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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS”
A GESTÃO POR COMPETÊNCIAS COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA NAS ORGANIZAÇÕES
Marília Clément Figueira Fragoso
Prof. Carlos Cereja
Rio de Janeiro 2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS”
A GESTÃO POR COMPETÊNCIAS COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA NAS ORGANIZAÇÕES
OBJETIVOS:
Esta pesquisa pretende apresentar a a
Gestão de pessoas por competências como
ferramenta estratégica das organizações; e,
especificamente, o conceito de competências,
aquelas consideradas essenciais nos dias
atuais, e as etapas de implantação do
modelo.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e aos amigos espirituais por me
munirem de forças e coragem para obter mais uma
conquista, apesar das dificuldades inerentes a minha
vida.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho àqueles que acreditam em
mim, que me incentivam, e que me dão suporte
frente às novas empreitadas.
5
RESUMO
A escolha do tema “Gestão por competências como ferramenta
estratégica nas organizações” surgiu de um trabalho sobre o assunto. Achei
interessante a idéia de se planejar as estratégias da organização a partir da
valorização do capital humano e suas competências, em consonância com as
competências organizacionais. Esta parceria demonstra a confiança que a
organização tem no conhecimento que o trabalhador traz consigo, e na sua
capacidade de desenvolver-se e, consequentemente, desenvolver a
organização. A Gestão por Competências utiliza critérios coerentes para
selecionar novos colaboradores, para desenvolver, premiar e avaliar os já
colaboradores, tendo sempre como foco o negócio e a harmonia entre
indivíduo e organização. O meu questionamento acerca da utilidade da Gestão
de pessoas por competências foi respondido à medida que realizei a pesquisa.
Espero que fique igualmente evidenciada, para os que lerem este trabalho,
através dos capítulos que seguem, a resposta ao meu problema.
6METODOLOGIA
Esta monografia resultou de uma pesquisa teórica, básica e explicativa,
de caráter bibliográfico, efetuada a partir de referências publicadas ou
disponibilizadas para o público em geral.
O processo de coleta de dados, informações e idéias basou-se em
coleta de material didático atualizado, pertinente aos diversos assuntos
abordados, proveniente de fontes confiáveis e perfeitamente identificáveis.
A coleta foi realizada através de procedimentos de leituras, anotações e
análises dos principais tópicos da literatura especializada sobre o tema
pautado, disponíveis em livros e fontes via internet.
O conteúdo teve com base principal, o acervo teórico abaixo
relacionado:
• DUTRA, Joel de Souza;
• CARBONE, Pedro Paulo;
• DUTRA, Joel de Souza;
• LEME, Rogério;
• MEISTER, Jeanne C.;
• RUANO, Alessandra Martinewski.
7
SUMÁRIO
Introdução........................................................................................................8
Capítulo 1 – A globalização e o mundo do trabalho...................................10
Capítulo 2 – Competências............................................................................13
Capítulo 3 – Gestão por competências.........................................................17
Capítulo 4 – FURNAS Centrais Elétricas S.A.-um exemplo de Gestão por
Competências.................................................................................................19
4.1 – Um breve histórico......................................................................19
4.2 – Programa de Cargos, Carreiras e Remuneração......................20
Conclusão........................................................................................................42
Bibliografia.......................................................................................................43
Anexos..............................................................................................................44
8INTRODUÇÃO
Nos tempos atuais a gestão de pessoas mudou sua abordagem em
função das muitas transformações pelas quais passou e passa o mundo.
A gestão tradicional, nos moldes da administração científica, perdeu
espaço, pois buscava a pessoa “certa” para o lugar “certo”. Não havia
comprometimento para com a organização como um todo, pois as tarefas eram
fracionadas e vistas de forma independente.
O trabalhador na visão Taylorista/Fordista era um mero reprodutor de
movimentos mecanizados, não necessitando, consequentemente, que
“pensasse” acerca da tarefa realizada.
Hoje vive-se a era do conhecimento, e o capital intelectual é considerado
o ativo de maior valor dentro de uma organização. Em razão disso, as
empresas da atualidade incentivam o desenvolvimento constante de seus
colaboradores, valorizam a sua participação nos processos, pois que os
consideram elementos agregadores de valor.
Nas organizações modernas, todos dependem uns dos outros, pois
trabalham para um mesmo propósito. E esse propósito gera benefícios não só
para a organização, como para todos os envolvidos.
As organizações modernas buscam o profissional autônomo,
comprometido, capaz de lidar com situações inesperadas e complexas, sem
perder, contudo, a sintonia com os objetivos da empresa; ou seja, o profissional
competente.
Mas, o que vem a ser competência?
Competência é o conjunto de conhecimento, habilidades e atitudes, que
resultam em vantagem competitiva no mercado corporativo.
Hoje as competências individuais são supervalorizadas, devido ao seu
impacto nos resultados do negócio da empresa. O sucesso do negócio está
9diretamente relacionado à combinação dessas competências com as
organizacionais.
Mas para que haja equilíbrio entre ambas, é preciso que se faça um
mapeamento destas. A partir daí, então, começa a Gestão por competências.
Pretende-se, portanto, como objetivo geral deste estudo, apresentar as
vantagens de se adotar a Gestão por competências como ferramenta
estratégica das organizações.
