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1
Universidade de Aveiro
Departamento de Química
Licenciatura em Química
Darleila Damasceno Costa
Número Mecanográfico: 70631
Níquel
Trabalho de Inorgânica II - Química do Estado Sólido
2012/2013
2
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
1.1 Principais Sistemas de Classificação e Designação ................................................... 4
2 PROPRIEDADES DO NÍQUEL ................................................................................... 5
2.1 Propriedades Atômicas e Físicas ................................................................................ 5
3 APLICAÇÕES ................................................................................................................ 7
3.1 Ligas de Níquel ........................................................................................................... 7
3.2 Minérios de Níquel ...................................................................................................... 10
4 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 13
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 14
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1. INTRODUÇÃO
O nome Níquel deriva de “kupfernickel”, referência dada a nicolita pelos
mineiros alemães quando a identificaram no século XVII. Antes da era cristã, o metal já
era utilizado. Moedas japonesas de 800 anos a.C. e gregas de 300 anos a.C. continham
níquel, acredita-se que seja uma liga natural com o cobre. Nos anos 300 ou 400 a.C.
fabricavam-se armas que possuíam ferro meteorítico, com conteúdo de níquel variando
de 5 a 15%. Em 1751, Axel Frederich Cronstedt descreveu que havia detectado níquel
metálico e, em 1755, o químico sueco Torbern Bergman confirmou seu trabalho. O
minério teve pouca importância real na economia industrial até 1820, quando Michael
Faraday, com a colaboração de seu associado Stodard, foram bem sucedidos fazendo
uma liga sintética de ferro-níquel, sendo o início da liga níquel-aço que tem uma grande
contribuição para o desenvolvimento industrial do mundo [8].
Durante o início da história da exploração do elemento, de 1850 a 1870, a
Alemanha apresentou-se como a maior produtora, enquanto que a Nova Caledônia foi o
principal provedor mundial de 1876 a 1890, período em que se formaram as primeiras
sociedades organizadas exclusivamente dedicadas a exploração e comercialização do
Níquel [3].
Em 1889, Mond desenvolveu um processo de extração de níquel, conhecido
como "Mond Carbony Proccess", permitindo a produção de uma matéria prima de
melhor qualidade. A indústria de níquel cresceu rapidamente durante o período em que
as nações européias se armaram para a Primeira Guerra Mundial. Nos Estados Unidos,
neste período, desenvolviam-se utilizações pacíficas para o Níquel e suas ligas.
Após a Primeira Guerra Mundial, a indústria de Níquel passou por um período
de dificuldade, devido aos grandes estoques criados pela demanda da guerra. Os
mercados pouco desenvolvidos, o rápido crescimento da recessão econômica em 1921 e
o Tratado Naval de Desarmamento, criaram ainda mais dificuldades [2].
Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o Canadá foi o principal provedor
mundial de Níquel. Com o advento da guerra, novamente o Níquel foi utilizado
extensivamente na indústria bélica. O fim da guerra em 1945 gerou nova força para a
utilização civil do Níquel. Atualmente, o Canadá é o principal país fornecedor mundial
de Níquel [2, 3].
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1.1 Principais Sistemas de Classificação e Designação
No meio industrial o níquel possui classificação por classes que são definidas de
acordo com as ligas de níquel utilizadas para cada processo e também de acordo com o
uso dessa liga na indústria. Na classe I, classificam-se os derivados de alta pureza, com
no mínimo 99% de níquel contido (níquel eletrolítico 99,9% e carbonyl pellets 99,7%)
tendo assim larga utilização em qualquer aplicação metalúrgica. A classe II é composta
pelos seus derivados com conteúdo entre 20% e 96% de níquel (ferro-níquel, matte,
óxidos e sinter de níquel), com grande utilização na fabricação de aço inoxidável e ligas
de aço [8].
