Sindicom em pauta nº 1
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Ano 1 Número 1 Setembro/2012
LIBERDADE AMEAÇADA
Assembleia: radialistas aprovam pauta de reivindicações
Mesas-redondas: em busca de melhores condições de trabalho
SINDICATO DOS TRABALHADORES EM COMUNICAÇÃO NOS ESTADOS DE GOIÁS E TOCANTINS / FILIADO À CUT - FITERT - UNI
Setembro/2012Setembro/2012
LIBERDADE AMEAÇADA
SINDICATO DOS TRABALHADORES EM COMUNICAÇÃO NOS ESTADOS DE GOIÁS E TOCANTINS / FILIADO À CUT - FITERT - UNI
Radialista é assassinado em Goiás e morte põe em xeque a liberdade de imprensaO assassinato do radialista e comentarista esportivo Valério Luiz pôs em xeque a liberdade de imprensa em Goiás. A principal suspeita é que o crime tenha relação com as opiniões profi ssionais do radialista, que vinha sendo ameaçado e foi executado na porta da rádio em que trabalhava.
2 SINDICOM em Pauta
Dois anos de muito trabalho e grandes conquistas
Completamos, há poucos dias, 24 meses à frente do Sindicom. Foram dois anos de muitos enfrentamentos e dificuldades. Mas, podemos dizer que, até aqui, obtivemos êxito naquilo que nos propusemos a
fazer. Graças ao comprometimento dessa direção em resolver problemas que afe-tam os trabalhadores, questões que se per-petuavam em prejuízos para a categoria, atualmente, são sombras de um passado distante. O sindicato encontra-se com-promissado com os trabalhadores e luta, a cada dia, para que seus associados te-nham mais orgulho de serem profissionais da comunicação.
Avançamos nas conquistas obtidas nas convenções coletivas. Conseguimos pôr fim à divisão de jornada da área técni-co-operacional e avançamos ainda mais. Desde o acordo coletivo assinado em ou-tubro passado, as empresas são obrigadas a contratar profissionais, exclusivamente, com o devido registro profissional, con-forme estabelece a Lei 6.615/78. A con-venção coletiva de trabalho dos publici-tários é hoje a melhor do país, incluindo piso por função e muitas outras vantagens.
Promovemos mesas-redondas com inú-meras empresas no Ministério do Trabalho e Emprego em Goiânia e Brasília (respon-sável pela fiscalização das empresas do en-torno), sempre com o propósito de ajustar compromissos com aquelas que vinham
cometendo irregularidades nos contratos de trabalho, prejudicando sobremaneira a vida do trabalhador.
Nesses dois anos de mandato, visita-mos mais de 150 empresas em Goiânia e no interior. Esse é o resultado do sindica-to se aproximando do trabalhador a cada dia que passa. Percebemos as dificuldades que os trabalhadores estão enfrentando: baixos salários e, ainda, o desrespeito ao piso estabelecido, desvio de função, acú-mulo de função, fatos isolados, mas que continuam acontecendo e que o Sindicom vem combatendo.
Estamos propondo, com frequência, ações judiciais para que tais erros cessem. O trabalhador que se sentir prejudicado e lesado nos seus direitos, basta nos procu-rar que podemos e vamos lhe ajudar. Esse é o papel do sindicato: lutar pelos traba-lhadores.
Em busca de mais informações e da atualização necessária para bem represen-tarmos os trabalhadores, participamos do Congresso Nacional dos Radialistas e do Encontro Internacional de Gênero, pro-movido pela Federação dos Radialistas. Eventos que discutiram assuntos atuais e
de interesse da área de comunicação.Reestruturamos a sede administrativa
do Sindicom, adquirimos novos equipa-mentos, construímos um auditório para 60 pessoas, e, ainda, neste ano, estaremos emitindo as carteiras associativas em um formato mais moderno, no mesmo padrão dos cartões de crédito.
Também reformamos a sede recreati-va, que conta, agora, com piscina nova, mesas, cadeiras, churrasqueiras, nova cozinha com fogão, geladeira e freezer. Tudo para melhor atender os sócios.