Sendo assim, a pesquisa será organizada da seguinte forma: no
primeiro capítulo , será abordada a questão da globalização e algumas de suas
repercussões no mundo do trabalho; no segundo capítulo serão expostas as
competências que são exigidas atualmente, como fundamentais, no mundo
corporativo; depois, será apresentada a “Gestão por Competências”; definição,
etapas do processo, propósito da implantação.
No quarto e último capítulo, então, daremos o exemplo de Furnas
Centrais Elétricas enquanto organização que atua dentro desses preceitos,
apresentando seu programa de cargos, carreiras e remuneração – PCCR.
10Capítulo 1
A Globalização e o mundo do trabalho
Vive-se hoje a chamada globalização. Ela tem várias faces. Pode ser
positiva, mas também pode ser cruel.
Ela chega com ares de salvadora do mundo. No entanto, em nome do
progresso e de uma dita unificação de valores econômicos e sociais,
açambarca e devora os menos favorecidos, os desavisados, os pouco
empreendedores.
“A exclusão
contemporânea é diferente das formas
precedentes de discriminação ou segregação, uma
vez que tende a criar, internacionalmente,
indivíduos inteiramente desnecessários ao universo
da produção econômica. Para eles, aparentemente,
não há mais possibilidade de integração ou
reintegração no mundo do trabalho e da alta
tecnologia. Neste sentido, os novos excluídos
parecem seres descartáveis.” (Fontes, 2001, p.117)
Povos subdesenvolvidos correm o risco de perecerem por conta da
exploração das riquezas naturais de suas nações. Além disso, suas culturas e
tradições correm o risco de desaparecer.
Esta é uma realidade indubitável. Aqueles que não forem capazes de se
sustentarem, de se auto gerirem, de buscarem o conhecimento, logo, o seu
desenvolvimento, tendem a não suportar o peso das mudanças. Isto fica bem
evidenciado no mundo corporativo.
Contudo, a globalização gerou aspectos positivos, como por exemplo, o
acesso às informações em tempo real, graças à internet. Esta permite que se
“viaje”, pesquise, instrua, que se amplie os horizontes.
11Em contrapartida, apesar do ganho cultural que se obtém, nem todos
têm acesso a essa tecnologia; o que se pode considerar como mais um dos
aspectos negativos, pois que é exclusivo.
A globalização, portanto, ao mesmo tempo em que gera progresso,
aumenta a exclusão. E, nesse processo, a educação também sofre,
principalmente, a ofertada aos menos favorecidos, que se torna cada vez mais
precária.
E, à medida que o tempo passa, a seleção aumenta, e pouquíssimos
têm o privilégio de concluírem sua formação básica, que dirá alcançar a
graduação; o que hoje não é suficiente para tornar alguém tão preparado assim
para a competição acirrada do mercado de trabalho.
Nos dias atuais é preciso buscar especializações, mais e mais. É preciso
acompanhar as inovações tecnológicas, é preciso ser “o melhor”.
As oportunidades de se conquistar um espaço digno no mercado
profissional se tornam menores a cada dia. A competição para a conquista
deste espaço é grande, e a competição para se manter dentre os melhores é
maior ainda.
Hoje não há mais emprego vitalício como no passado; não existe mais a
antiga estabilidade.
A “estabilidade” hoje está diretamente relacionada à capacidade de se
manter atualizado. Nessa nova visão, “os empregados oferecem
aprendizagem em lugar de segurança no emprego”. (Meister, 2005, p.9-10)
Em razão disso, as organizações vêm privilegiando aqueles que têm
espírito empreendedor, que são criativos, pro-ativos. Não há mais vez para os
que “somente” têm conhecimento. A este conhecimento tem que estar
agregadas estas e outras características fundamentais para o mundo
corporativo atual; há poucas oportunidades para muitas exigências.
12 Devido à grande oferta de profissionais, e em função dos requisitos
feitos pelas empresas, com vistas a se manterem competitivas, é que muitas
estão adotando a Gestão por competências.
A Gestão por Competências otimiza tempo, diminui gastos com
treinamentos inóquos, e mantém o foco da empresa ao privilegiar aqueles que
estão em consonância com as competências organizacionais.
Não deixa de ser mais uma forma de exclusão, mas para as empresas,
que lutam dia-a-dia para permanecerem dentre as mais produtivas e
competitivas, é excelente, pois diminui o impacto negativo de se contratar
profissionais inadequados, para depois ter que dispensá-los.
Como disse no início, a realidade de mundo globalizado pode ser muito
cruel.
Enfim, a Gestão por Competências é mais uma realidade do mundo
moderno, e que se apresenta como uma ferramenta eficaz ao planejamento
estratégico das empresas.
.
13Capítulo 2
Competências
Antes de ser abordado o assunto propriamente dito, é preciso que se
explique o que são competências.
Competências podem ser definidas como o conjunto de conhecimentos,
habilidades e atitudes, o conhecido CHA., que levam ao alcance de
resultados.
Conhecimento é o cabedal de informações adquiridas pelo estudo ou
vivência do indivíduo. É o SABER.
Habilidade é a maneira pela qual o indivíduo realiza suas tarefas. É o
SABER FAZER.
Atitude está relacionada ao comportamento. É o QUERER FAZER.
