URGÊNCIA E EMERGÊNCIA -...
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URGNCIA E EMERGNCIA ..................................................................................................... 7 Conceitos Bsicos ....................................................................................................................... 7
DIFERENA ENTRE URGNCIA E EMERGNCIA ................................................................ 7 Urgncia ...................................................................................................................................... 7
Emergncia.................................................................................................................................. 8 PRONTO SOCORRO ..................................................................................................................... 8 SALA DE URGNCIA .................................................................................................................. 8 RECURSOS .................................................................................................................................... 9 FINALIDADE DE UMA UNIDADE DE EMERGNCIA ........................................................... 9
ESTRUTURA DE UMA UNIDADE DE EMERGNCIA ............................................................ 9 Estrutura Fsica ......................................................................................................................... 10
AS RELAES COM AS DEMAIS UNIDADES FUNCIONAIS ............................................. 11
PAPEL PROFISSIONAL DA EQUIPE DE SADE, NA UNIDADE DE EMERGNCIA ...... 12 ASPECTOS TICOS E LEGAIS DO ATENDIMENTO DE EMERGNCIA........................... 13 CONCEITOS BSICOS DE URGNCIAS E EMERGNCIAS ............................................... 14 ETIOLOGIA DO TRAUMA ........................................................................................................ 15
O TRAUMA E TODO O SEU ENVOLVIMENTO ................................................................ 15 ESTUDO DAS CAUSAS DO TRAUMA .................................................................................... 15
TRAUMA POR ENERGIA MECNICA ................................................................................ 16 EPIDEMIOLOGIA DO TRAUMA .............................................................................................. 17
PROCESSOS QUE DO ORIGEM S LESES TRAUMTICAS ......................................... 17 ABCD DO TRAUMA .............................................................................................................. 18
ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG) ............................................................................. 18
Sinais Vitais e Escala de Coma ................................................................................................. 18
ESCALA DE TRAUMA .............................................................................................................. 19 Interpretao do Resultado ............................................................................................................ 20 FRATURAS LUXAES ENTORSES ................................................................................ 20
FRATURAS .................................................................................................................................. 20 ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAO................................................ 21
LUXAES ................................................................................................................................. 22 SINAIS E SINTOMAS ................................................................................................................. 22 ENTORSES .................................................................................................................................. 23
TCNICAS DE IMOBILIZAO .............................................................................................. 23 Situaes de Suspeita ................................................................................................................ 25
Sinais e Sintomas ...................................................................................................................... 25
Assistncia de enfermagem na hospitalizao .......................................................................... 25
TRAUMA DE FACE .................................................................................................................... 26 Distribuio por faixa etria do trauma de face ........................................................................ 26 Assistncia de enfermagem na hospitalizao .......................................................................... 26 MEDICAMENTOS UTILIZADOS EM URGNCIA E EMERGNCIA .............................. 27 Medicamentos mais utilizados em situaes de emergncias: .................................................. 27
Para diluio:................................................................................................................................. 27 Ao: ......................................................................................................................................... 27 Indicao: .................................................................................................................................. 28
SOROS .......................................................................................................................................... 34 ABORDAGEM AO PACIENTE EM COMA .............................................................................. 34
Causas de alterao no nvel de conscincia ................................................................................. 35
Atendimento hospitalar ................................................................................................................. 35 Abordagem inicial ......................................................................................................................... 36 Trauma craniano recente, mesmo leve .......................................................................................... 36
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Exames complementares ........................................................................................................... 36 QUEIMADURAS ......................................................................................................................... 37 ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA DA PELE .......................................................................... 37 CLASSIFICAO ....................................................................................................................... 37
Quanto a Profundidade.............................................................................................................. 38 Leso de Primeiro Grau ............................................................................................................ 38 Leso de Segundo Grau ............................................................................................................ 38 Leso de Terceiro Grau ............................................................................................................. 39
QUEIMADURAS QUE DEVEM SER ENCAMINHADAS A UM CENTRO
ESPECIALIZADO DE QUEIMADOS ........................................................................................ 41 TRATAMENTO DAS QUEIMADURAS.................................................................................... 42
PRIMEIRO ATENDIMENTO DO PACIENTE QUEIMADO ................................................ 42
Exame bsico (ATLS) ............................................................................................................... 42 Cuidados imediatos ................................................................................................................... 43 Cuidados iniciais ....................................................................................................................... 43 Cuidados locais ......................................................................................................................... 43
Reposio hidro-eletroltica (Grande Queimado) ..................................................................... 44 Antibioticoterapia...................................................................................................................... 44
TRATAMENTO DA LESO DO PACIENTE QUEIMADO ..................................................... 44 Queimadura de Primeiro Grau .................................................................................................. 44
Queimadura de Segundo Grau .................................................................................................. 44 Queimadura de Terceiro Grau ................................................................................................... 45 Atendimento no Centro de Queimados ..................................................................................... 45
Assistncia de enfermagem na hospitalizao .......................................................................... 46
Observaes .............................................................................................................................. 46 INTOXICAES E ENVENENAMENTOS .............................................................................. 46 INTOXICAES POR GASES ................................................................................................... 49
INTOXICAES POR CIDOS E LCALIS FORTES ........................................................... 49 INTOXICAES POR METAIS ................................................................................................ 50
INTOXICAES POR AGROTXICOS ................................................................................... 50 INTOXICAES POR PLANTAS ............................................................................................. 52 COMO EVITAR ENVENENAMENTO? .................................................................................... 53
PARADA CARDIORRESPIRATRIA (PCR) ........................................................................... 54 Etiologia .................................................................................................................................... 54
Clnica ....................................................................................................................................... 55
Tratamento ................................................................................................................................ 55
Sinais de PCR............................................................................................................................ 55 Material necessrio: carro de parada contendo: ....................................................................... 56 C (Circulation) Circulao ..................................................................................................... 56 A (Airways) Vias areas ......................................................................................................... 57 B (Breath) Respirao ............................................................................................................ 57
D (Desfibrillation) Desfibrilao ........................................................................................... 57 INSUFICINCIA RESPIRATRIA ............................................................................................ 59
Sinais e sintomas mais freqentemente observados: ................................................................ 60 Diagnstico Laboratorial: ......................................................................................................... 61 Causas de defcit de ventilao: ................................................................................................ 61
INDICAO PARA INSTITUIO DA VIA AREA ARTIFICIAL ...................................... 61
INDICAES DE VENTILAO MECNICA PROFILTICA: ........................................... 62 DISTRBIOS METABLICOS .................................................................................................. 63
Etiologias .................................................................................................................................. 64
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Manifestaes Clnicas ............................................................................................................. 65 Tratamento ................................................................................................................................ 66 Alcalose Metablica .................................................................................................................. 67 Etiologias .................................................................................................................................. 67
Manifestaes Clnicas ............................................................................................................. 68 Diagnstico ............................................................................................................................... 69 Tratamento ................................................................................................................................ 69
ESTADO DE CHOQUE ............................................................................................................... 70 Classificao ............................................................................................................................. 70
TIPOS DE ESTADO DE CHOQUE: ........................................................................................... 70 Sinais e sintomas ....................................................................................................................... 70
COMO SE MANIFESTA: ............................................................................................................ 72
COMO PROCEDER: .................................................................................................................... 72 Ciclo do Estado de Choque ........................................................................................................... 72
HEMORRAGIAS ..................................................................................................................... 73 Procedimentos Bsicos para PS em Hemorragias: ................................................................... 74
CLASSIFICAO DAS HEMORRAGIAS ................................................................................ 76 Hemorragia Classe I .................................................................................................................. 76 Hemorragia Classe II ................................................................................................................ 76 Hemorragia Classe IV ............................................................................................................... 77
FERIMENTOS.............................................................................................................................. 78 Classificao das feridas ........................................................................................................... 78