Estamos reformulando o layout do site do sindicato com mais informações e interatividade, buscando atender as neces-sidades dos trabalhadores. Estamos tam-bém nas redes sociais: Facebook, blog e Twitter. Acompanhe o sindicato pelas re-des sociais, participe, dê sua opinião e va-mos lutar juntos por melhores condições de trabalho e salário. Agora, lançamos o jornal impresso “Sindicom em Pauta”, um novo e importante canal de comuni-cação entre o sindicato e os trabalhadores.
Meus amigos da comunicação, mui-to já foi feito e muito ainda vamos fazer em prol da categoria. Todos os dias, esta-mos no sindicato para melhor atender os companheiros e ajudar a resolver os pro-blemas que surgem dia a dia. Esperamos contar com sua visita e, principalmente, com seu apoio.
Um grande abraço,
Miguel Novaes FilhoPresidente
“O sindicato encontra-se compromissado com os
trabalhadores e luta, a cada dia, para que seus associados tenham
mais orgulho de serem profissionais da comunicação
Rua Pedro Vigiano, nº 175, Centro, Goiânia (GO) CEP 74.055-220 - Fone (62) 3224 3131www.sindicomgoias.com.br
Diretoria – 2010/2014
PresidênciaMiguel Novaes Filho
Secretaria GeralMátya Rodrigues da Cunha
Secretaria de FinançasEurípedes Corrêa Conceição
Secretaria JurídicaEdwilson da Silva
Secretaria de FormaçãoJosé Calazans de Santana Filho
Secretaria de Fiscalização e Registro ProfissionalMarcelo Alves do Rego
Secretaria de OrganizaçãoNelson Félix da Silva
Sindicom em PautaAno I Nº 1 Setembro/2012Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Co-municação nos Estados de Goiás e Tocantins (Sin-dicom) Tiragem: 2 mil exemplaresEdição: Santa Inteligência ComunicaçãoJornalista responsável: Rosane Rodrigues da Cunha - MTb 764/JP - Fone: (62) 9903 0935E-mail: [email protected]ão: Cir Gráfica
As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião de
Sindicom em Pauta
EDITORIAL
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
AGE aprova pauta de negociações
Com a participação de diretores do sindicato e de trabalhadores de várias empresas de rádio e televisão goia-nas, a Assembleia Geral Extraordiná-ria (AGE), convocada pelo Sindicom, aprovou a proposta de Convenção Co-letiva de Trabalho (CCT), que vai vigo-rar entre 1º de outubro de 2012 e 30 de setembro de 2013. A AGE dos radialis-tas foi realizada no dia 3 de setembro no auditório do sindicato, em Goiânia (GO).
Entre as propostas, que vão pautar as negociações com o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Es-tado de Goiás, entidade representativa dos empregadores, está o reajuste sala-rial dos radialistas. O índice aprovado contempla a reposição da inflação dos
últimos 12 meses, acres-cido de um percentual de ganho real.
Na AGE, os radialis-tas também aprovaram o novo piso salarial para os profissionais que exercem funções regulamentadas em atividades técnicas. Entre as cláusulas sociais, uma proposta aprovada pela assembleia prevê o pagamento de auxílio--creche aos homens que tenham a guarda dos filhos menores de quatro anos.
No dia 4, foi a vez dos publicitários reunirem-se na sede do Sindicom para a aprovação da proposta da nova CCT da categoria, que tem atualmente um dos melhores acordos coletivos de traba-lho do país. O presidente do Sindicom, Miguel Novaes Filho, observa que as propostas discutidas nas AGEs busca-ram melhorar as condições de trabalho, assegurar uma remuneração digna e a valorização profissional dos filiados.
Para acompanhar e participar das negociações com as empresas, os traba-lhadores devem ficar atentos aos infor-mativos do Sindicom e às divulgações na página do sindicato no Facebook e no Twitter. “A participação de todos é muito importante para o sucesso das negociações”, afirma o presidente.
Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), realizada na sede do Sindicom, os trabalhadores aprovaram a proposta de Convenção
Coletiva de Trabalho para 2012/2013
AGE: trabalhadores aprovam reivindicações da categoria
De olho na ConvençãoA Convenção Coletiva de Traba-
lho em vigor (2011/212) prevê que “empregado e empregador, em comum acordo, poderão optar pela divisão de férias do empregado em até dois perí-odos, desde que nenhum deles seja in-ferior a 15 dias”. Fique de olho e exija seus direitos.