Em entrevista ao portal RH, Luiz Carlos Daólio menciona que há quem
traga “refinamento” ao conhecido CHA: “Competência é a capacidade de
mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes, para entregar resultados,
na qualidade e prazo esperados”.
As competências são dividas em competências técnicas e
competências comportamentais.
As competências técnicas referem-se a todos os requisitos
necessários ao desempenho de uma função específica. Referem-se aos
conhecimentos técnicos.
As competências comportamentais dizem respeito às atitudes e
habilidades, ou seja, ao grau de criatividade, de iniciativa, de organização, de
flexibilidade, de liderança, que vão demonstrar o seu diferencial e o nível dos
resultados.
14 Segundo levantamento feito por Meister (2005, p.13), as organizações
modernas estão exigindo, especificamente, as seguintes competências:
1. Aprendendo a aprender – Espera-se que hoje, o trabalhador
tenha a capacidade não só de realizar suas atividades, mas de
analisá-las, questioná-las se preciso; criar alternativas que
otimizem a realização destas; que sejam criativos, e tragam
soluções alternativas; que recorram aos parceiros (clientes
internos e externos) quando se fizer necessário, ou seja, que não
espere que os resultados fiquem a cargo dos outros, ao contrário,
que ele seja um gerador destes.
2. Comunicação e colaboração – Trabalhar em equipe é o que se
espera daqueles que têm vistas ao futuro. O comprometimento
faz com que todos se envolvam com o negócio da empresa. O
sucesso da organização é o sucesso dos colaboradores. Mas,
para isso, é preciso trabalho de equipe, comunicação e
colaboração.
3. Raciocínio criativo e resolução de problemas – Foi-se o tempo
em que a resolução de problemas ficava a cargo do alto escalão.
Nos dias atuais, em que muitas vezes não há tempo para a
tomada de uma decisão, espera-se que o funcionário tenha a
capacidade de buscar soluções rápidas, frente a problemas
inesperados.
4. Conhecimento tecnológico – Ser um mero usuário do
computador para assuntos pessoais, ou para tarefas básicas não
é mais o suficiente. O ritmo de mundo globalizado exige um
conhecimento maior das tecnologias, e a capacidade de lidar com
elas. Esse conhecimento permite que se ultrapassem barreiras,
que se conquistem novos espaços, que se ampliem a rede de
contatos dentro e fora da organização.
155. Conhecimento de negócios globais – Em razão da
globalização, e de sua repercussão no mundo do trabalho, faz-se
necessário que os líderes estejam atentos a tudo que possa
influenciar e gerar mudanças ao seu negócio, na tentativa de se
preparar para os impactos iminentes, e evitar ou minimizar
problemas futuros. Para tanto, é preciso que esses líderes sejam
treinados para terem essa visão.
6. Desenvolvimento de liderança – Ao contrário do passado, como
já foi dito anteriormente, as decisões ficavam nas mãos da alta
gerência. Hoje, os colaboradores são incentivados a serem
autônomos, “a serem agentes ativos de mudança”, a serem
comprometidos com os resultados do negócio da sua
organização.
7. Autogerenciamento da carreira – A realidade atual incentiva o
trabalhador a buscar, incessantemente, o autodesenvolvimento.
As necessidades levam o colaborador a se capacitar como forma
de desenvolver novas competências que agregarão novos valores
para si mesmo, e para a organização. As mudanças externas, que
acabam afetando o negócio da empresa, obrigam que se realizem
mudanças internas. E, sendo hoje o capital intelectual o maior
ativo das organizações, faz-se necessário que o trabalhador
mantenha-se atualizado, recorrendo aos programas de
desenvolvimento, de forma espontânea.
Neste ponto, pode-se concluir que, a partir das descrições destas novas
competências, a realidade de hoje é completamente diferente da de ontem.
Segundo Ruano (2003, p. 22-23):
“ As competências
essenciais são um conjunto de habilidades e
tecnologias que resultam por aportar um diferencial
16fundamental para a competitividade da empresa.
Elas são conjuntos únicos de conhecimentos
técnicos e habilidades que causam impacto em
produtos e serviços em uma organização, e
fornecem uma vantagem competitiva no mercado”.
Diante desse levantamento fica confirmada a necessidade da busca
contínua pelo desenvolvimento, do contrário, o indivíduo estará fadado ao
ostracismo profissional.
17Capítulo 3
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
No conceito de Leme (2008, p.1), “Gestão por Competências é o
processo de conduzir os colaboradores para atingirem as metas e os objetivos
da organização, através de suas competências técnicas e comportamentais”.
Esse processo começa após o mapeamento das competências
individuais atuais e aquelas exigidas pela função.
A intenção é detectar possíveis gaps (desníveis) entre as competências
de ambas as partes. Ocorrendo essas diferenças, será planejado um programa
de desenvolvimento para nivelá-las.
É importante enfatizar que esse programa só se concretizará, se as
metas (visão) da organização estiverem bem definidas.
“Gestão por Competências é uma ferramenta que veio para auxiliar as
empresas a enxergarem o que elas precisam buscar e treinar em seus
colaboradores”. (LEME, 2008, p.9)
O interessante deste modelo de gestão é que, além de resgatar esses
gaps com programas de treinamento e desenvolvimento, ele motiva o
trabalhador a buscar seu auto-aprimoramento de forma espontânea.
