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Grupo de Comunicação
CLIPPING 12 de setembro de 2019
MENINOS SOLTANDO PIPAS, PORTINARI, 1938 DIA NACIONAL DA RECREAÇÃO
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Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
Barco percorre o Rio Pinheiros, na zona sul da capital ........................................................................ 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E EIO AMBIENTE ......................................................................... 5
Melhores skatistas do mundo disputam em São Paulo vaga para Tóquio 2020 ....................................... 5
Com tricampeão olímpico Shaun White, Mundial de skate park começa em São Paulo ............................ 6
ExpoVerde 2019 recebe 80 mil visitantes ......................................................................................... 8
Sabesp apresenta revisão do contrato de metas e investimentos em Suzano ........................................ 9
Sabesp e Prefeitura de Santo André anunciam segundo pacote de obras ............................................ 10
Por que é possível falar do Pinheiros limpo para 2022 ...................................................................... 11
Sabesp assume a distribuição de água em Santo André ................................................................... 12
Esgoto polui rio em Embu-Guaçu ................................................................................................... 13
Conversa com Edison Airoldi e Stela Goldenstein ............................................................................. 14
Cidade: Sabesp começou a operar serviços de água e esgoto ........................................................... 15
Sabesp revisa contrato e prevê investimentos de R$ 600 mi até 2041 ............................................... 16
Sabesp anuncial R$ 17 milhões para Sto André ............................................................................... 18
Sabesp assume saneamento de S. André e anuncia obras para acabar com a falta d’água .................... 19
Mercedes-Benz firma parceria para contratar funcionários da Ford ..................................................... 20
Alexandre Baldy detalha projeto de mobilidade para o ABC ............................................................... 21
Colisões envolvendo caminhões complicam região ........................................................................... 22
CEI da GRU Airport recebe representantes da CETESB ..................................................................... 23
Acidentes na região ..................................................................................................................... 24
Acidente envolvendo caminhão tanque em Limeira .......................................................................... 25
Brodowski terá centro empresarial na rodovia ................................................................................. 26
Vizinhos da Saturnia fazem abaixo-assinado contra garimpo em terreno ............................................ 27
Caminhão tomba com 40 mil litros de etanol .................................................................................. 30
Carreta carregada com etanol tomba na rodovia de Limeira .............................................................. 31
CETESB indica boa qualidade do ar em Araraquara .......................................................................... 32
Discussão sobre rodízio de carros e inspeção pode ser retomada no ABC ............................................ 33
Consultor que fez EIA-Rima do Centro Logístico é indiciado por laudo falso ......................................... 35
No Orquidário Ruth Cardoso há flores o ano inteiro - Dica de passeio ................................................. 36
Tempo seco compromete qualidade do ar em SP ............................................................................. 37
Sabesp anuncia segundo pacote de obras para melhorar abastecimento............................................. 38
Escola de Sto.André recebe ação social neste sábado - Diário do Grande ABC - ................................... 39
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 40
O concurso que reúne as fotos mais cômicas de animais selvagens ................................................... 40
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 42
Painel: Desobediência a ordem expressa de Bolsonaro foi gota d’água e levou à queda de Cintra .......... 42
Após Dersa, Doria quer acabar com outra estatal alvo de investigação em SP ..................................... 44
Folha e IDS realizam debate sobre tarifa de água e esgoto ............................................................... 46
'Nós falhamos na comunicação', diz Salles sobre crise ambiental ....................................................... 47
Bolsonaro nunca incentivou invasões, diz presidente do ICMBio ........................................................ 49
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Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Marcia Tiburi vai dar aulas sobre 'capitalização do ridículo na política' ....................... 52
Arte rupestre e tecnologia se completam no Parque Nacional da Serra da Capivara ............................. 54
ESTADÃO ................................................................................................................................... 56
Todos contra o mosquito .............................................................................................................. 56
Abjuração ................................................................................................................................... 58
Tributação em números ............................................................................................................... 60
Em um mundo inundado por plásticos, uma fábrica gigante surge nos EUA para produzir ainda mais ..... 62
Gastos com ações de gestão ambiental do País despencam neste ano ................................................ 65
Divisão do ICMBio refuta dados de auditoria interna sobre consumo de carros sucateados .................... 68
Deputado dos EUA quer impedir importação de carne, petróleo e soja do Brasil .................................. 70
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 72
CTG recorre à biotecnologia no combate ao mexilhão ...................................................................... 72
MME espera aval do TCU para leilão ainda este mês ........................................................................ 74
Incertezas preocupam o setor de petróleo e gás na Argentina ........................................................... 75
Sem plano, não haverá gás para crescer ........................................................................................ 77
Empresariado de infraestrutura está menos otimista ........................................................................ 79
ExxonMobil reforça presença na costa sergipana ............................................................................. 80
Setor químico tem primeira emissão verde com Sabará ................................................................... 81
STF permite pulverização aérea de inseticida .................................................................................. 83
Campanha Brazil by Brasil rebate críticas ....................................................................................... 84
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Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo: Portal do Governo SP
Data: 17/07/2019
Barco percorre o Rio Pinheiros, na
zona sul da capital
https://globoplay.globo.com/v/7916723/
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Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
EIO AMBIENTE Veículo: Isto é
Data: 12/09/2019
Melhores skatistas do mundo disputam em São Paulo vaga para Tóquio 2020
A disputa por uma vaga nos Jogos Olímpicos
de Tóquio 2020 é uma das atrações do
Campeonato Mundial de Skate Park, que reúne
entre esta quinta-feira e o próximo domingo
os melhores skatistas do mundo em São
Paulo.
Esta competição é a que mais conta pontos
para o ranking de classificação para a próxima
Olimpíada, onde este esporte fará sua estreia,
ao lado do surfe, escalada e caratê.
Na capital paulista “vai ter muito skate. A
galera está mandando muito na pista como
nunca tinha visto antes. Todo mundo sabe que
este campeonato é importante, e todo mundo
está dando ‘110%’. Eu acho que isso é muito
legal de ver”, disse à AFP o catarinense Pedro
Barros, oito vezes campeão mundial e atual
número 1 do mundo.
A competição, que será realizada na pista do
Parque Cândido Portinari, oferece 80 mil
pontos ao vencedor, superando em pontuação
as etapas do Pro Tour (60 mil pontos) e os
eventos Five Star (40 mil).
Além de Pedro, apontado como sucessor de
Sandro Dias e Bob Burnquist, a competição vai
reunir grandes nomes do skate mundial como
a também catarinense Yndiara Asp, o paulista
Luizinho Francisco, os americanos Shaun
White (tricampeão olímpico de snowboard) e
Heimana Reynolds (medalha de ouro no
Aberto Internacional de skate, disputado na
China), e as japonesas líderes do ranking
mundial Misugu Okamoto e Sakura Yosozumi,
que buscarão ao lado dos 160 participantes
uma vaga nos Jogos Olímpicos.
Este evento é o último teste da primeira fase
da qualificação olímpica. Os atletas com a
melhor pontuação geral se classificam
diretamente para as semifinais da segunda
fase.
Para definir os atletas que estarão em Tóquio
no próximo ano, serão contabilizados os dois
melhores resultados da primeira fase olímpica
(de janeiro a setembro) e os quatro melhores
da segunda fase (de setembro a maio de
2020).
“A realização do Mundial no Brasil não é
apenas uma conquista de gestão esportiva no
âmbito estrutural. É graças ao reconhecimento
que a World Skate tem no trabalho da
Confederação Brasileira de Skate que estamos
conseguindo isso”, disse o presidente da
Confederação Brasileira de Skate, Eduardo
Musa.
“É muito importante proporcionar aos
skatistas um ambiente com o calor da torcida
brasileira na competição mais importante de
park na temporada. Sem dúvida, o evento vai
marcar história”, acrescentou.
Além da disputa na park, São Paulo também
será palco da última etapa da Street League
Skateboarding (SLS) de 2019, maior
campeonato da modalidade street, que é
também olímpica. O evento, considerado o
mundial da liga, será realizado no Pavilhão do
Anhembi, nos dias 21 e 22 de setembro, e é
classificatório para Tóquio-2020.
https://istoe.com.br/melhores-skatistas-do-
mundo-disputam-em-sao-paulo-vaga-para-
toquio-2020/
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Globo/ R7/ Terra
Data: 12/09/2019
Com tricampeão olímpico Shaun
White, Mundial de skate park começa em São Paulo
SÃO PAULO - O multicampeão Shaun White é
uma das principais atrações do Mundial de
skate na modalidade park , que terá início
nesta quinta-feira, no Parque Cândido
Portinari, em São Paulo . Tricampeão olímpico
no snowboard, o norte-americano busca agora
conquistar classificação para disputar os Jogos
de Verão pela primeira vez na carreira.
Por enquanto, o skatista se exime de
comparar o que representa competir em cada
versão olímpica.
—Os Jogos de Inverno foram incrivelmente
desafiadores todas as vezes em que competi.
Mas é difícil comparar com os Jogos de Verão.
Acho que poderei responder melhor essa
questão daqui um ano — brincou o atleta, em
entrevista ao O GLOBO.
— Mas acho que será um alívio estar longe do
frio das montanhas e do sol escaldante do
Brasil — acrescenta ele, que veio ao Brasil
pela primeira vez e ficou surpreso com a
temperatura que chegou a 30ºC neste inverno
paulistano.
Ainda sem pontuação no ranking mundial,
Shaun White espera estar entre os três norte-
americanos classificados para Tóquio 2020. O
ranking, que define as vagas olímpicas, será
fechado em maio. Por conta disso, o skatista
evita falar em chances de medalha em Tóquio
2020.
— Gosto de levar as coisas um dia de cada
vez. Este Campeonato Mundial aqui no Brasil
será minha primeira grande competição em
busca da classificação para a Olimpíada. Acho
que, após vários eventos, saberei melhor
quais serão as minhas chances — analisa.
Superação olímpica
Que ninguém duvide da capacidade de Shaun
White. O atleta já pode ser considerado um
vencedor desde a infância. Ele nasceu com a
chamada tetralogia de Fallot, que consiste em
quatro malformações cardíacas. Teve que
passar por duas cirurgias cardíacas antes de
completar um ano de idade. Foi apenas o
início de suas provações na infância.
— Nasci com um defeito cardíaco congênito.
Fiz várias cirurgias para corrigir as
complicações surgidas desse problema —
lembra ele, que se recusou a conviver com
limitações físicas desde a infância.
— Eu deveria ter me tornado um garoto lento
e sedentário. Acho que isso me instigou a lutar
para superar tudo. Minha saída foi o
snowboard e o skate — acrescenta ele.
Ganhou fama em nível mundial aos 19 anos,
quando se tornou campeão olímpico de
snowboard, na modalidade halfpipe em Turim
2006. Quatro anos depois, bisou a conquista
em Vancouver, com um recorde de 48,6
pontos (a pontuação máxima é 50).
Em 2014, passou pela decepção de ficar fora
do pódio olímpico em Sochi. Na ocasião,
terminou na quarta posição. Quatro anos
depois, passou por acidente quando treinava
na Nova Zelândia justamente para os Jogos de
Inverno. Ele bateu a cabeça na pista e levou
62 pontos. Nada que o impedisse de ir à pista
em PyeongChang 2018 para conquistar o
terceiro ouro olímpico.
Relação com o Brasil
Agora no skate park, sabe que os desafios
poderão ser ainda maiores. Inclusive contra o
exército de brasileiros. Para ele, um se
destaca.
— Acho que Pedro Barros é um skatista
incrível. Ele não só faz grandes manobras para
vencer provas, mas também tem a
consistência necessária para acertar as
corridas durante uma competição.
Definitivamente vou estar de olho nele e
torcer por ele — afirma o norte-americano.
Pedro Barros participa de treino para o
Mundial de skate park Foto: Pablo Vaz /
O brasileiro, vice-líder do ranking mundial,
surpreendeu-se com o elogio de Shaun White.
— Fico lisonjeado de receber um elogio de
uma lenda como Shaun White. Já competi
diversas vezes com ele na época em que
competia no vertical. Com certeza ele é um
atleta diferenciado. Uma lenda no skate e no
snowboard — agradece o brasileiro.
Movido a desafios aos 33 anos em uma
modalidade em que conta com rivais com
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Grupo de Comunicação
talentos precoces, Shaun White ainda não
pensa em parar.
— Enquanto estiver inspirado, continuarei a
competir no snowboard ou no skate —
garante.
— Mas, quando decidir me aposentar, não
será o fim. Sempre vou amar e disputar esses
esportes, mesmo que por diversão. Quem
sabe talvez volte para São Paulo e aprenda a
dançar salsa com todo meu tempo livre —
brinca o skatista, confundindo os ritmos
brasileiros e caribenhos.
https://oglobo.globo.com/esportes/com-
tricampeao-olimpico-shaun-white-mundial-de-
skate-park-comeca-em-sao-paulo-23941295
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8
Grupo de Comunicação
Veículo: Sigamais.com
Data: 12/09/2019
ExpoVerde 2019 recebe 80 mil
visitantes
Além da exposição, parque e shows, público
teve contato com vários exemplos de
sustentabilidade.
ExpoVerde 2019 contou com rodeio, prova dos
três tambores e shows todas as noites com as
duplas Thiago & Graciano; Munhoz & Mariano;
Thaeme & Thiago; Brenno & Matheus e Jads &
Jadson (Da Assessoria).
Depois de cinco dias de festa com entrada
franca, a ExpoVerde 2019 chegou ao fim.
Passaram pelo recinto poliesportivo mais de
80 mil pessoas tanto de Adamantina quanto
de Lucélia, Flórida Paulista, Caiabu e outras
cidades da região.
A 29ª Feira do Verde e Exposição
Agropecuária, Comercial e Industrial de
Adamantina mobilizou comerciantes do
município, da região, da capital do estado e
também de Minas Gerais.
Além das atrações dos estandes com roupas,
artesanato, flores, plantas e outros, durante
os cinco dias de feira, os visitantes puderam
conhecer de perto o Planeta Inseto.
Por meio desse jardim zoológico de insetos
que é único no Brasil e na América Latina e
que conta com autorização do IBAMA e da
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de
São Paulo, aqueles que passaram pelo
estande aprenderam de forma lúdica e
interativa sobre os organismos e o universo
em que eles estão inseridos.
Além do Planeta Inseto, uma Maquete
Sustentável apresentou as diferenças entre
uma cidade que pensa no meio ambiente e faz
a sua preservação e outra que cresce de
forma desordenada. Essa iniciativa teve como
base o tema da festa que foi
“Sustentabilidade”.
A fim de incentivar a separação correta do lixo
durante os dias de exposição, a Prefeitura de
Adamantina promoveu uma gincana com os
alunos das EMEFs do município.
Os estudantes trouxeram mais de três mil
garrafas pets que foram transformadas em
lixeiras pelos catadores de material reciclável.
Os mesmos foram credenciados e recolheram
durante os cinco dias de festa todo o material
reciclável produzido durante a ExpoVerde.
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Haddad
Durante a 29ª Feira do Verde e Exposição
Agropecuária, Comercial e Industrial de
Adamantina foi realizada ainda uma cerimônia
solene de entrega de um caminhão e um
revolvedor que integram o Acordo do
Programa de Eficiência Energética (PEE).
Essa parceria é celebrada entre a Prefeitura e
a UniFAI com a empresa Energisa Sul-Sudeste
Distribuidora de Energia S.A. Para execução
do projeto, serão investidos no município mais
de R$600 mil reais destinados a aquisição dos
equipamentos que serão doados a Prefeitura,
além de investimentos técnicos e
administrativos.
Além das atrações dos estandes com roupas,
artesanato, flores, plantas e outros, durante
os cinco dias de feira, os visitantes puderam
conhecer de perto o Planeta Inseto (Da
Assessoria).
A iniciativa visa o aproveitamento dos resíduos
de poda de árvores e os resíduos orgânicos
das cozinhas das escolas municipais para
serem transformados em adubo e destinado à
população por meio do programa Agricultura
Familiar e para os participantes dos programas
sociais da Secretaria de Assistência e
Desenvolvimento Social.
Ainda durante a exposição, as pessoas
puderam participar de um curso sobre o
cultivo de orquídeas e de um seminário sobre
a “A Importância do Reprodutor Puro de
Origem (PO) no rebanho comercial”
A ExpoVerde 2019 ainda contou com rodeio,
prova dos três tambores e shows todas as
noites com as duplas Thiago & Graciano;
Munhoz & Mariano; Thaeme & Thiago; Brenno
& Matheus e Jads & Jadson.
https://www.sigamais.com/noticias/lazer/expo
verde-2019-recebe-80-mil-visitantes/
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9
Grupo de Comunicação
Veículo: Prefeitura de Suzano/ABC
Repórter
Data: 12/09/2019
Sabesp apresenta revisão do contrato de metas e investimentos em Suzano
Atualização foi consolidada a partir do futuro
Plano Municipal de Saneamento; estão
previstos R$ 600 milhões pelos próximos 22
anos
Com o objetivo de universalizar o
fornecimento de água e o tratamento de
esgoto em Suzano, a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente e a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp) se reuniram com o prefeito
Rodrigo Ashiuchi para apresentar uma prévia
da revisão do Contrato de Programa, Plano de
Metas, Plano de Investimentos e demais
anexos.
A revisão foi consolidada a partir do Plano
Municipal de Saneamento elaborado pela
prefeitura, já apresentado em audiência
pública e que está em tramitação na Câmara.
Os investimentos previstos da Sabesp no
município serão superiores a R$ 600 milhões,
distribuídos nos próximos 22 anos.
Na oportunidade, a equipe da Sabesp
apresentou informações sobre os trabalhos
para ampliação do sistema de esgotamento
sanitário concluídas nos bairros Vila Fátima,
Parque Buenos Aires, Jardim do Lago e
Recanto Ouro Fino. Detalhou também as obras
que estão em andamento no Jardim Dora,
Jardim Alto da Boa Vista, Vila Voegels, Vila
Ipelândia, Recreio das Palmas, Jardim Ikeda,
Jardim Silvestre e Jardim Ana Rosa, e os
futuros serviços em diversos locais de Suzano,
com destaque para o Jardim Brasil, com
previsão de início em novembro deste ano.
Todas as intervenções no distrito de Palmeiras
irão beneficiar mais de 5 mil famílias.
A Sabesp prevê o aumento da capacidade de
reservação, para garantir o abastecimento de
água e atender ao crescimento do município,
com a implantação futura de dois
reservatórios, ampliação de redes de
distribuição e adequação de boosters.
Ainda na região sul, a companhia deverá
iniciar obras no bairro Rincão das Lendas. Já
na região norte, a Sabesp anunciou a
implantação de sistema de saneamento na
estrada Portão do Honda, após regularização
de uma área na região do Jardim Gardênia
Azul pela Prefeitura de Suzano. Esse trabalho
irá beneficiar mais de 2 mil moradias.
O prefeito reiterou que sua intenção é que,
após essa etapa, a empresa possa agilizar o
processo de ampliar o fornecimento de água e
a coleta e o tratamento de esgoto,
principalmente em bairros que são regidos por
leis ambientais. Ashiuchi disse que pediu
prioridade também para a ligação em bairros
onde famílias abastecem suas casas por meio
de caixas d’água comunitárias. Para ele, o
objetivo é oferecer mais qualidade de vida aos
cidadãos e acabar com essa triste realidade.
Segundo o superintendente da Unidade de
Negócio Leste da Sabesp, Maycon Rogério de
Abreu, a revisão do Contrato de Programa,
assim como do Plano de Metas e
Investimentos, está norteada pelas diretrizes
do Plano Municipal de Saneamento, que foi
encaminhado à Câmara de Suzano para ser
analisado e votado.
“Sabemos que a prefeitura está avançando e
que o plano está prestes a ser oficialmente
lançado na cidade. Por isso, já trouxemos a
nossa a revisão do contrato e a equipe
técnica, para que tenhamos um alinhamento,
inclusive das demandas, junto ao Meio
Ambiente a ao prefeito, que conhecem a
realidade do município e as prioridades das
famílias”, explicou Abreu.
Também estiveram na reunião o secretário
municipal de Meio Ambiente, Edson Gianuzzi,
a diretora da pasta, Solange Wuo, a
representante da Unidade de Planejamento e
Assuntos Estratégicos da Prefeitura de
Suzano, Bruna Beatriz Godinho Correia, e
integrantes da Unidade de Negócio Leste da
Sabesp: a gestora de Planejamento Técnico,
Michele Oliveira; a gerente de Departamento
de Planejamento, Ana Lucia Scavassini; o
gerente do Polo de Manutenção de Esgoto,
Wilian Ferreira dos Reis, o gerente da
Comercial, Zemicindo Miguel Mendes; a
encarregada da Comercial, Carolina Queiroz; e
o gerente de Departamento da UGR Alto Tietê,
Eduardo Camargo Afonso.
http://www.suzano.sp.gov.br/web/sabesp-
apresenta-revisao-do-contrato-de-metas-e-
investimentos-em-suzano/
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10
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 12/09/2019
Sabesp e Prefeitura de Santo André
anunciam segundo pacote de obras -
Flavia Kurotori
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo) e a Prefeitura de
Santo André anunciaram, na tarde desta
quarta-feira (11), o segundo pacote de obras
na cidade. Com investimento de R$ 17
milhões, as intervenções incluem a instalação
de novas adutoras e a ampliação da rede de
água. Aproximadamente 332 mil habitantes
serão beneficiados.
O prefeito Paulo Serra (PSDB) destacou que
este é o segundo de três questões que devem
ser melhoradas em até seis anos. “Até
dezembro, vamos melhorar a qualidade de
distribuição da água, por meio das novas
adutoras; até junho de 2020, iremos resolver
o problema de regiões que não tem
abastecimento, e teremos esgoto 100%
tratado em seis anos”, explicou.
Nesta fase, será instalada adutora que irá
atender moradores dos arredores dos bairros
Vila Vitória e Jardim Miguel Ângelo, cuja obra
inicia dia 18. A partir de 2 de outubro, no
Parque Miami e Recreio da Borda do Campo
haverá duplicação da adutora. O terceiro
empreendimento é a implementação de redes
de distribuição e ligações de água às
residências do Recreio da Borda do Campo.
As obras do primeiro pacote iniciaram no dia
21, com a duplicação de adutora que atende o
Parque Erasmo Assunção e outros sete bairros
do entorno. Com previsão de término em
novembro, Roberval Tavares de Souza,
superintendente da Unidade de Negócio
Centro da Sabesp, garantiu que 30% do
processo já está concluído.
