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    AEROCLUBE DO PARAN

    Segurana de VoCURSO DE FORMAO DE INSTRUTOR DE V

    Inst. Rafael Jos de Andrade Rodrigues

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    Aeroclube do Paran Curso de Formao de Instrutor de Vo

    5.4.3 - NSCA 3-3 - PROGRAMA DE PREVENO DE ACIDENTES AERONUTICOS .......................185.4.4 - NSCA 3-4 - PLANO DE EMERGNCIA AERONUTICA EM AERDROMOS (PEAA)..............185.4.5 - NSCA 3-5 - COMUNICAO DE ACIDENTES E INCIDENTES AERONUTICOS.....................185.4.6 - NSCA 3-6 - INVESTIGAO DE ACIDENTES E INCIDENTES AERONUTICOS.....................185.4.7 - NSCA 3-7 - DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS OPERADORES....................................195.4.8 - NSCA 3-8 - DANOS CAUSADOS A TERCEIROS DECORRENTES DE ACIDENTES E

    INCIDENTES COM AERONAVE MILITAR DO MINISTRIO DA AERONUTICA..................................................................195.4.9 - NSCA 3-9 - RECOMENDAES DE SEGURANA EMITIDAS PELO SIPAER..........................195.4.10 - NSCA 3-10 - FORMAO E ATUALIZAO TCNICO-PROFISSIONAL DO PESSOAL DO

    SIPAER.....................................................................................................................................................................................195.5 FUNDAMENTOS DA PREVENO DE ACIDENTES....................................................................................19

    6 ACIDENTES EINCIDENTES..............................................................................................................................................22

    6.1 CONCEITUAO............................................................................................................................................226.1.1 ACIDENTE....................................................................................................................................226.1.2 INCIDENTE...................................................................................................................................23

    6.2 FATORES CONTRIBUINTES..........................................................................................................................237 RELATRIOS.....................................................................................................................................................................26

    7.1 - RELATRIO DE INCIDENTE - RELIN.......... ............... ............... ............... ................ ................ ................ .....267.2 - RELATRIO DE INVESTIGAO DO CONTROLE DO ESPAO AREO - RICEA......................................267.3 - FICHA DE DADOS SOBRE

    INCIDENTE..........................................................................................................267.4 - RELATRIO PRELIMINAR - RP............... ................ ................ ............... .............. ............... ................ ..........277.5 - RELATRIO DE INVESTIGAO DE ACIDENTE AERONUTICO - RELIAA...............................................277.6 - RELATRIO FINAL - RF..................................................................................................................................277.7 - SNTESE DE INCIDENTE - SI..........................................................................................................................287.8 - RELATRIO DE OCORRNCIA DE SOLO -

    RELOS......................................................................................287.9 - RELATRIO CONFIDENCIAL PARA SEGURANA DE VO - RCSV...........................................................287.10 - RELATRIO DE PERIGO - RELPER.............................................................................................................287.11 - RECOMENDAO DE SEGURANA DE VO - RSV..................................................................................29

    8 PREVENO DE ACIDENTES..........................................................................................................................................308.1 CICLO DA PREVENO.................................................................................................................................30

    8.1.1 VISTORIAS DE SEGURANA.....................................................................................................308.1.2 ANLISE DE RELATRIO DE PERIGO OU DE INCIDNCIA....................................................318.1.3 PROGRAMAS EDUCATIVOS......................................................................................................318.1.4 ANLISE DE TENDNCIAS.........................................................................................................31

    9 A SEGURANA DE VO NO DIA A DIA ..........................................................................................................................319.1 OPERACIONAL...............................................................................................................................................319.2 CRITRIOS TCNICOS.................. ................ ................ ................ ............... ............... ............... ............... ...329.3 PLANEJAMENTO DO VO.............................................................................................................................329.4 MEIO AMBIENTE.............................................................................................................................................339.5 MANUTENO................................................................................................................................................33

    10 MANUTENO AERONUTICA......................................................................................................................................3410.1 PRINCPIOS BSICOS DE MANUTENO ................................................................................................34

    10.1.1 ESTADO INICIAL........................................................................................................................3410.1.2 CORRER DO TEMPO.................................................................................................................3510.1.3 LIMITE PARA DETERIORAO................................................................................................3510.1.4 OBJETIVO PRIMORDIAL...........................................................................................................35

    10.2 SISTEMA DE MANUTENO.......................................................................................................................3510.2.1 PLANEJAMENTO.......................................................................................................................3510.2.2 CONTROLE................................................................................................................................36

    10.2.2.1 CONTROLE DE MANUTENO.............................................................................36

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    10.2.2.2 CONTROLE DA QUALIDADE..................................................................................3610.2.3 PRODUO OU EXECUO....................................................................................................37

    10.2.3.1 MANUTENO CORRETIVA..................................................................................3710.2.3.2 MANUTENO PREVENTIVA................................................................................37

    11 PREVENO CONTRA INCNDIO.................................................................................................................................3711.1 COMBUSTVEIS E LUBRIFICANTES...........................................................................................................37

    QUESTIONRIO ..................................................................................................................................................................... 39 ANEXO I - A RESPONSABILIDADE DO INSTRUTOR DE VO .......................................................................................... 48 ANEXO II RELATRIOS ......................................................................................................................................................51

    ANEXO III COLETNEA DE DIVOP .....................................................................................................................................54

    1 INTRODUO

    Quando se fala em Preveno de Acidentes Aeronuticos, pensamos em aeronaves degrande porte (Jatos Comerciais) para s depois, lembrarmos dos "Teco-Tecos" (Aviao Geral).

    Desconsideramos tambm todos os outros meios de transporte que podemos optar para sermosconduzidos pela atmosfera como bales tripulados, dirigveis, asas delta e outros.Em toda e qualquer atividade area devemos nos preocupar e promover de todas as

    formas a nica ao que poder efetivamente evitar um acidente: a sua preveno!Pode-se dizer que o ideal de preveno de acidentes tem a sua origem na mitologia grega

    uma vez que essa preocupao se manifestou na recomendao dada caro por seu pai, Ddalo,para que no voasse muito alto, pois o Sol derreteria a cera de suas asas, soltando suas penas,conforme assim aconteceu.

    O primeiro acidente areo registrado no Brasil ocorreu com o balo tripulado pelo TenenteJuventino, em 20 de maio de 1908, cuja investigao apontou a falha da vlvula de controle comotendo sido a causa de sua ocorrncia, no considerando nada mais alm disso como contribuiodaquele sinistro.

    Com a criao da aeronutica militar, na dcada de 20, as atividades de segurana de voforam organizadas sendo voltadas, inicialmente, mais para a investigao do que para a prevenode acidentes. Naquela poca os acidentes eram investigados com a nica finalidade de apurar responsabilidades. A Marinha realizava o Inqurito Policial Militar (IPM) e o Exrcito realizava oInqurito de Acidente Aeronutico (IAA). Em ambos os casos, eram realizados um Inqurito, sem apreocupao de prevenir novas ocorrncias.

    Registrou-se, naqueles idos, a coliso de dois avies Savoya Marchetti, na qual, faleceu oento sub-comandante da Escola de Aviao Naval e foi ferido o seu comandante. Emconseqncia disso, houve um movimento da oficialidade para que fossem obtidos maiores nveisde segurana no desenvolvimento da atividade area.

    Assim, foi organizado, no prazo de vinte e quatro horas, pelo ento capito HenriqueFlejuss, um servio de socorro que consistia num veculo equipado com material de sapa, decontra incndio e de primeiros socorros, alm de uma lancha tambm equipada com material deprimeiros socorros e de flutuao individual, alm de uma sistemtica de localizao visual doponto de queda da aeronave e de alarme para acionamento desses recursos.

    Aps a criao do Ministrio da Aeronutica, em 1941, esses procedimentos foramreformulados e unificados sob a responsabilidade da ento Inspetoria Geral da Aeronutica, sendocriado o inqurito Tcnico Sumrio para a investigao dos Acidentes Aeronuticos, eliminando ouso do IPM para esse fim.

    Na aviao civil, ainda em fase de surgimento, nenhum controle dessa natureza registrado at a dcada de 30. Em 5 de abril de 1948 foi criado o Servio de lnvestigao, pelodecreto n 24.749, sendo padronizado um procedimento para a investigao dos acidentesaeronuticos.

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    Em 1951 nasce a sigla SIPAER, com o novo regulamento da ento Inspetoria Geral da Aeronutica, identificando o servio de lnvestigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos comoparte da sua estrutura organizacional. criado ento, o primeiro Programa de Preveno de

    Acidentes Aeronuticos para a Aviao Brasileira.Em 11 de outubro de 1965, atravs do decreto n 57.055, a estrutura do SIPAER alterada

    e a sigla passa a significar a atividade de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos.

    Assim, a antiga filosofia gradualmente substituda em funo de novos conhecimentosadquiridos em outros pases e o Inqurito Tcnico Sumrio substitudo pelo Relatrio delnvestigao de Acidentes Aeronuticos onde j experimentava a pesquisa dos Fatores Humano,Operacional e Material.

    Nasce, tambm, o Relatrio Final, em substituio ao Relatrio Sumrio. A essncia das investigaes passa a ser o ensinamento dela extrado, com a finalidade

    de prevenir novos acidentes, atravs da emisso de recomendaes exeqveis, relacionadas aosfatores que contriburam para aquela ocorrncia.

    Assim, com a substituio definitiva da palavra inqurito, adotada uma nova filosofia queat hoje tem na preveno do acidente o seu fundamento. Em 1966, vrios oficias da aeronuticaregressaram de cursos realizados no exterior, principalmente nos Estados Unidos, iniciando, ento,um vasto programa de divulgao das tcnicas mais modernas de preveno e de investigao deacidentes aeronuticos.

    Em 1968, o SIPAER realizou o I Simpsio Brasileiro de Preveno de Acidentes Aeronuticos e, em 1969, o I Simpsio Sul-Americano de Preveno de Acidentes Aeronuticosdos quais resultaram inmeros benefcios para a aviao brasileira, em especial para a aviaogeral que ainda se situava bem distante dos princpios da preveno de acidentes.

    O intercmbio de informaes nessa rea, entre os pases sul-americanos, proporcionadopor esse evento foi to proveitoso que, mais tarde, foram realizados mais trs simpsios, naVenezuela, Peru e Chile.

    Em 1973, foi realizado, em Braslia, o I Simpsio Interamericano de Preveno de Acidentes que integrou outros pases quele grupo pioneiro. Ainda em 1968, foi realizado o IEstgio Preliminar de Investigao e Preveno de Acidentes, dando origem ao atual Curso deSegurana de vo.

