Mariel Gra~aLeme de Lima -...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Mariel Gra~a Leme de Lima PROFESSORES QUE TRABALHAM COM ARTE EM ESCOLAS PUBLICAS DA CIDADE DE PIRAi DO SUL CURITIBA 2006

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Mariel Gra~a Leme de Lima

PROFESSORES QUE TRABALHAM

COM ARTE EM ESCOLAS

PUBLICAS DA CIDADE

DE PIRAi DO SUL

CURITIBA

2006

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Mariel Gra<;a Leme de Lima

PROFESSORES QUE TRABALHAM

COM ARTE EM ESCOLAS

PUBLICAS DA CIDADE

DE PIRAi DO SUL

Monografia apresentada ao Curso deEspecializ8yao em PoeticasContemporaneas no Ensino da Arte,Universidade Tuiuti do Parana, comorequisito parcial para a obtenc;ao dograu de Especialista.

Orientadora

Salome

CURITIBA

2006

MS. Joselia Schwanka

TERMO DE APROVACAOMariel Gra!ta leme de lima

PROFESSORES QUE TRABAlHAMCOM ARTE EM ESCOlASPUBllCAS DA CIDADE

DE PIRAi DO SUl

Esta monografia (oi julgada e aprovada para a obtenc;ao do titulo de Especialista no Curso dePoetica ContemporAneas no Ensino da Arte da Universidade Tuiuti do Parana.

Curitiba, 15 de dezembro de 2006.

Poeticas Contemporaneas no Ensino da ArteUniversidade Tuiuti do Parana

Orientadora : Profl MS. Joselia Schwanka Salome

SUMARIO

INTRODUYAO .... 1

1. PROFESSORES QUE TRABALHAM COM ARTE EM ESCOLAS 3PUBLICAS DA CIDADE DE PIRAi DO SUL ..

2. ARTE. 7

2.1. DEFINICOES DE ARTE ..... 8

2.2. o TRABALHO COM ARTE NAS ESCOLAS .. 10

2.3. EDUCACAO E SOCIEDADE .. 15

3. VALORIZAyAO DAS AULAS DE ARTE E POSSIVEL? .. 19

4. CONSIDERACOES FINAlS .. 22

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............ ............. 23

INTRODU<;AO

Nos dias atuais existe urna grande infiuencia da cultura, seja palas imagens

e atos observados na TV, nos rotulos, nas revistas, nas estampas, nas obras de

arte, onde as crianyas convivem diariamente com 0 fazer artistico.

As crian98s trazem muitas infiuencias culturais para a escola, sendo estas

pouco exploradas.

Buscando uma melhoria da qualidade de ensino, 0 professor de Arte tern urn

papel imprescindivel: mostrar a inter-rela9iio da inftu€lncia cultural com a cultura

formativa que as crian<;as recebem na eseela.

Desta forma esta pesquisa foi justificada pela neeessidade de se reftetir, se 0

ensino da Arte nas escola Publicas de Pirai do Sui vern atuando de forma

significativa na format;:8o de alunos mais atuantes dentro da sociedade.

Os objetivos trayados foram, 0 de conheeer 0 perfil dos professores de Arte

que trabalham nas escolas publicas de Pirai do Sui, verificar a atua9iio dos

professores nessas escolas, analisar como a disciplina de arte interfere na forma98o

das crianyas, verificar a rela9iio existente entre professor e a disciplina de Arte e

reftetir sobre 0 grau de importimcia que a disciplina de Arte reeebe por parte da

escola como por parte do professor.

Como metodologia foi utilizada uma pesquisa bibliografica e trabalho de

campo, ende foi feito urna entrevista com professores que lecionam a discipiina de

Arte em algumas escolas publicas de Pirai do SuI.

o trabalho foi feito apresentado em quatro capitulos. Sendo 0 primeiro

referente aos dados coletados na entrevista realizada com alguns professores que

trabalham com a disciplina de Arte em escolas publicas de Pirai do SuI.

No segundo capitulo consta defini<;ilo de Arte, reflexoes sobre a pratica

pedag6gica da discipiina de Arte nas escolas e a rela980 existente entre educa<;iloe

sociedade.

No terceiro capitulo foi explicitada a valonza<;ilo das aulas de Arte, como

algo possivel de ser alcanyado, levando em considera<;ilo 0 papel importante do

professor competente e consciente para que ocorram mudanyas e transforma90es

significativas.

Nas considera¢es finais, foram apresentados as resultados positiv~se

negativos de toda a estrutura<;iloda pesquisa.

1. PROFESSORES QUE TRABALHAM COM ARTE EM ESCOLAS PUBLICAS

DA CIDADE DE PIRAi DO SUL

Foi realizada uma coleta de dados com professores que trabalham com

Arte em diferenles escolas na cidade de Pirai do SuI. Neste levanlamento ha 0

conhecimento de quem sao. do que pensam sobre Arte. Educayao e Sociedade

e de como esta 0 ensina da Arte nessas escolas.

