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PLANO ESTRATÉGICO 2010-13
Para um Benfica de Proximidade
Fundação Benfica
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1. FUNDAÇÃO BENFICA
1.1. Historial
A Fundação Benfica foi criada em 27/01/09 em cumprimento de deliberação do Fundador e
Instituidor, o Sport Lisboa e Benfica. Foi reconhecida como Instituição Particular de
Solidariedade Social e como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública pelo Governo Português em
14/01/10.
A FB visa a concepção, planificação e implementação de diversos projectos de carácter social, educacional, ambiental e saúde, como forma de contribuir para a qualidade de vida do ser humano, em particular de crianças e jovens em situação de risco, promovendo o desporto inclusivo, como defendem organizações internacionais.
Da mensagem do fundador extrai-se:
O Benfica existe em função das pessoas e, é exactamente para elas que a Fundação é
constituída. A Fundação Benfica deve assumir-se como uma instituição que congrega
muitas vontades, que tem de conseguir reunir à sua volta empresas, instituições
financeiras, autarquias e, até, outras Fundações.
Não podemos desistir da construção de uma sociedade mais justa, mais solidária, mais
generosa! O Benfica foi, é, e será sempre um clube solidário! Assim sendo, o combate a
problemas sociais tem de ser prioritário, assumindo desde já que as crianças serão a
nossa principal preocupação. Principal mas não exclusiva, uma vez que, infelizmente,
os problemas de exclusão social, de pobreza extrema, de marginalização afectam a
todos!
(Presidente do Sport Lisboa e Benfica)
A Fundação tem um papel relevante na sociedade portuguesa desde a primeira hora e uma
implantação crescente dentro e fora do país, estando voltada por vocação, missão e tradição
histórica do clube fundador, para a dimensão europeia, designadamente comunitária.
A sua acção estende-se e potencia espaços de solução para alguns desafios europeus como o
diálogo norte-sul, as relações com África e América Latina e com as instituições internacionais
relevantes como a ONU (PNUD), OMS (OMS), UNICEF, OIT e OIM.
Na sua breve história, a dupla Fundação Benfica – Sport Lisboa e Benfica já deu mostras da
capacidade técnica e de captação de recursos financeiros para causas humanitárias
mobilizando 55.000 espectadores numa iniciativa. A FB desenvolveu uma parceria inédita com
as Nações Unidas, através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e
nesse sentido realizou o VII Jogo Contra a Pobreza, em Lisboa, em cooperação com o Sport
Lisboa e Benfica. Ao todo cerca de 537.000 € foram recolhidos e entregues ao PNUD de modo
a mobilizar a sociedade civil na angariação de receitas a favor das populações do Haiti, na
sequência da catástrofe ambiental com o terramoto de 12 de Janeiro de 2010.
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1.2. Visão
A Fundação Benfica como uma instituição de referência na área da inovação e
responsabilidade social europeia, líder no segmento sócio-desportivo, com presença
transversal à sociedade portuguesa e sua diáspora, interventiva e com acção de proximidade
junto dos públicos em situação de exclusão ou fragilidade social.
Parceira social do estado e da sociedade civil, mobilizadora de pessoas e instituições e
catalisadora de dinâmicas locais de desenvolvimento social e capacitação individual e
comunitária.
Implantação internacional, recobrindo a mancha geo-sociológica, cultural e étnica que
caracteriza o Universo Benfica e liderando processos de cooperação e desenvolvimento
humano, com particular relevância para as áreas mais deprimidas do globo (Países Africanos
de Expressão Portuguesa, Timor, regiões de pobreza endémica), para as suas migrações e
integração nos países europeus de acolhimento.
1.3. Missão
A Fundação Benfica tem como missão dar expressão organizada ao dever moral de
solidariedade e de justiça entre as pessoas, valorizar a imagem social do Benfica, criar um novo
elo de ligação ao universo benfiquista, promover a valorização pessoal e o desportivismo e
fortalecer as relações entre o Sport Lisboa e Benfica e os países lusófonos.
No desempenho da sua missão a Fundação promoverá o desenvolvimento social e o combate
a todas as formas de exclusão, ensaiando fórmulas e metodologias de inovação social,
investindo na sua difusão e catalisando a criação de dinâmicas locais participativas.
1.4. Objectivos
A - Objectivos estratégicos estaturários
A.1 - Dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça
entre as pessoas, dentro do universo Benfiquista (nomeadamente atletas e ex-
atletas) e fora dele.
A.2 - Valorizar a imagem social do Benfica.
A.3 - Criar um novo elo de ligação à família Benfiquista.
A.4 - Promover a valorização pessoal, o Benfiquismo e o desportivismo.
A.5 - Fortalecer as relações entre o Sport Lisboa e Benfica e os países lusófonos.
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B. Objectivos acessórios estatutários
B.1 - Promoção e protecção da saúde, do ambiente, da cultura e do desporto.
B.2 - Promoção e protecção da educação e formação profissional.
B.3 - Promoção e protecção da mística e de projectos com esta relacionados.
B.4 - Promoção da resolução de problemas habitacionais.
B.5 - Apoio à família.
B.6 - Apoio à integração social e comunitária.
1.5. Referencial metodológico
A Fundação Benfica tem como referencial metodológico a capacitação individual e
comunitária, a participação e o desenvolvimento social. Desenvolve projectos integrados com
destaque para a intervenção precoce sobre os factores de exclusão, tendo como preocupação
transversal a todas estas áreas a prevenção de comportamentos desviantes e a promoção do
sucesso educativo de crianças e jovens enquanto factores determinantes de mobilidade social.
A Fundação beneficia na sua acção de um efeito amplificador e catalisador da Sociedade
Portuguesa para a sua missão que é conferido pelo universo e simbolismo da Marca Benfica.
Sendo certo que o branding social é uma tendência muito recente na Europa, a Fundação
Benfica dispõe à partida desse capital inigualável de comunicação e mobilização para o
desenvolvimento social, posicionando-se na liderança de processos desta natureza.
Um dos projectos de referência da Fundação Benfica para o combate à exclusão social e ao
abandono escolar precoce é designado por “Para ti Se não faltares”. Este projecto, iniciou a
sua acção-piloto envolvendo 80 crianças de uma zona crítica urbana da periferia de Lisboa
(bairro da Boba), em articulação com o projecto integrado de desenvolvimento social Geração,
em curso naquela zona da cidade da Amadora, e actuando concertadamente com o Município
que é parceiro do projecto.
A metodologia ali testada está a ser transferida para outros municípios da Área Metropolitana
de Lisboa, estando previsto no Ano Lectivo 2010/11, o envolvimento de 1000 crianças em 10
cidades da Grande Lisboa, todas elas em zonas críticas urbanas e contextos desfavorecidos.
Nestes territórios de intervenção juntam-se às barreiras da exclusão e da pobreza, a dupla
descriminação dos imigrantes e seus descendentes e a segregação interétnica que atinge
certos grupos minoritários como os Roma, atingindo patamares de dupla e tripla exclusão.
A acção da Fundação Benfica encontra pertinência neste universo de acção e no desafio
estratégico de aproveitar novos canais de comunicação para accionar mecanismos de
interacção social promotores de inclusão e mobilidade.
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1.6. Públicos- Alvo
No imediato a Fundação Benfica tem como alvo prioritário as crianças em risco ou em situação
de exclusão e debilidade social, sendo igualmente reconhecidos outros públicos em termos
estatutários para o desenvolvimento da sua acção futura.
