O Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, IAN-AF ......O Inquérito Alimentar Nacional...
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MÓDULO EAT24
Recolha de informação alimentar através de dois questionários às 24 horas anteriores (ou diários alimentares de dois dias nas crianças com idade <10 anos), sincronizada com dados de composição nutricional dos alimentos e receitas da Tabela da Composição de Alimentos Portuguesa (INSA), adaptada. A quantificação de porções alimentares incluiu um manual fotográfico especificamente desenvolvido para o efeito (1048 fotos de alimentos e 39 fotos de medidas caseiras). A classificação e descrição dos alimentos foi realizada com base no sistema FoodEx2. Esta informação permite caracterizar dimensões de consumo alimentar e nutricional e de segurança alimentar.
MÓDULO MOVE
Recolha de informação de atividade física incluindo os sub-módulos International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), Activity Choice Index (ACI), diários de atividade física e outros comportamentos de atividade física, sincronizados com os dados de equivalentes metabólicos associados aos diferentes tipos de atividades, sempre que aplicável. Esta informação permite caracterizar dimensões de comportamentos sedentários, atividades desportivas e escolhas ativas na rotina diária.
MÓDULO YOU
Recolha de informação sociodemográfica, de saúde geral, de antropometria, de insegurança alimentar e de propensão alimentar.
POPULAÇÃO-ALVO
População residente em Portugal com idades compreendidas entre os 3 meses e os 84 anos, selecionada aleatoriamente por um processo de amostragem bietápica, a partir do Registo Nacional de Utentes do SNS. Avaliaram-se 6553 indivíduos, dos quais 5811 completaram duas entrevistas, com representatividade para as 7 Unidades Territoriais para Fins Estatísticos - NUTS II: Norte, Cen-tro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.
RECOLHA DE INFORMAÇÃO
Realizada através de entrevistas presenciais, distribuídas durante 12 meses (outubro 2015 a setembro 2016) e intervaladas no tempo entre 8 a 15 dias (no caso de 2 entrevistas). A metodo- logia utilizada incluiu ferramentas e protocolos harmonizados no contexto Europeu, integrados numa plataforma eletrónica assistida por computador, especificamente desenvolvida para o projeto (Plataforma “You eAT&Move”).
O Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, IAN-AF 2015-2016, permitiu a criação de uma base descritiva com informação de representatividade nacional sobre três grandes domínios: a alimentação e nutrição, a atividade física e o estado nutricional da população Portuguesa.
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NOTA METODOLÓGICA: Toda a informação apresentada está ponderada para a distribuição da população Portuguesa, de acordo com informa-ção do Registo Nacional de Utentes (RNU) do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Após ponderação, a amostra final apresenta uma distribuição semelhante à população residente em Portugal, de acordo com informação do INE - Census 2011. A informação alimentar representa a média de dois dias alimentares, ajustada para a variabilidade intra-individual e, no caso de alimentos menos frequentes, para a frequência de consumo.
Cumprimento das recomendações para grupos de alimentos em comparação com a Roda dos Alimentos
Prevalência de consumo de refrigerantes e néctares ≥ 220g/dia
Consumo habitual de grupos e sub-grupos de alimentos (média g/dia), por grupos etários
O IAN-AF 2015-2016 estimou o consumo alimentar habitual da população Portuguesa com base em 2479 alimentos e 1696 receitas. Os itens alimentares foram detalhadamente caracterizados por 29 facetas e 634 descritores, de acordo com a classificação FoodEx2.
Aproximadamente um em cada dois Portugueses (56%) não consome a quantidade de fruta e produtos hortícolas recomendada pela Organização Mundial da Saúde. A inadequação é mais elevada nas crianças e nos adoles-centes e nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, ultrapassando os 70%. Na população nacional 46% consumiu sopa em pelo menos um dos dias reportados. Quando consumida, a quantidade média é de uma porção diária.
Aproximadamente 1,8 milhões de Portugueses (18% da população) con-somem pelo menos um refrigerante ou néctares por dia, dos quais 14% são refrigerantes. Esta prevalência é particularmente elevada nos ado-lescentes (42%, 34% nas raparigas e 51% nos rapazes). Nos adolescentes que bebem refrigerantes, 25% bebe aproximadamente dois refrigerantes por dia. O consumo é mais elevado nos Açores comparando com as outras regiões geográficas.
