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Aula 01 Atualidades p/ PF - Agente - 2014 Professor: Rodrigo Barreto

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    Atualidades p/ PF - Agente - 2014Professor: Rodrigo Barreto

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    AULA 0 1

    SUMRI O PGI NA 1. Globalizao e Neoliberalism o 1 2. Crise m undial e cr ise europeia 10 3. Am rica Lat ina 25 4. Estados Unidos 37 5. Questes com entadas 49 6. Lista de Questes 69 7. Gabarito 84

    1 . Globalizao e Neoliberalism o

    Nessa aula farem os um aprofundam ento da discusso de alguns tpicos que j foram apresentados na aula 0. Nosso objet ivo agora am pliar o contedo apresentado e t razer novos elem entos. Dessa form a, t rarei tam bm novas discusses que se m ost ram relevantes para fins de concurso pblico. Vam os com ear a nossa aula retom ando a discusso acerca do fenm eno da globalizao.

    O conceito de globalizao ganhou fora e difundiu-se com sucesso durante os anos da dcada de 1980, estando relacionado com o contexto de Guerra Fria ento vigente. Apesar disso, no podem os afirm ar perem ptoriam ente que a globalizao apenas a tenha surgido, pois esse fenm eno est relacionado integrao social, cultural, polt ica e econmica ent re naes dist intas, o que ocorre, conform e gostam de dem arcar alguns estudiosos, desde as

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    Grandes Navegaes. Poderam os at voltar ainda m ais no tem po, j que as t rocas ent re civilizaes so anteriores Cristo, datando da Ant iguidade.

    Mais claram ente foi com a cham ada expanso ult ram arina, durante os sculos XV e XVI , que foram dados os pr im eiros passos rumo a uma econom ia internacionalizada. I sso porque o desenvolvim ento do m ercant ilism o im plicou a procura por dist intas rotas com erciais da Europa para a fr ica e para a sia. J com a Revoluo I ndust r ial, no sculo XVI I I , a produo cresceu consideravelm ente e surgiram o t rabalho assalar iado e os m ercados consum idores. Alm disso, essa Revoluo, resultante do desenvolvim ento tecnolgico e de m udanas est ruturais na configurao da sociedade, gerou o crescim ento da produo fabril, e, consequentem ente, a necessidade de que novos m ercados fossem incorporados e para eles se pudesse produzir e ento exportar, gerando lucros.

    Ao fim do sculo XI X, com eam a surgir m ais claram ente as corporaes m ult inacionais, que se expandem intensam ente durante o sculo XX. O m ercado passou a ser m undial e, cada vez m ais, reflexos da econom ia em um a parte do globo im pactam as dem ais partes. Essa interdependncia ent re os m ercados tornou-se evidente em 1929 com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, quando a depresso econm ica norte-am ericana gerou consequncias negat ivas em todo o m undo. Nesse m om ento, os dogm as do liberalism o clssico (no interveno do Estado e total liberdade para o m ercado) eram desafiados e a part ir da que

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    surgir ia a figura do econom ista John Maynard Keynes, pregando intervenes ant icclicas por parte do Estado.

    As ideias de Keynes teriam sucesso ao longo do sculo XX, pois a interveno do Estado na economia possibilitou que os pases se recuperassem . Todavia, posteriorm ente, com a cr ise do Estado de Bem Estar Social essa part icipao estatal seria rediscut ida e nos anos 1970-80 a ideia de que o Estado deveria se preocupar apenas com o m nim o e com aquilo que no interessa aos setor pr ivado seria retom ada. A britnica Margaret Thatcher e o norte-americano Ronald Reagan t iveram part icipao fundam ental para que as ideias neoliberais, que retom avam os princpios do liberalism o clssico, fossem adotadas. Nos anos 1990, a Am rica Lat ina, altam ente endividada, adotaria os pr incpios neoliberais, processo que sofreu certa interrupo com a ascenso da esquerda, considerada populista por m uitos analistas, ao poder.

    Com o fim da Unio Sovit ica e a consequente queda de regim es com unistas, em ergiu um sent imento de que as diferenas ent re os povos dariam lugar const ruo de um m undo m ais inter ligado. A integrao da economia seria fortalecida por m eio do desenvolvim ento tecnolgico, pr incipalm ente em razo da rede de telecom unicaes. Essa idia de harm onia, todavia, no se m aterializou e, em m uitas situaes, a globalizao tornou os pases m ais dspares.

    Com o conceito de globalizao aparece a ideia de que as distncias foram reduzidas, tendo em vista que cada vez m ais rpido o t rfego de produtos, capitais, inform aes e pessoas pelo

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    m undo. A internet teve significat ivo papel nesse processo, pois, por m eio dela, as inform aes passaram a circular de m aneira quase instantnea, dim inuindo as distncias ent re os pases e, claro, ent re os m ercados. O vert iginoso desenvolvim ento das tecnologias aplicadas com unicao e tam bm aos m eios de t ransporte possibilitou ainda m ais integrar os pases em todos os aspectos.

    A expresso neoliberalism o, pessoal, surgiu durante reunies na capital dos Estados Unidos, quando integrantes do governo dos Estados Unidos e de organism os internacionais, alm de diversos economistas, ent re os quais vrios lat ino-am ericanos, discut iram um a gam a de m edidas a fim de que a Am rica Lat ina superasse um a crise econm ica que havia se instaurado na poca. Nesse m om ento os pases lat ino-am ericanos encont ravam -se em penosa situao econm ica, com fortes reflexos na rea social.

    Os pases lat ino-am ericanos, de form a geral, estavam im ersos em contextos de altas dvidas externas, inflao a nveis altos, recesso econm ica e desem prego. Muitas das m edidas que os pases lat ino-am ericanos t iveram de adotar naquele m om ento voltaram tona com a atual cr ise da dvida europia, j que o neoliberalism o prega a austeridade para os Estados. A cham ada t roika, que form ada pelo Fundo Monetrio I nternacional, pela Unio Europeia e pelo Banco Centra Europeu, fez aos pases em atual cr ise as m esm as recom endaes que foram feitas aos pases lat ino-am ericanos no m om ento de consolidao dos ideais neoliberais. Ent re essas m edidas encont ram -se cortes nos gastos pblicos, conhecidos justam ente com o m edidas de austeridade, e pr ivat izaes.

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    Foi o economista ingls John William son quem criou a expresso Consenso de W ashington , or iginalm ente para significar o m nim o denom inador com um de recom endaes de polt icas econm icas que estavam sendo cogitadas pelas inst ituies financeiras baseadas em Washington D.C. e que deveriam ser aplicadas nos pases da Am rica Lat ina, tais como eram suas econom ias ao fim dos anos 1980". S que, desde ento, a expresso Consenso de Washington vem sendo usada para abrigar todo um elenco de m edidas e para just ificar polt icas neoliberais, com as quais nem m esm o William son parece concordar atualm ente.

    Posteriorm ente, as recom endaes do Consenso de Washington se tornaram o m odelo econmico defendido pelo Fundo Monetrio I nternacional e pelo Banco Mundial, alm do Banco Cent ral Europeu, que consideram que a econom ia deve ser regida to som ente pelas prprias leis do m ercado, sem interveno estatal, j que, segundo os defensores deste m odelo, a interveno do Estado na economia inibir ia o setor pr ivado, dim inuindo o desenvolvim ento e a com pet it ividade.

    De acordo com o socilogo Em ir Sader, que um crt ico ferrenho do neoliberalism o, em art igo publicado na Carta Maior, em 17 de janeiro de 2011, o capitalism o passou por vrias fases na sua histr ia. Como reao cr ise de 1929, fechou-se o perodo de hegem onia liberal, sucedido por aquele do predom nio do m odelo keynesiano ou regulador. A cr ise deste levou ao renascim ento do liberalism o, sob nova roupagem que, por isso, se autodenom inou de neoliberalism o. Este im ps um a desregulam entao geral na

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    economia, com o argum ento de que a econom ia havia deixado de crescer pelo excesso de norm as, que frearia a capacidade do capital de invest ir . ( .. .) A desregulam entao levou a um a gigantesca t ransferncia de capitais do setor produt ivo ao especulat ivo porque, livre de t ravas, o capital se dir igiu para o setor onde tem m ais lucros, com m aios liquidez e m enos t r ibutao: o setor financeiro. ( .. .) O modelo neoliberal se tornou hegem nico em escala m undial, im pondo as polt icas de livre com rcio, de Estados m nim os, de globalizao do mercado de t rabalho para os invest im entos, ent re out ros aspectos. um a nova fase do capitalism o, com o foram as fases de hegem onia liberal e keynesiana .

    Diante da cr ise m undial instaurada em 2008, o governo norte-americano alterou seu paradigma de atuao econm ica, passando a intervir no m ercado. Nesse sent ido, houve uma mudana do (neo) liberalism o para o (neo)keynesianism o. Por out ro lado, na Europa, pases endividados recorreram a emprst im os e, com o condio para obt- los, foram obrigados a adotar m edidas neoliberais, com o austeridade e corte de gastos pblicos. Atualmente os EUA comeam a se recuperar da cr ise, enquanto a situao europeia, sobretudo para os PI I GS, cont inua ruim .

    ( Cespe Polcia Federal Delegado - 2 0 0 2 ) O Estado brasileiro dos anos 9 0 hesitou em tornar- se um Estado norm al, com o fizeram a Argent ina, o Chile, o Mxico e outros. Norm al, isto , recept ivo, subm isso e subserviente aos com andos das est ruturas hegem nicas do m undo globalizado. O passado nacional de sessenta anos som ente foi avaliado de form a negat iva por um grupo de econom istas que aprenderam nos program as de ps- graduao dos Estados Unidos da Am rica ( EUA) o credo neoliberal e estavam dispostos a aplic- lo

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    quando se tornavam autor idades da Repblica. Esses econom istas e a lgum as outras autoridades, cujo pensam ento com eles se conform ava, esforaram - se por difundir a noo de globalizao benfica. Apesar de deter a m aior som a de poder em m atria de relaes internacionais do pas, a esfera das relaes econm icas, o grupo no se tornou hegem nico sobre a inteligncia nacional do Brasil, com o ocorreu em boa m edida com o grupo epistm ico da Argent ina. A m aior parte do m eio polt ico, ta lvez possam os dizer o m esm o do m eio diplom t ico, m as sobretudo do m eio acadm ico, avaliou posit ivam ente a est ratgia de desenvolvim ento brasileiro das lt im as dcadas e avanou o conceito de globalizao assim tr ica, que expressa um a interpretao m ais nociva que benfica para a perifer ia do capita lism o. O prprio presidente da Repblica, em bora ideologicam ente sim pt ico expanso do neoliberalism o, usou o term o em conferncias pblicas, com o fim de denunciar efeitos contraproducentes da nova ordem internacional.