E - Publicos – Alvo estatutários
E.1 - Crianças.
E.2 - Jovens.
E.3 - Familias.
E.4 - Idosos.
E.5 - Cidadãos portadores de deficiência.
E.6 - Pessoas em situações de diminuição de meios de subsistência ou de
capacidade para o trabalho.
1.6. Tipologia de Acção
Os estatutos da Fundação Benfica definem a tipologia de projectos a desenvolver pela
Fundação que abaixo se apresentam:
C - Actividades principais a desenvolver pela Fundação.
C.1 - Projectos de educação e comunicação com vista a prevenção de
comportamentos de risco.
C.2 - Projectos de educação e comunicação com vista a promoção de
comportamentos socialmente responsáveis.
C.3 - No domínio do apoio a crianças e jovens o desenvolvimento de um centro
de actividades de tempos livres e de equipa de rua de apoio a crianças e jovens.
C.4 - No domínio do apoio à família o desenvolvimento de um centro de
atendimento psicossocial.
C.5 - No domínio do apoio à integração social e comunitária a realização de
acompanhamento social, ajuda alimentar e equipa de rua para pessoas sem-
abrigo.
C.6 - No domínio do apoio a cidadãos idosos e a cidadãos portadores de
deficiência, na velhice, na invalidez e em todas as situações de diminuição de
meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho.
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D - Actividades complementares a desenvolver pela Fundação.
D.1 - Projectos de educação nas componentes de língua portuguesa e
matemática com vista a melhor formação e desempenho escolar.
D.2 - Projectos de educação para a saúde, com vista a mobilização a melhor
estado de saúde física e psíquica, através de prestação de cuidados de saúde
necessitados pelos beneficiários dos projectos da Fundação.
D.3 - Projectos de educação e comunicação com vista a mobilização e
sensibilização para mudança de estilos de vida saudáveis.
D.4 - Organização de planos de alimentação de acordo com Plano Nacional de
Saúde, com recurso a parceiros do sector alimentar e disponibilização aos
beneficiários dos projectos da Fundação.
D.5 - Projectos de educação e promoção do desporto inclusivo.
D.6 - Disponibilização de equipamentos desportivos para a prática daquelas
actividades físicas. Em particular crianças e jovens em situação de risco social.
D.7 - Concessão de estágios profissionais a beneficiários dos projectos da
Fundação.
2. UNIVERSO BENFICA
Não esgotando a discussão de todo o potencial do Sport Lisboa e Benfica em termos de intervenção e desenvolvimento social, pode, para o presente Plano Estratégico, realçar-se que o Benfica é Identitário e unificador, é global e geo-socialmente abrangente e é transversal à sociedade lusófona, sob diversas dimensões de análise: 2.1. O Benfica é Identitário e Unificador
Os fenómenos de pertença estão na raíz da inclusão social. A dimensão sociológica do Benfica
ultrapassa largamente a implantação futebolística do clube e radica na sua transversalidade e
vocação global.
O Benfica, como outros grandes clubes de futebol internacionais, materializa-se em símbolos
reconhecidos e apropriados pelas populações e constitui um importante factor identitário,
capaz por exemplo de reunir nos mesmos grupos de pertença indivíduos de todas as
tendências políticas, orientações sexuais, religiões, etnias, nacionalidades, cores de pele,
idades ou estratos sócio-económicos.
Este potencial unificador é extensível às organizações podendo ser capitalizado para unir pela
cooperação as organizações dos sectores público, privado e do terceiro sector, abrindo espaço
a novas formas de governança e participação cidadã na sociedade portuguesa, da cooperação
à partilha de recursos.
Embora se entenda que o fenómeno desportivo e a adesão popular ao futebol desempenham
um papel central neste processo agregador e de pertença, é um facto que após um século de
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existência e de afirmação europeia e global, aquilo que nalguns meios especializados se
designa por “marca Benfica” tem outros potenciais para além do potencial de negócio que
obviamente encerra. Cabe aqui, concretamente no que respeita à Fundação Benfica, relevar o
seu potencial de comunicação transversal e a polarização dos valores partilhados pelos
benfiquistas em torno de objectivos de desenvolvimento humano com particular relevo no
combate à exclusão pelo desenvolvimento social.
2.1.1. Indicadores
O Sport Lisboa e Benfica é o Clube de Futebol a nível mundial com o maior nº de sócios
(201.000 na época 2009/10), o que constitui um Guiness World Record.
Quanto ao número de adeptos, a sua distribuição actual é a seguinte:
- 5 milhões de adeptos em Portugal (“Vox Populi” / I.N.E. / Sec. Estado das
Comunidades / C.P.L.P.)
- 14 milhões de adeptos no Mundo (“Vox Populi” / I.N.E. / Sec. Estado das
Comunidades / C.P.L.P.)
No que respeita aos grupos sociais mais fechados, de raiz étnica cultural que interiorizaram
comportamentos sociais de auto segregação e desenvolveram muitas vezes estratégias
agonísticas de defesa e relação com os grupos dominantes, são escassos os pontos de
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pertença comum e existem poucas instituições na sociedade portuguesa capazes de polarizar
os indivíduos em torno de símbolos e factores de identificação colectiva.
Dada a importância da sua dimensão desportiva e simbólica própria, o Benfica possibilita este
fenómeno de pertença possível e é, por isso, potencialmente catalisador de interacção e
relacionamento social podendo ser tecnicamente capitalizado para tal em estratégicas
integradas de desenvolvimento social.
2.2. O Benfica é Transversal
O Sport Lisboa e Benfica é transversal, sendo essa transversalidade multifactorial e
interceptando os indivíduos e as organizações em diversos aspectos da sua vida social.
2.2.1. Benfica: Transversalidade Social e Económica
O Benfica, e consequentemente a Fundação Benfica, tem adeptos e simpatizantes em todos os
estratos sociais e em todas as classes de rendimentos não sendo predominante em nenhuma
específica.
Não derivando daí nenhuma consequência imediata com a não segregação social ou a
distribuição de renda, na verdade tem ainda assim a capacidade de colocar em contacto os
diferentes grupos sociais e estratos económicos da sociedade portuguesa e isto em ambientes
livres de conflitualidade social. Tem portanto um potencial de comunicação que pode ser
utilizado para criar espaços de cooperação e concertação social, abrindo caminho à
penetração de estratégias de integração e desenvolvimento social. Um dos factores de elevado
potencial a ter em conta é a capacidade de comunicação e interligação das elites com as bases
e a promoção de processos de liderança e mobilidade social não raros no sucesso desportivo,
mas que podem gatilhar processos semelhantes noutras esferas da vida nacional.
2.2.1.1. Indicadores (Segmentação socioeconómica dos adeptos do Sport Lisboa e Benfica)
Actividade Profissão Grau de Instrução Status
Activos 51 Quadros Superiores
39 Primária e menos
50 Alto/Médio Alto
44
Estudantes 51 Quadros Médios 46 Até 9.º ano 53 Médio superior 50 Domésticas 51 Empregados de
Escritório 48 Mais do que
9.ºano 47 Médio baixo 54
Reformados / Outros
49 Trabalhadores Especializados
50 - - Baixo 52
- - Trabalhadores não Especializados
53 - - - -
Fonte: SÁ, Jorge. e RETO, Luís. (2002) Vox Populi, O Estado da Opinião em Portugal: 1997-2001, Lisboa, Bertrand
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No seio das bolsas de pobreza e exclusão, por vezes agravada por factores étnicos e culturais,
há hoje alguma erosão na modelação dos comportamentos dos jovens pela tradição, o que
provoca erupções de tensões intergeracionais dentro das próprias comunidades. As lideranças
são-no apenas dentro das famílias e grupos de pertença, carecendo de reconhecimento
comunitário. E mesmo assim a legitimação assente nos valores tradicionais está cada vez mais
em risco.