Prevalência de consumo de fruta e produtos hortícolas < 400g/dia
TotalCrianças
AdolescentesAdultos
Idosos
0 60 120 180 240
Refrigerantes
Néctares e sumos
100%
Café
Chá e infusões
Vinho
Cerveja
0 100 200 300 400
10581312
911
2094
131109
97129
166
153134133
153171
10054
86104
113
178177
204180
162
Fruta
Produtos hortícolas
Leguminosas
Pão e tostas
Massa, arroz, batata e outros
tubérculos
Cereais de pequeno-almoço e
infantis
0 100 200 300 400
189
151917
1610141715
167267
250149
156
6187
7263
38
11779
130129
80
4225
334446
Leite
Iogurte e outros leites fermentados
Queijo e Requeijão
Carne (brancas, vermelhas e charcutaria)
Pescado (peixe, crustáceos, derivados)
Ovos
100%
75%
50%
25%
0%
Nacional Feminino Masculino
Total Crianças (<10 anos)
Adolescentes (10-17 anos)
Adultos (18-64 anos)
Idosos (65-84 anos)
56% 60
%
53%
72% 74
%
71% 78
%
80%
75%
57%
61%
53%
40% 44
%
36%
Nacional Feminino Masculino100%
75%
50%
25%
0%Total Crianças
(<10 anos)Adolescentes (10-17 anos)
Adultos (18-64 anos)
Idosos (65-84 anos)
18%
11%
26%
22%
21%
23%
42%
34%
51%
19%
10%
28%
3% 2% 4%
Os Portugueses estão a consumir mais ‘carne, pescado e ovos’, lacticínios e ‘cereais, derivados e tubérculos’ e menos produtos hortofrutícolas e leguminosas, comparando com os consumos recomendados pela Roda dos Alimentos Portu-guesa. O conjunto de alimentos não incluídos na Roda, como bolachas, bolos e doces, snacks salgados e pizzas, bebidas alcoólicas e bebidas não alcoólicas (excluindo água), contabiliza um contributo percentual de 29%.
O consumo de carne vermelha (incluindo char-cutaria), associado a risco de cancro do cólon (>100 g/dia), é realizado por mais de 2,3 milhões de Portugueses (23% da população).
O azeite continua a ser a gordura mais consumi-da, comparando com o consumo de óleos vege-tais. A manteiga é consumida em maior quanti-dade do que as margarinas/minarinas.
O consumo médio de bebidas alcoólicas é maior nos homens (249g/dia) em comparação com as mulheres (44g/dia) e nos homens idosos (350g/dia) em comparação com os homens adultos (234g/dia). Ainda 5% dos idosos bebe diariamen-te mais de 1 litro (1324 g) de bebida alcoólica e nos adultos o valor é de 981g. O vinho é em média a bebida mais consumida, mas entre os consumidores é maior a quantidade de cerveja.
CONSUMO ALIMENTAR
8856
161100
26
2020
3821
8
551
866
56
778
228791
Consumo alimentar edível.
Consumo alimentar bruto.
0 100 200 300F: 26
M: 148F: 13*M: 16*
F = Feminino; M = Masculino *Adolescentes entre 15-17 anos.
F: 24M: 125
F: 37M: 270
F: 8M: 90
F: 2*M: 14*
F: 9M: 103
F: 3M: 50
O contributo percentual de gordura saturada é superior nas crianças (12,1%) e adolescentes (12,0%), apesar do consumo médio ser superior nos adolescentes (28 g/dia) e nos adultos (24 g/dia).
Prevalência de ingestão de micronutrientes abaixo das necessidades médias, por sexo e de acordo com valores de referência
INGESTÃO NUTRICIONAL
Verificou-se que 83,2% das crianças e 35,2% dos adolescentes têm uma ingestão diária de Proteí-na superior a 2g/kg/peso; A prevalência de ina-dequação da ingestão de Hidratos de Carbono é superior nos adultos e idosos, sendo que 44,7% e 48,6% apresentam valores inferiores ao reco-mentado (<45% VET); Aproximadamente 24% da
população ingere Gordura acima do recomenda-do (>35% VET), sendo essa prevalência superior nos adolescentes (30%) e adultos (26%).
