Licenciatura Plena em Química U A P I
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U A P IU A P ILicenciatura Plena em Química
Módulo IIQuímica e Educação Ambiental
Álgebra Linear
"Uma fortaleza é construída quando os homens que nela trabalham são fortes como a rocha onde está sendo erguida,
sendo assim sua construção é consistente como um empreendedor que busca na criação de sua mente e de seu esforço físico, transformar as rochas de seu trabalho em uma sólida e
magnifica fortaleza.»
Vitor Marques
Anotações
Química e Educação Ambiental
José Machado Moita Neto Anna Kelly Moreira da Silva
Módulo II
?
O curso de Química e Educação Ambiental visa preparar os
alunos para discutir os principais problemas decorrentes da
poluição de origem química e os mecanismos adequados ao seu
controle. Pela importância do tema na atualidade acreditamos que
vocês irão gostar do curso e do material didático preparado. Além
do material didático, o aluno encontrará diversas outras fontes de
estudo e pesquisa no espaço virtual. Desejamos a todos o máximo
de dedicação e aproveitamento nesta matéria.
O presente livro, Química e Educação Ambiental, tem
como objetivo abordar os problemas ambientais decorrentes da
poluição química numa visão ampla que integre todas as
problemáticas relacionadas ao assunto. A temática esta
distribuída em quatro unidades:
Unidade 1: Apresentamos informações relativas às
reflexões sobre ciências ambientais, sendo apresentada também
a importância da ciência, da química e do campo de abordagem
da Química ambiental.
Unidade 2: Abordaremos um breve histórico sobre a
origem da Terra, a sua constituição e movimento, com também
apresentaremos conceitos fundamentais sobre os ciclos
hidrogeoquímicos.
Unidade 3: Abordaremos os principais Problemas
Ambientais, origem e conseqüências, e os seus principais
mecanismos de controle.
Unidade 4: Discutiremos as relações do meio ambiente
com a produção de energia, e com as indústrias químicas.
Apresentação
PRESIDENTE DA REPÚBLICALuiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA EDUCAÇÃOFernando Haddad
GOVERNADOR DO ESTADOWellington Dias
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍLuiz de Sousa Santos Júnior
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MECCarlos Eduardo Bielschowsky
COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASILCelso Costa
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍAntonio José Medeiros
COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPIGildásio Guedes Fernandes
SUPERITENDÊNTE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ESTADOEliane Mendonça
DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA - CCNHelder Nunes da Cunha
COORDENADORA DO CURSO DE QUÍMICA NA MODALIDADE EADRosa Lina Gomes do Nascimento Pereira da Silva
COODENADORA DE MATERIAL DIDÁTICO DO CEAD/UFPICleidinalva Maria Barbosa Oliveira
DIAGRAMAÇÃOEzequiel Vieira Lima JúniorJoão Paulo Barros BemJoaquim Carvalho de Aguiar NetoJosimária da Silva Macêdo
Q6
Neto, José Machado Moita Neto; Silva, Anna Kelly Moreira da
Química e Educação Ambiental / José Machado Moita Neto; Anna Kelly Moreira da Silva – Teresina: UFPI/CEAD, 2008
70 p.
1. Química. 2. Educação Ambiental
CDD 540
Sumario Geral
UNIDADE 1. Ciências Ambientais
1.1 Uma Reflexão sobre a Ciência Ambiental
1.1.1 Introdução
1.1.2 A Ciência diante da religião e da filosofia 08
1.1.3 Ciência e imaginação
1.1.4 A metodologia científica
1.1.5 Linguagem científica
1.1.6 Reducionismo
1.1.7 Precariedade da ciência
1.1.8 O homem e seu meio ambiente
1.1.9 Holismo
1.1.10 Conclusão
1.2. Educação em Química e Meio Ambiente
1.3. Química Ambiental
UNIDADE 2. Origem da Terra
2.1 Origem, Evolução, Constituição e Movimento da Terra
2.1.1Dinâmica Interna da Terra
2.2.2 Dinâmica Externa da Terra
2.2 Ciclo Hidrogeoquímicos
2.2.1 Considerações Iniciais
2.2.2 Ciclo da água
2.2.3 Ciclo do Carbono e Oxigênio
2.2.4 Ciclo do Enxofre
2.2.5 Ciclo do Nitrogênio
2.2.6 Ciclo do Fósforo
UNIDADE 3. Poluição Ambiental
3.1 Poluição do Ar: Origem, Conseqüências e Controle
3.1.1 Efeito Estufa
3.1.2 Redução da Camada de Ozônio
3.1.3 Chuva Ácida
3.1.4 Inversão Térmica
3.2 Poluição da Água
3.2.1 Eutrofização
3.2.2 Casos Especiais de poluição da água
3.2.2.1 Maré Vermelha
3.2.2.2 Maré Negra
3.2.2.3 Poluição da Praia
3.2.3 Qualidade da água em reservatórios superficiais
3.2.4 Processos Oxidativos Avançados para purificação
da água
3.2.5 Tratamento Anaeróbio de Esgotos
3.3 Resíduos Sólidos
3.3.1 Limpeza Urbana com Ênfase para o aproveitamento
de Resíduos
3.4 Poluição do solo
UNIDADE 4. Energia e Indústria Química.
4.1 A produção e consumo de energia e seus efeitos
sobre o meio ambiente
4.1.1 Fontes alternativas de energia
4.1.1.1 Introdução
4.1.1.2 Solar
4.1.1.3 Eólica
4.1.1.4 Biomassa
4.1.1.5 Marítima
4.2. As atividades industriais e seus impactos sociais,
econômicos e ambientais
ResumoEsta unidade tem como objetivo fazer uma reflexão sobre o papel do
conhecimento científico na sociedade moderna e, de modo particular, da ciência ambiental na solução dos problemas. Será mostrado a relação entre Educação em Química e Meio ambiente, sendo apresentado também importância da Química ambiental para a sociedade.
Unidade 1Unidade 1Unidade 1Unidade 1
Ciências AmbientaisCiências Ambientais
Sumario
UNIDADE 1. Ciências Ambientais
1.1 Uma Reflexão sobre a Ciência Ambiental
1.1.1 Introdução 08
1.1.2 A Ciência diante da religião e da filosofia 08
1.1.3 Ciência e imaginação 10
1.1.4 A metodologia científica
1.1.5 Linguagem científica
1.1.6 Reducionismo
1.1.7 Precariedade da ciência
1.1.8 O homem e seu meio ambiente
1.1.9 Holismo
1.1.10 Conclusão
1.2. Educação em Química e Meio Ambiente
1.3. Química Ambiental
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1.1 UMA REFLEXÃO SOBRE A CIÊNCIA AMBIENTAL
1.1.1 Introdução
Um caminho para apresentar a "Ciência", imaginada
pelos não cientistas, iniciaria mostrando-a como um
empreendimento vitorioso que começou há quinhentos anos
atrás com um contínuo afastamento da filosofia. Depois
apresentaria um panorama histórico do progresso que foi
alcançado pela ciência até os dias de hoje e, por fim, ofereceria
uma visão otimista do mundo futuro, tendo como carro-chefe
ainda a própria ciência.
Contudo esta abordagem teria como defeito a enorme
restrição nas disciplinas que poderiam ser chamadas de Ciência.
Além disso, não corresponderia à imagem desta atividade
humana realizada no dia-a-dia por químicos, físicos, biólogos e
tantos outros cientistas de diversas áreas do conhecimento.
1.1.2 A Ciência diante da religião e da filosofia
A verdade não é objeto de estudo da ciência. A ciência tem
como objeto de estudo a realidade. Esta realidade pode ser
física, psicológica, cultural, etc. A ciência compreende ou explica
a realidade complexa do mundo através de modelos
simplificadores de maior abrangência possível. Os saberes que
podem genuinamente operar com o conceito de verdade são a
teologia e a filosofia.
A religião e a filosofia são úteis à ciência quando a)
lembram à ciência o seu papel: Apenas oferecer modelos para
entendimento da realidade; b) lembram a ciência os seus limites:
as “verdades” científicas são contingentes – passageiras e
limitadas; e c) fornecem modelos de entendimento da realidade:
provocando a ciência no seu domínio próprio de investigação
independente.
Todavia estes saberes também podem ser prejudiciais à
ciência. A filosofia quando, descambando para o ceticismo, nega
qualquer possibilidade de conhecimento ou quando a mesma
nega a própria realidade objeto da ciência; e a religião quando,
legislando sobre a realidade, impõe através de coação seu
próprio modelo de realidade.
10
A filosofia e a religião chegaram muito antes da ciência em
discernir que o homem é um ser diferente dos demais seres pela
capacidade de pensar e, por isso, de construir uma cultura. Nem
mesmo a perspectiva evolucionista, que subtrai uma criação
especial do homem por parte de Deus, nem mesmo as filosofias
que não vêem qualquer razão do existir do homem, foram
capazes de retirar do homem suas características singulares.
