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VERA LÚCIA GNANN BELLONI
O FAZER E O SABER DO PEDAGOGO: AS ATRIBUIÇÕES DESTE PROFISSIONAL NO ESPAÇO
ESCOLAR
Londrina2008
VERA LÚCIA GNAN BELLONI
O FAZER E O SABER DO PEDAGOGO: AS ATRIBUIÇÕES DESTE PROFISSIONAL NO ESPAÇO
ESCOLAR
Produção Didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação do Paraná-Secretaria de Estado da Educação, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado – PDE – Área Pedagogia.
Orientador: Prof. Ms. Wendell Fiori de Faria - Universidade Estadual de Londrina - UEL.
LONDRINA2008
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela capacidade de renovar-me a cada dia, enfrentando os desafios da vida com saúde e amor.
Ao meu orientador, Professor Ms. Wendell Fiori de Faria, por seu carisma, envolvimento e dedicação.
Aos meus colegas de trabalho que corroboram no crescimento de meu viver profissional.
Ao meu esposo pela cumplicidade e apoio incondicional, meu eterno amor.
Às minhas filhas, genros e netos que preenchem a minha vida de modo pleno.
A todos que de alguma maneira, e não menos valiosa, colaboraram no desenvolvimento de meu conhecimento científico e humano.
Ao meu neto Gabriel e à minha neta Isadora que, pela fragilidade de suas vidas pueris, renovam-me na maneira de pensar, buscando ainda mais o futuro, fazendo-me acreditar que tudo vale a pena quando se tem um ideal de vida.
O FAZER E O SABER DO PEDAGOGO: AS ATRIBUIÇÕES DESTE PROFISSIONAL NO ESPAÇO ESCOLAR
Vera Lucia Gnann Belloni1
Resumo: Este artigo propõe uma abordagem sobre a teoria e a prática do pedagogo, analisando a atuação do mesmo e a utilização ou não dos elementos necessários para o enfrentamento dos constantes desafios que ocorrem na escola. Além disso, objetiva compreender o desempenho do pedagogo no espaço escolar, dimensionando o seu papel no processo educativo. Tendo como premissa atingir os objetivos acima propostos, abordaremos sobre a teoria e a prática pedagógica, analisando a sua atuação. A pesquisa fundamentou-se a partir de um encaminhamento bibliográfico, apoiado em livros, revistas, periódicos, teses, artigos disponíveis na internet. O trabalho voltou-se, também, para uma coleta de dados que se deu por meio de um questionário, com questões abertas e fechadas, de acordo Marconi e Lakátos (1996), voltadas a Pedagogas. Destarte, será apresentada uma análise das informações confrontadas com a fundamentação teórica. Percebeu-se que pelos dados coletados, o trabalho desenvolvido pelo Pedagogo enfrenta alguns entraves e dificuldades no exercício das suas funções e atribuições, ou seja, possui diversas funções e atribuições e existe um entendimento difuso do seu papel na escola.
Palavras-chave: Teoria-Prática: Formação do Pedagogo, Prática Pedagógica
Abstract: The objective of this article is to develop a boarding on the theory and the practical one of pedagogo, analyzing the performance, the use or not of the necessary elements for the confrontation of the constant challenges that occur in the school. To understand the performance of pedagogo in the pertaining to school space, dimensionando its paper in the educative process. Having as premise to reach the objective above considered, we will approach on the practical theory and the pedagogical one, analyzing its performance. In this direction, this research will have bibliographical guiding, supported in books, reviewed, periodic, teses, available articles in the Internet. Moreover, a questionnaire will be used, with open and closed questions, in agreement Marconi and Lakátos (1996) for the collection of data that will be applied with the Pedagogas. It will have analysis of the information collated with theoretical recital. It was perceived that for the collected data, the work developed for the Pedagogo faces some impediments and difficulties in the exercise of its functions and attributions, that is, the Pedagogo possesss diverse functions and attributions and exists a diffuse agreement of its paper in the school.
Keys – word: Theory Pratical, Training of Teachers, Pedagogical Practice
1 Pedagoga. Formada pela Universidade Estadual de Londrina. Especialização em Supervisão Escolar
INTRODUÇÃO
Com base nas inquietações que surgiram durante o
desenvolvimento do meu trabalho enquanto Pedagoga, durante dezesseis
anos, em Escolas Públicas do Paraná, sobre o fazer permanente em
constantes atividades e atribuições do Pedagogo, pretendo analisar a
atuação deste Profissional da Educação que desenvolve suas funções no
Ensino Médio.
Sendo que o papel é o de organização e gestão de sistemas
educacionais, na produção e difusão de conhecimentos, adotando uma
postura comprometida com a prática pedagógica, apresentando clareza
das suas atribuições e concepções pedagógicas, por meio do
desenvolvimento desta pesquisa, pretendo contribuir com os Pedagogos
da Rede Pública de Ensino para detectar e tentar esclarecer as
inquietações que afligem o Pedagogo ao exercer as suas várias funções
cotidianas.
Possibilitar uma compreensão crítica e global da realidade
educativa, de acordo com a formação teórica-prática que este profissional
tem recebido. Percebendo-o como Profissional da Educação, capaz de
construir no interior da escola uma prática transformadora e coerente com
a teoria pedagógica, na qual o Pedagogo possa atuar tanto na prática
como na teoria, assim conhecendo e dominando suas funções e
atribuições, e pautando sua prática no compromisso político e social.
O interesse pelo tema teve suas origens na necessidade de
mudança da prática pedagógica, principalmente, ao que se refere aos
novos papéis que o Pedagogo tem assumido na escola tais como:
construção do projeto político pedagógico, implementação do trabalho
pedagógico no coletivo da escola, formação continuada do coletivo de
profissionais da escola, relações entre escola e comunidade, avaliação do
trabalho pedagógico, entre outros. Desta forma, conforme consta nas
Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia do Conselho Nacional de
Educação CNE/CP nº. 01/06, o trabalho do Pedagogo organiza-se em torno
de três conceitos, ou seja, docência, gestão e conhecimento e pautados
nos princípios norteadores de adaptabilidade, polivalência e flexibilidade.
O objetivo deste artigo é desenvolver uma abordagem sobre a
teoria e a prática do Pedagogo, analisando a sua atuação, a utilização ou
não dos elementos necessários para o enfrentamento dos constantes
desafios que ocorrem na escola.
Tendo como objetivo compreender o desempenho do Pedagogo no espaço
escolar, dimensionando o seu papel no processo educativo, abordaremos a
teoria e a prática pedagógica, analisando a atuação deste profissional e a
utilização ou não dos elementos necessários para o enfrentamento dos
constantes desafios que ocorrem na escola.
Desta forma, será verificado se o trabalho do Pedagogo está
pautado na prática pedagógica, política, organizacional, nos princípios do
trabalho coletivo, ética profissional e se organiza na prática pedagógica
com ênfase na dimensão humana e social. Além disso, analisar a origem, a
natureza e o volume das ações realizadas no desempenho das funções
cotidianas, apontando a verdadeira e precisa função deste profissional da
educação pautada na legislação vigente e em seu exercício desenvolvido
na realidade escolar.
