PAUSAS PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL ...
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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM FISIOTERAPIA
ALEXANDHER NEGREIROS
PAUSAS PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É
MAIS INDICADA PARA MANTER BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS
TRABALHADORES?
SÃO PAULO
2014
ALEXANDHER NEGREIROS
PAUSAS PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É
MAIS INDICADA PARA MANTER BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS
TRABALHADORES?
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado e Doutorado em Fisioterapia
da Universidade Cidade de São Paulo –
UNICID, sob orientação da Profª Drª
Rosimeire Simprini Padula para
obtenção do título de Mestre.
SÃO PAULO
2014
Área de concentração: Fisioterapia na Saúde do Trabalhador
Data da defesa: 06 de Junho de 2014
Resultado: ____________________________
BANCA EXAMINADORA:
Profª.: Drª.: Rosimeire Simprini Padula _________________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Profª.: Drª.: Luciana Dias Chiavehato _________________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Profª.: Drª.: Tatiana Sato ___________________________________________
Universidade Federal de São Carlos
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer à Deus por me dar saúde, proteção e força
para concluir meus objetivos.
Agradeço a toda minha família (pai, mãe, irmão, irmã, avô e avó) por todo apoio
amor e carinho na minha vida e carreira profissional.
A minha orientadora Profª Drª Rosimeire Simprini Padula por me acolher,
auxiliar, ajudar no crescimento pessoal e profissional e mostrar a excelente profissional
competente que é.
Agradeço a todos meus amigos que estiveram juntos comigo me dando apoio
para realização dessa fase.
Agradeço a todos os professores do Programa de Mestrado da Universidade
Cidade de São Paulo, por me proporcionarem aumentar o meu conhecimento sobre
fisioterapia e me ensinar sobre ser pesquisador.
Meu sincero agradecimento a todos.
PREFÁCIO
Esta dissertação de mestrado aborda assuntos relacionados às pausas no trabalho
em layouts produtivos de uma indústria.
Engloba a avaliação em campo de trabalhadores que desempenham atividades de
trabalho diferente em relação ao tempo de pausas que realizam e o que isso pode
influenciar em sua saúde.
Em sua composição, apresenta 2 Capítulos, os quais possuem sua própria lista de
referências separadamente. No capítulo 1 observa-se uma contextualização a respeito
dos tópicos a serem apresentados nesta dissertação.
O capítulo 2 apresenta-se estruturado em forma de um artigo denominado
Layouts Produtivos Influenciam as Pausas, mas não a Saúde dos Trabalhadores, o
qual seguiu normas de publicação propostas pela Revista Applied Ergonomics para a
submissão.
Uma cópia das instruções para os autores da Revista Applied Ergonomics está
apresentada no Anexo I desta dissertação. O estudo apresentado no capítulo 2 foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo.
O capítulo 3 sumariza os principais achados do capítulo 2, fazendo
considerações finais a esta dissertação de mestrado e a importância dos estudos
realizados tanto para os pesquisadores quanto para os profissionais da área de saúde do
trabalhador.
SUMÁRIO
PREFÁCIO................................................................................................................. v
RESUMO.................................................................................................................... vi
CAPITULO 1............................................................................................................. vii
1.Contextualização .................................................................................................. 1
Referências................................................................................................................. 8
CAPÍTULO 2............................................................................................................. 13
RESUMO....................................................................................................................15
1.Introdução...............................................................................................................16
2. Métodos..................................................................................................................18
2.1. Desenho do Estudo...............................................................................................18
2.2. Voluntários...........................................................................................................18
2.3. Descrições do Processo Produtivo.....................................................................19
2.3.1. Layout de Produção (Série e Célula) no Sistema Just-in-time ....................19
2.3.4 Jornadas de trabalho e Pausas Programadas.................................................20
2.4 Materiais .........................................................................................................21
2.5 Instrumentos de Avaliação..............................................................................22
2.6 Procedimentos.................................................................................................22
2.7 Análises Estatísticas........................................................................................23
3.0 Resultados......................................................................................................23
4.0 Discussão........................................................................................................27
4.1 Limitações do estudo.....................................................................................29
5.0 Conclusão.......................................................................................................29
Agradecimentos...................................................................................................30
Referências............................................................................................................31
CAPÍTULO 3..............................................................................................................38
1. Conclusões..............................................................................................................39
Anexo 1.......................................................................................................................40
Anexo 2.......................................................................................................................43
Anexo 3.......................................................................................................................44
Anexo 4.......................................................................................................................45
Anexo 5.......................................................................................................................48
Anexo 6.......................................................................................................................49
Anexo 7.......................................................................................................................52
Anexo 8....................................................................................................................55
Anexo 9....................................................................................................................56
RESUMO
Introdução: As pausas no ambiente de trabalho são necessárias e têm como finalidade
o restabelecimento do trabalhador, porém nas atividades industrial a implementação das
pausas é bem limitada pelo tipo de trabalho realizados, leis e normas mais claras e pelo
tipo de layout produtivo que influencia na dinâmica do trabalhador Objetivos: Avaliar
os modelos de produção em série e célula e suas influências nos tempos de ciclo de
trabalho, nas pausas espontâneas e para a saúde dos trabalhadores. Métodos: Foram
avaliados cento e vinte trabalhadores de uma indústria do setor automobilístico de
grande porte dividido em dois grupos (série e célula), através de métodos
observacionais e de questionários para avaliar o tempo de ciclo de trabalho, tempo de
pausa espontânea e micro pausa , nível de atividade física habitual (Questionário de
Baecke), risco relacionado a distúrbios ocupacionais (JFQ), estresse ocupacional (Job
Stress Scale (JSS)), necessidade de descanso (ENEDE) e capacidade para o trabalho
(Índice de capacidade para o trabalho (ICT)). As análises dos dados foram feitas por
meio do programa estatístico SPSS 17.0. Os resultados obtidos por meio da escala de
estresse, atividade física, risco ocupacional, necessidade de descanso e capacidade para
o trabalho serão comparados entre os grupos de trabalhadores do layout de produção em
série e em célula. Será utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a
distribuição dos dados e utilizados um nível de significância de p<0,05 (5%).
Resultados: A média de idade do grupo série foi de 30,8 ± 6,3 anos e do grupo célula
foi de 31,2 ± 6,5 anos, altura média do grupo série foi de 1,75±0,5 metros e do grupo
célula 1,73±0,6 metros, peso médio do grupo série foi 76,7± 9,5 Kg e do grupo célula
76,1± 9,8 Kg e o IMC médio do grupo série 24,78±2,7 kg/m² e do grupo célula
25,16±2,9 kg/m². O tempo médio do ciclo de trabalho no grupo série foi 22,79± 10,67
segundos e no grupo em célula foi de 69,83± 52,77 segundos sendo estatisticamente
significante (p=0,000). A variabilidade média dos três tempos de ciclos da atividade
realizada (micro pausa) foi de 0,77±0,41 segundos para o grupo série e 1,10 ±0,74
segundos para o grupo célula, não sendo encontradas diferenças significantes.
Conclusão: Os layouts produtivos em série e célula influenciam no tempo de ciclo de
trabalho e os dois grupos não se diferiram em relação à saúde geral, sendo as pausas
programadas realizadas de acordo com a as normas sugeridas, porém as pausas
espontâneas e micropausas deveriam ter mais tempo para ser realizada.
Palavras Chaves: Saúde Ocupacional, Descanso, Dort ,Riscos Ocupacionais.
1- Contextualização
Pausa significa, segundo o dicionário, “interrupção temporária de ação,
movimento ou som, vagar, lentidão”, ou seja, ‘‘interrupção de algo que está
acontecendo, que depois voltará a acontecer” 1 . As pausas estão presentes em todos os
lugares e acontecem a todo instante, pois nenhuma ação ou ato acontece sem que ocorra
uma interrupção em algum determinado momento 2.
No trabalho não é diferente, as pausas acontecem muitas vezes durante a
jornada de trabalho e têm como finalidade o descanso para o restabelecimento do
trabalhador, para que possa manter a produtividade e a qualidade da produção mediante
recuperação de sua condição fisiológica, sendo indispensável para manter a capacidade
das funções do corpo 2,3.