Somente agora a ciência começa a investigar, com algum
sucesso, a ligação entre os aspectos fisiológicos e psíquicos do
homem.
1.1.3 Ciência e imaginação
A criação de cenários, mecanismos, modelos ou teorias é o
modo como os cientistas exercem a imaginação. Os cientistas
têm uma grande imaginação e a usam para modelar até
processos dos quais conhecem apenas os seus vestígios.
Por exemplo, o conhecimento científico atual não tem
condição de se contrapor a qualquer formulação religiosa sobre a
origem do universo. É a imaginação, ancorada em “verdades”
científicas provisórias, que permite a construção de um quadro
coerente teoricamente para representar uma realidade
desconhecida.
Algumas das formulações científicas, como a possibilidade
teórica de emergência de matéria e anti-matéria simultaneamente
por flutuações, até guardam uma semelhança com a formulação
teológica de criação do mundo a partir do nada (ex nihilo). Ou seja,
saberes diferentes com linguagens diferentes podem chegar a
conclusões parecidas (a matéria vem do nada) e apresentarem
explicações totalmente díspares, sem que isto afete seus
métodos de investigação.
A ciência, particularmente a biologia, não tem como
discernir se a evolução é ou não regida por uma finalidade
(teleológica). A proposição de evolução pela conjugação de acaso
e necessidade é tão plausível quanto uma visão teleológica
atribuível ao ente divino.
No primeiro caso precisamos de tempo infinito para
formação e funcionamento da mente humana e, no segundo caso,
o atributo da eternidade para conhecer o fim de toda a evolução. A
capacidade de pensar, que diferencia o homem em relação a
11
todos os outros seres vivos, representa um salto evolutivo tão
grande que é difícil aderir a este ponto específico do paradigma
científico da evolução sem uma reflexão que ultrapassa a ciência.
Contudo, a ciência não vive apenas de buscas exaustivas
de novas representações da realidade. Em muitos casos ela é
bastante pragmática. Por exemplo, a mecânica clássica ainda é
estudada, não pela genialidade de Newton, mas por que
apresenta resultados tão precisos, em sua faixa de atuação, que
não foi deposta nem pela teoria da relatividade nem pela
mecânica quântica.
1.1.4 A metodologia científica
Com a hegemonia das ciências duras (química, física,
biologia, etc.) em nossos dias, há uma tendência de acrescentar a
palavra ciência em todas as formas do saber. Afinal, se a
hegemonia da filosofia, que durou até o fim da idade média,
tivesse perdurado até hoje, estaríamos denominando nossas
atividades de filosofia química, filosofia biológica, filosofia
histórica, etc. Portanto, a delimitação entre o que é ou não ciência,
dificilmente se restringirá às questões metodológicas.
Uma visão idealista da metodologia científica enquadraria
apenas as ciências maduras com paradigmas bem consolidados.
Uma visão mais sociológica do campo científico, incluiria todas as
comunidades que estão de acordo em seus métodos de trabalho
e de validação de suas hipóteses. Uma visão mais pragmática
incluiria todos os atores aceitos na disputa de recursos nas
agências de fomento científico. Portanto, não é simples a questão
de saber ou não as atividades humanas que podem ser
enquadradas como ciência.
Embora os preconceitos sejam inerentes à condição
humana, os preconceitos dos cientistas ligados às ciências
exatas (ou ciências duras) no desenvolvimento de sua atividade
científica são menos danosos que os preconceitos dos filósofos
em sua atividade filosófica. O que foi dito para os filósofos, pode
também ser estendida para os historiadores, os cientistas sociais,
etc. A razão disto é simples: o resultado das pesquisas em
química, física, biologia, etc. encontram consenso mais fácil entre
os cientistas da área.
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Um cientista social que faz uma análise da realidade a partir
de dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios
(PNAD) ou um filósofo que apresenta uma visão de mundo
conciliatória entre Parmênides e Heráclito dificilmente
encontrarão consenso entre os estudiosos destas áreas sobre
suas propostas.
O consenso nas ciências exatas ocorre com mais facilidade
por que os preconceitos dos cientistas afetam menos o seu campo
de trabalho. Por isso que as ciências exatas são mais objetivas
que as ciências humanas. Isto não significa que não haja
subjetividade nas ciências exatas mas que há maior grau de
objetividade após a definição de seus métodos de trabalho.
13
1.1.5 Linguagem científica
No inicio do século passado, o advento da teoria quântica e
da teoria da relatividade varreu as ciências físicas (química e
física) de um modo tão avassalador que influenciou mudanças
além de suas fronteiras.
Aderindo a modismos ou não, é possível encontrar
algumas sementes destas idéias revolucionárias na filosofia, nas
ciências humanas e nas letras. Do ponto de vista didático
chegamos até a alguns exageros, por exemplo, na química de
ensino médio, transmitimos conceitos altamente abstratos e
sofisticados matematicamente que foram desenvolvidos na
primeira metade do século XX, enquanto que a formação
matemática dos alunos é anterior à descoberta do cálculo
infinitesimal por Newton - Leibniz por volta de 1660.
Outro fruto indesejado destes modismos é a utilização da
linguagem das ciências físicas descontextualizadas que tornam
obscuras as idéias de quem as usa, necessitando novas
definições em outros campos do saber. É o caso de aplicação de
termos próprios da mecânica quântica ou relativística em ciências
sociais.
Mas não temos como escapar deste compartilhamento da
linguagem científica. O termo resiliência, aparece na engenharia,
na psicologia e em ecologia com definições próprias em cada
área.
A Química também guarda, em sua linguagem científica,
palavras como substância e elemento que herdou da filosofia. A
ontologia, parte da filosofia, aparece como definições de
“essências” dentro da computação, em linguagem como XML.
.1.6 Reducionismo
A estratégia da ciência tem sido dividir o problema e
estudá-lo sob diferentes ângulos. Obviamente, o exame completo
da realidade física ou social nos leva a examinar o todo em muitos
níveis, olhando por partes, depois partes das partes e assim por
diante.
Este é o caminho usado para entender o universo. Neste
sentido, a atividade científica é reducionista. As metodologias de
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todas as ciências indicam onde será o corte ou recorte da
realidade. Pode ser na escolha de variáveis ou fatores e/ou no tipo
de estudo que será conduzido.
O reducionismo parte da idéia que um sistema pode ser
entendido pelo exame de suas partes individuais, portanto,
somando as partes temos depois o todo. A hierarquia da ciência é
organizadamente construída assim. Tomando como exemplo as
ciências duras: os biólogos estudam coisas vivas em vários níveis:
o corpo; sistemas de órgãos, estrutura celular.
Abaixo do nível celular temos interações químicas;
enzimas, aminoácidos chegando no domínio da química. Daí os
químicos estudam ligações químicas e todas as reações da
camada externa dos átomos. Os físicos procuram a natureza do
átomo e sua constituição chegando aos quarks. Ironicamente,
neste nível de entendimento, os cientistas dependem de técnicas
matemáticas.
Olhando cada nível de entendimento, os cientistas
tradicionalmente estudam agentes (moléculas, células, pássaros
e espécies) e interações entre agentes (reações químicas,
resposta dos sistemas imunológicos, acasalamento dos pássaros
e evolução).
Nesta maneira de fazer pesquisa, o cientista pode
encontrar resultados que não desejaria e que não pensou em sua
possibilidade. Esta é uma das diferenças da atividade científica
para as outras atividades humanas. Em resumo, ele pode colher o
que não plantou e que não desejou que nascesse.
O reducionismo é um poderoso caminho para olhar o
universo. É exigido neste modelo em vigor que todo cientista tenha
algum conhecimento do nível da etapa mais fundamental. A
passagem científica entre níveis é garantida por disciplinas
híbridas (bioquímica; físico-química, física-matemática, etc.).
Atualmente também temos a bioinformática, a quimiometria, a
mecatrônica, a femtoquímica, a química supramolecular, etc
1.1.7 Precariedade da ciência
Em todos os campos do saber temos questões abertas para
as quais não temos os instrumentais necessários para fornecer
uma resposta satisfatória e em alguns casos talvez nunca teremos
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esta possibilidade. Cito alguns exemplos: Não há dúvida que o universo está em expansão, porém
não sabemos se esta expansão tende ao infinito e tudo irá se
resfriar ou se depois da fase de expansão teremos uma fase de
contração e o mundo retorna aos primeiros .
1) momentos de alta concentração de matéria como
proposto pela teoria da explosão inicial (big bang).
2) A física de partículas não tem encontrado explicações
satisfatórias para explicar a constituição última da matéria.
As explicações atuais escondem, atrás do cipoal
matemático, que a matéria é constituída de coisas
imateriais como flutuações de campos.
3) A teoria do todo, que propõe a unificação de todas as
forças conhecidas, necessita ainda evidências
experimentais.