1 RETROSPECTIVA HISTÓRICA DO CURSO DE PEDAGOGIA
A história do curso de pedagogia apresenta três grandes fases, o
período de seu nascimento, em 1939, na Faculdade Nacional de Filosofia
da Universidade do Brasil, até a Reforma Universitária instituída pela Lei
nº. 5.540 /1968. A segunda vai dessa data até 1996, quando foi
promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96
e a terceira é marcada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso
de Pedagogia sob o nº 01/2006 de 15 de maio, até o momento atual. O
Curso de Pedagogia foi instituído em 1939 mediante o decreto – lei nº.
1190, de 4 de abril de 1939, depois de organizado pela Faculdade Nacional
de Filosofia (Libâneo, 1999). Historicamente, a Pedagogia sempre foi
teorizada por diferentes óticas científicas, o que lhe foi conferindo uma
multiplicidade de abordagens e conceitos com diferentes configurações
que reduziram sua especificidade e a sua possibilidade como ciência da
educação. No entanto, (SILVA 2003), apresenta outra divisão histórica em
relação ao Curso de Pedagogia no Brasil classificando-os por períodos, a
saber:
1.1PRIMEIRO PERÍODO DE 1939 A 1972: PERÍODO DAS
REGULAMENTAÇÕES
Com organizações e reorganizações do curso de acordo com a
legislação vigente, surge o decreto 1.190/39, e em relação ao Parecer CFE
251/62 não identifica o profissional a que se refere, na qual, a licenciatura
seria cursada junto com o bacharelado com duração de quatro anos. Faz
referência ao profissional como “técnico de educação” ou “especialista de
educação” ou “administradores e demais especialistas de educação” ou
“profissionais destinados às funções não-docentes do setor educacional".
[...] Congresso Estadual de Estudantes, apresentaram uma proposta de reformulação do curso. Os considerando que antecedem sua proposta expressam, de várias maneiras, esse sentimento quando afirmam que o curso de pedagogia: restringe-se à formação teórica do professor: negligencia outros aspectos essenciais à formação de profissionais no campo educacional; possui um currículo “enciclopédico” favorece a perda do campo profissional pedagógico, por oferecer insuficientemente capacitação (Congresso Estadual de Estudantes de Pedagogia, 1967, p.159 apud SILVA, 2003, p. 18).
O Parecer nº. 252/69, definiu a estrutura curricular do curso de
pedagogia que vigorou até pouco tempo atrás, aboliu a distinção entre
bacharelado e licenciatura em pedagogia, assim, formar professores para o
Ensino Normal e Especialistas conforme a Resolução Normativa nº. 02/69
– CFE, que fixa os mínimos de conteúdo e duração do Curso de Pedagogia.
Acompanha o parecer e estabelece com mais precisão a função desse
curso: formar professores para o ensino Normal e Especialistas para as
atividades de Orientação, Administração, Supervisão e Inspeção no âmbito
das escolas e dos sistemas escolares. Permite também ao licenciado
exercer o magistério nas séries iniciais, dentro da habilitação para o Ensino
Normal. O currículo mínimo compreendia uma parte comum a todas as
habilitações e outra diversificada, em função da habilitação específica
escolhida pelo aluno. Surgem várias críticas em relação ao curso de
Pedagogia, que o consideravam como curso tecnicista, como Silva (2003,
p. 25) sintetiza que,
Com a aprovação da [...] Lei da Reforma Universitária, triunfam os princípios de racionalidade, eficiência e produtividade no trato do Ensino Superior. A tradição liberal de nossa universidade fica interrompida e nasce o que alguns irão passar a chamar de universidade tecnocrática, ainda que mesclada de nuanças do pensamento liberal.
1.2 SEGUNDO PERÍODO DE 1973 A 1978: PERÍODO DAS INDICAÇÕES
Representa os vários encaminhamentos do Conselheiro Valnir
Chagas, para reestruturação dos Cursos Superiores de Formação do
Magistério no Brasil de acordo com (SILVA, 2003, p. 58),
Do conjunto de documentos legais então elaborados, a indicação CFE n. 22/73 justifica a iniciativa e traça as normas gerais a serem seguidas em todos os cursos de licenciaturas [...] a indicação CFE n. 67/75 prescreve a orientação básica a ser seguida nessas áreas, as quais deveriam ter se consubstanciado em quatro outras indicações: a indicação CFE n. 68/75, define a formação pedagógica das licenciaturas; a indicação CFE n. 70/76, regulamenta o preparo de especialistas e professores de educação; a indicação CFE n. 71/76, regulamenta a formação superior de professores de educação especial; a indicação prevista, mas não encaminhada, que deveria regulamentar a formação, em nível superior, do professor dos anos iniciais da escolarização, compreendendo aí também a pré-escola.
1.3 TERCEIRO PERÍODO DE 1979 A 1998: PERÍODO DAS PROPOSTAS
O Comitê Pró-participação na Reformulação dos Cursos de Pedagogia
e Licenciatura – Regional de São Paulo em 1981, composto por professores
e estudantes universitários representa questões provocativas para analisar
por meio de debates envolvendo o impasse sobre a identidade do
pedagogo e do próprio curso de pedagogia. Posicionava-se contra a
concepção tecnicista, indicava redefinição na relação entre bacharelado e
licenciatura. Exerceu forte influência nos trabalhos da Secretaria de
Educação Superior do então Ministério de Educação e Cultura – Sesu/Mec.
A partir de 1981, organizou Seminários Regionais de Recursos Humanos
para a Educação. A proposta conhecida como Documento Final é referência
básica para o encaminhamento das reflexões a respeito da Formação do
Educador,
Da proposta do Comitê Regional de São Paulo permanece a idéia mestra de formar o professor, enquanto educador, para qualquer etapa ou modalidade de ensino e também a da docência como a base da identidade profissional de todo o educador.[...] Portanto, nova relação entre bacharelado e licenciatura continua sendo firmada com a ressalva feita no documento de que essa problemática ainda se encontrava em fase inicial de discussão e que os debates deveriam ser aprofundados inclusive com o envolvimento das entidades profissionais e sociedades científicas (SILVA, 2003, p. 68).
Aproximadamente em 1988, por iniciativa dos Movimentos de
Educadores e, em paralelo, no âmbito do Ministério da Educação, iniciava-
se um debate nacional sobre a formação de pedagogos e professores, com
base na crítica da legislação vigente e na realidade constatada nas
instituições formadoras (LIBÂNEO, 1999).
A atuação do Ministério da Educação e do CNE Conselho Nacional de
Educação, na regulamentação da LDB nº. 9.394/96 tem provocado a
mobilização dos educadores de todos os níveis de ensino para rediscutir a
formação de profissionais da educação.
A nosso ver, não bastam iniciativas de formulação de reformas curriculares, princípios norteadores de formação, novas competências profissionais, novos eixos curriculares, base comum nacional etc. Faz-se necessária e urgente a definição explícita de uma estrutura organizacional para um sistema nacional de formação de profissionais da educação, incluindo a definição dos locais institucionais do processo formativo. Na verdade, reivindicamos o ordenamento legal e funcional de todo o conteúdo do Titulo VI da nova LDB (LIBÂNEO, 1999, p. 36).
