Serí(e)ssima: 3% - Série Brasuca na Netflix

1
MINHA SÉRIE... Se alguém ainda tem dúvidas que a Netflix está no caminho para dominar o mundo das sé- ries, o anúncio feito esta sema- na deve resolver isso. O serviço de streaming encomendou à Boutique Filmes, depois de mui- ta especulação, a primeira série 100% brasileira. A plataforma de vídeos sob demanda infor- mou que 3% será uma produ- ção de suspense dirigida pelo uruguaio radicado no Brasil e in- dicado ao Oscar Cesar Charlone (Cidade de Deus, Ensaio sobre a Cegueira, O Banheiro do Papa). Mais do que isso, que a série se- rá filmada e lançada em 2016 e protagonizada por João Miguel (Estômago, Xingu, Felizes Para Sempre?)e Bianca Comparato (Avenida Brasil, Sete Vidas, Ir- mã Dulce). A questão é que, mais do que embarcar em um novo mer- cado e, provavelmente, fazer a diferença na produção local, a Netflix e todo o seu poder global pode, definitivamente, mostrar ao mundo o que nós temos a oferecer. Aqueles que acabaram de pensar que isso já acontece com os (pouquíssimos) filmes que ganham destaque interna- cional ou mesmo pelas intermi- náveis novelas globais em suas versões dubladas nos mais varia- dos idiomas, bom, a falta de inte- resse em filmar aqui pelas gran- des indústrias mostra que as coi- sas não são bem assim. É claro que os assinantes do serviço por aí não vão ficar an- siosos e esperando, por enquan- to, pela liberação de uma série brasileira — como acontece com praticamente todas as sé- ries da plataforma. Ainda assim, 3% continua sendo, mais do que a primeira produção feita no Brasil, uma série original da Netflix que terá lançamento mundial, e só de ouvir isso, qual- quer fã de seriados sabe que é preciso dar uma atenção extra. O motivo, obviamente, é o que a Netflix vem fazendo nos últi- mos anos: lançando uma série melhor do que a outra, em di- versos gêneros, abalando o mer- cado que antes era dominado por alguns canais norte-ameri- canos (que, inclusive, já de- monstraram que estão preocu- pados com esse avanço). Vamos citar as de mais desta- que. House of Cards e Orange Is The New Black são, de longe, as melhores; entre as comédias, impossível não assistir Un- breakable Kimmy Schmidt e Grace and Frankie (tem gente que está curtindo a novíssima Wet Hot American Summer: First Day of Camp, mas eu, parti- cularmente, achei um horror); entre os dramas, temos as exce- lentes Daredevil e Bloodline;e tem ainda Sense8, a melhor sur- presa de 2015, uma série fabulo- sa, que te prende de uma tal ma- neira que é inacreditável não ter saído, até agora, a renovação da segunda temporada. E tem séries originais para todos os gostos, como a de época Marco Polo, a de terror Hemlock Grove, e a animação adulta BoJack Hor- seman. Definitivamente, é mui- ta coisa. Tanto que já há amigos que me contam, com orgulho, que vão cancelar determinados pa- cotes da TV fechada porque, agora, as melhores séries estão na Netflix. É claro que há muita coisa boa na TV ainda (Game of Thrones e The Walking Dead não me deixam mentir), mas também não estranho quem es- tá fazendo isso. Se é preciso fa- zer escolhas, eu diria que o site é uma ótima opção. E era só questão de tempo até o Brasil entrar na dança da Netflix. Principalmente depois que o México ganhou sua pri- meira série local original do ser- viço — no caso, Club de Cuer- vos, que teve todos os episódios liberados anteontem. Ou seja, corra para ver. E não dá para es- quecer que Narcos, a esperada série de José Padilha, com Wag- ner Moura no papel de Pablo Es- colar, estreia no próximo dia 28. Só para você saber, 3%, série de ficção científica criada por Pedro Aguilera, ganhou, em 2011, um episódio piloto dividi- do em três partes e disponibili- zado no YouTube com legendas em inglês. A ideia era conseguir alguma emissora para bancar o projeto, que se passa num mun- do dividido entre progresso e devastação. A sinopse diz que todas as pessoas do lado devas- tado, ao completarem 20 anos, podem se inscrever em um pro- cesso seletivo para irem para o progresso. Só que apenas 3% dos inscritos são aprovados e se- rão aceitos nesse mundo me- lhor, cheio de oportunidades e com a promessa de uma vida digna. Obviamente, o processo de seleção é cruel, com provas cheias de tensão e situações li- mites de estresse, medo e dile- mas morais. Tomara que ela se- ja boa e que o mundo se interes- se. O Brasil, e a Netflix, claro, agradecem. Guilherme Barreto, 25 anos, jornalista “É fácil se encantar com a série Grace e Frankie. Quatro ingredientes me fizeram devorar a primeira temporada numa tacada só: um, a volta de Marta Kaufmann (autora de Friends) com um roteiro tão engraçado quanto dramático; dois, a interpretação irrepreensível do quarteto Jane Fonda, Lily Tomlin, Martin Sheen e Sam Waterston; três, uma história que, em vez de apelar para a melancolia, celebra a vida (e o sexo) depois dos 70; e quatro, a naturalidade com que se aborda a relação de dois senhores que resolvem assumir seu romance, sem reduzir Grace e Frankie a simplesmente mais uma série gay.” João Miguel (à esq.) protagoniza 3%, série que almeja sucesso como Orange is the New Black e House of Cards ...por mais surreal que possa parecer, o SBT volta a exibir Punky, a Levada da Breca. Um dos maiores sucessos infantojuvenis dos anos 80 e 90, o seriado sobre as aventuras de uma órfã vai animar as tardes da TV a partir de amanhã, às 13h30. Confesso que é estranho ver esta aposta do SBT, já que há muitas produções recentes de qualidade para adquirir, porém, é bacana também para a geração atual conhecer uma produção que foi febre das crianças do passado, e ver uma infância sem as tecnologias de hoje. E será que alguém aí lembra da música-tema? Então segue: “Nunca mais eu vou dizer que essa vida me aborrece. Punky! Deixo pra você resolver só pra ver o que acontece. Punky! A menina que ilumina toda vez que a gente vê.” … que o ator Max von Sydow entrou para o elenco de Game of Thrones para viver o corvo de três olhos durante a sexta temporada da série da HBO (com gravações em andamento). A informação foi dada revista Entertainment Weekly. Max deve cair muito bem no obscuro personagem, já que o ator tem experiência em papéis macabros. Ou alguém esqueceu dele em O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman, no qual joga xadrez com a morte? Vale lembrar ainda que Max von Sydow, de 86 anos, também está no próximo filme da saga Guerra nas Estrelas: Episódio VII, cujo lançamento está previsto para o mês de dezembro. Plataforma global de vídeos sob DEMANDA vai transmitir sua primeira série produzida no País. O uruguaio radicado no Brasil e indicado ao Oscar CESAR CHARLONE será o responsável pela direção de 3%, produção de suspense, que será filmada e lançada em 2016 e protagonizada por JOÃO MIGUEL NESTA SEMANA... Série brasuca na Netflix Cena de 3%; episódio piloto foi ao ar em 2011 no YouTube Fotos: Divulgação FIQUE SABENDO... Campinas DOMINGO 9 / 08 / 2015 CORREIO POPULAR