De acordo com o Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), artigo 71, há dois
tipos de descanso em duas modalidades de pausa, o intervalo interjornadas e o intervalo
intrajornada4,5. O intervalo entre as jornadas de trabalho prevê que o trabalhador
descanse 11 horas, mesmo que tenha realizado horas extras (art. 66 da CLT) 6. O
intervalo dentro de uma jornada de trabalho é previsto quando a carga diária for até 6
horas, devendo ser de 15 minutos; quando a carga horária for superior a 6 horas diárias,
esse intervalo deverá ser de no mínimo 1 hora e de no máximo 2 horas. Esses intervalos
são para repouso e alimentação, realizados fora do posto de trabalho, não sendo
computados na jornada de trabalho 5.
Além das instruções de pausa na CLT, existem as Normas Regulamentadoras
(NR’s) do Ministério do Trabalho que orientam intervalos de descanso e, em alguns
tipos de trabalhos, são estipulados tempos de pausas específicas, visando estabelecer
normas de ergonomia nas empresas e melhores condições para os trabalhadores 7. Os
trabalhos específicos de minas/subsolo, mecanografia, processamento
eletrônico/processamento de dados, telemarketing/teleatendimento, operadores de
checkout e abates de aves/frigoríficos, possuem o tempo de intervalo de pausa
determinado a partir de um período trabalhado. Para as atividades que não estão
contidas nas NRs, o tempo de pausa é estipulado a partir da análise ergonômica do
trabalho, o qual leva cada empresa a adotar as pausas para as atividades, considerando
acordos sindicais, ou pausas espontâneas, que não são previstas em lei, da forma que
julgar necessário, sendo estas muitas vezes adotadas com tempo inferior às pausas
ideais 7,8,9,10.
As pausas para descanso que são previstas por lei e constam na Constituição
Trabalhista Brasileira são denominas pausas programadas, devendo ser cumpridas
obrigatoriamente pelas empresas para preservação da saúde e estado geral do
trabalhador e o seu descumprimento acarreta punição para a empresa 4. No entanto, as
pausas programadas não eliminam outros tipos de pausas dentro da jornada de trabalho,
como as pausas espontâneas, que são realizadas quando há necessidade fisiológica para
hidratação ou utilizar o sanitário. Esse tipo de pausa não é contabilizada na carga
horária e não poderá ser limitada pelo empregador, pois tal controle é totalmente ilegal e
ameaça a dignidade da pessoa humana 4,5.
Um segundo tipo de pausa espontânea durante a jornada de trabalho é a micro
pausa, caracterizada por intervalos curtos durante o ciclo de trabalho. Elas ocorrem
quando o trabalhador tem um tempo de descanso, mesmo que mínimo, entre as
atividades realizadas, ou seja, quando o trabalhador inicia o trabalho de uma peça,
conclui, e, quando irá iniciar uma nova, realiza um pequeno intervalo de descanso. Esse
pequeno intervalo entre peças é caracterizado como micro pausa entre o ciclo de
trabalho 11,12. Tais intervalos voluntários do trabalhador podem ocorrer por estarem
cansados, fadigados, ou quando sentirem alguma necessidade de parar. Apesar de serem
intervalos muito pequenos, são muito importantes para o descanso do trabalhador e
recuperação do seu estado físico, minimizando os riscos ocupacionais 12,13.
Há, ainda, pausas que ocorrem quando uma máquina quebra ou a produção
atrasa, não sendo de caráter voluntário e tampouco previstas pelo trabalhador ou
empregador. Neste caso não são produtivas e nem servem para restabelecimento do
trabalhador. Isso porque, após o retorno da produção, elas podem ocasionar sobrecarga
extra, devido à necessidade de imprimir uma maior velocidade na produção e menos
tempo para alcançar as metas estabelecidas, afetando o trabalhador 14.
O que influencia diretamente o tempo de pausa no trabalho em uma indústria são
os tipos de layouts produtivos 11,14. A produção pode ser organizada com dois tipos de
layouts produtivos: o em série e o em célula. O layout produtivo em série foi criado no
século XX pelos americanos Taylor e Ford, logo após a Revolução Industrial, período
onde ocorreu a substituição do homem pela máquina, buscando aumentar a produção 15.
Esse tipo de sistema de produção atua em escala seriada, sem diversificação dos
produtos, cor ou tecnologia, com produção em um curto período de tempo e
caracterizado por grandes estoques 14. O layout de produção em série é caracterizado,
ainda, por ter um grande espaço físico para disposição das máquinas, pelo uso de grande
número de esteiras rolantes, por trabalhadores alocados ao longo das esteiras, de acordo
com sua função, onde as esteiras ditam o ritmo da produção, ficando o trabalhador na
mesma posição e repetindo a mesma tarefa durante longos períodos diários 14,16.
O layout produtivo em célula foi introduzido em 1970 no Japão logo após a
Segunda Guerra Mundial, momento em que o país não tinha capital para investimentos
em máquinas, e a exigência do mercado era por produtos com maior diversificação, e
melhor qualidade. Além disso, o Japão também estava preocupado em melhorar as
condições de trabalho e, assim, criou um sistema que atendesse a sua realidade e
necessidade por meio do Sistema Toyota de Produção 17,18. Nesse sistema uma grande
quantidade de trabalhadores realizava o trabalho de forma mais organizada, visando à
qualidade, com menor escala e não geravam estoques, pois a administração do sistema
ocorria através do Just-in–Time 19.
O sistema de administração Just-in-time visa à produção, a partir dos pedidos
gerados na loja, ou seja, a produção e compra de matérias primas para confecção dos
produtos só ocorrem após o pedido, não gerando desperdícios e nem estoques 19,20,21. O
layout de produção em célula criado como um pilar do Sistema Toyota de Produção,
visa uma melhora ergonômica para o trabalhador, devido a mão de obra ser a base do
sistema. Nele, o layout produtivo é disposto em formato de “U” ou “S”, ocorrendo uma
interligação das tarefas dos trabalhadores, com movimentos manuais curtos, um menor
deslocamento, sendo mais dinâmicos e não se repetindo as mesmas funções ao longo do
dia 22,23.
As diferenças dos dois layouts produtivos, em série em célula, em relação ao
tempo de pausa são definidas pela necessidade e características de produção 14. Nos
layouts em série a produção tem que ser mais rápida, ágil, em grande escala, tendo um
tempo menor para produzir cada produto 16. A produção no layout em célula é mais
diversificada, detalhada, em menor escala, levando a um maior tempo de produção de
cada produto 25. O fator determinante para as pausas é a velocidade de produção de cada
layout produtivo, que é influenciado pelo tempo de ciclo de trabalho 26,27.
O tempo de ciclo de trabalho é a duração da sequência de operações realizadas
em cada posto de trabalho, periodicamente repetidas, sendo um critério para a divisão
das tarefas 28, 29. Para determinar o tempo do ciclo utiliza-se a demanda de produção
(D), o tempo disponível real que a empresa tem para confecção do produto (TDR),
calculando-se o ritmo de trabalho (TTK) necessário para conseguir atender a demanda
dos clientes e seus respectivos mix de produção. O cálculo utiliza a fórmula equação (2)
que deve ser substituída na fórmula (1) 28,29,30 .
(1) TTK = TDR
D
Ritmo do trabalho necessário = Tempo Disponível Real para Produção
Demanda Necessária para Produzir
(2) TDR = TT - TP
Tempo Disponível Real para Produção = Tempo Total – Tempos Perdidos (com
pausas, ajustagens, reajustagens e outros).
Como a fórmula do tempo de ciclo é formada por demanda de produtos e tempo
real disponível, os tempos dos ciclos serão diferentes nos dois tipos de layouts
produtivos 27,28. No layout em série a produção de larga escala é padronizada, sendo a
máquina quem dita o ritmo do trabalho, resultando em uma produção de alta demanda e
pouco tempo disponível, no qual se tem uma maior velocidade de produção por produto,
levando a tempos de ciclo de trabalho mais curtos para que a entrega seja realizada no
prazo determinado 31,32,33. Já no layout em célula a produção é mais diversificada, com
maior qualidade, trabalhadores multifuncionais, produção de baixa escala, havendo mais
tempo para confecção do produto, gerando um tempo de ciclo de trabalho maior,
quando comparado com o layout em série 11,14,34 .