Segundo 0 professor Paulo Henrique Capille Fernandes, formado em

Licenciatura em Letras/lngles e Pos-graduado em Ensino de Lingua Inglesa,

leciona a disciplina de Arte ha 10 anos para sa a sa serie e Ensino Medio,

leciona tambem as disciplinas de Ingles, Informatica e Filosofia, alem de cursos

de pintura em tela, tecido, madeira, gesso e 0 Curso de Historia da Arte,

comer;ou a lecionar a Disciplina de Arte com a necessidade de substituir uma

professora que estava se aposentando, por um periodo curto de tempo, passou

a ser algo que esta intimamente ligado ao modo de ser, mOlivado pelo gosto

pelo belo. As turmas com que ele trabalha possuem em media 35 alunos, 0

pnedio apresenta otimas condic;6es de conserva~o, embera para aula de artes

as salas S8 apresentem pequenas, ha necessidade de mais espayo, sempre

que necessaria e disponibilizado material para as realiz890es artisticas.

o Professor Paulo Henrique fez a seguinte defini9aO de Educayao

"Educa9ao e 0 porto seguro da humanidade, sem isto sera dificil seguirmos

adiante. A Educayao e ponto fundamental para 0 desenvolvimento de toda a

sociedade". Sobre Arte ele disse: " Arte e 0 fator de sensibilidade do ser

humano, faz com que este, ao mesma tempo sonhe sem deixar de viver a

realidade que necessita ser vista por olhos criticos e sensiveis. A arte tamb8m e

a memoria do passado de urn povo, urn cartao de visitas da sua realidade e uma

perspectiva de futuron Fez 0 seguinte comentario sabre Sociedade: .•A arte

asta sempre Iigada as sociedades, par vezes e esta que vern caracterizar urn

determinado grupo social. Vivemos em uma sociedade onde a massifica980 se

faz presente que tende a tolher 0 processo de cria"ao onde solu96es precisam

ser encontradas".

" Se queremos mudar a sociedade precisamos mudar as pessoas, e isso

se faz pela educa9ao', disse em seu discurso a ministra da educa"ao de Sao

Tome e Principe, Maria Fernanda Pontifice. Existe estudos e projetos que

conquistaram sucesso em suas execu<;oes que tratam da inclusao pela arte. A

arte consegue atingir 0 ser humano em pontos que outra tentativas de

abordagem nao conseguem.

Andrea Fanchin Queiroz Galvao, formada em Licenciatura em Musica e

pos graduada em Educa"ao Infantil, Musicoterapia - bacharelado em Musica,

leciona ha 10 anos, trabalha somente com a disciplina de artes em todas series

do Ensino Fundamentam I e II, as salas de aula onde trabalha tern em media 38

alunos, 0 predio e antigo mas bern conservado, mas as carteiras, quadro de giz,

cortinas, etc estao em pessimo estado. 0 material disponivel para as aulas de

arte e quase nulo, pois nao e suficiente para tados as alunos e de baixissima

qualidade( lapis de cor, papel ...). 0 gosto em dar aulas para crian,as e a

necessidade de levar a musica para as salas de aula e a sua grande motivac;ao

para ser uma professora de arte. Define Educa9ao como sendo 0 fundamental

para urn mundo melhor e pessoas melhores. Para ela Arte e 0 meio para as

pessoas conhecerem a mundo e a si mesmas e a Sociedade e respons8vel par

estarmos com uma educayao tao precaria.

A educa,.ao e a arte podem mudar a Sociedade fazendo com que as

crianc;as e as jovens sa conhec;am e conhegam 0 mundo ande vivem,

desenvolvendo assim a esperany8 de urn mundo melhor.

Leane Cox de Brito, formada em Educa,.ao Artistica- Licenciatura Artes

Plasticas e cem Pos gradua,.ao em Arte Educa,.ao, Leciona Arte, Matematica e

Portugues para a 3' serie do Ensino Fundamental ha 10 anos, sempre gostou

de criar, inovar, trocar ideias e estar sempre aperieic;oando as meus

cenhecimentos. Trabalha num lugar onde 0 espa90 e pequeno, com 25 alunos,

as condic;oes do predio e precaria e a material e disponlvel de acordo com a

necessidade. "E atraves do cenhecimento e da aprendizagem que a educa980 e

a arte podem mudar a sociedade. IS50 quer dizer que criar e conhecer sao

indissociaveis e a fiexibilidade oj cendi,.ao fundamental para aprender.

Maria Cecilia Burigo, farmada em Licenciatura Plena em Artes e

Pedagagia e Licenciatura em Jarnalismo, fez Pos gradua,.aa em Artes Plasticas

e Direita Educacional, atualmente esta fazenda um cursa de Pos gradua98a do

Trabalho de Arte cem alunos especiais. Leciona somente a disciplina de Arte ha

16 anos para 63 e 8a series do Ensino Fundamental e para todas as series do

Ensino Media. Sua maior motivac;:aoem ser uma professora de arte e porque

sempre teve habilidade e gosta de passar sua experiencia a autras pessoas,

bern como descobrir talent05 como acontece na Escola, iS50 levou a fazer 0

cursa e mais tarde ser professara de arte. Maria Cecilia fez as seguintes

comentarios: "Trabalho nurn predio que asta em boas condiy6es mas nao

oferece urn espa90 adequado para as aulas de Artes, as classes sao muito

numerosas variando entre 40 a 60 alunos, maioria dos alunos nao possuem

nem a material basice para as aulas de e a Escola naa passui nenhum tipa de

material dispanivel, assim nassa trabalha sempre deixa a desejar. Acha que as

aulas de Arte sao tratadas com pauco caso visto que e a unica materia que

profissionais sem habilita,ao podem dar aulas"