    Am ado Luiz Cervo. Braslia: I BRI , 2 0 0 1 , p. 2 9 3 - 4 ( com adaptaes) .

    Com o auxlio do texto acim a, julgue os itens abaixo, relat ivos s diferentes acepes do conceito de globalizao.

    1 - I ntelectualidade, opinio pblica e form uladores de polt icas pblicas convergiram suas vises, nos lt im os dez anos, acerca dos elem entos definidores do conceito de globalizao.

    2 - Sob o m anto da ideia de globalizao benfica, em presas e grupos econm icos bem equipados intelectual e m ateria lm ente conseguiram avanar seus interesses no jogo das relaes internacionais.

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    3 - A dim enso assim tr ica da globalizao citada no texto apenas um a construo polt ica das esquerdas internacionais, saudosistas que so do velho m odelo da econom ia polt ica da planificao sovit ica.

    4 - No incio do sculo XXI , a vida internacional, m oldada pela expanso da econom ia polt ica liberal, assiste ao fim da era de deflagraes blicas que caracterizava a econom ia autrquica internacional do perodo da Guerra Fria .

    5 - I nglaterra, Frana e Alem anha so exem plos de Estado norm al, de acordo com a definio apresentada nos dois pr im eiros perodos do texto.

    Vam os aos com entrios.

    I tem 1 Pessoal, ns no podem os ser ingnuos ao fazer qualquer questo de concurso pblico. Mesm o sem ler o texto, vocs acreditar iam que intelectualidade, opinio pblica e form uladores de polt icas pblicas possuem a m esm a opinio sobre qualquer tem a? Acredito que vocs no pensariam assim .

    De fato, como se pode depreender da leitura do texto, esses t rs grupos no possuem a m esm a viso sobre a globalizao. Essa situao fica bem expressa no t recho apesar de deter a m aior som a de poder em m atria de relaes internacionais do pas, a esfera das relaes econm icas, o grupo no se tornou hegemnico sobre a inteligncia nacional do Brasil, com o ocorreu em boa m edida com o grupo epistm ico da Argent ina . Se o grupo no se tornou

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    hegem nico, pela razo de que existem divergncias. Portanto, item errado.

    I tem 2 Exatamente. Diversos grupos, que possuem poder de influencia a opinio e a econom ia, se aproveitaram da situao gerada pela globalizao e pelo neoliberalism o para expandir seus m ercados, aum entando seus lucros. Alm disso, houve tam bm o fortalecim ento de em presas que passaram a m onopolizar parcelas do m ercado por m eio das m egafuses. I tem correto.

    I tem 3 A dim enso assim t r ica no apenas const ruo da velha esquerda, com o aponta o texto. Mesm o grupos de intelectuais se ut ilizam desse conceito. I tem errado.

    I tem 4 Primeiramente, devem os entender que econom ia autrquica um m odelo no qual prat icam ente no existe a integrao da econom ia. J bastante com plicado dizer que a econom ia durante a Guerra Fria autrquica, alm disso o m undo obviam ente no podem os dizer que houve o fim das deflagraes blicas. I tem errado.

    I tem 5 Estado Norm al est relacionado no texto ideia de Estado Mnim o. Acontece que os t rs Estados citados no item possuem planos de seguridade social bastante am plos, o que invalida o enunciado. I tem errado.

    Gabarito: FVFFF.

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    ( TRE- GO- Tcnico Judicir io CESPE 2 0 0 5 ) Globalizao o nom e que com um ente se d ao atual estgio da econom ia m undial. Novas e incessantes inovaes tecnolgicas am pliam a produo e est im ulam a notvel expanso do com rcio em escala planetria . Afora esses aspectos considerados posit ivos, m uito do que os defensores da globalizao defendiam no se concret izou, pelo m enos at hoje. O certo que as reform as liberalizantes, a exem plo da abertura dos m ercados, das privat izaes das em presas pblicas e da reduo dos direitos t rabalhistas, no t rouxeram o desenvolvim ento alardeado nem m elhoraram a distr ibuio de renda. Alis, em alguns pases aconteceu o contrrio.

    Com o auxlio do texto e considerando a realidade econm ica m undial nos dias de hoje, assinale a opo incorreta.

    a) Na atualidade, o baixo nvel educacional da m aioria da populao m undial im pede o aum ento da produo e, com isso, reduz o volum e de com rcio entre os pases.

    b) O conhecim ento cient fico- tecnolgico desem penha im portante papel na econom ia globalizada de hoje.

    c) Deduz- se do texto que nem tudo que chegou a ser sonhado por alguns com a globalizao conseguiu concret izar- se.

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    d) Segundo o texto, em alguns pases, os efeitos da globalizao foram bastante negat ivos, concentrando a renda e no t razendo o progresso.

    e) O Brasil foi um dos pases que m ais se em penharam em prom over o que o texto cham a de "reform as liberalizantes".

    Pessoal, apesar da baixa escolar idade da populao m undial ser um fato, no podemos dizer que isso im pea a produt ividade. Na realidade, o com rcio ent re os pases nunca foi to grande. Let ra a .

    2 . Crise m undial e cr ise europeia

    Agora irem os debater um pouco m ais sobre a cr ise m undial iniciada em 2008 e as suas consequncias nos dias atuais, pr incipalm ente para o cenrio europeu. Com o vocs sabem , essa cr ise causou grande instabilidade nos m ercados e nas econom ias nacionais, o que provocou piora nas condies de vida das populaes, pr incipalm ente por causa do desem prego e da elevao dos preos; alm de ter provocado tam bm diversas m anifestaes, com o a m archa dos indignados na Espanha e at a queda de alguns lderes polt icos, com o Berlusconi, na I tlia, e Papandreou, na Grcia, onde houve greve geral.

    A cr ise que hoje at inge em cheio a Europa e, consequentem ente, o resto do mundo teve origem no m ercado im obilir io norte-am ericano, sendo m arcada pela quebra do banco

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    Lehm an Brothers um dos m aiores bancos de invest im entos dos Estados Unidos at ento.

    Ent re esses out ros fatores que determ inaram a cr ise nos Estados Unidos esto a pouca regulam entao do sistem a bancrio dos Estados Unidos e as polt icas m onetrias e fiscais excessivam ente expansionistas do governo Bush. Alm disso, nem s por causa da cr ise norte-am ericana a Europa est com problem as. No podem os nos esquecer de que alguns governos europeus no cont rolaram devidam ente suas contas pblicas, alm de situaes de pouca com pet it iv idade e m esm o de altos nveis de corrupo. Por esse m ot ivo, a cr ise europeia tam bm cham ada de cr ise da dvida, pois alto o nvel de endividam ento de alguns pases europeus.

    A cr ise da dvida europeia se relaciona diretam ente com a cr ise im obilir ia, pois a part ir do m om ento em que esta estoura, e os bancos quebram , ret irando a capacidade de financiam ento para o m ercado, pases europeus no conseguem novos em prst im os para pagar as dvidas anteriorm ente cont radas.

    Em 2001, com o ataque ao World Trade Center e o estouro da bolha especulat iva na bolsa Nasdaq, os Estados Unidos vivenciaram um a crise de confiana e o governo Bush passou a reduzir as taxas de juros a fim de aquecer o m ercado e ainda dim inuiu diversos im postos. I nicialm ente essa est ratgia pareceu dar certo, m as em pouco tem po o dinheiro disponvel em excesso e a volta da confiana no crescim ento econm ico fizeram com que os bancos

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    dim inussem os cr itr ios para o financiam ento de im veis, apostando nos cham ados clientes subprim e.

    Muitos norte-am ericanos sem com provao de renda ou em prego estvel passaram a ter a possibilidade de adquir ir um im vel. Mesm o sabendo que os cont ratos subprim e so m ais arr iscados do que out ros invest imentos m ais conservadores, com o os t tulos de governo, os invest idores se m ost raram bastante interessados em sua aquisio, tendo em vista baixas taxas que estavam sendo cobradas pelos bancos.

    Com o os subprim e posteriorm ente parariam de pagar suas prestaes, os imveis que eles haviam adquir ido retornaram ao mercado e isso gerou um aumento gigantesco da oferta. Com esse aum ento da oferta, os preos caram abruptam ente e os bancos perderam enorm es quant ias, j que no t inham para quem vender e seus devedores no pagavam suas dvidas.

    Essa situao levou quebra de diversas inst ituies financeiras, alast rando os efeitos da cr ise por todo o m undo. Nessas condies os Estados foram apontados com o aqueles que deveriam ser capazes de reverter a cr ise a part ir de um a volta ao m odelo de interveno na economia, retom ando algum as das ideias de Keynes, por m eio das cham adas m edidas ant icclicas, que j haviam sido ut ilizadas na poca da Crise de 1929. Por essa razo diz-se que essa cr ise tam bm um a crise de paradigm as.

    A injeo de t r ilhes de dlares de dinheiro pblico para salvar bancos, evitando a falncia destes, aum entou consideravelm ente a

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    dvida pblica dos pases que realizaram esse procedim ento. Os pases agora esto tendo que equilibrar os seus oram entos e para isso precisam fazer cortes nos gastos pblicos. Os EUA se encont raram nesse dilem a e, no fosse um acordo de lt im a hora, o pas acabaria num abism o fiscal.

    Falarem os agora sobre a situao especfica de cada um dos pases dos PI I GS (Portugal, I r landa, I tlia, Grcia e Espanha) .

    A Grcia um dos casos m ais graves do alast ram ento da cr ise econmica. Prim eiram ente lem bro que a Grcia um dos pases m ais pobres da zona do euro e que, com a situao de cr ise, ela foi levada a recorrer Unio Europeia e ao Fundo Monetrio I nternacional a fim de obter em prst im os para que pudesse dim inuir o seu dficit pblico. Essa situao, na verdade, gera um efeito dom in, pois est se pagando uma dvida fazendo out ra. Vam os entender m elhor essa histr ia.

    Tudo isso se deu, pois, na lt im a dcada, a Grcia j havia cont rado grandes quant ias em em prst im os para sustentar um crescim ento econm ico de 4% por ano em m dia, de 2001 a 2008. O problema foi que, quando a cr ise estourou, o pas no possua dinheiro disponvel e, com o j estava ext remamente endividada, no conseguiu novos em prst im os com bancos, tendo de recorrer a organism os internacionais.

