Revista Herbarium Edição 6

52
Espinheira - Santa FITOMEDICINA Revista Herbarium WWW.HERBARIUM.NET • PERIÓDICO | ANO III | JULHO 2012 | NÚMERO 06

description

Revista Herbarium

Transcript of Revista Herbarium Edição 6

Page 1: Revista Herbarium Edição 6

Espinheira - SantaFITOMEDICINA

Revista HerbariumW W W. H E R B A R I U M . N E T • P E R I Ó D I C O | A N O I I I | J U L H O 2 0 1 2 | N Ú M E R O 0 6

Page 2: Revista Herbarium Edição 6

O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior

linha de fitomedicamentos do Brasil e também o maior

número de fitoterápicos registrados na Anvisa.

Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o

rígido controle de qualidade pelo qual são submetidas as

matérias-primas e a produção de cada medicamento.

Herbarium, inovação como princípio ativo.

Herbariuma inovação como princípio ativo

O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior

linha de fitomedicamentos do Brasil e também o maior

número de fitoterápicos registrados na Anvisa.

Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o

rígido controle de qualidade pelo qual são submetidas as

matérias-primas e a produção de cada medicamento.

Herbarium, inovação como princípio ativo.

Herbariuma inovação como princípio ativo

O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior

linha de fitomedicamentos do Brasil e também o maior

número de fitoterápicos registrados na Anvisa.

Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o

rígido controle de qualidade pelo qual são submetidas as

matérias-primas e a produção de cada medicamento.

Herbarium, inovação como princípio ativo.

Herbariuma inovação como princípio ativoI

ARNICA GEL E CASTANHA DA ÍNDIA HERBARIUM SÃO MEDICAMENTOS. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.

• ARNICA GEL - Arnica montana 200 mg/g - 30 g. Indicações: Arnica Gel® é indicado para o tratamento de contusões, hematomas e equimoses (manchas escuras ou azuladas que ocorrem na pele devido a uma infiltração de sangue; na maior parte dos casos, aparecem após um traumatismo, mas podem também aparecer espontaneamente em sujeitos que apresentam fragilidade capilar ou um distúrbio de coagulação). Contraindicação: Gravidez. Reações adversas: O uso tópico de produtos contendo arnica, em pacientes com pele bastante sensível, pode provocar inchaço, irritação e inflamação com o aparecimento de bolhas. A revisão da literatura não revela a frequência das reações adversas. Advertências: Uso externo. Evitar o contato com mucosas e área dos olhos. Caso isto ocorra, lavar com água em abundância. Este produto deve ser aplicado na pele íntegra, sem feridas abertas. O uso prolongado de arnica pode causar eczema. A ingestão de produtos contendo arnica pode provocar severa inflamação do estômago e intestino, taquicardia, nervosismo, fraqueza muscular, e até mesmo morte. Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações medicamentosas: Não existem relatos de interações medicamentosas para o uso deste fitoterápico em preparações tópicas. Posologia: Aplicar, via tópica, várias vezes ao dia. M.S.: 1.1860.0093. • BIOCÁRTAMO - Óleo de Cártamo 1000 mg - 90 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças. M.S.: 4.8697.0095. • CASTANHA DA ÍNDIA HERBARIUM - Aesculus hippocastanum 100 mg - 45 comprimidos - Indicação: Atua na prevenção e no tratamento de varizes. Indicada em casos de insuficiência venosa, incluindo varizes nas pernas e pés. Aumenta o tônus e a resistência das veias e diminui a fragilidade capilar. Contraindicações: Gravidez, lactação, crianças menores de 10 anos, lesão na mucosa digestiva e pacientes com doença renal ou hepática. Reações adversas: Raramente pode ocorrer coceira, náusea, vômito e irritação gástrica. Advertências: Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações medicamentosas: A castanha da índia pode interferir no tratamento com coagulantes ou anticoagulantes. Não administrar com outras drogas conhecidas por serem tóxicas aos rins, como por exemplo, a gentamicina. Posologia: Ingerir 1(um) comprimido, 3 (três) vezes ao dia. M.S.: 1.1860.0080. • ESSENCHIA - Salvia hispanica - 300 g - Produto dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC 27/10. NÃO CONTÉM GLÚTEN. • ÓLEO DE LINHAÇA - Ômega 3 e Ômega 6 - 30 e 60 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças. M.S.: 6.2582.0007.Farmacêutica Resp.: Dra. Anny M. Trentini - CRF-PR nº 4081. HERBARIUM LABORATÓRIO BOTÂNICO LTDA. Av. Santos Dumont, 1111 - Colombo/PR - CNPJ 78.950.011/0001-20 - Indústria Brasileira. Julho/2012.

,

Pioneiro em divulgar o conceito de Fitoterapia no Brasil,

o Herbarium tornou-se referência em qualidade e

inovação neste segmento.

Além de fitomedicamentos prescritos pela classe

médica, o Herbarium também atua no mercado com

fitoterápicos tradicionais e suplementos nutricionais.

O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior

linha de fitomedicamentos do Brasil e também o maior

número de fitoterápicos registrados na Anvisa.

Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o

rígido controle de qualidade pelo qual são submetidas as

matérias-primas e a produção de cada medicamento.

Herbarium, inovação como princípio ativo.

Herbariuma inovação como princípio ativo

O Herbarium é a indústria farmacêutica que possui a maior

linha de fitomedicamentos do Brasil e também o maior

número de fitoterápicos registrados na Anvisa.

Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o

rígido controle de qualidade pelo qual são submetidas as

matérias-primas e a produção de cada medicamento.

Herbarium, inovação como princípio ativo.

Herbariuma inovação como princípio ativo

Page 3: Revista Herbarium Edição 6

CARTAS

Edição de Janeiro de 2012 | Ano III | Número 05

ParabénsConheci o Herbarium nem me lembro há quantos anos, aqui em Cascavel, quando a empresa ainda publicava um folheto. Me encantei e solicitei uma “assinatura”. Desde então, tenho recebido as publicações com grande contentamento, graciosa e gratuitamente até a presente e espetacular Revista Herbarium “Periódico – Ano III – Janeiro de 2012, nº 05”. Que espetáculo! Não me contenho. Venho trazer felicitações, parabéns e meu agradecimento de todo coração. O Folheto cresceu e virou Revista! Sou já idoso, com 84 anos, mas vou procurar ler Herbarium na internet. Sei que vou conseguir! Mas, pelo sim ou pelo não, solicito continuar recebendo a revista. Obrigadíssimo. Seu companheiro, admirador e amigo,

Bertolino Tenfen, Cascavel – PR

VIA FACEBOOK

Recebo a Revista do Herbarium desde 2007. Ela está cada vez melhor. Parabenizo pela excelente qualidade. É por tudo isso que quero continuar recebendo-a, fico muito feliz quando a revista chega em minha casa. Muito obrigada. Sua leitora e fã,

Cleonice Moreti Gomes, Presidente Prudente – SP

Parabéns, Herbarium. Quero agradecer as maravilhosas e úteis Revistas que recebo. Confio, uso e indico para minhas amigas os produtos Herbarium, pois acredito na seriedade dessa empresa. Continuarei esperando receber essa Revista tão útil e com ótimas informações. Mais uma vez muito obrigada! Aguardarei com

ansiedade as próximas edições.

Carmen Soares Pimenta, Porto Alegre – RS

Agradecimento

Os antigos informes Herbarium, eu lia, a Revista Herbarium, devoro. É a minha leitura de cabeceira. Por ela passei a usar o Prostatal e o Ginkgo biloba, com ótimos resultados, indicando aos amigos, inclusive. Não quero ficar sem ela.

Carlos A. Francovig, Londrina – PR

Gosto muito de receber a Revista

Herbarium. Ela me ajuda muito,

sou apaixonada por produtos

fitoterápicos. Meu organismo se

dá muito bem com eles. Esta

Revista está sempre me trazendo

informações valiosas. Gostaria muito

de continuar recebendo o presente

que é a Revista Herbarium.

Muito obrigada!

Ignez Maria, Juiz de Fora – MG

Informações valiosas Há 6 anos recebo a Revista Herbarium com grande satisfação, leio e transmito aos meus amigos a importância dessa revista, grato.

Lenine Amendola, Sorocaba – SP

Gostaria de continuar recebendo a Revista Herbarium impressa. Essa Revista é um presente pra mim! No momento em que a leio é uma hora de paz e informação. Parabéns a equipe da Revista.

Eliete Xavier Silveira Braga, Madureira – RJ

Tenho recebido a Revista Herbarium,

quero agradecer, e parabenizá-los

pela excelente qualidade! Estou em

tratamento de câncer de mama, já

passei por todo aquele processo de

químio e radioterapia, e a Revista

tem sido de grande utilidade para

mim. Tenho aprendido muito,

através das informações nela

contidas. Parabéns !!!

Elba Maria F. Puig, Joinville – SC

Gosto muito da Revista Herbarium e a colecionamos. Até meu esposo, que é contador e professor, lê a Revista. Faz tempo que estou curtindo a página no Face, me mantendo sempre atualizada. Obrigada por tudo.

Marcia Marques Isava,

Boa Vista – RRAdoro a Revista Herbarium, amo os editoriais da Célia. Parabéns pela inovação: a opção de leitura eletrônica, é o máximo!

Edyol Sevla Seraos, São Luís – MA

Deixe também sua mensagem na página

da Revista Herbarium no Facebook:

www.facebook.com/revistaherbarium

Page 4: Revista Herbarium Edição 6

EDITORIAL

EXPEDIENTE REVISTA HERBARIUMDireção Editorial: Andréa Barbieri e Célia Regina Dias von Linsingen. Conselho Editorial: Ana Paula Vicentin, Andréa Barbieri, Célia Regina Dias von Linsingen e Rodrigo Dias. Projeto Gráfico: Ana Paula Vicentin. Diagramação: Ana Paula Vicentin. Produção Editorial - Projeto Editorial e Produção de Conteúdo: Tercetto Editorial. www.tercettoeditorial.com.br. Editoras: Liliana Negrello e Raquel Marçal. Colaboraram nesta edição: Aline Gonçalves, Carolina Baliviera, Débora Rubin, Fernanda Guirra, Jan Schoenfelder, Liliana Negrello, Márcia Luz, Raquel Marçal, Regina Célia Pereira, Thais Szegö (textos); Fabio Riesemberg, Leo Feltran (fotos) e Christian Schwartz (revisão). Jornalista Responsável: Andréa Barbieri MTB: 3720. Impressão: Maxi Gráfica. Tiragem: 21.000 exemplares. Esta revista foi impressa em papel fabricado com madeira de reflorestamento certificado com o selo do FSC (Conselho de Manejo Florestal) e de outras fontes controladas.A Revista Herbarium é uma publicação do Herbarium Laboratório Botânico Ltda, coordenada pela equipe de Marketing, de distribuição gratuita e dirigida aos seus consumidores. Comentários e sugestões: [email protected]; 0800 723 8383 ou Av. Santos Dumont, 1111, CEP: 83403 - 500, Colombo/PR. As informações contidas na Revista Herbarium têm propósito informativo e não intencionam substituir cuidados médicos, diagnóstico ou prescrição. Ignorar cuidados médicos adequados pode causar danos à saúde. Durante a gestação e a lactação, até mesmo os fitoterápicos devem ser utilizados com supervisão médica.

Célia Regina Dias von LinsingenGerente de Marketing do Herbarium

Que a música faz bem para a

alma, ninguém duvida, muito menos

a fisioterapeuta Fernanda Bianchini

Saad que, com muita sensibilidade

e determinação, criou uma escola

e método únicos para ensinar balé

clássico a crianças deficientes

visuais. Podem imaginar o impacto na

autoestima e na alegria de viver dessas

crianças? É com a linda história de

Fernanda e suas alunas que abrimos

esta edição.

Fazer o bem faz bem para a alma.

Mas não só para a alma. Para o corpo

também. É o que evidenciou um

estudo científico que acompanhou

mais de 10 mil pessoas que trabalham

com voluntariado: além do prazer de

melhorar a vida do próximo, esses

voluntários ganham, como bônus,

quatro anos a mais de vida. Que tal se

engajar? Contraindicações inexistentes!

Com poucas contraindicações e

com grande potencial terapêutico,

apresentamos nesta edição duas

poderosas plantas nativas de nosso

Brasil: a ESPINHEIRA-SANTA,

que além de combater problemas

digestivos também é alvo de estudos

como diurética e como adjuvante no

tratamento da hipertensão arterial;

e o GUACO, planta consagrada por

sua ação expectorante e bronco-

dilatadora, que também está

mostrando propriedades na prevenção

de cáries e no tratamento de úlceras.

Ainda celebrando a natividade,

temos uma matéria suculenta sobre as

frutas do cerrado brasileiro: gabiroba,

cagaita, guapeva, murici, mamacadela,

pequi e baru. Como diz o pesquisador

Edemilson Cardoso, da Universidade

Federal de Goiás, “podemos dizer que

o Cerrado é uma farmácia ao ar livre”.

No clube da TPM, mais dois capítulos

que ilustram a complexidade de ser

mulher. A matéria Antes só do que

mal acompanhada – frase que está

virando um mantra para grande parte

do público feminino que adora viajar

– traz dicas e sugestões para viagens

inesquecíveis. E a matéria Melodia do

Amor apresenta um estudo que mostra

o efeito de uma música romântica nas

almas cor-de-rosa. E tem mais assunto:

será que mulheres bonitas preferem os

feios? Fechando o clube, vale a pena ler

ainda a nota tranquilizadora para mães

que trabalham. Nada de culpa!

Sem culpa e com consciência é uma

boa maneira de encararmos nossa

relação com a Mãe Terra: construindo

casas sustentáveis, trocando o carro

pela bicicleta de vez em quando

ou, sempre que possível, usando

produtos de limpeza naturais, dentre

várias outras possibilidades a nossa

escolha. Uma maneira legal de nos

aproximarmos deste planeta lindo é

praticar TERRAPIA. Vá sem pressa para

a página 48 e veja se esta terapia tem a

ver com você.

Ócio criativo, dizem os estudiosos,

além de ajudar na produtividade,

também faz muito bem para a alma,

então, se você mora em Belo Horizonte

ou vai passar por lá, fica a dica: visite o

Instituto Inhotim, um verdadeiro jardim

das artes. Puro deleite aos sentidos!

Pessoal, não deixem de ler as

matérias extras em nosso blog

(www.revistaherbarium.com.br) e em

nossa fan page no Facebook (Revista

Herbarium). Assim, ficaremos juntos o

tempo todo. Aprendendo e curtindo o

estilo de vida que amamos: o respeito à

natureza, ao planeta e a nós mesmos.

Que vocês amem a leitura,

compartilhem os conhecimentos e

fiquem sempre conosco!

Abraço,

Page 5: Revista Herbarium Edição 6

ÍNDICE

FAÇO, LOGO EXISTO

06 Dançando noescuro

A química da solidariedade 10

FITOMEDICINA

12 O espinho que não fere, cura

Poderoso guaco 16

NUTRACÊUTICA

20 Beleza namesa

Nativas e poderosas 24

CLUBE DA TPM

28 Antes só do que mal acompanhada

Melodia do amor 32

SER SUSTENTÁVEL

36 Verde do piso ao teto

O transporte do futuro 40

LAZER

44 Jardim das artes

TeRRapia 48Doug Aitken, Sound pavilion. Foto: Pedro Motta

Page 6: Revista Herbarium Edição 6

FAÇO, LOGO EXISTO: GENTE QUE NÃO ESPERA ACONTECER

EscuroDançando no

Fernanda Bianchini Saad desafiou o que parecia impossível e criou um método único para ensinar balé clássico a deficientes visuais

Débora Rubin, de São Paulo

6 Revista Herbarium|Julho 2012

Foto: Leo Feltran

Page 7: Revista Herbarium Edição 6

7 Revista Herbarium | Julho 2012

Mariana se prepara no canto da sala.

