Pequi Magazine - Colheita 04

50
R$ 7,90 | Agosto/2010 www.pequi.tv N º 4 Colheita 1 Beto GUEDES BASÍLICA DE SÃO GERALDO UM TESOURO DE NOSSA CULTURA A Pequi entrevista Beto Guedes na gravação de seu DVD. Um show memorável! Hidrelétrica Retiro Baixo OBRA GRANDIOSA, COM INICIATIVA SOCIAL SAIBA O QUE USAR NESTE VERÃO Dicas para você arrasar DESTAQUES SOCIAIS Aniversário de CLARA FRANCO DINIZ Notáveis do Vale do Jequitinhonha R$ 7,90 | Setembro/2010 www.pequi.tv N º 4 Colheita ENTREVISTA EXCLUSIVA com Ângelo Antônio, o “Chico Xavier”

description

Colheita/Edição 04 da Revista: PEQUI MAGAZINE ₢. Uma publicação de: Agência Meta Propaganda e Marketing Diretor / Editor Responsável: Alexandre Benony Coeditor responsável: Filipe Gutfraind Localidade: Curvelo MG

Transcript of Pequi Magazine - Colheita 04

R$ 7,90 | Agosto/2010www.pequi.tv

nº4Colheita

1

Beto GUEDES

BASÍLICA DE SÃO GERALDOUM TESOURO DE NOSSA CULTURA

A Pequi entrevista Beto Guedes na gravação de seu DVD. Um show memorável!

Hidrelétrica Retiro BaixoOBRA GRANDIOSA, COM INICIATIVA SOCIAL

SAIBA O QUE USAR NESTE VERÃO Dicas para você arrasar

DESTAQUES SOCIAISAniversário de CLARA FRANCO DINIZ

Notáveis do Vale do Jequitinhonha

R$ 7,90 | Setembro/2010www.pequi.tv

nº4Colheita

ENTREVISTA EXCLUSIVA com Ângelo Antônio, o “Chico Xavier”

2 32 3

m a g a z i n e

Agradecimentos

Diretor / Editor Responsável:Alexandre Benony.

Editor Colaborador:Carlos Ribas

Coeditor responsável:Filipe Gutfraind

Diretor de Redação:Newton Vieira

Diretor de Criação:Alexandre Benony

Direção de Arte, Projeto Gráfico e Edito-ração:Filipe Gutfraind

Colunistas e Articulistas:Alexandre Benony, Carlos Ribas, Filipe Gutfraind, Newton Vieira, Acidália Lisboa, Fred Vidal dos Santos, Silvio Ribas, Henrique Gutfraind, Joelma Santos, Fernanda Motta, Júlia Andrade Ramalho, Padre José Maurício de Araújo, Marco A. Simões Pimenta, Ives Gandra da Silva Martins, Theodomiro Paulino.

Redatores: Alexandre Benony, Newton Vieira, Danilo Galvão.

Revisão de Texto:Newton Vieira.

Fotografia e Tratamento Digital:Alexandre Benony, Oscar Santos e Filipe Gutfraind.

Administração:Meire Sampaio e Alexandre Benony

Departamento Comercial:Meire Sampaio, Mauro Lumen e Wanderlei

Publicidade :Meta Propaganda e Marketing - 38.3721-8081.

Periodicidade:Trimestral.

Impressão:Gráfica e Editora Milenium – Belo Horizonte/MG.Distribuição e Logística:Meire Sampaio

Atendimento ao Leitor:[email protected](38)3721-8081

A revista Pequi Magazine não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios e artigos assinados. As pessoas constantes do expediente não podem falar em nome da revista Pequi Magazine ou retirar qualquer tipo de material, exceto com autorização expressa do editor responsável.

Caríssimo leitor:É com sumo prazer que editamos a PEQUI MAGA-ZINE, agora em seu quarto número, ou, como já nos acostumamos a dizer, em sua quarta colheita.Desde o início, são muitos os desafios. Afinal, fazer comunicação no interior, com o objetivo de man-ter a qualidade do trabalho e agradar ao patrão, isto é, a você, e também aos parceiros, nossos amigos anunciantes, constitui tarefa das mais difíceis.No entanto, com o apoio de nossa aguerrida equi-pe e de pessoas abnegadas e amantes da cultura, conseguimos, modéstia à parte, a façanha de do-tar a região centro-norte mineira - e por que não dizê-lo? - o próprio Estado, de uma publicação digna da inteligência de nossa gente.A todos que, direta ou indiretamente, ajudam-nos a escrever mais este capítulo na história da im-prensa brasileira, externamos sinceros e profun-dos agradecimentos. Boa leitura!

A Revista Pequi Magazine é uma publicação da Meta Pro-paganda, localizada na Rua Riachuelo, 45 – CentroCurvelo – MG. 38.721-8081 www.agenciameta.com

Carta do Editor

m a g a z i n e

Expediente

05

Sumário

Pequi CARDERNOS

Pequi COLUNAS

Pequi PANORAMA

Pequi NEWS

Pequi EDITORIAL

Pequi CONECTADO

A natureza pode ser considerada por muitos como algo abstrato. Uma expressão que leva a conceitos ligados às condi-ções ideais do meio ambiente e seus sistemas de vida combi-nados em harmonia. A expressão “A natureza é sábia” tem lá seu fundo de verdade. Afinal, aquilo de que não temos o domínio, sobretudo pelo crivo da ciência, costumamos atribuir ao poder maior das forças que buscam o equilíbrio.

O homem faz parte dessa organização, mas só ele pode de-cidir sobre o que fazer ou deixar de fazer para mudar o destino dessa harmonização. Como ser vivo errante, que erra, exagera e deseja sempre mais do que precisa, ele é autor de seu destino, tanto do individual quanto do coletivo. Ele intervém e toma pelas mãos esse poder de interferência em todo o sistema. Esse sistema já é complexo, e o homem tende a complicá-lo ainda mais. Daí o novo e cada vez mais indispensável conceito de “sustentabilida-de”. Esse se faz presente nas nossas vidas, pois há, sim, meios que justificam os fins. E a coexistência entre o homem e os recursos naturais do planeta pode, sim, ser equacionada de maneira racio-nal e sustentável.

O termo “ecologia”, hoje, infelizmente, traz um clima ro-mantizado para os compromissos que temos de assumir em rela-ção à harmonia que a humanidade busca ter na exploração dos recursos “naturais”. Mas o ser “ecológico” pode até sair de moda, mas nunca o planeta se alinhou tanto ao entorno do conceito de sustentabilidade. Problemas como a exploração vegetal, mineral e animal (para o consumo), a destinação e processamento do lixo e as emissões de gases que afetam o aumento da temperatura global (efeito estufa) e do buraco na camada de ozônio, fazem a humanidade refém das “opções” que tem para a garantia do seu futuro.

Mas por que tocamos nesse assunto aqui e agora? É que a revista Pequi Magazine também tem seu compromisso com

Carta do Editor Cartas do Leitor Beto Guedes

Na Encruzilhada da Democracia Eu voto na Educação Hidrelétrica Retiro Baixo Em honrra a São Geraldo Basílica de São Geraldo: Um tesouro de nossa cultura

a sustentabilidade e com a preservação das várias espécies do cerrado, inclusive daquela que lhe empresta o nome. E, recentemente, Curvelo perdeu um de seus mais ilustres eco-logistas, cuja vida foi dedicada ao estudo e preservação do meio ambiente. Ele lecionou Ecologia e se notabilizou como um dos pioneiros no Brasil.

Trata-se de Vicente de Oliveira Torres. Filho de Oliveiro de Oliveira Torres e Maria Augusta de Oliveira Torres, Vicente, logo que saiu do seminário, casou-se com Maria Diniz Torres e com ela constituiu família e se radicou em Ibirité (região metropolitana de Belo Horizonte). Lá foi professor na institui-ção que ajudou a fundar, a “Fazenda do Rosário”. Em Ibirité, adquiriu um sítio e, contra tudo e contra todos, resistiu à es-peculação imobiliária, às invasões e fez da sua propriedade autêntico viveiro de experiências botânicas, área de preserva-ção e refúgio de contemplação e reflexão sobre a natureza e seus destinos.

Amigo de infância de João Guimarães Rosa em Cordis-burgo, “Professor Vicente” fora citado pelo mestre na famosa “Carta aos Curvelanos”. O autor de “Grande sertão: veredas” se referiu aos agradáveis e reveladores momentos que passaram juntos na Fazenda do Remanso. Talvez esse fato nos ajude a entender a impressionante relação de ambos com a natureza em suas “travessias”.

Filhos do Sertão, os dois sabiam quão tênues eram as mexidas e remexidas, os entrelaçamentos das linhas e entre-linhas dos destinos. João Rosa, recomendado pelos médicos a não ter grandes emoções, adiou a posse na Academia Bra-sileira de Letras por várias vezes. Mas, um dia, não teve como adiá-la mais. Também não conseguiu adiar o destino nem o próprio “encantamento”. Já o professor Vicente, com idade avançada, insistia em ir contra a própria compleição física e resolvia, ele mesmo, os manejos das árvores já mortas no sítio. Num desses dias de esforço, sofreu um acidente que o deixa-ria em cadeira de rodas por treze anos. Uma galha o atingiu. O mais impressionante, no entanto, ainda estava por vir. E veio. Treze anos depois, no mesmo lugar e dia da folhinha. Mas, dessa vez, seria o acidente fatal.

O que fica para nós, para a humanidade, além de seus exemplos de dedicação e amor à natureza, é a forma como a causalidade se apresenta na vida. É implacável a chamada for-ça do destino. Mas antes estar dentro dessa complexidade e, daí, atingir um status diferenciado diante da inexorabilidade da morte, do que apenas saber-se realizador de algo em prol desta ou daquela causa, de um ideal, de uma continuidade do nosso futuro.

Fica aqui a interrogação sobre o quanto vale a pena, ao menos, refletir sobre o cerrado, o pequi e outros temas fun-damentais, entre os quais a vida e a morte. Com essa reflexão aceitaremos, com serenidade, esta grande certeza: mais cedo ou mais tarde, a vida há de encontrar-se na sua encruzilhada. Aí ocorrerá a Travessia.

Da travessia da vida à travessura do destino: viva a natureza!

Carlos RibasE-mail: [email protected]

Pequi RUNWAY Verão sem dúvida Pequi EDUCAÇÃOO incrível poder dos sinais de pontuação O que Deus uniu a vírgula separa Pequi AVENTURATest drive do novo UNO Way Pequi POESIAA beleza dos versos de Thereza Perácio Pequi CHEFF’SRoteiro gastronômico

30 anos de Forró Sete Lagoas, obra aberta Mercado de Montes Claros entra em reforma Contra a corrente Expansão é meta do Grupo Nanda O lucro verde das frutas do cerrado Bruna Lages, uma estrela em ascensão

Terceira colheita feliz Pequi Vip - Alexandre Benony Acidália Lisboa Balaio de gatas

Você quer ser líder? Angelo Antônio “encarna” Chico Xavier Instituto Pedro Arthur Cássio de Souza, artista completo

Pequi EDITORIAL 05

0706

A edição da revista Pequi Magazine agradece a todos que se manifestam sobre seu conteúdo e informa que, dependendo do assunto e da disponibilidade de espaço, as correspondências são publica-das no todo, em parte ou tão somente mencionadas. Solicitamos portanto a compreensão de nossos leitores.

Pequi PANORAMA

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Dona RemyEx-Cozinheira de MICHAEL JACKSON

LUIZA PINTO ANDRADE

LEITORA PEQUI MAGAZINE agradece a todos que enviaram

cartas à Redação. Todas as correspondências foram lidas com vivo interesse por nossa equipe. Afinal, a opinião do leitor ajuda-nos no aprimoramento de nosso projeto edi-torial, incentivando-nos à constante busca da excelência, e serve de bússola em nossas ações rumo ao futuro. Prezado leitor, continue a nos prestigiar com sugestões, aplausos ou críticas. Estaremos sempre a seu dispor. Para obter mais in-formações, acesse nosso sítio www.pequimagazine.com.br.

panorama REGIONAL“AVE, JOÃO”

Gráfica e Editora Bra-sil, 142 páginas, ilustrações de Eliége Jachini. Nesse li-vro, a memorialista Enny Guimarães de Paula, 90 anos, reúne informações sobre seu primo famoso, o brilhante escritor João Gui-marães Rosa (1908-1967). O trabalho – justifica a autora na introdução – “foi escrito para isso, para contar o que existe de Joãozito em mi-nhas lembranças”. Segundo ela, a ideia era “prestar-lhe [a Rosa] minha homena-gem, devolvendo-lhe toda a amizade e carinho que ele sempre me dedicou”, expli-ca. A obra tem “orelhas” as-sinadas pelo presidente da Academia Cordisburguense de Letras, o sociólogo, advo-gado e professor Raimundo Alves de Jesus, e outro texto de apresentação da lavra de Carmem Schneider Guima-rães. Dona Enny pertence à Academia Curvelana de Letras e preside a Academia Familiar de Letras João Gui-marães Rosa – Afal.

Por: Newton Vieira

“CURVELO: UM LUGAR COLONIAL”

Esse livro de 137 páginas (Belo Horizonte: Sografe Editora e Gráfica Ltda.), reúne os estudos “A nossas origens”, “O Padre Antônio Corvelo de Ávi-la” e “A Inconfidência de Curvelo de 1776”, de auto-ria, respectivamente, dos professores e historiado-res Henrique Duarte Gu-tfraind, Élvia Maria Antônio

“SEDE DE DEUS”Esse o título do mais

recente CD do cantor e compositor Mauro Lume, gravado no Rio, no “Rewel Studios”, de Cassiane, famo-sa cantora evangélica. Nas-cido em Juiz de Fora, Mauro viveu em Curvelo na década

voltou a morar em terras curvelanas. Atendendo a insistentes pedidos, reto-ma a carreira artística e já se apresenta nos melhores palcos do centro-norte de Minas. Vá com tudo, Mau-ro!

CLARA NUNES Na primeira

quinzena de agosto, Caetanópolis viveu as emoções do 5º Festi-val Clara Nunes, even-to comemorativo do aniversário natalício da imortal cantora nascida naquela cidade. Entre as atrações, Zélia Dun-can, Renato Teixeira e a Velha Guarda da Por-tela.

e Geraldo Rodrigues Álvares. Os au-tores nos mostram, em percucientes análises, como se construiu a História desta nossa região no século XVIII. A obra é fruto de projeto desenvolvido pela Coordenação do Centro de Pes-quisa e Extensão à Comunidade, da Faculdade de Ciências Humanas de Curvelo (Cepec/Facic), em parceria com a equipe de Estudos Sociais do Instituto Santo Antônio. No entender

de 1980, quando se tornou um dos fundadores do gru-po Relações Humanas, cujo trabalho influenciaria artis-tas de sucesso, a exemplo de Alexandre Benony, hoje diretor-presidente da PEQUI. Este ano, o respeitado instru-mentista (toca violão e gaita)

ENCONTRO DE ARTE E CULTURADe 25 de setembro a 2 de outubro, em Morro da Gar-

ça, o Circuito Turístico Guimarães Rosa, em parceria com o Poder Público e outras entidades, promove o XV Encontro de Arte e Cultura “Aos Pés da Pirâmide do Sertão”. Oficinas, espetáculos teatrais, canto e dança, homenagens, declama-ção de poemas, lançamento de livro e barraquinhas com be-bidas e comidas típicas são algumas das atrações. Destaque para a abertura da Cozinha Sertaneja, na Casa da Cultura do Sertão. Por falar no Circuito Turístico Guimarães Rosa, reco-mendo a visita ao sítio: www.circuitoguimaraesrosa.com.br.

DIAMANTINATerra onde se respira cultura o tempo inteiro, Diaman-

tina sedia, na tarde de 23 de setembro, no auditório da Casa da Glória, o seminário “O RELATO DAS AÇÕES DOS ÚLTIMOS 10 ANOS”. A promoção, comemorativa dos 100 anos da Tri-lha Verde da Maria-Fumaça, leva a marca do Circuito dos Diamantes e da ONG Caminhos da Serra. Envolve, além do berço de JK, os municípios de Gouveia e Monjolos. Falando em Diamantina, a cidade está em festa. O motivo? A reforma do Cine-Teatro Santa Isabel.

FESTAS DE AGOSTOMontes Claros, torrão

natal de Yara Tupinambá, enfeitou-se de laços e fitas, de cores variadas, para as tra-dicionais Festas de Agosto.

Catopês, marujos e cabo-clinhos saíram novamente às ruas e prestaram culto a Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Divino Espírito Santo. No ano pas-

sado, essas manifestações folclóricas e religiosas fo-ram destacadas em repor-tagem e na capa da PEQUI. MAGAZINE., colheita: 4.

de mestre Geraldo Álvares, Curvelo era, naqueles idos, “um lugar colo-nial tão longe e, ao mesmo tempo, tão próximo do controle exercido pelas autoridades metropolitanas no conturbado século XVIII”.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mario Paris

EUA - LOS ANGELES - CALIFORNIA

BRA - RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO Cantor lírico, compositor, diretor e ator

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geraldo Gabriel

BRA - MINAS GERAIS - CURVELOAposentado

“Vivo numa cadeira de rodas, e a minha maior alegria é receber a PEQUI MAGAZINE, que traz até mim as boas notícias de Curvelo e da região. O pessoal da revista não sabe o bem que me faz! Parabéns a eles pelo belo trabalho!”

“Achei a PEQUI MA-GAZINE uma revista exce-lente. Iniciativa fantástica. Impossível comentar todas as matérias. São todas ricas de conteúdo. Mas destaco o artigo de Newton Vieira sobre o hífen, assunto es-pinhoso da Língua, e, tam-bém dele, a entrevista com Dona Remy, cozinheira do astro Michael Jackson”.

“Há muito tempo eu não via publicação assim, de nível tão bom. Mas ques-tiono uma coisa: não falta na PEQUI alguma matéria mais voltada para o públi-co feminino, algo referente à moda, por exemplo? De qualquer forma, Alexandre e equipe estão de para-béns”.

“Alexandre Benony é filho de meu saudoso amigo Pedro Magno, o homem que mais me incentivou a abra-çar o jornalismo. Conheço-o desde que ele era pequeno. Sei que, na inteligência, pu-xou ao pai. Por isso não me admira que ele agora nos brinde com essa beleza de PEQUI MAGAZINE. Obrigado, Alexandre, pela homenagem prestada a CN!”

“Li com atenção as excelentes matérias de PE-QUI MAGAZINE. Difícil dizer qual delas impressiona mais. Devo, porém, confessar meu interesse pela referente ao Kobufest, evento de suces-so em minha terra, e pela que trata do livro ‘Crônica da Casa Assassinada’, obra-prima de Lúcio Cardoso”.

“A revista PEQUI MAGAZINE é ótima. Traz reportagens e artigos bem-escritos e variados. Fi-quei feliz de ter uma trova minha publicada em veí-culo tão valioso. Espero ser sempre distinguida com um exemplar”.

“Achei a PEQUI MA-GAZINE um espetáculo de revista, tanto pelo conteú-do quanto pela forma. Em nada fica a dever a grandes publicações, a exemplo da BRAVO”.

“Sinceramente, ado-rei a revista PEQUI MAGAZI-NE. É bem-ilustrada, informa-tiva, moderna e nos oferece verdadeiro banquete à mesa da literatura erudita, com assuntos interessantes e va-riados. Parabéns aos idealiza-dores e colaboradores!”

“Que surpresa agra-dável essa PEQUI MAGAZI-NE! Li, com vivo interesse, todas as matérias. São as-suntos que dizem respeito, de modo especial, à arte, à cultura e à preservação da natureza. Gostaria de desta-car as trovas do Padre Celso de Carvalho, que eu, confes-so, conhecia muito pouco. Parabéns, equipe PEQUI!”

“Gostei de tudo na PEQUI MAGAZINE. A revista traz matérias interessantes, voltadas para os diversos ra-mos do conhecimento. Pra nós, que somos estudantes, torna-se publicação de lei-tura obrigatória. Benony e o pessoal de sua equipe se esmeraram, conseguindo oferecer ao leitor produto de alta qualidade”

“Maravilhosa a revista PEQUI MAGAZINE. E é da minha terra, Cur-velo, que tanto adoro. Parabéns ao diretor, Alexandre Benony, e a toda a sua equipe, em especial ao meu querido amigo Newton Vieira”.

“Desde que cheguei a Los Angeles, não paro de, calmamen-te, folhear a PEQUI. Que orgulho e admiração! A revista era uma ne-cessidade que, graças a pessoas trabalhadoras e idealistas, agora recebemos, quentinha, viva como o amanhecer. Parabéns, Alexandre e equipe!”

KLÉBER ROCHA RAIMUNDO MARTINS

IRINEU BITTENCOURT CONCEIÇÃO PARREIRAS ANNA REGINA M. DINIZ

MERCÊS MARIA MOREIRA JOSÉ OUVERNEY CHARLES GONÇALVES

(Dona de casa – Corinto/MG) (Escritor, jornalista e professor – Ponte Nova/MG)

(Jornalista e empresário, diretor-presidente do CN)

(Advogado, consultor jurídico da Prefeitura de Gouveia/MG)

(Escritor, jornalista e professor – Ponte Nova/MG)

(Jornalista e empresário, diretor-presidente do CN)

(Escritora internacionalmente premia-da, autora de “Bam-ba-la-ão,

sinhô capitão” – BH/MG)

(Magnífico Trovador, escritor e jornalista – Pindamonhangaba/SP)

(Estudante em Sete Lagoas, funcionário da Prefeitura

Municipal de Curvelo)

Pequi EDITORIAL

Cartas do0706

08 09

Therezinha Martins Perácio de Paula, que assinava literariamente como T. M. Pe-rácio, era curvelana da gema. Nasceu em 4 de novembro de 1929, filha de Antônio Perácio Filho e Conceição Martins Perá-cio. Perdeu a mãe muito cedo, indo mo-rar com a avó Maria Roberta (Beta) e a tia Maria José (Zeca), no sobrado da família, onde passou a infância e a mocidade. Es-tudou as primeiras letras na Escola Normal e, com o fechamento desta, transferiu-se para o Liceu Mineiro. Fez o curso Normal no Instituto Santo Antônio, em Curvelo, e no Colégio Sacré-Coeur de Marie, em Belo Horizonte, onde teve curta experiência como professora primária. Na terra natal, secretariou a Escola de Comércio e lecio-nou Desenho e Português no Colégio Pa-dre Curvelo.

