Espinheira - SantaFITOMEDICINA
Revista HerbariumW W W. H E R B A R I U M . N E T • P E R I Ó D I C O | A N O I I I | J U L H O 2 0 1 2 | N Ú M E R O 0 6
O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior
linha de fitomedicamentos do Brasil e também o maior
número de fitoterápicos registrados na Anvisa.
Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o
rígido controle de qualidade pelo qual são submetidas as
matérias-primas e a produção de cada medicamento.
Herbarium, inovação como princípio ativo.
Herbariuma inovação como princípio ativo
O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior
linha de fitomedicamentos do Brasil e também o maior
número de fitoterápicos registrados na Anvisa.
Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o
rígido controle de qualidade pelo qual são submetidas as
matérias-primas e a produção de cada medicamento.
Herbarium, inovação como princípio ativo.
Herbariuma inovação como princípio ativo
O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior
linha de fitomedicamentos do Brasil e também o maior
número de fitoterápicos registrados na Anvisa.
Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o
rígido controle de qualidade pelo qual são submetidas as
matérias-primas e a produção de cada medicamento.
Herbarium, inovação como princípio ativo.
Herbariuma inovação como princípio ativoI
ARNICA GEL E CASTANHA DA ÍNDIA HERBARIUM SÃO MEDICAMENTOS. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.
• ARNICA GEL - Arnica montana 200 mg/g - 30 g. Indicações: Arnica Gel® é indicado para o tratamento de contusões, hematomas e equimoses (manchas escuras ou azuladas que ocorrem na pele devido a uma infiltração de sangue; na maior parte dos casos, aparecem após um traumatismo, mas podem também aparecer espontaneamente em sujeitos que apresentam fragilidade capilar ou um distúrbio de coagulação). Contraindicação: Gravidez. Reações adversas: O uso tópico de produtos contendo arnica, em pacientes com pele bastante sensível, pode provocar inchaço, irritação e inflamação com o aparecimento de bolhas. A revisão da literatura não revela a frequência das reações adversas. Advertências: Uso externo. Evitar o contato com mucosas e área dos olhos. Caso isto ocorra, lavar com água em abundância. Este produto deve ser aplicado na pele íntegra, sem feridas abertas. O uso prolongado de arnica pode causar eczema. A ingestão de produtos contendo arnica pode provocar severa inflamação do estômago e intestino, taquicardia, nervosismo, fraqueza muscular, e até mesmo morte. Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações medicamentosas: Não existem relatos de interações medicamentosas para o uso deste fitoterápico em preparações tópicas. Posologia: Aplicar, via tópica, várias vezes ao dia. M.S.: 1.1860.0093. • BIOCÁRTAMO - Óleo de Cártamo 1000 mg - 90 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças. M.S.: 4.8697.0095. • CASTANHA DA ÍNDIA HERBARIUM - Aesculus hippocastanum 100 mg - 45 comprimidos - Indicação: Atua na prevenção e no tratamento de varizes. Indicada em casos de insuficiência venosa, incluindo varizes nas pernas e pés. Aumenta o tônus e a resistência das veias e diminui a fragilidade capilar. Contraindicações: Gravidez, lactação, crianças menores de 10 anos, lesão na mucosa digestiva e pacientes com doença renal ou hepática. Reações adversas: Raramente pode ocorrer coceira, náusea, vômito e irritação gástrica. Advertências: Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações medicamentosas: A castanha da índia pode interferir no tratamento com coagulantes ou anticoagulantes. Não administrar com outras drogas conhecidas por serem tóxicas aos rins, como por exemplo, a gentamicina. Posologia: Ingerir 1(um) comprimido, 3 (três) vezes ao dia. M.S.: 1.1860.0080. • ESSENCHIA - Salvia hispanica - 300 g - Produto dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC 27/10. NÃO CONTÉM GLÚTEN. • ÓLEO DE LINHAÇA - Ômega 3 e Ômega 6 - 30 e 60 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças. M.S.: 6.2582.0007.Farmacêutica Resp.: Dra. Anny M. Trentini - CRF-PR nº 4081. HERBARIUM LABORATÓRIO BOTÂNICO LTDA. Av. Santos Dumont, 1111 - Colombo/PR - CNPJ 78.950.011/0001-20 - Indústria Brasileira. Julho/2012.
,
Pioneiro em divulgar o conceito de Fitoterapia no Brasil,
o Herbarium tornou-se referência em qualidade e
inovação neste segmento.
Além de fitomedicamentos prescritos pela classe
médica, o Herbarium também atua no mercado com
fitoterápicos tradicionais e suplementos nutricionais.
O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior
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Herbarium, inovação como princípio ativo.
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Herbarium, inovação como princípio ativo.
Herbariuma inovação como princípio ativo
CARTAS
Edição de Janeiro de 2012 | Ano III | Número 05
ParabénsConheci o Herbarium nem me lembro há quantos anos, aqui em Cascavel, quando a empresa ainda publicava um folheto. Me encantei e solicitei uma “assinatura”. Desde então, tenho recebido as publicações com grande contentamento, graciosa e gratuitamente até a presente e espetacular Revista Herbarium “Periódico – Ano III – Janeiro de 2012, nº 05”. Que espetáculo! Não me contenho. Venho trazer felicitações, parabéns e meu agradecimento de todo coração. O Folheto cresceu e virou Revista! Sou já idoso, com 84 anos, mas vou procurar ler Herbarium na internet. Sei que vou conseguir! Mas, pelo sim ou pelo não, solicito continuar recebendo a revista. Obrigadíssimo. Seu companheiro, admirador e amigo,
Bertolino Tenfen, Cascavel – PR
VIA FACEBOOK
Recebo a Revista do Herbarium desde 2007. Ela está cada vez melhor. Parabenizo pela excelente qualidade. É por tudo isso que quero continuar recebendo-a, fico muito feliz quando a revista chega em minha casa. Muito obrigada. Sua leitora e fã,
Cleonice Moreti Gomes, Presidente Prudente – SP
Parabéns, Herbarium. Quero agradecer as maravilhosas e úteis Revistas que recebo. Confio, uso e indico para minhas amigas os produtos Herbarium, pois acredito na seriedade dessa empresa. Continuarei esperando receber essa Revista tão útil e com ótimas informações. Mais uma vez muito obrigada! Aguardarei com
ansiedade as próximas edições.
Carmen Soares Pimenta, Porto Alegre – RS
Agradecimento
Os antigos informes Herbarium, eu lia, a Revista Herbarium, devoro. É a minha leitura de cabeceira. Por ela passei a usar o Prostatal e o Ginkgo biloba, com ótimos resultados, indicando aos amigos, inclusive. Não quero ficar sem ela.
Carlos A. Francovig, Londrina – PR
Gosto muito de receber a Revista
Herbarium. Ela me ajuda muito,
sou apaixonada por produtos
fitoterápicos. Meu organismo se
dá muito bem com eles. Esta
Revista está sempre me trazendo
informações valiosas. Gostaria muito
de continuar recebendo o presente
que é a Revista Herbarium.
Muito obrigada!
Ignez Maria, Juiz de Fora – MG
Informações valiosas Há 6 anos recebo a Revista Herbarium com grande satisfação, leio e transmito aos meus amigos a importância dessa revista, grato.
Lenine Amendola, Sorocaba – SP
Gostaria de continuar recebendo a Revista Herbarium impressa. Essa Revista é um presente pra mim! No momento em que a leio é uma hora de paz e informação. Parabéns a equipe da Revista.
Eliete Xavier Silveira Braga, Madureira – RJ
Tenho recebido a Revista Herbarium,
quero agradecer, e parabenizá-los
pela excelente qualidade! Estou em
tratamento de câncer de mama, já
passei por todo aquele processo de
químio e radioterapia, e a Revista
tem sido de grande utilidade para
mim. Tenho aprendido muito,
através das informações nela
contidas. Parabéns !!!
Elba Maria F. Puig, Joinville – SC
Gosto muito da Revista Herbarium e a colecionamos. Até meu esposo, que é contador e professor, lê a Revista. Faz tempo que estou curtindo a página no Face, me mantendo sempre atualizada. Obrigada por tudo.
Marcia Marques Isava,
Boa Vista – RRAdoro a Revista Herbarium, amo os editoriais da Célia. Parabéns pela inovação: a opção de leitura eletrônica, é o máximo!
Edyol Sevla Seraos, São Luís – MA
Deixe também sua mensagem na página
da Revista Herbarium no Facebook:
www.facebook.com/revistaherbarium
EDITORIAL
EXPEDIENTE REVISTA HERBARIUMDireção Editorial: Andréa Barbieri e Célia Regina Dias von Linsingen. Conselho Editorial: Ana Paula Vicentin, Andréa Barbieri, Célia Regina Dias von Linsingen e Rodrigo Dias. Projeto Gráfico: Ana Paula Vicentin. Diagramação: Ana Paula Vicentin. Produção Editorial - Projeto Editorial e Produção de Conteúdo: Tercetto Editorial. www.tercettoeditorial.com.br. Editoras: Liliana Negrello e Raquel Marçal. Colaboraram nesta edição: Aline Gonçalves, Carolina Baliviera, Débora Rubin, Fernanda Guirra, Jan Schoenfelder, Liliana Negrello, Márcia Luz, Raquel Marçal, Regina Célia Pereira, Thais Szegö (textos); Fabio Riesemberg, Leo Feltran (fotos) e Christian Schwartz (revisão). Jornalista Responsável: Andréa Barbieri MTB: 3720. Impressão: Maxi Gráfica. Tiragem: 21.000 exemplares. Esta revista foi impressa em papel fabricado com madeira de reflorestamento certificado com o selo do FSC (Conselho de Manejo Florestal) e de outras fontes controladas.A Revista Herbarium é uma publicação do Herbarium Laboratório Botânico Ltda, coordenada pela equipe de Marketing, de distribuição gratuita e dirigida aos seus consumidores. Comentários e sugestões: [email protected]; 0800 723 8383 ou Av. Santos Dumont, 1111, CEP: 83403 - 500, Colombo/PR. As informações contidas na Revista Herbarium têm propósito informativo e não intencionam substituir cuidados médicos, diagnóstico ou prescrição. Ignorar cuidados médicos adequados pode causar danos à saúde. Durante a gestação e a lactação, até mesmo os fitoterápicos devem ser utilizados com supervisão médica.
Célia Regina Dias von LinsingenGerente de Marketing do Herbarium
Que a música faz bem para a
alma, ninguém duvida, muito menos
a fisioterapeuta Fernanda Bianchini
Saad que, com muita sensibilidade
e determinação, criou uma escola
e método únicos para ensinar balé
clássico a crianças deficientes
visuais. Podem imaginar o impacto na
autoestima e na alegria de viver dessas
crianças? É com a linda história de
Fernanda e suas alunas que abrimos
esta edição.
Fazer o bem faz bem para a alma.
Mas não só para a alma. Para o corpo
também. É o que evidenciou um
estudo científico que acompanhou
mais de 10 mil pessoas que trabalham
com voluntariado: além do prazer de
melhorar a vida do próximo, esses
voluntários ganham, como bônus,
quatro anos a mais de vida. Que tal se
engajar? Contraindicações inexistentes!
Com poucas contraindicações e
com grande potencial terapêutico,
apresentamos nesta edição duas
poderosas plantas nativas de nosso
Brasil: a ESPINHEIRA-SANTA,
que além de combater problemas
digestivos também é alvo de estudos
como diurética e como adjuvante no
tratamento da hipertensão arterial;
e o GUACO, planta consagrada por
sua ação expectorante e bronco-
dilatadora, que também está
mostrando propriedades na prevenção
de cáries e no tratamento de úlceras.
Ainda celebrando a natividade,
temos uma matéria suculenta sobre as
frutas do cerrado brasileiro: gabiroba,
cagaita, guapeva, murici, mamacadela,
pequi e baru. Como diz o pesquisador
Edemilson Cardoso, da Universidade
Federal de Goiás, “podemos dizer que
o Cerrado é uma farmácia ao ar livre”.
No clube da TPM, mais dois capítulos
que ilustram a complexidade de ser
mulher. A matéria Antes só do que
mal acompanhada – frase que está
virando um mantra para grande parte
do público feminino que adora viajar
– traz dicas e sugestões para viagens
inesquecíveis. E a matéria Melodia do
Amor apresenta um estudo que mostra
o efeito de uma música romântica nas
almas cor-de-rosa. E tem mais assunto:
será que mulheres bonitas preferem os
feios? Fechando o clube, vale a pena ler
ainda a nota tranquilizadora para mães
que trabalham. Nada de culpa!
Sem culpa e com consciência é uma
boa maneira de encararmos nossa
relação com a Mãe Terra: construindo
casas sustentáveis, trocando o carro
pela bicicleta de vez em quando
ou, sempre que possível, usando
produtos de limpeza naturais, dentre
várias outras possibilidades a nossa
escolha. Uma maneira legal de nos
aproximarmos deste planeta lindo é
praticar TERRAPIA. Vá sem pressa para
a página 48 e veja se esta terapia tem a
ver com você.
Ócio criativo, dizem os estudiosos,
além de ajudar na produtividade,
também faz muito bem para a alma,
então, se você mora em Belo Horizonte
ou vai passar por lá, fica a dica: visite o
Instituto Inhotim, um verdadeiro jardim
das artes. Puro deleite aos sentidos!
Pessoal, não deixem de ler as
matérias extras em nosso blog
(www.revistaherbarium.com.br) e em
nossa fan page no Facebook (Revista
Herbarium). Assim, ficaremos juntos o
tempo todo. Aprendendo e curtindo o
estilo de vida que amamos: o respeito à
natureza, ao planeta e a nós mesmos.
Que vocês amem a leitura,
compartilhem os conhecimentos e
fiquem sempre conosco!