Esta ameaça abre uma janela de oportunidade à emergência de lideranças híbridas com duplo
reconhecimento para dentro e para fora do espaço social destas jovens. O efeito
demonstrativo de percursos individuais de sucesso de indivíduos provenientes dos mesmos
contextos, na vida política económica e desportiva (há casos concretos no futebol) pode ser
utilizado para a motivação a aceitação de novas lideranças promotoras de diálogo e integração
social.
2.2.2. Benfica: Tranversalidade Demográfica
O Benfica e consequentemente a Fundação Benfica, tem adeptos e simpatizantes em todas as
classes de idades sem nenhuma incidência particular. Consequentemente tem um potencial
elevado para a criação efectiva de diálogo intergeracional, tanto mais importante quanto
alguns factores de exclusão social ou obstáculos à integração são agravados por tensões entre
gerações sucessivas, nomeadamente entre as populações étnicas e imigrantes e seus
descendentes, que culminam muitas vezes em tensões derivadas do binómio tradição étnica-
cultural<->integração.
Um aspecto central e decisivo no cruzamento com as políticas educativas é a capacidade de
comunicação e envolvimento das crianças e jovens, nomeadamente em situações de risco ou
debilidade social.
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2.2.2.1. Indicadores
Segmentação demográfica dos adeptos do Sport Lisboa e Benfica
Sexo Idade
Homens 50 18 a 29 anos 52 Mulheres 51 30 a 44 53
- - 45 a 59 48 - - 60 ou mais 48
Fonte: SÁ, Jorge. e RETO, Luís. (2002) Vox Populi, O Estado da Opinião em Portugal: 1997-2001, Lisboa, Bertrand
Fonte: Sistema de Informação do Departamento de Sócios do
Sport Lisboa e Benfica, 09-04-2010
É conhecido o défice e às vezes a desvalorização social da educação formal entre os excluídos,
onde uma educação para a vida baseada nos saberes tradicionais das gerações imediatamente
anteriores, afunila o espectro de escolhas profissionais futuras e perpetua a exclusão e a
pobreza. A primeira pela especialização cultual ou étnica de modos de vida tendencialmente
cristalizados entre gerações. A segunda pela cristalização das actividades profissionais num
leque de actividades profissionais pouco qualificadas e de baixo valor cujo próprio mercado se
encontra em queda e evidencia a derrocada eminente da sua sustentabilidade económica caso
não haja comportamentos adaptativos difíceis de empreender a partir de situações de
exclusão.
Idade
Menores de 7 anos 6,75% 7 a 13 12,13%
14 a 17 6,71% 18 a 24 10,71% 25 a 34 20,48% 35 a 44 16,58% 45 a 54 12,58% 55 a 65 8,80%
Maiores de 65 anos 5,26%
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A tudo isto somam-se importantes efeitos de género, de sentido variável conforme os
contextos Sócio-Culturais e étnicos, como por exemplo a exclusão educativa do sexo feminino
entre os Roma a partir da puberdade, ou a acentuação do abandono escolar e insucesso
escolar entre os rapazes de ascendência africana, quando comparados com as raparigas no
seio das mesmas comunidades e famílias, para citar dois exemplos.
A capacidade de atracção e comunicação do Benfica com o género masculino, nomeadamente
com crianças e jovens em situação e idade de risco, abre uma enorme oportunidade para
projectos de capacitação e desenvolvimento social e pessoal dos jovens, devendo os efeitos de
género compensar-se pela actuação integrada com outros actores e actividades no terreno,
através de estratégias de diversificação e complementaridade que no seu conjunto promovam
a igualdade de género.
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A criação de percursos viáveis de educação-formação-emprego é essencial à mobilidade social,
podendo capitalizar-se a capacidade de penetração do Benfica, desportiva e não só, para a
criação de espaços de afirmação individual baseada no mérito educativo e promover a
aproximação progressiva dos pais à escola no respeito pelo diálogo intercultural. A acção
centrada nas crianças e jovens, grupo-alvo prioritário para a Fundação Benfica, constitui em si
mesma uma oportunidade para este difícil passo de desenvolvimento e mobilidade social.
2.2.3. Benfica: Tranversalidade Territorial
O Benfica e consequentemente a Fundação Benfica tem adeptos e simpatizantes distribuídos
homogeneamente por todo o território português, não se limitando a uma implantação
urbana nem evidenciando nenhum grau relevante de metropolização na Grande Lisboa. Este
aspecto é tento mais revelador do seu potencial para o desenvolvimento social porquanto a
população portuguesa está fortemente litoralizada (70% da população) e as áreas do interior
revelam crescente envelhecimento, empobrecimento e abandono, reforçando a sua baixa
densidade e criando os enormes problemas de coesão territorial e social com que o país se
defronta.
2.2.3.1. Indicadores
Segmentação territorial dos adeptos do Sport Lisboa e Benfica
Região Habitat
Interior Norte 52 Extremo Rural 50 Litoral Norte 47 Rural 53 Grande Porto 24 Vilas 53
Litoral Centro-Sul 62 Cidades Médias 51 Grande Lisboa e Pen. Setúbal 57 Cidades Grandes 45
Sul 62 - - R. Autónomas 53 - -
Fonte: SÁ, Jorge. e RETO, Luís. (2002) Vox Populi, O Estado da Opinião em Portugal: 1997-2001, Lisboa, Bertrand
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Distribuição territorial das Casas do Benfica
Distribuição territorial da
População Portuguesa – INE 2001
O universo de Casas do Benfica conta com 222
estabelecimentos deste tipo que constituem uma rede de
proximidade abrangente e com grande potencial para a
glocalização dos projectos de responsabilidade social do
Benfica, promovidos pela Fundação.
Este rede destaca-se como um mundo de oportunidades a
explorar para a criação de dinâmicas locais participativas,
que possibilitem às massas associativas e adeptos a
participação em processos de solidariedade e de
desenvolvimento social que afectem a sua vizinhança e a
comunidade a que pertencem.
Em suma, as Casas do Benfica têm potencial para
constituírem em si mesmas: Uma rede de proximidade
para um Benfica de proximidade. Fonte: Sistema de Informação do Departamento
de Casas do Benfica, 09-04-10
Alto Alentejo 15
Algarve 16
Baixo Alentejo 10
Beira Alta 26
Beira Baixa 17
Beira Litoral 22
Douro Litoral 21
Estremadura 37
Ilhas 7
Minho 18
Ribatejo 20
Trás-os-Montes 13
TOTAL 222
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2.2.4. Benfica: Transversalidade Intercultural
O Benfica e consequentemente a Fundação Benfica tem adeptos e simpatizantes em todos os
grupos étnicos e comunidades imigrantes, seja por adopção dos próprios no país de
acolhimento, seja por fidelização ou simpatia nas suas comunidades de origem.
Este fenómeno tem particular intensidade nas populações autóctones dos novos países de
expressão portuguesa (África e Ásia), estreitando a identificação colectiva dos imigrantes com
as comunidades de origem e de acolhimento.