De seu casamento com Vicente Soa-res de Paula, falecido em 1975, nasceram os filhos Martha (divorciada), Adriano (sol-teiro), Cássio (casado com Cláudia Mas-carenhas de Paula), Rachel (casada com André Marques da Silva Maia) e Myrian (casada com Maurício Vieira Diniz). São seus netos: Gustavo, Marcella, Ma-riana, Daniel, Marina, Alice, Sofia e Al-berto (casado com Érika Chaves Diniz). Deixou uma bisneta: Laura. Sobrevive-lhe a irmã Mary Perácio Pitangui.

T. M. Perácio colaborou com po-emas e crônicas em “Tribuna”, “CN”, “O Pão de Santo Antônio”, “Acaiaca e Anuário Curvelano”. Publicou seus versos nos livros “Colcha de Retalhos” (Editora Comunicação) e “Colcha de Retalhos - Vol. II” (Livraria Del Rey Edi-tora), com elogios críticos de Maria Ri-beiro Pires, da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, e do ines-quecível filósofo e poeta Padre Celso de Carvalho.

Morreu a 5 de abril de 2010, numa tarde idêntica à que ela própria descreveu no poema a seguir.

Pequi POESIA

Como está linda a tarde!Surpresa e encantadaeu me quedo a contemplá-laextasiada!...Um misto de corese deslumbramentouma agonia de luzum doce encantamento!...

Paixão estonteantede fogo que o céu incendeiaazul Hortência deslumbrantede nuvens que se esfumame essa frouxa luzúltimo olhar de um solagonizante.

A palmeira esguiacom os leques espalmadosaconchega o poentenos braços descarnados.Que tristeza há dentro

Últimas pétalas T. M. Perácio

Quando tudo sorri nesse encanto de vida, como cores bizarras de alegre paisagem, eu vago como louca e assustadora imagem, deserta de carinho, estranha e foragida.

Busquei-te sempre em vão. Eis-me agora vencida; eu não pude alcançar a tão linda miragem. Suspirando a tremer, à sombra da ramagem, eu me deixo ficar sozinha e esquecida.

Apoteose! Luz! A manhã surge calma e, na aurora da vida, eu já creio sentir este frio de morte que me invade a alma!

O amor me fugiu como linda quimera, uma rosa em botão, desfolhando ao se abrir... Por que morrer assim, em plena primavera?!

A beleza dos versos de THEREZA PERÁCIOVIDA E MORTET. M. Perácio

Texto, por . . . . . . . . . . . . .Newton VieiraPoesias, por . . . . . . . Thereza M. Perácio

em mime que beleza em tudonessa tarde tão deslumbrante assim!

Embebida nesse êxtasesupremo,como eu desejo ter a vidade uma tarde!É a vida de um beijo,a vida de uma flor...Mas que importaque ela seja curta assim?Eu a quero alegre emulticorfeliz e coloridaem aquarelas de amor.Que mais querer da vida?Que mais querer pra mim?

Que viver deslumbrantee que ditosa agonia.Como eu quiserater a vida de uma tarde!Ah! Quem me derater a morte desse dia!

08 09

10 11

Prêmio · Ouro do Sertão

VERÃO SEM

DÚVIDAO calendário já marca outono, mas o que

era bacana no fim do inverno já está ultrapassa-do para os fashionistas de plantão. Os desfiles de moda já aconteceram, e a moda verão 2011 é o assunto da hora.

TEEN BY TINDOLÊLÊRoupas e Acessórios

Prefeito Irineu Moreira Gonzaga, 18, Loja1Centro - Curvelo/ MG

(38) 3722 0019

GRIS SAPATARIAPeep Toes Rosa Neon

Look by:

Pequi RUNWAY 11

12 13

Pequi RUNWAYLeveza é a palavra-chave

desta estação, que está reple-ta de novidades. A moda en-tra numa fase mais divertida, procurando contribuir com o estilo de homens e mulhe-res. Na próxima temporada, teremos uma valorização das cores fortes, resgate dos teci-dos naturais, das roupas com cortes assimétricos, misturas no mesmo look em versão monocromática, propostas de ares minimalistas, referên-cias vintage, conceitos girlie, toques militaristas, cosmopo-litas ou repletos de charme navy. No jeans, malharia, dos panos rústicos até os tecidos mais sofisticados e também combinações mais ousadas, envolvendo acessórios com apelo rústico, que serão mais pesados: bolsas de materiais naturais, trabalhos de tran-çados, tressês, aplicações de cortiças e muito couro, com-binados com cores neutras e nuances das paletas de tons pastéis. Laços, tachas, brilho, miçangas e aviamen-tos dourados são destacados em peças como: clogs, bolsas coloridas, sapatos anabela e meia-pata, Oxfords, rastei-ras, sandálias abotinadas e os maxi acessórios do verão 2011.

Sem conter a sua evo-lução e exuberância, a moda verão 2011 resgata tendên-cias de décadas anteriores, dos anos 1960 aos 1990, re-tornam em versão deluxe, com uma dose de persona-lidade e cores extravagantes. Nos desfiles, podemos con-ferir foco em tecidos acetina-dos, roupas de festa em cores abusadas, peças minimalistas, saias rodadas, babados, fru-frus, rendas, paetês, algodão, linho, crochê, tricô, tudo que lembra a natureza.

A estampa oficial da estação é o floral em dife-rentes versões. Brinque com sobreposições. Transparên-cias, cinturas marcadas e decotes ousados também são tendências. Os hippies dos anos 1970 vêm em looks poderosos, o militar na mistura dos safáris em tons cáqui. Destaque para a estampa de bicho, que con-tinua...

Alfaiataria com toques étnicos, roupas exóticas, o tribal e o africano também continuam... A brincadeira é a mistura da moda praia com a da cidade, o neopre-me que sai das roupas usa-das pelos surfistas e aparece em saias, bermudas e vesti-dos. Cai bem até na roupa de festa.

Como o verão brasilei-ro é garantia de muito sol e mar, vale a pena as mulhe-res conhecerem a moda praia 2011 detalhadamente. As tendências são diversifi-cadas, valorizam as modela-gens assimétricas, estampas florais, românticas e futuris-tas.

A moda masculina ve-rão 2011 exibe looks despo-jados, que valorizam o estilo casual de cada homem. Pe-ças soltas de cores neutras e terrosas contribuem com o visual masculino ao longo da temporada. Como no verão passado, os decotes que deixam o tórax à mos-tra continuam valorizados. A moda também resgata as calças nos estilos saruel, carrot, skinny e boyfreind, a alfaiataria desconstruída, o fit (perto do corpo, mode-lagem sequinha), abotoa-mentos diferenciados em calças e blêizeres, gola fran-cesa, punhos diversificados,

PAULLA BOUTIQUE CALÇADOS

Roupas, Calçados e AcessóriosRua Zuzu Angel, 95

Centro - Curvelo/ MG(38) 3721 5290

MILI MORENA BOUTIQUERoupas e AcessóriosAvenida Deputado Renato Azeredo, 144Bela Vista - Curvelo/ MG(38) 3722 7774

BOUTIQUE SHOPPINGDA MODARoupas e AcessóriosRua Joaquim Felício, 19Centro - Curvelo/ MG - (38) 3722 2158

RUTH FIGUEIREDORoupas, Calçados e Acessórios

Avenida Dom Pedro II, 344Centro - Curvelo/ MG

(38) 3721 3255

Pequi RUNWAY

14 15

Por: Carolina Valdez e Filipe Gutfraind

Pequi RUNWAY

Produção: Rosália AnteroProdução Geral: Raquel de O. Santos Filipe Gutfraind Alexandre BenonyHairstylist : Rosália AnteroFotos: Alexandre BenonyTratamento: Filipe GutfraindComposé : Rosália Antero Raquel de O. SantosMakeup: Rosália AnteroTexto: Joelma SouzaModelos: Francine Martins EmersonLojas: Teen by Tindolêlê Paulla Boutique Ruth Figueiredo Boutique Shopping da Moda Mili Morena Boutique Gris Sapataria

Agradecimentos a:

GRIS SAPATARIACalçados, Bijouterias e Acessórios

Av. Dom Pedro II, 835, Loja 1Centro - Curvelo/ MG

(38) 3721 4174

RosáliaAnteroHarstylist&Make-up

Nossa equipe agradece sua imprescindível particpação na construção deste editorial.

modelagens mais justas, cons-trução militar (estruturação, botões diferenciados), bolsos chapados, silhueta cargo relida, volumes com pregas, gancho baixo, calças cropped (versão masculina da calça pescador), alfaiataria em moletom e sar-ja. Calça jeans com punho de moletom é um dos pontos for-tes do verão 2011.

O tom pastel invade o guarda roupa masculino além deles o destaque também é dos tons naturais aparecem em forma de branco e nuan-ces, tons intensos são mais fechados e dramáticos, acin-zentados (neutros, azulados e amarelados), avermelhados, azuis, cores intensas (tons es-curos, fechados e nuances de violeta), toques de neon nas padronagens, bloco de cores (uso de cores contrastantes

em golas, colarinhos, vistas, punhos). Florais masculinos aparecem em cores mais con-tidas.

Tecidos em fibras natu-rais, tricoline (paletó de verão), microcrepom plus, poliéster, malhas e moletons.

As padronagens e lava-gens com muitas listras (mi-údas e largas), xadrez som-breado bem sutil, parecendo uma sombra, étnico (motivos, estamparia em padrões me-nores), floral Liberty (em cores campestres e azul porcelana), composé de xadrez com lis-tras em pés de gola, punhos, Jeans lavados ao ponto de se tornarem brancos.

O verão 2011 sai das pas-sarelas e invade as ruas. É a construção do bom estilo!

Por: . . .. . . . Joelma Souza

14

16 17

na encruzilhadaDA DEMOCRACIA

Por: Filipe [email protected]

“Somos um país democrático!” Será? Antes de iluminar o flagelo da batalha elei-

toral, lembremo-nos do que está em jogo.Entalhado sob nossos olhos, configura-se

um país de caos urbano, desigualdade social, educação precária, corrupção intermitente e muitas outras conquistas históricas de uma po-lítica turva e egocêntrica. Um clichê? Talvez. Mas para que servem os clichês, senão para constatar-mos a inércia da realidade. Não se transforma um país em quatro anos, mas um país transforma 190 milhões de vidas nesse perí-odo. O voto não é uma decisão fácil, não é isento de erros ou omissões, mas é a forma que encon-tramos para exercer as escolhas da maioria.

A democracia representativa tem suas fa-lhas. Estamos escolhendo um ser humano - que fatidicamente comete erros - e não somente uma

proposta de governo a ser seguida. Trans-formar nossas escolhas em ações depende desta e de muitas outras pessoas envolvidas no processo.

É difícil escolher representantes em um processo eleitoral no qual nossas caracterís-ticas, emoções e valores são subjugados e postos à prova todos os dias. As telas elei-torais pintam uma virtualidade galgada pelo desejo e pela utopia. São multifacetas que nos deixam vulneráveis à infidelidade para com nossos anseios e a realidade.

Votar é colocar em prática nossa des-treza para driblar o inconsciente. Votar é sair do lugar-comum e ver além do está ao nosso alcance. Votar é ouvir, falar, pesquisar, analisar, mas, de forma alguma, deixar-se alienar.

eu v o t o na E D U C A Ç Ã O!

“Atrasos, conversas paralelas, vandalismo, bullying, colas, menti-ras, brigas, desrespeitos aos profes-sores, não cumprimento de regras, abusos e tantas outras indiscipli-nas...” – Retrato da realidade de boa parte de nossas escolas, segundo IÇAMI TIBA, no livro Ensinar Apren-dendo. Eu voto na educação! Nos corredores da indignação, cada intervalo se torna o momento ideal de curtos desabafos, daqueles que são chamados educadores. E em meio à lamentação, parece que gritamos no deserto. Somos res-ponsabilizados pelas famílias por todas as indisciplinas ocorridas no interior dessas instituições. Eu voto na educação! Famílias desestruturadas e impo-tentes diante de seus filhos acabam fazendo como o capitalismo atual:

terceirizando a educação deles para as escolas. É visível a perda de con-trole dos pais em relação aos filhos, repassando toda responsabilidade para as escolas. Eu voto na educação! Pergunte você mesmo a todos os bons alunos se eles desejam ser pro-fessores? Certamente você ouvirá: “Deus me livre!”. A resposta é breve e amarga para a nossa realidade. Pro-va disso é que, em muitos lugares, os cursos de licenciatura estão sen-do fechados. E como fica a situação dos bons professores, que valorizam a verdadeira educação e fazem de suas vidas um instrumento do bem social ? Eu voto na educação! A tecnologia vem, muitas vezes, completar a má educação dos filhos através das babás multimídias, e eles são ninados por celulares e compu-tadores, substitutos dos valores hu-manos no seio da família sem tempo e, frequentemente, despreparadas para o papel de educar. Com a disse-minação da internet, a palavra LIMI-TE perdeu a sua força, dando lugar às transgressões que ofendem, intimi-

dam e adoecem alunos e professores. Eu voto na educação? E o sistema cobra resultados, para fazer funcionar a qualquer preço a tão explorada educação nas propagandas eleitorais. E não consegue ver que a educação é o fruto da ALIANÇA res-ponsável entre a família, o aluno, o educador e o estado. Qual é o número da educação? O número encontrado no contrache-que de cada educador, que certamen-te ganhará mais uma vez a eleição, dando, assim, continuidade à sua real história de abandono e desvaloriza-ção. FOI SÓ UM DESABAFO!

Blindagens políticas e estratégias eleitorais. Como votar em eleições cada vez mais preparadas para desconstruir a realidade sob o jugo da democracia?

Por: Prof. Henrique [email protected]

Neste artigo, o professor Henrique Duarte Gutfraind, com sólido tirocínio na Educação, discorre sobre os problemas sé-rios que afligem o setor.

18 19

Força de R$ 400 milhões para o desenvolvimento sustentável dos mu-nicípios da região, com ações no social, no ambiental e na cultura.

RETIRO BAIXOHIDRELÉTRICA 19

20 21

Localizada na divisa dos municípios de Curvelo - MG e Pompéu – MG, no rio Paraope-ba, a aproximadamente 6 km do remanso da represa de Três Marias, a Usina Hidrelétrica Re-tiro Baixo entrou em operação comercial com sua Unidade Geradora 01 em 3 de março deste ano.

O início dessa história de sucesso, no en-tanto, remonta a 1966, quando foram realiza-dos os primeiros trabalhos para a AHE Retiro (nome original), com base em estudos da CE-MIG e da CANAMBRA Engineering Consultants Limited. Entre 1985 e 1987, a CEMIG contratou a Engevix Engenharia para reavaliar o antigo in-

ventário da CANAMBRA, à luz das novas condições ambientais e das alterações técnicas promovidas pela ELETROBRÁS. Essa reavaliação indicou para o AHE Retiro, naquele momento, a potência instala-da de 110 MW e o custo total (da época) de US$ 148.505.340,00, apresentando ainda área inundada de 51,2 km, máximo normal do reservatório. Em 2001, a Poente Engenharia estudou a otimização do aproveitamento, concluindo que, se o eixo do barramento fosse trasladado do km 58 para o 62,3, quilometragem considerada a partir da foz do Rio Paraopeba com o São Francisco, a área inundada diminuiria para 23,8 km2, reduzindo-se um pouco a área de drenagem no local do aproveitamento de 11.900 km2 para 11.160 km2. A escolha do local ajudou na diminuição do impacto ambiental, pois a área inundada foi reduzida pela metade, o que tam-bém foi técnica e economicamente mais viável. Em março de 2002, os referidos estudos foram consubs-tanciados no documento “Revisão do Inventário Hi-drelétrico do rio Paraopeba – km 56 a 98 – MG”; no mesmo ano, em novembro, encerraram-se as aná-lises de viabilidade técnica. Em 2005, concluiu-se pela viabilidade de implantação do aproveitamento no km 62,3 do Rio Paraopeba, mais precisamente a 400,0 m a montante da confluência desse rio com o Ribeirão dos Gomes ou Ribeirão das Almas. A ca-pacidade instalada total do empreendimento ficou em 82 MW. Após a participação no Leilão nº 5 da ANEEL, em dezembro de 2005, a Orteng, uma dos

acionistas atuais da empresa Retiro Baixo Energé-tica S. A. - RBE, foi considerada vencedora do mes-mo e, em 15 de agosto de 2006, houve a assina-tura do Contrato de Concessão com o Ministério das Minas e Energia, tendo as obras de construção da Usina iniciado em março de 2007.

Na primeira quinzena de maio último, a Uni-dade Geradora 02 começou a ser operada comer-cialmente.

É gerada, na Usina de Retiro Baixo, energia suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes.

Mas, como se verá adiante, nessa Usina, comprometida com a responsabilidade socio-ambiental, esta POTÊNCIA designa muito mais do que capacidade para gerar energia e se traduz em grande impulso ao desenvolvimento sustentável dos municípios e região envolvidos.

R$3,2milhõesinjetadosnaregião

Durante a construção da UHE Retiro Baixo

foram injetados nos municípios atingidos R$3,2 milhões em Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Com a Usina em operação, Curvelo e Pompéu passam a receber, respectivamente, cerca de R$ 300 mil e R$ 500 mil/ano, em virtude da Contri-buição Financeira pela Utilização de Recur-sos Hídricos (CFURH), ou royalties da água. A fatia pompeana é maior porque a área inundada do município de Pompeu é de 62,1889%, além de abrigar a Casa de Força da Usina, contra 37,8111% de Curvelo.

Embora não tenha área alagada, Feli-xlândia - MG também se beneficiou econo-micamente do empreendimento. O muni-cípio recebeu a maior parte do efetivo de trabalhadores, que chegou a atingir cerca de 1.200 operários no pico das obras. O au-mento populacional repercutiu diretamen-te no crescimento do comércio e do setor de serviços.

CompromissocomoSOCIAL

A Retiro Baixo Energética S. A. desen-volveu em Felixlândia e nas cidades do entorno, ações sociais de alto alcance, tais como cursos de aperfeiçoamento profissio-nal e apoio a programas locais de educa-ção, segurança e bem-estar. Terminadas as

20

22 23

obras, chegou o momento de a Usina estreitar os laços com as comunidades de sua área de atuação, solidificando as diversas parcerias.

CompromissocomoAMBIENTAL

A RBE desenvolve o Plano de Con-trole Ambiental (PCA), do qual constam 38 programas implementados antes da construção, durante as obras e que continuarão a ser executados. O inves-timento da contrapartida é de cerca de 8% do custo do empreendimento, que atingiu o montante de R$ 400 milhões. Entre os projetos, destaque para o da preservação da ictiofauna local, ou seja, seus peixes, de onde sai o sustento de inúmeras famílias.

A construção de barragens pro-voca alterações no ciclo dos peixes mi-gradores. Isso ocorre porque o barramento impede o livre deslocamento dos peixes.

Para minimizar esse impacto e contri-buir para a manutenção da diversidade ge-nética, são realizados constantes monito-ramentos. Sempre, na época da piracema, uma das medidas usadas é a Transposição de Peixes da Bacia do rio São Francisco/Paraopeba através de uma estrutura cons-truída para este fim e que permite o deslo-camento dos peixes rio acima. Com relação ao transporte dos peixes, ele é efetuado em tanque apropriado, o que permite colocá-los em segurança e de forma saudável no habitat das águas do Paraopeba.

Esse projeto se tornou importante, também, para a própria revita-lização do rio. “O Paraopeba tem fama de ser um rio contaminado. Com a construção da Usina, a formação do reservatório contribui para que grande parte dos resíduos poluidores decantem, e com isso melhora a qualidade da água” , garante o gerente de operação, engenheiro Márcio Bretas.

CompromissocomaMEMÓRIA

Outro reflexo importante para a memória da Região que a construção da Usina Retiro Baixo trouxe junto foi a desmontagem e remontagem de um casarão antigo, sede da Fazenda Laranjo, com o objetivo de criar um Memorial da Dona Joaquina do Pompéu, figura legendária e liderança histórica.

Na transferência da edificação para a cidade de Pompéu – in-teiramente demolida, mas com suas peças e utensílios preservados para a reconstituição da arquitetura original – a empresa está inves-tindo mais de R$ 2 milhões.

O terreno foi cedido pela Prefeitura de Pompéu.No primeiro pavimento, a nova edificação abrigará galeria, re-

cepção, espaço multimeios, depósito geral, copa, vestiário e área de serviço. No segundo: mezanino, secretaria, diretoria, Conselho Mu-nicipal de Cultura, centro de documentação e consulta, sala multi-meios, copa e sanitários. Uma área livre será destinada às manifes-tações artísticas (dança, música, literatura e cinema). No programa: pátio frontal e Cine Paredão; pátio interno e anfiteatro.

EXPLORAÇÃO DA MADEIRA

Sobre a exploração da madei-ra tombada na área de abrangência da Usina Retiro Baixo a reportagem da PEQUI MAGAZINE apurou que foi adotado rigoroso processo. Onde houve negociação com os proprietá-rios rurais, as terras foram compradas, e a madeira cedida. Onde o acordo

Crédito: Júlio Porto

Há muito mais para se conhecer

UM NOVO ESPAÇO SURGE NA PAISAGEMDO CERRADO DE MINAS GERAIS.

Conhecida por sua excelente estrutura, a Fazenda Maiada abre suas portas para receber eventos, casamentos, festas,

treinamentos, encontros e muito mais. Faça uma comemoração diferente e viva aqui seus melhores momentos.

www.fazendamaiada.com.br(38) 9969-5635 - Inimutaba - MG - Brasil

Fogão a lenha - Piscina - Capela - Campo de Futebol Society Quadra de areia - Playground - Grande área verde - Em breve chalés

ad_revista_pequi_09_2010_210x148 1 9/12/10 5:31:24 PM

foi judicial, o consórcio pagou a terra, incluindo-se, no valor final, o preço da madeira.