Rescisão de contrato terá novo modelo
A partir de novembro deste ano, o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) deverá especificar detalhadamente todas as deduções e as verbas rescisórias devidas ao traba-lhador, como adicional noturno, horas extras, férias vencidas, aviso prévio indenizado, gratificações e contribui-ção à Previdência. O trabalhador deve ficar atento, pois se o TRCT não seguir o novo modelo, não será autorizado o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Reuniões sobre o banco de horas
A implantação do banco de horas nas empresas tem sido debatida em várias reuniões promovidas pelo Sin-dicom. Nos encontros, o sindicato ex-põe as vantagens e desvantagens deste instrumento, orienta os trabalhadores e negocia com os empregadores, não permitindo a adoção do banco sem a anuência da maioria dos empregados.
Sindicom oferece assessoria jurídicaSempre que necessário, os filia-
dos do Sindicom podem contar com a orientação da assessoria jurídica do sindicato. A advogada trabalhista Pa-trícia Machado faz plantão na sede to-das as terças e quintas-feiras, das 10 às 12 horas e das 14 às 16 horas. Ligue (62) 3224 3131 e agende seu atendi-mento.
Todo o trabalho desenvolvi-do pelo Sindicom em prol dos co-municadores só tem sentido com a participação da categoria. Portanto, se você é filiado venha até o sindi-cato, participe das reuniões, traga suas demandas e ajude a divulgar
nossas ações. Se ainda não se filiou, procure o Sindicom e filie-se. Sua participação é fundamental para o fortalecimento do sindicato e da ca-tegoria. O Sindicom está te esperan-do de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.
Sindicato forte, categoria forte
3SINDICOM em Pauta
4 SINDICOM em Pauta
IMPRENSA AMEAÇADA
Assassinato de Valério Luiz ameaça a liberdade de imprensa
A imprensa goiana, infelizmente já acostumada a noticiar a criminalidade que atinge a sociedade, também foi alvo desta violência que avança no Estado de forma assustadora. No dia 5 de julho, o radialista e comentarista esportivo Valério Luiz foi executado a tiros, na porta da Rádio 820 AM, em Goiânia.
Filho do cronista esportivo Mané de Oliveira, Valério Luiz tinha 49 anos de idade, mais de 30 deles dedicados à pro-fissão. Na tarde do crime, ele deixava a rádio, após mais um dia de trabalho, quan-
do foi atingido por tiros disparados por um motociclista, que fugiu sem ser identifica-do. Valério Luiz morreu no local.
Para a família e colegas do radialista, tudo leva a crer que Valério Luiz foi morto em decorrência de suas opiniões profissio-nais. Muito conhecido em Goiás, o cronis-ta era tido como polêmico, devido a seus comentários incisivos e contundentes.
O pai de Valério Luiz prefere não fazer acusações, mas alimenta essa sus-peita, que não é descartada pela delega-da Adriana Ribeiro de Barros, titular da Delegacia de Homicídios, que investiga o crime. A pedido do governador Marconi Perillo, uma equipe da Polícia Civil foi escalada para trabalhar exclusivamente no caso. Mas, quase três meses depois, o crime que comoveu e indignou Goiás continua sem solução.
Várias pessoas já foram ouvidas, in-clusive policiais militares, diretores e ex--dirigentes do Atlético Clube Goianiense (ACG), que dias antes do crime tinham proibido o acesso ao clube de equipes da Rádio 820 AM e da PUC TV, emissoras
nas quais Valério Luiz trabalhava. Todos negaram qualquer envolvimento no assas-sinato.
O grande clamor da sociedade é que esse homicídio não fique sem solução, pois a impunidade tem favorecido a vio-lência no Brasil, que, de acordo com a or-ganização internacional Campanha Em-blema de Imprensa, é o segundo país mais perigoso para os profissionais de comuni-cação, perdendo em insegurança somente para a Síria.
Para tentar mudar esse quadro de im-punidade, tramita no Congresso Nacio-nal o Projeto de Lei número 1078/11, do deputado Delegado Protógenes (PCdoB--SP), que permite à Polícia Federal par-ticipar de inquéritos de crimes contra a atividade jornalística. A participação ocorrerá quando houver “omissão ou ineficiência” das esferas competentes nos estados e municípios, caracterizada após 90 dias de investigações. O Sindi-com defende também a inclusão dos cri-mes cometidos contra radialistas nesta proposta.