Os tempos de ciclo de trabalho são um dos marcadores que aumentam os riscos
de ocorrência de lesões e doenças ocupacionais 35,36. Tempos de ciclo mais curtos geram
uma maior repetição dos movimentos, menor tempo de intervalo entre um ciclo de
trabalho e outro (micro pausa), limitando o tempo de realização das atividades
fisiológicas (pausa espontânea) e levando a um escasso tempo de descanso na jornada
de trabalho (pausa programada), ou seja, limitam as pausas no trabalho, seja ela
programada, espontânea ou micro pausa 37,38,39,40. Quando há um ciclo de trabalho mais
longo, haverá maior tempo entre cada tarefa, menor número de atividade realizadas,
menos repetições de movimento,, mais flexibilidade de tempo para realização das
necessidades fisiológicas e mais facilidade para implementação de tempo de pausa
espontânea ou micro pausas 41,42,43.
Os ciclos de trabalho muito curtos, geram um tempo escasso e limitado de
pausas e micro pausas que, somados com a pressão por maior produção, a busca por
alcançar metas cada vez mais altas, as posturas inadequadas e com a alta jornada de
trabalho, sobrecarregam física e psicologicamente o trabalhador, levando a lesões do
trabalho, absenteísmo, piora na qualidade de vida e ao surgimento das doenças
ocupacionais de ordem física e psíquica, atualmente consideradas um grave problema de
saúde pública mundial 36,44,45.
Anualmente estima-se haver mais de 160 milhões de casos de doenças
ocupacionais no mundo, gerando um custo direto e indireto de US$ 2,8 trilhões de
dólares 46. No Brasil em 2011 foram registrados 711.164 acidentes e doenças do
trabalho, entre os trabalhadores assegurados da Previdência Social, gerando um custo de
R$ 15,9 bilhões/ano 47.
Para minimizar os índices de afastamento e custos com as doenças ocupacionais,
as ações em Saúde do Trabalho e Ergonomia têm um papel fundamental para melhorar
de forma integrada e indissociada a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das
atividades humanas 3,48. A ergonomia atua na adequação ergonômica para minimizar os
riscos ergonômicos, no aperfeiçoamento do layout homem e ambiente, na organização
do trabalho e melhoria das condições de trabalho 49. Quando essas adequações
ergonômicas não surgem efeito, demonstram resultados negativos tanto para o governo
e indústria, como para a produção, gerando insatisfação do trabalhador, absenteísmo e
doenças ocupacionais 49,50.
O tempo ideal de pausas espontâneas, que são essenciais para proteger a saúde
dos trabalhadores, ainda apresentam muitas lacunas em relação ao número, tempo,
frequência das pausas e intervalos e não está especificada na íntegra em todas as áreas
de trabalho, resultando na difícil implantação da ergonomia e suas normas,
principalmente nas áreas industriais e de produção, aonde essas leis e normas não são
estabelecidas claramente 7,8. Como a maioria das leis e normas do trabalho são para área
empresarial (escritórios e telemarketing), as pesquisas são realizadas não são diferente,
tem o foco para esse tipo de trabalho e de ambiente. 8.
As maiorias das pesquisas sobre pausa são feitas com trabalhadores que atuam
sentados em escritórios, como digitadores, teleatendimento, telemarketing ou ambiente
administrativo 35, 37,38,51-56. Os sistemas de pesquisa implantados nesses setores são os de
pausas programadas, em que um software determina a hora exata da pausa e trava a tela
do computador, obrigando o trabalhador a parar por um tempo estipulado 52,53,54,55
.Contudo, o número de integrantes é limitado e muitas vezes não simula o ambiente e as
atividades reais de trabalho. Por serem aplicadas em laboratório, avalia regiões
específicas do corpo, dando maior ênfase para o risco físico daquela atividade de
trabalho 38,51,52,53,54,55.
Para a indústria, esses sistemas de pausa programada utilizada em trabalho de
escritórios são restritos e de difícil implantação, pois no sistema industrial o trabalho
ocorre em fluxo contínuo, com interdependência entre os trabalhadores, de modo que,
fica inviável um determinado grupo de trabalhadores fazer pausa por um tempo pré-
determinado, no horário específico, pois os setores que dependem do processo anterior
obrigatoriamente iriam parar por não ter produtos para dar continuidade, atrasando e
parando toda produção 56. Outro fator que dificulta a aplicação das pausas é o tempo de
pausa necessária para cada atividade, já que cada uma das pesquisas realizadas em
escritórios abordam tempos e estratégias de pausas diferentes 52,53,54,55 .
Estudos na indústria americana indicaram que os horários de pausa de descanso
convencionais (meio da manhã, almoço, meio da tarde) não são totalmente efetivos para
o trabalhador, aumentando o desconforto e deterioração do desempenho 57,58,59. Outras
estratégias de descanso podem ser mais efetivas para melhorar o conforto, a saúde e a
produtividade do trabalhador. Embora algumas estratégias de pausas sejam intuitivas do
trabalhador (pausa espontânea), estudos têm mostrado que os trabalhadores nem sempre
vão escolher uma programação de pausa e descanso ideal, sendo que o desempenho
pode ser melhorado significativamente por meio de uma programação sistemática para
pausas 37.
Algumas pesquisas têm indicado pausas mais frequentes e tempos mais curtos
para trabalho repetitivo 60,61. Já em outros estudos os autores sugerem cuidado para
integrar as quebras com as demandas da tarefa, porque quando as pausas são muito
frequentes podem atrapalhar o trabalho 61,62. Assim, a implementação de um modelo de
pausa não é ainda totalmente estabelecido. A gestão da produção não definiu uma forma
exata de implementação de pausa, pois muitas vezes a gestão está preocupada com que
um maior número de pausas para descanso atrase ou reduz a produção. Outros podem
estar dispostos a investir em dar mais tempo de pausa para os trabalhadores, mas
são incertos sobre como dividir o tempo de intervalo durante o dia de trabalho 37.
Contudo, a literatura revela que a maior parte das pesquisas foi realizada com
trabalhadores de escritório, contendo número limitado de amostras e análises feitas em
ambientes controlados, com atividade simulada e não em in locu, sendo avaliados
voluntários que não são trabalhadores e não desempenham a função real analisada
51,52,53. Com essa divergência não se chega ao senso comum e o que se vê na prática é a
difícil tarefa de um consenso na padronização do tempo, da frequência e modelo das
pausas, especificamente para as indústrias, havendo poucos relatos de pesquisa nessa
área, dificultando a intervenção para melhorias na forma de trabalho e saúde do
trabalhador 11,14,32,36,37,46.
Justificativa
Visto que as pausas no trabalho são fundamentais para melhorar as condições e
saúde dos trabalhadores, somado ao grande impacto que gera para economia, ao fato de
haver uma grande dificuldade e barreiras para se realizar pesquisas em campo na área da
saúde ocupacional, e à existência de poucos estudos, relatos e leis a respeito de às
pausas no trabalho, especificamente no campo industrial, o presente estudo foi realizado
para encontrar respostas mais claras e colaborar no desenvolvimento de novos estudos
ligados ao tema.
Hipótese
A hipótese do presente estudo é que o tempo de pausas espontâneas (micro
pausa) e o tempo de ciclo de trabalho serão maiores nos layouts produtivos em célula,
gerando melhores condições para os trabalhadores alocados nesse tipo de layout,
quando comparado ao layout em série.
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ALEXANDHER NEGREIROS1, PATRICIA RODRIGUES2, ROBERTA3
DANGELINO, ROSIMEIRE SIMPRINI PADULA1,2*
1 Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia - Universidade Cidade de São
Paulo, São Paulo (SP), Brasil.
2 Curso de Graduação em Fisioterapia – Universidade Cidade de São Paulo, São
Paulo(SP), Brasil
3 Fisioterapeuta consultora da área de Saúde do Trabalho.
*Autor Correspondente: Rua Cesário Galeno 448/475, CEP 03071-000, Tatuapé, São
Paulo/SP, (11) 2178 1565, [email protected]
RESUMO
As pausas no ambiente de trabalho são necessárias e têm como finalidade o
restabelecimento do trabalhador. Os tipos de layouts produtivos, em série e célula, são
um dos determinantes para organização das mesmas. Avaliação dos modelos de
produção em série e em célula, suas influências nos tempos de ciclo de trabalho e? nas
pausas espontâneas para a saúde dos trabalhadores é são de fundamental importância.
Cento e vinte trabalhadores, com características antropométricas homogêneas, de uma
indústria do setor automobilístico foram avaliados quanto às pausas e integridade,
através de métodos observacionais e questionários . Os tempos médios do ciclo de
trabalho foram maiores no layout em célula. Os tempos de pausas no trabalho não
diferiram nos dois layouts produtivos, no entanto a possibilidade de micro pausas foram
maiores para o grupo em célula pelas características do trabalhado realizado. Contudo,
apesar da possibilidade de realização de maiores pausas no grupo em célula, essas
parecem não ter influenciado a saúde dos trabalhadores quando comparado ao grupo
série.