Ela fez as seguintes definic;6es sobre Educa,ao, Arte e Sociedade: A

Educa,ao e um processo pelo qual se possibilita ao individuo desenvolvimento

integrado de suas capacidades que somado as informa\'iies que adquire chega

a um comportamento adequado a todos os setores da vida. Arte e toda e

qualquer atividade criativa e artistica ou execu,ao pratica de uma ideia.

Sociedade e uma reuniao de pessoas com as mesmas fins au interesses

somados a ideais comuns. Hoje a sociedade vem sendo deturpada pelas

necessidades financeiras onde homens trocam seus ideais par dinheiro au

eoisas de seus interesses.

Maria Cecilia afirma que a Educa,ao e a Arte podem mudar uma

sociedade. A Educa,ao desenvolvendo as capacidades do Homem pode fazer a

mudanya de seu comportamento tornando-o urn cidadao integra, consciente de

seus direitos e deveres, util a sociedade, crescendo para somar positivamente.

A Arte como lazer e cultura vern enriquecer a sociedade e ajudar na formac;ao

de individuos ajustados a este contexto social que embora nile deem 0 real

valor a Arte e ao Artista ja sabem destacar muitos valores. Pelas obras de arte

pode-se chegar ate os individuos e ate muda-Ios. Arte e Educa,ao caminham

lado a lado na sociedade.

2-ARTE

•A arte esta sempre acompanhando a evolu.ao humana em suas

descobertas e transtorma,5es" (VELLO,2001,p.34)

A Arte esta por toda a parte, na cidade, nos cartazes, nas revistas, na

televiseo, nos filmes, nos desenhos animados, nas roupas, nas festas, nos museus.

A Arte e uma das atividades que esteve presente na hist6ria da humanidade,

mostrando val ores existentes no meio em que estava inserida enos mais diversos

perfedos.

A produ.ao artistica tambem pode ser uma grande ajuda no estudo de um

perfodo eu de uma cultura particular, par revelar valores do meio em que eproduzida.

" A obra de arte revela para 0 artista e para 0 espectador uma possibilidade

de existencia e comunica.ao, alem da realidade de tatos e rela,5es habitualmente

conhecidas" (peN: Arte, Mec, 1997.p.35.)

A Arte tern muitas funt;oes na vida do homem. Vejamos algumas dessas

tun¢es de acordo com a Apostila do Positiv~,

Funyao individual: 0 homem e urnser sensivel, emociona·se, renete, pensa.A Arte tern como finalidade possibilitar as processos de perce~o,sensibilizayao, cognicAo, expressAo e criacAo necessarias aodesenvolvimento global do homem.Funt;:aosocial: 0 homem e urn ser cultural, fruidor e agente da Arte. Elatransmite a cultura elaborada pela humanidade. Enquanto linguagem,ultrapassa a funyao de comunicayao simples e pura, pois transmite ideias,sentimentos e infonnac;oesque transformam as ideias, os sentimentos e asinfonnac;oesja existentes, innuenciando modos e atitudes, num movimentodinamico de interac;aoentre 0 homem e a sociedade.Funt;.aoAmbiental: A Arte, atraves da alfabetizac;ao estetica, leva 0 homema observar 0 meio que 0 cerca, reconhecendo a organizac;ao de suasfonnas, luzes e cores, suas harmonias e desequilibrios, a sua estruturanatural, bern como a construida. Arte e mat~ria transfonnada, concreta,ocupa lugar e espac;o.Ate mesmo 0 som e a gesto, par mais fugazes queparec;am, compaem, como 0 ambiente, novos ambientes. Atraves deobjetos, sons e movimentos, uma nova paisagem visual, sonora, espacial

~:~~~~~~sap:d~~~:a:e~ml~~~~~~~V~~eS~g~~~~~sPe~e~~ca:st:mundo, como uma paisagem, e tenha consciencia aD transforma-la.(POSITIVO, 2000, p.05)

o homem interage com a mundo atraves da Arte, ocasionando significativas

transformay6es. Sendo assim "a Arte nao e discurso, e ato." (BRITES, 2002, p.37)

2.1. DEFINICOES DE ARTE

E dificil, ou quase impossivel dar somente uma definiyao sobre arte, sendo

ela ampla em sua diversidade.

No dicionario Aurelio, "Arte e 0 conjunto de preceitos para a perfeita

execuyao de qualquer coisa; atividade criativa; artificio, oficio, profissao, astlicia,

habilidade".