Abraço,
ÍNDICE
FAÇO, LOGO EXISTO
06 Dançando noescuro
A química da solidariedade 10
FITOMEDICINA
12 O espinho que não fere, cura
Poderoso guaco 16
NUTRACÊUTICA
20 Beleza namesa
Nativas e poderosas 24
CLUBE DA TPM
28 Antes só do que mal acompanhada
Melodia do amor 32
SER SUSTENTÁVEL
36 Verde do piso ao teto
O transporte do futuro 40
LAZER
44 Jardim das artes
TeRRapia 48Doug Aitken, Sound pavilion. Foto: Pedro Motta
FAÇO, LOGO EXISTO: GENTE QUE NÃO ESPERA ACONTECER
EscuroDançando no
Fernanda Bianchini Saad desafiou o que parecia impossível e criou um método único para ensinar balé clássico a deficientes visuais
Débora Rubin, de São Paulo
6 Revista Herbarium|Julho 2012
Foto: Leo Feltran
7 Revista Herbarium | Julho 2012
Mariana se prepara no canto da sala.
Ajeita o braço na terceira posição do balé
clássico, posiciona as pernas, vira o rosto
para a esquerda e cruza o salão em diagonal
sob o comando da professora. Fernanda
Bianchini Saad, a Tia Fê, estala os dedos
para dar o ritmo. No meio do caminho,
Mariana deixa cair um dos braços, o queixo
começa a ceder.
Quero ver o equilíbrio, ergue o braço, olhar nas estrelas!
Rapidamente a menina de dez anos atende
a professora, abrindo um sorriso no rosto.
Termina sua missão em linha reta no outro
extremo da sala. Seria uma aula de balé
bastante comum se Mariana, 10 anos, e
suas colegas pudessem enxergar. Para elas,
o simples deslizar pela sala já é um enorme
desafio e os estalos da professora são muito
mais do que uma marcação de ritmo – são
uma maneira de enxergar sem os olhos. A
música ajuda a dar forma aos movimentos.
O trabalho minucioso de Fernanda foi
construído ao longo de 15 anos. Ela era
ainda adolescente, e já bailarina profissional,
quando começou a dar aulas em um instituto
para cegos onde os pais eram voluntários.
O que parecia um desafio quase impossível
no princípio – ela foi desacreditada por suas
próprias professoras – hoje é um trabalho
sólido e reconhecido nacionalmente. Sua
escola de dança, a Associação de Ballet
e Artes para Cegos Fernanda Bianchini,
que fica no bairro da Vila Mariana, em São
Paulo, atende 70 alunos entre 3 e 70 anos
gratuitamente. Além disso, engloba uma
companhia com 15 bailarinos. Mérito de
quem, incentivada pelos pais, apostou que o
impossível não existe.
Sem nenhuma referência para aprender
como fazer esse trabalho, Fernanda uniu sua
técnica de bailarina à sua intuição. Mais tarde,
a formação de fisioterapeuta viria consolidar
sua maneira de ensinar balé aos deficientes
visuais. Para fazê-lo, é preciso usar o toque.
Primeiro, a professora tem de direcionar
as pernas das alunas com suas próprias
mãos. Depois, pede que elas toquem outras
bailarinas para entender a posição. Só então,
após muita repetição, é que as discípulas – e
alguns poucos meninos – aprendem a fazer
o movimento só pelo nome do passo. É um
trabalho individualizado que leva tempo e
requer paciência.
Fernanda tem 33 anos, é casada com um
empresário do ramo têxtil e tem dois filhos
pequenos. No momento, acompanha de
perto o mais novo, de dois anos, que está
se adaptando à escolinha. A correria e o
cansaço são grandes, e ela confessa já ter
pensado em desistir de tudo. Porém, a força
de vontade para continuar sua missão não a
deixa esmorecer.
Isto aqui me faz enxergar o mundo com os olhos do coração,
sintetiza. E Fernanda já não está mais só
em sua missão. Ela conta com a ajuda de
dez professores, dois deles voluntários, e
alguns outros, ex-alunos que se tornaram
mestres. Outros poderiam ter chegado lá. O
problema é que as crianças acabam largando
as aulas precocemente. “Perdemos muitas
meninas para o mercado de trabalho”,
conta Fernanda. “Elas precisam ajudar em
casa e acabam nos deixando”, lamenta. A
grande maioria dos alunos vem de famílias
carentes. O ideal seria, portanto, oferecer
aos bailarinos bolsas-auxílio, mas a conta
não fecha. A escola se mantém com
apresentações, que ajudam a arcar com
a despesa mensal de R$ 25 mil, e com o
apoio de empresas e doações. E Fernanda
sabe bem que, tão difícil quanto ensinar balé
clássico para deficientes visuais, é manter o
funcionamento de um projeto tão ambicioso.
8 Revista Herbarium|Julho 2012
Quando não está em meio a um demi-plié, a
mentora da escola está no computador ou ao
telefone, correndo atrás de novos possíveis
patrocinadores.
Mas o esforço vale a pena. Não fosse a
garra de Fernanda, Geyza da Silva jamais
teria realizado seu sonho. Quando ainda
enxergava, a menina sonhara em calçar uma
sapatilha de ponta. Os pais, muito pobres,
não puderam pagar pelo luxo. Quando
Geyza perdeu a visão, por causa de uma
meningite, a família deixou para trás o sertão
pernambucano para buscar ajuda em São
Paulo. Na metrópole, o caminho de Geyza
cruzou com o de Fernanda no instituto em
que ela deu seus primeiros passos como
professora. “Só realizei meu sonho porque
fiquei cega”, diz Geyza, primeira bailarina da
companhia e uma das professoras da escola.
Como ela, mais de 300 alunos já passaram
pela associação.
Gente de todo o Brasil busca informações
sobre o trabalho de Fernanda. E não é à toa:
o método, avisa a bailarina, é único no
mundo. “Pesquisei bastante e nunca
encontrei nada parecido”, diz.
Sei de bailarinos que continuaram dançando depois de cegos, como
a cubana Alicia Alonso, mas não encontrei escolas.
Até mesmo companhias
estrangeiras – e famosas – como a
de (Mikhail) Baryshnikov e o Balé Real
da Dinamarca já passaram por São
Paulo para conhecer o seu trabalho.
E Fernanda quer mais. Quer levar sua
companhia a palcos internacionais. Duas de
suas bailarinas já estiveram em Nova York e
houve também um convite para a Espanha,
que não se efetivou por falta de verba. Seu
grande sonho é ser conhecida mundialmente.
Não somos uma instituição de caridade. Isto aqui tem um resultado.
Resultado que aparece também em detalhes
sutis. Ainda que uma aluna não entre para
a companhia, ao dançar balé clássico
ela melhora a postura, a coordenação, a
consciência corporal e a noção espacial. E,
destaca a mestra, vence o preconceito.
Depois de sofrer com quatro inundações
e ter enormes prejuízos, a escola mudou de
sede e ainda se adapta ao novo espaço.
As paredes estão recém-pintadas, faltam
espelhos – item essencial em uma sala de
balé, mesmo para quem não enxerga – e a
reforma ainda não está pronta. Mas as aulas
começaram mesmo assim.
De volta à função, Fernanda se concentra
na sua primeira turma da manhã de sexta-
feira. Mariana está compenetrada. Ela usa
um coque preso por um lacinho azul com
rosas pequeninas. Sua saia, assim como
seus olhos, também são azuis. Ela é aluna de
Fernanda desde os três anos e, pela primeira
vez, vai calçar uma sapatilha de ponta. A
professora a faz sentar, posiciona-se a sua
frente e calça as sapatilhas novíssimas na
aluna. Mariana se agarra à barra e segue
as orientações. Agacha, levanta, agacha.
Pressiona o peito do pé para as laterais.
Sua de nervoso. Quando a professora elogia
seu desempenho, sorri e diz: “Estou só
começando”. Alguém duvida?
Chegou mais um super alimento...
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o/20
12
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10 Revista Herbarium|Julho 2012
O estudo é de duas pesquisadoras da
Universidade de Michigan, nos EUA, Sara Konrath
e Andrea Fuhrel-Forbis. Elas acompanharam
mais de dez mil pessoas e observaram que
quem se doou de forma altruísta em alguma
atividade voluntária viveu em média quatro anos
mais que o restante do grupo, inclusive de quem
se voluntariou por razões não-altruístas, como
ocupar o tempo, sair de casa ou fugir da solidão.
A conclusão das pesquisadoras é que as
pessoas que ajudaram outras simplesmente para
promover o bem alheio desencadearam em si
mesmas reações fisiológicas muito parecidas com
as que ocorrem com as mães quando cuidam
de seus filhos. Ativadas seguidamente, essas
reações, também chamadas de “sistema de
acolhimento”, enfraqueceram os efeitos negativos
do estresse e suas consequências, como os
males cardiovasculares e o câncer, resultando, a
longo prazo, em bem-estar e longevidade.
A química da SolidariedadeQue o trabalho voluntário faz a diferença na vida das pessoas, todo mundo sabe, mas que pode aumentar a expectativa de vida de quem o promove, isso é novidade
Jan Schoenfelder, de Curitiba
11 Revista Herbarium | Julho 2012
Quimicamente, isso tem uma
explicação. Por trás de todo ato de
compaixão está um hormônio, a ocitocina,
que atua no cérebro como uma alavanca
para os sentimentos de confiança e
generosidade. Ele é um neurotransmissor,
como a serotonina, porém tímido: seus
níveis ficam próximos de zero e, quando
produzido, tem vida curta. De alguma
forma, o altruísmo, o desprendimento e o
amor verdadeiro ativam a ocitocina, que
por sua vez retribui com a sensação de
bem-estar, a qual produz mais ocitocina, e
assim por diante.
É claro que isso não desmerece nem
inviabiliza a ação voluntária feita com
outros fins, mas vale a pena pensar na
questão com carinho, já que quatro anos
a mais, principalmente quando vividos
com qualidade, são uma rica recompensa
na vida de qualquer pessoa. “Não sei se
as pessoas que agem de maneira altruísta
vivem mais, mas que vivem melhor, com
certeza vivem”, comenta a terapeuta
artística e aconselhadora biográfica
Monica Rosales. À frente da Associação
São Joaquim de Apoio à Maturidade,
que fundou no município de Carapicuíba,
região da Grande São Paulo, Monica
acredita que o serviço humanitário deve,
sim, ir muito além do ego, pois quem age
com compaixão tem uma capacidade de
doação maior e um grande sentimento
de gratidão e entusiasmo. Para ingressar
no voluntariado, vale perguntar a serviço
do que e de quem a pessoa se coloca,
devendo haver coerência entre seus
ideais, seu sentimento e sua ação.
Como nem todo mundo pensa igual,
numa vertente oposta, e não menos
instigante, está o professor e filósofo
Luiz Philyppe da Motta, voluntário do
Greenpeace no Rio de Janeiro. Luiz
considera válida toda iniciativa de ajudar
quem precisa, seja por compaixão ou
qualquer outro motivo: “Doar a energia e
o tempo livre já é uma maneira de praticar
o altruísmo e a solidariedade”. A dica
de Luiz para quem quer encontrar um
trabalho estimulante é escolher uma ONG
e uma atividade nas quais se acredita
estar fazendo a diferença.
Sua ação nunca será isolada. À medida que faz por você, está ajudando outra pessoa também.
Aos 60 anos, a professora Dyrce
Fonseca também acredita que o ganho
é sempre maior por parte de quem doa.
Voluntária na Obra Social Antonio de
Aquino, no Rio, com a experiência de
quem já viu e viveu muito, dona Dyrce
coleciona histórias. Numa delas, relata
que, com o trauma da perda de um
irmão, assassinado em 2006, ficou muito
abalada. Na semana do crime, não foi à
obra social. Mas na que se seguiu, sim. O
destino a levou ao encontro de uma mãe
que, na mesma época e sob as mesmas
circunstâncias, perdera dois filhos. “Tive
que sair da minha dor e buscar forças
para oferecer uma palavra de consolo
àquela mulher. Isso me fez ver que posso
ajudar a qualquer momento, em qualquer
circunstância, é só sair um pouquinho de
dentro de mim.”
Em outra ocasião, ela conheceu uma
avó que criava os netos no chão de uma
barraca de lona, em um terreno invadido.
Um dia, essa senhora se aproximou se
dizendo muito feliz. O motivo da alegria
era que havia ganhado um carpete usado.
Com ele, estava dormindo melhor com
os netos. “Pode até parecer meio bobo,
mas vi a felicidade e a alegria nos olhos
daquela mulher e me uni a ela em sua
emoção”, conta dona Dyrce. “E nós ainda
deixamos de ser felizes por colocar nossa
felicidade onde não podemos alcançar,
não é verdade?”, provoca.
POR ONDE COMEÇAR
• Portal do Voluntário:
www.portaldovoluntario.org.br
• Voluntários.com.br:
www.voluntarios.com.br
• Rio Voluntário:
www.riovoluntario.org.br
• Programa dos Voluntários das Nações Unidas:
www.pnud.org.br/unv
• Centro de Voluntariado de São Paulo:
www.voluntariado.org.br
• Centro de Ação
Voluntária de Curitiba: http://www.acaovoluntaria.org.br/
12 Revista Herbarium|Julho 2012
FITOMEDICINA: SAÚDE DE RAIZ
A espinheira-santa é velha conhecida dos brasileiros no combate aos problemas do sistema digestivo. Agora, novos estudos dão indícios de que ela também ajuda a baixar a pressão arterial e tem ação diurética
Thais Szegö, de São Paulo
O espinho que não fere,
Cura
13 Revista Herbarium | Julho 2012
Seu nome científico é Maytenus ilicifolia, mas
a planta foi rebatizada pela população por causa
da aparência de suas folhas, que têm a borda
serrilhada, e por ser considerada um santo remédio
para diversos males. E não é de hoje que os
atributos desse arbusto são conhecidos. Índios já
o utilizavam há centenas de anos para combater
alguns tipos de tumores. Até hoje ela vem fazendo
muito sucesso na medicina popular, conhecida
por ter ação diurética, analgésica, antisséptica,
regularizadora das funções hepáticas, antibiótica,
entre outras. Mas é como uma arma poderosa para
combater problemas estomacais que a espinheira-
santa é mais famosa. E a ciência tem mostrado que
toda essa reputação é mais do que merecida.