ATENO: .................................................................................................................................. 82
CHOQUE ELTRICO .................................................................................................................. 82
Termos e Conceitos ................................................................................................................... 83 Efeitos da Corrente Eltrica sobre o Organismo ....................................................................... 83
EXISTEM TRS FORMAS DISTINTAS DE OCORRER O CHOQUE ELTRICO. .............. 84
1. O que acontece ...................................................................................................................... 84 2. Primeiras providncias .......................................................................................................... 85
3. O que fazer ............................................................................................................................ 85 Orientaes para Socorrer a Vtima .......................................................................................... 88
SNCOPE OU DESMAIO ............................................................................................................ 88
O QUE ? ................................................................................................................................. 88 SNCOPE VASO-VAGAL ....................................................................................................... 89
O TILT TEST............................................................................................................................ 89
Pessoa normal ............................................................................................................................... 89
Pessoa com pr-disposio a sofrer sncope vaso-vagal ............................................................... 89 DESMAIO SITUACIONAL..................................................................................................... 90
HIPERSENSIBILIDADE DO SEIO CARTIDO ....................................................................... 90 DOENAS CARDACAS ........................................................................................................ 90 TRATAMENTO ....................................................................................................................... 90
VERTIGEM .............................................................................................................................. 90 Causas ....................................................................................................................................... 91 Diagnstico ............................................................................................................................... 92 Tratamento ................................................................................................................................ 93 Vertigem Postural Paroxstica Benigna .................................................................................... 93
Causas comuns .......................................................................................................................... 94
Condio ambiental................................................................................................................... 94 Medicamentos ........................................................................................................................... 94 Problemas circulatrios ............................................................................................................. 94
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Anormalidades do ouvido ......................................................................................................... 94 Outras causas............................................................................................................................. 94
ANIMAIS PEONHENTOS ........................................................................................................ 95 Animais peonhentos x animais venenosos .............................................................................. 95
ARTRPODES - ESCORPIES ............................................................................................. 95 Sintomatologia (efeitos no homem) .......................................................................................... 96 ARTRPODES ARANHAS ................................................................................................. 96 ARTRPODES - LACRAIAS ................................................................................................. 97 Tipos de dentio: ..................................................................................................................... 98
Tipos de serpentes mais conhecidas: ........................................................................................ 98 Controle e preveno ................................................................................................................ 99
ARTRPODES ............................................................................................................................ 99
SERPENTES ............................................................................................................................... 100 Acidentes por taturanas ou lagartas ........................................................................................ 100
CONVULSO ............................................................................................................................ 101 Causas ..................................................................................................................................... 101
Sinais e Sintomas .................................................................................................................... 101 Tipos de convulses ................................................................................................................ 102 Origem .................................................................................................................................... 103 Diagnstico ............................................................................................................................. 104
Tratamento .............................................................................................................................. 104 Como atuar .............................................................................................................................. 105
OBSTETRCIA Emergncias Obsttricas ............................................................................... 106
Estruturas da Gravidez ............................................................................................................ 106
Situao e apresentao fetal: ................................................................................................. 107 Assistncia ao Parto: ............................................................................................................... 107 DILATAO; ........................................................................................................................ 107
EXPULSO: ........................................................................................................................... 107 SECUNDAMENTO: .............................................................................................................. 108
PS-PARTO IMEDIATO: ..................................................................................................... 108 RISCOS E COMPLICAES: .............................................................................................. 108
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ........................................................................................... 109
ADULTO/ INFANTIL/ NEONATAL; ....................................................................................... 109 CILINDROS DE OXIGNIO (TRANSPORTE) ....................................................................... 110
CARRINHO DE EMERGNCIA .............................................................................................. 110
MEDICAES:...................................................................................................................... 110
MATERIAIS: .......................................................................................................................... 110 TCNICAS DE TRANSPORTE DE PACIENTE ..................................................................... 111
O transporte pode ser intra ou inter-hospitalar. ....................................................................... 112 FASE PREPARATRIA PARA O TRANSPORTE ................................................................. 113
Coordenao e Comunicao pr-transporte .......................................................................... 113
EQUIPE DE TRANSPORTE ..................................................................................................... 113 EQUIPAMENTOS NECESSRIOS PARA O TRANSPORTE ............................................... 114 FASE DE TRANSFERNCIA ................................................................................................... 114 RELAES HUMANAS NO TRABALHO ............................................................................. 116 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 118
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URGNCIA E EMERGNCIA
Conceitos Bsicos
A abordagem do tema urgncia e emergncia w muito complexa. Para
entendermos o assunto, este captulo traz alguns conceitos e noes bsicas que
envolvem o atendimento de enfermagem, de total importncia para o entendimento do
contedo estudado no livro.
A organizao dos servios de emergncia so complexos e esto ligados ao fato
de que a assistncia ao paciente em risco de vida deve ser prestada em curto espao de
tempo. Para ser eficaz, a assistncia deve ocorrer no menor tempo possvel, ser
organizada, que possa garantir a prestao de cuidados contnuos e coerentes com as
suas necessidades.
Para que o servio prestado na emergncia, seja eficaz alguns fatores devem ser
observados como: organizao como sistema, acessvel a toda populao, estarem
organizadas e bem equipadas, acompanhar os avanos tecnolgicos, possuir
profissionais habilitados a prestar assistncia imediata, respeitando os valores e crenas
individuais e regionais.
A rea de urgncia e emergncia compreende a assistncia pr-hospitalar
realizada nos locais onde a vtima se encontra, exigindo do profissional de enfermagem
qualificao para oferecer os cuidados imediatos e seguros ao paciente, qualquer que
seja seu estado.
Saber diferenciar urgncia de emergncia o primeiro passo para planejar o
atendimento vtima.
DIFERENA ENTRE URGNCIA E EMERGNCIA
Urgncia
Ocorrncia imprevista de danos sade, em que no ocorre risco de morte, ou
seja, indivduo necessita de atendimento mdico mediato.
Consideramos prioridade moderada de atendimento. Exemplo:
Dor torcica sem complicaes respiratrias;
Alguns tipos de queimaduras;
Fraturas sem sinais de choques ou outras leses mais srias;
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Vmito e diarreia, acompanhados ou no por estado febril abaixo de 39C;
Sangramentos e ferimentos leves e moderados.
Emergncia
Constatao mdica de condies de danos sade, que implicam em risco de
morte, exigindo tratamento mdico imediato. Consideramos alta prioridade de
tratamento de atendimento. Exemplo:
Parada cardiorrespiratria (PCR);
Dor torcica acompanhada de desconforto respiratrio;
Politraumatismo em geral;
Hemorragias de alta intensidade;
Queimaduras extensas;
Perda do nvel de conscincia;
Intoxicaes em geral;
Ferimento por arma de fogo (FAF);
Ferimento por arma branca (FAB);
Estados de choque;
Estado febril acima de 40C;
Gestaes em curso com complicaes.
Tanto a urgncia como a emergncia requerem do profissional de enfermagem
ateno imediata em suas aes. O conhecimento tcnico faz a diferena no final do
atendimento.
PRONTO SOCORRO
Local fsico destinado ao atendimento de urgncias e emergncias constatadas.
Geralmente est localizado em um hospital ou prximo a ele. para o pronto-socorro
que as vtimas so encaminhadas aps o primeiro atendimento, independente deseu
estado.
SALA DE URGNCIA
Local destinado e equipado dentro do pronto-socorro para atendimento de
urgncias e emergncias, independente de sua procedncia.
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As salas de urgncia e emergncia devem estar localizadas em pontos
estratgicos do pronto-socorro, ser de fcil acesso para entrada de ambulncias e carros
de resgate, alm de ter pessoal qualificado e disponvel para qualquer circunstncia.
RECURSOS
Humanos so as equipes de enfermagem e mdica que atuam durante as
urgncias e emergncias.
Materiais equipamentos e materiais que as salas de urgncia devem ter,
necessrios para estabilizar o quadro clnico do paciente.
Servios todo o pessoal de apoio, como laboratrio, banco de sangue, centro
de imagens.
FINALIDADE DE UMA UNIDADE DE EMERGNCIA
Problemas como: inadequao do espao para o atendimento, falta de
protocolos, conflito sobre a autonomia do enfermeiro, a falta de triagem, entre vrios
outros, podem dificultar o atendimento a demanda de pacientes, para isso devem-se
buscar alternativas que garantam um servio rpido e com qualidade.
ESTRUTURA DE UMA UNIDADE DE EMERGNCIA
A estrutura da unidade de emergncia deve ocupar o andar trreo. O
planejamento fsico da unidade tem alguns propsitos bsicos que so: a criao de
espaos para abrigar equipamentos e permitir livre circulao da equipe de trabalho; a
eficcia nos atendimentos, atravs de recursos; a reduo de aes improvisadas; a
assistncia ser mais completa se aliada a recursos materiais e ambiente fsico
adequado; atendimento com segurana, eficcia no uso do pessoal e equipamento, que
a unidade pode desenvolver.
Existem algumas dificuldades inerentes estrutura e funcionamento da
emergncia como: falta de formao especfica dos profissionais, ausncia de
programas de treinamento em servio, que acarretam alteraes na estrutura
organizacional e no atendimento aos pacientes.
A sala de atendimento de emergncia, deve oferecer recursos materiais e
humanos para atender pacientes com risco de vida. A sala deve ser ampla, ter
equipamentos necessrios para um atendimento de emergncia como, por exemplo,
aparelho de presso, bomba de infuso, desfibrilador ou cardioversor, monitor cardaco,
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carro de parada, aparelho de ventilao mecnica, amb, laringoscpio, mandril, tbua
para reanimao cardaca sada de oxignio e vcuo, escada, lixos, hamper...
Estrutura Fsica
rea geogrfica distinta dentro do hospital
Acesso controlado sem trnsito
Acesso direto prximo elevador, UTI, Sala recuperao, Centro Cirrgico, Unidades
Intermedirias e Servio de laboratrio e radiologia.
Observao individual e conjunto dos pacientes
Espao suficiente para mobilizao de paciente e locomoo de pessoal
Tranqilidade e ambiente agradvel
Atendimento a pacientes ambos sexos, sem discriminao de grupos etrios
Boa iluminao(natural e artificial)
Canalizao de vcuo, oxignio e ar comprimido
Tomadas eltricas em nmero ideal por leito
Revestimento liso no absorvente e lavvel
Ar condicionado e aquecimento
Sanitrios: Pacientes e funcionrios
Sala de reunies e estudos
Rouparia e Expurgo
Armazenamento de equipamentos
Proporcionar observao contnua do paciente
indicada separao dos leitos por divisrias
Proporciona relativa privacidade.
