UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE...
Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
LAÍS QUINTEIRO TOBALDINI
CARACTERIZAÇÃO DA EXPRESSÃO DO FATOR TECIDUAL EM PACIENTES
COM SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE E TROMBOSE
CHARACTERIZATION OF THE EXPRESSION OF TISSUE FACTOR IN PATIENTS WITH
ANTIPHOSPHOLIPID SYNDROME AND TROMBOSIS
CAMPINAS
2018
LAIS QUINTEIRO TOBALDINI
CARACTERIZAÇÃO DA EXPRESSÃO DO FATOR TECIDUAL EM PACIENTES
COM SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE E TROMBOSE
CHARACTERIZATION OF THE EXPRESSION OF TISSUE FACTOR IN PATIENTS WITH ANTIPHOSPHOLIPID SYNDROME AND TROMBOSIS
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do
título de Mestra em Ciências, na área de Concentração Patologia Clínica.
Dissertation presented to the Faculty of
Medical Sciencis Institute of the University of Campinas in partial
fulfillment of the requirements for the degree of Master of Sciencis, in the area
of Clinical Pathology
ORIENTADORA: Prof.ª Drª Fernanda Loureiro de Andrade Orsi
COORIENTADORA: Drª Bruna de Moraes Mazetto Fonseca
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA LAÍS QUINTEIRO TOBALDINI, E ORIENTADO PELA PROFª. DRª FERNANDA LOUREIRO DE ANDRADE ORSI
CAMPINAS
2018
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CAPES, 01-P-4353/2015; CAPES,
01-P-1743/2016
Ficha catalográfica Universidade
Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Ciências
Médicas Maristella Soares dos Santos -
CRB 8/8402
Tobaldini, Laís Quinteiro, 1987-
T551c Caracterização da expressão do fator tecidual em pacientes com
síndrome antifosfolípide e trombose / Laís Quinteiro Tobaldini. –
Campinas, SP : [s.n.], 2018.
Orientador: Fernanda Loureiro de Andrade
Orsi. Coorientador: Bruna de Moraes Mazetto
Fonseca.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas,
Faculdade de Ciências Médicas.
1. Síndrome antifosfolipídica. 2. Tromboplastina. 3. Trombose. 4.
Doenças autoimunes. I. Orsi, Fernanda Loureiro de Andrade, 1975-. II.
Fonseca, Bruna de Moraes Mazetto, 1987-. III. Universidade Estadual de
Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. IV. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em outro idioma: Characterization of the tissue factor expression in
patientes with antiphospholipid syndrome and thrombosis
Palavras-chave em inglês:
Antiphospholipid syndrome
Thromboplastin
Thrombosis
Autoimmune
diseases Área de concentração: Patologia Clínica
Titulação: Mestra em Ciências
Banca examinadora:
Fernanda Loureiro de Andrade Orsi
[Orientador] Luis Fernando Bittar Sckayer Danyelle Romana Rios Data de defesa: 19-12-2018
Programa de Pós-Graduação: Ciências Médicas
ORIENTADOR: PROFª DRª FERNANDA LOUREIRO DE ANDRADE ORSI
COORIENTADOR: DRª BRUNA DE MORAES MAZETTO FONSECA
MEMBROS:
1. PROF. DR. FERNANDA LOUREIRO DE ANDRADE ORSI
2. PROF. DR. DANYELLE ROMANA ALVES RIOS
3. PROF. DR. LUIS FERNANDO BITTAR SCKAYER
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade Estadual de Campinas.
A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca
examinadora encontra-se no SIGA/Sistemas de Fluxo de
Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da FCM
BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO
LAÍS QUINTEIRO TOBALDINI
Data: DATA DA DEFESA 19/12/2018
AGRADECIMENTOS
A Deus, aos meus pais pelo seu amor incondicional.
À minha orientadora Profa. Dra. Fernanda Orsi, agradeço pela oportunidade,
por todo o aprendizado e paciência ao longo desses anos.
À Dra. Bruna Mazetto, minha coorientadora e amiga, que me ajudou em
todos os momentos dessa jornada.
Às amigas do laboratório, Fernanda, Cleyse e Dra. Sabrina, pelo
companheirismo, insentivo e ajuda nos momentos mais difíceis.
À Profa Dra Joyce Annichino-Bizzacchi e a todos do laboratório de
Hemostasia
Aos funcionários do Hemocentro e do Hospital de clínicas (HC) por ajudarem
na realização dessa pesquisa.
Aos pacientes, pois sem eles, a realização deste trabalho não seria possível.
À agência financiadora, CAPES.
A todos os meus familiares e amigos, pelo apoio e por torcerem pela
realização desse projeto.
A todos os professores que fizeram parte da minha formação, e que, direta
ou indiretamente me ajudaram a chegar até aqui.
RESUMO
A síndrome antifosfolípide (SAF) é uma doença caracterizada pela ocorrência
de trombose ou complicações gestacionais. A formação de trombos pode ocorrer
indistintamente em qualquer veia, artéria ou capilar do organismo, atingindo
diferentes órgãos ou tecidos. A SAF é uma das raras condições clínicas em que os
pacientes podem apresentar trombose venosa, trombose arterial ou da
microcirculação. Entretanto, os mecanismos por trás do estado de
hipercoagulabilidade na SAF ainda não foram totalmente elucidados.
Desta forma, o objetivo do presente estudo é avaliar a associação dos níveis
de marcadores da coagulação e de marcadores inflamatórios com a trombose
provocada pela SAF. Para tal, realizamos um estudo de caso-controle em que foram
comparados os níveis de fator tecidual circulante (TF), fator de Von Willebrand
(FVW), ADAMTS13, fator de necrose tumoral (TNF)-, interleucinas (IL)- 6, -8, e
proteína C reativa de alta sensibilidade (hs-PCR) de pacientes com SAF trombótica
ou tromboembolismo venoso não provocado (TEV) com controles sem histórico de
trombose. Além disso, também avaliamos a expressão do FT em micropartículas de
monócitos (CD 14+), de células endoteliais (CD 34+ e CD 144+) e de plaquetas (CD
41+) nos pacientes de SAF comparando-os com controles saudáveis. Os níveis de
FT circulante estavam aumentados em pacientes com SAF primária e na SAF
secundária, em relação a TEV e controles. Os níveis dos marcadores inflamatórios
TNF-, IL-6 e hs-PCR estavam aumentados na SAF e também no TEV, em
comparação com os controles. A correlação entre níveis circulantes de FT e os
marcadores inflamatórios TNF-, IL-6 foi fraca. Pacientes com SAF apresentaram
também maior quantidade de micropartículas de células endoteliais (CD 34+) e
monócitos (CD 14+) com expressão de FT em comparação com os controles, porém
a diferença não foi estatisticamente significante.
Observamos que níveis elevados de FT e de marcadores inflamatórios estão
associados às tromboses provocadas pela SAF. Em pacientes com TEV, também
observamos aumento dos marcadores da atividade inflamatória, embora sem
associação com aumento dos níveis de FT. Os achados desse estudo nos permitem
associar o aumento da expressão do FT com a ocorrência de tromboses na SAF, em
contraste com a não associação do FT com as tromboses espontâneas.
Palavras chaves: antifosfolípide, fator tecidual, trombose, imuno trombose.
ABSTRACT
Antiphospholipid syndrome (APS) is characterized by the occurrence of
thrombosis or gestational complications. The formation of thrombi can occur
indistinctly in any vein, artery or capillary of the body, reaching different organs or
tissues. APS is one of the rare disorders in which patients may present with venous
thrombosis, arterial thrombosis or thrombosis of the microcirculation. The
mechanisms behind the hypercoagulability state in APS have not yet been fully
elucidated. Knowledge of the etiology of thrombosis in APS is necessary to improve
treatment.
Thus, the aim of the present study is to determine the association between
levels of coagulation markers and inflammatory markers with thrombosis caused by
APS. A case-control study was conducted to evaluate the association of circulating
tissue factor (TF), von Willebrand factor (FVW), ADAMTS-13, TNF-, interleukin (IL)
-6, -8, C- reactive protein (CRP) with thrombotic APS and unprovoked venous
thromboembolism (VTE), when compared to controls with no history of thrombosis.
Circulating TF levels were increased in patients with primary APS and secondary
APS, compared to VTE and controls. The levels of the inflammatory markers TNF-,
IL-6 and CRP were increased in APS and also in VTE patients, as compared to
controls. In addition, we also evaluated the expression of FT in monocytes (CD14 +),
endothelial cells (CD34 + and CD144 +) and platelet (CD41 +) microparticles in SAF
patients compared with healthy controls. The correlation between circulating FT
levels and the inflammatory markers of TNF-, IL-6 was poor. Patients with APS also
had a greater amount of endothelial cell microparticles (CD34 +) and monocytes
(CD14 +) with TF expression when compared to controls. However, the statistical
difference was not significant.
We observed that high levels of TF and inflammatory markers are associated
with thrombosis caused by APS. This result suggests that TF has an effect on the
occurrence of thrombosis in APS. It is possible that the hypercoagulability in APS is
related to the inflammatory activity of the disease, but the levels of inflammatory
cytokines were similar among the groups of thrombosis. The findings of this study
may support clinical studies for TF modulation with the aim of preventing or treating
APS-related thrombosis.
Keywords: antiphospholipid, tissue factor, thrombosis, immune-thrombosis
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismo sugerido do anticorpo antifosfolípide como causa da
trombose.....................................................................................................................
15
Figura 2- A interação do anticorpoantifosfolípide com a anti-β2-GPI................. 16
Figura 3- Formas celulares e não celulares do FT. ... ............................................. 17
Figura 4- Composição dos tubos de citometria ...................................................... 24
Figura 5- Representação da identificação quantificação das Micropartículas.............. 25
Figura 6- Fluxograma da seleção dos participantes e motivos da exclusão.............. 27
Figura 7- Marcadores da coagulação e os marcadores inflamatórios avaliados nos
pacientes e controles...................................................................................................
62
Figura 8- Correlação do FT com outros marcadores de coagulação e marcadores
inflamatórios avaliados nos controles..........................................................................
64
Figura 9- Resultados das análises de citometria para Micropartículas de células
endoteliais (CD34+)...................................................................................................
69
Figura 10- Resultados das análises de citometria de fluxo para micropartículas
de células endoteliais (CD34+) e FT ..............................................................
69
Figura 11- Resultados das análises de citometria de fluxo para micropartículas
de monócitos (CD14+).........................................................................................
69
Figura 12- Resultados das análises de citometria de fluxo para micropartículas
de monócitos (CD14+) e FT...............................................................................
69
Figura 13- Resultados das análises de citometria de fluxo para micropartículas
de plaquetas (CD41+).........................................................................................
70
Figura 14- Resultados das análises de citometria de fluxo para micropartículas
de células endoteliais (CD 144+).......................................................................
70
Figura 15- Resultados das análises de citometria de fluxo de positividade de
micropartículas e FT...............................................................................................
70
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Dados demográficos dos pacientes com trombose (TEV, SAF primária,
SAF secundária) e controles. ............................................................................. 28
Tabela 2- Prevalência de fatores de risco cardiovascular nos paciente com TEV,
SAF primária , SAF secundária e controles........................................................ 29
Tabela 3- Dados laboratoriais dos pacientes com trombose (TEV, SAF primária,
SAF secundária) e controles .............................................................................. 60
Tabela 4- Comparação dos pacientes de SAF com ocorrência de trombose
venosa e trombose arterial ................................................................................. 65
Tabela 5- Comparação entre pacientes com SAF conforme a ocorrência, ou
não, de múltiplos eventos trombóticos ............................................................... 66
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Critérios clínicos e laboratoriais necessários para o diagnóstico de
SAF. .................................................................................................................... 13
.
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................................. 12
1.1. Síndrome Antifosfolípide .....................................................................................12
1.1.1. Aspectos clínicos da trombose na SAF. ............................................................ 13
1.2. Hemostasia e Trombose ..................................................................................... .14
1.2.1. O anticorpo antifosfolípide como causa da trombose ....................................... .15
2. Justificativa............................................................................................................... .18
3. Objetivos. .................................................................................................................. .19
4. Materiais e métodos .................................................................................................. .20
4.1. Seleção dos pacientes e controles .................................................................... .20
4.2. Avaliação clínica dos pacientes e controle .......................................................... .20
4.3. Avaliação dos marcadores de coagulação e inflamação......................................21
4.3.1. Coleta e armazenamento das amostras ............................................................ .21
4.3.2. Quantificação dos níveis plasmáticos do FT ..................................................... .21
4.3.3. Quantificação dos níveis plasmáticos do FVW ..................................................... ..22
4.3.4. Mensuração da atividade da ADAMTS 13 ..................................................... ....22
4.3.5. Quantificação dos níveis séricos de IL-6 ....................................................... ....22
4.3.6. Quantificação dos níveis séricos de TNF-α ..................................................... ...23
4.3.7. Quantificação dos níveis séricos de IL-8.............................................................23
4.3.8. Quantificação dos níveis séricos de hs-PCR .................................................. ...23
4.4. Avaliação da presença do fator tecidual em micropartículas de células
endoteliais, plaquetas e monócitos................................................................................
4.4. Análise estatística.............................................................................................. ....26
5. Resultados .............................................................................................................. ....27
5.1. Características demográficas e clínicas dos pacientes e controles ................... ....27
5.2. Avaliação do FT circulante no plasma ............................................................... ....30
23
5.3. Correlação dos níveis de FT circulate com os níveis de citocinas inflamatórias,
FVW e ADAMTS 13 ......................................................................................... .59
5.3.1 Avaliação de interleucinas conforme a manifestação clínica da
SAF. ..........................................................................................................................64
5.4. Quantificação das micropartículas circulantes................................................... 67
6. Discussão ................................................................................................................71
7. Referências. ............................................................................................................ 77
8. Anexos. ................................................................................................................... 82
Anexo I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido....................82
Anexo II- Questionários para controles saudáveis............................86
Anexo III- Avaliação dos pacientes com SAF e trombose..................88
Anexo IV- Autorização para inclusão do artigo..................................90
Anexo V- Parecer do comitê de ética..............................................92
12
1. INTRODUÇÃO
1.1. Síndrome Antifosfolípide
A síndrome antifosfolípide (SAF) é uma condição pró-trombótica, adquirida,
que se caracteriza pela ocorrência de trombose ou complicações gestacionais (1).
Ocorre devido à produção de autoanticorpos, chamados anticorpos antifosfolípides,
que atuam contra proteínas que se ligam aos fosfolípides de membranas celulares,
como de plaquetas e células endoteliais (2). A proteína alvo principal desses
anticorpos é a beta2-glicoproteína I (β2GPI) (3).
A formação de trombos pode ocorrer indistintamente em qualquer veia, artéria
ou capilar do organismo, atingindo diferentes órgãos e tecidos (4). A fisiopatogenia
da formação dos trombos não está bem elucidada, mas possivelmente há ativação
de plaquetas e células endoteliais, e, consequentemente, hiperestímulo à
coagulação (5).
A apresentação clínica da SAF é heterogênea, com diversas complicações
trombóticas, obstétricas ou mistas. Alguns casos apresentam, ainda, manifestações
pouco usuais, como anemia hemolítica, púrpura trombocitopênica imune, livedo
reticular, alterações renais, cardíacas e neurológicas (6).
O diagnóstico da SAF baseia-se na detecção de pelo menos um critério clínico e
um critério laboratorial (7,8) descritos no quadro 1. A doença é classificada em SAF
primária, quando não há doença desencadeante, e SAF secundária, quando é
causada por doença autoimune sistêmica, como o lúpus eritematoso sistêmico
(LES), principalmente.
13
Quadro 1 : Esta tabela descreve os critérios clínicos e laboratoriais necessários para
o diagnóstico de SAF
1.1.1. Aspectos clínicos da trombose na SAF
SAF é uma das poucas condições clínicas em que os pacientes podem
apresentar tanto trombose venosa como trombose arterial, sendo que a trombose
venosa profunda (TVP) dos membros inferiores e o AVCi são as manifestações
trombóticas mais comuns (4). Até 20% dos jovens com tromboembolismo venoso
(TEV), e até 10% dos com acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), são
diagnosticados com SAF (4). O risco de recidiva dos eventos trombóticos é alto,
acima de 40%, nos casos não tratados (4).
Estudos clínicos sugerem que pacientes com SAF e trombose arterial,
principalmente AVCi, teriam pior prognóstico e poderiam se beneficiar com o uso de
terapia mais agressiva que a anticoagulação oral convencional (9, 10, 11, 12)
Critério Clínico (pelo menos 1) Critério Laboratorial (pelo menos 1)
Trombose vascular
Tromboembolismo venosa (TEV)
Trombose arterial
Trombose da microcirculação
Positividade de pelo menos 1 dos 3
testes; em 2 ocasiões distintas, com
12 semanas de intervalo entre os testes.
Morbidade obstétrica
Óbito fetal ≥ 10 semanas, feto
morfologicamente normal
Parto prematuro antes de 34 semanas de
gestação por causa de pré-eclampsia,
eclampsia ou insuficiência placentária
Abortos de repetição (≥3 abortos antes de
10 semanas de gestação), sem outra
causa identificada
Anticoagulante lúpico
Anticardiolipina IgM ou IgG, em título
médio ou alto (i.é. > 40 GPL ou MPL)
Anticorpo anti-beta2 glicoproteína (IgM ou
IgG > percentil 99)
14
O tratamento da trombose na SAF é realizado com terapia anticoagulante definitiva,
sendo que alguns casos se beneficiam da associação de anticoagulantes com
antiagregantes. Além disso, o controle de fatores cardiovascular, como hipertensão,
obesidade e dislipidemia, também pode contribuir para a prevenção de eventos
trombóticos (11, 13). Entretanto, mesmo com tratamento adequado, as taxas de
recidiva da trombose mantêm-se altas, em torno de 15% (14).