Segundo informações da Usina, será preciso eliminar toda a madeira, a fim de que não haja resíduo orgâ-nico em excesso, capaz de produzir gases fatais para os peixes. E a madei-ra extraída ajuda muitos fazendeiros no pagamento de dívidas e na aqui-

sição de mais terras. À família (espó-lio) do fazendeiro Ari Castelo Branco, por exemplo, foram doados mais de 8 mil metros cúbicos de madeira pra fazer carvão, com licença cedida pelo Consórcio. O lucro da família de Seu Ari (espólio) será mais ou menos da ordem de 80%”,.

DA REDAÇÃO

22 23

24 25

ENTREVISTA

PEQUI MAGAZINE: Inevitável pergunta: Qual a sua primeira ou a

mais marcante lembrança com o Pequi? Lembra ter “apresentada” a nossa fruta para amigos do “Clube da Esquina” e lembra da reação de-les? Lembra de alguma história en-graçada sobre esse primeiro conta-to com o Pequi?

BETO GUEDES: Lembro do pequi desde que existo pois é uma fruta que sempre esteve presen-te na vida das pessoas em Montes Claros,daí minha idéia de usar sua imagem como selo em meus dis-cos.

PEQUI MAGAZINE: Com tan-tos anos de carreira, gravar um DVD ainda lhe deu um “frio na barriga”? Nos conte como foi essa experiên-cia de gravar seu mais recente DVD.

BETO GUEDES: É sempre uma grande responsabilidade gravar algo que vai ficar pra sempre,levo muito a sério e o frio na barriga sempre vem,ainda mais com aquela estru-tura toda que foi montada,cordas, sopros,vocais,arranjos inéditos do Wagner Tiso e a linda participação da Daniela Mercury.

PEQUI MAGAZINE: Beto você é um artista diferenciado, um mul-tinstrumentista, um compositor privilegiado - dono de melodias e harmonias que se tornaram suces-so por gerações. Agora, se tivesse que escolher, se fosse para se defi-nir musicalmente, seria mais “Rock-and-roll” ou um “Baladeiro românti-co”?

BETO GUEDES: Cada esti-lo tem seu lugar e seu momento

Beto GUEDEScerto,acho que dá pra conciliar as duas coisas e ficar feliz.

PEQUI MAGAZINE: Com os filhos encaminhados na música, como eles, você também teve em seu Pai uma inspiração, um legado que foi inevitável seguir a mesma trajetória musical. Podemos atribuir a isso a uma herança de DNA ou tão somente ao amor que a família tem pelas sete notas musicais?

BETO GUEDES: Imagino que seja o clima em que a pessoa nasce e é criada,desde pequeno convivi com o Godofredo na sua lida com as notas musicais,tocando sempre um instrumento com muito amor e devoção, aqui em casa não foi dife-rente, meus filhos sempre viveram nesse ambiente,então não podia dar em outra coisa!

PEQUI MAGAZINE: A poesia de suas canções sempre tiveram um compromisso com a esperan-ça em dias melhores, num planeta mais justo, com a preservação do amor e da harmonia na natureza, na renovação dos votos de felicidade do homem que cresce a cada dia sonhando com um mundo melhor. Você ainda confia na humanidade? Acha que ainda vale a pena sonhar com um mundo melhor para seus netos e bisnetos?

BETO GUEDES: Com toda cer-teza pois o dia que isso acontecer a vida perde o sentido e toda sua beleza.

Por: . . . . . . . . . . . . . . . . .Carlos Ribas

Não é pequena a relação de Beto Guedes com a revista Pequi Magazine. Na verdade, seria buscar o óbvio querer apenas relacioná-lo à fruta pequi. Na-tural de Montes Claros, terra predominante no culto e na cultura do pequi, não seria ele diferente. Mas é que o próprio músico, compositor e cantor minei-ro, autor de vários sucessos da MPB, fez questão de eleger o pequi como seu ícone. E eis a fruta serta-neja em todas suas obras, como marca, carimbo e símbolo maior. Então chegou a hora de registrar sua presença nas páginas da revista que ama sua obra e se sente orgulhosa de ser sua conterrânea do sertão e, claro, súdita de seu legado de amor, melodias e sonhos que não envelhecem.

Filho de Godofredo Guedes, artista plástico, músico e compositor montes-clarense, Beto her-dou do pai os atributos artísticos e o inconfundível jeito de ser “mineiro”. Contido, tímido e recatado. Predicados que contrastam com outros adjetivos atribuídos apenas aos gênios: originalidade, perfec-cionismo e – por que não dizer? – certa contundên-cia lírica. Isso tudo sem cair no banal, no piegas, no lugar-comum. Pois não basta ser apenas bom músi-co, compositor e até ter sucessos. Difícil é manter-se na mesma linha, com os mesmos princípios e os mesmos sonhos. E, nisso, o Beto encarna um dos mais complexos perfis do ser mineiro. Santos Du-mont, Guimarães Rosa, Drummond, Zuzu Angel, Lú-cio Cardoso e mais um exército de gênios tímidos que revolucionaram seus ofícios.

O mais interessante é perceber que figuras como o Beto assumem suas influências de fora de Minas. Ele as traz pra dentro de si novamente e mexe o que “sobra do inteiro”. Acrescenta sabe-dorias do cerrado, tempera com as liberdades das aguardentes e o sal do suor do abnegado trabalha-dor e aquece ao sol do sertão. No fim, decora com imagens quase surreais retiradas das montanhas e dos horizontes, saindo do forno do coração can-ções eternas como: “Sol de Primavera”, “Amor de

O “sal”, o “sol” e o “relâmpago” de nossa terraÍndio”, “Feira Moderna”, “Maria Soli-dária”, “Luz e Mistério”, dentre tantas outras obras-primas.

Quem trabalha com o Beto sabe o quanto ele se esmera na exatidão, no capricho dos arranjos e notas certas. Mas sabe também o quanto ele pouco se preocupa em buscar artifícios para se manter num lugar quase irracional chama-do sucesso. Sua carreira já basta como currículo, pois ninguém pro-duz um repertório como o que ele construiu nessas décadas e fica es-quecido. Ainda mais tendo ido de operário a engenheiro dentro de uma das mais belas obras, que se tornou um verdadeiro “movimen-to musical”, o lendário “Clube da Esquina”. A partir daí, soube trilhar sua estrada e ergueu outras tantas belas obras.

Talvez um dia um Sir inglês, autor de dezenas de sucessos mundiais, colega de instrumento e indiscutivelmente sua maior influ-ência, venha a se dar conta de que aqui nos trópicos existe uma alma gêmea musical. E os dois venham a compor sob o sol do sertão, ou nos jardins da rainha, uma canção que prenunciará nova era ou sobre um amor nunca antes visto por nós, po-bres mortais - verdadeiros súditos deles.

Veja, na sequência, como foi nossa conversa com o ídolo, no Pa-lácio das Artes, após a gravação de seu novo DVD, com músicas esco-lhidas pelos fãs internautas.

Beto Guedes grava DVD e fala com exclusividade à Pequi

24 25

26 27

Há 30 anos, no mês de julho, os holofotes de Minas se voltam para a cidade coração do Estado. Curvelo, a Capital do Forró, honra seu título e cumpre, com louvor, a missão de realizar uma festa ines-quecível a cada ano. Em 2010, o 30º Forró de Curvelo foi um marco na história da festa e da cidade. O tra-balho, a dedicação e organização do evento estavam estampados em cada detalhe da estrutura e se refletiram com orgulho nos cora-ções dos curvelanos. A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura, demonstrou coragem ao inovar e investir na festa, cartão de visita da cidade.

Muito bem estruturada, a agenda do evento permitiu aos visitantes e aos anfitriões experi-mentar com prazer cada instante. Os quatro dias de forró reverencia-ram a democracia musical. As ban-das escolhidas atenderam a todos os públicos, sem descaracterizar a festa, e fizeram com que o evento ficasse muito mais atrativo e inte-rativo. Shows como o de Domin-guinhos, no dia 8, emocionaram a platéia. Para deleite dos apaixona-dos por forró, Dominguinhos abriu a festa com a força de sua sanfona e a suavidade de suas melodias, can-tando músicas memoráveis, como “De volta pro meu aconchego” e “Gostoso demais”. Daniel, principal atração do dia 9, parecia incansável e fez um show que ficou marcado como uma das melhores apresen-tações já vistas na cidade. O show

longo e dançante causou frisson nos espectadores e fez a Praça Central do Brasil fervilhar. Assim, também, os sho-ws de Guilherme e Santiago e Eduardo Costa enlouqueceram uma multidão que contabilizou recordes históricos, propiciando imagem inesquecível da praça completamente lotada.

A brilhante organização arquite-tou inovações que permitiram a todos aproveitar a festa sem os costumeiros intervalos longos. Um palco adjacen-te foi montado e, antes das atrações principais, shows no palco secundá-rio deram o tom ao 30º Forró. Bandas como Mocidade do Samba, Fugue-tão Baiano, Vitor e Guilherme, Hugo e

Nando, Thiago e Rafael e o inespe-rado e espetacular show do Grupo Rhass, não deixaram o frio intimidar o público e colocaram mais de cem mil pessoas pra dançar.

O Forró foi enraizado como uma festa beneficente e, a cada ano, esse caráter mais se solidifica. Em 2010, a população foi mimo-seada com barracas espetaculares, que valorizaram a cultura regional, dando um brilho genuíno à mega-

estrutura. Novidades, como a Vila do Forró, prestaram serviços à po-pulação, que pode retirar o CPF na barraca dos Correios, comprar obje-tos artesanais e degustar especiali-dades locais. A Vila do Forró foi uma bela surpresa aos curvelanos; o novo anexo, decorado pela equipe do PRONAV, composta de compe-tentes artistas plásticos, imprimiu charme e elegância ao evento.

Os 30 anos do Forró home-

nagearam a população curvelana. A festa é o espelho de uma socie-dade solidária, calorosa e receptiva. A nitidez com que os valores cur-velanos se refletem nessa festa é o que a faz ser tão esperada e amada por todos. Apresentar uma cultura fértil, abraçar os visitantes calorosa-mente e manter o cunho social faz da maior festa curvelana a melhor representação do povo mineiro.

DA REDAÇÃO

30 anos de

FORRÓHá 30 anos, no mês de julho, os holo-

fotes de Minas se voltam para Curvelo, a cidade coração do Estado.

APOIO CULTURAL:

26 27

28 29

O sociólogo Domenico de Masi, ao falar sobre a civilização latino-americana, exalta que ela representa a cultura do equilíbrio. Segundo ele, a comunicação e a alegria dos latinos elevam a quali-dade de vida nesta área geográfi-ca do planeta. Inserida em tal contexto está Sete Lagoas, apontada recen-temente pela revista Veja como uma das 20 do país com vocação para se tornar “metrópole do fu-turo”. Como ressalta o texto da matéria jornalística em questão, as informações consideradas para se criar esta expectativa estão fortemente ligadas ao acelerado crescimento econômico da cida-de, resultante da diversificação de suas atividades produtivas, antes quase que totalmente concentra-das na siderurgia. A localização geográfica pri-vilegiada, grande vantagem lo-gística, bem como os incentivos governamentais, têm atraído multinacionais para a cidade, como Iveco Fiat, Brennand Ci-mentos, Elma Chips, AmBev, dentre outras. Um fenômeno que resulta em desenvolvimen-to econômico sem precedentes para Sete Lagoas. E que, sem dú-vidas, atrai outros investimentos significativos, como é o caso do primeiro shopping da cidade, o Shopping Sete Lagoas, em vias de ser inaugurado. O que a reportagem da re-vista não menciona, contudo, é que para haver um efetivo cresci-mento social, aliado a este boom econômico, Sete Lagoas preci-sará demonstrar competência também em termos de formação de valores humanos e sociais, capacidade de distribuição de ri-

quezas e preservação de seus recur-sos naturais. De que adianta se tornar uma metrópole, um pólo industrial importante, se não houver avanços em áreas fundamentais como educa-ção, cultura e meio ambiente? Hoje, temos o exemplo de metrópoles que cresceram aos solavancos, de forma desordenada, reproduzindo modelos de concentração econômica e ex-clusão social. E vejamos no que deu: altos índices de violência, poluição, vida caótica. Será este o tipo de metrópole que a cidade vai querer ser “quando cres-cer”? Quem vive na cidade já pode perceber diversos movimentos que pipocam trazendo estes questiona-mentos. É um coletivo cultural que se constitui aqui, um movimento acolá que ganha força em prol da criação do Parque Ecológico da Lagoa da Chácara. São as pressões sociais pela implementação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura que se avolumam,

é o olhar atento dos cidadãos quan-to aos rumos políticos da cidade, a valorização cada vez maior das raí-zes culturais e das manifestações fol-clóricas. Há também a diversificação das opções de formação acadêmica na cidade e a entrada no mercado de trabalho de profissionais com maior grau de qualificação, e por aí vai. Diversos aspectos positivos po-dem ser ressaltados e indicam que Sete Lagoas tem tudo para ser uma grande cidade, com vigor econômi-co, riqueza cultural e políticas públi-cas mais justas. Estejamos atentos, porém, aos aspectos apontados por De Masi, no início deste texto: comunicação e alegria. Esses são os ingredientes fundamentais para se construir o es-pírito de coletividade que conduzirá Sete Lagoas a um futuro cada vez melhor. A alma de uma cidade está nas pessoas que a habitam. É o que De Masi nos lembra.

Nós, cidadãos, somos responsáveis por cuidar desse processo de cresci-mento da nossa cidade. Dialogando com o poder público, articulando parcerias, pressionando por mudan-ças, chamando a iniciativa privada a participar da vida em comunida-de, atuando de forma ética e com profissionalismo. Se conseguiremos transpor as barreiras culturais, políti-cas e sociais, que ainda são muitas, para prosperamos, não só economi-camente, ou individualmente, mas também socialmente, coletivamen-te, com qualidade de vida, o que plantarmos hoje vai nos dizer o que colheremos amanhã. Afinal, Sete Lagoas é uma obra aberta e como tal encontra-se em condição ideal de incorporar as contribuições de todos aqueles que a querem como referência de um bom lugar para se viver.

Por: Profa. Fernanda MottaNasceu em Belo Horizonte, onde se for-mou em comunicação social, fez mes-trado e iniciou a vida profissional. Mora há seis anos em Sete Lagoas. Escolheu a cidade para trabalhar e criar a família. É coordenadora e professora do Curso de Comunicação da Faculdade Promove Sete Lagoas e, com seu “olhar estran-geiro”, enxerga boas perspectivas para a cidade, contrariando alguns pessimistas de plantão.

SETE LAGOAS, obra aberta

Neste momentoso artigo, a professora Fernanda Motta, coordenadora do curso de Comunicação da Faculdade Promove, a pedido de PEQUI MAGAZINE, analisa o presente de Sete Lagoas e as perspectivas para a cidade, apontada em reportagem de “Veja” como uma das 20 do País com vocação para se tor-nar metrópole do futuro.

Arena do Jacaré, palco do jogos do Brasileirão.

Gruta Rei do Mato

Edu Giraldes

Ante

ro D

omin

guez

Silvana Emerick

28

30 31

CÁSSIO de Souza

Nany People e Cássio de Souza

Espetáculo “Deu no que deu”

estrela de primeira magnitude nos céus do canto lírico internacional. Há 10 anos na Holanda, é solista na orquestra e coral do famoso e respeitado maestro André Rieu.

Em 2009, a soprano conheceu Cássio e, ao saber da eficiência do curvelano, convidou-o, de imediato, para pro-duzir seu primeiro CD solo. “Estou muito feliz porque tem sido um grande desafio profissional para mim. Trata-se de uma das maiores solistas do cenário erudito internacional, cujo repertório, eclético, vai desde a ária O mio babbino caro (Giacomo Puccini) até O morro não tem vez (Tom Jobim/Vinícius de Moraes)”, conta Cássio de Souza.

As gravações já começaram. Em breve, será divulgada a data do lançamento. “Vamos, na verdade, produzir ál-bum duplo: um CD de composições eruditas e outro de canções popula-res”, detalha.

A participação de Carmen Mo-narcha e de Cássio no Programa do Jô (Globo), em 30 de julho último, deu bem uma prévia do quanto a mí-dia divulgará o CD, cujo lançamento está previsto para o início de 2011.

Outras realizações

Paralelamente ao trabalho com as gravações de Carmen Monarcha, Cássio produz espetáculo infantoju-venil baseado em obra do escritor Gabriel Chalita e o musical infantil Era uma vez, em parceria com Anderson Bueno, seu sócio na Phoenix. Além disso, traduz ao português e adapta à realidade brasileira peça teatral de au-toria própria. “É um monólogo com o qual pretendo lançar-me como autor. Mas vai ficar para o ano vindouro”, in-

Filho de Bolivar Soares de Souza e Severina Isabel Reis de Souza, Cás-sio Luís Reis de Souza, 44, ficou em Curvelo até 1983. Aqui estudou no Instituto Pequeno Príncipe e na E. E. Bolivar de Freitas, onde concluiu o se-gundo grau. Formou-se em Comér-cio Exterior pela União de Negócios e Administração (UNA/BH) e seguiu para Nova Iorque, de onde, em 2000, resolveu transferir-se para o Rio de Ja-neiro. Desde 2006 está em São Paulo. Em solo nova-iorquino, especializou-

se em Arte Dramática na renomada escola The Lee Strasberg Theater and Film Institute, pela qual também passa-ram, só para citar alguns ídolos, Marilyn Monroe, James Dean, Robert de Niro, Jane Fonda e Al Pacino. Também nos Estados Unidos, frequentou as aulas de professor experto em musicais da Broadway. Hoje exerce as profissões de ator e produtor cultural (teatro e músi-ca) e, de quebra, começa a dar vazão aos magníficos dotes de dramaturgo.

Na sede da Phoenix Produções Artísticas e Entreteni-mento, em São Paulo, Cássio conversou comi-go sobre as diversas fases e faces de sua bem-suce-dida trajetória.

“Monólogos da vagina”

Tão logo voltou ao País, em 2000, Cássio deparou com a respon-sabilidade de produzir a comédia que se tornaria um dos maiores suces-sos do teatro brasileiro: Monólogos da vagina, da lavra da americana Eve Ensler, sob a direção do global Miguel Falabella. “Durante 9 anos, trabalhei com várias atrizes impor-tantes, que se revezaram no elenco: Zezé Polessa, Cláudia Rodrigues, Fafy Siqueira, Vera Setta, Mara Manzan, Tânia Alves, To-tia Meireles, Cissa Gui-marães, Lúcia Veríssimo, Elizângela...”, relata o con-

terrâneo.Ao mesmo tempo, em 2007,

ele produziu o espetáculo Nany People salvou meu casamento, texto de Bruno Motta e Daniel Al-ves, com a talentosa comediante de A praça é nossa. Nany (Jorge Demétrio Cunha Santos no regis-tro de nascimento) era conheci-da do público pelo lado caricato (drag queen). Ela assim aparecia nos programas de Hebe Camargo. Cássio teve justamente a missão de descaracterizá-la. “O grande gol da peça consiste em mostrar a Nany atriz e, literalmente, redese-nhada, a Nany mulher. Tirei a arga-massa da drag. O produtor, Cássio de Souza, bateu o pé e disse que eu não conseguiria fazer as sete mulheres montada de drag, que eu tinha de mostrar essa mulher linda em que me transformei”, co-mentou a própria Nany, entrevis-tada pelo Correio Braziliense, em julho de 2008. Resultado: sucesso total. Em São Paulo, a peça ficou em cartaz uns seis meses. “Depois viajamos dois anos pelo Brasil”, comemora o produtor. Embora se desdobre para honrar outros compromissos, ele continua ao lado de Nany nos palcos, agora com a comédia Deu no que deu. “Ela é amiga, exigente consigo mesma e figura humana maravi-lhosa”, elogia Cássio.

Produtor de Carmen Monarcha

Nascida em Belém do Pará e criada entre o Rio e São Paulo, Carmen Monarcha já brilha como

forma.Cássio é também coprodutor do humorístico Dó-Ré-Mi-Fafy, sob a direção de Chico Anysio, e está na pré-pro-

dução de Dercy por Fafy, espetáculo de Maria Adelaide Amaral, dirigido por Marília Pêra e, claro, com Fafy Siqueira a encarnar a inesquecível Dercy Gonçalves. “As pessoas não têm ideia da importância de Dercy. Ela foi a mulher que mais atuou em filmes no Brasil. Rompeu barreiras e abriu caminhos numa época em que as atrizes eram consideradas prostitutas”, salienta.

Senhor de seu ofício, mestre nas artes de atuar, dirigir, escrever, produzir e cantar, Cássio de Souza pode ser defi-nido em duas palavras: artista completo.

Depois de morar e trabalhar em Nova Iorque, o curvelano Cássio de Souza faz, no Brasil, carreira das mais brilhantes como ator, autor e produtor cultural. Entre seus companheiros de trabalho, cele-bridades do estofo de Maria Adelaide Amaral, Chico Anysio, Marília Pêra e Carmen Monarcha.

O produtor com a atriz

e cantora Tânia Alves

O curvelano com a soprano internacional

Carmen Monarcha.

ARTISTA COMPLETO

Por: Petrônio Cinque

30

32 33

GRUPO ALISSON dá um show!

Sediado em Felixlândia, onde atua também no ramo de restaurantes, o Grupo ALISSON mantém conceituados postos de combustíveis e restaurantes também nas cidades de Corinto, Ibiaí, Felixlandia, Pirapora, Barra do Guaicuí. Em todos esses municípios, prima pela excelência no atendimento e nos serviços prestados a uma clientela que se torna cada vez maior. E satisfeita, claro. Sob a direção geral do proprietário, Alisson Campos, o Grupo se preocupa em fidelizar os clientes e, para tanto, além de não descuidar do elevado padrão de qualidade, realiza pro-moções tentadoras, como foi o caso do 2º SHOW DE PRÊMIOS REDE ALISSON – 2010.

