Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Distrito Federal Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)...
Transcript of Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Distrito Federal Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)...
Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Distrito Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Distrito FederalFederal
Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)
URTICÁRIA AGUDA E SUA ABORDAGEM NA
PEDIATRIA
(Monografia)Juliana Costa Reis
Orientador: Dr. Fabrício Prado Monteiro
www.paulomargotto.com.br
2007
METODOLOGIA
URTICÁRIA AGUDA E SUA ABORDAGEM NA PEDIATRIA
Revisão Bibliográfica Sistematizada
Fontes: Literaturas nacional e internacional e sites de relevância científica;
Idiomas: inglês, espanhol e português;
Período: 1997-2007.
OBJETIVOS PRINCIPAIS Tornar compreensível a natureza multifatorial da urticária aguda; Orientar o diagnóstico clínico; Otimizar esquema terapêutico.
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS Disponibilizar ao pediatra subsídios para abordagem diagnóstica;
Padronizar condutas no HRAS conforme gravidade e natureza de cada caso.
INTRODUÇÃO
Urticária é:
Dermatose caracterizada pelo surgimento repentino de pápulas e placas eritematosas, edematosas e fugazes;
Desaparecem sob pressão;
Acometem derme superficial em diferentes locais;
Prurido intenso.
KAPLAN, A. Urticaria and Angioedema. Middleton's Allergy: Principles and Practice, [S.I.], 2003.
Urtica Urticária cnidosis (Hipócrates – 460-375a.C) Willian Cullen (1769)
FRANCES HUMPHREYS, M.R.C.P. Major landmarks in the history of urticarial disorders. International Journal of Dermatology, Edinburgh, 1997
HISTÓRICO
PREVALÊNCIA NA PEDIATRIA
Até 20% das crianças e adolescentes;
Pré-escolares: 6 – 7%;
Pré-escolares atópicos: >17%;
F : M (1 : 1);
Angioedema associado: 50%.
FERDEMAN, R.M. Urticaria e Angioedema. Clinical Emergency Medicine, Los Angeles, v.8, p. 72-80, 2007
ANGIOEDEMA é:
edema da derme profunda e do subcutâneo cuja localização preferencial envolve regiões de tecido conjuntivo frouxo como: lábios, pálpebras, língua e
extremidades. Dor e queimação associados.
KAPLAN, A. Urticaria and Angioedema. Middleton's Allergy: Principles and Practice, [S.I.], 2003.
ANGIOEDEMA EM PÁLPEBRAS
CLASSIFICAÇÃO - Gravidade Leve - Lesões esparsas- SEM AGIODEDEMA
Moderada - Lesões grandes- Prurido intenso;- COM OU SEM AGIOEDEMA.
Grave - Lesões de pele- COM ANGIOEDEMA;- OUTRO SISTEMA ORGÂNICO.
SARINHO, E. Urticária, Angioedema e Anafilaxia. In: LOPEZ, F. A. et al (org). Tratado de Pediatria - Sociedade Brasileira
de Pediatria. São Paulo: Manole, 2007.p.531-538
CLASSIFICAÇÃO - Duração
AGUDA
- Em menos de 6 semanas;- Crianças e adultos jovens.
CRÔNICA
- Em mais de 6 semanas;- Mais adultos de meia idade.
WALKER, S. et al. Management of Urticária. Primary Care Respiratory Journal, [S.I], v.14, p. 166-168, 2005.
MASTÓCITO Célula efetora principal.
FUNÇÃO: - mediadores pré-formados: HISTAMINA, fatores
quimiotáticos, TNF e enzimas proteolíticas;- neo-formados: LTC4, PGD2 e PAF.
RECEPTORES: RFcEI - alta afinidade para IgE.
PAPEL CENTRAL DA HISTAMINAurticas
Vasodilatação e edema
Vasodilatação arteriolar:Hipotensão
Modulação da respostaimune
Contração de músculo liso
Broncoespasmo
Estímulo de nervos sensitivosPrurido e calor
MECANISMOS ETIOPATOGÊNICOS
MECANISMOS IMUNOLÓGICOS
Reação de hipersensibilidade tipo I
É a reação que desencadeia a degranulação dos mastócitos após a sensibilização por IgE específica.
Outras: reações de hipersensibilidade tipos II, III e IV.
REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO I
APC
Ta2 LB Mastócito
IgE específica
Alérgeno
E p i t é l i o
MediadoresUrticária
Alérgeno
Ta0
REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO I
Ta2
Ta1
Ta0
Interleucinas: 2, 4, 5, 6, 9, 10, 13
REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO III
IgG ou IgM
C3
+ Antígeno
IMUNOCOMPLEXOS
C3a C5a
DEGRANULAÇÃO DOS MASTÓCITOS
URTICÁRIA
MECANISMOS NÃO IMUNOLÓGICOS
Responsáveis pela degranulação de mastócitos sem que qualquer reação imunológica esteja envolvida
REAÇÕES ANAFILACTÓIDES OU PSEUDO-ALÉRGICAS
NAGAO DIAS, A. T.. Reações alérgicas a medicamentos. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, 2004. v.80 (4), p. 259-256.
FATORES ETIOLÓGICOS
DROGAS - Causa mais comum
Via de administração: oral, inalatória, tópica, colírio e parenteral;
Via imunológica: antibióticos β-lactâmicos(82%) e sulfas (5%);
Via não imunológica: antiinfecciosos (vancomicina, quinina), AINES, radiocontrastes, opiáceos e drogas vasoativas.
SARINHO, E. Urticária, Angioedema e Anafilaxia. In: LOPEZ, F. A. et al (org). Tratado de Pediatria - Sociedade Brasileira de
Pediatria. São Paulo: Manole, 2007.p.531-538
FATORES ETIOLÓGICOS
ALIMENTOS – 2ª causa mais comum
Ingestão, contato direto com a pele e/ou inalação;
Via imunológica: leite, ovo, trigo, soja e amendoim, nozes, camarão, peixes e chocolate. * Vacinas;
Via não imunológica: queijos, tomate, espinafre, berinjela, corantes e aditivos.
SARINHO, E. Urticária, Angioedema e Anafilaxia. In: LOPEZ, F. A. et al (org). Tratado de Pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria. São Paulo: Manole, 2007.p.531-538
Urticária de contato ao queijo
FATORES ETIOLÓGICOS
INFECÇÕES E INFESTAÇÕES É a 3ª causa mais comum
Vírus e bactérias (reação de hipersensibilidade tipo III)
INALANTES Perfumes, inseticidas, desodorizadores de ambientes, tintas e desinfetantes
FATORES ETIOLÓGICOS
FATORES FÍSICOS 8% - urticária aguda; 20% - urticária crônica; Os estímulos são: térmicos, mecânicos, aquagênicos, luminosos e exercício físico.
URTICÁRIA DE CONTATO Plantas, cosméticos, medicamentos, látex e certas frutas (banana, kiwi, abacate, maracujá e pêssego).
DERMATOGRAFISMO
URTICÁRIA AO FRIO
DIAGNÓSTICO
ANAMNESE + EXAME CLÍNICO História clínica minuciosa:
IDENTIFICAR O FATOR DESENCADEANTE!
Exame físico completo:
NÃO DEVE ENVOLVER APENAS A PELE!
Sibilância, FC, PA, pulso, sudorese, estado de consciência.
DIAGNÓSTICO
IDENTIFICAÇÃO DA URTICA
1 – Circunscritas
2 – Coalescentes
3 - Halo de eritema inicial
4 - Progressão para coloração uniforme com edema central
TRATAMENTO
MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS
Alívio dos sintomas;
Retirada do fator precipitante;
Controle da ansiedade da família.
TRATAMENTO
URTICÁRIA LEVE - Manejo ambulatorial;
(escolha varia conforme objetivo da terapêutica)
Orientações:- afastar: agente desencadeante e fatores agravantes.
ANTI-HISTAMÍNICOS por no mínimo 7 dias
DIBBERN, D. A. Urticária: Selected Highlights and Recents Advances. The Medical Clinics of North America, [S.I.], v.90, p.
187-209, 2006
TRATAMENTO
URTICÁRIA MODERADA A GRAVE
- Tratamento hospitalar;
- Aplicação imediata de adrenalina (SC ou IM);
15min
2 dose (0.01ml/kg)
3 dose (0.01ml/kg)
15min
Adrenalina1 dose (0.01ml/kg)
Dose máxima: 0,3ml
EFEITO IMEDIATO DA ADRENALINA
TRATAMENTO
Associação com prometazina
0,5mg/kg/dose - IM
Associação com metilprednisolona
1-2mg/kg/dose - EV
OUTRAS OPÇÕES ANTI-HISTAMÍNICOS H2: 15% dos receptores de histamina localizados na pele são do subtipo H2.
ANTI-LEUCOTRIENOS
IMUNOMODULADORES
NÃO DEVEM SER USADOS COMO MONOTERAPIA!
PRESCRIÇÃO PARA TRATAMENTO EM DOMICÍLIO
Anti-histamínicos (VO) sedativos ou não por no mínimo 7 dias;
Corticóides (VO) por 3-5 dias.
RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
1. Afastar o agente desencadeante;
2. Evitar fatores precipitantes;
3. Evitar exercícios físicos intensospor 3 a 5 dias;
4. Banhos de aveia;
5. Adquirir kit para controle dos sintomas até a chegada no hospital.
RECOMENDAÇÕES AO PEDIATRA
1. Não usar anti-histamínicos tópicos;
2. Evitar dipirona IV em casos de anafilaxia com febre;
3. Dar preferência às preparações orais em relação às injetáveis;
4. Aguardar no mínimo 1 hora em hospital após medicação parenteral;
5. Evitar adrenalina nos casos leves de urticária.
É importante conhecer a imunopatogenia da doença que estará intimamente correlacionada à terapêutica de intervenção e profilaxia contra a urticária, uma vez
que as drogas utilizadas deverão agir em algum ponto do processo imunológico ou inflamatório da
patologia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
OBRIGADA