    Claro que esses organism os internacionais im puseram Grcia um a receita am arga : cortes nos gastos pblicos e reform as econm icas que incluem privat izaes e interferncia direta do FMI ,

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    da Unio Europeia e do Banco Cent ral Europeu. Essa receita basicam ente que fora aplicada na Am rica Lat ina no fim dos anos 1980. Por enquanto, a adoo dessas m edidas no vem se m ost rando capaz de ret irar a Grcia desse gravoso quadro de cr ise. A austeridade fiscal, que inibe o gasto em polt icas sociais, parece com plicar o cenrio.

    No incio da cr ise, a Grcia tentou dar um a resposta at iva e chegou a aum entar seus invest imentos em diversos setores da economia, ent retanto essa est ratgia no deu os resultados desejados. O desem prego cont inuou crescendo e tanto a arrecadao de im postos quanto o consum o dim inuram . As m edidas de austeridade adotadas pelo governo grego nos lt im os anos, que incluram dem isses, aum ento de im postos e reduo de salr ios e penses, revoltaram a populao, que tom ou as ruas em protestos violentos, em m eio a greves gerais que paralisaram o pas.

    Atualmente o pas cont inua seu m art r io de recesso. Ao m esm o tem po em que a ajuda financeira concedida Grcia graas im plem entao de m edidas de austeridade, a resistncia do povo ao corte de gastos aum enta. Protestos cont ra cortes na sade e na educao tam bm passam a ser vistos em out ros pases, com o na Espanha, um a vez que as m edidas resultam em cortes nos servios pblicos, no aum ento da idade m nim a para aposentadoria e em redues salar iais de aposentados e funcionrios pblicos.

    Com uma taxa de desemprego alt ssim a, que em 2013 at ingiu 26% da populao at iva, necessidade de resgates financeiros e

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    crescente recesso, a Espanha vive sua pior cr ise em m ais de quat ro dcadas. A fragilidade econm ica vem causando um a rpida m udana social na Espanha, em purrando de volta para a pobreza pessoas que vinham ascendendo econm ica e socialm ente.

    Atualmente, a Espanha possui um ndice de desemprego de aproxim adam ente 26% de sua populao at iva - com o eu j disse, alm de 20% da populao vivendo abaixo da linha de pobreza. Em 2012, cerca de 850 m il postos de t rabalho foram fechados.

    A cr ise no sistem a bancrio espanhol ocorreu devido expanso desenfreada do crdito, logo aps a cr iao do euro. As caixas econm icas em prestaram dinheiro a juros baixssimos para clientes com cont ratos de hipotecas para a aquisio de im veis. Porm , com o desem prego e a desacelerao econm ica ocasionados pela cr ise financeira de 2008, os cont ratos de hipotecas deixaram de ser pagos pelos clientes, fazendo com que as caixas t ivessem de reaver os im veis, que se desvalor izavam rapidam ente.

    A cr ise econm ica na Espanha est est im ulando a campanha pela independncia da Catalunha, um a das m ais im portantes regies autnomas do pas, que responde por um quinto da econom ia nacional e tem um a populao de cerca de 7,5 m ilhes. A m aioria das pesquisas de opinio j realizadas na regio sugerem que, no caso da realizao de um referendo sobre a independncia da regio, a m aioria catal votaria a favor da independncia. Ent retanto, a Catalunha no se negou a receber ajuda financeira do Governo espanhol.

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    I nteressante notar que a Catalunha tem seu prprio idiom a e cultura, com diferenas claras em relao ao resto da Espanha, que convive com out ras regies que buscam autonom ia. No entanto, a Catalunha ainda parece longe de se t ransform ar no prxim o pas independente da Europa. Apesar das m anifestaes e declaraes do presidente da Catalunha, o governo cent ral da Espanha se recusa a discut ir a ideia e acredita que qualquer tentat iva da regio se t ransform ar em um pas independente inconst itucional. A questo t raz de volta um problem a da poca da violenta guerra civil espanhola: o tem or da desintegrao do pas.

    A cr ise da Espanha ainda uma crise de m oradia , pois, em m eio cr ise econm ica que assola o pas, centenas de fam lias foram despejadas e a situao no se normalizou, em razo da falta de pagam ento de aluguel ou prestaes de financiam ento im obilir io, j que a populao no tem a m esm a renda de antes. Desde 2008, quando estourou a cr ise, j se ult rapassou o nm ero de 400 m il execues hipotecrias. Ent re 1997 e 2007, const ruram-se 390 m il m oradias por ano na Espanha, e os preos dos im veis aum entaram em 200% , caindo abruptam ente logo a seguir.

    Hoje, sobram casas vazias e fam lias despejadas. Segundo dado do I nst ituto Nacional de Estat st icas ( I NE) , rgo espanhol, ent re 5 m ilhes e 6 m ilhes de m oradias no pas esto vazias, o que representa 20% do estoque im obilir io residencial. A Catalunha um a das com unidades autnom as m ais at ingidas pela cr ise im obilir ia, onde foram realizados 20% do total de despejos do pas.

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    A Espanha assist iu tam bm a diversas m anifestaes que tomaram as praas de Madri, sobretudo a part ir de m eados de 2011, quando as pessoas perm aneceram acam padas na Praa do Sol por diversas sem anas seguidas. Essas m anifestaes se estendem e ocorrem at hoje. Os indignados, com o ficaram conhecidos, protestaram cont ra as diversas m edidas de austeridade, os despejos e o alto nvel de desem prego.

    Durante uma dcada a I r landa foi apresentada pelos defensores do m odelo capitalism o neoliberal com o o m odelo a ser seguido pelos dem ais pases. O t igre celta , com o a I r landa era chamada, ostentava uma taxa de crescim ento m ais elevada do que a m dia europeia. O taxa de t r ibutao das em presas havia sido reduzida e a taxa efet ivamente paga pelas num erosas t ransnacionais que ali t inham se instalado era m enor do que a m dia de out ros pases europeus. O dficit oram entrio chegou a 0 em 2007 e a taxa de desem prego esteve prxim a de 0% em 2008.

    Acontece que, na I r landa, a desregulam entao financeira encorajou uma exploso dos em prst im os s fam lias (o endividam ento fam iliar havia at ingido 190% do PI B na vspera da cr ise) , pr incipalmente no setor im obilir io, o que est imulou a econom ia ( indst r ia da const ruo, at ividades financeiras, etc) . O setor bancrio inchou de um a form a exponencial com a instalao de num erosas sociedades est rangeiras e o aum ento dos at ivos dos bancos ir landeses. Formaram-se bolhas imobilir ias. Vejam que as bolhas em um prim eiro instante parecem boas, pois a econom ia crescia, o desem prego dim inua, o m ercado aquecia e a indst r ia

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    era est im ulada. O problem a vem quando essa bolha tem algum problem a sistm ico e ela estoura, revertendo o quadro inicial.

    Agora as pr incipais m edidas do plano de austeridade na I r landa so terrveis no plano social: supresso de em pregos; novos cont ratados recebendo um salr io de 10% a 20% infer ior ao nvel anterior; baixa das polt icas de t ransferncias sociais com dim inuio dos subsdios de desem prego e fam iliares, reduo im portante do oram ento da sade, congelam ento das penses; aum ento dos im postos pagos principalm ente pela m aior ia da populao vt im a da cr ise e cr iao de um a taxa imobilir ia (afeta a m etade das fam lias, at ento livres de t r ibutao) .

    Por sua vez, a cr ise de Portugal foi um processo gradual de perda de com pet it ividade, com o aum ento dos salr ios e reduo das tar ifas de exportaes de baixo valor da sia para a Europa. Diante de um baixo crescim ento econmico, o governo portugus encont rou grandes dificuldades para obter a arrecadao necessria para arcar com os gastos pblicos. Para piorar os portugueses ainda convivem com problem as de infraest rutura, o que dificulta a produt ividade do pas.

    Os gastos do governo portugus estavam altos, quando se iniciou a cr ise mundial em 2008, devido em parte a um a sucesso de projetos caros especialm ente na tentat iva de se m elhorar no setor de t ransportes. Assim , quando estourou a cr ise financeira global, Portugal passou a enfrentar um a grande dvida pblica, que ficou cada vez mais difcil de ser financiada, j que os bancos e os dem ais pases passaram a enfrentar srios problem as financeiros.

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    A escassez de crdito e a cr ise da dvida soberana acabaram obrigando o pas a pedir um resgate financeiro da ordem de 78 m ilhes de euros, concedido pela t roika. Em cont rapart ida, o governo portugus se com prom eteu a cum prir um plano de austeridade para reduzir o seu dficit oram entrio, com redues de salr ios e aum ento de im postos, alm de out ras reform as est ruturais que levaram m ilhes de portugueses a protestar nas ruas cont ra o aum ento de custo de vida e o desem prego que at inge cerca de 15% da populao at iva.

    O prim eiro-m inist ro italiano, Silvio Berlusconi, renunciou ao cargo de pr im eiro-m inist ro da I t lia , em novem bro de 2011, depois que a Cm ara Baixa aprovou m edidas de austeridade reivindicadas pela Unio Europeia, colocando fim a 17 anos de um a era polt ica e abrindo espao para um a t ransio cujo objet ivo t irar a I tlia da cr ise econm ica. A Era Berlusconi foi m arcada pelo aum ento da dvida pblica italiana, por casos de corrupo inclusive denncias de ligaes de Berlusconi com a m fia e dezenas de escndalos, ent re os quais a acusao de que Berlusconi ter ia casos sexuais com adolescentes.

    Foi ento que Mrio Mont i assum iu o governo, contudo o governo do ex-m inist ro das Finanas no dem oraria m uito tem po para ter fim . Em dezem bro de 2012, Mont i apresentou sua renncia com o chefe do Governo ao Presidente da Repblica, Giorgio Napolitano, aps apenas 13 m eses frente do Execut ivo. Em seu lugar assum iu Enrico Let ta, que tem a difcil m isso de organizar um governo de coalizo.

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    O FMI , o Banco Europeu e diversos analistas avaliam com pessim ism o situao da econom ia italiana. Desem prego, dvida pblica e recesso so os desafios para nova coalizo de governo. Alm disso, o excesso de burocracia agrava o problem a. Principalm ente nos nveis regional e local, h um a adm inist rao pblica que nem sempre funciona sat isfator iam ente, o que dificulta as possibilidades italianas de responder a cr ise. Anota-se, ainda, que o sistem a t r ibutr io italiano bastante encarecedor, o que esfr ia as chances de retom ada econm ica.