    Em 1971, atravs do Decreto N. 69.565, foi criado o Centro de lnvestigao e Prevenode Acidentes Aeronuticos (CENIPA) com atribuies e responsabilidades de rgo central doSIPAER, ainda dentro da estrutura da Inspetoria Geral da Aeronutica, sendo, tambm,considerados como elos do Sistema os rgos do Ministrio da Aeronutica que, pela suanatureza, pudessem ser envolvidos na atividade de lnvestigao e Preveno de Acidentes

    Aeronuticos.O primeiro instrumento da legislao de segurana de vo surge, em 1972, com o Manual

    do SIPAER que definia as atribuies, responsabilidades e procedimentos nessa atividade e que,posteriormente, deu lugar as Normas de Sistema do Ministrio da Aeronutica (NSMA 3-1 a 3-11,atualmente em processo de alterao para NSCA 3-1 a NSCA 3-11) que constituem a legislaobsica de segurana de vo no Brasil.

    Uma nova filosofia foi ento criada e comeou a ser difundida. Os acidentes passaram aser vistos a partir de uma perspectiva mais global e dinmica. A palavra inqurito foiincondicionalmente substituda. As investigaes passaram a ser realizadas com um nicoobjetivo: a "preveno de acidentes aeronuticos".

    O conhecimento adquirido com organizaes de segurana de vo estrangeiras, e aexperincia acumulada ao longo dos anos, aperfeioaram a doutrina de segurana de vo. Dessaforma, foram desenvolvidas as bases de pesquisa fundamentadas no trinmio: "o Homem o Meio ea Mquina", pilar da moderna filosofia SIPAER. Assim, as investigaes so concentradas nosaspectos bsicos, identificados e relacionados com a atividade aeronutica, grupados nos fatoresHumano, Material e Operacional.

    O Fator Humano compreende o homem sob o ponto de vista biolgico em seus aspectosfisiolgicos e psicolgicos. O Fator Material engloba a aeronave e o complexo de engenharia

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    aeronutica. O Fator Operacional compreende os aspectos que envolvem o homem no exerccioda atividade, incluindo os fenmenos naturais e a infra-estrutura.

    O crescimento da atividade area no pas provocou a necessidade de dinamizar asatividades de segurana de vo. Conceitos foram atualizados e, conforme o decreto 87.249/82, de7 de junho de 1982, o CENIPA passou a ser uma organizao autnoma.

    Esse novo patamar administrativo permitiu ao Centro tornar-se mais funcional, objetivo e

    dinmico no seu trabalho de preveno de acidentes e incidentes aeronuticos. Nessa mesmaocasio foi criado o Comit Nacional de Preveno de Acidentes Aeronuticos - CNPAA, em cujofrum, sob a direo e coordenao do CENIPA, renem-se os representantes de diversasentidades nacionais e estrangeiras, pblicas e privadas, direta ou indiretamente ligadas satividades aeronuticas. Participam, ainda, organizaes civis representativas de classes(sindicatos).

    Para levar sua misso a termo, dentro de seu Programa Anual de Trabalho, o CENIPAdesenvolve diversas atividades educacionais, operacionais e regulamentares. Como rgo centraldo Sistema de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos - SIPAER, tem comoatribuio a superviso, o planejamento, o controle e a coordenao de atividades afins, emperfeita consonncia com todos os seus elos, na cadeia de comando operacional.

    da anlise tcnico-cientfica de um acidente ou incidente aeronutico que se retiramvaliosos ensinamentos. Esse aprendizado, transformado em linguagem apropriada, traduzido em

    RECOMENDAES DE SEGURANA especficas e objetivas ao fato, acarretando ao seudestinatrio (proprietrio, operador, fabricante, piloto, oficina, rgo governamental, entidade civil,etc.), a obrigao do cumprimento de uma ao ou medida que possibilite o aumento da seguranaou a otimizao de mecanismos capazes de eliminar ou diminuir a potencialidade de um desvioidentificado.

    Na rea educacional, o CENIPA promove, ao longo de cada ano, um calendrio deseminrios e cursos de segurana de vo, destinados formao, atualizao e aoaperfeioamento do seu pessoal, bem como o intercmbio de informaes com pases amigos.

    Essa poltica de recursos humanos permite ao sistema a manuteno e o desenvolvimentode seu trabalho tcnico especializado. Os elementos ligados ao sistema mantm constanteintercmbio com escolas, universidades, organizaes civis e militares, nacionais e estrangeiras,especializadas em Programas de Segurana de Vo. Todo esse intercmbio realizado sob acoordenao do Estado-Maior da Aeronutica - EMAER, ao qual o CENIPA diretamentesubordinado.

    assim que, hoje, o Comando da Aeronutica, atravs do CENIPA, desenvolve suaPoltica e Filosofia de Segurana de Vo para todos os segmentos da comunidade aeronuticabrasileira.

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    TAM Linhas Areas - F-100 - PT-MQH - A aeronave decolou de Guarulhos - SP com destino a Campo Grande MS.Durante a fase de cruzeiro, ocorreu o acendimento dos alarmes de fuel filter e logo em seguida de fuel low press nomotor direito. Foram executadas as aes previstas no check-list de emergncia. Aps um breve perodo de tempoocorreu um desbalanceamento de combustvel. Foi percebido ento que a aeronave estava perdendo combustvelrapidamente. A tripulao optou pelo pouso em Araatuba - SP, porm os dois motores apagaram quando a aeronaveencontrava-se ainda a 16 milhas daquele aerdromo. A aeronave executou um pouso de emergncia em uma fazenda,sofrendo avarias graves. Quatro passageiros sofreram ferimentos leves, os demais passageiros e tripulantes saram ilesos.

    2 ATUAO DA OACI

    2.1 ANEXO 13

    INVESTIGAO DE ACIDENTES DE AERONAVES Trata da uniformidade nanotificao, investigao e transcrio dos acidentes de aeronaves.

    2.2 ANEXO 17

    SEGURANA Trata de procedimentos e operaes a serem desenvolvidas visando a

    proteo da aviao civil internacional contra os atos de interferncia ilcita.

    3 SEGURANA DE VO

    3.1 SIPAER Sistema de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos

    O SIPAER foi criado em 11 de outubro de 1965, atravs do decreto n 57.055. O SIPAERcompila, normatiza e distribui as normas a serem utilizadas no Espao Areo Brasileiro. AoSIPAER compete: planejar, orientar, coordenar, controlar e executar as atividades de investigaoe preveno de acidentes aeronuticos.

    O Sistema de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos SIPAER constitudo pelos seguintes rgo e elementos:

    3.1.1 CENIPA

    O Centro de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos CENIPA - rgo central do SIPAER que tem a sua constituio e atribuies definidas em regulamento eregimento interno prprios.

    o rgo responsvel pela orientao normativa do sistema, superviso tcnica,provimento aos elos do sistema, planejamento e elaborao das propostas para oramentosanuais, e segurana de vo no mbito do Comando da Aeronutica.

    3.1.2 - DIPAA

    A Diviso de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos um rgopertencente estrutura do Departamento de Aviao Civil - DAC.

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    Realiza a investigao dos acidentes aeronuticos ocorridos com aeronaves civis,nacionais ou estrangeiras, empregadas no transporte areo regular internacional, domstico ouregional, assim como os acidentes ocorridos com helicpteros em todo territrio nacional.Supervisiona tambm a investigao de todos os acidentes ocorridos na aviao civil.

    As SIPAA Seo de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos dosSERAC executam todas as outras investigaes de acidentes ocorridos na aviao geral.

    3.1.3 DPAA

    A Diviso de Preveno de Acidentes Aeronuticos um rgo pertencente estrutura dos Comandos-Gerais e Departamentos, exceto o DAC.

    3.1.4 SPAA

    A Seo de Preveno de Acidentes Aeronuticos um rgo pertencente estrutura dos Comandos Areos Regionais, Diretorias e Foras Areas.

    3.1.5 - SIPAA

    A Seo de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos um rgopertencente estrutura das Bases Areas que tenham aeronave orgnica ou unidade areasediada, dos SERAC e das unidades areas sediadas fora de Organizaes Militares em que hajasubordinao administrativa ou operacional (ex.: GEIV e 2 ELO).

    3.1.6 - SSIPAA

    A Subseo de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos um rgopertencente estrutura dos Grupos de Aviao e Esquadres Areos sediados em Bases Areasquando houver subordinao administrativa ou operacional.

    3.1.7 CNPAA

    O Comit Nacional de Preveno de Acidentes Aeronuticos, CNPAA, institudopelo Art.6, do Decreto n 87.249, de 07 de junho de 1982, sob a direo e coordenao do Centrode Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos, CENIPA, tem por finalidade reunir representantes de entidades nacionais envolvidas, direta ou indiretamente, com a atividade area,com o objetivo de estabelecer a discusso, em nvel nacional, de solues para problemas ligados Segurana de Vo.

    3.1.8 - CIAA

    Comisso de Investigao de Acidente Aeronutico um grupo designado pararealizar a investigao de um acidente aeronutico com prazo de 90 (noventa) dias para entregado relatrio ao CENIPA.

    Sua composio e atribuies so estabelecidas na NSCA 3-6 Investigao de Acidentes e Incidentes Aeronuticos.

    3.1.9 OSV

    O Oficial de Segurana de Vo um Oficial da ativa de fora armada ou foraauxiliar brasileira, credenciado pelo CENIPA, designado para o desempenho das atividades depreveno e investigao de acidentes e incidentes aeronuticos.

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    3.1.10 ASV

    O Agente de Segurana de Vo um civil ou militar da reserva de fora armada oufora auxiliar brasileira, credenciado pelo CENIPA, que exerce funes especficas de preveno einvestigao de incidentes aeronuticos.

    3.1.11 EC

    Pessoa, civil ou militar, que concluiu um dos Estgios de Segurana de Vo ou oMdulo de Preveno do Curso de Segurana de Vo (CSV). habilitado para uma reaespecfica de atuao .

    3.1.12 CPAA

    A Comisso de Preveno de Acidentes Aeronuticos compem-se de umgrupo de pessoas de uma organizao destinadas a gerenciar a Segurana de Vo naquelembito, atuando na superviso das tarefas especficas e das medidas destinadas a eliminar as

    fontes de perigo em potencial.