Pela composição, o níquel recebe outra classificação, porém, diferentemente da
divisão por classes, estas denominações estão mais ligadas à extração e processamento
do minério de níquel, em que são denominados sulfetados e lateríticos.
Os minérios sulfetados possuem em sua composição, além do níquel, sulfetos
de cobre, cobalto e ferro, assim como alguns metais valiosos (platina, prata e ouro) e
enxofre, utilizado para a produção de ácido sulfúrico. Originados em camadas
subterrâneas abaixo da região saprolítica, os depósitos de minério sulfetado
correspondem atualmente a cerca de 20% das reservas de níquel do ocidente, sendo
principalmente encontrados na Austrália, seguidos por Canadá, China, África do Sul e
Zimbábue. Cerca de 55% da produção total de níquel é oriunda dos minérios sulfetados.
Recentemente foi descoberto um importante novo depósito de minério sulfetado em
Voisey Bay, no estado de Labrador, Canadá [8].
Quanto ao minério laterítico, sua ocorrência se dá numa região mais superficial,
mais especificamente a saprolítica. Seus depósitos, situados principalmente no Brasil,
Cuba, Austrália, Indonésia, Nova Caledônia e Filipinas, possuem teores médios de
níquel em torno de 1,95% e teores de óxido de ferro acima de 24%, além da presença de
cobalto e magnésio.
Vários especialistas têm apontado a necessidade de desenvolver as
possibilidades de exploração das reservas de minério laterítico, visando o atendimento à
demanda futura e a redução dos custos de produção do metal [8,2].
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2. PROPRIEDADES DO NÍQUEL
Possui símbolo químico Ni, Número Atômico: 28, é um metal de transição,
sólido, possui ponto de fusão (PF): 1728 K e ponto de ebulição (PE): 3186 K, pertence
ao grupo X da tabela periódica. Destaca-se pelo seu magnetismo, que o transforma em
um imã em contato com campos magnéticos.
Pertence à família dos metais de transição, é condutor de eletricidade e calor,
dúctil e maleável, porém não pode ser laminado, polido ou forjado facilmente, possui
brilho metálico, é prateado, magnético, resistente à oxidação [7].
2.1 Propriedades Atômicas e Físicas
O níquel é um metal prateado-esbranquiçado com laivos de dourado que suporta
um alto nível de polimento. O níquel metálico é um material ferromagnético à
temperatura ambiente. A sua temperatura de Curie é de 355ºC (isto é, o níquel é não-
magnético acima deste valor). A unidade celular da estrutura cristalina do níquel é do
tipo Cúbico de Faces Centradas, apresentando um parâmetro cristalino com 0,352 nm
que lhe dá um raio atómico de 0,124 nm. Possui número de coordenação 12. A Figura 1
mostra a unidade celular da estrutura cristalina do níquel [5].
A configuração electrónica dos átomos de níquel é [Ar] 3d8 4s
2 (o símbolo Ar
refere-se a uma estrutura de núcleo semelhante à do Árgon).
Figura 1: Unidade celular da estrutura cristalina do níquel.
A aresta da estrutura Cúbica de Faces Centradas é
a2
+ a2
= (4R)2
2 a2
= 16 R2
a2 =
16/2 R2
a2 =
8 R2
a=
2R (2)
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Numa célula unitária cada átomo do vértice é partilhado entre 8 células unitárias
e os átomos das faces são partilhados entre duas células unitárias . Existem 4 átomos
por célula unitária, onde:
8 x 1/8 + 6 x ½ = 4 átomos
A Figura 2 relaciona o parâmetro da rede a, com o raio metálico, r. Uma vez que
os átomos dos vértices estão em contato pontual com o átomo do centro de cada face, a
diagonal da face é igual a 4r .
Figura 2: Relaciona parâmetro da rede a com raio metálico r.