O empreendimento científico tem apresentado alguns
efeitos colaterais e, em alguns casos, há culpa direta do modo
como fazemos ciência.
O modo de fazer ciência gera duas grandes dificuldades ou
limites de naturezas diversas: 1) a babel científica - cada campo
do conhecimento tem seus conjuntos de teorias e suas
linguagens que dificultam a necessária ponte entre os vários
níveis e 2) todos os problemas multidisciplinares só podem ser
tratados convenientemente quando se tornam, por si mesmos,
uma nova disciplina. Por exemplo: Como trabalhar a arqueologia
sem uma visão multidisciplinar? Como entender, numa visão
unitária, a contribuição das várias especialidades?
1.1.8 O homem e seu meio ambiente
Deixando de lado o ponto de vista estritamente fisiológico
que o iguala aos outros animais e as sociedades pré-históricas
que pouco conhecemos, o homem convive com o seu meio
ambiente apresentando respostas diferenciadas para os
problemas criados por ele mesmo: Por um lado, encontra
soluções criativas ancoradas na ciência e tecnologia e, por outro
lado, sofre os efeitos colaterais da sociedade construída por ele
onde se acumulam violência e miséria no campo social e novas
doenças psicossomáticas como o stress no campo pessoal.
16
Portanto, a visão otimista da ciência é ingênua quando
desconhece o seu impacto negativo sobre a sociedade humana.
Atualmente temos a questão ambiental que envolve uma
grande diversidade de disciplinas para seu entendimento e as
soluções adequadas à sobrevivência de nossa sociedade
dependem de uma ampla compreensão desta problemática. A
química ambiental, por exemplo, é aplicação dos paradigmas da
química a estes problemas, portanto não é solução, talvez seja
parte dela. Mas falta a visão do todo.
Neste ponto esboçam-se duas soluções: em curto prazo
reúnem-se especialistas em diversos campos e se desenvolve
uma linguagem científica comum para propor alternativas e em
longo prazo cria-se uma nova disciplina que evoluirá e terá uma
linguagem própria para atender e propor soluções neste campo.
1.1.9 Holismo
Romanticamente alguns crêem que o mal está na grande
especialização atingida pela ciência e a solução passaria por
uma visão holística, onde descobriríamos diretamente as
totalidades da realidade física ou social e suas interações.
Esta visão é grandemente compartilhada por artistas que
em suas atividades podem captar e expressar as suas intuições.
Por místicos, que invadidos por experiências transcendentais,
atingem uma experiência de plenitude que os eleva na
compreensão da realidade. E, principalmente, por jornalistas e
divulgadores de ciência, que são especialistas em
generalidades.
No passado tivemos vultos da ciência e da filosofia que
conseguiram abarcar todo o conhecimento de sua época e,
portanto, estavam em condições de fornecer, dentro das
possibilidades de seu tempo, uma visão holística ou sistêmica da
realidade.
Estas visões hoje não são mais adequadas para
representar a realidade e a prática científica atual impossibilita
esta visão holística. Não temos cientistas com informação e
conhecimento sobre a totalidade das ciências devido a
abundância do conhecimento atual, portanto, uma visão
sistêmica ou holística só pode ser construída por meio de
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retalhos em um difícil diálogo entre diversas epistemologias.
1.1.10 Conclusão
É grande ingenuidade imaginar que o progresso da
ciência possa prescindir de uma especialização crescente,
porém também não se pode acreditar mais que a especialização,
por si só, possa resolver todos os problemas científicos abertos.
O modo de produção das ciências está mudando e a
interdisciplinaridade está crescendo, apontando por visões mais
maduras da ciência.
O impacto da ciência sobre nossa sociedade é
avassalador. Não vale a pena nem se entrincheirar nem bater
palmas. É necessário associar as competências científicas,
humanísticas e filosóficas numa reflexão crítica sobre o papel da
ciência em nossa sociedade.
Todas áreas do conhecimento se enriqueceriam se
transbordassem as próprias fronteiras, de modo particular as
ciências ambientais. Mas há um longo caminho a ser percorrido
diante da babel científica que dificulta a intercomunicação entre
saberes.
1.2 EDUCAÇÃO EM QUÍMICA E O MEIO AMBIENTE
O papel de cada ciência que se coloca a serviço da
sociedade é mostrar o saber acumulado, é problematizar este
mesmo saber e propor soluções alternativas.
A técnica deve estar a serviço da política numa sociedade
democrática. Numa sociedade assim, todos decidem, não só o
cientista, não só o político profissional, mas principalmente o
cidadão comum.
Daí a importância de uma formação adequada nos
paradigmas científicos atuais e uma reflexão sobre questões
ambientais à luz destes paradigmas.
A Química, junto com as demais disciplinas do ensino
fundamental e médio, têm como responder os desafios de
reestruturação de conteúdos e abordagens para formar o
cidadão consciente e crítico com possibilidade de tomar decisões
políticas sobre as questões técnicas dos tempos atuais.
18
Hoje a Química alargou tanto suas fronteiras que se tornou
impossível delimitar seus campos de atuação e, em se tratando
de ciências ambientais, a interpenetração de saberes é
extremamente útil.
A diversidade de especialidades dentro da própria Química
e a escassez de dados impede que o professor de ensino médio
tenha acesso às discussões atuais sobre o assunto.
Deste modo é preciso criar com urgência materiais didáticos
alternativos que possam refletir a partir da problemática local a
questão ambiental a luz do conhecimento atual.
Existe, portanto, uma demanda fundamental que ainda
deve ser atendida, a criação de materiais didáticos que apontam
para uma responsabilidade ambiental sobre a geração de
resíduos, sobre o impacto de produtos e processos químicos e
também sobre a perspectiva Química de tratamento de danos
ambientais.
A Química é uma ciência dinâmica e como tal vem
atendendo as demandas da sociedade por mais tecnologia. Mas
não há tecnologia ou ciência neutras, ambas podem estar a
serviço do homem ou apenas do capital. As opções que se faz na
Química entre técnicas, entre solventes, entre temas, etc.
refletem a visão que se tem de mundo.
A “Química Verde” ainda não emplacou nos laboratórios
mas dentro da comunidade Química tem crescido movimentos e
práticas dirigido a produtos e processos que privilegiem
atividades de baixo custo e de pequeno impacto ambiental.
A “Educação em Química e Meio Ambiente” é mais do que
uma proposta de colorir a Química que se trabalha no ensino
médio e fundamental com alguns conceitos fundamentais de
Química Ambiental. É tornar efetivo o ensino de Química na
compreensão dos problemas ambientais que cercam a
comunidade local e o próprio globo. É preparar o cidadão para
tomar decisões embasadas nas Ciências Químicas. É rever
preconceitos e propor soluções efetivas ancoradas também nesta
ciência.
http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2003/vol26n5/17-DV02190.pdf
19
Tanto os problemas ambientais como as soluções ou
atenuações destes problemas são multidisciplinares. Cabe então
procurar o papel da Química, no concerto com os outros saberes,
na compreensão e na solução destes problemas.
1.3 QUÍMICA AMBIENTAL
A Química Ambiental é uma disciplina que já ganhou
espaço dentro dos currículos dos cursos de graduação em
Química. Trata-se da aplicação de tudo que se conhece de
Química visando atender às demandas ambientais da
sociedade. Portanto, o seu leque de atuação é muito grande e
cresce a cada dia.
A análise qualitativa e quantitativa de substâncias
químicas em amostras de interesse ambiental é uma das mais
requisitadas pela sociedade.
A análise de traços, quantidades da ordem de ppm (partes
por milhão) ou ppb (partes por bilhão), é importante para
identificar contaminações ambientais. Por exemplo, a análise de
mercúrio em cabelo humano tem sido útil para identificar a
contaminação deste metal no meio ambiente.
Os livros de Química Ambiental geralmente trazem uma
abordagem ampla dos principais problemas ambientais do
mundo, mostrando a participação da Química no
equacionamento destes problemas.
A poluição atmosférica com material particulado ocasiona
o smog fotoquímico. O lançamento de gases na atmosfera pode
causar o efeito estufa, a chuva ácida e a redução da camada de
ozônio, dependendo do tipo de gás. O protocolo de Kyoto é a
tentativa política de viabilizar uma solução técnica simples.
A água, em seu ciclo hidrológico, é responsável pela vida
do planeta. A sua captação e o tratamento para consumo humano
podem se tornar inviável ou demasiadamente complexa se os
rios ou o lençol freático estiverem contaminados. A identificação e
quantificação dos poluentes orgânicos e metálicos que podem
afetar a qualidade da água é objeto constante de estudo da
Química Ambiental.
http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/introd.pdf
20
A camada orgânica do solo, responsável por sua
fertilidade, pode ser agredida de diversas formas, alterando sua
capacidade agricultável. Tanto a perda da fertilidade, quanto à
contaminação do solo são problemas ambientais que a Ciência
Química pode dar uma importante contribuição.