    3.2 SIGLAS

    A seguir, listamos algumas siglas que so correntemente utilizadas na disciplina deSegurana de Vo:

    CFIT Controlled Flight Into Terrain - Coliso com o terreno ou gua, em vo controlado;CRM Crew Resource Management - Gerenciamento dos Recursos da Tripulao;CSV - Curso de Segurana de Vo;DIVOP - Divulgao Operacional;EC-AA - Elemento Credenciado Aeroportos;EC-CTA - Elemento Credenciado - Controle de Trfego Areo;EC-FH - Elemento Credenciado - Fator Humano;EC-FM - Elemento Credenciado - Fator Material;EC-FT Elemento Credenciado Fotografia;EC-NM - Elemento Credenciado - Nvel Tcnico de Manuteno;EC-PREV - Elemento Credenciado Preveno;EC-PV - Elemento Credenciado - Nvel Tcnico de Proteo ao Vo;FH - Fator Humano;FM - Fator Material;FO - Fator Operacional;FOD Foreing Object Damage - Dano Causado por Objeto Estranho;GR Gerenciamento do Risco;IAA - Investigao de Acidente Aeronutico;LT - Laudo Tcnico;NSCA - Norma de Sistema do Comando da Aeronutica;PEAA - Plano de Emergncia Aeronutica em Aerdromo;PPAA - Programa de Preveno de Acidentes Aeronuticos;RCSV - Relatrio Confidencial para Segurana de Vo;RF - Relatrio Final;RELIAA - Relatrio de Investigao de Acidente Aeronutico;RELIN - Relatrio de Incidente;RELOS - Relatrio de Ocorrncia de Solo;

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    RELPER - Relatrio de Perigo;RICEA - Relatrio de Investigao do Controle do Espao Areo;RP - Relatrio Preliminar;RS - Relatrio Semestral;RSV Recomendao de Segurana de Vo;SI - Sntese de Incidente;

    VSV - Vistoria de Segurana de Vo; eVT - Visita Tcnica de Segurana de Vo.4 CENIPA

    Em 1971, atravs do Decreto N. 69.565, nasceu o Centro de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos - CENIPA - como rgo central do SIPAER.

    o rgo responsvel pela orientao normativa do sistema, superviso tcnica,provimento aos elos do sistema, planejamento e elaborao das propostas para oramentosanuais, e segurana de vo no mbito do Comando da Aeronutica.

    4.1 ASSESSORIA JURDICA

    A Assessoria Jurdica tem por atribuio prestar assessoramento direto ao Chefe doCENIPA no trato e nas decises relativas aos assuntos afetos rea judiciria. Efetua, tambm, opreparo, para encaminhamento Consultoria Jurdica do Comando da Aeronutica e Advocacia

    Geral da Unio, dos elementos e informaes teis defesa da Unio.4.2 VICE-CHEFIA

    A Vice-Chefia coordena as atividades das sees do CENIPA. Alm disso, a Vice-Chefiaelabora o Programa de Preveno de Acidentes Aeronuticos do Comando da Aeronutica, oPrograma de Trabalho Anual do CENIPA e a agenda para as reunies do Comit Nacional dePreveno de Acidentes Aeronuticos (CNPAA).

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    4.3 - SAD

    a Seo Administrativa que gerencia os recursos de pessoal e material para o adequadofuncionamento de todos os setores do CENIPA. Trata da administrao oramentria e financeirado Centro, assim como da manuteno e conservao de suas instalaes.

    Entre suas atribuies ainda esto o protocolo geral de toda a documentao recebida eexpedida, a coordenao da utilizao dos meios de transporte e o apoio a todas as necessidadesbsicas da organizao.4.4 - SAP

    A Seo de Anlises e Pesquisas faz o exame de relatrios de investigao, quanto forma e o contedo, levantando os dados necessrios para a confeco dos relatrios finais, queso os documentos oficiais do Comando da Aeronutica para a preveno de acidentes. A SAP fazo acompanhamento da qualidade da manuteno, atravs de diversos mtodos.

    Participa das reunies de Operadores, realizando a pesquisa sobre a vida doscomponentes aeronuticos (peas), com a finalidade de identificar possveis falhas. Seu acervocomporta relatrios desde os idos de 1928, todos microfilmados, e uma biblioteca tcnicaamplamente utilizada nas pesquisas dos aspectos do fator material.

    4.5 - SDV

    A Seo de Divulgao responsvel pela distribuio do material de difuso dosassuntos SIPAER, atravs de cartazes, Relatrios Finais, Divulgao Operacional (DIVOP),Informativo CENIPA, legislao em vigor e outros materiais congneres. Controla, processa,responde e divulga os Relatrios de Perigo, os reportes dos fatos com elevado potencial de perigoe as Recomendaes de Segurana dos relatrios finais emitidos pelo CENIPA. Tem ainda por finalidade a emisso de certides, a remessa de formulrios e a distribuio da legislao aos elosSIPAER.

    4.6 - STC

    A Seo de Treinamento e Controle tem por atribuies a formao e a atualizaotcnico-profissional dos elementos que compem o SIPAER. Para cumprir essas atribuies,promove cursos, congressos, seminrios, conferncias e palestras, alm de gerenciar aparticipao de elementos do SIPAER nessas atividades, tanto no Brasil quanto no exterior.

    A STC responsvel pelo acompanhamento do desempenho dos Elos-SIPAER em suasatividades, mediante o controle de sua operacionalidade. A Seo controla, tambm, ocredenciamento de todo o pessoal do Sistema, atravs da emisso e renovao dos CartesSIPAER.

    Fica a cargo da STC a atualizao das Normas que regulam o Sistema, conforme osacordos internacionais celebrados pelo Brasil bem como as leis aqui vigentes.

    Por fim, a Seo de Treinamento e Controle cuida do Laboratrio de Destroos, quepossibilita aos alunos praticarem as tcnicas de investigao de acidentes aeronuticos vistas emsala de aula. Conta tambm com o suporte de uma biblioteca e de diversos equipamentosaudiovisuais.

    4.7 - SAI

    A Seo de Apoio Informtica tem por atribuies o gerenciamento e acompanhamentoda manuteno da Rede Local do CENIPA sendo responsvel pela atualizao do Site do CENIPAna internet e intranet. Alm disso gerencia o controle dos equipamentos de informtica. Provendo-lhe a manuteno, os reparos, a substituio e o suprimento de material de uso das sees.

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    4.8 SCS

    A Seo de Comunicao Social tem por atribuio a elaborao de projetos e campanhasde comunicao social, junto aos elos SIPAER. Faz a manuteno e atualizao dos arquivos denotcias publicadas na imprensa nacional e internacional.

    Tambm tem a responsabilidade pela coordenao das solenidades e eventos sociais de

    mbito interno, preservando a memria atravs de registros fotogrficos.4.9 - SED

    A SED realiza o processamento das informaes relativas aos acidentes e incidentesaeronuticos e, num segundo momento, elabora os dados de interesse das atividades depreveno. A SED tambm realiza o levantamento de tendncias , que orienta os esforos doSIPAER em suas atividades de preveno de acidentes aeronuticos.

    4.10 - LABORATRIO DE DESTROOS

    Em 1988, o CENIPA inaugurou o seu Laboratrio de Destroos, com a finalidade de utiliz-

    lo para a aplicao prtica das tcnicas de investigao de acidentes aeronuticos, apresentadasnas aulas tericas dos cursos e estgios ali ministrados.Encontra-se localizado em Braslia, na rea do VI Comando Areo Regional, e seu acervo

    constitudo por destroos de sete aeronaves acidentadas, colocados a cu aberto, da formacomo foram encontrados nos locais dos respectivos acidentes.Nessa rea, so realizados exerccios prticos sobre tcnicas de ao inicial, de fotografia emcenrio de acidente, anlise de danos, formas de destruio, esforos a que foram submetidas aspartes das aeronaves, marcas de fogo e causas de leses corporais. Tambm fazem parte desseacervo componentes de motores e sistemas diversos que, de alguma forma, contriburam para aocorrncia do acidente.

    Sua utilizao nos cursos e estgios volta-se para o treinamento de pilotos, engenheiros,operadores de aeroportos, mecnicos e mdicos, civis e militares. O Laboratrio tambm solicitado por organizaes estrangeiras, como complemento instruo terica de investigaoministrada nesses pases.

    5 FILOSOFIA DO SIPAER

    O Sistema de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos (SIPAER), responsvelpelo planejamento, organizao, coordenao e controle das atividades de Segurana de Vo noPas, vem adotando posturas filosficas que evoluem com as mudanas ditadas pela cincia etecnologia contemporneas.

    Em qualquer atividade humana, independente do campo de conhecimento a que serelacione, possui uma base filosfica estabelecendo sua prpria essncia. sobre essa base quese estabelecem os fundamentos bsicos sob os quais as tcnicas sero desenvolvidas.

    As experincias testadas e aperfeioadas desde a origem da preveno de acidentesformam um conjunto de fundamentos, princpios, conceitos e normas que definem o conhecimentosobre a referida atividade e atravs deste estabelecem-se os critrios e finalidades desde a suacriao at a sua aplicao de acordo com as necessidades tecnolgicas existentes.

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    TODOS OS ACIDENTES RESULTAM DE UMA SEQUENCIA DE EVENTOS E NUNCA DE UMACAUSA ISOLADA.

    O acidente no o resultado da manifestao de um nico risco ou de uma nica situaoperigosa. sempre o resultado da combinao, em seqncia, de vrios riscos que se unem em

    um nico processo, atuando como fatores contribuintes que, se considerados de forma isolada,podem parecer de pouca Importncia mas, ao se unirem geram um momento em que asconseqncias se tomam inevitveis, ou seja, a ocorrncia do acidente toma-se irreversvel.

    Como o jogo em que as peas do domin so dispostas e apenas uma delas derrubada,levando as demais a carem por reao da primeira (Efeito Domin). Na realidade, cada umadessas peas pode ser considerada como um fator contribuinte que somente gera seu efeito seprovocado por um anterior e, em cadeia, provocar o efeito de outro fator contribuinte.

    O trabalho da preveno de acidentes consiste em remover uma ou mais dessas peasinterrompendo, assim, a seqncia de formao do prprio acidente, desde que se agindo antesdesse ponto de irreversibilidade.

    A PREVENO DE ACIDENTES UMA TAREFA QUE REQUER MOBILIZAO GERAL.

    A eficcia da preveno depende da coletividade das aes de cada uma das partesenvolvidas. Quando um dos setores responsveis pela preveno deixa de empregar esforos nosentido comum, tem-se a um fator contribuinte no acidente: omisso.

    A preocupao com a segurana deve ser parte integrante de qualquer atividade uma vezque riscos so gerados a cada momento, em diversos nveis e reas de ao. Isso toma cada umresponsvel por uma parcela da segurana da atividade area como um todo, sem que hajadistino de grau de ou valor.