1.2. Hemostasia e Trombose
Hemostasia é o conjunto de mecanismos fisiológicos responsáveis pela
manutenção da fluidez do sangue dentro dos vasos. Dentre esses mecanismos,
destacam-se as cascatas de coagulação e fibrinólise, que agem para prevenir a
formação excessiva de coágulos ou sua remoção inapropriada. Os processos de
coagulação e fibrinólise iniciam-se concomitantemente, a partir do estímulo
endotelial. Quando ocorre lesão ou ação de mediadores inflamatórios sobre as
células endoteliais, há expressão do fator tecidual (FT) e ativação concomitante de
plaquetas e do ativador do plasminogênio tecidual (tPA) (15).
O FT é responsável pelo início da cascata da coagulação. Quando exposto
pelas células subendoteliais, o FT se liga ao fator (F) VII circulante e o ativa. O
complexo FT-FVIIa será responsável pela ativação dos FIX e FX, e este último
levará à geração de pequenas quantidades de trombina (16). A trombina gerada é
capaz de ativar, na superfície das plaquetas, os fatores XI, VIII e V, que por sua vez
irão levar à ativação do FX e de quantidades maiores de trombina. A trombina, em
quantidades maiores, converte o fibrinogênio em fibrina. A trombina também dá
início à ativação de inibidores da coagulação: TFPI (tissue factor pathway inhibitor) e
proteína C (PC). Nas células do endotélio, a trombina liga- se à trombomodulina
(TM) e receptor endotelial da proteína C (EPCR), e esse complexo promove a
conversão da PC em PC ativada (PCA). A PCA, em conjunto com a proteína S,
inativa os fatores Va e VIII (17). O desequilíbrio dos processos de hemostasia
podem levar a hipercoagulabilidade e a trombose.
15
1.2.1. O anticorpo antifosfolípide como causa da trombose
O mecanismo que desencadeia a ocorrência de trombose na SAF não é
conhecido, porém alguns mecanismos patológicos são sugeridos. As células
endoteliais, monócitos e plaquetas possivelmente tem papel central na indução da
trombose na SAF. Anticorpos antifosfolípides, ou o complexo formado entre os
anticorpos e a β2GPI, podem levar a ativação de plaquetas e células endoteliais,
induzindo, desta forma, a expressão de proteínas de adesão, como a e-selectina (5),
e do FT (18). Anticorpos antifosfolípides também são capazes de ativar plaquetas,
aumentando a expressão da glicoproteína 2b-3a e a síntese de tromboxane (5).
Esses mecanismos são capazes de promover um estado pró-trombótico. A
ocorrência de trombose dependeria então de outros fatores, como a ativação do
sistema complemento, condições inflamatórias, uso de estrógenos e a interação com
proteínas da coagulação, como a proteína C, a protrombina e plasmina (5). A Figura
1 ilustra os potenciais mecanismos fisiopatológicos da hipercoagulabilidade na SAF,
e a Figura 2 ilustra a interação do anticorpo antifosfolípide com a β2-GPI.
Adaptado de Ruiz-Irastorza et al.. Lancet 2010; 376: 1498–1509
Figura 1: Mecanismo sugerido de interação do anticorpo antifosfolipide com células
endoteliais, monócitos e plaquetas.
Legenda: Células endoteliais e monócitos expressariam moléculas de adesão, o que levaria à
16
regulação positiva na produção do FT, e consequentemente a um estado pró-trombótico;
consequentemente, as plaquetas expressariam glicoproteína 2b-3a, que levaria a ativação do sistema
complemento, induzindo ao estado pró-trombótico. A interação do anticorpo antifosfolípide com as
proteínas da coagulação, a ativação do sistema complemento e outras condições pró-coagulantes,
como uso de estrógenos, levariam a trombose efetivamente.
Figura 2: A interação do anticorpo antifosfolípide com a β2-GPI
Legenda: A figura mostra a provável fisiopatologia inicial da ativação celular pelo anticorpo anti-
β2GPI. Anti- β2GPI se ligaria a β2GPI, que por sua vez, está ligada às membranas célulares. O
complexo formado por elas estimularia o endotelio, levando a um deslocamento da fosfatidilserina e
consequente exposição das cargas negativas.. Esse evento levaria a ativação plaquetária, ativação
endotelial e ativação dos monócitos. A cascata do FT ocorreria após o deslocamento da
fosfatidilserina na membrana, e consequente estímulo no endotélio. O FT, que primeiramente estava
em estado críptico (inativo), ativa-se, mudando sua forma, ligando-se ao FVIIa e ao FX, dando inicio a
cascata da coagulação.
Além dos mecanismos descritos acima, a ativação celular pela ação do
anticorpo antifosfolípide poderia provocar também a liberação de micropartículas de
células endoteliais e de monócitos na circulação. Micropartículas são vesículas
provenientes das membranas de células ativadas que mantém a expressão de
antígenos de superfície das células de origem. A geração de micropartículas na SAF
poderia levar a circulação do FT no sangue (19).
Segundo Breitensein (20), o FT está presente na circulação sanguínea em
formas celulares e não celulares. Nas formas celulares, o FT é expresso na
Célula em repouso
17
superfície das células endoteliais ou monócitos, principalmente. O FT é pouco
expresso em condições basais, mas sua expressão poderia ser estimulada pela
proteína C reativa e LDL oxidado. As formas não celulares do FT ocorreriam pela
liberação de micropartículas. O FT não celular pode ser mensurado pela
quantificação de FT circulante ou através da avaliação das micropartículas. A
liberação de micropartículas que expressam FT está ilustrada na Figura 2.
Ainda segundo Breitensein (20), existem dúvidas quanto a expressão do FT em
plaquetas, alguns autores não detectaram antígenos ou atividade de FT em
plaquetas, outros descreveram um FT funcional em plaquetas, ou seja, o FT existiria
a partir da absorção de outras fontes, como as micropartículas
Adaptado de Breitenstein, A. et al., Circulation Jornal, vol. 74, 2010
Figura 3: Formas celulares e não celulares do FT
Legenda: Figura 2 mostra o FT presente em sua forma não celular, na circulação sanguínea em
forma de micropartículas; e em suas formas celulares, nos neutrófilos, monócitos, eosinófilos e
plaqueta
18
2. JUSTIFICATIVA
Um dos principais mecanismos fisiopatológicos descritos na SAF é a ativação
da cascata do FT pelos anticorpos antifosfolípides, com consequente gatilho para
coagulação. Entretanto, do ponto de vista clínico, a associação entre níveis de FT e
trombose provocada pela SAF não está bem caracterizada. Desta forma, a avaliação
dos níveis circulantes de FT na SAF auxilia no entendimento das causas de
trombose relacionadas a doença e na distinção fisiopatológica entre a SAF e outras
trombofilia.
19
3. OBJETIVOS
O objetivo principal é determinar a associação entre FT e complicações
trombóticas da SAF em um estudo caso-controle. Pacientes com complicações
trombóticas da SAF, indivíduos com trombose venosa (TEV) espontânea e
indivíduos sem histórico de trombose foram comparados conforme os seguintes
parâmetros:
a- Níveis plasmáticos do antígeno do FT, e sua relação com diversas
manifestações clínicas da SAF como: doença primária ou secundária,
trombose venosa ou arterial, episódio trombótico único ou múltiplas
tromboses.
b- Marcadores de inflamação (IL6, IL8, TNF-α e hs-PCR), e suas correlações
com níveis de FT circulante.
c- Outros marcadores de coagulação (FVW e ADAMTS13), e suas correlações
com níveis de FT circulante.
d- Presença de micropartículas circulantes que expressam FT
20
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Seleção dos pacientes e controles
Os pacientes do estudo foram recrutados dentre os pacientes com diagnóstico
confirmado de SAF, do ambulatório de Hemostasia do Hemocentro da UNICAMP, no
período de novembro de 2014 a fevereiro de 2016.
Os critérios de inclusão para os pacientes com SAF primária foram:
diagnóstico confirmado de SAF com histórico de pelo menos um evento trombótico
prévio, sem doença autoimune subjacente. Foram excluídos pacientes com
diagnóstico de neoplasia ativa, gravidez ou SAF com complicações obstétricas
isoladas. Posteriormente, pacientes com doença autoimune subjacente foram
classificados como portadores de SAF secundária e os demais como portadores de
SAF primária.
Os pacientes com TEV espontânea foram recrutados dentre os pacientes do
ambulatório de Hemostasia do Hemocentro da UNICAMP durante estudo prévio,
entre março de 2009 e junho de 2011. Os pacientes selecionados desse estudo
foram pareados por sexo e idade com os pacientes com SAF. Os critérios de
inclusão foram trombose venosa sem fator desencadeante (trombose não
provocada) e os critérios de exclusão foram doença autoimune, inflamatória ou
neoplásica e gestação. Esses pacientes foram utilizados como controles de
trombose não mediada por mecanismo imune, ou controles doentes.
Os controles saudáveis foram recrutados entre pessoas da mesma região
geográfica dos pacientes e pareados por sexo e idade, no mesmo período em que
os pacientes foram recrutados. Foram excluídos do grupo controle indivíduos com
histórico de trombose, AVCi ou doença cardiovascular, neoplasia, doença
inflamatória ou autoimune e gestantes.
4.2. Avaliação clínica dos pacientes e controle
Os pacientes e controles que aceitaram participar do estudo preencheram o
termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), anexo I. Após a assinatura do
termo, os pacientes foram encaminhados para coleta de amostras e avaliação
21
clínica. Os pacientes e controles foram avaliados clinicamente através de
autorrelato, utilizando-se formulário padronizado (anexo II), contendo os dados da
anamnese (nome, sexo, data de nascimento, descrição do evento trombótico,
recidiva da trombose e comorbidades) e os dados do exame físico (medidas
hematimétricas como peso, altura, índice de massa corpórea e circunferência
abdominal).
4.3. Avaliação dos marcadores de coagulação e inflamação
4.3.1. Coleta e armazenamento das amostras
A coleta de amostras foi feita por punção venosa periférica, e o sangue
distribuído em 4 tubos (1 tubo seco, 1 tubo com EDTA e 2 tubos com citrato de sódio
3,2 %). O tubo de EDTA foi destinado para a análise de hemograma, que foi
realizada pelo Laboratório de Hematologia do Hemocentro. Após a coleta, os tubos
com citrato permaneceram em posição vertical e foram transportados até o
laboratório de Hemostasia do Hemocentro dentro de racks para tubos. A separação
do plasma foi realizada usando dupla centrifugação do material a 2465g por 15
minutos a 22 °C. Imediatamente após a centrifugação, as amostras de plasma foram
separadas em alíquotas de 250μl e armazenados em freezer a -80oC. As amostras
de soro (tubo seco) foram centrifugadas a 1258g durante 10 minutos a 22 °C e logo
em seguida, foram separadas em alíquotas de 250μl e armazenadas em freezer a -
80oC. Todas as amostras foram submetidas ao mesmo processamento, respeitando
o tempo máximo de 2 horas entre a coleta e o início da centrifugação. Os
experimentos foram realizados no laboratório de Hemostasia do Hemocentro.
4.3.2. Quantificação dos níveis plasmáticos do FT
A avaliação dos níveis circulantes de FT foi realizada usando técnica de ELISA
(enzyme-linked immunosorbent assay) (21) com reagentes comerciais (Sekisui
Diagnostics- IMUBIND® Tissue Factor ELISA). As amostras de plasma dos
pacientes e controles foram previamente diluídas a 1:4 e colocadas numa placa de
96 poços previamente recoberta com anticorpo monoclonal contra o FT. O FT do
plasma e o anticorpo contido na placa formam um complexo que é evidenciado pela
adição de um segundo anticorpo (anti-FT peroxidase- conjugado) e do substrato
22
colorimétrico TMB (3,3’,5,5’ tetrametilbenzidina). A reação foi lida por absorbância no
comprimento de onda de 450nm. Os resultados foram expressos em pg/mL em
espectrofotômetro.
4.3.3. Quantificação dos níveis plasmáticos do FWV
Os níveis de antígeno de FWV (FVWAg) no plasma foram mensurados
utilizando-se a técnica de ELISA. Placas de ELISA de alta aderência (MaxiSorbR,
Nunc, Rochester, NY, USA) foram cobertas com anti-FVW humano (A0082;
DakoCytomation, Carpinteria, CA, USA) e as amostras de plasma diluído foram
transferidas para a placa. Após incubação, o anticorpo anti-FVW peroxidase
conjugado (P0226; DakoCytomation, Carpinteria, CA, USA) e o
substratocromogênico foram adicionados. A absorbância foi lida em
espectrofotômetro, no comprimento de onda de 492/620nm e expressa em U/dl.
4.3.4. Mensuração da atividade da ADAMTS13
A atividade da ADAMTS13 no plasma foi avaliada pelo kit comercial
Technozym ADAMTS13 Activity (ADAMTS13 GST-VWF73 activity) (Technoclone
GmbH, Viena, Austria). O método utiliza o peptídeo sintético FVW73 marcado com
glutationa S-transferase (GST). A utilização do kit foi realizada de acordo com as
instruções do fabricante. A absorbância foi lida em espectrofotômetro, no
comprimento de onda de 450nm na leitora SpectraMax 190 ELISA Reader
(Molecular Devices, Union City, CA, USA). Os resultados foram expressos em % de
atividade.
4.3.5. Quantificação dos níveis séricos de IL-6
A avaliação dos níveis circulantes de IL-6 foi realizada com o soro dos
pacientes através de kit comercial (ELISA Human IL-6 Quantikine HS ELISA Kit R&D
Systems Quantikine®) do tipo ELISA. A IL-6 presente no soro se liga ao anticorpo
monoclonal contido na placa do kit, a reação é evidenciada pela adição do segundo
anticorpo peroxidade e do substrato colorimétrico. A absorbância foi medida no
espectrofotômetro, no comprimento de onda de 490nm. Os resultados foram
23
expressos em pg/mL.
4.3.6. Quantificação dos níveis séricos de TNF-α
A quantificação dos níveis séricos de TNF-α foi realizada no soro dos pacientes
através de kit comercial ELISA (Human TNF-α, R&D Systems Quantikine® HS
ELISA High Sensitivity). A reação antígeno-anticorpo na placa é evidenciada pela
adição do segundo anticorpo peroxidade e do substrato colorimétrico TMB. A
absorbância medida no espectrofotômetro, no comprimento de onda de 490nm. Os
resultados foram expressos em pg/mL.
4.3.7. Quantificação dos níveis séricos de IL-8
A avaliação dos níveis séricos de IL-8 foi realizada através de kit comercial
ELISA (BD OptEIA™). A reação antígeno-anticorpo na placa é evidenciada pela
adição do segundo anticorpo peroxidade e do substrato colorimétrico TMB. A
absorbância foi medida no espectrofotômetro, no comprimento de onda de 450 nm.
Os resultados foram expressos em pg/mL.
4.3.8. Quantificação dos níveis séricos de hs-PCR
A análise de hs-PCR foi realizada no laboratório de Imunologia do Hospital de
Clínicas da Unicamp, por nefelometria, utilizando Kit ultra-sensível (C-Reactive
Protein Test System para aparelho BN ProSpec® Siemens Healthcare). Os
resultados foram expressos em mg/dL.
4.4. Avaliação da presença do fator tecidual em micropartículas de células
endoteliais, plaquetas e monócitos.
A identificação da presença de micropartículas (MP) circulantes, sua origem
celular e a quantificação da expressão do FT nas MP foram realizadas através de
citometria de fluxo associada a captação de imagem, como previamente descrito
(22, 23, 24).
Para esse experimento, foram utilizadas amostras de plasma previamente
24
armazenadas como descrito acima. A preparação das micropartículas para o
experimento consistiu em descongelar duas alíquotas de plasma (250 µl) em banho
de gelo, centrifugá-las a 20.500 g a 4°C durante 45 minutos e separar 400 µl do
sobrenadante para a realização do experimento. Para a quantificação das MP, as
amostras de plasma foram incubadas com anticorpos conjugados anti-anexina V,
com anticorpos marcadores específicos de membrana para indicação da origem
celular das MP, como anti-CD41 (plaquetas), anti-CD14 (monócitos), anti-CD144
(células endoteliais) e anti-CD34 (células endoteliais), e com anticorpo anti - FT
(CD142). A Figura 4 ilustra a composição dos tubos para citometria.
Figura 4: Composição dos tubos de citometria.
Legenda: Em cada tubo foi adicionado anti-CD142-FITC (anti-FT), anti-anexina V (APC) e buffer (PBS
+ CaCl). O tubo 1 foi marcado com anti-CD144-PE (células endotelias), o tubo 2 com anti- CD14-PE
(monócitos), o tubo 3 com anti-CD41-PE (plaquetas), o tubo 4 com anti-CD34-PE (células endotelias),
e o tubo 5 continha somente buffer (PBS + CaCl2).
As micropartículas foram identificadas primeiramente pela caracterização de
tamanho (entre 50nm e 1000nm) e localização (gate R1), como visto na Figura 5-a.
Depois, pela marcação do anticorpo anti-anexina V, utilizado como marcador de
MPs (Figura 5-b). Em seguida, consideramos a marcação do anticorpo contra
antígenos específicos
CD 142
+ CD 144
+
anti-anexin
a V
CD142 +
CD 14 +
anti-
anexina V
CD 142 +
CD 41 +
anti
anexina V
CD 142 +
CD 34
+ anti-
anexina
V
Branco
1 2 3 4 5
25
das membranas celulares (CD14, CD41, CD144 ou CD34), Figura 5-c. Por fim,
consideramos a marcação do anticorpo anti-FT CD142, Figura 5-d. A identificação e
quantificação das MPs foi realizada através do citômetro de fluxo Amnis
ImageStream® (EMD Millipore, EUA), utilizando o software específico do
equipamento (IDEAS®, EMD Millipore, EUA).
a. b.