A grande concentração de pessoas nas cidades gera
enorme quantidade de resíduos sólidos e líquidos que precisam
ter um destino seguro e ambientalmente correto. A Química
Ambiental extrai diversos temas de pesquisa ligados a esta
problemática atual.
Além de problemas mais gerais resultantes do impacto do
homem no ambiente, há diversos impactos específicos gerados
por atividades industriais que poluem o meio-ambiente e que tem
uma regulamentação própria.
A legislação ambiental pode trazer um conjunto de
parâmetros químicos que devem ser observados. A Química
Ambiental desenvolve métodos e técnicas para monitorar estas
atividades.
Portanto, a Química Ambiental tem muito a contribuir
dentro da própria Química, nas Ciências Ambientais e para toda a
sociedade.
O importante é colocá-la a serviço de nossa comunidade,
problematizando as principais questões ambientais piauiense e
fornecendo subsídios para soluções políticas e técnicas
adequadas.
WEB-BIBLIOGRAFIA
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola: 01 Química
Ambiental (2001):
Pesquisa científica:
http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/
http://acessolivre.capes.gov.br/
http://www.scielo.br/
Saiba Mais
As visões de meio ambiente e suas implicações no Ensino da Química:
Química Ambiental no Brasil:
http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2007/vol30n8/42-ED06378.pdf
http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2002/vol25_esp1/01.pdf
21
1. Qual a importância da Ciência para a solução dos
problemas ambientais?
2. Como surgiu a Ciência Ambiental?
3. Quais os entraves do ensino de química em relação à
Química Ambiental?
4. O que é química verde? Explique os seus princípios.
5. De que forma a Química Ambiental pode contribuir para
a ciência ambiental?
6. Identifique atitudes ambientalmente corretas da
comunidade que você vive.
7. Exemplifique ações que poderiam ser tomadas em
relação ao ambiente por esta comunidade.
8. Pesquise artigos científicos na base de dados do Scielo
usando a palavra Química Ambiental em inglês
(ENVIRONMENTAL CHEMISTRY).
Atividades
22
Unidade 1Unidade 2Unidade 2
Esta unidade apresenta uma visão geral da origem do universo, mostrando o
histórico, formação, a evolução e a sua constituição. É discutido também a
dinâmica e o movimento que o Planeta Terra apresenta. Nesta unidade será
explicitada também como funcionam os ciclos da natureza, a sua formação e
distribuição.
Resumo
Origem da Terra Origem da Terra
Sumario
UNIDADE 2. Origem da Terra
2.1 Origem, Evolução, Constituição e Movimento da Terra
2.1.1Dinâmica Interna da Terra
2.2.2 Dinâmica Externa da Terra 28
2.2 Ciclo Hidrogeoquímicos
2.2.1 Considerações Iniciais
2.2.2 Ciclo da água
2.2.3 Ciclo do Carbono e Oxigênio
2.2.4 Ciclo do Enxofre
2.2.5 Ciclo do Nitrogênio
2.2.6 Ciclo do Fósforo
24
2.1 ORIGEM, EVOLUÇÃO, CONSTITUIÇÃO E MOVIMENTO DA
TERRA.
A formação do Sistema Solar teve início há seis bilhões de
anos, quando uma enorme nuvem de gás que vagava pelo
Universo começou a se contrair.
A poeira e os gases dessa nuvem se aglutinaram pela força
da gravidade e, há 4,5 bilhões de anos, formaram várias esferas de
gás incandescente que giravam em torno de uma esfera maior,
que deu origem ao Sol. As esferas menores formaram os planetas,
dentre os quais a Terra.
Devido à força da gravidade, os elementos químicos mais
pesados como o níquel e ferro, concentraram-se no seu centro,
enquanto que os gases foram, em seguida, varridos da superfície
do planeta por ventos solares.
Assim, foram separando-se camadas com propriedades
químicas e físicas distintas no interior do Globo Terrestre. O núcleo
formou-se há cerca de 4 bilhões de anos, constituído por ferro e
níquel no estado sólido, com um raio de 3.700 km. Em torno do
núcleo, formou-se o manto, que possui 2.900 km de espessura,
constituída de material em estado pastoso, com composição de
silício e magnésio.
A atmosfera se formou quando, em torno de 4 bilhões de
anos atrás, gases de manto separaram-se, formando uma camada
de ar ao redor da Terra. Já naquela época a atmosfera era muito
semelhante à atual.
25
Há aproximadamente 3,7 bilhões de anos, solidificou-se
uma fina camada de rochas, a crosta. A crosta não é igual em
todos os lugares. Debaixo dos oceanos, ela tem mais ou menos 7
km de espessura e é constituída por rochas de composição
semelhante à do manto. Nos continentes, a espessura da crosta
aumenta para 30-35 km, sendo composto por rochas formadas
principalmente por alumínio e silício, sendo mais leves que as do
fundo dos oceanos.
A crosta terrestre é subdividida em placas - as placas
tectônicas. Sobre elas estão apoiados os continentes. Essas
placas estão em constante movimento, impulsionadas pelas
correntes do manto. Portanto, os continentes se deslocam sobre o
magma, como se estivessem flutuando. Esse fenômeno é
chamado de deriva continental.
O movimento de rotação da Terra em torno do próprio eixo é
feito no sentido oeste para leste. Dura cerca de 23h 56min 4s e é
responsável pelo dia e pela noite. O de translação ao redor do Sol
é feito em aproximadamente 365 dias 5h 48min 45,97s. O eixo de
rotação é inclinado em relação ao plano da órbita (chamada
elíptica) em 23º 27'. Essa inclinação provoca alterações na
insolação dos diferentes hemisférios terrestres ao longo do ano,
produzindo o fenômeno das quatro estações.
2.1.1 Dinâmica Interna
Há milhares de anos, os continentes estavam unidos em
um único continente chamado PANGEA. Este se dividiu em
fragmentos, que são os continentes atuais. Foi o encaixe entre a
costa leste do Brasil e a costa oeste da África que deu origem a
esta teoria, chamada de Deriva Continental.Quando as placas se chocam, as rochas de suas bordas
enrugam-se e rompem-se originando os terremotos,
dobramentos e falhamentos.
http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/evolucao.pdf
Se a Terra não se inclinasse em seu eixo, não ex is t i r iam as estações. Cada dia teria 12 horas de luz e 12 horas de escuridão.
26
Terremotos são tremores de terra causados, geralmente,
pela movimentação das placas. Os terremotos acontecem
principalmente nas regiões de atividade vulcânica, e na região
mediterrânea, áreas que coincidem com as fronteiras entre as
placas. Quando os abalos acontecem no fundo dos oceanos,
movimentam grande quantidade de água (maremotos).
Embora a movimentação das placas seja muito lenta, da
ordem de poucos centímetros por ano, essas dobras e falhas dão
origem a grandes cadeias de montanhas como Andes, Alpes e
Himalaia.
Outro fenômeno causado pelo movimento de placas é o
vulcanismo, que pode originar-se pela saída de rochas fundidas -
Magma - em regiões onde as placas se chocam ou se afastam.
Quando o magma que atinge a superfície se acumula em redor
do ponto de saída, formam-se vulcões.
No Brasil também ocorrem terremotos e vulcões. Os
terremotos são muito raros e de pequena intensidade e somente
são encontrados restos de vulcões extintos, pois a origem da
Terra que compõem a crosta são terrenos estáveis que não
sofrem grandes acomodações no decorrer do tempo.
2.1.2 Dinâmica Externa
A ação da água, dos ventos, do calor e do frio sobre as
rochas provoca o seu desgaste e decomposição, causando o
intemperismo. O intemperismo implica sempre na desintegração
das rochas, que pode se dar pelos agentes químicos, físicos e
biológicos. Esta desintegração gera areias, lamas e seixos,
também denominados sedimentos.
O deslocamento desses sedimentos da rocha
desintegrada é chamado erosão. O transporte desse material
para as depressões da crosta (oceanos, mares e lagos) pode ser
realizado pela água (enxurradas, rios e geleiras) ou pelo vento,
formando depósitos como areias de praias e de rios, as dunas de
desertos e as lamas de pântanos.
Quando ocorre a deposição dos sedimentos em um
determinado ambiente, restos de animais e vegetais que vivem
Nas proximidades das costas continentais provocam ondas de até 20 m de altura, conhec idas como maremotos.
27
nesses ambientes podem depositar-se junto com eles. Sendo
soterrados rapidamente, esses restos orgânicos poderão ser
conservados.
A medida que a camada de sedimentos vai passando
pelas transformações para se tornar uma rocha sedimentar,
esses restos ficarão petrificados. Assim eles se transformam em
fósseis.
Os fósseis são muito importantes para determinar o
ambiente no qual os sedimentos se depositaram, para o estudo
da evolução dos seres vivos, e para determinar a idade de
formação das rochas.