1.4 QUARTO PERÍODO DE 1999 ATÉ O MOMENTO ATUAL: PERÍODO DOS
DECRETOS
Por conter documentos de caráter impositivo com objetivo de
estabelecer limites às funções do curso de pedagogia.
Os debates ocorridos nesse grupo de trabalho resultaram no Documento Norteador para a Elaboração de Diretrizes Curriculares para os Cursos de Formação de Professores encaminhado à SESU. Todavia, foram manifestadas nas reuniões de trabalho diferentes posições sobre a formação dos profissionais da educação, não incluídas no corpo do referido documento. O decreto presidencial nº. 3.276, de 6 de dezembro de 1999, embora não se refira ao curso de pedagogia, acaba por determinar, ainda que indiretamente, sua função. De fato, ao tratar da formação em nível superior de professores para atuar na educação básica, determina que a formação destinada ao magistério na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental se dará exclusivamente em cursos normais superiores. Em conseqüência disso e com a extinção gradativa da formação do magistério em nível de ensino médio, pode-se supor que restaria ao curso de pedagogia a função voltada à preparação de qualquer outro profissional da educação que não fosse o professor. Surge em conseqüência deste decreto, outro decreto, o nº. 3554, de 7 de agosto de 2000, vem relativizá-la, substituindo o termo exclusivamente no decreto anterior por preferencialmente. Facultou-se, com isso, ao curso de pedagogia a recuperação de sua licenciatura, porém de forma pouco qualificada, ou, pelo menos, secundarizada (SILVA, 2003. p. 84-85). (grifos da autora)
Na visão de Libâneo (1999) a formação do Pedagogo é generalista,
pois, exerce as funções de especialista, professor e gestor escolar, a
divisão de funções corresponde a uma lógica da organização escolar e,
mais ainda, essas funções implicariam uma formação específica, dada à
complexidade envolvida no desempenho das mesmas. Neste contexto,
surgem alguns problemas como: o caráter “tecnicista” do curso e o
conseqüente esvaziamento teórico da formação, excluindo o caráter da
pedagogia como investigação do fenômeno educativo; o agigantamento
da estrutura curricular que leva ao mesmo tempo a um currículo
fragmentado e aligeirado; a fragmentação excessiva de tarefas no âmbito
das escolas; a separação no currículo entre os dois blocos, a formação
pedagógica de base e os estudos correspondentes às habilitações.
Entretanto, a questão mais relevante é o esvaziamento dos estudos
sistemáticos de educação e a descaracterização profissional do Pedagogo.
Quanto ao esvaziamento da teoria pedagógica, Pimenta (1998, p. 47)
constata que,
[...] há um contingente maciço de egressos dos cursos de pedagogia que, curiosamente, não estudaram pedagogia (sua teoria e sua prática), pois esses cursos, de modo geral, oferecem estudos disciplinares das ciências da educação que, na maioria das vezes, ao partirem dos campos disciplinares das ciências-mãe para falar sobre educação, o fazem sem dar conta da especificidade do fenômeno educativo e, tampouco, sem tomá-lo nas suas realidades histórico-sociais e na sua multiplicidade o que apontaria para uma perspectiva interdisciplinar e multirreferencial.
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Curso de
Pedagogia,conforme a Resolução aprovada pelo CNE/CP: Conselho
Nacional de Educação/ Conselho Pleno nº. 1 de 15 de maio de 2006, o
Pedagogo é definido como profissional habilitado a atuar no ensino, na
organização e na gestão de sistemas, unidades e projetos educacionais e
na produção e difusão do conhecimento, em diversas áreas da educação,
tendo a docência como base obrigatória de sua formação e identidade
profissionais. As áreas de atuação profissional: a docência na Educação
Infantil; nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental e nas disciplinas da
formação pedagógica do Nível Médio, podendo atuar, ainda, na
organização de sistemas, unidades, projetos de experiências educacionais
escolares e não escolares; na produção e difusão do conhecimento
científico e tecnológico do campo educacional; nas áreas emergentes do
campo educacional.
2 O PEDAGOGO NOS DIAS ATUAIS
No Estado do Paraná, de acordo com a Lei Complementar nº.
103/2004 – O Conselho Estadual de Educação do Estado do Paraná cria o
cargo de Professor Pedagogo. Delibera sobre a junção das categorias de
Orientador Educacional e o Supervisor Escolar, o que vem atender aos
anseios dos educadores e dos pesquisadores da área, no sentido de
valorizar o pedagogo escolar e acabar também com a fragmentação do
trabalho no âmbito escolar.
Art. 33. Os cargos de Professor e Especialista de Educação, que compõem o Quadro Próprio do Magistério da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, ficam transformados em cargos de Professor, sendo que os ocupantes dos referidos cargos ficam enquadrados no presente Plano de Carreira do Professor, obedecidos os critérios estabelecidos nesta Lei.
Assim sendo, nas Escolas Públicas do Paraná, ocorre a junção de
atribuições e funções das quais havia o Serviço de Orientador Educacional
(S.O.E) que tratava de um serviço de assistência e auxílio ao aluno, no
processo de aprendizagem, e por outro lado o Serviço de Supervisão
Escolar (S.S.E.) como serviço de assessoria ao trabalho do professor para
acompanhar o professor em suas atividades de planejamento, docência e
avaliação, fornecer subsídios que permitam aos professores atualizarem-se
e aperfeiçoarem-se constantemente em relação ao exercício profissional,
dentre outras funções.
É pertinente apontar a relação das atividades que devem ser
desempenhadas pelo Pedagogo nos Estabelecimentos de Ensino de
Educação Infantil, Educação Profissional, Ensino Fundamental e Ensino
Médio da Rede Estadual do Paraná - Superintendência de Educação
Coordenação de Apoio à Direção e Equipe Pedagógica - CADEP – Secretaria
de Estado da Educação do Paraná – SEED.
• Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do projeto político e do plano de ação da escola;
• Orientar a comunidade escolar e interferir na construção de um processo pedagógico numa perspectiva transformadora;
• Participar e intervir, junto à Direção, da organização do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar.