description

 

Transcript of Serí(e)ssima: 3% - Série Brasuca na Netflix

Page 1: Serí(e)ssima: 3% - Série Brasuca na Netflix

MINHA SÉRIE...

Se alguém ainda tem dúvidasque a Netflix está no caminhopara dominar o mundo das sé-ries, o anúncio feito esta sema-na deve resolver isso. O serviçode streaming encomendou àBoutique Filmes, depois de mui-ta especulação, a primeira série100% brasileira. A plataformade vídeos sob demanda infor-mou que 3% será uma produ-ção de suspense dirigida pelouruguaio radicado no Brasil e in-dicado ao Oscar Cesar Charlone(Cidade de Deus, Ensaio sobre aCegueira, O Banheiro do Papa).Mais do que isso, que a série se-rá filmada e lançada em 2016 eprotagonizada por João Miguel(Estômago, Xingu, Felizes ParaSempre?) e Bianca Comparato(Avenida Brasil, Sete Vidas, Ir-mã Dulce).

A questão é que, mais doque embarcar em um novo mer-cado e, provavelmente, fazer adiferença na produção local, aNetflix e todo o seu poder globalpode, definitivamente, mostrarao mundo o que nós temos aoferecer. Aqueles que acabaramde pensar que isso já acontececom os (pouquíssimos) filmesque ganham destaque interna-cional ou mesmo pelas intermi-náveis novelas globais em suasversões dubladas nos mais varia-dos idiomas, bom, a falta de inte-resse em filmar aqui pelas gran-des indústrias mostra que as coi-sas não são bem assim.

É claro que os assinantes doserviço por aí não vão ficar an-siosos e esperando, por enquan-to, pela liberação de uma sériebrasileira — como acontececom praticamente todas as sé-ries da plataforma. Ainda assim,3% continua sendo, mais doque a primeira produção feitano Brasil, uma série original daNetflix que terá lançamentomundial, e só de ouvir isso, qual-quer fã de seriados sabe que épreciso dar uma atenção extra.

O motivo, obviamente, é o quea Netflix vem fazendo nos últi-mos anos: lançando uma sériemelhor do que a outra, em di-versos gêneros, abalando o mer-cado que antes era dominadopor alguns canais norte-ameri-canos (que, inclusive, já de-monstraram que estão preocu-pados com esse avanço).