    O PROPSITO DA PREVENO DE ACIDENTES NO RESTRINGIR A ATIVIDADE AREA, MAS SIM ESTIMULAR SEU DESENVOLVIMENTO COM SEGURANA.

    Para aqueles que no conhecem, ou no tem conscincia dos riscos envolvidos naatividade e do valor do trabalho de preveno de acidentes, o estabelecimento de medidaspreventivas pode parecer uma ao restritiva ao desenvolvimento do vo. Isso no verdadeirouma vez que a preveno de acidentes pretende, pela obteno de altos nveis de segurana,estimular o desenvolvimento da atividade area, porm, fazendo-se o que deve ser feito damaneira como foi definido que deveria ser feito, eliminando-se, assim, aes sem base tcnica ouoperacional.

    A preservao dos recursos materiais e humanos, resultante de uma eficaz ao depreveno de acidentes proporciona, sem dvida, a sua melhor utilizao que, por sua vez,aumenta as condies da sua prpria preservao.

    OS COMANDANTES, DIRETORES E PROPRIETRIOS SO OS PRINCIPAIS RESPONSVEIS PELAS MEDIDAS DE SEGURANA.

    A preveno de acidentes aeronuticos faz parte das funes e responsabilidades doscomandantes, diretores ou proprietrios de qualquer organizao voltada para a aviao. Todas aspessoas tm responsabilidade com relao a segurana de vo. Porm , todos aqueles que tmsob sua orientao outras pessoas ou que exeram o poder em qualquer organizao teroaumentada sua parcela de responsabilidade.

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    Ainda que, muitas vezes a misso, por si mesma, j contenha certo ndice de risco, deve-se ter a preocupao constante de anular ou, pelo menos minimizar este risco. No basta cumprir a misso, necessrio que ela seja executada de forma racional e segura.

    Dessa forma, presume-se que nenhuma ao ou programa de preveno de acidenteslograr xito se no for suportado pela ao administrativa da tomada de deciso em prol dasegurana. Por isso, as atividades de preveno de acidentes proporcionam uma maior eficincia

    ao de cada setor e a empresa de modo geral.

    SEGURANA DE VO NO UM ATO EGOSTA.

    A preocupao com a segurana de vo no revela estarem as pessoas, de forma egosta,tentando evitar que algo de mau acontea. Ao contrrio, mostra que, altrusticamente, elas estose dedicando a uma atividade que busca impedir a ocorrncia de acidentes, poupando assim,muitas vidas.

    A preveno de acidentes um ato de solidariedade humana. Pois com dedicao etrabalho, todos estaro beneficiando uma coletividade.

    REPORTAR INCIDENTES PREVENIR ACIDENTES. Quando alguma coisa de anormal acontece, e consegue-se enfrentar e solucionar o

    problema, a experincia deve ser compartilhada.Todos devem lembrar-se que a cadeia de eventos se formou e por algum motivo foi

    rompida, no chegando ao ponto de irreversibilidade que leva ao acidente. Este incidente, porm,deve ser relatado e analisado para que se possa saber o que fez com que a cadeia se rompesse.

    Aps a concluso, deve-se difundir as recomendaes ou apenas comentar a ocorrncia,dando nfase a como o acidente foi evitado. Quando no houver meios de se fazer a anlise doincidente, deve-se preencher um formulrio de Relatrio de Perigo (RELPER), encontrado nassalas AIS. Este relatrio ser analisado e divulgadas as recomendaes de segurana.

    SEGURANA DE VO RESPONSABILIDADE DE TODOS.

    No existe elemento ou funo dentro da atividade area que no seja importante para asegurana de vo.

    Todas as pessoas, por mais simples que sejam suas atribuies, devem estar conscientesde que seu desempenho fundamental para a preveno de acidentes. Um erro ou omisso dealgum que faz a limpeza de uma aeronave ou de elemento de rea de carga, por exemplo, poderser um dos elos da cadeia de eventos que leva ao acidente.

    Deixemos a vaidade de lado! Todos devem saber que so importantes na preveno deacidentes.

    EM PREVENO DE ACIDENTES NO H SEGREDOS NEM BANDEIRA.

    As experincias e os ensinamentos obtidos atravs do desenvolvimento da preveno deacidentes em qualquer parte do mundo esto disponveis para quem deles necessitar uma vez quequalquer risco gerado na aviao tem caractersticas globais e suas conseqncias tambmpodem se manifestar de forma global.

    Dessa forma, as experincias somadas podem ser aproveitadas de acordo com a realidadede cada operador, bastando para isso que a prpria experincia seja considerada na suaaplicao.

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    A troca de informaes visa o bem comum e, por isso, no devem ser criados obstculos ao seudesenvolvimento.

    preciso considerar que o erro de um sempre ensinamento para muitos.

    ACUSAES E PUNIES AGEM DIRETAMENTE CONTRA OS INTERESSES DAPREVENO DE ACIDENTES.

    A investigao tcnica de segurana de vo conduzida conforme a OACI define em seu Anexo 13, como uma ao cujo propsito deve ser, exclusivamente, a preveno de acidentes, nohavendo, portanto, o propsito do estabelecimento de culpa, que inerente das aes policiais e

    jurdicas, exercida por aqueles que tem a responsabilidade de proteger a sociedade.Entretanto, essa ao no deve ser confundida e, portanto, deve ser conduzida de forma

    independente das aes especificas de segurana de vo. A punio disciplinar por causa de umerro pode ser injusta e, portanto, perigosa, por deixar de considerar o PORQU desse erro que narealidade, vem definir a verdadeira responsabilidade envolvida.

    Tambm, o piloto o elemento localizado no final da cadeia de acontecimentos que,muitas vezes, recebe e deve suportar o peso do erro cometido por outros em poca e localanteriores a ele. Por isso, aes punitivas somente devem ser adotadas se houver indicao clarade culpa.

    SE VERDADE QUE NADA PERFEITO, TAMBM VERDADE QUE TUDO PODE SER MELHORADO.

    Esta mxima indica que deve existir sempre a preocupao em aprimorar o que se realizae, principalmente, acreditar que isso possvel.

    comum escutarmos pessoas ligadas atividade area dizerem: Estamos tranquilos! Hmuito tempo no temos um acidente. Isto realmente, um motivo de orgulho. Porm, deve-se Ter em mente que muito mais difcil manter do que atingir determinados objetivos.

    Manter ndices zero de acidentes certamente exigir muito mais dedicao e esforo doque os empreendidos para atingi-los.

    No devemos nos contentar com bons ndices. Existe sempre a obrigao de melhor-los.

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    VASP - Viao Area So Paulo - B 737-200 - PP-SPJ - A aeronave decolou de Manaus - AM com destino a Rio Branco AC, transportando 06 tripulantes e 89 passageiros. O aerdromo de destino operava por instrumento, devido a um banco denevoeiro. Na chegada, o Aeroporto de Rio Branco operava visual, porm durante a aproximao final para a pista 06, com oco-piloto nos comandos, voltou a operar por instrumento, tendo a tripulao prosseguido para o pouso, entretanto emaltitude inferior quela prevista na Carta de Aproximao. A aeronave terminou por descer alm da MDA, vindo a colidir inicialmente com uma rvore, e na seqncia, tocando a pista a 100 metros da cabeceira 06. No momento do impacto,ambos os motores apagaram, tendo o Cmte. assumido o comando da aeronave. Aps o impacto, a aeronave deslizou por cerca de 600 metros, vindo a parar na pista de txi. Nenhum dos ocupantes ficou ferido, porm a aeronave sofreu danos

    graves.

    5.3 FATORES CONTRIBUINTES

    Omisso, erros ou falhas dentro do universo do Fator Humano, Material e Operacional queresultam em incidentes ou acidentes aeronuticos entendido como:

    FATOR HUMANO (os aspectos fisiolgicos e psicolgicos); FATOR MATERIAL (a aeronave e o complexo de engenharia aeronutica); FATOR OPERACIONAL (o homem no exerccio de atividade area);

    Este ltimo, em associao com o Fator Humano, responde pela maioria dos acidentes. A

    investigao visa identificar os fatores contribuintes para o evento e no apontar responsveis epuni-los, esta a base filosfica do SIPAER.

    5.3.1 - FATOR HUMANO (FH)

    rea de abordagem da Segurana de Vo que se refere ao complexo biolgico doser humano, nos seus aspectos fisiolgico e psicolgico .

    5.3.2 - FATOR MATERIAL (FM)

    rea de abordagem da Segurana de Vo que se refere aeronave, incluindoseus componentes, nos seus aspectos de projeto, de fabricao e de manuseio do material.

    5.3.3 - FATOR OPERACIONAL (FO)

    rea de abordagem da Segurana de Vo que se refere ao desempenho do ser humano nas atividades relacionadas com o vo.

    5.4 NORMAS DO SIPAER

    O SIPAER rege-se por Normas do Sistema do Comando da Aeronutica (NSCA) que soperiodicamente atualizadas.

    Atualmente, existem dez normas em vigor, a saber:

    5.4.1 - NSCA 3 -1 - CONCEITUAES DE VOCBULOS, EXPRESSES ESIGLAS EM USO NO SIPAER

    Esta Norma tem por finalidade estabelecer e padronizar as definies maissignificativas e aplicadas s atividades desenvolvidas no SIPAER.

    5.4.2 - NSCA 3-2 - ESTRUTURA E ATRIBUIES DO SIPAER

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    Na estrutura do SIPAER segue:EMAER - Estado-Maior da Aeronutica;CENIPA - Centro de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos;DIPAA -Diviso de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos;SIPAA - Sees de Investigao e Preveno de acidentes Aeronuticos;CIAA -Comisses de Investigao e Preveno de acidentes Aeronuticos;OSV/ASV - Oficiais de Segurana de Vo ou Agentes MAER ou SIPAER.

    5.4.3 - NSCA 3-3 - PROGRAMA DE PREVENO DE ACIDENTES AERONUTICOS

    Um "Programa de Preveno de Acidentes Aeronuticos" pode ser compreendidocomo um documento formal, elaborado por uma empresa, contendo aes de controle,coordenao, execuo e superviso das atividades a serem desenvolvidas em um determinadoperodo, visando eliminar ou reduzir a ocorrncia de acidentes ou incidentes aeronuticos.

    Um programa de preveno, a validade de um ano e o responsvel primeiro pelofornecimento dos meios e pela sua eficcia o presidente da empresa, embora o assessoramentotcnico esteja a cargo do Agente de Segurana de Vo (ASV) ou elementos credenciados (EC).