O trabalhador comprometido torna-se colaborador. Ter sucesso para ele
é ver sua empresa alcançar o sucesso através do seu esforço e dedicação.
É sabido que, hoje, o conhecimento é o maior ativo das organizações, e
que esse conhecimento emana dos indivíduos que as compõem. Trata-se de
uma troca, em que o crescimento de um implica, consequentemente, no
crescimento do outro. “A agregação de valor dos indivíduos é, portanto, sua
contribuição efetiva ao patrimônio de conhecimentos da organização, o que lhe
permite manter suas vantagens competitivas ao longo do tempo”. (DUTRA,
2001, p.27)
18 Além da Gestão por competências orientar e incentivar o
desenvolvimento profissional, ela permite à empresa poder realizar
contratações com uma margem menor de “erro”, já que tem como norte as
competências requeridas por esta. Isso facilita bastante, pois otimiza tempo,
evita gastos desnecessários com treinamentos que poderiam ser evitados, e
minimiza impactos negativos futuros.
Com relação aos critérios de avaliação, a Gestão por Competências
leva em consideração o grau de complexidade que cada cargo contempla, que
está relacionado ao nível de entrega do funcionário, o que a torna mais justa.
Ora, quanto maior o desenvolvimento profissional, maior a complexidade
das responsabilidades. Quanto maiores forem os resultados obtidos vindos
desses colaboradores, maior valor será agregado à organização. Nada mais
justo, pois, que esse indivíduo tenha seu esforço reconhecido através de um
incentivo financeiro. Essa distinção é motivacional, e provoca o colaborador a
sair do estado de acomodação que porventura se encontre.
Essa afirmativa é corroborada por Carbone (www.catho.com.br,
30/01/2009), quando diz que a Gestão por Competência permite avaliar as
pessoas “de forma mais precisa, pois tem clareza do objeto de desempenho e,
por fim, remunerá-las com mais justiça, uma vez que a recompensa deve ser
dirigida àqueles que se orientaram com base nos objetivos e metas
organizacionais”.
A implantação da Gestão por Competência segue as seguintes etapas:
• Sensibilização;
• Definição das competências organizacionais;
• Definição das competências de cada função;
• Identificação das competências atuais dos colaboradores;
• Desenvolvimento dos colaboradores em função de possíveis gaps;
19• Acompanhamento da evolução do programa de Gestão por
Competências.
Conforme Ruano (2003, p9):
“A prática deste modelo de forma compartilhada (RH
e estratégia) proporciona às organizações condições
de medir seus resultados no que se refere ao seu
ativo mais importante hoje, no mundo dos negócios:
o capital intelectual”.
20Capítulo 4
FURNAS Centrais Elétricas S.A. – um exemplo de Gestão por
Competências
4.1 Um breve histórico
Em 28 de fevereiro de 1957 é criada a Central Elétrica de Furnas S.A.
Conhecida desde 1971 por Furnas Centrais Elétricas, a empresa
completa este ano, 51 anos de existência.
Ela foi criada durante a presidência de Juscelino Kubitschek , a partir da
necessidade de se atender a demanda de energia, para suprir novas indústrias
que se instalavam no País.
A primeira usina de Furnas é a que deu origem ao seu nome: Usina de
Furnas.
Está localizada no curso médio do Rio Grande, no trecho denominado
"Corredeiras das Furnas", entre os municípios de São José da Barra e São
João Batista do Glória, em Minas Gerais.
Hoje Furnas conta com um complexo de onze usinas hidrelétricas e
duas termelétricas.
Como não poderia deixar de acontecer, Furnas também sofreu os
impactos da globalização. E, para manter-se em condições de continuar a
oferecer serviços de qualidade, com profissionais especializados, recorreu a
programas de desenvolvimento profissional, e a ferramenta de Gestão por
competências.
21
4.2 Programa de cargos, carreiras e remuneração
Com o intuito de potencializar as competências de seus profissionais,
Furnas concluiu que precisaria orientar o trabalho de cada um segundo critérios
bem definidos e claros, que direcionem as competências internas, segundo od
objetivos da Empresa, para satisfazer seus clientes.
Para isto, implantou o PCCR – Plano de Cargos, Carreiras e
Remuneração.
O PCCR é uma ferramenta baseada em critérios que irão nortear o
trabalho de todos os empregados de Furnas.
Esses critérios estão alinhados aos objetivos da Empresa, para que
todos caminhem na mesma direção visando o sucesso de Furnas e de seus
colaboradores. Por outro lado, eles representam o que Furnas espera e
valoriza em seus profissionais.
O PCCR é mais do que um plano de cargos e salários, ele é um sistema
que será utilizado para orientar desde a seleção de pessoal até o
desenvolvimento das carreiras.
O PCCR foi desenvolvido procurando valoriza as competências dos
empregados.
Além disto, o ele irá permitir que a Gestão de Pessoas seja feita de
forma integrada. O PCCR traz critérios de desenvolvimento de carreira;
recrutamento e seleção, visando tornar mais claras e transparentes as práticas
de Gestão de Pessoas.
Vantagens para os empregados
O PCCR busca beneficiar tanto a Empresa quanto seus profissionais.