Hoje, sua ação benéfica é reconhecida até
mesmo pelo Ministério da Saúde, que apontou
a planta como um produto mais eficaz do que
a ranitidina e a cimetidina, medicamentos muito
usados no tratamento de desordens gástricas.
Além disso, diversos estudos comprovaram que o
vegetal é extremamente seguro e apresenta menos
efeitos nocivos e interações medicamentosas do
que as drogas comuns. “Ele é isento de reações
adversas sérias”, afirma o médico Roberto
Boorhem, presidente da Associação Brasileira de
Fitoterapia. Além disso, poucas são as pessoas
que não podem se beneficiar de seus efeitos
terapêuticos. “A espinheira-santa só é contra-
indicada para as crianças menores de 6 anos, as
grávidas e as mulheres que estão amamentando,
pois ela reduz a fabricação do leite”, acrescenta a
homeopata e gastroenterologista Anna Jeanette
Berezin Stelzer, de São Paulo. Desde 2007, ela vem
sendo usada pelo Sistema Único de Saúde, o SUS,
como medicamento fitoterápico no tratamento de
úlceras, gastrites e azia.
Um dos trabalhos que comprovaram a força
da espinheira-santa no combate a problemas
do estômago foi realizado pelo pesquisador
Thales Ricardo Cipriani, do Departamento de
Bioquímica da Universidade Federal do Paraná.
“Na minha tese, avaliei o efeito gastroprotetor de
uma substância encontrada no vegetal chamada
arabinogalactana,
que foi isolada a
partir da infusão
das suas folhas e
testada em ratos”, conta
Cipriani.
E ela se mostrou bastante eficaz na prevenção de lesões gástricas ao ser administrada antes de agentes agressores, no caso o etanol, o álcool encontrado nas bebidas.
De acordo com o pesquisador, alguns possíveis
mecanismos de ação da arabinogalactana são a
sua habilidade de se ligar à superfície da mucosa
(atuando como uma camada protetora), estimular
a secreção do muco encontrado naturalmente
no estômago (e que tem a missão de proteger
o órgão) e/ou modular o sistema antioxidante.
“A planta também é indicada no tratamento da
dispepsia não-ulcerosa, doença que tem sintomas
semelhantes aos da úlcera gástrica, mas que não
provoca lesões nas paredes do estômago”, conta.
Outros diversos estudos, realizados inclusive
com seres humanos, não deixam mais dúvidas
dos efeitos benéficos da Maytenus ilicifolia sobre o
sistema digestivo. “Já foi comprovado que ela reduz
a acidez estomacal, pois inibe uma das partes
das bombas que soltam ácido clorídrico durante a
digestão, evitando que a substância prejudique as
paredes do estômago”, explica a Anna Jeanette
Berezin Stelzer. “A capacidade de aumentar
a produção de mucina, a secreção gástrica
em forma de gel que recobre as paredes do
estômago protegendo-as contra a ação do ácido
clorídrico, e a ação antioxidante também já foram
demonstradas”, acrescenta Roberto Boorhem. E
é exatamente por isso que agora cientistas como
14 Revista Herbarium|Julho 2012
Thales Ricardo Cipriani tentam descobrir qual é o
princípio ativo que tem essa qualidade.
O fato de reduzir a acidez estomacal e aumentar
a proteção da mucosa por si só favorece a
melhora de feridas que já tenham se formado
nas paredes do órgão. “Assim, como há menos
fatores agressivos, a lesão consegue se refazer
com mais facilidade”, explica Anna Jeanette. “Mas
ainda não existem trabalhos que comprovem
que o vegetal atua diretamente na cura de uma
úlcera já existente”, afirma Cipriani. Entretanto,
suspeita-se que os taninos presentes na espinheira-
santa possam ter esse papel. Essa substância
é encontrada em várias plantas e, quando elas
ainda não estão maduras, os taninos atuam como
instrumento de defesa. Isso porque, quando um
predador começa a ingerir as folhas e frutos verdes,
eles são liberados e, por possuírem um sabor muito
amargo, provocam repugnância. São os taninos
que fazem com que o chá da espinheira tenha
gosto adstringente. “Eles são conhecidos pela
atuação no processo de cicatrização, pois formam
um revestimento que favorece a regeneração dos
tecidos lesionados”, conta Cipriani. “É exatamente
por causa dessa ação que se acredita que eles
possam atuar no processo de cura das úlceras
gástricas”, afirma o pesquisador.
Não é só para trazer alívio para quem sofre com azia, gastrite e úlcera que a espinheira-santa tem sido estudada. Outro trabalho realizado na Universidade Federal do Paraná pela bióloga Sandra Crestani revelou que a planta é capaz de reduzir a pressão arterial. O efeito vasorrelaxante de substâncias contidas no vegetal já tinha sido comprovado in vitro por outra pesquisadora e, por isso, Sandra decidiu testá-lo em animais. “O trabalho foi feito em ratos que apresentavam pressão sanguínea normal utilizando compostos das folhas da Maytenus ilicifolia”, conta. “A
escolha das folhas se deu pelo fato de elas serem as mais comumentes usadas pela população”, explica a pesquisadora. As frações do vegetal utilizadas no experimento foram
obtidas com o auxílio de solventes e deram origem a quatro amostras
com diferentes graus de pureza. Elas foram aplicadas por via intravenosa, ou seja, diretamente nos vasos dos animais, para garantir uma absorção mais rápida. Segundo a bióloga, todas produziram o mesmo efeito nos ratinhos e, por isso,
ficou difícil identificar quais são
os compostos que, de fato, relaxam os vasos. Nas amostras estudadas foram encontrados taninos, flavonóides, fenóis, aminas e alcalóides.
Apesar de Sandra não ter chegado ao composto ou compostos específicos possam ter ação hipotensora, foi possível notar que eles agem de maneira semelhante à nitroglicerina, droga usada clinicamente com a mesma finalidade. “Isso significa que, quando são absorvidas pelo organismo, as substâncias estimulam a produção de óxido nítrico pelas células endotelias, aquelas localizadas nas paredes internas dos vasos sanguíneos”, explica Sandra. Esse gás acaba chegando até as células musculares que circulam nos vasos, promovendo a dilatação de ambos e, por tabela, facilitando o fluxo de sangue e promovendo a queda da pressão arterial.
Apesar dos resultados animadores obtidos pela pesquisadora, ela acredita que são necessários outros trabalhos para que a espinheira-santa seja indicada com esse objetivo em humanos. Sandra continua estudando a Maytenus ilicifolia, mas agora investiga seu efeito sobre os rins e sua capacidade de aumentar o volume urinário. “Já avaliamos esse tipo de ação em roedores e os resultados preliminares sugeriram que a planta realmente tem uma ação diurética significativa. No entanto, precisamos de mais trabalhos para que tenhamos condições de utilizá-la clinicamente para esse fim.”
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16 Revista Herbarium|Julho 2012
Consagrada como expectorante e broncodilatadora, a espécie – que é nativa da América do Sul – também se mostra promissora no tratamento de úlceras e na prevenção de cáries
Raquel Marçal,
de Curitiba
Poderoso
Guaco
17 Revista Herbarium | Julho 2012
As plantas do gênero Mikania formam uma
turma numerosa: há cerca de 450 espécies –
quase todas originárias da América do Sul. No
Brasil, 150 variedades podem ser encontradas
de São Paulo ao Rio Grande do Sul. E basta
chegar perto dessa trepadeira, conhecida
popularmente como guaco, para inspirar seu
doce aroma de baunilha. Se for depois de uma
chuva, então, dá para sentir o cheiro gostoso
de longe. No entanto, dentre essas centenas
de espécies, apenas duas foram consagradas
pelo uso popular e, por isso, têm sido
investigadas pela ciência: a Mikania glomerata
Sprengel e a Mikania laevigata Schultz.
A Mikania glomerata já figurava na
primeira edição da Farmacopeia do Brasil,
publicação que desde 1929 é referência para
laboratórios farmacêuticos e pesquisadores.
Lá, estão reconhecidas suas propriedades
expectorantes e broncodilatadoras e sua
indicação no tratamento de asma, bronquite e
tosse associada a gripes ou resfriados. Menos
famosa – por enquanto – é a Mikania laevigata,
que vem sendo estudada por pesquisadores
da Universidade de Campinas (Unicamp).
Eles já constataram que a erva tem efeito no
combate a úlcera e infecções e na prevenção
da cárie, além de mostrar potencial contra
alguns tipos de câncer.
Essas duas “primas” têm muito em comum,
incluindo uma substância chamada cumarina,
a mais abundante em ambas as espécies. É a
concentração de cumarina que aparece citada
nas bulas dos xaropes à base de Mikania
glomerata vendidos nas farmácias – e que,
desde 2007, também estão disponíveis aos
pacientes do Sistema Único de Saúde. Ela é
a dona das propriedades anti-inflamatórias,
bronco e vasodilatadoras que dão à glomerata
o poder de descongestionar o peito e a
garganta. E também responde pelo tal odor de
baunilha que exala da planta.
Seu mecanismo de ação até já foi
desvendado. Quando estimulados por agentes
inflamatórios e infecciosos, os receptores
do neutransmissor acetilcolina, presentes
no aparelho respiratório, provocam uma
contração dos brônquios, os tubos que levam
ar aos pulmões, e o aumento da secreção.
Os princípios ativos do guaco seriam capazes de bloquear esses receptores, diminuindo a secreção brônquica, relaxando a musculatura lisa respiratória e melhorando sintomas como tosse e rouquidão,
explica o médico pediatra e homeopata
Fernando Ranzeiro de Bragança, coordenador
da disciplina de Fitoterapia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal Fluminense.
Mas, como ocorre a todo fitoterápico, nenhum
composto age isoladamente.
Sabe-se que seu óleo essencial é rico em diversas substâncias farmacologicamente ativas, entre elas flavonoides,
diz Bragança.
Já a Mikania laevigata é a
estrela de uma pesquisa que
pode resultar em um
novo medicamento
para tratar úlceras do
estômago. No Centro
Pluridisciplinar de
Pesquisas Químicas,
Biológicas e Agrícolas
da Unicamp
(CPQBA), um grupo
de pesquisadores
comprovou que a
planta diminui a
secreção do ácido
gástrico, cuja produção exagerada
está entre as causas das doloridas
18 Revista Herbarium|Julho 2012
lesões no estômago. E, de novo, esse efeito
é atribuído principalmente à cumarina.
A exemplo do que acontece nas vias respiratórias, aqui também o mecanismo de ação é via bloqueio das secreções, no caso, do ácido gástrico,
explica o farmacologista João Ernesto
de Carvalho, coordenador da divisão de
Farmacologia e Toxicologia do CPQBA.
Mas as pesquisas sugerem que há outros
princípios ativos trabalhando, já que a planta
também aumenta as defesas do organismo,
em especial da mucosa do estômago.
Assim, há não só um reforço da barreira
gástrica como também uma aceleração
na cicatrização das úlceras. Testes feitos
com animais de laboratório mostraram que
os extratos de guaco rivalizam até com a
espinheira-santa em seu efeito gastroprotetor.
Os cientistas do CPQBA também
investigam essas espécies de guaco em
outras duas frentes. A primeira busca
responder se o vegetal tem efeito sobre
tumores. Nos testes feitos em tubos de
ensaio, tanto a Mikania laevigata quanto a
Mikania glomerata mostraram-se capazes
de matar células de alguns tipos de câncer,
como os de pele e pulmão. No entanto,
ainda é preciso resolver um problema
crucial: “Na planta existe um outro grupo de
substâncias, os diterpenos, que provocam
mutações nas células”, diz o pesquisador
João Ernesto de Carvalho. Ou seja, pode ser
que o guaco cause danos não apenas às
células doentes, mas também às saudáveis.
A outra linha de pesquisa focou nas
propriedades antibacterianas da dupla, que
mostrou ser capaz de inibir os mecanismos
de aderência de bactérias do grupo
Estreptococos mutans à superfície dental,
diminuindo a placa bacteriana e evitando a
formação de cáries.
Sem dúvida, a planta não para de marcar
pontos nas pesquisas. Mas mesmo no caso
em que sua ação já está suficientemente
comprovada, como o efeito broncodilatador,
é preciso estar atento a contraindicações
e efeitos colaterais. “O guaco não deve ser
usado por portadores de doenças do fígado,
por quem tem níveis baixos de plaquetas ou
toma medicamentos anticoagulantes, pois
pode aumentar o risco de hemorragia”, alerta
o médico Fernando Ranzeiro de Bragança.
Além disso, o consumo além da dose pode
causar taquicardia, vômitos e diarreia.
ATENÇÃO À TOSSE
Com a chegada do inverno, os consultórios, hospitais e
postos de saúde passam a atender mais pacientes com
tosse. Os médicos alertam: o “cófi-cófi” não é doença, mas
um sintoma de que algo está errado no organismo. Por
isso, é sempre bom evitar a automedicação e procurar um
especialista, principalmente se a tosse persistir por quarto
semanas (em crianças) ou oito semanas (nos adultos). Aí
ela já é considerada crônica e pode sinalizar problemas
sérios como refluxo e asma.
19 Revista Herbarium | Julho 2012
Segundo a
Organização
Mundial da
Saúde, o
abuso de
álcool é um
problema
que afeta
76 milhões
de pessoas no
mundo. Apenas
13% delas recebem
tratamento médico.
O óleo de lavanda pode ser um alívio para mulheres que passaram por
cesariana e sofrem com dores após a operação. Isso é o que sugere
um estudo feito por cientistas paquistaneses que investigaram os
efeitos da essência em 200 mulheres. Por meio de uma máscara
de oxigênio, metade delas inspirou o cheirinho de lavanda,
enquanto a outra metade sentiu um outro aroma. As pacientes
foram avaliadas 30 minutos, oito horas e 16 horas após a seção
de aromaterapia. O grupo que recebeu o óleo essencial de lavanda
relatou uma melhora significativa da dor em relação ao outro grupo.