    5.4.4 - NSCA 3-4 - PLANO DE EMERGNCIA AERONUTICA EM AERDROMOS (PEAA)

    Documento formal, elaborado pela INFRAERO (aerdromos compartilhados com aFora Area e nos civis) contendo aes e procedimentos a serem adotados em caso de umaemergncia e/ou acidente/incidente aeronutico.

    As tarefas se identificam com a fase de perigo (da emergncia declarada) at adesinterdio do aerdromo (se configurado o acidente).A filosofia de um PEAA estabelece que osalvamento de pessoas esta sempre acima do interesse material ou de preservao dos indciospara a investigao do sinistro.

    As despesas com os acionamentos de um PEAA, bem como com a desinterdio

    do aerdromo, ocorrem por conta do operador (proprietrio).

    5.4.5 - NSCA 3-5 - COMUNICAO DE ACIDENTES E INCIDENTES AERONUTICOS

    O SIPAER, atravs de suas normas, identifica deveres e responsabilidades dosoperadores e proprietrios na iminncia de uma ocorrncia anormal (incidentes, acidentes).

    A norma ora em discusso, trata da padronizao de procedimentos, no universoda Comunicao, estabelecendo que qualquer pessoa que presencie um acidente ou acidenteaeronutico deve comunicar o fato a autoridade aeronutica mais prxima e pelo meio mais rpidopossvel.

    Na ausncia de uma autoridade aeronutica, claro, vamos buscar a autoridadepolicial ou qualquer outro canal disponvel incluindo-se rdio amadores, rgos de imprensa,representante da defesa civil, etc.

    Compete empresa informar aos parentes das vtimas a ocorrncia, alm deassumir responsabilidades com os funerais, proteo e remoo dos destroos, dentre outras.

    5.4.6 - NSCA 3-6 - INVESTIGAO DE ACIDENTES E INCIDENTES AERONUTICOS

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    Todos os acidentes aeronuticos devem sofrer um processo de investigao por uma comisso designada (CIAA) pela autoridade aeronutica competente.

    Os acidentes envolvendo a aviao comercial regular (grandes jatos incluindo aaviao regional - VARIG, VASP, TAM, NORDESTE, RIO SUL, etc...), alm de helicpteros, seroinvestigados por uma CIAA designada pelo DAC, isto , atravs da Diviso e Preveno de

    Acidentes Aeronuticos DIPAA.

    Os acidentes envolvendo a aviao civil geral (aeroclubes, txi areo, garimpo eoutros), por sua vez, sero investigados pela CIAA do SERAC onde ocorreu o sinistro.

    5.4.7 - NSCA 3-7 - DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS OPERADORES

    Esta norma estabelece os limites de deveres e responsabilidades dos operadoresdiante de acidentes aeronuticos.

    5.4.8 - NSCA 3-8 - DANOS CAUSADOS A TERCEIROS DECORRENTES DE ACIDENTES E INCIDENTES COM AERONAVE MILITAR DO MINISTRIO DA AERONUTICA

    5.4.9 - NSCA 3-9 - RECOMENDAES DE SEGURANA EMITIDAS PELOSIPAER

    5.4.10 - NSCA 3-10 - FORMAO E ATUALIZAO TCNICO-PROFISSIONALDO PESSOAL DO SIPAER

    5.5 FUNDAMENTOS DA PREVENO DE ACIDENTES

    A preveno de acidentes, como uma atividade baseada em diversos segmentos dacincia, fundamenta-se em conceitos e tcnicas desenvolvidos desde h muito mas que vemevoluindo de acordo com a prpria inovao tecnolgica. A preveno de acidentes, como outraatividade qualquer, deve ser administrada por pessoal especializado nas tcnicas que lhe soafetas de modo a poder aplic-las convenientemente.

    Para que o desenvolvimento da preveno de acidentes seja coroado de xito, preciso,antes de tudo, haver a conscincia de que os gastos nessa rea traduzem investimento e nocusto, pois o retorno sempre haver, a partir de todas reas de envolvimento com o vo. Dessaforma, quando tudo parecer normal, no significa que no mais necessria a busca dos objetivosalmejados pela preveno de acidentes, mas sim, que necessrio perseverar nessa buscaincessante uma vez que a tendncia a partir da a instalao de um processo de complacncia,ou seja, um relaxamento nas precaues e na preocupao com as medidas de segurana.

    Por isso, cada vez mais se torna necessria a execuo de tarefas que venham arealimentar esse processo, mantendo sempre alto o nvel de entendimento das razes de formaoda cadeia de eventos que direcionam a atividade para a ocorrncia de um acidente. a que osaspectos da motivao, educao, treinamento e da superviso se revelam de extrema importnciapara a garantia de que os acidentes no voltaro a ocorrer.

    A deteriorao da capacidade de resposta do homem frente s situaes de perigo aconseqncia mais grave decorrente de um estado de alerta relaxado. Essas consideraes

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    traduzem a conceituao bsica da PREVENO DE ACIDENTES na aviao e devem ser consideradas como fundamentais para o seu desenvolvimento.

    A preveno de acidentes o conjunto de atividades destinadas a impedir a ocorrncia deeventos desastrosos, evitando, assim, custos adicionais desnecessrios na operao atravs dapreservao dos recursos materiais e humanos.

    Ao tratarmos de preveno de acidentes, no nos reportamos somente ao homem ou

    mesmo a aeronave mas, de uma maneira global, ao ser humano que opera essa mquina, aaeronave que operada por uma equipe e ao meio no qual se desenvolve essa atividade, seja omeio areo com suas condies atmosfricas, o ambiente da cabine de pilotagem, o meio social efamiliar em que vive esse homem e, tambm, o meio em que trabalha esse homem.

    Esses trs elementos, definidos pelo Trinmio HOMEM - MEIO MQUINA, constituema base e o objeto de toda atividade de preveno de acidentes, que quando ocorre, sempre acabaenvolvendo pelo menos dois deles, a menos que uma anlise baseada no seu conhecimento sejalevada a efeito, e a partir da, ser estabelecido e posto em prtica um conjunto de medidasdestinadas a eliminar as fontes de risco existentes na atividade. Os diretores no estaroprevenindo acidentes se no tiverem a conscincia de que as diretrizes e normas deles emanadascontm uma potencialidade para o acidente, bastando para isso que no seja considerada. demaneira adequada, a realidade atual que pode ser sistemtica ou circunstancial e que,comumente, influenciada por questes de ordem econmica e financeira.

    Em um cenrio empresarial, os programas de preveno de acidentes esto associados aoconceito mais amplo de controle de qualidade, devendo ser considerado como um agente decrescimento econmico. Hoje em dia, a gesto empresarial pela qualidade total, que visabasicamente a conquista do consumidor pela satisfao dos seus anseios, exige sempre aparticipao efetiva e direta do principal executivo da empresa. S um claro compromisso da altaadministrao pode garantir a eficcia e a continuidade desses programas que, muitas vezes,esto sujeitos a certos conflitos de interesse de natureza setorial.

    Sendo assim, o lucro no pode ser tratado em detrimento da Segurana de Vo mastambm no pode ser gerido em funo da Segurana de Vo, sob pena de inviabilizar as prpriasoperaes da empresa. Surge ento, a necessidade da interao entre cada setor de atividade,uma vez que somente assim ser estabelecida a harmonia necessria para um perfeitoentendimento das partes quanto aos anseios e necessidades.

    verdade que algum gasto inicial deve ser realizado, porm despesas futuras seroeliminadas. Consequentemente, teremos aumento de receita em funo da melhoria na qualidadedos servios oferecidos, havendo segmentos do mercado dispostos a pagar por isso. Um eficaztrabalho de marketing paga os custos de um excelente programa de preveno de acidentes.

    Quando o programa de preveno de acidentes associado qualidade dos servios, acultura de segurana de vo passa a integrar todos os setores da empresa, da alta administraos equipes de execuo em todos os nveis. A associao entre segurana de vo, a qualidadedos servios e a rentabilidade operacional tem implicaes claras e diretas nos resultadosfinanceiros da empresa.

    Neste contexto, qualquer programa de preveno de acidentes apresenta desafios eresultados prticos no crescimento da empresa pois mantm em alto nvel a disponibilidade dafrota e no mais baixo nvel a ocorrncia de incidentes e acidentes que geram conseqnciasmuitas vezes incalculveis. Por isso, deve ser includo nas suas polticas administrativa eoperacional, tomando-se uma das referncias para a tomada de decises em todos os seus nveis.Essas trs reas, sempre presentes no desempenho do ser humano em qualquer atividadeorganizacional, devem receber especial ateno.

    MOTIVAO

    Para que as pessoas desenvolvam um interesse por qualquer atividade e necessrio quesejam, de alguma forma e constantemente motivadas a isso. Isto obtido atravs de orientao eestmulos especficos pois, do contrrio, dificilmente haver uma conscientizao da necessidade eda real importncia que lhe deve ser atribuda.

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    EDUCAO E TREINAMENTO

    muito comum encontrarmos pessoas executando determinadas tarefas sem, entretanto,conhecer o porqu de fazer da maneira como est sendo orientado e no da forma como, muitasvezes, parece at mais fcil ou rpido. Isso pode acontecer quando o treinamento no enfoca a

    importncia da tarefa para o sucesso da atividade como um todo ou no h uma reciclagemperidica de conhecimentos bsicos, permitindo que o prprio desempenho se deteriore.No basta ministrar o treinamento tcnico, mas necessrio que se eduque as pessoas a

    fazerem o que lhes foi ensinado da maneira como lhes foi ensinado, mostrando-lhes a razo e aimportncia disso.

    SUPERVISAO

    Qualquer atividade desenvolvida segundo padres estabelecidos pode sofrer um processode deteriorao se no for constantemente submetida avaliao quanto a sua adequabilidadeuma vez que vrios aspectos e circunstncias externas podem interferir na sua efetividade,surgindo dai inadequaes de procedimentos.

    Isso estabelece a necessidade de um processo de realimentao do processo com novas

    informaes, seja para atualizao de dados, seja para adequao de procedimentos ou alteraode sistemticas. Portanto, somente ser realmente eficaz se o exerccio de superviso for praticado em todos os nveis da administrao.