Mario de Andrade numa aula inaugural, em 1938, surpreende a audi16rio

afirmando nao saber 0 que seja nem Belo, nem a Arte e que todo artista deve ser

artesao, fala da improvisibilidade do artesanato, da desnecessidade do virtuoso e na

sua soluyao pessoal dada pelo artista ao fazer a obra de arte- atitude imprescindivel

e enensinavel. Arte, para ele, e uma forma de aprofundamento da consciencia, pois

como afirma .. e justamente a atividade artistica que nos abre um dos caminhos mais

penetrantes de introduy80 ao ser"(MORAIS, 2000,p.9 e 10).

Como afirma Duchamp, "A arte pode ser ruim, boa ou indiferente, mas

qualquer que seja 0 adjetivo empregado, temos que chama-Ia arte. A arte ruim earte, do mesmo modo como uma emoyao ruim e uma emoyao". (MORAIS, 2000,

p.14)

Para Piet Mondrian, ' A tarefa importante de toda Arte consiste em destruir 0

equilibria estatico e 6stabelecer urn equilibria dinamico". Adolf Gardner afirma que, "

Arte e comunica9iio do conhecimento subjetivo." (POSITIVO, 2000, p.04)

"A arte e 0 lugar da liberdade perfeita" (Andre Suar;,s), "Arte e urn exercicio

experimental de liberdade" (Mario Pedrosa), "Arte e uma forma de crescimento para

a liberdade, urn caminho para a vida' (Fayga Ostrower), "Arte e urn exercicio de

liberdade, ou ela e inutil" (Daniel Abadie). (Morais, 2000, p.14)

Para Frederico Morais,

o born senso indicaria que, mesma quando se trata de arte, e precisobalancear liberdade e rigor, pais M a arte tanto pode mOrTer de urn excessode rigor quanta de urna extrema liberdade~ (Lefebvre). "Arno a regra queconige a emo~o·, diz 8raque, justificando a extrema conten«;ao de suascolagens. "Arno a emoc;:ao que conige a regra", provoca Juan eris, seucolega no movimento cubista e , na verdade Hie rigoroso quanta Braque emsua obra. A arte busea 0 equilibria dos contrarios, sustenta Mondrian. Mas 0born sensa, a pondera((80 e 0 equilibria nao sAo 0 forte dos artistas. ParaHenry Miller, "0 equilibria nao e ma;s 0 objetivo". As batan9as devem serdestruidas. A arte consiste em ir ao extremo. Se a gente comeya comtambores tern de acabar com dinamite au TNr.(2000, p.14 e 15)

Como se percebe, as definic;:6es OU contradiy6es, se encaixam dentro da

arte.

Para Pablo Picasso, "0 importante na Arte nilo Ii buscar, Ii poder encontrar."

Ernest Fischer afirma, " A Arte Ii tao antiga quanto 0 homem. E uma forma de

trabalho, e 0 trabalho e uma atividade caracteristica do homem." (POSITIVO, 2000,

p.04)

A arte na sua simplicidade ou na sua complexidade mostra atraves de suas

variadas defini90es que nela esta presente a vasta diversidade que norteia a

humanidade. Quando falamos em arte e complicado darmos apenas uma defini9iio ,

10

o fato e que podemos tar certeza de uma coisa, que a arte e um dos fatores que

diferenciam as seres humanos dos demais seres vivos.

2.2. 0 TRABALHO COM ARTE NAS ESCOLAS

Infelizmente pode-s9 notar que a educa~o asta centralizada nas ciancias,

fazendo assim a triste constatayao de que os individuos astao com dificuldades de

sentir, perceber, refletir e expor suas ideias, seus pensamentos, sentimentos e suas

informa90es. Ete nao esta conseguindo suprir suas necessidades primarias.

Dificultando sua intera,ao com 0 meio.

Precisamos mudar esse tipo de visao, mostrar que existe a possibilidade de

mudan98, a isso depende da presen98 da Arte/Educa,ao desde as series inicias,

tendo um papel primordial na forma,ao dos individuos.

Desde 1971, pela Lei 5692, a disciplina Educa,ao Artistica toma-se parte

dos curriculos escolares. A Educa,ao Artistica, agora chamada de Artes,

compartilha com outras disciplinas a rasponsabilidade da contribuir para a forma9ao

do aluno.

E atraves das Arte e suas linguagens que as pessoas desenvolvem

capacidades essenciais para 0 desenvolvimento humano, como a criatividade,

imaginac;:aoe a observac;ao, isso justifica sua presenc;a no curricula escolar.

~Precisamos levar a arte que hoje esta circunscrita a urn mundo socialmente

limitado a se expandir, tomando-se patrimonio da maioria e elevando 0 nivel de

qualidade de vida da popula,ao."(BARBOSA, 1991,p.6)

II

Para que isso aconteya, a escola dave sar 0 primeiro lugar a fazer

madifica90es significativas, deverii passibilitar a acessa a arte atrav9s de suas aulas.

Ana Mae Barbosa tern uma visao diferenciada para abordar 0 ensina da Arte

nas escolas, essa concep98o de construc;ao de conhecimento em artes edenaminada "Proposta Triangular do Ensino da Arte". Nessa propasta a pragrama de

ensina de Arte e planejado a partir de tres a90es fundamentais quando entramas

em cantata com a Arte: ler abras de arte, fazer arte e cantextualizar. [ ... ]

Para Maria Christina de Souza Rizzi,

A Proposta Triangular permite urna interay:io dinamica e multidimensional,entre as partes e 0 todo e vice-versa, do contexte do eosine da Arte, auseja, entre as disciplinas basicas da area, entre as outras disciplinas, nointer-relacionamento das tr~sa¢es basicas: ler, fazer e contextualizar e nointer-relacionamento das outras t~s a¢es decorrentes:decodificar/codificar, experimentar, informar e refletir. (BARBOSA(01'9),2003, p. 70)

Fai realizada uma pesquisa em Harvard, chamada de Projeta Zero, ande as

pesquisadores constataram que,

[...[ a leitura 6 uma atividade simb6lica tao importante Quanto a producAoartistica, porque e eta Que possibilila inlerpretar as imagens. Baseando~seem Kant e na teona de Piaget, 0 grupo concebe lenura como compreensaoe interpretayao, apreensao de inforrnaC;oes,seletividade e reconstruyao doobjeto. Numa viseo construtivista, a teltura e uma atividade complementar aprodut;:ao, ou seja, para apropriar~se de urn determinado objeto deconhecimento 0 sujeito constr6i representac;oes e interpreta-as. Asrepresenta¢es possuem algumas propriedades dos seus referentes eexduem outros. 0 Que foi excluido, no entanto, ressurge na interpretac;so,no alo de leitura. Assim, ter nao e decifrar, -nao equlvale a reproduzir com aboca a Que 0 otho reconhece visualmente- (Fevereiro,1985,p.65). Istoporque a aUvidade de leltura supae a compreenseo do modo de constru~ode urn texto seja de uma imagem. (PILLAR, 1993,p.77)

E importante ressaltar a importancia do papel da escala como educadora de

01hares, fazendo cam que gradativamente as crian,as passam criar um repertoria e

12

assim possam compreender, interpretar, decompor e racampor as imagens a tim de

compreende-Ias.

A escola atraves do ensino da arte tern 0 papel de educar 0 olhar, num

sentido de ver mais amplo . SegundoAnalice Dutra Pillar, ..e quando se passa do

limiar do olhar para 0 universo do ver que se realiza urn ato de leitura e de

refiexao".(BARBOSA(org),2003,p.73)

o ate de ver e muito complexo, precisa ser trabalhado, e atraves da

disciplinade arte e que todos iraQcompreende-Io de umaforma mais reflexiva.

o ato de ver na otica de Silvio Zamboni,

[ ... 1 0 ver nao diz raspeito somente a quesUio fisica de urn objeto serfocalizado pelo olho, 0 ver em sentido mais amplo requer urn grau deprofundidade muito maior, porque 0 individuo tern, antes de tudo, deperceber a objeto em suas reta¢es com 0 sistema simb6Hco que the dasignificado.(1998, p.54)

E necessario, no entanto saber que U 0 sentido vai ser dado pelo contexto e

pelas informa~6esque 0 leitor possui.Ao ver, estamosentrela~ndo informa¢es do

contexte sociocultural, anda a situayao ocorreu, e informa96es do leitor, seus

conhecimentos, suas interferencias, sua imagina~o". (BARBOSA (org), Pillar,

2003,p.74)

A laitura 56 tara sentido se houver inter-relayao entre a contexto e as

informa90es que 0 leitor possui. Cada um tara a sua propria leitura de acordo com a

sua vivfmcia.

Coletando dados atraves de uma entrevista feita com professores que

lecionama disciplina de Arte em algumas escolas publicas da cidade de Pirai do

Sui, percebe-se que ha urn descompasso entre a produ~o te6rica e a pratica

pedag6gicaexistentenas escolas.

13

Houve a constatac;ao de que a disciplina de Arte ainda e considerada par

muitos, uma atividade de entretenimento, mero passatempo, sem nenhum acrescimo

de significados. Na malaria das escolas a disciplina de Artes asta sendo trabalhada

com a simples funyao decorativa, ilustrando temas de datas comemorativas,

enfeitando paredes, fazendo murais, elaborando convites, cartoes, cartazes,

lembrancinhas, privilegiando as tecnicas do trabalho artistico e desvinculando 0

conhecimento teorico e pratico da educayao e da Arte e de sua funyao pedag6gica

na escola.

As aulas de Arte s~o muito utilizadas pelos professores para ensaios de

festa junina, formatura, usada tambem para aulas de reforlX' de outras disciplinas

consideradas "mais importantes~.

De acordo com 0 Referencial Curricular Nacional, as Artes Visuais

expressam, comunicam e atribuem sentido a sensar;;:5es, sentimentos, pensamentos

e realidade por meio da organizayao de linhas, formas, pontos, tanto bidimensional

como tridimensional, ah§mde volume, espac;o, cor e Iuz oa pintura, no desenho, na

escultura, na gravura, na arquitetura, nos bnnquedos, bordados, entalhes etc.

Outro engano que aconteee no ensina da arta e que muitos professores

deixam a crianC;8 mostrar a sua capacidade de expressao artistica livremente, sem

nenhuma intervenyao, simplesmente "deixam fazer", cnde a aprendizagem dessas

criancyassera minima.