Na aromaterapia, o óleo de lavanda é tradicionalmente usado como
calmante e para combater o estresse. Mas a ciência vem descobrindo
outras aplicações para a planta. Em 2011, um estudo publicado no Journal
of Medical Microbiology já havia indicado que a lavanda é um potente
antifúngico e pode servir para tratar infecções na pele e nas unhas.
LAVANDA | Cheirinho bom contra a dor
Há mais de 500 anos, os chineses usam a hovênia (hovenia dulcis)
para tratar ressaca. Pois a espécie, que é conhecida no Brasil como
uva-do-japão, pode ser uma opção para quem tem problema de
alcoolismo. Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram
que um composto presente na planta, a dihidromiricetina, bloqueia
a ação do álcool no cérebro e ainda reduz a vontade de consumir
bebida alcoólica, sem causar efeitos colaterais. Em um estudo
conduzido em ratos, eles descobriram que o composto atua nos
receptores GABAA. Sob o efeito de substâncias químicas, esses
receptores diminuem a atividade cerebral, reduzindo a capacidade de
comunicação e a sonolência, sintomas típicos da embriaguez.
O estudo foi publicado no Journal of Neuroscience.
ALCOOLISMO | Esperança na medicina chinesa
20 Revista Herbarium|Julho 2012
NUTRACÊUTICA: PARA COMER MELHOR
Beleza na MesaDiversas pesquisas comprovam que certos nutrientes têm ação indispensável contra o envelhecimento precoce. Confira o que não pode faltar no seu prato
Regina Célia Pereira, de São Paulo
De nada adianta besuntar o rosto
com cremes se você não caprichar no
cardápio – aquilo que entra pela boca
se reflete diretamente na beleza da
pele e na saúde dos cabelos. Quer
exemplos? Um trabalho britânico
publicado no periódico
científico American Journal
of Clinical Nutrition
aponta os ômegas e
a vitamina C como
aliados contra
21 Revista Herbarium | Julho 2012
as rugas. Os estudiosos elegeram esses dois
nutrientes depois de analisar minuciosamente
a dieta e examinar a epiderme de um grupo
de 4.025 mulheres. Aliás, cabe ressaltar que,
quando o assunto é estética, a dupla de
nutrientes é sempre mencionada.
Os ômegas 3 e 6 – aquelas gorduras
famosas pela proteção cardiovascular – atuam
nas membranas celulares, deixando-as mais
permeáveis e alterando o fluxo sanguíneo, o
que contribui para a integridade da derme.
A vitamina C é uma espécie de coadjuvante no estímulo e formação de colágeno,
diz a dermatologista Shirlei Borelli, membro
da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Ou seja, ela colabora para a recuperação
do tecido e dá firmeza. Isso porque o
tal colágeno, que é um tipo de proteína
estrutural, tem tudo a ver com a elasticidade
e a resistência da pele.
E os méritos da vitamina não param
por aí. A substância presente nas frutas
cítricas é um poderoso antioxidante. Para a
nutróloga Marcella Garcez Duarte, diretora
da Associação Brasileira de Nutrologia,
essa ação é fundamental para combater
o envelhecimento precoce. “Também vale
destacar os carotenoides”, afirma. Se você
não lembra dessa alcunha meio esquisita,
trata-se de uma família de pigmentos, com
destaque para o licopeno, presente no
tomate, e o betacaroteno, que dá cor à
cenoura.
Marcella também chama a atenção para
compostos conhecidos como polifenois.
Um dos componentes desse grupo é o
ácido elágico. Nunca ouviu falar? Pois
saiba que ele pode estar na sua fruteira. A
substância, que colore a amora, a cereja
e outras frutas vermelhas, foi estudada
por cientistas coreanos da Universidade
Hallym. Foram eles que constataram seu
poder na preservação de células da pele
expostas à radiação solar. Minerais como
o selênio, além das vitaminas A e E,
têm função parecida. Garantir essa
turma de ação antioxidante no cardápio
cotidiano impede estragos relacionados
ao excesso de radicais livres, moléculas
capazes de causar danos celulares.
PÍLULAS PARA A FIRMEZA
Optar por suplementos pode ser uma boa saída para quem não consegue
comer direito. Mas, veja bem, eles só devem ser consumidos com o aval de
especialistas. Atualmente é possível encontrar pílulas que concentram
substâncias imbatíveis para a beleza. “Elas contêm minerais e
antioxidantes que contribuem para a firmeza da pele e para
o fortalecimento de cabelos e de unhas, mas para que
sejam eficazes devem ser associadas a tratamentos
clínicos, entre outros”, ressalta a dermatologista
Shirlei Borelli. Há também cápsulas de gelatina que
ajudam a combater a flacidez. “Outra alternativa é
usar o colágeno em pó, diluído em água ou sucos”,
conta a nutricionista Lara Natacci.
22 Revista Herbarium|Julho 2012
CHOCOLATE E ESPINHA
Trata-se de um elo antigo e cheio de polêmica. “Não existem evidências
científicas que comprovem essa relação”, conta a nutricionista Mariana Del
Bosco, de São Paulo. Suspeita-se de que a fama tenha surgido por conta da
grande concentração de gordura que o doce contém. Três quadradinhos ou
30 gramas do tipo ao leite fornecem até 13 gramas de gordura.
“A dieta parece ter pouca influência sobre o surgimento da acne, mas
estudos mostram que o alto teor gorduroso pode servir de estopim
para o agravamento do quadro”, relata a dermatologista Shirlei Borelli.
Para a nutróloga Marcella Garcez, o chocolate amargo, com 70% de
cacau, oferece substâncias protetoras, inclusive para a pele e, se for
consumido em doses pequenas, é bem-vindo na dieta.
A sugestão de Marcella é de 25 gramas por dia.
Para o dermatologista Humberto Frucchi,
do Hospital Santa Isabel, em São Paulo,
a alimentação equilibrada, com o devido
espaço para frutas e hortaliças, garante a
saúde do maior órgão do corpo.
Carnes magras, peixes e ovos também não podem ficar de fora do cardápio,
avisa Frucchi. Esses alimentos são ricos
em proteína, nutriente que previne a perda
muscular, o que é indispensável para evitar a
flacidez.
Mas não esqueça: é líquido e certo que,
quanto mais hidratado o organismo, mais
viçosa será a tez. Além de tomar água ao
longo do dia, e assim mandar para fora
muitas toxinas, que tal lançar mão de
algumas bebidas que têm se destacado na
proteção da pele? O chá verde se mostrou
eficaz na prevenção do foto-envelhecimento
em um estudo com 60 voluntárias, realizado
por pesquisadores alemães e publicado na
revista científica The Journal of Nutrition.
Aqui no Brasil, o chá-mate tem sido
festejado por especialistas da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). Nos laboratórios do Instituto de
Ciências Biomédicas da UFRJ, o professor
Samuel Santos Valença, a estudante
de Nutrição Marina Valente Barroso e a
doutoranda Manuella Lanzetti ofereceram
para camundongos idosos, durante 10
meses, uma bebida feita com a erva
tostada. Outro grupo de roedores bebeu
água. “Ao final do período, notamos que
os animais que consumiram o mate tinham
aspecto preservado, a pelagem estava
mais saudável”, relata o professor. E mais:
análises mostraram que genes específicos
relacionados ao combate do envelhecimento
eram mais ativados nesse grupo. Uma das
estrelas do mate atende pelo nome de
ácido clorogênico. “Ele tem potente ação
antioxidante”, revela Valença. Então, o
segredo é, mais uma vez, o combate aos
radicais livres.
Apesar de até agora termos falado muito
da cútis, saiba que todos esses ingredientes
também favorecem as madeixas. Entretanto,
23 Revista Herbarium | Julho 2012
um nutriente em particular merece entrar no
seu prato para deixar os fios mais sedosos.
É o silício. A substância aparece em um
estudo realizado pelo dermatologista
Ricardo Tadeu Villa. Para o trabalho, foram
recrutadas 34 alunas de pós-graduação
da Fundação Técnico-Educacional Souza
Marques, que toparam raspar o cabelo na
região da nuca. “Avaliamos o crescimento
e a força dos fios durante três meses e,
depois disso, oferecemos um suplemento
feito com o mineral”, conta Villa, que é
professor na instituição.
A turma consumiu a suplementação
por 5 meses e, nesse período, os
fios passaram por novos testes em
laboratórios de Cosmetologia da
Universidade da São Paulo. “Foram
diversos cálculos, e pudemos concluir
que houve um aumento de quase 38% na
média de crescimento”, afirma. Também
ficou evidente que o cabelo estava mais
resistente ao estresse do dia a dia, ou
seja, ao sol, aos xampus e afins.
O mecanismo por trás dessa atuação é a participação do nutriente na produção de queratina,
diz. Traduzindo: ele interfere na estrutura
dos fios capilares, que já nascem fortes.
Segundo a nutricionista Lara Natacci
Cunha, da Dietnet Assessoria Nutricional,
em São Paulo, além de embelezar a
cabeleira, o silício é um paladino contra
a famigerada celulite. É que ele zela pela
estrutura da pele e protege as fibras de
colágeno de estragos. Para quem anda
lutando contra os furinhos, também é
importante manter um peso saudável, já
que a obesidade favorece o aparecimento
da celulite. Aliás, estar em dia com a
balança também ajuda a dar um chega-
pra-lá em estrias e outras encrencas.
ESQUADRÃO BELEZURA
Veja quais são as maiores fontes dos nutrientes para deixar a pele e os cabelos mais bonitos e fortes:
• SILÍCIO Trigo, aveia, centeio,
cevada.
• VITAMINA A Ovo, abóbora, espinafre,
pimentão.
• VITAMINA C Acerola, caju, kiwi,
mamão, laranja.
• VITAMINA E Gérmen de trigo,
mêndoas, nozes, amendoim.
• ÁCIDO ELÁGICO Amora, cereja, morango,
romã.
• BETACAROTENO Cenoura, manga, melão
cantaloupe, abóbora.
• LICOPENO Tomate, goiaba vermelha,
melancia, pitanga.
• ÔMEGA 3 Salmão, sardinha, semente
de chia, linhaça.
• ÔMEGA 6 Óleos de soja, girassol e
milho.
• SELÊNIO Castanha-do-pará,
truta, camarão.
24 Revista Herbarium|Julho 2012
Várias frutas do Cerrado brasileiro, que até agora eram conhecidas apenas como ingredientes de receitas saborosas, viram assunto de pesquisa e ganham status de alimentos funcionais
Fernanda Guirra, de Goiânia
Nativas e Poderosas
Fo
to: D
ivul
gaç
ão
Frutos do Pequi
25 Revista Herbarium | Julho 2012
Gabiroba, cagaita, guapeva, murici, mama-
cadela, pequi e baru são nomes bem familiares
para a população que vive nos estados que
fazem parte da região central do país. O que
pouca gente sabe, mesmo entre os nativos dessa
fatia do território nacional, é que os frutos do
Cerrado têm muito mais do que sabores exóticos
e receitas deliciosas a oferecer. Pesquisas
recentes comprovam várias propriedades
funcionais desses alimentos.
Uma dessas pesquisas foi feita por Luciana
Malta, doutora pela Faculdade de Engenharia de
Alimentos da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). Ela analisou o potencial de três dessas
frutas: gabiroba (Compomanesia cambessedeana
O. Berg.), guapeva (Pouteria cf. Guardneriana
Radlk.) e murici (Byrsonima verbascifolia Rich.).
O estudo foi feito em três partes. Na primeira,
Luciana investigou a eficiência dos extratos por
meio de testes in vitro. “Nessa etapa, a gabiroba
destacou-se quanto ao potencial antioxidante”,
explica. Substâncias com essa característica
ajudam a combater os radicais livres do corpo –
que atacam células saudáveis – e a fortalecer o
sistema imunológico.
Na segunda etapa, foram realizados testes
in vivo, ou seja, com a utilização de animais.
Camundongos receberam extratos das frutas e
tiveram alguns de seus órgãos (como fígado e
medula óssea) avaliados. A intenção era medir
o poder anti-inflamatório dos extratos, além de
seu potencial antimutagênico e antigenotóxico
– ou seja, de ajudar a proteger a célula do
aparecimento de mutações que podem vir a
desencadear doenças como o câncer. “Os que
apresentaram os melhores resultados nesses
testes biológicos foram os da gabiroba e os da
casca da guapeva”, afirma Luciana. Na última
etapa do projeto, a pesquisa foi realizada em
células, com o intuito de medir a eficiência
antiproliferativa, ou seja, anticâncer. E quem se
destacou foi, novamente, a casca da guapeva.
Em resumo, essas frutas são mesmo
poderosas. “Podemos dizer que o Cerrado é uma
farmácia ao ar livre”, defende Edemilson Cardoso
da Conceição, coordenador do Laboratório
de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
de Produtos Fitoterápicos, Fitocosméticos e
Nutracêuticos da Faculdade de Farmácia da
Universidade Federal de Goiás (UFG).
De acordo com o pesquisador, que estuda
frutas do Cerrado há três anos, há diversas
plantas da região que possuem substâncias
antioxidantes e também de ação antitumoral. A
cagaita (Eugenia dysenterica DC.), por exemplo,
é uma fruta que conta com a presença do ácido
elágico, substância que, segundo as pesquisas
desenvolvidas no laboratório da UFG, pode ter
ação antitumoral – ela agiria como inibidora da
multiplicação desordenada de células.
Outro destaque é a mama-cadela (Brosimum
gaudichaudii Trec.), planta rica em furocumarinas,
substâncias que podem combater o vitiligo
(doença em que ocorre a perda de pigmentação
natural da pele). Na UFG, os resultados das
pesquisas com a cagaita e a mama-cadela já
estão na fase de registro de patentes. Mas ainda
é cedo para comemorar. Segundo o pesquisador,
em geral, são necessários entre 15 e 20 anos
até que uma determinada substância tenha sua
eficácia comprovada cientificamente, seja testada
e chegue ao mercado como medicamento.