A morte do radialista expõe a violência que afeta a sociedade e atinge a imprensa goiana
Valério Luiz: executado em Goiânia
No dia 11 de setembro, a Associação Goiana de Imprensa (AGI) anunciou a re-criação de um fórum permanente de defesa de profissionais da imprensa goiana. For-mada por radialistas e jornalistas, a co-missão vai atuar em prol das garantias de segurança e independência para os traba-lhadores da imprensa em Goiás.
O presidente da AGI, Valterli Guedes, citou o assassinato do radialista Valério Luiz, como uma justificativa forte da ne-cessidade de recriação da comissão. Valter-li destacou que a AGI está acompanhando as investigações e cobra a prisão dos culpa-dos. O radialista Mané de Oliveira, pai de Valério, integra a comissão.
Sindicom divulga nota de pesar e cobra justiça
No dia do assassinato do radialista Valério Luiz, o presi-dente do Sindicom, Miguel No-vaes Filho, divulgou uma nota, manifestando o pesar de toda a categoria pela morte do colega e a solidariedade à família do tam-bém radialista Mané de Oliveira. Nesta nota, o Sindicom também cobrava rapidez na apuração do crime e a punição dos responsá-veis.
“Foi um crime bárbaro, que chocou a todos, um atentado à profissão e contra a liberdade de imprensa”, disse o presidente do Sindicom. Ele também recorreu
às redes sociais para cobrar o es-clarecimento do assassinato, que teve repercussão em todo o Bra-sil e em outros países.
Quase três meses depois do crime, Miguel Novaes Filho re-força o pedido feito às autorida-des policiais e conclama todos os veículos e trabalhadores em co-municação a intensificarem essa campanha, enviando mensagem ao governo de Goiás e à Secre-taria Estadual de Segurança Pú-blica cobrando o esclarecimento do caso. “Não podemos permitir que os responsáveis por esse cri-me fiquem impunes”, afirmou.
Crime motiva a recriação de comissão de defesa
da imprensa
5SINDICOM em Pauta
ENTREVISTA – LORENA NASCIMENTO DE OLIVEIRA
“Todos os meus planos de vida envolviam o Valério”
No dia 28 de julho, a advogada Lorena Nascimento de Oliveira e o ra-dialista Valério Luiz completariam sete anos de casados. Uma união feliz, que eles pretendiam fortalecer ainda mais com o nascimento de um filho. Mas, an-tes disso, no dia 5 de julho, Valério foi assassinado. “De casada, me tornei viú-va com 31 anos. De feliz, me tornei tris-te”, conta Lorena, que nesta entrevista fala um pouco sobre a vida com Valério, os planos do casal, as ameaças e a morte do marido.
Como você conheceu o Valério e como era a vida de vocês?
Somos Testemunhas de Jeová e nos conhecemos no final de 2002, através de amigos. Em julho de 2003, começamos a namorar e, em 28 de julho de 2005, nos casamos. Desde que ele havia se divor-ciado, os três filhos moravam com ele e continuaram a morar conosco. Ele sem-pre cuidou sozinho dos filhos, tinha muita preocupação com eles, e sempre foi um pai amoroso e participativo. Como mari-do, eu dizia que ele tinha sido um presen-te de Deus.
Quais eram os planos de vocês?Apesar de ter a personalidade forte,
nós dois tínhamos muita afinidade, gos-távamos das mesmas coisas, sempre via-jávamos para esquiar, pescar, gostávamos de acampar, fazer trilhas de bicicleta. Ele gostava de tudo ligado ao esporte. Éra-mos companheiros de verdade e muito e felizes. Ele era tudo pra mim. Nosso pró-ximo plano, era termos um bebê, preten-díamos que eu ficasse grávida ainda esse ano. Mas, infelizmente não deu tempo.
As posições polêmicas de Valério em seu trabalho eram uma preocu-
pação sua quanto à integridade física dele?
Em alguns momentos, cheguei a me preocupar sim. Falei para ele pegar mais leve em algumas coisas, pois achava que ele poderia se prejudicar, mas no âmbito do trabalho, como quererem despedi-lo, esse tipo de coisa. Mas nunca pensei que poderia chegar ao ponto de alguém que-rer assassiná-lo.