Vale lembrar que o anúncio foi realizado no
mesmo dia em que a empresa assume as
operações na cidade. “Hoje, 12 mil imóveis já
receberam a primeira conta com o nome da
Sabesp”, observou Souza.
https://www.dgabc.com.br/Noticia/3128622/s
abesp-e-prefeitura-de-santo-andre-anunciam-
segundo-pacote-de-obras
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11
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta de Santo Amaro / Jornal
de Moema/ Gazeta dpo
Broklin/Interlagos Newa
Data: 12/09/2019
Por que é possível falar do Pinheiros limpo para 2022
http://cloud.boxnet.com.br/y6djksb4
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12
Grupo de Comunicação
Veículo: SPTV1
Data: 12/09/2019
Sabesp assume a distribuição de água em Santo André
http://cloud.boxnet.com.br/y55a6v2a
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13
Grupo de Comunicação
Veículo: SPTV1
Data: 12/09/2019
Esgoto polui rio em Embu-Guaçu
http://cloud.boxnet.com.br/y4cut6wk
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14
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Eldorado
Data: 12/09/2019
Conversa com Edison Airoldi e Stela
Goldenstein
http://cloud.boxnet.com.br/yyppx8ph
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15
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio CBN
Data: 12/09/2019
Cidade: Sabesp começou a operar
serviços de água e esgoto
http://cloud.boxnet.com.br/y4sw2bg8
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: Diáraio de Suzano/ Diário do Alto
Tietê
Data: 12/09/2019
Sabesp revisa contrato e prevê investimentos de R$ 600 mi até 2041
Revisão foi consolidada a partir do Plano
Municipal de Saneamento elaborado pela
prefeitura, já apresentado em audiência
pública e que está em tramitação na Câmara
Equipe da Sabesp apresentou informações
sobre os trabalhos para ampliação do sistema
de esgotamento sanitário concluídas nos
bairros
Com o objetivo de universalizar o
fornecimento de água e o tratamento de
esgoto em Suzano, a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente e a Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) se
reuniram com o prefeito Rodrigo Ashiuchi para
apresentar uma prévia da revisão do Contrato
de Programa, Plano de Metas, Plano de
Investimentos e demais anexos.
A revisão foi consolidada a partir do Plano
Municipal de Saneamento elaborado pela
prefeitura, já apresentado em audiência
pública e que está em tramitação na Câmara.
Os investimentos previstos da Sabesp no
município serão superiores a R$ 600 milhões,
distribuídos nos próximos 22 anos.
Na oportunidade, a equipe da Sabesp
apresentou informações sobre os trabalhos
para ampliação do sistema de esgotamento
sanitário concluídas nos bairros Vila Fátima,
Parque Buenos Aires, Jardim do Lago e
Recanto Ouro Fino. Detalhou também as obras
que estão em andamento no Jardim Dora,
Jardim Alto da Boa Vista, Vila Voegels, Vila
Ipelândia, Recreio das Palmas, Jardim Ikeda,
Jardim Silvestre e Jardim Ana Rosa, e os
futuros serviços em diversos locais de Suzano,
com destaque para o Jardim Brasil, com
previsão de início em novembro deste ano.
Todas as intervenções no distrito de Palmeiras
irão beneficiar mais de 5 mil famílias.
A Sabesp prevê o aumento da capacidade de
reservação, para garantir o abastecimento de
água e atender ao crescimento do município,
com a implantação futura de dois
reservatórios, ampliação de redes de
distribuição e adequação de boosters.
Ainda na região sul, a companhia deverá
iniciar obras no bairro Rincão das Lendas. Já
na região norte, a Sabesp anunciou a
implantação de sistema de saneamento na
estrada Portão do Honda, após regularização
de uma área na região do Jardim Gardênia
Azul pela Prefeitura de Suzano. Esse trabalho
irá beneficiar mais de 2 mil moradias.
O prefeito reiterou que sua intenção é que,
após essa etapa, a empresa possa agilizar o
processo de ampliar o fornecimento de água e
a coleta e o tratamento de esgoto,
principalmente em bairros que são regidos por
leis ambientais. “Pedi prioridade também para
que façam ligação em bairros onde famílias
abastecem suas casas por meio de caixas
d’água comunitárias. Quero oferecer mais
qualidade de vida aos cidadãos e acabar com
essa triste realidade”, disse Ashiuchi.
Segundo o superintendente da Unidade de
Negócio Leste da Sabesp, Maycon Rogério de
Abreu, a revisão do Contrato de Programa,
assim como do Plano de Metas e
Investimentos, está norteada pelas diretrizes
do Plano Municipal de Saneamento, que foi
encaminhado à Câmara de Suzano para ser
analisado e votado.
“Sabemos que a prefeitura está avançando e
que o plano está prestes a ser oficialmente
lançado na cidade. Por isso, já trouxemos a
nossa a revisão do contrato e a equipe
técnica, para que tenhamos um alinhamento,
inclusive das demandas, junto ao Meio
Ambiente a ao prefeito, que conhecem a
realidade do município e as prioridades das
famílias”, explicou Abreu.
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Grupo de Comunicação
Também estiveram na reunião o secretário
municipal de Meio Ambiente, Edson Gianuzzi,
a diretora da pasta, Solange Wuo, a
representante da Unidade de Planejamento e
Assuntos Estratégicos da Prefeitura de
Suzano, Bruna Beatriz Godinho Correia, e
integrantes da Unidade de Negócio Leste da
Sabesp: a gestora de Planejamento Técnico,
Michele Oliveira; a gerente de Departamento
de Planejamento, Ana Lucia Scavassini; o
gerente do Polo de Manutenção de Esgoto,
Wilian Ferreira dos Reis, o gerente da
Comercial, Zemicindo Miguel Mendes; a
encarregada da Comercial, Carolina Queiroz; e
o gerente de Departamento da UGR Alto Tietê,
Eduardo Camargo Afonso.
https://www.diariodesuzano.com.br/cidades/s
abesp-revisa-contrato-e-preve-investimentos-
de-r-600-mi-ate-2041/49996/
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Grupo de Comunicação
Veículo: Metro ABC
Data: 12/09/2019
Sabesp anuncial R$ 17 milhões para
Sto André
http://cloud.boxnet.com.br/yy9vjqjs
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Grupo de Comunicação
Veículo: ABC Repórter/Diário Regional
Data: 12/09/2019
Sabesp assume saneamento de S.
André e anuncia obras para acabar com a falta d’água
http://cloud.boxnet.com.br/y253arca
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20
Grupo de Comunicação
Veículo: Folha do ABC Online
Data: 12/09/2019
Mercedes-Benz firma parceria para
contratar funcionários da Ford
O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando,
e o presidente da Mercedes-Benz no Brasil e
na América do Sul, Philipp Schiemer,
firmaram, na quarta (11), parceria para
contratação preferencial de ex-funcionários da
fábrica da Ford, instalada no município. O
compromisso foi selado em reunião realizada
na sede da montadora alemã na cidade. O
encontro contou ainda com a presença do
Diretor de Comunicação Corporativa e
Relações Institucionais da Mercedes-Benz do
Brasil e presidente da Anfavea, Luiz Carlos
Moraes, além do secretário de
Desenvolvimento Econômico, Hiroyuki Minami.
A reunião estabeleceu um cadastro
preferencial de ex-funcionárias da fábrica da
Ford de São Bernardo que deverá ser utilizado
para preenchimento de futuras vagas a serem
abertas pela Mercedes-Benz na sua planta
instalada no município.
Este é o segundo acordo firmado pelo prefeito
Orlando Morando com montadoras do Grande
ABC com o objetivo de garantir a manutenção
de empregos de profissionais desligados da
montadora americana. Em agosto, parceria
similar foi oficializada com o presidente da
General Motors (GM) na América do Sul,
Carlos Zarlenga.
“O encontro com a direção da Mercedes foi
muito positivo. A proposta do cadastro foi
muito bem recebida pelo presidente da
montadora no Brasil, Philipp Schiemer. Mais
uma prova de que a Mercedes continua
acreditando firme na nossa cidade. Investindo,
gerando novos empregos e mais recentemente
retomando o segundo turma na sua produção
de ônibus. Fica aqui meu agradecimento a
toda direção da empresa”, afirmou Morando.
COMPROMISSO – Durante a reunião, o
prefeito Orlando Morando firmou ainda um
novo protocolo junto a empresa para combate
às enchentes nas proximidades da fábrica da
montadora. O acordo prevê a criação de um
canal direto entre a Prefeitura de São
Bernardo, Mercedes-Benz e Daee
(Departamento de Águas e Energia
Elétrica) para monitoramento e limpeza
regular do piscinão Mercedes/Pauliceia.
“Fica aqui meu agradecimento ao prefeito
Orlando Morando pela parceria. Nós temos
tido uma colaboração muito boa da Prefeitura,
incluindo, agora a prevenção de novas
enchentes que é uma preocupação de todos
nossos funcionários”, destacou o presidente da
montadora, Philipp Schiemer, ao frisar os
últimos investimentos na cidade. “Apenas
neste ano, a Mercedes-Benz já contratou 700
funcionários na fábrica de São Bernardo, o que
tem ajudado a cidade a crescer”.
INVESTIMENTO – Em agosto, a Mercedes
retomou o segundo turno da produção de
chassis de ônibus em São Bernardo. A
operação com turno único acontecia desde
2016 e a mudança foi impulsionada pela
renovação da frota dos coletivos em São
Paulo. Além disso, a empresa vai entregar R$
1,4 bilhão de investimento da nova linha de
caminhões em 2020.
http://cloud.boxnet.com.br/y36u5dxc
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21
Grupo de Comunicação
Veículo: Repórter Diário online
Data: 12/09/2019
Alexandre Baldy detalha projeto de
mobilidade para o ABC
O secretário estadual de Transporte
Metropolitanos, Alexandre Baldy, visitará os
prefeitos da região nesta quinta-feira (12). O
encontro se dará na sede do Consórcio
Intermunicipal Grande ABC, em Santo André.
A ideia é detalhar todo o plano de transporte
para a região, principalmente as reformas nas
estações da CPTM, a linha 20-Rosa e o BRT
(Bus Rapid Transit) que substituí o monotrilho
para a linha 18-Bronze.
CPI da Despoluição da Billings aguarda
respostas
Em rápida reunião nesta quarta-feira (11), os
membros da CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) da Despoluição da Billings, na
Câmara de São Bernardo, os vereadores
receberam a informação de que ainda são
aguardadas as respostas da Emae e da
Prefeitura sobre os cuidados com a represa.
Além disso, na próxima reunião, no dia (25),
os vereadores vão definir as visitas técnicas.
Enquanto isso, CPI do Primeiro de Maia segue
a passos lentos
Questionado sobre os encaminhamentos da
CPI do estádio Primeiro de Maio, o líder do
governo em São Bernardo, Pery Cartola
(PSDB), afirmou que espera que o
Departamento Jurídico da Câmara faça a
oficialização do número de reuniões e a forma
de trabalho para iniciar a comissão de forma
mais ativa. Os questionamentos para os
possíveis responsáveis ainda não estão
formulados.
Contas de Carlos Grana retornam ao plenário
na Câmara de Santo André
Retorna ao plenário da Câmara de Santo
André para votação dos vereadores, nesta
quinta-feira (12), as duas contas do ex-
prefeito Carlos Grana (PT) em relação aos
anos de 2014 e 2016, ambas com parecer
negativo do Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo (TCE-SP). Lembrando que nos
bastidores, boa parte dos vereadores querem
rejeitar as contas, o que poderia fazer com
que Grana ficasse inelegível.
http://cloud.boxnet.com.br/y4zexkuf
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22
Grupo de Comunicação
Veículo: Correio Popular/ Notícias Já
Data: 12/09/2019
Colisões envolvendo caminhões complicam região
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30976400&e=577
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: Folha Metropolitana/Guarulhos
Hoje
Data: 12/09/2019
CEI da GRU Airport recebe representantes da CETESB
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30982658&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo1: Prefeitura de Lençóis Paulista
Data: 12/09/2019
Acidentes na região
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30993178&e=577
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25
Grupo de Comunicação
Veículo: SBT Campionas
Data: 12/09/2019
Acidente envolvendo caminhão
tanque em Limeira
http://cloud.boxnet.com.br/y5nalq4c
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26
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário Verdade Franca
Data: 12/09/2019
Brodowski terá centro empresarial na
rodovia
http://cloud.boxnet.com.br/y34yrtra
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Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Cruzeiro do Sul
Data: 12/09/2019
Vizinhos da Saturnia fazem abaixo-assinado contra garimpo em terreno
Moradores pedem providências contra a
queima de materiais tóxicos no terreno da
antiga indústria
Vizinhos da Saturnia fazem abaixo-assinado
“Garimpeiros” estão queimando produtos
encontrados no terreno, o que provoca fumaça
tóxica.
Cansados de reclamar, sem obter apoio das
autoridades competentes, moradores e
funcionários de empresas nas imediações do
local onde funcionava a fábrica de baterias
automotivas Saturnia estão fazendo um
abaixo-assinado para exigir providências
contra as atividades que envolvem a
exploração do chumbo e outros materiais
abandonados e enterrados no terreno da
antiga indústria.
Recentemente, a situação da vizinhança se
agravou porque os chamados “garimpeiros”
passaram derreter as baterias no próprio local.
Além do mau cheiro, a fumaça tóxica está
preocupando a todos, por motivo de saúde. As
reclamações incluem crises de asma, irritação
nos olhos e na pele e dor de cabeça. Os mais
prejudicados são os moradores dos bairros
Iporanga 1 e 2 e do Éden.
O abaixo-assinado está sendo organizado por
Patrícia Barbosa de Sousa, que mora e
trabalha no Iporanga 1. Ela afirma que teve a
iniciativa após ver muita gente reclamando e
cobrando atitude dos vereadores pelo
Facebook. “Eu geralmente reclamo no canal da
Prefeitura. Registrei reclamação, conversei
com o pessoal da Secretaria do Meio
Ambiente…”, afirma. Como nada foi resolvido,
ela começou o abaixo-assinado. Eles estão
pensando em protocolar não apenas na
Prefeitura mas também no Ministério Público.
Conforme Patrícia, a maior preocupação é com
a saúde. Como os “garimpeiros” estão
queimando as baterias na antiga fábrica, os
componentes tóxicos estão sendo espalhados
pelo ar, e até mesmo quem não está envolvido
com essa atitude tem sido prejudicado.
Patrícia lembra que em uma entrevista, a
Cetesb identificou a contaminação por chumbo
de todo o solo da fábrica e que a Justiça tinha
determinado a retirada do material químico do
terreno. “Mas aí a Cetesb disse que não tinha
equipe para fazer isso e nem lugar para
colocar os produtos”, diz.
O proprietário de uma empresa ali perto disse
que os funcionários do turno da noite, quando
ocorre a maior parte do derretimento das
baterias, estão precisando usar máscaras anti-
gás para conseguirem trabalhar. Um porteiro
dessa mesma empresa — ambos preferiram
não se identificar — disse que logo no começo
ele e os colegas desconfiaram que o cheiro
estivesse vindo de borracharia lá perto. “Mas
aí continuou e o pessoal começou a observar
pontos de fogueira no terreno da Saturnia”,
conta.
Ele recorda que quando iniciaram as denúncias
sobre o garimpo no terreno, a única coisa que
foi feita pela empresa proprietária foi cercar
todo o espaço. “Mas arrancaram cerca e tudo.
Levaram a cerca porque também tem valor
comercial.”
O porteiro disse que o cheiro é forte e teve
dias que formou uma fumaça preta ali.
“Alguns colegas relataram dor de cabeça.
Praticamente todos os dias está tendo isso. A
gente sabe que chumbo é material perigoso e
28
Grupo de Comunicação
a preocupação é se a fumaça tem resíduos de
chumbo.”
Autoridades questionadas
Ele acredita que esse garimpo esteja sendo
lucrativo pois tem gente que aparece com
caminhonete e tem até retroescavadeira no
local.
Questionada a respeito, a Secretaria do Meio
Ambiente, Parques e Jardins (Sema) de
Sorocaba informa que está acompanhando o
caso com bastante atenção, assim como todo
o trabalho realizado pela Câmara Municipal,
que criou a Comissão Especial de Investigação
(CEI) para apurar as denúncias de crime
ambiental; pela Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (Cetesb), que é o
órgão licenciador e tem responsabilidade sobre
o caso; e também na esfera judicial, com a
participação do Ministério Público.
Vizinhos da Saturnia fazem abaixo-assinado
Cetesb identificou contaminação em toda área
onde funcionou a fábrica de baterias.
Conforme a Sema, a massa falida da empresa
Saturnia vem sendo autuada pela Cetesb e o
processo está na Justiça, que suspendeu o
desmembramento da área.
O órgão estadual determinou uma nova
análise investigatória na área para que então
a empresa dê início ao processo de
descontaminação, com o monitoramento da
Cetesb. Uma reunião está agendada para o dia
20 de setembro para que a empresa
contratada pela Câmara Municipal apresente
as informações finais da investigação para
elaboração de propostas para o relatório final.
Já a Cetesb informa que fez vistoria no local
no dia 5 de setembro e constatou que a área
não está cercada em sua totalidade, conforme
exigência feita em 8 de agosto, quando a
massa falida da Saturnia foi multada em R$
530.600,00. Nos próximos dias, a Cetesb
informará à Promotoria Pública de Meio
Ambiente sobre este descumprimento. Sobre a
retirada e destinação adequada dos resíduos
de chumbo que ainda se encontram no
terreno, cabe ao administrador tomar esta
providência, conforme também exigido pela
Cetesb na penalidade aplicada em agosto
último.
Queima das baterias gera fumaça tóxica
A professora da Uniso, Camila Augusta de
Oliveira Martins Arakaki, licenciada em
Química e doutora em Ciências, explica quais
são os gases resultantes da queima das
sucatas de baterias automotivas e o que
podem provocar aos seres humanos e
animais.
Conforme ela, uma sucata de bateria contém
aproximadamente 32% de Pb (chumbo), 3%
de PbO (óxido de chumbo II), 17% de PbO2
(óxido de chumbo IV), 36% de PbSO4 (sulfato
de chumbo II), além de plásticos e
componentes ácidos. Camila informa que a
presença de grandes quantidades de sulfato
de chumbo II gera vapores de dióxido de
enxofre, gás que tem um odor forte. Como as
baterias também têm plástico, é outro fator
que causa cheiro desagradável. Mais do que o
mau cheiro, o perigo está nas partículas que
vão para o ar, que são prejudiciais à saúde e
podem causar problemas respiratórios. Na
natureza, podem provocar chuva ácida.
Informação do Ministério da Saúde aponta que
o chumbo inalado é absorvido pelos pulmões e
atinge rapidamente a corrente sanguínea.
Após chegar à corrente sanguínea, o chumbo
é distribuído para o fígado, rins, cérebro, baço,
coração e tecidos moles. Ao longo do tempo,
parte do chumbo é armazenada nos ossos e
dentes, onde pode permanecer na forma de
fosfato de chumbo por décadas.
Os principais efeitos do chumbo são no
sistema nervoso (encefalopatia crônica,
alterações cognitivas e de humor, neuropatia
periférica) e nos rins (nefropatia com gota,
insuficiência renal crônica e síndrome de
Fanconi). Em casos mais graves, os danos
cerebrais e renais podem levar à morte.
Além disso, outros sinais e sintomas podem
ser observados, entre eles dor de cabeça;
dificuldades de concentração; redução da
29
Grupo de Comunicação
libido; fraqueza nos dedos, pulsos e
tornozelos; cólicas abdominais; náuseas;
constipação intestinal; anemia; aborto; parto
prematuro; desenvolvimento neurológico
comprometido em crianças; infertilidade
masculina; entre outros.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o
Câncer classifica o chumbo e seus compostos
inorgânicos como “possivelmente
carcinogênicos para humanos”. Pesquisas com
animais demonstraram o desenvolvimento de
tumores renais após a ingestão de altas
concentrações desses compostos. Assim, o
chumbo é reconhecido pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como um dos
elementos químicos mais perigosos à saúde
humana.
Já com relação à chuva ácida, publicação da
química Jennifer Fogaça no site Brasil Escola
informa que ela causa vários estragos
ambientais, trazendo problemas para as
plantas, ao destruir folhas e galhos das
árvores; para o solo, provocando a sua
alteração química; para as águas de rios e
lagos, levando à morte de peixes,
contaminando também as águas
subterrâneas; além de estar relacionada com
o surgimento de doenças respiratórias.
Além desse estrago ambiental, as chuvas
ácidas reagem com carbonatos, como o
mármore (calcário carbonato de cálcio CaCO3)
que compõe as estátuas, monumentos
históricos e diversos materiais usados na
construção civil, que são, com o tempo,
degradados. Reagem também com metais,
destruindo estruturas metálicas de prédios e
pontes. (Daniela Jacinto)
https://www.jornalcruzeiro.com.br/sorocaba/v
izinhos-da-saturnia-fazem-abaixo-assinado-
contra-garimpo-em-terreno/
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30
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta de Limeira
Data: 12/09/2019
Caminhão tomba com 40 mil litros de etanol
Um caminhão que transportava 40 mil litros
de etanol tombou na manhã de ontem no
trevo da rodovia Anhangüera, que fica
próximo da faculdade Unip.
O acidente ocorreu às 5h10 e, de acordo com
a Polícia Militar Rodoviária, o motorista tinha
deixado a rodovia Engenheiro João Tosello
(SP-147/Limeira-Mogi Mirim) e iria acessar a
Anhangüera, sentido capital. “O veículo entrou
na canaleta de água e veio a capotar”,
informou a PMR.
Além dos policiais, estiveram pelo local
agentes do Corpo de Bombeiros, devido ao
risco de incêndio, e representantes de órgãos
ambientais, como Cetesb, por conta do
vazamento do combustível. Conforme a PMR,
toda a carga vazou.
O trânsito não precisou ser interditado e o
motorista sofreu ferimentos leves.
RIBEIRÃO PINHAL
O acidente ocorreu perto de um trecho do
Ribeirão Pinhal e a concessionária BRK
Ambiental foi acionada devido ao risco de
contaminhação da água. "Assim que foi
acionada pela Cetesb sobre o ocorrido, a BRK
intensificou o monitoramento na captação de
água bruta do Ribeirão do Pinhal e em três
pontos do ribeirão. A concessionária ressalta
ainda que a distância do ponto do vazamento
até a captação de água bruta é de cerca de 15
quilômetros e, portanto, a probabilidade de
contaminação é baixa. Caso a empresa note
alguma alteração na qualidade da água, há a
alternativa de captação do rio Jaguari evitando
assim o desabastecimento da população. O
abastecimento de água no município está
normal", informou o setor de comunicação da
empresa. (Colaborou Daíza de Carvalho)
https://www.gazetainfo.com.br/portal/noticia/
2147492200/caminhao-tomba-com-40-mil-
litros-de-etanol.html
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31
Grupo de Comunicação
Veículo: Balanço Geral
Data: 12/09/2019
Carreta carregada com etanol tomba
na rodovia de Limeira
http://cloud.boxnet.com.br/y5jlz9n6
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32
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Morada do Sol
Data: 12/09/2019
CETESB indica boa qualidade do ar em Araraquara
http://cloud.boxnet.com.br/y6k276vt
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33
Grupo de Comunicação
Veículo: Repórter Diário
Data: 12/09/2019
Discussão sobre rodízio de carros e
inspeção pode ser retomada no ABC
A possível implantação de rodízio ou inspeção
veicular para a região do ABC foi apontada por
João Carlos Mucciacito, químico da Cetesb
(Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo), como meio para reduzir a poluição. A
declaração foi dada durante o Seminário
Práticas Sustentáveis no Polo Grande ABC,
organizado pelo Comitê de Fomento Industrial
do Polo do Grande ABC (Cofip ABC), que
ocorreu nesta quarta-feira (11/9), na
Braskem, em Santo André.