Ajeita o braço na terceira posição do balé

clássico, posiciona as pernas, vira o rosto

para a esquerda e cruza o salão em diagonal

sob o comando da professora. Fernanda

Bianchini Saad, a Tia Fê, estala os dedos

para dar o ritmo. No meio do caminho,

Mariana deixa cair um dos braços, o queixo

começa a ceder.

Quero ver o equilíbrio, ergue o braço, olhar nas estrelas!

Rapidamente a menina de dez anos atende

a professora, abrindo um sorriso no rosto.

Termina sua missão em linha reta no outro

extremo da sala. Seria uma aula de balé

bastante comum se Mariana, 10 anos, e

suas colegas pudessem enxergar. Para elas,

o simples deslizar pela sala já é um enorme

desafio e os estalos da professora são muito

mais do que uma marcação de ritmo – são

uma maneira de enxergar sem os olhos. A

música ajuda a dar forma aos movimentos.

O trabalho minucioso de Fernanda foi

construído ao longo de 15 anos. Ela era

ainda adolescente, e já bailarina profissional,

quando começou a dar aulas em um instituto

para cegos onde os pais eram voluntários.

O que parecia um desafio quase impossível

no princípio – ela foi desacreditada por suas

próprias professoras – hoje é um trabalho

sólido e reconhecido nacionalmente. Sua

escola de dança, a Associação de Ballet

e Artes para Cegos Fernanda Bianchini,

que fica no bairro da Vila Mariana, em São

Paulo, atende 70 alunos entre 3 e 70 anos

gratuitamente. Além disso, engloba uma

companhia com 15 bailarinos. Mérito de

quem, incentivada pelos pais, apostou que o

impossível não existe.

Sem nenhuma referência para aprender

como fazer esse trabalho, Fernanda uniu sua

técnica de bailarina à sua intuição. Mais tarde,

a formação de fisioterapeuta viria consolidar

sua maneira de ensinar balé aos deficientes

visuais. Para fazê-lo, é preciso usar o toque.

Primeiro, a professora tem de direcionar

as pernas das alunas com suas próprias

mãos. Depois, pede que elas toquem outras

bailarinas para entender a posição. Só então,

após muita repetição, é que as discípulas – e

alguns poucos meninos – aprendem a fazer

o movimento só pelo nome do passo. É um

trabalho individualizado que leva tempo e

requer paciência.

Fernanda tem 33 anos, é casada com um

empresário do ramo têxtil e tem dois filhos

pequenos. No momento, acompanha de

perto o mais novo, de dois anos, que está

se adaptando à escolinha. A correria e o

cansaço são grandes, e ela confessa já ter

pensado em desistir de tudo. Porém, a força

de vontade para continuar sua missão não a

deixa esmorecer.

Isto aqui me faz enxergar o mundo com os olhos do coração,

sintetiza. E Fernanda já não está mais só

em sua missão. Ela conta com a ajuda de

dez professores, dois deles voluntários, e

alguns outros, ex-alunos que se tornaram

mestres. Outros poderiam ter chegado lá. O

problema é que as crianças acabam largando

as aulas precocemente. “Perdemos muitas

meninas para o mercado de trabalho”,

conta Fernanda. “Elas precisam ajudar em

casa e acabam nos deixando”, lamenta. A

grande maioria dos alunos vem de famílias

carentes. O ideal seria, portanto, oferecer

aos bailarinos bolsas-auxílio, mas a conta

não fecha. A escola se mantém com

apresentações, que ajudam a arcar com

a despesa mensal de R$ 25 mil, e com o

apoio de empresas e doações. E Fernanda

sabe bem que, tão difícil quanto ensinar balé

clássico para deficientes visuais, é manter o

funcionamento de um projeto tão ambicioso.

Page 8: Revista Herbarium Edição 6

8 Revista Herbarium|Julho 2012

Quando não está em meio a um demi-plié, a

mentora da escola está no computador ou ao

telefone, correndo atrás de novos possíveis

patrocinadores.

Mas o esforço vale a pena. Não fosse a

garra de Fernanda, Geyza da Silva jamais

teria realizado seu sonho. Quando ainda

enxergava, a menina sonhara em calçar uma

sapatilha de ponta. Os pais, muito pobres,

não puderam pagar pelo luxo. Quando

Geyza perdeu a visão, por causa de uma

meningite, a família deixou para trás o sertão

pernambucano para buscar ajuda em São

Paulo. Na metrópole, o caminho de Geyza

cruzou com o de Fernanda no instituto em

que ela deu seus primeiros passos como

professora. “Só realizei meu sonho porque

fiquei cega”, diz Geyza, primeira bailarina da

companhia e uma das professoras da escola.

Como ela, mais de 300 alunos já passaram

pela associação.

Gente de todo o Brasil busca informações

sobre o trabalho de Fernanda. E não é à toa:

o método, avisa a bailarina, é único no

mundo. “Pesquisei bastante e nunca

encontrei nada parecido”, diz.

Sei de bailarinos que continuaram dançando depois de cegos, como

a cubana Alicia Alonso, mas não encontrei escolas.

Até mesmo companhias

estrangeiras – e famosas – como a

de (Mikhail) Baryshnikov e o Balé Real

da Dinamarca já passaram por São

Paulo para conhecer o seu trabalho.

E Fernanda quer mais. Quer levar sua

companhia a palcos internacionais. Duas de

suas bailarinas já estiveram em Nova York e

houve também um convite para a Espanha,

que não se efetivou por falta de verba. Seu

grande sonho é ser conhecida mundialmente.

Não somos uma instituição de caridade. Isto aqui tem um resultado.

Resultado que aparece também em detalhes

sutis. Ainda que uma aluna não entre para

a companhia, ao dançar balé clássico

ela melhora a postura, a coordenação, a

consciência corporal e a noção espacial. E,

destaca a mestra, vence o preconceito.

Depois de sofrer com quatro inundações

e ter enormes prejuízos, a escola mudou de

sede e ainda se adapta ao novo espaço.

As paredes estão recém-pintadas, faltam

espelhos – item essencial em uma sala de

balé, mesmo para quem não enxerga – e a

reforma ainda não está pronta. Mas as aulas

começaram mesmo assim.

De volta à função, Fernanda se concentra

na sua primeira turma da manhã de sexta-

feira. Mariana está compenetrada. Ela usa

um coque preso por um lacinho azul com

rosas pequeninas. Sua saia, assim como

seus olhos, também são azuis. Ela é aluna de

Fernanda desde os três anos e, pela primeira

vez, vai calçar uma sapatilha de ponta. A

professora a faz sentar, posiciona-se a sua

frente e calça as sapatilhas novíssimas na

aluna. Mariana se agarra à barra e segue

as orientações. Agacha, levanta, agacha.

Pressiona o peito do pé para as laterais.

Sua de nervoso. Quando a professora elogia

seu desempenho, sorri e diz: “Estou só

começando”. Alguém duvida?

Page 9: Revista Herbarium Edição 6

Chegou mais um super alimento...

Central de Relacionamento Herbarium 0800 723 83 83 • www. essenchia.com.br

Produto dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC 27/10. NÃO CONTÉM GLÚTEN. NÃO CONTÉM SÓDIO.

Julh

o/20

12

Essenchia - Farinha de Chia

Rica em Fibras e Proteínas.

Instrução de uso

Recomenda-se o uso de uma a duas colheres dosadoras ao dia, que podem ser adicionadas em vitaminas, frutas, iogurtes, pães ou outras preparações culinárias.

A Farinha de Chia (Salvia hispanica) é um produto originário da

moagem do grão de chia já desengordurado pelo processo de

extração do Óleo de Chia. A Chia utilizada na preparação de Essenchia

– Farinha de Chia é cultivada sem pesticidas e sem modificação

genética e é produzida pela Benexia, maior produtor mundial de Chia,

representado exclusivamente por Essenchia® no Brasil.Rico emfibras

Rico emproteínas

Sem

glúten

fibras

Ômega

Rico emfibras

Rico emproteínas

Sem

glúten

fibras

Ômega

Rico emfibras

Rico emproteínas

Sem

glúten

fibras

Ômega

Page 10: Revista Herbarium Edição 6

10 Revista Herbarium|Julho 2012

O estudo é de duas pesquisadoras da

Universidade de Michigan, nos EUA, Sara Konrath

e Andrea Fuhrel-Forbis. Elas acompanharam

mais de dez mil pessoas e observaram que

quem se doou de forma altruísta em alguma

atividade voluntária viveu em média quatro anos

mais que o restante do grupo, inclusive de quem

se voluntariou por razões não-altruístas, como

ocupar o tempo, sair de casa ou fugir da solidão.

A conclusão das pesquisadoras é que as

pessoas que ajudaram outras simplesmente para

promover o bem alheio desencadearam em si

mesmas reações fisiológicas muito parecidas com

as que ocorrem com as mães quando cuidam

de seus filhos. Ativadas seguidamente, essas

reações, também chamadas de “sistema de

acolhimento”, enfraqueceram os efeitos negativos

do estresse e suas consequências, como os

males cardiovasculares e o câncer, resultando, a

longo prazo, em bem-estar e longevidade.

A química da SolidariedadeQue o trabalho voluntário faz a diferença na vida das pessoas, todo mundo sabe, mas que pode aumentar a expectativa de vida de quem o promove, isso é novidade

Jan Schoenfelder, de Curitiba

Page 11: Revista Herbarium Edição 6

11 Revista Herbarium | Julho 2012

Quimicamente, isso tem uma

explicação. Por trás de todo ato de

compaixão está um hormônio, a ocitocina,

que atua no cérebro como uma alavanca

para os sentimentos de confiança e

generosidade. Ele é um neurotransmissor,

como a serotonina, porém tímido: seus

níveis ficam próximos de zero e, quando

produzido, tem vida curta. De alguma

forma, o altruísmo, o desprendimento e o

amor verdadeiro ativam a ocitocina, que

por sua vez retribui com a sensação de

bem-estar, a qual produz mais ocitocina, e

assim por diante.

É claro que isso não desmerece nem

inviabiliza a ação voluntária feita com

outros fins, mas vale a pena pensar na

questão com carinho, já que quatro anos

a mais, principalmente quando vividos

com qualidade, são uma rica recompensa

na vida de qualquer pessoa. “Não sei se

as pessoas que agem de maneira altruísta

vivem mais, mas que vivem melhor, com

certeza vivem”, comenta a terapeuta

artística e aconselhadora biográfica

Monica Rosales. À frente da Associação

São Joaquim de Apoio à Maturidade,

que fundou no município de Carapicuíba,

região da Grande São Paulo, Monica

acredita que o serviço humanitário deve,

sim, ir muito além do ego, pois quem age

com compaixão tem uma capacidade de

doação maior e um grande sentimento

de gratidão e entusiasmo. Para ingressar

no voluntariado, vale perguntar a serviço

do que e de quem a pessoa se coloca,

devendo haver coerência entre seus

ideais, seu sentimento e sua ação.

Como nem todo mundo pensa igual,

numa vertente oposta, e não menos

instigante, está o professor e filósofo

Luiz Philyppe da Motta, voluntário do

Greenpeace no Rio de Janeiro. Luiz

considera válida toda iniciativa de ajudar

quem precisa, seja por compaixão ou

qualquer outro motivo: “Doar a energia e

o tempo livre já é uma maneira de praticar

o altruísmo e a solidariedade”. A dica

de Luiz para quem quer encontrar um

trabalho estimulante é escolher uma ONG

e uma atividade nas quais se acredita

estar fazendo a diferença.

Sua ação nunca será isolada. À medida que faz por você, está ajudando outra pessoa também.

Aos 60 anos, a professora Dyrce

Fonseca também acredita que o ganho

é sempre maior por parte de quem doa.

Voluntária na Obra Social Antonio de

Aquino, no Rio, com a experiência de

quem já viu e viveu muito, dona Dyrce

coleciona histórias. Numa delas, relata

que, com o trauma da perda de um

irmão, assassinado em 2006, ficou muito

abalada. Na semana do crime, não foi à

obra social. Mas na que se seguiu, sim. O

destino a levou ao encontro de uma mãe

que, na mesma época e sob as mesmas

circunstâncias, perdera dois filhos. “Tive

que sair da minha dor e buscar forças

para oferecer uma palavra de consolo

àquela mulher. Isso me fez ver que posso

ajudar a qualquer momento, em qualquer

circunstância, é só sair um pouquinho de

dentro de mim.”

Em outra ocasião, ela conheceu uma

avó que criava os netos no chão de uma

barraca de lona, em um terreno invadido.

Um dia, essa senhora se aproximou se

dizendo muito feliz. O motivo da alegria

era que havia ganhado um carpete usado.

Com ele, estava dormindo melhor com

os netos. “Pode até parecer meio bobo,

mas vi a felicidade e a alegria nos olhos

daquela mulher e me uni a ela em sua

emoção”, conta dona Dyrce. “E nós ainda

deixamos de ser felizes por colocar nossa

felicidade onde não podemos alcançar,

não é verdade?”, provoca.

POR ONDE COMEÇAR

• Portal do Voluntário:

www.portaldovoluntario.org.br

• Voluntários.com.br:

www.voluntarios.com.br

• Rio Voluntário:

www.riovoluntario.org.br

• Programa dos Voluntários das Nações Unidas:

www.pnud.org.br/unv

• Centro de Voluntariado de São Paulo:

www.voluntariado.org.br

• Centro de Ação

Voluntária de Curitiba: http://www.acaovoluntaria.org.br/

Page 12: Revista Herbarium Edição 6

12 Revista Herbarium|Julho 2012

FITOMEDICINA: SAÚDE DE RAIZ

A espinheira-santa é velha conhecida dos brasileiros no combate aos problemas do sistema digestivo. Agora, novos estudos dão indícios de que ela também ajuda a baixar a pressão arterial e tem ação diurética

Thais Szegö, de São Paulo

O espinho que não fere,

Cura

Page 13: Revista Herbarium Edição 6

13 Revista Herbarium | Julho 2012

Seu nome científico é Maytenus ilicifolia, mas

a planta foi rebatizada pela população por causa

da aparência de suas folhas, que têm a borda

serrilhada, e por ser considerada um santo remédio

para diversos males. E não é de hoje que os

atributos desse arbusto são conhecidos. Índios já

o utilizavam há centenas de anos para combater

alguns tipos de tumores. Até hoje ela vem fazendo

muito sucesso na medicina popular, conhecida

por ter ação diurética, analgésica, antisséptica,

regularizadora das funções hepáticas, antibiótica,

entre outras. Mas é como uma arma poderosa para

combater problemas estomacais que a espinheira-

santa é mais famosa. E a ciência tem mostrado que

toda essa reputação é mais do que merecida.

Hoje, sua ação benéfica é reconhecida até

mesmo pelo Ministério da Saúde, que apontou

a planta como um produto mais eficaz do que

a ranitidina e a cimetidina, medicamentos muito

usados no tratamento de desordens gástricas.

Além disso, diversos estudos comprovaram que o

vegetal é extremamente seguro e apresenta menos

efeitos nocivos e interações medicamentosas do

que as drogas comuns. “Ele é isento de reações

adversas sérias”, afirma o médico Roberto

Boorhem, presidente da Associação Brasileira de

Fitoterapia. Além disso, poucas são as pessoas

que não podem se beneficiar de seus efeitos

terapêuticos. “A espinheira-santa só é contra-

indicada para as crianças menores de 6 anos, as

grávidas e as mulheres que estão amamentando,

pois ela reduz a fabricação do leite”, acrescenta a

homeopata e gastroenterologista Anna Jeanette

Berezin Stelzer, de São Paulo. Desde 2007, ela vem

sendo usada pelo Sistema Único de Saúde, o SUS,

como medicamento fitoterápico no tratamento de

úlceras, gastrites e azia.

Um dos trabalhos que comprovaram a força

da espinheira-santa no combate a problemas

do estômago foi realizado pelo pesquisador

Thales Ricardo Cipriani, do Departamento de

Bioquímica da Universidade Federal do Paraná.

“Na minha tese, avaliei o efeito gastroprotetor de

uma substância encontrada no vegetal chamada

arabinogalactana,

que foi isolada a

partir da infusão

das suas folhas e

testada em ratos”, conta

Cipriani.

E ela se mostrou bastante eficaz na prevenção de lesões gástricas ao ser administrada antes de agentes agressores, no caso o etanol, o álcool encontrado nas bebidas.

De acordo com o pesquisador, alguns possíveis

mecanismos de ação da arabinogalactana são a

sua habilidade de se ligar à superfície da mucosa

(atuando como uma camada protetora), estimular

a secreção do muco encontrado naturalmente

no estômago (e que tem a missão de proteger

o órgão) e/ou modular o sistema antioxidante.

“A planta também é indicada no tratamento da

dispepsia não-ulcerosa, doença que tem sintomas

semelhantes aos da úlcera gástrica, mas que não

provoca lesões nas paredes do estômago”, conta.

Outros diversos estudos, realizados inclusive

com seres humanos, não deixam mais dúvidas

dos efeitos benéficos da Maytenus ilicifolia sobre o

sistema digestivo. “Já foi comprovado que ela reduz

a acidez estomacal, pois inibe uma das partes

das bombas que soltam ácido clorídrico durante a

digestão, evitando que a substância prejudique as

paredes do estômago”, explica a Anna Jeanette

Berezin Stelzer. “A capacidade de aumentar

a produção de mucina, a secreção gástrica

em forma de gel que recobre as paredes do

estômago protegendo-as contra a ação do ácido

clorídrico, e a ação antioxidante também já foram

demonstradas”, acrescenta Roberto Boorhem. E

é exatamente por isso que agora cientistas como

Page 14: Revista Herbarium Edição 6

14 Revista Herbarium|Julho 2012

Thales Ricardo Cipriani tentam descobrir qual é o

princípio ativo que tem essa qualidade.

O fato de reduzir a acidez estomacal e aumentar

a proteção da mucosa por si só favorece a

melhora de feridas que já tenham se formado

nas paredes do órgão. “Assim, como há menos

fatores agressivos, a lesão consegue se refazer

com mais facilidade”, explica Anna Jeanette. “Mas

ainda não existem trabalhos que comprovem

que o vegetal atua diretamente na cura de uma

úlcera já existente”, afirma Cipriani. Entretanto,

suspeita-se que os taninos presentes na espinheira-

santa possam ter esse papel. Essa substância

é encontrada em várias plantas e, quando elas

ainda não estão maduras, os taninos atuam como

instrumento de defesa. Isso porque, quando um

predador começa a ingerir as folhas e frutos verdes,

eles são liberados e, por possuírem um sabor muito

amargo, provocam repugnância. São os taninos

que fazem com que o chá da espinheira tenha

gosto adstringente. “Eles são conhecidos pela

atuação no processo de cicatrização, pois formam

um revestimento que favorece a regeneração dos

tecidos lesionados”, conta Cipriani. “É exatamente

por causa dessa ação que se acredita que eles

possam atuar no processo de cura das úlceras

gástricas”, afirma o pesquisador.

Não é só para trazer alívio para quem sofre com azia, gastrite e úlcera que a espinheira-santa tem sido estudada. Outro trabalho realizado na Universidade Federal do Paraná pela bióloga Sandra Crestani revelou que a planta é capaz de reduzir a pressão arterial. O efeito vasorrelaxante de substâncias contidas no vegetal já tinha sido comprovado in vitro por outra pesquisadora e, por isso, Sandra decidiu testá-lo em animais. “O trabalho foi feito em ratos que apresentavam pressão sanguínea normal utilizando compostos das folhas da Maytenus ilicifolia”, conta. “A

escolha das folhas se deu pelo fato de elas serem as mais comumentes usadas pela população”, explica a pesquisadora. As frações do vegetal utilizadas no experimento foram

obtidas com o auxílio de solventes e deram origem a quatro amostras

com diferentes graus de pureza. Elas foram aplicadas por via intravenosa, ou seja, diretamente nos vasos dos animais, para garantir uma absorção mais rápida. Segundo a bióloga, todas produziram o mesmo efeito nos ratinhos e, por isso,

ficou difícil identificar quais são

os compostos que, de fato, relaxam os vasos. Nas amostras estudadas foram encontrados taninos, flavonóides, fenóis, aminas e alcalóides.

Apesar de Sandra não ter chegado ao composto ou compostos específicos possam ter ação hipotensora, foi possível notar que eles agem de maneira semelhante à nitroglicerina, droga usada clinicamente com a mesma finalidade. “Isso significa que, quando são absorvidas pelo organismo, as substâncias estimulam a produção de óxido nítrico pelas células endotelias, aquelas localizadas nas paredes internas dos vasos sanguíneos”, explica Sandra. Esse gás acaba chegando até as células musculares que circulam nos vasos, promovendo a dilatação de ambos e, por tabela, facilitando o fluxo de sangue e promovendo a queda da pressão arterial.

Apesar dos resultados animadores obtidos pela pesquisadora, ela acredita que são necessários outros trabalhos para que a espinheira-santa seja indicada com esse objetivo em humanos. Sandra continua estudando a Maytenus ilicifolia, mas agora investiga seu efeito sobre os rins e sua capacidade de aumentar o volume urinário. “Já avaliamos esse tipo de ação em roedores e os resultados preliminares sugeriram que a planta realmente tem uma ação diurética significativa. No entanto, precisamos de mais trabalhos para que tenhamos condições de utilizá-la clinicamente para esse fim.”

PRESSÃO SOB CONTROLE

Page 15: Revista Herbarium Edição 6

GUACO EDULITO HERBARIUM E XAROPE DE GUACO HERBARIUM SÃO MEDICAMENTOS. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.

XAROPE DE GUACO HERBARIUM - 120 ml Mikania glomerata 0,5 ml/5 ml

Possui ação broncodilatadora e expectorante. Produto indicado para o tratamento de tosses persistentes e tosses com expectoração.

GUACO EDULITO HERBARIUM - 120 ml Mikania glomerata 81,5 mg/ml

Elaborado com o extrato de guaco, atua no tratamento de tosses, dilata os brônquios e facilita a eliminação das secreções respiratórias.

Ação expectorante e broncodilatadora auxiliar notratamento da tosse.

Central de Relacionamento Herbarium 0800 723 8383 • www.herbarium.net

,

GUACO EDULITO HERBARIUM - Mikania glomerata 81,5 mg/ml - Solução oral (isento de açúcar) - 120 ml. Contraindicações: Gravidez, lactação e crianças menores de 2 anos. Reações adversas: Aumento da pressão arterial. Eventualmente, pessoas hipersensíveis aos componentes do guaco podem apresentar um agravamento da tosse e dificuldade para respirar. Advertências: Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Não ingerir doses maiores do que as recomendadas. Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso prolongado. Recomenda-se maior critério na administração de guaco em pacientes com quadros respiratórios crônicos não diagnosticados, devendo-se afastar a hipótese de tuberculose e câncer. Interações medicamentosas: O guaco não deve ser empregado simultaneamente a anticoagulantes e produtos contendo Tabebuia avellanedae (ipê-roxo). Posologia: Adultos: Ingerir 5 ml, o equivalente a ½ copo dosador, 3 (três) vezes ao dia. Crianças acima de 5 anos: Ingerir 2,5 ml, 3 (três) vezes ao dia. Crianças de 2 a 5 anos: Ingerir 2,5 ml, 2 (duas) vezes ao dia. Agitar o produto antes de usar. MS: 1.1860.0078. XAROPE DE GUACO HERBARIUM - Mikania glomerata 0,5 ml/5 ml - 120 ml. Contraindicações: Gravidez, lactação, diabéticos e crianças menores de 2 anos. Reações adversas: Aumento da pressão arterial. Eventualmente, pessoas hipersensíveis aos componentes do guaco podem apresentar um agravamento da tosse e dificuldade para respirar. Advertências: Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso prolongado. Recomenda-se maior critério na administração de guaco em pacientes com quadros respiratórios crônicos não diagnosticados, devendo-se afastar a hipótese de tuberculose e câncer. Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações medicamentosas: O guaco não deve ser empregado simultaneamente a anticoagulantes e produtos contendo Tabebuia avellanedae (ipê-roxo). Posologia: Adultos: ingerir 5 ml, três vezes ao dia. Crianças acima de 5 anos: ingerir 2,5 ml, três vezes ao dia. Crianças de 2 a 5 anos: ingerir 2,5 ml, duas vezes ao dia. Em casos de afecções respiratórias agudas, recomenda-se o uso por 7 dias e, em casos crônicos, por 2 semanas. Agitar o produto antes de usar. MS: 1.1860.0039. Farmacêutica Resp.: Dra. Anny M. Trentini - CRF-PR nº 4081. HERBARIUM LABORATÓRIO BOTÂNICO LTDA. Av. Santos Dumont, 1111 - Colombo/PR - CNPJ 78.950.011/0001-20 - Indústria Brasileira. Julho/2012.

Page 16: Revista Herbarium Edição 6

16 Revista Herbarium|Julho 2012

Consagrada como expectorante e broncodilatadora, a espécie – que é nativa da América do Sul – também se mostra promissora no tratamento de úlceras e na prevenção de cáries

Raquel Marçal,

de Curitiba

Poderoso

Guaco

Page 17: Revista Herbarium Edição 6

17 Revista Herbarium | Julho 2012

As plantas do gênero Mikania formam uma

turma numerosa: há cerca de 450 espécies –

quase todas originárias da América do Sul. No

Brasil, 150 variedades podem ser encontradas

de São Paulo ao Rio Grande do Sul. E basta

chegar perto dessa trepadeira, conhecida

popularmente como guaco, para inspirar seu

doce aroma de baunilha. Se for depois de uma

chuva, então, dá para sentir o cheiro gostoso

de longe. No entanto, dentre essas centenas

de espécies, apenas duas foram consagradas

pelo uso popular e, por isso, têm sido

investigadas pela ciência: a Mikania glomerata

Sprengel e a Mikania laevigata Schultz.

A Mikania glomerata já figurava na

primeira edição da Farmacopeia do Brasil,

publicação que desde 1929 é referência para

laboratórios farmacêuticos e pesquisadores.

Lá, estão reconhecidas suas propriedades

expectorantes e broncodilatadoras e sua

indicação no tratamento de asma, bronquite e

tosse associada a gripes ou resfriados. Menos

famosa – por enquanto – é a Mikania laevigata,

que vem sendo estudada por pesquisadores

da Universidade de Campinas (Unicamp).

Eles já constataram que a erva tem efeito no

combate a úlcera e infecções e na prevenção

da cárie, além de mostrar potencial contra

alguns tipos de câncer.

Essas duas “primas” têm muito em comum,

incluindo uma substância chamada cumarina,

a mais abundante em ambas as espécies. É a

concentração de cumarina que aparece citada

nas bulas dos xaropes à base de Mikania

glomerata vendidos nas farmácias – e que,

desde 2007, também estão disponíveis aos

pacientes do Sistema Único de Saúde. Ela é

a dona das propriedades anti-inflamatórias,

bronco e vasodilatadoras que dão à glomerata

o poder de descongestionar o peito e a

garganta. E também responde pelo tal odor de

baunilha que exala da planta.

Seu mecanismo de ação até já foi

desvendado. Quando estimulados por agentes

inflamatórios e infecciosos, os receptores

do neutransmissor acetilcolina, presentes

no aparelho respiratório, provocam uma

contração dos brônquios, os tubos que levam

ar aos pulmões, e o aumento da secreção.

Os princípios ativos do guaco seriam capazes de bloquear esses receptores, diminuindo a secreção brônquica, relaxando a musculatura lisa respiratória e melhorando sintomas como tosse e rouquidão,

explica o médico pediatra e homeopata

Fernando Ranzeiro de Bragança, coordenador

da disciplina de Fitoterapia da Faculdade de

Medicina da Universidade Federal Fluminense.

Mas, como ocorre a todo fitoterápico, nenhum

composto age isoladamente.

Sabe-se que seu óleo essencial é rico em diversas substâncias farmacologicamente ativas, entre elas flavonoides,

diz Bragança.

Já a Mikania laevigata é a

estrela de uma pesquisa que

pode resultar em um

novo medicamento

para tratar úlceras do

estômago. No Centro

Pluridisciplinar de

Pesquisas Químicas,

Biológicas e Agrícolas

da Unicamp

(CPQBA), um grupo

de pesquisadores

comprovou que a

planta diminui a

secreção do ácido

gástrico, cuja produção exagerada

está entre as causas das doloridas

Page 18: Revista Herbarium Edição 6

18 Revista Herbarium|Julho 2012

lesões no estômago. E, de novo, esse efeito

é atribuído principalmente à cumarina.

A exemplo do que acontece nas vias respiratórias, aqui também o mecanismo de ação é via bloqueio das secreções, no caso, do ácido gástrico,

explica o farmacologista João Ernesto

de Carvalho, coordenador da divisão de

Farmacologia e Toxicologia do CPQBA.

Mas as pesquisas sugerem que há outros

princípios ativos trabalhando, já que a planta

também aumenta as defesas do organismo,

em especial da mucosa do estômago.

Assim, há não só um reforço da barreira

gástrica como também uma aceleração

na cicatrização das úlceras. Testes feitos

com animais de laboratório mostraram que

os extratos de guaco rivalizam até com a

espinheira-santa em seu efeito gastroprotetor.

Os cientistas do CPQBA também

investigam essas espécies de guaco em

outras duas frentes. A primeira busca

responder se o vegetal tem efeito sobre

tumores. Nos testes feitos em tubos de

ensaio, tanto a Mikania laevigata quanto a

Mikania glomerata mostraram-se capazes

de matar células de alguns tipos de câncer,

como os de pele e pulmão. No entanto,

ainda é preciso resolver um problema

crucial: “Na planta existe um outro grupo de

substâncias, os diterpenos, que provocam

mutações nas células”, diz o pesquisador

João Ernesto de Carvalho. Ou seja, pode ser

que o guaco cause danos não apenas às

células doentes, mas também às saudáveis.

A outra linha de pesquisa focou nas

propriedades antibacterianas da dupla, que

mostrou ser capaz de inibir os mecanismos

de aderência de bactérias do grupo

Estreptococos mutans à superfície dental,

diminuindo a placa bacteriana e evitando a

formação de cáries.

Sem dúvida, a planta não para de marcar

pontos nas pesquisas. Mas mesmo no caso

em que sua ação já está suficientemente

comprovada, como o efeito broncodilatador,

é preciso estar atento a contraindicações

e efeitos colaterais. “O guaco não deve ser

usado por portadores de doenças do fígado,

por quem tem níveis baixos de plaquetas ou

toma medicamentos anticoagulantes, pois

pode aumentar o risco de hemorragia”, alerta

o médico Fernando Ranzeiro de Bragança.

Além disso, o consumo além da dose pode

causar taquicardia, vômitos e diarreia.

ATENÇÃO À TOSSE

Com a chegada do inverno, os consultórios, hospitais e

postos de saúde passam a atender mais pacientes com

tosse. Os médicos alertam: o “cófi-cófi” não é doença, mas

um sintoma de que algo está errado no organismo. Por

isso, é sempre bom evitar a automedicação e procurar um

especialista, principalmente se a tosse persistir por quarto

semanas (em crianças) ou oito semanas (nos adultos). Aí

ela já é considerada crônica e pode sinalizar problemas

sérios como refluxo e asma.

Page 19: Revista Herbarium Edição 6

19 Revista Herbarium | Julho 2012

Segundo a

Organização

Mundial da

Saúde, o

abuso de

álcool é um

problema

que afeta

76 milhões

de pessoas no

mundo. Apenas

13% delas recebem

tratamento médico.

O óleo de lavanda pode ser um alívio para mulheres que passaram por

cesariana e sofrem com dores após a operação. Isso é o que sugere

um estudo feito por cientistas paquistaneses que investigaram os

efeitos da essência em 200 mulheres. Por meio de uma máscara

de oxigênio, metade delas inspirou o cheirinho de lavanda,

enquanto a outra metade sentiu um outro aroma. As pacientes

foram avaliadas 30 minutos, oito horas e 16 horas após a seção

de aromaterapia. O grupo que recebeu o óleo essencial de lavanda

relatou uma melhora significativa da dor em relação ao outro grupo.

Na aromaterapia, o óleo de lavanda é tradicionalmente usado como

calmante e para combater o estresse. Mas a ciência vem descobrindo

outras aplicações para a planta. Em 2011, um estudo publicado no Journal

of Medical Microbiology já havia indicado que a lavanda é um potente

antifúngico e pode servir para tratar infecções na pele e nas unhas.

LAVANDA | Cheirinho bom contra a dor

Há mais de 500 anos, os chineses usam a hovênia (hovenia dulcis)

para tratar ressaca. Pois a espécie, que é conhecida no Brasil como

uva-do-japão, pode ser uma opção para quem tem problema de

alcoolismo. Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram

que um composto presente na planta, a dihidromiricetina, bloqueia

a ação do álcool no cérebro e ainda reduz a vontade de consumir

bebida alcoólica, sem causar efeitos colaterais. Em um estudo

conduzido em ratos, eles descobriram que o composto atua nos

receptores GABAA. Sob o efeito de substâncias químicas, esses

receptores diminuem a atividade cerebral, reduzindo a capacidade de

comunicação e a sonolência, sintomas típicos da embriaguez.

O estudo foi publicado no Journal of Neuroscience.

ALCOOLISMO | Esperança na medicina chinesa

Page 20: Revista Herbarium Edição 6

20 Revista Herbarium|Julho 2012

NUTRACÊUTICA: PARA COMER MELHOR

Beleza na MesaDiversas pesquisas comprovam que certos nutrientes têm ação indispensável contra o envelhecimento precoce. Confira o que não pode faltar no seu prato

Regina Célia Pereira, de São Paulo

De nada adianta besuntar o rosto

com cremes se você não caprichar no

cardápio – aquilo que entra pela boca

se reflete diretamente na beleza da

pele e na saúde dos cabelos. Quer

exemplos? Um trabalho britânico

publicado no periódico

científico American Journal

of Clinical Nutrition

aponta os ômegas e

a vitamina C como

aliados contra

Page 21: Revista Herbarium Edição 6

21 Revista Herbarium | Julho 2012

as rugas. Os estudiosos elegeram esses dois

nutrientes depois de analisar minuciosamente

a dieta e examinar a epiderme de um grupo

de 4.025 mulheres. Aliás, cabe ressaltar que,

quando o assunto é estética, a dupla de

nutrientes é sempre mencionada.

Os ômegas 3 e 6 – aquelas gorduras

famosas pela proteção cardiovascular – atuam

nas membranas celulares, deixando-as mais

permeáveis e alterando o fluxo sanguíneo, o

que contribui para a integridade da derme.

A vitamina C é uma espécie de coadjuvante no estímulo e formação de colágeno,

diz a dermatologista Shirlei Borelli, membro

da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Ou seja, ela colabora para a recuperação

do tecido e dá firmeza. Isso porque o

tal colágeno, que é um tipo de proteína

estrutural, tem tudo a ver com a elasticidade

e a resistência da pele.

E os méritos da vitamina não param

por aí. A substância presente nas frutas

cítricas é um poderoso antioxidante. Para a

nutróloga Marcella Garcez Duarte, diretora

da Associação Brasileira de Nutrologia,

essa ação é fundamental para combater

o envelhecimento precoce. “Também vale

destacar os carotenoides”, afirma. Se você

não lembra dessa alcunha meio esquisita,

trata-se de uma família de pigmentos, com

destaque para o licopeno, presente no

tomate, e o betacaroteno, que dá cor à

cenoura.

Marcella também chama a atenção para

compostos conhecidos como polifenois.

Um dos componentes desse grupo é o

ácido elágico. Nunca ouviu falar? Pois

saiba que ele pode estar na sua fruteira. A

substância, que colore a amora, a cereja

e outras frutas vermelhas, foi estudada

por cientistas coreanos da Universidade

Hallym. Foram eles que constataram seu

poder na preservação de células da pele

expostas à radiação solar. Minerais como

o selênio, além das vitaminas A e E,

têm função parecida. Garantir essa

turma de ação antioxidante no cardápio

cotidiano impede estragos relacionados

ao excesso de radicais livres, moléculas

capazes de causar danos celulares.

PÍLULAS PARA A FIRMEZA

Optar por suplementos pode ser uma boa saída para quem não consegue

comer direito. Mas, veja bem, eles só devem ser consumidos com o aval de

especialistas. Atualmente é possível encontrar pílulas que concentram

substâncias imbatíveis para a beleza. “Elas contêm minerais e

antioxidantes que contribuem para a firmeza da pele e para

o fortalecimento de cabelos e de unhas, mas para que

sejam eficazes devem ser associadas a tratamentos

clínicos, entre outros”, ressalta a dermatologista

Shirlei Borelli. Há também cápsulas de gelatina que

ajudam a combater a flacidez. “Outra alternativa é

usar o colágeno em pó, diluído em água ou sucos”,

conta a nutricionista Lara Natacci.

Page 22: Revista Herbarium Edição 6

22 Revista Herbarium|Julho 2012

CHOCOLATE E ESPINHA

Trata-se de um elo antigo e cheio de polêmica. “Não existem evidências

científicas que comprovem essa relação”, conta a nutricionista Mariana Del

Bosco, de São Paulo. Suspeita-se de que a fama tenha surgido por conta da

grande concentração de gordura que o doce contém. Três quadradinhos ou

30 gramas do tipo ao leite fornecem até 13 gramas de gordura.

“A dieta parece ter pouca influência sobre o surgimento da acne, mas

estudos mostram que o alto teor gorduroso pode servir de estopim

para o agravamento do quadro”, relata a dermatologista Shirlei Borelli.

Para a nutróloga Marcella Garcez, o chocolate amargo, com 70% de

cacau, oferece substâncias protetoras, inclusive para a pele e, se for

consumido em doses pequenas, é bem-vindo na dieta.

A sugestão de Marcella é de 25 gramas por dia.

Para o dermatologista Humberto Frucchi,

do Hospital Santa Isabel, em São Paulo,

a alimentação equilibrada, com o devido

espaço para frutas e hortaliças, garante a

saúde do maior órgão do corpo.

Carnes magras, peixes e ovos também não podem ficar de fora do cardápio,

avisa Frucchi. Esses alimentos são ricos

em proteína, nutriente que previne a perda

muscular, o que é indispensável para evitar a

flacidez.

Mas não esqueça: é líquido e certo que,

quanto mais hidratado o organismo, mais

viçosa será a tez. Além de tomar água ao

longo do dia, e assim mandar para fora

muitas toxinas, que tal lançar mão de

algumas bebidas que têm se destacado na

proteção da pele? O chá verde se mostrou

eficaz na prevenção do foto-envelhecimento

em um estudo com 60 voluntárias, realizado

por pesquisadores alemães e publicado na

revista científica The Journal of Nutrition.

Aqui no Brasil, o chá-mate tem sido

festejado por especialistas da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(UERJ). Nos laboratórios do Instituto de

Ciências Biomédicas da UFRJ, o professor

Samuel Santos Valença, a estudante

de Nutrição Marina Valente Barroso e a

doutoranda Manuella Lanzetti ofereceram

para camundongos idosos, durante 10

meses, uma bebida feita com a erva

tostada. Outro grupo de roedores bebeu

água. “Ao final do período, notamos que

os animais que consumiram o mate tinham

aspecto preservado, a pelagem estava

mais saudável”, relata o professor. E mais:

análises mostraram que genes específicos

relacionados ao combate do envelhecimento

eram mais ativados nesse grupo. Uma das

estrelas do mate atende pelo nome de

ácido clorogênico. “Ele tem potente ação

antioxidante”, revela Valença. Então, o

segredo é, mais uma vez, o combate aos

radicais livres.

Apesar de até agora termos falado muito

da cútis, saiba que todos esses ingredientes

também favorecem as madeixas. Entretanto,

Page 23: Revista Herbarium Edição 6

23 Revista Herbarium | Julho 2012

um nutriente em particular merece entrar no

seu prato para deixar os fios mais sedosos.

É o silício. A substância aparece em um

estudo realizado pelo dermatologista

Ricardo Tadeu Villa. Para o trabalho, foram

recrutadas 34 alunas de pós-graduação

da Fundação Técnico-Educacional Souza

Marques, que toparam raspar o cabelo na

região da nuca. “Avaliamos o crescimento

e a força dos fios durante três meses e,

depois disso, oferecemos um suplemento

feito com o mineral”, conta Villa, que é

professor na instituição.

A turma consumiu a suplementação

por 5 meses e, nesse período, os

fios passaram por novos testes em

laboratórios de Cosmetologia da

Universidade da São Paulo. “Foram

diversos cálculos, e pudemos concluir

que houve um aumento de quase 38% na

média de crescimento”, afirma. Também

ficou evidente que o cabelo estava mais

resistente ao estresse do dia a dia, ou

seja, ao sol, aos xampus e afins.

O mecanismo por trás dessa atuação é a participação do nutriente na produção de queratina,

diz. Traduzindo: ele interfere na estrutura

dos fios capilares, que já nascem fortes.

Segundo a nutricionista Lara Natacci

Cunha, da Dietnet Assessoria Nutricional,

em São Paulo, além de embelezar a

cabeleira, o silício é um paladino contra

a famigerada celulite. É que ele zela pela

estrutura da pele e protege as fibras de

colágeno de estragos. Para quem anda

lutando contra os furinhos, também é

importante manter um peso saudável, já

que a obesidade favorece o aparecimento

da celulite. Aliás, estar em dia com a

balança também ajuda a dar um chega-

pra-lá em estrias e outras encrencas.

ESQUADRÃO BELEZURA

Veja quais são as maiores fontes dos nutrientes para deixar a pele e os cabelos mais bonitos e fortes:

• SILÍCIO Trigo, aveia, centeio,

cevada.

• VITAMINA A Ovo, abóbora, espinafre,

pimentão.

• VITAMINA C Acerola, caju, kiwi,

mamão, laranja.

• VITAMINA E Gérmen de trigo,

mêndoas, nozes, amendoim.

• ÁCIDO ELÁGICO Amora, cereja, morango,

romã.

• BETACAROTENO Cenoura, manga, melão

cantaloupe, abóbora.

• LICOPENO Tomate, goiaba vermelha,

melancia, pitanga.

• ÔMEGA 3 Salmão, sardinha, semente

de chia, linhaça.

• ÔMEGA 6 Óleos de soja, girassol e

milho.

• SELÊNIO Castanha-do-pará,

truta, camarão.

Page 24: Revista Herbarium Edição 6

24 Revista Herbarium|Julho 2012

Várias frutas do Cerrado brasileiro, que até agora eram conhecidas apenas como ingredientes de receitas saborosas, viram assunto de pesquisa e ganham status de alimentos funcionais

Fernanda Guirra, de Goiânia

Nativas e Poderosas

Fo

to: D

ivul

gaç

ão

Frutos do Pequi

Page 25: Revista Herbarium Edição 6

25 Revista Herbarium | Julho 2012

Gabiroba, cagaita, guapeva, murici, mama-

cadela, pequi e baru são nomes bem familiares

para a população que vive nos estados que

fazem parte da região central do país. O que

pouca gente sabe, mesmo entre os nativos dessa

fatia do território nacional, é que os frutos do

Cerrado têm muito mais do que sabores exóticos

e receitas deliciosas a oferecer. Pesquisas

recentes comprovam várias propriedades

funcionais desses alimentos.

Uma dessas pesquisas foi feita por Luciana

Malta, doutora pela Faculdade de Engenharia de

Alimentos da Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp). Ela analisou o potencial de três dessas

frutas: gabiroba (Compomanesia cambessedeana

O. Berg.), guapeva (Pouteria cf. Guardneriana

Radlk.) e murici (Byrsonima verbascifolia Rich.).

O estudo foi feito em três partes. Na primeira,

Luciana investigou a eficiência dos extratos por

meio de testes in vitro. “Nessa etapa, a gabiroba

destacou-se quanto ao potencial antioxidante”,

explica. Substâncias com essa característica

ajudam a combater os radicais livres do corpo –

que atacam células saudáveis – e a fortalecer o

sistema imunológico.

Na segunda etapa, foram realizados testes

in vivo, ou seja, com a utilização de animais.

Camundongos receberam extratos das frutas e

tiveram alguns de seus órgãos (como fígado e

medula óssea) avaliados. A intenção era medir

o poder anti-inflamatório dos extratos, além de

seu potencial antimutagênico e antigenotóxico

– ou seja, de ajudar a proteger a célula do

aparecimento de mutações que podem vir a

desencadear doenças como o câncer. “Os que

apresentaram os melhores resultados nesses

testes biológicos foram os da gabiroba e os da

casca da guapeva”, afirma Luciana. Na última

etapa do projeto, a pesquisa foi realizada em

células, com o intuito de medir a eficiência

antiproliferativa, ou seja, anticâncer. E quem se

destacou foi, novamente, a casca da guapeva.

Em resumo, essas frutas são mesmo

poderosas. “Podemos dizer que o Cerrado é uma

farmácia ao ar livre”, defende Edemilson Cardoso

da Conceição, coordenador do Laboratório

de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

de Produtos Fitoterápicos, Fitocosméticos e

Nutracêuticos da Faculdade de Farmácia da

Universidade Federal de Goiás (UFG).

De acordo com o pesquisador, que estuda

frutas do Cerrado há três anos, há diversas

plantas da região que possuem substâncias

antioxidantes e também de ação antitumoral. A

cagaita (Eugenia dysenterica DC.), por exemplo,

é uma fruta que conta com a presença do ácido

elágico, substância que, segundo as pesquisas

desenvolvidas no laboratório da UFG, pode ter

ação antitumoral – ela agiria como inibidora da

multiplicação desordenada de células.

Outro destaque é a mama-cadela (Brosimum

gaudichaudii Trec.), planta rica em furocumarinas,

substâncias que podem combater o vitiligo

(doença em que ocorre a perda de pigmentação

natural da pele). Na UFG, os resultados das

pesquisas com a cagaita e a mama-cadela já

estão na fase de registro de patentes. Mas ainda

é cedo para comemorar. Segundo o pesquisador,

em geral, são necessários entre 15 e 20 anos

até que uma determinada substância tenha sua

eficácia comprovada cientificamente, seja testada

e chegue ao mercado como medicamento.

E ainda há muito mais para se investigar.

Muitas substâncias existentes nas frutas e plantas desse bioma ainda são desconhecidas e precisam ser exploradas,

conta Edemilson. São exemplos o pequi, que

é rico em caroteno e ácidos graxos, e o baru,

conhecido como noz do Cerrado, que tem uma

amêndoa com alto teor de proteína. Seu óleo,

rico em taninos e antioxidantes, é tão nutritivo

que poderia vir a ser utilizado na indústria

cosmética. O que falta mesmo é incentivo por

parte dos órgãos governamentais. “A Amazônia é

importante, mas não é o único bioma que merece

atenção no país”, resume o pesquisador.

Page 26: Revista Herbarium Edição 6

26 Revista Herbarium|Julho 2012

GUARANÁ | Remédio contra o Mal de Parkinson?

Conhece a Paullinia

cupana? Esse é o nome

científico do guaraná, espécie

bastante pesquisada por seus

efeitos no sistema nervoso

central e também por apresentar

propriedades antioxidantes.

Agora, um grupo de oito

cientistas, entre eles dois

brasileiros, da Universidade

Federal da Bahia, investigam se a

espécie tem potencial para ser

usada no tratamento de doenças

degenerativas, como o Mal de

Parkinson. Os primeiros resultados

da investigação são promissores:

em um estudo feito em laboratório,

os pesquisadores constataram que

um extrato de guaraná é capaz de

proteger os neurônios responsáveis

pela transmissão da dopamina.

A falta desse neurotransmissor

causa sintomas como as tremuras

características da doença.

43% estão comendo pouco feijão;

72% comem menos legumes e

verduras do que o recomendado;

88% ingerem menos cereais,

tubérculos e raízes do que deveriam;

95% não consomem frutas e sucos na

quantidade adequada;

100% têm uma dieta pobre em

leite e derivados.

DIETA | Cardápio menos saudável

Da amostra de 725 pessoas...

Fonte: Tese de doutorado do nutricionista Eliseu Verly Júnior defendida na Faculdade de Saúde Pública da USP.

Uma pesquisa da Faculdade de Saúde

Pública da Universidade de São Paulo

(USP) alerta: os paulistanos estão consumindo

menos frutas, sucos, cereias e leite do que o

recomendado pelo Ministério da Saúde. Entre

os adolescentes, a ingestão desses alimentos

é ainda menor: eles comem três vezes menos

frutas, legumes e verduras do que os idosos.

O dado é preocupante porque a adolescência é

a fase da vida em que os hábitos alimentares

estão se formando e é grande a possibilidade

de os jovens tornarem-se adultos propensos

a desenvolver doenças como diabetes e

hipertensão. Também há diferenças entre

homens e mulheres. Elas ingerem mais frutas,

sucos naturais, verduras e legumes do que eles.

Page 27: Revista Herbarium Edição 6

ALCACHOFRA HERBARIUM - Cynara scolymus 300 mg - 45 cápsulas. Indicações: Alcachofra Herbarium é indicada para facilitar a digestão e aliviar o desconforto abdominal, gases e náuseas, resultantes da deficiência na produção e eliminação da bile. Contraindicações: Gravidez, lactação, crianças abaixo de 12 anos de idade, obstrução do ducto biliar e cálculos biliares. Reações adversas: O uso deste medicamento pode acarretar em efeito laxativo. Advertências: Pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes da fórmula não devem fazer uso do produto. O uso concomitante deste medicamento com diuréticos em pacientes com pressão alta ou com qualquer doença que atinja o coração, deve ser realizado sob estrita supervisão médica. Pode reduzir a eficácia de medicamentos que interferem na coagulação sanguínea, como ácido acetilsalicílico e anticoagulantes cumarínicos (ex. varfarina). Interações medicamentosas: Pode reduzir a eficácia de medicamentos que interferem na coagulação sanguínea, como ácido acetilsalicílico e anticoagulantes cumarínicos (ex. varfarina). Posologia: Ingerir 2 (duas) cápsulas, 3 (três) vezes ao dia, ou a critério médico. M.S.: 1.1860.0042. HERBARIUM LABORATÓRIO BOTÂNICO LTDA. Av. Santos Dumont, 1111 Colombo - PR. CNPJ 78.950.011/0001-20. Indústria Brasileira. Farmacêutica Resp.: Dra. Anny M. Trentini CRF-PR nº 4081. Julho/2012.

,

Central de Relacionamento Herbarium 0800 723 8383 • www.herbarium.net

Indicada para facilitar

a digestão de alimentos

gordurosos, aliviando o

desconforto abdominal,

gases e náuseas.

ALCACHOFRA HERBARIUM É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.

Page 28: Revista Herbarium Edição 6

28 Revista Herbarium|Julho 2012

CLUBE DA TPM: E OUTRAS COISAS DE MULHER

Antes só do que mal AcompanhadaAs mulheres estão viajando cada vez mais sozinhas

e o mercado de turismo, de olho nessa tendência,

se adapta para agradá-las

Liliana Negrello, de Curitiba

Houve um tempo em que era raro ver

uma mulher viajando sozinha. Além de

problemas como a insegurança, contava

o fato de que passear avulsa “não pegava

bem” e ponto. Mas esse tempo ficou

para trás, definitivamente. Hoje, elas

viajam desacompanhadas e, graças à

independência financeira conquistada, com

dinheiro no bolso. Atenta ao fato de que

as mulheres têm necessidades e gostos

singulares, além de nutrirem uma queda

pelas comprinhas, a indústria do turismo se

adapta em ritmo acelerado para recebê-las

com todos os mimos.

Page 29: Revista Herbarium Edição 6

29 Revista Herbarium | Julho 2012

Prova disso é a disposição mostrada por

hotéis tradicionais em dedicar andares inteiros

exclusivamente a elas, com todo o necessário

para atender os caprichos femininos, desde

a decoração até acessórios especiais

como xampus, cremes, secador de cabelo,

espelhos de corpo inteiro e até tapete para

praticar ioga. Nos grandes hotéis, a tendência

surgiu principalmente para agradar o público

executivo – já que o número de mulheres em

postos de comando, e viajando a trabalho, não

para de aumentar.

Mas não é apenas nos hotéis de luxo que

elas ganham espaço. A Federação Brasileira

de Albergues da Juventude coletou dados

que mostram um sensível aumento no

número de mulheres fazendo turismo nos

estabelecimentos da rede. Em 2005, elas eram

responsáveis por 51% das estadias. Em 2010,

já contabilizavam 57% do total de hóspedes.

Isso não quer dizer que haja mais moças

solteiras por aí. Mesmo porque muitas dessas

viajantes são casadas ou têm namorados,

mas os companheiros não têm disponibilidade

para acompanhá-las, ou não querem. E há

ainda as que simplesmente evitam incluir

acompanhantes malas na bagagem.

A história da primeira vez que a jornalista

Maristela do Valle viajou sozinha ilustra bem

a situação. Ela havia combinado de fazer um

passeio ao Nordeste com alguns amigos, mas

o namorado não podia ir junto e não gostou

nada da ideia de ela ir “em turma”. Então,

Maristela perguntou se ele preferia que ela fosse

sozinha. Preferiu. E lá foi ela, em voo solo, para

o Recife. “Não ia deixar de fazer essa viagem

que estava super a fim”, conta Maristela.

Por lá, ela conheceu algumas argentinas e,

no final das contas, até viajou com as novas

colegas. E essa parte da história não chega a

surpreender. Fazer novos amigos é justamente

um dos atrativos de quem opta por viajar

sem companhia. “Você fica mais aberto para

conhecer pessoas”, confirma Maristela.

Depois dessa primeira experiência, a jornalista

fez muitas outras viagens e chegou a transformar

seu gosto por idas e vindas em trabalho, já

que se tornou repórter do caderno de turismo

de um dos principais jornais de São Paulo.

Profissionalmente e pessoalmente, juntou muitas

informações que resultaram, em parceria com

Flávia Julius, no livro Viaje Sozinha (Panda

Books, 304 págs.). Hoje, casada e com dois

filhos, Maristela também curte viajar em família.

A dica mais importante para quem quer se

soltar pelo mundo desacompanhada é coletar

o máximo de informações sobre o destino

escolhido. “É muito importante se informar

sobre os costumes”, ensina a jornalista.

Você tem que respeitar a cultura local porque, se não fizer isso, corre o risco de ser mal interpretada.

Se estiver num país em que é regra as mulheres

cobrirem os ombros, por exemplo, não vale

usar regata, já que há o perigo de a turista ser

confundida com uma, digamos, moça de vida

fácil. É essencial

prestar atenção

a esses códigos

principalmente

em países

nos quais as

mulheres se

comportam de

forma muito diferente,

como nos do Oriente Médio.

Outro ponto importante é tratar com a

devida reverência os templos e igrejas (mesmo

que não tenham nada a ver com sua opção

religiosa) e observar os costumes locais na

hora de cumprimentar alguém – nada

de sair dando beijinhos

no rosto e achar que

está abafando. Até

por estar só, é bom

também se manter

longe de roubadas.

Page 30: Revista Herbarium Edição 6

30 Revista Herbarium|Julho 2012

TUDO COR-DE-ROSA

Hotéis, albergues e pousadas que apostam no poder do público feminino

• ATLANTE PLAZA – RECIFE

O hotel reservou o 14º

andar exclusivamente

para mulheres e promete

um atendimento

personalizado com

cuidados especiais.

Xampus, condicionadores

e hidratantes aparecem

em versão especial.

Equipamentos de beleza podem ser emprestados

e, para as mais preocupadas com os quilinhos

extras que uma viagem pode render, todos os

apartamentos da ala contam com uma balança

digital.

Endereço: Av. Boa Viagem, 5426,

55-81-3302-3333/4446 (www.atlanteplaza.com.br);

Diária: a partir de R$ 500.

• THE PREMIER HOTEL – NOVA YORK

O hotel de luxo conta com sete quartos reservados

exclusivamente para mulheres. As reservas para o

andar em questão vêm com vários benefícios: sais

de banho, revistas femininas, chapinha, tapete

para prática de ioga, entre outras surpresas.

Endereço: 133 West 44th Street,

1-212-789-7670 (www.millenniumhotels.com);

Diária: a partir de U$ 300 (dólares).

*Os preços podem mudar a qualquer momento. Cheque sempre com o próprio hotel as melhores possibilidades.

• HOSTEL ST CHRISTOPHER’S OASIS – LONDRES

Aqui é possível economizar – ao dividir um quarto – tendo a certeza de ter apenas companheiras femininas. O albergue oferece quartos duplos, de quatro ou oito pessoas, todos decorados com almofadas macias, edredons quentinhos e colchões novos em folha. Os corredores são perfumados, as paredes trazem suaves tons de rosa e os

quartos contam com espelhos de corpo inteiro.

Endereço: 59 Borough High Street,

4-40-2074-076266 (www.st-christophers.co.uk);

Diária: a partir de £ 20 (libras).

• PAPAYA FEMALE HOSTEL – ROMA

Também dispõe de quartos conjuntos exclusivos para mulheres e decoração voltada para os gostos femininos. A limpeza e a segurança são os pontos de

destaque. Fica perto de várias atrações da cidade.

Endereço: Via Castelfidardo, 31;

Diária: a partir de € 25 (euros).

Page 31: Revista Herbarium Edição 6

31 Revista Herbarium | Julho 2012

Evite usar jóias, relógios e outros acessórios que chamam atenção.

Mulheres sozinhas são alvo prioritário de gente mal intencionada;

Evite lugares ermos, muito vazios ou mal frequentados. Deixe a praia

deserta para uma outra oportunidade;

Não faça “cara de turista”. Nada de ficar parada no meio da rua, com

um mapa enorme em frente ao rosto, tentando achar algum lugar nos

arredores. Seja discreta;

Aprenda a levar pouca coisa, porque é você quem vai carregar. Opte

por roupas neutras, cujas peças combinem todas entre si, e prefira os

tecidos que não amassam. A nécessaire também não pode pesar uma

tonelada. Fique apenas com o essencial;

Se for para o exterior, aprenda pelo menos o básico da língua do país

que pretende visitar (como cumprimentar, como dizer “por favor” e

“obrigada”, como dizer que não fala a língua local, como pedir ajuda) e

esteja com um mínimo do inglês em dia;

Infelizmente, as mulheres brasileiras são vistas como “liberais” em

muitos países. Então, tenha cuidado extra no contato com homens que

você não conhece;

Em países muçulmanos, vista-se o mais discretamente possível e

tenha sempre um lenço na bolsa. Em alguns lugares, especialmente em

templos, é imperativo cobrir a cabeça;

No Brasil ou no exterior (mesmo em países mais seguros, como os

da Europa), prefira viajar de dia, e se organize para chegar antes do

anoitecer no destino desejado;

Cuidado com o local onde vai se hospedar. Além de observar a qualidade

da acomodação, considere também os arredores;

Informe-se ao máximo sobre os costumes locais e respeite a

cultura vigente. Mesmo no Brasil há diferenças de região para região;

Tenha sempre um livro na bolsa, ele pode ser uma boa companhia

em diversas situações;

Se não estiver viajando para uma grande metrópole, fique atenta

ao horário de funcionamento dos estabelecimentos. Na Europa, por

exemplo, o comércio (todo o comércio!) de algumas cidades do interior

fecha às cinco da tarde.

VÁ SOZINHA

Conheça algumas dicas para colocar o pé na estrada sem depender de companhia

Fontes: Maristela do Valle e Guia do Turista Brasileiro (www.manualdoturista.com.br)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

Page 32: Revista Herbarium Edição 6

32 Revista Herbarium|Julho 2012

Melodia do

AmorUm estudo realizado em duas universidades francesas comprova que uma canção bem açucarada é, de fato, capaz de incentivar as mulheres a aceitar uma paquera

Márcia Luz, de Curitiba

Difícil imaginar o amor

sem música. Todos os

grandes romances

sempre vieram

acompanhados de

uma trilha sonora

marcante. Afinal, o que

seria de Ingrid Bergman e

Humphrey Bogart sem As time

goes by? Imagine se os olhares

apaixonados do mocinho e da

mocinha da novela fossem

trocados em silêncio? E os

beijos, então – nem valeria

a pena assistir! Não há

casal que não tenha a “sua”

canção. Sem ela não haveria

clima, não seria possível

arrumar coragem para

aquela declaração

Page 33: Revista Herbarium Edição 6

33 Revista Herbarium | Julho 2012

de amor, ou para o pedido de namoro, de

casamento, ou até de perdão!

É público e notório que uma boa balada pode

derreter o coração da maioria das mulheres,

mas parece que agora o fato tem comprovação

científica. Então, meninos, atenção: uma

pesquisa realizada por psicólogos franceses

das universidades da Bretanha e de Paris,

publicada no periódico Psychology of Music,

concluiu que ouvir canções românticas pode

deixar as mulheres mais favoráveis a iniciar um

relacionamento. Batizado de Love is in the air, o

estudo reuniu 87 mulheres solteiras com idades

entre 18 e 20 anos.

Cada uma delas, acreditando estar

participando de uma pesquisa de marketing

sobre alimentos orgânicos, foi deixada sozinha

em uma sala de espera, sob o pretexto de que

o outro participante do teste ainda não havia

chegado. Em algumas salas, a música de fundo

era muito romântica e, em outras, era uma

canção popular qualquer. Depois de alguns

minutos, um entrevistador entrava na sala e

levava a “cobaia”para outro ambiente, reservado

para a degustação de biscoitos orgânicos. Lá,

um outro voluntário (do sexo oposto) aguardava.

Tudo armação para unir os pombinhos. No final

do teste, o pesquisador saía da sala e pedia

para que os participantes o esperassem por

alguns minutos. Nesse momento, os rapazes,

já devidamente instruídos, diziam às moças

que elas eram muito atraentes e pediam seus

números de telefone.

O resultado: 52% das mulheres que haviam

ouvido a balada romântica passaram seus

contatos, enquanto apenas 28% entre as que

ouviram a outra música deram o número. As

razões pelas quais a música tem esse efeito

sedutor ainda não estão claras para os cientistas,

mas, por via das dúvidas, uma balada suave é

uma ótima pedida para embalar a paquera.

Segundo a psicóloga Aline Zanetti Wenceslau,

da Clínica Psiqué, a música é um recurso

importante do qual as pessoas podem lançar

mão para comunicar suas alegrias, dores,

sentimentos. Aline acredita que a música, assim

como outros estímulos, como cheiros e sabores,

pode suscitar sentimentos e sensações que

resgatam memórias e trazem significados muito

particulares para cada um.

Assim, de um modo geral e principalmente cultural, uma música romântica está endereçada a um ato de aproximação entre pessoas,

afirma. Em relação à pesquisa citada, a psicóloga

opina que é muito subjetivo mensurar o interesse

das moças apenas com base na música tocada,

mas ressalta que vale levar em conta o evidente

poder de sensibilização das canções.

Já o psicoterapeuta Paulo C. de Souza acha

que, apesar de o estudo possuir algumas

imprecisões (sob a ótica da metodologia

científica), é notório que um campo promissor da

psicologia trata da música na terapia. “Portanto,

não se pode negar a influência da música no

comportamento humano. Um estímulo auditivo,

assim como qualquer outro estímulo dos órgãos

dos sentidos, altera nosso comportamento.

Talvez o mais difícil seja precisar essa alteração”,

afirma. “Resumindo, qualquer estímulo vai

provocar alguma reação na ‘alma’, ou seja,

uma música pode provocar sensações alegres

em uma pessoa e essa mesma música pode

provocar tristeza a outra.”

A música pode marcar não apenas os

momentos românticos da vida. Há melodias que

simplesmente “grudam” na cabeça e surgem

automaticamente em determinados momentos,

como a trilha sonora de filmes de ação – Missão

Impossível, James Bond, a marcha nupcial, o

Danúbio Azul, a trilha da Pantera Cor-de-Rosa.

“A música participa de nosso crescimento e

desenvolvimento, concretiza valores, e pode

proporcionar sentimentos favoráveis

ou antagônicos”, comenta Aline. Para

todos os efeitos, como diziam os Beatles:

All you need is Love!

Page 34: Revista Herbarium Edição 6

34 Revista Herbarium|Julho 2012

O estudo, publicado

no Journal

of Family

Psychology,

sugere

que

mães que

abrem mão

de trabalhar fora

ficam mais isoladas

socialmente, o que

aumenta suas chances

de desenvolver depressão.

Essas mães também sofrem uma

carga maior de estresse, por terem de

ficar com as crianças o dia todo. Porém,

o estresse diminui bastante quando os

filhos começam a ir para a escola, o que

explica por que o estudo concluiu que as

mães que trabalham são mais saudáveis

que as outras apenas enquanto as crianças

são bem pequenas. Do ponto de vista da

saúde, não houve diferença significativa

entre as mães que trabalham meio período

e as que trabalham o dia todo. Porém, as

trabalhadoras de meio período passam

por menos situações de conflito entre a

família e o trabalho. Os resultados foram

baseados em entrevistas com 1.364 mães

em nove Estados americanos durante 12

anos – dessa forma, os pesquisadores

puderam checar as mudanças no quadro

de saúde das mães durante o crescimento

dos filhos.

PAQUERA | A bela e a fera

Quem já não viu um casal exatamente assim na rua e ficou se perguntando qual seria o segredo do rapaz? Pois bem, pesquisadores do Williams College parecem ter achado uma explicação, e publicaram a descoberta na revista Psychological Science. O ponto de partida foi um experimento, realizado nos Estados Unidos, envolvendo 96 homens e 103 mulheres. Antes de encontrarem os “parceiros-relâmpago”, todos os participantes tinham de se autoavaliar em uma escala de beleza e interesse. Depois, eram encaminhados para uma conversa de três minutos com um parceiro. Após os “encontros”, todos tinham de fazer uma nova avaliação, agora em relação aos parceiros, com critérios que incluíam até mesmo a possibilidade de topar um relacionamento sexual. A conclusão mais interessante do estudo é que a principal razão pela qual os feios acabam ficando com as bonitonas é porque eles não apresentam autocrítica (em geral, acreditam ser mais bonitos do que são) e demonstram uma fé cega em seu sex appeal. Os cientistas afirmam que isso pode ser um traço evolutivo – os homens feios estariam naturalmente inclinados a superestimar sua aparência para garantir o acasalamento, enquanto os realmente bonitos não precisariam desse expediente. O experimento mostrou ainda que, por superestimar sua aparência, os feios tendem a subestimar a de suas parceiras, vendo um claro

interesse por parte delas onde não há mais do que um simples sorriso. Autoconfiança é tudo!

FILHOS | Trabalhe sem culpa

Estudo americano tenta desvendar por que homens considerados feios conseguem conquistar as mulheres mais bonitas

Uma nova pesquisa sugere que mães que têm um emprego são mais saudáveis do que as que ficam em casa, pelo menos enquanto as crianças são bem pequenas

Page 35: Revista Herbarium Edição 6

Estudos e pesquisas já foram realizados sobre excesso de peso e

suas consequências, fundamentando o desenvolvimento de produtos

voltados para as necessidades dos consumidores preocupados com o

bem-estar, a beleza e, principalmente, com a saúde.

Bioslim, referência em programas de emagrecimento no Brasil, destaca-

se pela variedade, qualidade e inovação dos seus produtos, seguindo os

desejos dos consumidores e as tendências em nutrição.

Julh

o/20

12

LINHA BIOSLIM

A linha Bioslim oferece produtos especialmente

desenvolvidos para auxiliar no controle do peso e

no processo de reeducação alimentar.

Bioslim Shake Diet sabor Chocolate: Dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC 27/10. CONTÉM GLÚTEN. BIOSLIM SHAKE DIET SABOR CHOCOLATE CONTÉM MUITO SÓDIO E AÇÚCAR, E SE CONSUMIDO EM GRANDE QUANTIDADE AUMENTA O RISCO DE OBESIDADE E DE DOENÇAS DO CORAÇÃO. Este produto não deve ser usado na gestação, amamentação e por lactentes, crianças, adolescentes e idosos, exceto sob indicação de médico ou nutricionista. Bioslim Chá Verde & Branco: Dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC 27/10. NÃO CONTÉM GLÚTEN. BIOSLIM CHÁ VERDE & BRANCO CONTÉM MUITO SÓDIO E, SE CONSUMIDO EM GRANDE QUANTIDADE, AUMENTA O RISCO DE PRESSÃO ALTA E DE DOENÇAS DO CORAÇÃO. Bioslim Quitosana 500 mg* M.S.: 4.8697.0063. NÃO CONTÉM GLÚTEN. Bioslim Quitosana 350 mg* M.S.: 4.8697.0075. NÃO CONTÉM GLÚTEN. *Pessoas alérgicas a peixes e crustáceos devem evitar o consumo deste produto.

Atendimento Nutricional 0800 723 8383

Acesse o novo site da linha Bioslim: www.linhabioslim.com.br

Curta nossa página no Facebook

Page 36: Revista Herbarium Edição 6

36 Revista Herbarium|Julho 2012

SER SUSTENTÁVEL: PELO BEM-ESTAR DO PLANETA

do piso ao teto

Aline Gonçalves, de Curitiba

Escritório da Universidade Tecnológica Federal

do Paraná reúne conhecimento, inovação e

ideias para um futuro mais sustentável

Verde

Fo

to: F

abio

Rie

sem

ber

g

Page 37: Revista Herbarium Edição 6

37 Revista Herbarium | Julho 2012

A casa que você vê na foto ao lado não

é uma construção qualquer. Suas paredes

estão recheadas de mantas de garrafas PET

e pneus reciclados que, junto com os vidros

duplos, garantem isolamento térmico e

acústico. As esquadrias das janelas são de

madeira de reflorestamento e a iluminação

natural é aproveitada ao máximo por meio

de claraboias. Paineis fotovoltaicos captam

a luz do sol para suprir 70% do consumo

energético da casa. A energia solar também

aquece a água do chuveiro e das torneiras.

Já a água da limpeza e do vaso sanitário

vem da chuva, que é armazenada depois

de passar por um sistema de coleta. A

essa altura você já percebeu que estamos

falando de uma casa ecológica. Mas esse

lugar específico não é uma residência, é

a sede do Escritório Verde, um projeto da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

(UTFPR), localizado em Curitiba e cuja

missão é promover um estilo de moradia

sustentável.

Feita de madeira e com 150 metros

quadrados, a casa foi construída com

materiais que, comprovadamente, causam

menor impacto ambiental. Funciona como

um escritório de fato: ali trabalham cinco

professores, cinco estudantes de mestrado

e dois de doutorado que desenvolvem

pesquisas relacionadas à sustentabilidade.

O escritório também abriga uma empresa

júnior, a Ecoconsultoria, formada por 15

alunos de diferentes cursos de graduação.

Ao mesmo tempo que aprendem sobre

técnicas e recursos construtivos ecológicos,

eles ajudam a prestar serviços de

consultoria e desenvolvem projetos que vão

de inventário de emissão de gás carbônico

a gestão de resíduos. “Nosso objetivo é

reduzir o impacto ambiental das atividades

educacionais em toda a universidade

e ainda difundir o sistema para outras

instituições e empresas”, diz o idealizador

do Escritório Verde, Eloy Fassi Casagrande

Júnior, 52 anos, que é graduado em

desenho industrial e pós-graduado em

Engenharia de Recursos Minerais e

Energéticos na Universidade de Nottingham

(Inglaterra).

Ao voltar da temporada de estudos no

exterior, Casagrande já sabia que queria

promover conceitos de sustentabilidade

nas universidades brasileiras e, em 2009,

começou a colocar em prática a ideia do

Escritório Verde. A própria construção

da sede foi um desafio, uma vez que os

fornecedores estavam espalhados em vários

cantos.

Descobrimos que as empresas que fornecem materiais ecológicos atuam de forma isolada, então comecei a reuni-las e mostrar que, se tivessem um projeto conjunto, elas poderiam oferecer soluções e não somente produtos. Até agora conseguimos 83 parceiros para o projeto,

comemora Eloy, que também é professor

da UTFPR. Toda a sede do Escritório Verde

foi construída com materiais cedidos por

esses parceiros e, em contrapartida, a

UTFPR divulga os produtos e ainda recebe

pessoas interessadas em construir obras

sustentáveis.

A dificuldade para encontrar

materiais de construção de

baixo impacto ambiental não

chegou a ser uma surpresa

para o professor, que já havia

passado por isso quando

construiu sua casa em Curitiba,

há 12 anos. O desejo, claro, era

ter uma residência sustentável.

“Naquela época, era ainda

mais difícil o acesso a sistemas

construtivos não convencionais.

Page 38: Revista Herbarium Edição 6

38 Revista Herbarium|Julho 2012

Passamos por cinco arquitetos até

encontrar um que entendesse o que

queríamos”, lembra. “A solução para

minimizar o impacto foi usar materiais de

demolição – 80% da nossa

casa foi feita com

esses materiais”,

explica

Casagrande.

Agora, ele –

que usa carro

ou ônibus para

ir ao trabalho

– quer ser um

dos primeiros

a circular pela

cidade com um carro

elétrico. É que o Escritório

Verde desenvolve dois projetos de

transporte ecológico: a bicicleta movida

a hidrogênio e o Pompeo, considerado o

primeiro automóvel elétrico legitimamente

brasileiro. Com baixo custo e tecnologia

simples, o carro promete ser acessível a

todos. Além de ter autonomia de até 200

km, necessita de apenas 1KW/h para rodar

10 km a um custo de R$0,40, totalizando

R$0,04/km. Mas, antes, o Escritório Verde e

a Ecoconsultoria ainda devem lançar o selo

verde Tecnologias Sustentáveis, que ajudará

os consumidores a discernir produtos que

realmente causam menor impacto ambiental

daqueles que usam o apelo “verde”

somente como

ferramenta de

marketing.

A própria

operação do

Escritório Verde

será submetida

a certificação:

no caso, o selo

pretendido é o do

Sistema AQUA – Alta

Qualidade Ambiental,

da Fundação Vanzolini

(USP). A fundação é

reconhecida como referência

em processos de certificação, foi

pioneira na implantação do ISO no Brasil e

agora dará atenção também às questões

socioambientais. Se aprovada, essa linda

casa verde será a primeira edificação

certificada nesse sistema no Paraná. E

poderá servir de exemplo para muitas

moradias num futuro que – vamos torcer –

estará muito próximo.

• A sede do Escritório Verde é um laboratório aberto ao público. As visitas têm

acompanhamento técnico e precisam ser agendadas. O telefone é (41) 3310-4784 e os

e-mails: [email protected] e [email protected].

• A UTFPR oferece um curso de especialização em Construções Sustentáveis, que deve ter

uma nova turma no meio de 2012, suprindo a carência de profissionais nessa área.

• Para quem quer saber mais sobre sustentabilidade, Eloy Casagrande indica o documentário

Suzuki Speaks, da Fundação David Suzuki, que trabalha em projetos para a conservação

ambiental. Pode ser comprado no site http://www.avantipics.com/store/suzuki_speaks/.

ANOTE AÍ

Page 39: Revista Herbarium Edição 6

39 Revista Herbarium | Julho 2012

A casa onde funciona o Escritório Verde foi

erguida utilizando um sistema construtivo

chamado wood frame. Trata-se de uma

tecnologia alemã em que a estrutura e as

paredes são feitas de madeira de reflorestamento

certificada. Cada parede é composta por

quadro camadas de madeira. Há uma camada

externa de pinus, uma camada interna de OSB

(Oriented Strand Board, uma lâmina feita com

lascas de madeira tratada), um vão em que são

instalados os sistemas de isolamento térmico

(a mantas de PET) e acústico (pneu reciclado) e

mais uma camada de madeira OSB e de pinus.