Cada crianc;a tem suas proprias ideias, interpreta90es e a crianc;a sofre

influencias da cultura desde cedo, por meio de imagens, TV, revistas, gibis, obras de

arte etc., impress6es sabre a produ~o de arte e 0 fazer artistico. Cantextualizando/,,/ ~rl~,

toda essa vivencia a crian9a ira perceber a inter-relayao entre a sua expe ·m'entayao"'~

l'i ""y:)'".\':.~'

14

e 0 conhecimento a respeito da arte, desenvolvendo assim sua capacidade de

cria~o.

Mas sabemos que essa realidade esla distante de nossas perspectivas,

somente dando a disciplina de Arte 0 seu real valor, a disciplina de Arte sera

reconhecida como sendo indispensavel no desenvolvimento da crian9a.

Atrav';s das aulas de Artes .; que os alunos iraQ perceber que 0 mundo

pode ser vista de dlferentes maneiras, e que cada urn tern suas maos a capacidade

transformadora.

o programa educacional deve levar em considera91lo a valoriza91lo da arte,

pois atraves dela as crianyas irao desenvolver a auto-compreensao, conhecer-se a

5i mesma, 0 outro e 0 meio.

Raimundo Matos de LeaD afirma: " E na a91lo dos arte-educadores que

esta 0 poder de reverter 0 quadro e tomar 0 ensine da arte uma pratica significativa

para quem dela participa. Atrav';s de investimentos na forma9aOe na qualifica91lode

profissionais .; que a arte deixara de ser mere ap,mdice pedag6gico de outras

disciplinas.( Raimundo Matos de LeaD. Disponivel em www.google.com.br e

www.SCIELO.com.br)

Para que transforma90es ocorram 0 professor de arte deve ter um amplo

conhecimento sobre os conteudos dessa disciplina, ter uma boa qualifica91lo para

fazer com que as aulas de arte ocupem 0 seu lugar de direito na escata.

E importante que 0 professor propicie aos alunos uma maior compreensao

quanta ao sentido do fazer artistico. Ou seja, entendam que suas experiencias de

desenhar, cantar, dan98r, filmar, gravar ou dramatizar nao sao atividades que visam

a distrai-Ios da useriedade" das Qutras areas, mas representam uma produyao

especifica. Sabe-se que, aD fazer e conhecer arte, 0 aluno percorre trajetos de

15

aprendizagem que propiciam conhecimentos diversos sabre sua relar;ao com 0

mundo. Alem disso, desenvolvem potencialidades importantes para a vida adulta,

tais como percepryao, observayao imagina~o e sensibilidade. Esses sao valores

que podem contribuir tanto para a consciencia de seu lugar no mundo como para a

compreensao de conteudos das outras areas do curricula.

(http://novaescola.abril.com.br/PCNS/arte-B.pdf)

o ensino da arte como disciplina nas escolas tern urn papel indispensavel na

vida das crianyas, pais desde ceda VaG desenvolvendo varias habilidades e

competencias onde estariio preparando cidadiios conscientes de seu papel na

sociedade.

Segundo Ana Mae Barbosa afirma, "a arte abre caminhos para a

conscientiza,.ao social, para a descoberta dos direitos, das obriga~6es de cada

um".(2005,p.09)

2.3. EDUCACAO E SOCIEDADE

A educa,.ao desempenha urn papel essencial na vida das pessoas e das

sociedades. Segundo Brandiio,

'" ninguem escapa da educacao. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, deum modo ou de outro nos envolvemos com ela: para ensinar, para aprender·e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou conviver, todos as diasmisturando a vida com a educa~o.(19B1,p.07)

Desta forma fica bern evidente que a educa~iio deve ser vista e

compreendida denlro de urn contexto hisl6rico-social concreto, sendo a pnitica social

o ponto de partida eo ponto de chegada da a,.ao pedag6gica.

16

E importante, porem deixar bem claro que este enfoque dado a educayao

visa urn processo ~quebusca 0 desenvolvimento constante, consciente, respons8vel

e critico do homem, assim como sua inter-relayao com a realidade, em funyao de

sua transfonmayao e aperfeiyoamento socio-politico-economico e

cultural".(CASTRO,1983,p.176)

A socializayao e a educayao dependem do processo de interayao social, ou

seja, 0 homem safre modificac;6es a medida que sa relaciona com 0 Dutro mas

tambem influencia no comportamento do Qutro, na sua relayao de convivencia, ale

nc;ao56 assimila a cultura do seu tempo, como tambem cria urna nova cultura.

Entretanto "e a capacidade de que s6 os homens tem de reagirem, de serem

capazes de atuar junto a Qutroshomens, aprendendo e ensinando que torna

possivel a educayao". (BENEVIDES, 1991,P.131.)

o homem interagindo no seu convivio social e responsavel pela

sociallizayao. A socializayao esta sempre num processo continuo de formayao,

sempre sofrendo intervenyoes do ser humano e do grupo social em que ele faz

parte. Constata-s8 entao que, "nesse processo 0 individuo ao masmo tempo em S8

aproxima da conduta do grupo em que vive incorporando determinados padroes

sociais, age, tambilm sabre 0 grupo tendo possibilidade de modifica-lo"

(KRUPPA,1994,p.23)

Desse modo torna-S8 evidente que as padr6es sociais existentes influenciam

de forma significativa na vida do homem, nurn processo continuo e progressiva.

o homem possui a necessidade de interayao, de formar grupos sociais, "as

formas de a,iio ou vivencia que os homens recorrem, sistematicamente, visando a

satisfazer determinadas necessidades". (VIEIRA, 1992,p.25)

17

No processo de socializac;ao, as instituiyaes sociais como a familia, a eseela,

o estado, a igreja e os partidos politicos, exercem um papel fundamental.