Figura 5: Representação da identificação quantificação das Micropartículas
Legenda: a. Demonstra, na área destacada em azul, o gate R1 que corresponde à localização de
micropartículas. b. Na área destacada em verde, a Figura indica a positividade das micropartículas
[continuação] localizadas no gate R1 para a anexina V. c.Essa Figura mostra a positividade do
marcador de micropartículas (anexina V) em conjunto com a positividade do marcador de membrana
CD34 (células endoteliais) no gate correspondente a localização das micropartículas. d. Na área
c. d.
26
4.5. Análise estatística
Foram feitas análises descritivas através de tabelas de frequências para
variáveis categóricas e medidas de posição e dispersão para variáveis numéricas.
Para comparação de proporções foi utilizado o teste qui-quadrado ou teste exato de
Fisher. Para comparação dos parâmetros entre dois grupos foi utilizado o teste não
paramétrico de Mann-Whitney. Para comparação dos parâmetros entre três ou mais
grupos foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis, seguido do teste não paramétrico de
Dunn para múltiplas comparações. Para verificar a associação linear entre os níveis
de FT e os diferentes parâmetros da coagulação (FVW e ADAMTS13) e inflamação
(TNF-α, IL-6, IL-8, hs-PCR) realizamos o teste de correlação de Spearman, com
valores que variaram de -1 a 1. Valores próximos dos extremos indicaram correlação
negativa ou positiva, respectivamente, e valores próximos de zero não indicaram
correlação. A associação entre FT e TEV ou SAF foi determinada através de
modelos de regressão logística, conforme detalhado no ítem 5.2 desta dissertação.
O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi 5% (P<0.05).
destacada em laranja, a Figura indica a positividade da anexina V, do marcador de membrana CD34
(células endoteliais) e do FT, localizados no gate R1.
27
5. RESULTADOS
5.1 Características demográficas e clínicas dos pacientes e controles
Nesse estudo foram incluídos 68 patientes com diagnóstico de SAF primária,
43 pacientes com SAF secundária (todos secundários a LES), 51 pacientes com
TEV. Todos os pacientes ja tinham diagnostico prévio.
Figura 6: Fluxograma da seleção dos participantes e motivos da exclusão.
Legenda: A figura mostra o fluxograma da seleção dos pacientes e controles e os motivos de
exclusão. TEV= tromboembolismo venoso; SAF= síndrome antifosfolípide; FT = fator tecidual
A mediana de idade foi 42 anos (IQR=28-51anos) nos pacientes com SAF
primária, 38 anos (IQR=26-48) na SAF secundária, 43 anos (IQR: 32-54) nos
pacientes com TEV e 42 anos (IQR=30-53) nos controles saudáveis. Os demais
dados demográficos dos pacientes e controles estão detalhados na tabela 1.
Pacientes com SAF, selecionados
consecutivamente
n=117
Pacientes com TEV não provocada foram incluídos
no estudo
n=51
11 pacientes
excluídos: 7 com
TEV provocada, 2
com neoplasia e 2
sem resultados de
FT (problemas
técnicos)
Pacientes com trombose não
provocada, selecionados
consecutivamente
n=62
4 pacientes
excluídos: 1 com
neoplasia, 2 sem
trombose e 3 por
falta de dados
clínicos
Controles saudáveis incluídos no estudo
n= 118
21 controles
excluídos por falta
de dados
Controles recrutados para o
estudo ent
re Novembro de
2013 e Fevereiro de 2016
n=139
Pacientes com histórico de trombose tratados durante o
recrutamento entre Novembro
de 2013 e Fevereiro de 2016
n=455
Pacientes com SAF trombótica foram
incluídos no estudo
n=111
28
SAF- Síndrome antifosfolípide TEV-Tromboembolismo venoso IQR- Interquartile range n= Número de indivíduos
Dentre os pacientes com SAF primária ou secundária (n=111), 79 pacientes
(72%) tiveram trombose venosa e 45 (41%) tiveram trombose arterial. Todos os
indivíduos com TEV tiveram apenas eventos venosos.
A prevalência de hipertensão, diabetes, dislipidemia e obesidade, que são
fatores de risco para doenças cardiovasculares, foi significativamente maior nos
Tabela 1: Dados demográficos e clínicos dos pacientes com trombose (TEV, SAF
primária, SAF secundária) e controles.
Controles (n=118)
TEV (n=51) SAF primária (n=68)
SAF secundária (n=43)
Feminino (%): Masculino 88:30 (74%)
32:19 (63%)
45:23 (66%)
36:7 (8%)
Idade da 1ª trombose, anos mediana (IQR)
37,0 (27,0- 51,1)
31 (22,3- 41,0)
26 (19-38)
1º evento trombótico, anos mediana ( IQR )
3,0 (2,0 – 4,0)
4,8 (2,1- 8,9)
5,0 (2,0-9,0)
Trombose única, n (%) 41 (81) 44 (65) 22 (51)
Trombose venosa no primeiro evento, n (%)
51 (100)
48 (71)
31 (72)
LAC (+), n (%)
58 (85)
31 (72)
aCL IgG (+), n (%)
18 (26,5)
18 (41,9)
aCL IgM (+), n (%)
1 (1,5)
6 (14)
aB2GP1, n (%)
32 (47)
29 (67)
29
pacientes com TEV e SAF em relação aos controles. Exceção apenas para
obesidade, que foi menos prevalente nos pacientes com SAF secundária,
possivelmente pelo fato da doença de base poder causar redução do peso corporal.
Tabela 2 demostram os dados clínicos dos pacientes e controles.
Tabela 2: Prevalência de fatores de risco cardiovascular nos paciente com TEV, SAF
primária , SAF secundária e controles.
Controles
(n=118)
TEV (n=51) SAF
primária
(n=68)
SAF
secundária
(n=43)
Valor de P*
Hipertensão(1) 3 (2.5%) 20 (71%) 18 (42%) 18 (42%) <0.0001
Diabetes(2) 4 (3%) 1 (2%) 7 (10%) 3 (7%) 0,15
Dislipidemia(3) 10 (8.5%) 9 (18%) 26 (38%) 21 (49%) <0,0001
Obesidade(4) 16 (14%) 16 (31%) 24 (35%) 4 (9%) 0,02
*Valor de P calculado utilizando teste Qui-quadrado SAF- Síndrome do anticorpo antifosfolípide TEV-Tromboembolismo venoso IQR-Interquartile range n= Número de indivíduos (1) Diferenças estatísticas entre controles vs TEV, SAF primária e SAF secundária. (2) Não houve diferenças estatísticas entre os grupos . (3) Diferenças estatísticas entre controles vs SAF primária e SAF secundária ; TEV vs SAF primária; TEV vs SAF secundária. (4) Diferenças estatísticas entre controles vs TEV; TEV vs SAF primária .
30
5.2. Avaliação do FT circulante no plasma
Esse trabalho foi publicado em setembro de 2018 no período Thrombosis
Research. Segue abaixo o manuscrito publicado. (Submetido)
Circulating levels of tissue factor and the risk of thrombosis associated
with antiphospholipid syndrome
Authors: Laís Quinteiro Tobaldini (1), Fernanda Talge Arantes (1), Sabrina da
Silva Saraiva (1), Bruna de Moraes Mazetto (1), Marina Pereira Colella (1), Erich
Vinícius de Paula (2), Joyce Annichino-Bizzachi (2), Fernanda Andrade Orsi* (1,3)
Affiliations: 1) Hematology and Hemotherapy Center, University of Campinas.
2)Department of Clinical Medicine, Faculty of Medical Sciences, University of
Campinas. 3)Department of Clinical Pathology, Faculty of Medical Sciences,
University of Campinas, Campinas, Brazil
Corresponding author: Fernanda Andrade Orsi. Department of Clinical
Pathology, Faculty of Medical Sciences, University of Campinas, Campinas R.
Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária, Campinas, Brazil. Zip Code
13083-887. Phone:
+55 19 35217064. E-mail address: [email protected]
Running title: Circulating tissue factor and antiphospholipid syndrome Word
count abstract: 250 (max. 250)
Word count manuscript: 3762 (max. 7500)
Keywords: Thrombosis; Antiphospholipid; Tissue factor; Coagulation; Risk Factor
31
ABSTRACT
The mechanisms behind the severe hypercoagulable state in antiphospholipid
syndrome (APS) have not yet been fully elucidated. Knowledge on the etiology of
thrombosis in APS is needed to improve treatment. We performed a case control
study to evaluate the association of the levels of circulating tissue factor (TF) with
thrombotic APS and unprovoked venous thromboembolism (VTE), as compared with
controls without a history of thrombosis. Study participants were selected in the same
geographic area. Linear regression was used to evaluate possible determinants of
TF levels among controls and logistic regression was used to evaluate the
association between TF, unprovoked VTE and t-APS. TF levels were grouped into
three categories based on: below 50th percentile [reference], between 50-75th
percentiles [second category] and 75th percentile [third category]. Two hundred and
eighty participants were included in the study; 51 patients with unprovoked VTE, 111
patients with t-APS and 118 control individuals. The levels of TF were not associated
with an increased risk of unprovoked VTE, as compared with controls. The adjusted
odds ratio for t-APS was 2.62 (95%CI 1.03 to 6.62) with TF levels between 50-75th
percentiles and 8.62 (95%CI 3.76 to 19.80) with TF levels above the 75th percentile,
as compared with the reference category (below the 50th percentile). In the subgroup
analysis, higher levels of TF were associated with both arterial and venous
thrombosis in APS and with both primary and secondary APS. Circulating TF is
associated with thrombotic complications related to APS, but not with the risk of
unprovoked VTE.
32
INTRODUCTION
Antiphospholipid syndrome (APS) is an rare disorder characterized by the
occurrence of thrombosis or gestational complications associated with the presence
of at least one antiphospholipid antibody (aPL): lupus anticoagulant (LAC),
anticardiolipin (aCL) or anti-beta2glycoprotein I (aβ2GP1).[1,2] APS can lead to a
wide spectrum of thrombotic complications, such as venous thromboembolism (VTE),
venous thrombosis in unusual sites, arterial and capillary thrombosis, which are
highly susceptible to recurrence.[3,4] The mechanisms that are at the basis of the
severe hypercoagulable state and thrombosis in APS have not yet been fully
elucidated, but seem to differ from those observed in unprovoked VTE.[5]
A mechanism that could explain the occurrence of thrombosis in APS is the
overexpression of tissue factor (TF).[6] TF is a coagulation factor encountered in
endothelial cells, monocytes and in blood circulation.[7,8] Circulating TF comprise
either soluble forms of TF or TF-bearing microparticles released from TF-producing
cells.[7,8] These forms of TF encountered in blood can participate in thrombus
growth and extension.[9,10] High levels of circulating TF have been associated with
the risk of thrombosis in several diseases, as sepsis, diabetes, cardiovascular
disease, sickle cell disease, stroke and cancer.[11–14] Despite basic research
studies having demonstrated that aPL may increase TF expression in endothelial
cells and monocytes,[15–18] clinical evidence on the association between circulating
TF and APS-related thrombosis (t-APS) are scarce.[19,20]
The evaluation of circulating TF can provide clinical information on risk factors
associated with thrombotic complications in APS. Identifying these risk factors is a
critical step towards the identification of potential alternative treatments for the
prevention of t-APS. Therefore, the aim of this study was to investigate the
association of the levels of circulating TF with t-APS and unprovoked VTE.
MATERIALS AND METHODS
Participant selection
This study enrolled patients with t-APS or unprovoked VTE treated at the
Hematology and Hemostasis Center at the University of Campinas, Brazil, between
33
November 2013 and February 2016. During the same period, individuals with no
history of thrombosis and who tested negative for aPL antibodies were enrolled as
healthy controls. Inclusion criteria for the APS group comprised a confirmed
diagnosis of APS with a history of at least one thrombotic event. Inclusion criteria for
the group of unprovoked VTE comprised a history of deep venous thrombosis or
pulmonary embolism with no clear transient risk factor (immobilization, air flight,
surgery, contraceptives, pregnancy). Active neoplasia, pregnancy and lack of clinical
information were reasons for exclusion. Clinical information was obtained at the day
of the enrollment for the study by reviewing the medical records or interviewing
patients. All patients with t-APS received prolonged anticoagulant treatment with
warfarin; patients with arterial thrombosis also received antiplatelet agents. Patients
with VTE were enrolled after the end of the anticoagulant treatment.
The total period of enrollment for the study was 28 months, in which 455
patients with a history of thrombotic disease were treated at the outpatient unit in the
Hematology and Hemostasis Center at the University of Campinas, Brazil.
Consecutive patients with unprovoked VTE or APS were enrolled for the study.
Healthy individuals from the same geographic area were selected among individuals.
who were accompanying a patient to the medical appointment, employees at the
hospital or their relatives or friends. Figure 1 illustrates the study enrollment, selection
and reasons for exclusion. The study was conducted in compliance with the Helsinki
Declaration. The local Ethical Committee on Human Research approved this study
and written informed consent was obtained from patients or their attending relatives.
Outcomes
The information regarding the diagnosis of VTE and the presence of risk
factors for VTE, such as immobilization, air flight, surgery, oral contraceptives or
pregnancy was obtained from medical records. The diagnosis of deep vein
thrombosis was confirmed by Doppler ultrasonography and the diagnosis of
pulmonary embolism was confirmed by ventilation-perfusion lung scan or computer
tomography of the chest. All VTE patients tested negative for aPL antibodies.
Information on APS diagnosis and classification were assessed in the medical
records.
APS was diagnosed in patients with persistent positive aPL antibody plus a
34
history of thrombosis (confirmed by imaging examinations) or obstetric complications.
Persistent positive aPL was defined as persistent positive LAC; persistent positive
IgG or IgM aCL at moderate to high titers (>40 GPL or MPL) or persistent positive (>
the 99th percentile) IgG/IgM anti-beta2 glycoprotein 1, at two distinct times, with an
interval of at least 12 weeks.[2]
The detection of aPL was performed at diagnosis following the international
guidelines from the International Society of Thrombosis and Haemostasis (ISTH) and
Clinical and Laboratory Standard Institute (CLSI). Blood was collected in 0.109 M
sodium citrate at a proportion of 9:1 and in serum separating tubes, prior to the
initiation of any anticoagulant drug regimen or after a sufficient period of drug
discontinuation.
For LAC, plasma samples were used and two assays based on different principles
were applied: Dilute Russell's viper venom time (dRVVT) and Silica Clotting Time
(SCT). Results of screening tests were potentially suggestive of LAC when their
clotting times were longer than the local cut-off value (percentile 99th) and the results
were confirmed for LAC at correction percentage of above the local cut-off value
(99th percentile). The antiphospholipid antibodies with solid phase were tested in
patient serum by “in house” ELISA immunological assays, with cardiolipin or β2GP1
as antigen (Sigma-Aldrich, USA), as previously described [21,22] A calibration curve
and commercial controls were used, positive patient samples were also used as
positive controls, and samples were tested in duplicate. The local cut-off value for
aβ2GP1 was determined by the 99th percentile.
APS was classified into primary (PAPS) or secondary (SAPS) depending on the
diagnosis of an underlying autoimmune disease, such as systemic lupus
erythematosus (SLE). All patients with APS were screened for SLE and the diagnosis
of SLE was confirmed according to established criteria.[23]
Laboratory procedures
Blood samples were obtained from the participants (cases and controls) at the
time of their enrollment for the study. After overnight fasting, two citrate and one
EDTA-containing tubes were collected and samples were immediately centrifuged.
Serum and platelet-poor plasma (PPP) obtained were separated and immediately
35
stored at −80°C.
Serum levels of C-reactive protein (hs-CRP) were measured using the reagent
C-Reactive Protein Test System for BN device (ProSpec®, Siemens Healthcare,
USA) by means of by nephelometry. Plasma levels of TF were measured using a
commercially available ELISA kit (IMUBIND® Tissue Factor ELISA, Sekisui
Diagnosis, USA). The assay was performed according to the manufacturers’
instructions. For this assay, blood was collected in 0.109 M sodium citrate containing
-tube in a proportion of 9:1 and centrifuged twice at 3,000 rpm for 10 minutes to
obtain platelet-poor plasma. Plasma was stored frozen at −80°C. Frozen plasma
was thawed at 37°C for 15 minutes and diluted with the assay buffer as
recommended by the manufacturer. Tissue Factor standard and diluted samples
were added to a 96-wells pre-coated plate, next the detection antibody and the assay
substrate were added to reveal the reaction. TF levels were determined by
measuring solution absorbance at 450 nm and comparing the values with those of
the standard curve.
Statistical analysis
Baseline characteristics were evaluated as counts and percentage when they
were categorical variables or mean +/- standard deviation (SD) when they were
continuous variables.
First we evaluated possible clinical variables associated with the TF levels
among control subjects, reflecting the general population. For that, we compared the
mean levels of TF between genders (male and female), different age groups (≤ 30,
30 – 50 and ≥ 50 years), presence of cardiovascular risk factors (hypertension,
dyslipidemia, diabetes or obesity/overweight defined as BMI≥ 25kg/m2), and different
levels of hs-CRP (<1mg/L and >1mg/L). Additionally, the mean difference (and 95%
confidence interval) in the levels of TF was calculated using linear regression.
We assessed the association between the TF levels of individuals with
unprovoked VTE and t-APS. To determine whether a dose-response relation
between the levels of TF and VTE or t-APS was present, we stratified the subjects
into three categories, according to the percentiles of TF levels in the control group:
36
below 50th percentile [reference], between 50-75th percentiles [second category] and
75th percentile [third category]. Per unit increase in TF values was also evaluated.
Odds ratios (OR) and the 95% confidence intervals (CI) were calculated using logistic
regression analysis. Three adjusted logistic regression models were used: age and
gender; age, gender, hypertension, diabetes, dyslipidemia and BMI≥25kg/m2; and
finally age, gender, hypertension, diabetes, dyslipidemia, BMI≥25kg/m2 and CRP
levels.