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Trata-se de um processo identitário e de pertença que tem um grande potencial de coesão
social e diálogo intercultural, sobretudo se tivermos em conta que grande parte dos imigrantes
portugueses são de origem africana (Cabo Verde) e vivem em áreas urbanas críticas (de
habitação social ou degradadas) muitas vezes repartindo o espaço público com comunidades
do leste europeu (Roménia, Ucrânia, Moldávia) e com famílias extensas Roma, sendo nítidas as
formas de segregação espacial e social e muitas vezes explosivas sob a forma de violentos
conflitos de rua.
2.2.4.1. Indicadores
Nas 14 modalidades mais representativas do Clube coexistem 396 elementos de 21
nacionalidades. A nacionalidade portuguesa é naturalmente a mais representativa com 79%
dos seus membros mas é de destacar que 21% dos recursos humanos afectos às modalidades
estão distribuídos por 20 nacionalidades. As antigas colónias portuguesas representam 12%
deste universo.
Angola 4
Argélia 1
Argentina 3
Brasil 35
Cabo Verde 3
Canadá 1
Costa do Marfim 1
Cuba 1
Espanha 6
Estados Unidos da América 6
França 1
Georgia 1
Guiné-Bissau 7
Jugoslávia (Sérvia) 3
Paraguai 1
Portugal 314
Rep. Camarões 1
Rep. Gana 1
Rússia 2
Ucrânia 2
Uruguai 2
Fonte: Sistema de Informação do Departamento de
Recursos Humanos do Sport Lisboa e Benfica, 15-04-10
Em cima: Atletas
Ao lado: Sócios
Estrangeiro 8711 4,44%
América do Norte 1937 0,99%
Europa 5745 2,93%
Ásia 69 0,04%
América Central 4 0,00%
América do Sul 108 0,06%
África 773 0,39%
Oceânia 75 0,04%
Açores 1394 0,71%
Madeira 1725 0,88%
Portugal Continental 184330 93,97%
Viana do Castelo 1673 0,85%
Bragança 950 0,48%
Braga 6028 3,07%
Vila Real 1741 0,89%
Porto 10899 5,56%
Viseu 3299 1,68%
Aveiro 4936 2,52%
Guarda 1572 0,80%
Coimbra 3528 1,80%
Castelo Branco 2619 1,34%
Leiria 7597 3,87%
Santarém 9386 4,78%
Portalegre 1724 0,88%
Lisboa 92465 47,14%
Évora 3435 1,75%
Setúbal 24021 12,25%
Beja 2095 1,07%
Faro 6361 3,24%
Não atribuído 1 0,00%
Total 196160 100%
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No que respeita ao diálogo intercultural e convivência interétnica, a própria interacção gerada
pela prática desportiva constitui um motor de interacção social e pode ser capitalizada para
processos de identificação de problemas comuns e resolução dos mesmos pela cooperação. A
criação de espaços de diálogo intercultural e o seu alargamento progressivo do lazer à vivência
comunitária e à cidadania, pode aproveitar-se para a relação das minorias étnicas, imigrantes e
grupos excluídos com o grupo dominante e com outros grupos minoritários.
2.3. O Benfica é Global
O Benfica, e consequentemente a Fundação Benfica tem adeptos e simpatizantes em todos os
continentes, com particular incidência nas áreas regionais e países onde o Português é
primeira língua. Isto significa que para além do potencial de ligação e comunicação Europa-
Brasil (uma das vagas migratórias principais em Portugal é hoje oriunda do Brasil) existe uma
importante transnacionalidade construída, pela pertença e partilha de valores, para lá do
antigo império português e funcionando como cimento social que pode ser potenciado à
escala global pela veiculação dos valores humanistas, da sustentabilidade social e ambiental,
da diversidade e diálogo intercultultural, da justiça e dos direitos humanos.
Esta dimensão global de base territorial é intensificada por uma outra, também global, de base
sociológica. Em suma, o Benfica, e consequentemente a Fundação Benfica, tem um capital
global raríssimo: a capacidade de comunicar com as elites e com as populações, podendo
colocá-la ao serviço de processos de desenvolvimento humano.
2.3.1- Indicadores
Distribuição territorial dos adeptos do Sport Lisboa Benfica
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África 7.140.690
América do Norte e Central 1.104.182
América do Sul 560.892
Ásia 193.627
Oceânia 15.940
Portugal 4.753.354
Resto da Europa 762.621
Total 14.531.306
Fonte: “Vox Populi” / I.N.E. / Sec. Estado das Comunidades / C.P.L.P.
No que respeita à diáspora portuguesa e às comunidades imigrantes de expressão portuguesa,
bem como aos seus países de origem, o Benfica tem o potencial e as condições operacionais
para a sua re-conexão com sucesso no sentido da cooperação e menos da motivação, efeito
demonstrativo e apropriação de modelos de comportamento e interacção social bem
sucedidos nos diferentes países.
Este é um potencial importante dado que a coexistência interétnica nas áreas críticas urbanas
das periferias é um importante factor de exclusão.
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3. ESTRATÉGIA 2010-2013
3.1. Pilares de intervenção
O Desenvolvimento Social é um processo renovador, integrador, promotor de justiça,
repartição de riqueza e coesão social que se constitui como base da sustentabilidade actual e
futura da vida social. Assenta em valores humanistas e centra-se nas pessoas enquanto
principais actores e beneficiários, no respeito pelo indivíduo e pela diferença.
Baseia-se fundamentalmente na capacidade da sociedade em gerar excedentes e reinvestir
parte dos mesmos na construção do Estado Social, materializando os princípios da
solidariedade e subsidiariedade. Tem também, como pedra de toque, a mobilidade social por
forma a aumentar a base produtiva e diminuir as margens de pobreza, discriminação e
exclusão, no caminho da cidadania plena.
A acção estratégica da Fundação Benfica em matéria de desenvolvimento social assenta em
três pilares fundamentais que atravessam as políticas públicas sectoriais e interceptam acções
transversais temáticas, com destaque para as Autarquias, serviços locais da Administração
Central, ONGs e outros actores locais.
3.1.1. PILAR 1 - Territorialização
Sendo transversais, e portanto afectando toda a sociedade portuguesa, a maioria dos
problemas sociais identificados nos territórios de exclusão, apresentam associações
multiproblemáticas e densidades heterogéneas quanto à sua distribuição territorial, com saldo
negativo para as referidas bolsas de pobreza.
Assim, a abordagem por territórios é considerada estratégica no alinhamento das respostas e
intervenções sociais da Fundação.
Prioridade
Implementar os projectos da Fundação Benfica em territórios onde seja possível capitalizar
experiências e resultados de intervenções integradas anteriores, por forma a garantir boas
condições de arranque e dar continuidade aos processos de desenvolvimento ali iniciados.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
19
3.1.2. PILAR 2 - Informação / Cooperação
A gestão eficaz e eficiente dos recursos existentes em cada território e dos próprios recursos
da Fundação, bem como a sua orientação para resultados, depende em boa medida do
conhecimento das realidades grupais, familiares e individuais.
Assim, salvaguardadas as disposições legais em matéria de protecção de dados, aposta-se, em
cada projecto, na recolha e partilha de informação social pelos intervenientes na gestão dos
apoios sociais bem como na sua utilização ao serviço da cooperação efectiva entre as
instituições (públicas e privadas) promotoras de assistência e desenvolvimento social.
Prioridade
Apostar em parcerias com bom grau de maturidade ao nível da troca de informação e
cooperação institucional, investindo na participação nas redes sociais municipais e de
freguesia e participando nos CLAS (Conselhos Locais de Acção Social). Nos territórios onde
existam, capitalizar resultados dos sistemas de atendimentos sociais integrados e intensificar a
cooperação com os Serviços Locais de Segurança Social e IEFP/Centro de Emprego.