Além do rodízio, a Cetesb apresentou outras
práticas que visam melhorar a qualidade do ar
na região onde o Polo Petroquímico está
localizado, como monitoramento, com duas
centrais instaladas próximas às indústrias,
atendimento à população para registro de
reclamações e definição de metas que visam
reduzir cada vez mais a emissão de gases
industriais na atmosfera.
Até 2025, a expectativa é diminuir os índices
em 95% e um importante passo foi dado
nesse sentido com a substituição de
combustível usado no Polo, de óleo para gás
natural. “Houve um ganho ambiental
substancial com isso”, afirmou Mucciacito.
Dados de reclamações vindas da população
registradas pela Cetesb demonstram que, das
4.549 recebidas, 1.534 foram referentes a
substâncias odoríficas.
Com relação à poluição veicular, o químico
afirmou que é provável a implantação de
rodízio na região, uma vez que a medida
beneficiaria não somente o meio ambiente,
como também o trânsito nas cidades.
“Existem algumas formas de fazer isso
[reduzir a poluição veicular], uma delas é o
rodízio, mas existem outras formas, como
fazer a inspeção veicular, para ter uma
redução considerável de poluentes
atmosféricos, mas tudo isso a gente está
conversando ainda”, disse.
Além dos dados da Cetesb, o seminário trouxe
números do Cofip nas áreas de saúde, meio
ambiente, segurança e sociedade. De acordo
com as informações apresentadas por Carlos
Barbeiro, assessor técnico da Abiquim
(Associação Brasileira da Indústria Química) e
do Cofip ABC, houve melhora em todos os
indicadores de 2018 em comparação com o
ano anterior. Entre os destaques o
levantamento mostrou que em 2018 houve
redução de acidentes com afastamento, de 17
para 10 casos, reaproveitamento total de
resíduos advindos de limpeza de tanques,
aproximação entre o Polo e a vizinhança e
aumento no reaproveitamento de água por
meio do sistema Aquapolo, que trata e torna
próprios para consumo industrial 9,7 milhões
de metros cúbicos de água, o que equivale a
cerca de 45.300 casas com quatro pessoas.
Para Carlos Barbeiro, conhecer os números é
fundamental para que ações de resolução
sejam criadas. “Os números nos ajudam a
resolver os problemas e apontar
possibilidades”, comentou. Os dados de 2019
serão divulgados somente no ano que vem.
Outra apresentação foi feita pela Abiquim,
com informações referentes a 81 empresas,
com total de 225 plantas em todo o País.
Assim como no Polo de Capuava, foi registrada
queda substancial nos acidentes, com 61% de
redução naqueles que necessitaram de
afastamento e 62% nos que não. A geração de
resíduos registrou queda de 21% e, no que
tange o contato com a comunidade, a Abiquim
registrou 58% de reclamações procedentes,
ou seja, que foram analisadas e constatadas
como pertinentes. Dessas, a associação afirma
ter solucionado 100% dos casos.
Além dos dados, houve apresentação sobre
poluição atmosférica, melhorias e controles de
conformidade e reflexão sobre uso do
transporte rodoviário para produtos químicos e
como a mudança por outros sistemas, como o
marítimo, poderia contribuir para redução do
uso de combustíveis fósseis – como o óleo
diesel – e da emissão de dióxido de carbono.
Para Luís Pazin, presidente do Cofip ABC, as
discussões em pauta são primordiais para que
o polo petroquímico possa se manter
positivamente. “Para que a gente tenha a
perenidade do Polo, precisamos evoluir
sempre”, finaliza.
Consórcio prioriza transporte coletivo para
reduzir emissões
Questionado sobre implantação de rodízio ou
inspeção veicular na região, o Consórcio
34
Grupo de Comunicação
Intermunicipal informa, por meio de nota, que
“iniciou as discussões sobre a possibilidade de
implementar um rodízio parcial de veículos na
região, em 1995, mesma época em que foi
iniciado em São Paulo o período de testes do
rodízio municipal, regulamentado dois anos
depois”. Quanto ao ABC, houve a avaliação de
que a medida traria impacto reduzido no
tráfego.
Na década seguinte, mais precisamente em
2008, o assunto voltou a ser discutido no
Consórcio. Desta vez, a avaliação foi de que
um sistema regional não seria viável, em
função das diferenças de demandas de
veículos entre as cidades.
A nota aponta ainda que em 2009, quando o
Governo do Estado apresentou projeto de lei
para tornar obrigatória a inspeção veicular, o
Consórcio criou o Grupo Temático Inspeção
Veicular com o objetivo de discutir a
possibilidade de implementar a iniciativa na
região. “O projeto de lei ainda está tramitando
na Assembleia Legislativa de São Paulo
(Alesp). Sendo aprovada a lei, o tema pode
voltar a ser tema na entidade regional”,
informa.
A entidade recorda que em 2012 a Assembleia
de Prefeitos do Consórcio contratou estudo de
opinião para avaliar a implantação do rodízio
no ABC. A pesquisa ouviu 1.500 pessoas nas
sete cidades e apontou que 46% dos
entrevistados eram contra a restrição de
circulação de veículos nos moldes da Capital,
por placas, e 40,13% favoráveis ao rodízio. “O
principal resultado da pesquisa, no entanto, foi
que 86,33% dos entrevistados entenderam
que o melhor investimento em mobilidade
para região deve ser voltado para o transporte
coletivo e não na locomoção individual”,
esclarece.
A nota também aponta que em 2013 a
entidade regional lançou o Plano Regional de
Mobilidade para priorizar o transporte coletivo
por meio de corredores exclusivos ou
prioritários, além de obras viárias
estruturantes para melhorar a fluidez e
desafogar gargalos do transporte público.
Por fim, o Consórcio informa que “atualmente
estão sendo desenvolvidos os projetos
funcionais e básicos de engenharia para a
requalificação de corredores preferenciais para
transporte coletivo, necessários para
viabilização das futuras obras previstas no
plano regional, possibilitando uma rede
integrada de transporte coletivo no ABC”. Para
a entidade, a iniciativa pode reduzir o número
de carros em circulação na região e, assim,
diminuir o número de poluentes emitidos por
esses veículos.
O Consórcio destaca também que o Conselho
de Desenvolvimento Metropolitano, composto
pelos 39 municípios da Grande São Paulo,
criou em 2017 duas câmaras temáticas para a
área de transportes, tendo uma delas como
principal objetivo a regulamentação dos
critérios de circulação de cargas e o padrão de
veículos em toda Região Metropolitana, o que
também contribuiria para a redução da
poluição na região. A entidade conta com dois
representantes neste grupo.
https://www.reporterdiario.com.br/noticia/272
4021/discussao-sobre-rodizio-de-carros-e-
inspecao-pode-ser-retomada-no-abc/
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35
Grupo de Comunicação
Veículo: Repórter Diáraio
Data: 12/09/2019
Consultor que fez EIA-Rima do Centro Logístico é indiciado por laudo falso
O ex-funcionário da Cetesb (Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo) e
consultor de meio ambiente Sérgio Pompeia,
que elaborou o EIA-Rima (Estudo de Impacto
Ambiental – Relatório de Impacto de Meio
Ambiente) do Centro Logístico Campo Grande,
foi indiciado em inquérito que investiga
emissão de laudo total ou parcialmente
falsificado. O inquérito foi instaurado na Dicma
(Delegacia de Investigações sobre Infrações
Contra o Meio Ambiente) da Seccional de
Santo André.
Pompeia é fundador e presidente CPEA, uma
consultoria que, segundo seu próprio site já
realizou 1,5 mil projetos ambientais no país.
Sua empresa elaborou os estudos para
implantação do Centro Logístico, que visa se
instalar em área de Mata Atlântica a 4
quilômetros da Vila de Paranapiacaba, em
Santo André. O projeto está orçado em R$
780 milhões e deve ser implantado ao longo
de 20 anos, com geração de aproximadamente
1,2 mil empregos. Segundo o CLCG, a
ocupação será de 900 mil m² de uma área
total de 4,6 milhões de m². Em duas
audiências públicas realizadas no ano passado,
a maioria dos presentes se manifestou contra
o projeto. Os movimentos ambientalistas e
preservacionistas também são contrários.
Em uma destas audiências, a última, realizada
em Santo André, o advogado e presidente do
MDV (Movimento em Defesa da Vida do ABC),
Virgílio Alcides Farias, apontou que Pompeia é
membro do Conselho da Biosfera da Mata
Atlântica, que aprecia e vota em projetos que
afetam diretamente o meio ambiente. O
ambientalista disse que a situação era
antiética, e acabou processado por Pompeia.
Em seus argumentos no processo, Farias
apontou o que considerou irregular e a Justiça
remeteu os autos à Dicma, que instaurou
inquérito.
“É antiético, ele (Pompeia) deveria se retirar
de um conselho que vota nos projetos que ele,
como consultor representa. Ele me processou
e eu esclareci que ele cometeu crime
ambiental, o juiz achou por bem encaminhar
os autos para a polícia e agora o Centro
Logístico virou caso de polícia”, disse Virgílio.
O advogado de Pompeia, Luiz Carlos de
Castro Vasconcelos, disse que seu cliente
ainda não foi notificado para prestar
esclarecimentos, mas está tranquilo sobre o
assunto. “O Sergio Pompeia é uma das
maiores autoridades em meio ambiente do
país e tem um nome a zelar. Esse inquérito é
uma resposta a dois processos movidos contra
o senhor Virgílio, um de queixa crime e outro
por danos morais. O EIA-Rima está correto,
tanto que a Cetesb está acompanhando e
vamos mostrar que está tudo certo. Sérgio
Pompeia está a disposição da Dicma para
qualquer esclarecimento”, disse o advogado.
Em nota o Centro Logístico informou que
desconhece o teor do inquérito policial. “O
Centro Logístico Campo Grande esclarece que
não tem conhecimento do inquérito, mas está
à disposição para qualquer esclarecimento”.
https://www.reporterdiario.com.br/noticia/272
4299/consultor-que-fez-eia-rima-do-centro-
logistico-e-indiciado-por-laudo-falso/
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36
Grupo de Comunicação
Veículo: TV Crecisp
Data: 26/07/2019
No Orquidário Ruth Cardoso há flores
o ano inteiro - Dica de passeio
https://tv.crecisp.gov.br/midia?v=8Q5V7DZZ6
M
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37
Grupo de Comunicação
Veículo: BandNews
Data: 12/09/2019
Tempo seco compromete qualidade
do ar em SP
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30964341&e=577
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38
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 12/09/2019
Sabesp anuncia segundo pacote de obras
para melhorar abastecimento
Flavia Kurotori
do Diário do Grande ABC
A Sabesp (Companhia de Saneamento
Ambiental do Estado de São Paulo) e a
Prefeitura de Santo André anunciaram, ontem,
segundo pacote de obras após a empresa
assumir os serviços de água e esgoto na
cidade. Com investimento de R$ 17 milhões,
as intervenções incluem a instalação de
adutora para atender o entorno dos bairros
Vila Vitória e Jardim Miguel Ângelo, duplicação
de adutora no Parque Miami e Clube de
Campo e a instalação de redes de distribuição
e ligações de água às residências do Recreio
da Borda do Campo.
Segundo Roberval Tavares de Souza,
superintendente da unidade de negócios
centro da Sabesp, aproximadamente 332 mil
habitantes serão beneficiados nesta fase.
Ainda que as entregas sejam gradativas, a
previsão de conclusão é em junho de 2020.
O prefeito Paulo Serra (PSDB) destacou que o
cronograma de ações foi definido de acordo
com as principais reclamações da população.
Por este motivo, as obras do primeiro pacote
iniciaram com a duplicação de adutora que
atende o Parque Erasmo Assunção, onde a
falta de água é comum. Outra demanda é a
falta de ligações à rede, fazendo com que
casas sejam abastecidas por caminhões-pipa
ou por ‘gatos’ (ligações clandestinas) –
questões que deve ser solucionadas com a
conclusão do segundo pacote.
No dia 18, com prazo de dois meses,
comaçam as intervenções que irão contemplar
os setores da Vila Vitória e Jardim Miguel
Ângelo. Entre 2 de outubro e 2 de dezembro,
será a vez do Parque Miami e do Clube de
Campo receberem as melhorias. Já a
instalação de novas redes e ligações de água
no Recreio da Borda do Campo devem ser
realizadas de 16 de outubro a 16 de junho de
2020.
No dia 14 de outubro, residentes dos bairros
Camilópolis, Parque Erasmo Assunção e Vila
Progresso terão serviço de abastecimento
interrompido durante 16 horas para
interligação ao sistema.
Na ocasião, Paulo Serra garantiu que a
Prefeitura irá aproveitar a atividade da Sabesp
para realizar melhorias no Recreio da Borda do
Campo, Clube de Campo e Parque Miami. “A
infraestrutura destes bairros não tem a
mínima condição de continuar como está,
portanto, irá receber os programas Banho de
Luz e o Rua Nova.”
O anúncio foi realizado no mesmo dia em que
a Sabesp assumiu as operações na cidade.
“Hoje (ontem), 12 mil imóveis já receberam a
primeira conta com o nome da Sabesp”,
afirmou Souza.
https://www.dgabc.com.br/Noticia/3128753/s
abesp-anuncia-segundo-pacote-de-obras-
para-melhorar-abastecimento
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39
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 12/09/2019
Escola de Sto.André recebe ação social neste sábado - Diário do Grande ABC -
A EE Dr. Júlio Pignatari, no bairro Jardim Teles
de Menezes, em Santo André, recebe no
sábado, das 9h às 15h, o Diário do Grande
ABC nos Bairros. Será oferecida à comunidade
série de serviços gratuitos oferdados por
parceiros do jornal.
Dentre as ações desenvolvidas se destacam os
cortes de cabelo, aferição de pressão arterial,
exames oftalmológicos, plantão com
psicólogos, apresentações e diversões
voltadas às crianças.
A diretora da escola, Desiclei Mara Oliveira
Barrocal, ressalta que há mais de dez anos a
escola não recebe um evento semelhante. E
que será de grande importância para a
comunidade. “Fiquei muito feliz quando soube
que íamos receber essa ação. O bairro
apresenta muitos problemas, como a
vulnerabilidade social, e isso está entre os
nossos principais desafios. Tenho certeza de
que toda população vai usufruir da melhor
forma os serviços gratuitos. Já estamos
ansiosos”, conta.
A escola possui aproximadamente 400 alunos
do 1° ao 5° ano do ensino fundamental, nos
período matutino e vespertino.
PROBLEMAS
O bairro Jardim Teles de Menezes apresenta
vários problemas estruturais, como falta de
água e sinalização nas ruas, o que pode ser
constatado logo na frente do colégio. “Eu
trabalho aqui pelo menos há um ano e já
presenciei diversas vezes a falta de água,
inclusive nesses últimos meses”, lamenta a
vendedora Maria Aparecida Andrade, 18 anos.
A aposentada Aparecida Ribeiro, 66, que há
30 mora no bairro, ressalta também a
ausência de sinais de trânsito. “Entrada e
saída de alunos nessa escola são sempre
bagunçadas. É perigoso para eles. Falta a
faixa de pedestre e outros sinais para orintá-
los”, conta.
Sobre as torneiras secas, a Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo) – que assumiu o abastecimento
da cidade ontem – destaca que já foram
iniciadas as obras que têm o objetivo de
solucionar os problemas de abastecimento em
todo o município. “O bairro em questão está
entre as regiões do segundo pacote de obras,
que contempla a ampliação do sistema
integrado metropolitano aos bairros Vila
Vitória e Miguel Ângelo”, aponta a empresa.
Sobre a falta de orientações a pedestres e
motoristas, a Prefeitura de Santo André diz
que o DET (Departamento de Engenharia de
Tráfego) irá ao local para fazer vistoria e
avaliar o que necessita de reforço nas
sinalizações horizontal e vertical.
https://www.dgabc.com.br/Noticia/3128740/e
scola-de-sto-andre-recebe-acao-social-neste-
sabado
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40
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: G1 Natureza
Data: 11/09/2019
O concurso que reúne as fotos mais
cômicas de animais selvagens
Comedy Wildlife Photography Awards
selecionou 40 finalistas entre imagens
"irreverentes, alegres e possivelmente
despretensiosas de animais selvagens fazendo
coisas engraçadas"; veja algumas delas.
Por BBC
A competição de fotografias Comedy Wildlife
Photography Awards acaba de anunciar seus
40 finalistas da edição de 2019, e uma delas é
esta imagem, 'Oh My' (algo como 'Meu Deus'),
de Harry Walker — Foto: Harry M.
Walker/Comedy Wildlife Photografy Awards
Criado por dois fotógrafos e conservacionistas,
o concurso almeja, "além de oferecer um
pouco de irreverência, destacar a importante
mensagem de conservação da vida selvagem";
aqui, a foto "Guerra de cócegas de lontras
marinhas", de Andy Harris — Foto: Andy
Harris/Comedy Wildlife Photography Awards
"A cada ano em que realizamos a competição,
torna-se mais e mais empolgante ver como as
pessoas visualizam o lado engraçado da vida
selvagem", afirma Paul Joynson-Hicks, um dos
criadores da premiação. Esta foto, de Eric
Fisher, foi batizada de "Melancolia da
segunda-feira" — Foto: Eric Fisher/Comedy
Wildlife Photography Awards
Os vencedores serão escolhidos por um júri,
mas o público pode votar online em suas
favoritas, na categoria popular, pelo site
www.comedywildlifephoto.com. Aqui, "Olá", de
Kevin Sawford — Foto: Kevin Sawford/Comedy
Wildlife Photography Awards
Os vencedores da premiação serão anunciados
em 13 de novembro. Aqui, "Esconda-se", de
Marion Vollborn — Foto: Marion
Vollborn/Comedy Wildlife Photography Awards
41
Grupo de Comunicação
As fotos finalistas também serão reunidas em
um livro. Entre elas, a foto "Veado? Que
veado?", de Mike Rowe — Foto: Mike
Rowe/Comedy Wildlife Photography Awards
Aqui, a foto "Marcando território - prossiga
sob seu próprio risco", de TilakRaJ'NagaRaJ —
Foto: TilakRaJ'NagaRaJ/Comedy Wildlife
Photography Award
O Comedy Wildlife Photography Awards tenta,
também, incentivar o público a aderir a um
estilo de vida mais sustentável, com menos
consumo de plástico. — Foto: Vicki
Jauron/Comedy Widlife Photography Awards
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/0
9/11/o-concurso-que-reune-as-fotos-mais-
comicas-de-animais-selvagens.ghtml
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Data: 12/09/2019
42
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Painel: Desobediência a ordem expressa de
Bolsonaro foi gota d’água e levou à queda
de Cintra
Manda quem pode
Jair Bolsonaro ficou especialmente irritado e
mandou demitir Marcos Cintra porque viu na
divulgação de detalhes da proposta de recriação
da CPMF uma desobediência a pedido feito
pessoalmente por ele à equipe econômica. Antes
de ser internado para sua quarta cirurgia, o
presidente foi ao ministério e solicitou que o
assunto não fosse esmiuçado até que ele saísse
do hospital. Ressaltou que não estava convencido
e pediu que o aguardassem para dar rumo à
reforma tributária.
Gota d’água
Este último episódio acabou sendo a cereja do
bolo no processo de fritura de Cintra, agora ex-
secretário da Receita. Bolsonaro estava
insatisfeito e fazia críticas ao trabalho dele no
órgão a outras autoridades, sem qualquer
cerimônia, há meses.
De boas intenções…
O presidente costumava dizer que Cintra era uma
boa pessoa, mas que não tinha condições de
controlar a Receita. Depois disso, Paulo Guedes
(Economia) começou a confidenciar que, dado o
rumo da coisa, não seria possível manter o
secretário no cargo por muito tempo.
…o inferno está cheio
No dia 15 de agosto o Painel relatou que a
cabeça do então chefe do fisco estava à prêmio.
Foi-se
Na noite desta terça (10), mais de 12 horas
antes da exoneração de Cintra, membros da
Receita já especulavam, junto a parlamentares,
que a queda do chefe era certa.
Sete palmos de terra
Na Câmara, o debate sobre a criação de um novo
tributo nos moldes da CPMF é considerado
natimorto. O DEM, partido dos presidentes do
Congresso, liderou a derrubada da contribuição
no passado. Assumir sua volta seria uma derrota
política, na avaliação de integrantes da sigla.
Nova via
Bernard Appy, instado agora a apresentar
alternativa para desonerar a folha de
pagamentos sem a CPMF, estudou o tema no
passado. Na ocasião, concluiu que o desconto
deveria se concentrar nos trabalhadores que
recebem um salário mínimo. O custo calculado à
época, envolvendo outros penduricalhos, seria de
R$ 150 bi.
Dia da caça
O plenário do TCU decidiu dar andamento a
processo contra o ex-secretário da Receita Jorge
Rachid por ter descumprido ordem da corte. Ele
deve apresentar alegações em 15 dias. As penas
vão de multa à inabilitação para cargo público
por até 8 anos.
Armas em punho
Naufragou a tentativa de Felício Laterça (PSL-RJ)
de derrubar o líder do PSL da Câmara, Delegado
Waldir (GO), mas a bancada de deputados da
sigla segue em pé de guerra. Houve lavação de
roupa suja em reunião na terça (10).
Segundas intenções
É grande o grupo de deputados que questiona a
liderança de Waldir, mas a suspeita de que
Laterça articulou um abaixo-assinado para
derrubá-lo só para depois tentar ficar com o
posto fez os insatisfeitos recuarem da operação.
Não fica um
O presidente do PSL, Luciano Bivar (PSL-PE), não
escapa das queixas. Cerca de 10 deputados
estudam meios de convocar uma assembleia
para discutir a renovação da executiva com o
objetivo de tirá-lo do comando da sigla.
Dois é bom
O debate sobre medidas de aperfeiçoamento do
Judiciário não ficará restrito à Câmara. O senador
Cid Gomes (PDT-CE) protocolou projeto que cria
a figura do juiz de garantia. Para ele, o
magistrado que conduz a investigação não pode
ser o mesmo que julga.
Umbigo do mundo
Cid já mapeou resistências e avalia que será alvo
de críticas de lavajatistas que verão na iniciativa
uma tentativa de fustigar o ex-juiz Sergio Moro.
Diz, porém, que a discussão nasceu antes da
Lava Jato e chegou a ser defendida no passado
por Renato Casagrande (PSB), hoje governador
do ES.
BFF
Em almoço com deputados do PSDB, Luiz
Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) declinou
elogios a Aécio Neves (MG). Disse que votou no
mineiro para presidente em 2014, tratou aquela
Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
derrota para o PT como fruto de fraude e ainda
posou para foto.
Visita à Folha
Marcos Alves, presidente do Mercado Bitcoin,
visitou a Folha nesta quarta (11). Estava
acompanhado de Ricardo Bonatelli, presidente da
PUB Comunica.
TIROTEIO
O Marcos Cintra acabou como bode expiatório,
porque na verdade era o Paulo Guedes quem
queria a nova CPMF
Do deputado Paulinho da Força (SD-SP), sobre a
queda do agora ex-secretário da Receita em meio
à discussão da recriação do imposto
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/09/12/
desobediencia-a-ordem-expressa-de-bolsonaro-
foi-gota-dagua-e-levou-a-queda-de-cintra/
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Data: 12/09/2019
44
Grupo de Comunicação
Após Dersa, Doria quer acabar com outra
estatal alvo de investigação em SP
Estatal fabricante de remédios (Furp) é alvo de
CPI na Assembleia e de delação premiada
Carolina Linhares
José Marques
SÃO PAULO
Após ter conseguido aprovar na Assembleia a
extinção da Dersa, estatal paulista sob suspeita
de corrupção em obras viárias em gestões
tucanas, o governador João Doria (PSDB) estuda
acabar também com outra empresa pública
citada em delação premiada e alvo de CPI.