Next, we performed a pos-hoc analysis to compare the levels of circulating TF
between VTE patients and t-APS patients, the analysis was adjusted for age, gender
and time elapsed since the last thrombotic event.
The levels of TF in patients with thrombosis associated with PAPS (t-PAPS) and
SAPS (t-SAPS), and with arterial and venous thrombosis related to APS, were
studied in a subgroup analysis. For that, age and gender-adjusted logistic regression
models were applied to estimate the odds ratio 95% confidence intervals according to
the three pre-specified categories of TF levels.
All statistical analyses were performed with SPSS version 23.0 for Windows
(SPSS Inc, Chicago,IL, USA). Graphs were plotted using GraphPad Prism version
6.0 (GraphPad Software Inc. La Jolla, CA, USA).
RESULTS
Clinical characteristics
A total of 280 participants were included in the study; 51 patients with
unprovoked VTE, 111 patients with t-APS and 118 individuals with no prior history of
thrombosis (control subjects). Figure 1 illustrates the flow chart of the participants’
selection for the study. Baseline clinical characteristics of the participants are shown
in Table 1. The median time since diagnosis was 33 months (IQR=21 - 41) in VTE
and 59 months (IQR=26 - 113) in t-APS patients. Women comprised 62.7% of VTE
patients, 72.9% of t-APS patients and 62.7% of controls. The frequency of
cardiovascular risk factors, such as hypertension, diabetes, obesity and dyslipidemia,
was higher in patients with VTE (49%) and t-APS (60%) when compared with control
37
subjects (22%). Levels of hs-CRP were within the normal values in 89% of the study
participants, and there were no substantial differences in these levels between
patients and controls.
Determinants of tissue factor levels
Among control subjects, the mean level of TF was 134.3 pg/mL (SD 73.6). As
shown in Table 2, no difference was found in TF levels between genders and age
groups. The levels of TF were slightly higher among control subjects with
cardiovascular risk factors than in subjects without these risk factors, however the
difference was not statistically significant (mean difference: 26.7 pg/dL, 95%CI: -5.8
to 59.0). TF levels were not associated with those of hs-CRP (regression coefficient
with TF level as dependent variable, CRP: -0.108, CI: -12.379 to 12.163).
Association between tissue factor levels, venous thromboembolism and
thrombotic antiphospholipid syndrome
The results of the association of TF circulating levels with unprovoked VTE
and t-APS are shown in Table 3.
The mean level of TF was 146.1 pg/mL (SD 105) in patients with unprovoked
VTE. As shown in Table 3, the levels of TF were not associated with the risk of
unprovoked VTE, as compared with controls. Adjustments for cardiovascular risk
factors, such as hypertension, diabetes, dyslipidemia, obesity, and for levels of hs-
CRP did not affect the results.
In patients with t-APS, the mean level of TF was 273.9 pg/mL (SD 273.0).
Increasing levels of circulating TF were dose-dependently associated with t-APS,
with age and gender-adjusted odds ratios of 2.08 (95%CI 0.97 to 4.46) for the
second category (TF levels between 50-75th percentiles) and 7.16 (95%CI 3.67 to
13.97) for the third category (TF levels above the 75th percentile) versus the
reference category (below the 50th percentile), respectively. Further adjustments for
cardiovascular risk factors and for hs-CRP did not affect the results.
Pos-hoc analyses revealed that patients with t-APS had higher levels of
circulating TF than patients with unprovoked VTE. When compared with unprovoked
VTE, the adjusted odds ratio of t-APS was 4.76 (95%CI 1.4 to 16.17) for TF levels
38
between 50-75th percentiles and 9.32 (95%CI 3.16 to 27.53) for TF levels above the
75th percentile, versus the reference category (below the 50th percentile).
Subgroup analysis
Data on the subgroup analysis are shown in table 4. The mean levels of TF
were 277.3 pg/mL (SD 202.9) in patients with t-APS related arterial thrombosis and
301.0 pg/mL (SD 382.2) in t-APS related venous thrombosis. Higher levels of
circulating TF were dose-dependently associated with both arterial and venous
thrombosis in APS patients.
Figure 2 illustrates the odds ratio for unprovoked VTE, t-PAPS and t-SAPS
according to the categories of circulating TF levels (below 50th percentile, 50-75th
percentile and above 75th percentile), the analysis were adjusted for age and gender.
The mean levels of TF were 215.6 pg/mL (SD 256.3) in patients with t-PAPS and
366.2 pg/mL (SD 273.2) in patients with t-SAPS. Increases in the levels of circulating
TF were dose-dependently associated with both t-PAPS and t-SAPS, as compared
with controls. However, a higher odds ratio was observed in t-SAPS (OR 20.75;
95%CI 5.83 to 73.92) than in t-PAPS (OR 4.92; 95%CI 2.37 to 10.25).
To evaluate whether aPL antibodies profile played a role in the levels of
circulating TF, we grouped t-APS patients into five groups, (1) single positivity for
aβ2GP1 or aCL, (2) single positivity for LAC, (3) double positivity for aCL and
aβ2GP1, (4) double positivity for LAC plus aβ2GP1 (or aCL) and (5) triple positivity.
The levels of TF in each group were calculated. The results are shown in table 5.
Levels of circulating TF were higher in patients with positive LAC when compared to
LAC negative patients. However the differences were not statistically significant.
DISCUSSION
In the present study we have shown that high levels of circulating TF are
associated with thrombosis related to APS though not with unprovoked VTE.
Particularly, TF levels between the 50-75th percentile were associated with a 2-fold
increased risk and levels above the 75th percentile were associated with a 8-fold
increased risk of t-APS, in comparison with TF levels below the 50th percentile. In the
39
subgroup analysis we observed that circulating TF was associated with both t-PAPS
and t-SAPS, and with both arterial and venous APS-related thrombosis. These
findings suggest that circulating TF plays a role in t-APS regardless of the
classification of the disease or the site of the thrombosis.
A relation between circulating TF, hypercoagulability and thrombosis has been
described in clinical studies. A recent meta-analysis has shown that circulating TF-
bearing microparticles are associated with a 76% increase in the risk of venous
thrombosis (OR: 1.76; 95% CI: 1.21–2.56) in patients with cancer.[11] In a
prospective cohort of cancer patients, a 3-fold increased risk of recurrent VTE
(relative risk: 3.3; 95% CI: 2.1 - 5.1) was observed with levels of circulating TF above
the 75th percentile at the time of the acute event of venous thrombosis.[14] Higher
TF levels (above the 75th percentile) have also been associated with a 2-fold
increased risk of ischemic stroke (OR: 2.01; 95% CI: 1.25-3.23) in a large case-
cohort study.[13]
Despite TF having been associated with thrombosis related to many chronic
diseases, the role of TF in unprovoked VTE has not been confirmed. A recent clinical
trial showed that patients with unprovoked VTE presented similar levels of circulating
TF as healthy controls.[24] Our results point to the same direction of a lack of
association between circulating TF and unprovoked VTE, suggesting that the profile
of hypercoagulability in APS-related thrombosis is different from that observed in
unprovoked VTE, which could ultimately explain the clinical differences between
these thrombotic diseases.
With regard to APS, Forastiero et al[19] demonstrated that levels of TF were
higher in patients with the disease, when compared with patients with infections.
Willemze et al[20] showed that TF activity was 1.5 times higher in APS patients in
comparison with aPL-positive, asymptomatic individuals. However, these studies
have not evaluated levels of TF either in thrombosis related APS or in different
settings of t-APS. Despite previous studies having shown an increase in TF levels
among APS patients,[19,20] the association of circulating TF with different
thrombotic manifestations of APS has not been demonstrated before.
Moreover, our results revealed a dose-response association between
circulating TF and t-APS, in which the strongest association was found with t-SAPS.
Basic research studies have shown that inflammatory mechanisms, induced by CRP
40
or lipopolysaccharides, can lead to the activation of TF. [25,26] Antiphospholipid
antibodies, when binding to cell membranes, have also been shown to be capable of
activating the expression of TF in monocytes and endothelial cells, in a direct way[17]
or through stimulation of the inflammatory response.[27] Therefore, the dose-
response association between circulating TF and t-APS, along with the absence of
association between circulating TF and unprovoked VTE (a non-immune disease) is
consistent with the hypothesis of an immune-driven stimulus for TF expression and
release. Furthermore, TF levels tended to be higher in patients with positive LAC.
Interestingly, LAC positivity is associated with increased monocyte procoagulant
activity, immune derangement [28,29] and higher risk of thrombosis in APS, when
compared with the other aPLs.[30]
The clinical finding of an association between TF and thrombotic
manifestations of APS can be relevance for future treatment approaches. The
incidence of recurrent thrombosis in APS ranges from 5 - 16%;[4,31,32] along with
significant morbidity and mortality. [33] The rates of recurrent VTE remain high even
among anticoagulated patients.[34–36] The latter underscores the need for an
alternative therapeutic approach towards patients with thrombotic APS. In this
context, medications targeting TF may play a role in preventing thrombosis in APS
and could be evaluated in clinical trials.
There are some aspects of this study that must be highlighted. First, this is a
retrospective observational study and we cannot rule out the possibility of some
clinical data having been misreported in the medical records. Second, circulating TF
can be measured by either ELISA, flow cytometry or functional assays and the
choice of the assay may affect the clinical interpretation of the results.[37,38] Here,
we chose to measure TF antigen by using a commercially available ELISA as we
wanted to use an assay that could be easily reproduced.It is also possible to argue
that since TF was measured after the thrombosis event, a reverse causality was
observed. However, if the increase in TF levels was triggered by thrombosis, we
would observe this phenomenon both in t-APS and VTE patients, not only in patients
with t-APS. Furthermore, previous studies have shown that aPL antibodies can
stimulate the expression of TF in monocytes and endothelial cells.[15–18] Third, the
sample size was small, which can be explained by the relative rarity of thrombotic
41
APS. However, the number of patients included was sufficiently powered to
demonstrate an association between circulating TF and APS-related thrombosis.
Forth, we did not include a group of aPL-positive asymptomatic participants, which
could have provided additional information on the causal association between
circulating TF levels and APS-related thrombosis. However, a previous study
demonstrated that TF levels were similar in aPL-positive individuals and healthy
controls, suggesting that the increase in TF levels is related to APS
complications.[20] Finally, although subgroup analysis revealed that increased levels
of TF were associated with both arterial and venous thrombosis provoked by APS,
and the strongest association was found with t-SAPS, these data must be interpreted
with caution due to the sample size in these subgroups.
Conclusion
In this study, we observed that circulating TF is associated with thrombotic
complications related to APS, but is not associated with the risk of unprovoked VTE.
Although basic research studies have consistently demonstrated that aPL increase
cellular expression of TF, few studies have demonstrated this association from a
clinical perspective. Our results showed clinical evidence on the profile of
hypercoagulability in patients with thrombosis related to APS.
FUNDING
This study was supported by São Paulo Research Foundation (FAPESP grant
#2016/14172-6) and Brazilian National Council for Scientific and Technological
Development (CNPq grant #443564/2014-0). Laís Quinteiro Tobaldini and Fernanda
Talge Arantes received financial support from the Brazilian Federal Agency for the
Support and Evaluation of Graduate Education (CAPES)
DISCLOSURES
None.
42
REFERENCES
[1] C. Gardiner, J. Hills, S.J. MacHin, H. Cohen, Diagnosis of antiphospholipid
syndrome in routine clinical practice, Lupus. 22 (2013) 18–25.
doi:10.1177/0961203312460722.
[2] S. Miyakis, M.D. Lockshin, T. Atsumi, D.W. Branch, R.L. Brey, R. Cervera,
R.H.W.M. Derkesen, P.G. De Groot, T. Koike, P.L. Meroni, G. Reber, Y. Shoenfeld,
A. Tincani, P.G. Vlachoyiannopoulos, S.A. Krilis, International consensus statement
on an update of the classification criteria for definite antiphospholipid syndrome
(APS), J. Thromb. Haemost. 4 (2006) 295–306. doi:10.1111/j.1538-
7836.2006.01753.x.
[3] R.J. Kim, R.C. Becker, Association between factor V Leiden, prothrombin
G20210A, and methylenetetrahydrofolate reductase C677T mutations and events of
the arterial circulatory system: A meta-analysis of published studies, Am. Heart J.
146 (2003) 948–957. doi:10.1016/S0002-8703(03)00519-2.
[4] R. Cervera, J.C. Piette, J. Font, M.A. Khamashta, Y. Shoenfeld, M.T. Camps, S.
Jacobsen, G. Lakos, A. Tincani, I. Kontopoulou-Griva, M. Galeazzi, P.L. Meroni,
R.H.W.M. Derksen, P.G. De Groot, E. Gromnica-Ihle, M. Baleva, M.Mosca, S.
Bombardieri, F. Houssiau, J.C. Gris, I. Quéré, E. Hachulla, C. Vasconcelos, B. Roch,
A. Fernández-Nebro, M.C. Boffa, G.R.V. Hughes, M. Ingelmo, Antiphospholipid
syndrome: Clinical and immunologic manifestations and patterns of disease
expression in a cohort of 1,000 patients, Arthritis Rheum. 46 (2002) 1019–1027.
doi:10.1002/art.10187.
[5] D. Dizon-Townson, C. Hutchison, R. Silver, D.W. Branch, K. Ward, The factor V
Leiden mutation which predisposes to thrombosis is not common in patients with
antiphospholipid syndrome, Thromb Haemost. 74 (1995) 1029–1031.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8560406.
43
[6] G. Ruiz-Irastorza, M. Crowther, W. Branch, M.A. Khamashta, Antiphospholipid
syndrome, in: Lancet, 2010: pp. 1498–1509. doi:10.1016/S0140- 6736(10)60709-X.
[7] V.Y. Bogdanov, V. Balasubramanian, J. Hathcock, O. Vele, M. Lieb, Y. Nemerson,
Alternatively spliced human tissue factor: A circulating, soluble, thrombogenic protein,
Nat. Med. 9 (2003) 458–462. doi:10.1038/nm841.
[8] R.J. Berckmans, R. Nieuwland, A.N. Böing, F.P. Romijn, C.E. Hack, A. Sturk,
Cell-derived microparticles circulate in healthy humans and support low grade
thrombin generation., Thromb. Haemost. 85 (2001) 639–46. doi:01040639 [pii].
[9] M. Hoffman, H.C. Whinna, D.M. Monroe, Circulating tissue factor accumulates in
thrombi, but not in hemostatic plugs [10], J. Thromb. Haemost. 4 (2006) 2092–2093.
doi:10.1111/j.1538-7836.2006.02085.x.
[10] V. Balasubramanian, E. Grabowski, A. Bini, Y. Nemerson, Platelets, circulating
tissue factor, and fibrin colocalize in ex vivo thrombi: Real-time fluorescence images
of thrombus formation and propagation under defined flow conditions, Blood. 100
(2002) 2787–2792. doi:10.1182/blood-2002-03-0902.
[11] C.J. Cui, G.J. Wang, S. Yang, S.K. Huang, R. Qiao, W. Cui, Tissue Factor-
bearing MPs and the risk of venous thrombosis in cancer patients: A meta- analysis,
Sci. Rep. 8 (2018). doi:10.1038/s41598-018-19889-8.
[12] S.P. Grover, N. Mackman, Tissue Factor, Arterioscler. Thromb. Vasc. Biol.
(2018) ATVBAHA.117.309846. doi:10.1161/ATVBAHA.117.309846.
44
[13] L. Iacoviello, A. Di Castelnuovo, A. De Curtis, C. Agnoli, G. Frasca, A. Mattiello,
G. Matullo, F. Ricceri, C. Sacerdote, S. Grioni, R. Tumino, E. Napoleone, R.
Lorenzet, G. De Gaetano, S. Panico, M.B. Donati, Circulating Tissue Factor Levels
and Risk of Stroke: Findings from the EPICOR Study, Stroke. 46 (2015) 1501–1507.
doi:10.1161/STROKEAHA.115.008678.
[14] A.A. Khorana, P.W. Kamphuisen, G. Meyer, R. Bauersachs, M.S. Janas, M.F.
Jarner, A.Y.Y. Lee, Tissue Factor As a Predictor of Recurrent Venous
Thromboembolism in Malignancy: Biomarker Analyses of the CATCH Trial, J. Clin.
Oncol. 35 (2017) 1078–1085. doi:10.1200/JCO.2016.67.4564.
[15] O. Amengual, T. Atsumi, M.A. Khamashta, G.R. Hughes, The role of the tissue
factor pathway in the hypercoagulable state in patients with the antiphospholipid
syndrome., Thromb. Haemost. 79 (1998) 276–81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9493575.
[16] P.M. Dobado-Berrios, C. Löpez-Pedrera, F. Velasco, M.A. Aguirre, A. Torres,
M.J. Cuadrado, Increased levels of tissue factor mRNA in mononuclear blood cells of
patients with primary antiphospholipid syndrome, Thromb. Haemost. 82 (1999).
[17] H. Zhou, A.S. Wolberg, R.A.S. Roubey, Characterization of monocyte tissue
factor activity induced by IgG antiphospholipid antibodies and inhibition by dilazep.,
Blood. 104 (2004) 2353–8. doi:10.1182/blood-2004-01-0145.
[18] J.-C. Reverter, D. Tassies, J. Font, J. Monteagudo, G. Escolar, M. Ingelmo, A.
Ordinas, Hypercoagulable State in Patients With Antiphospholipid Syndrome Is
Related to High Induced Tissue Factor Expression on Monocytes and to Low Free
Protein S, Arterioscler. Thromb. Vasc. Biol. 16 (1996) 1319–1326.
doi:10.1161/01.ATV.16.11.1319.
45
[19] R.R. Forastiero, M.E. Martinuzzo, G.F. de Larrañaga, Circulating levels of tissue
factor and proinflammatory cytokines in patients with primary antiphospholipid
syndrome or leprosy related antiphospholipid antibodies, Lupus. 14 (2005) 129–136.
doi:10.1191/0961203305lu2048oa.