    Desde 1938, a teoria desenvolvida por Willian Heinrich, tomando como referncia aindustria txtil dos EUA, vem mostrando uma verdade que pode ser muito til para oestabelecimento de necessidades, prioridades, padres ou tendncias no desenvolvimento de umaatividade e que tem sido largamente utilizada na aviao por varias empresas e organizaes emtodo o mundo. Segundo Heinrich, atravs de observaes levadas a efeito na industria txtil dosEstados Unidos, para cada trezentas situaes de risco observadas e registradas, vinte e noveresultariam em acidentes leves e uma geraria um acidente de grandes propores. Isso tem sidoestudado e comprovado em atividades cujo universo de prova bem vasto e os resultadosencontrados apresentam uma margem de variao de, aproximadamente, 2%.

    Recentemente, a National Transportation Safety Board (NTSB), nos Estados Unidos,acrescentou nova referncia a esse estudo que estabelece o numero de seiscentas ocorrnciasrealmente observadas para cada trezentas registradas conforme Heinrich havia anunciado. Acausa dessa variao que, pelo menos metade das ocorrncias observada no reportada aosrgos e setores responsveis pela administrao do risco em uma organizao. Assim, o universode acidentes tecnicamente analisados apresenta-se como a ponta de um "iceberg" que assusta,

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    devido sua dimenso e imponncia, mas, tambm, esconde um potencial de tragdia muito maior sob a superfcie da gua.

    Diante da profundidade desses princpios e conceitos, torna-se clara a importncia e anecessidade da especializao em preveno de acidentes pois, somente atravs de umamentalidade voltada e consciente dos aspectos envolvidos e que ser possvel o desenvolvimentode aes efetivas e produtivas nessa rea.

    falso o pressuposto de que apenas a obedincia incondicional s regras e normasestabelecidas tanto na rea tcnica como na de preveno de acidentes seja suficiente paraimpedir a ocorrncia de um acidente. Isto somente ser obtido quando houver uma vontade globalem tomo desse objetivo. No se pode quantificar os benefcios de qualquer ao de preveno deacidentes, assim como a economia resultante de um acidente que no ocorreu, por isso, tambm difcil avaliar o investimento feito com a aplicao de um efetivo programa de preveno deacidentes pois a verdadeira importncia da segurana de vo somente percebida quando elafalha.

    Tambm, difcil ensinar segurana pois o seu verdadeiro conceito formado no interior de cada um atravs do conhecimento adquirido e da sua conscincia frente a responsabilidadeinerente a cada um.

    6 ACIDENTES E INCIDENTES

    6.1 CONCEITUAO

    6.1.1 ACIDENTE

    toda ocorrncia relacionada com a operao de uma aeronave havida entre operodo em que qualquer pessoa entra na aeronave com inteno de voar at o momento em quetodas as pessoas tenham desembarcado e durante o qual:

    A - Uma pessoa sofra leso grave (hospitalizao de 30 dias ou superior) ou morracomo resultado de:

    a - estar na aeronave;b - estar em contato direto com qualquer parte da aeronave, incluindo parte

    que dela tenha se desprendido;c - exposio direta a sopro de hlice ou escapamento de jato, exceto

    quando as leses resultarem de causas naturais, forem por outros autos infligidas, ou forem

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    causadas a clandestinos escondidos fora das reas normalmente destinadas a passageiros etripulantes (ligadas ao fator humano)

    B - A aeronave sofra danos graves ou falha estrutural que afete adversamente aresistncia estrutural, desempenho ou caracterstica do vo e exija substituio ou reparosimportantes do componente afetado (manuteno pesada e complexa);

    C - A aeronave seja considerada desaparecida ou se encontre em local inacessvel comisso de investigao (aspectos ligados ao fator material).

    Em suma um acidente aeronutico, luz do SIPAER, deve identificar-se primria eessencialmente com:

    1 - Inteno de vo;2 - Leses graves a pessoas ou morte;3 - Danos graves aeronave;4 - Aeronave desaparecida.

    Nota - Em observncia ao Anexo 13 da OACI, as leses decorrentes de um Acidente Aeronuticoque resultem em fatalidade at 30 dias da data da ocorrncia so consideradas leses fatais.

    Nota - Uma aeronave ser considerada desaparecida quando as buscas oficiais forem encerradase os destroos no forem encontrados.

    6.1.2 INCIDENTE

    Toda ocorrncia, inclusive de trfego areo, associada operao de umaaeronave, havendo inteno de vo, que no chegue a se caracterizar como um acidente, mas queafete ou possa afetar a segurana da operao.

    6.2 FATORES CONTRIBUINTES

    Condio (ato, fato, ou combinao deles) que, aliada a outras, em seqncia ou comoconseqncia, conduz ocorrncia de um Acidente, Incidente Aeronutico, ou de uma Ocorrnciade Solo, ou que contribui para o agravamento de suas conseqncias.

    Os fatores contribuintes classificam-se de acordo com a rea de abordagem da Seguranade Vo:

    a - Aspecto fisiolgico - a participao de variveis fsicas ou fisiolgicas no desempenhoda pessoa envolvida;

    b - Aspecto psicolgico - a participao de variveis psicolgicas individuais,psicossociais ou organizacionais no desempenho da pessoa envolvida;

    c - Deficincia de projeto - participao do projeto da aeronave ou componente, por inadequao do material estabelecido; dos controles, luzes ou instrumentos devido interfernciainduzida pela sua forma, tamanho, instalao ou posicionamento; ou do estabelecimentoinadequado de parmetros de operao ou de manuteno preventiva;

    d - Deficincia de fabricao - participao do processo de fabricao, por deficincia namontagem, no material empregado ou no seu manuseio durante esse processo;

    e - Deficiente manuseio do material - participao do material em questo, devido falhaprematura decorrente de manuseio, estocagem ou utilizao sob condies inadequadas at a suaentrada em operao, provocando alteraes no seu comportamento previsto em projeto;

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    Nota - No est includo o manuseio durante o processo de fabricao.

    f - Condies meteorolgicas adversas - participao de fenmenos meteorolgicos,interferindo na operao e conduzindo-a a circunstncias anormais;

    g - Deficiente infra-estrutura - participao de servios de infra-estrutura aeronutica,

    incluindo as condies fsicas e operacionais do aerdromo, quando homologado;h - Deficiente instruo - participao do processo de treinamento recebido, por deficincia

    quantitativa ou qualitativa, no atribuindo ao instruendo a plenitude dos conhecimentos e demaiscondies tcnicas necessrias para o desempenho da atividade;

    i - Deficiente manuteno - participao do pessoal de manuteno, por inadequao dosservios realizados, preventivos ou corretivos, e do trato ou da interpretao de relatrios, boletins,ordens tcnicas, e similares;

    j - Deficiente aplicao dos comandos - erro cometido pelo piloto, por uso inadequado doscomandos da aeronave;

    k - Deficiente controle de trfego areo - participao do pessoal que realiza o controle detrfego areo por inadequao da prestao desse servio;

    l - Deficiente coordenao de cabine - erro decorrente da inadequada utilizao dosrecursos humanos para operao da aeronave, em virtude de um ineficaz gerenciamento dastarefas afetas a cada tripulante, de falha ou confuso na comunicao ou no relacionamentointerpessoal, ou da inobservncia de normas operacionais;

    m - Deficiente julgamento - erro cometido pelo piloto, decorrente da inadequada avaliaode determinados aspectos, estando qualificado para aquela operao;

    n - Deficiente pessoal de apoio - participao de pessoal que realiza os servios depreparao e recebimento de aeronave, reabastecimento, tratoramento, apoio de rampa e outrosenvolvidos na operao;

    o - Deficiente planejamento - erro cometido pelo piloto, decorrente de inadequadapreparao para o vo ou parte dele;

    p - Deficiente superviso - participao de pessoas, que no sejam tripulantes, por falta desuperviso adequada no planejamento ou na execuo da operao, a nvel administrativo, tcnicoou operacional;

    q - Esquecimento - erro cometido pelo piloto, decorrente do esquecimento de algoconhecido, da realizao de procedimento ou parte dele;

    r - Indisciplina de vo - desobedincia intencional pelo piloto das regras de trfego areo,normas operacionais ou regulamentos, sem que haja justificado motivo para tal;

    s - Influncia do meio-ambiente - interferncia do ambiente fsico, da cabine ou externo, nodesempenho individual;

    t - Pouca experincia de vo ou na aeronave - erro cometido pelo piloto, decorrente depouca experincia na atividade area, na aeronave ou especificamente nas circunstncias daoperao;

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    u - Outros aspectos operacionais - a manifestao de outro fator ligado ao desempenhode tripulante, no classificado nos fatores contribuintes conhecidos na rea do Fator Operacional;

    v - Indeterminado - quando, mesmo sabendo-se da existncia de algum fator contribuinte,este no foi identificado;

    w - Outros - a contribuio de algum aspecto no identificado com qualquer fator

    contribuinte conhecido

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    FONTE: DAC

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    7.4 - RELATRIO PRELIMINAR - RP

    o documento formal destinado ao registro e divulgao de informaes preliminares arespeito das circunstncias de um Acidente Aeronutico.

    Seu objetivo facilitar a adoo de medidas corretivas em curto prazo aps a ocorrncia

    de Acidente Aeronutico, enquanto se processa a sua investigao.O RP, sendo um relatrio que se destina exclusivamente divulgao, em curto prazo, dasinformaes preliminares a respeito de um Acidente Aeronutico, preenchido e remetido com asinformaes disponveis at o prazo estabelecido para o seu trmite.

    A expectativa de concluses, ou mesmo o interesse em complement-lo com novosresultados, no pode interferir na sua elaborao a ponto de provocar atraso em sua divulgao.Qualquer informao complementar poder ser remetida posteriormente atravs dos diversosinstrumentos de comunicao disponveis.

    O prazo para a concluso e remessa do RP de dez dias teis aps o conhecimento daocorrncia pelo Comando Investigador, no sendo prorrogvel. Exceo feita para os casos deaeronaves desaparecidas, quando o RP dever ser feito at dez dias teis aps a suspenso dasbuscas da aeronave.

    O RP possui carter reservado.

    7.5 - RELATRIO DE INVESTIGAO DE ACIDENTE AERONUTICO - RELIAA

    o documento formal resultante da coleta e da anlise de fatos, dados e circunstnciasrelacionados a um Acidente Aeronutico.

    Seu objetivo registrar e analisar os elementos de investigao e a concluso acerca dosfatores contribuintes para a ocorrncia, com vistas emisso de Recomendaes de Seguranade Vo que visem preveno de sua recorrncia.

    O RELIAA, especificamente nos seus aspectos analtico e conclusivo, deve ser apresentado de forma clara, precisa e concisa. As hipteses devem ser fundamentadas compareceres tcnicos e, sempre que possvel, suportadas por registro fotogrfico ou diagramtico.

