pode causar bacteremia – principalmente
em idosos.
Complicação: trombose
Streptococcus pyogenes
PRINCIPAIS DOENÇAS:• Fasciite necrosante: infecção profunda do
tecido celular subcutâneo – destruição dos tecidos muscular e gorduroso, se disseminando.
Introdução: trauma grave – altos índices de mortalidade
Streptococcus pyogenes
PRINCIPAIS DOENÇAS:• Síndromes tóxicas: • Escarlatina: complicação da faringite• Choque tóxico estreptocócico: febre,
calafrios, náuseas, hipotensão e choque – falência múltipla dos órgãos – a maioria dos pacientes é portadora de fasciite e apresentam bacteremia.
30
Escarlatina: descamação; língua em framboesa
Streptococcus pyogenesPRINCIPAIS DOENÇAS – Sequelas - doenças
imunológicas:• Febre Reumática: lesões inflamatórias,
envolvendo o coração, as articulações, o tecido celular subcutâneo e o sistema nervoso central.
Infecções estreptocócicas não tratadas principalmente faringite;
• Glomerulonefrite: pode aparecer depois da faringite e piodermites (principalmente); grupo de doenças renais causado por inflamação e destruição gradual e progressiva das estruturas internas do rim (glomérulos).
Streptococcus pyogenes
DIAGNÓSTICO• Isolamento e identificação do
microrganismo;• Ágar sangue – colonias beta-hemolíticas;• Sensibilidade à bacitracina;• Sorologia – antígeno do grupo A;
Streptococcus pyogenes
TRATAMENTO E CONTROLE:• Penicilina G – até agora não forma
encontradas amostras resistentes;• Relato de infecções que não respondem
ao tratamento, por outras razões;• Resistentes à tetraciclina;• Em caso de alergia: eritromicina • Ainda não existe vacina.
Enterococcus
Enterococcus
• Streptococcus faecium, Streptococcus faecalis, entre outros – novo gênero (Enterococcus) – diferenças genéticas.
• Patógenos oportunistas;• Mais de 20 espécies;• Membros da microbiota normal;
Enterococcus faecalis• Espécie mais frequente de enterococo; - 85%;• Infecção hospitalar – resistência à maioria dos
antibióticos;• Grupo D de Lancefield;• Células aos pares ou em pequenas cadeias;• Capacidade de crescer em variadas temperaturas, pH e
na presença de grande quantidade de cloreto de sódio e de bile.
• Flora normal do trato intestinal, podendo ser encontrado na mucosa oral e vaginal e na pele.
• Frequente em alimentos, água e solo
Enterococcus faecalisFATORES DE VIRULÊNCIA• Citolisina: atividade patogênica – as infecções
mais graves são provocadas por amostras produtoras de citolisina;
Expressa atividade tanto contra células de mamíferos como contra células bacterianas (bacteriocinas)
• Substância agregativa: proteína de superfície que provove a agregação de células de E. faecalis durante a conjugação – transferência de plasmídios.
Enterococcus faecalisPATOGÊNESE E INFECÇÕES • Infecção – quando a bactéria é
translocada do trato intestinal para órgãos ou locais sensíveis;
• Trato urinário, feridas, corrente circulatória; endocardite;
DIAGNÓSTICO• Isolamento e identificação – cresce em
meios de cultura comuns• Hidrólise da esculina na presença de bile;
Enterococcus faecalis
TRATAMENTO• Associação de antibióticos
aminoglicosídeo + penicilina ou ampicilina• Casos de resistência;
Streptococcus grupo viridans
• S. mutans, S. salivarius, S. mitis• Vias aéres superiores e principalmente
boca;• Biofilme - cárie