A sobrevivncia dos pacientes em um ambiente de emergncia pode vir a
depender no s da disponibilidade da infra-estrutura necessria aos procedimentos,
como de sua correta localizao no edifcio hospitalar, j que deste posicionamento
depende, muitas vezes a rapidez com que so oferecidos os primeiros cuidados a
pacientes em estado mais grave.
Em unidades de mdio e pequeno porte estas salas podem vir a integrar um
nico ambiente localizado junto Hall de Emergncia, com fcil acesso ao Centro
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Cirrgico e a Unidade de Tratamento Intensivo. Um acesso discreto ao necrotrio
tambm desejvel.
A sala de politrauma, onde so atendidos pacientes que sofreram acidentes ou
violncias (causas externas) deve ser, preferencialmente, separada da sala de
emergncias, onde so tratados os outros casos de maior gravidade. A separao da
sala de politrauma dos demais ambientes da unidade importante para a humanizao
do atendimento, evitando a viso desnecessria das ocorrncias que ali se verificam.
Tanto as salas de Politrauma como de Emergncia devem ser dimensionadas
para atender, ao mesmo tempo, no mnimo dois pacientes. Devem permitir total
liberdade de circulao para a equipe, recessos para o estacionamento de carrinhos
com material esterilizado, de anestesia e de ressuscitao, lavabos, bancada com cuba,
armrios com portas de vidro ou prateleiras, que facilitem a viso de equipamentos e
medicamentos, um nvel de iluminamento elevado, pontos de gases medicinais,
tomadas, inclusive para raios-X transportvel, entre outras facilidades e, preferivelmente,
um posto de enfermagem e rea de expurgos exclusivos.
Atualmente, alguns hospitais de emergncia com alta resolutividade,
principalmente aqueles localizados nos grandes centros urbanos, so dotados de
Centros de Trauma. Nestes ambientes destinados a atender os casos mais crticos os
pacientes permanecem apenas por poucos minutos, durante os quais equipes
especialmente treinadas decidem seu encaminhamento para o Centro Cirrgico ou para
a UTI.
Alm destes ambientes, complementam o programa funcional das unidades de
urgncia e emergncia uma srie de ambientes tais como a Unidade Transfusional,
onde feita a guarda e a distribuio de hemocomponentes, rouparia, copa, local para
a guarda de aparelho de RX transportvel, rea para guarda de pertences de pacientes,
sanitrios de funcionrios, estar e planto mdico, estar e planto de enfermagem e de
pessoal de apoio, estacionamento de ambulncias com estar e sanitrio anexo para
motoristas, salas administrativas, posto policial, cantina, sala de utilidades, depsito de
material de limpeza (DML), sala de armazenamento temporrio de resduos etc.
AS RELAES COM AS DEMAIS UNIDADES FUNCIONAIS
O posicionamento da Unidade de Urgncia e Emergncia em relao s demais
unidades funcionais que integram o edifcio hospitalar fator determinante na gerao
e na prpria qualidade dos fluxos hospitalares que entre elas se verificam, influindo
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fortemente na maior ou menor operacionalidade da unidade, assim como no combate
infeco hospitalar.
Assim a distribuio espacial das unidades funcionais (setorizao) e de seus
respectivos ambientes, devem ser estudadas levando-se em considerao,
principalmente a adequao dos fluxos hospitalares que delas se originam.
PAPEL PROFISSIONAL DA EQUIPE DE SADE, NA UNIDADE DE EMERGNCIA
uma a atuao dinmica, criativa, tcnica, em nvel dependente, independente,
interdependente junto aos demais profissionais da rea da sade, transcendendo a de
meros
executores de ordens, para dar assistncia de enfermagem ao cliente em risco de vida.
A importncia das condies de trabalho da equipe de sade, tanto materiais
quanto ambientais adequados, devido o servio de emergncia oferecer assistncia
imediata a pessoas acometidas de mal sbito ou acidente que possa pr sua vida em
perigo ou torn-la invlida.
Os trabalhadores da emergncia, permanecem em constante estado de alerta e
expectativa de como agir e reagir diante dos desafios impostos pela profisso. Estando
ainda expostos ao sofrimento dos pacientes, j que esta unidade muito estressante
devido ao estado crtico dos pacientes e ao aspecto psicolgico dos mesmos.
Alm disso, para trabalhar em uma unidade de emergncia o profissional deve
gostar de estar l; estar disposto para viver rebulio; e cuidar da famlia que est do
outro lado aflita, sem saber o que est acontecendo (Figueiredo, 2006).
O Conselho Federal de Enfermagem, dispe sobre o apoio legal assistncia de
enfermagem em unidade de emergncia, que encontra-se na Lei n 7.498, de 25 de
junho de 1986, p.3, seo I, que define as funes da equipe, so elas:
O enfermeiro presta assistncia de enfermagem ao indivduo, famlia e
comunidade, em situaes que requerem medidas relacionadas com a promoo,
proteo e recuperao da sade, preveno de doenas, reabilitao de incapacitados,
alvio do sofrimento e promoo de ambiente teraputico, levando em considerao os
diagnsticos e os planos de tratamento mdico e de enfermagem.
papel do enfermeiro(a) gerenciar questes de fluxo e especificidade de
atendimento, coordenar a equipe de enfermagem, necessitando tambm de
conhecimentos cientficos, prticos e tcnicos, para tomar decises rpidas e concretas,
transmitindo segurana equipe.
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A a atuao da enfermeiro(a) nas situaes de emergncia que requer uma
postura equilibrada, desenvolvendo uma assistncia integral e humanizada,
demonstrando rapidez na tomada de decises junto equipe mdica e de enfermagem.
ASPECTOS TICOS E LEGAIS DO ATENDIMENTO DE EMERGNCIA
Existem tpicos que fazem parte do cotidiano nos atendimentos em pronto-
socorros que so o sigilo profissional, negligncias, imprudncias, a morte sbita, os
direitos da pessoa humana, os valores culturais, as crenas, o direito de deciso,
procedimentos invasivos. Alm de questes como o direito de morrer, o suicdio,
concepo, aborto, cliente terminal, eutansia, dizer a verdade ao cliente e famlia.
O direito ao atendimento de emergncia igual ao direito vida, educao, ao
trabalho. Da mesma forma, que assegurar o controle de qualidade profissional de todos
integrantes do servio de emergncia constitui uma responsabilidade tica (NASI, 2005).
No que diz respeito prioridade do atendimento, os casos mais graves devem ter
prioridade e at mesmo aqueles pacientes mais angustiados. J com relao ao uso de
equipamentos, deve ser observada a ordem cronolgica da chegada do paciente no
local de atendimento porque juridicamente, no importa quem tem maiores chances de
sobreviver.
Quando falamos em tica no podemos esquecer que este aspecto envolve tanto
a instituio que presta o servio de emergncia quanto ao paciente que necessita deste
atendimento. Por isso vale lembrar que os pacientes tm como responsabilidade a
fidelidade, confidencialidade e veracidade das informaes prestadas e que o correto
encaminhamento diagnstico e teraputico depende desses requisitos (NASI, 2005).
Por outro lado, o direito ao atendimento de emergncia igual ao direito vida,
educao, ao trabalho. Da mesma forma, que assegurar o controle de qualidade
profissional de todos integrantes do servio de emergncia constitui uma
responsabilidade tica (NASI, 2005 ).
No que diz respeito prioridade do atendimento, os casos mais graves devem ter
prioridade e at mesmo aqueles pacientes mais angustiados. J com relao ao uso de
equipamentos, deve ser observada a ordem cronolgica da chegada do paciente no
local de atendimento porque juridicamente, no importa quem tem maiores chances de
sobreviver.
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CONCEITOS BSICOS DE URGNCIAS E EMERGNCIAS
Pronto atendimento: Estabelecimento de sade que presta assistncia a doentes,
com ou sem risco de vida, cujos agravos sade necessitam de atendimento imediato,
dentro do horrio de funcionamento.
Pronto socorro: a unidade destinada a prestar assistncia a doentes, com ou
sem risco de vida, cujos agravos sade necessitam de atendimento imediato, mas que
funciona durante as 24h do dia e dispe de leitos de observao.
Urgncia: significa pressa, rapidez, brevidade ou necessidade imediata. O
atendimento de urgncia so aes destinadas recuperao dos pacientes em
condies agudas, mas no h perigo iminente de falncia de qualquer de suas funes
vitais. As condies urgentes so graves, mas geralmente no perigosas se o suporte
mdico e o tratamento tiverem uma pequena demora. O tratamento deve ter incio
num perodo entre 20 minutos e 2 horas.
Emergncia: significa ocorrncia perigosa, situao crtica ou necessidade
imediata. Gomes (1994), conceitua atendimento de emergncia como conjunto de
aes empregadas para a recuperao de pacientes, cujos agravos sade necessitam
de assistncia imediata, por apresentarem risco de vida, uma vez que pem em risco
determinadas funes vitais que, com o passar do tempo, diminuem sua chance de
eventual recuperao. Jung (2002), destaca a importncia da interveno no servio de
emergncia. Relata ainda, que apesar do paciente ficar pouco tempo internado nessa
unidade, essencial que sua fisiologia seja investigada e esta unidade no seja vista
como um servio que serve de passagem para pacientes que procuram atendimento.