• Coordenar a construção coletiva e a efetivação da proposta curricular da escola, a partir das políticas educacionais da SEED/PR e das Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE;
• Orientar o processo de elaboração dos planejamentos de ensino junto ao coletivo de professores da escola;
• Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para a elaboração de propostas de intervenção na realidade escolar;
• Analisar os projetos de natureza pedagógica a serem implantados na escola;
• Elaborar o projeto de formação continuada do coletivo de professores e promover ações para sua efetivação;
• Participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os profissionais da escola, tendo como finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;
• Atuar, junto ao coletivo de professores, na elaboração de projetos de recuperação de estudos a partir das necessidades de aprendizagem identificadas em sala de aula, de modo a garantir as condições básicas para que o processo de socialização do conhecimento científico e de construção do saber realmente se efetive;
• Organizar a realização dos conselhos de classe, de forma a garantir um processo coletivo de reflexão-ação sobre o trabalho pedagógico desenvolvido pela escola e em sala de aula, além de coordenar a elaboração de propostas de intervenção decorrentes desse processo;
• Subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores da escola, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência, debates, oficinas pedagógicas;
• Organizar a hora atividade do coletivo de professores da escola de maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de reflexão sobre o processo pedagógico desenvolvido em sala de aula;
• Informar ao coletivo da comunidade escolar os dados do aproveitamento escolar, de forma a promover o processo de reflexão-ação sobre os mesmos para garantir a aprendizagem de todos os alunos;
• Coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento Escolar da escola, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;
• Participar do Conselho Escolar subsidiando teórica e metodologicamente das discussões e reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;
• Coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático metodológico, a partir da proposta curricular e do projeto político-pedagógico da escola;
• Participar da organização pedagógica da biblioteca da escola, assim como do processo de aquisição de livros, revistas;
• Desenvolver projetos que promovam a interação escola-comunidade, de forma a ampliar os espaços de participação, de democratização das relações, de acesso ao saber e de melhoria das condições de vida da população;
• Propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e sua participação nos diversos momentos e órgãos colegiados da escola;
• Coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do projeto político-pedagógico e da proposta curricular da escola, intervindo na elaboração do calendário letivo, na formação das turmas, na definição e distribuição do horário semanal das aulas e disciplinas, do “recreio”, da hora-atividade e de outras atividades que interfiram diretamente na realização do trabalho pedagógico;
• Coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas a partir de critérios legais, pedagógico-didáticos e da proposta pedagógica da escola;
• Promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de ampliação do compromisso ético-político com todas as categorias e classes sociais;
• Responsabilizar-se pelo trabalho pedagógico-didático desenvolvido nas escolas pelo coletivo dos profissionais que nela atuam;
• Implantar mecanismos de acompanhamento e avaliação do trabalho pedagógico escolar pela comunidade interna e externa;
• Apresentar propostas, alternativas, sugestões e/ou críticas que promovam o desenvolvimento e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar conforme o projeto político-pedagógico, a proposta curricular e o plano de ação da escola e as políticas educacionais.
O Profissional da Educação classificado como elemento responsável
pela mudança, assume a responsabilidade de direcionar o seu fazer
pedagógico pautado em constantes reflexões em relação à sua prática
escolar cotidiana. Conforme admite Libâneo (2008, p. 33), refletindo sobre
este propósito o
Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista objetos de formação humana previamente definidos em sua contextualização histórica.
Portanto, toda reflexão deve ser realizada vislumbrando a
necessidade de realizar um bom trabalho pedagógico no espaço escolar.
Nestas condições, nota-se com clareza o papel que o Pedagogo
desempenha como elemento participante da organização pedagógica.
O pedagogo entra naquelas situações em que a atividade docente extrapola o âmbito específico da matéria de ensino: na definição de objetivos educativos, nas implicações psicológicas, sociais, culturais no ensino, nas peculiaridades do processo de ensino e aprendizagem, na detecção de problemas de aprendizagem entre os alunos, na avaliação, no uso de técnicas e recursos de ensino [...], na coordenação do plano pedagógico e planos de ensino, da articulação horizontal e vertical dos conteúdos, da composição de turmas, das reuniões de estudo, conselho de classe [...] (PIMENTA, 1996. p. 128).
É importante destacar que a formação continuada se apresenta
como um dos critérios essenciais no campo educativo, que proporciona o
fazer acontecer no interior da escola por meio de ações transformadoras
da prática escolar.
Devem ser oferecidas ao Pedagogo as possibilidades e condições
para discutir, refletir e analisar a sua formação embasada nos princípios da
gestão democrática e participativa, tendo como referências: a ética, os
valores, a autonomia da escola e a atitude investigativa.
Nesse sentido, Freire (1986. p. 33) afirma que “temos de saber o que
fomos e o que somos, para saber o que seremos”.
Quanto mais me capacito como profissional, quanto mais sistematizo minhas experiências, quanto mais me utilizo do patrimônio cultural, que é patrimônio de todos e ao qual todos devem servir, mais aumenta minha responsabilidade com os homens. Não posso, por isso mesmo, burocratizar meu compromisso de profissional, servindo, numa inversão dolosa de valores, mais aos meios que ao fim do homem (FREIRE, 1986, p. 20).
Naturalmente, dentro do processo educativo, o compromisso do
profissional da educação deve estar conjugado ao contínuo trabalho de
ação e reflexão, assim, o autor alega que o compromisso só é válido
quando está carregado de humanismo, este, só é conseqüente quando
está fundado cientificamente.
Freire (1986, p. 21) aponta que o “profissional deve ir ampliando
seus conhecimentos em torno do homem, de sua forma de estar sendo no
mundo, substituindo por uma visão crítica a visão ingênua da realidade,
deformada pelos especialismos estreitos”.
A reflexão, conforme o autor complementa sobre a prática se torna
uma exigência da relação teoria-prática, destaca a necessidade de
conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática,
pois, sem a qual, a teoria se perde e a prática se transforma em constante
ativismo.
Saviani (2008, p. 126-127) compartilha com a mesma posição em
relação à teoria e prática, pois coloca que ativismo é a prática sem teoria e
o verbalismo é o falar por falar. O ativismo é a ação pela ação, a prática
cega, o agir sem rumo e sem objetivo.
O fato de falar na socialização de um saber supõe um saber existente, mas isso não significa que o saber existente seja estático e acabado. É um saber suscetível de transformação, mas sua própria transformação depende de alguma forma do domínio deste saber pelos agentes sociais [...] (SAVIANI, 2005, p. 78).
Saviani (2005) destaca que a produção do saber é social, ocorre no
interior das relações sociais e que sua elaboração implica em expressar de
forma elaborada, que surge do exercício social. A prática educativa está
delimitada à dimensão humana e social da aprendizagem humana, à
formação continuada como processo permanente, à atenção à questão
cultural e à organização da escola enquanto ambiente educativo.
A pedagogia assume, precisamente, essa tarefa de orientar a prática educativa de modo consciente, intencional, sistemático, para finalidades sociais e políticas cunhadas a partir de interesses concretos no seio da práxis2 social, ou seja, de acordo com exigências concretas postas à humanização num determinado contexto histórico-social (LIBÂNEO, 2008, p. 142).
O autor demonstra claramente a necessidade de reflexão, pois
auxiliará a avaliação das ações e as variadas funções que o Pedagogo
desempenha no âmbito escolar, considerando que o Profissional da
Educação deve estar fundamentado no conhecimento científico através do
pleno domínio da teoria e a prática.
Neste sentido, é primordial que o Pedagogo domine os saberes que
fundamentam seu fazer pedagógico, no sentido de fornecer uma base que
ampare o seu trabalho educativo cotidiano, que considere os saberes
profissionais emaranhados em uma rede de sistemas e subsistemas da
escola e suas ligações com a comunidade local e a sociedade como um
todo, e saiba também reconhecer que os saberes emergem nas interações
que se estabelecem, portanto, o imprevisível se faz presente, assim sendo,
o Pedagogo assume o papel de organizador dos processos educativos. Para
Tardif (2002, p. 36-39), os saberes são compreendidos como:
• Os saberes da formação profissional, caracterizados como conjunto de saberes transmitidos pelas instituições de formação (escolas normais ou faculdades). O professor e o
2 Práxis: Vázquez (1986) define práxis como atividade material do homem que transforma o mundo natural e social para fazer dele um mundo humano.
ensino constituem objeto de saber para as ciências e para as ciências da educação.