A Furp (Fundação para o Remédio Popular) será
incluída em uma leva de desestatização e
extinção prevista para este ano e que inclui
outras entidades da área de saúde, como a Fosp
(Fundação Oncocentro de São Paulo) e a Sucen
(Superintendência de Controle de Endemias).
Atualmente, o governo Doria tem maioria folgada
na Assembleia para aprovar seus projetos.
Principalmente quando esse tratam de enxugar o
estado, pauta que tem respaldo de partidos que
se declaram independentes, como Novo e PSL
(maior bancada da Casa, com 15 dos 94
deputados).
No começo deste ano, a base do governo
conseguiu barrar a instalação de uma CPI que
investigasse a Dersa. Como "plano B",
oposicionistas e deputados independentes
pretendiam usar a CPI da Furp para levantar
eventuais irregularidades dos governos do PSDB
no estado.
A Furp, que é a maior fabricante pública de
remédios do país, tornou-se um imbróglio para a
gestão Doria por causa de uma PPP (parceria
público-privada) desvantajosa e por suspeita de
pagamento de propina.
Como a Folha mostrou, mesmo antes de ter sua
extinção aprovada pelos deputados, a Dersa já
vinha sendo esvaziada pela gestão Doria. A Furp
também é alvo de desmonte. Seus funcionários
temem demissões e a paralisação da produção de
medicamentos importantes.
Em delação firmada com o Ministério Público de
São Paulo, mantida sob sigilo, os executivos da
Camargo Corrêa Martin Wende e Emílio Eugênio
Auler Neto afirmaram, em 2017, que houve
pagamento de propina a representantes do
governo de 2008 a 2013, relativa à obra da
fábrica de Américo Brasiliense (SP).
Segundo eles, o ex-secretário de Saúde Luiz
Roberto Barradas Barata (morto em 2010)
recebeu ao menos R$ 1 milhão, em 2008, pela
assinatura de um aditivo na obra. Ele atuou nas
gestões de José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin
(PSDB).
Já o ex-superintendente Flávio Vormittag teria
recebido em 2013, segundo os relatos, R$ 1,8
milhão para que o governo não recorresse de
uma sentença que condenou o estado a pagar
mais R$ 22 milhões pela obra à construtora. A
obra custou R$ 124 milhões e foi concluída em
2009. À CPI Vormittag reconheceu que o estado
não recorreu do pagamento.
Em 2013, sob Alckmin, o governo concedeu a
gestão, operação e manutenção da fábrica de
Américo Brasiliense à iniciativa privada por meio
de PPP por 15 anos. A Concessionária Paulista de
Medicamentos (CPM), controlada pelo laboratório
EMS, seria responsável por investir R$ 130
milhões e produzir 96 tipos de remédios.
Atualmente, a fábrica opera com 25% da
capacidade, produz 14 medicamentos e recebe
R$ 90 milhões anuais do governo. A Secretaria
de Saúde, porém, calcula que gastaria R$ 34
milhões para comprar os mesmos remédios no
setor privado, ou seja, há um prejuízo de R$ 56
milhões todos os anos para o Tesouro.
Reunião de instalação da CPI da Furp na
Assembleia Legislativa de SP, com o presidente
Edimir Chedid (DEM) à mesa
Reunião de instalação da CPI da Furp na
Assembleia Legislativa de SP, com o presidente
Edimir Chedid (DEM) à mesa - Carol
Jacob/Divulgação Assembleia Legislativa de São
Paulo
Desde 2015, quando a fábrica de Américo
Brasiliense começou a operar, os cofres públicos
já cobriram R$ 70 milhões de dívidas da Furp,
que ainda deve cerca de R$ 110 milhões,
segundo a CPI. No início do mês, a CPI aprovou a
quebra do sigilo telefônico de três ex-dirigentes
da Furp, incluindo Vormittag.
Para o governo Doria, a extinção ou privatização
da fundação, cuja proposta será enviada à
Assembleia, é uma forma de sanar esses
problemas que recaem sobre gestões tucanas. Já
deputados que fazem parte da CPI da Furp
Data: 12/09/2019
45
Grupo de Comunicação
defendem a manutenção da entidade, que tem
mil funcionários.
“O governo paulista tem promovido, ao longo dos
anos, e esse governo aprofundou isso, um
sucateamento dessas instituições. Há casos de
remédio que está pronto, mas não vai porque
não tem a caixa ou a bula”, diz a deputada Beth
Sahão (PT), que faz oposição a Doria.
Embora a petista considere a situação da Furp
diferente daquela da Dersa, pois há mais
problemas de gestão do que escândalos de
corrupção rumorosos, ela diz que, nos dois casos,
“tem convicção de que é conveniente para o
governo acabar com os órgãos”.
Já o deputado Edmir Chedid (DEM), que preside
a CPI, não acredita que o governo Doria esteja
tentando empurrar a Furp para debaixo do
tapete. “Há um esforço da nova diretoria. Uma
movimentação para tentar produzir e vender
mais”, diz.
Chedid, porém, considera que a PPP foi um erro.
“É um grande problema que o estado tem na
mão faz tempo e não resolveu até agora.
Queremos saber o porquê”, diz.
A oposição a Doria na Assembleia também se
organiza para resistir a mudanças no Oncocentro
e na Sucen. No Oncocentro, os cerca de 90
funcionários já foram avisados de que o órgão
será desmobilizado. A direção da Sucen já
admitiu a deputados que a intenção é extinguir a
autarquia e transformá-la num departamento
subordinado à Secretaria de Saúde.
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria de Saúde diz que está à
disposição para colaborar com as investigações
em relação à Furp.
A respeito da desestatização, o governo afirma
que "estuda a extinção e/ou privatização de
empresas e fundações estatais, considerando
tecnicamente a necessidade de otimizar recursos
do estado com eficiência e sem nenhum prejuízo
na prestação dos serviços públicos para a
população".
A pasta diz buscar alternativas para as fábricas
da Furp. "Qualquer medida que venha a ser
adotada priorizará a garantia do fornecimento
gratuito dos medicamentos à população e, até o
momento, não há qualquer definição quanto a
mudanças."
O ex-superintendente Vormittag não foi
localizado pela reportagem.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/09/a
pos-dersa-doria-quer-acabar-com-outra-estatal-
alvo-de-investigacao-em-sp.shtml
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Data: 12/09/2019
46
Grupo de Comunicação
Folha e IDS realizam debate sobre tarifa de
água e esgoto
Instituto apresentará trabalho inédito com 23
propostas de mudança do modelo de cobrança da
concessionária
SÃO PAULO
O Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS),
com apoio da Folha, realiza no dia 24 de
setembro debate sobre a tarifa de água e esgoto
da Sabesp. As inscrições são gratuitas e podem
ser realizadas no site Folha Eventos.
O instituto apresentará trabalho inédito com 23
propostas de mudança do modelo de cobrança da
concessionária, que atende 371 municípios
paulistas, e pesquisa de opinião realizada pelo
Datafolha sobre o conhecimento da população
sobre o tema.
Participarão do debate João Paulo Capobianco,
vice-presidente do IDS, Marussia Wathely,
coordenadora da Aliança pela Água, Samuel
Barreto, gerente de águas da The Nature
Conservancy Brasil, e representantes da Abar
(Associação Brasileira de Agências de Regulação)
e da Sabesp.
O colunista da Folha Vinicius Torres Freire fará a
mediação. As recomendações são resultado da
análise de políticas tarifárias nacionais e
internacionais de saneamento básico e consultas
a especialistas.
Além do modelo de cobrança, o trabalho
apresenta propostas em temas como o direito
das famílias pobres à tarifa social, instrumentos
de proteção dos mananciais, estratégias de
comunicação de concessionárias com a sociedade
e políticas públicas de universalização do
saneamento básico e de melhoria da qualidade
dos serviços prestados.
Segundo dados oficiais, 33 milhões de pessoas
não têm acesso à água tratada no Brasil, e 96
milhões vivem sem coleta e tratamento de
esgoto. Em São Paulo, há 84 mil pessoas sem
abastecimento de água e mais de 445 mil sem
coleta de esgoto.
A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e
Energia do Estado de São Paulo) está revisando a
tarifa da Sabesp e deve implementar mudanças
a partir de junho de 2020.O evento acontece no
auditório do jornal (al. Barão de Limeira, 425,
Campos Elíseos — 9º andar, em São Paulo) a
partir das 8h30.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/0
9/folha-e-ids-realizam-debate-sobre-tarifa-de-
agua-e-esgoto.shtml
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Data: 12/09/2019
47
Grupo de Comunicação
'Nós falhamos na comunicação', diz Salles
sobre crise ambiental
Ministro do Meio Ambiente avalia que
alinhamento entre os entes da federação tem de
melhorar
Gustavo Uribe
BRASÍLIA
Passado um mês do 'dia do fogo', que marcou o
início do aumento das queimadas na floresta
amazônica, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles, fez a primeira autocrítica em relação à
crise ambiental que afetou a imagem do país no
exterior.
Em entrevista à Folha, ele considerou que o
governo federal falhou na comunicação e avaliou
que o alinhamento entre as gestões municipais,
estaduais e federal no combate ao
desmatamento deve melhorar.
Na semana que vem, o ministro viajará à Europa.
Ele diz que buscará apoio financeiro para a
preservação da floresta amazônica e que está
aberto a dialogar com todos, inclusive com os
governos da Alemanha e da França, criticados
pelo presidente Jair Bolsonaro.
Segundo ele, o superintendente regional do
Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) no
Pará, Evandro Cunha dos Santos, demitido na
terça-feira (10), fez uma afirmação “que não é
verdadeira” em um evento onde não “tinha que
estar presente”. Em audiência pública, na
segunda-feira (9), ele havia dito que recebeu
ordem para interromper a queima de veículos
que são flagrados pela fiscalização do órgão
federal cometendo crimes ambientais na
Amazônia.
Comunicação
Nós temos de comunicar melhor. [Repassar]
informações à sociedade para [que a sociedade]
entenda a evolução dos dados, deixando todos
em um nível de conhecimento que permita um
entendimento da questão. Acho que isso é algo
importante a ser melhorado. Nós falhamos na
comunicação. Esse é o ponto mais importante. A
comunicação das ações, daquilo que estava
sendo feito e tudo mais. A comunicação podia ser
melhor e, agora, vai ter de ser melhor. Isso é
algo que a gente precisa reconhecer, é um fato.
E, daqui para a frente, se dedicar mais.
Alinhamento
O trabalho de combate ao desmatamento e às
queimadas, que são questões correlacionadas,
depende muito de uma cooperação entre os
entes federativos: municipal, estadual e federal.
E essa coordenação tem de melhorar. Os
estados, por sua vez, têm de ter um papel mais
ativo nisso. Os estados sofreram com questões
orçamentárias e governos novos, e isso criou
essa ausência de alinhamento. Poderia ter um
alinhamento melhor. A partir de agora, com
essas reuniões que tivemos, isso tende a ser algo
que flua melhor.
Queima de veículos
Essa ordem [de interromper a queima de veículos
flagrados em fiscalização] não partiu de
ninguém. Não existiu essa ordem. A atitude dele
[superintendente regional do Ibama no Pará] foi
inaceitável. Primeiro, porque fez uma afirmação
que não é verdadeira, dizendo que havia essa
ordem. E fez essa afirmação em um evento que
ele não tinha nem que estar presente.
Europa
Eu vou viajar na semana que vem. Vou aos
Estados Unidos e vou à Europa. Vou levar todas
as informações disponíveis, que são muito boas.
O Brasil está indo muito bem em vários dados.
Nas metas do Acordo de Paris, o Brasil está indo
superbem, aliás, melhor do que muitos países
que nos criticam. Criticam e, no final das contas,
nós é que estamos cumprindo as metas. Nós
temos um percentual de conservação de matas
nativas de mais de 60% que outros não têm. Nós
precisamos mostrar isso e mostrar o que
fazemos bem. E mostrar que dá para fazer mais
se tivermos apoio financeiro para isso.
França e Alemanha
Nós estamos estabelecendo conversas
institucionais com os países e com o setor
produtivo. Nós vamos conversar com os meios de
comunicação e câmaras de comércio. Eu não
tenho vedação para conversar com ninguém.
Vamos conversar com quem considerarmos
importante e abrir as portas para fazermos as
apresentações necessárias. Nós estamos
montando uma agenda superbem recebida.
Então, não tem nenhum ruído.
Medidas Ambientais
Data: 12/09/2019
48
Grupo de Comunicação
Os governos estaduais pediram ao governo
federal para fazer o que vem sendo defendido
desde o início do ano: a necessidade da
regularização fundiária, o zoneamento econômico
e ecológico e a dinamização das oportunidades
da nossa bioeconomia. Tudo isso que foi
combinado entre todos é o que estamos
planejando e viabilizando com a solidez que as
coisas requerem, porque são temas complexos.
Agora, são várias medidas que precisam ser
construídas.
Queimadas
Foram apresentados pelo Inpe [Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais), pelo ICMBio (Instituto
Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade], pelo Ibama [Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente] e pelo Censipam [Centro
Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da
Amazônia] gráficos mostrando que, com a
exceção de Mato Grosso, os outros estados já
estão com tendência de diminuição de queimada,
graças à GLO [Garantia da Lei e da Ordem].
Portanto, está dando certo a atuação do governo
federal. Queimada não é fácil de controlar e não
vai acabar. A questão é a diminuição dos focos.
Estava subindo e agora está descendo.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
9/nos-falhamos-na-comunicacao-diz-salles-
sobre-crise-ambiental.shtml
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Data: 12/09/2019
49
Grupo de Comunicação
Bolsonaro nunca incentivou invasões, diz
presidente do ICMBio
Coronel da PM-SP Homero de Giorge
Cerqueira culpou governos anteriores pelo
desmatamento em 2019 em unidade de
conservação
Fabiano Maisonnave
Presente na reintegração de posse da Floresta
Nacional (Flona) do Bom Futuro, o presidente do
ICMBio, o coronel da PM-SP Homero de Giorge
Cerqueira, negou que as declarações do
presidente Jair Bolsonaro contra áreas protegidas
tenham incentivado invasões.
No cargo desde maio, Cerqueira culpou os
governos anteriores e até seu antecessor no
governo Bolsonaro pelo desmatamento de 734
hectares dentro da Flona —a maior devastação
nessa unidade de conservação desde 2007.
Em entrevista à Folha enquanto caminhava pela
invasão, ele confundiu a Flona Bom Futuro com
um parque nacional também de Rondônia, usou
“flora” no lugar Flona e, demonstrando irritação,
encerrou a entrevista falando para este repórter
cortar a barba.
Vários dos invasores chegaram aqui no dia 22 de
outubro do ano passado, motivados por
declarações de Bolsonaro, de que há áreas
protegidas demais. O sr. acredita que essas
declarações tenham uma parcela de
responsabilidade dessa e de outras invasões em
unidades de conservação?
Não, absolutamente. O ministro Ricardo Salles
pediu que acompanhássemos a reintegração de
posse para cumprir uma determinação legal e
preservar a integridade física e moral das
famílias.
Em momento nenhum, o presidente da
República, Jair Messias Bolsonaro, incentivou a
invasão em unidades de conservação e terras
indígenas. Porque aqui há uma sobreposição de
unidade de conservação e terras indígenas.
Aqui, não, isso é lá no Parque Nacional Pacaás
Novos. Aqui é a Flona Bom Futuro.
Isso, eu estava confundindo Eu estava
sobrevoando também Pacaás Novos. Se tiver de
acontecer alguma coisa, tem de mudar a lei. E o
que o presidente e o próprio Ricardo Salles têm
falado é que tem de trabalhar dentro da
legalidade, da transparência e do resultado. A
gente está cumprindo uma ordem judicial. O
governo passado deixou de cumprir, né? Deixou
invadir e não fez nada.
A gente veio aqui, deu apoio, fez transferência
financeira para os órgãos que estão apoiando, as
Polícias Militar, Civil e Federal e o Exército.
Estamos aqui pra ver o cumprimento da ordem.
Em nenhum momento, o presidente e o ministro
compactuam com o desmatamento, o descaso,
com o desrespeito à natureza.
Haverá mudanças na política do ICMBio para a
Bom Futuro?
A Flona Bom Futuro vai ser o que o decreto
preconiza. Para a gente diminuir ou aumentar, é
preciso um projeto de lei para que o Congresso
aprove. O que a gente vai fazer? No primeiro
momento, retirar as famílias que invadiram um
terreno que é da unidade de conservação.
Aqui na Flona, houve um desmatamento de ao
menos 700 hectares neste ano. Por que não foi
possível coibir?
Isso vai antes da nossa entrada. Eu cheguei ao
ICMBio em maio. A gente conversou com o
Ministério Público Federal pra gente fazer isso aí.
Conversamos com o comandante-geral e
acertamos pra fazer a reintegração de posse
agora dia 10 de setembro.
Então a fiscalização está cada vez mais intensa
nas unidades de conservação. Anteriormente,
não acontecia. Deixavam o hospital sem doente
para não ter doença hospitalar. Ou seja, não
tratavam o problema de uma forma mais serena,
de frente.
A gente tem combatido desmatamento em
unidade de conservação. No Pará, lá na flora (sic)
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Grupo de Comunicação
Jamanxim, tem muito garimpo, e o garimpo não
foi feito em oito meses. Há muito tempo, as
pessoas deixaram. Aqui a gente tem feito
fiscalização, operações, o ministro Salles tem
falado pra gente fazer fiscalizações próprias.
O que você está falando não prospera. A gente
tem feito fiscalização, e o Brasil é grande, são
334 UCs, 9,1% do território brasileiro é de
unidade. A gente tem sido eficaz, eficiente, mas
os órgãos de imprensa gostam de pautar só
nisso. Em oito meses, falando que houve
desmatamento…. Quantas vezes você viu um
presidente numa unidade de conservação onde
teve reintegração de posse?
Eu, como presidente, conversando com outras
pessoas, é a primeira vez que a gente vai no
lugar. Vocês falam que a gente não está
fiscalizando. Eu estou incentivando a fiscalização,
o acompanhamento, pra que não haja esse
desmando.
Na campanha, aqui em Rondônia, Bolsonaro
afirmou que havia áreas protegidas demais em
Rondônia. O presidente Bolsonaro tem a mesma
avaliação?
Eu, como técnico, estou falando o que estou
fazendo. Você, como jornalista, tem de procurar
o presidente e perguntar pra ele.
Mas não é o sr. que gere a política para unidades
de conservação?
Estou preservando a natureza. Está na
Constituição, no artigo 225 [que obriga o poder
público a preservar o meio ambiente]. Se mudar
o artigo, eu vou seguir. Eu, nos 35 anos de
coronel da PM, sempre trabalhei na legalidade.
Nem mais nem menos.
Há ONGs que participam de gestão de unidade de
conservação, com projetos de extrativismo. A
orientação é manter esses convênios?
Vou fazer outra pergunta pra você. Por que na
região Norte tem 10 mil ONGs e na região
Nordeste não tem nenhuma?
Há muitas ONGs no Nordeste também.
Quantas?
Eu não tenho de cabeça.
Se você me responder isso, aí te respondo.
O sr. é contra projetos de ONGs em unidades de
conservação?
Eu não sou contra. Tenho de ver qual é o escopo
da ONG, o que ela quer fazer. Sou doutor em
educação, conheço um pouco de projeto
científico. A gente precisa entender o que ela
está querendo dentro de uma unidade de
conservação. A partir daí, isso vai melhorar as
condições da população que habita os povos
tradicionais ou vai trazer problema? Ou vão levar
alguma coisa dessas unidades?
Estou há 112 dias no ICMBio. Em São Paulo, a
gente conseguiu congelar o desmatamento.
Mas São Paulo é outra dinâmica.
As práticas são boas.
Por que houve a decisão de militarizar o Ibama e
o ICMBio?
E por que não? O que você tem contra? Tenho 35
anos de carreira. O que eu tenho feito de ruim
em unidades de conservação? A gente descobriu
um monte de carro sucateado. Por que não
militar?
A crítica é que vocês não têm experiência com a
Amazônia.
Crítica é o ponto de vista, vista de um ponto. Por
que você, jornalista, usa barba? Eu não gosto de
barba. É uma opinião minha.
A crítica é que são pessoas com pouca
experiência na Amazônia.
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Grupo de Comunicação
Eu tenho 35 anos de comandar batalhões. Estou
aqui ombreado com pessoal, sou doutor em
educação, trabalhei dois anos no Ambiental como
comandante, com 2.190 homens, 498
embarcações, uma aeronave. Conseguimos
congelar o desmatamento.
Por que esse estigmatismo contra o militar? Se
você pegar um quartel de polícia, vai ver que
está tudo organizado. Tudo com norma. Estou há
cem dias. O que fiz de errado?
Houve aumento no desmatamento neste ano,
incluindo em unidades de conservação.
Estou há cem dias. Há 20 anos, tem garimpo em
unidade de conservação, há 20 anos tem
desmatamento. O desmatamento não é só
fiscalização. Com tanta pesquisa, tanta ONG,
será que nunca pesquisaram isso?
Obrigado, hein, meu. Corta a barba depois.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
9/bolsonaro-nunca-incentivou-invasoes-diz-
presidente-do-icmbio.shtml
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Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Marcia Tiburi vai dar aulas
sobre 'capitalização do ridículo na política'
Escritora e filósofa vai morar em Paris
A escritora e filósofa Marcia Tiburi, que diz ter
deixado o Brasil no fim do ano passado após ter
a casa invadida e receber ameaças de morte,
afirma que irá morar em Paris. Ela vai dar aulas
sobre “capitalização do ridículo na política
mundial” na Universidade Paris 8.
ADEUS
“Evidentemente vou usar o caso do [presidente
americano Donald] Trump e [do presidente Jair]
Bolsonaro, os exemplos mais radicais”, afirma
ela. As aulas começam em setembro. “Se o Brasil
não mudar, eu não vou voltar. Talvez eu não
volte nunca”, diz.
NÔMADE
Ela diz que a polícia foi chamada quando a casa
dela foi invadida, em dezembro, mas que não
descobriu nada. “Não tenho mais casa, meus
livros estão em um depósito. Vivo com uma
mala. Morei um tempo em uma casa para
escritores nos EUA e em sofás de amigos”,
afirma.
TIRO
Empresas da indústria brasileira de material
bélico querem tentar inviabilizar um edital que a
Polícia Militar de SP (PM-SP) vai lançar no dia 24
deste mês para comprar 4.000 coletes à prova de
bala. A licitação será aberta à participação
estrangeira.
PORRADA
Segundo a Associação Brasileira de Indústrias de
Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), o
prazo dado pela PM não permite que as empresas
adequem os seus produtos às exigências de
segurança requisitadas.
BOMBA
A PM-SP alega que informou sobre o novo padrão
em audiências públicas realizadas desde 2014, e
que abriu a concorrência para a participação
internacional porque nas duas licitações
anteriores não houve empresa nacional que se
adequasse às demandas.