Palavras Chaves: Saúde Ocupacional, Descanso, Dort, Riscos Ocupacionais.
Abstract
1- Introdução
Os layouts produtivos em série e em célula, se diferem em vários aspectos e são
influenciados pelas necessidades de produção (Soares et al.,2010). O sistema de
produção com layout em série é utilizado para fabricação de produtos seriados, em larga
escala, com menor diversificação quanto ao modelo, cor ou tecnologia, produzidos em
um curto período de tempo e caracterizados por grandes estoques (Miltenburg ,2001;
Soares et al.,2010). Utiliza grande espaço para disposição das máquinas e esteiras
rolantes, que ditam o ritmo de produção, levando o trabalhador a manter a posição do
corpo com repetição dos mesmos movimentos ao longo do dia (Miltenburg, 2001;
Soares et al., 2010; Hunter, 2012).
O layout produtivo em célula foi introduzido na década de 1970 no Japão
durante a criação do sistema Toyota de produção ou produção enxuta (Coriat, 1994;
Ohono,1996; Silva, 2006). Este modelo gera pouco estoque, pois o sistema de
administração da produção é o Just-in–Time, principal pilar do sistema Toyota de
Produção (Ghinato, 1995). O layout de produção em célula possui formato de “U” ou
‘S”, o que permite uma interligação das tarefas e dos trabalhadores, favorecendo a
colaboração entre eles, menor gasto com deslocamentos, mais dinamismo e realização
de um maior número de atividades ao longo do dia, diversificando os movimentos, o
que permite contribuir para melhorias ergonômicas ao trabalhador por ele ser a base do
sistema (Shingo ,1996; Hunter, 2002; Soares et al., 2010).
No layout em série a produção tem que ser mais rápida, ágil, em grande escala,
com tempos de ciclos mais curtos. No layout em célula o trabalho é mais diversificado,
levando a um maior tempo de produção e, consequentemente, tempos de ciclos mais
longos e diversificados (Miltenburg, 2001; Biehl and Mosele, 2003; Soares et al., 2010).
Os dois tipos de layouts produtivos também se diferem em relação ao tempo de pausas e
micro pausas, devido à velocidade de produção de cada layout será determinado pelo
tempo do ciclo de trabalho (Hunter, 2002; Biehl and Mosele, 2003; Soares et al., 2010).
Ciclo de trabalho é a duração da sequência de operações realizadas em cada
posto de trabalho, que são periodicamente repetidas ao longo da jornada de trabalho,
sendo um critério para ajudar na compreensão e divisão das tarefas, permitindo
verificar a distribuição de cada fase do processo da tarefa e se há desequilíbrio entre as
sequencias de atividades e sobrecarga de trabalho (Venugopal and Narendran, 1992;
Moreira, 2004; Martins et al., 2005).
As pausas espontâneas ocorrem quando o trabalhador tem um tempo de
descanso, mesmo que mínimo, entre as atividades realizadas ou ciclos de trabalho mais
longos (Dababneh et al., 2001; McLean et al., 2001; Biehl and Mosele, 2003).
Há outros modelos de pausas, as obrigatórias, que são determinadas por lei e
organizadas conforme acordos sindicais entre empresa e trabalhador. Essas pausas,
programadas, também podem ocorrer a partir de normas específicas para cada área ou
atividade ocupacional, no entanto, não substituem as pausas espontâneas (OIT, 2013).
Há, ainda, as pausas decorrentes da quebra de uma máquina ou atraso na produção, que
não são de caráter voluntário e nem previstas pelo trabalhador ou empregador, porém,
ao contrário das demais, ao invés de favorecer sobrecarrega o trabalhador na busca do
do restabelecimento normal da produção (Biehl and Mosele, 2003; Soares et al., 2010).
Os tempos de ciclo de trabalho são um dos marcadores que mais contribuem
para o aumento do risco de ocorrência de lesões e doenças ocupacionais (Flynn and
James, 2009; Nijp et al., 2012). Os ciclos mais curtos implicam em maior repetição dos
movimentos, menor tempo de intervalo entre ciclos de trabalho, dificultando as micro
pausas e o tempo de descanso durante a jornada de trabalho (Stoy and Aspen, 1999;
Dababneh et al., 2001; Faucetta et al., 2007; John et al., 2009). Por consequência,
sobrecarregam o trabalhador física e psicologicamente, levando à lesões do trabalho,
absenteísmo, piora na qualidade de vida e ao surgimento das doenças ocupacionais, que
são consideradas atualmente um grave problema de saúde pública mundial (Burbigd,
1987; Silva e Bento, 2012; Padula et al., 2013).
As pesquisas na área industrial em que os horários de pausa de descanso são os
convencionais (meio da manhã, almoço, meio da tarde) não são totalmente efetivos para
o trabalhador, aumentando o desconforto e a deterioração do desempenho (Zwahlen et
al, 1984; Douwes et al., 1991; Douwes et al.,1994). As estratégias de descanso podem
ser mais efetivas quando são intuitivas pelo trabalhador (pausa espontânea), porém
estudos têm mostrado que os trabalhadores nem sempre vão escolher uma programação
de pausa e descanso ideal, sendo que o desempenho pode ser
melhorado significativamente por meio de uma programação sistemática dessas pausas
(Laporte, 1996; Henning et al.,1997; Agustin et al., 2008; Dababneh et al., 2001).
Os modelos de pausa ainda não são totalmente elucidados. Muitas vezes a gestão
está preocupada com o fato de que um maior números de pausas para descanso atrasem
ou reduzam a produção, sendo incertos como colocar em prática os tempos necessários
de pausas (Mital et al.,1994; Dababneh et al., 2001; Nijp et al., 2012). Na literatura
científica a maior parte das pesquisas sobre pausa foi realizada com trabalhadores de
escritório, com amostra limitada, análise em ambientes controlados, em atividade
simulada e, muitas vezes, avaliados voluntários que não são trabalhadores e não
desempenham a função real de trabalho (McLean et al., 2001; Heuvel et al., 2003;
Evans et al., 2012).
Com essas divergências não se chega ao um senso comum e o que se vê, na
prática, é a difícil tarefa de um consenso na padronização do tempo, da frequência e
modelo das pausas, especificamente nas indústrias. Diante disso, há poucos relatos de
pesquisa na área industrial em relação às pausas, dificultando a intervenção para
melhorias na forma de trabalho e saúde do trabalhador. Assim, o objetivo deste estudo
é avaliar os modelos de produção em série e em célula e suas influências nos tempos de
ciclo de trabalho, nas pausas espontâneas e na saúde dos trabalhadores.
2. Métodos
2.1 Desenhos do estudo
O estudo foi observacional transversal comparativo.
2.2 Voluntários
Os participantes do estudo são trabalhadores da produção, recrutados em uma
indústria multinacional do ramo automobilístico de grande porte, localizada no estado
de São Paulo - Brasil. Os critérios de inclusão foram trabalhadores do sexo masculino,
na ativa, e que estivessem alocados nas diferentes estratégias de organização de
produção (série e célula). Os critérios de exclusão foram trabalhadores com menos de
dois meses na função, já que a política da empresa considera esse período como de
treinamento, não exigindo 100% de produtividade para este colaborador, o que de certo
modo poderia diferenciá-lo dos demais. O número total de participantes do estudo foi
120 trabalhadores, divididos em 60 por grupo (série e célula).
O cálculo amostral utilizado considerou para uma população de 452
trabalhadores. Para chegar a esse número foi realizado um estudo piloto, a fim de
identificar a prevalência de necessidade de descanso, onde se utilizou o desfecho para
utilizando-se a seguinte fórmula de cálculo amostral:
N =Z2 x P (1 – P) = 1,962 x 0,50 (1 – 0,50) = 92 voluntários.