[20] R. Willemze, R.L. Bradford, M.J. Mooberry, R.A.S. Roubey, N.S. Key, Plasma
Microparticle Tissue Factor Activity in Patients With Antiphospholipid Antibodies With
and Without Clinical Complications, Thromb. Res. 133 (2014) 187–189.
doi:10.1016/j.thromres.2013.11.027.
[21] A.E. Gharavi, E.N. Harris, R.A. Asherson, G.R. Hughes, Anticardiolipin
antibodies: isotype distribution and phospholipid specificity., Ann. Rheum. Dis. 46
(1987) 1–6. doi:10.1136/ard.46.1.1.
[22] B. de Laat, R.H.W.M. Derksen, R.T. Urbanus, P.G. de Groot, IgG antibodies that
recognize epitope Gly40-Arg43 in domain I of beta 2-glycoprotein I cause LAC, and
their presence correlates strongly with thrombosis., Blood. 105 (2005) 1540–5.
doi:10.1182/blood-2004-09-3387.
[23] E.M. Tan, A.S. Cohen, J.F. Fries, A.T. Masi, D.J. Mcshane, N.F. Rothfield, J.G.
Schaller, N. Talal, R.J. Winchester, The 1982 revised criteria for the classification of
systemic lupus erythematosus, Arthritis Rheum. 25 (1982) 1271–1277.
doi:10.1002/art.1780251101.
[24] J. Thaler, R. Koppensteiner, I. Pabinger, C. Ay, T. Gremmel, Microparticle-
associated tissue factor activity in patients with acute unprovoked deep vein
thrombosis and during the course of one year, Thromb. Res. 134 (2014) 1093– 1096.
doi:10.1016/j.thromres.2014.07.041.
46
[25] Y. Ji, P.M. Fish, T.L. Strawn, A.W. Lohman, J. Wu, A.J. Szalai, W.P. Fay, C-
reactive protein induces expression of tissue factor and plasminogen activator
inhibitor-1 and promotes fibrin accumulation in vein grafts, J. Thromb. Haemost. 12
(2014) 1667–1677. doi:10.1111/jth.12680.
[26] A. Singh, G. Boden, A.K. Rao, Tissue factor and Toll-like receptor (TLR)4 in
hyperglycaemia-hyperinsulinaemia, Thromb. Haemost. 113 (2015) 750–758.
doi:10.1160/TH14-10-0884.
[27] A. Martirosyan, M. Petrek, Z. Navratilova, A. Blbulyan, A. Boyajyan, G.
Manukyan, Differential Regulation of Proinflammatory Mediators following LPS- and
ATP-Induced Activation of Monocytes from Patients with Antiphospholipid Syndrome,
Biomed Res. Int. 2015 (2015) 1–9. doi:10.1155/2015/292851.
[28] K.A. Breen, P. Seed, K. Parmar, G.W. Moore, S.E. Stuart-Smith, B.J. Hunt,
Complement activation in patients with isolated antiphospholipid antibodies or
primary antiphospholipid syndrome., Thromb. Haemost. 107 (2012) 423–9.
doi:10.1160/TH11-08-0554.
[29] S. da Silva Saraiva, B. de Moraes Mazetto, L. Quinteiro Tobaldine, M. Pereira
Colella, E. Vinícius De Paula, J. Annichinno-Bizzachi, F. Andrade Orsi, The impact of
antibody profile in thrombosis associated with primary antiphospholipid syndrome.,
Am. J. Hematol. 92 (2017) 1163–1169. doi:10.1002/ajh.24875.
[30] Q. Reynaud, J.-C. Lega, P. Mismetti, C. Chapelle, D. Wahl, P. Cathébras, S.
Laporte, Risk of venous and arterial thrombosis according to type of antiphospholipid
antibodies in adults without systemic lupus erythematosus: A systematic review and
meta-analysis., Autoimmun. Rev. 13 (2014) 595–608.
doi:10.1016/j.autrev.2013.11.004.
47
[31] M. Bertero, M. Bazzan, R. Carignola, B. Montaruli, E. Silvestro, S. Sciascia, A.
Vaccarino, S. Baldovino, D. Roccatello, Antiphospholipid syndrome in northwest Italy
(APS Piedmont Cohort): demographic features, risk factors, clinical and laboratory
profile, Lupus. 21 (2012) 806–809. doi:10.1177/0961203312446974.
[32] M. Turiel, P. Sarzi-Puttini, R. Peretti, E. Rossi, F. Atzeni, W. Parsons, A. Doria,
Thrombotic Risk Factors In Primary Antiphospholipid Syndrome: A 5-Year
Prospective Study, Stroke. 36 (2005) 1490–1494.
doi:10.1161/01.STR.0000170645.40562.09.
[33] J.A. Gómez-Puerta, H. Martín, M.-C. Amigo, M.A. Aguirre, M.T. Camps, M.J.
Cuadrado, G.R. V. Hughes, M.A. Khamashta, Long-Term Follow-Up in 128 Patients
With Primary Antiphospholipid Syndrome, Medicine (Baltimore). 84 (2005) 225–230.
doi:10.1097/01.md.0000172074.53583.ea.
[34] M.A. Crowther, J.S. Ginsberg, J. Julian, J. Denburg, J. Hirsh, J. Douketis, C.
Laskin, P. Fortin, D. Anderson, C. Kearon, A. Clarke, W. Geerts, M. Forgie, D. Green,
L. Costantini, W. Yacura, S. Wilson, M. Gent, M.J. Kovacs, A Comparison of Two
Intensities of Warfarin for the Prevention of Recurrent Thrombosis in Patients with the
Antiphospholipid Antibody Syndrome, N. Engl. J. Med. 349 (2003) 1133–1138.
doi:10.1056/NEJMoa035241.
[35] G. Finazzi, V. Brancaccio, P. Schinco, F. Wisloff, J. Musial, F. Baudo, M.
Berrettini, S. Testa, A. D’Angelo, G. Tognoni, T. Barbui, R. Marchioli, A randomized
clinical trial of high-intensity warfarin vs. conventional antithrombotic therapy for the
prevention of recurrent thrombosis in patients with the antiphospholipid syndrome
(WAPS), J. Thromb. Haemost. 3 (2005) 848–853. doi:10.1111/j.1538-
7836.2005.01340.x.
48
[36] S.D.S. Saraiva, I.F. Custódio, B.D.M. Mazetto, M.P. Collela, E.V. de Paula, S.
Appenzeller, J. Annichino-Bizzachi, F.A. Orsi, Recurrent thrombosis in
antiphospholipid syndrome may be associated with cardiovascular risk factors and
inflammatory response, Thromb. Res. 136 (2015) 1174–1178.
doi:10.1016/j.thromres.2015.10.029.
[37] M. Brambilla, L. Rossetti, C. Zara, P. Canzano, P.L.A. Giesen, E. Tremoli, M.
Camera, Do methodological differences account for the current controversy on tissue
factor expression in platelets?, Platelets. 29 (2018) 406–414.
doi:10.1080/09537104.2017.1327653.
[38] C. Hernández, J. Orbe, C. Roncal, M. Alvarez-Hernandez, S.M. de Lizarrondo,
M.T. Alves, J.G. Mata, J.A. Páramo, Tissue factor expressed by microparticles is
associated with mortality but not with thrombosis in cancer patients, Thromb.
Haemost. 110 (2013) 598–608. doi:10.1160/TH13-02-0122.
49
LEGENDS TO TABLES AND FIGURES
Table 1 Demographic and clinical characteristics at baseline Table 2 Tissue factor
levels in control subjects
Table 3 Risk of unprovoked VTE or t-APS according to levels of circulating TF Table
4 Odds Ratios for subgroups of antiphospholipid syndrome
Table 5 Levels of TF in different profiles of aPL
Figure 1 Flow chart of participants’ selection and reasons for exclusion. VTE=venous
thromboembolism; APS= antiphospholipid syndrome; TF=tissue factor
Figure 2 Odds ratio and 95% confidence intervals (CI) for unprovoked VTE, t-PAPS
and t-SAPS according to the levels of circulating tissue factor, adjusted for age and
gender. VTE=venous thromboembolism; t-PAPS= thrombotic primary
antiphospholipid syndrome; t-SAPS= thrombotic secondary antiphospholipid
syndrome; TF=tissue factor. P50= below 50th percentile (tissue factor levels
<117.9pg/mL); P50-P75=50th-75th percentile (tissue factor levels 117.9-159.5
pg/mL); P75=above 75th percentile (tissue factor levels >159.5 pg/mL).
50
Figure 1 Flow chart of participants’ selection and reasons for exclusion. VTE=venous
thromboembolism; APS=antiphospholipid syndrome; TF=tissue factor
51
Table 1 Demographic and clinical characteristics at baseline
Patients with thrombosis Controls
without
Unprovoked
VTE n=51
t-PAPS
n=68
t-SAPS
n=43
thrombosis
n=118
Age, mean (SD) 43.9 (13.5) 41.3 (15.4) 37.1 (15.3) 41.0 (13.6)
Women, n (%) 32 (62.7) 45 (66.2) 36 (83.7) 88 (73.9)
Site of the first thrombotic
episode
Venous Thrombosis, n (%) 51 (100) 48 (70.6) 31 (72.1) 0 (0)
DVT, n
47
27
20
-
PE, n
4
9
4
-
Unusual site, n
0
12
7
-
Arterial Thrombosis, n (%) 0 (0) 20 (29.4) 12 (27.9) 0 (0)
Stroke, n
-
14
10
-
Peripheral arterial, n
-
6
2
-
Recurrent thrombosis, n (%) 10 (19.6) 17 (25.0) 19 (44.2) -
Venous Thrombosis, n (%) 10 (100) 10 (58.8) 14 (73.7) -
Arterial Thrombosis, n (%)
- 7 (41.1) 5 (26.3)
-
Antithrombotic treatment
Warfarin, n (%) 0 (0) 68 (100) 43 (100) 0 (0)
Aspirin, n (%) 0 (0) 20 (29.4) 12 (27.9) 4 (3.4)
Months elapsed since the
last thrombotic event,
median (IQR)
33.0
(19.4-
41.5)
46.8
(15.3-
76.8)
31.2
(12-91.2)
-
Obstetric Complications**, n
(%) of pregnancies ending
in abortion, fetal loss or
other APS-related
complications
1
(3.2)
20
(60)
11
(56)
2
(3.8)
52
Hypertension, n (%) 15 (29.4) 18 (26.5) 24 (55.8) 3 (2.5)
Dyslipidemia, n (%) 7 (13.7) 26 (38.2) 21 (48.8) 10 (8.4)
Overweight (BMI≥25kg/m2) 26 (51.0) 17 (25.0) 15 (34.9) 39 (32.8)
Obesity (BMI≥30kg/m2) 16 (31.4) 24 (35.3) 4 (9.3) 16 (13.4)
Diabetes, n (%) 1 (2.0) 7 (10.3) 3 (7.0) 4 (3.4)
CRP levels, n (%)***
< 1 mg/L 48 (93.1) 56 (85.3) 35 (87.8) 112 (94.9)
1- 3 mg/L 3 (5.2) 7 (10.3) 3 (7.3) 6 (5.1)
> 3 mg/L 0 (0) 2 (4.4) 2 (4.9) 0 (0)
Age is expressed in years. BMI body mass index. Missing BMI data (2 controls) t-PAPS thrombotic primary antiphospholipid syndrome t-SAPS thrombotic secondary antiphospholipid syndrome *APAO acute peripheral arterial occlusion** self-reported obstetrical complications, 31 woman with VTE, 34 women with t-PAPS, 20 women with t-SAPS and 53 controls had at least one pregnancy ***high sensitive assay IQR interquartile range
53
Table 2 Tissue factor levels in control subjects
N (118) Tissue Factor levels,
mean (SD)
Gender
Women 88 137.0 (77.8)
Men 30 126.2 (60.2)
Age, y
≤ 30 33 139.9 (100.8)
30 – 50 45 134.6 (70.6)
≥ 50 40 129.2 (47.5)
CV risk factors*
No 90 128.9 (59.9)
Yes 26 155.6 (109.0)
CRP levels**
<1mg/L 112 133.2 (74.6)
1-3mg/L 6 154.5 (53.7)
CV cardiovascular CRP C-reactive protein Two controls were not classified as having or not CV risk factors due to missing data on BMI CRP C reactive protein *hypertension, dyslipidemia, diabetes or BMI≥ 25kg/m2 **high sensitive assay
54
Table 3 Risk of unprovoked VTE or t-APS according to levels of circulating TF
Patients with unprovoked venous thromboembolism
Tissue Factor VTE n(%) Controls
n(%) OR (95% CI)* OR (95% CI)** OR (95% CI)***
Per unit increase 51 118 1.002 (0.998; 1.006) 1.002 (0.998; 1.007) 1.003 (0.998; 1.008)
< 50th percentile
(<117.9pg/mL)
23 (39.7)
59 (49.2)
1 (reference)
1 (reference)
1 (reference)
50th-75th percentile
(117.9-159.5 pg/mL)
13 (22.4)
30 (25.0)
0.99
(0.43;
2.26)
0.96
(0.39;
2.40)
0.93
(0.37;
2.33)
>75th percentile
(>159.5 pg/mL)
15 (25.9)
29 (24.2)
1.33
(0.60;
2.94)
1.49
(0.62;
3.55)
1.51
(0.62;
3.66)
Patients with thrombotic antiphospholipid syndrome
Tissue Factor t-APS
n(%)
Controls
n(%)
OR (95% CI)*
OR (95% CI)**
OR (95% CI)***
Per unit increase 111 118 1.009 (1.005; 1.012) 1.009 (1.005; 1.012) 1.008 (1.004; 1.011)
< 50th percentile
(<117.9pg/mL)
20 (17.4)
59 (49.2)
1 (reference)
1 (reference)
1 (reference)
50th-75th percentile
(117.9-159.5 pg/mL)
21 (18.3)
30 (25.0)
2.08
(0.97;
4.46)
2.43
(1.01;
5.88)
2.62
(1.03;
6.62)
>75th percentile
(>159.5 pg/mL)
70 (60.9)
29 (24.2)
7.16
(3.67;
13.97)
6.85
(3.14;
14.96)
8.62
(3.76;
19.80)
t-APS thrombotic antiphospholipid syndrome * Adjusted for age, gender ** Adjusted for age, gender, hypertension, diabetes, dyslipidemia, BMI≥25kg/m2 *** Adjusted for age, gender, hypertension, diabetes, dyslipidemia, BMI≥25kg/m2 and hs-CRP levels
55
Table 4 Odds Ratios for subgroups of antiphospholipid syndrome
Patients with primary antiphospholipid syndrome
Patients with secondary antiphospholipid syndrome
Tissue Factor Patients with t-
SAPS, n(%)
Controls,
n(%) OR (95% CI)*
Per unit increase 43 118 1.010 (1.007; 1.014)
< 50th percentile (<117.9pg/mL) 3 (7.0) 59 (49.2) 1 (reference)
50th-75th percentile (117.9-159.5
pg/mL)
9 (20.9)
30 (25.0)
6.58
(1.64;
26.45)
>75th percentile (>159.5 pg/mL) 31 (72.1) 29 (24.2) 20.75 (5.83; 73.92)
Patients with antiphospholipid syndrome- related arterial thrombosis
Tissue Factor Patients with
APS-AT n(%)
Controls,
n(%) OR (95% CI)*
Per unit increase 34 118 1.009 (1.005; 1.014)
< 50th percentile (<117.9pg/mL) 5 (14.7) 59 (49.2) 1 (reference)
50th-75th percentile (117.9-159.5
pg/mL)
9 (26.5)
30 (25.0)
4.48
(1.32;
15.22)
>75th percentile (>159.5 pg/mL) 20 (58.8) 29 (24.2) 8.07 (2.68; 24.34)
Tissue Factor Patients with t-
PAPS n(%)
Controls,
n(%) OR (95% CI)*
Per unit increase 68 118 1.008 (1.004; 1.011)
< 50th percentile (<117.9pg/mL) 17 (25.0) 59 (49.2) 1 (reference)
50th-75th percentile (117.9-159.5
pg/mL)
12 (17.6)
30 (25.0)
1.32
(0.55;
3.17)
>75th percentile (>159.5 pg/mL) 39 (57.4) 29 (24.2) 4.92 (2.37; 10.25)
56
PAPS thrombotic primary antiphospholipid syndrome t-SAPS thrombotic secondary antiphospholipid syndrome AV arterial thrombosis VT venous thrombosis * Adjusted for age, gender
Tissue Factor Patients with
APS-VT n(%)
Controls,
n(%) OR (95% CI)*
Per unit increase 77 118 1.009 (1.005; 1.013)
< 50th percentile (<117.9pg/mL) 15 (19.5) 59 (49.2) 1 (reference)
50th-75th percentile (117.9-159.5
pg/mL)
11 (14.3)
30 (25.0)
1.78
(0.69;
4.55)
>75th percentile (>159.5 pg/mL) 51 (66.2) 29 (24.2) 6.98 (3.26; 14.95)
57
Table 5 Levels of TF in different profiles of aPL
aPL antibodies profile
Number of
patients
TF levels*
Median Interquartile
range
Single positivity for aβ2GP1
or aCL 9 164.0 (101.8; 270.9)
Single positivity for LAC 46 189.8 (127.4; 306.5)
Double positivity for aCL
and aβ2GP1
21
153.6
(63.1;
679.4)
Double positivity for LAC
plus aβ2GP1 (or aCL)
8
210.4
(125.3;
365.6)
Triple positivity 22 248.6 (136.2; 421.0)
*P value 0.5, calculated using Kruskal Wallis test LAC lupus anticoagulant aCL anticardiolipin (IgM or IgG) aβ2GP1 anti beta 2 glicoprotein 1 LAC results were missing in 5 patients
58
Figure 2 Odds ratio and 95% confidence intervals (CI) for unprovoked VTE, t- PAPS and t-SAPS according to the levels of circulating tissue factor, adjusted for age and gender. VTE=venous thromboembolism; t-PAPS= thrombotic primary antiphospholipid syndrome; t-SAPS= thrombotic secondary antiphospholipid syndrome; TF=tissue factor. P50= below 50th percentile (tissue factor levels <117.9pg/mL); P50-P75 percentile (tissue factor levels 117.9-159.5 pg/mL); P75= above 75th percentile (tissue factor levels >159.5 pg/mL.)