    O RELIAA, ao ser lido e interpretado, deve apresentar uma idia coerente com ascircunstncias que envolveram o acidente, permitindo assim que se forme um consenso da suaorigem, conseqncias e providncias a serem adotadas no sentido de se prevenir a sua repetio.

    O prazo para a concluso da investigao e remessa do respectivo RELIAA, de noventadias aps o conhecimento da ocorrncia pelo Comando Investigador.

    O RELIAA possui carter reservado.

    7.6 - RELATRIO FINAL - RF

    o documento destinado a divulgar a concluso oficial do Comando da Aeronutica e asRecomendaes de Segurana de Vo relativas a um Acidente Aeronutico. emitido peloCENIPA e aprovado pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronutica.

    Seu objetivo de divulgar a concluso e as Recomendaes de Segurana de Vorelativas a um Acidente Aeronutico, visando exclusivamente preveno de Acidentes

    Aeronuticos.O prazo de emisso do RF definido pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronutica em

    funo de prioridades estabelecidas pela preveno de acidentes aeronuticos.O RF de aeronaves civis possui carter ostensivo.

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    7.7 - SNTESE DE INCIDENTE - SI

    o documento destinado a divulgar a concluso oficial do Comando da Aeronutica e asRecomendaes de Segurana de Vo relativas a um Incidente Aeronutico ou a uma Ocorrnciade Solo. emitido pelo CENIPA e aprovado pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronutica.

    Seu objetivo divulgar a concluso e as Recomendaes de Segurana de Vo relativas a

    um Incidente Aeronutico ou a uma Ocorrncia de Solo, visando exclusivamente preveno deacidentes aeronuticos.O prazo de emisso da SI definido pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronutica em

    funo de prioridades estabelecidas pela preveno de acidentes aeronuticos. A SI de aeronaves civis recebem a classificao de carter ostensivo.

    7.8 - RELATRIO DE OCORRNCIA DE SOLO - RELOS

    o documento formal resultante da coleta e da anlise de fatos, dados e circunstnciasrelacionados a uma Ocorrncia de Solo.

    Seu objetivo registrar e analisar os elementos de investigao e a concluso acerca dos

    fatores contribuintes para a ocorrncia, com vistas emisso de Recomendaes de Seguranade Vo que visem preveno de sua recorrncia. Uma Ocorrncia de Solo, embora no estejarelacionada diretamente com a realizao de um vo, tem a mesma importncia que um Acidenteou Incidente Aeronutico, pois as suas conseqncias interferem no objetivo da Segurana deVo, que a preservao dos recursos humanos e materiais. Como ocorre na investigao doIncidente Aeronutico, os elementos de investigao esto facilmente ao alcance do investigador,tornando a sua realizao menos complexa. Apesar disso, ela deve ser conduzida dentro damesma oportunidade, profundidade, organizao e preciso exigidas e necessrias para ainvestigao do Acidente Aeronutico, pois somente assim a sua eficcia ser atingida.Diferentemente do Incidente Aeronutico, uma Ocorrncia de Solo pode gerar conseqncias demesma grandeza que as de um Acidente Aeronutico.

    O prazo para a concluso da investigao e remessa do respectivo relatrio, de sessentadias aps o conhecimento da ocorrncia pelo Comando Investigador. O Comando Investigador pode estipular um prazo menor, caso julgue necessrio.

    O RELOS possui carter reservado.

    7.9 - RELATRIO CONFIDENCIAL PARA SEGURANA DE VO - RCSV

    Documento formal que contm o relato e outras informaes referentes a determinadacircunstncia que constitua, ou possa vir a constituir, risco operao, com o objetivo de aprimorar a Segurana de Vo. regulado pela IMA 3-7 Relatrio Confidencial para Segurana de Vo.

    7.10 - RELATRIO DE PERIGO - RELPER

    O Relatrio de Perigo - RELPER o documento que contm o relato de fatos perigosos oupotencialmente perigosos para a atividade area e que permite autoridade competente oconhecimento dessas situaes com a finalidade da adoo de medidas corretivas adequadas eoportunas.

    Da mesma forma que a Vistoria de Segurana, o RELPER um importante instrumento da

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    preveno de acidentes aeronuticos, pois permite que qualquer pessoa reporte situaesperigosas ou potencialmente perigosas observadas, ou que se tornaram do conhecimento dealgum.

    O RELPER pode ser annino e se destina exclusivamente preveno de acidentesaeronuticos atravs do alerta queles diretamente responsveis pela manuteno das condiesde segurana da atividade area.

    O RELPER preenchido com duas finalidades que so:1- Reportar um perigo de forma que os responsveis possam adotar aescorretivas adequadas para elimin-lo; e

    2 - Divulgar as aes corretivas adotadas por outras organizaes para aeliminao de situaes de perigo semelhantes.Um RELPER deve ser preenchido sempre que um perigo for detectado.

    7.11 - RECOMENDAO DE SEGURANA DE VO - RSV

    Estabelecimento de uma ao ou conjunto de aes, de cumprimento obrigatrio, em umdeterminado prazo, dirigida a um determinado rgo, e referente a uma circunstncia perigosaespecfica, visando eliminao ou ao controle de uma condio de risco. A emisso de

    recomendaes de segurana regulada pela NSCA 3-9 Recomendaes de Segurana de VoEmitidas pelo SIPAER.

    FONTE:DAC

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    FONTE:DAC

    8 PREVENO DE ACIDENTES

    8.1 CICLO DA PREVENO

    O ciclo da preveno de acidentes nada mais do que a constatao de que,independentemente da posio que se ocupa no ciclo, sempre podemos contribuir para apreveno.

    De incio, utilizam-se as ferramentas de preveno de acidentes, a saber: vistorias desegurana, anlise de Relatrios de Perigo ou de Incidentes, programas educativos e as anlisesde tendncias.

    8.1.1 VISTORIAS DE SEGURANA

    a pesquisa de fatores em potencial de perigo nas diversas reas de umaorganizao, que vir a identificar situaes insatisfatrias, registr-las, analis-las e propor medidas preventivas ou corretivas.

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    A vistoria de segurana no identifica erros pessoais; normalmente de carter impessoal, procurando registrar o fato e no o agente.

    8.1.2 ANLISE DE RELATRIO DE PERIGO OU DE INCIDNCIA

    um tcnica desenvolvida por um elemento de segurana de vo (ASV ou OSV),ou ento, por um setor especializado em segurana de vo (SPAA), com a finalidade de propor medidas preventivas ou corretivas.

    8.1.3 PROGRAMAS EDUCATIVOS

    Os Programas Educativos devem ser constantes em qualquer organizao, sejapara a formao bsica ou para a reciclagem e aperfeioamento do pessoal.

    As atividades educativas podem ser fruto de recomendaes provenientes da Vistoria deSegurana ou da anlise de Relatrios de Perigo ou de Incidente.

    8.1.4 ANLISE DE TENDNCIAS

    a observao de que determinado ponto, seja um setor, um procedimento ou umequipamento, est deteriorando sua performance, perdendo rendimento ou no est atingindo osnveis desejados. Esta observao permitir que se tomem providncias antes que alguma falhaocorra, vindo a se constituir em um dos elos da cadeia de eventos que leva a um acidente. A

    Anlise de Tendncias permite antecipar o problema. A Anlise de Tendncias sempre ser feita atravs de indicaes provenientes de

    vistorias de segurana e de Relatrios de Perigo ou de Incidentes.

    9 A SEGURANA DE VO NO DIA A DIA

    9.1 OPERACIONAL

    Uma organizao segura possui elevado nvel de operacionalidade entre seuscolaboradores.

    Na rea de instruo bsica, devemos prestar especial ateno para o corpo docente e ogrupo de alunos. Nvel cultural, expectativas, preparo, interesse e rendimentos so pontos a seremobservados.

    Alm disso, em relao ao corpo docente, deve-se observar: a formao do instrutor, asinstalaes juntamente com as ajudas instruo que a escola disponibiliza; a apresentaopessoal, o tempo disponvel e utilizado por cada instrutor, as avaliaes, o material didtico e,principalmente, o resultado final; isto , o rendimento do aluno aps a instruo.

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    Cabe aqui ressaltar que, a manuteno e a elevao de nvel so pontos fundamentaisquando tratamos de formao inicial e devemos desenvolver uma poltica de incentivo aosinstrutores atravs de participaes em reciclagens e cursos de aperfeioamento.

    9.2 CRITRIOS TCNICOS

    Uma vez que uma aeronave planejada, comea-se a escrever algo sobre ela.Posteriormente, nas fases de construo, teste de vo do prottipo e observao dos requisitos dehomologao, elementos altamente preparados engenheiros, pilotos de prova e tcnicosespecializados do sua contribuio para a elaborao dos diversos manuais da aeronave.

    O Manual de Operaes contm as normas operacionais, as listas de cheque, aslimitaes, o envelope de operaes, e demais parmetros que devem ser observados para umacorreta operao da aeronave, que so fruto de anos de trabalho, estudos, observaes eexperincias.

    Os aeronautas devem ter conscincia de que qualquer operao fora das contidas nomanual uma operao irregular e perigosa, que pode at dar certo em condies perfeitamentenormais; no entanto, se algum problema acontecer, o piloto ser apanhado desprevenido, pois suaoperao no padronizada permitir que algum procedimento prvia no tenha sido adotado emum momento crucial.

    O p-e-mo, o cara de macetes na realidade um elemento perigoso e comprometedor da segurana de vo. Em todo fundo de hangar a vaidade encontra seu espao. Livre-se dela!Via de regra, o elemento humano no se torna indisciplinado repentinamente. Prolongada

    exposio a procedimentos no padronizados ou prticas comprometedoras por parte dosInstrutores, como complacncia, omisso, mau exemplo, entre outros, ajudam a desenvolver atitudes de indiferena em relao a procedimentos de segurana, resultando sempre emindisciplina e acidente.

    Os instrutores, checadores, diretores e colegas mais experientes tm a responsabilidadede no serem complacentes, aceitando nveis de operao abaixo dos padres estabelecidos;omissos, no se envolvendo em problemas da atividade area que foram por ele detectados emrazo de amizade ou at mesmo por acomodao e finalmente, de no darem o mau exemplo,deixando de executar os procedimentos padronizados.

    9.3 PLANEJAMENTO DO VO

    Na instruo de vo, deve-se dar nfase ao planejamento de vo.Instrutor e aluno devem preparar suas misses com antecedncia. Deve haver um

    briefing adequado para que planejem em conjunto o qu e como efetuar os diversos passos damisso, determinar a rea em que a mesma ser executada, as condies meteorolgicas, adurao do vo, a autonomia necessria, entre outros.