28
2.2 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
2.2.1 Considerações Iniciais
Sendo a Terra um sistema dinâmico, em evolução, o
movimento e a estocagem de seus materiais afetam todos os
processos físicos, químicos e biológicos.
Um ciclo biogeoquímico é o movimento ou o ciclo de um
determinado elemento ou elementos químicos através da
atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera da Terra. É a circulação
na natureza de substâncias essenciais para a manutenção e
reprodução dos organismos vivos.
Os ciclos estão intimamente relacionados com processos
geológicos, hidrológicos e biológicos. Os ciclos dos elementos
componentes da natureza são denominados biogeoquímicos, por
envolverem atividades biológicas, que se sucedem com a
participação dos seres vivos; atividades químicas porque
consistem em reações que ocorrem entre elementos químicos e
fenômenos geológicos, pois a origem primária de todos esses
elementos está ligada à superfície do globo terrestre.
Os principais ciclos biogeoquímicos que ocorrem na
natureza são: ciclo da água, do carbono e oxigênio, ciclo do
nitrogênio e ciclo do enxofre.
2.2.2 Ciclo da água
A água do planeta Terra distribui-se por três reservatórios
principais, os oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os
quais existe uma circulação, chamado de ciclo da água ou ciclo
hidrológico. O movimento da água no ciclo hidrológico é mantido
pela energia radiante de origem solar e pela atração gravitacional.
Ciclo hidrológico é a seqüência fechada de fenômenos
pelos quais a água passa do globo terrestre para a atmosfera, na
fase de vapor, e volta para o mesmo, nas fases líquida e/ou sólida.
O ciclo da água inicia-se pelo processo de evaporação com
a energia solar, incidente no planeta Terra responsável pela
evaporação das águas dos rios, reservatórios e mares, bem como
pela evapotranspiração das plantas e animais para a atmosfera.
29
Quando o vapor se acumula em grande quantidade, ao
sofrer um resfriamento, condensa-se, dando lugar à formação
das nuvens, cuja movimentação sofre influência do movimento
de rotação da Terra e das correntes atmosféricas.
Após o processo de condensação ocorre o processo de
precipitação da água. As formas de precipitação são: chuva,
neve, granizo.
Com a precipitação na forma de chuvas, grande parte da
água que estava na atmosfera cai diretamente nos oceanos. A
outra parte vai para os continentes. Dessa parcela, uma parte é
infiltrada no solo. O restante escoa superficialmente em direção
aos pontos baixos, ocorrendo à formação de rios e lagos que
escoam para o oceano. A porção infiltrada no solo renova as
águas do lençol freático. O excedente de água dos lençóis pode
retornar à superfície na forma de rios ou nascentes.
O retorno da água dos oceanos, rios e lagos, ou mesmo
diretamente do solo, para a atmosfera dá-se novamente por
evaporação e evapotranspiração, continuando assim o ciclo da
água.
2.2.3 Ciclo do carbono e oxigênio
O carbono está presente na estrutura de todas as
moléculas orgânicas, sendo que na natureza o carbono
encontra-se à disposição dos seres vivos na forma de gás
carbônico.
O ciclo do carbono está ligado ao ciclo do oxigênio.
Através da fotossíntese, o oxigênio é produzido pelas plantas e
lançado à atmosfera enquanto que o gás carbônico é absorvido.
Na respiração, é o contrário, o oxigênio é inspirado pelos seres
aeróbicos sendo expirado o gás carbônico. As plantas verdes e,
principalmente, as algas marinhas reprocessam esse CO , no 2
fenômeno da fotossíntese, combinando-o com a água e
formando carboidratos.
Com esse processo de reciclagem do CO nas estruturas 2
celulares, são formados os compostos orgânicos,
imprescindíveis à manutenção da vida na biosfera.
Os compostos orgânicos são consumidos pelos sistemas
vivos como ciclos de energia. No final dos mecanismos
30
respiratórios, que visam à liberação da energia contida nas
moléculas orgânicas, o CO reaparece como um dos produtos 2
finais, sendo então devolvido ao meio ambiente para reiniciar o
ciclo. O carbono se apresentar de diferentes formas na natureza:
fuligem, carvão, coque, grafite e diamante.
O ciclo do oxigênio corre paralelo ao ciclo do carbono. A
proporção em que as plantas retiram o CO do ar atmosférico, 2
durante a fotossíntese, elas desprendem o oxigênio,
reabastecendo o ambiente deste elemento. Em contrapartida, à
proporção que consomem o oxigênio do ar, para suprimir os
mecanismos intracelulares de obtenção de energia, os seres de
respiração aeróbia liberam novas quantidades de CO para o meio 2
em que vivem.
A liberação do oxigênio para a atmosfera é proveniente da
quebra de moléculas de água na estrutura celular das plantas
clorofiladas durante a fotossíntese. Mas, ao mesmo tempo em que
a água vai originando oxigênio, este gás vai sendo reprocessado
na respiração dos animais e vegetais, restaurando a água como
produto final. Assim, fecha-se o ciclo do oxigênio.
O equilíbrio quantitativo do oxigênio e dióxido de carbono
depende diretamente do equilíbrio que deve haver na natureza
entre os fenômenos de fotossíntese e de respiração celular.
Portanto, a quantidade de gás carbônico (CO ) existente na 2
atmosfera, seja vinda da contribuição natural ou não, deve ser
equilibrada pela natureza. A desmatamento, seguido de
queimada, afetam duplamente esse equilíbrio.
2.2.4 Ciclo do Enxofre
Algumas proteínas dependem basicamente do enxofre. O
enxofre é encontrado no solo em combinações de sais de sulfato,
sulfetos e minério. Apresenta um ciclo com dois reservatórios: um
maior, nos sedimentos da crosta terrestre e outro, menor, na
atmosfera.
Nos sedimentos, o enxofre permanece armazenado na
forma de minerais de sulfato. Com a erosão, fica dissolvido na --água do solo e assume a forma iônica de sulfato (SO ), sendo 4
assim, facilmente absorvido pelas raízes dos vegetais.
31
Na atmosfera, o enxofre existe combinado com o oxigênio
formando, o dióxido de enxofre (SO ). Outra parcela está na 2
forma de trióxido de enxofre (SO ). O gás sulfídrico (H S), 3 2
característico pelo seu mau cheiro de "ovo podre"- tem vida curta
na atmosfera, sendo logo transformado em SO .2
Esses óxidos de enxofre (SO e SO ) incorporam-se ao 2 3
solo com as chuvas, sendo então transformado em íons de --sulfato (SO ). Podem, também, ser capturados diretamente 4
pelas folhas das plantas, num processo chamado de adsorção,
para serem usados na fabricação de aminoácidos.
O retorno natural do enxofre para a atmosfera é através da
ação de decompositores que produzem o gás sulfídrico. As
sulfobactérias realizam o processo inverso, com uma forma de
obtenção de energia para a quimiossíntese.
2.2.5 Ciclo do Nitrogênio
O nitrogênio é essencial à vida assim como o hidrogênio e
o oxigênio. Com participação ativa nas proteínas que formam os
tecidos animais o nitrogênio é reciclado constantemente pela
natureza.
O nitrogênio molecular, N , é um gás biologicamente não-2
utilizável pela maioria dos seres vivos. Seu ingresso no mundo
vivo ocorre devido à atividade dos microrganismos fixadores, as
algas azuis e algumas bactérias, que o transformam em amônia.
No processo de nitrificação, outras bactérias transformam a
amônia em nitritos e nitratos.
Essas três substâncias são utilizadas pelos vegetais para
a elaboração de compostos orgânicos nitrogenados que serão
aproveitados pelos animais. O ciclo fecha-se a partir da atividade
de certas espécies de bactérias, que efetuam a denitrificação e
devolvem o nitrogênio molecular para a atmosfera.
2.2.6 Ciclo do Fósforo
O fósforo é um dos elementos essenciais à vida, pois é um
nutriente limitante do crescimento de plantas, especialmente em
ambientes aquáticos e, por outro lado, se presente em
abundância causa sérios problemas ambientais.
Nas proximidades de vulcões, o enxofre é encontrado na sua forma original.
32
As principais fontes de fósforo são as rochas fosfatadas,
os depósitos de fósseis e os depósitos de aves. Destas fontes,
sob a ação do intemperismo natural, o fosfato é continuamente
removido.
Depois de absorvido pelos produtores e de atravessar a
cadeia alimentar, a sua última escala é o sedimento marinho.
Parte deste fósforo retorna à terra através do excremento de
aves, através do particulado produzido pela turbulência do mar,
ou ainda através do peixe capturado pelo homem.
Parte do fósforo, mesmo que pequena, é levada para o
sedimento profundo do mar, de onde o seu retorno a terra é
praticamente impossível, pois há ausência de produtores em tal
profundidade.