Aprofundar a cooperação com os principais actores públicos (serviços locais da Administração
Central, Institutos Públicos Sectoriais, Autarquias), Associações e ONGs.
3.1.3. PILAR 3 - Contratualização
A contratualização surge como pilar fundamental na relação entre todos os stakeholders, com
particular destaque para os diferentes actores da rede social de suporte, o indivíduo e o grupo
familiar. Assim, é um pilar fundamental na estratégia da Fundação Benfica, criando condições
objectivas para a participação, responsabilização e capacitação individual.
Esta contratualização, embora reguladora de apoios e benefícios, orienta-se para resultados
individuais, sempre que possível vertidos em contratos familiares a acompanhar por gestores
de caso em articulação com a Segurança Social em regime de atendimento integrado. As
vantagens são múltiplas:
Por um lado, no que respeita a acções de carácter assistencialista, o compromisso individual e
familiar tende a garantir um melhor encaminhamento dos recursos para os fins a que se
destinam, reduzindo desperdícios e potenciando os impactos humanitários pretendidos.
Por outro, no que respeita a processos de desenvolvimento social, de elevado investimento a
todos os níveis, o compromisso de um contrato familiar actua como garantia mútua entre
indivíduos-alvo e stakeholders de que todos darão o melhor de si próprios para atingir os
resultados contratualizados.
Prioridade
Territórios onde o Poder Local e as instituições sociais sejam propícios à implementação
desta metodologia inovadora.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
20
3.2. Princípios de intervenção
Desta estratégia, transversalmente aos três pilares apresentados, destacam-se um conjunto de
princípios-chave, que norteiam a acção da Fundação Benfica:
Desenvolvimento Social em vez de “Assistencialismo” (ainda que aceitável
transitoriamente e como acção residual)
Mobilidade Social
Empowerment; Desenvolvimento e capacitação dos individuos e organizações
Subsidiariedade
Envolvimento das populações-alvo
Participação individual e comunitária
Abordagem sistémica à família, centrada no indivíduo
Abordagem aos jovens integrada, em “coorte”
Compromisso e Contratualização (Contrato Familiar)
Testar metodologias inovadoras e replicáveis
Procurar a sustentabilidade futura e efeito de “alavanca” das acções
Parceria e cooperação interinstitucional (Sector Público, Sector Privado e Terceiro
Sector)
Partilha de recursos Público-Privado-Org. Locais
Não discriminação associada a mecanismos e processos facilitadores da igualdade de
oportunidades
Igualdade de Oportunidades
Igualdade de Género
Educação como prioridade para os jovens
Aprendizagem ao longo da vida e valorização de competências
Formação, Emprego e Empreendedorismo para a inserção na vida activa
Envelhecimento activo
3.3. Alinhamento com as estratégias Europeias e Portuguesas
O Plano Estratégico da Fundação Benfica 2010-13 foi concebido em harmonia com os
objectivos e disposições estatutárias e garante, ao nível dos seus objectivos específicos, plano
de acção e metas, nomeadamente:
- Afectação criteriosa e eficiente dos recursos da Fundação e seus financiadores.
- Capacidade de atracção de financiamentos. Articulação estratégica com o a Política
Europeia de Desenvolvimento Regional Sustentável, QREN (POTPH, POR Lisboa), PNE,
PNAI, Estratégia Lisboa 2020. Deste modo, além de uma boa tradução das realidades
socioeconómicas de cada território de intervenção, facilita-se o processo de
modelação de candidaturas a financiamentos externos, nomeadamente comunitários,
bem como a sua competitividade face a outros concorrentes.
- Desenvolvimento de parcerias especializadas com a Fundação Benfica como agente
pivot, dinamizador de meios, influências e recursos da comunidade, mobilizando-os
para o desenvolvimento social através de processos de capacitação.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
21
- Ordenamento interno de recursos financeiros, materiais e humanos bem como
reorientação dos projectos e acções em curso de forma a optimizar custos e
resultados.
3.3.1.1. Nível Europeu: Estratégia Europa 2020
A União Europeia reviu recentemente as estratégias de Lisboa e Gotemburgo, partindo da
constatação preocupante de que não só os seus objectivos não foram atingidos como, as suas
próprias palavras, a crise anulou os progressos recentes:
A recente crise económica não tem precedentes para a nossa geração. Os progressos
graduais do crescimento económico e da criação de emprego verificados durante a
última década foram anulados - o nosso PIB desceu 4 % em 2009, a nossa produção
industrial regressou ao nível dos anos 90 e o desemprego afecta agora 23 milhões de
pessoas - ou seja, 10 % da nossa população activa. A crise foi um tremendo choque
para milhões de cidadãos e expôs algumas fraquezas estruturais da nossa economia.
A nova estratégia Europa 2020 persegue um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo,
fixando três prioridades:
Crescimento inteligente; desenvolver uma economia baseada no
conhecimento e na inovação.
Crescimento sustentável; promover uma economia mais eficiente em termos
de recursos, mais ecológica e mais competitiva.
Crescimento inclusivo; favorecer uma economia com níveis elevados de
emprego que assegura a coesão económica, social e territorial.
Segundo a Comissão Europeia, a acção no âmbito desta prioridade exigirá a modernização e
reforço das políticas de emprego, educação e formação e dos sistemas de protecção social,
mediante a subida das taxas de participação no mercado de trabalho e da redução do
desemprego estrutural, bem como do aumento da responsabilidade social das empresas no
âmbito da comunidade empresarial. Neste contexto, o acesso a estruturas de acolhimento de
crianças e de cuidados para outros dependentes será fundamental. Importa igualmente aplicar
os princípios da flexigurança e facultar às pessoas a aquisição de novas qualificações para que
possam adaptar-se às novas condições e eventuais mudanças de carreira.
O combate à pobreza e à exclusão social e a redução das desigualdades em matéria de saúde,
por forma a assegurar que o crescimento a todos beneficie, exigirá igualmente um esforço
significativo. Será também importante termos capacidade para promover um envelhecimento
saudável e activo da população, para assegurar a coesão social e uma maior produtividade.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
22
A acção ao nível da Comissão Europeia e ao nível dos estados membros, no que respeita à
prioridade “Crescimento inclusivo”, passa pela criação de uma iniciativa emblemática da UE
designada Plataforma Europeia Contra a Pobreza:
Para que a coesão social e territorial permita assegurar uma ampla distribuição dos
benefícios do crescimento e do emprego e para que as pessoas em situação de
pobreza e de exclusão social possam viver dignamente e participar activamente na
sociedade.
i) A nível da UE, a Comissão vai implementar no âmbito da Plataforma europeia contra
a pobreza:
– Transformar o método aberto de coordenação a nível da exclusão social e da
protecção social numa plataforma de cooperação, avaliação pelos pares e
troca de boas práticas e num instrumento de promoção do empenhamento
dos actores públicos e privados na redução da exclusão social, e tomar as
medidas concretas, nomeadamente através do apoio específico do FSE;
– Conceber e executar programas de promoção da inovação social destinados
às camadas mais vulneráveis, em especial propondo às comunidades
desfavorecidas soluções inovadoras em matéria de educação, formação e
oportunidades de emprego para combater a discriminação (por exemplo, dos
deficientes) e desenvolver uma nova agenda de integração dos migrantes que
lhes permita aproveitar plenamente o seu potencial;
– Realizar uma avaliação da adequação e sustentabilidade dos sistemas de
protecção social e de pensões e identificar vias que permitam assegurar um
melhor acesso aos sistemas de saúde.