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Os empregados obtêm maior clareza e transparência quanto às
oportunidades de carreia e são estimulados a desenvolverem-se, aumentando
seu valor profissional.
Vantagens:
• Identificar oportunidades de desenvolvimento e carreira;
• Estimular o desenvolvimento profissional;
• Valorizar a empregabilidade;
• Conhecer de forma clara e objetiva os critérios pelos quais estão
sendo avaliados;
• Conciliar seu desenvolvimento com as necessidades da Empresa.
A organização também ganha, pois uniformiza os critérios de gestão,
possibilitando ser mais eficiente e gerenciar de forma justa e coerente seus
empregados.
Um conjunto de profissionais mais motivados com certeza estará mais
comprometido com os resultados da organização.
Como o PCCR foi concebido
A metodologia de construção foi participativa: foram envolvidos mais de
100 profissionais, entre gestores, empregados, equipe técnica de RH,
consultoria externa e entidades sindicais, para possibilitar amplo debate sobre
os critérios e alinha expectativas de todas as partes.
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O que é competência?
A competência está diretamente relacionada às entregas que você faz
para a Empresa.
Para FURNAS, a competência diz respeito a “um saber agir responsável
e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos,
recursos, habilidades, que agregue valor econômico à organização e valor
social ao indivíduo”.
O conceito de Competência tem duas dimensões: Capacidades e
Desafios
A primeira é o Conjunto de Capacidades potenciais de cada um, ou seja,
sua formação, experiência e conhecimentos.
A segunda é como esta capacidade potencial deve ser empregada para
agregar valor à Empresa, ou seja, são as atribuições, responsabilidades e
desafios que cada um deve realizar.
É preciso uma verdadeira harmonia entre as Capacidades que uma
pessoa possui e os Desafios que ela enfrenta em seu trabalho. Quando existe
essa harmonia prevalece o sentimento de bem estar, fluência e efetividade. Ao
passo que o desequilíbrio destes fatores pode provocar sentimentos de
ansiedade, medo e perplexidade (quando os desafios superam as
capacidades), ou então, sensações de aborrecimento, frustração e ansiedade,
(quando as capacidades superam os desafios).
Competências de FURNAS
As competências de FURNAS representam o que a Empresa espera e
valoriza em seus profissionais. Elas foram definidas segundo os objetivos da
Empresa, de seus princípios e valores.
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Conheça de perto as Competências requeridas por FURNAS.
Aprendizagem e Autodesenvolvimento: Diz respeito à internalização e
ao uso que faz do conhecimento adquirido no dia-a-dia de trabalho,
abrangendo:
• Busca constante pelo seu autodesenvolvimento;
• Aquisição, geração, transferência e aplicação do conhecimento na
organização;
• Utilização do conhecimento adquirido no aprimoramento das
atividades.
Orientação para Qualidade e Resultados: Trata-se da orientação para
alcançar resultados que atendam e/ou excedam as necessidades dos clientes
internos e/ou externos em seu nível de atuação, considerando receita, custos e
também a busca do atendimento e superação dos padrões de qualidade dos
produtos, serviços e processos. Refere-se também à identificação e
implementação de oportunidades de aperfeiçoamento, melhorias e correções
nos processos com os quais interage.
Aprimoramento de Processos e Inovação: Refere-se à identificação
de oportunidades de aperfeiçoamento, melhorias e soluções
corretivas/preventivas nos processos, produtos, equipamentos e sistemas com
os quais interage, bem como a implementação de ações que concretizem as
melhorias em sua área ou escopo de atuação.
Trabalho em Equipe: Está associada à obtenção de resultados a partir
da integração com outros profissionais. Compreende:
• Manter a abertura dos canais de comunicação e a articulação de
forma eficiente, inter ou entre áreas para a implementação dos
projetos e processos da Empresa;
25• Entendimento dos papéis que cada pessoa assume na equipe ou
parceria;
• Ação em direção à coesão das equipes em que participa.
Visão Sistêmica e de Mercado: Relaciona-se à compreensão dos
movimentos do negócio da organização, envolvendo:
• A busca contínua por informações do ambiente externo e do
mercado pertinentes ao segmento da Empresa;
• A correta interpretação dos sinais dados pelo ambiente externo e
do mercado, avaliando os possíveis impactos sobre a
organização, dentro de seu escopo de atuação;
• Atuação em alinhamento com as referências do ambiente externo
e do mercado;
• A influência sobre os padrões externos de modo a atender aos
objetivos da Empresa.
Negociação: Inclui a busca pelo equilíbrio dos resultados de uma
negociação, visando benefícios para todas as partes envolvidas. Abrange
também a construção de uma argumentação coerente e a abertura para rever
posições e entender pontos de vista distintos dos seus.
Comunicação Eficaz: Consiste na comunicação de forma assertiva,
transparente e objetiva, com respeito ao interlocutor, agindo como elemento
multiplicador da Imagem da Empresa. Expressa suas idéias de modo objetivo,
conciso e eficaz, garantindo a total compreensão de suas mensagens,
facilitando o intercâmbio das informações de forma adequada. Engloba
também a disposição para ouvir.