O SORTEIO

Em dia de grande festa, com direito a música ao vivo da banda Baião Tropical, o POSTO ALIANÇA, em Felixlândia, serviu de cenário para o sorteio dos con-templados no 2º SHOW DE PRÊMIOS. Tudo começou com missa em ação de graças ce-lebrada pelo padre Raimundo Carlos Pereira da Silva, pároco do Santuário de Nossa Senhora da Piedade. E continuou até altas horas, durante congraçamento do qual participaram o diretor-presidente do Grupo ALISSON, empresário Alisson Campos, colaboradores, clientes, autoridades e amigos. Entre os presentes: Adair Divino da Silva (Bem-te-vi), prefeito de Feli-xlândia; deputado Sávio Souza Cruz; ex-deputado Ar-mando Costa; José Roberto Salgado, vice-presidente do Banco Rural; Nelson Merlo, proprietário do Grupo Melo – Restaurante Serradão (Corinto); deputado Wil-son Cunha; Delson Oliveira, presidente da Federação dos Metalúrgicos; Carlos Walter Alves Santos, proprie-tário do Kaka’s Bar (Pirapora); Pedro Lanno e Solange, representantes das distribuidoras de combustíveis. Segundo o padre Raimundo, o objetivo maior de quem participa de uma promoção dessas do Grupo

ALISSON não é o de ganhar prêmios, mas o de par-tilhar a convivência, num encontro de familiares e amigos. “Dou meus parabéns ao empresário Alisson e aos membros de sua equipe pela feliz iniciativa”, acentuou. Delson Oliveira fez questão de assinalar a compe-tência e a simplicidade do empresário Alisson. “Ele cresceu muito, mas continua humilde. Talvez esteja aí o segredo de seu sucesso em todo o Estado”, afirmou. Já Pedro Lano entende que todo esse êxito se explica por diversos fatores. “O Alisson tem negócios muito abrangentes. Ele cobre todo o norte de Minas. Além disso, mostra firmeza nos compromissos, com pontu-alidade britânica. Em resumo: ele compra bem e paga melhor ainda. Daí a enorme credibilidade”, relata.

ENTREGA DOS PRÊMIOS

No Posto Três Palmeiras, em Pirapora, o Grupo ALISSON realizou outra festa para a entrega dos prê-mios aos contemplados. O Gol 4 portas zero-quilômetro saiu para o cliente José Geraldo Ribeiro de Araújo, de Pirapora, e apare-lhos eletrodomésticos saíram para compradores da-quela cidade ribeirinha ao São Francisco e também de Buritizeiro e Barra do Guaicuí. De acordo com Onésio Silva, assessor de imprensa do Grupo ALISSON, o sortudo José Geraldo concor-reu com aproximadamente 40 mil pessoas. E convém lembrar que o prêmio poderia ter ido para qualquer outro estado, pois os postos se encontram às mar-gens de rodovias com enorme fluxo como a BR 040 e a 135.José Geraldo, o feliz ganhador do automóvel zerinho, disse que pensou ser um trote quando, por volta das 1h40, o empresário Alisson Campos lhe telefonou, di-

reto da festa do sorteio, para transmitir a maravilhosa notícia. “De início, não acreditei. E ainda parece so-nho. Esse prêmio chegou em boa hora. Vou vender o carro, pagar algumas dívidas e guardar a outra parte do dinheiro”, informou. Dona Helena, proprietária do Helena’s Bar e espo-sa de José Geraldo, disse que já estava dormindo no instante em que a notícia chegou. “Eu tinha traba-lhado até meia noite e meia. Estava num sono pesa-do. Fiquei preocupada com o toque do telefone. Ele pensou que fosse a mãe dele, que estava em Brasília. Sabe como é, a gente pensa coisa ruim. Ao saber que ele tinha sido sorteado, o sono foi embora. Ninguém dormiu mais lá em casa. No dia seguinte, fui trabalhar morta de sono, mas muito feliz”, conta . Homem de visão, Alisson Campos ficou satisfeito

com o resultado do show de prêmios. “Essa promo-ção foi excelente, graças a Deus. E agora, em agosto, lançamos outra. Só tenho de agradecer o apoio dos clientes. A fidelidade deles é que nos permite realizar promoções desse nível. Estamos em Pirapora, com o Posto Três Palmeiras, há quase dois anos, e nos or-gulhamos dos amigos que fizermos aqui. Queremos ser uma empresa diferente. Por isso, continuaremos a oferecer algo diferente pra nossa clientela”, acentuou o empresário. É com essa meta de ser diferencial e referência no setor que o Grupo ALISSON se consolida no merca-do mineiro. E, convenhamos, não dá apenas show de prêmios. Seu espetáculo maior é o da contribuição efetiva para o desenvolvimento socioeconômico de várias regiões do Estado.

32

34 35

34

37

Se perguntarmos às pes-soas, de chofre, talvez muitas respondam: “É claro que sim, eu quero ser líder!”. Afinal, ser líder numa profissão, numa organi-zação, num grupo, ou numa sociedade e em um sistema econômico como o nosso, em que a competição é uma prá-tica corrente nas relações, é o mesmo que ser vencedor, ser aquele que se destaca como o melhor, é ter sucesso.

As pessoas tendem a pen-sar que a ideia de liderança traz em si apenas algo que seja bom, isto é, ser líder é ter autonomia, liberdade, é ser uma referência de sucesso, é ter seguidores e estar, de certa forma, “investido de poder”. É ser alguém que faz as coisas acontecerem, é ser admirado e respeitado. Assim, quem não gostaria de ser líder?

Diferentemente dessa vi-são romântica e idealizada, pa-rece-me que as coisas podem ser um pouco mais complexas e, por isso, insisto em pergun-tar: “o que você está disposto a perder para ser líder?” Essa per-gunta talvez surpreenda por-que levanta a suspeita de que ocupar uma posição de lide-rança pode não ser uma coisa boa. Num mundo onde todos, parece, querem ser líderes e ter sucesso, o que se deveria per-der para chegar lá? Afinal, esse “lá” não é o lugar “certo”? É pre-ciso perder algo? Não é através do acúmulo de conhecimen-tos, competências, habilidades e atitudes que chegamos “lá”? Não seria esse o norte, o cami-nho?

Como diria Bauman, Lipo-

ticas). O líder não provoca apenas admiração, provoca também inveja, fofocas, reações agressivas, hostili-dade e, além disso, encontra à sua frente muita angústia e solidão. Lidar com esses sentimentos pode não ser algo agradável. Depois de muita busca, muitos acabam se ressentin-do das novas relações que emer-gem a partir dessa nova posição. É comum encontramos grandes líde-res se queixando da dificuldade de lidar com a angústia e a solidão nas tomadas de decisões (que passam a ser cada vez mais constantes e intensas), muitos acabam se ressen-tindo da hostilidade que passam a receber, sentem-se solitários e rejei-tados, embora sejam admirados e seguidos por muitos.

Pode ser difícil lidar com essa si-tuação ambígua que a liderança traz no bojo, mais ainda quando não se está preparado para tal. Muitos não sabem por que chegaram a ser líde-res, isto é, não foram se perguntan-do se, de fato, era isso que queriam, não gastaram tempo indagando se esse era mesmo o caminho a trilhar e quais seriam suas consequências. Colados num discurso padrão de que ser líder é “ser o bom”, não con-seguiram ponderar os preços que poderiam ser cobrados, passando a buscar algo apenas orientado por uma imagem, um ideal romântico de que o “certo” é ser “o líder”, é ser “o cara”.

É por isso que insisto na per-gunta: “você quer ser líder?” Isso porque não vejo as pessoas preo-cupadas com o por que querem ser líderes, em como alcançar esse objetivo e quais as possíveis conse-quências dessa escolha. Dois exem-plos, um da literatura e outro do ci-nema, marcam bem o dilema dessa escolha. Penso nestas referências porque das artes podemos extrair o que temos de mais humano: a com-preensão da nossa complexidade, isto é, nossa estranha forma de ser-mos razão e sensibilidade (emoção) ao mesmo tempo. No livro “Gran-de Sertão: Veredas”, o personagem Riobaldo não se enganou e viveu seu dilema até o fim. No meio do caminho, era preciso fazer um pac-to (fosse com o “demo” ou consigo

mesmo), era preciso “fechar o cor-po”, abrir mão de uma forma de vida para adentrar outra em que a cora-gem deveria prevalecer para fazer o que ele queria, isto é, conduzir um grupo de jagunços através das que-relas do sertão. Tomar a liderança do grupo não é algo que simplesmente acontece, existe aí um dilema. No fil-me “Matrix”, Neal também vivenciou esse momento. Não fez um pacto, mas buscou o olhar de outro que o nomeasse como líder. Procurou no Oráculo a resposta para se era “o es-colhido”. Mas, como sabemos, não houve resposta à pergunta, uma vez que a resposta está sempre no per-guntador. É ele quem tem de decidir e assumir a responsabilidade de ser “o escolhido”. Nos dois casos, os per-sonagens sofrem com o processo de se tornarem líderes. Nenhum de-les acorda de manhã e sai inspiran-do as pessoas, coordenando equi-pes e sendo ótimos comunicadores. Há um processo interno, um querer, um assumir o que se quer, um pres-sentir e apostar na liderança como algo bom e ruim ao mesmo tempo e, ainda, uma suspeita de que esse seja um caminho difícil e que, antes de tudo, é necessário estar em paz com a escolha feita.

Você quer ser

líder?vetsky e tantos outros, vivemos num mundo onde quebramos a “jaula que nos prendia”; hoje podemos construir novas relações, no-vas profissões, novos valores. Não estamos mais presos a padrões sociais tão rígidos, há uma multiplicidade de formas de ser e de viver. Estamos “desbussolados”, como di-ria Jorge Forbes, sem saber mais o que nos norteia (valores, regras, profissões, formas de relações afetivas, etc) e vivendo num mun-do onde o instante se impõe a nós, como um “presentismo” (como disse em “Sobre o tempo e o gerundismo”). Sem saber o norte, muitos se espelham naquilo que se encontra mais à luz, mais em evidência e mais padro-nizado como “certo”. Quando olhamos para uma pessoa que se destaca, seja numa orga-

nização, seja na política, seja na mídia em geral (como artistas, por exem-plo) tendemos a pensar que lideran-ça e sucesso são coisas boas. Não nos perguntamos se, de fato, queremos ser líderes e quais os preços que va-mos pagar para ocupar essa posição. Muito menos procuramos compre-ender o que se passa atrás dos palcos da vida desses que tomamos como exemplos; apenas pensamos como é bom estar à frente do palco e receber os aplausos.

A posição de líder traz consigo aspectos quase nunca citados nos livros sobre liderança ou nas revistas das celebridades (executivas e artís-

Por: . . .Júlia Andrade RamalhoPsicóloga (psicanalista) e administra-

dora, mestra em Administração, professora universitária em cursos de graduação e pós-graduação, consultora e sócia-diretora da Estação do Saber. Em junho de 2010, apresentou na Espanha, durante encontro das Nações Unidas, o texto “How leadrer-ship in digital networks can accelerate civic engagement to achieve the millennium development goals”. Em português: “Como a liderança pode acelerar o engajamento cívico através das redes sociais digitais para o alcance dos objetivos do milênio”. Outros textos dela em www.estacadosaber.com

36

38 39

40

de MONTES CLAROS entra em reforma

MERCADO Algumas mudanças, como a da iluminação, já podem ser vistas no Mercado Municipal Christo Raelf, em Montes Claros, considerada a terra do pequi. Mas a reforma completa inclui-rá praça de alimentação, amplo esta-cionamento e vai durar cerca de um ano.

Toda a comunidade montes-clarense espera, ansiosa, pelas obras de reforma e ampliação do Mercado Central Christo Raelf. Trata-se, na verdade, de um projeto de revitalização do tradicional espaço onde se concentra consi-derável parte da cultura, das cores, sabenças e sabores do centro-norte de Minas. O local será totalmente reestruturado e se tornará um dos mais bonitos e funcionais complexos do gêne-ro no Estado.Elaborado em parceria com o Instituto Randal, o projeto é coordenado pelo arquiteto Geraldo Alcântara e privilegia, dentre outros aspectos, a estética e a funcionalidade. Uma nova área sur-girá com capacidade para abrigar mais de 200 automóveis e 100 motocicletas. Como a sociedade adquiriu o hábito de comer e beber em meio à movimentação do merca-do, o ambiente passará a contar com moder-na praça de alimentação. O acesso ao interior do prédio, a partir do estacionamento e dessa praça, dar-se-á por meio de dois elevadores e de escadas. Além disso, o logradouro recebe-rá telhado térmico e umificadores de ar, o que deixará o ambiente mais confortável.A reportagem da PEQUI MAGAZINE conver-sou com o secretário municipal de Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento, o ex-deputado Roberto Amaral. Ele informou que as obras vão demorar cerca de um ano, mas isso não impli-cará o fechamento do mercado. “Centenas de pessoas trabalham ali. E o povo de Montes Cla-ros não abre mão de estar no local para com-prar alimentos, principalmente nos fins de se-mana. O mercado é um ponto de encontro de montes-clarenses de todas as camadas sociais. Por isso, o trabalho será executado por etapas, de forma que possamos garantir o funciona-mento do logradouro. Quando for preciso, empreenderemos a reforma nos domingos e nas segundas-feiras, a fim de que o mercado funcione plenamente nos outros dias”, assina-lou.Para o assessor especial Elias Siufi, designado pela Prefeitura para trabalhar em Brasília em prol da reforma, o Mercado Central ganhará, dentre outros, em três significativos quesitos:

41

43

higiene, segurança e beleza. “Va-mos dar novo aspecto ao logra-douro, mas sem tirar dele o acon-chego que sempre proporcionou aos montes-clarenses e visitantes, quer pela gastronomia, quer pelo lado artístico, com ênfase em nosso rico artesanato”, destacou.Após a revitalização, o número de feirantes deverá aumentar em 40%. Hoje, segundo o gerente-geral, Daniel Pereira de Souza, o complexo tem 250 boxes e 200 bancas, além de 39 açougues. Daniel administra o Mercado com aproximadamente 60 funcioná-rios, divididos em três turnos. “De segunda a quinta, circulam aqui algo em torno de 3 mil pessoas. De sexta a domingo, esse núme-ro praticamente dobra. Mas con-seguimos cuidar de tudo a con-tento, da limpeza em especial”, esclarece. Ele lembra que a nova iluminação, já instalada, é mais econômica e eficaz e contribui para reduzir a sensação de calor no ambiente. Ainda de acordo com Daniel, o processo de licita-ção terá início dentro de pouco tempo.

COMERCIALIZAÇÃO DO PEQUI

Desde 2009, conforme notícia di-vulgada no blog de Adriano Sou-to, a Prefeitura de Montes Claros implantou normas para a comer-cialização do pequi, com o obje-tivo de acabar com a sujeira que se espalhava pela cidade. Assim, o Mercado Municipal passou a con-tar com 31 bancas de 1,20 x 75, feitas de metalon e chapa preta,

cedidas aos feirantes em consignação e devolvidas ao Município no término da safra.

ESPAÇO MULTIÚSO

De acordo com informações da Prefei-tura, o estacionamento atual, que ficará sob a laje, será transformado em espaço multiúso capaz de abrigar eventos de diversos gêneros. Nos fins de semana, funcionará como mercado livre para os produtores rurais, que hoje têm pouco conforto e ficam à mercê das intempé-ries. “Não tenha dúvida de que o prédio será um dos mais charmosos, moder-

nos e funcionais de Minas. Buscamos soluções inovadoras em mercados-modelos de várias partes do País. Consideramos tudo isso na elabo-ração do projeto, que vai mudar completamente a cara do Mercado Municipal Christo Raelf”, arrematou o secretário Roberto Amaral, não sem antes acrescentar: “Até em respeito à memória de Christo Raelf, a revi-talização será de suma importância. Conhecido como ‘Cristo Verdureiro’, ele marcou pelo pioneirismo a histó-ria do norte de Minas. Veio do leste europeu, instalou-se aqui e ajudou sobremaneira no desenvolvimento

da região”, conta.OPINIÃO DE FEIRANTES E FREQUENTADORES

J. C. JUNOT (Homem ligado ao mo-vimento artístico-cultural, à política e aos meios de comunicação): “O Mer-cado é o coração de Montes Claros. É o coração da arte, da culinária, da ami-zade. Aqui não apenas fazemos com-pras, mas buscamos alegria, bem-estar e confraternização. Frequento o lugar desde pequeno. No sábado, então, o passeio sempre foi sagrado. Torço pelo sucesso da reforma”.

ROSANE AGUIAR GONÇALVES (Bar-raca UAI PASTELARIA): “A reforma do Mercado é muito importante. Isso aqui é um senhor ponto turístico de Montes Claros. Já recebemos aqui a visita até de pessoas de outros países. Esse investimento vai ser muito bom. Os frequentadores sairão daqui com uma impressão cada vez melhor.

Além disso, as famílias que aqui tra-balham terão mais dignidade”.

FÁTIMA SOARES SILVA (Trabalha no Mercado há 16 anos): “Tive 3 filhos e os criei todos no Mercado. Eu os colocava num caixote bem arruma-dinho, dava-lhes mamadeira e, ao mesmo tempo, atendia aos fregue-ses. Considero o Mercado uma mãe. Deu sustento a mim e a meus filhos, que também passaram a trabalhar aqui. Amo este lugar e fiquei muito feliz com a notícia da reforma”.

JOÃO BATISTA PACHECO (Açou-gueiro, trabalha com carne há 18 anos): “Entrei no ramo por acaso. Estava desempregado, surgiu uma proposta de trabalho e eu aceitei. A carne de sol que vendo aqui é boa pelo seguinte: compro o boi no con-finamento e eu mesmo manipulo o produto. Uso o sal apropriado. Dei-xo na estufa com refrigeração por 2

dias. O tempero vai entranhando. Pode ser qualquer parte do boi, mas eu prefiro chã de fora, chã de dentro e lagarto. A carne de sol é símbolo e tradição de Montes Cla-ros. Uns 80% dos clientes são turis-tas, mas o nosso produto é expor-tado também. Sinto-me muito feliz de trabalhar no Mercado”.

KARINE SILVA OLIVEIRA (Trabalha no Mercado há 4 meses): “Trabalhar no Mercado é bom porque aqui a gente conhece várias pessoas, de vários lugares. Conhecer gente e trocar experiência pode significar novas oportunidades. Acho que a reforma vai melhorar em muito a infraestrutura do Mercado, que é bastante bagunçada, mas é conve-niente que o lugar não perca a sim-plicidades tão característica”.

DA REDAÇÃO

42

42

45

Fascina-me o tema em apre-ço desde quando li, na Réplica, lá pelos idos de 1985, o alerta do imortal beletrista Rui Barbosa: “Não é necessário, para falsificar uma escritura, mudar nomes, nem pa-lavras, nem cifras, nem ainda letras; basta mudar um ponto ou uma vírgula”.

Com efeito, dependendo da maneira como vêm pontuadas, construções frásicas iguais apre-sentam significados diferentes. Às vezes, até contraditórios. É conhe-cida a façanha do vidente que es-capou da morte graças ao gigan-tesco poder de alguns sinaizinhos gráficos. Consultado por um prín-cipe guerreiro, o espertalhão vatici-nou por escrito: IRÁS PARA A GUER-RA VOLTRÁS NÃO MORRERÁS. Pois bem. Sabe o que aconteceu ao guerreiro de sangue azul? Mor-reu (com hífen estilístico, bem ao gos-to de Seu Feliciano, personagem de Pedro Bismarck em Zorra total). E morreu justamente no teatro das operações bélicas. Inconformado com a perda do filho, o rei ordenou fosse o adivinho executado. Che-gou o dia do estrangulamento. Na praça, diante do cadafalso, os súdi-tos se acotovelavam. Queriam as-sistir ao tétrico espetáculo bem de pertinho. O clima era tenso. Havia suspense no ar... Na última hora, o réu conseguiu o direito de se defender. Olhos fixos na família real, declarou alto e bom som: “Tudo se cum-priu conforme eu predisse”. Espanto geral... O soberano contestou a defesa. Mas o impostor reiterou: “Tudo se

cumpriu conforme eu predisse”. Em se-guida, pegou a “bendita” mensagem e a pontuou destarte: IRÁS PARA A GUER-RA. VOLTARÁS? NÃO! MORRERÁS.

Em 1910, Manaus sofreu terrível bombardeio por causa de um erro de pontuação! O oficial Costa Mendes – relata Humberto de Campos (1) – alarmou-se com as manifestações de alguns revoltosos e telegrafou ao mi-nistro da Marinha, perguntando se de-veria arremessar bombas contra a cida-de. “Não; tenha prudência”, respondeu o almirante Alexandrino de Alencar. O telégrafo, no entanto, comeu o ponto e vírgula, e a resposta passou a ser: “Não tenha prudência”.

J. Ferraz Freitas (2) registra insó-lito episódio desenrolado na França napoleônica. Certo soldado, condena-do à morte pelo Conselho de Guerra, levou (ele próprio, era o costume) sua apelação ao imperador. Este escreveu no verso do documento: “Se o tribunal condena eu não apelo. – Napoleão”. O soldado, homem de espírito arguto, notou a pontuação incompleta na fra-

situacionistas alcançarão a vitória, e o coitado do opositor (apenas ele) será derrotado. No segundo, “só” tem a função de adjetivo. É sinôni-mo de “sozinho”. Aí a coisa muda de figura. O candidato da oposi-ção sagrar-se-á também vitorioso, desde que se faça acompanhar de eficientes cabos eleitorais.

A ausência da vírgula pode destruir a unidade da Igreja Ca-tólica. Analise as sentenças a seguir:

1) O Papa que reside no Vaticano nem sempre se en-contra lá.

2) O Papa, que reside no Vaticano, nem sempre se en-contra lá.

No primeiro período, há uma oração subordinada ad-jetiva restritiva. Esse tipo de oração delimita o significado do nome a que se refere. Par-ticulariza-o. Confere caráter ge-nérico à assertiva. Sem as vírgulas, pode-se afirmar, categoricamente, que a Igreja Católica tem, no míni-mo, dois papas, um dos quais resi-de no Vaticano. Na certa, a religião de Roma enfrenta novo cisma. No segundo período, há uma oração subordinada adjetiva explicativa, em virtude do instrumento sintáti-co colocado antes do pronome re-lativo e depois do topônimo. Para quê? Para dar realce a uma qualida-de peculiar ao nome em referên-cia. Com a oração “que reside no Vaticano” virgulada, a Igreja retorna à milenar estrutura. Seu único che-fe? O octogenário Bento XVI.

Além de criar pontífices ile-gítimos, os sinais gráficos são ca-pazes de anular a Ressurreição de Jesus Cristo! Observe: “Ressuscitou; não está aqui” – lê-se no Evange-lho de São Marcos. Com idênticas palavras, inimigos da fé cristã po-deriam alterar tudo: “Ressuscitou? Não! Está aqui”.

Agora ponha sentido nestas construções:

1) O município de Curvelo tem quatro mil habitantes, que

atuam diretamente no comércio.2) O município de Curvelo tem

quatro mil habitantes que atuam dire-tamente no comércio.

Qual delas escolher? A segunda, lógico. Na primeira, com a oração su-bordinada adjetiva explicativa (a isola-da por vírgula), o índice demográfico de Curvelo leva assustadora queda. Sem mais aquela, passam a viver no

Município tão somente quatro mil pessoas. E o mais esquisito na his-tória: são todas comerciantes ou comerciárias. Não há individuo al-gum no serviço público, na indús-tria, na lavoura etc. Ninguém de-sempregado. Ora, se você quiser informar que, do total de habitan-tes de Curvelo, cerca de quatro mil (mera hipótese) desempenham atividades comerciais, mande a vírgula às favas de imediato.

“O sistema de sinais de pon-tuação oferece enormes dificulda-des aos estudantes, notadamente aos universitários”, diz a erudita

professora Antônia Cleusa Guimarães (4). Dona de sólida cultura linguística, ela expõe o cerne do problema: “Falta o indispensável conhecimento da sin-taxe da língua”.

Mestra Antônia está coberta de razão. O emprego correto dos tais si-naizinhos gráficos “baseia-se na orga-nização sintática das frases escritas, e

NOTAS:1 – CAMPOS, Humberto de. Perfis, 2ª série. São Paulo/Porto Alegre/Rio de Janeiro/Recife: Editora Mérito S.A., 1962, pp. 179-182. / 2- FREITAS, J. Ferraz. Tudo sobre a vírgula – Origem, importância e emprego. Rio: Ediouro, 1964, p. 77. / 3 – CHALLITA, Mansour. Os mais belos pensamentos de todos os tempos. Rio: Erregê, s.d., 4ª ed., p. 219. /4 – Em 2005, entrevistei a professora Antônia Cleusa Guimarães. Entre os assuntos discutidos, o problema da pontuação. / 5 – PASQUALE & ULISSES – Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 1988, p. 344. / 6 – CANABRAVA, Luiz. Sangue de Rosaura. Rio: José Olympio, 1954, p. 120.

se e completou-a de acordo com seu interesse: “Se o tribunal condena, eu não: apelo. – Napoleão”. Resultado: livrou-se da pena capital.

Já o filósofo Mansour Challita (3), magnífico tradutor do Corão e da poesia de Khalil Gibran, narra o caso do milionário cujo bilhete-testamen-to, redigido in extremis, não chegou a ser pontuado. Eis o escrito:

“Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.”

E aí? Quem herdou a fortuna? Cada um dos interessados pontuou o texto a seu modo. A irmã: “Deixo meus bens à minha irmã, não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”. O so-brinho: “Deixo meus bens à minha irmã? Não, a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”. O alfaiate: “Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu so-brinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”. Por fim, o representante dos excluídos: “Dei-

xo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres”.

Em tempo de campanha política, o descuido da pontu-ação pode causar enorme qui-proquó. Confira:

1) Só o candidato opo-sicionista não será eleito.

2) Só, o candidato opo-sicionista não será eleito.

Percebeu a armadilha? No primeiro enunciado, sem a vírgula, “só” funciona como advérbio. Todos os candidatos

não nas pausas e na melodia das frases faladas” (5). Por isso, muita gente boa, mais acostumada a fa-lar do que a escrever, esquece a virgulação quando ocorre zeugma (elipse de termo anteriormente ci-tado). Ex.: “Eu bebo vinho; ela, suco de laranja”. Colocada depois do pronome “ela”, a vírgula comunica elegância à linguagem, evitando a repetição do verbo “beber” (bebe). Em determinadas circunstâncias, porém, omitem-se termos que não apareceram em nenhum trecho do período, mas podem ser, devido ao contexto e ao emprego da vír-gula, facilmente identificados por qualquer mortal. O curvelano Luiz Canabrava assim se expressou no premiado livro Sangue de Rosaura (6): “No chão, pedaços de metais, papéis, vidros, arreios, madeiras, colchões velhos”. Que vocábulo se esconde atrás da capacidade de síntese do genial escritor? O verbo “haver”, claro: “No chão, (havia) pe-daços de metais...”.

Como se vê, os sinais de pon-tuação têm poder de vida e morte sobre os seres e as coisas. São ardi-losos, cheios de nove-horas. Olho neles!

[email protected]

O incrível poder dosSINAIS DE PONTUAÇÃO

Parece mentira, mas é verdade: os sinais de pontuação já destruíram e salvaram vidas, estreitaram e desfizeram laços amorosos, transformaram em ridículas seriíssimas informações. Conheça alguns casos curiosos protagoniza-dos pelas notações sintáticas.Por Newton Vieira

. .

;

!

1. ILUSTRAÇÕES DE NILSON AZEVEDO. Cortesia de FAPI/Armazém de Ideias.

1.ILUSTRAÇÕESDENILSONAZEVEDO.CortesiadeFAPI/Arm

azémdeIdeias.

44

46 47

DOMINGUINHOSa excelência do forró.

Dominguinhos sede entrevista ex-clusiva à PEQUI MAGAZINE durante sua participação no 30º Forró de Curvelo.

De suas influências à suas conquis-tas, o mestre nos revela detalhes de sua jornada de sucesso no Brasil e no Mundo.

Luís Eduardo Borges, 56, e Maria Aparecida Melo, 52, ambos curvelenses, eram casados havia 35 anos. Advogado, ele prestava assessoria jurídica a empresas de médio porte na região. A secretá-ria dele, morena de um metro e oitenta, lábios carnudos e pernas grossas, enchia-lhe a mente de fantasias eróticas. Não deu outra: lá uma bela tarde, o especialista em direito comercial ingressou no clu-be dos infiéis. O local da escapade-la? O próprio escritório. Findo o ex-pediente, ninguém testemunharia o adultério.

Dias depois, Luís sentiu a consciência carregada de chum-bo. A vida conjugal ia bem. Não lhe faltava carinho nem sexo. A companhia da mulher era das mais agradáveis. Então, como pôde transformar-se em verdadei-ro Judas e traí-la? Foi quando lhe ocorreu a luminosa ideia de contar tudo à esposa. E ele o fez. Maria Aparecida ficou irada. Qualificou de imperdoável o deslize do ma-rido. Disse-lhe cobras e lagartos e foi de mala e cuia para a casa dos pais, no bairro da Bela Vista, ali nas

proximidades da Matriz da Sagra-da Família.

A instâncias de amigos, Luís decidiu insistir na reconciliação. Talvez agora, cabeça fresca, Maria Aparecida relevasse o ocorrido. Não logrando êxito nos telefone-mas, decidiu comunicar-se com a mulher mediante bilhete. Escre-veu:

“Meu amor vem aqui ama-nhã!”

Maria Aparecida leu o recado. Quase morreu de ódio. Era acin-toso demais. Não suportaria ver o ex com a outra nas ruas e bares de Curvelo. Pensou... pensou... e resol-veu mudar-se para Belo Horizonte.

Durante a Festa de São Ge-raldo de 2008, a traída e o traidor se reencontraram por acaso. In-fluenciados pelo espírito religioso, expungiram do coração as velhas mágoas e fizeram as pazes. Con-versa vai, conversa vem, tudo se esclareceu. No malfadado bilhete, o causídico se esquecera de em-pregar a vírgula depois de “Meu amor”, e a professora (sim, Maria Aparecida lecionava português) havia interpretado o texto ao pé

da letra.Veja a diferença:1) Meu amor vem aqui ama-

nhã!2) Meu amor, vem aqui ama-

nhã!No primeiro enunciado, sem

a vírgula, “Meu amor” é o sujeito da oração. Luís Eduardo tão somente informa que receberá a visita do ser amado. Mas quem a felizarda? A secretária? A esposa? Um tercei-ro rabo de saia? Mistério...

Na segunda frase, com a vír-gula, “Meu amor” passa a exercer a função de vocativo. Aí a des-tinatária da mensagem, indubi-tavelmente, é Maria Aparecida, convidada a comparecer na casa de Luís. Trocando em miúdos: Ma-ria Aparecida e “Meu amor” são a mesma pessoa.

A história mostra o quanto a gente deve atentar para o uso correto dos sinais de pontuação. Às vezes, a vírgula (ou a ausência dela) tem o poder até de separar o que Deus uniu.

Por: . .. . . . . . . . . Newton Vieira

O que

DEUSuniu...

...avírgulaSEPARA!

46

48 49

50 51

Sim, este é um test drive. O test dri-ve PEQUI MAGAZINE. Então, pra aprovei-tar ao máximo a leitura, o melhor é você esquecer os que já viu por aí, porque este é diferente. Nossa avaliação parte do mais puro ponto de vista leigo: igual ao seu, ou, poderíamos dizer, igual ao da maioria das pessoas .

Antes, porém, conheça uma histó-ria que talvez guarde semelhança com a sua ou com outras de seu conhecimen-to.

A SAGA DA FAMÍLIA DE ANTÔNIOEra sábado. O céu de intenso e

magnífico azul inspirava o Sol a apres-sar-se, tirando da cama, na mais tenra das horas daquele dia, a família inteira de Antônio. Era um tal de vem pra cá, vai pra lá, veste daqui, toma café dali, até

que se meteram todos da casa no uno 2005, velho e íntimo amigo da família, e foram parar na lá na Cur-vel. A turma estava alucinada, apai-xonada pelo novo Uno e já nem se importava de deixar o fiel escudeiro da família pra trás. O negócio era dar o Mille antigo de entrada e le-var o Way de qualquer jeito. Mas, primeiro, claro, era preciso fazer um teste drive pra saber se o carro era tudo aquilo que os jornais e revistas diziam.

Já na Curvel, a criançada, mal viu a porta do carro se abrir, caiu lá dentro e gritou, ensurdecedora-mente:

- Vamo, pai! Vamimbora logo! Queremos andar de novo uno!

Mas Antônio, com seu jeiti-

nho todo sem pressa de mineiro, acariciava o bichinho, fechando os olhos, como que para sentir me-lhor o cheirinho de novo que, dali (hum!), exalava generosamente... Antes de entrar, meticulosamen-te, olhou o carro inteiro, apertou os lábios, franziu a testa. Depois, com um semblante atinado, qua-se carrancudo, olhou nos olhos de um por um no carro e, com a au-toridade de chefe e defensor dos interesses de sua família, exclamou convencido:

- É! Esse ficou bom! Preciso dizer qual foi o resul-

tado? Uma família feliz de novo Uno, claro!

NO NOVO UNO,É TUDO NOVO.

E a Pequi conferiu!

A Curvel é uma das mais premiadas concessionárias do Brasil, por atender com excelência os seus clientes. Se você não entende de carros e é, como nós, apenas um leigo apaixonado, o melhor a fazer é garantir segurança. Faça negócios com a Curvel e experimente o que é ser atendido com o jeito mineiro dessa maravilhosa conces-sionária, sinônimo de competência premiada.

51

52 53

O carro, que faz parte da vida do brasileiro des-de agosto de 1984, passou por várias mudanças até chegar à total repaginação. Para tentar agra-dar a gregos, troianos e, agora, a “pequizófilos”, a Fiat fez o diferente: mudou tudo, com ousadia e autenticidade raramente vistas no mercado automobilístico. E não foi apenas por fora que as mudanças estéticas e ergonômicas aconte-ceram. Por dentro, o carro é ainda mais novo no design e acabamento. Ao entrar no Uno Way, a impressão que se tem é de não estar num carro popular, e a sensação é de conforto e se-gurança. O modelo que testamos tinha todos os opcionais, como vidro e travas elétricas, ar e direção. Pois é. Pegamos o carro na Curvel, mas, como o Sr Antônio – personagem da nossa “história feliz”, na qual, atendendo a pedidos, substituí-mos o nome verdadeiro por um pseudônimo –, observamos cada detalhe antes de tomar a estrada. O uno Way 1.4, de cara, passou pelo teste de carregar, de uma só vez, cinco pesso-as da nossa equipe. O jornalista Danilo Galvão, que atacava de cinegrafista, o fotógrafo Oscar Santos, eu (Alexandre Benony) dirigindo o carro, além de Wanderlay Viana, que fazia o making off fotográfico, e Wellington Silveira, funcionário da concessionária Curvel.

Passando pelos quebra-molas das ave-nidas curvelanas, realmente sentimos o quanto o carro é bem mais confortável que seu modelo antecessor. No teste de força, pesado, o carro subiu a rua que vai dar no aeroporto de Curvelo (pra quem não conhece, uma forte subida) sem fazer muito esforço, perdendo o mínimo de ve-locidade. Vale lembrar que éramos cinco

adultos. No aeroporto, encontramo-nos com o os outros componentes da equipe, incluindo o comandante Rayfran, que pilotaria o traker, aeronave utilizada na matéria e Mauro Lumem, nosso Diretor comercial. Ultimamos, assim, os prepa-rativos da sessão de fotos. A ideia era

salientar a proposta de aventura do Way numa foto que mostrasse todo o seu potencial. Passar com o carro levantando poeira na ponte sobre o Rio das Velhas para criar inusitado contraste de imagens: a poeira da sequidão do cerrado na estrada que leva à Glória, distrito de Santo Hipó-

lito, versus a beleza das águas ver-dejantes do Rio das Velhas, pintadas do azul refletido do céu. No meio desse lindo cenário, nosso protago-nista, o Uno Way, centro de todas as atenções. A caminho da mencionada ponte, pudemos experimentar o Uno no

Uno WayNa estrada que leva à Glória

ÚLTIMAS PREMIAÇÕES CURVEL:

• Prêmio de 1º lugar na avaliação do Programa QTA (Qualidade Total no Atendimento).Período de avaliação de Junho de 2009 a Fevereiro de 2010.

• No dia 03 de março, na sede da Curvel, em noite de comemoração, aconteceu a premiação da “Certificação nos Padrões de Atendimento Fiat”, com entrega de belíssimo troféu para a Cur-vel, brindes para todos os funcionários e presença de representantes da Fiat.

53

asfalto e, em seguida, em terreno acidentado, de terra e de muitos buracos, valas e pedras. Surpreen-deu-nos a performance do carro, que parecia flutuar sobre as ad-versidades do caminho. Com os vidros fechados, o nível de ruídos bem baixo, tanto no que se refere ao motor quanto ao do atrito dos pneus com o solo irregular. Chegou o momento de acelerar. O teste pedia essa avaliação. Com experiência de quem tem milhares de quilômetros rodados em estra-das de terra, tive confiança para ou-sar ao máximo, claro, respeitando a sinalização e velocidade permitida para o local. Foram momentos de adrenalina para todos que estavam no carro comigo, pois, se para as retas a velocidade parecia pouca, nas curvas a emoção aumentava consideravelmente. O Uno Way se comportou muito bem em todos os momentos, levando-nos con-fortável e seguramente ao nosso destino. Na ponte, passei a conciliar as fun-

ções de fotógrafo e diretor da equipe de produção. O comandante Rayfran e o fotógrafo Oscar aterrissaram a ae-ronave para uma última combinação. Tudo pronto. Wellington, represen-tante da Curvel, assumiu a direção do carro. O avião decolou. Todos a postos. O comando foi dado, e o car-ro passou para a primeira bateria de fotos. De um barco, sobre as águas do Rio das Velhas, Danilo filmava tudo. O Piloteiro da chata, era o nosso amigo Roberto Pescador, para quem pedi-mos uma força na confecção da ma-téria. Ele, muito prestativo, topou na hora participar e aproveitou para dar uma pescadinha. Valeu a experiência de juntar elemen-tos do sertão de Guimarães rosa: terra, água e ar, adrenalina e poeira da es-trada. Afinal, “Do pulmão lá ninguém morre, o que mata é o coração”. En-quanto passávamos várias vezes sobre a ponte de mão única, a uma velocidade de aproximadamente 100km por hora, para a foto principal, nossos corações é que corriam o ris-co. Agora você vê aqui o resultado dessa

emoção, sentida por toda a equipe e capturada por nossas lentes.Oxalá tenhamos conseguido, a con-tento, partilhar com você esse test dri-ve diferente, uma história que reúne muito mais que dados técnicos; tenta passar um pouco da inesquecível sen-sação de dirigir o surpreendente Uno Way.Ah!, quase me esquecia de contar que a nossa aventura, diferentemente da vivida pela família de Antônio, não se verificou num sábado, mas em ple-na sexta-feira treze de agosto. E não poderia ter sido melhor. Mesmo sem amuletos, mantivemos a frigatriscai-decafobia longe de nós. A única coi-sa que nos assombrou foi mesmo a admirável performance do novo Uno. Essa, sim, digna de comentários.

Por: . . . . . . . . . . .Alexandre Benony

PRODUÇÃO:

Alexandre BenonyWellington SilveiraMauro LumeWanderlei VianaRaifranOscar SantosDanilo Galvão

DEPOIMENTOS SOBRE O NOVO UNO

O Sr. Ronan Gott é uma referência regional, quando o assunto é carro. Aos 76 anos de idade e cinquenta de mecânica, aposentado, curte seu Uno Way e elogia a performance do seu automóvel: “O carro tem um desepenho muito bom. A retomada de marcha dele é espetacular. Mes-mo sendo um ponto zero, o motor dele se mostrou bem disposto, até porque ele tem 7 cavalos a mais que os modelos anteriores.

Gostei do carro. Na estrada de chão andando a 80 por hora, com muita estabilidade a gente chega rapi-dinho. A beleza dele é sem expli-cação, tanto que eu nunca gostei de Fiat Uno, mas este, quando eu vi, amei de cara. Gostei do espaço, achei muito confortável também. Agora, o mais interessante é a eco-nomia. Nossa, é econômico demais. E, a gente não pode negar a impor-tância de andar com um carro que consuma menos. Bem, é isso. O car-ro é tudo de bom!

RONAN GOTTMecânico

ADRIANA ROCHA Atriz

Nossos agradecimentos especiais ao comandante Raifran e ao fotógrafo Oscar.

54 55

54 55

56 57

58 59

História

No dia 1.º de setembro de 1906, os missionários redentoristas chegaram a Curvelo para iniciar nova fundação. Escolheram São Ge-raldo Majela (1726-1755) como padroeiro, canonizado por Pio X no dia 11/12/1904. E, para exercer seu ministério, receberam a velha “igreji-nha do Rosário”.

A atual Basílica começou a ser construída no dia 22 de março de 1912 e foi terminada em março de 1918. Como em Materdomini (Itália), uma capela dedicada à “Mãe de Deus” recebeu o peregrino Geraldo, em Curvelo, MG. Associado à “Mãe de Deus”, São Geraldo transformou a vetusta capela num santuário e Basílica majestosa, centro irradiante de fé e espiritualidade cristãs.

É a Basílica São Geraldo “um monumento de fé e piedade que convida e inspira a prece a todos que o visitam”. “Ninguém deixa a Ba-sílica sem momentos de reflexão mais aprofundada”, sem levar consi-go “certo sentimento de encontro ou reencontro com Deus, ou uma mensagem de fé e espiritualidade” (www.basilicasaogeraldo.org.br).

Memória

Com os festejos em honra a São Geraldo, fazemos memória da intensa dedicação dos Missionários Redentoristas à propagação da fé e espiritualidades cristãs no coração de Minas Gerais. Certamente, esse foi o motivo que os levou a encontrar na pessoa de um irmão redento-rista, São Geraldo Majela (humanamente muito frágil e espiritualmente cheio de Deus), o testemunho e a expressão de uma vida inteiramente dedicada ao Altíssimo, no serviço aos irmãos mais necessitados de sua época.

Também nós, redentoristas da Basílica de São Geraldo, esforça-mo-nos para dedicar nossas vidas inteiramente a serviço de todos que diariamente nos procuram, com as suas mais variadas histórias e cir-cunstâncias, na saúde e na doença, na tristeza e na alegria, no consolo e na dor. Nosso compromisso é levar a abundância da Redenção ple-namente realizada em Jesus Cristo [Sl 130 (129)] ao conhecimento de todos.

Profecia

Profetizar! Maneira concreta de uma pessoa se tornar cada vez mais próxima de Deus e, com perspi-cácia e coragem, falar em nome dEle.

Alimentada pelas celebrações diárias e pelo cumprimento de promessas, a fé aquece o coração de quem participa dos festejos em honra a São Geral-do e o faz: a) retomar seu caminho de volta para Deus; 2) acolher a Deus no coração, com toda singeleza e gratidão necessárias; 3) vislumbrar um futuro de vida diferentemente daquele centrado na busca por satis-fações imediatas e na falta de compromisso com a vida e a dignidade humana.

À guisa de conclusão

Os festejos em honra a São Geraldo – história, memória e profecia – envolvem aspectos sociais, re-ligiosos, culturais, econômicos e turísticos da fé cristã e trazem um benefício muito grande para o municí-pio de Curvelo. É impossível entender a vida do povo do sertão sem lembrar os aproximados 104 anos de presença dos missionários redentoristas nesta região.

Nesses festejos, as pessoas fortalecem seus vínculos afe-tivos com Deus, uns com os outros, com o local visitado etc. Crescem, assim, a partilha, a solidariedade e a devoção a São Geraldo. Com seus peitos estufados, muita sonoridade e alegria, cantam os romeiros, com o extraordinário poeta padre Celso de Carvalho:

“Se Curvelo se apraz do apelido de Princesa Gentil do Sertão, mais se orgulha por ter acolhido São Geraldo no seu coração”.. Os festejos em honra a São Geraldo são um convite inces-

sante ao estreitamento de parceria entre o poder público e a Igreja Católica local representada pelos missionários redentoris-tas da Basílica de São Geraldo e pela Arquidiocese de Diaman-tina. Isso servirá, sem sombra de dúvidas, de trampolim para o crescimento do turismo religioso nesse sertão, aumentando e fortalecendo os vínculos de vida e fé entre o povo curvelano e romeiros visitantes e, também, os benefícios e as possibilidades de mais vida e dignidade para todos.