Paciente Crtico: Paciente grave, com comprometimento de 1 ou mais dos
principais sistemas fisiolgicos, com perda de sua auto-regulao, necessitando
substituio artificial de funes e assistncia contnua;
Paciente potencialmente Crtico: Paciente grave, que apresenta estabilidade
clnica, com potencial risco de agravamento do quadro e necessidade de cuidados
contnua;
Ateno ao paciente Crtico: Atendimento ao paciente de forma humanizada ,
minimizando os riscos decorrentes dos mtodos teraputicos utilizados com relao aos
benefcios obtidos, visando garantia de sua sobrevida com qualidade, assim como a
manuteno da estabilidade de seus parmetros vitais dentro dos recursos necessrios.
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ETIOLOGIA DO TRAUMA
O TRAUMA E TODO O SEU ENVOLVIMENTO
Entendemos por trauma qualquer leso caracterizada por uma alterao
estrutural fisiolgica resultante da ao de um agente externo, que causa a exposio a
determinadas energias, como mecnicas, trmicas ou eltricas.
As mortes por traumas tm destaque na morbidade do Pas, ocupando a
segunda posio geral no ranking de morbidade dos pases, perdendo apenas para
doenas cardiovasculares e neoplasias, mas pode ser a maior causa de morte dos
indivduos entre 30 e 40 anos.
Cada vtima tem sua prpria caracterstica, sua prpria leso, todavia h mtodos
similares de traumatismos, o que possibilita ao mdico socorrista um rpido diagnstico
atravs de mtodos visuais e usuais. Entendendo o mecanismo vdo trauma e mantendo
um grau de suspeita em relao aos traumatizados, o profissional tem aptido pra
diagnsticar ferimentos ocultos e investigar a leso ou trauma se no osuber o que fazer
aps a identificao, por isso a necessidade de se ter pessoal qualificado para tais
situaes.
ESTUDO DAS CAUSAS DO TRAUMA
As causas do Trauma seguem peculiaridades de cada regio ou pas, segundo
suas condies de sobrevivncia, polticas, socioeconmicas e culturais.
O Trauma uma leso caracterizada por alteraes estruturais ou desequilbrio
fisiolgico, decorrente de exposio aguda a vrias formas de energia:
Mecnica, Trmica, Eltrica, Qumica, Irradiaes.
Afetam superficialmente as partes moles ou lesa estruturas nobres e profundas do
organismo.
H tambm o Trauma no acidental, caracterizado por sua manifestao no
abuso fsico, sexual, maus tratos emocionais, molestao e negligncia.
A Violncia a maior causa de Trauma.
A mortalidade por causas externas predomina no sexo masculino.
A violncia predomina sobre os mais expostos a ela: Crianas,
adolescentes,mulheres pobres e idosos.
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As capitais mais violentas do Brasil so: Vitria, Porto Velho, Boa Vista, Rio de
Janeiro, Rio Branco e Recife.
Os Agentes Etiolgicos do Trauma, de acordo com a leso provocada, se
encerram em dois grupos principais: OS FERIMENTOS E AS CONTUSES.
Nas contuses a maior causa o veculo motorizado, inclui coliso e
atropelamento.
Nos Ferimentos predominam a arma de fogo e a arma branca.
O Trauma o resultado da permuta de energia entre o objeto em movimento e
os tecidos, resultando numa leso proporcional superfcie do ponto de impacto,
densidade do tecido e velocidade do agente agressor.
A Leso que se estabelece nos ferimentos e contuso denomina-se
CAVITAO.
TRAUMA POR ENERGIA MECNICA
Ferimentos
Arma de fogo
Arma branca
Empalamento
Contuses
Acidente Automobilstico
Acidente por motocicleta
Acidentes de bicicleta, charrete e carroa
Agresso fsica
Quedas
Trauma por exploses: Granadas, bombas em geral e imploses
Traumas por energia trmica, eltrica e qumica
Trmica Calor: lquidos e slidos aquecidos
Frio: exposio ambiental e traumatizados
Eltrica Cabos de alta tenso e relmpagos
Qumica cidos, lcalis e derivados do petrleo
Trauma por irradiaes: aparelhos de RX, acidentes industriais e detonao nuclear
Trauma Biolgico: Bactrias, vrus, toxinas, plantas e agentes qumicos
Traumas de partes moles: facas,vidros,pedras,foices,armas,mordeduras e picadas
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Trauma Iatrognico: Procedimentos Invasivos e falhas cirrgicas
Trauma na Infncia: acidentes, afogamentos, incndios domsticos, abuso sexual e
homicdio
Causas da morte traumtica
TCE, medula espinhal, hemorragia, asfixia, cardaca, penumonia, politrauma, sepse
EPIDEMIOLOGIA DO TRAUMA
Estuda a freqncia e distribuio do Trauma em uma Comunidade.
A palavra TRAUMA, vem do grego TRAUMA-TRAUMATOS=FERIDA.
A palavra Trauma em medicina admite vrias significaes, todas elas ligadas a
acontecimentos no previstos e indesejveis, que de forma mais ou menos violenta,
atingem indivduos neles envolvidos produzindo-lhes alguma forma de leso, dano,
ferida e/ou alterao.
A palavra Traumatismo significa leso provocada por um contato violento, seja
ele acidental ou infligido, com um objeto fsico.
Traumatologia o ramo da medicina que trata dos traumatismos.
Traumatopatia qualquer condio patolgica que resulta de violncia ou de
ferimento.
Traumatofilia a nsia inconsciente ou tendncia que a sofre (masoquismo).
Traumatopira a febre de origem traumtica.
PROCESSOS QUE DO ORIGEM S LESES TRAUMTICAS
Violncia heterodirigida = homicdios, espancamentos, envenenamentos.
Violncia autodirigida = suicdios, leses auto-infligidas e intencionais.
Desastres naturais = inundaes, terremotos, ciclones.
Grupo dos acidentes = transporte, trabalho, lazer, domstico.
MORTALIDADE DO TRAUMA
PRINCIPAL CAUSA DE BITO NA FAIXA DE 1 A 44 ANOS
Quatro princpios so universalmente aceitos para atendimento inicial:
No causar danos adicionais no paciente;
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Tratar o que ameaa a vida, em uma seqncia de prioridades;
Diagnstico preciso no essencial;
Tempo essencial.
OS TRS PICOS DO TRAUMA
O primeiro pico ocorre nos primeiros minutos aps a leso, so as
laceraes cerebrais, medulares, cardacas e grandes vasos.
O segundo pico ocorre entre os primeiros minutos e a primeira hora aps o
trauma, hematomas epi e sub-durais, pneumotrax, laceraes de fgado, bao,
fraturas plvicas e outras causas de perda de sangue.
Na emergncia a vida e a morte esto muito prximas, separadas s vezes, por
curto intervalo de tempo. Esta viso fundamental para enfatizar a importncia do
atendimento inicial, pode-se salvar muitas vidas e reduzir significativamente o nmero
de seqelas.
O terceiro pico ocorre dias aps o trauma, devido infeces generalizadas e
falncia multiorgnica.
ABCD DO TRAUMA
1 passo Passo A Airway Vias areas com controle cervical
2 passo Passo B Breathing Respirao existente e em sua qualidade
3 passo Passo C Circulation Circulao com controle de hemorragias
4 passo Passo D Disability Estado neurolgico
5 passo Passo E Exposure Exposio da vtima para abordagem
secundria
ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG)
Sinais Vitais e Escala de Coma
Avaliar pulso, presso arterial e temperatura.
Avaliar e identificar a Escala de Glasgow nas vtimas, as quais so avaliadas na
abertura dos olhos (AO), na melhor resposta motora (MRM) e na melhor resposta
verbal (MRV). Para cada item avaliado dada uma nota, que somadas daro o nvel
de conscincia da vtima no momento da avaliao.
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ESCALA DE GLASGOW
Abertura Ocular
Espontnea 4
Ao comando verbal 3
dor 2
Ausente 1
Resposta Motora
Obedece a comandos 6
Localiza dor 5
Flexo inespecfica (retirada) 4
Flexo hipertnica 3
Extenso hipertnica 2
Sem resposta 1
Resposta Verbal
Orientado e conversando 5
Desorientado e conversando 4
Palavras inapropriadas 3
Sons incompreensveis 2
Sem resposta 1
ESCALA DE TRAUMA
A escala de Trauma aquela que avalia e leva em considerao o estado geral da
vtima aps todas as etapas de atendimento. So avaliadas a frequncia respiratria, a
presso sistlica e a escala de coma. Cada item recebe uma nota, uma pontuao de
zero a quatro e a soma pode variar de 0 a 12. Veja em seguida como funciona a escala
de trauma.
Pontuao Freq.. Respiratria Presso Sistlica Escala
04 10 a 29 >89 13 a 15
03 >29 76 a 89 09 a 12
02 06 a 09 50 a 75 06 a 08
01 01 a 05 01 a 49 04 a 05
0 0 0 0
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Interpretao do Resultado
Trauma Grave: 0 a 06
Trauma Moderado: 07 a 10
Trauma Mnimo: 11 a 12
Sempre que na avaliao da Escala de Trauma for obtido resultado menor que
nove, torna-se necessrio o acionamento de suporte avanado.