No entanto, a linguagem, sendo fator indispensavel na vida em sociedade e

pouco reconhecida como institui980 social.

Segundo Berger,

{... J sejam quais foram as oulras caracteristicas das Qulras instituh;;:oes-familia estado, economis, sistema educacional, etc, as mesmas dependemde um arcabouyo linglHslico de classificacao e conceitos e imperativosdingidos a condula individual, em Qulras palavras dependem de urn universode significados construfdos atraves de linguagem e que 56 por maio delapodem permanecer atuantes.(1978,p.193)

Tal citac;ao deixa claro que e atraves da linguagem que as pessoas

conseguem atu8r no maio em estao inseridas.

Atraves da interaC;80 social e que 0 individuo desenvolve a cria a

possibilidade e a capacidade de aprender e ensinar, num processo de ac;ao-

reflexao-ac;ao.

Na verdade, "a educac;aoesta ligada diretamente a esta capacidade, e parte

do processo de socializac;ao que humaniza 0 homem, isto e, propicia 0

desenvolvimento de suas capacidades". (HADDAD, 1985, p.23)

A educac;aoesta presente em todas as sociedades, diferenciada no entanto

na forma em que se apresenta.

Segundo Mello,

Ao longo de sua hist6ria, em momentos e em sociedades detenninadas 0homem criou institui¢es encarregadas de transmitir certas formas deeducacao e saber. Entao surgiram as escolas; contudo, nem assim aeclucayao se d~ de fonne (mica, variando de urna escola para outra.(1985,p.65)

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Em cada periodo da hist6ria e exigido da educayao um preparo compativel

com as necessidades dos grupos sociais.

Como afirma Boisanello,

A educacao se transformou na fun~o central da sociedade. Da educavaodepende naD s6 a manuten~o e a conservaclio da sociedade, mas a suapropria(orca vital, as ralzes de que decorrertl seu crescimento,seu vigor,sua nonnalidade e seu desenvolvimento social, econOmico epoillico.(1993,p.464)

Em outras palavras, a educayao nao e um processo neulro, pOis se

apresenta comprometida com a politica e a economia de seu tempo.

Segundo a LOB de numero 9394 de 1996,

A educa«;ao promove 0 desenvolvimento do esplrito democratico epluralista, respeitador dos outros e das ideias, aberto ao dialogo e a livretroea de opinioes, fonnando cidadaos capazes de julgarem com 0 espiritocrilico e criativo 0 meio social em que se integram e de se empenharem nasua transformar,:ao progressiva.

E atraves da educayao que 0 individuo desenvolve sua consciencia social fazendo

com que ele seja urn cidadao critica, competente, inovador, reflexivo e transformador da

sociedade, exercendo a sua cidadania plena mente, organizando·se pOliticamente,

reivindicando seus direitos, denunciando as injustiyas e curnprindo seus deveres.

19

3- VALORIZACAO DAS AULAS DE ARTE E POSSiVEL?

Quando se fala em arte e no seu ensino na escola sempre se tern que

justificar. explicar au provar seu valor. E issa ocorre justa mente porque as pessoas

naD percebem a presenya da arta em suas vidas 8, muitas vezes, nem percebem

que necessitam dela para viver. A arte e uma constante na nossa vida, ela faz parte

da historia de todos nos.

a que percebe-se e que 0 ensino da arte esta sendo relegado ao segundo

plano, ou e encarado como mera atividade de lazer e recrea9iio. E muito utilizada

nas datas comemorativas, pintando desenhos xerocados e estereotipados, nae

permitindo que a aluno erie e reerie suas proprias tecnicas de representac;ao, sendo

a livre expressao ainda um poueo melhor do que dar model as preconcebidos pelo

adulto Atualmente 0 mundo e a Arts necessitam de pessoas informadas,

reflexivas e conscientes.

Segundo Ana Mae Barbosa, "Somente a a~ao inteligente e empatica do

professor pode tarnar a Arta ingrediente essencial para favorecer 0 cr8scimento

individual e 0 comportamento de cidadao como fruidor de cultura e conhecedor da

constru9iio de sua na9iio." (2003,p.14)

Para Barbosa (2003), ocorreram varias mudan~s no ensino da arte,

vejamos em quais sentidos:

Maior compromisso com a cultura, com a historia, it livre expressao, a Arte-

Educa9iio como objetivo de ensino. a slogan modernista de que todos somos

artistas era ut6pico e foi substituido pela ideia de que todos podemos compreender e

usufruir da Arte.