Os micronutrientes com maior proporção da população abaixo das necessidades médias, a nível nacional, são o cálcio e o folato, com per-centagens superiores no sexo feminino e nos
idosos. Estas inadequações consideram já o contributo da suplementação nutricional, que curiosamente revela que o cálcio é o micro-nutriente mais ingerido em suplemento neste grupo etário.
a AR – Average Requirement (EFSA) b UL – Tolerable Upper Intake Level (DRIs, EUA)
Contributo percentual de macronutrientes e álcool para a ingestão energética total, nacional, por sexo e grupo etário (%VET - valor energético total diário)
Distribuição espacial (por região NUTS II) da ingestão energética média (kcal/dia)
Proteína (%VET) Hidratos de carbono (%VET) Gordura total (%VET) Álcool (%VET)
1909 kcal/dia
1900 kcal/dia
1895 kcal/dia
1905 kcal/dia
1908 kcal/dia
CÁLCIO < AR ª
FOLATO < AR ª
VITAMINA A < AR ª
VITAMINA C < AR ª
FERRO < AR ª
16,5
%
3,3%
38,1
%
39,6
%
22,7
%
29,2
%
66,2
%
54,2
%
60,6
%
47%
A nível nacional, os contributos médios para o aporte energético diário são de 19,9% de proteína, 46,6% de hidratos de carbono e 31,4% de gordura. O contributo da gordura é superior em adolescentes e adultos. Na população com 15 ou mais anos, o contributo médio do álcool é de 2,2% para as mulheres e de 5,9% para os homens, sendo que 8,5% das mulheres e 25,8% dos homens apresenta um consumo elevado ou excessivo (>12 e >24 g/dia, respetivamente).
O consumo médio nacional de açúcares simples é de 84 g/dia, sendo que 35 g/dia correspondem a açúcares livres*. Cerca de 2,5 milhões de Por-tugueses (24%) consomem açúcares livres acima do limite recomendado pela OMS (10% do aporte energético), sendo esta prevalência superior nos adolescentes (48,7%) e nas crianças (40,7%). Os alimentos que mais contribuem para o seu consu-mo são o açúcar “de mesa” adicionado a alimen-tos e bebidas (21,4%), os doces (como rebuçados, gomas, compotas, mel, chocolates, entre outros) (16,7%) e os refrigerantes (11,9%).
Em média, os Portugueses consomem 7,4 g de sal por dia. Aproximadamente, 3,7 milhões de mulheres (63,2%) e 4,4 milhões de homens (88,9%) apresen-tam uma ingestão de sódio acima do nível máximo tolerado.
Os alimentos que mais contribuem para o aporte de sódio são o Pão e tos-tas (19%), a sopa (8%) e a charcutaria e carnes processadas (7%).
44,1%
1
8,2% 30,3%Homens A
dulto
s (1
8-64
)
5,2%
3,2%
Mulheres Idos
as (6
5-84
)
49,3%
19
,5% 30,3%
Homens Idoso
s (6
5-84
)
44,2%
1
7,5% 27,7%
9,9%
Mulheres Adolesc
ente
s (1
5-17
)
48,8%
19
,4% 32,4%
0,5%
Homens Adolesce
ntes
(15-
17)
44,1%
18
,1% 31,2%
0,5%
Mulheres Adultas
(18-
64)
47,2%
2
0,2% 32,3%
2%19,9% 46,6% 31,4%
19,9% 48% 31,9%
18% 45,1% 30%
18,6% 51,2% 31,5%
19,8% 49,1% 32,4%
20,2% 45,7% 31,8%
19,5% 46,7% 29,4%
Total
Mulheres
Homens
Crianças(<10 anos)
Adolescentes(10-17 anos)
Adultos(18-64 anos)
Idosos(65-84)
*Açúcares livres: Monossacarídeos e dissacarídeos adi-cionados aos alimentos pela indústria, restauração ou consumidor, além de açúcares presentes naturalmente no mel, xaropes e sumos de fruta naturais ou concen-trados.
AÇÚCARES LIVRES > 10% VET
26,3% 20,1%
SÓDIO > UL b
63,2
% 88,9
%
Açores: 1913 kcal/dia
Madeira:1915 kcal/dia
COMPORTAMENTOS ALIMENTARES
Prevalência de uso de suplementos alimentares/nutricionais no último ano (ultimo mês nas crianças)
A prevalência nacional de consumo de pequeno-almoço é de 94,7%, sen-do semelhante entre os grupos etários. Nem toda a população faz as re-feições do almoço e do jantar diariamente. Das refeições intercalares, a mais frequente é o lanche da tarde (85,8%). As crianças são o grupo etário que faz mais frequentemente a merenda do meio da manhã.
Os Portugueses tomam o pequeno-almoço mais frequentemente por vol-ta das 8h da manhã, o almoço pelas 13h e o jantar pelas 20h. A refeição com mais variabilidade no horário é a merenda da tarde (lanche).