PAZ
A Abimde estuda recorrer ao Ministério da Defesa
para interceder, já que o Exército é quem regula
a importação desse tipo de material —podendo
vetá-la. A PM-SP diz que preza pela maior
segurança de seus policiais.
PÓDIO
O Ministério do Turismo vai fazer uma
competição focada nos desafios do setor no
Brasil. Para isso, a pasta firmou uma parceria
com o hub de inovação da Organização Mundial
do Turismo.
HISTÓRIA MUSICAL
O cantor Ney Matogrosso participou de um bate-
papo sobre a banda Secos & Molhados na Livraria
da Vila, em SP, na terça (10). No evento, o
escritor Miguel de Almeida lançou o livro
“Primavera nos Dentes”, que conta a história do
grupo. O músico e ex-integrante do conjunto
Gerson Conrad passou por lá.
LEÃO
A Associação Nacional dos Auditores da Receita
Federal do Brasil (Unafisco) quer criar uma
emenda à PEC 45, da reforma tributária, que
propõe o reajuste anual da tabela do Imposto de
Renda. Para isso, a entidade está coletando
assinaturas de deputados para emplacar o
projeto.
LEÃO 2
“A tabela de imposto sobre a renda da pessoa
física não é reajustado desde 2015, o que
acarreta num aumento na carga tributária
suportada pelo contribuinte”, diz a justificativa do
projeto, assinado pelo deputado Professor Israel
Batista (PV-DF).
PASSO A PASSO
A organização social Comunitas e o escritório de
arquitetura dinamarquês Gehl Architects vão
lançar um guia para prefeitos sobre como
construir cidades para a população.
FICA A DICA
Segundo o estudo, quanto maior for a
convivência nos espaços públicos, menor será a
criminalidade e melhor será a saúde física e
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Grupo de Comunicação
psíquica das pessoas. O lançamento será
realizado na prefeitura de Campinas, e contará
com representantes dos governos de São Paulo
(SP), Teresina (PI), e Salvador (BA).
FEMININAS
A atriz Mariana Ximenes, a cantora Karol Conká e
a ex-ginasta Daiane dos Santos participarão do
festival Agora É Que São Elas. O evento ocorre
no Centro Cultural SP nos dias 21 e 22 deste
mês.
PÁGINAS
O escritor Milton Hatoum é o autor homenageado
da 13ª edição do Felit (Festival de Literatura de
São João del-Rei, Tiradentes e Santa Cruz de
Minas).
MESA REDONDA
O evento, apresentado pelo Sesc em Minas e
Ministério da Cidadania, vai receber escritores
como Daniel Galera, Paula Pimenta e Zeca
Camargo.
ARTE EM IMAGEM
O fotógrafo Tinko Czetwertynski abriu a
exposição “Azur”, e sua mulher, a designer Paola
de Orleans e Bragança, compareceu ao Espaço
da Bossa Nova Sotheby’s International Realty,
em SP, na terça (10). Os atores Carlos Vieira e
Alexia Dechamps, o designer Guto Neves, a
modelo Patrícia Barros e o empresário Raul
Amorim também estiveram lá.
CURTO-CIRCUITO
Mario Sérgio Cortella dá palestra sobre a
educação no século 21 promovida pela Vereda
Educação. Nesta quinta (12), às 10h, no Teatro
São Francisco.
A Professional Women’s Network promove debate
sobre saúde mental no mundo corporativo. Nesta
quinta (12), a partir das 8h, na r. Arquiteto Olavo
Redig de Campos, 105, na zona sul de São Paulo.
Será entregue nesta quinta (12), a partir das
19h30 no Museu de Arte Brasileira da Faap, o
Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça.
com BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI,
GABRIEL RIGONI e VICTORIA AZEVEDO
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/09/marcia-tiburi-vai-dar-aulas-
sobre-capitalizacao-do-ridiculo-na-politica.shtml
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Grupo de Comunicação
Arte rupestre e tecnologia se completam no
Parque Nacional da Serra da Capivara
No parque, os guias destacam quatro circuitos. O
mais conhecido deles corta o desfiladeiro
Capivara e passa pelas tocas da Entrada do
Pajaú, do Barro —ambos guardam pinturas
rupestres— e do Paraguaio, primeiro sítio
investigado pela equipe de Guidon, nos anos
1970. Os demais são o circuito da Serra Branca,
o Jurubeba e o do Sítio do Meio.
A arqueóloga trabalhava no Museu do Ipiranga,
em São Paulo, quando recebeu a visita do
prefeito de Petrolina (PE), cidade a 300 km de
onde hoje fica o parque. Ele levou fotos de
pinturas rupestres e despertou o interesse de
Guidon. Ela conta que o ano era 1963, quando
organizava uma exposição sobre arte rupestre do
Brasil. “Ele disse que os desenhos eram do sul do
Piauí. Eram completamente diferentes de tudo
que eu já tinha visto antes”, diz Guidon.
No ano seguinte, ela se mudou para a França,
onde seguiu os estudos e se tornou professora,
mas manteve em mente o plano de desbravar o
sul do Piauí.
Em uma expedição francesa para a Serra da
Capivara, a arqueóloga e sua equipe coletaram
resíduos de uma fogueira. Ela enviou o material a
um laboratório para datação. A fogueira tinha 26
mil anos, o que contrariava as teses majoritárias
na época sobre a povoação da América.
“Quando me mandaram o resultado, fui até o
laboratório e disse que haviam misturado minhas
amostras. Não era possível ter nada tão antigo
assim na América. A chefe do laboratório
respondeu: continue pesquisando lá, são suas
amostras mesmo. Continuamos e chegamos a
até 110 mil anos aqui”, diz Guidon.
Acreditava-se, então, que os primeiros Homo
sapiens pisaram no continente há cerca de 14 mil
anos.
A descoberta da pesquisadora foi gatilho partida
para a intensificação da busca por pinturas,
ferramentas, artefatos e resíduos. A ideia era
comprovar que o povoamento da América
começara muito antes do que se pensava.
Deu certo. O crânio de um homem, Zuzu, foi
encontrado e datado de 10 mil anos. Também
foram achados pedaços de pedra com 50 mil
anos, manipulados para servirem de
ferramentas.
Mais recentemente, a idade das cinzas de uma
fogueira próxima do Boqueirão da Pedra Furada
foi estimada em 110 mil anos.
Essas descobertas se somam a evidências no
Chile, no Uruguai, no México e nos EUA e indicam
que o homem chegou ao continente há ao menos
130 mil anos, por três diferentes rotas.
Além do trajeto já estabelecido entre cientistas,
via estreito de Bering, humanos teriam cruzado
de barco os oceanos Pacífico e Atlântico.
A história do homem na região do Parque
Nacional da Serra da Capivara é contada em
museu localizado na sede da Fundação Museu do
Homem Americano, na cidade de São Raimundo
Nonato. O ingresso custa R$ 20.
Em dezembro de 2018, o próprio parque ganhou
um espaço, o Museu da Natureza.
O edifício em formato circular, desenhado pela
arquiteta Elizabete Buco, fica em meio à
vegetação e aos paredões.
O prédio de 1.700 metros quadrados abriga 12
salas com temas que vão da origem do universo
à chegada do homem à região.
O investimento total foi de R$ 13,7 milhões. O
resultado é um museu hi-tech, com painéis e
telas interativas, projeções de vídeos e até
simulador de voos sobre o parque.
As interações ajudam a compreender as
mudanças na região, que até 9.000 anos atrás
era uma mistura de floresta amazônica com mata
atlântica e habitat de animais brasileiros
gigantescos.
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Grupo de Comunicação
Fósseis desses bichos, que conviveram com o
Homo sapiens, estão expostos. É o caso do tigre-
dentes-de-sabre (até 2,5 metros de
comprimento), do mastodonte (até 5 metros) e
da preguiça-gigante (até 6 metros). No fim do
circuito, há uma réplica em tamanho real da
preguiça-gigante.
Trata-se de um museu marcado pelos contrastes:
entre o seu visual futurista e a natureza da
caatinga; entre o passado do homem, contado
em milhares de anos, e a história do universo,
contabilizada em milhões e bilhões de anos.
Como chegar
Há voos diários para o aeroporto de Petrolina
(PE). De lá, alugue um carro e pegue a rodovia
BR-235. Em Remanso, siga pela BR-324 até São
Raimundo Nonato: são 295 km, com trecho de
terra (40 km). A viagem leva em torno de quatro
horas e meia. Para explorar o parque, entre em
contato com a associação de guias, em São
Raimundo Nonato (a diária parte de R$ 150).
Informações pelo email [email protected]
Onde ficar
Hotel Serra da Capivara As diárias partem de R$
144. End.: estrada Pará São João do Piauí, 140,
São Raimundo Nonato (PI); tel.: (89) 3582-1798
Real Hotel As diárias partem de R$ 247. End.:
rua Largo Manoel Agostinho de Castro, 22, São
Raimundo Nonato; tel.: (89) 3582-1495
O que fazer
Museu do Homem Americano A entrada custa R$
20. Aberto todo dia (exceto 2ª), das 9h às 17h.
End.: rua João Ferreira dos Santos, São
Raimundo Nonato; tel.: (89) 3582-1612
Museu da Natureza O ingresso custa R$ 30.
Aberto todo dia (exceto 3ª), das 13h às 18h.
End.: Parque Nacional da Serra da Capivara
(acesso pela avenida Nestor Paes Landim); tel.:
(89) 3582-1612
PACOTES
R$ 2.969
6 noites entre Petrolina e a Serra da Capivara, na
Maringá Lazer (maringalazer.com.br)
Uma diária na cidade pernambucana e as demais
em São Raimundo Nonato (PI), com café da
manhã e três almoços. Inclui passeios (museus,
trilhas, sítios arqueológicos), além de seguro-
viagem e traslados. Valor por pessoa. Sem aéreo
R$ 3.340
5 noites na Serra da Capivara, na Pisa
(pisa.tur.br)
Hospedagem na cidade de São Raimundo
Nonato, com café da manhã e lanche de trilha
(no primeiro dia não há refeições, e no último,
apenas café da manhã). Inclui visita a sítios
arqueológicos e museus, além de traslado, guias
e seguro-viagem. Preço por pessoa, sem
passagens aéreas
R$ 3.875
5 noites na Serra da Capivara, na Venice
(veniceturismo.com.br)
Com café da manhã, jantar e almoço (ou lanche
durante os passeios). Inclui visitas a museus e
sítios arqueológicos, além de traslados e seguro-
viagem. Valor por pessoa, sem passagens aéreas
R$ 4.420
7 noites, entre Petrolina e a Serra da Capivara,
na Ambiental (ambiental.tur.br)
Uma noite na cidade pernambucana e seis no
Piauí (cidade de São Raimundo Nonato), com
café da manhã e um almoço. Inclui passeio a
vinícola, city tour em Petrolina e Juazeiro, visita
aos sítios arqueológicos, museus e a
comunidades que cercam o parque, além de
traslado e guias. Preço por pessoa. Inclui aéreo a
partir de São Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2019/09/
arte-rupestre-e-tecnologia-se-completam-na-
serra-da-capivara-no-piaui.shtml
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Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
ESTADÃO Todos contra o mosquito
Após dois anos de relativa retração, o mosquito
transmissor da dengue voltou a se proliferar pelo
País
Opinião
Há décadas o País convive com o Aedes aegypti,
inseto transmissor da dengue. Segundo a
Organização Mundial da Saúde, o Brasil é um dos
30 países que mais sofrem com este “desastre
silencioso”. Agora, após dois anos de relativa
retração, o mosquito voltou a se proliferar pelo
País. O caso é especialmente alarmante,
primeiro, porque o verão se aproxima, depois,
porque desde os anos 2014 e 2015, quando a
incidência da dengue atingiu o nível de epidemia
em diversos Estados, o Aedes foi identificado
como transmissor também da febre chikungunya
e do zika vírus, que pode causar microcefalia em
bebês.
Segundo o Ministério da Saúde, houve aumento
nas incidências das três doenças. Entre janeiro e
agosto os casos de zika aumentaram 47% em
relação ao mesmo período do ano passado, com
surtos especialmente intensos no Tocantins, Rio
Grande do Norte e Alagoas. Já os casos de
chikungunya subiram 44%, avançando sobretudo
no Rio de Janeiro.
A maior propagação foi da dengue: 600%. Foi
mais de 1,4 milhão de casos de infecções, ou
seja cerca de 690 por 100 mil habitantes. Para
ter uma ideia, o indicador de epidemia da
Organização Mundial da Saúde é de 300 casos
por 100 mil habitantes. Apenas no Amazonas e
no Amapá houve redução de registros. Entre os
demais Estados, pelo menos 14 estão em
situação de epidemia. No Sul e no Sudeste a
crise é aguda. Em São Paulo a incidência foi 37
vezes (3.712%) maior. No Paraná, 36. O
Ministério da Saúde atribui a alta ao aumento das
chuvas neste ano na Região Sudeste e sobretudo
a alterações entre os 4 tipos de vírus causadores
da dengue. Nos últimos anos a circulação estava
concentrada nos tipos 1 e 3, mas neste ano
houve um surto do tipo 2, aumentando o número
de pessoas vulneráveis à infecção. Somadas, as
três doenças levaram a 650 mortes (591 por
dengue, 57 por chikungunya e 2 por zika).
Com a chegada do verão, o poder público e a
sociedade civil precisam se preparar para uma
guerra cujas batalhas, por sua própria natureza,
só podem ser vencidas em conjunto. A médio e
longo prazos, há a necessidade urgente de
investir pesadamente no saneamento, área de
infraestrutura mais precária do País, em especial
na coleta e tratamento de esgoto. Tramitam no
Congresso projetos de lei que podem destravar o
virtual monopólio das estatais e atrair
investimentos privados. É preciso agilizá-los.
Aos municípios, amparados por seus Estados e
pela União, cabe mobilizar os profissionais de
saúde e, se necessário, de segurança pública
para promover a pulverização intensiva e
extensiva, inclusive lançando mão de aviões, se
for o caso. A fumaça, porém, só mata o mosquito
adulto, não atingindo as larvas, de modo que o
essencial será realmente a conscientização da
população.
Como se sabe, a incidência concentra-se no
verão em razão das chuvas, que favorecem o
acúmulo de poças d’água. A água parada - limpa
ou suja - é o principal foco de reprodução do
inseto, de modo que o melhor meio de evitá-la é
simplesmente tampar ou esvaziar cisternas,
vasos e quaisquer outros recipientes. Trata-se de
uma guerra de tensão permanente. Mas as ações
preventivas tendem a ser, paradoxalmente,
reativas e de curto prazo. A experiência mostra
que sempre que a vigilância é relaxada os focos
voltam a se proliferar, como agora. Assim, a
colaboração da população é o elemento crucial,
mas o governo, bem como a imprensa, devem
fazer a sua parte, fomentando campanhas
ostensivas de alerta. As redes sociais podem ser
de grande valia neste esforço.
É tão alentador pensar que a melhor maneira de
eliminar a dengue, a chikungunya e a zika é
simplesmente evitar o empoçamento de água em
recipientes descobertos quanto é desesperador
constatar que, na prática, essa medida tão
Data: 12/09/2019
57
Grupo de Comunicação
prosaica é negligenciada pela população. Os
brasileiros têm à sua frente um teste de
cidadania. A população tem contra si um inimigo
comum inequívoco. É hora de cada brasileiro
mostrar que é capaz de combater por todos, sem
precisar ir longe: o primeiro e principal campo de
batalha é a sua própria casa.
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-
informacoes,todos-contra-o-
mosquito,70003006683
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Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
Abjuração
Falas do presidente não são meras diatribes de
moleque, elas são inconstitucionais
Eugênio Bucci*, O Estado de S.Paulo
No dia primeiro de janeiro de 2019, em sessão
solene do Congresso Nacional, o presidente da
República enunciou de própria voz o
compromisso sem o qual não poderia assumir
nem exercer o cargo: “Prometo manter, defender
e cumprir a Constituição”. O presidente está sob
juramento. Apesar disso, dia sim, outro também,
grita palavras insultuosas para atentar contra a
essência da Constituição que prometeu manter,
defender e cumprir. O presidente é uma
abjuração ambulante e muita gente finge que
nada existe de anormal nesse quadro.
Em ostensivo repúdio ao compromisso que
firmou com a Nação e com a ordem jurídica,
diante dos olhos de todos nós e de
representantes de outros países, o cidadão que
está no mais alto posto da República não apenas
não defende os valores essenciais da Lei Maior,
como não se furta a agredi-la rotineiramente.
Muita gente releva os desaforos presidenciais
como se não passassem de distúrbios psíquicos
de uma personalidade acometida por surtos de
incontinência verbal, mas o fato é que o Brasil
vem sendo governado por alguém que vive de
metralhar declarações infamantes contra o que
há de mais precioso e pétreo na Carta de 1988.
Não, não se trata de uma opinião. Isso é fato,
não uma versão valorativa e impressionista. O
presidente da República não cumpre o juramento
que fez à Nação. A pergunta é: isso pode? Até
quando ou até que limite uma democracia pode
conviver com algo assim? Até onde a democracia
resistirá?
Antes de responder, não há de ser ocioso
relembrar o óbvio. Como existe muita gente,
muita gente mesmo, simulando ver normalidade
quando olha para a avalanche de absurdos que
conspiram contra as garantias fundamentais, é
legítimo e necessário esclarecer os fatos e dar os
nomes devidos ao que se passa.
O primeiro ponto é recordar que há um consenso
sobre o qual se assenta a Constituição de 1988.
Gastamos mais tempo falando das imperfeições
da Carta, que são numerosas. Reclamamos a
toda hora das contradições e dos anacronismos
que existem nela e, por descuido ou
apressamento, não valorizamos devidamente
que, por baixo de incongruências e asperezas,
existe, sim, um consenso valioso e insubstituível
que percorre a integralidade do texto. Esse
consenso é a vontade nacional de erigir um
Estado alicerçado na cidadania, na dignidade da
pessoa humana, no pluralismo político, na
erradicação da pobreza e dos preconceitos de
origem, raça, sexo, cor ou idade, na prevalência
dos direitos humanos, na defesa da paz e na
cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade.
Em resumo, a Constituição de 1988 é produto de
um consenso que se corporifica na recusa
unânime e categórica à censura, à tortura e à
ditadura. É claro que muito se pode mudar na
Constituição que aí está. Só o que não se pode
mudar é seu fundamento essencial (seu espírito
primordial). A volta da tortura, da ditadura, da
censura, assim como a volta da escravidão, é
inaceitável. A Carta de 1988 encarna e dá
consequências jurídicas e políticas ao repúdio ao
arbítrio e à violência, em favor dos direitos
humanos, da liberdade e da democracia.
O nosso problema é que sempre que acha uma
brecha, e mesmo quando não acha, o presidente
sai por aí aos berros elogiando torturadores
notórios (chamou a um deles de “herói
nacional”), estimulando a censura a filmes e
obras de arte, investindo contra órgãos de
Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
imprensa, xingando empresas de comunicação,
intimidando jornalistas, nominalmente, e
distribuindo agressões no plano das relações
internacionais (dia desses enalteceu a tortura e a
morte do brigadeiro Alberto Bachelet pela
ditadura chilena, em 1973, alegando que o golpe
de Pinochet teria livrado o Chile de se converter
“numa Cuba”).
É inacreditável como tantos ainda não emitem
sinais de incômodo. Para esses, tudo se resume
ao estilo falastrão de uma autoridade mal-
educada, como se as bravatas fossem um “mal
menor” num país que “precisa de reformas”. É
realmente inacreditável e alarmante. Temos de
parar com tergiversações. Essas falas do
presidente da República não são meras diatribes
de moleque. Elas são, numa palavra,
inconstitucionais. Não podem ser aceitas ou
toleradas, pois ferem a normalidade democrática.
Tentemos pensar por analogias. O que
aconteceria na Alemanha se de repente Angela
Merkel desse para glorificar a memória de Hitler?
Como a sociedade civil alemã reagiria se a
chanceler declarasse que o nazismo serviu para
evitar que os comunistas tomassem o poder? Ela
certamente cairia. Na Alemanha o repúdio ao
nazismo e ao holocausto é a origem essencial da
democracia. Por isso, em seus pronunciamentos
Angela Merkel defende a liberdade e os direitos
humanos. No Brasil a origem essencial da
democracia está no repúdio à ditadura militar, à
censura e à tortura como prática de Estado.
Acontecer que o presidente brasileiro, em vez de
manter e defender a democracia, não se cansa
de fazer apologia de torturadores e ditadores.
Até quando vamos fazer de conta que isso é
normal?
Muita gente especula se há cálculo nos
impropérios inconstitucionais do presidente: ele
faz o que faz (fala o que fala) por despreparo ou
por estratégia? A verdade é que pouco importa,
embora não existam indícios confiáveis de que o
personagem em tela disponha de habilidades de
enxadrista político. O que importa é que, de fato,
o mandatário segue à risca uma cartilha belicosa,
xenófoba, homofóbica, militarista, antipolítica,
anti-intelectual, anticientífica e dada a
exacerbações de fundamentalismos religiosos
moralistas. Essa cartilha, que é também
hipernacionalista, embora preste vassalagem a
uma única potência estrangeira, preconiza a
transformação do Estado numa delegacia de
polícia política.
Ora, o nome dessa cartilha é fascismo. De
propósito ou por instinto, não faz diferença, o
discurso violento que está no poder ataca a
democracia porque prefere outro modelo: um
tipo amesquinhado de fascismo. Mesmo assim,
muita gente acredita que está tudo direito.
*JORNALISTA, É PROFESSOR DA ECA-USP
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,abjuracao,70003006706
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Tributação em números
Do ponto de vista federativo, as ‘reformas’
alardeadas representam um retrocesso
José Serra*, O Estado de S.Paulo
12 de setembro de 2019 | 03h00
A reforma tributária tem sido apregoada como o
principal instrumento para reequilibrar o
chamado pacto federativo. Consta que seu
principal objetivo é promover a descentralização
de receitas da União para Estados e municípios.
Mas as evidências disponíveis mostram que do
ponto de vista tributário o Brasil é o país
federativo mais descentralizado do mundo! Essa
posição, boa ou ruim, foi consequência direta do
pacto social e político que esteve por trás da
Assembleia Nacional Constituinte de 1988.
Os números são inquestionáveis. De acordo com
a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), Estados e
municípios brasileiros se apropriam de 56,4% da
arrecadação interna de impostos. Em média,
essa participação é de 30,9% nos países
federados situados em nossa faixa de renda e de
49,5% entre os mais ricos.
A esses dados poderíamos acrescentar: mais de
53% dos impostos federais no Brasil retornam
aos Estados e municípios em benefícios
previdenciários e assistenciais, abono salarial ou
seguro-desemprego. Ou seja, outros 23% da
arrecadação total se somam aos recursos
destinados diretamente a essas esferas da
Federação, o que produz uma descentralização
de 79,5% das receitas totais. A maior do mundo!
Diante dos números disponíveis, torna-se difícil
acreditar que estejamos sofrendo um agudo
desequilíbrio no pacto federativo, ao contrário do
que tem sido sempre alardeado. De fato, o pacto
prevalecente representa uma conquista da
sociedade brasileira que precisa ser preservada.