Ele mencionou alguma vez que so-fria ameaças?
Dois dias antes de ser assassinado, ele me contou que o Maurício Sampaio (ex-vice-presidente do Atlético Clube Goianiense) estava fazendo tudo para que ele fosse demitido da PUC TV e da Rádio 820 e teria comentado que o Valério se tornaria uma peça de museu. O Valério me disse que era por causa dos comen-tários que ele estava fazendo em relação à atuação do Maurício e de outros diri-gentes do Atlético, mas, principalmente, porque tinha dito que quando o barco está afundando, os primeiros a pularem fora são os ratos. Perguntei se ele achava que seriam capazes de fazer algo contra ele e o Valério me disse que não sabia, mas se mostrou apreensivo e nervoso. Acon-selhei que ele tivesse cuidado e ele con-cordou.
Como você soube do assassinato?Por volta das 14h10, o Rupert Ni-
ckerson (radialista) me ligou e disse para eu ir rápido até a rádio, que o Valério ti-nha levado cinco tiros. Fiquei desespera-da e, quando cheguei lá, fui correndo até o carro do Valério. A polícia estava no local e não me deixaram tocar nele. Só o vi caído e percebi que, na verdade, ele já estava morto. Não conseguia acreditar, parecia que tinham enfiado uma faca no meu peito também. A única coisa que veio a minha cabeça foi o que ele tinha me falado duas noites atrás e foi o mesmo o que o Mané falou naquele momento.
Você acredita que a morte do Va-lério pode ter sido encomendada por causa dos comentários polêmicos dele?
Não tenho dúvida de que a morte está relacionada aos comentários dele sobre os dirigentes do Atlético, ou talvez, a algo sério que o Valério sabia, relacionado a
eles. Pelo que sei, essa é a única linha de investigação da polícia até agora.
Recentemente, o tenente-coronel Wellington de Urzêda Mota foi afas-tado temporariamente do Comando de Missões Especiais para, segundo a PM, “acompanhar com mais calma as investigações do assassinato de Valério Luiz”. Como você avalia essa questão?
Acho que isso demorou muito a ocor-rer, pois essa foi uma exigência da família desde o início da investigação. Creio que tanto ele, quanto os demais policiais que tiveram seus nomes de alguma forma en-volvidos deveriam estar afastados.
Qual é o maior receio da família em relação as investigações do crime?
Apesar da demora, tenho total con-fiança que a delegada Adriana (titular da Delegacia de Homicídios) vai solucionar esse caso. Ela própria me garantiu, mas disse que, devido à complexidade, pode-ria demorar um pouco. Porém, como as coisas são no Brasil, meu medo é que se repita o que já vimos em muitos casos, nos quais, apesar de provas, os responsá-veis, pelo dinheiro que têm, não vão para a cadeia. Por exemplo, o Maurício Sam-paio foi à delegacia prestar depoimento com três advogados, sendo que dois são ex-desembargadores e presidentes do Tri-bunal de Justiça de Goiás. Acho que não preciso dizer mais nada.
Como tem sido a rotina da família depois da morte do Valério?
Estamos tentando retomar nossas atividades, o trabalho,... mas ainda não conseguimos. Fiquei vários dias de cama, tive crises de pânico, mas estou me tra-tando e começo a me recuperar. Mas en-quanto esse crime cruel não for solucio-nado, será impossível retomar totalmente nossas vidas. No meu caso, começar uma nova vida, porque todos os meus planos envolviam o Valério e, agora, todos aca-baram. A única coisa que posso esperar é que este crime seja solucionado e que todos os envolvidos paguem pelo que fi-zeram. O Valério não está mais aqui, mas agradeço a Deus por ter vivido todos es-tes anos com ele, por termos vivido inten-samente, por ter sido muito amada e por tê-lo amado e o feito feliz.