E ainda há muito mais para se investigar.
Muitas substâncias existentes nas frutas e plantas desse bioma ainda são desconhecidas e precisam ser exploradas,
conta Edemilson. São exemplos o pequi, que
é rico em caroteno e ácidos graxos, e o baru,
conhecido como noz do Cerrado, que tem uma
amêndoa com alto teor de proteína. Seu óleo,
rico em taninos e antioxidantes, é tão nutritivo
que poderia vir a ser utilizado na indústria
cosmética. O que falta mesmo é incentivo por
parte dos órgãos governamentais. “A Amazônia é
importante, mas não é o único bioma que merece
atenção no país”, resume o pesquisador.
26 Revista Herbarium|Julho 2012
GUARANÁ | Remédio contra o Mal de Parkinson?
Conhece a Paullinia
cupana? Esse é o nome
científico do guaraná, espécie
bastante pesquisada por seus
efeitos no sistema nervoso
central e também por apresentar
propriedades antioxidantes.
Agora, um grupo de oito
cientistas, entre eles dois
brasileiros, da Universidade
Federal da Bahia, investigam se a
espécie tem potencial para ser
usada no tratamento de doenças
degenerativas, como o Mal de
Parkinson. Os primeiros resultados
da investigação são promissores:
em um estudo feito em laboratório,
os pesquisadores constataram que
um extrato de guaraná é capaz de
proteger os neurônios responsáveis
pela transmissão da dopamina.
A falta desse neurotransmissor
causa sintomas como as tremuras
características da doença.
43% estão comendo pouco feijão;
72% comem menos legumes e
verduras do que o recomendado;
88% ingerem menos cereais,
tubérculos e raízes do que deveriam;
95% não consomem frutas e sucos na
quantidade adequada;
100% têm uma dieta pobre em
leite e derivados.
DIETA | Cardápio menos saudável
Da amostra de 725 pessoas...
Fonte: Tese de doutorado do nutricionista Eliseu Verly Júnior defendida na Faculdade de Saúde Pública da USP.
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo
(USP) alerta: os paulistanos estão consumindo
menos frutas, sucos, cereias e leite do que o
recomendado pelo Ministério da Saúde. Entre
os adolescentes, a ingestão desses alimentos
é ainda menor: eles comem três vezes menos
frutas, legumes e verduras do que os idosos.
O dado é preocupante porque a adolescência é
a fase da vida em que os hábitos alimentares
estão se formando e é grande a possibilidade
de os jovens tornarem-se adultos propensos
a desenvolver doenças como diabetes e
hipertensão. Também há diferenças entre
homens e mulheres. Elas ingerem mais frutas,
sucos naturais, verduras e legumes do que eles.
ALCACHOFRA HERBARIUM - Cynara scolymus 300 mg - 45 cápsulas. Indicações: Alcachofra Herbarium é indicada para facilitar a digestão e aliviar o desconforto abdominal, gases e náuseas, resultantes da deficiência na produção e eliminação da bile. Contraindicações: Gravidez, lactação, crianças abaixo de 12 anos de idade, obstrução do ducto biliar e cálculos biliares. Reações adversas: O uso deste medicamento pode acarretar em efeito laxativo. Advertências: Pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes da fórmula não devem fazer uso do produto. O uso concomitante deste medicamento com diuréticos em pacientes com pressão alta ou com qualquer doença que atinja o coração, deve ser realizado sob estrita supervisão médica. Pode reduzir a eficácia de medicamentos que interferem na coagulação sanguínea, como ácido acetilsalicílico e anticoagulantes cumarínicos (ex. varfarina). Interações medicamentosas: Pode reduzir a eficácia de medicamentos que interferem na coagulação sanguínea, como ácido acetilsalicílico e anticoagulantes cumarínicos (ex. varfarina). Posologia: Ingerir 2 (duas) cápsulas, 3 (três) vezes ao dia, ou a critério médico. M.S.: 1.1860.0042. HERBARIUM LABORATÓRIO BOTÂNICO LTDA. Av. Santos Dumont, 1111 Colombo - PR. CNPJ 78.950.011/0001-20. Indústria Brasileira. Farmacêutica Resp.: Dra. Anny M. Trentini CRF-PR nº 4081. Julho/2012.
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28 Revista Herbarium|Julho 2012
CLUBE DA TPM: E OUTRAS COISAS DE MULHER
Antes só do que mal AcompanhadaAs mulheres estão viajando cada vez mais sozinhas
e o mercado de turismo, de olho nessa tendência,
se adapta para agradá-las
Liliana Negrello, de Curitiba
Houve um tempo em que era raro ver
uma mulher viajando sozinha. Além de
problemas como a insegurança, contava
o fato de que passear avulsa “não pegava
bem” e ponto. Mas esse tempo ficou
para trás, definitivamente. Hoje, elas
viajam desacompanhadas e, graças à
independência financeira conquistada, com
dinheiro no bolso. Atenta ao fato de que
as mulheres têm necessidades e gostos
singulares, além de nutrirem uma queda
pelas comprinhas, a indústria do turismo se
adapta em ritmo acelerado para recebê-las
com todos os mimos.
29 Revista Herbarium | Julho 2012
Prova disso é a disposição mostrada por
hotéis tradicionais em dedicar andares inteiros
exclusivamente a elas, com todo o necessário
para atender os caprichos femininos, desde
a decoração até acessórios especiais
como xampus, cremes, secador de cabelo,
espelhos de corpo inteiro e até tapete para
praticar ioga. Nos grandes hotéis, a tendência
surgiu principalmente para agradar o público
executivo – já que o número de mulheres em
postos de comando, e viajando a trabalho, não
para de aumentar.
Mas não é apenas nos hotéis de luxo que
elas ganham espaço. A Federação Brasileira
de Albergues da Juventude coletou dados
que mostram um sensível aumento no
número de mulheres fazendo turismo nos
estabelecimentos da rede. Em 2005, elas eram
responsáveis por 51% das estadias. Em 2010,
já contabilizavam 57% do total de hóspedes.
Isso não quer dizer que haja mais moças
solteiras por aí. Mesmo porque muitas dessas
viajantes são casadas ou têm namorados,
mas os companheiros não têm disponibilidade
para acompanhá-las, ou não querem. E há
ainda as que simplesmente evitam incluir
acompanhantes malas na bagagem.
A história da primeira vez que a jornalista
Maristela do Valle viajou sozinha ilustra bem
a situação. Ela havia combinado de fazer um
passeio ao Nordeste com alguns amigos, mas
o namorado não podia ir junto e não gostou
nada da ideia de ela ir “em turma”. Então,
Maristela perguntou se ele preferia que ela fosse
sozinha. Preferiu. E lá foi ela, em voo solo, para
o Recife. “Não ia deixar de fazer essa viagem
que estava super a fim”, conta Maristela.
Por lá, ela conheceu algumas argentinas e,
no final das contas, até viajou com as novas
colegas. E essa parte da história não chega a
surpreender. Fazer novos amigos é justamente
um dos atrativos de quem opta por viajar
sem companhia. “Você fica mais aberto para
conhecer pessoas”, confirma Maristela.
Depois dessa primeira experiência, a jornalista
fez muitas outras viagens e chegou a transformar
seu gosto por idas e vindas em trabalho, já
que se tornou repórter do caderno de turismo
de um dos principais jornais de São Paulo.
Profissionalmente e pessoalmente, juntou muitas
informações que resultaram, em parceria com
Flávia Julius, no livro Viaje Sozinha (Panda
Books, 304 págs.). Hoje, casada e com dois
filhos, Maristela também curte viajar em família.
A dica mais importante para quem quer se
soltar pelo mundo desacompanhada é coletar
o máximo de informações sobre o destino
escolhido. “É muito importante se informar
sobre os costumes”, ensina a jornalista.
Você tem que respeitar a cultura local porque, se não fizer isso, corre o risco de ser mal interpretada.
Se estiver num país em que é regra as mulheres
cobrirem os ombros, por exemplo, não vale
usar regata, já que há o perigo de a turista ser
confundida com uma, digamos, moça de vida
fácil. É essencial
prestar atenção
a esses códigos
principalmente
em países
nos quais as
mulheres se
comportam de
forma muito diferente,
como nos do Oriente Médio.
Outro ponto importante é tratar com a
devida reverência os templos e igrejas (mesmo
que não tenham nada a ver com sua opção
religiosa) e observar os costumes locais na
hora de cumprimentar alguém – nada
de sair dando beijinhos
no rosto e achar que
está abafando. Até
por estar só, é bom
também se manter
longe de roubadas.
30 Revista Herbarium|Julho 2012
TUDO COR-DE-ROSA
Hotéis, albergues e pousadas que apostam no poder do público feminino
• ATLANTE PLAZA – RECIFE
O hotel reservou o 14º
andar exclusivamente
para mulheres e promete
um atendimento
personalizado com
cuidados especiais.
Xampus, condicionadores
e hidratantes aparecem
em versão especial.
Equipamentos de beleza podem ser emprestados
e, para as mais preocupadas com os quilinhos
extras que uma viagem pode render, todos os
apartamentos da ala contam com uma balança
digital.
Endereço: Av. Boa Viagem, 5426,
55-81-3302-3333/4446 (www.atlanteplaza.com.br);
Diária: a partir de R$ 500.
• THE PREMIER HOTEL – NOVA YORK
O hotel de luxo conta com sete quartos reservados
exclusivamente para mulheres. As reservas para o
andar em questão vêm com vários benefícios: sais
de banho, revistas femininas, chapinha, tapete
para prática de ioga, entre outras surpresas.
Endereço: 133 West 44th Street,
1-212-789-7670 (www.millenniumhotels.com);
Diária: a partir de U$ 300 (dólares).
*Os preços podem mudar a qualquer momento. Cheque sempre com o próprio hotel as melhores possibilidades.
• HOSTEL ST CHRISTOPHER’S OASIS – LONDRES
Aqui é possível economizar – ao dividir um quarto – tendo a certeza de ter apenas companheiras femininas. O albergue oferece quartos duplos, de quatro ou oito pessoas, todos decorados com almofadas macias, edredons quentinhos e colchões novos em folha. Os corredores são perfumados, as paredes trazem suaves tons de rosa e os
quartos contam com espelhos de corpo inteiro.
Endereço: 59 Borough High Street,
4-40-2074-076266 (www.st-christophers.co.uk);
Diária: a partir de £ 20 (libras).
• PAPAYA FEMALE HOSTEL – ROMA
Também dispõe de quartos conjuntos exclusivos para mulheres e decoração voltada para os gostos femininos. A limpeza e a segurança são os pontos de
destaque. Fica perto de várias atrações da cidade.
Endereço: Via Castelfidardo, 31;
Diária: a partir de € 25 (euros).
31 Revista Herbarium | Julho 2012
Evite usar jóias, relógios e outros acessórios que chamam atenção.
Mulheres sozinhas são alvo prioritário de gente mal intencionada;
Evite lugares ermos, muito vazios ou mal frequentados. Deixe a praia
deserta para uma outra oportunidade;
Não faça “cara de turista”. Nada de ficar parada no meio da rua, com
um mapa enorme em frente ao rosto, tentando achar algum lugar nos
arredores. Seja discreta;
Aprenda a levar pouca coisa, porque é você quem vai carregar. Opte
por roupas neutras, cujas peças combinem todas entre si, e prefira os
tecidos que não amassam. A nécessaire também não pode pesar uma
tonelada. Fique apenas com o essencial;
Se for para o exterior, aprenda pelo menos o básico da língua do país
que pretende visitar (como cumprimentar, como dizer “por favor” e
“obrigada”, como dizer que não fala a língua local, como pedir ajuda) e
esteja com um mínimo do inglês em dia;
Infelizmente, as mulheres brasileiras são vistas como “liberais” em
muitos países. Então, tenha cuidado extra no contato com homens que
você não conhece;
Em países muçulmanos, vista-se o mais discretamente possível e
tenha sempre um lenço na bolsa. Em alguns lugares, especialmente em
templos, é imperativo cobrir a cabeça;
No Brasil ou no exterior (mesmo em países mais seguros, como os
da Europa), prefira viajar de dia, e se organize para chegar antes do
anoitecer no destino desejado;
Cuidado com o local onde vai se hospedar. Além de observar a qualidade
da acomodação, considere também os arredores;
Informe-se ao máximo sobre os costumes locais e respeite a
cultura vigente. Mesmo no Brasil há diferenças de região para região;
Tenha sempre um livro na bolsa, ele pode ser uma boa companhia
em diversas situações;
Se não estiver viajando para uma grande metrópole, fique atenta
ao horário de funcionamento dos estabelecimentos. Na Europa, por
exemplo, o comércio (todo o comércio!) de algumas cidades do interior
fecha às cinco da tarde.
VÁ SOZINHA
Conheça algumas dicas para colocar o pé na estrada sem depender de companhia
Fontes: Maristela do Valle e Guia do Turista Brasileiro (www.manualdoturista.com.br)
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32 Revista Herbarium|Julho 2012
Melodia do
AmorUm estudo realizado em duas universidades francesas comprova que uma canção bem açucarada é, de fato, capaz de incentivar as mulheres a aceitar uma paquera
Márcia Luz, de Curitiba
Difícil imaginar o amor
sem música. Todos os
grandes romances
sempre vieram
acompanhados de
uma trilha sonora
marcante. Afinal, o que
seria de Ingrid Bergman e
Humphrey Bogart sem As time
goes by? Imagine se os olhares
apaixonados do mocinho e da
mocinha da novela fossem
trocados em silêncio? E os
beijos, então – nem valeria
a pena assistir! Não há
casal que não tenha a “sua”
canção. Sem ela não haveria
clima, não seria possível
arrumar coragem para
aquela declaração
33 Revista Herbarium | Julho 2012
de amor, ou para o pedido de namoro, de
casamento, ou até de perdão!