Isso exige múltiplos esforços. Na Federação
brasileira ainda proliferam casos de dependência
e irresponsabilidade fiscal. Nosso país continua
desigual e tem sofrido alguma piora em
indicadores relevantes, como o índice de
concentração de renda.
Note-se que uma descentralização adicional de
receitas sem condicionantes adequados pode
criar ineficiências que corrompem a qualidade do
gasto público e a própria autonomia dos entes
federativos. Alguns indicadores a esse respeito
são a baixa arrecadação municipal nas bases do
IPTU e do ISS e a ociosidade de recursos
destinados a projetos específicos, inclusive de
emendas parlamentares.
Ou seja, alguns Estados e municípios parecem
estar abdicando de exercer bem a competência
de tributar e de executar investimentos, ambos
fundamentais para sua plena autonomia. Ao
contrário, estão dando prioridade a gastos
correntes custeados majoritariamente pelas
transferências que recebem da União, ampliando
a dependência desses recursos.
Essa dependência crescente se inscreve no
contexto de uma elevada irresponsabilidade
fiscal, que veio à tona com a grave recessão,
evidenciada por folhas de pagamento inchadas e
má qualidade dos serviços públicos. Tal cenário
criou um ambiente político-institucional propício
ao socorro de Estados e municípios pela União,
sobretudo em momentos de queda de
arrecadação e das respectivas transferências. E
vai se criando um círculo vicioso de dependência
e indulgência em relação à irresponsabilidade
fiscal.
O aumento das desigualdades também preocupa.
Após longa recessão, o Brasil superou a África do
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Sul como o mais desigual dos países que abrigam
as 20 maiores economias, de acordo com o índice
de Gini. Nosso sistema tributário reforça esse
quadro em razão de sua alta regressividade.
As pessoas mais pobres são as que gastam a
maior parte da renda em impostos elevados que
incidem em alimentos, energia elétrica, gás,
medicamentos, telefonia e transporte.
Já as “reformas” propostas, em vez de
enfrentarem a regressividade, fazem o oposto:
aumentam a carga tributária sobre alimentos e
serviços básicos, que afetam a todos. Há quem
diga que esse aumento é mais relevante sobre a
classe média, consumidora de serviços, mas
esquecem que os serviços são a principal fonte
de renda para as classes mais pobres e regiões
menos desenvolvidas, que sofrerão
desproporcionalmente com a queda da demanda
e, logo, da renda.
Do ponto de vista federativo, as “reformas”
alardeadas também representam retrocesso. Por
concepção, impedem que os entes federativos
promovam políticas de desenvolvimento ou de
estímulo a seus mercados via tributos, minando
sua autonomia para concorrer e se
autodeterminar preconizada na Carta.
Essa visão míope, de defender o aumento da
produtividade apenas do ponto de vista de
cadeias produtivas, desconsidera a enorme
ociosidade presente na economia, especialmente
humana, e o amplo potencial de desenvolvimento
regional.
Sob a ótica da otimização econômica, seria muito
mais eficiente ocupar o capital humano e
desenvolver o potencial das regiões,
multiplicando as externalidades positivas e
difusas, do que concentrar-se em otimizar
localmente cadeias produtivas já estabelecidas.
Reconhecendo esse desequilíbrio regional e
social, que seria mantido e até estimulado, as
“reformas” encarregam o Congresso de promover
as ações políticas “mitigadoras”, em especial a
ampliação das já robustas transferências e
equalizações regionais.
Ora, isso fomentaria as ineficiências e a
irresponsabilidade fiscal nos federativos, além de
ampliar a dependência destes com a União,
perpetuando o círculo vicioso. Estaríamos
reforçando os traços do colonialismo centenário,
em que a União manteria e ampliaria o status
quo, representado por regiões desenvolvidas e
subdesenvolvidas, todos inseridos numa espiral
de dependência e irresponsabilidade fiscal que
seguiria deteriorando toda a Federação.
E as regiões subdesenvolvidas se manteriam
dependentes de equalizações definidas na arena
política do Congresso, mas sem poderem – ou
mesmo quererem – concorrer e produzir
plenamente. Assim, privaríamos essas
localidades da autonomia e dos incentivos
necessários para se desenvolverem, no esplendor
de produzirem o próprio sustento e se libertarem.
*SENADOR (PSDB-SP)
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,tributacao-em-numeros,70003006699
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Em um mundo inundado por plásticos, uma
fábrica gigante surge nos EUA para produzir
ainda mais
Projeto em construção vai produzir 1 milhão de
toneladas por ano de peças plásticas que serão
transformados em produtos como capas de
celular e embalagens de alimentos
Michael Corkery, The New York Times
MONACA, Pensilvânia - A propriedade de 156
hectares parece um Lego gigante às margens do
Rio Ohio. É um dos projetos de construção mais
ativos nos Estados Unidos, empregando mais de
5 mil pessoas. Quando concluída, a fábrica será
alimentada por dutos de centenas de quilômetros
através dos Apalaches. Terá sua própria ferrovia,
com 3.300 vagões de carga. E produzirá
anualmente mais de 1 milhão de toneladas do
que muitas pessoas afirmam que o mundo menos
necessita: plástico.
Enquanto aumentam as preocupações com os
resíduos plásticos no oceano e a reciclagem
sendo feita cada vez menos nos Estados Unidos,
a produção de novos plásticos explode. A fábrica
que a Royal Dutch Shell vem construindo a 40
quilômetros a noroeste de Pittsburgh, produzirá
minúsculos pellets que serão transformados em
produtos como capas de celular, peças para
automóveis e embalagens de alimentos, e tudo
isso será descartado depois de servirem ao seu
objetivo.
Fábrica de plástico nos EUA
A nova fábrica de plástico da Royal Dutch Shell,
no Estado americano da Pensilvânia. Foto: Ross
Mantle/The New York Times
A fábrica é uma das mais de uma dezena de
manufaturas que vêm sendo criadas ou
propostas em todo o mundo por companhias
petroquímicas como Exxon Mobil e Dow,
incluindo várias em Ohio, na Virgínia Ocidental e
na Costa do Golfo. Depois de décadas de
empregos na indústria americana indo para o
exterior, a ascensão do setor petroquímico vem
provocando entusiasmo.
“Nós entendemos que o plástico, em muitas das
suas formas, é bom e pode ser um bem para a
humanidade”, disse Hilary Mercer, que
supervisiona o projeto de construção da Shell.
O boom é impulsionado em parte pela
popularidade do plástico como material versátil e
barato que mantém frescos os chips de batatas e
torna os carros mais leves. Mas em áreas da
região dos Apalaches, ele também é alimentado
pela superabundância de gás natural.
Faz 15 anos desde que o fraturamento hidráulico
se impôs na Pensilvânia, localizada numa imensa
área de reservas de gás, Marcellus Shale. Mas os
preços do gás natural despencaram e o lucro
passou a ser buscado em outros produtos, ou
seja, no etano, subproduto do gás natural que é
liberado durante o fraturamento hidráulico e
pode ser transformado em polietileno, um tipo
comum de plástico.
Esse é um lugar onde, neste momento, o plástico
faz sentido para muita gente. Para os sindicatos
que conquistam novos membros. Para a terceira
maior companhia do mundo que enfrenta uma
queda nos preços do petróleo. E para as
autoridades do antigo governo que, na busca de
novos empregos para seus cidadãos, ofereceram
à Shell uma das maiores isenções de impostos na
história do Estado. Mas o bem a curto prazo pode
resultar em custos ao longo do caminho.
Segundo a Shell, grande parte do plástico
produzido na fábrica será usado para carros
econômicos e instrumentos médicos. Mas o setor
reconhece que alguns sistemas de eliminação de
resíduos adotados em todo o mundo não
conseguem eliminar outras formas de plástico
como o das garrafas de água, sacos plásticos
usados em supermercados e recipientes para
alimentos descartados pelos consumidores.
Estudos detectaram fibras de plástico nos
estômagos de baleias, na água de torneira e no
sal de cozinha. Um pesquisador na Inglaterra diz
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que o plástico ajudaria e definir a mais recente
camada da crosta terrestre porque ela leva muito
tempo para se romper e há muito plástico
envolvido nisso.
“O plástico realmente não desaparece”, afirmou
Roland Geyer, professor de ecologia industrial na
universidade da Califória. “Ele se acumula e
acaba nos lugares errados. E não sabemos as
implicações no longo prazo de ter todo esse
plástico no ambiente natural. É como um
experimento global gigantesco e não
conseguiremos simplesmente pôr um fim no
processo se algo der errado.”
Parte de uma jornada
As raízes dessa fábrica ultramoderna da Shell
remontam a centenas de milhões de anos,
quando a área estava ocupada por um amplo
mar interior. Com o tempo a terra mudou e o
mar foi coberto por rochas que comprimiram os
organismos mortos e sedimentos que se
assentaram no fundo aquoso formando camadas
de hidrocarbonetos, incluindo aqueles que
formam o gás natural.
Hilary Mercer passou 32 anos viajando pelo
mundo para a Shell - no sul do Iraque e na
Rússia oriental - ajudando a transformar esses
hidrocarbonetos encontrados nas profundezas da
Terra em energia. Hoje Hilary, engenheira
inglesa Formada em Oxford, trabalha num
edifício de tijolos vermelhos em Beaver,
Pensilvânia.
Fábrica de plástico nos EUA
As pequenas peças de plástico, do tamanho de
um grão de arroz arbóreo, que serão produzidas
na fábrica da Shell. Foto: Ross Mantle/The New
York Times
A planta que ela veio construir é imensa, disse.
Quando concluída ela consumirá vastas
quantidades de etano retirado de poços na
Pensilvânia transformada num enorme forno. O
gás superaquecido é resfriado, formando pellets
sólidos do tamanho de um grão de arroz arbóreo.
O processo é concluído em 24 horas.
Na opinião da engenheira, esse é um avanço
positivo para o meio ambiente. Criar mais
plástico, diz ela, reduz as emissões de carbono,
pois é possível fabricar carros e aviões mais leves
e mais econômicos. “Você tem plástico nas
turbinas das aeronaves e também nos painéis
solares.”
Ainda segundo Hilary, “a capacidade de fazer
coisas renováveis depende até certo ponto dos
plásticos e materiais químicos que produzimos.
Não vejo contradição nisso. Vejo como parte de
uma jornada”.
E a jornada da Shell no caso do plástico foi
impelida por uma necessidade de gerar lucros
num momento em que suas operações de base -
produção de petróleo e gás - sofrem com os
preços persistentemente baixos. É também uma
maneira de o setor energético se proteger contra
o consumo em queda da gasolina, à medida que
os carros se tornam mais econômicos ou movidos
a eletricidade.
Uma grande demanda de plásticos vem das
montadoras e produtoras de bens de consumo
como os expostos na imitação de loja no saguão
dos escritórios da Shell na Pensilvânia: copos de
plástico, fraldas e rolos de papel-toalha
embrulhados em plástico.
Há também pilhas de folhetos, intitulados Shell
Polymers “Constitution”, onde está escrito:
“Fomos atraídos para Beaver Valley pelo desejo
de fazer parte de algo maior do que nós - para
deixar um legado de proteção, inovação e
sucesso para as futuras gerações”.
Hilary Mercer disse que o problema com o
plástico não é sua produção, mas o descarte
inadequado dos resíduos de plástico.
”Acreditamos piamente na reciclagem”, disse.
A Shell está envolvida numa ampla campanha do
setor para limpeza das maiores fontes no mundo
de resíduos de plástico. E em Beaver County, a
companhia recentemente fez doações em
dinheiro para ampliar as horas de abertura do
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centro de reciclagem local e vem apoiando outras
iniciativas que no seu entender contribuirão para
uma “economia circular”.
Mas uma economia circular ainda não se
implantou em Beaver. Como muitas regiões do
país, o condado teve de limitar o tipo de
embalagens plásticas para reciclagem porque
poucas pessoas desejam redirecioná-los.
“Estamos buscando soluções de longo prazo”,
disse a porta-voz do centro de reciclagem. /
TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
https://economia.estadao.com.br/noticias/negoci
os,em-um-mundo-inundado-por-plasticos-uma-
fabrica-gigante-surge-nos-eua-para-produzir-
ainda-mais,70003006449
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Gastos com ações de gestão ambiental do
País despencam neste ano
Ações de planejamento de políticas do Ministério
do Meio Ambiente receberam somente R$ 1
milhão neste ano; estratégias de controle de
desmatamento tiveram menos de R$ 20 mil e o
fundo sobre mudança do clima não teve nenhum
empenho
Giovana Girardi
Nos primeiros oito meses de governo Bolsonaro,
as ações de gestão da política ambiental do País
praticamente pararam. Análise orçamentária do
Ministério do Meio Ambiente (MMA) mostra que a
administração direta reservou (empenhou), até o
dia 6, R$ 1,17 milhão para as chamadas ações
finalísticas – ou seja, os objetivos principais da
pasta: planejamento de políticas e
gerenciamento. Para comparação, no ano
passado foram empenhados R$ 35,6 milhões
para o mesmo fim.
Os dados obtidos pelo Estado são do Sistema
Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop),
da Secretaria de Orçamento Federal. No início do
ano, a pasta tinha um gasto autorizado para
essas ações de R$ 25,2 milhões e sofreu um
contingenciamento de R$ 15,5 milhões, mas
ainda havia quase R$ 10 milhões disponíveis.
Nesse ritmo, o ministério caminha para ter o
menor valor empenhado para essas ações dos
últimos quatro anos.
Procurado pela reportagem, o Ministério do Meio
Ambiente informou que houve uma redução do
orçamento de 25 milhões para 8 milhões. A”
diferença de 17 milhões se refere a emendas
coletivas que não se confirmaram”, afirmou a
pasta. Disse também que o “valor a ser
empenhado até o final do ano está previsto nos
editais que estarão concluídos e disponíveis em
setembro e outubro” e que a “a execução neste
exercício ficará próxima de 96%, como nos anos
anteriores”.
Também afirmou que “parte das despesas
previstas foi convertida em recursos para a
estrutura do Núcleo de Conciliação Ambiental e
despesas de atividades de fiscalização e controle
do Ibama”. A pasta declarou ainda que em
relação às despesas administrativas, “vem
renegociando todos os valores dos contratos,
desde o início do exercício.”
Dentro do valor autorizado para as ações da
pasta, estavam previstas 16 linhas de atuação,
como políticas e estratégias de prevenção e
controle do desmatamento; ações contra
mudanças climáticas; e agenda ambiental
urbana, entre outras.
Apesar de a maior parte do orçamento do MMA
ser alocada para suas autarquias – Ibama e
ICMBio, que, juntos, têm quase R$ 400 milhões
de verba autorizada neste ano para suas ações
finalísticas –, é a administração direta que faz a
formulação de políticas que esses órgãos vão
depois executar.
Para especialistas que analisaram a execução do
orçamento deste ano, isso indica uma paralisia
de planejamento da pasta.
“O MMA é o órgão central do sistema ambiental,
a quem cabe planejar, coordenar, supervisionar e
controlar, por determinação legal, a política
nacional do meio ambiente. Problemas no início
da gestão são esperados, mas não a baixíssima
execução nas ações finalísticas. Os recursos do
MMA para suas próprias atividades não pesam
tanto no orçamento federal, deveriam estar
liberados e com a execução em dia”, comenta
Suely Araújo, que presidiu o Ibama durante o
governo Temer.
Uma das ações previstas, as políticas e
estratégias de prevenção e controle do
desmatamento receberam até o momento R$
19,1 mil – estavam autorizados para esse fim R$
253 mil neste ano. Em 2018, essas ações tiveram
um empenho de quase R$ 176 mil.
No início do ano, a secretaria do MMA que lidava
com prevenção e controle do desmatamento
praticamente deixou de existir. O setor que em
tese passou a tratar desse tema – a Secretaria
de Florestas e Desenvolvimento Sustentável –
atualmente é comandado por um secretário
substituto que acumula também o cargo de
secretário de Qualidade Ambiental e tem seis
cargos de chefia vagos.
O controle do desmatamento na Amazônia não
depende apenas dessa verba do ministério. A
fiscalização é feita pelo Ibama. Mas era do
Departamento de Florestas e Combate ao
Desmatamento, que não existe mais, que vinham
as diretrizes para lidar com o problema no País.
“O Ibama cumpre as ordens que vêm das
políticas feitas pelo ministério e isso
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praticamente não existiu nesse ano”, comenta
um técnico do Ibama em condição de anonimato.
Também cabia ao setor apontar estratégias para
desenvolver a chamada economia florestal – uma
das bandeiras do ministro Ricardo Salles. Em
entrevista ao Estado no final de agosto, ele
defendeu, por exemplo, que é preciso “encontrar
uma maneira inteligente de tratar a questão, que
reconheça a importância da sustentabilidade, da
conservação, do cuidado ambiental, mas dê
dinamismo econômico em escala e em impacto
suficiente para toda aquela população”.
A análise do orçamento indica que o
planejamento de estratégias de fomento para
atividades produtivas na floresta foi paralisado.
Além dos valores, relatos de servidores que
trabalham no ministério também apontam para
isso. O novo departamento, que agora é só de
florestas (não tem mais o combate ao
desmatamento no nome), ficou até julho sem um
diretor. “O departamento acabou, o novo ficou
meses sem secretário, e os recursos para ele não
foram usados”, resume um servidor ouvido em
condição de anonimato.
Em relação aos valores do Ibama para o controle
do desmatamento do Ibama, com o
contingenciamento, ficaram disponíveis pouco
mais de R$ 87 milhões para a fiscalização
ambiental de todo o País, dos quais R$ 67
milhões já foram empenhados pela autarquia. No
ano passado foram empregados nesta ação
orçamentária do Ibama R$ 89 milhões.
Oficialmente, o desmatamento é considerado um
problema mais amplo dentro do governo, sendo
alvo de ações de 12 ministérios dentro do Plano
de Ação para Prevenção e Controle do
Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm),
mas esse plano também está parado. O único
eixo ativo, de monitoramento e controle
ambiental, com a atuação do Inpe e do Ibama,
vem sofrendo duros ataques no atual governo.
“O governo tem até o final do ano para fazer o
empenho, mas essa baixa execução foi precedida
da extinção do departamento que comandava o
controle do desmatamento. Parece que a pasta
perdeu a capacidade gerencial do problema”,
afirma João Paulo Capobianco, vice-presidente do
Instituto Democracia e Sustentabilidade. Ele foi
secretário de Biodiversidade e Florestas e
secretário-executivo do ministério, durante a
gestão de Marina Silva à frente da pasta (2003 a
2008).
“O governo ignorou alertas do Deter (do Inpe) e
só aplicou 7,5% do pouco recurso que tinha até
agora para políticas de desmatamento. Então a
alta que estamos vendo no campo não pode ser
considerada como um incidente. Só poderia dar
nisso”, complementa.
Sem ação contra mudanças climáticas
O empenho do Ministério do Meio Ambiente até
agora foi zero em sete ações finais, como a de
redução da vulnerabilidade aos efeitos da
desertificação, da seca e das mudanças
climáticas. A ação tinha um gasto autorizado de
R$ 1 milhão.
Ainda nesta área, as iniciativas para a
implementação da política nacional sobre
mudança climática, que tinham recebido uma
autorização de gasto de R$ 10,4 milhões – e
sofreram um contingenciamento de R$ 9,9
milhões –, tiveram um empenho de R$ 122 mil.
Logo no início do ano, o presidente Jair
Bolsonaro, ao modificar o organograma de vários
ministérios, extinguiu a área que cuidava no
tema no ministério pelo decreto 9.672, de 2 de
janeiro de 2019 – é a mesma secretaria que
cuidava do controle do desmatamento. Salles
prometeu criar uma assessoria especial para o
tema no gabinete, o que ainda não ocorreu.
O MMA também deveria entregar neste ano um
plano para implementar as metas brasileiras de
redução de emissões de gases de efeito estufa
estabelecidas no âmbito do Acordo de Paris, o
que também não ocorreu ainda.
A questão climática foi afetada também no que
se refere ao Fundo Nacional sobre Mudança
Climática, uma unidade orçamentária própria
dentro do ministério (ou seja, aparece à parte
das ações finais). O fundo teve um aporte
autorizado de R$ 8 milhões, mas nenhuma
quantia foi empenhada neste ano.
Agenda urbana
Também considerada prioritária por Salles, a
agenda ambiental urbana foi paralisada. Dos R$
665 mil autorizados, foram empenhados, até dia
6, R$ 307,66. Dentro da agenda urbana há
também baixo empenho no fomento à melhoria
da qualidade ambiental – R$ 87 mil diante de
Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
uma verba autorizada de pouco mais de R$ 1
milhão.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos também
teve pouco recurso. Haviam sido autorizados R$
7,4 milhões. A ação sofreu um grande
contingenciamento – de R$ 5,6 milhões – e, do
R$ 1,7 milhão que restou, foi empenhados até o
momento pouco mais de R$ 463 mil. Este foi o
mais alto empenho das ações finais neste ano.
Por outro lado, foram empenhados R$ 46,4
milhões na administração da unidade, ou seja,
basicamente os gastos administrativos, que não
são nem as ações finais nem os salários dos
servidores. É valor usado, por exemplo, para
aluguel do prédio, segurança, terceirizados
(como copeiros, faxineiros), reformas, conta de
luz, material de escritório.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/a
mbiente-se/gastos-com-acoes-de-gestao-
ambiental-do-pais-despencam/
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Data: 12/09/2019
68
Grupo de Comunicação
Divisão do ICMBio refuta dados de auditoria
interna sobre consumo de carros
sucateados
Em ofício, unidade de finanças do órgão afirma
que não teria como registrar um gasto anual de
R$ 39 milhões, como aponta a auditoria, porque
o limite do investimento anual com combustível e
manutenção é de pouco mais R$ 15 milhões
André Borges, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A unidade de administração e
finanças do Instituto Chico Mendes de
Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao
Ministério do Meio Ambiente, rechaçou
informações apuradas por uma auditoria interna
realizada no órgão, a pedido do ministro Ricardo
Salles, e aponta uma despesa inferior com
veículos sucateados. Segundo mostrou o Estado
na sexta-feira, 6, auditoria feita a pedido do
ministro Ricardo Salles aponta que o órgão
mantém, em seus galpões espalhados pelo País,
uma frota de 377 carros inutilizados que, mesmo
assim, continuam a registrar gastos com
combustível e manutenção. A estimativa contida
nesta auditoria é de uma despesa anual de R$ 39
milhões com os veículos sucateados.
Em ofício encaminhado à Diretoria de
Planejamento, Administração e Logística do
ICMBio, a divisão contesta todas as informações
do levantamento interno. A unidade de finanças
do órgão afirma que não teria como registrar um
gasto anual de R$ 39 milhões, como aponta a
auditoria, porque o limite do investimento anual
com combustível e manutenção é R$ 15,329
milhões.
Os dados da auditoria também apontam que,
hoje, o ICMBio tem mais carros do que
servidores públicos. São 1.538 funcionários em
seu quadro em todo o País, enquanto a frota
total cadastrada é de 1.986 veículos. Dos quase
2 mil veículos, sempre segundo esse
levantamento, cerca de 40% - o equivalente a
800 carros - estão inoperantes ou subutilizados.