6 SINDICOM em Pauta
DEFESA PROFISSIONAL
Sindicom intensifica ações em prol dos profissionais de comunicaçãoSempre atento e sem medir esfor-
ços para assegurar os direitos dos tra-balhadores, o Sindicom vem agindo com rigor na fiscalização do cumpri-mento das Convenções Coletivas de Trabalho dos radialistas e publicitá-
rios. A partir de denúncias dos traba-lhadores ou de indícios de irregulari-dades nas empresas, o Sindicato vem atuando junto ao Ministério Público do Trabalho (MTP) em defesa dos profissionais e em busca de solução
para os problemas detectados.A atuação do sindicato a favor da
categoria resguarda a privacidade do trabalhador e tem assegurado a ade-quação das empresas à legislação. “O sindicato defende o grupo sem a ne-
Mesa-redonda discute acúmulo de função na PUC TV
O acúmulo da função de operador de câmera de estúdio, operador de câmera externa e motorista por tra-balhadores contratados pela PUC TV foi debatido em uma mesa-redonda realizada no dia 22 de agosto, na Su-perintendência Regional do Trabalho em Goiás. O diretor Jurídico do Sin-
dicom, Edwilson Silva, questionou os representantes da emissora, Jaime Pe-dreira Salvador Júnior e Maria Apare-cida Batista, sobre esse acúmulo.
A representação da PUC TV ne-gou a existência do problema e ale-gou que os câmeras externos recebem uma gratificação de 40% para dirigi-
rem os carros de reportagem. A fim de comprovar a existência ou não do acúmulo de função, o Sindicom soli-citou a relação dos nomes, cargos e registros profissionais de todos os ra-dialistas que trabalham na emissora. A PUC TV comprometeu-se a repas-sar a lista.
Denúncias de excesso de trabalho na Record Goiás
A exigência do cumprimento pe-los radialistas de jornada extra de trabalho e a não-remuneração de to-das as horas excedentes foram duas das várias denúncias discutidas en-tre o Sindicom e a Record Goiás na mesa-redonda realizada no dia 21 de agosto. Com a mediação do chefe da Seção de Relações do Trabalho da SRTE, Paulo Gama Lyra Filho, o pre-sidente do sindicato, Miguel Novaes Filho, e o diretor Jurídico, Edwilson Silva, relataram que há várias queixas de radialistas que estariam extrapo-lando em muito suas jornadas de tra-balho, sem a devida remuneração.
De acordo com as denúncias, a emissora só autorizaria o registro di-ário em ponto de duas horas. O ex-cedente não estaria sendo registrado
nem remunerado. As representantes da Record Goiás, Kelen Cristina Fer-reira da Silva e Vilma Moreira da Silva, alegaram que a emissora não permite excessos de horas extraordi-nárias e se comprometeram a averi-guar a denúncia e a corrigir possíveis irregularidades.
Sindicom e Record Goiás: em busca de soluções
TV Capital não comparece à
reuniãoAgendada para o dia 23 de
agosto e informada à emissora com antecedência, a reunião en-tre o Sindicom e a TV Capital acabou não acontecendo. Mo-tivo: no dia marcado, nenhum representante da empresa com-pareceu à Superintendência Re-gional do Trabalho em Goiás.
A mesa-redonda foi solicita-da pelo Sindicom para discutir a contratação de trabalhadores sem registro profissional e de mão-de-obra não-habilitada para o exercício da profissão de radia-lista. O sindicato vai recorrer à justiça contra a empresa.
7SINDICOM em Pauta
Sindicom intensifica ações em prol dos profissionais de comunicaçãocessidade de exposição do trabalha-dor ao risco de retaliações por parte das empresas infratoras”, diz o secre-tário Jurídico do Sindicom, Edwilson Silva.
Ele explica que o Sindicom está
de portas abertas para atender os trabalhadores e atento à realidade das empresas. Além das denúncias ao Ministério Público do Trabalho, o Sindicom também tem buscado acordos com as empresas em mesas-
-redondas intermediadas pela Supe-rintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE). As mesas-redondas começaram em ju-lho de 2012 e têm alcançado bons resultados.
Iurd e 107 FM pedem mais tempo para respostas
Dia 4 de outubro. Essa foi a data marcada para a Iurd responder as de-núncias apresentadas pelo Sindicom na mesa-redonda realizada no dia 24 de agosto. O presidente do sindica-to, Miguel Novaes Filho, e o diretor Jurídico, Edwilson Silva, reivindica-vam o pagamento do ticket-alimen-tação de 15 reais por dia trabalhado, definição de critérios claros para a concessão do auxílio-creche e a fixa-ção da escala de folga nos finais de semana.