É público e notório que uma boa balada pode
derreter o coração da maioria das mulheres,
mas parece que agora o fato tem comprovação
científica. Então, meninos, atenção: uma
pesquisa realizada por psicólogos franceses
das universidades da Bretanha e de Paris,
publicada no periódico Psychology of Music,
concluiu que ouvir canções românticas pode
deixar as mulheres mais favoráveis a iniciar um
relacionamento. Batizado de Love is in the air, o
estudo reuniu 87 mulheres solteiras com idades
entre 18 e 20 anos.
Cada uma delas, acreditando estar
participando de uma pesquisa de marketing
sobre alimentos orgânicos, foi deixada sozinha
em uma sala de espera, sob o pretexto de que
o outro participante do teste ainda não havia
chegado. Em algumas salas, a música de fundo
era muito romântica e, em outras, era uma
canção popular qualquer. Depois de alguns
minutos, um entrevistador entrava na sala e
levava a “cobaia”para outro ambiente, reservado
para a degustação de biscoitos orgânicos. Lá,
um outro voluntário (do sexo oposto) aguardava.
Tudo armação para unir os pombinhos. No final
do teste, o pesquisador saía da sala e pedia
para que os participantes o esperassem por
alguns minutos. Nesse momento, os rapazes,
já devidamente instruídos, diziam às moças
que elas eram muito atraentes e pediam seus
números de telefone.
O resultado: 52% das mulheres que haviam
ouvido a balada romântica passaram seus
contatos, enquanto apenas 28% entre as que
ouviram a outra música deram o número. As
razões pelas quais a música tem esse efeito
sedutor ainda não estão claras para os cientistas,
mas, por via das dúvidas, uma balada suave é
uma ótima pedida para embalar a paquera.
Segundo a psicóloga Aline Zanetti Wenceslau,
da Clínica Psiqué, a música é um recurso
importante do qual as pessoas podem lançar
mão para comunicar suas alegrias, dores,
sentimentos. Aline acredita que a música, assim
como outros estímulos, como cheiros e sabores,
pode suscitar sentimentos e sensações que
resgatam memórias e trazem significados muito
particulares para cada um.
Assim, de um modo geral e principalmente cultural, uma música romântica está endereçada a um ato de aproximação entre pessoas,
afirma. Em relação à pesquisa citada, a psicóloga
opina que é muito subjetivo mensurar o interesse
das moças apenas com base na música tocada,
mas ressalta que vale levar em conta o evidente
poder de sensibilização das canções.
Já o psicoterapeuta Paulo C. de Souza acha
que, apesar de o estudo possuir algumas
imprecisões (sob a ótica da metodologia
científica), é notório que um campo promissor da
psicologia trata da música na terapia. “Portanto,
não se pode negar a influência da música no
comportamento humano. Um estímulo auditivo,
assim como qualquer outro estímulo dos órgãos
dos sentidos, altera nosso comportamento.
Talvez o mais difícil seja precisar essa alteração”,
afirma. “Resumindo, qualquer estímulo vai
provocar alguma reação na ‘alma’, ou seja,
uma música pode provocar sensações alegres
em uma pessoa e essa mesma música pode
provocar tristeza a outra.”
A música pode marcar não apenas os
momentos românticos da vida. Há melodias que
simplesmente “grudam” na cabeça e surgem
automaticamente em determinados momentos,
como a trilha sonora de filmes de ação – Missão
Impossível, James Bond, a marcha nupcial, o
Danúbio Azul, a trilha da Pantera Cor-de-Rosa.
“A música participa de nosso crescimento e
desenvolvimento, concretiza valores, e pode
proporcionar sentimentos favoráveis
ou antagônicos”, comenta Aline. Para
todos os efeitos, como diziam os Beatles:
All you need is Love!
34 Revista Herbarium|Julho 2012
O estudo, publicado
no Journal
of Family
Psychology,
sugere
que
mães que
abrem mão
de trabalhar fora
ficam mais isoladas
socialmente, o que
aumenta suas chances
de desenvolver depressão.
Essas mães também sofrem uma
carga maior de estresse, por terem de
ficar com as crianças o dia todo. Porém,
o estresse diminui bastante quando os
filhos começam a ir para a escola, o que
explica por que o estudo concluiu que as
mães que trabalham são mais saudáveis
que as outras apenas enquanto as crianças
são bem pequenas. Do ponto de vista da
saúde, não houve diferença significativa
entre as mães que trabalham meio período
e as que trabalham o dia todo. Porém, as
trabalhadoras de meio período passam
por menos situações de conflito entre a
família e o trabalho. Os resultados foram
baseados em entrevistas com 1.364 mães
em nove Estados americanos durante 12
anos – dessa forma, os pesquisadores
puderam checar as mudanças no quadro
de saúde das mães durante o crescimento
dos filhos.
PAQUERA | A bela e a fera
Quem já não viu um casal exatamente assim na rua e ficou se perguntando qual seria o segredo do rapaz? Pois bem, pesquisadores do Williams College parecem ter achado uma explicação, e publicaram a descoberta na revista Psychological Science. O ponto de partida foi um experimento, realizado nos Estados Unidos, envolvendo 96 homens e 103 mulheres. Antes de encontrarem os “parceiros-relâmpago”, todos os participantes tinham de se autoavaliar em uma escala de beleza e interesse. Depois, eram encaminhados para uma conversa de três minutos com um parceiro. Após os “encontros”, todos tinham de fazer uma nova avaliação, agora em relação aos parceiros, com critérios que incluíam até mesmo a possibilidade de topar um relacionamento sexual. A conclusão mais interessante do estudo é que a principal razão pela qual os feios acabam ficando com as bonitonas é porque eles não apresentam autocrítica (em geral, acreditam ser mais bonitos do que são) e demonstram uma fé cega em seu sex appeal. Os cientistas afirmam que isso pode ser um traço evolutivo – os homens feios estariam naturalmente inclinados a superestimar sua aparência para garantir o acasalamento, enquanto os realmente bonitos não precisariam desse expediente. O experimento mostrou ainda que, por superestimar sua aparência, os feios tendem a subestimar a de suas parceiras, vendo um claro
interesse por parte delas onde não há mais do que um simples sorriso. Autoconfiança é tudo!
FILHOS | Trabalhe sem culpa
Estudo americano tenta desvendar por que homens considerados feios conseguem conquistar as mulheres mais bonitas
Uma nova pesquisa sugere que mães que têm um emprego são mais saudáveis do que as que ficam em casa, pelo menos enquanto as crianças são bem pequenas
Estudos e pesquisas já foram realizados sobre excesso de peso e
suas consequências, fundamentando o desenvolvimento de produtos
voltados para as necessidades dos consumidores preocupados com o
bem-estar, a beleza e, principalmente, com a saúde.
Bioslim, referência em programas de emagrecimento no Brasil, destaca-
se pela variedade, qualidade e inovação dos seus produtos, seguindo os
desejos dos consumidores e as tendências em nutrição.
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36 Revista Herbarium|Julho 2012
SER SUSTENTÁVEL: PELO BEM-ESTAR DO PLANETA
do piso ao teto
Aline Gonçalves, de Curitiba
Escritório da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná reúne conhecimento, inovação e
ideias para um futuro mais sustentável
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37 Revista Herbarium | Julho 2012
A casa que você vê na foto ao lado não
é uma construção qualquer. Suas paredes
estão recheadas de mantas de garrafas PET
e pneus reciclados que, junto com os vidros
duplos, garantem isolamento térmico e
acústico. As esquadrias das janelas são de
madeira de reflorestamento e a iluminação
natural é aproveitada ao máximo por meio
de claraboias. Paineis fotovoltaicos captam
a luz do sol para suprir 70% do consumo
energético da casa. A energia solar também
aquece a água do chuveiro e das torneiras.
Já a água da limpeza e do vaso sanitário
vem da chuva, que é armazenada depois
de passar por um sistema de coleta. A
essa altura você já percebeu que estamos
falando de uma casa ecológica. Mas esse
lugar específico não é uma residência, é
a sede do Escritório Verde, um projeto da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), localizado em Curitiba e cuja
missão é promover um estilo de moradia
sustentável.
Feita de madeira e com 150 metros
quadrados, a casa foi construída com
materiais que, comprovadamente, causam
menor impacto ambiental. Funciona como
um escritório de fato: ali trabalham cinco
professores, cinco estudantes de mestrado
e dois de doutorado que desenvolvem
pesquisas relacionadas à sustentabilidade.
O escritório também abriga uma empresa
júnior, a Ecoconsultoria, formada por 15
alunos de diferentes cursos de graduação.
Ao mesmo tempo que aprendem sobre
técnicas e recursos construtivos ecológicos,
eles ajudam a prestar serviços de
consultoria e desenvolvem projetos que vão
de inventário de emissão de gás carbônico
a gestão de resíduos. “Nosso objetivo é
reduzir o impacto ambiental das atividades
educacionais em toda a universidade
e ainda difundir o sistema para outras
instituições e empresas”, diz o idealizador
do Escritório Verde, Eloy Fassi Casagrande
Júnior, 52 anos, que é graduado em
desenho industrial e pós-graduado em
Engenharia de Recursos Minerais e
Energéticos na Universidade de Nottingham
(Inglaterra).
Ao voltar da temporada de estudos no
exterior, Casagrande já sabia que queria
promover conceitos de sustentabilidade
nas universidades brasileiras e, em 2009,
começou a colocar em prática a ideia do
Escritório Verde. A própria construção
da sede foi um desafio, uma vez que os
fornecedores estavam espalhados em vários
cantos.
Descobrimos que as empresas que fornecem materiais ecológicos atuam de forma isolada, então comecei a reuni-las e mostrar que, se tivessem um projeto conjunto, elas poderiam oferecer soluções e não somente produtos. Até agora conseguimos 83 parceiros para o projeto,
comemora Eloy, que também é professor
da UTFPR. Toda a sede do Escritório Verde
foi construída com materiais cedidos por
esses parceiros e, em contrapartida, a
UTFPR divulga os produtos e ainda recebe
pessoas interessadas em construir obras
sustentáveis.
A dificuldade para encontrar
materiais de construção de
baixo impacto ambiental não
chegou a ser uma surpresa
para o professor, que já havia
passado por isso quando
construiu sua casa em Curitiba,
há 12 anos. O desejo, claro, era
ter uma residência sustentável.
“Naquela época, era ainda
mais difícil o acesso a sistemas
construtivos não convencionais.
38 Revista Herbarium|Julho 2012
Passamos por cinco arquitetos até
encontrar um que entendesse o que
queríamos”, lembra. “A solução para
minimizar o impacto foi usar materiais de
demolição – 80% da nossa
casa foi feita com
esses materiais”,
explica
Casagrande.
Agora, ele –
que usa carro
ou ônibus para
ir ao trabalho
– quer ser um
dos primeiros
a circular pela
cidade com um carro
elétrico. É que o Escritório
Verde desenvolve dois projetos de
transporte ecológico: a bicicleta movida
a hidrogênio e o Pompeo, considerado o
primeiro automóvel elétrico legitimamente
brasileiro. Com baixo custo e tecnologia
simples, o carro promete ser acessível a
todos. Além de ter autonomia de até 200
km, necessita de apenas 1KW/h para rodar
10 km a um custo de R$0,40, totalizando
R$0,04/km. Mas, antes, o Escritório Verde e
a Ecoconsultoria ainda devem lançar o selo
verde Tecnologias Sustentáveis, que ajudará
os consumidores a discernir produtos que
realmente causam menor impacto ambiental
daqueles que usam o apelo “verde”
somente como
ferramenta de
marketing.
A própria
operação do
Escritório Verde
será submetida
a certificação:
no caso, o selo
pretendido é o do
Sistema AQUA – Alta
Qualidade Ambiental,
da Fundação Vanzolini
(USP). A fundação é
reconhecida como referência
em processos de certificação, foi
pioneira na implantação do ISO no Brasil e
agora dará atenção também às questões
socioambientais. Se aprovada, essa linda
casa verde será a primeira edificação
certificada nesse sistema no Paraná. E
poderá servir de exemplo para muitas
moradias num futuro que – vamos torcer –
estará muito próximo.
• A sede do Escritório Verde é um laboratório aberto ao público. As visitas têm
acompanhamento técnico e precisam ser agendadas. O telefone é (41) 3310-4784 e os
e-mails: [email protected] e [email protected].
• A UTFPR oferece um curso de especialização em Construções Sustentáveis, que deve ter
uma nova turma no meio de 2012, suprindo a carência de profissionais nessa área.
• Para quem quer saber mais sobre sustentabilidade, Eloy Casagrande indica o documentário
Suzuki Speaks, da Fundação David Suzuki, que trabalha em projetos para a conservação
ambiental. Pode ser comprado no site http://www.avantipics.com/store/suzuki_speaks/.
ANOTE AÍ
39 Revista Herbarium | Julho 2012
A casa onde funciona o Escritório Verde foi
erguida utilizando um sistema construtivo
chamado wood frame. Trata-se de uma
tecnologia alemã em que a estrutura e as
paredes são feitas de madeira de reflorestamento
certificada. Cada parede é composta por
quadro camadas de madeira. Há uma camada
externa de pinus, uma camada interna de OSB
(Oriented Strand Board, uma lâmina feita com
lascas de madeira tratada), um vão em que são
instalados os sistemas de isolamento térmico
(a mantas de PET) e acústico (pneu reciclado) e
mais uma camada de madeira OSB e de pinus.
“Escolhemos a madeira por ser um recurso
renovável, diferente da maioria dos materiais
usados tradicionalmente na construção civil”,
justifica Casagrande. “Na nossa sede, desde os
sistemas elétrico e hidráulico até o acabamento
privilegiaram o uso de energias renováveis e o
reaproveitamento dos insumos”, completa.
Para Casagrande, os sistemas construtivos que
usam o wood frame e o tijolo ecológico (solo
cimento) são as alternativas mais viáveis à
alvenaria e aos blocos de cimento. Eles têm
como vantagens o menor impacto ambiental, a
menor quantidade de resíduos e a operação de
montagem ser muito mais rápida. No entanto,
o grande problema para a ampliação do uso
dos novos materiais é que, no mercado, eles
precisam competir com os convencionais tanto
na produção quanto na distribuição e no preço.