Vamos citar as de mais desta-que. House of Cards e Orange IsThe New Black são, de longe, asmelhores; entre as comédias,impossível não assistir Un-breakable Kimmy Schmidt eGrace and Frankie (tem genteque está curtindo a novíssimaWet Hot American Summer:First Day of Camp, mas eu, parti-cularmente, achei um horror);entre os dramas, temos as exce-lentes Daredevil e Bloodline; etem ainda Sense8, a melhor sur-presa de 2015, uma série fabulo-sa, que te prende de uma tal ma-neira que é inacreditável nãoter saído, até agora, a renovaçãoda segunda temporada. E temséries originais para todos osgostos, como a de época MarcoPolo, a de terror Hemlock Grove,e a animação adulta BoJack Hor-seman. Definitivamente, é mui-ta coisa.

Tanto que já há amigos queme contam, com orgulho, quevão cancelar determinados pa-cotes da TV fechada porque,agora, as melhores séries estãona Netflix. É claro que há muitacoisa boa na TV ainda (Game ofThrones e The Walking Deadnão me deixam mentir), mastambém não estranho quem es-tá fazendo isso. Se é preciso fa-zer escolhas, eu diria que o siteé uma ótima opção.

E era só questão de tempoaté o Brasil entrar na dança daNetflix. Principalmente depoisque o México ganhou sua pri-meira série local original do ser-viço — no caso, Club de Cuer-vos, que teve todos os episódios

liberados anteontem. Ou seja,corra para ver. E não dá para es-quecer que Narcos, a esperadasérie de José Padilha, com Wag-ner Moura no papel de Pablo Es-colar, estreia no próximo dia 28.

Só para você saber, 3%, sériede ficção científica criada porPedro Aguilera, ganhou, em2011, um episódio piloto dividi-do em três partes e disponibili-zado no YouTube com legendas

em inglês. A ideia era conseguiralguma emissora para bancar oprojeto, que se passa num mun-do dividido entre progresso edevastação. A sinopse diz quetodas as pessoas do lado devas-tado, ao completarem 20 anos,podem se inscrever em um pro-cesso seletivo para irem para oprogresso. Só que apenas 3%dos inscritos são aprovados e se-rão aceitos nesse mundo me-lhor, cheio de oportunidades ecom a promessa de uma vidadigna. Obviamente, o processode seleção é cruel, com provascheias de tensão e situações li-mites de estresse, medo e dile-mas morais. Tomara que ela se-ja boa e que o mundo se interes-se. O Brasil, e a Netflix, claro,agradecem.

● GuilhermeBarreto, 25 anos,jornalista“É fácil seencantar com asérie Grace e Frankie.Quatro ingredientes mefizeram devorar a primeiratemporada numa tacada só:um, a volta de MartaKaufmann (autora de Friends)com um roteiro tão engraçadoquanto dramático; dois, ainterpretação irrepreensível doquarteto Jane Fonda, LilyTomlin, Martin Sheen e SamWaterston; três, uma históriaque, em vez de apelar para amelancolia, celebra a vida (e osexo) depois dos 70; e quatro,a naturalidade com que seaborda a relação de doissenhores que resolvemassumir seu romance, semreduzir Grace e Frankie asimplesmente mais uma sériegay.”

João Miguel (à esq.) protagoniza 3%, série que almeja sucesso como Orange is the New Black e House of Cards

...por mais surreal que possa parecer, o SBT volta a exibir Punky, aLevada da Breca. Um dos maiores sucessos infantojuvenis dos anos 80e 90, o seriado sobre as aventuras de uma órfã vai animar as tardes daTV a partir de amanhã, às 13h30. Confesso que é estranho ver estaaposta do SBT, já que há muitas produções recentes de qualidade paraadquirir, porém, é bacana também para a geração atual conhecer umaprodução que foi febre das crianças do passado, e ver uma infânciasem as tecnologias de hoje. E será que alguém aí lembra damúsica-tema? Então segue: “Nunca mais eu vou dizer que essa vidame aborrece. Punky! Deixo pra você resolver só pra ver o queacontece. Punky! A menina que ilumina toda vez que a gente vê.”

… que o ator Max von Sydowentrou para o elenco de Game ofThrones para viver o corvo de trêsolhos durante a sexta temporadada série da HBO (com gravaçõesem andamento). A informação foidada revista EntertainmentWeekly. Max deve cair muito bemno obscuro personagem, já que oator tem experiência em papéismacabros. Ou alguém esqueceudele em O Sétimo Selo, de IngmarBergman, no qual joga xadrezcom a morte? Vale lembrar aindaque Max von Sydow, de 86 anos,também está no próximo filme dasaga Guerra nas Estrelas: EpisódioVII, cujo lançamento está previstopara o mês de dezembro.

Plataforma global de vídeos sob DEMANDA vai transmitir sua primeira série produzida no País. O uruguaioradicado no Brasil e indicado ao Oscar CESAR CHARLONE será o responsável pela direção de 3%,produção de suspense, que será filmada e lançada em 2016 e protagonizada por JOÃO MIGUEL

NESTA SEMANA...

Série brasuca na NetflixCena de 3%;episódiopiloto foi ao arem 2011 noYouTube

Fotos: Divulgação

FIQUE SABENDO...

CampinasDOMINGO 9 / 08 / 2015

CORREIO POPULAR