Multifuncionalidade e Flexibilidade: Trata-se da disponibilidade para
assumir novos e diversos papéis na organização. Inclui ainda prontidão para
rever sua opinião quando necessário, demonstrando não se prender em
26posições rígidas. Refere-se ainda à disposição para "quebrar barreiras" entre
áreas tendo em vista os interesses maiores da Empresa.
Análise de Problemas e Tomada de Decisão: Consiste em analisar
uma situação e decidir sobre ela. Para isso considera:
• A identificação de causas de problemas existentes e potenciais;
• A utilização de critérios de prioridade, prazos, viabilidade e
qualidade;
• A avaliação de riscos e potenciais impactos das decisões.
Planejamento e Organização: Corresponde ao grau de
responsabilidade por estruturar, sistematizar e acompanhar a execução de
ações futuras. Também diz respeito à necessidade de gerenciamento do tempo
e à responsabilidade por organizar o trabalho dentro de seu escopo de
atuação, para utilizar melhor os recursos e obter respostas mais eficientes.
Gestão de Projetos: Refere-se à correta compreensão do papel das
atividades que executa, inseridas no contexto dos processos da organização.
Reflete:
• A integração das ações com outros projetos que vêm ocorrendo
na organização;
• O planejamento do trabalho, definindo e priorizando ações
alinhadas aos objetivos da Empresa e aos processos correlatos;
• O gerenciamento de recursos de forma integrada, evitando a
duplicação de esforços e possibilitando sua maximização pela
organização;
• O cumprimento dos prazos estabelecidos de forma sincronizada.
• A avaliação de riscos e potenciais impactos das decisões;
27• A identificação de causas de problemas atuais e/ ou potenciais.
Orientação para Clientes: Consiste no nível de responsabilidade por
atender e/ou exceder as necessidades dos clientes internos e/ou externos,
envolvendo: prestação de serviço, agregação de valor ao cliente, antecipação e
atendimento na busca de feedback e de melhoria do serviço.
Antecipação e Adaptação à Mudança: Corresponde à prontidão para a
mudança e a adaptação do profissional às exigências do meio e às
necessidades organizacionais de forma a contribuir de maneira pró-ativa com
as mudanças.
Orientação Estratégica (só para funções gerenciais): Envolve o grau
de responsabilidade por definir estratégias e planos de ação, a partir da análise
das tendências do ambiente interno e externo, dentro de seu escopo de
atuação. Inclui também o comprometimento exigido com os valores, missão e
visão da empresa e com sua disseminação.
Liderança e Gestão de Pessoas (só para funções gerenciais):
Envolve responsabilidade por:
• Mobilizar os esforços e influenciar positivamente as pessoas ou
grupo de pessoas para atingir os objetivos e metas estabelecidas,
criando um clima favorável de trabalho e desenvolvimento da
equipe;
• Transferir poderes e responsabilidades, considerando o estágio
de desenvolvimento e qualificações dos colaboradores,
estimulando-os no sentido de facilitar o alcance de metas;
• Criar oportunidades para o desenvolvimento e crescimento das
pessoas, conduzindo-as a comportamentos apropriados;
• Permanecer atento à coesão entre as pessoas que lidera.
28Orientação para Resultados (só para funções gerenciais): Trata-se
da orientação para alcançar resultados em seu nível de atuação, considerando
receita, custos, qualidade e a busca de alternativas e oportunidades para
ampliar a geração de valor agregado.
Construção de Relacionamentos (só para funções gerenciais):
Envolve a construção e gerenciamento de redes de relacionamento (networks)
na busca de maximização dos resultados e identificação de oportunidades para
a organização e seus parceiros.
Principais elementos do PCCR
Para que você possa compreender o funcionamento do PCCR na
prática, é importante que você conheça alguns elementos nos quais ele se
baseia. São eles:
Cargos Amplos, Níveis de Complexidade, Trajetórias de
Desenvolvimento e Processos.
1. O que são cargos amplos?
São cargos mais genéricos, não se limitando a descrições de atividades,
mas sobretudo de atribuições e responsabilidades. Ao utilizar o cargo amplo, o
empregado poderá ampliar sua atuação, não limitando seu desenvolvimento a
um número restrito de atividades. A utilização do cargo amplo dá flexibilidade
ao aproveitamento dos profissionais de FURNAS, eliminando a rigidez do cargo
tradicional.
29O quadro a seguir ilustra a relação entre os cargos do plano atual e do
PCCR:
2. Níveis de complexidade
O nível de complexidade é determinado pelo número de degraus
possíveis de aumento de responsabilidades.
Exemplificando: um profissional iniciante e um profissional experiente. O
profissional iniciante tende a ter escopo mais restrito de responsabilidades.
Entretanto, em função de seu desenvolvimento, o profissional poderá ir
ampliando seu espaço de atuação, com incremento em seu nível de
responsabilidades.
Para cada cargo amplo foi definido um número de níveis de
complexidade, conforme figura abaixo:
30
3. Trajetórias de Desenvolvimento
Trajetórias de desenvolvimento são os agrupamentos de papéis
profissionais de natureza semelhante que visam orientar o desenvolvimento
dos profissionais. As trajetórias abrangem todos os processos existentes em
FURNAS.
São três as trajetórias profissionais de FURNAS: Planejamento, Projetos
e Obras; Produção e Transmissão; Suporte ao Negócio.
