Preceptora: Dra. Renata Lemos
Internas: Enny Luana C. De Vasconcelos
Giovanna Lamarão Lima
Helen Suzany P. Magalhães
MANAUS - 2014
IAM, sexo feminino
2 anos e 7 meses
Natural de Santa Maria-DF
P= 15kg
Informante: avó materna
‘’ Febre e tosse”
Relata que há 15 dias iniciou quadro de tosse seca,
que piorava à noite, sem guincho ou cianose
associada à febre há 9 dias aferida até 38,5°C que
cedia com uso de 15-20 gotas de paracetamol.
Relata que nesse período sintomas tornaram-se
mais frequentes e, há 1 dia associou-se ao quadro
esforço respiratório. Nega queixa álgica, chiado no
peito, náusea, vômitos, coriza ou obstrução nasal.
PATOLÓGICOS Nega internações prévias, antecedente de
broncoespasmo, alergia a medicamentos.
FISIOLÓGICOS
Mãe G2C2P0A0, relata gestação semintercorrências, realizadas 8 consultas de pré-natal, iniciado no 1º trimestre, não sabe relatarsobre uso de medicamentos.
Nasceu a termo, de parto cesáreo por DCP,P=3932g, PC=34cm, comprimento =50cm
Cartão vacinal atualizado (SIC)
FAMILIARES
Mãe, 20 anos, do lar, aparentemente sadia
Pai 23 anos, autônomo, aparentemente sadio
Irmã , 7 meses, sadia
CONDIÇÕES DE MORADIA
Reside com pais, em moradia de alvenaria, comfossa e eletricidade.
Lar pouco ventilado, com mofo.
Paciente em BEG, ativo e reativo, corado, anictérico,acianótico, taquipneico, afebril
SINAIS VITAIS:
FC: 135bpm FR: 59bpm SATO2 com 2l/min O2 95%
AR: MVF+ com redução em base direita, sem RA.ausência de esforço respiratório.
ACV: RCR 2T BNF, sem sopros
ABD: globoso, RHA+, flácido, normotimpânico, indolorà palpação.
Extremidades: sem edema, TEC<2s.
Tuberculose
Asma
IVAS
Displasia broncopulmonar
Corpo estranho
Pneumonia
Pneumonia
Hemograma
RX de tórax
PCR
Hb - 12
Hmt - 34,1
Leucócitos - 8200
81% neutrófilos
29%bastonetes
Plaquetas - 315000
Penicilina Cristalina- 500 000 UI de 4/4h
(200.000 UI/Kg/dia)
Hidratação venosa
Dipirona
O2 sob cateter nasal- 1L/min
EVOLUÇÃO
Paciente evoluiu com febre até o quarto dia de
internação, persistência de hiporexia, dependente de
O2 até sexto dia, apresentou sibilos a ausculta sendo
utilizado salbutamol spray 5 jatos de 6/6h, progrediu
com melhora do desconforto respiratório e dispnéia.
Alta hospitalar no oitavo dia, após 7 dias de Penicilina
Cristalina EV, com 8 dias de amoxicilina domiciliar.
Inflamação do parênquima pulmonar por agentes
infecciosos que estimulam resposta inflamatória
promovendo lesão tissular.
Principal causa de morbidade e mortalidade infantil,
especialmente em países em desenvolvimento;
No Brasil, as IRA constituem a 2ª causa de óbito em
crianças <5 anos em grande parte dos estados;
Mais de 2 milhões de crianças morrem de pneumonia por
ano no mundo;
Crianças têm de 4 a 6 infecções respiratórias agudas (IRA)
por ano, sendo que 2-3% evoluem para pneumonia
80% das mortes por IRA é devido à pneumonia;
Maior vulnerabilidade: menores de 5 anos
Desnutrição
Baixa Idade
ComorbidadesBaixo Peso ao
Nascer
Ausência de Aleitamento
Materno
Baixa imunidade
Baixo Nível Socio-
Econômico
Permanência em creches
Ambiente
O patógeno não é identificado em até 60% dos casos depneumonia, mas o conhecimento do perfil etiológico daspneumonias é indispensável para orientar a terapêutica.
Idade Patógeno (ordem de freqüência)
RN < 3 dias
Streptococcus grupo B, Gram negativo (E. Coli), Listeria sp. (pouco comum)
RN > 3 dias
Staphylococcus aureus, Staphilococcusepidermidis e Gram negativos.