FRATURAS LUXAES ENTORSES
O esqueleto humano a estrutura de sustentao do corpo sobre o qual se
apoiam todos os tecidos. Para que possamos nos mover, o esqueleto se articula em
vrios lugares e os msculos que envolvem os ossos fazem com que estes se movam.
Esses movimentos so controlados pela vontade e coordenados por nervos especficos.
Existem diferentes formas de leses nessas estruturas. Os ossos podem quebrar-se
(fratura), desencaixar-se em alguma articulao (luxao) ou ambos. Os msculos e os
tendes que os ligam aos ossos podem tambm ser distendidos ou rompidos.
FRATURAS
Podemos definir uma fratura como sendo a perda, total ou parcial, da
continuidade de um osso. A fratura pode ser simples (fechada) ou exposta (aberta). Na
fratura simples no h o rompimento da pele sobre a leso e nas expostas sim, isto , o
osso fraturado fica exposto ao meio ambiente, possibilitando sangramentos e um
aumento do risco de infeco.
No caso de fraturas, a vtima geralmente ir queixar-se de dor no local da leso. O
socorrista poder identificar tambm, deformidades, edemas, hematomas, exposies
sseas, palidez ou cianose das extremidades e ainda, reduo de temperatura no
membro fraturado.
A imobilizao provisria o socorro mais indicado no tratamento de fraturas ou
suspeitas de fraturas. Quando executada de forma adequada, a imobilizao alivia a
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dor, diminui a leso tecidual, o sangramento e a possibilidade de contaminao de uma
ferida aberta. As roupas da vtima devem ser removidas para que o socorrista possa
visualizar o local da leso e poder avali-lo mais corretamente. As extremidades devem
ser alinhadas, sem no entanto, tentar reduzir as fraturas expostas. Realize as
imobilizaes com o auxlio de talas rgidas de papelo ou madeira, ou ainda, com
outros materiais improvisados, tais como: pedaos de madeira, rguas, etc.
Nas fraturas expostas, antes de imobilizar o osso fraturado, o socorrista dever
cobrir o ferimento com uma pano bem limpo ou com gaze estril. Isto diminuir a
possibilidade de contaminao e controlar as hemorragias que podero ocorrer na
leso. importante que nas fraturas com deformidade em articulaes (ombros, joelhos,
etc), o socorrista imobilize o membro na posio em que ele for encontrado, sem
mobiliz-lo.
A auto-imobilizao uma tcnica muito simples, que consiste em fixar o
membro inferior fraturado ao membro sadio, ou o membro superior fraturado ao trax
da vtima. uma conduta bem aceita em situaes que requeiram improvisao. Esta
tcnica tambm muito utilizada no atendimento de fraturas nos dedos da mo.Na
dvida, imobilize e trate a vtima como portadora de fratura at que se prove o
contrrio. Nas fraturas associadas com sangramentos significativos, o socorrista dever
estar preparado para atender tambm o choque hipovolmico.
ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAO
Transferir a vtima para maca prpria. Se j foi detectado que h fratura de
quadril/bacia, transferir a vtima em bloco, ou proteger o membro afetado na hora
da transferncia.
Fazer uma anlise para verificar o tipo de leso.
Providenciar a retirada das vestimentas.
Puncionar acesso venoso de grosso calibre, colher amostra de sangue e manter a
hidratao conforme orientao mdica.
Verificar os sinais vitais; ateno especial ao pulso no membro fraturado.
Limpar a rea com leso com S.F. 0,9% e manter a leso coberta at segunda
orientao.
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Manter material de ortopedia, como ataduras de gesso, algodo ortopdico,
ataduras de crepom,soros de fcil acesso; e aguardar orientao.
Se a fratura for aberta e com grande rea lesada, seguir as orientaoes da equipe.
No fazer nada que no tenha sido orientado pela enfermeira responsvel ou
equipe atuante, pois um deslize no atendimento a fraturas pode ser vital para o
paciente.
Providenciar a transferncia do paciente da sala de emergncia para outro local
predestinado.
LUXAES
A luxao uma leso onde as extremidades sseas que formam uma articulao
ficam deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si. O desencaixe de
um osso da articulao (luxao) pode ser causado por uma presso intensa, que
deixar o osso numa posio anormal, ou tambm por uma violenta contrao
muscular. Com isto, poder haver uma ruptura dos ligamentos. Os sinais e sintomas
mais comuns de uma luxao so: dor intensa, deformidade grosseira no local da leso
e a impossibilidade de movimentao.Em caso de luxao, o socorrista dever proceder
como se fosse um caso de fratura, imobilizando a regio lesada, sem o uso de trao. No
entanto, devemos sempre lembrar que bastante difcil distinguir a luxao de uma
fratura.
Tambm so traumas graves, paresentam dor, edema e deformidade na regio
lesada e podem estar acompanhados de hematoma local aps algumas horas. Os
cuidados so os mesmos com as fraturas, primeiramente imobilizao e depois
hospitalizao para exames de averiguao.
SINAIS E SINTOMAS
Dor intensa local, como edema
Deformidade
Perda completa do movimento
Palidez do membro
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ENTORSES
Entorse pode ser definido como uma separao momentnea das superfcies
sseas, ao nvel da articulao. A leso provocada pela deformao brusca, geralmente
produz o estiramento dos ligamentos na articulao ou perto dela. Os msculos e os
tendes podem ser estirados em excesso e rompidos por movimentos repentinos e
violentos. Uma leso muscular poder ocorrer por trs motivos distintos: distenso,
ruptura ou contuso profunda.O entorse manifesta-se por um dor de grande
intensidade, acompanhada de inchao e equimose no local da articulao.O socorrista
deve evitar a movimentao da rea lesionada, pois o tratamento do entorse, tambm
consiste em imobilizao e posterior encaminhamento para avaliao mdica. Em
resumo, o objetivo bsico da imobilizao provisria consiste em prevenir a
movimentao dos fragmentos sseos fraturados ou luxados. A imobilizao diminui a
dor e pode ajudar a prevenir tambm uma futura leso de msculos, nervos, vasos
sangneos, ou ainda, da pele em decorrncia da movimentao dos fragmentos
sseos.Se a leso for recente, esfrie a rea aplicando uma bolsa de gelo ou compressa
fria, pois isso reduzir o inchao, o hematoma e a dor.
TCNICAS DE IMOBILIZAO
Se o membro fraturado estiver dobrado, o socorrista no poder imobiliz-lo
adequadamente. Dever ento, com muito cuidado, aplicar uma trao manual para
endireit-lo, o que impedir a presso sobre os msculos, reduzindo a dor e o
sangramento que estejam ocorrendo no local da leso.A trao dever ser aplicada com
firmeza observando o alinhamento do osso at que o membro fique totalmente
imobilizado. Se o socorrista puxar em linha reta, no causar nenhuma leso. No
entanto, recomenda-se no insistir na manobra caso a vtima informar que a dor est
ficando muito forte.
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Primeiros
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TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM)
Consiste nas leses apresentadas nas vrtebras cervicais C5, C6, C7, torcica T12
e lombar L1, decorrentes de acidentes e traumas. Essa leso pode ser desde uma
concusso transitria at uma transeco completa da medida. Podem ocorrer perda
sensorial total e paralisia motora abaixo da leso.
tambm considerado um tipo de leso que ocorre na medula espeinhal. A
maioria dessas leses causada por acidentes automobilsticos, queda de alturas,
mergulhos em guas rasas, ou FAF. Pode ocorrer leso ssea vertebral sem que ocorra
leso de medula.
As leses em C2 e C3 geralmente so fatais. Nas leses C4 e acia ocorrem
dificuldade respiratria e paralisia das quatro extremidades.
Situaes de Suspeita
Leso supraclavicular, existente acima da clavcula.
Qualquer vtima com TCE, independente do tipo.
Politraumatizado.
Sinais e Sintomas
Dor estimulao acima da clavcula;
Hipotenso e bradicardia;
Ausncia ou diminuio da sensibilidade dos membros inferiores;
Respirao diafragmtica;
Arreflexia flcida.
Assistncia de enfermagem na hospitalizao
Remover a vtima para maca prpria, em prancha para coluna e em bloco.
Fazer uma anlise do que aconteceu.
Puncionar acesso venoso de grosso calibre, colher amostras de sangue e manter
hidratao conforme orientao mdica.
Verificar sinais vitais, instalar oxmetro de pulso e monitorizao.
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Manter material para sondagem vesical de fcil acesso, visto que aps com leso
medular, a bexiga torna-se anatmica, e no se contrai, ocorrendo seu
hiperestiramento.
Dar continuidade ao plano de cuidados traado pelo enfermeiro responsvel e
pela equipe atuante.
Providenciar a transferncia do paciente da sala de emergncia para outro local
predeterminado.
TRAUMA DE FACE
Trata-se de uma leso extremamente agressiva, qualquer que seja sua origem.
Alm de estar diretamente ligada s consequncias emicionais para a vtima, ocorre a
possibilidade de deformidades, podendo acometer crebro, olhos, nariz, boca e dentes.
As causas podem ser variveis, entre elas o acidente automobilstico, a violncia
interpessoal, exposio a agentes qumicos, queimaduras e outras.
comum o trauma de face estar acompanhado de obstruo das vias areas,
hemorragia e leses de coluna.
Distribuio por faixa etria do trauma de face
De 0 a 15 anos: ligado a quedas, e pouco s outras causas.