• Os saberes pedagógicos caracterizam-se como doutrinas ou concepções provenientes sobre a prática educativa no sentido mais amplo do termo, reflexões racionais e normativas que conduzem o sistema mais ou menos coerente de representações e de orientações da atividade educativa.
• Saberes curriculares caracterizam-se como discursos objetivos, conteúdos e métodos a partir dos quais a constituição escolar categoriza e apresenta os saberes sociais, definidos como modelo de cultura e formação erudita.
• Saberes experienciais ou práticos compreendem os saberes produzidos pelos professores que no exercício da função desenvolvem saberes específicos baseados em seu trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio. Esses saberes que brotam da experiência e são por ela validados.
Deste modo, a apropriação dos saberes oferecerá condições à
autoformação e à produção do saber, por meio da investigação sobre o
desenvolvimento do processo educativo. O Pedagogo necessita de
apropriação dos instrumentos culturais, do saber teórico de cultura e de
sua especialidade para realizar de forma clara uma interpretação social da
sua profissão, do papel que ocupa na sociedade e consequentemente na
escola.
A formação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de auto-formação participativa. Estar em formação implica um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projetos próprios, com vista à construção de uma identidade, que é também uma identidade profissional (NÓVOA, 1997, p. 25).
Percebe-se a importância da formação continuada que apresenta
como um dos critérios essenciais para ocorrer no interior da escola com
ações transformadoras da prática escolar. A formação é um componente
de mudança conjugado a inúmeros aspectos e áreas de intervenção, pois
produz o esforço de inovação e procura de melhores caminhos para a
transformação da escola. É um processo permanente, inserido no dia-a-dia
do fazer pedagógico.
Este profissional deverá ser investigador educacional por excelência, pressupondo para esse exercício, o caráter dialético e histórico dessas práticas. Assim, o pedagogo será aquele profissional capaz de mediar teoria pedagógica e práxis educativa e deverá estar comprometido com a construção de um projeto político voltado à emancipação dos sujeitos da práxis na busca de novas e significativas relações sociais desejadas pelos sujeitos (FRANCO, 2008, p. 110).
Esta autora ressalta que o Pedagogo deve articular as práticas
educativas com a formalização de teorias críticas, no sentido de detectar
as lógicas subjacentes às teorias implícitas, proporcionando as constantes
reflexões sobre a educação e a prática educativa, tendo como finalidade e
objetivo a investigação da realidade da escola. Com possibilidades e
condições necessárias para o Pedagogo discutir, refletir e analisar a sua
formação e a sua atuação, pautado nos princípios da gestão democrática e
participativa, tendo como referências a ética, os valores, a autonomia da
escola, a atitude investigativa e a escola como ambiente educativo. Franco
(2008, p. 99) apresenta as considerações necessárias sobre as relações da
compreensão crítico reflexiva que pode auxiliar o desenvolvimento do
Profissional da Educação:
• a prática reflexiva, como uma proposta político-pedagógica, necessita, para se efetivar, de uma cultura que assuma a dialeticidade como forma de construção da realidade histórica;
• a prática reflexiva, para se exercer em sua integralidade, necessita de espaços institucionais não excessivamente burocratizados nem de excessivo controle, mas, ao contrário, de espaços onde exista uma cultura de diálogo, da intercomunicação, onde se valorizem os comportamentos colaborativos, solidários, críticos, intersubjetivos;
• a prática reflexiva, para produzir as transformações decorrentes de seu exercício cotidiano, precisa se consolidar no sentido da não-aceitação de verdades
prontas, de soluções definitivas, há que se trabalhar na construção constante das sínteses provisórias;
• a prática reflexiva é uma capacidade histórica e, portanto, deve ser desenvolvida e atualizada, necessitando, para isso, de parceiros com diferentes olhares.
Assim, pois, a autora destaca a importância do Pedagogo ao realizar
uma prática reflexiva, crítica e construtiva, que permita e favoreça uma
cultura da pesquisa, que possa produzir os conhecimentos e os
procedimentos científicos e também possibilitar a reconstrução e
construção de novas e atualizadas concepções da prática educativa.
A teoria em si [...] não transforma o mundo. Pode contribuir para sua transformação, mas para isso tem que sair de si mesma, e, em primeiro lugar, tem que ser assimilada pelos que vão ocasionar, com seus atos reais, tal transformação. Entre a teoria e a atividade prática transformadora se insere um trabalho de educação [...] Neste sentido, uma teoria é prática na medida em que materializa, através de uma série de mediações (VÁZQUEZ, 1977, p. 206–207).
Em seguida, o autor aponta a prática em seu mais amplo sentido,
evidencia o caráter de fundamento da teoria na medida em que esta se
encontra vinculada às necessidades práticas do homem social, ressalta a
prática como atividade objetiva e transformadora da realidade natural e
social e não qualquer atividade subjetiva, ainda que esta se oculte sob o
nome de práxis.
A passagem a uma teoria cientifica firme e coerente se vê impulsionada, a seu turno, pela experiência, seja a oferecida diretamente pela produção, seja a oferecida pela experiência organizada e controlada (VÁZQUEZ, 1977, p. 217).
Vázquez (1977) situa a teoria e prática como vinculadas e
autônomas e considera a ciência como forma teórica do conhecimento da
realidade e ressalta a condição para que a teoria sirva à prática, portanto,
[..] prática como conhecimento da realidade que é objeto da transformação, dos meios e de sua utilização da técnica exigida em cada prática com que se leva a cabo essa transformação, da prática acumulada em forma de teoria que sintetiza ou generaliza a atividade prática na esfera em que ela se realize, posto que o homem só pode transformar o mundo a partir de um determinado nível teórico [...] (VÁZQUEZ. 1977, p. 240)
Existe o reconhecimento do papel da prática como fundamento da
teoria e que esta exige uma prática e determina a prática real e objetiva.
Pode-se incorporar a prática como finalidade da teoria, conforme Vázquez
(1977) menciona pois, percebe a prática como objetivo da teoria que exige
um correlacionamento consciente com ela, ou uma consciência da
necessidade da prática a ser satisfeita com ajuda da teoria. Desta forma,
o autor cita que a prática não só funciona como critério de validade da
teoria, e sim como fundamento em busca de um objetivo ou resultado real.
3 ANÁLISE DOS DADOS
Foram coletados os dados de 04 Pedagogas do Colégio Estadual
Olavo Bilac de Ibiporã, por meio de questionário com questões abertas,
conforme Marconi e Lakatos (1996) definem como livres, pois permitem ao
informante responder livremente e emitir opiniões, possibilita
investigações mais profundas e precisas. Para as questões fechadas, as
autoras definem como limitadas, ou fixas, como aquelas que o informante
escolhe sua resposta entre duas opções; sim e não, o que facilita o
trabalho do pesquisador.