    Na realidade, pessoal, de m odo geral, os pases que esto na zona do euro, ou seja, aqueles que adotaram o euro com o m oeda ainda se encont ram em situao de recesso econm ica. O PIB europeu vem encolhendo e o desem prego cont inua em alta. Nesse contexto, alm dos PI I GS, sobre os quais conversamos h pouco, out ro pas que teve a situao econm ica destacada foi o pequeno Chipre .

    O Chipre fica em um a ilha no m ar Mediterrneo, prxim o Grcia e Turquia. Com um histr ico de ocupaes desde a Ant iguidade, a regio ainda permanece foco de disputas. A ilha atualm ente est dividida em , de um lado, a Repblica do Chipre, que faz parte da Unio Europeia e, de out ro, a Repblica Turca do Norte do Chipre, que cont rolada pela Turquia e que no possui o reconhecim ento internacional.

    O Chipre, desde a sua integrao Unio Europeia, em 2004, vinha sendo considerado um paraso para invest idores, devido

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    m anuteno da fraca fiscalizao em relao origem dos capitais e dando taxas de retorno bem acim a do prat icado pelo m ercado. Com a cr ise m undial e, consequentem ente, a cr ise europeia, o cenrio do pas foi alterado, com aum ento da dvida pblica e do desem prego alm da ret irada de invest im entos. A cr ise do Chipre est diretamente relacionada cr ise da Grcia, que levou por m eio do sistem a bancrios seus problem as para o pas insular.

    Acontece que a Grcia tem grande im portncia no sistem a financeiro do Chipre, pois este pas possui considervel parte dos t tulos do governo daquele. Com a situao de cr ise, a Grcia ficou sem condies de perm anecer pagando os t tulos, o que fez com que as inst ituies financeiras do Chipre sofressem considervel abalo.

    Diante desse panorama, a t roixa disponibilizou 10 bilhes de dlares para auxiliar o Chipre na estabilizao de sua econom ia. Todavia, a quant ia se m ost rou insuficiente, sobretudo em razo das garant ias que foram exigidas ao pas pela t roika. Surgiu at mesmo, com o possibilidade para cum prir tais garant ias, que o dinheiro de corrent istas e invest idores fossem confiscados nos bancos do Chipre, o que levou revoltas populao, que saiu s ruas e protestou cont ra a possibilidade. Os bancos acabaram fechados por doze dias.

    Essa possibilidade acabou perdendo flego diante dos protestos populares. O Banco Laiki, segundo m aior do pas e com altas dvidas, foi fechado. Os depsitos bancrios abaixo de 100 m il euros ficaram garant idos, m as os superiores a esse valor foram

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    congelados e parte deles foram usadas para sanar as dvidas daquela inst ituio. Os russos foram os que m ais perderam dinheiro em razo desse congelam ento, o que vem significando, para o Chipre, um a queda vert iginosa de sua econom ia nacional.

    A t roika form ada por t rs inst ituies: a Com isso Europeia, o Banco Cent ral Europeu e o Fundo Monetrio I nternacional.

    O ano de 2013 assist iu m orte de um sm bolo do neoliberalismo: a ex-pr im eira-m inist ra br itnica Margaret Thatcher, conhecida com o dam a de ferro , term o cunhado pela im prensa sovit ica diante da firmeza com a qual Thatcher se cont rapunha ao socialism o. A sua m orte causou vaias e aplausos, ou seja, m anifestaes diam etralm ente opostas pelo Reino Unido e por todo o m undo. Tal repercusso dem onst ra a im portncia de Thatcher, que deixou o poder h duas dcadas, para a polt ica e econom ia m undial.

    Nos anos 1980, o iderio neoliberal foi im plem entado na I nglaterra por Thatcher causando grande desindust r ializao, m as tam bm aum ento dos ganhos para os setores de servio e financeiro ( terceiro setor) . Em seu perodo de governo, com a dim inuio da presena do Estado na econom ia, a reduo dos gastos pblicos e a flexibilizao das leis t rabalhistas, houve o aum ento da pobreza e do desem prego na I nglaterra, causando grande insat isfao na m assa de t rabalhadores os sindicatos se opunham ardorosam ente a essas polt icas - , ao m esm o tem po que

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    os setores m ais altos ganharam m ais dinheiro. Thatcher pr ivat izou setores com o gs, telefonia, siderurgia e pet rleo.

    Antes do perodo de Thatcher como chefe de governo, os t rabalhadores estavam com andando o pas em um quadro de cr ise. Aps um a srie de m anifestaes populares, os conservadores ganharam fora e, em m aio de 1979, Thatcher conseguiu ser eleita.

    A part ir de 1983, com a ent rada de novas receitas derivadas da explorao pet rolfera, o que perm it iu a volta do crescim ento econm ico, e a disputa cont ra a Argent ina pelas ilhas Fauklands (Malvinas) , o que deu a ela o sent im ento popular de defesa do pat r iot ism o, Thatcher passou a desenvolver ainda m ais am plam ente suas polt icas neoliberais, que naquele contexto ficaram conhecidas com o thatcherism o .

    Destaca-se que Margaret Thatcher desem penhou papel fundam ental na polt ica externa do perodo, possuindo o ex-presidente norte-am ericano, Ronald Reagan, com o grande aliado. Tanto ela quanto ele defenderam a adoo de m edidas neoliberais, com o a abertura de m ercados e a luta cont ra o alast ram ento do com unism o. Os dois adotaram polt icas externas com pletam ente cont rrias a URSS, pressionando este e os demais pases com unistas a im plem entarem m edidas favorveis ao capitalism o. Thatcher est im ulou que o lder russo, Mikhail Gorbachev, adota-se m edidas de abertura polt ica e econm ica, conhecidas, respect ivam ente, com o glasnot e perest roika.

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    Margaret Thatcher, que morreu em abril de 2013, aos 87 anos de idade, perm anece com o a nica m ulher a ter governado o Reino Unido e, ainda por cima, durante t rs mandatos consecut ivos. A Dam a de Ferro se ret irou da vida pblica em 2002, deixando sua m arca na Histr ia.

    3 . Am rica Lat ina

    A part ir dos anos 1990, a Am rica Lat ina assist iu ao fenm eno da chamada onda verm elha , com a eleio de governos de esquerda em diversos pases. Porm , m uitas das vezes, esses governos est iveram m ais prximos de prt icas populistas e clientelistas do que propriam ente de prt icas socialistas.

    Segundo alguns especialistas, a eleio de part idos e candidatos que se colocavam com o candidatos de esquerda est relacionada a um a espcie de reao das populaes lat ino-americanas a projetos neoliberais, que foram acusados de terem agravado a im ensa desigualdade social e a concent rao de renda existente na regio. A Venezuela, a part ir de Chvez, aparece se opondo ao m odelo norte-am ericano do Big St ick (Grande Porrete) , que pressupunha o cont role e a influncia dos EUA na regio. No nos esqueamos de que os EUA t iveram grande part icipao nas ditaduras lat ino-am ericanas do sculo XX.

    Em alguns pases, o discurso verm elho chegou a ser m ais agressivo e houve quest ionamentos m ais contundentes aos interesses dos Estados Unidos na regio. Nesse sent ido, Hugo Chvez ut ilizou-se de um posicionam ento radical, ganhando o apoio

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    da populao venezuelana e grande destaque nos veculos de com unicao. O fenm eno da onda verm elha teve com o principais m arcos a eleio de Hugo Chvez, em 1998, e de Lula, em 2002.

    Analistas apontam cont radio ent re o discurso e a prt ica econmicas desses governos, pois de m odo geral os EUA perm aneceram com o grande parceiro com ercial desses pases. No caso venezuelano, por exem plo, o pr incipal comprador de seu pet rleo eram justam ente os EUA. Ent retanto, devem os lem brar que houve de m odo geral m aior part icipao dos Estados lat ino-am ericanos na econom ia e aum ento das polt icas sociais, o que vai de encont ro ao neoliberalism o.

    Out ro ponto interessante de notar que o discurso ant iam ericano prat icado por Chvez irradiou-se por quase toda a regio. Em pouco tem po, out ros candidatos que posteriorm ente seriam eleitos, tornando-se presidentes de suas naes adotaram o m esm o discurso. Essa situao se deu de m aneira m uito forte pr incipalm ente no governo Bush, que era um republicano, ou seja, um polt ico norte-am ericano conservador. Polt icos com o Daniel Ortega (Nicargua) , Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolvia) foram eleitos exatam ente com esse m esm o discurso. Posteriorm ente, os Kirchner (Argent ina) , histor icam ente m ais conservadores, passaram a adotar o m esm o discurso e a aproveitar a m ar gerada.

    No Brasil Lula e o Part ido dos Trabalhadores possuem um histr ico avesso aos Estados Unidos, porm , nesse perodo de governo pet ista, as relaes ent re EUA e Brasil so boas de modo

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    geral, ainda que possuam problem as com o no caso de espionagem e na questo do protecionism o. No houve em nenhum m om ento um rom pim ento brusco ent re EUA e Brasil, m esm o diante de im passes com o a Rodada Doha e a ent rada do Brasil no Conselho de Segurana.

    De qualquer modo, mesmo com Obama na presidncia, os discursos ant iam ericanistas perm anecem e este Presidente tem sido acusado de no ter cum prido importantes prom essas de cam panha, com o em relao base m ilitar de Guantnam o. Os Estados Unidos so acusados de prender sem julgam ento pessoas suspeitas de terror ism o, inclusive h denncias de haver tortura. Ocorre que Obam a no possui base parlam entar, nem m esm o unanim idade em seu part ido, para aprovar o fim da base m ilitar norte-am ericana em solo cubano. Os EUA fizeram um acordo com Cuba no incio do sculo XX e desde ento cont rolam a base. Fidel Cast ro, desde a Revoluo Cubana, se ope fortem ente a essa situao, m as nada pde fazer.

    Obam a prom eteu que fecharia a base m ilitar, situada em Cuba, m as isso ainda no ocorreu e no sabem os se de fato ocorrer. O analista polt ico Nstor Garca I turbe lem bra que o presidente estadunidense no s descum priu sua prom essa de fecham ento da priso, com o assinou a Lei da Autorizao de Defesa Nacional, quando aprovou um a proibio perm anente sobre a t ransferncia dos det idos nesta pr iso para os Estados Unidos. H receio de que os presos de Guantnam o possam irradiar seu pensam ento radical nos presdios.

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    A relao do governo Obam a com Cuba bastante dbia, na realidade. Aps tom ar posse, Obam a renovou o em bargo econm ico a Cuba. Mesm o com a ONU condenando a m edida pelo 21 ano consecut ivo em 2012 - o governo norte-americano confirm ou que m anteria a polt ica de bloqueio com ercial a Cuba. Apesar disso, aps chegar Casa Branca, em 2009, o presidente Barack Obama suspendeu algum as rest r ies a Cuba, com o o envio de dinheiro ou viagens ilha por razes esport ivas, educat ivas ou religiosas, m as destacou que out ros passos dependero da abertura do governo cubano para a dem ocracia. Nesse cenrio, Cuba, que um m em bro fundador da Organizao dos Estados Am ericanos (OEA) , vem negociando sua volta organizao.

    Muitos analistas acreditam que essas aes diplom t icas norte-americanas visaram a uma mudana no regime econm ico cubano, e, paralelam ente, a colocar fim no regim e ditator ial de Cuba. Ral Cast ro, aps assum ir o governo cubano no lugar de seu irm o, Fidel Cast ro, iniciou algum as reform as econm icas, autor izou a abertura de pequenos com rcios e im plementao de cooperat ivas e autorizou tam bm a venda de im veis e automveis.

    Alm disso, o regim e com unista de Cuba busca aliados est rangeiros, com o a China e a Venezuela. Com a morte de Chvez e a eleio de seu sucessor natural, Nicolas Maduro, no sabem os se o ideal bolivar iano perm anecer to forte na regio. Apesar de compactuar com Chvez, Maduro no visto com o sendo um polt ico to habilidoso e carism t ico quanto seu antecessor. Com um a diferena de votos m nim a em relao ao seu opositor, Henrique Capriles, o governo venezuelano convive com um a

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    oposio fortalecida e um pas polar izado inclusive com a possibilidade do aum ento do radicalism o.

    A Venezuela possui uma econom ia baseada na produo de pet rleo, sendo a 13 m aior produtora m undial. Apesar de no ser a m aior produtora de pet rleo do m undo, em 2010, a Venezuela passou a ser considerada como a possuidora da m aior reserva do planeta, de acordo com a Organizao dos Pases Exportadores de Pet rleo, ult rapassando as reservas da Arbia Saudita.

    A Venezuela no a m aior produtora de pet rleo, m as possui a m aior reserva dele.

    Durante o governo de Hugo Chvez, a Venezuela liderou na regio um grupo cham ado de bolivariano que teve por caracterst icas a im plem entao de polt icas nacionalistas, com o estat izaes, m uitas vezes ligadas s prt icas populistas e ainda quelas crt icas ant iam ericanistas. Hugo Chvez defendia o que cham ava de socialism o do sculo XXI , sendo um crt ico feroz das prt icas que ele entendia com o imperialistas pelos Estados Unidos. Em bora Chvez fosse acusado de ser autoritr io por seus crt icos, ele possua a chancela das eleies e contava ainda com a m aioria do Congresso.

    O grupo bolivariano (esquerda bolivariana) formado por pases que se ope ao neoliberalismo e influncia norte-americana, com destaque para Venezuela e Bolvia. Nesse sent ido, foi fundado a Aliana Bolivar iana (Alba) , cujos m em bros so, alm da fundadora

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    Venezuela, Bolvia, Cuba, Nicargua e Equador.

    As polt icas nacionalistas de Chvez se m anifestaram em diversos sent idos. As relaes ent re Venezuela e os Estados Unidos quase chegaram a um rompimento diplom t ico, quando cada um dos pases ret irou seus diplom atas do out ro. Porm, em 2009, essa situao veio a ser regular izada. Um dos pontos m ais cont roversos do governo de Chvez foi exatam ente sua conduta diante dos Estados Unidos, pois se de um lado seus discursos e algum as de suas at itudes foram radicais frente aos norte-am ericanos, por out ro lado os Estados Unidos chegaram a ser responsveis por m ais de 40% do pet rleo exportado pela Venezuela. justam ente o dinheiro decorrente da venda do Pet rleo que financiou as polt icas sociais de Chvez.

    Out ro ponto de tenso ent re esses dois pases a rejeio venezuelana cr iao da rea de Livre Comrcio das Amricas (ALCA) . A cr iao da ALCA foi duram ente cr it icada por diversos pases lat inos que entendiam que sua cr iao seria um m ecanism o de expanso econm ica e polt ica dos Estados Unidos na regio. Cam inhando em sent ido cont rrio cr iao da Alca, Chvez estabeleceu diversos acordos econmicos e polt icos, avanando no seu projeto bolivar iano de integrao regional. Ent re esses acordos, um dos que m ais se destacou foi a possibilidade de com ercializar pet rleo em condies m ais favorveis, em bora no reduza o preo do pet rleo frente aos prat icados pelo m ercado.

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    Cuba exatam ente um dos pases que m ais se beneficiou desses acordos, com prando pet rleo em vantajosas condies de parcelam ento e juros. Em cont rapart ida, Cuba ofereceu Venezuela prestao de servios de sade. Basta lem brar que Chvez foi internado em um hospital em Havana para t ratar de problemas com cncer e infeces.

    Em outubro de 2012, Chvez venceu as eleies venezuelanas, derrotando o candidato da oposio Henrique Capriles. Naquele m om ento, Chvez conquistava o direito de governar a Venezuela at 2019. O problem a era que como Chvez estava internado em Cuba, sem que se soubesse ao certo seu estado de sade, ele no poderia tom ar posse. Com isso abriu-se espao para um a crise, j que haveria possibilidade de m ais de um a interpretao const itucional.

    Segundo os part idrios de Chvez, o vice-presidente, Nicolas Maduro, deveria assum ir o governo e depois ent reg- lo Chvez. Para a oposio, com o o presidente no tom ou posse, novas eleies deveriam ser realizadas. Porm , para evitar a cr ise const itucional, a Suprem a Corte da Venezuela decidiu que a prorrogao da posse do presidente Hugo Chvez para seu quarto m andato era legal. A deciso foi anunciada depois que a Assem bleia Nacional votou para conceder ao lder venezuelano tem po indefinido para que ele se recuperasse da cirurgia cont ra um cncer. A Suprema Corte decidiu tambm que enquanto Chvez se recuperasse, caberia ao vice-presidente governar o pas.

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    Essa deciso gerou crt icas de muitos analistas por todo o m undo. Alguns deles chegaram a afirm ar que por m enos o Paraguai foi suspenso do Mercosul, portanto a Venezuela tam bm deveria s-lo o que no aconteceu. Segundo esses analistas, o im peachm ent paraguaio possua previso na Const ituio do pas, enquanto que a prorrogao para posse da presidncia na Venezuela no.

    Lem bro que, em julho de 2012, o Mercosul decidiu suspender tem porariam ente o Paraguai at as eleies presidenciais do pas em 2013. As m edidas cont ra o Paraguai ocorreram em resposta ao processo de im peachm ent do presidente Fernando Lugo, ocorr ido tam bm em julho de 2012 e que foi repudiado pelos pases sul-am ericanos.

    O processo cont ra Lugo foi iniciado por conta de um conflito agrrio envolvendo brasiguaios e ligas cam ponesas que term inou com 17 m ortos paraguaios no inter ior do pas. A oposio acusou Lugo de ter agido m al no caso e de estar governando de m aneira " im prpria, negligente e irresponsvel" . Ele tam bm foi acusado por out ros incidentes ocorr idos durante o seu governo, com o ter apoiado um m ot im de jovens socialistas em um com plexo das Foras Arm adas e no ter atuado de form a decisiva no com bate ao pequeno grupo arm ado Exrcito do Povo Paraguaio, responsvel por assassinatos e sequest ros durante a lt im a dcada, a m aior parte deles antes m esm o de Lugo tom ar posse.

    O processo de im peachm ent de Fernando Lugo aconteceu rapidam ente, depois que o Part ido Liberal Radical Autnt ico, do ento vice-presidente Franco, ret irou seu apoio coalizo do

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    presidente socialista. Foi ento que o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidncia com um placar de 39 senadores favorveis ao im peachm ent do socialista e 4 senadores cont rr ios, alm de 2 abstenes. Federico Franco assum iu a presidncia pouco m ais de um a hora e m eia depois do im peachm ent de Lugo.

    No Paraguai ocorre um problem a diretam ente ligado ao Brasil, que o problem a dos cham ados brasiguaios. Os brasiguaios ou brasilguaios so brasileiros (e seus descendentes) estabelecidos em terr itr io da Repblica do Paraguai, em reas fronteir ias com o Brasil, pr incipalm ente nas regies cham adas Canindey e Alto Paran, no sudeste do Paraguai. Est imados em 350.000, so, em sua m aioria, agricultores falantes do idiom a portugus. Esses brasiguaios investem no agronegcio e enfrentam m ovim entos sociais cam poneses, que no aceitam est rangeiros com posse de lucrat ivas terras em seus terr itr ios. Fernando Lugo tam bm t inha posio cont rr ia aos brasiguaios, acusando-os de terem com prado terras decorrentes da reform a agrria. Essa posio fez com que a populao se colocasse cont ra os brasiguaios.

    Nesse sent ido, a presena dos brasiguaios, apesar de t razer crescim ento econm ico regio, provocou sent im entos nacionalistas e xenfobos ent re os paraguaios. Os paraguaios preocupam -se com o enfraquecim ento de sua ident idade nacional na regio fronteir ia, j que os est rangeiros mantm sua prpria lngua, usam sua prpria m oeda, hasteiam sua prpria bandeira e so donos das terras m ais produt ivas. Out ra queixa que seus filhos crescem falando portugus como segunda lngua, em vez do guarani.

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    Tam bm fonte de at r ito a questo racial, um a vez que a m aioria dos brasiguaios tem pele clara e feies europeias, enquanto a m aior parte dos paraguaios de origem hispano-guarani. Transm isses de rdio em guarani exortam os cam poneses sem terra a atacarem os brasiguaios, incendiando suas casas ou invadindo suas lojas, o que levou a im prensa brasileira a falar sobre um a espcie de lim peza tnica.

    Os brasiguaios se queixam da discr im inao cont ra seus filhos nas escolas locais e a int im idao das autor idades de im igrao, j que grande parte deles nunca recebeu docum entos de ident idade paraguaios. Ao m esm o tem po, m uitos brasiguaios nascidos no Paraguai no conseguem docum entos brasileiros, o que im pede algum as fam lias host ilizadas de voltar ao Brasil.

    No fim de 2012, o governo do Paraguai am pliou sua cam panha para regular izar m ilhares de im igrantes ilegais, pr incipalm ente brasileiros que at ravessam diar iamente a fronteira os brasiguaios, a m enos de um m s do fim da vigncia da " lei da anist ia m igratr ia" , que facilitou os t rm ites necessrios. Apesar da suspenso do pas do Mercosul em junho passado, o governo Federico Franco, que no era reconhecido por Dilm a Rousseff, t rabalhou junto a diplom atas brasileiros na questo.

    Em abril deste ano, Horcio Cartes, em presrio conservador, foi eleito para a presidncia do Paraguai, em um a vitr ia do Part ido Colorado, o que significou a volta dos conservadores ao poder. Tal part ido j havia governado o pas ininterruptam ente de 1947 a

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    2008, inclusive durante um a violenta ditadura m ilitar. A eleio de Cartes perm it iu que o Paraguai voltasse a atuar norm alm ente no Mercosul e tam bm na Unasul. O Paraguai estava suspenso desde o caso de im peachm ent de Fernando Lugo, considerado por aqueles organism os inconst itucional. Todavia, Cartes recusou de pronto a volta do seu pas ao Mercosul, em razo de a Venezuela ter ingressado no refer ido bloco sem aprovao do Paraguai. Ele quer que a ent rada da Venezuela no bloco seja rediscut ida e agora com a part icipao do Paraguai. No incio de 2014, o Paraguai voltou ao bloco.

    Por sua vez, a Argent ina, bem como a Bolvia, segue no cam inho da onda verm elha e, desde 2012, aum enta suas estat izaes. Durante o pr im eiro sem est re de 2012, tanto um quanto o out ro pas estat izaram o setor de energt ico. A presidente argent ina chegou a dar incio a uma crise, estat izando a pet roleira YPF, que antes estava sob cont role da Repsol, que de origem espanhola.

    J o boliviano Evo Morales estat izou a Transportadora de Elet r icidad S.A, que tam bm espanhola. Apesar de am bos os pases terem nacionalizado com panhias espanholas, a tenso com a Espanha m aior na Argent ina, devido a grande part icipao da YPF na produo de pet rleo e gs para a Argent ina o que dava grandes lucros em presa. O governo argent ino e suas provncias produtoras de pet rleo responsabilizaram a em presa YPF por no cum prir com prom issos de invest im ento e disseram que isso obriga o pas a im portar grandes volum es de hidrocarbonetos.

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    Outra polm ica, essa envolvendo o governo boliviano de Evo Morales, foi quando este estat izou as refinarias brasileiras da Pet robrs na Bolvia. I sso ocorreu em 2006 e t ratava-se de umas das suas principais propostas de sua cam panha polt ica para as eleies presidenciais. Essa estat izao foi apoiada pela populao boliviana, pr incipalm ente por m ovim entos populares, sindicatos e os cocaleiros , que so os produtores de coca no pas. Desde de ento, as relaes polt icas ent re Estados Unidos e Bolvia ficaram abaladas, j que os norte-am ericanos repudiaram essa m edida. Em 2008, a Bolvia expulsou diplom atas norte-am ericanos do pas e a diplom acia norte-am ericana acusou o venezuelano Hugo Chvez de influenciar e incent ivar a estat izao.

    Out ro ponto de m uita polm ica envolvendo Morales e os Estados Unidos ocorreu quando o avio do presidente boliviano sobrevoava o espao areo europeu e no conseguiu perm isso para faz- lo. Havia a suspeita de que o ex-analista da CI A, Edward Snowden, est ivesse no avio fugindo para a Bolvia ou m esm o para a Venezuela. O avio acabou aterr issando na ust r ia, onde ter ia sido inspecionado por autoridades locais. A situao gerou const rangim ento diplom t ico e revolta nos pases lat ino-am ericanos, que por m eio da Unasul fizeram um a nota de repdio aos norte-am ericanos. A situao, ent retanto, no se m ost rou capaz de causar sanes m aiores.

    Mas nem s de inim izades vivem os Estados Unidos na regio. Alguns pases so considerados aliados norte-americanos, como a Colm bia, Mxico e m esm o o Brasil. Em 2009, ocorreu um fato que gerou m uita polm ica, pr incipalm ente ent re os grupos da onda

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    verm elha. Nesse ano, os Estados Unidos anunciaram a const ruo de bases m ilitares na Colm bia e tal situao gerou duras crt icas tanto ao im perialism o norte-americano quanto subservincia colom biana. A Venezuela foi um dos pases que m ais cr it icou essa m edida. Alis, em razo do est reitam ente nas relaes ent re Brasil e Venezuela, a Colm bia se distanciou polit icam ente do Brasil naquele m om ento.

    Os Estados Unidos argum entam que a razo da const ruo da base apoiar o com bate ao narcot rfico e guerr ilha no pas. Contudo, os crt icos discordam e dizem que, na realidade, os Estados Unidos pretendem aum entar sua capacidade m ilitar na regio, expandindo seu poderio blico. Ou seja, o interesse seria geopolt ico.

    O ex-presidente colom biano lvaro Uribe era um grande aliado dos Estados Unidos e foi um dos lderes mais populares da histr ia colom biana, exatam ente por causa de suas polt icas de com bate ao narcot rfico. Os progressos alcanados pela Colmbia no com bate ao narcot rfico foi resultado em grande parte do apoio dado pelos norte-am ericanos.

    As Foras Arm adas Revolucionrias Colm biaExrcito do Povo (em espanhol: Fuerzas Arm adas Revolucionarias de Colom biaEjrcito del Pueblo) , tambm conhecidas pelo acrnimo FARC ou FARC-EP, so um a organizao de inspirao com unista, autoproclam ada guerr ilha revolucionria, que opera mediante tt icas de guerr ilha. Eles lutam , em tese, pela im plantao do

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    socialism o na Colm bia, todavia notrio que atualm ente so apenas um grupo ligado ao narcot rfico.

    As FARC so consideradas um a organizao terror ista pelo governo da Colm bia, pelo governo dos Estados Unidos, Canad e pela Unio Europeia. Os governos de Equador, Bolvia, Brasil, Argent ina e Chile no lhes aplicam esta classificao. Hugo Chvez rejeitou publicamente esta classificao em Janeiro de 2008 e apelou Colm bia com o out ros governos a um reconhecimento diplomt ico das guerr ilhas enquanto " fora beligerante", argum entando que elas estar iam assim obrigadas a renunciar ao sequest ro e atos de terror a fim de respeitar a Conveno de Genebra. Por sua vez, Cuba e Venezuela adotam o term o insurgente para as FARC.

    Parte considervel dos colom bianos tem em as Farc, m uitos destes por consider- las com o grupo terror ista e ela no tem apoio popular. Esse fato proporcionava alta popular idade ao ento presidente da Colm bia, lvaro Uribe. Desde o pr im eiro dia na presidncia da Colm bia, Uribe invest iu na tarefa de recuperar o cont role de seu pas, no dos com unistas, m as de narcot raficantes.

    Recentem ente as negociaes ent re o governo colom biano e as FARC t iveram im portantes avanos. Depois de m eses de negociaes, esses dois atores chegaram a um acordo sobre o pr im eiro tpico, de seis, do Acordo para Paz: a reform a agrria. Segundo esse acordo, o governo far invest im entos no desenvolvim ento de reas rurais e dist r ibuio de terras a fam lias de baixa renda. Est im a-se que m ais de m eio m ilho de pessoas j

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    foram m ortas desde o incio dos conflitos com a FARC, que atualm ente ter ia m ais de t rs m il guerr ilheiros.

    Enquanto as FARC do sinais do fim do conflito, out ra guerr ilha, do Exrcito da Libertao Nacional (ELN) , ainda no possui dilogo para a paz. Alm , das FARC e do ELN, que em tese so de esquerda, a Colm bia enfrenta problem as com o grupo dos param ilitares (m ilcia) , que se form ou para com bates os out ros dois grupos. A m ilcia possua apoio da burguesia e da oligarquia rural, mas acabou se envolvendo com o t rfico e se tornando m ais um ator no com plexo cenrio de conflitos colom bianos.

    Out ro ponto de destaque no atual contexto lat ino-am ericano a crescente liberalizao de questes polm icas no Uruguai. Depois de legalizar o aborto e equiparar o casam ento hom ossexual ao heterossexual, sendo a segundo pas da Amrica do Sul a faz- lo, j que a Argent ina o precedera, o pas agora regulam entou a produo, a venda e o consum o de m aconha. De acordo com a nova legislao, farm cias autorizadas podero comercializar mensalmente at 40 gramas para cada usurio uruguaio. Alm disso, ser possvel at m esm o cult ivar a m aconha em casa, com um lim ite de seis plantas.

    De acordo com o Jos Muj ica, Presidente do pas, a legalizao da m aconha um a m edida cont ra o narcot rfico. Ele, que se declara pessoalm ente cont rr io s drogas, entende que dar ao Estado o cont role sobre o processo de venda e consum o im plicar a dim inuio do lucro para os narcot raficantes, que consequentem ente se enfraquecero. Para Muj ica, legalizar a

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    maconha possibilitar aos usurios da droga adquir i- la em locais com est rutura e form alizados, inclusive subm et idos vigilncia do Estado, em vez de financiar t raficantes, que vendem a droga m isturada a produtos qum icos nocivos.

    4 . Estados Unidos

    Aps um a votao acirrada, o Presidente dos Estados Unidos, o dem ocrata Barack Obam a, conquistou, em novem bro de 2012, sua reeleio ao derrotar o candidato republicano, o ex-governador de Massachuset ts, Mit t Rom ney. Obam a conseguiu obter m ais do que os 270 delegados necessrios para vencer o Colgio Eleitoral.

    O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obam a, tem nesse novo m andato a difcil m isso de unir um pas prat icam ente dividido aps a longa e bastante custosa campanha pela Casa Branca. O dem ocrata reconheceu, durante seu discurso de vitr ia no Cent ro de Convenes McCorm ick Apraz, em Chicago, que ter um " longo t rabalho pela frente" nos prximos quat ro anos. No poderia m esm o ser diferente. Tem -se notado, na polt ica norte-am ericana, um a ciso cada vez m ais forte ent re democratas e republicanos, o que quase levou o pas a um grave problem a fiscal.

    De m aneira dist inta do que ocorre no Brasil, as eleies norte-am ericanas so indiretas. Em um prim eiro mom ento, os eleitores votam em um delegado que posteriorm ente se rene em um Colgio Eleitoral com os dem ais delegados e este colgio que elege o presidente. Ocorre que os cidados escolhem delegados que estejam vinculados ao candidato em quem o eleitor deseja votar.

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    Assim , os delegados funcionam com o um a espcie de interm edirios ent re eleitores e candidatos. Em 2012, o Colgio Eleitoral foi com posto por 538 delegados, sendo que o para ser eleito o presidente precisaria ao menos de 270 deles. Esse sistem a j levou a candidatos que no obt iveram a m aior quant ia de votos populares presidncia, com o ocorreu com Bush cont ra Al Gore.

    Barack Obam a conseguiu ser reeleito em um cenrio no qual a economia do pas enfrentou, depois de 2008, sua pior recesso desde a Grande Depresso dos anos 30. Essa a pr im eira vez desde Franklin Roosevelt (1933-1945) que um presidente conseguiu ser reeleito com um a taxa de desem prego to alta quanto de ento.

    Em julho de 2012, Obam a conseguiu um a grande vitr ia ao ter o seu plano de reform a da sade aprovado pela Suprem a Corte do pas. A Lei de Proteo ao Paciente e Servios de Sade Acessveis ( The Pat ient Protect ion and Affordable Care Act , em ingls) , tam bm conhecida com o Obam acare, cr iou um sistem a abrangente de sade nos Estados Unidos.

    Basicam ente, a reform a estabelece que todo mundo que vive nos EUA est obrigado a ter um seguro de sade. As pessoas com renda fam iliar m ensal abaixo do equivalente a R$ 2.390 tero uma ajuda parcial do governo para os custos. Calcula-se que o plano vai incluir no sistem a 30 m ilhes de am ericanos que no t inham nenhum a cobertura de sade. A ideia universalizar essa cobertura e tam bm incent ivar a cr iao de um m ercado de seguradoras.

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    Diferentem ente do Brasil, os EUA no t inham um sistem a pblico e universal com o o SUS (Sistem a nico de Sade) , cr iado a part ir do texto da Const ituio de 1988 que definia a sade com o direito de todos e dever do Estado , e com essa nova lei os norte-am ericanos se aproxim am desse m odelo. Segundo o histor iador Daniel Sim es, nos Estados Unidos, ou voc paga um plano de sade ou precisar ter dinheiro para pagar cada consulta e exam e - o que no sai nada barato . Por lei, no entanto, os hospitais norte-am ericanos esto obrigados a atender qualquer pessoa durante em ergncias. Out ro problem a no sistema de sade americano que as seguradoras no so fiscalizadas pelo governo o que significa que elas podem alterar preos ou vetar servios ao usurio sem precisarem prestar contas.

    A reform a de sade no vai cr iar um sistem a pblico igual ao brasileiro, m as torna o acesso assistncia m dica no pas um pouco m ais igualitr io. O SUS considerado um exem plo no m undo inteiro. claro que h m uitos problem as, m as ele de fato acaba por atender todo mundo , diz Simes.

    Essa foi um a das principais bandeiras polt icas de Barack Obam a durante as eleies presidenciais e tem provocado fortes reaes tanto cont ra quanto a favor. Seus pr incipais opositores do conservador Part ido Republicano dizem que o presidente deveria ter dado m ais ateno a out ros setores e cr it icam os supostos gastos excessivos que o plano pode t razer, alm de afirm ar que essa um a tentat iva de cont rolar dem ais a vida privada de cada um , em um a viso ext rem am ente liberal.

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    Um dos grandes desafios do primeiro mandato do governo Obama esteve justamente na difcil batalha ent re Republicanos e Dem ocratas o que paralisa parte das aes de Obam a. Todo esse cenrio de disputa fortem ente m arcado pela cr ise da dvida europeia, pela desacelerao do m ercado chins e pelo desem prego.

    Segundo os dem ocratas, a debilidade da econom ia norte-am ericana no perm ite que haja grandes redues nos gastos pblicos, e, assim sendo, necessrio que o governo cont inue invest indo a fim de fazer com que o pas cresa m ais e gere m ais em pregos, m antendo o m odelo neokeynesiano adotado aps a cr ise de 2008. Os democratas entendem ainda que os benefcios sociais, pagos s parcelas m ais pobres da populao, so fundam entais para a recuperao econm ica e social do pas. A porcentagem de norte-am ericanos vivendo na pobreza at ingiu 15% da populao em 2010 sendo o m aior nvel at ingido em m ais de 50 anos de pesquisa.

    O governo Obam a m odificou, ainda, as m edidas relat ivas ao terror ism o j que os altos custos financeiros se tornaram im populares em um contexto de crise econm ica. Os Estados Unidos ter iam gasto aproxim adam ente 1,5 t r ilho de dlares nas cam panhas do I raque e do Afeganisto, alm de ter deslocado cerca de 350 m il soldados para essas regies e para out ros pases da sia Cent ral e do Oriente Mdio.

    Durante a campanha eleitoral para seu prim eiro m andato, Obam a prom etera que ret irar ia as t ropas norte-am ericanas do I raque, o que de fato ele conseguiu realizar. Porm , houve um a declarao polm ica e bastante cont raditr ia por parte do

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    presidente norte-am ericano, quando as t ropas dos Estados Unidos deixavam o I raque. Ele declarou que as t ropas norte-am ericanas deixavam um I raque estabilizado; contudo, a realidade que as t ropas norte-am ericanas no foram capazes de t razer estabilidade para a regio e o I raque perm anece em crise econm ica e polt ica.

    Em 2011, Obam a ganhou m uitos pontos com o eleitorado norte-am ericano, quando o terror ista Osam a Bin Laden foi m orto por soldados norte-am ericanos. Com a m orte de Osam a, Obam a pde dar incio reduo do cont ingente norte-am ericano no Afeganisto, pas no qual a Al Qaeda (grupo terror ista do qual Osam a Bin Laden fazia parte) possui grande influncia. Apesar da morte de Bin Laden, o Afeganisto est longe de resolver seus com plexos problem as polt icos. O Taliban cont inua atuando na regio, m as, com a cr ise e a necessidade de gastar m enos em aes m ilitares, Obam a viu-se obrigado a dim inuir a presena dos Estados Unidos na regio. Alis, desde a m orte de Bin Laden, esse grupo terror ista tem atuado cada vez m ais de form a heterognea, o que dificulta inclusive o com bate a ele.

    Lem bro- lhes de que foi justamente o episdio de 11 de setem bro de 2001, com o atentado terror ista cont ra os Estados Unidos, quando houve o choque de avies com as torres do World Trade Center, com andado por Bin Laden, que fez com que os Estados Unidos am pliassem suas aes m ilitares e seu com bate ao terror ism o. Na poca dos atentados, quem estava no poder era George W. Bush, que definiu o terror ism o com o a pior am eaa aos Estados Unidos e paz m undial. A part ir da, Bush inaugurou um a

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    nova poca na geopolt ica que ficaria, ento, conhecida com o a Dout r ina Bush.

    Em 2002, o presidente George Bush divulgou o docum ento "A est ratgia de segurana nacional dos Estados Unidos", que ficou justam ente conhecido com o "Dout r ina Bush". Este docum ento apresentava as est ratgias polt ico-m ilitares que passaram a ser adotadas pelo pas em nome da defesa nacional, frente s am eaas a que poderiam estar sujeitos o terr itr io e o povo norte-am ericanos. O docum ento declarava a inteno dos Estados Unidos em agir m ilitarm ente por conta prpria e por deciso unilateral, em nom e do direito de autodefesa e de m aneira prevent iva. Dessa form a, os Estados Unidos, em nom e do ant iterror ism o e do com bate a pases considerados e avaliados com o am eaadores aos seus interesses, just ificaram as suas aes e procuraram torn- las legt im as diante da opinio pblica norte-am ericana e internacional.

    A guerra e a ocupao do I raque, em bora fizessem parte das aes da Dout r ina Bush de guerra prevent iva, no foram apoiadas em provas de que este pas desenvolvesse arm as de dest ruio em m assa ( just ificat iva para a sua invaso) ou financiasse o terror. Depois de os Estados Unidos declararem a vitr ia sobre o I raque, de terem conseguido a pr iso e m orte de Saddan Hussein e o estabelecimento de um governo provisrio, a situao do I raque perm aneceu incont rolvel.

    Ao cont rr io do que propunha a Dout r ina Bush, os ataques terror istas, a insurreio de grupos arm ados cont ra a ocupao est rangeira e os conflitos ent re as principais etnias am eaam a

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    estabilidade do pas e apontavam para um a perspect iva de total descont role da situao. Na verdade, os norte-am ericanos usaram seu poderio m ilitar para favorecer suas em presas do setor pet rolfero e da const ruo civil e am pliarem sua influncia no Oriente Mdio.

    Foi baseado nessa dout r ina que, repito, previa o unilateralism o e os ataques prevent ivos, m esm o sem aprovao da ONU ou da OTAN que os Estados Unidos e o Reino Unido invadiram o I raque. As alegaes de que o I raque possua arm as nucleares feitas por Bush no tardariam a se m ost rarem falsas. Aps a interveno norte-am ericana, o I raque se afundou num a com plexa cr ise polt ica e os Estados Unidos passaram a ser acusados de ter invadido o pas por razes puram ente econm icas, sobretudo por causa do setor pet rolfero com o disse.

    Um dos principais fatos envolvendo os EUA recentemente foi o da espionagem e vazam ento de inform aes secretas. A revelao de que o governo norte-am ericano vigia a at ividade de governos e de cidados caiu com o um a bomba na imprensa, gerando reao internacional. Os jornais The Washington Post e The Guardian publicaram que o governo dos Estados Unidos, ut ilizando-se de um software cham ado Prism o, espiona o uso da internet por cidados e por governos. Diversos provedores, tais com o Microsoft , Yahoo, Apple, AOL, Facebook e Google, foram espionados pelo governo norte-am ericano. Para o governo norte-am ericano essa m edida se faz necessria em razo da preveno cont ra ataques terror istas. O Brasil tam bm foi espionado, inclusive, com a revelao de que os EUA m anteriam bases secretas de espionagem em Braslia.

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    Edward Snowden, ex-analista da CI A, foi a pr incipal figura desses acontecim entos, aps ter vazados diversos docum entos secretos para a im prensa. Depois de ele ter revelado esses docum entos, descobriu-se que ele estava em Hong Kong e, em seguida, ele fugiu para a Rssia em busca de asilo. Alm desses documentos, Snowden ainda revelou que a Verizon, grande em presa de telecom unicaes, fornece Agncia Nacional de Segurana (NSA) dados telefnicos, com o pretexto de defender o pas.