E2 0,12
Nessa fórmula Z é valor da distribuição normal a um intervalo de 95% de
confiança, P é a prevalência amostral (no caso foi 50%) e E é erro amostral tolerável
(10%). Assim, chegamos a um número de 92 trabalhadores no total, contudo, foram
selecionados 120 voluntários como margem de segurança, divididos em dois grupos de
60 trabalhadores, que foram selecionados de forma aleatória à partir de uma lista com os
nomes dos trabalhadores, enviada pelo setor de Recursos Humanos. Formula no Livro de
Mauricio Costa Romão (estatística)
2.3 Descrições do Processo Produtivo:
2.3.1 Layout de Produção (Série e Célula) no Sistema de Administração Just-in-
time
A indústria analisada é do setor automotivo, produz acessórios para automóvel
de passeio. Dentre esses acessórios, tem-se fabricação de espumas para montagem de
bancos (dianteiro e traseiro) revestidos de tecido e couro, “quebra sol” (Sun Visor),
apoio de braço e apoio de copo. As produções dos acessórios são para várias marcas e
modelos de automóveis, de forma que cada setor é responsável por uma marca
específica. A indústria atua tanto em layout em série quanto em célula, dependendo do
tipo, da necessidade e quantidade do produto fabricado.
O layout em série possui melhor configuração para a produção contínua e
repetitiva, com operários e máquinas fixos, estações de trabalho sequenciadas e sem
caminhos alternativos, e no qual o material percorre um único sentido previamente
determinado dentro do processo. O layout de produção em série é utilizado nas linhas de
fabricação da Espuma (produção de bancos automotivos), Trilho (armação de bancos
automotivos) e Flex (montagem de bancos automotivos) que são caracterizados por
rapidez e velocidade de produção, de modo que a máquina dita o ritmo da esteira,
fazendo com que o trabalhador tenha um menor tempo de ciclo de trabalho e maior
repetição para que consiga produzir o produto no tempo determinado pela máquina.
Quando esse tempo de produção estabelecido pela máquina é ultrapassado, o sistema
emite sons e alertas para indicar que aquele setor está em atraso, fazendo com que o
trabalhador se desloque para frente da linha de produção para acompanhar a esteira e
finalizar aquele produto, tendo de voltar rapidamente para iniciar um novo produto, para
que assim os sons e alertas cessem e não se acumule ou atrase produtos.
O layout celular estabelece uma configuração de produção "células" em que
equipes de trabalhadores completam um produto. As células são em forma de um "U",
de modo que o processo de produção começa com a entrada de matéria prima de um
lado e o produto final sai na outra extremidade. Na célula, dois ou mais postos de
trabalho distintos são localizados proximamente, nos quais um número limitado de
peças ou modelos é processado utilizando fluxos lineares. O layout da produção em
célula na indústria é utilizado nos dois setores do Sun Visor (produção de quebra sol
automotivo), montagem de trilhos, montagem de apoio para cabeça, montagem de
apoios de braço e montagem de apoio de copos, que são caracterizados por um trabalho
mais especifico, incluindo várias funções, fases e processos até a montagem final do
produto. Cada célula de produção é composta por mais de uma máquina, onde o
trabalhador deve operá-las na confecção de um único produto, fazendo com que realize
mais de uma atividade e função por peça, de forma que o trabalho é mais detalhado,
mais demorado, tornando o tempo de ciclo de trabalho para produção do produto mais
longo. Os setores do layout em célula também possuem metas diárias de produção e na
ocorrência de atrasos o líder responsável do setor irá fiscalizar o que está acontecendo
naquela determinada fase para resolução do problema gerado.
2.3.4 Jornadas de trabalho e Pausas Programadas
A jornada de trabalho dos funcionários da indústria analisada é de oito horas por
dia, cinco dias semanais, incluindo dois sábados por mês, com turno de quatro horas por
dia, levando a uma carga horária de duas semanas de quarenta horas e duas semanas de
quarenta e quatro horas. O turno matutino cumpria o horário inicial das 6:00 às 15:00
horas, com uma hora de intervalo para o almoço e 10 minutos para café no período da
manhã (pausas programadas).
A realização das pausas espontâneas para as necessidades fisiológicas, como se
hidratar e utilizar o sanitário, eram feitas de forma mais delicadas e limitadas, pois
deveria ser previamente avisado ao responsável do setor e aos colegas, sendo que em
algumas atividades não poderiam deixar os postos de serviço por causa da produção.
Assim, outro colega ou o responsável do setor deveria substituir até que o mesmo
retornasse ao seu posto de trabalho, sendo mais difícil a realização nos layouts em série.
2.4 Materiais
Para a mensuração dos tempos de pausas foram utilizados os seguintes materiais:
Um cronômetro de hora comum, uma filmadora para registrar os diversos movimentos
executados pelo operador, folhas de observações para que os tempos e demais
informações relativas à operação cronometrada pudessem ser adequadamente
registrados.
Para obter o tempo real do ciclo de trabalho executado foi realizada a
cronometragem direta do operador em seu posto de trabalho, sendo realizadas três
medidas do tempo do ciclo de cada atividade, obtendo-se uma média do tempo real de
trabalho. A cronometragem começa no exato momento em que a operação é iniciada
(trabalhador faz a pega da peça) e finalizada no momento em que o trabalhador termina
o produto (faz a pega de uma nova peça para dar início). O método é simples: observa-
se todo o trabalho e, com um cronômetro, é anotado a cada etapa o tempo levado
deixando o cronômetro correr normalmente, depois este é dividido por etapas, que
quando somados formam o tempo de trabalho ou o tempo de ciclo da produção. Após,
calcular o tempo correto de cada etapa, realiza uma média de três medições, onde
iremos encontrar o tempo real do ciclo de trabalho (Moreira, 2004; Martins e Laugeni,
2005).
O tempo de micro pausa foi obtido por meio de um cálculo feito a partir dos
tempos de ciclos de cada trabalhador. A partir das medidas dos três tempos de ciclo de
trabalho, foi realizado o cálculo da variabilidade entre as três medidas do tempo de
ciclo, para calcular quanto foi a diferença de tempo encontrada entre os ciclos de cada
trabalhador, e em seguida, foi calculada a média do desvio padrão para cada tipo de
trabalho em série e em célula. Esse cálculo permitiu saber quanto tempo de intervalo
(micro pausa) que ocorre entre cada peça produzida em cada layout produtivo. O tempo
previsto para cada ciclo de trabalho também foi obtido a partir de consulta à equipe de
engenharia de processo, no qual os tempos de ciclos encontrados pela nossa
cronometragem direta coincidiram com o tempo consultado pela engenharia.
2.5 Instrumentos de Avaliação
Após as análises iniciais, foram aplicadas as entrevistas aos trabalhadores
utilizando-se o questionário de Baecke para avaliar o nível de atividade física nas
atividades de vida diária, exercícios físicos e atividades de lazer e locomoção (Baecke et
al., 1982; Florindo e Latorre, 2003; Garcia et al., 2003). O Índice de Capacidade para o
Trabalho (ICT) permitiu avaliar a capacidade para o trabalho a partir da percepção do
próprio trabalhador, por meio de dez questões sintetizadas em sete dimensões (Silva
Junior et al., 2011; Silva Junior et al., 2013). O Quick Exposure Check (QEC), que é um
método observacional, avaliou os riscos ocupacionais gerais (físico, organizacional e
psicossocial) a partir da avaliação da percepção do trabalhador e permitiu a classificação
do profissional quanto às sobrecargas nas regiões corporais (coluna, punho, mão e
pescoço) e outros fatores como vibração, manuseio de automóveis, ritmo de trabalho e
estresse (Comper et al., 2012; Comper e Padula, 2013 ). A Escala de Necessidade de
Descanso (ENEDE) foi utilizada para avaliar a percepção do trabalhador quanto à
necessidade de recuperação (descanso) e sobrecarga das condições de trabalho, tais
como: carga de trabalho, pressão por produção, controle de pessoal, período de
recuperação em casa (Veldhoven and Broersen, 2003; Moriguchi et al, 2010; Moriguchi
et al., 2013). O Job Factors Questionnaire (JFQ) permitiu identificar e quantificar a
percepção do trabalhador em relação à exposição aos fatores de risco relacionados ao
trabalho, tais como pausas, repetitividade, posturas, layouts que podem contribuir para o
desenvolvimento de distúrbios osteomusculares (Shimabukuro et al., 2012 ; Coluci and
Alexandre, 2009). Por meio do Job Stress Scale (JSS) foi avaliado o estresse
ocupacional considerando-se três dimensões: demanda psicológica, controle e apoio
social (Theorell e Karasek, 1996 ; Alves et al., 2004) .