WEB-BIBLIOGRAFIA
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola: 01
Química Ambiental (2001):
http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/
Pesquisa científica:
http://acessolivre.capes.gov.br/
http://www.scielo.br/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROCHA, J. C; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. A. Introdução a
Química Ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2004.
TURCI, C. C. Química Ambiental e o Desenvolvimento
Sustentável. Rio de Janeiro. 2007. Apostila 54p.
VON SPERLIG, M. Introdução à qualidade das águas e ao
tratamento de esgotos. 2. ed. Belo Horizonte: Departamento
de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de
Minas Gerais, 1996.
Ciclos da Natureza
Ciclo da água:
http://www.ambientebrasil.com.brhttp://portalsaofrancisco.com.br/alfa/ciclos-biogeoquimicos/
http://www.mundodaagua.com
http://www.agua.bio.br
Saiba Mais
33
1. Discorra sobre a origem da terra.
2. Comente sobre as estações do ano.
3. Porque os ciclos da natureza são denominados
biogeoquímicos?
4. Como funciona o ciclo da água?
5. Qual a relação entre o ciclo do carbono e do oxigênio?
6. Qual a importância do nitrogênio e fósforo para a vida?
7. Pesquise os problemas ambientais decorrentes do
desequilíbrio destes ciclos.
34
Atividades
ResumoNesta unidade serão apresentados os principais problemas ambientais
decorrentes da poluição de origem química, apresentando uma visão de suas
causas e conseqüências. Serão apresentadas também informações relativas a
casos específicos de poluição, bem como métodos e mecanismos de tratamento e
controle dessa poluição.
Unidade 3Unidade 3A poluição AmbientalA poluição Ambiental
Sumario
UNIDADE 3. Poluição Ambiental
3.1 Poluição do Ar: Origem, Conseqüências e Controle
3.1.1 Efeito Estufa
3.1.2 Redução da Camada de Ozônio
3.1.3 Chuva Ácida
3.1.4 Inversão Térmica
3.2 Poluição da Água
3.2.1 Eutrofização
3.2.2 Casos Especiais de poluição da água
3.2.2.1 Maré Vermelha
3.2.2.2 Maré Negra
3.2.2.3 Poluição da Praia
3.2.3 Qualidade da água em reservatórios superficiais
3.2.4 Processos Oxidativos Avançados para purificação
da água
3.2.5 Tratamento Anaeróbio de Esgotos
3.3 Resíduos Sólidos
3.3.1 Limpeza Urbana com Ênfase para o aproveitamento
de Resíduos
3.4 Poluição do solo
36
3.1 POLUIÇÃO DO AR: ORIGENS, CONSEQÜÊNCIAS E
CONTROLE
O desenvolvimento industrial e urbano tem originado em
todo o mundo um aumento crescente da emissão de poluentes
atmosféricos. O acréscimo das concentrações destas
substâncias na atmosfera, a sua deposição no solo, nos
vegetais e nos materiais é responsável por danos na saúde,
redução da produção agrícola, danos nas florestas, degradação
de construções e obras de arte e de uma forma geral originando
desequilíbrios nos ecossistemas. Além das indústrias, os veículos, as queimadas,
desmatamento e a queima de combustíveis fósseis, são fontes
importantes de poluentes tais como gás carbônico (CO ), 2
metano (CH ) e compostos fluorcarbono (CFC). Os principais 4
problemas atmosféricos são: o aumento dos gases estufas,
destruição da camada de ozônio, chuva ácida e inversão
térmica.
3.1.1 Efeito de Estufa
O efeito estufa serve para manter o planeta aquecido. Sem
o efeito estufa a vida na terra seria inviável. A energia solar que
incide sobre a terra parte dela é refletida e parte dela é absorvida.
O que impede que ela seja totalmente refletida são os gases
estufas presentes na troposfera, tais como CO , CH , NO , 2 4 2
fazendo com que mantenha o planeta aquecido.
Porém com um aumento na concentração destes gases
faz com que a maior parte da radiação solar fique na terra,
absorvendo não só uma parte para manter o planeta aquecido, e
sim a maior parte da incidência solar, causando um aumento na
temperatura da terra, originado o aquecimento global.
As conseqüências do aquecimento global são
derretimento das geleiras e consequentemente elevação do nível
dos mares causando inundações em regiões mais baixas,
desequilíbrio no clima e tempestades, causando enchentes e
inundações, conseqüências na produção agrícola, doenças, e um
desequilíbrio geral na natureza.
Doenças
respiratórias como
a bronquite, rinite
alérgica, alergias e
asma levam
milhares de pessoas
aos hospitais todos
os anos.
Doenças respiratórias como a bronquite, rinite alérgica, alergias e asma levam milhares de pessoas aos hospitais todos os anos.
37
3.1.2 Redução da Camada de Ozônio
A camada de gás ozônio (O ) existente na estratosfera é 3
eficiente filtro de raios ultravioleta. Esse gás é formado pela
exposição de moléculas de oxigênio (O ) à descargas elétricas. 2
Porém foi verificado que a camada de ozônio está
diminuindo tendo como responsáveis os gases chamados CFC
(clorofluorcarbonos), substâncias usadas como gases de
refrigeração em compressores (geladeiras, arcondicionados, etc.)
e como gás propelente. Os CFC participam de uma cadeia de
reações químicas que consomem as moléculas de ozônio.
Os raios ultravioletas causam mutações nos seres vivos,
modificando suas moléculas de DNA, e pode causar câncer de
pele, como também queda na produtividade agrícola e no
rendimento da pesca oceânica.
3.1.2 Chuva acida
A chuva ácida é uma das principais conseqüências da
poluição. A queima de carvão ou de derivados de petróleo libera
resíduos gasosos como óxidos de nitrogênio e de enxofre. A
reação dessas substâncias com a água forma ácido nítrico e ácido
sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida.
Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam
milhares de quilômetros. Assim as chuvas ácidas podem cair a
grandes distâncias das fontes poluidoras prejudicando outros
locais. As chuvas ácidas danificam diretamente as raízes dos
vegetais, retiram bastantes minerais do solo e interferem no
crescimento das plantas.
teve que passar por um processo de restauração, pois a
milenar construção estava sofrendo com a poluição da capital grega.
teve que passar por um processo de restauração, pois a
milenar construção estava sofrendo com a poluição da capital grega.
Em rios ou lagos, a acidificação da água leva a destruição
de grande parte dos organismos, complicando a atividade
pesqueira. Monumentos antigos, principalmente os efeitos de
mármore são corroídos.
Atenas
Atenas
Acrópole de teve que passar por um processo de restauração, pois a milenar construção estava sofrendo com a poluição da capital grega.
Atenas
38
3.1.2 Inversão térmica
Devido à poluição do ar pode ocorrer também a inversão
térmica, onde as camadas inferiores de ar sobre uma cidade são
mais quentes do que as superiores e tendem a subir, carregando a
poeira que se encontra em suspensão. Os ventos carregam os
poluentes para longe da cidade.
No entanto, em certas épocas do ano, as camadas
inferiores ficam mais frias que as superiores. O ar frio, mais denso,
não sobe, por isso, não há circulação vertical, e a concentração de
poluentes aumenta. Se houver, além disso, falta de ventos, um
denso "manto" de poluentes se mantém sobre a cidade por vários
dias. Aumentam os casos de problemas respiratórios e de ardor
ocular e verifica-se um desconforto físico generalizado.
As doenças respiratórias podem se agravar ou mesmo
provocar diversas doenças crônicas tais como a asma, bronquite
crônica, infecções nos pulmões, enfisema pulmonar, doenças do
coração e câncer do pulmão.
Os poluentes atmosféricos podem afetar a vegetação por
duas vias: via direta e via indireta. Os efeitos diretos resultam da
destruição de tecidos das folhas das plantas provocados pela
deposição seca - poeira de SO , pelas chuvas ácidas ou pelo 2
ozônio, refletindo-se na redução da área fotossintética.
Os efeitos indiretos são provocados pela acidificação dos
solos com a conseqüente redução de nutrientes e liberação de
substâncias prejudiciais às plantas, resultando numa menor
produtividade e numa maior susceptibilidade a pragas e doenças.
Poluentes como o SO e o NOx são os principais 2
responsáveis pelo problema da acidificação. Em contato com a
água transformam-se em ácidos sulfúrico e nítrico, os quais
dissolvidos na chuva e na neve atingem o solos sob a forma de 2- - +sulfatos (SO ), nitratos (NO ) e íons de hidrogênio (H ). 4 3
No entanto o SO e os NOx podem ser depositados 2
diretamente no solo ou nas folhas das plantas como gases ou
associados a poeiras - deposição seca. A acidez é dada pela +concentração de (H ) libertados pelos ácidos e é normalmente
indicada pelos valores de pH.
39
A gestão da qualidade do ar envolve a definição de limites
de concentração dos poluentes na atmosfera, a limitação de
emissão dos mesmos, bem como a intervenção no processo de
licenciamento, na criação de estruturas de controle da poluição
em áreas especiais e apoios na implementação de tecnologias
menos poluentes.