O sindicato também reivindicava a concessão de vale-transporte notur-no, registro profissional dos trabalha-dores, regularização do acúmulo de função pelos editores e a liberação do uso de elevadores pelos trabalha-dores. A emissora foi representada na reunião pelo pastor Jackson Oliveira Gomes e pela assessora Jurídica, Lu-ciana Vaz.
A Rádio 107 Sertaneja FM tam-bém não respondeu às denúncias fei-tas pelo Sindicom na mesa-redonda realizada em 28 de agosto. Entre elas
estavam atrasos no pagamento, ex-cesso de carga horária dos trabalha-dores e a contratação de empregados sem registro em carteira.
A representante da rádio, Ma-ria José França Félix, alegou que a emissora não tem fins lucrativos e só retransmite a programação do Rio de
Janeiro. Questionada sobre os 30% de programação local que a rádio deveria ter, ela pediu um prazo para responder. Em uma nova mesa-re-donda, realizada em 18 de setembro, representantes da empresa afirmaram que a emissora vai se adequar às exi-gências do Sindicom.
Mesa-redonda entre Iurd e Sindicom: prazo para resposta
Falhas afetam também o entorno do DF O não pagamento do reajuste
salarial previsto na Convenção Co-letiva de Trabalho de 2011, a falta de registro profissional e segundo contrato para locutor/apresentador e operador de áudio e o descumpri-
mento da jornada de trabalho foram alguns problemas denunciados pelo Sindicom nas Rádios Terra FM, CSR – Central Sistema de Rádio Di-fusão, Empresa Formosense de Rá-dio Difusão e Tibras Comunicação,
de Formosa (GO). As falhas foram debatidas pelos representantes do Sindicom, José Rodrigues da Silva, e das emissoras, no dia 4 de julho, na Superintendência Regional do Trabalho do Distrito Federal.
8 SINDICOM em Pauta
DIA DE FOLGA
Sindicom no Conselho de Comunicação
O secretário de Finanças do Sin-dicom, Eurípedes Corrêa Conceição, tomou posse, no dia 8 de agosto, no Conselho de Comunicação Social. Ele é suplente de José Catarino do Nascimento Silva, representante dos radialistas. A posse foi no Senado Federal, em Brasília (DF). Composto por 13 titulares e 13 suplentes, o Con-selho auxilia o Congresso Nacional na elaboração de estudos, pareceres e recomendações sobre temas relacio-nados à comunicação.
Homenagem na Câmara de GoiâniaO secretário Jurídico do Sindi-
com, Edwilson Silva, foi homenage-ado pela Câmara Municipal de Goi-ânia em uma sessão que marcou as comemorações do Dia do Trabalho em 2012. A sessão especial foi pro-posta pelo vereador Fábio Tokarski (PCdoB) e homenageou lideranças sindicais e trabalhadores da capital.
Eleições 2012O diretor de Comunicação do
Sindicom, Josiel Meneses, pediu seu afastamento do cargo para se dedicar à campanha eleitoral. Josiel disputa uma vaga na Câmara dos Vereadores de Aparecida de Goiânia (GO).
Conheça e desfrute da chácara do Sindicom
Uma chácara com uma ampla área de lazer espera os filiados nos finais de semana e feriados
Depois de uma semana inteira de trabalho, nada melhor do que aproveitar cada minuto do dia de folga para descan-sar, se divertir, passar mais tempo com a família e encontrar os amigos. Pensando no lazer dos radialistas e publicitários, o Sindicom coloca à disposição de seus fi-liados uma chácara com piscina, campo de futebol soçaite, churrasqueira, cozinha e a infraestrutura necessária para desfru-tarem o merecido descanso.
Reformada recentemente, a sede re-creativa do sindicato fica aberta nos finais de semana e feriados a espera de todos os filiados e seus dependentes. Quem qui-ser passar o dia no local, basta chegar, se identificar e entrar.
Então, anote o endereço e aproveite mais esse benefício oferecido pelo Sindi-com: Rua Graça Aranha, quadra E, lotes 29 e 30, Jardim Buriti Sereno, em Apare-cida de Goiânia (GO).
Sede recreativa: campo de futebol, piscina e uma ampla área de lazer