ii) A nível nacional, os Estados-Membros devem, no âmbito da Plataforma Europeia
Contra a Pobreza:
– Promover a responsabilidade partilhada, colectiva e individual, na luta contra
a pobreza e a exclusão social;
– Definir e aplicar medidas adaptadas às características específicas dos grupos
de risco (famílias monoparentais, mulheres idosas, minorias, ciganos, pessoas
com deficiência e sem-abrigo);
– Mobilizar plenamente os seus sistemas de segurança social e de pensões
para assegurar os apoios adequados ao rendimento e o acesso aos cuidados de
saúde.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
23
As três prioridades europeias desta estratégia desdobram-se em 5 objectivos que enformam
todos os fundos e financiamentos comunitários até 2020:
A taxa de emprego da população com idade entre 20 e 64 anos deve aumentar
para, pelo menos, 75%, contra os actuais 69%, nomeadamente através de uma
maior participação das mulheres e dos trabalhadores idosos, bem como de
uma melhor integração dos migrantes na população activa;
A UE tem actualmente como objectivo investir 3 % do PIB em I&D e irá
simultaneamente desenvolver um indicador que reflicta a intensidade da I&D e
inovação;
Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 20 %
relativamente aos níveis de 1990, ou em 30%, se estiverem reunidas as
condições necessárias; aumentar para 20 % a quota de energias renováveis no
nosso consumo final energético e aumentar em 20 % a eficiência energética;
Quanto ao sucesso escolar, um objectivo que visa reduzir a taxa de abandono
escolar precoce para 10%, contra os 15% actuais, e aumentar a percentagem
da população com idade entre 30 e 34 anos que completou o ensino superior
de 31% para, pelo menos, 40% em 2020;
O número de europeus que vivem abaixo dos limiares de pobreza nacionais
deve ser reduzido em 25%, retirando da pobreza 20 milhões de pessoas (O
limiar nacional de pobreza é definido como 60% do rendimento disponível
mediano em cada Estado-Membro).
Em suma, a acção da Fundação Benfica tem o seguinte enquadramento na estratégia Europa
2020:
- Prioridade – Crescimento inclusivo, com enfoque principal na coesão social e no
combate à pobreza e à exclusão social.
Objectivo – Sucesso escolar: reduzir a taxa de abandono escolar precoce para
10 %
Objectivo 5 – Pobreza; Reduzir o número de europeus que vivem abaixo dos
limiares de pobreza nacionais em 25 %.
- Iniciativa emblemática europeia Iniciativa emblemática da UE «Plataforma europeia
contra a pobreza»
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
24
3.3.2. Nível Nacional
A nível Nacional a missão e acção da Fundação Benfica é consequente na sua orientação
estratégica, objectivos e acções, com diferentes programas Operacionais do QREN, do PNAI e
com organismos do estado como o Ministério da Educação, Segurança Social, IHRU e ACIDI.
Também converge largamente com objectivos financeiramente dotados das principais
Fundações que actuam em Portugal e com um número crescente de empresas com
envergadura que possuem planos de responsabilidade social e/ou sustentabilidade.
No que respeita aos alinhamentos estratégicos fundamentais do Plano Estratégico e às
oportunidades de financiamento daí decorrentes, analisa-se detalhadamente a relação com o
QREN dado o potencial financiador deste Quadro de referência até 2013.
3.3.2.1. QREN
O Quadro de Referência Estratégico Nacional adapta a nível nacional e regional os
instrumentos da Política Europeia de Desenvolvimento Regional Sustentável, materializando as
principais agendas em Programas Operacionais Temáticos e Regionais.
Programas Operacionais Temáticos
POTFC – Programa Operacional Temático Factores de Competitividade
POTPH – Programa Operacional Temático Potencial Humano
Programas Operacionais Regionais
POR – Norte
POR – Centro
POR – Lisboa
POR – Alentejo
POR – Algarve
No que respeita à Fundação Benfica, a mesma encontra enquadramento temático no POTPH e
territorial nos POR referidos, que, em conjunto, constituem o quadro de financiamento de
referência a que se reportarão as candidaturas a desenvolver em cada região alvo.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
25
3.3.2.2. POTPH (2007-2013)
O POTPH, Programa Operacional Temático Potencial Humano, materializa a Agenda Europeia
da Convergência tem quatro objectivos estratégicos.
Ao nível deste programa, a Fundação Benfica contribui decisivamente para:
- Objectivo Estratégico 1 – Superar o défice estrutural de qualificações da população
portuguesa
- Objectivo Estratégico 4 – Igualdade de Oportunidades
Ao nível deste programa, a Fundação Benfica contribui ainda para:
- Objectivo Estratégico 3 - Estimulo à criação e à qualidade do emprego, destacando-se
a promoção do empreendedorismo – nomeadamente de desempregados - e os
mecanismos de apoio à transição que privilegiem o contacto dos jovens com o
mercado de trabalho.
3.3.2.3. POs Regionais (2007-2013)
Os POs Regionais, seguem a Estratégia QREN, e apontam em regra quatro grandes áreas de
actuação estratégica:
Eixo i) Competitividade – a internacionalização como objectivo estratégico para o
desenvolvimento competitivo Regional;
Eixo ii) Dinâmica Territorial – articular e conectar interna e externamente as regiões
através de um desenvolvimento territorial sustentado e qualificado;
Eixo iii) Dinâmica Social – Geração e oferta de oportunidades que permitam processos
de mobilidade social, de aumento de qualidade de vida e da equidade social;
Eixo iv) Governabilidade – a governabilidade e a governança como uma nova cultura
de governo e de administração da Região;
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
26
A acção da Fundação Benfica inscreve-se em particular na área da capacitação institucional
(abaixo exemplo de alinhamento estratégico com o POR Lisboa.
3.3.2.4. Fundações
A Fundação Benfica é ainda compatível com as orientações estratégicas e financiamentos ao
Desenvolvimento, Social, Económico e Humano das principais fundações, que actuam em
Portugal pelo que se preconiza a cooperação institucional com as mesmas.
A estratégia da Fundação Benfica passa, nestes casos por privilegiar parcerias com outras
fundações promotoras da coesão social, integração e igualdade de oportunidades, sem
vocação operacional e interessadas em canalizar investimentos para projectos de
desenvolvimento social credíveis e com ambição e grande abrangência socio-territorial.
3.3.2.5. Empresas
A estratégia da Fundação Benfica passa por envolver em primeira linha e em parceria,
empresas ou Grupos empresariais de grande dimensão, com redes de clientelas socio-
geograficamente abrangentes, designadamente os principais players dos chamados sectores
económicos estratégicos (energia, comunicações, banca) que tenham interesse corporativo em
associar-se à Fundação Benfica e que possuam sistemas internos desenvolvidos e credíveis de
Responsabilidade Social e/ou Sustentabilidade.
O restante tecido empresarial, será também abordado no sentido de colaborações activas
mais localizadas e pontuais, organizadas através de autarquias locais parceiras de projectos da
Fundação na medida da sua disponibilidade e interesses.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
27
Esta cooperação estratégica com as empresas, centrar-se-á essencialmente em:
- Apoios financeiros às iniciativas e projectos da Fundação Benfica.
- Apoio à autonomização de iniciativas emergentes de projectos da Fundação Benfica
- Transferência de saberes, tecnologias e competências de gestão.
- Colaboração em Acções de formação.
- Voluntariado.