Para reduzir a concentração dos poluentes atmosféricos
são necessárias tanto medidas preventivas como corretivas,
assumindo a informação um papel fundamental na mobilização
dos cidadãos. Entre os principais meios de intervenção
disponíveis contam-se:
?estabelecimento de limites de qualidade do ar
ambiente;
?definição de normas de emissão;
?exigência de licenciamento das fontes poluidoras;
?incentivo à utilização de novas tecnologias ou de
utilização de outras fontes de energia alternativas ;
?utilização de equipamento de redução de emissões.
3.2 POLUIÇÃO DA ÁGUA
A água é um elemento imprescindível para a vida na terra
tendo como principais usos abastecimento doméstico, industrial,
irrigação, dessedentação de animais, aqüicultura, manutenção
da fauna e flora, recreação e lazer, geração de energia elétrica,
diluição de efluentes domésticos e industriais, dentre outros.
A água cobre 74% da superfície terrestre, formando os
oceanos, rios, lagos, etc. No entanto, somente uma pequenina
parte dessa água, 0,8% está disponível para consumo humano.
Ou seja, dos 74% da superfície terrestre constituída de água,
97% é água salgada, 2,2% esta nas calotas polares e geleiras, e
somente 0,8% é água doce. Sendo que, desses 0,8%, 97% é
água subterrânea que é de difícil acesso e 3% é água superficial,
água de fácil captação.
Contudo a água vem sendo comprometida pela
poluição. Poluição da água é a adição de substâncias que direta
ou indiretamente alteram a natureza do corpo d' água
40
Saiba quantos litros de água você desperdiça com a torneira:
Gotejando = 1.380 L/mêsCom abertura de 1mm = 62.640 L/mêsCom abertura de 2mm = 135.350 L/mês
Devido à escassez de água, em diversos países a água
usada é tratada e reutilizada. No Japão, por exemplo, nos
condomínios, hotéis e hospitais, a água usada nos chuveiros é
sistematicamente reaproveitada nos vasos sanitários.
Os maiores poluentes são: esgotos domésticos e
comerciais, efluentes industriais, produtos químicos agrícolas e
disposição inadequada de lixo, pelo desmatamento, pela
ocupação das várzeas dos rios, pela impermeabilização do solo
no meio urbano.
Sobre os esgotos domésticos e comerciais, o
lançamento desses esgotos no corpo de água causa o excesso
de nutrientes nesse corpo d'água alterando o equilíbrio do
ecossistema aquático, causando a eutrofização.
3.2.1 Eutrofização
Eutrofização é o fenômeno em que um ecossistema
aquático é enriquecido por nutrientes diversos, principalmente
composto nitrogenados e fosforados. A adição de nutrientes
orgânicos na água favorece o desenvolvimento de uma
superpopulação de microorganismos decompositores, bactérias
e algas, que consomem rapidamente o oxigênio dissolvida na
água.
Em conseqüência o nível de oxigênio da água é
reduzido, acarretando a morte por asfixia das espécies aeróbicas.
O ambiente, então passa a exibir uma nítida predominância de
organismos anaeróbicos, que produzem substâncias tóxicas
diversas.
A eutrofização impede também a penetração da luz solar
no corpo d'água, através da proliferação excessiva de certas
algas que formam uma cobertura sobe as águas, prejudicando a
realização da fotossíntese, deixando o corpo d'água sem
oxigênio, comprometendo completamente esse corpo d'água.
Os efluentes industriais têm um potencial de poluição
muito grande podendo causar a contaminação da água. A
contaminação da água é diferente da poluição, pois a
contaminação é a introdução no ambiente de elementos em
concentrações nocivas à saúde humana. A contaminação
41
Sobre os produtos químicos têm-se, os resíduos do uso de
agrotóxicos, que provêm de uma prática muitas vezes
desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes
quantidades de substâncias tóxicas para os rios através das
chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de
animais criados em pastagens, fertilizantes e o uso de adubos,
muitas vezes exagerado, que acabam por ser carregados pelas
chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes
nestes pontos, causando a eutrofização no corpo d'água.
O lixo quando disposto inadequadamente no solo, são
carreados para os rios com a ajuda das chuvas, como também o
lixo produz um líquido chamado "chorume", a qual quando não
tratado infiltra nos solo poluindo o lençol freático.
Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários
modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de
efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga
de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga
de bactérias patogênicas e vírus, poluição química, que pode
ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização, como
também através do desmatamento da mata ciliar do corpo d'água.
A mata ciliar serve como filtro e como barreira para a
preservação do corpo d'água. Com a sua mata ciliar retirada, o
lixo é mais facilmente carreado ao corpo d'água, bem como em
áreas agricultáveis os fertilizantes e agrotóxicos são facilmente
carreados ao corpo d'água.
Com a mata ciliar desprotegida o solo fica suscetível ao
processo de erosão causando consequentemente o
assoreamento no corpo d 'água, alterando equilíbrio do mesmo,
diminuindo o volume de água e a sua vazão.
42
Além de que o desmatamento de uma forma geral
compromete o clima do local e causa perda da biodiversidade,
causando a extinção das espécies e desertificação. O solo
desmatado fica desprotegido, suscetível a erosão causando
consequentemente o assoreamento como foi citado acima. E em
um solo degradado, há redução da aeração, não tem oxigênio, não
t e m m i c r o o r g a n i s m o s , n ã o t e m d e c o m p o s i ç ã o ,
conseqüentemente não tem nutrientes para as plantas e as plantas
morrem causando desertificação.
Através do desmatamento ocorre à perda da
biodiversidade, e conseqüentemente a extinção das espécies
vegetais e animais que encontram nas plantas o seu habitat. Como
pode se observar o meio ambiente é uma interação dos seres. O
que afeta diretamente um elemento afeta indiretamente em outro
também.
A poluição de águas nos países ricos é resultado da
maneira como a sociedade consumista está organizada para
produzir e desfrutar de sua riqueza. Já nos países pobres, a
poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação de
seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus
direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta
omissão na reivindicação de seus direitos leva à impunidade às
indústrias, que poluem cada vez mais, e aos governantes, que
também se aproveitam da ausência da educação do povo e, em
geral, fecham os olhos para a questão, como se tal poluição não
atingisse também a eles.
A Educação Ambiental vem justamente resgatar a
cidadania para que o povo tome consciência da necessidade da
preservação do meio ambiente, que influi diretamente na
manutenção da sua qualidade de vida.
O Brasil dispõe de 15% de toda a água doce existente no
mundo. No processo de reciclagem, quase a totalidade dessa
água é recolhida pelas
existentes. Como a água é necessária para dar continuidade ao
desenvolvimento econômico, as Bacias Hidrográficas passam a
ser áreas geográficas de preocupação de todos os agentes e
interesses públicos e privados, passando a ser unidade de
planejamento.
nove grandes Bacias Hidrográficas
Dicas de economia de água:
- Feche bem as torneiras, - regule a descarga do banheiro, - tome banhos curtos, - não gaste água lavando carro ou calçadas, - reutilize a água para diversas atividades,- não jogue lixo em rios e lagos, - respeite as regiões de mananciais.
43
Alguns rios jamais conseguem livrar-se dos detritos,
porque eles são lançados as suas águas numa quantidade e
velocidade superior a sua capacidade de decompô-los e torná-
los inofensivos. E o consumo de água dobra aproximadamente a
cada 20 anos. A quantidade de água no mundo é praticamente a
mesma há milhões e milhões de anos. Porém, o número de
pessoas que vivem na Terra aumenta a cada dia e a água esta
sendo cada vez mais comprometida pela poluição.
Na análise das possíveis técnicas de controle da
poluição da água tem-se: implantação de sistema de coleta e
tratamento de esgotos sanitários e industriais; implantação de
sistema de coleta e tratamento de lixo; e recuperação da mata
ciliar dos cursos d'água.
3.2.2 Casos especiais de poluição da água
3.2.2.1 Maré Vermelha
Chama-se “maré vermelha” o processo de eutrofização
costeira causada pela presença de grande quantidade de algas
marinhas (fítoplâncton), que possui células com pigmento
vermelho ficoeritrina, adquirindo a coloração avermelhada.
Portanto esse processo favoreceu a associação com o termo
popular “maré vermelha”.
Algumas dessas algas, como os dinoflagelados, podem,
inclusive, quando em elevada concentração na água, produzir
substâncias tóxicas, causando uma grande mortalidade de
peixes.
O vento que sopra do mar, quando da ocorrência de uma
maré-vermelha, pode até mesmo causar ardor nas mucosas do
nariz, bocas e olhos de pessoas que se encontrem próximas ao
litoral. Em casos mais graves, pode chegar a causar náuseas e
vômitos.