Destes, 377 não funcionam. Ainda assim, seus
registros apontam cobranças regulares de
consumo de combustível e de manutenção,
conforme a auditoria.
Segundo a unidade de finanças diz no ofício,
foram assinados os contratos de nº 02/2018
(Abastecimento) com um valor de R$ 7,588
milhões, com um desconto de 3,05%; e o
contrato nº 03/2018 (Manutenção) no valor de
R$ 7,740 milhões, sendo obtido um desconto de
4,06%. Ambos foram fechados com a empresa
MaxiFrota, totalizando um investimento anual de
R$15,329 milhões.
“Cabe frisar que os valores contratuais anuais
que são os nossos balizadores do gasto máximo
anual, demandam a respectiva previsão
orçamentária, não havendo a possibilidade de
realizar gastos excedentes a esse limite”, afirma
a unidade do ICMBio, em seu ofício. “É possível
verificar pelo Sistema de Gestão Contratado,
bem como pelos processos administrativos de
pagamento devidamente atestados pelos seus
respectivos fiscais de contratos, todos os valores
que foram gastos com a frota do ICMBio.”
O ofício detalha ainda os gastos anuais dos
veículos nos últimos três anos. Em 2017, foram
realizadas 2.598 manutenções, com custo de R$
6,150 milhões e R$ 4,606 milhões com
abastecimento. Em 2018, esses valores foram de
R$ 5,342 milhões com manutenção e R$ 5,985
milhões com combustível. Neste ano, as
manutenções já feitas somam R$ 4,727 milhões
e R$ 4,463 milhões, respectivamente. Nos
últimos três anos, segundo a unidade, foram
economizados ainda R$ 587 mil, após
negociações com prestadores de serviços.
O ofício aponta ainda que a frota do ICMBio
possui 545 veículos com até oito anos e outros
1.351 com mais de oito anos. “Diante de todos
os dados apresentados, é válido destacar que
Data: 12/09/2019
69
Grupo de Comunicação
esta Unidade Avançada de Administração e
Finanças (UAAF 6 RJ) tem se empenhado em
harmonia aos princípios da legalidade, da
finalidade, da moralidade, ao molde de assegurar
o interesse público com eficiência e transparência
no desenvolvimento das atividades as quais
foram atribuídas, bem como em cumprir seu
papel de garantidora das ações fins deste
Instituto”, conclui o documento.
A análise dos inventários ainda continua,
segundo a unidade, com o objetivo de apurar o
numerário real de veículos que estão
classificados como “inservíveis”. Os valores e
quantidades se referem a todos os bens
cadastrados no sistema, incluindo os veículos de
todos os tipos, tratores, embarcações e
equipamentos.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,divisao-do-icmbio-refuta-dados-de-
auditoria-interna-sobre-consumo-de-carros-
sucateados,70003006194
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Data: 12/09/2019
70
Grupo de Comunicação
Deputado dos EUA quer impedir importação
de carne, petróleo e soja do Brasil
Em reação às queimadas na Amazônia, Peter
DeFazio apresentou projeto que prevê ainda a
proibição de uma negociação de livre comércio
entre os dois países
Beatriz Bulla, correspondente nos Estados Unidos
WASHINGTON - O deputado democrata Peter
DeFazio apresentou projeto de lei na Câmara dos
Estados Unidos, nesta terça-feira, 10, para
proibir a importação de produtos brasileiros como
carne, petróleo e soja, em resposta ao aumento
das queimadas na Amazônia. O texto também
prevê a proibição de uma negociação de livre
comércio entre Estados Unidos e Brasil.
O projeto de lei do congressista fala em proibir
ainda importações de produtos como couro,
açúcar, milho e tabaco do Brasil. Em nota
publicada no site do deputado, o democrata
critica os presidentes Jair Bolsonaro e Donald
Trump.
"O presidente Jair Bolsonaro acredita que pode
agir impunemente e acelerar a destruição da
floresta amazônica, e ele precisa saber que há
consequências reais por suas ações
imprudentes", disse.
O parlamentar alega ainda que o desmatamento
na Amazônia pode ter efeitos significativos nas
chuvas nos Estados Unidos e afetar a produção
americana.
Audiência
No mesmo dia, outros deputados americanos
discutiram em uma audiência pública a política
ambiental do governo Bolsonaro, no Comitê de
Relações Exteriores da Câmara. Os
parlamentares presentes sinalizaram, no entanto,
que negociações de um acordo comercial entre
os dois países não devem ser barradas pela crise
ambiental.
O governo Trump tem sido o mais importante
aliado de Bolsonaro no debate internacional
sobre a situação da Amazônia.
Senadores democratas chegaram a enviar uma
carta ao representante de comércio americano
pedindo a suspensão de tratativas comerciais
com o Brasil até que a situação das queimadas
na Amazônia fosse solucionada. O País e os
Estados Unidos trabalham em um acordo de
liberalização de comércio. A ideia é facilitar
trâmites, aumentar relação comercial e
investimento.
O chanceler Ernesto Araújo tem reunião no
Departamento de Estado, em Washington, nesta
semana, quando deve tratar do tema. A ideia de
um acordo de comércio tem sido desenhada
pelos dois lados, mas ainda não ganhou caráter
oficial. Os Estados Unidos costumam comunicar o
Congresso quando dão início formal às tratativas
para um acordo.
No debate desta terça-feira, no entanto, mesmo
entre democratas - oposição ao governo Trump -
, não houve sinalização de que a questão
ambiental possa ser um impeditivo para um
futuro acordo com o Brasil.
O deputado democrata Albio Sires disse não ver
a imposição de condições ao acordo como a saída
para os americanos exercerem pressão sobre o
Brasil.
"Vamos trabalhar juntos, vamos encontrar uma
solução, o que podemos fazer juntos para isso.
Nesse momento, essa (condição) não é uma boa
abordagem", afirmou Sires.
Já o deputado democrata Dean Phillips, que
também participou do debate na Comissão de
Relações Exteriores, disse a jornalistas que ainda
não tem uma posição formada sobre a
necessidade de incluir condições a respeito de
política ambiental para aprovação de um possível
acordo.
"Há desafios no uso desses instrumentos, mas
temos que olhar todas as opções", afirmou
Phillips.
Apesar disso, a economista e colunista do Estado
Monica de Bolle, uma das especialistas ouvidas
pelos deputados, pondera que acordos recentes
firmados inclusive na gestão do republicano
Trump incluíram previsões sobre proteção ao
meio ambiente. É o caso do USMCA - o novo
Nafta, renegociado entre Estados Unidos, Canadá
e México.
"Tanto do lado republicano quanto do lado
democrata existe uma preocupação grande com
essas questões de meio ambiente e, sendo
assim, qualquer acordo que venha a ser firmado
com o Brasil, seja um acordo de facilitação de
Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
comércio ou algo mais ambicioso, vai conter
essas normativas, essas exigências. Isso é
comércio no século 21", disse Monica.
Suspensão de compra do couro brasileiro
No fim de agosto, a VF Corporation, empresa
responsável por marcas como Timberland, The
North Face, Kipling e Vans, decidiu não seguir se
"abastecendo diretamente com couro e curtume
do Brasil para os negócios internacionais até que
haja a segurança que os materiais usados em
nossos produtos não contribuam para o dano
ambiental no País".
E, na semana passada, a H&M, segunda maior
varejista de moda do mundo, informou que parou
de comprar couro do Brasil temporariamente por
causa das preocupações ambientais ligadas aos
incêndios florestais na Amazônia.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,deputado-dos-eua-quer-impedir-
importacao-de-carne-petroleo-e-soja-do-
brasil,70003005648
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FOLHA DE S. PAULO
Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO CTG recorre à biotecnologia no combate ao
mexilhão
Por Rodrigo Polito | Do Rio
Segunda maior geradora de energia privada do
país, a CTG Brasil, empresa controlada pela
China Three Gorges Corporation, se inspira numa
biotecnologia adotada no combate aos mosquitos
da dengue e malária para enfrentar um problema
que afeta as hidrelétricas há quase 20 anos, mas
que vem se agravando: a presença do mexilhão-
dourado, espécie vinda da Ásia e sem predadores
naturais que causa um prejuízo anual da ordem
de R$ 400 milhões ao setor elétrico, segundo
estimativas da companhia. Dona de 17
hidrelétricas no Brasil, a CTG entra neste mês
numa nova fase de pesquisa e desenvolvimento
(P&D), na tentativa de controlar a praga em suas
usinas, em parceria com a startup de
biotecnologia e engenharia genética Bio Bureau.
Em 2006, o Valor publicou uma ampla
reportagem mostrando que o molusco,
hospedeiro da salmonela e impróprio para o
consumo humano, tinha chegado ao continente
vindo nos cascos dos navios da China que
aportavam na Argentina, onde foi encontrado
pela primeira vez em 1991 no rio da Prata. O
mexilhão afetou a primeira hidrelétrica argentina,
de Yacyretá, em 2000. No ano seguinte chegou a
Itaipu e, em 2002, provocou a parada de uma
turbina em Porto Primavera. Na limpeza do
equipamento foram retiradas quatro toneladas de
conchas. Hoje já são encontrados inclusive no
reservatório da hidrelétrica de Sobradinho, da
Chesf, na Bahia.
Quase 15 anos depois, a CTG planeja criar
mexilhões geneticamente modificados e,
posteriormente, liberá-los vivos em reservatórios
de hidrelétricas e outros locais infestados para
produzir apenas descendentes estéreis. A
expectativa é que essa solução leve à eliminação
da praga ao longo do tempo, a partir da redução
da taxa de reprodução do molusco e do combate
a sua proliferação descontrolada.
Inúmeros projetos já foram realizados por
empresas e centro de pesquisa brasileiros para
tentar combater o mexilhão. Porém, a incidência
do molusco nos rios do país é crescente e,
inclusive, pode avançar para a região amazônica.
Interessada em encontrar uma solução, a CTG
Brasil apostou no trabalho desenvolvido pela Bio
Bureau que visa combater o molusco com
biotecnologia.
"Ao invés de pensar em uma solução química,
fomos para uma solução biotecnológica", afirma
Mauro Rebelo, fundador da Bio Bureau. "Em
2013, tivemos o primeiro 'crowdfunding'
[financiamento coletivo] científico bem-sucedido
no Brasil. Levantamos R$ 40 mil para começar a
sequenciar o genoma do mexilhão".
As duas empresas começaram a trabalhar juntas
em um projeto, no âmbito do programa de P&D
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
em 2017. Neste mês será assinada a terceira
fase do projeto, que agora conta com outras
empresas do setor como patrocinadoras.
Considerando as três etapas do projeto, o valor
do investimento é de aproximadamente R$ 11
milhões.
"Nesta fase, a CTG Brasil estará junto com a Bio
Bureau em uma pesquisa aplicada para tentar
fazer uma edição genética objetivando o colapso
da população [de mexilhões-dourados] pela
infertilidade", conta Carlos Nascimento, gerente
de Pesquisa & Desenvolvimento da geradora.
Segundo Rebelo, a depender da evolução da
pesquisa, é possível que uma solução seja
disponibilizada ao mercado em cerca de dez
anos. "Ainda é uma incerteza muito grande em
relação a quanto tempo vai levar para essa
infertilidade efetivamente controlar a população
[de mexilhões] nos reservatórios".
A espécie causa prejuízos às empresas porque
provoca despesas com manutenção das unidades
geradoras das usinas, para a retirada do
mexilhão. Somem-se a isso as perdas de receitas
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Grupo de Comunicação
associadas à paralisação da operação das
máquinas para o recolhimento do molusco. De
acordo com levantamento feito pelo Ibama, 49
hidrelétricas, que representam 55% da
capacidade instalada do parque gerador do país,
registraram a ocorrência do mexilhão-dourado.
"Não há um predador natural [para o mexilhão-
dourado] no Brasil, como há na Ásia", diz Rogerio
Marchetto, gerente de Meio Ambiente da CTG
Brasil. "Ele adere a tudo. Nas hidrelétricas, adere
às tubulações, principalmente nas que fazem
parte do resfriamento da água da usina. Ele pode
acabar entupindo as tubulações e diminuindo a
eficácia desses sistemas."
O especialista lembra que além da usina, a praga
causa impactos no reservatório, afetando
atividades de lazer e o uso múltiplo da água. Em
2001, por exemplo, as conchas entupiram os
canos de distribuição de água e quase
provocaram o colapso do abastecimento em
Porto Alegre. Na época, foram usados
contêineres para retirada dos moluscos.
https://www.valor.com.br/empresas/6431725/ct
g-recorre-biotecnologia-no-combate-ao-mexilhao
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Data: 12/09/2019
74
Grupo de Comunicação
MME espera aval do TCU para leilão ainda
este mês
Por Rafael Bitencourt | De Brasília
O ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque, disse ontem que o Tribunal de
Contas da União (TCU) deve liberar os estudos
do megaleilão de petróleo até fim deste mês.
O certame, previsto para 6 de novembro,
oferecerá às grandes petroleiras o direito de
explorar o volume excedente aos 5 bilhões de
barris do contrato da cessão onerosa, firmado
com a Petrobras em 2010. O edital, publicado na
última semana pela Agência Nacional do Petróleo
(ANP), colocará em disputa quatro blocos na
bacia de Santos.
Ao sair de audiência pública na Câmara,
Albuquerque confirmou que passou a tarde de
terça-feira reunido com os ministros do TCU para
tratar do assunto. O encontro contou com a
presença do relator do processo, o ministro
Raimundo Carreiro. De acordo com o ministro de
Minas e Energia, a ida ao tribunal serviu para
apresentar os aprimoramentos feitos a partir da
análise do relatório elaborado pela equipe técnica
do órgão de controle.
Sobre a proposta de emenda à Constituição
(PEC), que garante a divisão de recursos do
megaleilão com Estados e municípios,
Albuquerque disse que está em "diálogo
permanente" com as lideranças do Congresso.
Ele afirmou que os presidentes da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), "têm a percepção" da
importância de realizar o megaleilão ainda neste
ano.
Além de permitir que seja repartido o dinheiro
arrecadado no certame com outros entes da
federação, a PEC possibilitaria o pagamento à
Petrobras de R$ 33,6 bilhões - valor acertado na
revisão do acordo de cessão onerosa, em abril.
Para isso, o governo pretende usar parte dos R$
106 bilhões a serem cobrados na venda dos
quatro blocos de petróleo para pagar a estatal.
https://www.valor.com.br/brasil/6431749/mme-
espera-aval-do-tcu-para-leilao-ainda-este-mes
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Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
Incertezas preocupam o setor de petróleo e
gás na Argentina
Por Marsílea Gombata e Marina Guimarães | De
São Paulo e de Buenos Aires
O setor de petróleo e gás de xisto na Argentina
vive um momento de incerteza, poucos meses
depois começar a deslanchar. Medidas adotadas
recentemente pelo presidente Mauricio Macri e o
discurso ambíguo de Alberto Fernández, favorito
para vencer a eleição em outubro, lançam
dúvidas sobre o futuro do setor, que é visto como
um dos principais legados positivos do governo
atual.
A produção no campo de Vaca Muerta começou a
crescer nos últimos meses e deve levar a
Argentina a ter superávit na conta de petróleo e
gás no ano que vem. Mas o momento favorável
das empresas que investem na reserva pode
estar ameaçado. Em agosto, depois da derrota
nas primárias, Macri anunciou congelamento do
preço de combustíveis, o que desagradou as
companhias. Na semana passada, Fernández fez
declarações pouco amistosas às empresas
estrangeiras que operam no país.
O congelamento, afirma Marcelo García, diretor
da consultoria Contexto Consultores, deixa o
próximo governo em uma situação difícil, de ter
de escolher entre manter os preços congelados e
aliviar o bolso dos eleitores ou reajustar os
preços, atendendo a demanda das empresas. "No
curtíssimo prazo, o próximo governo deve
priorizar os eleitores", acrescenta. Isso aumenta
a insegurança das empresas
O governo fixou o preço do barril de petróleo em
US$ 42, ante US$ 62 da cotação no mercado
internacional. "Essa diferença de US$ 20 é
insustentável, e ninguém vai continuar
investindo. As companhias terão manejo de
capital muito disciplinado e o 'fracking'
[fraturamento hidráulico, a técnica para explorar
o xisto] esperará novas definições", disse uma
fonte da equipe econômica de Fernández.
Segundo fonte próxima à estatal YPF, a medida
tabelou o preço para produtores (como V ista Oil
& Gas, Tecpetrol, Chevron, Exxon) e deixou
margem de lucro maior para as que operam no
setor de refino (como YPF, Shell, Axxion ) com o
objetivo de manter o preço ao consumidor final.
Atualmente, as produtoras arcam com 90% do
custo do congelamento, e as empresas do setor
de refino com 10%.
O governo Macri, porém, não parece disposto a
resolver o imbróglio antes do primeiro turno da
eleição, em 27 de outubro. "Se a eleição
confirmar a vitória de Alberto, por que Macri vai
resolver isso? Vai deixar para que o próximo
governo se vire com o problema. O que Macri
quer é garantir o preço até novembro", diz a
fonte. "Se o congelamento ultrapassar o período
de seis meses, será complicado. Seremos
obrigados a rever os investimentos, inclusive na
estatal."
Um executivo de uma empresa produtora que
atua em Vaca Muerta diz que as empresas
continuam operando, mas estão preocupadas
porque pensavam que o congelamento de Macri
era provisório e não sabem o que Fernández fará.
Se ele ampliar o prazo, será interpretado como
uma mensagem sobre a futuro política de
governo.
Em 2003, quando Fernández era chefe de
gabinete do então presidente Néstor Kirchner,
lembrou o executivo, o país tinha superávit
energético de US$ 6 bilhões, mas logo vieram o
congelamento das tarifas e o aumento dos
impostos às exportações, que levaram empresas
a engavetar investimentos. Em 2011, o país teve
que importar US$ 15 bilhões em gás e petróleo,
gerando o maior déficit no setor.
Além do congelamento dos preços de petróleo,
comentários feitos por Fernández recentemente
também acenderam um alerta sobre o futuro de
Vaca Muerta. "Não tem sentido ter petróleo se,
para extrai-lo, tem que deixar que as
multinacionais venham e o levem", disse
Fernández em visita ao Parlamento espanhol, na
semana passada.
Assim que retornou à Argentina, nesta semana,
tentou reduzir a polêmica. "Só digo que seria
muito melhor para nossos países ter
desenvolvido nossa própria tecnologia porque
teríamos aproveitado melhor nossas riquezas",
disse Fernández, ao ressaltar que respondeu a
uma pergunta sobre tecnologia e não sobre
petróleo.
Cotado para o ministério da Fazenda em um
governo Fernández, Guillermo Nielsen disse em
Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
entrevista ao Valor no mês passado que a ideia é
reduzir o imposto de renda das empresas em
Vaca Muerta de 35% para 20%. Apesar disso e
da tentativa de Fernández de remediar, a
declaração da semana passada rememorou o
governo de Cristina Kirchner, vice de Fernández
na chapa, que expropriou a petrolífera YPF, antes
controlada pela espanhola Repsol. A medida
afugentou o capital estrangeiro do setor de
energia da Argentina.
"O nível de incerteza aumentou nos últimos
dias", afirma Aditya Ravi, da consultoria Rystad
Energy. "Vimos a produção crescer muito nos
últimos nove meses, e para que isso continue é
preciso dar continuidade a políticas pró-
investimentos dos últimos anos. Se isso
continuará, contudo, é incerto."
Hoje Vaca Muerta é tida como potencial motor
econômico do próximo governo, afirma Jimena
Blanco, da consultoria de risco político Verisk
Maplecroft. "É a principal fonte capaz de prover o
fluxo de divisas das quais a Argentina necessita
para estabilizar o peso e a economia", diz, ao
ressaltar que a grande pergunta é o que
acontecerá com o congelamento de preços que
Macri implementou.
O ambiente macroeconômico do país não deixa
margem para o próximo governo manter os
preços congelados, afirma Esteban Kipper, ex-
vice-presidente da Cammesa (responsável pela
comercialização de energia elétrica na Argentina)
e diretor da consultoria Economia e Energia.
"Diante de uma situação fiscal tão delicada, não
creio que haja espaço para subsídios para
empresas de energia, como havia antes de Macri
chegar ao poder", diz. Ele avalia que será difícil o
governo manter o congelamento de preços de
combustível e também de tarifas de eletricidade
e gás - como Macri determinou até novembro.
Em reunião de parte da equipe de Fernández com
empresários do setor de energia elétrica, no mês
passado, foi proposta mudança no reajuste de
tarifas. "Hoje as tarifas de gás e luz são
reajustadas segundo a inflação ao produtor, que
acompanha a valorização do dólar em relação ao
peso, enquanto os salários crescem abaixo
disso", afirma fonte da equipe econômica de
Fernández. "O que se propôs na reunião foi a
'desdolarização' dessas tarifas, mas não congelá-
las."
Uma das primeiras medidas que Macri tomou ao
chegar ao poder foi reajustar as tarifas de
energia. O que os consumidores pagam na conta
de luz hoje cobre 62% do custo de geração de
energia, sendo o restante coberto por subsídios.
Há um ano, o total pago pelos consumidores
cobria 40%, segundo relatório do Instituto
Argentino de Energia General Mosconi.
O total de subsídios do governo para manter as
tarifas de gás e luz praticamente sem reajustes
passou do equivalente a 3% do PIB em 2015 -
quando Macri assumiu - para 1,5% do PIB.
"Não creio que um governo Fernández mudará
muita coisa em relação a isso. Não há espaço
para aumentar os subsídios, mas ele tampouco
pode permitir um reajuste total, porque estará
preocupado em reduzir a inflação", conclui
García.
https://www.valor.com.br/internacional/6431815
/incertezas-preocupam-o-setor-de-petroleo-e-
gas-na-argentina
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Data: 12/09/2019
77
Grupo de Comunicação
Sem plano, não haverá gás para crescer
Por Luís Duque Dutra
Primo enjeitado do petróleo, o gás natural está
nas manchetes com o prometido "choque" de
oferta que baixará preços e multiplicará
investimentos. Antes tarde do que nunca. Pelas
próprias petroleiras, ele é visto como a ponte
para a economia de baixo carbono. Abundante no
pré-sal, no mundo, o recurso experimenta uma
revolução apoiada na tecnologia de liquefação,
nas reservas de folhelho e no aproveitamento
químico. Às portas da transição energética e
diante da riqueza encontrada em águas
ultraprofundas, não faltam motivos para apostar
no futuro do gás na matriz energética brasileira.
Contudo, é bom ter cuidado e alguma precaução,
afinal, não foi desprezado por décadas à toa.
A física básica ajuda a entender o problema. Por
conter muito menos energia por metro quadrado
que o carvão e o petróleo, ambos de origem
fóssil como o gás natural, ele sempre esteve em
desvantagem. Movimentá-lo e guardá-lo é bem
mais caro, a despeito de todo avanço realizado
no século passado. Fora isso, os meios para tanto
são especialmente dedicados e indivisíveis: sem
gás, um gasoduto para nada serve, uma jazida
gigantesca e distante, sem gasoduto, não vale
muito. As instalações não são concebidas
separadamente, estão todas conectadas umas às
outras.