Nos que reportaram ter dietas especiais (6,8%), as mais frequentes são: restrição de sódio (30%), restrição de gordura e/ou colesterol (19%), dieta para diabéticos (17%), restrição em lactose (12%) e restrição ca-lórica (por iniciativa própria) (12%).
Cerca de 2,7 milhões de Portugueses (26,6% da população) usou suplementação alimentar/nutricional nos últimos 12 meses, sendo esta prevalência superior no sexo feminino e nos indivíduos adultos e idosos. O micronutriente em suplemento mais ingerido pelos idosos é o cálcio e pelas crianças a vitamina D. Nas crianças com idade inferior a 3 anos, 81,7% utilizou alguma vez suplementação. Nos adolescentes os suplementos mais utilizados são os multivitamínicos e a proteina whey. Nos adultos os mais utilizados foram também a proteina whey e o magnésio.
O material de embalagem mais utilizado é claramente o plástico (71,2% dos materiais reportados), seguido do vidro (9,4%)
Prevalência de suplementação com ácido fólico em grávidas
Prevalência de suplementação nutricional em crianças < 3 anos
Prevalência de consumo diário de certos produtos biológicos, entre os consumidores
Os produtos hortícolas e a fruta orgânica são os mais consumidos diariamente.
Os produtos de agricultura biológica (com certificação) são consumidos por 11,6% da população nacional e menos frequentemente pelos idosos - 5,8%.
Prevalência de indivíduos que consomem produtos biológicos
Total Mulheres Homens Adultos (18-64) Idosos (65-84)
Fruta orgânica
0% 5% 10% 15% 20%
VegetaisBagas
Batatas
Carne
Ovos
Leite
Queijo
Café
Apenas 41,4% das mulheres grávidas reportou ter feito suplementação com ácido fólico antes de en-gravidar, atingindo os 93,6% durante o 1º trimestre de gravidez.
0% 10% 20% 30% 40%
Total 26,6%
Mulheres
Homens
Crianças (3-9)
Adolescentes (10-17)
Adultos (18-64)
Idosos (65-84)
Uso de suplementos
Ferro
Vitamina D
Vitamina C
Fluor
Multi- vitamínico
Uso de ácido fólico antes de
engravidar
Uso de ácido fólico no 1º
trimestre
0% 25% 50% 75% 100%
0% 25% 50% 75% 100%31,5%
21,5%
6,2%
16,0%
29,2%
28,4%
41,4%
93,6%
81,7%
11,4%
95,2%
6,0%
1,3%
10,1%
14,7%
1,7%
16,7%
4,3%
0,2%
1,5%
0,9%
0,9%
0,6%
10,7%
Açores: 13,4%
Madeira:13,4%
INSEGURANÇA ALIMENTAR
Prevalência de insegurança alimentar, para o total nacional Distribuição espacial (por região NUTS II) da prevalência de Insegurança Alimentar
Prevalência de insegurança alimentar, por sexo
Prevalência de insegurança alimentar, em adultos e idosos
Prevalência de insegurança alimentar, nos agregados com e sem <18 anos
Prevalência de Insegurança Alimentar, por níveis de escolaridade, para o total nacional e nos agregados com e sem <18 anos
Prevalência de Insegurança Alimentar, por classes de rendimento
10,6%
8,5%
11,6%
5,8%
2,6%Insegurança alimentar
moderada e alta
7,5%Insegurança alimentar
ligeira
89,9% Segurança alimentar
10,1% Insegurança
alimentar
MULHERES 12,3%
HOMENS 7,8%
ADULTOS 10,4%
IDOSOS 8,8%
COM 11,4%
SEM 9,4%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
50%
40%
30%
20%
10%
0%Total
19,1
%
Agregados familiares sem <18
Agregados familiares com <18
Insegurança alimentar total
Insegurança alimentar ligeira
Insegurança alimentar moderada e grave
7,6%
2,8%
16,3
%
6,4%
2,3%
30,9
%
9,9%
2,6%
37,8
%
15,0
%
4,9%
1,5%
24,4
%
10,7
%
4,3%
1,6%
14,9
%
3,4%
0,7%
0,1%
Nenhum, 1º e 2º ciclo EBS 3º ciclo EBS Ensino superior Menos de 485€ 485 - 970€ Mais de 1940€971 - 1940€
Em 2015-2016, 10% das famílias em Portugal experimentaram insegurança alimentar, ou seja, tiveram dificuldade, durante este período, de fornecer alimentos suficientes a toda a família, devido à falta de recursos financeiros; a maioria destas famílias tem menores de 18 anos. Existem disparidades por região nas prevalências de insegurança alimentar padronizadas para sexo e idade, mais elevadas nas Regiões Autónomas e com situações de maior severidade no Alentejo.