2.6 Procedimentos
Após aprovação do trabalho pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Cidade de São Paulo (Proc. N.o 22916213.2.0000.0064), os setores foram avaliados
quanto às características produtivas dos layouts de trabalho em Série e em Célula. Em
seguida os trabalhadores foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Logo após, preencheram uma ficha
pessoal para se obter dados referentes à idade, ao gênero, peso, altura, IMC, estado civil,
escolaridade e características do trabalho, como tempo na função, setor, organização da
produção, rodízio e meta produtiva. Posteriormente, foram aplicados no próprio local de
trabalho os questionários de Baecke, Exposure Check (QEC), Job Stress Scale (JSS),
Necessidade de Descanso (ENEDE) e o de Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT)
e Job Factors Questionnaire (JFQ), onde foram aleatorizados para não terem a mesma
sequência e não influenciar nos resultados. Foi computado o tempo de pausas e micro
pausas considerando os layouts de produção em série e em célula em cada ciclo de
trabalho.
2.7 Análises Estatísticas
Foram realizadas análises dos dados por meio do programa estatístico SPSS
17.0. O ciclo da atividade foi analisado por meio de média e desvio padrão, bem como
outras variáveis do estudo. Os resultados obtidos por meio da escala de estresse,
atividade física, risco ocupacional, necessidade de descanso e capacidade para o
trabalho foram comparados entre os grupos de trabalhadores do layout de produção em
série e em célula. Foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a
distribuição dos dados e o nível de significância utilizado foi de p<0,05 (5%).
Os testes t-Student e de Mann-Whitney foram utilizados para avaliar a existência
de diferença entre os grupos, à partir do resultado do teste de normalidade. Os testes
Qui-Quadrado e Exato de Fisher foram utilizados para comparar os grupos para
variáveis categóricas.
3.0 Resultados
O tempo médio de análise foi de 30 minutos por trabalhador, realizando um
tempo total das analises de 3.600 horas divididas em três meses de coleta de dados.
Antes de realizar as análises, a equipe esteve por um período de sete meses na empresa,
onde foi conhecido o sistema de operação da indústria, observação dos processos
produtivos e rotina da empresa.
As características antropométricas (tabela 1) dos 120 trabalhadores do sexo
masculino, divididos em dois grupos de 60 trabalhadores, considerando o layout
produtivo, foram muito semelhantes, não havendo diferença significativa entre eles. Em
relação às características do trabalho, a média do tempo de função no grupo em série foi
de 30,2±32,8 meses, maior que do grupo em célula 21,7±22,81 meses com p= 0,605.
O tempo médio de ciclo de trabalho (tabela 2) foi menor para o grupo série
(22,79 ± 10,67 segundos) em relação ao grupo célula (69,83± 52,77 segundos), havendo
diferença significativa entre os grupos (p=0,000). As micro pausas entre cada ciclo de
trabalho foram contabilizadas por meio da variabilidade média dos três tempos de ciclos
da atividade realizada, que foi de 0,77 ± 0,41 segundos para o grupo série e 1,10 ± 0,74
segundos para o grupo célula, não sendo encontradas diferenças significantes.
O tempo de ciclo padrão médio calculado pela engenharia de produção da
empresa para o trabalho no layout em célula é de 98 segundos, e para o layout em série
é de 43 segundos. O percentual do tempo do ciclo contabilizado em nossas análises
(tabela 2) são respectivamente 71,3% e 53,0% para o grupo série e célula no qual indica
que os trabalhadores realizam o trabalho ocupando menos do que 100% do tempo do
ciclo nos dois casos, assim permitindo a realização de pausas.
Tabela 2. Variação do tempo de ciclo do trabalho e do tempo médio interciclos
Variáveis
Grupo Série N=60
Grupo Célula N=60
P Valor
Média (DP) Média (DP)
Ciclo (segundos)
22,79(10,67)
69,83(52,77)
0,000
Interciclos (segundos)
0,77(0,41) 1,10(0,74)
0,003
A tabela 3 descreve a média, desvio padrão e porcentagem dos escores sobre o
nível médio de atividade física por meio do questionário de Baeck. A maior parte dos
trabalhadores foram classificados como ativos, contudo o percentual de indivíduos
ativos foi maior no grupo célula (75%) com diferença significativa entre os grupos
(p=0,035). A capacidade para o trabalho (ICT) foi classificado como ótima para 55%
dos trabalhadores no grupo série e 68% para o grupo célula, não havendo diferença
significativa entre os grupos (p=0,243).
O risco ocupacional (QEC) obteve a média de 95,6± 24,7 pontos no grupo série
e 85,11± 20,8 pontos no grupo célula, e apesar de terem sido altos para ambos os
grupos, não houve diferença significativa. O grupo série obteve uma maior necessidade
de descanso (ENEDE) com média de 40,6± 17,8 pontos (35%), quando comparada ao
grupo célula 33,7± 18,9 pontos (21%). As queixas osteomusculares (JFQ) foram
maiores para o grupo célula e não houve diferença entre os grupos. Para o nível de
estresse ocupacional (JSS) foi semelhante entre os grupos, não havendo diferença
significativa nas três categorias, demanda, controle e apoio social (tabela 3).
Tabela 3. Média, desvio padrão e porcentagem dos escores dos questionários aplicados
nos 120 trabalhadores.
4.0 Discussão
O objetivo deste estudo foi avaliar os tempos de pausas em dois layouts
produtivos e avaliar as condições de saúde dos trabalhadores, esperando que as pausas
pudessem influenciar as respostas de necessidade de descanso, capacidade para o
trabalho e nível de estresse. Contudo, apesar de diferenças nos tempos de pausa e da
Variáveis Série (N=60)
Célula (N=60)
P-valor
%(N) %(N)
Baeck Escore Total (Média DP). 5,9 (1,6) 6,5(1,4) 0,144 Ativo 55(33) 75(45) 0,035
Moderadamente Ativo 45(27) 25(15) Sedentário
0 (0) 0 (0)
ICT Escore Total (Média DP) 43,5(5,05) 44,6(6,3) 0,507 Ótima 55(33) 68(41) 0,243
Boa 36(22) 21(13) Moderada 8,3(5) 8(5)
Baixa 0(0) 1(1)
QEC Escore Total (Média DP) 95,6(24,7) 85,11(20,8) 0,131 Alta 5(3) 0(0) 0,080
Moderado 56(34) 46(28) Baixa 38(23) 53(32)
ENEDE Escore Total (Média DP) 40,6(17,8) 33,7(18,9) 0,887
Maior (<45) 35(21) 21(13) 0,156 Menor (≥45) 65(39) 78(47)
JFQ Escore Total (Média DP) 60,3(46,8) 71,9(45,8) 0,733
JSS Estresse
Demanda
Alta 55(33) 56(34) 1,000 Baixa 45(27) 43(26)
Controle
Alto 10(6) 8(5) 0,951 Baixo 90(54) 91(55)
Apoio Social
Alto 90(54) 84(51) 0,706 Baixo 10(6) 15(9)
organização do trabalho ser melhor para o grupo em célula, este demonstrou estar no
mesmo nível físico e de saúde geral que os trabalhadores do layout em série.
As características antropométricas dos grupos demonstraram ser homogêneas,
dessa forma os resultados encontrados, não foram influenciados por tais fatores. O
tempo de ciclo de trabalho avaliado de cada posto de trabalho estava dentro do tempo
passados pela engenharia de produção, de modo que os trabalhadores dois tipos de
layouts não ucupavam mais de 100% do clico de trabalho . Encontramos os resultados
previstos para cada tipo de layout, onde o tempo de ciclo de trabalho do layout em
célula foi maior, caracterizando um trabalho menos repetitivo, quando comparado ao
layout em série. Essas diferenças acontecem devido ao ritmo da produção em célula ser
determinado pelo homem e não pela máquina, as atividades realizadas serem mais
detalhadas e específicas, incluindo vários processos de produção (multitarefas),
necessitando de mais tempo para a produção de cada peça (Biehl and Mosele, 2003;
Soares et al., 2010).
Em relação às pausas programas, encontramos que a indústria cumpre com as
normas dos intervalos previstos por leis (Organização Internacional do Trabalho, 2013),
porém foi relatado, extraoficialmente, um descontentamento do grupo de trabalhadores
pela retirada do segundo intervalo de dez minutos para café, no período da tarde, devido
ao grande volume de demanda de produção.