O fator de empacotamento é definido como sendo a relação entre o volume
ocupado pelos átomos e o volume da célula unitária. Como o níquel possui estrutura
cúbica de corpo centrado, o número de átomos que estão efetivamente em uma célula
cúbica de face centrada é resultado da soma dos átomos presentes em seus vértices,
mais aqueles localizados em suas faces.
Fator de Empacotamento
O fator de empacotamento indica que apenas 74% da célula unitária é ocupada
por átomos e o restante é espaço intersticial.
3. APLICAÇÕES
O níquel é usado na fabricação de aço inoxidável, também pode ser encontrado
em baterias de celular, em bijuterias, botões de roupa e moedas. A bateria de níquel
cádmio (também conhecida por NiCd) foi o segundo tipo de pilha ou bateria
recarregável a ser desenvolvida.
A distribuição em forma metálica do níquel puro é apenas 10% de sua produção
total, sendo que, substancialmente, 90% é distribuída em forma de elemento de liga de
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mais de 3000 ligas diferentes, sendo que 11% da produção total são as chamadas ligas a
base de níquel. A utilização final do Níquel em forma de ligas, pode ser dividida em
quatro grandes setores: comercial, industrial, construção e transporte [2, 8].
Existem muitos pontos favoráveis que dirigem o crescimento da utilização do
Níquel e suas ligas para os anos futuros, tais como: proteção ambiental, eficiência e
segurança, aumento da eficiência da produção e reduzido custo de manutenção.
As ligas a base de níquel, podem ser classificadas em grupos, incluindo o
próprio Níquel, nos quais os maiores constituintes estão em um nível superior a 10%,
são a maioria delas: Níquel, Níquel-Cobre, Níquel-Ferro, Níquel-Cromo, Níquel-
Molibdêmo, Níquel-Ferro-Cobalto, Níquel-Cromo-Cobalto, Níquel-Cromo-Ferro e
Níquel-Cromo-Molibdênio [2].
A aplicabilidade do níquel para ligas envolve seu elevado ponto de fusão (1728
K), adequada resistência a corrosão e capacidade de dissolver, de maneira limitada,
certo número de elementos metálicos, que servem para reforçar ou melhorar suas
propriedades à corrosão e a altas temperaturas.
Outras aplicações do níquel podem ser destacadas, tais como, o níquel
Granulado, serve como catalisador para a hidrogenação de óleos vegetais. A
eletrodeposição do níquel dá uma eficiente proteção anticorrosiva a peças de aço, é
utilizado também em ligas para ímãs permanentes [5,6].
3.1 Ligas de Níquel
As ligas são materiais que possuem propriedades metálicas, compostos por dois
ou mais elementos, sendo pelo menos o maior constituinte deles, um metal.
Normalmente as ligas são criadas para modificar ou acrescentar propriedades diferentes
das propriedades dos metais que a formam [1].
As ligas metálicas formam-se através de alterações na estrutura do metal
principal, que é normalmente um metal de transição. As alterações que ocorrem na
estrutura do metal principal são normalmente alterações por substituição de átomos de
outros elementos (Figura 3). Esse tipo de liga ocorre quando os átomos dos elementos
possuem dimensões semelhantes, estruturas eletrônicas similares ou a mesma estrutura
cristalina.
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Figura 3: Exemplo de uma liga metálica substitucional, a liga de Cobre e Níquel, onde os átomos de
cobre substituem as posições atômicas dos átomos de níquel.
Por outro lado, quando os raios atômicos são muito diferentes, os átomos
menores ocupam os intervalos entre os átomos maiores, formando a liga metálica
intersticial.
Figura 4: Comparação entre uma liga metálica substitucional e uma liga metálica intersticial
Níquel -cobre: (Monel)
Monel é a denominação de um conjunto de ligas metálicas de alta resistência
mecânica e alta resistência à corrosão atmosférica, aos ácidos e álcalis e à água salgada.
Têm ponto de fusão bastante elevado, por volta de 2.400°C.