“Escolhemos a madeira por ser um recurso

renovável, diferente da maioria dos materiais

usados tradicionalmente na construção civil”,

justifica Casagrande. “Na nossa sede, desde os

sistemas elétrico e hidráulico até o acabamento

privilegiaram o uso de energias renováveis e o

reaproveitamento dos insumos”, completa.

Para Casagrande, os sistemas construtivos que

usam o wood frame e o tijolo ecológico (solo

cimento) são as alternativas mais viáveis à

alvenaria e aos blocos de cimento. Eles têm

como vantagens o menor impacto ambiental, a

menor quantidade de resíduos e a operação de

montagem ser muito mais rápida. No entanto,

o grande problema para a ampliação do uso

dos novos materiais é que, no mercado, eles

precisam competir com os convencionais tanto

na produção quanto na distribuição e no preço.

“Por mais que a pessoa tenha consciência,

quando chega na hora de pôr a mão no bolso, se

tem um material tradicional que custa 100 reais

e outro ecológico que custa 120 reais, compra

o de 100. O brasileiro é muito imediatista e a

visão ambiental é em médio e longo prazos. Por

isso, precisamos reeducar o consumidor”, analisa

o professor.

O ESQUELETO DE UMA OBRA VERDE

Eloy Fassi Casagrande - Professor da UTFPR Fotos: Fabio Riesemberg

Page 40: Revista Herbarium Edição 6

40 Revista Herbarium|Julho 2012

FuturoO transporte do

Carolina Baliviera, de São Paulo

Rápidas e sustentáveis, as

bicicletas conquistam cada vez

mais espaço no concorrido

trânsito das cidades brasileiras

A história do analista de sistemas

Willian Cruz com a bicicleta é antiga –

desde criança pedalar sempre fez parte

de seus momentos de lazer. Mas foi só

quando seu carro quebrou, em 2003,

que ele começou a ver a bike como meio

de transporte. “Percebi que fazia o meu

trajeto em muito menos tempo e sem

o estresse de ficar parado no trânsito”,

conta. De lá pra cá, William tomou gosto

pelo cicloativismo e criou o Vá de Bike

(http://vadebike.org), site em que dá

dicas para quem está começando a

pedalar pelas ruas da cidade.

Page 41: Revista Herbarium Edição 6

41 Revista Herbarium | Julho 2012

Aline Cavalcante teve uma experiência

parecida. Há quatro anos, quando saiu de

Aracaju para morar em São Paulo, resolveu

deixar o carro para trás, e não se arrepende.

A bicicleta me fez conhecer a cidade de verdade. Andar na rua faz a gente entender melhor a dinâmica dos lugares e conhecer suas qualidades e também seus problemas,

diz a jornalista, que percorre, em média,

12 quilômetros diariamente.

Willian e Aline fazem parte de um movimento

que vem crescendo nas grandes cidades

brasileiras nos últimos anos. De acordo com

uma pesquisa realizada pelo Metrô de São

Paulo, o número de deslocamentos diários

por bicicleta na região metropolitana saltou de

162 mil, em 1997, para mais de 305 mil em

2007 – um aumento de 87%. Outro estudo,

da Associação Nacional de Transportes

Públicos, também aponta um crescimento em

todo o país – de 2003 a 2010, o número de

deslocamentos em bicicleta teve uma variação

de 58%, atingindo o número de 1,9 bilhão de

viagens por ano.

E se engana quem pensa que os benefícios

ao meio ambiente e à saúde são os únicos

motivos para sair de casa pedalando. Além

do baixo custo, um trajeto feito em bicicleta

também pode reverter em economia de

tempo. Estudos da Comissão Europeia

revelam que, para distâncias de até oito

quilômetros, a bicicleta é mais rápida

que outros meios de transportes. Em um

congestionamento, enquanto um carro se

desloca numa média de 5 a 10 km/h, a

bicicleta atinge uma velocidade média de

15 km/h.

Outro índice, desenvolvido por uma

consultoria especializada em planejamento

ciclístico, ranqueou as vinte metrópoles

mundiais mais amigáveis para se andar

de bicicleta (veja box). Foram levados

em conta critérios como infraestrutura,

facilidades (bicicletários e rampas), ativismo

e planejamento urbano. Nas primeiras

posições, aparecem Amsterdã, Copenhague

e Barcelona, cidades reconhecidas pela ótima

infraestrutura para o ciclismo. O Rio de Janeiro

é o único representante brasileiro na lista e

ocupa o 18º lugar – à frente de Viena e

Nova York.

No último ano, a capital carioca investiu no

aumento da malha cicloviária – atualmente,

com 250 quilômetros – e no projeto Bike

Rio, um sistema de bicicletas de aluguel

semelhante aos modelos já consolidados

em Paris, Montreal e Barcelona. “Mas o Rio

ainda tem muito o que melhorar nesse setor”,

avalia Fernando Mac Dowell, engenheiro de

transportes da UFRJ. Segundo Mac Dowell,

a orla e o relevo plano da cidade estimulam

o uso de bicicleta, mas as rotas ainda estão

concentradas em apenas alguns pontos da

zona sul carioca.

A falta de infraestrutura dedicada às

bicicletas também é um problema em outras

grandes cidades brasileiras. Recife, Belo

Horizonte, São Paulo e Curitiba contam

Veja dicas para pedalar com segurança em:

www.revistaherbarium.com.br/va-de-bike

LÁ NO SITE

Page 42: Revista Herbarium Edição 6

42 Revista Herbarium|Julho 2012

com apenas 20, 34, 47 e 120 quilômetros

cobertos por ciclofaixas e ciclovias,

respectivamente. Os números ainda são

inexpressivos se comparados com a

estrutura de cidades como Amsterdã (400

km), Berlim (650 km), Copenhague (350 km)

e até mesmo Bogotá, que tem uma rede de

340 quilômetros, a maior da América Latina.

Mac Dowell, no entanto, ressalta que não

adianta querer aumentar a malha cicloviária

a qualquer custo. “Oferecer condições para

o tráfego de bicicletas não se resume a

pintar faixas na beirada das ruas. Há normas

técnicas de segurança para construção

de ciclovias – elas devem ter um entorno

seguro e estar interligadas a outras vias e

também outros meios de transportes”, alerta

o engenheiro.

O desrespeito pelos ciclistas também é

uma barreira para o aumento do número de

adeptos desse tipo de transporte. “Cada

vez mais, o trânsito é um lugar de disputa.

E, nessa luta pelo compartilhamento da

rua, quem usa bicicleta acaba saindo

prejudicado”, afirma Thiago Benicchio,

diretor da associação Ciclocidade. Segundo

ele, mesmo sem a construção de ciclovias,

seria possível adotar medidas pró-bike,

como a redução de velocidade em áreas

residenciais, o aumento de placas de

sinalização e campanhas de conscientização

da população.

A bicicleta precisa ser encarada como qualquer outro veículo. Uma cidade ideal é aquela que dá opções para escolher o transporte mais adequado a cada um,

conclui Benicchio.

1º lugar: Amsterdã - Holanda

2º lugar: Copenhague - Dinamarca

3º lugar: Barcelona - Espanha

4º lugar: Tóquio - Japão

5º lugar: Berlim - Alemanha

6º lugar: Munique - Alemanha

7º lugar: Paris - França

8º lugar: Montreal - Canadá

9º lugar: Dublin - Irlanda

10º lugar: Budapeste - Hungria

18º lugar: Rio de Janeiro - Brasil

AS CIDADES MAIS BIKE-FRIENDLY DO MUNDO

Fonte: The Copenhagenize Index 2011

Page 43: Revista Herbarium Edição 6

43 Revista Herbarium | Julho 2012

Detergente, tira-mofo, desinfetante, amaciante, desodorizador de

ambientes, limpa-vidros. Hoje é possível produzir qualquer desses

itens em casa (veja abaixo), evitando as substâncias derivadas do

petróleo, tão agressivas para a natureza e para a saúde. E tudo com

ingredientes simples e receitas básicas.

Mas se você é do tipo que não tem tempo ou disposição para

transformar sua casa numa fábrica de itens de limpeza, não precisa

se preocupar. O mercado brasileiro já oferece opções interessantes de

produtos mais naturais. Exemplo disso é a linha Biowash, da empresa

Cassiopéia, certificada pelo BID (Instituto Biodinâmico) por fabricar

todos os itens com óleos vegetais que se biodegradam rapidamente.

Também dá para contar com os produtos da Mr. Green, que prometem

ser 100% naturais e biodegradáveis.

FAXINA | Limpeza sustentável

Faça você mesmo

AMACIANTE DE ROUPAS

• 5 litros de água;

• 4 colheres de glicerina;

• 1 sabonete ralado;

• 2 colheres de sopa de leite

de rosas.

Ferver 1 litro de água com o

sabonete ralado até dissolver.

Acrescentar mais 4 litros de

água fria, as 4 colheres de

glicerina e as 2 colheres de

leite de rosas. Mexer bem até

misturar e depois engarrafar.

SABÃO LÍQUIDO PARA LOUÇA

• 2 litros de água;

• 1 sabão caseiro ralado;

• 1 colher de óleo de rícino;

• 1 colher de açúcar.

Ferver todos os ingredientes

até dissolver e engarrafar.

DESINFETANTE PARA BANHEIRO

• 1 litro de álcool (de preferência

70 graus);

• 4 litros de água;

• 1 sabão caseiro;

• Folhas de eucalipto.

Deixar as folhas de eucalipto de

molho no álcool por 2 dias. Ferver

1 litro de água com o sabão ralado

até dissolver. Juntar a água e a

essência de eucalipto. Engarrafar.

Fonte: Ipema Brasil (www.ipemabrasil.org.br)

Para comprar pronto:

Linha Biowash:

www.veraloe.com.br

Mr. Green:

www.mistergreen.com.br

Page 44: Revista Herbarium Edição 6

44 Revista Herbarium|Julho 2012

LAZER: ÓCIO CRIATIVO

ArtesJardim das

Raquel Marçal, de Brumadinho

Mistura de parque e museu de arte

contemporânea, o Instituto Inhotim

fica pertinho de Belo Horizonte e é

um passeio único

Fo

to: P

edro

Mo

tta

Instalação da artista japonesa Yayoi Kusama

Page 45: Revista Herbarium Edição 6

45 Revista Herbarium | Julho 2012

Hélio Oiticica, Magic Square # 5 - De luxe, 1978. Foto: Carol Reis

“Por onde a gente começa?” A pergunta da

visitante atrás de mim era a minha dúvida também.

Naquela manhã quente em que cheguei ao

Instituto Inhotim via, a minha direita, uma trilha

que circulava o lago e chegava, do outro lado, a

uma obra monumental do artista Hélio Oiticica.

À minha frente, desenrolava-se uma alameda de

eucaliptos que oferecia seu perfume refrescante ao

ambiente. O mapa dizia que se eu seguisse pela

esquerda passaria por outro lago (são cinco no

total), antes de dar com a galeria de Cildo Meireles

e, mais adiante, com a de Adriana Varejão. Mesmo

sem escala definida, o tal mapa dava uma ideia da

imensidão de 100 hectares (1.000.000 de metros

quadrados, se preferir) que abriga centenas de

obras de arte contemporâneas – reunidas em

galerias ou a céu aberto, e espalhadas pelo jardim

botânico com mais de 4.200 espécies de plantas.

Tudo isso na pequena Brumadinho, que fica a 60

quilômetros de Belo Horizonte.

Por causa de Inhotim, a cidadezinha de 34 mil habitantes saiu da obscuridade para se tornar o destino turístico dos mais descolados do país.

E, pelo visto, do mundo, a julgar pela quantidade

de gringos a passear por ali.

Eu já sabia que um dia só não seria suficiente

para ver mais de 500 obras de 97 artistas (de 30

nacionalidades). Não seria possível nem mesmo

se, para circular, usasse um dos carrinhos elétricos

(R$ 10 por pessoa; gratuito para portadores de

necessidades especiais e um acompanhante e

para crianças até 5 anos). Sendo assim, melhor

caminhar sem pressa pelos jardins, contemplando

também o acervo botânico, com sua respeitável

coleção de 1.400 espécies de palmeiras, além de

centenas de imbés, antúrios, orquídeas, copos-de-

leite… Sem contar os passarinhos, uma diversão

mesmo para quem não sabe identificar os cantos.

Por fim, sigo o apelo do nome de Hélio Oiticida

(1937-1980) para ver de perto A Invenção da

Cor Penetrável Magic Square # 5, De Luxe, obra

tridimensional em que paredes de tons vibrantes

lembram uma casa sem porta, sem teto. Não é

trabalho para ser visto de fora e de longe, mas para

penetrar e interagir.

Mais adiante, está a inusitada instalação da artista

pop japonesa Yayoi Kusama. Sobre um espelho

d´água, 500 bolas de aço inoxidável se movem ao

sabor da brisa, refletindo-se na superfície líquida.

Batizada de Narcissus Garden Inhotim (O Jardim de

Narciso Inhotim, 2009) é uma versão da escultura

feita para a Bienal de Veneza de 1966. Na época,

a artista espalhou 1.500 bolas sobre um gramado

e pôs cada uma à venda por U$$ 2. Por conta das

críticas, que interpretaram sua atividade como uma

mercantilização da arte, foi expulsa da bienal para

só voltar em 1993. Permanece ativa e polêmica aos

83 anos.

Apesar de Yayoi ser mundialmente conhecida,

nunca tinha ouvido falar dela. E percebi que se

me guiasse naquele imenso museu ao ar livre

apenas pelos nomes familiares acabaria por perder

Page 46: Revista Herbarium Edição 6

46 Revista Herbarium|Julho 2012

muita coisa. Então, olho o mapa outra vez e me

pergunto: o que serão essas duas galerias lá

longe? Na legenda dizia: Doug Aitken e Matthew

Barney, ambos californianos, viria a saber depois.

No caminho, vejo trabalhos do badalado Tunga e

adentro outra obra – desta vez, o iglu de fibra de

vidro do dinamarquês Olafur Eliasson que, com

jogo de luz, cria uma ilusão de ótica com um jato

d’água. Faço uma inevitável parada na galeria de

Miguel Rio Branco, fotógrafo espanhol radicado no

Brasil. Em um dos andares estão 34 imagens de

alguns de seus trabalhos mais conhecidos: as fotos

tiradas em 1979 no bairro do Maciel-Pelourinho,

em Salvador. Projetadas nas paredes e em lençois

erguidos como telas, as imagens retratam a

prostituição e as histórias de violência do lugar.

Forte e triste, mas estranhamente belo. A entrada é

liberada apenas para maiores de 12 anos.

Dali, uma subida de 550 metros leva aos dois

americanos que me fizeram atravessar Inhotim.

Deu vontade de pegar o carrinho, mas agora

é tarde. Chegando ao ponto mais isolado do

lugar, encontro o Sonic Pavilion, de Doug Aitken.