1 a 3 meses
Virus sincicial respiratório, Chlamydiatrachomatis, Ureaplasma urealyticum
Idade Patógeno
1 mês a 2 anos
Vírus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza tipo b, H. influenza não
tipável, S. aureus.
2 a 5 anos
Virus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza tipo b, H. influenza não tipável, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia
pneumoniae, S. aureus.
6 a 18 anos
Vírus, S. pneumoniae, M. pneumoniae, C. pneumoniae, H. influenzae não tipável.
Precedida por um quadro de infecção viral alta
Taquipnéia fora do período febril
< 2 meses: FR>60 irpm
2 a 12 meses: FR> 50 irpm
1 a 5 anos: FR > 40 irpm
Desconforto respiratório
Tiragens
Batimento de asa de nariz
Retração de fúrcula
Uso de musculatura acessória
Bacteriana: tosse produtiva, febre alta, dorabdominal ou torácica, prostração, hiporexia.
Viral: início mais gradativo com cefaléia, mal estar,tosse não produtiva e febre.
Atenção! Pneumonia afebril do lactente: instalaçãoinsidiosa, iniciando com coriza ou obstrução nasal,seguido por tosse, às vezes com paroxismos deaspecto coqueluchóide, taquipnéia leve oumoderada e preservação do estado geral (< 3 meses).
< 2 meses: internar sempre!
Sat O2 < 92%, cianose
Falha da terapêutica ambulatorial
Dificuldade respiratória
Apnéia intermitente
Impossibilidade de se alimentar
Doença grave concomitante
Incapacidade da família em tratar o pacienteem domicílio
Sinal radiológico de gravidade
Quadro Clínico e exame físico
RX de tórax: Avaliar extensão do acometimento
Hemograma: pouco valor, leucocitose com neutrofilia edesvio à esquerda, anemia e plaquetopenia
Teste sorológico: Mycoplasma
Biópsia pulmonar
TC de tórax
USG
Lavado broncoalveolar
RADIOLOGIA
Confirma o diagnóstico, avalia extensão e identificacomplicações. NÃO deve ser usada para controle decura.
Nas pneumonias exclusivamente virais, predominamespessamentos brônquicos e peribrônquicos,infiltrados intersticiais, adenopatia hilar e parahilar,hiperinsuflação e atelectasia.
As pneumonias bacterianas apresentam-se compadrão alveolar segmentar ou lobar, broncogramaaéreo, abscessos, pneumatoceles, espessamento ouderrame pleurais.
LEUCOGRAMA
Tem pouco valor na distinção de processos virais xbacterianos.
PCR
Não é recomendada a utilização rotineira.
HEMOCULTURA
Deve ser feita em todos os pacienteshospitalizados;
Fornece informações importantes pelaidentificação bacteriana e perfis de sensibilidadeaos antimicrobianos.
Nutrição
Hidratação
Fisioterapia
Oxigenoterapia
Avaliação Clínica
Em pacientes menores de 5 anos, com rápida evolução oupneumonia extensa, é importante entrar com oxacilina,associada a cefalosporina de 3 geração ou cloranfenicol, peloaumento da prevalência de St. aureus ou H. influenzae
Derrame pleural (mais frequente)
Deve ser investigado quando há falha terapêutica após 48-72h de tratamento adequado.
Toracocentese indicada quando coleção > 10mm no Rx detórax em Laurell e enviar material para estudo.
Drenagem se empiema ou derrame pleural complicado.
Pneumatocele
Abscesso Pulmonar
Empiema
Atelectasia
Disseminação hematogênica
Derrame pleural (mais frequente)
Pneumatocele
Abscesso Pulmonar
Quando não há resposta clínica após 48-72h daantibioticoterapia, é importante a averiguação dascomplicações
A presença de gravidade na internação é variávelisolada associada a óbito.
Eupnéico
Condições socioeconômicas adequadas
Aceitando medicação oral
Afebril há 48h
SatO2 >92%
Ancona L, et.al. Tratado de pediatria: SociedadeBrasileira de Pediatria . Barueri, SP: Manole, 2010.
Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida nacomunidade em pediatria. J Bras Pneumol.2007;33(Supl 1):S 31-S 50.
Tratado de Pediatria Nelson – 18ª Edição
Doenças respiratórias - USP
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