59
5.3. Correlação dos níveis de FT circulante com os níveis de citocinas
inflamatórias, FVW e ADAMTS13
Os marcadores da coagulação, FVW e ADAMTS13, estavam alterados nos
pacientes com TEV, SAF primária e SAF secundária. Os níveis circulantes de FVW
estavam significativamente aumentados nos pacientes com TEV e SAF secundária,
e discretamente aumentados nos com SAF primária, em relação aos controles.
Inversamente, a atividade da ADAMTS13 estava diminuída nos pacientes em
relação aos controles.
Em relação aos marcadores inflamatórios, observamos que os níveis séricos
de TNF- α, hs-PCR e IL-6 estavam aumentados nos três grupos de pacientes: TEV,
SAF primária e SAF secundária, em relação aos controles. Os níveis de IL-8
estavam semelhantes entre os grupos controle e pacientes.
Tabela 3 demostra os resultados dos dados laboratoriais:
60
Tabela 3: Dados laboratoriais dos pacientes com trombose (TEV, SAF primária, SAF
secundária) e controles.
Controles (n=118)
TEV (n=51) SAF primária (n=68)
SAF secundária (n=43)
P**
ADAMTS 13 (%) Mediana (IQR) (2)
177,10 (118,36- 273,10)
95,93 (86,37- 108,08)*
103,91 (93,27- 128,31)*
111,93 (94,59- 125,13)*
<0,0001
FVW U/dL Mediana (IQR) (3)
87,63 (65,27- 128,38)
147,27 (113,76- 183,77)*
132,28 (84,81- 164,8)*
140,56 (107,29- 166,71)*
<0,0001
TNF-α pg/ml Mediana (IQR) (4)
0,10 (0,08- 0,14)
2,36 (1,53- 4,39)*
1,21 (0,12- 1,95)*
2,04 (1,36- 4,25)*
<0,0001
hs-PCR mg/dL Mediana (IQR) (5)
0,13 (0,07- 0,34)
0,21 (0,07- 0,39)
0,28 (0,09- 0,67)*
0,28 (0,09- 0,85)*
0,02
IL-6 pg/ml Mediana (IQR)(6)
0,28 (0,18- 0,46)
1,21 (0,81- 2,07) *
0,90 (0,55- 2,39) *
1,83 (0,93- 3,33)*
<0,0001
IL-8 pg/ml Mediana (IQR) (7)
17,0 (13,25- 22,75)
19,0 (12,0- 28,0)
19,0 (16,0- 25,75)
22,0 (14,0-32,0) 0,14
*Indica qual grupo é diferente do grupo controle. Calculado pelo teste não paramétrico de comparação de
Dunn. ** Valor de P calculado utilizando teste de Kruskal Wallis SAF- Síndrome do anticorpo antifosfolípide TEV-Tromboembolismo venoso FT- Fator tecidual ADAMTS 13- A Disintegrin And Metalloprotease with Thrombospondin type 1 repeats FVW- Fator de von Willebrand TNF-α- Fator de necrose tumoral-alfa hs-PCR- Proteína C Reativa IL-6: Interleucina-6 IL-8: Interleucina-8 IQR- Interquartile range n= Número de indivíduos (1) Diferenças estatísticasentre controles vs SAF primária e SAF secundária; TEV vs SAF primária e TEV vs SAF secundária. (2)Diferenças estatísticas entre controles vs TEV, SAF primária e SAF secundária; TEV vs SAF primária. (3) Diferenças estatísticas entre controles vs TEV e SAF secundária (4) Diferenças estatísticasentre controles vs TEV, SAF primária e SAF secundária; TEV vs SAF primária (5) Diferenças estatísticas entre controles vs SAF primária. (6) Diferenças estatísticas entre controles vs TEV, SAF primária e SAF secundária. (7) Não houve diferenças estatísticas entre os grupos.
61
a. b. 2000 1500 1000 500
500
400
400 300
200
200
100
0 SAF SAF
Controles TEV Primária Secundária
0 SAF SAF
Controles TEV Primária Secundária
c. d
.
100 80 60 40 40
P<0,0001
15 P=0,0011
10
5
2
30
20
10
0
-10
SAF SAF
Controles TEV Primária Secundária
1
0
SAF SAF
Controles TEV Primária Secundári
P<0,0001
P<0,0001
TN
F-
pg
/mL
A
DA
MT
S 1
3 (
%)
FV
W U
/dL
h
s-P
CR
mg
/dL
d.
62
Controles TEV Primária Secundária
0
5
10
14
16
18
20
P<0,0001
SAF SAF
IL-6
pg
/mL
Controles TEV Primária Secundária
0
20
40
60
80
100250
300
350
400P=0,0362
SAF SAFIL
-8 p
g/m
L
Figura 7: Marcadores da coagulação e os marcadores inflamatórios avaliados nos
pacientes e controles.
Legenda: a. níveis séricos de ADAMTS 13, b. níveis séricos de FVW, c. níveis séricos de TNF- α, d.
níveis séricos de hs-PCR, e. níveis séricos de IL-6, f. níveis séricos de IL-8. O valor de P se refere ao
teste de Kruskal Wallis e foi considerado significativo quando < 0,05
Nos controles, houve correlação fraca entre os níveis de FT e IL-6. Não houve
correlação do FT com os outros parâmetros analisados. As Figuras abaixo
demostram esses resultados.
e. f.
63
1
r= 0,17 95% IC -0,03- 0,37 P= 0,0870
FT
pg
/mL
x h
s-P
CR
mg
/dL
a.
1000
b.
1000
100 100
10
0 100 200 300 400
10
0 100 200 300 400
c. d.
10 10
1 1
0.1 0.1
0.01 100 200 300 400
0.01 100 200 300 400
e. 10
100
1
10
0.1
0 100 200 300 400
1 100 200 300 400
r= -0,13 95% IC-0,37- 0,12 P= 0,2948 r= 0,08 95% IC-0,24- 0,25 P= 0,9558
r= -0,01 95% IC -0,22- 0,19 P= 0,8935
r= 0,21 95% IC"0, 01- 0,39 P= 0,0372 r= 0,05 95% IC -0,23- 0,32 P= 0,7341
f. 000
FT
pg
/mL
x IL
-6 p
g/m
L
FT
pg
/mL
x T
NF
- p
g/m
L
FT
pg
/mL
x A
DA
MT
S 1
3%
FT
pg
/mL
x F
vW
U/d
L
FT
pg
/mL
x IL
-8 p
g/m
L
64
Figura 8: Correlação do FT com outros marcadores de coagulação e marcadores
inflamatórios avaliados nos controles.
Legenda: a. correlação do FT com ADAMTS 13, b. correlação do FT com FWV, c. correlação do FT
com TNF-α, d. correlação do FT com hs-PCR, e. correlação FT com IL-6, f. correlação FT com IL-8. O
valor de P se refere ao teste de Sperarman e foi considerado significativo quando < 0,05
5.3.1. Avaliação de interleucinas conforme a manifestação clínica da SAF
Para avaliarmos se os marcadores da coagulação ou inflamatórios poderiam
estar associados a diferentes manifestações clínicas da SAF, como trombose arterial
e tromboses de repetição, subdividimos os pacientes com SAF primária e secundária
entre os que tiveram trombose venosa ou arterial e entre os que haviam tido
tromboses de repetição ou um único evento trombótico.
Não houve diferença dos níveis de FVW, ADAMTS 13, TNF-α, hs-PCR, IL-6
e IL-8, entre pacientes com trombose venosa e trombose arterial. Em relação a
recorrência dos eventos trombóticos, os pacientes com SAF que tiveram múltiplas
tromboses, apresentaram níveis circulantes de FT, FVW, ADAMTS 13, TNF-α, hs-
PCR, IL-6 e IL-8 semelhantes aos dos pacientes que tiveram um único episódio
trombótico. Os dados descritos estão nas tabelas 4 e 5.
65
Tabela 4: Demonstra a comparação dos pacientes de SAF com ocorrência de
trombose venosa e trombose arterial
Trombose Venosa Trombose Arterial P*
ADAMTS 13
(%) Mediana
(IQR)
107,10 (94,21-125,30)
n=49
111,50 (92,85- 123,80)
n=24
0,57
FVW U/dL
Mediana
(IQR)
131,80 (98,17-162,70)
n=48
143,70 (80,01-171,60) n=25 0,63
TNF-α pg/ml
Mediana
(IQR)
1,42 (0,18- 2,68) n= 76 1,40 (0,29- 2,10) n= 37 0,70
hs-PCR mg/dL
Mediana (IQR)
0,27 (0,09- 0,61) n= 72 0,33 (0,08- 1,00) n=36 0,28
IL-6 pg/ml
Mediana (IQR)
1,24 (0,58 -3,03) n=77 1,17 (0,61- 2,75) n= 37 0,90
IL-8 pg/ml
Mediana (IQR)
25,34 (16,54- 62,24) n=
58
19,24 (14,51- 28,69) n=28 0,08
*Valor de P calculado utilizando teste de Man-Whitney SAF- Síndrome do anticorpo antifosfolípide TEV-Tromboembolismo venoso FT- Fator tecidual ADAMTS 13- A Disintegrin And Metalloprotease with Thrombospondin type 1 repeats FVW- Fator de von Willebrand TNF-α- Fator de necrose tumoral-alfa hs-PCR - Proteína C Reativa IL-6: Interleucina-6 IL-8: Interleucina-8 IQR- Interquartile range n= Número de indivíduos
66
Tabela 5: Comparação entre pacientes com SAF conforme a ocorrência, ou não, de
múltiplos eventos trombóticos.
Evento trombótico único Múltiplas tromboses P*
ADAMTS 13
(%) Mediana
(IQR)
109,03 (98,08- 131,80)
n=35
107,50 (93,11- 117,40) n=38 0,37
FVW U/dL
Mediana (IQR)
132,50 (81,88- 162,40)
n=36
134,00 (89,94- 175,80) n=38 0,41
TNF-α pg/ml
Mediana (IQR)
1,33 (0,15- 2,31) n=72 1,75 (1,10- 2,65) n=41 0,15
hs-PCR mg/dL
Mediana (IQR)
0,26 (0,09- 0,65) n=71 0,32 (0,09- 0,83) n=38 0,42
IL-6 pg/ml
Mediana (IQR)
1,24 (0,58- 3,03) n=73 1,10 (0,64- 2,60) n=42 0,87
IL-8 pg/ml
Mediana (IQR)
24,26 (15,25- 41,93) n=50 20,78 (16,82- 34,73) n=37 0,57
*Valor de P calculado utilizando teste de Man-Whitney SAF- Síndrome do anticorpo antifosfolípide IQR- Interquartile range n= Número de indivíduos TEVTromboembolismo venoso FT- Fator tecidual ADAMTS 13- A Disintegrin And Metalloprotease with Thrombospondin type 1 repeats FVW - Fator de von Willebrand TNF-α- Fator de necrose tumoral-alfa hs-PCR - Proteína C Reativa IL-6: Interleucina-6 IL-8: Interleucina-8
67
5.4. Quantificação das micropartículas circulantes
As análises de micropartículas foram realizadas em 9 pacientes com SAF
primária, 9 pacientes com SAF secundária e 9 controles, escolhidos
randomicamente dentre os sujeitos participantes deste estudo. Não foram incluídos
pacientes com TEV porque não havia amostras adequadas desses pacientes para a
avaliação das MPs.
O número de micropartículas de células endotelias CD 34+ (MP-CD34+) foi
maior nos pacientes com SAF em relação ao controle, mas a diferença não foi
estatisticamente significativa. A média de eventos MP-CD34+ foi 9.778/mL nos
controles, 20.890 na SAF primária e 21.780/mL na SAF secundária (Figura 9).
Houve, entretanto, uma tendência a maior expressão de FT nas MP- CD34+ dos
pacientes com SAF primária e secundária em relação aos controles. A média de MP-
CD34+FT+ foi 1.333/mL nos controles, 4.444/mL na SAF primária e 8.444/mL na
SAF secundárias (P=0.08) (Figura 10).
O número de micropartículas de monócitos (MP-CD14+) foi semelhante nos
pacientes e controles. A média de eventos MP-CD14+ foi 7.111/mL nos controles
11.110/mL na SAF primária e 20.440/mL na SAF secundária (Figura 11). A
expressão de FT nas MP-CD14 foi maior nos pacientes com SAF, em particular SAF
secundária, porém a diferença não foi estatisticamente significativa. A média de
eventos MP-CD14+-FT+ foi 888,9/mL nos controles, 1.333/mL na SAF primária e
2.667/mL na SAF secundária (Figura 12).
O número de micropartículas de plaquetas (MP-CD 41+) foi semelhante nos
controles e pacientes. A média de eventos de MP-CD41+ foi 16.890 nos controles,
26.670 na SAF primária e 18.670 na SAF secundária (Figura 13). Não observamos
nenhuma MP de plaquetas CD 41+ que expressasse FT.
O número de micropartículas de células endoteliais CD144+ (MP-CD144+) foi
semelhante nos pacientes e controles, a média de eventos foi 25.780/mL nos
controles, 30.200/mL na SAF primária e 43.110 na SAF secundária. (Figura 14). Não
observamos nenhuma MP de células endoteliais CD 144+ com expressão de FT.
Nós avaliamos também o número de MP que expressavam FT, independentemente
de sua origem celular. Observamos que a quantidade de MP-FT+ foi semelhante nos
68
pacientes e controles. A média de eventos MP-FT+ foi 126.700/mL nos controles,
(+/- 101.500), 184.900/mL na SAF primária e 146.200/mL na SAF secundária.
(Figura 15).
69
P=0,4075
P=0,1746
MP
(A
nV
+)
+ (
CD
34
+)
+(F
T+
)
ev
en
tos
/m
L
MP
(A
nV
+)
+ (
CD
14+
) +
(F
T+
)
ev
en
tos /
mL
80000 50000
60000
40000
40000
30000
20000
20000 10000
0
SAF SAF Controles Primária Secundária
0 SAF SAF
Controles Primária Secundária
*Valor de p calculado utilizado o teste de Kruskal Wallis
*Valor de p calculado utilizado o teste de Kruskal Wallis
Figura 9: Resultados das análises de
citometria para Micropartículas de células
endoteliais (CD34+).
Legenda: a Figura demonstra o número de
eventos de MP de CD 34+ nos pacientes de SAF
primária , SAF secundária e controles.
Figura 10: Resultados das análises de
citometria de fluxo para micropartículas
de células endoteliais (CD34+) e FT.
Legenda: a Figura Representa a quantificação de
MPs de células endoteliais (CD34+) que
expressam FT, nos controles e nos pacientes com
SAF primária e SAF secundária.
60000 15000
40000 10000
20000 5000
0 SAF
SAF 0
SAF SAF Controles Primária Secundária
*Valor de p calculado utilizado o teste de Kruskal Wallis
Controles Primária Secundária
*Valor de p calculado utilizado o teste de Kruskal Wallis
Figura 11: Resultados das análises de
citometria de fluxo para micropartículas
de monócitos (CD14+).
Legenda: a Figura representa os eventos de MP
de CD 14+ nos pacientes de SAF primária e SAF
secundária e controles.
Figura 12: Resultados das análises de
citometria de fluxo para micropartículas
de monócitos (CD14+) e FT.
Legenda: a Figura representa os eventos de CD
14+ /FT+ nos pacientes de SAF primária e SAF
secundária e controle
P=0,0806
P=0,5290
MP
(A
nV
+)+
CD
14
+
ev
en
tos/m
L
MP
(A
nV
+)+
CD
34+
even
tos/m
L
70
P=0,1816
MP
(A
nV
+)+
CD
14
4+
even
tos / m
L
80000 200000
60000 150000
40000 100000
20000 50000
0 SAF SAF
Controles Primária Secundária
0 SAF SAF
Controles Primária Secundária
*Valor de p calculado utilizado o teste de Kruskal Wallis *Valor de p calculado utilizado o teste de Kruskal Wallis
Figura 13: Resultados das análises de
citometria de fluxo para micropartículas
de plaquetas (CD41+).
Legenda: a Figura mostra o número de eventos
de CD 41+ nos pacientes de SAF primária e SAF
secu
Figura 14: Resultados das análises de
citometria de fluxo para micropartículas
de células endoteliais (CD 144+).
Legenda: Demonstra o número de eventos de
MP de CD144+ nos pacientes de SAF primária
SAF secundária e controles.
800000.0
600000.0
400000.0
200000.0
0.0
ndária e controles.
SAF SAF
Controles Primária Secundária
*Valor de p calculado utilizado o teste de Kruskal Wallis
Figura 15: Resultados das análises de
citometria de fluxo de positividade de
micropartículas e FT.
Legenda: a Figura demonstra os eventos de
Anexina V+/ FT+ nos controles, SAF primária, e
SAF secundária.
P=0,9106
P=0,6627
MP
(A
nV
+)
+ (
FT
+)
ev
en
tos/m
L
MP
(A
nV
+)
+
CD
41
+ e
ve
nto
s/m
L
71
6. DISCUSSÃO
No presente estudo, pudemos observar que níveis elevados de FT estão
associados a tromboses relacionadas à SAF, em contraste com a não associação
entre níveis de FT e TEV. Na SAF, os níveis circulantes de FT estavam aumentados
tanto nos casos primários quanto nos secundários a LES, sendo que o aumento foi
mais pronunciado neste último grupo. Entretanto, quando avaliamos complicações
relacionadas à maior gravidade da SAF, como o local da trombose (venosa ou
arterial) ou recorrência das tromboses (tromboses múltiplas), pudemos observar que
os níveis de FT não estavam relacionados com a gravidade da doença.