Feito de vidro e aço, o pavilhão não é lá muito

confortável num dia de calor, mas o barulho de

um ar condicionado arruinaria a experiência. Lá

dentro, um poço de 202 metros de profundidade

está equipado com microfones e amplificadores

que reverberam o som da terra. Viagem? Talvez,

mas uma surpresa para alguém que, como eu,

sempre pensou que as coisas lá embaixo fossem

bem mais silenciosas. Ali ao lado, a galeria de

Matthew Barney fica em um domo, também de aço

e vidro. Lá dentro, um enorme trator arranca pela

raiz uma árvore pintada de branco. A instalação de

apelo ecológico é também uma alegoria baseada

no candomblé (Matthew já andou pelo carnaval da

Bahia). O trator é Ogum, orixá do ferro, da guerra e

da tecnologia, que entra em conflito com Ossanha,

orixá das florestas e das forças da natureza.

Pausa para o almoço. Em Inhotim há dois

restaurantes, um bar, uma omeleteria, uma pizzaria,

um café e três lanchonetes. Mas só ficam abertos

todos ao mesmo tempo nos finais de semana. As

opções vão de lanches rápidos a sistema de bufê

e à la carte.

Depois do almoço, a vontade era ficar jogada em um dos bancos, cadeiras ou espreguiçadeiras feitos de troncos de árvores que se espalham por Inhotim.

Mas ainda não tinha visto Cildo Meireles,

Adriana Varejão e os fusquinhas coloridos do

fluminense Jarbas Lopes que me chamaram

a atenção na foto do mapa. A galeria de Cildo

está mais perto. Das três instalações expostas, a

que mais surpreende é Desvio Para o Vermelho,

concebida em 1967 e terminada em 1984. São

três ambientes articulados: no primeiro, móveis,

eletrodomésticos, objetos e obras de arte, todos

em tons de vermelho, decoram uma sala. Uma

enorme mancha vermelho-sangue leva ao segundo

cômodo, totalmente escuro. Ao acostumar-se à

escuridão, percebe-se a pia de banheiro branca, no

Galeria Adriana Varejão. Foto: Eduardo Eckenfels

Page 47: Revista Herbarium Edição 6

47 Revista Herbarium | Julho 2012

terceiro ambiente, manchada de “sangue”. Um

final dramático.

Ali pertinho está a galeria de Adriana Varejão,

casada com o empresário Bernardo Paz,

idealizador de Inhotim. Presenteada com

um dos pavilhões mais bonitos, com direito

a espelho d´água em frente, Adriana é uma

daquelas artistas que fazem os fãs entrarem

na fila de espera para adquirir suas obras,

cujo suporte mais recorrente é o azulejo.

Logo na entrada estão Panacea Phantastica

(2003-2007), um conjunto de azulejos que

retrata 50 tipos de plantas alucinógenas de

diversas partes do mundo, e Passarinhos – de

Inhotim a Demini (2003-2008), outra pintura

sobre azulejo. Estão lá também Linda do

Rosário (2004), uma escultura inspirada no

desabamento de um hotel homônimo no Rio

de Janeiro, em 2002, cujas paredes azulejadas

caíram sobre um casal, e O Colecionador

(2008), pintura da série Saunas.

No caminho para a minha última parada,

os tais fusquinhas coloridos, passo por um

canteiro de obras (de engenharia). Trata-se da

“Grande Galeria” que está sendo construída para

abrigar mostras temporárias. Sim, o número

de exposições não para de crescer desde que

Inhotim foi aberto ao público, em 2006. Fala-se

também na construção de pousadas ali dentro

– hoje as opções de hospedagem ficam nos

arredores. Passando pelo futuro novo espaço,

chego ao gramado onde estão os três fuscas

reconfigurados por Jarbas Lopes. O trabalho

chama-se Troca-Troca (2002) e foi batizado

assim porque o artista embaralhou partes dos

carros (que eram originalmente vermelho, azul e

amarelo) de modo que cada um ficasse com as

portas, o capô e o teto de uma cor.

Fui embora sem ver as instalações interativas

Cosmococas, também de Hélio Oiticica em

parceria com o cineasta Neville D’Almeida;

Beam Drop, as 71 vigas que Chris Burden

mandou jogar, por um guindaste, de uma

altura de 45 metros, para ver no que dava;

Nave Deusa, escultura nada convencional de

Ernersto Neto, e dezenas de outras. Fica para

a próxima.

SERVIÇO

Horário: Terças a sextas, das 9h30 às 16h30; sábados,

domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.

Como chegar: De carro: a partir de Belo Horizonte,

o acesso pode ser pelo km 500 da

BR-381, sentido BH-SP (aproximadamente

1h15 de viagem), ou pela BR-040, sentido BH-

Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé

(aproximadamente 1h30 de viagem). Há mapas

para impressão no site do Instituto Inhotim (www.

inhotim.org.br).

De ônibus: da rodoviária de Belo Horizonte,

parte um ônibus da empresa Saritur

(31-3419-1800, www.saritur.com.br).

A saída é às 9h, com retorno às 16h30.

Ingresso: R$ 20,00 (grátis às terças-feiras, exceto feriados)

Hospedagem: Consulte sugestões no site www.inhotim.org.br

Chris Burden, Beam Drop Inhotim.

Foto: Eduardo Eckenfels

Page 48: Revista Herbarium Edição 6

48 Revista Herbarium|Julho 2012

TeRRapiaMárcia Luz, de Curitiba

Para alguns, a jardinagem é uma forma de arte. Para todo

mundo, é um dos melhores antídotos contra o estresse

“O melhor lugar para procurar Deus é no

jardim. Ali, você pode trabalhar para alcançá-

lo.” A frase é do dramaturgo irlandês George

Bernard Shaw, que, com o talento que lhe

era peculiar, soube traduzir poeticamente a

essência dos jardins: lugares para se sentir

bem, contemplar, estar em paz. Mas que tal

ir além da simples observação e criar seu

próprio jardim, semear, regar, ver as plantas

crescerem? Atividade relaxante, que requer um

mínimo de recursos e gera muita satisfação, a

jardinagem é uma prática histórica que, hoje,

virou sinônimo de busca pelo bem-estar.

Segundo o arquiteto e paisagista Paulo

Chiesa, o grande benefício da jardinagem é

ocupar o tempo e a mente dos praticantes

com uma atividade que promove o contato

direto com a natureza. Outra vantagem é

Page 49: Revista Herbarium Edição 6

49 Revista Herbarium | Julho 2012

JARDIM DE TEMPEROS

Uma boa sugestão para quem vai começar na jardinagem é montar um jardim de

temperos. Além de possibilitar aquele toque especial de ervas frescas nas refeições,

ainda é possível curtir o aroma que elas espalham pelo ambiente. Não é necessário

muito espaço e dá para plantar os temperos em vasos ou jardineiras, em casa

ou apartamento. O mais importante é escolher um local que receba iluminação

durante cerca de quatro horas por dia, mesmo que indireta. Pode ser até uma

sacada ou janela. Os temperos mais fáceis de cultivar e que crescem mais rápido são

manjericão, cebolinha, salsa, tomilho e hortelã.

Os vasos ou jardineiras devem ter no mínimo 20 cm de profundidade.

Primeiro, forre-os com pedrinhas ou bolinhas de argila expandida, em

seguida preencha o espaço com 1/3 de terra preta,

1/3 de terra vermelha e 1/3 de areia, misturando

e afofando bem. Depois, é só plantar as mudinhas (que

você compra em viveiros de plantas a preços bem acessíveis),

deixando espaços de 20 cm entre elas, e manter a terra sempre

úmida – nunca seca ou encharcada. Fácil assim!

Há vários blogs e sites

na internet que são boas

fontes de informação

para iniciantes e

iniciados:

• www.jardimdeflores.com.br

• www.dicasdejardinagem.com.br

• www.jardineiro.net

• www.fazfacil.com.br

(link jardim e paisagismo)

• www.omeujardim.com

que qualquer um pode praticá-la.

Costuma-se dizer que as plantas só necessitam

de sol, água e terra. Essas condições podem ser

reunidas num terrário, dentro de um recipiente

de vidro, num quintal ou em um apartamento.

Os vasos e floreiras são lugares exíguos, mas

que exigem tanta atenção quanto uma área livre,

grande ou pequena. Nem é preciso fazer curso

antes de por as mãos na terra.

Pode-se ler muita coisa em revistas e livros ou aprender com visitas a jardins, parques, museus botânicos e floriculturas,

sugere o paisagista.

Foi mais ou menos assim que a curitibana

Heloísa Xavier Schaefer tomou gosto pela

jardinagem. Criada em uma chácara centenária na

capital paranaense, cresceu assistindo às peripécias

da mãe, Célia, criando e recriando o seu jardim

e os dos outros. Uma das primeiras paisagistas

da cidade – nos tempos em que o termo nem

existia – Célia contava com uma equipe de fiéis

jardineiros, seu inseparável podão – a tesoura de

poda – e uma criatividade sem limites. Sua frase

predileta era: “Estando com o meu podão, eu não

tenho depressão”. E foi essa máxima que veio à

mente de Heloísa quando a mãe morreu. Ela não

teve dúvidas: se atracou com a imensidão verde

da chácara, espantou a tristeza e transformou a

jardinagem num hábito, numa terapia. “Eu gosto

muito de cuidar do jardim, esqueço do tempo, dos

problemas, do mundo. Sem o trabalho no jardim,

me sinto presa, enjaulada”, comenta.

Mas ela não é a única integrante da família

a cultivar essa paixão: o genro, Rafael Sartori,

veterinário de formação e artista plástico por

opção, tem a jardinagem como hobby há sete

anos. E a chácara é o Paraíso para ele, que cria

singelas obras de arte por lá, como uma escultura

aérea de orquídeas em vasos de nós-de-pinho

pendurados em uma imensa castanheira. Ele conta

que uma das coisas que mais o atraem nesse

universo é a possibilidade de ter uma amostra

de diferentes habitats do planeta bem ali no seu

quintal. “Toda vez que vejo uma espécie conhecida,

minha mente logo me remete a seus locais de

origem. Essa é uma forma de perceber o quão

fantástico é o nosso mundo.”

Page 50: Revista Herbarium Edição 6

50 Revista Herbarium|Julho 2012

Idiocracia (EUA, 2006) é uma comédia escrachada.

Wall-E (EUA, 2008), uma animação fofa. Em comum,

os dois filmes tratam das

consequências do consumismo

para além das questões

ambientais. No

primeiro, um cidadão

comum se submete a uma experiência científica e

dorme por 500 anos. Quando acorda, descobre que a

humanidade inteira emburreceu, e que ele tem o maior

QI do mundo. O que aconteceu? Ao longo dos séculos,

enquanto os inteligentes tinham um único filho, os

idiotas se reproduziam como coelhos e fizeram da

publicidade e do consumo a única forma de cultura.

Wall-E também mostra como o consumismo e a

comodidade transformaram os habitantes da

Terra em imbecis. Na história, o planeta

virou um grande lixão e acabou sendo

abandonado pelos humanos – todos

afetados pela epidemia de obesidade.

FILMES | Consumismo na tela

Você é daquelas que têm o guarda-roupa abarrotado e

sempre acha que não tem nada pra vestir? A publicitária

Joana Moura também era assim e, por causa disso, foi

por anos uma compradora compulsiva. Até que, em 2011,

cansada de viver no vermelho, decidiu colocar o cartão

de crédito no fundo de alguma gaveta e passar um ano

inteirinho sem comprar nenhuma peça de roupa, sapato ou

acessório que fosse. Com a missão de “ajudar as mulheres

a viverem com seus armários”, Joana contou sua aventura

no blog “Um ano sem Zara”. E ela tinha

tanta roupa que conseguiu se

virar 365 dias sem repetir um

look! Depois de cumprido o

desafio, Joana mantém o

blog (www.umanosemzara.

com.br), agora com dicas

para voltar às compras e

nunca mais ir à falência.

BLOG | 365 dias sem comprar

Algumas das características que

permitiram aos seres humanos

sobreviver durante a era pré-

histórica se tornaram, hoje,

perniciosas. Nosso cérebro, que

se desenvolveu para querer

sempre mais por questão de

sobrevivência, tornou-se presa

fácil para a oferta massiva

de produtos e serviços. O resultado é que há cada

vez mais pessoas insatisfeitas, obesas, infelizes e

ansiosas. O livro Chega de desperdício!, do jornalista

John Naish, (Ed. Best Seller, 336 páginas) mostra que

é possível, sim, comer, trabalhar e consumir apenas

o suficiente e, de quebra, ainda ajudar a salvar a

humanidade de um colapso. O autor descortina a

forma de lutar contra o consumo, apontando as

armadilhas do cérebro e da mídia.

LIVRO | Sem desperdício

Joanna Moura

Page 51: Revista Herbarium Edição 6

ARNICA GEL - Arnica montana 200 mg/g - 30 g. Indicações: Arnica Gel® é indicado para o tratamento de contusões, hematomas e equimoses (manchas escuras ou azuladas que ocorrem na pele devido a uma infiltração de sangue; na maior parte dos casos, aparecem após um traumatismo, mas podem também aparecer espontaneamente em sujeitos que apresentam fragilidade capilar ou um distúrbio de coagulação). Contraindicação: Gravidez. Reações adversas: O uso tópico de produtos contendo arnica, em pacientes com pele bastante sensível, pode provocar inchaço, irritação e inflamação com o aparecimento de bolhas. A revisão da literatura não revela a frequência das reações adversas. Advertências: Uso externo. Evitar o contato com mucosas e área dos olhos. Caso isto ocorra, lavar com água em abundância. Este produto deve ser aplicado na pele íntegra, sem feridas abertas. O uso prolongado de arnica pode causar eczema. A ingestão de produtos contendo arnica pode provocar severa inflamação do estômago e intestino, taquicardia, nervosismo, fraqueza muscular, e até mesmo morte. Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Interações medicamentosas: Não existem relatos de interações medicamentosas para o uso deste fitoterápico em preparações tópicas. Posologia: Aplicar, via tópica, várias vezes ao dia. M.S.: 1.1860.0093. HERBARIUM LABORATÓRIO BOTÂNICO LTDA. Av. Santos Dumont, 1111 Colombo - PR. CNPJ 78.950.011/0001-20. Indústria Brasileira. Farmacêutica Resp.: Dra. Anny M. Trentini CRF-PR nº 4081. Julho/2012.

,

ARNICA GEL É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.

Central de Relacionamento Herbarium 0800 723 8383 • www.herbarium.net

Indicada para o tratamento

de contusões, hematomas e

equimoses*.

*manchas escuras ou azuladas que ocorrem na pele devido a uma infiltração de sangue; na maior parte dos casos, aparecem após um traumatismo, mas podem também aparecer espontaneamente em sujeitos que apresentam fragilidade capilar ou um distúrbio de coagulação.

Page 52: Revista Herbarium Edição 6

LEIA A REVISTA HERBARIUM TAMBÉM NA INTERNETLEIA A REVISTA HERBARIUM TAMBÉM NA INTERNET

Acesse www.revistaherbarium.com.br e saiba mais sobre saúde,

fitomedicina, nutrição e qualidade de vida.

A equipe da Revista Herbarium preparou muitas novidades.

Acesse a Revista Herbarium e compartilhe também

o conteúdo pelo Facebook e pelo Twitter.

Curta nossa página no Facebook (revistaherbarium) e acesse

matérias exclusivas e conheça muito mais sobre o Herbarium.

www.revistaherbarium.com.brwww.revistaherbarium.com.br C

ód.:

1600

0021

25