3.4. Sustentabilidade
No que respeita à sustentabilidade nas dimensões ambiental a FB promoverá em todos os seus
projectos a cidadania ambiental e práticas redutoras e/ou compensatórias da pegada de
carbono gerada pela sua acção, bem como no conjunto dos territórios e stakeholders da sua
influência.
Ao nível da sustentabilidade social, as apostas centrais na valorização do capital humano e no
combate à exclusão serão os principais contributos da Fundação e a focagem permanente e
transversal a todos os seus projectos.
Relativamente à sustentabilidade económica, que constitui a base para todo o seu campo de
acção, a Fundação tem como grande objectivo para este Plano Estratégico, atingir um rácio de
autonomia financeira superior a 50% e alavancar o crescimento sustentado da sua actividade.
As medidas principais passam por:
Actualizar para os níveis de mercado a valorização do Património nos activos da
Fundação
Aumentar a base de atracção de recursos através do co-financiamento de projectos,
com recurso a parcerias publico-privadas e candidaturas a fundos comunitários.
Definir e negociar modelos de sustentabilidade dos projectos, perfilando a
contribuição da Fundação como “Seed Money” e atraindo parcerias financiadores de
médio prazo a partir deste. Envolver financeiramente os Municípios e organismos do
Estado, Parceiros Estratégicos e Parceiros locais privados em cada território de
intervenção.
Capitalizar a Marca e Universo Benfica para a criação de merchandising e organização
de eventos de recolha de fundos.
Criar mecanismos de participação abrangentes e acessíveis que possibilitem a
contribuição financeira individual para projectos e para a Fundação em geral, quer
através e pequenas contribuições (donativos, campanhas, BVS), quer através de
grandes doações (testamentos, etc).
Criar a possibilidade de consignação fiscal para a Fundação Benfica em sede de
declaração de IRS por parte dos contribuintes.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
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3.6. Modelo de gestão de parcerias locais
Os projectos da Fundação Benfica com envolvimento comunitário desenvolver-se-ão com o
seguinte modelo de gestão e parcerias:
Núcleo de Coordenação e Gestão
Coordenação
Cada projecto é gerido pela Fundação Benfica e coordenados internamente à instituição em
termos de planeamento, gestão, monitorização e avaliação de impactos.
Equipa
Os Recursos Humanos da Equipa serão garantidos preferencialmente através dos recursos
próprios mobilizados para cada projecto, envolvendo financiamento ou co-financiamento
externo relevante.
A equipa da Fundação deverá ser reforçada em função das necessidades dos projectos e do
respectivo recurso à contratação mediante aprovações de candidaturas co-financiadas.
Trabalha em articulação estreita com as parcerias operacionais dos projectos e com os
parceiros estratégicos da Fundação.
Elabora candidaturas, coordena a execução dos projectos e assegura a sua monitorização.
Parcerias Operacionais
Cada projecto a desenvolver terá a sua parceria operacional constituída por elementos do
núcleo de Coordenação e Gestão e pelos intervenientes nas acções, que trabalharão em
articulação estreita.
Compete-lhes executar de forma eficaz e eficiente os projectos e acções nos territórios e áreas
temáticas de intervenção.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
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Parceiros Estratégicos
Articulam acção, aconselham e catalisam a acção executiva do Núcleo Coordenador e das
Parcerias Operacionais. Participam nas comissões de acompanhamento dos projectos, quando
existam, apoiando a Monitorização e Avaliação dos projectos, contribuindo para a sua reflexão
e correcção. Reúnem de acordo com as necessidades do programa e pelo menos uma vez por
ano em sede de Conselho de Parceiros.
Os parceiros estratégicos das parcerias locais consideram-se a dois níveis:
1- Parceiros Estratégicos Nacionais e Internacionais
2- Parceiros Estratégicos Locais
Conselho de Parceiros
Reúne uma vez por ano, competindo-lhe apoiar a reflexão sobre a Monitorização e Avaliação
dos projectos, contribuindo para a sua correcção.
[PLANO ESTRATÉGICO 2010-2013] 3 de Novembro de 2010
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3.7. Objectivos estratégicos
Partindo da visão, missão, objectivos, públicos e acções consignadas nos seus estatutos,
efectuou-se o posicionamento da Fundação Benfica no contexto socioeconómico actual, em
Portugal, na Europa e no mundo de relação Benfica, no que respeita aos aspectos pertinentes
externos e internos ao Grupo Benfica com interferência decisiva no desempenho da Fundação.
Desta análise, resultou um conjunto de objectivos estratégicos em 13 áreas, alcançáveis num
horizonte de três anos e procedeu-se à sua planificação.
Por facilidade de leitura, os objectivos em causa encontram-se organizados em tabelas, que a
seguir se apresentam.
T 1
T 2
T 3
T 4
T 1
T 2
T 3
T 4
T 1
T 2
T 3
T 4
1.1.1. Ser líder ao nível da Responsabilidade Social dos Clubes,
tornando-se no modelo seguido por todos, criando e
difundindo saber entre os pares da FB e liderando projectos
emblemáticos em parceria com este sector.
1.1.2. Criar um "Think Tank" FB com personalidades de
referência (Conselho Consultivo)
1.1.3. Inscrição no Centro Português de Fundações (CPF)
1.1.4. Participação com apresentação de comunicações em
conferências, seminários, etc com valia técnica e em sedes de
excelência.
1.1.5. Criar um sistema de Monitorização trimestral de
referência no sector (1ª fase) e de Avaliação externa (2ª fase,
após monitorização)
1.2 Reconhecimento e afirmação técnica de Excelência em Inovação Social
1.2.1. Criar uma Iniciativa Emblemática transversal (SELO
BENFICA INOVA), fortemente mediatizada e promovida nos
meios especializados , com visibilidade para a FB, os seus
públicos, parceiros e patrocinadores e tónica distintiva na
Inovação Social.
1.3.1. Gestão de equipa em rotatividade com periodicidades
proporcionais aos respectivos níveis de responsabilidade e
coordenação.
1.3.2. Estabelecimento de um programa de formação interna e
de procedimentos padrão, veiculados pela coordenação, por
manuais de procedimentos e pelo estabelecimento de uma
comunidade de prática.
2.1.1. Criar e apresentar um Plano de Internacionalização para
a Cooperação e Desenvolvimento nos países e comunidades
portuguesas de Língua Portuguesa
2.1.2. Desenvolver actuação no terreno em parceria com
organizações locais
Criar e consolidar uma equipa técnica transdisciplinar e polivalente
com capacidade de inovaçção, planeamento e execução operacional,
capaz de conduzir e replicar a implementação dos projectos da
Fundação com eficácia e eficiência e de forma consequente com a
visão, missão e objectivos da organização.
1.3.
Reconhecimento pelos pares e parceiros institucionais da Fundação1.1
Capacitação
Institucional1
OBJECTIVO ESTRATÉGICOÁREA OBJECTIVOS ESPECÍFICOS / ACÇÕES
2010 2011 2012
2 2.1
Acompanhar a vocação Global do Benfica cobrindo geograficamente a
implantação dos países e comunidades portuguesas de Língua
Portuguesa
Internacionalização -
Cooperação no
universo lusófono
T 1
T 2
T 3
T 4
T 1
T 2
T 3
T 4
T 1
T 2
T 3
T 4
OBJECTIVO ESTRATÉGICOÁREA OBJECTIVOS ESPECÍFICOS / ACÇÕES
2010 2011 2012
3.1Afirmar e integrar a FB na Europa com vista à captação de fundos da
União Europeia
3.1.1. Inscrição da FB como membro de algumas redes
europeias de referência como o QEC- Urban Regeneration
Areas Network, EUKN (European Urban Knowledge Network,
SLATO),, UN Global Compact, etc.