A associação entre FT e manifestações clínicas da SAF já havia sido
demonstrada anteriormente em um estudo observacional que incluiu principalmente
casos obstétricos de SAF. Nesse estudo, altos níveis de FT estavam associados a
manifestações obstétricas da SAF (25). Portanto, os resultados do nosso estudo são
consistentes com estudos anteriores, e demonstram ainda que o FT está associado
não apenas com as manifestações obstétricas, mas também com as manifestações
trombóticas, arterial ou venosa, da SAF.
A importância do FT para o desenvolvimento da trombose arterial já foi
descrita. Acredita-se que a lesão endotelial sob as placas ateroscleróticas pode levar
a expressão do FT nas placas (26, 27). Nesse contexto, o FT é responsável pelo
início da cascata de coagulação e é fundamental para a indução do trombo sobre a
lesão aterosclerótica. Embora a principal fonte de FT seja a placa aterosclerótica, o
FT circulante presente principalmente em monócitos pode também contribuir para a
formação do trombo no local da ruptura da placa. (28)
Ao contrário do que ocorre nas tromboses arteriais, o papel do FT nas
tromboses venosas é questionável. Dois estudos clínicos recentes avaliaram a
associação entre FT e trombose venosa e não demonstraram relação entre
expressão do FT e a ocorrência de trombose venosa espontânea. (29, 30). Em
concordância com esses estudos, o presente estudo também não encontrou
associação entre os níveis de FT e a ocorrência TEV espontânea, e, portanto,
podemos demonstrar que o estímulo do FT provavelmente não exerce papel
importante na ocorrência dessas tromboses.
72
Pudemos observar, entretanto, que os níveis de FVW estavam significativamente
aumentados nos pacientes com TEV espontâneo e que o aumento do FVW foi
menos pronunciado na SAF. Esse resultado confirma a associação entre FVW e
TEV demonstrada em estudos anteriores (31). Desta forma, os resultados do
presente estudo permitem concluir que os mecanismos que levam a trombose
venosa na SAF são aparentemente distintos dos mecanismos trombóticos da TEV
espontânea. Diferentemente do que ocorre na TEV espontânea, na SAF o estado de
hipercoagulabilidade e a ocorrência de tromboses estão provavelmente relacionados
a ativação do FT.
É possível que a ativação do FT na SAF seja desencadeada por mecanismos
imunes, em particular pela ação de anticorpos antifosfolípides. Os anticorpos
antifosfolípides podem se ligar as membranas celulares e ativar células que
expressam FT, como monócitos e células endoteliais, principalmente. Além disso, o
maior potencial inflamatório da SAF, em relação a outros tipos de trombose, também
poderia estimular células endoteliais e monócitos a expressar FT. No presente
estudo, pudemos observar que as citocinas inflamatórias, TNF-α, IL-6, IL-8 e hs-
PCR estavam aumentadas nos casos de SAF, em particular de SAF secundária,
mas também estavam aumentados nos casos de TEV espontânea. Os níveis das
citocinas inflamatórias estavam aumentados de forma semelhante nos pacientes
com TEV espontânea e SAF, e não houve correlação significativa entre níveis de FT
e níveis de citocinas inflamatórias circulantes. Portanto, não conseguimos
demonstrar a relação entre inflamação e FT nesse estudo.
Esse resultado foi inesperado porque a relação entre ativação do FT e doenças
inflamatórias já foi demonstrada em diversos estudos experimentais e clínicos
prévios, como Ji Y et al (32) que, em um estudo com modelo murino de trombose,
demonstrou que a PCR promove ativação do FT e do antígeno ativador do
plasminogênio (PAI-1). Também há evidências de que a expressão do FT nos
monócitos poderia ser desencadeada pela presença de LDL oxidado, que ativaria
essas células e levaria a secreção de citocinas inflamatórias (5, 33). Em outro estudo
recente (34), mostrou que a hiperglicemia poderia induzir o receptor Toll-like 4
(TLR4), presente em monócitos e células endoteliais, e em consequência, estimular
a atividade procoagulante do FT, evidênciando a relação entre mecanismos
inflamatórios e a atividade do FT. Já em modelos murinos de SAF, Laplante et al.
73
(34) demonstrou que anticorpos antifosfolípides e lipopolissacarídeos (LPS)
mostraram-se capazes de aumentar a expressão do FT em leucócitos através da
indução do TLR4. E ainda nesse sentido, Tehrani et al. (36) realizou um estudo onde
o tratamento com atorvastatina reduziu o FT, possivelmente pela ação anti-
inflamatória da droga.
Além disso, o aumento de expressão do FT foi demonstrado ser causa da
hipercoagulabilidade e tromboses induzidas por neoplasia (37, 38). Estudos clínicos
sugerem que o FT circulante pode ser útil como biomarcador para identificar o risco
trombótico de pacientes com câncer (39, 40).
Apesar das evidências descritas acima, a relação entre inflamação e estímulo
para expressão de FT não foi observada em outros estudos. Recentemente foi
demonstrado que citocinas inflamatórias, como IL-6, IL-8 e IL-1β estimulavam a
coagulação sobre a placa aterosclerótica através principalmente da ativação de
plaquetas, sendo que a expressão do FT e a ativação da cascata da coagulação
seriam eventos secundários (41).
Além disso, o nosso estudo não pode descartar uma possível relação entre
ativação do FT e inflamação, porque as citocinas mensuradas não são marcadores
específicos da SAF ou da atividade autoimune, e seus níveis podem oscilar devido a
diversos fatores, como infecção, obesidade, trauma. Estudos clínicos recentes
mostraram que níveis de TNF-α, embora aumentados, são incapazes de distinguir
casos de SAF primária e secundária (42,43, 44).
Portanto, acreditamos que a mensuração de marcadores de inflamação ou
ativação imune que sejam mais específicos da SAF, como a formação de complexo
antígeno-anticorpo (antiB2GP1- B2GP1) ou quantificação de níveis séricos de
anticorpos por quimiluminescência, poderiam ser úteis para demonstrar a
associação entre a atividade imune da doença e a ativação do FT em estudos
clínicos.
Até o momento, os resultados desse estudo nos permitem afirmar que há uma
associação entre o FT circulante e a ocorrência de trombose relacionada à SAF, e
que é possível que o aumento do FT exerça efeito causal nesse tipo de trombose.
Entretanto, uma vez que o FT é uma proteína presente nas membranas
celulares e que não há formas livres circulantes de FT, o segundo objetivo do
74
estudo, foi avaliar clinicamente qual seria a origem celular do FT observado na
circulação dos pacientes. Sabe-se que células ativadas podem liberar
micropartículas na circulação sanguínea e que contém as mesmas proteínas de
superfície expressas nas células de origem. Em particular, já foi demonstrado “in
vitro”, que células endoteliais, plaquetas ou monócitos, podem liberar micropartículas
que expressam FT após sofrerem estímulo procoagulante. Além disso, a forma
circulante do FT é provavelmente resultado da liberação de micropartículas da
membrana dessas células. Portanto, para avaliar a origem do FT circulante,
quantificamos as micropartículas que expressam FT e sua origem celular. Pudemos
observar que pacientes com SAF apresentavam uma tendência ao aumento de
micropartículas de células endoteliais (CD34+) que expressavam FT, o que sugere
que o FT circulante observado nos pacientes com SAF pode ser originado de células
endoteliais ativadas.
Estudos prévios também exploraram a presença de FT em micropartículas
circulantes. Khaspeka et al.(45) comparou a atividade do FT em micropartículas de
células endoteliais, plaquetas, monócitos e granulócitos em um estudo “in vitro”.
Nesse estudo, foi observado que micropartículas de monócitos e de células
endoteliais expressavam FT. Porém, não houve expressão do FT em micropartículas
de plaquetas e nos granulócitos. Esse estudo também mostrou que o FT em
micropartículas se encontrava numa forma ativa e podia estimular o início da
cascata de coagulação. Shustova, et al. (46), também detectou FT ativo em
monócitos e, em menor quantidade, em células endoteliais, mas não em
micropartículas de plaquetas.
Um estudo anterior detectou a exposição da
fosfatidilserinanas micropartículas, bem como, a origem celular dessas
micropartículas na nefropatia por IgA, uma doença renal autoimune (47). Os
resultados mostraram que há exposição da fosfatidilserina na membrana de
micropartículas de leucócitos, plaquetas, eritrócitos e células endoteliais. A
exposição da fosfatidilserina também aumentou a afinidade do FVIIa e FVa, levando
assim ao aumento de FXa, produção de trombina e fibrina.
Ainda que nesse estudo não tenha sido avaliado se as micropartículas
expressavam FT, os resultados demonstram que as micropartículas estão
envolvidas no processo da coagulação. Portanto, nossos resultados, embora
75
incipientes, apontam para a mesma direção dos estudos prévios, visto que também
observamos positividade do FT em micropartículas de monócitos e células
endoteliais, em particular nos pacientes com SAF.
Esse estudo tem algumas limitações que precisam ser destacadas. Uma das
principais limitações está relacionada à quantificação das micropartículas. Primeiro,
tivemos problemas com a padronização dos experimentos com micropartículas
porque observamos que alguns sinais detectados pelo citômetro na região que
correspondia as micropartículas, correspondiam na verdade a agregados livres de
anticorpos. Parte da anexina V presente nas amostras ligou-se a esses anticorpos, e
não a micropartículas. Observamos, porém, que não havia marcação inespecífica
quando 3 anticorpos eram utilizados, como quando marcávamos micropartículas
(anexina V), antígeno de membrana (CD 34, 14, 144 ou 41) e FT. Portanto, optamos
por concentrar as análises nos dados que continham pelo menos 3 marcadores
fluorescentes, o que reduziu muito o número de eventos observados. Outra limitação
em relação à quantificação de micropartículas foi a escolha do marcador anexina V.
Um estudo recente (48) demonstrou que a anexina V não marca todas as
micropartículas presentes na amostra. É possível que mais de um marcador de
micropartículas seja necessário para que a quantificação seja mais precisa (49).
Portanto, o número de micropartículas detectado nesse estudo pode estar
subestimado por causa do uso apenas da anexina V como marcador. As células
endoteliais foram as que mais expressaram FT, entretanto não há como afirmar que
o FT observado nessas micropartículas é originário da própria célula endotelial, ou
carregado nas membranas de outras células que expressam FT,
célula-célula. Segundo, esse estudo também teve a limitação de ter realizado a
coleta retrospectiva dos dados clínicos dos pacientes, sendo assim, é possível que
alguns dados clínicos tenham sido perdidos ou não tenham sido recuperados na
ocasião do levantamento de dados. Terceiro, o FT circulante pode ser medido por
ELISA ou ensaios funcionais e a escolha do ensaio pode afetar a interpretação
clínica dos resultados. Aqui, escolhemos medir o antígeno de FT usando um teste
ELISA comercialmente disponível porque queríamos usar um ensaio que pudesse
ser facilmente reproduzido. Quarto, o tamanho da amostra foi pequeno, o que pode
ser explicado pela relativa raridade da SAF. No entanto, o estudo teve poder
estatístico para demonstrar uma associação entre TF circulante e trombose
76
relacionada à SAF. Quinto, não incluímos no estudo um grupo de participantes com
antifosfolípides, mas assintomáticos, o que poderiam ter fornecido informações
adicionais sobre a associação entre níveis circulantes de FT e esses anticorpos. No
entanto, um estudo anterior demonstrou que os níveis de FT foram semelhantes em
indivíduos com antifosfolípides positivos e controles saudáveis, sugerindo que o
aumento nos níveis de FT está relacionado principalmente a complicações da SAF.
Apesar das limitações do estudo, pudemos demonstrar que a SAF se diferencia
das outras trombofilias por apresentar eventos trombóticos associados ao aumento
da expressão do FT. É possível que a associação entre FT e trombose na SAF
tenha sido subestimada devido às limitações do estudo, entretanto, apesar das
limitações, essa associação pôde ser demonstrada.
A confirmação da importância do FT nas manifestações trombóticas da SAF
tem relevância clínica diagnóstica e terapêutica. Há grande dificuldade atualmente
em se diagnosticar alguns casos de SAF, primeiro porque os resultados da dosagem
de anticorpos apresentam grande variabilidade inter e intralaboratorial (50).
Segundo, porque muitos pacientes estão em uso de anticoagulação e os
medicamentos anticoagulantes podem interferir com os resultados dos testes de
anticorpos. Finalmente, porque altos níveis de PCR podem influenciar na detecção
do anticoagulante lúpico. Desta forma, a dosagem do FT poderia surgir como um
marcador da doença, a ser utilizado em conjunto com os exames atuais, para
auxiliar no diagnóstico da SAF.
Do ponto de vista terapêutico, a confirmação da importância do FT nas
manifestações trombóticas da SAF poderia embasar a justificativa para o uso futuro,
em estudos clínicos, de medicamentos que possam prevenir a trombose na SAF
através da redução da expressão do FT. Um medicamento em potencial que
atenderia essa questão seria a estatina, uma classe de drogas amplamente
utilizadas para a redução dos lípides séricos e que possui efeitos antitrombóticos
pleiotrópicos. Dentre os efeitos antitrombóticos das estatinas, está a redução da
expressão do FT, tanto em placas ateroscleróticas quanto em monócitos.
77
7. REFERÊNCIAS
(1) Gardiner C, Hills J, Machin SJ, Cohen H. Diagnosis of antiphospholipid syndrome in routine clinical practice. Lupus. 2012;(September 2012):17–25.
(2) Espinosa G, Cervera R. Antiphospholipid syndrome: frequency, main causes and risk factors of mortality. 2010; Nat Rev Rheumatol, v.6, n.5, May, p.296-00.
(3) Meroni PL, Borghi MO, Raschi E, Tedesco F.Pathogenesis of antiphospholipid syndrome: understanding the antibodies. Nat Rev Rheumatol. 2011; v.7, n.6, Jun, p.330-09.
(4) Cervera JC, Piette J, Font MA, Khamashta Y, Shoenfeld MT, Camps S, et al. Antiphospholipid syndrome: Clinical and immunologic manifestations and patterns of disease expression in a cohort of 1,000 patients, Arthritis Rheum. 46.2002; 1019–1027. doi:10.1002/art.10187.
(5) Ruiz-Irastorza G, Crowther M, Branch W, Khamashta MA. Antiphospholipid syndrome. Lancet [Internet]. 2010;376(9751):1498–509. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(10)60709-X
(6) Erkan D, Lockshin MD. Non-criteria manifestations of antiphospholipid syndrome. 2010; Lupus, v.19, n.4, Apr, p.424-7.
(7) Miyakis S, Lockshin MD, Atsumi T, Branch DW, Brey RL, Cervera R, et al.
International consensus statement on an update of the classification criteria for
definite antiphospholipid syndrome (APS). J Thromb Haemost. 2006;4(2):295–
306.
(8) Pengo V, Denas G, Banzato A, Bison E, Bracco A, Facchinetti M.Secondary
prevention in thrombotic antiphospholipid syndrome. Lupus. 2012; v.21, n.7,
Jun, p.734-5.
(9) Cervera R, Khamashta MA, Shoenfeld Y, Camps MT, Jacobsen S, Kiss E, et
al. Morbidity and mortality in the antiphospholipid syndrome during a 5-year
period: a multicentre prospective study of 1000 patients. Ann Rheum Dis
[Internet]. 2009; 68(9):1428–32. Available from:
https://ard.bmj.com/content/68/9/1428
(10) Pengo V, Ruffatti A, Legnani C, Gresele P, Barcellona D, Erba N, et al. Clinical
course of high-risk patients diagnosed with antiphospholipid syndrome. J
Thromb Haemost. 2010; v.8, n.2, Feb, p.237-42.
(11) Ruiz-Irastorza G, Cuadrado M, Ruiz-Arruza I, Brey R, Crowther M, Derksen R,
et al .Evidence-based recommendations for the prevention and long-term
management of thrombosis in antiphospholipid antibody-positive patients:
report of a task force at the 13th International Congress on antiphospholipid
antibodies. Lupus. 2011; v.20, n.2, Feb, p.206-18.
(12) Pengo V, Denas G, Banzato A, Bison E, Bracco A, Facchinetti M, et al.
Secondary prevention in thrombotic antiphospholipid syndrome. Lupus. 2012;
v.21, n.7, Jun, p.734-5.
78
(13) Keeling D, Mackie I, Moore GW, Greer IA, Greaves M. Guidelines on the
investigation and management of antiphospholipid syndrome. Br J Haematol.
2012;157(1):47–58.
(14) Saraiva SDS, Custódio IF, Mazetto BDM, Collela MP, De Paula EV,
Appenzeller S, et al. Recurrent thrombosis in antiphospholipid syndrome may
be associated with cardiovascular risk factors and inflammatory response.
Thromb Res. 2015; v.136,Dec, p.1174–1178.
(15) Cesarman-Maus G, Hajjar KA. Molecular mechanisms of fibrinolysis. Br J
Haematol. 2005; v.129, n.3, May, p.307-21.
(16) Rapaport SI. Regulation of the tissue factor pathway. Ann N Y Acad Sci. 1991;
v.614, p.51-62.
(17) Brummel KE, Paradis SG, Butenas S, Mann KG. Thrombin functions during
tissue factor-induced blood coagulation. Blood. 2002;100(1):148–52.
(18) Lim W. Antiphospholipid antibody syndrome. Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2009; p.233-9.
(19) Flores-Nascimento MC, Beltrame MP, De Paula EV, Montalvão SL, Pereira FG, Orsi FL, et al. Microparticles in deep venous thrombosis, antiphospholipid syndrome and Factor V Leiden. Platelets. 2009; v.20, n.6, Sep, p.367-75.