31
Para os profissionais que atuam em funções gerenciais foram
estabelecidos critérios diferenciados.
OBS: As Trajetórias de Desenvolvimento estão desvinculadas da
estrutura organizacional de FURNAS.
Todos os cargos estão em todas as trajetórias?
Não. A trajetória de Planejamento, Projetos e Obras não requer
profissional de nível fundamental. Entretanto, este profissional é requerido nas
trajetórias de Produção e Transmissão e de Suporte ao Negócio. Veja a figura
a seguir:
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Mas todos os profissionais precisam dominar todas as
competências?
Não. Algumas competências são comuns a todos os profissionais de
FURNAS. Outras são específicas, isto é, requeridas apenas dos profissionais
de certa trajetória de desenvolvimento e cargo, conforme os quadros abaixo:
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4. Processos
Toda Empresa é constituída de processos. Processos são grupos de
atividades que juntas, adicionam valor à Empresa ou ao cliente. Assim, cada
um dos empregados de FURNAS desempenha seu papel em algum processo
existente na Empresa.
Foram mapeados processos associados a cada Trajetória de
Desenvolvimento.
Assim, o profissional de FURNAS estará alocado em uma trajetória e em
um processo, que definem seu papel específico na empresa.
Este papel específico está representado no PCCR no conceito de
“capacidade técnica”, que veremos adiante.
Vale ressaltar que os processos podem mudar em razão do dinamismo
da Empresa.
Ressaltamos ainda que nem todos os cargos existem em todos os
processos. Ou seja, alguns processos requerem apenas o profissional de nível
fundamental. Já alguns processos requerem os profissionais de nível médio e
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superior, dependendo da configuração atual do trabalho desenvolvido naquele
processo.
Como foi estabelecida a Estrutura Salarial do PCCR ?
Cada um dos quatro cargos definidos possui uma tabela salarial
associada, que foi estabelecida conforme padrões de remuneração de
mercado, para empresas do porte de FURNAS.
Essas tabelas têm “steps” (ou passos) salariais com intervalos de
aproximadamente 3,7%. O número de “steps” em cada nível de complexidade
é variável.
Agora que já possuímos os elementos do PCCR, vejamos sua dinâmica
de funcionamento:
Visão Geral dos Critérios do PCCR
O PCCR explicita de forma clara e transparente o que FURNAS espera
dos profissionais nas duas dimensões do conceito de competências, ou seja,
no conjunto das capacidades e nas “entregas” expressas nas atribuições e
responsabilidades nas competências definidas.
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O que é um Conjunto de Capacidades?
Consiste na especificação da formação, experiência, conhecimentos e
capacidades técnicas específicas exigidas para que o profissional atue em
cada nível de complexidade dos cargos. O conjunto de capacidades é
classificado em três aspectos: Requisitos de Acesso,
Conhecimentos Gerais e Capacidades Técnicas.
1. O que são Requisitos de Acesso?
São parâmetros mínimos de exigência em processos de admissão ou
promoção. Quais são?
Formação profissional requerida, experiência e conhecimentos em
informática.
Importante:
Têm caráter obrigatório, isto é, o empregado para atuar em um
determinado nível de complexidade deve possuir o conjunto de
requisitos de acesso exigidos para tal nível;
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A experiência e a formação devem ser equivalentes ao tipo de atividade
desenvolvida pelo empregado;
Os requisitos serão pontuados no resultado geral das avaliações;
É importante destacar que a aquisição de requisitos de acesso exigidos
para o nível subseqüente ao que o profissional encontra-se alocado não
implica em promoção automática, uma vez que representam os
requisitos mínimos a esse acesso, não devendo ser vistos como
suficientes.
2. O que são Conhecimentos Gerais?
São os conhecimentos necessários que sustentam a entrega esperada
dos profissionais nos níveis de complexidade;
Estes conhecimentos podem ser desenvolvidos no exercício prático de
suas atividades, por meio de cursos ou através de auto-instrução
(apostilas, cursos “on line”);
Serão pontuados no resultado geral das avaliações.
3. O que são Capacidades Técnicas?
Trata-se de capacitações e/ou habilidades de caráter técnico-profissional
exigidas em função dos processos de trabalho em que os profissionais atuam.
Referem-se, portanto, ao papel profissional específico de cada um.
As capacidades técnicas serão pontuadas no resultado geral das
avaliações.
Como se localizar no PCCR?
A referência inicial pela qual todos os empregados migraram para o
PCCR é a análise do nível de escolaridade de seu cargo atual, ou seja, se de
nível fundamental, médio, médio técnico ou se de nível superior.
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A partir daí, foi localizada a trajetória no qual será alocado: isto foi
possível ao analisar a natureza das atividades do empregado. Posteriormente,
foi localizado o processo específico no qual o profissional atua.
Cada gerente foi responsável por informar os processos de atuação de
seus respectivos empregados.
Como será o Processo Avaliativo ?
Deste modo, os profissionais serão avaliados nas duas dimensões já
mencionadas: nas Atribuições e Responsabilidades derivadas das
competências e no Conjunto de Capacidades.
Quem são os responsáveis pela sua avaliação?
O empregado e seu gerente imediato são responsáveis pela avaliação.
O gerente imediatamente superior atuará na revisão das avaliações.