    As revelaes feitas por Snowden causaram a indignao de internautas e governos, e ele acabou recebendo o apoio de diversas organizaes, pr incipalm ente do Wikeleaks. H, nos EUA, um a lei, cham ada de Ato Nacional dos EUA, que fora aprovada em 2001, logo aps os ataques de 11 de setem bro, que d m argem a possibilidade de espionagem legal em razo de defesa nacional, todavia essa lei no guarda proteo no Direito I nternacional. Os EUA so acusados de violar os direitos fundam entais de privacidade de cidados no m undo todo e a soberania dos pases espionados.

    Por sua vez, o Brasil ainda possui problem as em relao regulamentao da internet ; na verdade, carecemos de um marco regulatr io. Em 2012, foi aprovada a cham ada Lei Carolina Dieckm an que t ipifica cr im es elet rnicos, com o a invaso a com putadores. Aps o caso Snowden, o governo brasileiro defendeu que os EUA e as em presas envolvidas dessem sat isfaes aos brasileiros, m as nenhum a m edida m ais severa dever ser adotada. O I tam araty chegou a pedir esclarecim entos ao governo am ericano

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    e ao embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, quanto denncia de que pessoas e em presas no Brasil ter iam sido alvo de espionagem por parte da NSA (agncia nacional de segurana dos EUA) . Snowden pediu asilo polt ico a vrios pases, inclusive ao Brasil, de quem no obteve resposta. Ele teve o pedido de asilo concedido pela Rssia, onde se encont ra atualm ente.

    Em outubro de 2013, pela pr im eira vez em quase 20 anos, os EUA ficaram im pedidos de prestar servios pblicos no essenciais em razo de no ter havido naquele m om ento autorizao oram entria. Essa situao simblica dent ro da forte disputa ent re dem ocratas e republicanos no Parlam ento norte-am ericano. Enquanto os dem ocratas possuem a m aioria no Senado, os republicanos a m antm na Cm ara, dificultando que o processo legislat ivo siga um fluxo t ranquilo. Poster iormente a questo avanou e os EUA aprovaram seu oram ento, todavia a tenso perm anece e o acirram ento dos nimos polt icos podem t razer danos ao pas.

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    5 . Questes com entadas

    1 ) ( CESPE - 2 0 1 2 - TCU - Tcnico de Controle Externo) Apenas dois part idos, o Republicano e o Liberal, atuam na cena polt ica norte- am ericana; nas eleies de 2 0 1 2 , os liberais apostam na reconduo de Barack Obam a ao Capitlio.

    Muita gente se confundiu nessa questo, por isso ateno redobrada. errado dizer que apenas dois part idos atuam na cena polt ica norte-am ericana. H sim out ros part idos, em bora apenas estes dois apontados no enunciado tenham relevncia e por isso os cient istas polt icos se referem aos EUA com o possuindo um sistem a bipart idar ista. Os liberais (Dem ocratas) realm ente apoiaram Obam a, enquanto os conservadores (Republicanos) apoiaram Rom ney. E Capitlio sinnim o para Congresso Nacional dos Estados Unidos, no qual os eleitos para a presidncia prestam juram ento.

    Questo errada.

    2 ) ( CESPE - 2 0 1 2 - TCU - Tcnico de Controle Externo) Obam a notabilizou- se por ser o prim eiro negro a chegar presidncia dos Estados Unidos da Am rica, feito part icularm ente significat ivo, haja vista a forte m arca da

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    escravido afr icana na histria do pas e da discrim inao racial, que custou a ser legalm ente abolida.

    Obam a foi de fato o pr im eiro negro a chegar presidncia norte-am ericana. Podem surgir duas dvidas em relao ao restante do enunciado. A primeira se houve forte m arca da escravido afr icana no pas. Houve sim , pessoal. Assim com o no Brasil, os Estados Unidos foram m arcados por um forte regim e escravocrata.

    A out ra dvida se a discr im inao racial custou a ser legalm ente abolida. De fato, a discr im inao racial dem orou a ser legalm ente abolida, fato que s aconteceu em 1965 quando ainda havia bebedouros, assentos, banheiros dist intos para negros e brancos.

    Questo correta.

    3 ) ( Cespe - Antaq - 2 0 0 9 ) A crescente im portncia do Brasil e da Venezuela no cenrio sul- am ericano, inclusive no que se refere m ediao entre partes em crises regionais, em ana da m odernizao econm ica, da t ranquilidade polt ica e da projeo internacional de que gozam os dois pases, em igual proporo e legit im idade internacional.

    Que Brasil e Venezuela am pliaram sua im portncia na regio no h dvidas. Contudo, percebam que a Venezuela est longe de ter a m esm a m odernizao econm ica, a t ranquilidade polt ica e a projeo internacional de que goza o Brasil. Sobre t ranquilidade polt ica , esse term o no est relacionado falta de disputas

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    internas, m as sim solidez das inst ituies. O Brasil possui, certam ente, inst ituies m ais slidas do que a Venezuela. Assim , questo errada.

    4 ) ( Cespe Antaq - 2 0 0 9 ) Na atualidade, os pases lat ino-am ericanos que m elhor se relacionam com os EUA so Cuba e Venezuela.

    Essa s pode ser br incadeira ... com o assim , gente!??!?!?! !? bvio que essa est errada! Os pases lat ino-am ericanos que pior se relacionam com os EUA so exatamente Cuba e Venezuela. Questo errada.

    5 ) ( FCC - Escriturrio- Banco do Brasil - 2 0 1 1 ) Os exportadores brasileiros de geladeiras, foges e m quinas de lavar roupa voltaram a enfrentar barreiras no m ercado ( ...) . Conform e o Estado apurou, 3 5 cam inhes esto parados nos depsitos alfandegrios espera de autorizao para circular no pas. ( O Estado de S. Paulo, 1 3 / 0 5 / 2 0 1 1 , p. B3 )

    O texto acim a destaca um a nova cr ise com ercial provocada pelo protecionism o com ercial

    ( A) do Paraguai. ( B) da Venezuela. ( C) do Peru. ( D) da Argent ina ( E) da Bolvia .

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    Vocs lem bram de quem eu falei ao m encionar protecionism o? Justam ente da Argent ina. A Argent ina, a part ir de 2011, am pliou os produtos que no possuem licena autom t ica de ent rada no pas. A Argent ina fez isso em um a tentat iva de proteger sua indst r ia dos produtos est rangeiros, sobretudo dos brasileiros. Essa situao gerou um a certa cr ise ent re a Argent ina e o Brasil. Let ra d .

    6 ) ( FMP - Auditor Pblico Externo TCE- RS - 2 0 1 1 ) Econom istas e analistas de m ercado criaram o term o BRI CS para se refer ir a a lguns pases que se destacaram no cenrio m undial pelo rpido crescim ento das suas econom ias em desenvolvim ento. Os pases que com pe esta expresso so:

    ( A) Brasil, Rssia, I ndonsia, China e Coria do Sul.

    ( B) Bulgria , Reino Unido, ndia e Coria do Sul.

    ( C) Brasil, Rssia, ndia, China e fr ica do Sul.

    ( D) Brasil, Rssia, ndia e Colm bia e fr ica do Sul.

    ( E) Brasil, Repblica da China, I ndonsia, Chile e Coria do Sul.

    Qual a dificuldade? Nenhum a, no verdade!? E vejam o nvel do cargo ein... O term o BRI CS refere-se a Brasil, Rssia, ndica, China e fr ica do Sul. Essa foi nvel faixa branca. Let ra c .

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    7 ) ( FCC - Analista Legislat ivo - 2 0 0 8 ) Um dos principais itens da plataform a eleitoral de Fernando Lugo, ex- bispo catlico eleito presidente da Repblica do Paraguai em abril de 2 0 0 8 , foi a reviso do Tratado de I ta ipu, celebrado com o Brasil em 2 6 de abril de 1 9 7 3 . Entre outras clusulas, o t ratado prev que:

    a) o Paraguai no receber a com pensao financeira dos royalt ies, pois seu terr itr io no foi at ingido pela construo da barragem .

    b) a venda da energia produzida a part ir do aproveitam ento hidrelt r ico refer ido no t ratado deve ser feita a preo de custo para pases no signatrios.

    c) os signatrios devem adquir ir , conjunta ou separadam ente, o total da energia produzida a part ir do aproveitam ento hidrelt r ico refer ido no t ratado.

    d) os lim ites terr itor iais estabelecidos entre os dois pases podem ser revistos em funo da im plantao de instalaes dest inadas produo de energia elt r ica e obras auxiliares.

    e) os pases signatrios tm o direito de vender a energia por eles no ut ilizada para terceiros pases.

    Com o eu no falei especificam ente sobre o Tratado de I taipu na parte terica, vejam os essa questo por partes.

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    Let ra a - Os dois pases recebem royalt ies em razo da explorao.

    Let ra b O Paraguai, segundo o Tratado de I taipu, no podia revender energia a out ros pases.

    Let ra c Exatam ente. A energia produzida dividida igualmente ent re Brasil e Paraguai, s que com o o Paraguai consome apenas uma parte nfima do que tem direito (cerca de 5% do total produzido) , ele vende o restante ao Brasil.

    Let ra d Bastante difcil esse item . Na realidade, esses lim ites no podem ser revistos pelas razes apresentadas. I sso est regulam entado no art . 7 que diz que as instalaes dest inadas produo de energia elt r ica e s obras auxiliares no produziro variao nos lim ites ent re os dois pases, estabelecidos nos Tratados vigentes .

    Let ra e Com o eu disse, a energia produzida no pode ser vendida a out ros pases.

    Sobre o Tratado de I taipu, lembro que esse t ratado o inst rum ento legal para o aproveitamento hidrelt r ico do Rio Paran pelo Brasil e Paraguai, assinado em Braslia em 26 de abril de 1973, no qual o Paraguai se obrigou a vender o excedente energt ico ali produzido, ao Brasil at 2023. Portanto, a part ir de 2023 alteraes devero ocorrer em relao ao acordo.

    Let ra c .

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    8 ) ( CESPE - TRT- 1 7 Regio - 2 0 0 9 ) Na Argent ina, pas vizinho e m em bro do MERCOSUL, aplicou- se recentem ente o expediente protecionista na com pra de produtos brasileiros, sob alegao fundam entad