“Por mais que a pessoa tenha consciência,
quando chega na hora de pôr a mão no bolso, se
tem um material tradicional que custa 100 reais
e outro ecológico que custa 120 reais, compra
o de 100. O brasileiro é muito imediatista e a
visão ambiental é em médio e longo prazos. Por
isso, precisamos reeducar o consumidor”, analisa
o professor.
O ESQUELETO DE UMA OBRA VERDE
Eloy Fassi Casagrande - Professor da UTFPR Fotos: Fabio Riesemberg
40 Revista Herbarium|Julho 2012
FuturoO transporte do
Carolina Baliviera, de São Paulo
Rápidas e sustentáveis, as
bicicletas conquistam cada vez
mais espaço no concorrido
trânsito das cidades brasileiras
A história do analista de sistemas
Willian Cruz com a bicicleta é antiga –
desde criança pedalar sempre fez parte
de seus momentos de lazer. Mas foi só
quando seu carro quebrou, em 2003,
que ele começou a ver a bike como meio
de transporte. “Percebi que fazia o meu
trajeto em muito menos tempo e sem
o estresse de ficar parado no trânsito”,
conta. De lá pra cá, William tomou gosto
pelo cicloativismo e criou o Vá de Bike
(http://vadebike.org), site em que dá
dicas para quem está começando a
pedalar pelas ruas da cidade.
41 Revista Herbarium | Julho 2012
Aline Cavalcante teve uma experiência
parecida. Há quatro anos, quando saiu de
Aracaju para morar em São Paulo, resolveu
deixar o carro para trás, e não se arrepende.
A bicicleta me fez conhecer a cidade de verdade. Andar na rua faz a gente entender melhor a dinâmica dos lugares e conhecer suas qualidades e também seus problemas,
diz a jornalista, que percorre, em média,
12 quilômetros diariamente.
Willian e Aline fazem parte de um movimento
que vem crescendo nas grandes cidades
brasileiras nos últimos anos. De acordo com
uma pesquisa realizada pelo Metrô de São
Paulo, o número de deslocamentos diários
por bicicleta na região metropolitana saltou de
162 mil, em 1997, para mais de 305 mil em
2007 – um aumento de 87%. Outro estudo,
da Associação Nacional de Transportes
Públicos, também aponta um crescimento em
todo o país – de 2003 a 2010, o número de
deslocamentos em bicicleta teve uma variação
de 58%, atingindo o número de 1,9 bilhão de
viagens por ano.
E se engana quem pensa que os benefícios
ao meio ambiente e à saúde são os únicos
motivos para sair de casa pedalando. Além
do baixo custo, um trajeto feito em bicicleta
também pode reverter em economia de
tempo. Estudos da Comissão Europeia
revelam que, para distâncias de até oito
quilômetros, a bicicleta é mais rápida
que outros meios de transportes. Em um
congestionamento, enquanto um carro se
desloca numa média de 5 a 10 km/h, a
bicicleta atinge uma velocidade média de
15 km/h.
Outro índice, desenvolvido por uma
consultoria especializada em planejamento
ciclístico, ranqueou as vinte metrópoles
mundiais mais amigáveis para se andar
de bicicleta (veja box). Foram levados
em conta critérios como infraestrutura,
facilidades (bicicletários e rampas), ativismo
e planejamento urbano. Nas primeiras
posições, aparecem Amsterdã, Copenhague
e Barcelona, cidades reconhecidas pela ótima
infraestrutura para o ciclismo. O Rio de Janeiro
é o único representante brasileiro na lista e
ocupa o 18º lugar – à frente de Viena e
Nova York.
No último ano, a capital carioca investiu no
aumento da malha cicloviária – atualmente,
com 250 quilômetros – e no projeto Bike
Rio, um sistema de bicicletas de aluguel
semelhante aos modelos já consolidados
em Paris, Montreal e Barcelona. “Mas o Rio
ainda tem muito o que melhorar nesse setor”,
avalia Fernando Mac Dowell, engenheiro de
transportes da UFRJ. Segundo Mac Dowell,
a orla e o relevo plano da cidade estimulam
o uso de bicicleta, mas as rotas ainda estão
concentradas em apenas alguns pontos da
zona sul carioca.
A falta de infraestrutura dedicada às
bicicletas também é um problema em outras
grandes cidades brasileiras. Recife, Belo
Horizonte, São Paulo e Curitiba contam
Veja dicas para pedalar com segurança em:
www.revistaherbarium.com.br/va-de-bike
LÁ NO SITE
42 Revista Herbarium|Julho 2012
com apenas 20, 34, 47 e 120 quilômetros
cobertos por ciclofaixas e ciclovias,
respectivamente. Os números ainda são
inexpressivos se comparados com a
estrutura de cidades como Amsterdã (400
km), Berlim (650 km), Copenhague (350 km)
e até mesmo Bogotá, que tem uma rede de
340 quilômetros, a maior da América Latina.
Mac Dowell, no entanto, ressalta que não
adianta querer aumentar a malha cicloviária
a qualquer custo. “Oferecer condições para
o tráfego de bicicletas não se resume a
pintar faixas na beirada das ruas. Há normas
técnicas de segurança para construção
de ciclovias – elas devem ter um entorno
seguro e estar interligadas a outras vias e
também outros meios de transportes”, alerta
o engenheiro.
O desrespeito pelos ciclistas também é
uma barreira para o aumento do número de
adeptos desse tipo de transporte. “Cada
vez mais, o trânsito é um lugar de disputa.
E, nessa luta pelo compartilhamento da
rua, quem usa bicicleta acaba saindo
prejudicado”, afirma Thiago Benicchio,
diretor da associação Ciclocidade. Segundo
ele, mesmo sem a construção de ciclovias,
seria possível adotar medidas pró-bike,
como a redução de velocidade em áreas
residenciais, o aumento de placas de
sinalização e campanhas de conscientização
da população.
A bicicleta precisa ser encarada como qualquer outro veículo. Uma cidade ideal é aquela que dá opções para escolher o transporte mais adequado a cada um,
conclui Benicchio.
1º lugar: Amsterdã - Holanda
2º lugar: Copenhague - Dinamarca
3º lugar: Barcelona - Espanha
4º lugar: Tóquio - Japão
5º lugar: Berlim - Alemanha
6º lugar: Munique - Alemanha
7º lugar: Paris - França
8º lugar: Montreal - Canadá
9º lugar: Dublin - Irlanda
10º lugar: Budapeste - Hungria
18º lugar: Rio de Janeiro - Brasil
AS CIDADES MAIS BIKE-FRIENDLY DO MUNDO
Fonte: The Copenhagenize Index 2011
43 Revista Herbarium | Julho 2012
Detergente, tira-mofo, desinfetante, amaciante, desodorizador de
ambientes, limpa-vidros. Hoje é possível produzir qualquer desses
itens em casa (veja abaixo), evitando as substâncias derivadas do
petróleo, tão agressivas para a natureza e para a saúde. E tudo com
ingredientes simples e receitas básicas.
Mas se você é do tipo que não tem tempo ou disposição para
transformar sua casa numa fábrica de itens de limpeza, não precisa
se preocupar. O mercado brasileiro já oferece opções interessantes de
produtos mais naturais. Exemplo disso é a linha Biowash, da empresa
Cassiopéia, certificada pelo BID (Instituto Biodinâmico) por fabricar
todos os itens com óleos vegetais que se biodegradam rapidamente.
Também dá para contar com os produtos da Mr. Green, que prometem
ser 100% naturais e biodegradáveis.
FAXINA | Limpeza sustentável
Faça você mesmo
AMACIANTE DE ROUPAS
• 5 litros de água;
• 4 colheres de glicerina;
• 1 sabonete ralado;
• 2 colheres de sopa de leite
de rosas.
Ferver 1 litro de água com o
sabonete ralado até dissolver.
Acrescentar mais 4 litros de
água fria, as 4 colheres de
glicerina e as 2 colheres de
leite de rosas. Mexer bem até
misturar e depois engarrafar.
SABÃO LÍQUIDO PARA LOUÇA
• 2 litros de água;
• 1 sabão caseiro ralado;
• 1 colher de óleo de rícino;
• 1 colher de açúcar.
Ferver todos os ingredientes
até dissolver e engarrafar.
DESINFETANTE PARA BANHEIRO
• 1 litro de álcool (de preferência
70 graus);
• 4 litros de água;
• 1 sabão caseiro;
• Folhas de eucalipto.
Deixar as folhas de eucalipto de
molho no álcool por 2 dias. Ferver
1 litro de água com o sabão ralado
até dissolver. Juntar a água e a
essência de eucalipto. Engarrafar.
Fonte: Ipema Brasil (www.ipemabrasil.org.br)
Para comprar pronto:
Linha Biowash:
www.veraloe.com.br
Mr. Green:
www.mistergreen.com.br
44 Revista Herbarium|Julho 2012
LAZER: ÓCIO CRIATIVO
ArtesJardim das
Raquel Marçal, de Brumadinho
Mistura de parque e museu de arte
contemporânea, o Instituto Inhotim
fica pertinho de Belo Horizonte e é
um passeio único
Fo
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edro
Mo
tta
Instalação da artista japonesa Yayoi Kusama
45 Revista Herbarium | Julho 2012
Hélio Oiticica, Magic Square # 5 - De luxe, 1978. Foto: Carol Reis
“Por onde a gente começa?” A pergunta da
visitante atrás de mim era a minha dúvida também.
Naquela manhã quente em que cheguei ao
Instituto Inhotim via, a minha direita, uma trilha
que circulava o lago e chegava, do outro lado, a
uma obra monumental do artista Hélio Oiticica.
À minha frente, desenrolava-se uma alameda de
eucaliptos que oferecia seu perfume refrescante ao
ambiente. O mapa dizia que se eu seguisse pela
esquerda passaria por outro lago (são cinco no
total), antes de dar com a galeria de Cildo Meireles
e, mais adiante, com a de Adriana Varejão. Mesmo
sem escala definida, o tal mapa dava uma ideia da
imensidão de 100 hectares (1.000.000 de metros
quadrados, se preferir) que abriga centenas de
obras de arte contemporâneas – reunidas em
galerias ou a céu aberto, e espalhadas pelo jardim
botânico com mais de 4.200 espécies de plantas.
Tudo isso na pequena Brumadinho, que fica a 60
quilômetros de Belo Horizonte.
Por causa de Inhotim, a cidadezinha de 34 mil habitantes saiu da obscuridade para se tornar o destino turístico dos mais descolados do país.
E, pelo visto, do mundo, a julgar pela quantidade
de gringos a passear por ali.
Eu já sabia que um dia só não seria suficiente
para ver mais de 500 obras de 97 artistas (de 30
nacionalidades). Não seria possível nem mesmo
se, para circular, usasse um dos carrinhos elétricos
(R$ 10 por pessoa; gratuito para portadores de
necessidades especiais e um acompanhante e
para crianças até 5 anos). Sendo assim, melhor
caminhar sem pressa pelos jardins, contemplando
também o acervo botânico, com sua respeitável
coleção de 1.400 espécies de palmeiras, além de
centenas de imbés, antúrios, orquídeas, copos-de-
leite… Sem contar os passarinhos, uma diversão
mesmo para quem não sabe identificar os cantos.
Por fim, sigo o apelo do nome de Hélio Oiticida
(1937-1980) para ver de perto A Invenção da
Cor Penetrável Magic Square # 5, De Luxe, obra
tridimensional em que paredes de tons vibrantes
lembram uma casa sem porta, sem teto. Não é
trabalho para ser visto de fora e de longe, mas para
penetrar e interagir.
Mais adiante, está a inusitada instalação da artista
pop japonesa Yayoi Kusama. Sobre um espelho
d´água, 500 bolas de aço inoxidável se movem ao
sabor da brisa, refletindo-se na superfície líquida.
Batizada de Narcissus Garden Inhotim (O Jardim de
Narciso Inhotim, 2009) é uma versão da escultura
feita para a Bienal de Veneza de 1966. Na época,
a artista espalhou 1.500 bolas sobre um gramado
e pôs cada uma à venda por U$$ 2. Por conta das
críticas, que interpretaram sua atividade como uma
mercantilização da arte, foi expulsa da bienal para
só voltar em 1993. Permanece ativa e polêmica aos
83 anos.
Apesar de Yayoi ser mundialmente conhecida,
nunca tinha ouvido falar dela. E percebi que se
me guiasse naquele imenso museu ao ar livre
apenas pelos nomes familiares acabaria por perder
46 Revista Herbarium|Julho 2012
muita coisa. Então, olho o mapa outra vez e me
pergunto: o que serão essas duas galerias lá
longe? Na legenda dizia: Doug Aitken e Matthew
Barney, ambos californianos, viria a saber depois.
No caminho, vejo trabalhos do badalado Tunga e
adentro outra obra – desta vez, o iglu de fibra de
vidro do dinamarquês Olafur Eliasson que, com
jogo de luz, cria uma ilusão de ótica com um jato
d’água. Faço uma inevitável parada na galeria de
Miguel Rio Branco, fotógrafo espanhol radicado no
Brasil. Em um dos andares estão 34 imagens de
alguns de seus trabalhos mais conhecidos: as fotos
tiradas em 1979 no bairro do Maciel-Pelourinho,
em Salvador. Projetadas nas paredes e em lençois
erguidos como telas, as imagens retratam a
prostituição e as histórias de violência do lugar.
Forte e triste, mas estranhamente belo. A entrada é
liberada apenas para maiores de 12 anos.
Dali, uma subida de 550 metros leva aos dois
americanos que me fizeram atravessar Inhotim.
Deu vontade de pegar o carrinho, mas agora
é tarde. Chegando ao ponto mais isolado do
lugar, encontro o Sonic Pavilion, de Doug Aitken.