Podem participar do processo avaliativo outros profissionais organizados
em comitês, caso a Empresa assim o desejar.
O PCCR prevê a auto-avaliação?
Sim, mas a auto-avaliação só irá ocorrer após a rodada-piloto de
avaliação. Ela servirá de base, junto com a avaliação feita pelo gerente, para o
encontro de “feedback” e elaboração de plano de ação.
Utilizando os conceitos de avaliação
A avaliação ocorrerá com o suporte de uma ferramenta informatizada,
visando facilitar o processo.
O avaliador, após a análise dos critérios, deve optar por um dos quatro
conceitos de avaliação, de acordo com o grau de atendimento do profissional.
São eles:
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Não há na avaliação certo ou errado, bom e mau, e sim adequação ao
nível de complexidade em que se encontra.
A avaliação deve ser sempre comparativa entre os níveis de
complexidade, visando minimizar efeitos subjetivos.
Assim, exemplificando: o avaliador deverá optar pelo conceito “em
desenvolvimento” quando o empregado demonstrar estar mais próximo do
nível anterior de complexidade ao qual está sendo avaliado. De outro lado,
deve utilizar o conceito “supera” quando o avaliado demonstrar estar mais
próximo do nível posterior de complexidade ao qual está sendo avaliado. A
utilização do conceito “atende” denota adequação do colaborador aos critérios
definidos.
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Um exemplo de avaliação:
O empregado está alocado no cargo amplo “profissional de nível médio
técnico”. Ele atua na operação de hidrelétrica e subestação, no nível 1.
Avaliando as competências.
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Avaliando as capacidades.
Encontro de “Feedback” e Plano de Desenvolvimento
O “feedback” será então sustentado em critérios objetivos, nas duas
dimensões. A idéia é haver um diálogo entre o avaliador e o empregado,
estimulando o desenvolvimento individual através do “feedback”. Só
poderemos crescer se tivermos informações sobre nossos pontos fortes e
deficiências, para as quais gerência e empregado devem elaborar um plano de
desenvolvimento individual, visando melhorias e correções.
A avaliação por Competências prevista no PCCR não é apenas uma
avaliação como uma prova, e sim uma forma de apontar caminhos para cada
um de nós trilharmos.
A intenção é que todos possam descobrir o seu potencial no trabalho,
ajudando no seu crescimento na Empresa e na sua carreira.
42CONCLUSÃO
Desde a escolha do tema até o final da pesquisa, já imaginava a
resposta que teria a minha pergunta, ou seja, de que a Gestão por
Competências é, de fato, uma ferramenta estratégica para as organizações.
As etapas que permeiam o processo são claras e coerentes. Como
alcançar uma meta, sem planejamento?
Como pensar uma organização sem o elemento que a fazem pulsar; o
homem. Esse ser pensante, instado ao progresso, criativo e criador.
A constatação da dependência do elemento homem no processo de
desenvolvimento das organizações é óbvia.
É certo que se carrega um “ranço” da cultura do passado, mas também
é certo que quem não mudar vai fracassar. A esta conclusão as organizações
de hoje já chegaram. Algumas, porém, ainda não se estruturaram para assumir
novos desafios; ou por receio de não dar certo, ou por acomodação.
As mais empreendedoras, no entanto, estão buscando incessantemente,
todos os recursos que possam mantê-las competitivas. E, está sendo provado
que a Gestão por Competências tem esta capacidade.
Ela valoriza o capital intelectual, promove o desenvolvimento
profissional, avalia com justiça, e mantém o foco no negócio. Do meu ponto de
vista, a Gestão por Competências tem, se não todos os elementos, os
essenciais ao sucesso de uma organização.
Certamente haverá aqueles que se mostrem resistentes e até mesmo
que apontem pontos negativos da Gestão por Competências, no entanto, não
se pode negar seu valor, enquanto instrumento facilitador da gestão de
pessoas, e enquanto ferramenta estratégica das empresas modernas.
43BIBLIOGRAFIA
CARBONE, Pedro Paulo. Gestão por competências e Gestão do
conhecimento. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
DUTRA, Joel de Souza. Competências – Conceitos e Instrumentos para a
Gestão de pessoas na empresa moderna.São Paulo: Ed. Atlas, 2004.
FLEURY, Mª Tereza e MIRANDA, Moacir. Gestão do conhecimento. São
Paulo: Ed. Atlas, 2001.
FONTES, Virgínia e autores diversos. Afinal, que país é este? Rio de Janeiro:
DP&A, 2001.
LEME, Rogério. Aplicação prática da Gestão por competências. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2008.
MEISTER, Jeanne C. Educação corporativa. São Paulo: Pearson Makron
Books, 1999.
RESENDE, Enio – O livro das competências. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2000.
RICARDO, Eleonora Jorge. Gestão de educação corporativa – cases, reflexões
e ações em educação à distância. São Paulo: PearsonPrentice Hall, 2006.
RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da educação. Rio de Janeiro: DP&A,
2001.
• www.furnas.com.br
• www.rhportal.com.br/artigos. O que são competências? 30/01/2009.
• www.catho.com.br/cursos. Gestão de pessoas/Gestão por
Competências, caminho para o sucesso. 30/01/2009.
44ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1....................................................................................................Internet