    A tcnica dos 5W e 1H nos de grande valia nesta fase. Antes de encerrarmos obriefing e partimos para o vo, devemos estar aptos a responder seis perguntas bsicas: What?(O qu?) , When? (Quando?), Where? (Onde?), Who? (Quem?), Why? (Por qu?) e How?(Como?).

    No caso de uma navegao, observa-se que o preenchimento do FPL parte doplanejamento, pois prev a rota, a altitude, a velocidade de cruzeiro, o tipo de vo, a autonomia, odestino, a alternativa, etc. Alm disso, verificam-se o peso e o balanceamento, as condiesmeteorolgicas da origem, rota, destino e alternativa, entre outros.

    Finalmente, depois de tudo, vem um dos itens de planejamento dos mais importantes todo membro de uma tripulao de vo deve responder a seguinte pergunta antes de qualquer vo:Estou pronto para voar?

    Para respond-la, ele dever observar ao menos os seguintes tpicos:

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    a Condies Fsicas - Como estou fisicamente? Bem? Cansado? Esgotado?b Repouso Tive tempo suficiente para repousar? Fiz bom uso dele? Estou

    descansado?c Alimentao Estou bem alimentado ou acabei de comer uma feijoada? Tomei

    alguma bebida alcolica? A quanto tempo?d Auto-medicao Estou tomando algum remdio por conta prpria? Ser que

    estes medicamentos no retardam meus reflexos? Ser que no me causar nenhuma reaoalrgica ou mal estar?

    9.4 MEIO AMBIENTE

    Nos dias de hoje, difcil uma pessoa no ter problemas; todos os tm. So preocupaespessoais, familiares, sociais, financeiras, etc. A vida atual exige muito de cada indivduo e os expea variados tipos de presso e cobrana.

    Muitas vezes, o aeronauta sai para o vo envolvido em um clima de tenso e ansiedadeque em nada relaciona-se a atividade area. Em alguns casos, este clima to denso e evidente,

    que domina o indivduo embotando seu raciocnio e comprometendo seus reflexos.Todo tripulante deve ter o cuidado de livrar-se de toda esta carga quando se prepara ouexecuta um vo.

    A atividade area exige toda concentrao e elevado nvel de alerta. Os tripulantes, aoexecutarem suas funes, no podem faz-lo maquinalmente, rotineiramente, como se fossempilotos automticos. Nunca podem estar dissociados da ateno necessria para a conduo dovo.

    Nunca embarque em uma aeronave, mesmo que tenha objetivos desportivos ou de lazer,para fazer uma terapia. Avio no div de psicanalista.

    9.5 MANUTENO

    Embora as atividades de manuteno sejam comuns a qualquer tipo de equipamento, amanuteno de aeronaves requer uma especial ateno. Pelo fato de estar intimamente ligada preservao de vidas humanas, a segurana e o desempenho operacional de uma aeronavedependem da eficincia de sua manuteno.

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    10 MANUTENO AERONUTICA

    O termo manuteno significa ao comumente empregada com o objetivo de se manter qualquer equipamento em condies de utilizao ou de restaur-lo para tal condio, quandonecessitar de reparos. o trabalho necessrio para preservar a integridade da aeronave e seusequipamentos, cumprindo-se as recomendaes das publicaes e ordens tcnicas, observando-se as limitaes dos seus componentes e o desgaste geral advindo de sua utilizao.

    A organizao da manuteno deve ser orientada pela aplicao dos princpios bsicos epelo conhecimento dos aspectos mais relevantes que so considerados na elaborao de seusistema.

    Hangar de Manuteno - LUFTHANSA

    10.1 PRINCPIOS BSICOS DE MANUTENO

    A manuteno de qualquer equipamento estrutura-se nos seguintes princpios: o estadoinicial, o correr do tempo, o limite para deteriorao e o objetivo primordial.

    10.1.1 ESTADO INICIAL

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    o estado de novo. Representa o padro ideal de operao e a finalidade damanuteno preserv-lo.

    No caso de aeronaves, o estado inicial resulta fundamentalmente da concepo doprojeto e da fabricao.

    10.1.2 CORRER DO TEMPO

    No so apenas os organismos vivos que envelhecem. O envelhecimento umacontingncia universal para todos os seres e sistemas. Alm da corroso, o desgaste e a fadigatambm ocorrem na matria sem vida, nos mecanismos inanimados.

    Do ponto de vista da segurana de vo, extremamente importante conhecer asleis de variao da deterioraes com o tempo cronolgico.

    10.1.3 LIMITE PARA DETERIORAO

    Com o passar do tempo, continuamente ocorre deteriorao e, em consequncia,h uma tendncia ao agravamento desta. Na concepo do projeto original, so incorporadas

    tolerncias adequadas, que podero progredir at determinado estgio, sem que a segurana dotodo fique comprometida.Se no houvesse essa margem, seria dificlimo estruturar-se a manuteno, uma

    vez que impossvel evitar a ocorrncia do desgaste. necessrio que o controle seja rigoroso,atravs das inspees constantes do plano de manuteno da aeronave.

    A grande maioria dos limites permissveis estabelecida pelos prpriosfabricantes; outros derivam da experincia do operador, que recomenda alteraes nas tolernciasiniciais. A grande maioria dos boletins de servio ou ordens tcnicas se ocupa dessas mudanas,devido vivncia do operador transmitida ao rgo competente, acompanhada de razes bemfundamentadas.

    10.1.4 OBJETIVO PRIMORDIAL

    O objetivo impedir, sustar ou corrigir o processo de deteriorao, de modo amanter o padro de aceitao sempre dentro dos limites permissveis.

    Manter, como o prprio verbete sugere, no criar, alterar, modificar, suprimir,mas to somente preservar. Atravs da manuteno, busca-se apenas que o material permaneatal qual sempre foi, ou seja, mantido em seu estado inicial, no padro ideal de funcionamento. Istoconseguido, o objetivo primordial est sendo atingido: a segurana de vo.

    10.2 SISTEMA DE MANUTENO

    As atividades mais importantes que devem ser consideradas em um sistema demanuteno de aeronaves so: planejamento, controle, e produo ou execuo.

    10.2.1 PLANEJAMENTO

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    O Planejamento, normalmente, precede a operao do avio, pois este deveoperar com uma programao de manuteno pr-estabelecida.

    No planejamento de manuteno, busca-se expressar-se de forma concreta eobjetiva a estimativa que se fez da deteriorao do estado do avio em funo do tempo,estabelecendo-se os intervalos em que devem ser realizadas as inspees e as substituies, afim de no serem ultrapassados os limites permissveis.

    10.2.2 CONTROLE

    Se o planejamento de manuteno for elaborado para o tipo e o emprego deoperao real da aeronave, o controle eficiente de sua execuo garantir a existncia de umprograma de manuteno da mais alta qualidade.

    Um plano de manuteno deve prever, ao menos, dois tipos de controle: controlede manuteno propriamente dito e controle de qualidade.

    10.2.2.1 CONTROLE DE MANUTENO

    O controle de manuteno consiste em trs atividades bsicas: controle do

    volume de trabalho, controle do material e estabelecimento de registros e realizaes de anlises.a Controle de Volume de Trabalho esse controle fornecerdados para o planejamento de manuteno, permitindo que aquele setor crie, modifique,acrescente e at mesmo elimine procedimentos na programao de manuteno, de modo aagilizar o cumprimento de uma inspeo ou reparo. Atravs deste controle, pode-se avaliar se amo-de-obra disponvel est escassa ou em excesso para a execuo das tarefas;

    b Controle de Material este controle permitir umacompanhamento da aeronave e de todos os seus itens. Caso este controle no seja muito bemexecutado, a segurana de vo estar comprometida. Este o setor responsvel por fornecer dados ao planejamento e avisar manuteno o momento em que a aeronave vai entrar numainspeo ou trocar um item controlado. Este controle permitir saber o momento em que ocomponente atingiu seu tempo limite de vida e dever sair de uso.

    c Estabelecimento de Registros e Realizaes de Anlises Estesetor deve desenvolver um trabalho de modo que, a qualquer instante em que seja necessrioobter qualquer informao da aeronave, esta esteja registrada nos livros da mesma. Ocumprimento de boletins, as modificaes incorporadas, as inspees realizadas, os grandesreparos, trocas de motor e de hlices, so exemplos de registros necessrios. Cada registro deveser feito na caderneta apropriada (Motor, Clula, Hlice), que dever ser assinada pelo profissionalresponsvel pela manuteno.

    10.2.2.2 CONTROLE DA QUALIDADE

    Uma organizao de manuteno no pode prescindir da existncia deelementos encarregados de avaliar a qualidade dos trabalhos produzidos. Esta tarefa desempenhada por equipes de inspeo, compostas por pessoal qualificado para esse encargo,formando a Inspetoria Tcnica.

    O controle da qualidade pressupe tambm o aprimoramento da mo-de-obra e, para tal, sempre que necessrio, deve propor medidas a serem empregadas para obtenode melhor qualidade dos servios, como cursos, estgios, etc.

    Uma Inspetoria Tcnica tem que funcione corretamente, far com que deimediato os reflexos positivos de sua atuao venham tona, atravs do crescimento dadisponibilidade diria, maior economia, maior preservao e controle de material, melhor

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    aproveitamento do homem com menor desgaste, contribuindo significativamente para o aumentoda segurana de vo.

    10.2.3 PRODUO OU EXECUO

    Na produo que se encontram as equipes que realmente fazem o trabalho demanuteno e que cumprem os planos de acordo com as normas estabelecidas. Como unidade deexecuo, deve fornecer manuteno de alta qualidade, na ocasio devida e na quantidadenecessria.

    Existem dois tipos de manuteno cuja responsabilidade da produo, a saber:manuteno corretiva e manuteno preventiva.

    10.2.3.1 MANUTENO CORRETIVA

    A Manuteno Corretiva consiste em aes para desenvolver um item deequipamento ao servio, atravs de reparos, substituies ou reconstrues de partes. aquelaque ao se apresentar o defeito no equipamento, a correo feita imediatamente, restituindo ascondies de operao com segurana.

    10.2.3.2 MANUTENO PREVENTIVA

    A Manuteno Preventiva o tipo mais importante de manuteno.Consiste em desenvolver aes para cuidar do equipamento e evitar a

    falha ou o mau funcionamento. aquela que evita o aparecimento de defeitos atravs de inspees ou

    revises peridicas, incluindo tarefas de limpez