Uma em quatro famílias indicaram experimentar insegurança alimentar moderada ou grave, durante este período.
A prevalência de insegurança alimentar é maior, durante este período, nas famílias com menores de 18 anos (11,4%), embora na sua expressão mais ligeira, revelando a incapacidade das crianças e jovens, nestas famí-lias, terem uma alimentação saudável, adequada e variada.
As famílias com rendimentos disponíveis inferiores e as famílias com baixa escolaridade apresentaram prevalências de insegurança alimentar subs-tancialmente mais elevadas e mais severas do que as restantes famílias.
A informação recolhida permitirá produzir conhecimento detalhado e ri-goroso sobre a insegurança alimentar em Portugal, nutrição e saúde.
Açores 32,2%
Madeira29,1%
Apenas 36% dos jovens entre os 15-21 anos são considerados fisicamente ativos, cumprindo com as recomendações para a prática de atividade física. Essa percentagem ainda diminui nos adultos (27%) e nos idosos (22%).
A prevalência nacional de prática ‘regular’ de atividade física desportiva e/ou de lazer programada é de 41,8%, sendo mais elevada nas crianças (61%) e menor nos idosos (33%). Esta prevalência é inferior na Região Autónoma da Madeira (33,1%) e superior na região Norte (44,8%).
A prevalência de sedentarismo – nível mais baixo de atividade física – é de 37% para os jovens, 42% para os adultos e 48% para os idosos.
A prevalência de crianças (3-14 anos) que participa em brincadeiras ativas, em média 60 ou mais minutos por dia, é superior a 70%, independente-mente de ser um dia de semana ou de fim de semana. Durante a semana, a maioria das crianças (87%) passa duas ou menos horas por dia a ver te-levisão. Ao fim de semana, apenas 54,5% das crianças vê televisão por um período inferior ou igual a duas horas por dia.
ATIVIDADE FÍSICA
Distribuição espacial (por região NUTS II) da prevalência de indivíduos ativos, em indivíduos com 15 ou mais anos
32,8%
28.5%
19,8%
19.8%
21%
Tipos de atividades desportivas e/ou de lazer programadas e regulares, mais frequentes, por grupo etário
Tempo passado a ver televisão (≤ 2h/dia) em crianças dos 3 aos 14 anos de idade
Prevalência de participação em brincadeiras ativas (≥ 60 min/dia) em crianças dos 3 aos 14 anos de idade
Prevalência de indivíduos ativos e moderadamente ativos em jovens, adultos e idosos
Prevalência de sedentarismo em jovens, adultos e idosos
Moderadamente ativos
Ativos
Jovens (15-21 anos) Adultos (22-64 anos) Idosos (65-84 anos)
Jovens (15-21 anos) Adultos (22-64 anos) Idosos (65-84 anos)
Sim
Não
Prevalência de prática ‘regular’ de atividade física desportiva e/ou de lazer programada
70%
40%
30%
20%
10%
0%
50%
60%
Total Feminino Masculino Crianças (3-9 anos)
Adolescentes (10-17 anos)
Adultos (18-64 anos)
Idosos (65-84 anos)
41,8% 39,0%44,7%
61,0% 59,0%
40,3%33,1%
Adultos: Caminhada
Idosos: Caminhada
Crianças: Natação
Adolescentes: Futebol
Sem
ana
Fim
-de-
sem
ana
Raparigas Rapazes
69,9
%
75,4
%
74,5
%
82,5
%
Total
72,2
%
78,9
%
≤2h
TV /
sem
ana
≤2h
TV /
fds
Raparigas Rapazes
86,7
%
58,8
%
87,2
%
50,6
%
Total
87,0
%
54,5
%
5,9 milhões de Portugueses (quase 6 em cada 10 Portugueses) têm obesi-dade ou pré-obesidade. Os idosos são o grupo mais vulnerável - 8 em cada 10 têm obesidade ou pré-obesidade.
As prevalências padronizadas para sexo e idade de obesidade abdominal são mais elevadas na RA Açores (61,7%) e na região Centro (59,8%) e mais reduzidas na AM Lisboa (45,5%) e no Norte (47,9%).