Para as pausas espontâneas, como se hidratar e ir ao banheiro, foi constatado que
os trabalhadores encontram dificuldade para realizá-las, não sendo uma rotina natural e
muitas vezes podem aguardar mais tempo do que o necessário. Esse fato se dá pela
produção ser contínua e as tarefas dependerem da fase anterior para serem cumpridas,
pois se cada trabalhador não realizar sua função de forma rítmica a produção pode
atrasar ou até mesmo parar. O processo de saída do posto de trabalho é complexo, pois
tem de ser avisado previamente ao responsável do setor, para que ou outro funcionário
assuma a função a ser deixada. Essa dificuldade é mais visível no layout em série por
ser a produção impulsionada pela máquina, gerando pouco tempo ocioso para realizar a
troca de posto, levando o trabalhador desse layout há aumentar o tempo para que possa
realizar suas necessidades fisiológicas.
As micro pausas no trabalho não tiveram diferenças significativas nos dois
layouts, onde encontramos pouco tempo de intervalo entre uma tarefa e outra. Para que
o trabalhador realize uma micro pausa maior entre uma tarefa e outra é necessário que
finalize com mais rapidez uma peça, a fim de que na próxima tenha um intervalo para
descansar, ou quando o tempo de ciclo de trabalho não ocupe mais que 100% do seu
tempo. Porém, grandes metas produtivas, alta demanda de produção diária em todos os
setores e layouts?, leva a engenharia de produção a realizar um cálculo de tempo de
ciclo de cada produto igual ou maior que 100%, tornando muito difícil a ocorrência de
micro pausas (Waghodekar e Sahu, 1984 ;Venugopal and Narendran, 1992).
Outro fato é que o layout celular da indústria analisada se difere dos conceitos
do Sistema Toyota de Produção (Coriat, 1994; Ohono, 1996), pois atuam com altas
metas de produção, realizam múltiplas atividades e operam várias máquinas em um
curto período de tempo, não acontecendo a interação entre os trabalhadores, de modo
que realizam um trabalho em série individualizado na célula de produção, se igualando
em relação o tempo de micro pausa nos dois layouts (Biehl e Mosele, 2003; Soares et
al., 2010).
Resultados encontrados no grupo em série, quanto nível mais baixo de atividade
física e maior necessidade de descanso, quando comparado ao grupo célula, devem-se
ao fato de que nesse grupo o trabalho é mais repetitivo, no que diz respeito ao tempo de
ciclo em relação ao layout em célula, e por haver maior desgaste físico. Em razão do
esforço braçal para confecção de produtos com maiores dimensões e peso nesse layout,
ao final do dia de trabalho esse grupo estará um pouco menos disposto para prática de
atividade física fora do local de trabalho (Soares et al., 2010).
Para estresse e índice de capacidade para o trabalho, não se observou diferenças
entre os grupos, ocorrendo o mesmo nível nos dois grupos. Apesar de no layout em
célula o trabalhador executar a função com maior tempo de ciclo e ditar o próprio ritmo
de trabalho, também ocorre a mesma pressão por produção, metas, redução de erros e
cobrança do layout em série, igualando ao nível de estresse nos dois grupos.
A capacidade para o trabalho não obteve diferenças nos dois grupos, onde a
classificação revelou ser de uma ótima capacidade para o trabalho, na qual pode ser
explicada pelo fato dos trabalhadores avaliados estarem em nível parecido em relação à
atividade física e as características antropométricas terem sido praticamente iguais entre
eles, se igualando no que diz respeito à capacidade física e saúde geral.
A preocupação com o trabalho e saúde do trabalhador vem crescendo cada vez
mais e tendo uma maior atenção, levando empresas e o governo a realizarem medidas
de intervenção, porém as pesquisas na área ocupacional e especificamente o tema
abordado não vêm acompanhando esse crescimento (Dababneh et al., 2001; Soares et
al., 2010; Organização Internacional do Trabalho, 2013). Assim, é importante que
novos estudos sejam feitos, buscando avaliar, por meio de ensaios clínicos e estudos
longitudinais, o efeito das pausas para saúde dos trabalhadores.
4.1 Limitações do estudo
Para realizarmos o presente estudo na empresa tivemos algumas restrições e
seguimos algumas orientações. A primeira era em relação ao tempo de análise para cada
trabalhador, sendo de 30 minutos e teríamos que realizar as avaliações e análise no
próprio posto de trabalho sem que atrapalhasse o trabalhador em sua função, realização
da atividade, rotina de trabalho e produção. Em relação ao horário de análise, foi
determinado pela empresa o período da manhã, por haver mais funcionários nesse turno,
onde foram passados os dados e setores dos funcionários somente desse turno.
Acreditamos que isso pode de alguma forma ter influenciado os resultados deste estudo.
5.0 Conclusão
O presente estudo revelou que na empresa avaliada os layouts produtivos em
série e célula influenciam no tempo de ciclo de trabalho e os dois grupos não se
diferiram em relação à saúde geral, sendo as pausas programadas realizadas de acordo
com a as normas existentes sugeridas, porém as pausas espontâneas deveriam ser
realizadas sem tantos processos para a saída do posto de trabalho e as micro pausas
deveriam ter um tempo maior para ser realizadas, visto que os trabalhadores não
ocupam mais do que 100% do ciclo de trabalho total.
Agradecimentos
Agradecimentos a Universidade Cidade de São Paulo pelo apoio para realização do
presente estudo.
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CONCLUSÕES
Ao final desse estudo podemos observar que os tipos de layouts produtivos em
série e em célula influenciam diretamente nos tempos de ciclos de trabalho, sendo esses
um marcador para risco ocupacional. Os tempos e intervalos de pausas no trabalho
quanto o cumprimento da legislação foi observada que a empresa analisada cumpre e
segue as normas, porém foi percebida uma insatisfação por parte dos trabalhadores pelo
aumento desses intervalos, tanto no tempo quanto ao número de vezes. As micropausas
no trabalho, entre os ciclos produtivos não foram evidenciadas diferenças significantes,
ou seja, os dois tipos de layouts não apresentam diferenças quanto ao tempo de intervalo
entre uma produção de uma peça e outra.
As características antropométricas dos trabalhadores foram homogêneas para os
dois grupos, esses resultados podem ir de encontro aos achados em relação às analises
do estado de saúde geral dos trabalhadores avaliados, pois como não há diferença no
que diz respeito ao tempo de pausas nos layouts produtivos e os trabalhadores se
encontram no mesmo nível físico, não foi encontrada diferença.
Tivemos limitações para realizar a coleta dos dados, porém não contemos
esforços para tornar o estudo o mais significativo possível, já que poucos estudos são
realizados na área de saúde ocupacional diretamente em uma empresa, justamente pelas
limitações impostas por elas.
Contudo destacamos a importância de novos estudos com o tema referido e em
ambientes em que os trabalhadores desempenhem sua função real de trabalho, para que
assim haja cada vez mais evolução na aera da saúde ocupacional visto que o grande
crescimento mundial com custos e aumento das doenças ocupacionais.
ANEXOS
ANEXO 1
Comitê de Ética em Pesquisa
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O Sr.(a) _________________________________________________________
RG n.o _____________________________, nascido em ___________________,
do sexo ___________________, residente em (a)________________________
________________________________________________________________
na cidade de _________________________, está sendo convidado a participar do estudo
PAUSAS PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É MAIS INDICADA PARA
MANTER BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS TRABALHADORES? , cujo objetivo analisar e
comparar o efeito de pausas programada e espontânea para saúde dos trabalhadores.
O estudo preve aplicação de seis questionários que avaliam ambiente de trabalho e
condições gerais de saúde dos trabalhadores. Cada participante receberá questionários
contendo perguntas sobre a rotina de trabalho, análise do ambiente ocupacional, e sobre
condições físicas, mentais.
O participante terá tempo livre para responder ao questionário e será informado que poderá
abandonar o estudo a qualquer momento que desejar, sem qualquer constrangimento ou
implicação. A possibilidade de ocorrência de problemas ou danos ao participante é
praticamente inexistente, no entanto, se houver qualquer problema a indenização ou
ressarcimento será de responsabilidade dos responsáveis pelo projeto, sem qualquer ônus ao
participante.
Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo pesquisador responsável, Rosimeire
Simprini Padula, que pode ser encontrado no seguinte endereço: Rua Cesário Galeno, 448/475
- Tatuapé –; São Paulo-SP, nos telefones: (11) 2178-1410 e (11) 99166215.
O Sr. (a) tem garantia de sigilo de todas as informações coletadas e pode retirar seu
consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de benefício.
Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo,
sobre as técnicas e procedimentos a que estarei sendo submetido e sobre os riscos e
desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total sigilo e de obter novos
esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em participar voluntariamente deste
estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo
ou perda de qualquer benefício (caso o sujeito de pesquisa esteja matriculado na Instituição
onde a pesquisa está sendo realizada).