De 15 a 19 anos: a principal causa a violncia interpessoal, seguida do uso
abusivo de lcool de drogas, provocando queda. Difere da queda apresentada
na idade anterior.
De 20 a 39 anos: idem anterior mais a violncia domstica, acidentes
automobilsticos, FAF e FAB.
Acima de 40 anos: incluem todas as anteriores.
Assistncia de enfermagem na hospitalizao
o Remover a vtima para a maca prpria.
o Fazer uma anlise do que aconteceu
o Puncionar acesso venoso de grosso calibre, colher amostras de sangue e manter
hidratao conforme orientao mdica.
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o Verificar os sinais vitais, instalar oxmetro de pulso e monitorizao.
o Providenciar materiais para pequena cirurgia, sutura e outros.
o Manter material para entubao e sondagem vesical de fcil acesso.
o Dar continuidade ao plano de cuidados traado pelo enfermeiro responsvel e
pela equipe atuante.
o Providenciar a transferncia do paciente da sala de emergncia para outro local
predeterminado.
MEDICAMENTOS UTILIZADOS EM URGNCIA E EMERGNCIA
Abaixo a lista de medicamentos que devem estar disponveis na
unidade de urgncia, contemplando medicamentos usados na primeira abordagem dos
pacientes graves e tambm
sintomticos, antibiticos e anticonvulsivantes, uma vez que alguns pacientes podero
permanecer nestas unidades por um perodo de at 24 horas ou, excepcionalmente,
por mais tempo se houver dificuldade para internao hospitalar.
Medicamentos mais utilizados em situaes de emergncias:
Para diluio:
ABD Ampola com 5ml;
ABD Ampola com 10ml;
Cloreto de sdio ampola de 10ml a 20%.
Aminofilina - Ampola de 10 ml com 240mg (24mg/ml).
Ao:
Dilatao dos brnquios e dos vasos pulmonares, atravs do relaxamento da
musculatura lisa;
Dilatao das artrias coronrias e aumento do dbito cardaco e da diurese;
Estmulo do centro respiratrio.
Diluir em SF 0,9% ou SG 5%.
Administrao intravenosa lenta (10 a 20 min).
No misturar ou infundir no mesmo acesso venoso:
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Adrenalina, clcio, dobutamina, dopamina, fenitona, prometazina, meperidina,
morfina, cefalosporinas em geral.
Atropina - Ampola de 1 ml com 0,5mg.
Ao:
Parassimpaticoltico: aumenta a freqncia cardaca;
Broncodilatao;
Midrase;
Reduo de salivao;
Antdoto na intoxicao por organofosforados.
Dose mxima em adultos: 2mg/dose.
Administrao intravenosa: Pode ser feita sem diluir e em blus rpido.
Administrao endotraqueal: diluir para 3 a 5ml em soro fisiolgico.
Bicarbonato de sdio - Ampola de 10ml a 8,4%.
Indicao:
Acidose metablica;
Hipercalemia;
Hipermagnesemia;
Intoxicaes por antidepressivos tricclicos, cocana ou bloqueadores dos canais
de clcio.
Na emergncia: Diluir a ampola a 1:1 com ABD e administrar a dose em, no mnimo,
2 minutos, direto na veia.
Fora das emergncias: Correr em 1-2 horas em bomba de infuso.
Lavar o acesso venoso com 3 a 5ml de SF imediatamente antes e imediatamente depois
da administrao em blus.
Acesso venoso exclusivo.
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Cloreto de potssio (KCl) - Ampola de 10 ml a 10%.
Indicao:
Reposio e preveno de deficincia.
Deve ser diludo antes de administrar.
Diazepam - Ampola de 1 ml com 10 mg; Ampola de 2 ml com 10 mg.
Ao:
Sedativo de ao longa (sem efeito analgsico);
Ansioltico;
Anticonvulsivante;
Miorelaxante esqueltico.
Blus ou EV contnua;
No administrar IM;
No misturar com nenhuma droga na mesma seringa;
Na infuso contnua, trocar a soluo de 4/4h;
No infundir junto com adrenalina, bicarbonato, dexametasona, dobutamina,
fentanil, furosemida, heparina, hidrocortisona, isoproterenol, lidocana, meperidina,
vitaminas.
EV: ter material de suporte ventilatrio.
Dopamina - / Revivan Ampola de 10 ml com 50mg (5mg/ml). Catecolamina endgena;
Ao:
Inotrpica;
Vasoconstritora sistmica (pressora em doses altas);
Vasodilatadora renal (em doses baixas).
Geralmente usada diluindo-se uma ampola de 10ml com 5mg/ml em 240ml de
SGI.
Paciente de 60 kg: infuso de 60 gotas/minuto = 180 ml/hora.
Pode ser misturada na mesma soluo com dobutamina, adrenalina,
noradrenalina, lidocana, vecurnio ou atracurnio.
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No infundir junto com bicarbonato.
Epinefrina / Adrenalina - Ampola 1mg/1ml.
Ao:
Inotrpico (aumenta a contratilidade miocrdica);
Cronotrpico (aumenta a freqncia cardaca);
Aumenta a resistncia vascular perifrica;
Aumenta a PA (melhorando a perfuso coronariana).
EV: 1 ampola por dose a cada 3 minutos.
Preferencialmente em veia central em acesso exclusivo;
No associar com bicarbonato na mesma via.
Hidantal / Fenitona sdica - Ampola de 5ml a 5% (50mg/ml).
Ao:
Anticonvulsivante;
Antiarrtmico.
No infundir junto com glicose, amicacina, aminofilina, bicarbonato, dobutamina,
clcio, heparina, hidrocortisona, lidocana, morfina.
Diluir em SF para 1 a 10mg/ml para evitar flebite;
Infundir em 20 a 30 minutos;
Aps a infuso, lavar equipo e cateter com SF;
Usar em 1 hora aps diluio.
Amiodarona / Ancoron - Ampola de 3 ml com 150mg (50mg/ml).
Ao:
Antiarrtmico.
EV: preferir fazer em blus direto, lento (5 minutos), e evitar correr em equipo
(devido a liberao de substncia txica em contato com plsticos).
No misturar ou infundir no mesmo acesso: Aminofilina, Bicarbonato de sdio,
cefazolina, cloreto de sdio e heparina.
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Fentanil - Frasco de 10 ml com 0,0785 mg/ml.
Ao:
Analgsico opiide 100 vezes mais potente que a morfina.
EV: blus lento (3 minutos). Injeo muito rpida pode provocar rigidez torcica e
muscular, broncoconstrio ou laringoespasmo.
No misturar na mesma seringa ou na mesma linha com fenobarbital ou
pentobarbital.
Gardenal / Fenobarbital - Ampola de 1 ml com 200mg.
Indicao:
Profilaxia e tratamento das crises tnico-clnicas generalizadas, crises parciais
simples.
EV: infuso lenta (1mg/kg/min);
Diluir em qualquer tipo de soro.
Verificar se a apresentao para uso EV.
Furosemida / Lasix - Ampola de 2ml com 20mg (10mg/ml). Diurtico de ala.
Indicaes:
ICC;
Hipertenso;
Hipervolemia;
Edema por insuficincia renal.
EV sem diluir ou diluda a 1mg/ml.
No misturar com clcio, cefalosporinas, dopamina, dobutamina, hidrocortisona,
gentamicina, midazolan, morfina.
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Prometazina / Fenergan - Ampola de 2 ml com 50mg.
Ao:
- Anti-histamnico H1 com ao antialrgica, antivertiginoso, antiemtico e
sedativo hipntico;
- Uso EV: infundir sem diluir em 3 minutos sem deixar extravasar (necrose de
subcutneo). Injeo acidental em artria causa leso grave na extremidade
Cedilanide / Lanatosdeo C - Ampola de 2ml (0,2 mg/ml).
o Digitlico de ao curta;
o Uso EV.
Sulfato de magnsio - Ampola de 10ml a 50%.
Anticonvulsivante;
Uso EV ou IM.
Hidrocortisona / Solu-cortef - Frasco-ampola com 500mg + diluente (2ml).
Ao:
Glicocorticide. Usado na asma grave, reposio hormonal na insuficincia supra
renal e doenas inflamatrias;
Uso EV;
No esquecer de realizar desinfeco na tampa com frices de lcool 70%.
Heparina / Liquemine - Frasco 5 ml;
Ampola de 0,25ml com 500UI.
Anticoagulante;
Uso subcutneo: recomenda-se no aspirar e no massagear o local da aplicao
para evitar trauma do tecido.
Midazolan / Dormonid - Ampola de 3 ml com 15mg. Ampola de 1 ml com 5mg.
Agente indutor do sono, sedativo e anticonvulsivante;
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Uso EV contnua (bomba de infuso) ou blus lento em 2 a 3 min; pode ser IM
quando o paciente estiver sem acesso venoso.
Haldol / Haloperidol - Ampola de 1ml com 5mg.
Antipsictico, neurolptico incisivo;
Uso IM ou EV lenta.
Adalat / Nifedipina - Cpsula sublingual 10mg
Anti-hipertensivo e antiarrtmico;
Uso sublingual: Deve-se furar a cpsula, colocar na boca e morder devagar para
expelir o contedo, deix-la debaixo da lngua e depois engolir.
Isordil - Cpsula sublingual 10mg.