Neste Colégio, temos duas Pedagogas com 40 horas de trabalho e
duas com 20 horas, sendo que das quatro, apenas uma trabalha em outro
Colégio com mais 40 horas. Percebe-se que a grande maioria de
Pedagogos exerce uma carga horária de 40 horas e alguns para melhorar
suas condições, exercem outras funções ou atuam como Pedagogas ou
Professor em outras Instituições.
Na questão 2, questionou-se sobre o tempo que falta para a
aposentadoria, uma na faixa de 01 a 5 anos e três mais de 10 anos.
Ficando explicitado que uma das Pedagogas aposentar-se-á nos próximos 5
anos, sendo que as outras ainda exercerão a função por mais de 10 anos.
Isso é reflexo das políticas educacionais do Estado do Paraná, o qual
ofereceu mais de 2000 vagas para o cargo do Professor Pedagogo em
concurso realizado em dezembro de 2004, sendo que o Pedagogo
assumiria este concurso, ainda tinham certo tempo para aposentar-se.
Na questão nº. 3, foi questionado sobre a participação em cursos de
formação continuada no último semestre e todas têm freqüentado aos
cursos.
Percebe-se que a Secretaria de Educação do Estado do Paraná por
meio da CADEP tem oferecido formação continuada sistemática aos
Pedagogos. Assim, Libâneo (2008, p.151) aponta que para enfrentar as
exigências colocadas pelo mundo contemporâneo são necessários o
desenvolvimento da ciência pedagógica e a reflexão teórica sobre a
problemática educativa.
Na questão nº. 4, ao serem questionadas se estão satisfeitas com a
forma de como têm atuado na escola, duas responderam que sim, porque
procuram desempenhar a função com dedicação e a outra, porque precisa
melhorar em alguns aspectos, mas não fez menção a quais aspectos; uma
citou que cabe aos outros julgarem o seu desempenho; e a outra
respondeu que não está satisfeita, pois são inúmeras as atribuições e,
geralmente, não consegue desempenhar o papel, muito menos refletir
sobre as ações, sempre envolvida com a solução dos problemas
emergenciais que, não raros, são indisciplinares e que poderiam ser
resolvidos pelo professor, que não consegue (ou não quer) administrar.
Observando as respostas das Pedagogas, fica explícita uma
indefinição do papel que este Profissional desempenha na escola, inclusive
ao verificar as 26 atribuições postas pela CADEP – SEED para este
Profissional, percebe-se a dificuldade em cumpri-las em sua totalidade.
Na 5ª questão sobre a necessidade de complementar ou não os
conhecimentos por meio dos cursos promovidos pela Secretaria de Estado
da Educação – SEED houve total concordância, a necessidade de
atualização constante, de formação continuada para desempenhar com
qualidade o papel que exerce, fundamentação teórica consistente para
não correr o risco de cair no ativismo (se é que já não está acontecendo
com muitos pedagogos).
Neste item, ficou explícito que todas as Pedagogas concordam com a
necessidade de atualização constante mediante formação continuada que
contribui para o melhor desempenho do seu papel, melhor fundamentação
teórica e a superação do mero ativismo. Conforme Saviani (2008) ressalta,
“o ativismo é a ação pela ação, a prática cega, o agir sem rumo e sem
objetivo”.
Na 6ª questão, foi questionado sobre o trabalho do Pedagogo
organizado e citado no Plano de Ação, nas respostas das Pedagogas fica
claro que é necessário estabelecer prioridades, trabalhar por prioridades
fazendo com que todos os itens citados, sejam contemplados.
- O trabalho é desenvolvido de acordo com as necessidades do
momento. Há muitos improvisos que chegam de outros Órgãos.
- Geralmente aquilo que é planejado não acontece. Atendemos
primeiro as emergências que acabam sendo atendidos sem planejamento.
Observando tais respostas e o excesso de atribuições do Pedagogo
fica visível na fala das Pedagogas a dificuldade em cumprir todas as
atribuições. Desta forma, Libâneo (2008, p.197) situa que a atividade
pedagógica docente é um tipo de trabalho em que coexistem práticas
marcadas pela precariedade profissional.
Na questão nº. 7, as Pedagogas apresentaram que as principais
atividades desempenhadas no dia-a-dia escolar são:
- Coordenação e Estágio no Curso de Formação de Docentes, Horas
extraordinárias na Equipe Pedagógica no período noturno;
- Orientação Escolar, a prioridade é atender os alunos já na
chegada do colégio em seguida os professores e assim de acordo com as
necessidades;
- Questões disciplinares, falta de professores, captar os problemas
e dificuldade para que, no coletivo possam ser repensadas as ações que
conduzam aos caminhos para equacionar os problemas em torno da
escola, organização de atas de conselhos de classe, planejamentos,
provas, analisar e orientar a organização curricular da escola, dialogar e
distribuir responsabilidades apoiar a ação docente e correção de livros de
chamada, etc.;
- Orientações ao professor quanto ao livro de chamada,
instrumento de avaliação, dúvidas surgidas no cotidiano de sala de aula,
organização da documentação e regimento escolar, renovação do
reconhecimento de curso, autorização de cursos profissionalizantes,
atendimento a sala de apoio, avaliação no contexto, organização do
horário, atendimento a alunos e pais de alunos, atendimentos a
estagiários, apoio aos professores na organização de visitas extra-classe;
- Administração do período, na falta de professores, atendimento à
sala, organização de horário, organização de horários para reposição de
aula;
Diante do que foi exposto, pode-se afirmar que as atividades não
seguem uma rotina ou mesmo critério, são realizadas de acordo com as
necessidades.
Na questão nº. 8, foram apresentadas as principais dificuldades
apresentadas pelas Pedagogas no desempenho das atividades cotidianas:
- Solicitação de documentos (planejamentos) junto aos professores,
o não acompanhamento das horas atividades (eu desconheci) os horários
por grande período de tempo;
- A falta de professores e a ausência dos pais quando convocados;
- Se envolver com funções que a priori devem ser discutidas no
interior da escola: questões disciplinares, falta de tarefas dos alunos, falta
de professores, questões estas que não seriam tão marcantes caso o papel
da escola hoje fosse entendido como compromisso social e político de
todos os envolvidos na educação. Portanto devem ser discutidos num
projeto coletivo;
- A falta de tempo para desenvolver um trabalho, ou seja, o
trabalho do pedagogo propriamente dito, de forma planejada e refletida.
Em relação às dificuldades encontradas fica evidente a
pulverização do trabalho do Pedagogo, havendo uma dicotomia entre o
que é atividade do Pedagogo e de outros Profissionais da escola, sendo
que muitas vezes não lhe sobra tempo para atuar como Pedagogo, a
saber, muitas vezes fazendo o papel de Inspetor de alunos, Telefonista,
Bibliotecário, Psicólogo, inclusive nas próprias funções desempenhadas
pelo Pedagogo existe uma crise em relação ao papel de Orientador e
Supervisor.
Na questão n°. 9, sobre a clareza de como deve ser seu trabalho
pedagógico, responderam o seguinte:
- Tenho, mas apesar do pouco tempo, na função percebi que
concretamente, o pedagogo está realmente de “bombeiro”.
- Sim, a necessidade que tenho de desempenhar as minhas
atividades diárias, desvio função.
- Sim, mas muitas vezes sou obrigada a desviar minha função por
falta de funcionários na escola.