Data: __ /_ / __
_____________________________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante legal
_____________________________________________
Pesquisador responsável / orientador
Eu, professora doutora Rosimeire Simprini Padula, responsável pela pesquisa PAUSAS
PROGRAMADAS OU PAUSAS ESPONTÂNEAS? QUAL DELAS É MAIS INDICADA PARA MANTER
BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS TRABALHADORES? ,declaro que obtive espontaneamente o
consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu representante legal) para realizar este
estudo.
Data: / /2013.
_________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO DADOS PESSOAIS
Conforme informado no termo assinado anteriormente, este questionário avaliará suas
queixas físicas e outras condições relacionadas a sua atividades profissional. Leia com atenção
e solicite ajuda ao responsável Caso necessite.
Idade: ______________ Sexo: 1-Masculino ( ) 2- Feminino ( )
Tempo na função (ano/meses): _______Peso (Kg): _______Altura (m):_______.
Setor: ___________ Organização da Produção: 1- Série ( ) 2- Célula ( )
3-Ambos ( ).
Rodízio: 1- Sim ( ) 2- Não ( )
Meta Produtiva hora: 1 – Sim ( ) 2- Não ( ). Quanto: _________
Mão dominante : Direita ( ) Esquerda ( )
Estado Civil: 1- Solteiro ( ); 2- Casado ( ); 3-Vive com companheiro ( );
4-Separado ( ); 5 – Viúvo ( )
Escolaridade: 1- Ensino fundamental incompleto- não terminou 8.a série ( ); 2- Ensino
fundamental completo ( ); 3-Curso técnico de 1.o grau completo ( ); 4- Ensino médio
completo ( ); 5-Curso técnico de 2.o grau completo ( ); 6-Faculdade incompleto ( ); 7-
Faculdade Completo ( ); 8- Pós-Graduação completa/incompleta ( ).
ANEXO 3
QUESTIONÁRIO DE BAECKE SOBRE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL
Este questionário avaliará sua prática de atividade física nos últimos 12 meses. Por favor,
circule a resposta apropriada para cada questão pensando nos últimos 12 meses:
A) Você pratica ou praticou esporte ou exercício físico nos últimos 12 meses: Sim /
Não
Qual esporte ou exercício você pratica ou praticou mais frequentemente?
____________________________________________________________________
___
- Quantas horas por semana:
_______________________________________________
- Quantos meses por ano:
_________________________________________________
Se você faz ou fez um segundo esporte ou exercício físico, qual o tipo?
____________________________________________________________________
___
- Quantas horas por
semana?_______________________________________________
- Quantos meses por ano?
_________________________________________________
B) Em comparação com outros da minha idade, eu penso que minha atividade física durante as horas de lazer é: Muito maior/maior/a mesma/menor/muito menor
5 4 3 2 1
C) Durante as horas de lazer eu suo: muito frequentemente/frequentemente/algumas vezes/ raramente/nunca
5 4 3 2 1
D) Durante as horas de lazer ou pratico esportes ou exercício físico: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito
1 2 3 4 5
frequentemente
E) Durante as horas de lazer eu vejo televisão: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente
1 2 3 4 5
F) Durante as horas de lazer eu ando: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente
1 2 3 4 5
G) Durante as horas de lazer eu ando de bicicleta: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente
1 2 3 4 5
H) Durante quantos minutos por dia você anda a pé ou de bicicleta indo e voltando do trabalho, escola ou compras?
1 2 3 4 5
Total em minutos
ANEXO 4
JOB STRESS SCALE
Opções de resposta de A até K: Freqüentemente; Às vezes; Raramente; Nunca ou quase nunca.
a) Com que freqüência você tem que fazer suas tarefas de trabalho com muita rapidez?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
b) Com que freqüência você tem que trabalhar intensamente (isto é, produzir muito em
pouco tempo)?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
c) Seu trabalho exige demais de você?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
d) Você tem tempo suficiente para cumprir todas as tarefas de seu trabalho?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
e) O seu trabalho costuma apresentar exigências contraditórias ou discordantes?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
f) Você tem possibilidade de aprender coisas novas em seu trabalho?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
g) Seu trabalho exige muita habilidade ou conhecimentos especializados?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
h) Seu trabalho exige que você tome iniciativas?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
i) No seu trabalho, você tem que repetir muitas vezes as mesmas tarefas?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
j) Você pode escolher COMO fazer o seu trabalho?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
k) Você pode escolher O QUE fazer no seu trabalho?
frequentemente ( ) as vezes ( ) raramente ( ) nunca ou quase nunca ( )
Opções de resposta de L até Q: Concordo totalmente; Concordo mais que discordo; Discordo mais que
concordo; Discordo totalmente.
l) Existe um ambiente calmo e agradável onde trabalho.
Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )
Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )
m) No trabalho, nos relacionamos bem uns com os outros.
Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )
Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )
n) Eu posso contar com o apoio dos meus colegas de trabalho.
Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )
Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )
o) Se eu não estiver num bom dia, meus colegas compreendem.
Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )
Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )
p) No trabalho, eu me relaciono bem com meus chefes.
Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )
Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )
q) Eu gosto de trabalhar com meus colegas.
Concordo totalmente ( ) Concordo mais que discordo ( )
Discordo mais que concordo ( ) Discordo totalmente ( )
ESCALA DE NECESSIDADE DE DESCANSO
1 - Eu acho difícil relaxar após um dia de trabalho:
a) Nunca acho difícil relaxar.
b) Algumas vezes acho difícil relaxar.
c) Frequentemente acho difícil relaxar.
d) Sempre acho difícil relaxar.
2 - Ao fim do dia de trabalho eu me sinto realmente acabado(a).
a) Nunca me sinto acabado(a).
b) Algumas vezes me sinto realmente acabado(a).
c) Frequentemente me sinto realmente acabado(a).
d) Sempre me sinto realmente acabado(a).
3 - Por causa do meu trabalho, ao final do dia eu me sinto muito cansado(a)
a) Nunca me sinto muito cansado(a).
b) Algumas vezes me sinto muito cansado(a).
c) Frequentemente me sinto muito cansado(a).
d) Sempre me sinto muito cansado(a).
4 - À noite, após um dia de trabalho eu me sinto bem disposto(a)
a) Nunca me sinto bem disposto(a).
b) Algumas vezes me sinto bem disposto(a).
c) Frequentemente me sinto bem disposto(a).
d) Sempre me sinto bem disposto(a).
5 - Eu preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir relaxado(a):
a) Nunca preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir
relaxado(a).
b) Algumas vezes preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a
me sentir relaxado(a).
c) Frequentemente preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a
me sentir relaxado(a).
d) Sempre preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir
relaxado(a).
6 - Eu acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre depois de um dia
de trabalho.
a) Nunca acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre
depois de um dia de trabalho.
b) Algumas vezes acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo
livre.
c) Frequentemente acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu
tempo livre.
d) Sempre acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre.
7 - Eu acho difícil me interessar por outras pessoas assim que chego do trabalho.
a) Nunca acho difícil me interessar por outras pessoas.
b) Algumas vezes acho difícil me interessar por outras pessoas.
c) Frequentemente acho difícil me interessar por outras pessoas.
d) Sempre acho difícil me interessar por outras pessoas.
8 - Eu preciso de mais de uma hora para me sentir completamente descansado(a) depois de
um dia de trabalho.
a) Nunca preciso de mais de uma hora para me sentir completamente
descansado(a).
b) Algumas vezes preciso de mais de uma hora para me sentir completamente
descansado(a).
c) Frequentemente preciso de mais de uma hora para me sentir completamente
descansado(a).
d) Sempre preciso de mais de uma hora para me sentir completamente
descansado(a).
9 - Quando eu chego em casa após o trabalho eu preciso ser deixado(a) em paz por um tempo
a) Nunca preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.
b) Algumas vezes preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.
c) Frequentemente preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.
d) Sempre preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.
10 - Depois de um dia de trabalho eu me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras
atividades.
a) Nunca me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.
b) Algumas vezes me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.
c) Frequentemente me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.
d) Sempre me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.
11 - Na última parte do meu dia de trabalho, o cansaço me impede de fazer o meu trabalho
tão bem como eu normalmente faria se não estivesse cansado(a).
a) Nunca o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.
b) Algumas vezes o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu
faria.
c) Frequentemente o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu
faria.
d) Sempre o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.