São basicamente ligas de 65-70% Ni (níquel) e 20-30% Cu (cobre), com adição
de diversos outros elementos, como ferro, manganês, silício, enxofre, titânio e alumínio,
dependendo das propriedades necessárias.
As ligas Monel são utilizadas em substituição aos aços inox em inúmeras
aplicações na indústria química, indústria petrolífera, construção naval, etc.
Ligas de Níquel- cromo (Nicromo)
Nicromo é o nome dado a diversas ligas baseadas em Ni (Níquel) e Cr (Cromo)
utilizadas na produção de fios para fabricação de resistências elétricas. São ligas de alta
resistividade, próxima a 1,0Ω.mm2/m, e podem trabalhar em temperaturas elevadas, na
faixa de 1000 -1150 °C. Têm também boa resistência mecânica e boa estabilidade com a
temperatura.
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Podem conter 15%-25% Cr, 19-80% Ni, sendo o restante normalmente
composto por Fe (Ferro). Por suas excelentes características e seu baixo custo, as ligas
Nicromo são as mais usadas como resistências de aquecimento em eletrodomésticos,
tais como chuveiros elétricos, torradeiras, ferros de passar, etc.
Níquel-Titânio (Nitinol)
O Nitinol é uma liga com 45% de Ti e 55% de Ni, amplamente utilizada em
implantes cardíacos, instrumentos cirúrgicos, devido a suas propriedades de
superelasticidade e efeito de memória. Com relação à estrutura cristalina tem-se o
níquel com estrutura cúbica de face centrada (CFC), sendo uma característica marcante
sua alta estabilidade nessa fase, e o titânio com estrutura cúbica de corpo centrado
(CCC). A liga de Ni-Ti é caracterizada por uma solução sólida substitucional, onde os
átomos compartilham uma única rede comum de posições atômicas [7]
Essa liga metálica tem uma propriedade muito especial, tendo em vista que os
átomos se arranjam de duas formas diferentes, onde uma forma é quando ela está em
uma temperatura bastante elevada, e outra quando está em uma temperatura baixa.
Quando está frio, o nitinol fica maleável e quando está quente os átomo se organizam de
uma forma completamente diferente, fazendo com que ele fique mais rígido, o que pode
lembrar um formato programado anteriormente quando é esquentado. Essa propriedade
é denominada de memória de forma [4] .
As ligas com memória de forma, são materiais metálicos que têm a capacidade
de recuperar a sua forma mesmo depois de severamente deformados. Estes materiais são
constituídos por duas fases sólidas distintas com estruturas cristalinas diferentes, onde
uma é a Austenite e a outra é a Martensite. A fase austenite possui estrutura cúbica de
corpo centrado (CCC), ocorre em altas temperaturas, baixas tensões e apresenta menor
elasticidade que a fase martensite. Esta última apresenta uma estrutura monoclínica,
triclínica ou hexagonal, se forma em baixas temperaturas, flexível e facilmente
deformável e apresenta estrutura com pouca simetria [4 ].
Na Figura 5 é possível visualizar a conformação atômica das fases austenítica e
martensíticas.
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3.2 Minérios de Níquel
Os principais minérios de níquel são os sulfuretos, os silicatos e os arsenetos.
Nos sulfuretos destacam-se a pentlandita, a milerite, a polidinite e a siegenite, que se
encontram no Canadá, na ex-URSS, na Nova Calcedônia, em Cuba e no E.U.A. Os
silicatos garnierite e limonite niquelífera encontram-se sobretudo no Canadá (Sudbury),
ex-URSS, África do Sul, Finlândia e E.U.A. (Minnesota). Dentre os arsenetos
salientam-se a nicolite, a gersdorfite, a cloantite e a anabergite.
A pentlandita (Fe,Ni)9S8, a garnierita (Mg,Ni)6Si4O10(OH)8 e a nicolita (NiAs)
são uns dos minerais mais empregados para a extração desse metal.
Pentlandita – (Fe,Ni)9S8
A pentlandita é um mineral da classe dos minerais sulfuros, membro do
chamado grupo da pentlandita. Foi descrita em 1856 por J. B. Pentland no município de
Sør-Fron, na província de Oppland (Noruega). O mineral recebeu então o nome de seu
descobridor. Alguns sinônimos pouco usados para este mineral podem ser: folgerita,
lillehammerita ou nicopirita. São descritas abaixo a imagem da pentlandita e algumas
propriedades físicas deste mineral.
Dureza: 3,5 – 4,0
Peso específico: 4,6 – 6,0
Brilho: metálico
Cor: bronze amarelado
Traço: marrom claro
Figura 6: Ilustra a Pentlandita
Figura 5: Conformação atômica das fases martensite e austenite
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Em relação à composição e estrutura, (Fe,Ni)9S8, geralmente a razão Fe:Ni é
próxima de 1:1. Geralmente contém pequenas quantidades de Cobalto. A estrutura da
pentlandita é muito complicada, trata-se de uma estrutura cúbica de face centrada, onde
os átomos metálicos estão em coordenação octaédrica e tetraédrica com S. Pura
(Fe,Ni)9S8 sem Cobalto é estável até 610 ºC no sistema Fe-Ni-S. Pentlandita com até
40,8 % de Cobalto é estável até 746 ºC. Geralmente ocorre como lamelas de exsolução
na pirrotita [5].
Garnierita
A garnierita é um silicato de magnésio e níquel de composição variável
(Mg,Ni)6Si4O10(OH)8. O nome vem do geólogo francês Jules Garnier que identificou este
mineral na Ilha de Calcedônia. Apresenta-se geralmente em agregados lamelares e como
incrustações microcristalinas sobre outras pedras. Os cristais são raríssimos e sempre
malformados. Possui sistema cristalino monoclínico e dureza entre 2 e 4. A Figura 7
mostra a Garnierita.
Figura 7: Garnierita (Mg,Ni)6Si4O10(OH)8
Propriedades físicas
Densidade: 2,2 - 2,8.
Clivagem: nenhuma.
Fratura: irregular.
Cores: verde brilhante característico, mas também branca.
Cor do traço: verde claro.
Transparência: transparente, translúcida e opaca.
A garnierita forma-se em rochas ígneas, onde os sulfetos de Níquel foram
alterados por fluidos. A maior jazida continua sendo a da Nova Calcedônia, onde se
apresenta em grandes massas. Encontra-se também em abundância na África do Sul, no
Madagascar, Estados Unidos, Rússia e Itália. A Garnierita é uma das principais fontes
de extração do níquel.
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Nicolita
Possui fórmula NiAs (arsenato de níquel), dureza 5 - 5,5 e sistema cristalino
hexagonal. A célula unitária da nicolita (também chamada niquelita) se utiliza como
protótipo de uma classe de sólidos com estruturas cristalinas similares. Os compostos
que adotam a estrutura de NiAs são geralmente calcogênios, arsênios, antimônio e
bismutos de metais de transição. Os membros destes grupos incluem o sulfureto de
cobalto (II) e o sulfureto de ferro (II) [8].
Figura 8: Representação da célula unitária e do cristal do Arsenato de níquel
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4. CONCLUSÃO
O níquel é um dos metais industriais de grande importância, pois se mostra
evidente a sua necessidade em termos econômicos e tecnológicos. O níquel já era
utilizado desde a era cristã. Nos anos 300 ou 400 a.C, fabricavam-se armas que
possuíam ferro meteorítico com conteúdo de níquel variando entre 5 a 15%. Atualmente
o Canadá é o principal país fornecedor mundial de níquel.
No meio industrial o níquel possui classificação por classes (Classe I e Classe II)
que são definidas de acordo com as ligas de níquel utilizadas para cada processo e com
o uso desta liga na indústria. Pode ser classificado também de acordo com a extração e
processamento do minério níquel, onde pode ser denominado sulfetado ou laterítico.
Algumas das características do níquel são, por exemplo, é um metal duro,
maleável, porém não pode ser laminado, polido ou forjado facilmente. É bastante
resistente a oxidação. A unidade cristalina do níquel é do tipo Estrutura Cúbica de Faces
Centradas e possui número de coordenação 12. É um material ferromagnético à
temperatura ambiente e condutor de eletricidade e calor.
É utilizado na fabricação de aço inoxidável, também pode ser encontrado em
baterias, bijuterias, moedas. A maioria da distribuição do níquel é em forma de
elemento de liga de mais de 3.000 tipos de ligas diferentes, onde 11% da produção
destas, são chamadas ligas a base de níquel. A utilização do níquel em forma de ligas
pode ser destinada ao setor comercial, industrial, construção e transporte.
A pentlandita (Fe,Ni)9S8, a garnierita (Mg,Ni)6Si4O10(OH)8 e a nicolita (NiAs)
são uns dos minerais mais empregados para a extração desse metal. A pentlandita é um
mineral da classe dos minerais sulfuros, onde a geralmente a razão Fe:Ni é próxima de
1:1. Geralmente contém pequenas quantidades de Cobalto. A estrutura da pentlandita é
muito complicada, trata-se de uma estrutura cúbica de face centrada.
A garnierita é um silicato de magnésio e níquel de composição variável, onde a
formação de cristais é muito raro e são sempre mal formados. Em relação à nicolita,
possui sistema cristalino hexagonal e a célula se utiliza como protótipo de uma classe de
sólidos com estruturas cristalinas similares.
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REFERÊNCIAS
[1] ATKINS, Peter; JONES, Loreta. Princípios de Química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. p 48, 205.
[2] BUSO, SIDNEI JOSÉ. Dissertação de Mestrado: Estudos microestruturais e por
microanálise para identificação dos precipitados presentes em amostras da liga de
níquel tipo 600 (nacional) após processos de soldagem. Disponível em: <
http://pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Sidnei%20Jose%20Buso_M.pdf>
Acesso em: 14 Dez. 2012.
[3] CUNHA, José Mauro Mettrau Carneiro da. Níquel: novos parâmetros de
desenvolvimento. Disponível em: <
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/c
onhecimento/relato/niquel.pdf> Acesso em 14 Dez. 2012.
[4] FORMA, Ligas com memória de. Disponível em: < http://page.esec-aquilino-
ribeiro.rcts.pt/quimica/album/metaismem.pdf> Acesso em: 10 Dez. 2012.
[5]PARRA, Matias. El Niquel. Disponível em:
<file:///C:/Users/Darleila/Desktop/trabalho%20quimica%20do%20estado%20s%C3%
3lido/Nova%20pasta/el-niquel.html> Acesso em: 10 Dez. 2012.
[6] RABELLO, Isabel Portela; et al. Estado da arte das ligas de nitinol : estudo das
propriedades físico-químicas para aplicação como biomateriais. In: 7º Congresso Latino
Americano de Órgãos Artificiais e Biomateriais. 22 A 25 Ago. 2012-Natal-RN.
Disponível em: < www.metallum.com.br/7colaob/resumos/trabalhos.../01-047.docx>
Acesso em:14 Dez. 2012.
[7] SILVA, Rui F. Metais com Memória de Forma. Universidade de Aveiro:
Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro Ciência e engenharia de materiais.
Disponível: <
http://www2.cv.ua.pt/QUIMIMATER/Protocolos%20Experimentais/Unidade1/Semina
io_Metais%20com%20Memoria%20de%20Forma.pdf> Acesso em: 10 Dez. 20
[8] SILVA, Cristina Socorro da. Níquel: bem mineral. Disponível em: <
http://www.dnpm.gov.br/assets/galeriadocumento/balancomineral2001/niquel.pdf>
Acesso em: 14 Dez. 202.