20

As aulas de Arte e a contextualiza9iio hist6rica social, antropol6gica e/ou

estatica da obra. S6 urn saber consciente e informado torna passlvel a

aprendizagem em Arte. Enfase na inter-rela9iio entre 0 fazer, a leitura da obra

Nao mais se pretende desenvolver apenas urna vaga sensibilidade par meio

da Arte, mas tambem se aspira influir positivamente no desenvolvimento cultural dos

estudantes pelo ensino/aprendizagem da Arte. Nilo podemos entender a cultura de

um pais sem conhecer a Arte. A Arte na EducaC;aocomo expressao pessoal e como

cultura e um importante instrumento para a identifica9iio culiural e 0

desenvolvimento individual. Por meio da Arte e possivel desenvolver a percep9iio e

a imaginayao, aprender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade

critica, permitindo ao individuo analisar a realidade percebida e desenvolver a

criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada.

o conceito de criatividade tambem ampliou. Pretende-se nao s6 desenvolver

a criatividade par intermedio do fazer Arts mas tambem palas leituras, interpreta96es

das obras de Arte. Atualmente, a elabora9iio e a flexibilidade sao extremamente

valorizados. Desconstruir para construir, selecionar, reelaborar, partir do conhecido e

modifica-Io de acordo com 0 contexte e a necessidade sao processos criadores,

desenvolvidos pelo fazer ever Arte, fundamentais para a sobrevivencia no mundo

cotidiano.

A necessidade de uma alfabetizaC;aovisual vem confirmando a importancia do

papel da Arte na Escola. A leitura do discurso visual, que nao resume apenas aanalise de forma, cor, linha, volume, equillbrio, movimento, ritmo, mas

principalmente e centrada na significa9iio que esses atributos, em diferentes

contextos, conferem a imagem e um imperativo da contemporaneidade. Os modos

de recrea9iio da obra de arte e da imagem ao ampliarem 0 significado da pr6pria

21

obra de arte e eta S8 incorporam. A leitura das imagens fixas e m6veis da

publici dade e da Arta na Escata nos ajuda a exercitar a consciemcia acerca daquilo

que aprendemos por meio da imagem. Por outro lado, na escola a leitura da obra de

arte prepara 0 grande publico para a recepyao da Arte e nesse sentido Arte-

Educayao e tambem mediayao entre a Arte e 0 publico.

Outro aspecto importante da Arte na escola em nossos dias Ii 0 fato de se

reconhecer que 0 conhecimento da imagem e de fundamental importancia naD 56

para 0 desenvolvimento da subjetividade mas tambem para a desenvolvimento

profissional.

Os itens mencionados aeirna deveriam estar incutidos na pratica pedag6gica

de todos os professores e nilo somente pela minoria dos professores que sao

conscientes do seu papel. Precisamos das aulas de Arte, elas sao imprescindiveis

para 0 desenvolvimento humano, pais nela compreendem as atividades de fazer,

criar, perceber, refletir, ler, interpretar, entre outras

Deve-s8 tar consciencia e entender a arte como area de conhecimento em

masmo pe de igualdade que as outras disciplinas do currIcula escolar, urn dos fates

marcantes que ocorrem mostrando a desvalorizayao da disciplina de Arte e que ela

e a unica materia que profissionais sem habilitac;ao podem dar aula.

Para que 0 ensino da Arte seja valorizado os professores precisam mostrar

sua capacidade transformadora.

Arte e Educayao caminham lade a lado na transformayao da sociedade, 0

trabalho consciente de professores competentes traduzem conhecimentos em

a<;6es

22

CONSIDERAC;;OESFINAlS

Nao se podem lapar os olhos e fingir que 0 Ensino da Arte esta caminhando

perfeitamente au mesma satisfatoriamente.

Conhecendo melhor a realidade das escolas publicas de Pirai do Sui,

constata-se que 0 Ensino da Arte nao vem cumprindo com a lun9ao de ajudar na

10rma9ilode individuos conscientes do seu papel na sociedade, pois a arte valoriza

a organiza980 do mundo da crian98 e do jovem, sua autocompreensao, assim como

a relacionamento com 0 outro e com a meio.

Os profissionais entrevistados possuem urna 6tima forma~o e urn amplo

conhecimento sabre a arte, existe, no entante varias barreiras impedindo asses

prolessores de realizarem 0 trabalho desejado.

Alguns latores como lalta de valoriza9ilo da disciplina de Arte por parte das

escolas, dasses numerosas, espa90 inadequado para a realiza9ilo das aulas, lalta

de material, tudo iS50 impede 0 born desempenho desses profissionais, mas masma

assim asses professores trabalham com Arte porque gostam, mostrando que as

barreiras existentes nao impedem de lazer 0 melhor dentro de suas possibilidades.

Enfim, samente atraves de urna proposta educacional que mostre a

valoriza~o da disciplina de Arie junto com profissionais conscientes e

compromissados, e que ocorrerao transforma~6es significativas, tendo um ensino de

qualidade e consequentemente as crian92s terao desenvolvido suas potencialidades

para a sua vida adulta, formando cidadaos reflexivos e criticos com uma visao de

mundo diferenciada, tornando assim uma sociedade mais justa e igualitaria.

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