As prevalências de obesidade, de pré-obesidade e de obesidade abdominal são sempre superiores nos indivíduos menos escolarizados. Nos indivíduos com um nível de escolaridade inferior ao 2º ciclo do ensino básico a pre-valência de obesidade é de 38,5% enquanto nos indivíduos com ensino superior é de 13,2%. Nos idosos as disparidades por nível de escolaridade são inferiores.
ESTADO NUTRICIONAL
Prevalência de obesidade, por sexo e grupo etário
Prevalência de pré-obesidade, por sexo e grupo etário
22,0%
20,1%
28,2%
19,2%
22,5%
Açores 30,4%
Madeira22,3%
Prevalência de risco muito aumentado de obesidade abdominal (razão perímetro cintura-anca), para o total de adultos e por grupo etário
Obesidade
36,6%
36,2%
35,2%
36,3%
31,1%
Açores 31,2%
Madeira35,9%
Pré-obesidade
50%
40%
30%
20%
10%
0%Total Feminino Masculino Crianças
(<10 anos)Adolescentes (10-17 anos)
Adultos (18-64 anos)
Idosos (65-84 anos)
50%
40%
30%
20%
10%
0%Total Feminino Masculino Crianças
(<10 anos)Adolescentes (10-17 anos)
Adultos (18-64 anos)
Idosos (65-84 anos)
22,3
%
24,3
%
20,1
%
7,7% 8,7%
21,6
%
39,2
%
34,8
%
30,7
% 38,9
%
17,3
% 23,6
%
36,5
% 41,8
%
100%
80%
60%
40%
20%
0%Total Adultos (18-64 anos) Idosos (65-84 anos)
50,5
%
39,2
%
62,0
%
42,7
%
29,5
%
55,4
%
80,2
%
71,9
%
90,1
%
Nacional Feminino Masculino
A prevalência nacional de risco muito aumentado de obesidade abdominal (perímetro da cintura-anca) na população adulta é de 50,5%, superior no sexo masculino (62,0% vs. 39,2%). No grupo etário dos idosos, 80% apresenta obesidade abdominal.
A prevalência nacional de obesidade é de 22,3% superior no sexo feminino (24,3% vs. 20,1%) e de magnitude bastante superior nos indivíduos idosos (39,2%). A prevalência de pré-obesidade a nível nacional é de 34,8% e de eutrofia/magreza de 43,0%.
Existem disparidades por região - a Região Autónoma dos Açores (32,8%) e o Alentejo (27,6%) têm as prevalências de obesidade, padronizadas para sexo e idade, mais elevadas e as regiões Centro (19,0%) e Norte (21,5%) do país as mais baixas, próximas da média nacional (22%).
Os indicadores apresentados foram objetivamente medidos e classificados de acordo com os pontos de corte preconizados pela Organização Mundial de Saúde
CONSÓRCIO
INSTITUIÇÕES DE APOIO
FINANCIAMENTO
Comentário final
A informação gerada pelo IAN-AF 2015-2016, recolhida de forma harmonizada a nível europeu, permite a avaliação de indicadores e a sua comparação com outros países, bem como suportará a definição de políticas públicas e intervenções na área alimentar e de atividade física ao nível europeu, nacional e regional.
A informação e as estruturas desenvolvidas no âmbito do projeto, representam um ponto de partida importante para a monitorização futura, idealmente integrada no tão desejado Sistema de Vigilância que inclua não só a componente de monitorização sustentada no tempo, mas também a de desenho, implementação e avaliação de intervenções.
O desenvolvimento de uma infraestrutura nacional que permita dar continuidade de forma sustentável às políticas públicas, não só do setor da saúde mas, em articulação com outros setores estreitamente relacionados com as áreas da alimentação e da atividade física, será da maior relevância para o país.
Como objetivo último pretende-se que esta informação possa resultar em benefícios para a saúde das populações e para a tão desejada sustentabilidade dos sistemas.
Informação detalhada sobre a metodologia do projeto e resultados adicionais disponível em www.ian-af.up.pt
Agradecemos a todos os que de alguma forma se envolveram neste projeto, e por serem muitos não poderão aqui ser nomeados. Contudo, agradecemos em particular a todos os participantes que voluntariamente, e sem qualquer contrapartida direta, se disponibilizaram a realizar duas entrevistas, deslocando-se por meios próprios às Unidades de Saúde ou abrindo-nos as portas de suas casas!
Programa EEA Grants - Iniciativa de Saúde
Secretaria Regionalda SaúdeInstituto de Adminisração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM