Projeto Integrado: “Presença da Psicopatologia na Literatura”

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Uma interpretação psicanalítica do conto Uma interpretação psicanalítica do conto A história de um quebra-nozes” A história de um quebra-nozes” Mayara Squeff Janovik – bolsista PET Psicologia UFRGS Julianna Godinho Dale Coutinho – bolsista IC-UFRGS Marta Regina de Leão D’Agord – orientadora, professora Psicologia UFRGS Projeto Integrado: “Presença da Psicopatologia na Literatura” INTRODUÇÃO “A HISTÓRIA DE UM QUEBRA-NOZES ” E. T. A. Hoffmann (1816) CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho utiliza o método comparativo e o método psicanalítico para a análise de personagens da narrativa literária. No Natal, a família de Maria, uma menina de sete anos, é presenteada com um quebra-nozes. Devido ao cuidado que a menina demonstra para com o boneco, ela é nomeada pelo pai a protetora do quebra-nozes. À noite, o boneco ganha vida e luta contra o rei dos camundongos. No entanto, apenas Maria testemunha esses embates, e são dadas duas explicações a esse fato: a mãe de Maria diz que isso faz parte de um delírio febril ou de um sonho, já o padrinho Drosselmayer coloca o fato como o desenrolar de uma história prévia. •O feitiço que foi parcialmente quebrado (com a princesa Pirlipata), busca solução através da transposição para o registro da narrativa presente. Há uma repetição para encontrar uma solução. O FANTÁSTICO O fantástico é um gênero literário caracterizado pela irrupção de fenômenos sobrenaturais. É marcado pela hesitação do leitor (Caillois, 1997) entre uma explicação racional (ilusão, imaginação, delírio, sonho) e uma sobrenatural (o acontecimento ocorreu e é parte integrante da realidade). Fonte: http://dylan.tweney.com/images/nutcracker.j pg (acessado em 04 de outubro de 2008) A HISTÓRIA DENTRO DA HISTÓRIA “História da noz Krakatuk e da princesa Pirlipata” A pequena princesa Pirlipata sofre um feitiço lançado pela rainha dos camundongos em vingança contra o rei e a rainha. Para que o feitiço seja desfeito, entra em cena o jovem sobrinho do habilíssimo inventor Drosselmayer. •Na história dentro da história há uma repetição, o que no “era uma vez” não encontrou uma solução, busca uma solução ao ser transposto para um outro plano, o plano da narrativa presente. Uma história dentro da história pode ser comparada ao sonho dentro do sonho (Freud, 1900a). Ou seja, o que se realiza no sonho dentro do sonho é o desejo do sonhador. A história do Príncipe Quebra-nozes é uma figuração do masculino no desejo inconsciente feminino. •O brincar é uma forma de realização simbólica do desejo inconsciente. O pai de Maria reconhece esse desejo, sendo que o efeito desse reconhecimento do desejo pela via simbólica caracteriza a estrutura psíquica gerada pelo recalque (um significante recalcado encontra uma via de expressão simbólica).

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Uma interpretação psicanalítica do conto “A história de um quebra-nozes”. Mayara Squeff Janovik – bolsista PET Psicologia UFRGS Julianna Godinho Dale Coutinho – bolsista IC-UFRGS Marta Regina de Leão D’Agord – orientadora, professora Psicologia UFRGS. INTRODUÇÃO. - PowerPoint PPT Presentation

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Uma interpretação psicanalítica do conto Uma interpretação psicanalítica do conto

““A história de um quebra-nozes”A história de um quebra-nozes”

Mayara Squeff Janovik – bolsista PET Psicologia UFRGSJulianna Godinho Dale Coutinho – bolsista IC-UFRGS

Marta Regina de Leão D’Agord – orientadora, professora Psicologia UFRGS

Projeto Integrado: “Presença da Psicopatologia na Literatura”

INTRODUÇÃO

“A HISTÓRIA DE UM QUEBRA-NOZES ” E. T. A. Hoffmann (1816)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho utiliza o método comparativo e o método psicanalítico para a análise de personagens da narrativa literária.

No Natal, a família de Maria, uma menina de sete anos, é presenteada com um quebra-nozes. Devido ao cuidado que a menina demonstra para com o boneco, ela é nomeada pelo pai a protetora do quebra-nozes. À noite, o boneco ganha vida e luta contra o rei dos camundongos. No entanto, apenas Maria testemunha esses embates, e são dadas duas explicações a esse fato: a mãe de Maria diz que isso faz parte de um delírio febril ou de um sonho, já o padrinho Drosselmayer coloca o fato como o desenrolar de uma história prévia.

•O feitiço que foi parcialmente quebrado (com a princesa Pirlipata), busca solução através da transposição para o registro da narrativa presente. Há uma repetição para encontrar uma solução.

O FANTÁSTICO

O fantástico é um gênero literário caracterizado pela irrupção de fenômenos sobrenaturais. É marcado pela hesitação do leitor (Caillois, 1997) entre uma explicação racional (ilusão, imaginação, delírio, sonho) e uma sobrenatural (o acontecimento ocorreu e é parte integrante da realidade).

Fonte: http://dylan.tweney.com/images/nutcracker.jpg (acessado em 04 de outubro de 2008)

A HISTÓRIA DENTRO DA HISTÓRIA “História da noz Krakatuk e da princesa Pirlipata”

A pequena princesa Pirlipata sofre um feitiço lançado pela rainha dos camundongos em vingança contra o rei e a rainha. Para que o feitiço seja desfeito, entra em cena o jovem sobrinho do habilíssimo inventor Drosselmayer.

•Na história dentro da história há uma repetição, o que no “era uma vez” não encontrou uma solução, busca uma solução ao ser transposto para um outro plano, o plano da narrativa presente. Uma história dentro da história pode ser comparada ao sonho dentro do sonho (Freud, 1900a). Ou seja, o que se realiza no sonho dentro do sonho é o desejo do sonhador. A história do Príncipe Quebra-nozes é uma figuração do masculino no desejo inconsciente feminino.

•O brincar é uma forma de realização simbólica do desejo inconsciente. O pai de Maria reconhece esse desejo, sendo que o efeito desse reconhecimento do desejo pela via simbólica caracteriza a estrutura psíquica gerada pelo recalque (um significante recalcado encontra uma via de expressão simbólica).