Por: Padre José Maurício de Araújo, C.Ss.R.Missionário redentorista e reitor da Basílica de São Geraldo

Os festejos em honra a São Geraldo (Oitava: do último fim de semana de agosto à primeira semana de setembro; tríduo: em outubro, no fim de semana mais próximo do aniversário de morte do Taumaturgo, dia 16/10) têm sido um marco de fé e devoção na vida do povo curvelano, das regiões circunvizinhas e dos romeiros do Brasil e do mundo.

Focadas na esperança, na fé, no amor e na caridade, as pessoas recorrem à intercessão do glorioso São Geraldo, em vista de testemunhar o amor a Deus e aos irmãos, no cotidiano de suas vidas, de uma maneira mais viva e renovada.

Podemos assim ler os festejos geraldinos pela ótica da história, memória e profecia.

Em honrra a

SÃO GERALDO58 59

60 61

Basílica de São Geraldo: Pelo breve apostólico “Humilis Religiosi Sodalis”, o Papa Paulo VI concedeu ao Santuário de São Geraldo, em 30 de

abril de 1966, o título dignitário ou honorífico de Basílica Menor.A instalação solene da nova basílica, única fora da Itália dedicada ao taumaturgo de Muro, ocorreu em 16 de outubro

do mesmo ano, sendo oficiante dom Daniel Baeta Neves, bispo de Sete Lagoas. Compareceram também dom José Bran-dão de Castro, bispo de Propriá (SE), dom José André, bispo de Patos de Minas, e dom Lázaro Neves, bispo de Assis, além de numeroso clero.

A partir deste momento, transcreveremos trechos do livro “Curvelo do Padre Corvelo”, de autoria do historiador Padre Alberto Vieira de Araújo, ou nos embasaremos nele para a coleta de preciosas informações sobre o verdadeiro tesouro cultural guardado na Basílica de São Geraldo.

OS PINTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A pintura do Santuário foi entregue aos irmãos Goretti (Victorio, Giulio e

Gino), italianos que, por certo tempo, residiram em Belo Horizonte. Eram primos da jovem mártir Santa Maria Goretti, canonizada pelo Papa Pio XII em 1950. Aliás, Victorio Goretti, diplomado pelo Istituto di Belle Arti in Firenze (Scuola Libera del Nudo), foi recebido em audiência pelo Sumo Pontífice quando da canonização de sua parenta.

Entre os quadros mais deslumbrantes pintados pelos irmãos Goretti no San-tuário destaca-se o da glorificação de São Geraldo por entre anjos. É cópia de outro da basílica do Santo em Materdomini (Itália). Igual realce merece o belís-simo painel de São Geraldo em êxtase, à porta do convento, na ocasião em que distribuía esmola aos pobres.

IMAGEM DO ALTAR MOR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

No altar-mor encontra-se a imagem de São Geraldo entalhada em madeira na Holanda. Mede um metro e quarenta. O santo sobraça o Crucifixo. Na peanha da estátua, uma caveira, objeto constante de suas meditações sobre a morte, mensagem sobre a fugacidade das coisas, das vaidades e ilusões da vida. A frase da caveira: “Hodie mihi cras tibi” (Fui o que és, serás o que sou) lembra a única certeza deste mundo: a da morte, que era, para o irmão Geraldo, uma grande libertação. Essa imagem foi entronizada no templo ainda inacabado em 16 de outubro de 1916.

O SANTO SARCÓFAGO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

A segunda imagem do Santo é a jacente, em arca de vidro com jun-turas de metal dourado (modesta e simples). Quem a desenhou foi o ho-landês Van Petten. Em tamanho natural, a imagem foi modelada e fundida em gesso pelo velho escultor italiano José Bernardini. Sem muita expressão artística, no entender dos especialistas, apenas imita outras do gênero.

A 3 de outubro de 1940, foi colocada à veneração pública. A princípio, nos degraus da escada que dá acesso à capela-mor, mesmo em frente ao altar-mor.

Verificou-se que o local era inadequado. Em 13 de abril de 1944, o sar-cófago foi removido para a nave lateral.

um tesouro da nossa cultura

61

62 63

OS VITRAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Iluminam e enchem o Santuário de colorido e piedade nada menos de 31 vitrais. Quase todos retratam santos de invocação e devoção eminentemente populares. São 15 de cada lado da nave central e da capela-mor. Na fachada, uma rosácea de grandes dimensões completa o número. É a Imaculada Conceição rodeada por seis anjos e rosas multicolores. Foi doado pela família Mascarenhas.

DUAS OBRAS DE ARTE. . . . . . . . . . . . . .

Chamamos a atenção para duas ima-gens, as melhores de todas as existentes no Santuário: a do Sagrado Coração de Jesus e o grupo da Sagrada Família.

A do Sagrado Coração de Jesus foi entalhada em madeira, na Áustria, pela cé-lebre Furthner Linz. Chegou a Curvelo em 20 de julho de 1928, por iniciativa do padre Geraldino Polman.

O grupo da Sagrada Família, no altar da nave lateral direita, foi entalhado em ce-dro, no Rio de Janeiro, pelo escultor Cyríaco da Costa Tavares, em janeiro de 1925. Com olhos de vidro e rica pintura, são de rara be-leza e expressão artísticas.

PADRE PAULO RUTHEN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .De descendência polonesa, nasceu em Schinnen, território holandês,

a 7 de outubro de 1889, sendo batizado com o nome de Pedro. Tornou-se Paulo ao abraçar a vida redentorista. Reinerus Rutten e Josefina Douven Rutten foram seus pais. Entre seus irmãos, um professou, como ele, os vo-tos da Congregação do Santíssimo Redentor; outro chegou a ministro da Educação na Holanda.

Padre Paulo Rutten veio para o Brasil em 1914, pouco antes de es-tourar a I Guerra Mundial. Em Curvelo teve marcante atuação. Muitos o

Na capela-mor há dois de fabrica-ção na Holanda. Decorativos e de cor clara, iluminam mais intensamente o presbitério. Chegaram ao Brasil em 1929. Os restantes (29) foram executados pela Casa Conrado, de São Paulo, fundada em 1889.

consideravam e ainda o consideram santo. Dele já se disse: “Tinha uma voz que não parecia terrena e andava como se os pés não tocassem o chão”.

Sobre ele escreveu o trovador Pe-

dro Magno dos Santos:“Sorrindo vejo-te ainda,olhos azuiz de bondade...O sonho dura, mas finda:Padre Paulo, que saudade!”

Às 12h30min de 5 de junho de 1972, morreu Padre Paulo Rutten, benfeitor espiritual de Curvelo e fogo-so pregador da bênção das segundas-feiras, momento mágico na vida de

milhares de crianças. Multidões de fiéis acompanharam-lhe os funerais. A memória desse sacerdote inigua-lável perpetua-se numa rua do bair-ro Bela Vista e na escola especial da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae. Mas a verdade é que ele continua e continuará vivo no coração do povo. Seu nome está

para a Basílica de São Geraldo como o de padre Vitor Coelho para o San-tuário Nacional de Aparecida. Cur-velo tem, com base na devoção a São Geraldo, esses e outros tesouros para mostrar ao Brasil e ao mundo. Vamos todos, curvelanos residen-tes dentro ou fora do torrão natal, abraçar a causa do turismo religioso.

Como inúmeros outros centros de peregrinações vem provando, a fé, além de montanhas, pode muito bem remover as dificulda-des econômicas de um municí-pio.

Por:......................... Newton Vieira

62

64

T E R C E I R A C O L H E I T A F E L I Z O Mercado Velho de Diamantina se encheu de brilho e da costumeira e calorosa receptividade do povo diaman-tinense para acolher o lançamento da terceira colheita da revista PEQUI MAGAZINE. Na ocasião, a cozinheira inter-nacional Dona Remy e o empresário Álvaro Diniz recebe-ram o troféu “Ouro do Sertão”. O Mercado Velho de Diamantina foi construído em 1835. Surgiu como ponto de venda das mercadorias trazi-das pelos tropeiros. Agora é Centro Cultural. Ali funciona a tradicional feira de artesanato, onde se servem comidas típicas. É o ponto de encontro da bela e sadia juventude da cidade. Pois esse local rico de histórias e de sabores cedeu espa-ço à revista PEQUI MAGAZINE, que se propõe a divulgar a cultura deste torrão mineiro em todas as partes do País. O evento teve início animado pela Big Band (especiali-zada em jazz) e pelos Irmãos Reis, os mestres do chorinho Zé Raimundo e Nonô, que mostraram aos presentes a ri-queza musical do lugar. Em seguida, um vídeo contendo imagens do lançamento da edição anterior e depoimen-tos de autoridades e intelectuais foi apresentado e aplau-dido. Personalidades de variados campos de atuação es-tiveram presentes: empresários, representantes do clero, jornalistas, autoridades políticas e militares, intelectuais, artistas, dentre outros. Dentre os presentes, no entanto, há de se destacar al-guém em especial, alvo de todas as atenções naquela noite: Dona Remy. Ex-cozinheira do astro da música pop, Michael Jackson, cerca de 20 anos, ela ainda conviveu e convive com outras tantas estrelas como George Benson, Harrison Ford, Herb Alpert, Sidney Poitier, Lionel Ritchie, Antony Quinn, Kirk Douglas, Frank Sinatra, Dick Martin, Elizabeth Taylor e Paul McCartney. No Brasil, a curvelana transitou entre figuras eminentes da política, como Jânio Quadros, Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek. Dona Remy, acompanhada de Javier Lizano, escritor costa-riquenho radicado na América do Norte, veio a Curvelo trazida pela BAND e pela PEQUI. Ela estave em Mascare-nhas, localidade da zona rural onde nasceu. Na casa de sua amiga Terezinha Diniz Lopes, gravou o programa Toda Sexta, de Adriane Galisteu, apresentando uma das receitas preferidas do Rei do Pop.

No lançamento da terceira colheita da revista, ela e o empresário Álvaro Diniz receberam das mãos de Alexandre Benony, diretor-editor da Pequi, e do escritor e jornalista Newton Vieira, o troféu Ouro do Sertão, entre prolongados e calorosos aplausos de todos. Álvaro Luiz Palhares Diniz é outro curvelano de grande valor. Filho de Francisco Otávio Diniz (Zizinho) e Terezinha Francisca Palhares Diniz, é casado com Simone Fernandes Diniz, pai de Álvaro Júnior e Déborah, estudante de medicina. Administrador de empresas, Álvaro ocupa o cargo de diretor-gerente da Estamparia Industrial São Roberto. À frente de uma gestão comprometida com o desenvolvimento sustentável, coordena, em Gouveia e Dia-mantina, projetos de alto alcance socioambiental, como o Reciclol e o de defesa de manan-ciais e cursos d´água, na Vila de São Roberto. Enfim, num clima envolvente, a terceira colheita da PEQUI pôde ser saboreada por todos os amantes da cultura e da informação. Foi, sem dúvida, uma colheita feliz.

Por : . . . Fred Vidal [email protected]

01

02 03 15

19

14

17

06

07

05

13

10 18 20

110908

12

16

04

1. Dona Remy com Paulo e Eliane2. Prefeito Fausto, de Gouveia, usa da palavra3. Geraldo de Sousa folhea a PEQUI4. Prefeito de Diamantina, padre Gê, Ana Paula, padre Nilzo e amigos5. Dona Remy com Alexandre Benony, Meire Sampaio e Newton Vieira6. Dona Remy e Everton, diretor do Mercado de Diamantina7. Padre Gê fala sobre a PEQUI8. Álvaro Diniz, Simone, Benony, Remy, Newton, Javier Lizano e Rubens9. Dona Remy, Benony, Javier, Pizani e Newton10. Dona Remy mostra o troféu a Rubens Bittencourt11. Dona Remy mostra o troféu a Acidália Lisboa12. No detalhe, a empresária Nanda (leia-se Nanda Boutique)13. O show da orquestra Big Bang14. Empresária Nanda Sampaio com Dona Remy15. Acidália e Júlio Porto com amigas16. Irmãos Reis, magos do chorinho17. Newton faz discurso de saudação aos laureados18. Dona Remy agradece a homenagem19. Ivanice Araújo apresenta o evento20. Márcia Bethânia Horta, Padre Gê e Saldanha Rolim

65

64 65

66 67

“... a gente ficou muito senti-do! Fizemos abaixo assinado e vamos fazer de tudo pra não acabar com o minador!”

Sr. João

Funcionário da S. R.

“A água é um bem comum,

garantido pela Constituição. A lei

protege a nascente num raio de 50

metros. “

Marco Antônio

Gestor Ambiental

“Adquir imos nova visão admi-nistrativa e vimos que precisávamos interagir mais com a sociedade e a na-tureza”

Álvaro Luiz Gerente-geral da S. R.

“Só Deus sabe o que vai aconte-

cer. Mas seria uma injustiça permitir

a destruição dessa fonte. “

Afonso Rodrigues moradora da vila

CONTRA ACORRENTE

Estamparia São Roberto vive situação inusita-da: luta contra órgãos ambientais pela preserva-ção de minadouro.

Em geral, as indústrias são acu-sadas de poluir e destruir os recursos naturais, enquanto os ecologistas e os órgãos ambientais trabalham pela preservação da natureza. Em geral, sim, mas não sempre. Em Minas, no município de Gouveia, a Companhia Industrial Estamparia São Roberto vive situação diametralmente opos-ta à comum. A fábrica tenta proteger importante manancial existente nas proximidades de sua sede e, para tanto, precisa nadar contra a corren-te, pois o Instituto Estadual de Flo-restas (IEF) concedeu a um minera-dor o direito de explorar a área onde brota a fonte. E todo o mundo sabe o tamanho do estrago de que se faz acompanhar a extração de diaman-tes. Caso a ameaça se concretize, os moradores da Vila ficarão privados do precioso líquido.

Convém ressaltar que a respon-sabilidade socioambiental da em-presa envolve ainda, dentre outras iniciativas de alto alcance, o projeto

Reciclol, desenvolvido com suces-so em Gouveia, com ramificação em Diamantina, onde a fábrica tem parceria com a UFVJM e mantém ponto de coleta de óleo de cozinha no bairro Rio Grande. “Nós nos pre-ocupamos com as questões sociais e a defesa do meio ambiente. A Es-tamparia monitora desde a fumaça expelida de suas chaminés, passan-do pelos ruídos interno e externo, até os resíduos sólidos e líquidos coletados e conduzidos à recicla-gem. Empenhamo-nos também pelo saneamento e a coleta sele-tiva de lixo”, relata o administrador Álvaro Luiz Palhares Diniz, gerente-geral da São Roberto.

De acordo com Álvaro, a Es-tamparia aguçou a consciência ecológica de seus diretores, em-pregados e dos habitantes da Vila num momento de crise. “Estáva-mos com dificuldades financeiras. Então contratamos a Fundação Cristiano Ottone e demos um cho-

que de gestão na empresa. Adquirimos nova visão administrativa e vimos que precisávamos interagir mais com a socie-dade e a natureza”, narra o gerente, que acrescenta: ”Nossos funcionários contam com assistência médica, recebem unifor-me, sapatos e se alimentam na fábrica. Temos nutricionista e excelente cozinha industrial terceirizada”.

Moradores da Vila mobilizados

São as nascentes, como a de Gou-veia, as responsáveis pelo aumento do vo-lume hídrico dos rios. Além disso, no caso em tela, a comunidade já se acostumou à água potável que jorra cristalina e fres-ca naquele terreno, tão pertinho de onde todos moram.

Como seria viver sem o minadouro? Os moradores preferem nem imaginar isso. “Só Deus sabe o que vai acontecer. Mas seria uma injustiça permitir a destrui-ção dessa fonte. Do jeito que o mundo sofre com falta d’água!... Eu busco água

aqui duas vezes por semana”, lamenta Afonso Rodrigues Tameirão, residente na comunidade há 25 anos. João Batis-ta da Silva, que ali mora há 21, declara-se indignado e se diz apenas mais um dos tomados de indignação. “Todos nós ficamos sentidos quando falaram que a mina podia ser destruída. Agora é confiar em Deus e na Justiça”.

Com 217 moradores e 55 resi-dências, a Vila São Roberto mobilizou-se para evitar uma possível catástrofe ambiental. Realizou abaixo-assinado entregue à superintendente do Núcleo de Apoio à Regional Copam (NARC), Eliana Piedade Alves Machado, e ao Ministério Público da Comarca de Dia-mantina. “Tentamos mostrar o absurdo do licenciamento. Não podemos afir-mar, mas achamos que o técnico do IEF não viu a nascente, embora ela seja facilmente perceptível, ou não esteve na área da lavra, pois o minadouro não consta do Processo 140 300 00867/09”, comenta o chefe de departamento

Marcos Antônio da Silva, especia-lista em Gestão Ambiental. Ele diz mais: “A água é um bem comum, garantido pela Constituição. A lei protege a nascente num raio de 50 metros. O caso em referência se en-quadra na legislação”.

Segundo Marcos Antônio, a fiscalização do NARC – órgão que engloba o IEF, IGAM, FEAM e SE-MAD – somente apareceu para ve-rificar o caso da mina quatro meses depois, a pedido da referida supe-rintendente e por determinação do Ministério Público. “Como nada se resolveu a contento, decidimos agir por conta própria e chamamos o minerador para uma conversa, para um acordo, uma negociação, o que fosse. No entanto, até agora, continua o impasse”.

Por telefone, na tarde de 30 de agosto último, a reportagem da PEQUI procurou o Instituto Estadu-al de Florestas. Em nome do órgão,

o técnico Celso Roberto Bezerra Pena informou que o IEF atua com rigor, sempre de conformidade com a legis-lação. No entanto, admitiu a possibili-dade de o processo ser revisto.

ONG se manifesta Preocupada com o destino do

minadouro em apreço, a ONG “Cami-nhos da Serra Ambiente, Educação e Cidadania”, por intermédio de seu coordenador, Alex Mendes Santos, so-lidarizou-se com os moradores da Vila de São Roberto - Gouveia, na proteção da mina de água às margens do ribei-rão Datas. “Além da questão ambien-tal, é preciso destacar a importância cultural e histórica da relação dos mo-radores do lugar com aquele espaço. Esperamos que os órgãos ambientais atendam aos interesses da comuni-dade, que tem todo o nosso apoio”, acentuou o ambientalista.

6766

68 69

Por: Marco Aurélio Simões

Pimenta - Engenheiro

Agônomo - EMATER MG

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DA REDAÇÃO

PROJETO RECICLOLÓleo de cozinha vira combustível para automóveis

Para cada 260 litros de óleo vegetal utilizado, 80 litros de biocombustível são produzidos. Esses os números que atestam o sucesso do projeto Reciclol, cujo objetivo é o de proteger a natureza de um líquido causador de enorme prejuízo à vida no Planeta e, ao mesmo tempo, fomentar a economia nas regiões de Gouveia e Diamantina. Ideali-zada por Marcos Antônio da Silva, chefe do Departamento de Controle de Qualidade e Meio Ambiente da Indústria e Estamparia São Roberto, de Gouveia e Diamantina, essa nobre causa conta com o apoio do professor de Microbio-logia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Paulo Henrique Grazziotti. “Pegamos o CO2 retirado das plantas e transformado em óleo de cozi-nha e o devolvemos totalmente limpo ao meio ambiente”, explica o catedrático. Segundo o professor doutor Sandro Luiz Barbosa, coordenador do Laboratório de Biocombus-tível – LABBIO, da UFVJM, estudos recentes dão conta de que uma pessoa consome por mês algo em torno de 0,5 li-tro de óleo vegetal. Desta forma, podemos calcular que, no município de Diamantina, cuja população é de aproxima-damente 40 mil habitantes, haverá um descarte de cerca de até 20 mil litros de OGR/mês. Daí a necessidade de a po-pulação diamantinense ser conscientizada do problema.

A ideia do RECICLOL começou a ganhar concretude em 2007, quando se observou grande quantidade de óleo e graxa excretados pelas casas de comunidades próximas a Estações de tratamento de Esgotos (ETE), da cidade de Gouveia-MG, mais precisamente na vila de moradores no entorno da fábrica. Enquanto as casas excretavam até 800mg/l de óleo e graxa em um mês, as fábricas em que Marcos Antônio e Paulo Henrique haviam alertado sobre o mal causado por esse derramamento pouco poluíam o ambiente. O fato é, no mínimo, curioso, pois, em geral, são as indústrias as grandes poluidoras.

No início, o óleo retirado das casas destinava-se ape-nas ao fabrico de sabão. Em abril de 2008, com o apoio da ONG “Caminhos da Serra”, entrou em execução o projeto Reciclol propriamente dito. Deu tão certo, que resultou também na fabricação de sabão caseiro, detergente e de amaciantes, ainda em fase de testes. A partir do recolhi-mento do óleo, a RECÓLEO, de Divinópolis, empresa par-ceira da Estamparia, no projeto Reciclol, vem atuando no fabrico de ração animal.

Biocombustível é uma forma de combustível produ-zido a partir de produtos agrícolas, como cana de açúcar, soja, mamona, milho, beterraba etc. Como não é fóssil e consiste numa fonte de energia renovável, não corre o risco de poluir o meio ambiente. Existem vários tipos de biocombustíveis, mas os principais são o bioetanol, o bio-diesel, o biogás e a biomassa. No caso do Reciclol, a maté-ria-prima é o óleo vegetal usado nas casas. Diferentemente do produzido a partir da mamona, ele apresenta melhor

rendimento, mas ainda não tem 100% de garantia no bom desempenho dos motores automobilísticos. Em solo gouveano, já são três os postos de coleta. Além disso, a cada dois meses, um caminhão da fábrica passa nos bairros e recolhe o material de porta em porta.

TEM BIOCOMBUSTÍVEL DE PEQUI?

Tem sim, senhor. O LABBIO da Universidade Fede-ral dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em parceria com o Laboratório de Ciências e Novas Tecno-logias–LACITEC, da Universidade Federal do Mato Gros-so do Sul (UFMS), realiza trabalhos com diversas oleagi-nosas, destacando-se o pioneiro desenvolvido com o pequi, oleaginosa da região do cerrado.

“O pequi é um vegetal rico em triglicerídeos, cons-tituintes químicos dos óleos vegetais que possibilitam a utilização de seu fruto como matéria-prima para a pro-dução de biodiesel”, garante o professor doutor Sandro Luiz Barbosa.

Um dos problemas para a utilização do pequi como fonte de matéria-prima na produção de biodie-sel é a sazonalidade, assim como o excesso de espinhos contidos nos frutos, o que torna inviável a extração do óleo vegetal por processo mecânico industrial. A solu-ção desse problema vem sendo objeto de pesquisas nas quais a produção de biodiesel de pequi é realizada a partir da fruta in situ, ou seja, a produção de biodie-sel é realizada sem a necessidade prévia da extração do óleo vegetal. Busca-se patentear o processo, e o traba-lho é dirigido para a produção em uma escala-piloto.

MCDONALD’S X BIODIESEL

O óleo usado na fritura das batatas e dos empanados das lojas McDonald’s do Brasil é aproveitado como biodiesel na frota de caminhões da própria empresa. Esse projeto está em andamento desde 8 de junho des-te ano, sob a liderança da Arcos Dourados, dona das franquias McDonald’s na América latina, e pela Martin-Brower, que responde pela distribuição e logística da rede. Outras 9 empresas estão nessa parceria: Volkswagen, Shell, Thermo king, SP BIO, Tietê Caminhões e Ônibus, MWM International Cum-mings, Tek Diesel e Ativos Técnicos e Ambientais (ATA).

Dos anos 70 até hoje

Na verdade, projetos de biodiesel são desenvolvidos no Brasil desde os anos 1970, no Governo Geisel, quando o engenheiro-químico Hernani Sá apa-receu com o biocombustível a partir de gorduras animais e vegetais. Consi-derada muito dispendiosa, a iniciativa não foi levada muito à frente. Em 1980, esse mesmo engenheiro apresentou o primeiro posto experimental de bio-diesel, batizado de INTOL. Em 1984, o projeto DENDIESEL (de combustível à base de óleo de dendê) ganhou força, e a Secretaria Geral da CEPLAC disponi-bilizou recursos para seu desenvolvimento, o que não se concretizou devido às mudanças políticas ocorridas no ano seguinte. Só em 1992 o DENDIESEL seria efetivamente relançado, na gestão de Fernando Collor, mas outra vez seria interrompido, agora pelo impeachment. Em seu segundo mandato, FHC lançou o Programa Nacional do Biodiesel, implementado na administração de Lula.

ÁGUA - SUSTENTABILIDADE

Estima-se que, hoje, existam aproximadamente dois milhões de pessoas sofrendo com a escassez de água. Desde sempre, a quantidade de água sempre foi a mesma no planeta, porém, o ciclo hidrológico sofre constantes interferências decorrentes das ações humanas. Temos de ter a consciência de que estamos inseridos no contexto “meio ambiente”, no qual existe um trio fundamental de elementos naturais: solo, água e ar. Esses elementos inte-ragem para um propósito final. Por isso, a natureza responde devastadoramente a toda essa agressão e degradação ambiental que praticamos. Devemos contribuir com a preservação do nosso ecossistema. É desejável, dentro de uma proposta sustentável, que tenhamos visão única da água, fundamentada na racionalização e na responsabilidade de cada um, em prol da melhoria da qualidade de vida de todos.

FONTES: - Universidade Federal Vale do Jequitinhonha e Mucuri - http://www.biocombustiveis.com.br/index.php/page/7.html - http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiesel -http://www.sociedadambiental.net/profiles/blogs/mcdonalds-lanca-projeto-de – Acessos em agosto de 2010.

68 69

vip ALEXANDRE BENONY

COLUNAS Pequi

1. Nosso amigo Egmar Geraldo da Silva, segun-do da esquerda para a direita, agora ocupa o cargo de delegado regional em Pedra Azul. Com ele na foto: Ricardo Mendes Pinto, pre-feito; Isaías Pontes de Melo, chefe do 15º DP; Mário Santos, superintendente de Informa-çãol; e Marco Antônio Monteiro de Castro, chefe da Polícia Civil MG

2. Sandy Mara Vieira, 18 anos, representante de Curvelo no Miss Agropecuária do Brasil, com o coordenador Eustáquio Pizani

3. Nossos amigos Marcos Machado (Paulisti-nha) e Cláudia, simpaticíssimo casal residen-te em Montes Claros, pessoas do mais alto gabarito. Ele, curvelano, é assessor especial

de gabinete do prefeito, Luiz Tadeu Leite; ela, coordenadora do Ensino a Distância da Unimontes

4. Intelectual brilhante, o advogado José Au-gusto Faria de Souza preside a Academia Sete-Lagoana de Letras

5. Em noite de posse na Academia Sete-La-goana de Letras: Raimundo Alves de Jesus, presidente da Cordisburguense de Letras; jornalista e escritor Márcio Vicente da Sil-veira Santos, o emblemático Afrânio Avellar e o acadêmico professor Carnot Guedes. É o quarteto da cultura

6. A querida Gislaine Moreira, jornalista que muito fez em benefício de Curvelo nas áreas de comunicação e cultura, deixando aqui enorme saudade, merece aplausos pela maneira fantástica como desempe-nha a função de produtora de texto da Rede Globo Minas

7. Esta foto registra encontro de amigos po-etas ocorrido há alguns aninhos: Newti-nho Vieira, nosso diretor de Redação, Elói Faria e Delém ladeando o inesquecível e inigualável Padre Celso de Carvalho. FOTO MIGNON

8. O historiador Geraldo de Sousa num mo-mento de lazer ao lado de sua encantadora Arabela. O casal já prepara a comemoração de suas Bodas de Ouro

9. Gustavo de Paula no possante Fiat 50010. Tivemos, ao mesmo tempo, a alegria e a

tristeza de fazer o último registro fotográ-fico dos irmãos Bittencourt juntos, durante festa em Gouveia: Zé João (agora na sauda-de), Rubens, Irineu e Geraldo

11. O ex-prefeito Paulo Dayrell e sua esposa, Terezinha, comemoraram Bodas de Ouro em meio ao carinho dos filhos, netos, gen-ros e nora. Crédito: Fox Revelações

12. Esta turma de curvelanos agitou a África do Sul durante a Copa do Mundo de 2010

13. Nosso diretor de Arte, Filipe Gutfraind, e Leila Petrato, de Juiz de Fora, durante o IX Congresso Brasileiro de Marketing Político e Estratégias Eleitorais em Fortaleza

14. O boa-praça Maurílio de Sousa, aqui com sua agradabilíssima dona Mary Ribas, muito merecidamente tornou-se cidadão hono-rário de Curvelo. Para festejar a conquista, recebeu familiares e amigos no Sítio Vere-das

15. Nosso editorialista Cacá Ribas cada vez mais faz sucesso como produtor cultural e de TV

16. Concorrido, em Pirapora, o enlace matri-monial dos amigos Indalécio. Garcia e Ales-sandra M. Garcia

17. Casal vip da sociedade curvelana, Giovanni e Rosália Antero

18. A beleza de Rebeca Lume, filha de Mauro

Lume, diretor comercial da PEQUI19. O advogado Carlos Magno dos Santos

Gonçalves “corujando” o filho Raphael Vianna Gonçalves, mestrando em Direito na Universidade de Sorbonne – Paris

20. Jornalista no Distrito Federal, Sílvio Ribas honra as também as páginas da PEQUI

21. Estilista formada pela mesma faculdade de Ronaldo Fraga, Joelma Souza, com os amigos Idimar, Narciza e Naudimar Teixeira

22. Elimari empresta seu carisma à nossa coluna, dando-lhe um toque de grande simpatia

23. Casal Rogério e Francielly Andrade (leia-se ALPHA LOCADORA DE VEICULOS)

24. Dona Zelia Pereira Gontijo com o esposo Luiz Alfredo de Faria Gontijo (Luizão), o genro Gustavo Carios Meireles e a fillha Marcela Meireles Gontijo

25. Locutor Elton Boneli, voz oficial da Che-vrolet, com nossa querida amiga Tuca

26. Walquíria canta e encanta em impor-tantes eventos realizados em Curvelo e região

27. Newtinho Corrêa e Daniela Gonçalves no maior “love”

28. Minha prima muito linda, Bell Moura. psi-cóloga clínica, pós-graduada em Neu-ropsicologia pela FUMEC e em Psicologia Médica pela UFMG. Sua maior qualidade, porém, é ter esse insuperável sorriso

29. Empresário Elmo Theodoro, diretor da Egesa, firma de renome no centro-norte de Minas, é também brilhante violeiro e integra a Orquestra Minas & Viola

30. Orquestra Minas & Viola, sempre em alta, grava CD e prepara DVD a sair ainda em 2010. Um marco na cultura do Estado

31. Com eficiente militância no Fórum local, a querida advgada Ana Lúcia Soares Rosa

32. Esta fofura é minha sobrinha,Lia, filha da mana Sinara e Jefferson Gittirana

33. O casal de odontólogos Jose Ricardo e Giovanna

34. Lara Soares e suas amigas: Ana Clara, Amanda, Isabela, Rebecca, Gabriela e Maria Clara., na Disney, onde passaram 13 dias mágicos de suas férias.

35. Dois casais dos mais importantes da sociedade centro-mineira: Paulo Maga-lhães e Márcia Heloisa, Geraldo Maga-lhães e Telma. A cena é na inauguração da mais nova loja do grupo Cristina em Pirapora: Cristina Pio XII

36. Saindo-se muito bem à frente da Câma-ra Municipal de Curvelo, meu cunhado, professor Henrique Duarte Gutfraind

37. Minha amiga Marina Campos, super-guerreira, torna-se Bacharel em Direito.

70 71

29

26

15

36

10

19

05

35

11

20

34

33

02

21

12 37

31

25

04

1822

30

16

32

24

08

07

13

27

23

03

06

14

01

17

28

16

28

[email protected]

70

72 73

Em entrevista exclusiva à PEQUI MAGAZINE, a con-ceituada empresária Fernanda Diniz Oliveira, diretora-proprietária do Grupo Nanda, analisa as tendências do mercado curvelano e regional e anuncia a expansão de seus negócios para outros centros comerciais importan-tes.

Gerando, atualmente, 96 empregos diretos, o Gru-po Nanda é o grande destaque do setor lojista em 2010, não apenas porque cresce, mas também – e principal-mente – porque norteia seu crescimento pela responsa-bilidade socioambiental.

Aproveitando o ensejo, nossa equipe também con-versou com a empresária, recém-chegada de viagem à Europa, sobre sua brilhante trajetória profissional. Ela começou como sacoleira e, com arrojo e determinação, chegou ao sucesso dos dias atuais. E continua disposta a enfrentar desafios e conquistar novos horizontes.

Expansão é a meta do Grupo Nanda

ENTREVISTA

PEQUI MAGAZINE - Como foi o início da sua vida profissional?

NANDA - Aos 15 anos, eu já trabalhava na cidade como sacolei-ra, atendendo os clientes de porta em porta, montada numa jog. As-sim eu atuei por quatro anos. Até que, em 1999, aos 19, tive a opor-tunidade de abrir uma pequena loja. Na ocasião, foi criado o nome Nanda Boutique. Essa experiência foi fundamental para dar sequência aos meus negócios.

PEQUI MAGAZINE - Você trabalhou, nas suas lojas “Nanda For Men” e “Nanda For Girls”, com

grandes marcas de grifes usadas pela classe A. Hoje, porém, o Nanda Shopping trabalha com produtos de primeira linha a preços populares. Quando foi que você percebeu que trabalhar com o povão seria o seu grande negócio?

NANDA - O negócio foi dando certo, com muita dedicação, e via-se, a cada momento, que preços po-pulares, mesmo dentro da primeira butique, tinham giro mais rápido. Foi daí que surgiu a ideia de entrar no segmento popular.

PEQUI MAGAZINE - O Grupo Nanda está atuando em cidades como Pompéu, Cordisburgo, Pa-

raopeba e Três Marias. Como você classificaria o mercado de Curvelo, comparando-o com os mercados desses locais?

NANDA - Cidades com apro-ximadamente 30, 40 mil habitantes, exceto Curvelo, têm dado um retor-no muito grande. Curvelo é um cen-tro comercial e um dos maiores co-mércios ativos. Mas tem uma grande carência de indústrias. O comércio é que manda, pois gera empregos e renda. Ou seja: estrategicamente es-tamos numa posição favorável para o comércio, mas faltam as indústrias se compararmos com outras cida-des, onde, por exêmplo encontra-mos a Votorantim(Três Marias/MG) e

a Micapeu(Pompéu/MG), que estão em centros menores, porém, luga-res onde temos uma concorrência menor. Curvelo tem um comércio bastante concorrido, com grandes empresas atuando no mercado, e também um grande diferencial em marketing e propaganda. Esse é o diferencial.

PEQUI MAGAZINE - Qual a principal dificuldade encontrada pelo comerciante da nossa região?

NANDA - A mão de obra qua-lificada, hoje, é uma grande dificul-dade. O grupo Nanda, por exemplo, dá treinamento para os funcioná-rios na área de vendas. Hoje esta-mos buscando mais gente sem ex-periência, pois a pessoa, por não ter sido preparada antes, vem cheia de defeitos, assim é mais fácil adequá-la ao nosso perfil. Nossa equipe trei-na essa pessoa e a deixa capacitada na qualidade de atendimento. Essa qualidade, aqui em Curvelo, ainda não é a ideal, se comparada com a de grandes centros.

PEQUI MAGAZINE - Recen-temente você esteve na Europa. Como foi essa excursão?

NANDA – Fantástica! Conhe-cer a Europa foi um presente de Deus. A comunidade Palavra Viva me convidou, e passei 30 dias lá. Foi uma experiência muito grande, tanto pessoalmente, como profis-sionalmente e espiritualmente. Fi-quei uma semana na Suíça, incluin-do a Suíça alemã. Visitei os Alpes suíços. É tudo muito lindo. Lá eles se comprometem com cada deta-lhe da natureza, e a gente vê isso nitidamente. Eles não jogam lixo na rua e são responsáveis por tudo o que fazem. Fiquei uma semana na Alemanha. Conheci Dortmund, um grande centro alemão, com 700 mil habitantes, com baixo índice de violência, um lugar fantástico. Passei mais uma semana na França, onde participei de muitos even-tos, inclusive religiosos. Conheci também a Itália e finalizei todo o passeio no Vaticano, que foi má-gico! Tive a oportunidade de me encontrar com Bento XVI. Fiquei há uns seis metros de distância dele. E

ainda vi monumentos sagrados, que abrigam corpos de santos canoniza-dos pela Igreja, como Santa Rita, e o corpo do Papa João XXIII. Mas o prin-cipal de conhecer a Europa foi poder trazer novas ideias e inovações para a empresa, para a equipe de funcioná-rios, para minha vida pessoal, ou seja, foi um crescimento muito importan-te.

PEQUI MAGAZINE - Todos os anos, o Grupo Nanda promove cam-panhas beneficentes nos asilos da nossa região. Como você vê a rela-ção entre a responsabilidade social e a administração das empresas? Que retorno você tem das ações de ma-rketing desenvolvidas?

NANDA - Responsabilidade so-cial é algo que os grandes empresá-rios deveriam ter dentro de seus pro-jetos porque é algo presente na vida de cada um. Precisamos nos respon-sabilizar por toda essa deficiência que vemos por aí. É uma questão huma-na, pois, se não está tudo bem, deve-ríamos pensar em corrigir o que está errado. Num país de primeiro mundo, se você tem uma empresa que não tem compromisso sócioambiental, a empresa não vai pra frente. Se as pessoas buscassem ajudar o próxi-mo, tudo seria melhor, nós não esta-ríamos com tantos problemas sociais. E essas responsabilidades praticadas dentro do Grupo Nanda têm bom re-torno, pois são inúmeras pessoas que nos procuram em período de fim de ano para saber se o produto compra-do está sendo revertido em benefí-cios para o próximo.

PEQUI MAGAZINE – O Grupo Nanda é uma empresa de ações sus-tentáveis. Como pretende se engajar na questão da sustentabilidade?

NANDA – Bom, na própria em-presa já temos o projeto 5S’s, que educa cada colaborador e o estimula a praticar tudo de forma responsável e faz com que o retorno financeiro venha não só para a empresa, como também para a sociedade.

PEQUI MAGAZINE– O que po-demos esperar do futuro do Grupo Nanda? A empresa pretende expan-dir-se por mais cidades da região?

NANDA – Bom, ainda temos muito tempo e podemos, sim, es-perar por lojas do Grupo Nanda em centros como Pirapora, Sete Lagoas, Montes Claros, etc. Venho fazendo o estudo de todas essas cidades. Te-nho ido pessoalmente a todas elas e posso dizer que vamos pra lá. Só não posso responder quando exata-mente, pois é preciso fazer um bom levantamento sobre investimentos em cada região.

100% economia

15,0015,00fifteenfifteen

10,0010,00tenten

5,005,00fivefive

TudoTudotem...tem...

“Se as pessoas bus-cassem ajudar o próximo, tudo seria melhor, nós não estaríamos com tantos pro-blemas sociais.”

72 73

74 75

A C I D Á L I A L I S B O A

COLUNAS Pequi

Notáveis do Ano 2010 movimentou Diamantina

“Notáveis do Ano do Vale do Jequitinhonha”, uma promoção do jornal FOLHA DE CURVELO. Esse foi o momento, a oportuni-dade em que a tradicional sociedade diamantinense e figuras de realce da sociedade regional se encontraram. E o Planetarium se iluminou, naquela noite charmosa e invernal de vinte e cinco de junho. Transformou-se num palácio onde o negro e o dourado se mesclavam, num céu de néon, especialmente sobre a passa-rela vermelha... onde as Estrelas Humanas cintilaram com o maior fulgor! Na verdade não eram as estrelas do céu que brilhavam... e sim os diamantes, filhos e agregados do Tijuco, que refletiam suas luzes naquele cenário de festa. Personalidades notáveis cir-cularam pelos salões... quase impossível descrever a magia e o encantamento.

1. Mauro Lume e Júlio Porto2. A Colunista e Bárbara Santos3. Hamanda Lucy Rocha4. Bethânia Neves5. Marcio Antônio Coelho6. Pref. Fausto, Luana e Ivanice7. Raimundo Godinho e Esposa8. Alexandre Benony9. Leandro Bustamente e Newton10. Ideumar Soares e Soraya11. Vereadora Gorethe Canuto12. Luiz Renato Bruce

8

7

11

6

9

10

32

1

54

13. Nubia Andrade14. Shirley Terezinha Oliveira15. A Colunista, Antônio Roberto e Homenageada.16. Newton Lisboa17. Eymar Duarte Tibães18. Luiz Lobo (Vandeca)19. Com meu marido, Nélio Lisboa20. Com Prata Neto e Maria Elvira21. Anfitriões e anfitrionados22. Colunistas de Minas comigo23. Juscelino Roque e esposa

12

13 14

15

16 18

22

19

21

Encontro doscolunistas

O cenário para esse me-gaevento foi a requintada mansão localizada na orla da Lagoa da Pampulha e pertencente ao ilustre

17

casal delegado Prata Neto e deputada Maria Elvira Salles Ferreira. Constou de almoço bem mineiro... durante o qual colunistas so-ciais de todo o Brasil se encontraram numa simpática e descontra-ída confraternização. Ficamos todos encantados com a sofisticada decór e a finérrima receptividade dos anfitriões.

balaio de

GATAS

20

Por: Alexandre Benonye Filipe Gutfraind

23

[email protected]

Crédito pelas fotos da coluna: YAMACOLOR

74 75

76 77

78 79

78 79

80 81

80

82

Os sabores de dezenas de frutas nativas deveriam fazer parte da vida de milhões de brasileiros que vivem no cerrado. Contudo, em pleno século XXI, esse cardápio – um dos mais ricos em nutrientes e vitaminas do planeta – ainda é visto como exótico no meio urbano. Esse desconhecimento ge-neralizado daquilo que está próximo acaba limitando as possibilidades de exploração do frágil ecossistema e até favorecendo a sua devastação. Para a economia regional, tal desinformação ou preconceito de empresários e con-sumidores representa ainda desper-dício de alimentos e indiferença com negócios lucrativos de alcance interna-cional. Graças ao tino comercial e à cons-ciência ecológica de empreendedores do Centro-Oeste, aliada à crescente demanda mundial por produtos sau-dáveis e ambientalmente sustentáveis, frutas da savana brasileira começaram a ter a merecida atenção. Ainda com uma exploração modesta de artigos naturais do sertão, fabricantes de pico-lés, sorvetes e barras de cereais se tor-naram os desbravadores mais ousados de um mercado promissor. Com eles, o agroextrativismo se tornou o maior aliado da preservação do cerrado, tema que está na pauta do Congresso Nacional e se tornou prioridade de am-bientalistas. A Sorbê, de Brasília, por exemplo, oferece em suas quatro sorveterias 17 sabores nativos, produzidos artesanal-mente e garantidos por uma atípica rede de coletores de matéria-prima. Pequi, gabiroba e buriti são os desta-ques do seu marketing ancorado na qualidade de vida. “Decidimos abrir o negócio em 2005, logo depois de per-ceber a demanda mundial por palada-res diferenciados e itens agregados de valores ambiental, social e nutricional”, explica Rita Medeiros, uma das sócias da Sorbê. Ela conta que os clientes gourmet ainda são os maiores incentivadores

recendo pratos sofisticados com pequi, por outro lado há uso limitado na roça de ingredientes co-nhecidos como farinha de jatobá e polpa de ca-gaita. Esses poderiam se tornar, respectivamente, pães e geleias. “A disponibilidade precisa crescer junto com a valorização local desses ingredientes naturais”, resume Tokarski, apostando que o baru (castanha típica do cerrado) vai virar moda. Tabletes de cal-do de pequi e barrinhas de cereais de baru já são encontrados em supermercados do Centro-Oeste. Por fim, a inclusão dos alimentos típicos nas com-pras governamentais, como a de merendas esco-lares, é apontada por especialistas como decisiva para fomentar hábitos alimentares e produção. Exemplos bons para o norte de Minas não faltam nos estados vizinhos.

DEFESA GENÉTICA

A ciência está confirmando algo que o serta-nejo já sabia. O cerrado é o bioma mais valente quando o clima tem mudanças radicais e, por isso, também é o mais resistente aos males do aqueci-mento global. Em poucas plantas do cerrado pode estar uma saída para a agricultura brasileira mitigar efeitos catastróficos nos próximos anos, com secas e altas temperaturas. Espécies como o pau-terra-da-folha-grande e a sucupira-preta podem servir aos transgênicos de segunda geração, criações de laboratório adaptadas ao estresse ambiental. Na biodiversidade está, então, a salvação da lavoura. Os pesquisadores Eduardo Assad e Hilton Pinto deixam isso claro no estudo “Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Bra-sil”, conduzido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Eles alertam que, se man-tidas as condições atuais, a produção de alimentos está ameaçada e a solução está no plantio direto, no incentivo à integração pecuária-lavoura, na recuperação de pastagens e no combate às quei-madas e ao desmatamento. (SR)

das delícias geladas do cerrado. “Rece-bo estrangeiros na loja, interessados em conhecer nossas frutas exóticas. Também atendo a jantares de missões diplomáticas na capital federal, como o recentemente oferecido ao presiden-te francês, Nicolas Sarkozy”, ilustra. O caso lembra a paixão à primeira vista de François Mitterand pelo licor de pequi curvelano Cristal Brasil. Rita considera a produção e o comércio de alimentos típicos do cerrado negócios dos mais promissores. “Quem investir não vai per-der”, aposta. O caso de maior sucesso nesse ramo, todavia, é o da goianiense Frutos do Cerrado, que recentemente mudou o nome para Frutos do Brasil. A fábrica nascida em 1996 deslanchou e se tor-nou franquia de futuro, com pontos de venda em Goiás, São Paulo, Mato Gros-so do Sul, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal, além de atender a pedidos do resto do País. A rede carrega o conceito verde desde a construção, empregan-do madeira certificada, até a decoração, com cestos de lixo feitos com palitos de picolé reciclados. A segunda fábrica da Frutos, de Uberlândia (MG), surge em 2003 e, no ano seguinte, lança quiosque em shop-ping center. A produção se multiplicou por 20 na última década, chegando aos atuais 70 mil picolés por dia. A partir deste semestre, a marca chegará aos Es-tados Unidos e, depois, à Espanha e ao Japão. Mas o alvo é mesmo o mundo. Clóvis José de Almeida, 57 anos, cria-dor da empresa, apostou em negócios sustentáveis com o apoio do Sebrae de Goiás. Ele inovou com uma intricada logística para obter a polpa junto a pe-quenos produtores rurais. Do cerrado, catalogou 93 sabores peculiares para sua linha, começou com 20 e agora in-dustrializa 55. Amora e lichia são novida-des. De origem simples, Almeida virou palestrante e tem sua história estuda-da. O amor pelo bioma o tornou guru do extrativismo equilibrado e defensor

SABORES DO CERRADO

Relação de frutos já explorados por sorveterias do país:Acerola, amora, araçá, araticum, bacuri, bacaba, brejaúba, buriti, cagaita, cajá, caju, cupuaçu, cur-riola, gabiroba, gengibre, graviola, guapeva, ja-buticaba, jaca, jatobá, lichia, amacadela, manga, mangaba, maracujá, mutamba, murici, tamarindo, taperebá, umbu.

Por: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . Sílvio Ribas [email protected]

Sorveterias do Centro-Oeste chegam ao merca-do internacional e provam que preservar a savana brasileira pode ser tam-bém um saboroso negócio.

do cerrado em pé. Seus sorve-tes e picolés explicitamente orgânicos têm como principal ingrediente a polpa da fruta, pouco açúcar e poucos ele-mentos artificiais. “O consumo urbano está incorporando uma variedade maior de produtos do cerrado, que vinham sendo desprezados por puro desco-nhecimento até mesmo da po-pulação rural”, conta Donizete Tokarski, diretor da Ecodata, agência dedicada à capacita-ção de agroextrativistas. Ele explica que, enquanto centros de pesquisa, como a Embrapa Cerrados, estão ofe-recendo novas tecnologias para manejo e aproveitamento sustentáveis de frutos e madei-ras da região, o maior desafio continua sendo estimular a demanda em compasso com a exploração controlada em campo. Se há restaurantes ofe-

O lucro verde das FRUTAS DO CERRADO

82 83

84 85

Da sacada, vê-se a lua debruçada na saudade olhando pras ruas serpeantes im-

pregnadas de poesia e música, feitas, não de pedra, mas de retalhos da própria história.

Paredes abrigando tesouros do hoje e do passado são ineficazes ao tentar reter o cheiro

mineiro, invadindo a alma, aquecendo o coração, incitando paladares de inimagináveis

gostos. A cidade é Diamantina, de Pe Celso de Carvalho, e esse cheiro que exala,

vem do restaurante Recanto do Antônio. Aberto há seis anos, o local é fascinante! Uma

decoração rústica, onde a madeira escura esculpindo a visão, nos remete ao passado

e romantiza o ambiente. Para o visitante entrar no clima histórico da cidade, a decora-

ção compõe-se de: móveis maciços, rústicos. Rica, ainda, em detalhes, como um rádio

antigo, lampiões, uma máquina de costura, tataravó das de hoje, estandartes de vários

santos e diversas fotos de um só herói: Juscelino Kubitschek. “Estudei numa escola cha-

mada Juscelino Kubitschek de Oliveira, e, mais tarde, quando surgiu a oportunidade de

trabalhar em Diamantina, descobri que era a cidade natal do Ex-presidente da República,

por isso a homenagem”, diz Antônio Neto, 43 anos dono do restaurante. Este recanto

inteiramente tradicional é o cenário da vida de Antônio, que, além de administrar muito

bem o local, faz questão de dar uma mão na cozinha no preparo dos pratos, “faço gosto

de estar presente, de dar aquele toque final na comida, afinal, é sempre bom estarmos

supervisionando, para satisfazer, sempre, da melhor maneira, o cliente.” palavras de

Antônio que são levadas a sério na casa. O Recanto do Antônio faz serviços à la carte e self-service, o pra-

to principal é uma deliciosa picanha com farofa de ovo, hoje, devido ao

fervilhar turístico da cidade, é conhecido e reconhecido no mundo todo.

Todas as sextas e sábados tem música ao vivo no Recanto do

Antônio. “O espaço é reservado pra todo gênero musical, e aqui em Minas

tem muito músico, muito cantor de qualidade”.

Qualidade que vale a pena experimentar. Indo a Diamantina, não

deixe de aproveitar o excelente atendimento e as delícias do Restaurante

Recanto do Antônio.

BECO DA TECLA, 39 - DIAMANTINA - MG

[email protected]

(38) 3531 1147

84 85

86 87

87

88 89

UMA ESTRELA EM ASCENSÃO!

Bruna LagesCurvelana de 14 anos grava

CD e já sonha com o estrelato!

Minas Gerais é famosa por revelar ao mun-do talentos de todos os gêneros e idades. Na maioria, músicos, cantores ou compositores. Se-guindo essa tradição, o Estado revela agora mais um sucesso. Dessa vez, uma cantora nascida em Curvelo e de apenas 14 anos: Bruna Lages. Des-de criança ela já demonstrava bom domínio da voz, que ficou melhor com o passar do tempo. “Meus pais perceberam que eu tinha facilidade com a música e sempre me incentivaram”, con-ta ela. Registrada como Bruna Freitas Correia, a garota adotou o sobrenome artístico Lages em homenagem a seu bisavô, Bento Lages, e hoje se desdobra entre as obrigações da escola e as da promissora carreira de cantora, pois sabe que, para chegar ao topo, precisa empenhar-se muito e soltar bem a voz.

Talento e força de vontade são coisas que não lhe faltam. Após várias apresentações na cidade natal e em Inimutaba, onde seu público chegou a 5 mil pessoas, a adolescente gravou o CD Nasce uma Estrela, no qual interpreta can-ções de compositores nacionais e estrangeiros. “Sou apaixonada pela música country norte-americana. Meus artistas preferidos são a Shania Twain, Faith Hill e Alan Jackson”, completa Bruna, que estuda inglês desde os 8 anos e passa inú-meras horas em frente ao computador, escutan-do suas referências musicais e treinando ainda mais a voz.

Mesmo com os tantos compromissos da vida artística, essa talentosa curvelana, agora na 8ª série, não se descuida dos estudos de jeito ne-nhum. “Estudo no Colégio Darwin, em Curvelo. Vou para a aula de manhã e, depois que chego em casa, estudo uma ou duas horas por dia. De-pois, dedico meu tempo totalmente à música, estudando até oito horas por dia”, explica a can-tora que, como se vê, é também aluna aplicada.

Embalada pelo sucesso do primeiro CD, Bruna Lages já prepara o segundo. Ela adianta que, no próximo disco, vai gravar composições próprias, como a canção “Don’t Go” (“Não se Vá”, em português). “Sei que conquistar uma carreira não é fácil. Por isso, me esforço bastante e não deixo de estudar. Também aprendi a seguir sem-pre em frente, mesmo se ouvir ‘nãos’ pelo cami-nho”, arremata.

Quem ouve Bruna Lages confirma a justiça do título empregado no CD. De fato, os amantes da boa música acabam de assistir ao nascimento de uma estrela.

Por: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Danilo Galvão

88 89

90 91

CLARA Franco Diniz

o MEGA aniversário de

Ainda repercute a festa das 15 primave-ras da linda e charmosa Clara Franco Diniz. A debutante anfitrionou seus convidados no Mix Garden, em Beagá, ao lado dos papais Sânzio Diniz (engenheiro) e Maria Helena Franco Diniz (empresária). Clara é neta do saudoso jornalista Cornélio Franco, diretor dos Diários Associados em Brasília por vários anos. Entre os quatrocentos presentes ao en-contro, figuras expressivas da alta sociedade mineira e de outros estados.

O ambiente parecia cenário de um con-to de fadas, graças à decoração do trio Márcia Barreto, Juliana Couto e Andrea Barreto. Os comes e bebes ficaram por conta da Flam-

no MIX GARDEN

bart, sob o comando de Cláudia Ferrari. Músicas de qualidade, com os melhores DJs, animaram a todos, principalmente a juventude, até que o céu recolhesse as estrelas.

Clara é sobrinha do advogado curvelano Car-los Magno dos Santos Gonçalves, ex-presidente da Câmara de Vereadores e membro-fundador da Academia Curvelana de Letras.

Confira, na sequência fotográfica, os melho-res flagrantes do concorrido debut.

Decoração do trio Márcia Barreto, Juliana Couto e Andrea Barreto. Comes e bebes ficaram por conta da Flambart, sob o comando de Cláudia Ferrari. Música ao vivo com os indispensáveis Djs. A meninada adora.

90 91

9392

92

94 95

Lançado em abril, Chico Xavier (2010), longa-metragem dirigido por Daniel Filho, com roteiro de Marcos Bernstein, é baseado em As Muitas Vidas de Chico Xavier, livro do jornalista e escritor Marcel Souto Maior. Por meio de flashbacks, a partir de entrevista do médium ao programa Pinga-fogo (TV Tupi - 1971), os momentos mais importan-tes da história de Francisco Cândido Xavier desfilam diante de nossos olhos: a infância

em Pedro Leopoldo, a descoberta do dom da psicografia, a criação da Casa da Prece em Uberaba, e por aí vai. Chico é interpretado por três atores: Ma-theus Costa (fase infantil), Ângelo Antônio (período da juventude) e Nelson Xavier (está-dio da maturidade). Francisco Cândido Xavier (1910/2002) resolveu dedicar-se de vez à atividade me-diúnica em 1927. Naquele ano, Maria Xavier

Pena, irmã do médium, teria ficado atormentada por maus espíritos. João Cândido Xavier, pai deles, pediu a aju-da do amigo José Hermínio Perácio, espírita convicto, morador da Fazenda Maquiné, no município de Curvelo, a 100 km de Pedro Leopoldo. José Her-mínio e a mulher, dona Carmem Pena Perácio, teriam conseguido a cura da moça.

O próprio Chico narrou esse episódio em 1967, ao ser entrevistado por Elias Barbosa. Na ocasião, ele deixou patente a influência recebida do casal Perácio. “Explicaram-me [José Hermínio e Carmem] tudo o que eu sentia, em matéria de mediunidade, desde quando fiquei órfão de mãe, aos cinco anos, amparando-me em minhas necessidades espirituais, ensinando-me a orar e presen-teando-me com O Evangelho segundo o espiritismo e O livro dos espíritos, ambos de Allan Kardec”, declarou o mineiro ilustre. As citadas obras foram basilares na for-mação doutrinária de Chico Xavier e, como se verá adiante, também ajudaram o ator Ângelo Antônio a compor o personagem,

mais de seis décadas depois! Curvelano nascido em 1964, filho do ad-vogado e poeta Ulisses Lopes da Silva (1920-2010) e da professora Marina Carneiro Leal Lo-pes, Ângelo Antônio Carneiro Lopes é pai de Clara Sabatella Carneiro Lopes. Brilhou como protagonista de 2 Filhos de Francisco – saga dos cantores Zezé di Camargo e Luciano. No teatro, coleciona êxitos. Na TV, em especial na Globo, atua em novelas de sucesso, a exem-plo de O dono do mundo (1991/1992), na qual desempenhou o papel de Beija-Flor. Mal terminou de gravar para a série As cariocas, entrou para o elenco da nova novela das seis, Araguaia, de Walther Negrão, como o linha-dura Geraldo, delegado da cidade de Girassol.

ENTREVISTA

NEWTON – Como se deu o convite para encarnar (olhe aí o verbo: “en-carnar”) o inesquecível Chico Xavier no cinema?ÂNGELO – Cerca de dois anos antes de o filme começar a ser gravado, Daniel Filho já me havia dito que tinha interesse em contar, no cine-ma, a vida do médium Chico Xavier e que, para isso, gostaria de contar comigo. Ele sempre dizia que o Nelson [Xavier] e eu somos muito parecidos com o Chico. Tudo acon-teceu de forma natural e deu certo.

NEWTON – E como deu certo! Imagino que você já admirava o mé-dium. Essa admiração aumentou ao vivê-lo no filme? Sentiu-se in-clinado à doutrina de Kardec?ÂNGELO – Na verdade, Newton, eu não conhecia bem o Chico. Sabia sobre ele o básico. Quando comecei a me preparar para o filme, preferi não ler o que ele psicografou, mas o que ele lia. Um desses livros foi O Evangelho segundo o espiritismo. Agora, o filme me despertou, sim, para a grandeza do fenômeno. Valores como mansidão e amor ao próximo permeiam todas as mensagens do médium. Isso fica gravado na cabeça de qualquer um com o míni-mo de sensibilidade.NEWTON – E foi a primeira vez que você teve contato com o mun-do espírita?ÂNGELO – Não, não foi. Aliás, você acaba de me lembrar história interessante. Quando menino, algumas vezes, fui levado por minha tia Maria Augusta Gomes Carneiro (Tita) à casa de uma senhora amiga dela, a Geralda Alves (Geralda Portuguesa), lá no bairro Maria Amália. Essa Geralda era espírita e recebia uma entidade, um erê que atendia pelo nome de Juvenalzinho. Em certas ocasiões, nós levávamos balas, doces e outras guloseimas, que eram distribuídas com outras crianças.NEWTON – Acho que você se refere à festa dos Meninos de Angola. Mas, Ângelo, além da tia Maria Augusta, você teve ou tem outros seguidores da doutrina espírita na família?ÂNGELO – Tive. Meu bisavô materno, Clímaco Gomes Carneiro, era espírita kardecista convicto.NEWTON – Durante as filmagens, você sentiu algo ou presenciou algum fato que consideraria fora do comum?ÂNGELO – Houve, sim, algumas manifestações fora do comum ou, no mínimo, curiosas. Às vezes, a gente tinha a impressão de que o Chico estava ali bem pertinho de nós. Quando filmávamos em Minas, fui passear perto de uma cachoeira. Sentei numa pedra e, de repente, tive a estranha sensação da presença de uma menina a meu lado. A sensação se tornava cada vez mais forte. Uma senhora se aproximou, e eu contei pra ela que estava com o pressentimento de que havia uma criança ali. E ela: “Há algum tempo, uma garota se matou neste mesmo lugar”. Fiquei tão impressionado, que passei a dormir com a luz acesa.NEWTON – Pouco tempo depois de o filme ser lançado, seu pai, nosso amigo professor Ulisses Lopes da Silva, veio a falecer aí no Rio de Janeiro. Naquele momento de perda, as lições de Chico Xavier foram úteis pra você?ÂNGELO – Com certeza. Não posso negar o quanto me beneficiei, naquele momento de dor, das lições de serenidade e resignação de Chico Xavier. Claro que ainda tem sido difícil conviver com a au-sência do papai. E assim será por muito tempo. Ele era (você sabe disso) companheiro extraordinário de todas as horas. Muitas vezes, era com ele que eu batia os textos dos meus personagens, e ele dava sugestões, fazia críticas. Enfim, mestre Ulisses faz muita falta.NEWTON – Quando pretende visitar o torrão natal? Você precisa aparecer. Temos de colocar o papo em dia.ÂNGELO – Olhe, meu caro, estou com saudade de todo o mundo daí. Aliás, Curvelo não me sai do pensamento. Mas a visita vai ter de esperar um pouquinho mais, por causa das gravações da novela Araguaia. Confesso que não estava nos meus planos fazer outra no-vela agora. Só que o Walther Negrão é um grande amigo, e eu não tive como recusar o papel. Torço pelo sucesso da revista. Espero receber meu exemplar em breve. Aquele abraço pra você, pra Ale-xandre, pra Filipe, enfim, pra toda a equipe da PEQUI!

ÂNGELO ANTÔNIO “ENCARNA”

CHICO XAVIER

De seu apartamento na Gávea, zona sul cario-ca, Ângelo Antônio conversou conosco sobre a emoção de “encarnar” o médium Chico Xavier no cinema. Cinebiografia do mineiro de Pedro Leopoldo virou sucesso de público e de crítica.

Por: Newton Vieira

Ângelo Antônio, Matheus Costa e Nelson Xavier, os três “Chicos” abraçados por Daniel Filho

Ângelo Antônio se prepa-rou durante um ano para “encarnar” Chico Xavier e proporcionar à cinebio-grafia do médium estas magníficas cenas.

Geralda Portuguesa

96 97

Num país com sistema de saúde deficitário, num país onde cerca de 9 mil pessoas morrem de meningite por ano, com uma mé-dia de 18 casos diários, o Instituto Pedro Arthur dribla as dificulda-des e consegue mais uma vitória: a vacina Meningocócica C, usada contra a meningite bacteriana em crianças de 3 a 23 meses, agora é gratuita no estado de Minas Ge-rais.

Essa é a quinta conquista da equipe de Rodrigo Diniz, 36, pre-sidente do Instituto e pai do me-nino Pedro Arthur, que originou toda a saga no combate à doença. “Hoje vivo em função de salvar a vida do Pedro e de outras crian-ças, levando até elas a informação

Parafazerdoaçõeseajudarnadivulga-çãodacampanhadoInstituto,visiteosite:

INSTITUTO

APÓIA ESTA CAUSA

Curvelo poderá sediar importante centro de referência nacional no combate à me-ningite bacteriana, uma das maiores responsáveis pelos índices de mortalidade infantil.

Pedimos hoje às pessoas que se infor-mem, que se vacinem, porque o preço que eu pago hoje para tê-lo em cima de uma cama, é muito alto!

Pequi SOCIAL

(Rodrigo Diniz - Pai de Pedro Arthur)”“

sobre a doença, pois, infelizmente, eu mesmo sofri com a falta dessa informação”, disse Rodrigo, em entrevista ao programa “Caldeirão do Huck”, divulgando a campanha “Brasil Sem Meningite”. A meta não é apenas informar a população so-bre a doença, mas também buscar um milhão, duzentas e vinte seis mil assinaturas em pelo menos cinco estados brasileiros para que o Congresso Nacional crie uma Lei de Iniciativa Popular que defenda a gratuidade da vacina contra a meningite bacteriana e, também, sua inclusão no calendário funda-mental da criança.

Desde 2007, o Instituto já con-seguiu 900 mil assinaturas e a ten-dência é de esse número crescer a

cada dia, na medida em que as pes-soas acessarem o sítio www.institu-topedroarthur.org.br, onde os inter-nautas podem imprimir e repassar o abaixo-assinado, além de conhecer melhor as atividades da organização e fazer doações. Uma grife está sen-do lançada com variados símbolos da campanha. Esses símbolos vão ajudar no arrecadamento de contri-buições. Assim, a proposta de com-bater de vez a meningite bacteriana poderá ser ampliada.

Meningite é uma inflação das membranas que revestem o cére-bro – também conhecidas como meninges – e pode ser contraída através de vírus e bactérias. A me-ningite bacteriana (Neisseria me-ningitidis) consegue ser ainda mais

www. inst i tuopedroarthur .org .br

oumandesuacontribuiçãopara:CAIXAPOSTAL70.641-CEP22.741-970–RJ–TEL.:(031)3354-7626.

grave por atacar crianças de até 5 anos de idade. Chega a ser letal. Pedro Arthur con-traiu a bactéria com 1 ano e 6 meses e teve danifica-da a medula espinhal, sem prejuízo para o cérebro, ou seja, ele sofreu paralisia dos membros e do diafragma, mas não perdeu o enten-dimento do mundo ao seu redor. Esse tipo raro de me-ningite é diferente das ou-tras por deixar o paciente em estado vegetativo por toda a vida ou mesmo levá-lo a morte. “Pedimos hoje às pessoas que se informem, que se vacinem, porque o preço que eu pago para tê-lo[o filho] em cima de uma cama é muito alto”, comple-ta Rodrigo Diniz.

Em apenas 4 anos, o Instituto Pedro Arthur tem demonstrado enorme im-portância no combate à doença. Prova disso é a Me-dalha de Ouro da Saúde, que lhe foi entregue, em Belo Horizonte, pelo então ministro Adib Jatene e pelo governador à época, Aécio Neves. Um sonho grandioso já foi realizado há um ano: o da instalação de sede em Porto Seguro (BA). Outro so-nho perto de se tornar rea-

P E D R O A R T H U R

lidade é a construção, em Curvelo, terra natal de Rodrigo Diniz, do primeiro e único Centro de Reabilitação Infantil para crianças vítimas da meningite bacteriana.

Por . . . . . . . . . . . . . . Danilo Galvão

96 97

98 99