Para complicar, até alcançar seu uso final, o gás
percorre um longo caminho numa extensa cadeia
de agregação de valor, na qual, em sucessivas
transformações e seguidos deslocamentos,
podem ocorrer numerosas variações, alguns
desvios e utilizações as mais diversas (como
matéria-prima ou fonte de energia). Algumas
vezes elas são concorrentes, outras,
complementares. A cada elo da cadeia de valor,
ocorre uma transação que corresponde a um
"custo-transação". De forma a assegurar o
controle do fluxo, evitar interrupções de qualquer
natureza e maiores riscos em investimentos de
bilhões de dólares, a propriedade dos diferentes
ativos maximiza o lucro e, portanto, viabiliza a
expansão. A verticalização, as participações
cruzadas e os contratos de longo prazo diminuem
o custo da oferta.
O valor criado a cada etapa e a infraestrutura em
rede do negócio conferem um enorme poder às
empresas. Elas não vendem um produto e, sim,
um serviço: a sua entrega, pronto para uso, em
fluxo contínuo, na especificação e no volume
desejado. Nos serviços em rede, ao contrário do
convencional, o custo de fornecer mais uma
unidade (custo marginal) tende a zero, enquanto
o benefício de adquirir a unidade adicional tende
ao infinito. Em termos práticos, o vendedor
captura o comprador, não há como substituí-lo:
boa questão para o pensamento econômico do
século XXI.
Tudo fica mais difícil quando se considera o meio
ambiente e o clima. O aproveitamento do gás
exige, então, muito mais atenção. O recurso não
renovável emite menos dióxido de carbono que
os demais combustíveis fósseis e nenhum
particulado (ou fuligem). Assim, substitui o
carvão na geração elétrica, o óleo combustível
como fonte de calor e pode deslocar os derivados
do petróleo no transporte, além de impulsionar a
nova petroquímica. Apesar do potencial, não é
panaceia e, principalmente, não existe solução de
pronto-uso. Aliás, acreditar que o livre-mercado
vai dar conta da defesa do consumidor e da
proteção ambiental, contra oligopólios articulados
em intricadas cadeias produtivas, não tem
respaldo nem histórico, nem teórico.
A queda de preço é um desafio. Monopólios serão
trocados por oligopólios, ambientes de
concorrência imperfeita
Posto isto, em agosto de 2019, àquele
interessado no assunto, salta aos olhos a aposta
na competição e na queda do preço. Ela não será
imediata, talvez daqui a quatro anos, se tudo der
certo. Ademais, a aposta ignora fundamentos
teóricos e tem pouca aderência à realidade;
afinal, trata-se de transformar monopólios em
oligopólios; dois ambientes de competição
imperfeita. Os monopólios naturais e a
concorrência pura (e perfeita) são modelos
simples, facilmente compreensíveis quanto à
conduta e ao desempenho dos atores, o que não
se verifica nos oligopólios, instáveis por natureza
e, quando concentrados, imprevisíveis; assim
ensina a microeconomia elementar.
A experiência europeia, continente dotado de
larga infraestrutura, demonstra em quanto a
práxis reflete a teoria: há 30 anos, eivada de
tentativas, erros e acertos, a política de abertura
teve impacto reduzido nos preços e no poder de
Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
mercado das empresas. Lá, o preço do gás é no
mínimo o dobro do cobrado nos Estados Unidos
ou no Canadá. No Brasil, por sua vez, a "quebra"
do monopólio da Petrobrás completa 20 anos e
não se consumou. Aqui, o sobrepreço é maior e
até as estatísticas são pobres: o preço médio
nem ponderado é. Os valores das transações
encontram-se protegidos pelo sigilo contratual e
os preços não estão subordinados a regulação
alguma, a não ser o botijão de GLP comprado
pelas famílias brasileiras que, aliás, nem gás
natural é. Seria bom também explicar isso às
autoridades.
Além disso, o que acontece no Hemisfério Norte
não se repetirá por aqui e, neste ponto, a
geografia foi inclemente para eles. A calefação e
a eletrificação empurraram o carvão para a base
do sistema energético nos EUA, nos países
europeus e na China. Nestes, a transição
energética passa justamente pela substituição do
carvão pelo gás, o que diminui em um terço as
emissões de CO2 por unidade de calor fornecida
à indústria e às residências e em metade as
emissões na geração de eletricidade.
No Brasil, de novo a geografia, a base é outra e a
extensão territorial de Norte a Sul nos permitiu
integrar bacias hidrográficas com diferentes
regimes pluviométricos. A mesma diversidade
hoje impulsiona o aproveitamento eólico e
fotovoltaico. Como não há quase carvão para
substituir e o gás será o complemento que
compensará a intermitência das novas fontes,
cabe pensar em outros usos, como substituir o
óleo diesel nas metrópoles e o GLP nas
residências, além do mais importante e nunca
mencionado: o uso como matéria prima, quando
seu valor até quintuplica frente ao original.
Embora essencialmente acadêmica, o que pouco
ajuda hoje em dia, vale ressaltar a inquietude
quanto ao conteúdo da "nova" política de gás
natural, do qual pouco se sabe, mas, muito se
fala. Sem planejamento metódico e regulação
precisa não haverá gás para crescer, ele ficará
como está, encalhado nas jazidas de onde jorra o
óleo do pré-sal. É este que dá lucro.
Luís Eduardo Duque Dutra é doutor em Ciências
Econômicas pela Universidade de Paris XIII,
Mestre em Planejamento Energético pela COPPE
e Professor Adjunto da Escola de Química da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
https://www.valor.com.br/opiniao/6431631/sem-
plano-nao-havera-gas-para-crescer
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Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
Empresariado de infraestrutura está menos
otimista
Por Camila Maia | De São Paulo
Empresários da área de infraestrutura do país
seguem confiantes na melhora dos resultados de
suas empresas a partir de 2020, mas menos
otimistas do que estavam em março, mostrou a
recente rodada do Termômetro do GRI Club
Infra, clube privado de atuação global focado nos
mercados desse setor. Para 60,4% dos ouvidos,
os resultados nos próximos 12 meses serão
melhores. Em março, essa era a expectativa de
71,6% dos entrevistados.
A edição da pesquisa de setembro entrevistou
113 membros do clube, que reúne investidores e
empresas dos principais segmentos de
infraestrutura do país, como mobilidade urbana,
energia, saneamento, aeroportos, rodovias e
ferrovias, além de bancos, fundos, advogados e
especialistas.
O clube, que é fechado, tem em seu conselho
estratégico nomes como Andre Clark, presidente
da Siemens, Guilherme Caixeta, vice-presidente
sênior de infraestrutura do GIC, Leonardo
Vianna, presidente da CCR, Teresa Vernaglia,
presidente da BRK Ambiental e Marcos Almeida,
diretor geral do braço de infraestrutura da
Brookfield na América do Sul.
Na pesquisa de setembro, 36,9% dos
entrevistados apontaram as expectativas dos
próximos 12 meses como regulares. O percentual
era de 24,1% em março. A fatia de investidores
com expectativas ruins para o próximo ano caiu
de 4,3% para 2,7% dos ouvidos.
O percentual de empresários reduzindo o nível
dos negócios ou desinvestindo subiu de 5,2%
para 9%. Ao mesmo tempo, o número dos que
estão ampliando os seus negócios hoje subiu
ligeiramente, de 50% para 51,4%. A queda se
deu nos entrevistados que estão aguardando
para tomar as decisões: de 44,8% em março
para 39,6% em setembro.
A pesquisa também analisou quais os segmentos
de infraestrutura oferecem as melhores
oportunidades em termos de novas concessões
ou parcerias público-privadas. Aeroportos lidera o
ranking, seguidos por rodovias e saneamento. Os
demais segmentos aparecem na ordem:
iluminação pública, portos, mobilidade urbana,
transmissão de energia, ferrovias, geração de
energia e gás.
Em fusões e aquisições e consolidação, o
preferido dos investidores é geração de energia.
Saneamento e rodovias completam o ranking,
seguindo, na ordem, por transmissão de energia,
aeroportos, portos, gás, distribuição de energia,
mobilidade e ferrovias.
https://www.valor.com.br/empresas/6431703/e
mpresariado-de-infraestrutura-esta-menos-
otimista
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Data: 12/09/2019
80
Grupo de Comunicação
ExxonMobil reforça presença na costa
sergipana
Por André Ramalho | Do Rio
Com a aquisição de três novas concessões na
Bacia Sergipe-Alagoas, na oferta permanente da
Agência Nacional do Petróleo (ANP), nesta
semana, a ExxonMobil consolida sua presença na
fronteira de exploração e produção mais
promissora do Brasil desde a descoberta do pré-
sal. A expectativa do consórcio liderado pela
americana, ao lado da Enauta e Murphy Oil, é
começar a perfurar seus primeiros poços nas
águas profundas da região a partir de 2020.
O consórcio é, hoje, o principal ator privado na
exploração da Bacia Sergipe-Alagoas. Juntas,
ExxonMobil (50%), Enauta (30%) e Murphy Oil
(20%) têm seis concessões exploratórias na
região e, com a participação no leilão desta
semana, passam a operar nove blocos -
igualando-se ao número de áreas da Petrobras,
que fez importantes descobertas na costa
sergipana, nos últimos anos.
Em agosto, a Enauta anunciou que o programa
de perfuração na bacia está previsto para
começar a partir do segundo semestre de 2020.
Segundo a petroleira, as empresas já enviaram
as solicitações de licença ambiental. Os dados
sísmicos definitivos, que indicarão os melhores
pontos para perfuração, devem ser recebidos
neste ano.
A Bacia Sergipe-Alagoas desponta como a mais
nova fronteira de exploração e produção de óleo
e gás da costa brasileira. A Petrobras detém seis
descobertas na região (Cumbe, Barra, Farfan,
Muriú, Moita Bonita e Poço Verde) e espera
começar a produzir seus primeiros barris de óleo
em 2023.
Para dividir os investimentos bilionários que
serão necessários para desenvolver a
infraestrutura local, a empresa está vendendo
parte de sua participação nas concessões locais.
A presença da Exxon, principal petroleira privada
do mundo, aliás, gera a expectativa de que os
investimentos na região possam ser acelerados.
Diante do sucesso exploratório da estatal, a Bacia
Sergipe-Alagoas passou a despertar a atenção da
iniciativa privada em 2015, quando a Enauta
(então Queiroz Galvão Exploração e Produção)
pagou, sozinha, R$ 100 milhões por duas
concessões no local, na 13ª Rodada de blocos
exploratórios da ANP.
Em 2017, em meio às reformas no marco
regulatório do setor, a Exxon resolveu aumentar
sua presença no Brasil e elegeu a Bacia de
Sergipe-Alagoas como um dos principais destinos
de seus investimentos, ao lado do pré-sal de
Santos e Campos. A empresa comprou 50% da
fatia da Enauta nos dois blocos que a brasileira
operava e, junto com a Murphy e a antiga QGEP,
arrematou mais quatro áreas, nos leilões de 2017
e 2018.
https://www.valor.com.br/empresas/6431701/ex
xonmobil-reforca-presenca-na-costa-sergipana
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Data: 12/09/2019
81
Grupo de Comunicação
Setor químico tem primeira emissão verde
com Sabará
Por Vanessa Adachi | De São Paulo
Uma pequena emissão de debêntures fechada na
semana passada trouxe algumas boas novas para
o mercado de capitais local. A Sabará, empresa
química que fornece insumos para o setor de
saneamento e tratamento de água, conseguiu
captar R$ 20 milhões com uma emissão verde,
ou seja, títulos de dívida que levantam recursos
para projetos com benefícios ambientais.
Foi a primeira vez que uma empresa do setor
químico no país conseguiu atender a critérios
verdes. Além disso, a operação da Sabará indica
uma abertura para emissões com selo ambiental
de empresas de menor porte no mercado local de
dívida.
Para a Sabará, a emissão teve um significado
adicional. Foi a primeira vez que a empresa
conseguiu acessar o mercado de capitais ou
simplesmente obter um crédito por longo prazo,
no caso, de cinco anos. Ulisses Matiolli Sabará,
um dos controladores da empresa, tem uma lista
interminável de histórias sobre a dificuldade de
obter capital de longo prazo. "Durante 20 anos,
pelo menos, nós, uma empresa média e bem
estruturada, vimos poucas ou nenhuma porta
aberta para captar recursos a custos acessíveis.
O dinheiro disponível está alocado em grandes
empresas ou em startups", diz ele. "Agora
tivemos a grata surpresa de encontrar capital
alinhado com os nossos valores", diz. As
debêntures pagarão uma taxa considerada
elevada, de CDI mais 6,25% ao ano.
Os recursos servirão para abater dívidas
bancárias contraídas com Safra e Bradesco para
a construção de uma fábrica de clorito de sódio,
em Santa Bárbara do Oeste (SP), que custou R$
15 milhões. "Em 2017 solicitamos um
financiamento ao BNDES que não saiu e
acabamos nos endividando com bancos para
terminar a construção", diz Ulisses Sabará. Cerca
de R$ 5 milhões ficarão como gordura para
capital de giro da empresa.
O empresário explica que a empresa era uma
importadora de clorito de sódio, matéria-prima
para fabricar o dióxido de cloro, um agente
bactericida não poluente e não cancerígeno. Além
de ser usado no tratamento de água, é
empregado, por exemplo, pela indústria
sucroalcooleira. "Verticalizar a produção nos dá
uma vantagem competitiva enorme. Poderemos
vender no mercado local ou exportar o insumo",
diz ele. "Esperamos crescer com o aumento das
concessões de água e esgoto à iniciativa
privada."
A debênture da Sabará recebeu o selo verde da
Sitawi. "Foi a primeira emissão verde local do
setor industrial", diz Gustavo Pimentel, sócio da
Sitawi. "Finalmente estamos chegando em
tíquetes menores e fora do setor de energia, que
domina esse mercado." Outro papel de menor
tíquete emitido neste ano foi o da Athon Energia,
no valor de R$ 40 milhões. Houve outras quatro
emissões com selo verde no ano no país até
agora: AES Tietê (R$ 820 milhões), Taesa (R$
210 milhões), Neoenergia (R$ 1,3 bilhão) e
Celulose Irani (R$ 505 milhões).
Segundo Pimentel, no caso da Sabará, além da
performance ambiental da nova planta, que
opera com energia renovável, o produto em si foi
relevante na concessão do selo. "Fora isso, há o
benefício do fornecimento local que vai reduzir a
importação e as emissões de carbono
decorrentes."
O papel da Sabará foi comprado pelas gestoras
Polo Capital, Lakewood e Novero. Esta última
destinará 100% da sua fatia para um fundo
exclusivo da Wright Capital, gestora que
administra o patrimônio de famílias que se
comprometem a fazer investimentos de impacto
sócio-ambiental positivo. "Temos feito um
trabalho de ativismo junto aos gestores de
recursos tradicionais para que estes passem a
considerar critérios de ASG [ambientais, sociais e
de governança] quando fizerem suas alocações",
diz Fernanda Camargo, sócia da Wright. "No caso
da debênture da Sabará, além do retorno, da
estrutura de garantias e da governança,
encontramos uma empresa comprometida com a
transformação social e ambiental."
Para a Polo Capital, o selo verde não foi uma pré-
condição para o investimento, diz o sócio Mariano
Andrade. Pesou mais a questão de a Sabará ter
um perfil de baixa volatilidade de receita, fato
que reduz o risco de crédito do papel. "Mas nós
vislumbramos um futuro não distante em que
'green bonds' serão negociados com prêmio. Por
ora, a demanda dos investidores ainda é
Data: 12/09/2019
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incipiente, mas, quando se trata de crédito de
longo prazo, o selo verde é desejável porque não
sabemos como o mercado vai mudar nesse
período", diz ele. Os R$ 9 milhões que a Polo
comprou da emissão serão distribuídos em vários
fundos da casa.
Leonardo Teixeira, sócio da Novero, diz que o
prêmio mais salgado está relacionado ao fato de
a Sabará nunca ter acessado o mercado antes. A
tendência, acredita, é que as taxas caiam bem
nas próximas emissões. A emissão é garantida
por dois contratos de longo prazo com empresas
de saneamento.
A Sabará Químicos e Ingredientes é a principal
empresa do grupo Sabará, que também controla
a Beraca, uma das principais fornecedoras de
ingredientes naturais da biodiversidade brasileira
para a indústria cosmética. Também do grupo, a
Concepta fornece ingredientes naturais da
biodiversidade local para o setor de alimentos.
No ano passado, o grupo faturou R$ 200 milhões.
https://www.valor.com.br/financas/6431471/set
or-quimico-tem-primeira-emissao-verde-com-
sabara
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Data: 12/09/2019
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STF permite pulverização aérea de
inseticida
Por Joice Bacelo | De Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela
possibilidade do uso de aeronaves para a
pulverização de substâncias químicas como
medida de combate ao mosquito Aedes Aegypti -
transmissor de doenças como dengue, febre
amarela, zika e chikungunya. Os ministros
condicionaram a medida, no entanto, à
autorização prévia das autoridades sanitárias e
do meio ambiente.
Fica mantida, desta forma, a Lei nº 13.301, de
2016. A norma prevê em seu artigo 1º
(parágrafo 3º, inciso IV) a pulverização, inclusive
em áreas urbanas, nas situações de "iminente
perigo à saúde pública". O uso das aeronaves,
segundo essa legislação, seria permitido
mediante a aprovação das autoridades sanitárias
e da comprovação científica da eficácia da
medida.
O assunto é polêmico. Especialistas da área da
saúde, na época em que a lei foi publicada,
manifestaram-se de forma contrária. Eles
afirmavam, principalmente, que a exposição das
pessoas ao veneno poderia desencadear
doenças.
Na ação direta de inconstitucionalidade (ADI
5592), que foi analisada pelos ministros na tarde
de ontem, a Procuradoria-Geral da República
(PGR) alegava que essa forma de combate ao
mosquito, além de ineficaz, poderia causar danos
ao meio ambiente e à saúde das pessoas e pedia
que os ministros a considerassem
inconstitucional.
Já o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação
Agrícola (Sindag), que atuou como parte
interessada (amicus curiae) no processo,
sustentou que a técnica é antiga e utilizada em
países como os Estados Unidos, o México e a
Espanha.
Os ministros começaram a julgar esse tema no
mês de abril e, na ocasião, eles ficaram divididos.
A relatora, ministra Cármen Lúcia, votou pela
inconstitucionalidade da norma. Alexandre de
Moraes divergiu e foi seguido por Marco Aurélio,
Gilmar Mendes e Luiz Fux.
Já os ministros Edson Fachin, Luís Roberto
Barroso e Rosa Weber propuseram uma solução
parcial, para permitir o uso da dispersão dos
produtos pela aeronave desde que haja
autorização prévia da autoridade sanitária e do
meio ambiente.
O julgamento foi retomado ontem com os votos
do presidente do Supremo, Dias Toffoli, e do
ministro Celso de Mello, que se posicionaram de
forma divergente.
Toffoli se uniu ao grupo de ministros que votou
pela solução parcial - tornando-o vencedor -,
enquanto Celso de Mello acompanhou o voto da
ministra Cármen Lúcia, que declarava a norma
inconstitucional.
https://www.valor.com.br/legislacao/6431437/stf
-permite-pulverizacao-aerea-de-inseticida
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Data: 12/09/2019
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Grupo de Comunicação
Campanha Brazil by Brasil rebate críticas
Por Cristiano Zaia | De Brasília
Após uma série de bombardeios da comunidade
internacional ao presidente Jair Bolsonaro,
sobretudo na área ambiental, a Secretaria de
Comunicação da Presidência (Secom), do
ministro Fabio Wajngarten, apresentou ontem
detalhes da campanha de marketing que o
governo encomendou para melhorar a imagem
do Brasil no exterior e combater uma "narrativa
negativa" que vem sendo veiculada em larga
escala pela mídia estrangeira, na leitura do
Palácio do Planalto.
Com foco sobretudo na Europa e intitulada "Brazil
by Brasil", a estratégia publicitária - que já conta
com quatro filmes a serem divulgados em inglês,
francês e alemão - é apontar aspectos positivos
dos setores de agricultura, ambiente,
infraestrutura e tecnologia e também mostrar
ações do governo, como as aprovações da
reforma da Previdência e da medida provisória da
Liberdade Econômica.
As propagandas criadas pelas agências que
atendem a Secom não fazem qualquer citação a
Bolsonaro, alvo de muitas das menções negativas
de veículos estrangeiros como "The Economist" e
"Washington Post".
O slogan "Conheça um novo Brasil que o mundo
todo precisa conhecer" está presente na maioria
das peças e foi apresentado pelo secretário de
Publicidade e Promoção da Secom, Glen Valente,
em audiência pública, ontem, na Comissão de
Agricultura do Senado. Ele ainda informou que a
campanha, planejada ao longo dos últimos dois
meses e que conta com parceria da Embratur,
será "recorrente", seguirá até o fim de 2019 e no
ano que vem voltará a ser divulgada.
De acordo com o diagnóstico do governo, a
imagem da "marca Brasil" anda prejudicada fora
do país, em especial nos países da União
Europeia, por causa de "uma série de notícias
negativas em relação ao governo e à conduta do
presidente, que são as prioridades dos veículos
locais". Ainda conforme o plano de ação da
campanha, a mídia internacional deixa claro na
cobertura sobre o governo brasileiro que há
"entraves políticos e discordâncias entre seus
líderes".
"A gente tem que combater esses temas
negativos que extrapolam não só o ambiente,
mas também o agronegócio. A narrativa é
negativa e tem sinais de que há interesses
econômicos em relação a essa desconstrução do
Brasil", afirmou Valente. "Pelo conceito que
desenvolvemos, o Brasil com 's' vai explicar para
o Brasil com 'z' exatamente o que é o Brasil",
acrescentou.
Como parte do contra-ataque do governo,
Valente ainda explicou que serão feitos
monitoramentos frequentes de jornais e redes
sociais a respeito de notícias e comentários sobre
o Brasil difundidos não só em países do bloco
europeu, como também nos Estados Unidos, na
Ásia (China e Japão, por exemplo) e em vizinhos
sul-americanos, como Argentina e Chile. E um
site, com textos em inglês, francês, alemão,
espanhol e português, também será criado para
divulgar vídeos e peças da campanha.
Nos últimos meses, notícias como o aumento do
desmatamento no Brasil e dos focos de incêndio
na Amazônia ganharam grande proporção
internacional, instaurando uma crise no governo.
Bolsonaro virou alvo de críticas diretas do
presidente francês, Emmanuel Macron, e chegou
a editar um decreto determinando operações de
Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região,
com o envio das Forças Armadas. E, como efeito,
o episódio repercutiu mal no Twitter, com
"hashtags" que figuraram entre as mais
comentadas do mundo, como
"#PrayForAmazonas" e "#BoycottBrazil", essa
última que defendeu o boicote a produtos
brasileiros em razão das queimadas.
Ao mesmo tempo, os discursos agressivos tanto
de Bolsonaro quanto do ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, também foram
criticados pelo agronegócio brasileiro - grande
aliado do presidente -, sobretudo pelos
exportadores, como no caso do ex-ministro da
Agricultura, Blairo Maggi, sócio da Amaggi, maior
trading do setor agropecuário, de capital
nacional.
https://www.valor.com.br/brasil/6431753/campa
nha-brazil-brasil-rebate-criticas
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