Vasodilatador coronariano;
Uso sublingual: no mastigar.
Gluconato de clcio - Frasco-ampola com 10ml a 10% (100mg/ml).
Na parada cardiorespiratria tem importncia secundria e deve ser usado s nos
casos com hipocalcemia. Uso EV por blus: deve ser lenta no mximo de 0,5ml/min.
No deve ser infundido ou diludo com bicarbonato, pois precipita. Lavar com soro
fisiolgico a via antes e depois de se infundir;Se infiltrar provoca esclerose da veia e
necrose tecidual.
Glicose hipertnica - Ampola de 20ml a 50%.
A glicose importante na reanimao e nas emergncias como choque, parada
cardaca, coma e insuficincia respiratria grave e durante convulses; preferencial
que seja realizada uma glicemia capilar antes de se administrar a glicose.
Uso EV por blus: diluir a glicose em igual volume de ABD. O uso de solues
acima de 25% em blus ou de 12,5% em infuso contnua por tempo prolongado pode
levar a esclerose e trombose de veias.
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Cloridrato de lidocana / Xylocana
Anestsico local.
Antiarrtmico.
SOROS
Glicosado 5%: uma soluo isotnica;
Fisiolgico: tambm uma soluo isotnica;
Ringer lactato: soluo isotnica, tendo como funo diluir o sangue em casos onde
a hemorragia para evitar o choque hipovolmico.
ABORDAGEM AO PACIENTE EM COMA
Coma definido ausncia completa ou quase-completa de resposta a estmulos,
com impossibilidade de se induzir uma resposta propositada.
Representa falncia global da funo cerebral. Existem muitas causas de coma,
muitas delas reversveis. A responsabilidade do mdico cuidando de um paciente em
coma garantir respirao e circulao, determinar a causa do coma e tratar
apropriadamente as causas reversveis.
O estado de coma est interligado ao nvel de conscincia do ser humano e suas
alteraes, que podem variar desde uma confuso mental por um perodo
indeterminado de tempo at o coma profundo.
O diagnstico inicial sobre o estado de conscincia de um paciente sindrmico
e no etiolgico. Independente da etiologia a presena de alterao da conscincia
sempre indicativa de gravidade.
Dois componentes da conscincia devem ser analisados: o nvel (relacionado ao
grau de alerta) e o contedo (relacionado a funes cognitivas e afetivas). O contedo
relaciona-se funo do crtex cerebral sendo alterado por leses restritas a estas
estruturas.
importante que o profissional conhea as subcategorias das alteraes do nvel
de conscincia, conforme apresentado em seguida.
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Confuso mental: incapacidade que a vtima tem de manter uma linha de raciocnio ou
pensamento com coerncia. Perda da noo detempo e espao.
Sonolncia: a dificuldade que a vtima apresenta em se manter alerta.
Esturpor: a dificuldade de despertar, no responde adequadamente a estmulos
verbais e dolorosos.
Coma superficial: as respostas motoras esto desorganizadas e no apresenta resposta
ao estmulo de despertar.
Compra profundo: ausncia de resposta a qualquer estmulo
Causas de alterao no nvel de conscincia
Primrias: ocorrem em nvel cerebral e podem ser por traumas, por acidente
vascular cerebral (AVC), por infeces comop meningites e encefalites, por
neoplasias e convulses.
Secundrias: ocorrem por algum distrbio meta blico hipoglicemia,
cetoacidose; por encefalopatias hipxias, como doena pulmonar obstrutiva
crnica (DPOC); por intoxicaes por drogas, lcool e outros; por causas fsicas e
ambientais, como a insolao ou hipotermia e at mesmo por estados carenciais
de determinadas vitaminas.
Atendimento hospitalar
Colher as informaes de quem socorreu primeiramente a vtima e fazer uma
rpida avaliao do caso.
Verificar sinais vitais.
Observar o hlito da vtima lcool, drogas, cetoacidose diabtica. Qualquer um
desses fatores possui caractersticas prprias, que podem ser detectadas por
qualquer um dos profissionais envolvidos.
Se houve trauma, verificar as causas, e os aspectos do trauma que pode ter
sofrido a vtima para entrar em coma.
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Fazer um rpido exame fsico, observando sinais do trauma, pulso, pupilas, nvel
de respirao e outros aspectos importantes para que a conduta tomada seja
eficiente.
O profissional de enfermagem deve estar preparado para atender a vtima
inconsciente, pois tudo se torna mais difcil.
Manter as vias areas livres.
Abordagem inicial
A avaliao do paciente comatoso deve ser idntica a qualquer outro paciente
em atendimento de emergncia.
A prioridade inclui ABC inicial, monitorizao, acesso venoso e oxignio.
Manter estabilizao cervical quando no se pode afastar trauma.
Vrios artigos sugerem a administrao emprica de tiamina, glicose e
naloxona.
Uma detalhada histria deve ser obtida de familiares ou acompanhantes. Os
pontos cruciais so os seguintes:
Trauma craniano recente, mesmo leve
Uso de drogas (incluindo lcool) atual ou anterior (pergunte por embalagens vazias
de medicamentos)
Histria de convulso, diabete, hipertenso, cirrose ou doenas neurolgicas prvias
Comportamento e atividades antes do incio do coma (cefalia, confuso mental) e
incio sbito ou gradual
Obteno imediata de sinais vitais
Monitorizao do ritmo cardaco para identificao e tratamento de arritmias
potencialmente letais
Exames complementares
Eletrlitos, escrias nitrogenadas, gasometria, oximetria de pulso,
hemograma completo e EAS
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Tomografia no contrastada de crnio deve ser obtida em pacientes nos
quais no se identifica uma causa metablica para o coma
QUEIMADURAS
Queimaduras so leses dos tecidos orgnicos em decorrncia de trauma de
origem trmica resultante da exposio a chamas, lquidos quentes, superfcies quentes,
frio, substncias qumicas, radiao, atrito ou frico.
ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA DA PELE
A pele funciona como um tecido, e considerado o maior rgo do corpo humano.
composta de duas camadas: a epiderme, camada mais externa, destituda de
vasos sanguneos, funciona como uma barreira de proteo contra o meio
ambiente. constantemente renovada pela descamao das clulas. A outra a
derme, camada mais interna, constituda de vasos sanguneos, folculos, glndulas
sebceas e terminaes nervosas.
Abaixo da pele encontra-se o tecido subcutneo, constitudo por tecido fibroso,
elstico e gorduroso.
A pele reveste toda a superfcie externa do corpo humano.
As principais funes: barreira protetora contra qualquer tipo de agente, regulao
da temperatura corporal, sensibilidade.
As principais alteraes fisiolgicas que ocorrem num processo de queimadura so:
aumento de permeabilidade capilar e edema. A leso trmica determina a exposio do
colgeno no tecido afetado levando liberao de histamina. A histamina juntamente
com outras cininas ativa o sistema do cido arquidnico liberando prostaglandinas.
Todos esses mediadores inflamatrios aumentam a permeabilidade capilar aos lquidos
com conseqente edema.
CLASSIFICAO
As queimaduras se classificam de acordo com a causa: agente causador,
profundidade, extenso, localizao e gravidade.
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Quanto a Profundidade
Classificam-se conforme a profundidade da leso. Esse tipo de classificao
direciona o atendimento pr-hospitalar que a vtima vai ter, e tambm a continuidade
de tratamento nos centros especializados.
Esto subdivididas em:
1 grau: a leso atinge e epiderme, apresenta vermelhido na rea e
acompanhada de dor;
2 grau: a leso atinge a epiderme e a derme, apresenta vermelhido na rea,
acompanhada de dor e aparecimento de bolhas;
3 grau: a leso atinge todas as camadas da pele, chegando ao tecido
subcutneo. a forma mais grave. As leses se presentam esbranquiadas, secas,
com aspecto carbonizado, acompanhada de dor intensa.
Leso de Primeiro Grau
Atinge a epiderme (camada mais externa) e no provoca alteraes na
hemodinmica. Clinicamente caracteriza-se por eritema e dor local sem a presena de
bolhas ou flictenas. Um bom exemplo a queimadura solar.
Leso de Segundo Grau
Queimadura que atinge tanto a derme quanto a epiderme. A caracterstica
mais marcante a presena de bolhas.
Leso de Segundo Grau Superficial: Atinge epiderme e superfcie da derme
apresentando leses bolhosas eritematosas.
Leso de Segundo Grau Profunda: Acomete tambm uma poro mais
profunda da derme. As bolhas apresentam fundo de colorao violcea ou
esbranquiada. O diagnstico diferencial principal com a leso de terceiro grau (
queimaduras de segundo grau so dolorosas e as de terceiro grau no costumam doer).
Como exemplo figuram as lees por escaldadura (lquido superaquecido).
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Leso de Terceiro Grau
uma queimadura que acomete todas as camadas da pele e pode atingir
tambm outros tecidos (subcutneos msculos e ossos). A leso caracterstica
apresenta-se com aspecto duro, inelstico, esbranquiado ou
marmreo, perda de sensibilidade no local e presena de vasos
trombosados. As queimaduras de terceiro grau podem ter causa
eltrica ou trmica.