3.2Afirmar e itegrar a FB na Europa com vista ao alargamento operacional
aos países com maior presença Portuguesa
3.2.1. Realizar acções de grande visibilidade e impacto europeu
no âmbito da integração de crianças e jovens em risco,
minorias etnicas e imigrantes.
4.1.1. Cotar a FB na BVS, com indexação clara das
contribuições aos diferentes projectos da FB no terreno a fim
de criar dinâmicas participativas e de proximidade.
4.1.2. Acções de grande visibilidade mediática e retorno para
os patrocinadores.
4.1.3. Bolsa de parceiros estratégicos com escala, líderes no
seu sector e com poder financiador (EDP, PT, GALP, grandes
empresas Nacionais e Multinacionais).
4.1.4. Definir e negociar modelo de sustentabilidade dos
projectos numa lógica de "seed-money", perfilando
investimentos iniciais de alavancagem e atraindo às parcerias
financiadores de médio prazo a partir desta fase inicial.
4.2.1. Leilões; Eventos de angariação conjuntos com parceiros
fortes; testamentos; consignação fiscal; pontos a protocolar.
4.2.2. Criar a possibilidade de consignação fiscal para a
Fundação Benfica em sede de declaração de IRS por parte dos
contribuintes.
4.3Atingir um rácio de autonomia financeira suficiente para alavancar o
crescimento sustentado da sua actividade
4.3.1. Actualizar para os níveis de mercado a valorização do
Património nos activos da Fundação
5 Excelência 5.1
Cultivar e promover a excelência, centrando a acção da Fundação no
encontro da excelêncioa da marca Benfica com a descoberta e
desenvolvimento de talentos. Promover a excelência individual dos
jovens nos principais sectores de inovação da economia nacional,
afirmando o papel do benfica no desenvolvimento do Capital Social
Português, designadamentre no seio das bolsas de exclusão.
5.1.1. Projecto "Tu és um Ás!". Lançar um projecto à escala
nacional de detecção e desenvolvimento de talentos.
3
4.1
4
Estabelecer mecanismos de participação individual de forma a garantir
sustentabilidade social e económica dos projectos.
Sustentabilidade
Capitalisar a marca Benfica e atrair recursos, apostando pontualmente
em parcerias estratégicas com entidades financiadoras e mecanismos
de participação da sociedade civil (organizada e individual).
Cultivar e comunicar uma lógica de "Seed Money " - utilizar os recursos
financeiros da Fundação para alavancar a dimensão financeira dos
projectos da FB, aumentando a sua visibilidade e o retorno para os
financiadores e stakeholders, estabelecendo parcerias publico-privadas
de forma a garantir sustentabilidade social e económica dos projectos.
Internacionalização -
Cooperação Europeia
4.2
T 1
T 2
T 3
T 4
T 1
T 2
T 3
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T 1
T 2
T 3
T 4
OBJECTIVO ESTRATÉGICOÁREA OBJECTIVOS ESPECÍFICOS / ACÇÕES
2010 2011 2012
7 Entrar na Academia 7.1
Afirmar o desporto como valor em si mesmo para o desenvolvimento
humano e como veículo e estratégia de combate à exclusão e de
mobilidade social.
7.1.1. Produzir e disseminar conhecimento, nomedamente
através da ligação da sociedade civil à universidade e ao estado
com ancoragem nos territórios de intervenção prioritária.
8.1.1. Colaboração ao nível da definição de orientações e apoio
operacional na medida das disponibilidades, nas àreas-chave:
Marketing; Comunicação; Dep. Futebol e Presidência.
8.1.2. EXPO itinerante acompanhada de sessões de
esclarecimento e motivação nas Casas do Benfica com
proximidade aos terreitórios de intervenção operacional FB.
6.1.1. Implementar projectos que cubram tematicamente os
principais problemas da sociedade portuguesa, enquadráveis
no objecto social da Fundação, bem como produzam
eficientemente a presença da FB de forma homogénea no
território, descolando desde o início das dimensões AML e
litoral continental.
Ganhar Escala
Ganhar escala e produzir um efeito demonstrativo de forma a
aumentar a visibilidade da Fundação e acompanhar a universalidade
geo-social do Benfica, bem como aumentar a sustentabilidade
económica e social dos seus projectos.
6.16
Capital Humano
8
Investir na formação de capital humano, designadamente no
desenvolvimento pessoal e social das criança e jovens em risco e/ou
situação de exclusão.
9.199.1.1. Implementar o projecto "Para ti Se não faltares" a nível
nacional, no litoral e interior, em meio urbano e rural.
Afirmar internamente ao Universo Benfiquista o papel relevante do
exercício da responsabilidade social do SLB através da FB, estimulando
a participação departamental e individual e partilhando acções e
resultados como obra de todos os benfiquistas.
Conquistar o Benfica 8.1
T 1
T 2
T 3
T 4
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OBJECTIVO ESTRATÉGICOÁREA OBJECTIVOS ESPECÍFICOS / ACÇÕES
2010 2011 2012
10Assistência
Humanitária10.1
Intervir junto da população sem-abrigo, criando condições de
assistência na área social e de prevenção em saúde, assim como da sua
motivação e capacitação para a mobilidade social sempre que possível.
10.1.1. Conceber um plano de acção INOVADOR e específico
neste domínio agregador de vontades, parcerias e recursos em
torno da iniciativa da Fundação Benfica
11.1
Combater a exclusão junto das comunidades migrantes, nos planos da
Emigração (comunidades portuguesas no mundo) e da Imigração
(PALOP, Brasil, Leste Europeu e outros), fomentando a interacção
entre as comunidades de acolhimento e os imigrantes.
11.1.1. Promover competições desportivas de grande
visibilidade e dimensão europeia assente no futebol e na
marca Benfica, através de parcerias com outros grandes clubes
europeus com responsabilidade social modelo.
11.2
Potenciar a interacção social e económica via cooperação entre as
diferentes comunidades de cada diáspora como oportunidade de
desenvolvimento, usando os dois factotres de ligação/comunicação de
que a FB dispõe e que a distinguem dos outros agentes sociais: A língua
e o Benfica.
13.1.1. Criar mensagens e suportes comunicacionais para o
público em geral e segmentado: Individuos; Organizações da
Sociedade Civil, Estado e Autarquias; Sector privado;
orgnaizações Humanitárias e Internacionais (CV, ONU, etc)
12 Recentrar a missão 12.1
Recentrar a missão da Fundação no desenvolvimento social como
estratégia para o combate à exclusão e acesso de todos às diferentes
dimensões do desenvolvimento humano.
14.1.1. A FB mantém-se como Player de referência na esfera
social com tónica distintiva no desporto, agregando em torno
de si a actuação dos outros players das diferentes áreas,
preenchendo lacunas, induzindo inovação, criando e liderando
dinâmicas locais, gerando sinergias e energizando processos
com o poder de penetração conferido pelo branding Benfica.
13 Ser Parceiro Social 13.1Participar de pleno direito nos centros de decisão, consertação social e
formação de opinião entre o Estado e a Sociedade Civil.
13.1.1. Integrar as redes sociais e os Conselhos Locais da Acção
Social dos Municípios onde a FB tem intervenções e projectos
com intensidade e permanência razoáveis.
Migrações11