- Acredito que sim, mas com os tropeços diários, não conseguimos
refletir sobre ele.
Desta forma, Gauthier (2006, p. 356) esclarece que o
conhecimento teórico corresponde ao saber da ação pedagógica, mas ele
não garante necessariamente a ação certa, assim o saber da ação
pedagógica aparece como um saber essencial à ação.
Na questão n°. 10, diante do acompanhamento que é ofertado ao
Corpo Docente, as respostas foram as seguintes:
- Procuro conversar sobre suas aulas, sobre as turmas e sobre o
aluno, confiro planejamentos e livros sempre que circulo pelo pátio,
procuro atentar para o que está acontecendo em sala.
- Assessorando em seu trabalho diário, principalmente nas horas
atividades e nos projetos.
- Observando: planejamentos, provas, livros de chamada, projetos,
os trabalhos dos alunos expostos no pátio, etc.
Devido à crise acima explicitada das finalidades do Pedagogo e das
atribuições a eles destinados o atendimento ao Professor geralmente é
precarizado, ficando assim em segundo plano, sendo que isto é
fundamental para o sucesso no processo ensino - aprendizagem. Libâneo
(1996) cita que a organização da escola compete aos profissionais
docentes e não-docentes, e que os pedagogos e docentes têm suas
atividades mutuamente fecundadas por conta da especialidade de cada
um e da experiência profissional.
Na questão nº. 11, foi questionado a respeito da prática e da
fundamentação da Pedagoga tendo as respostas que seguem:
- No desempenho da função, complementa-se a fundamentação
teórica;
- Realmente pela necessidade, por que a prática e a teoria têm que
caminhar juntos só assim podemos atingir êxito em nosso trabalho;
- Buscando subsídios que embasam teoricamente a ação
pedagógica no contexto escolar;
- Com o trabalho desenvolvido no PDE isto foi possível ou seja,
quase, pois neste curso, o tempo foi restrito, no dia a dia, fazer esta
relação fica quase impossível.
Nem sempre fica explícito às Pedagogas qual a teoria que embasa
a sua prática e isto dificulta fazer esta interpretação. Como Franco (2008)
afirma que o Pedagogo deverá ser o profissional investigador da educação:
criar novos espaços educativos na sociedade, por meio da prática
científica pedagógica.
Diante da questão n°. 12, sobre qual função o Pedagogo gosta
mais de desempenhar em seu trabalho cotidiano, foi respondido o
seguinte:
- Por estar ainda aprendendo sobre o serviço, gosto da parte
burocrática.
- Atendimento aos alunos e os professores.
- Desenvolver um trabalho coletivo no cotidiano escolar, analisando
a realidade, levantando as dificuldades, traçando metas, definindo ações e
avaliando o trabalho.
- Do jeito que está fica difícil responder estamos apenas tapando
buracos.
Os cursos de Formação de Pedagogos tanto na graduação, na
especialização e na formação continuada, devem refletir sobre os
conhecimentos que tem oferecido e contribuir para uma relação entre
teoria e prática, pois conforme é evidenciado na resposta de uma das
Pedagogas ela ainda está aprendendo sobre o serviço. Também fica claro
na resposta estamos apenas tapando buracos. A indefinição em relação
ao papel que o Pedagogo deve desempenhar, cumprindo muitas vezes
tarefas alheias a função.
Na questão nº. 13, corroborando com a análise acima da questão n°.
12, as Pedagogas apontaram os pontos frágeis que impedem o melhor
desempenho de suas funções, conforme respostas abaixo:
- Na função que ocupo no momento, faltou preparação formação –
capacitação;
- Pelos números de classe e alunos mais funcionários, traçando
metas;
- Os pedagogos deveriam ter hora atividade para estudarem,
discutirem os problemas da escola;
- Oportunidade para desempenhar as funções sem desvios.
Na questão nº. 14, diante das atitudes das Pedagogas para contribuir
com a qualidade de ensino oferecido para a escola, evidenciam-se as
respostas abaixo:
- Converso com os professores a respeito da pontualidade, da
responsabilidade com o ensino e com os alunos de forma a ser exemplo
para eles.
- Centrar mais nos conteúdos estruturantes e, nas intervenções,
participar dos cursos, troca de experiências.
- Procuro estudar muito para ter um embasamento teórico, para poder
contribuir com sugestões adequadas quando surgem problemas.
- Orientações, na medida do possível.
Com as atribuições dos Pedagogos conforme a Resolução n°
103/2004 da SEED – CADEP, não ficam claras a estes Profissionais as 26
atribuições que devem desempenhar. Este rol de atividades acaba por
desestruturar as funções que devem ser praticadas, sendo impossível
cumpri-las com qualidade nas condições de trabalho. Aliado a esta
condição, Franco (2008, p. 137) aponta que as teorias educacionais
dificultam a sua utilização enquanto suporte enriquecedor das ações
práticas educativas.
Na questão n°. 15, quanto a junção das funções principais do
Pedagogo, a maioria concordou, mas percebeu-se que o número de
Profissionais Pedagogos nas escolas diminuiu e este fato evidencia o que já
foi apresentado em outras questões, ou seja, a dificuldade em cumprir
todas as atribuições que são destinadas a este Profissional:
- Não, acredito que Deus nos conceda talentos. Há pessoas que só
devem lidar com papéis, outras são ótimas com o próximo.
- Sim, um depende do outro.
- Sim, porque o pedagogo deve ser preparado para dominar sintética
e intencionalmente as formas de organização dos processos de formação
cultural que se dão no interior da escola.
- Sim, mas não da forma como ocorreu seria adequada se
pudéssemos contar com maior número de pedagogos em cada período. O
que houve, além da função, foi redução do número de profissionais e com
isso a sobrecarga do pedagogo.
Na questão 16, se a Equipe Pedagógica consegue realizar o trabalho
pautado na ação colegiada, conforme as respostas citadas abaixo:
- Não vejo a funcionalidade disto.
- Procuramos desenvolver um trabalho que envolva, pois o colegiado
é importante, alguns problemas surgem mais quase todos são sanados.
- Não, o pedagogo faz tudo e acaba não fazendo nada, muitas vezes
é enfermeiro, psicólogo, inspetor, técnico, professor, pai, mãe e acaba
deixando de desenvolver suas funções por falta de tempo. Para que o
Pedagogo seja Pedagogo onde todos os envolvidos no processo
pedagógico estejam compromissados e façam sua parte.
- Primeiro, a participação da comunidade escolar nos órgãos
colegiados é pequena e, se participam é de forma superficial. Segundo o
Pedagogo não tem conseguido desenvolver seu real papel.
Parece que ainda não há uma compreensão completa por parte dos
Pedagogos e mesmo Gestores da Escola e Professores da importância das
ações colegiadas, sendo que, muitas das atividades que deveriam ser
coletivas acabam sendo realizadas somente pelo Pedagogo. Os
Profissionais da Escola ainda em sua maioria não compreenderam as
dimensões da Gestão Compartilhada.