Queimadura de terceiro grau com escarotomia realizada em
trax
Quanto Extenso
a porcentagem da rea da superfcie corporal queimada. a prpria extenso
da queimadura, que determina a gravidade da leso e a conduta a ser tomada.
SUPERFCIE CORPORAL TOTAL QUEIMADA (SCTQ)
Regra dos Nove:
REA ADULTO CRIANA
Cabea e Pescoo 9% 18%
Membro superior
D
9% 9%
Membro superior E 9% 9%
Tronco anterior 18% 18%
Tronco posterior 18% 18%
Genitlia 1% 1%
Coxa D 9% 4,5%
Coxa E 9% 4,5%
Perna e P D 9% 4,5%
Perna e P E 9% 4,5%
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- De maneira prtica, considera-se a palma da mo do paciente como equivalente
a 1% de SCTQ.
Grande Queimado
Podemos considerar um paciente portador de grande queimado quando:
Adultos: > 55 anos, com 10% de rea corporal lesada/queimada de acordo com a
regra dos noves.
Crianas: < 10 anos, tambm com 10% de rea corporal lesada/queimada de
acordo com a regra dos noves.
Demais faixas etrias, ou seja, entre 10 e 55 anos, apresentando 20% ou mais de
rea corporal lesada/queimada de acordo com a regra dos noves.
Avaliao das Queimaduras
Crticas
Queimaduras de I grau maiores que 75% da superfcie corprea
Queimaduras de II grau e maiores que 25% da superfcie corprea
Queimaduras de III grau maiores que 10% da superfcie corprea
Queimaduras acompanhadas de fraturas ou leses de partes moles
Queimaduras em idosos com patologias de base jexistente
Moderadas
Queimadura de I grau entre 50 a 75% da superfcie corprea
Queimadura de II grau entre 15 a 25% da superfcie corprea
Queimadura de III entre 2 a 10% da superfcie corprea
Leves
Queimadura de I grau menor que 50% da superfcie corprea
Queimadura de II grau menor que 15% da superfcie corprea
Queimadura de II grau com menos de 2% da superfcie corprea
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Quanto ao Agente causador
Queimadura trmica: causada por lquido (gua o mais comum) em
temperatura extremamente alta, fogo e vapor.
Queimadura solar ou radiao: causada por radiao solar em excesso.
Queimadura eltrica: causada por fonte de energia eltrica, tanto de baixa como
alta tenso.
Queimadura radioativa: causada por agente radioativo como csio e cobalto.
Queimadura qumica: causada por cidos e materiais do gnero.
Quanto Localizao
rea crtica: face, mos, que envolvam vias area e genital.
rea semicrticas: todas as demais reas corpreas.
Quanto Gravidade
A gravidade da queimadura est diretamente ligada a todos os fatores estudados
anteriormente.
Profundidade
Extenso
Envolvimento das reas crticas
Idade da vtima
Presena de leso pulmonar
Presena de outras leses associadas, como fraturas ou outras traumas
Doenas de base existentes
Obs.: todo paciente dever ser reavaliado quanto extenso e profundidade, 48
a 72 h aps o acidente.
QUEIMADURAS QUE DEVEM SER ENCAMINHADAS A UM CENTRO ESPECIALIZADO
DE QUEIMADOS
Queimaduras de espessura parcial superiores a 10% da superfcie corporal;
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Queimaduras que envolvem a face, mos, ps, genitlia, perneo e/ou
articulaes importantes;
Queimaduras de terceiro grau em grupos de qualquer idade;
Queimaduras causadas por eletricidade, inclusive aquelas causadas por raio;
Queimaduras qumicas;
Leso por inalao;
Queimadura em pacientes com problemas mdicos preexistentes;
Qualquer paciente com queimaduras e trauma concomitante (tais como
fraturas, etc.) no qual a queimadura apresenta o maior risco de morbidade ou
mortalidade;
Crianas queimadas sendo tratadas em hospital sem pessoal qualificado ou
equipamentos para o cuidado do caso.
TRATAMENTO DAS QUEIMADURAS
PRIMEIRO ATENDIMENTO DO PACIENTE QUEIMADO
Exame bsico (ATLS)
A Vias Areas
B Boa Respirao
C Circulao
D Dano Neurolgico
E Exposio
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Cuidados imediatos
Parar o processo da queimadura, retirando objetos que possam perpetuar o processo
( relgio, pulseira, anis, lentes de contato,etc.)
Cuidados iniciais
Remoo de roupas queimadas ou intactas nas reas da queimadura;
Avaliao clnica completa e registro do agente causador da extenso e da
profundidade da queimadura;
Analgesia: oral ou intramuscular no pequeno queimado e endovenosa no grande
queimado.
Pesquisar histria de queda ou trauma associado;
Profilaxia de ttano;
Hidratao oral ou venosa (dependendo da extenso da leso).
Cuidados locais
Aplicao de compressas midas com soro fisiolgico at alvio da dor.
Remoo de contaminantes
Verificar queimaduras de vias areas superiores, principalmente em pacientes
com queimaduras de face.
Verificar leses de crnea;
Resfriar agentes aderentes (ex. piche) com gua corrente, mas no tentar a remoo
imediata;
Em casos de queimaduras por agentes qumicos, irrigar abundantemente com gua
corrente de baixo fluxo (aps retirar o excesso do agente qumico em p, se for o caso),
por pelo menos 20 a 30 minutos. No aplicar agentes neutralizantes, pois a reao
exotrmica, podendo agravar a queimadura;
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Aps a limpeza das leses, os curativos devero ser confeccionados.
Reposio hidro-eletroltica (Grande Queimado)
Cateterizar preferencialmente veia perifrica de grosso calibre e calcular reposio
inicial:
Pela frmula de Parkland: 4 ml/kg de peso corporal/percentagem SCQ, de Ringer com
Lactato. Sendo que, para fins de clculo inicial, programa-se que a metade deste volume
deva ser infundida nas primeiras 8 horas aps a queimadura. Exemplo:
Homem 70kg com 30% SQC
Volume de Ringer = (4ml/kg x 70kg) x 30 = 8400ml
Grande queimado adulto: iniciar 2.000 ml de Ringer com Lactato para correr em
30 minutos;
Grande queimado criana: iniciar 30 ml/kg para correr em 30
minutos.Independentemente do esquema inicial escolhido,deve-se observar diurese a
partir da primeira hora, e controlar a hidratao para que se obtenha 0,5 a 1ml/kg/hora
ou (30-50ml) em adultos e 1ml/kg/h em crianas.
Antibioticoterapia
Antibiticos so utilizados no caso de uma suspeita clnica ou laboratorial de
infeco.No utilizar antibitico profiltico.
TRATAMENTO DA LESO DO PACIENTE QUEIMADO
Queimadura de Primeiro Grau
Analgesia via oral ou intramuscular e hidratao local com compressas midas.
Queimadura de Segundo Grau
Alm da analgesia e hidratao local tambm necessria limpeza do local,
debridamento de bolhas (bolhas ntegras no precisam ser debridadas) e confeco de
curativos. O curativo pode ser realizado com gazes vaselinadas (para no aderir leso)
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e gazes secas, chumao de algodo e ataduras. Nos membros o curativo deve ser
oclusivo e deve-se evitar ocluso em orelhas e perneo. A troca do curativo deve ser feita
a cada 2 ou 3 dias at que se atinja a cicatrizao entre 8 e 10 dias. O paciente deve ser
mantido em repouso e com o membro elevado.
Queimadura de Terceiro Grau
O paciente deve ser encaminhado a um centro especializado no atendimento a
queimados.
Atendimento no Centro de Queimados
No Centro de Queimados, aps a estabilizao do paciente e dos cuidados
iniciais, o seguimento do paciente compreende os seguintes aspectos:
Broncoscopia:Indicada quando suspeita-se de leso por inalao, geralmente
resultado de acidentes em que a vtima ficou em local fechado, podendo ter sido
exposta fumaa ou em pacientes com queimaduras de face.
Desbridamento cirrgico: Indicado praticamente em todos os casos de
queimaduras de terceiro grau. Deve ser realizado no centro cirrgico, sob anestesia.
Enxerto: O enxerto de pele realizado para se obter o fechamento da ferida de
terceiro grau.
Curativo biolgico: No caso de feridas excisadas, quando no se dispe de pele
autgena suficiente para a cobertura da ferida, ou em leses de segundo grau
profundo, ou leses que necessitem de cobertura temporria eficiente, pode-se utilizar
membranas biolgicas.
Curativos sintticos: Existe atualmente uma gama enorme de materiais sintticos
que podem substituir a pele temporariamente.
Balneoterapia: A balneoterapia consiste em um curativo com lavagem da ferida,
em um ambiente prprio, com o paciente sob o efeito de sedao venosa ou anestesia.
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Assistncia de enfermagem na hospitalizao
Manter o paciente em maca prpria.
Instalar O2 se for necessrio, sob cateter nasal, at 3 litros/minuto, ou sob
msacara.
Verificar sinais vitais e instalar oxmetro de pulso.
Lavar as reas queimadas com S.F. 0,9% e mant-las cobertas com gaze ou
compressa mida.
Retirar as vestimentas que estejam aderidas, com orientao mdica, pois as
vezes necessria a administrao de analgsicos anteriormente.
Puncionar acesso venoso de grosso calibre, manter hidratao conforme
orientao mdica.
Fazer anlise da