(20) Breitenstein A, Tanner FC, Lüscher TF. Tissue Factor and Cardiovascular Disease: Circ J [Internet]. 2010;74(1):3–12. Available from:http://joi.jlc.jst.go.jp/JST.JSTAGE/circj/CJ-09-0818?from=CrossRef
(21) Favaloro EJ, Smith J, Petinos P, Hertzberg M, Koutts J. Laboratory testing for von Willebrand's disease: an assessment of current diagnostic practice and efficacy by means of a multilaboratory survey. RCPA Quality Assurance Program (QAP) in Haematology Haemostasis Scientific Advisory Panel. Thromb Haemost. 1999; v.82, n.4, Oct, p.1276-82.
79
(22) Nieuwland R, Berckmans RJR, McGregor S, Böing AN, Romijn FP,
Westendorp RGJ, et al. Cellular origin and procoagulant properties of
microparticles in meningococcal sepsis. Blood. 2000; v.95, n.3, Feb 1, p.930-5.
(23) Sturk-Maquelin KN, Nieuwland R, Romijn FP, Eijsman L, Hack CE, Sturk A.
Pro- and non-coagulant forms of non- cell-bound tissue factor in vivo. J Thromb
Haemost. 2003; v.1, n.9, Sep, p.1920-6.
(24) Tesselaar MET, Romijn FPHTM, Van Der Linden IK, Prins FA, Bertina RM,
Osanto S. Microparticle-associated tissue factor activity: A link between cancer
and thrombosis? J Thromb Haemost. 2007;5(3):520–7.
(25) Tehrani S, Mobarrez F, Antovic A, Santesson P, Lins P, Adamson U, et al.
Atorvastatin has antithrombotic effects in patients with type 1 diabetes and
dyslipidemia, Thrombosis Research. 2010; v.126 , Issue 3 , e225 - e231
(26) Tremoli E. Tissue Factor in Arterial and Venous Thrombosis : From Pathophysiology to Clinical Implications. 2015;1(212).
(27) Palmerini T, Tomasi L, Barozzi C, Della Riva D, Mariani A, Taglieri N, et al. Detection of tissue factor antigen and coagulation activity in coronary artery thrombi isolated from patients with ST-segment elevation acute myocardial infarction. PLoS One. 2013;8(12):1–9.
(28) Tatsumi K, Mackman N. Tissue Factor and Atherothrombosis. J Atheroscler Thromb [Internet]. 2015;22(6):543–9. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26016513
(29) Thaler J, Koppensteiner R, Pabinger I, Ay C, Gremmel T. Microparticle- associated tissue factor activity in patients with acute unprovoked deep vein thrombosis and during the course of one year, Thromb. Res. 134 (2014) 1093– 1096. doi:10.1016/j.thromres.2014.07.041.
(30) Evangelista FCG, Rios DRA, Ribeiro DD, Carvalho MG, Dusse LMS, Fernandes AP, et al. Lack of association between potential prothrombotic genetic risk factors and arterial and venous thrombosis. Genet Mol Res [Internet]. 2015;14(3):9585–94. Available from:http://www.funpecrp.com.br/gmr/year2015/vol143/pdf/gmr5954.pdf
(31) Mazetto BM, Orsi FL, Barnabe A, De Paula E, Flores-Nascimento MC, et al Increased ADAMTS13 activity in patients with venous thromboembolism. Thrombosis Research. 2012; v.130,Issue 6 , 889 - 893.
(32) Ji Y, Fish PM, Strawn TL, Lohman AW, Wu J, Szalai AJ, et al. C-reactive protein induces expression of tissue factor and plasminogen activator inhibitor-1 and promotes fibrin accumulation in vein grafts. J Thromb Haemost [Internet]. 2014;12(10):1667–77.
(33) Martirosyan A, Petrek M, Navratilova Z, Blbulyan A, Boyajyan A, Manukyan G. Differential regulation of proinflammatory mediators following LPS- and ATP-induced activation of monocytes from patients with antiphospholipid syndrome. Biomed Res Int. 2015;2015.
(34) Koneti NR, Kathare P, Dash TK, Murki S. Surgical correction of obstructed total anomalous pulmonary venous return soon after birth. Annals of Pediatric Cardiology. 2015; 8(3):255-256.
(35) Laplante P, Fuentes R, Salem D, Subang R, Gillis MA, Hachem A, et al. Antiphospholipid antibody-mediated effects in an arterial model of thrombosis are dependent on Toll-like receptor 4. Lupus. 2016; v.25, Issue 2, p. 162 - 76.
80
(36) Tehrani S, Mobarrez F, Antovic A, Santesson P, Lins PE, Adamson, U. Atorvastatin has antithrombotic effects in patients with type 1 diabetes and dyslipidemia, Thrombosis Research. 2010; v.126 , Issue 3 , e225 - e231
(37) Geddings JE, Hisada Y, Boulaftali Y, Getz TM, Whelihan M, Fuentes R, et al. Tissue factor-positive tumor microvesicles activate platelets and enhance thrombosis in mice. J Thromb Haemost. 2016;
(38) Thomas GM, Brill A, Mezouar S, Crescence L, Gallant M, Dubois C, et al. Tissue factor expressed by circulating cancer cell-derived microparticles drastically increases the incidence of deep vein thrombosis in mice. J Thromb Haemost. 2015;
(39) Geddings JE, Mackman N. Tumor-derived tissue factor–positive microparticles and venous thrombosis in cancer patients. Blood. 2013; 122(11):1873-80.
(40) Auwerda JJ, Yuana Y, Osanto S, de Maat MP, Sonneveld P, Bertina RM et al. Microparticle-associated tissue factor activity and venous thrombosis in multiple myeloma. Thromb Haemost.; 2011. 105(1):14–20.
(41) Bester J, Pretorius E. Effects of IL-1β, IL-6 and IL-8 on erythrocytes, platelets and clot viscoelasticity. Scientific Reports. 2016; 6(1), 32188.
(42) Bertolaccini ML, Atsumi T, Lanchbury JS, Caliz AR, Katsumata K, Vaughan RW, et al. Plasma tumor necrosis factor alpha levels and the -282* A promoter polymorphism in patients with antiphospholipid syndrome. Tromb Haemost. 2001; 85:198-203.
(43) Swadzba J, Iwaniec T, Musial J. Increased level of tumor necrosis factor-?? in patients with antiphospholipid syndrome: Marker not only of inflammation but also of the prothrombotic state. Rheumatol Int. 2011;31(3):307–13.
(44) Bećarević M. TNF-alpha and annexin A2: inflammation in thrombotic primary antiphospholipid syndrome. Rheumatol Int. 2016;36(12):1649–56.
(45) Khaspekova SG, Antonova OA, Shustova ON, Yakushkin V V., Golubeva N V., Titaeva E V., et al. Activity of tissue factor in microparticles produced in vitro by endothelial cells, monocytes, granulocytes, and platelets. Biochem [Internet]. 2016;81(2):114–21.
(46) Shustova ON, Antonova OA, Golubeva NV, Khaspekova SG, Yakushkin VV, Aksuk SA, et al. Differential procoagulant activity of microparticles derived from monocytes, granulocytes, platelets and endothelial cells. Blood Coagul Fibrinolysis [Internet]. 2017;28(5):373–82. Available from: http://insights.ovid.com/crossref?an=00001721-201707000-00004
(47) He Z, Zhang Y, Cao M, Ma R, Meng H, Yao Z, et al. Increased phosphatidylserine-exposing microparticles and their originating cells are associated with the coagulation process in patients with IgA nephropathy. Nephrol Dial Transplant. 2016;31(5):747–59.
(48) Chiva-Blanch G, Suades R, Padró T, Vilahur G, Peña E, Ybarra J, et al. Microparticle Shedding by Erythrocytes, Monocytes and Vascular Smooth Muscular Cells Is Reduced by Aspirin in Diabetic Patients. Rev Española Cardiol (English Ed [Internet]. 2016;69(7):672–80. Available from: http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S188558571630007X
81
(49) Wisgrill L, Lamm C, Hartmann J, Preißing F, Dragosits K, Bee A, et al. Peripheral blood microvesicles secretion is influenced by storage time, temperature, and anticoagulants. Cytom Part A. 2016;89(7):663–72.
(50) Saraiva SS, Orsi FA, Santos MP, Machado T, Montalvão S, Costa-Lima C, et al Home management of INR in the publichealth system: feasibility of self management of oralanticoagulation and long-term performance of individual POC devices in determining INRJ Thromb Thrombolysis. 2016.
82
8. ANEXOS
a. Anexo I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para pacientes e controles saudáveis
Projeto: “O papel do fator tecidual nas complicações trombóticas da síndrome
antifosfolípide”
Responsáveis pelo projeto:
Laís Quinteiro Tobaldini
Profa. Dra. Fernanda Loureiro de Andrade Orsi
Eu_____________________________________Idade:______RG: ______________
HC/AIH/RH_____________________Residente à Rua/
Av.___________________________ CEP:___________ ,Telefones:__________,
concordo em participar do presente estudo, após estar absolutamente esclarecido
(a) dos propósitos do mesmo.
Em caso de menores/ incapazes, o responsável
legal,_______________________________,RG:_________________, responsável
pelo(a) menor ou incapaz__________________________________,
Idade:____________RG:____________________,Grau de Parentesco:
______________Residente à Rua/
Av.___________________CEP:_________Telefones:_____________concorda que
o menor/incapaz participe do presente estudo, após estar absolutamente esclarecido
(a) dos propósitos do mesmo.
Este estudo pretende quantificar a presença e a atividade de fatores que agem na
coagulação que podem estar envolvidos na ocorrência de trombose em uma doença
grave, chamada síndrome antifosfolípide (SAF). Nestas doenças, o risco de
tromboses e suas complicações hemorrágicas são grandes e pode envolver uma
série de fatores, entre os quais aqueles que pretendemos identificar no sangue das
pessoas acometidas por essa doença. Os resultados da dosagem desses fatores
83
serão comparados com a evolução clínica dos doentes durante o tempo de vigência
deste estudo. Isso poderá ajudar na compreensão da gravidade da trombose nos
pacientes com SAF.
Para tanto, coletaremos 20mL de sangue do(a) senhor(a) em uma única ocasião,
através da punção de veia periférica.
Os riscos a que o senhor(a), ou o(a) menor ou incapaz por quem o(a) senhor(a) é
responsável, estará sujeito ao participar da coleta são hematoma (mancha roxa)
e/ou pequena dor no local da punção venosa. Este estudo não oferecerá a(o)
senhor(a) nenhum outro risco importante.
Sua participação, ou do(a) menor ou incapaz por quem o(a) senhor(a) é
responsável, no estudo contribuirá para o melhor entendimento da trombose na
SAF, e conseqüentemente para a proposta de um tratamento mais eficaz para este
tipo de doença no futuro.
Outras informações:
O (a) senhor (a), como voluntário ou como responsável pelo(a) menor ou incapaz,
estará livre para negar-se a participar do estudo ou desistir do estudo a qualquer
tempo, mesmo que inicialmente tenha concordado em fazê-lo.
Caso o (a) senhor (a) não concorde ou desista, a qualquer momento, de participar
do estudo não haverá nenhum prejuízo ao tratamento da sua doença em curso ou
da doença que afeta o(a) menor ou incapaz por quem o(a) senhor(a) é responsável.
O (a) senhor (a), como voluntário ou responsável pelo(a) menor ou incapaz, poderá
tirar todas as dúvidas que tiver, ou que apareçam durante o estudo, sobre o mesmo,
havendo o compromisso do pesquisador em respondê-las.
O material sanguíneo colhido neste estudo será utilizado para os objetivos propostos
e gostaríamos de saber se o senhor (a) concorda que seu plasma, ou
84
do (a) menor ou incapaz por quem o(a) senhor(a) é responsável, possa ser
armazenado.
Sim Não
Gostaríamos de saber se o senhor (a) concorda que seu sangue, ou do(a) menor ou
incapaz por quem o(a) senhor(a) é responsável, possa ser utilizado em pesquisas
futuras.
Sim Não
Caso o seu sangue, seja armazenado, ficará disponível no biorrepositório de
amostras biológicas do Laboratório de Hemostasia e Biologia Molecular do
Hemocentro de Campinas/ UNICAMP.
Todas as informações obtidas pelo estudo terão um caráter sigiloso e confidencial e
serão usadas apenas com a finalidade de divulgação e publicação científica, e a
identidade dos participantes será sempre preservada.
A sua discordância em participar do estudo não acarretará a(o) senhor(a), ao(a)
menor ou incapaz por quem o(a) senhor(a) é responsável nenhum prejuízo em
qualquer outro tratamento ou procedimento que possa necessitar futuramente em
qualquer serviço de nosso hospital.
Qualquer tipo de queixa ou reclamação relacionada
a esta pesquisa o senhor
(a) poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da FCM-
UNICAMP localizado á rua Tessália Vieira de Camargo, 126, Campinas –SP, CEP:
13083-887, telefone (19) 3521-8936, email: [email protected]
Campinas __/ _/
85
Assinatura do Voluntário
Assinatura do Responsável legal (Caso
aplicável)
Profa. Dra. Fernanda Loureiro de Andrade
Orsi
Orientadora responsável Fone: (19) 3521-
8601
Laís Quinteiro Tobaldini
Aluna de Pós-graduação Fone: (19) 3521-8617
86
b. Anexo II- Questionários para controles saudáveis
DATA:
Nome do Paciente:
HC: Data de nascimento:
Idade: Sexo: : Feminino Masculino
Endereço:
Email:
Telefone:
Origem étnica: Caucasóide Afro-descendente Obs.:
História Pessoal de trombose venosa profunda (TVP), ou acidente vascular cerebral (AVC),
ou infarto agudo do miocárdio (IAM): Sim Não. Qual?........................................................................................... Fator
de risco: .................................................................................................................................................................... História
Familiar de TVP, ou AVC, ou IAM: Sim Não. Qual?................................................................................
Grau de parentesco e idade:.................................................................................................................................................
......................................................................................................................................................................................
Sofre de algumas destas doenças: Hipertensão arterial: Sim Não Diabetes: Sim Não Dislipidemia: Sim Não
Síndrome Convulsiva: Sim Não Hipotiroidismo: Sim Não Neoplasia: Sim Não
Doença Renal: Sim Não
Doença hepática: Sim Nã
87
Síndrome do anticorpo antifosfolipídio Sim Não
Outras
Fumo: Sim Não. Quanto tempo? Quantos cigarros?
Faz uso de algum medicamento? Sim Não. Qual?
Faz uso de anticoncepcional? Sim Não. Qual? Quanto tempo? Via:
Faz Terapia de Reposição Hormonal? Sim Não. Qual medicamento? Quanto tempo?
Está grávida? Sim Não. Quantas semanas?
Quantas gestações anteriores? Complicações: Sim Não. Qual?
Abortos: Sim Não. Quantos?
Puerpério: Sim Não Data do parto:
Já passou por alguma cirugia?
Medidas Antropométricas:
Peso: Circunferência abdominal:
Altura: Obesidade: Sim Não
IMC:
88
c. Anexo III – Avaliação dos pacientes com SAF e trombose
89
90
d. Anexo IV- Autorização para inclusão o artigo na dissertação
1/02/2019 RightsLink Printable License
ELSEVIER ORDER DETAILS
Feb 11, 2019
Order Number 501462989
Order date Feb 11,
2019 Licensed Content Publisher
Elsevier
Licensed Content Publication Thrombosis Research
Licensed Content Title Circulating levels of tissue factor and the risk of thrombosis
associated with antiphospholipid syndrome
Licensed Content Author Laís Quinteiro Tobaldini,Fernanda Talge Arantes,Sabrina da Silva Saraiva,Bruna de Moraes Mazetto,Marina Pereira
Colella,Erich Vinícius de Paula,Joyce Annichino-
Bizzachi,Fernanda Andrade Orsi
Licensed Content Date November
2018 Licensed Content Volume 171
Licensed Content Issue
n/
a Licensed Content Pages 7
Start Page 114
End Page 120
Type of Use post on a website
Requestor type academic/educational institute
My billing country US
Intended publisher of
new work
other
Portion full article
Format electronic
Are you the author of
this Elsevier article?
Yes
Will you be translating?
N
o Order reference number
91
Homepage URL for posting content
Name of website
owner UNiCAMP
Expected
publication date
Feb 2019
Requestor
Location unicamp Sion, 89
Indaiatub
a, São
Paulo
1333349
4 Brazil Attn: unicamp
Publisher Tax ID GB 494 6272 12
Customer VAT ID BRcv
Total Not Available
92
d. Anexo V- Parecer do comitê de ética
93
94
95
96
28/02/2019 Gmail - PLATBR - Citação no Projeto de Pesquisa
Laís Quinteiro <[email protected]>
PLATBR - Citação no Projeto de Pesquisa 1 mensagem
Equipe Plataforma Brasil <[email protected]> 27 de
fevereiro de 2019 14:16 Para: LAIS QUINTEIRO TOBALDINI
Prezado (a) Sr. (a) LAIS QUINTEIRO TOBALDINI,
Você foi incluído como Equipe do Projeto no Projeto de Pesquisa
Avaliação da hipercoagulabilidade e do risco cardiovascular nas
complicações trombóticas da síndrome antifosfolípide que tem como
Pesquisador Responsável Isadora Silva Fernandes Custodio em
27/02/2019.
Atenciosamente,
Plataforma Brasil
http://plataformabrasil.
saude.gov.br
Esta é uma mensagem automática. Favor não responder este e-mail.
Esta mensagem pode conter informação confidencial e/ou privilegiada. Se você não for o destinatário ou a
pessoa autorizada a receber esta mensagem, não pode usar, copiar ou divulgar as informações nela
contidas ou tomar qualquer ação baseada nessas informações. Se você recebeu esta mensagem por
engano, por favor avise imediatamente o remetente, respondendo o e-mail e em seguida apague-o.