Em relação à questão nº. 17, fica explicitado nas respostas
oferecidas pelas Pedagogas que não existe um espaço para a realização de
estudos e análises sobre os problemas que a escola enfrenta, como
explicita uma Pedagoga:
- Sim, mas é sempre com muita pressa. Penso que a Equipe devesse
ter tempo próprio para estes momentos. Ela acredita que deva existir um
momento programado para isto. Em outras respostas conforme abaixo,
isto também fica evidenciado:
- Sim, mas não com muita freqüência, acho que há necessidade de
maior número de encontros.
- Sim, isso acontece em reuniões pedagógicas e conselho de classe.
- Não, por causa da correria diária, cada um atende seu período e
não nos organizamos para estudos e reflexão, o que é um pecado.
Gauthier (2006, p. 21) diz que falar de trabalho e de reflexão sobre a
própria ação é colocar em evidência a necessidade de praticar certas
habilidades específicas e refletir para desta forma fortalecer o talento.
As respostas referentes à questão nº 18 explicitam a confiança das
Pedagogas em relação ao trabalho que pretendem desempenhar, mas
apresentam a necessidade de melhores condições de trabalho para que
isso seja possível, de acordo com as respostas abaixo:
- Vejo esta Equipe como capaz, falta realmente o tempo para que se
possa melhorar a qualidade dos serviços.
- Apesar de sermos em um número reduzido de Pedagogas, as
minhas expectativas são otimistas.
- Que a Equipe conseguisse fazer um trabalho voltado para uma
construção de uma escola mais democrática, coletiva, com medidas
alternativas para alcançar os objetivos de ensino aprendizagem.
- Número suficiente de Pedagogos, organização de momentos para
estudos e reflexão sobre a prática pedagógica, planejamento das
atividades de forma que sejam realmente realizadas, enfim, cumprir o
papel da Equipe Pedagógica.
Na questão n°. 19, de acordo com o questionamento sobre a
valorização do trabalho do Pedagogo pelos demais membros da escola, foi
exposto abaixo nas respostas:
- Não só por alguns profissionais. Somos as pedabobas. Também
somos insultadas.
- Não muito, faço o possível, mas é preciso uma ação conjunta.
- Não, porque na escola não existe gestão democrática. Se todos
que trabalham na escola sentassem para discutir e deliberar e planejar,
solucionavam os problemas. Porque a escola é de todos e cabe a todos a
responsabilidade pelo os problemas e não a Equipe Pedagógica como vem
acontecendo.
- Geralmente não, muitas vezes nem sabem qual é o nosso papel.
E parte da culpa disso é nossa, que nos sujeitamos a desenvolver
atividades que não nos cabem e deixar de fazer o que é realmente nossa
função. Com isso, fazemos de tudo e não fazemos nada.
Estes profissionais sentem certa desvalorização do papel que
desempenham na escola e, muitas vezes suas atribuições são confundidas
com o papel do Inspetor de alunos entre outras funções, a maioria dos
professores compreendem basicamente o papel do Orientador
Educacional, mas não o de Supervisor e Administrador. Talvez o que fique
claro nestes depoimentos é que os professores em sua maioria não
conhecem profundamente as verdadeiras funções e atribuições do
Pedagogo.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante este estudo, buscou-se refletir sobre o fazer e o saber do
Pedagogo, enfatizando os aspectos organizacionais, históricos, sociais,
legislação vigente, a reflexão sob a real importância e o desempenho das
funções e atribuições do Pedagogo.
O que permitiu detectar que existem muitos conflitos relacionados
ao fazer pedagógico no interior das escolas. Percebe-se claramente que o
Profissional da Educação, ainda não tem seu espaço e identidade definida,
o que causa angústia no Pedagogo, uma vez que é considerado como o
organizador e gestor do sistema educacional, na produção e difusão de
conhecimentos, na participação da formação continuada considerado
como critério essencial no campo educativo.
Assim, o Pedagogo necessita de postura reflexiva, conhecimento
teórico que o auxilie em seu desempenho escolar. Temos a contribuição de
Saviani (2008, p.153), que ressalta sobre a base da formação inicial como
recomendável para exercer as funções planejadas e administradas no
âmbito dos sistemas de ensino, sendo necessários estudos de
aprofundamento, aperfeiçoamento e especialização.
É relevante que a Equipe Pedagógica conquiste o seu espaço e
construa a identidade para consolidar a partir da reflexão sobre como será
desenvolvido o fazer educativo, constituindo o seu papel e sua
contribuição no papel da construção do conhecimento.
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
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Apêndice A: Questionário
O FAZER E O SABER DO PEDAGOGO: AS ATRIBUIÇÕES DESTE PROFISSIONAL NO ESPAÇO ESCOLAR
01-Qual é a sua carga horária?( ) 20 horas ( ) 40 horas( ) 60 horas
02- Quanto tempo falta para a sua aposentadoria integral?( ) 1 a 5 anos( ) 6 a 10 anos( ) + de 10 anos
03- Você tem participado de cursos de formação continuada?( ) no último semestre( ) no último ano( ) há mais de 02 anos 04- Você está satisfeita com a forma de como tem atuado na escola?Justifique:( ) sim ( ) não..............................................................................................................................................................................................................................................................05- Você acha necessário complementar seus conhecimentos através dos cursos promovidos pela SEED? Justifique:..............................................................................................................................................................................................................................................................06- Como você organiza seu trabalho pedagógico citado no Plano de ação?..............................................................................................................................................................................................................................................................07- No seu dia a dia na instituição escolar, quais são as principais atividades que você desempenha? ..............................................................................................................................................................................................................................................................08- Quais são as maiores dificuldades encontradas em seu fazer cotidiano?..............................................................................................................................................................................................................................................................09- Você tem clareza de como deve ser o seu trabalho pedagógico? Justifique:..............................................................................................................................................................................................................................................................10- Como você desenvolve o acompanhamento do trabalho executado pelo corpo docente?..............................................................................................................................................................................................................................................................11- Como você consegue aliar sua prática pedagógica e a sua fundamentação
teórica?..............................................................................................................................................................................................................................................................
12- Quais são as funções que você mais gosta de desempenhar no seu trabalho cotidiano?
..................................................................................................................................
............................................................................................................................
13-Você acha que falta algo que possa auxiliar o desempenho de suas funções?..............................................................................................................................................................................................................................................................14-Quais são as ações adotadas por você para contribuir com a qualidade da escola?..............................................................................................................................................................................................................................................................15-Você considera adequada ou não, a junção das funções de Orientador e Supervisor que ocorreu na escola? Justifique:( ) sim ( ) não..............................................................................................................................................................................................................................................................16- A Equipe Pedagógica consegue realizar um trabalho pautado na ação colegiada? Quais são os problemas enfrentados para que isso ocorra? Justifique:.............................................................................................................................................................................................................................................................. 17-A Equipe Pedagógica se reúne para a realização de estudos e/ou analisar e refletir sobre os problemas que afetam a escola em seu cotidiano? Justifique: ( ) sim ( ) não..............................................................................................................................................................................................................................................................18- Quais são as expectativas em relação ao desenvolvimento do trabalho da equipe pedagógica na escola?..............................................................................................................................................................................................................................................................19- Você percebe que o trabalho realizado é valorizado pelos demais membros da escola? Justifique:..............................................................................................................................................................................................................................................................