Feito de vidro e aço, o pavilhão não é lá muito
confortável num dia de calor, mas o barulho de
um ar condicionado arruinaria a experiência. Lá
dentro, um poço de 202 metros de profundidade
está equipado com microfones e amplificadores
que reverberam o som da terra. Viagem? Talvez,
mas uma surpresa para alguém que, como eu,
sempre pensou que as coisas lá embaixo fossem
bem mais silenciosas. Ali ao lado, a galeria de
Matthew Barney fica em um domo, também de aço
e vidro. Lá dentro, um enorme trator arranca pela
raiz uma árvore pintada de branco. A instalação de
apelo ecológico é também uma alegoria baseada
no candomblé (Matthew já andou pelo carnaval da
Bahia). O trator é Ogum, orixá do ferro, da guerra e
da tecnologia, que entra em conflito com Ossanha,
orixá das florestas e das forças da natureza.
Pausa para o almoço. Em Inhotim há dois
restaurantes, um bar, uma omeleteria, uma pizzaria,
um café e três lanchonetes. Mas só ficam abertos
todos ao mesmo tempo nos finais de semana. As
opções vão de lanches rápidos a sistema de bufê
e à la carte.
Depois do almoço, a vontade era ficar jogada em um dos bancos, cadeiras ou espreguiçadeiras feitos de troncos de árvores que se espalham por Inhotim.
Mas ainda não tinha visto Cildo Meireles,
Adriana Varejão e os fusquinhas coloridos do
fluminense Jarbas Lopes que me chamaram
a atenção na foto do mapa. A galeria de Cildo
está mais perto. Das três instalações expostas, a
que mais surpreende é Desvio Para o Vermelho,
concebida em 1967 e terminada em 1984. São
três ambientes articulados: no primeiro, móveis,
eletrodomésticos, objetos e obras de arte, todos
em tons de vermelho, decoram uma sala. Uma
enorme mancha vermelho-sangue leva ao segundo
cômodo, totalmente escuro. Ao acostumar-se à
escuridão, percebe-se a pia de banheiro branca, no
Galeria Adriana Varejão. Foto: Eduardo Eckenfels
47 Revista Herbarium | Julho 2012
terceiro ambiente, manchada de “sangue”. Um
final dramático.
Ali pertinho está a galeria de Adriana Varejão,
casada com o empresário Bernardo Paz,
idealizador de Inhotim. Presenteada com
um dos pavilhões mais bonitos, com direito
a espelho d´água em frente, Adriana é uma
daquelas artistas que fazem os fãs entrarem
na fila de espera para adquirir suas obras,
cujo suporte mais recorrente é o azulejo.
Logo na entrada estão Panacea Phantastica
(2003-2007), um conjunto de azulejos que
retrata 50 tipos de plantas alucinógenas de
diversas partes do mundo, e Passarinhos – de
Inhotim a Demini (2003-2008), outra pintura
sobre azulejo. Estão lá também Linda do
Rosário (2004), uma escultura inspirada no
desabamento de um hotel homônimo no Rio
de Janeiro, em 2002, cujas paredes azulejadas
caíram sobre um casal, e O Colecionador
(2008), pintura da série Saunas.
No caminho para a minha última parada,
os tais fusquinhas coloridos, passo por um
canteiro de obras (de engenharia). Trata-se da
“Grande Galeria” que está sendo construída para
abrigar mostras temporárias. Sim, o número
de exposições não para de crescer desde que
Inhotim foi aberto ao público, em 2006. Fala-se
também na construção de pousadas ali dentro
– hoje as opções de hospedagem ficam nos
arredores. Passando pelo futuro novo espaço,
chego ao gramado onde estão os três fuscas
reconfigurados por Jarbas Lopes. O trabalho
chama-se Troca-Troca (2002) e foi batizado
assim porque o artista embaralhou partes dos
carros (que eram originalmente vermelho, azul e
amarelo) de modo que cada um ficasse com as
portas, o capô e o teto de uma cor.
Fui embora sem ver as instalações interativas
Cosmococas, também de Hélio Oiticica em
parceria com o cineasta Neville D’Almeida;
Beam Drop, as 71 vigas que Chris Burden
mandou jogar, por um guindaste, de uma
altura de 45 metros, para ver no que dava;
Nave Deusa, escultura nada convencional de
Ernersto Neto, e dezenas de outras. Fica para
a próxima.
SERVIÇO
Horário: Terças a sextas, das 9h30 às 16h30; sábados,
domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.
Como chegar: De carro: a partir de Belo Horizonte,
o acesso pode ser pelo km 500 da
BR-381, sentido BH-SP (aproximadamente
1h15 de viagem), ou pela BR-040, sentido BH-
Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé
(aproximadamente 1h30 de viagem). Há mapas
para impressão no site do Instituto Inhotim (www.
inhotim.org.br).
De ônibus: da rodoviária de Belo Horizonte,
parte um ônibus da empresa Saritur
(31-3419-1800, www.saritur.com.br).
A saída é às 9h, com retorno às 16h30.
Ingresso: R$ 20,00 (grátis às terças-feiras, exceto feriados)
Hospedagem: Consulte sugestões no site www.inhotim.org.br
Chris Burden, Beam Drop Inhotim.
Foto: Eduardo Eckenfels
48 Revista Herbarium|Julho 2012
TeRRapiaMárcia Luz, de Curitiba
Para alguns, a jardinagem é uma forma de arte. Para todo
mundo, é um dos melhores antídotos contra o estresse
“O melhor lugar para procurar Deus é no
jardim. Ali, você pode trabalhar para alcançá-
lo.” A frase é do dramaturgo irlandês George
Bernard Shaw, que, com o talento que lhe
era peculiar, soube traduzir poeticamente a
essência dos jardins: lugares para se sentir
bem, contemplar, estar em paz. Mas que tal
ir além da simples observação e criar seu
próprio jardim, semear, regar, ver as plantas
crescerem? Atividade relaxante, que requer um
mínimo de recursos e gera muita satisfação, a
jardinagem é uma prática histórica que, hoje,
virou sinônimo de busca pelo bem-estar.
Segundo o arquiteto e paisagista Paulo
Chiesa, o grande benefício da jardinagem é
ocupar o tempo e a mente dos praticantes
com uma atividade que promove o contato
direto com a natureza. Outra vantagem é
49 Revista Herbarium | Julho 2012
JARDIM DE TEMPEROS
Uma boa sugestão para quem vai começar na jardinagem é montar um jardim de
temperos. Além de possibilitar aquele toque especial de ervas frescas nas refeições,
ainda é possível curtir o aroma que elas espalham pelo ambiente. Não é necessário
muito espaço e dá para plantar os temperos em vasos ou jardineiras, em casa
ou apartamento. O mais importante é escolher um local que receba iluminação
durante cerca de quatro horas por dia, mesmo que indireta. Pode ser até uma
sacada ou janela. Os temperos mais fáceis de cultivar e que crescem mais rápido são
manjericão, cebolinha, salsa, tomilho e hortelã.
Os vasos ou jardineiras devem ter no mínimo 20 cm de profundidade.
Primeiro, forre-os com pedrinhas ou bolinhas de argila expandida, em
seguida preencha o espaço com 1/3 de terra preta,
1/3 de terra vermelha e 1/3 de areia, misturando
e afofando bem. Depois, é só plantar as mudinhas (que
você compra em viveiros de plantas a preços bem acessíveis),
deixando espaços de 20 cm entre elas, e manter a terra sempre
úmida – nunca seca ou encharcada. Fácil assim!
Há vários blogs e sites
na internet que são boas
fontes de informação
para iniciantes e
iniciados:
• www.jardimdeflores.com.br
• www.dicasdejardinagem.com.br
• www.jardineiro.net
• www.fazfacil.com.br
(link jardim e paisagismo)
• www.omeujardim.com
que qualquer um pode praticá-la.
Costuma-se dizer que as plantas só necessitam
de sol, água e terra. Essas condições podem ser
reunidas num terrário, dentro de um recipiente
de vidro, num quintal ou em um apartamento.
Os vasos e floreiras são lugares exíguos, mas
que exigem tanta atenção quanto uma área livre,
grande ou pequena. Nem é preciso fazer curso
antes de por as mãos na terra.
Pode-se ler muita coisa em revistas e livros ou aprender com visitas a jardins, parques, museus botânicos e floriculturas,
sugere o paisagista.
Foi mais ou menos assim que a curitibana
Heloísa Xavier Schaefer tomou gosto pela
jardinagem. Criada em uma chácara centenária na
capital paranaense, cresceu assistindo às peripécias
da mãe, Célia, criando e recriando o seu jardim
e os dos outros. Uma das primeiras paisagistas
da cidade – nos tempos em que o termo nem
existia – Célia contava com uma equipe de fiéis
jardineiros, seu inseparável podão – a tesoura de
poda – e uma criatividade sem limites. Sua frase
predileta era: “Estando com o meu podão, eu não
tenho depressão”. E foi essa máxima que veio à
mente de Heloísa quando a mãe morreu. Ela não
teve dúvidas: se atracou com a imensidão verde
da chácara, espantou a tristeza e transformou a
jardinagem num hábito, numa terapia. “Eu gosto
muito de cuidar do jardim, esqueço do tempo, dos
problemas, do mundo. Sem o trabalho no jardim,
me sinto presa, enjaulada”, comenta.
Mas ela não é a única integrante da família
a cultivar essa paixão: o genro, Rafael Sartori,
veterinário de formação e artista plástico por
opção, tem a jardinagem como hobby há sete
anos. E a chácara é o Paraíso para ele, que cria
singelas obras de arte por lá, como uma escultura
aérea de orquídeas em vasos de nós-de-pinho
pendurados em uma imensa castanheira. Ele conta
que uma das coisas que mais o atraem nesse
universo é a possibilidade de ter uma amostra
de diferentes habitats do planeta bem ali no seu
quintal. “Toda vez que vejo uma espécie conhecida,
minha mente logo me remete a seus locais de
origem. Essa é uma forma de perceber o quão
fantástico é o nosso mundo.”
50 Revista Herbarium|Julho 2012
Idiocracia (EUA, 2006) é uma comédia escrachada.
Wall-E (EUA, 2008), uma animação fofa. Em comum,
os dois filmes tratam das
consequências do consumismo
para além das questões
ambientais. No
primeiro, um cidadão
comum se submete a uma experiência científica e
dorme por 500 anos. Quando acorda, descobre que a
humanidade inteira emburreceu, e que ele tem o maior
QI do mundo. O que aconteceu? Ao longo dos séculos,
enquanto os inteligentes tinham um único filho, os
idiotas se reproduziam como coelhos e fizeram da
publicidade e do consumo a única forma de cultura.
Wall-E também mostra como o consumismo e a
comodidade transformaram os habitantes da
Terra em imbecis. Na história, o planeta
virou um grande lixão e acabou sendo
abandonado pelos humanos – todos
afetados pela epidemia de obesidade.
FILMES | Consumismo na tela
Você é daquelas que têm o guarda-roupa abarrotado e
sempre acha que não tem nada pra vestir? A publicitária
Joana Moura também era assim e, por causa disso, foi
por anos uma compradora compulsiva. Até que, em 2011,
cansada de viver no vermelho, decidiu colocar o cartão
de crédito no fundo de alguma gaveta e passar um ano
inteirinho sem comprar nenhuma peça de roupa, sapato ou
acessório que fosse. Com a missão de “ajudar as mulheres
a viverem com seus armários”, Joana contou sua aventura
no blog “Um ano sem Zara”. E ela tinha
tanta roupa que conseguiu se
virar 365 dias sem repetir um
look! Depois de cumprido o
desafio, Joana mantém o
blog (www.umanosemzara.
com.br), agora com dicas
para voltar às compras e
nunca mais ir à falência.
BLOG | 365 dias sem comprar
Algumas das características que
permitiram aos seres humanos
sobreviver durante a era pré-
histórica se tornaram, hoje,
perniciosas. Nosso cérebro, que
se desenvolveu para querer
sempre mais por questão de
sobrevivência, tornou-se presa
fácil para a oferta massiva
de produtos e serviços. O resultado é que há cada
vez mais pessoas insatisfeitas, obesas, infelizes e
ansiosas. O livro Chega de desperdício!, do jornalista
John Naish, (Ed. Best Seller, 336 páginas) mostra que
é possível, sim, comer, trabalhar e consumir apenas
o suficiente e, de quebra, ainda ajudar a salvar a
humanidade de um colapso. O autor descortina a
forma de lutar contra o consumo, apontando as
armadilhas do cérebro e da mídia.
LIVRO | Sem desperdício
Joanna Moura
ARNICA GEL - Arnica montana 200 mg/g - 30 g. Indicações: Arnica Gel® é indicado para o tratamento de contusões, hematomas e equimoses (manchas escuras ou azuladas que ocorrem na pele devido a uma infiltração de sangue; na maior parte dos casos, aparecem após um traumatismo, mas podem também aparecer espontaneamente em sujeitos que apresentam fragilidade capilar ou um distúrbio de coagulação). Contraindicação: Gravidez. Reações adversas: O uso tópico de produtos contendo arnica, em pacientes com pele bastante sensível, pode provocar inchaço, irritação e inflamação com o aparecimento de bolhas. A revisão da literatura não revela a frequência das reações adversas. Advertências: Uso externo. Evitar o contato com mucosas e área dos olhos. Caso isto ocorra, lavar com água em abundância. Este produto deve ser aplicado na pele íntegra, sem feridas abertas. O uso prolongado de arnica pode causar eczema. A ingestão de produtos contendo arnica pode provocar severa inflamação do estômago e intestino, taquicardia, nervosismo, fraqueza muscular, e até mesmo morte. Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações medicamentosas: Não existem relatos de interações medicamentosas para o uso deste fitoterápico em preparações tópicas. Posologia: Aplicar, via tópica, várias vezes ao dia. M.S.: 1.1860.0093. HERBARIUM LABORATÓRIO BOTÂNICO LTDA. Av. Santos Dumont, 1111 Colombo - PR. CNPJ 78.950.011/0001-20. Indústria Brasileira. Farmacêutica Resp.: Dra. Anny M. Trentini CRF-PR nº 4081. Julho/2012.
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