3.2.2.2 Maré Negra
O petróleo é um produto da natureza, palavra quer dizer
"óleo de pedra", uma substância oleosa constituída basicamente
por uma combinação de carbono e hidrogênio.
44
Há milhões de anos, os restos de animais e plantas foram
se decompondo uns sobre os outros, formando camadas, e
sofrendo ao longo do tempo a ação de bactérias e através da
pressão e do calor produzidos ao longo de milhões de anos que se
formou o petróleo bruto e o gás natural. E em suas formas
refinada é usado para a produção de energia e para a manufatura
de materiais sintéticos como plásticos, enquanto seus resíduos
são usados para queima, construção e estradas.
Chama-se maré negra a poluição causada pelo petróleo
através de seu derramamento. Esse derramamento causa
problemas no meio terrestre e aquático, causando danos no solo,
fauna e flora.
A dispersão do óleo derramado na terra é mais restrito do
que na água, pois com a grande capacidade da terra de absorção
e a formação de blocos pelo óleo derramado que dessa forma não
vai se distribuir enormemente. Essa é a grande diferença entre os
ambientes aquáticos e terrestres. O petróleo também causa
grandes estragos nos mangues.
A contaminação de ecossistemas terrestres afeta não
somente a microbiota do solo, entupindo os poros do solo
deixando os microorganismos sem oxigênio dificultando a
decomposição, mas também a macrocomunidade residente.
Em plantas ocorrem efeitos diretos nas partes mais
sensíveis, como as raízes, ocorrendo também o entupimento dos
vasos das plantas ficando sem oxigênio. Efeitos indiretos incluem
a falta de oxigênio no solo e conseqüente redução de
microorganismos.
Em animais o óleo também exerce um grande efeito
sobre a respiração dos animais. Um efeito indireto sobre os
animais é a exaustão de oxigênio no ar do solo por causa da
degradação microbiana.
45
3.2.2.3 A poluição na praia
Inúmeros produtos importantes são retirados do ambiente
marinho, que supre as necessidades básicas do homem, como
pescados, sal, algas, etc. Ao utilizar essas áreas de forma
inadequada, o se humano pode introduzir substâncias estranhas
ao meio, comprometendo o ecossistema aquático.
Os oceanos são alvos das mais diversas formas de
poluição, pois vem sendo usado como depósitos de detritos.
Os poluentes encontrados são numerosos e entre eles
pode-se constatar a presença de todos os resíduos lançados pelo
homem e transportados pelos rios, como metais pesados, lixo
tóxico, petróleo, radiação, etc.
Muitos organismos como camarões, ostras e mexilhões,
ao absorverem certos compostos, como aqueles que provocam o
câncer, constituem uma série ameaça ao homem, devido às
concentrações que acumulam ao longo da cadeia alimentar.
As praias constituem importante opção de lazer para a
população. No entanto no período de férias o que se pode
observar é uma enorme quantidade de todo o tipo de lixo deixado
sobre a areia e com a ação da maré, arrastado pelas águas para
dentro do mar.
Materiais deixados pelas pessoas na beira da praia como
sacos plásticos e outras embalagens descartáveis, isopor, latas,
restos de linhas e redes de pesca, cigarros, vidros e etc, são
bastante comuns.
Além dos impactos negativos econômicos e estéticos,
estes materiais são responsáveis pela morte de inúmeros
organismos marinhos, e estas mortes estão se intensificando
cada vez mais.
Pedaços de isopor, espumas e filtros de cigarros são
vistos por aves marinhas, peixes e tartarugas marinhas como se
fossem ovas de peixes e são engolidos. Tais materiais não
conseguem passar pelo duodeno e ficam aprisionados no
estômago de suas vítimas. Isto faz com que o animal se sinta
saciado, pois vai cada vez mais ficando com o estômago cheio,
passando então a não mais se alimentar.
46
O resultado é a morte por inanição. O mesmo ocorre no
caso de sacos plásticos onde algumas espécies de tartarugas
marinhas que têm nas águas-vivas o principal componente de
sua dieta alimentar. Os sacos plásticos que ficam flutuando na
água são interpretados pelas tartarugas como águas-vivas e são
engolidos.
Diversos recipientes, como copos, garrafas e potes
funcionam como esconderijos para caramujos predadores de
ovos de peixes. Dentro deles os caramujos ficam protegidos de
seus predadores, podendo predar intensamente os ovos. Com
isto há um desequilíbrio entre as populações de seres marinhos.
Restos de redes e linhas de pesca abandonados no mar
permanecem no ambiente matando indiscriminadamente e
desnecessariamente peixes, aves e mamíferos marinhos. Com
uma das pontas presas em pedras ou na vegetação submersa,
estes artefatos de pesca são armadilhas mortais. Os animais se
enroscam e morrem enforcados, por asfixia ou por inanição.
Focas, leões marinhos, golfinhos, peixes-boi, aves marinhas e
peixes são algumas das inúmeras vítimas.
3.2.3 Qualidade de água em reservatórios superficiais
Em algumas regiões brasileiras a água ocorre em
abundância como é o caso da região amazônica, em outras
regiões a água é escassa como no nordeste.
O problema crucial da água no Brasil, em geral, e na
região Nordeste, em particular, é o estabelecimento de um
sistema eficiente e integrado de gerenciamento, onde é
necessária a implantação e construção de reservatórios
superficiais, poços, cisternas, etc.
A maioria dos reservatórios na região nordeste foram
construídos tendo-se por base influências políticas locais, sendo
que muitos não são aptos para uso.
Muitos dos reservatórios existentes no Nordeste não
atendem à sua finalidade por não conseguirem encher o
suficiente, falta de critério hidrológico no dimensionamento da
barragem, funcionando mais como evaporímetros do que como
fonte segura de água.
47
A evaporação intensa bem como a falta de
dimensionamento hidrológico dos reservatórios e o pouco uso
dos volumes estocados, resultam em sérios riscos de salinação
das suas águas. A não operação engendra também a salinação
dos solos aluviais de jusante por falta de drenagem,
comprometendo a qualidade da água do reservatório.
A qualidade da água do reservatório esta ligada também as
condições naturais, sendo a água salobra na região do subsolo
cristalino, ou barrenta, como também é poluída pela comunidade
local, através do lançamento de esgotos e da disposição
inadequada de lixo, devido ao acúmulo da água nos reservatórios
que não são utilizados. Alguns reservatórios estão parados, sem
utilização nenhuma, pois não há simplesmente canalização e/ou
tubulação para transportar essa água para a comunidade,
causando com isso o desperdício do recurso natural que é
escasso, como também financeiro.
Esses problemas são em grande parte, decorrentes da
falta de aplicação de critérios de uso e proteção da qualidade das
águas acumuladas nos reservatórios.
Deve-se ter como base a localização do barramento, suas
características geométricas e construtivas e definição correta de
seus usos.
Há necessidade urgente de se realizar uma efetiva
operação dos reservatórios antes de se buscar mais água para
agravar as formas de desperdício de recursos hídricos e
financeiros.
Outro problema típico da região Nordeste refere-se ao
desperdício da água de poços jorrantes como por exemplo no
Piauí.
O desperdício tende a engendrar grande prejuízo ao
aqüífero, em especial com a mistura de águas de qualidades
diferentes que são induzidas pelas alterações dos potenciais
hidráulicos nas sucessivas camadas atravessadas pelos poços,
geralmente não-revestidos. Além disso, a queda de pressão
hidrostática pode reduzir as vazões de poços vizinhos.
Portanto, a crise da água na região Nordeste deve ser
reavaliada à luz dos paradigmas de planejamento e
gerenciamento regional integrado dos recursos ambientais, como
fatores fundamentais do desenvolvimento sustentável, pois a
48
água é um recurso finito e de fundamental importância para a
vida.
3.2.4 Processos Oxidativos avançados para a
purificação de água
O desinfetante mais utilizado no Brasil e no mundo
atualmente é o cloro e derivados, cuja aplicação apresenta
vantagens como a alta eficiência de desinfecção e custos baixos.
Porém a descoberta de subprodutos cancerígenos
resultantes da reação do cloro com a matéria orgânica presente
na água, deu origem a uma série de pesquisas buscando o
desenvolvimento de métodos alternativos de desinfecção de
águas de abastecimento, métodos estes que possam vir a
substituir o cloro com a mesma eficiência, custos baixos e que
apresente a vantagem de não induzir a formação de subprodutos
indesejáveis.
Descobriu-se também recentemente que alguns
microrganismos, tais como os protozoas, têm mostrado
resistência ao cloro o que mostra a elevada importância de
buscar-se novos processos de desinfecção.
Nos últimos anos, os processos oxidativos avançados
(POAs) têm aparecido como uma excelente alternativa para o
tratamento de resíduos, principalmente em razão da sua elevada
eficiência de degradação frente a substratos resistentes.
Os POAs são definidos como processos de oxidação onde
radicais hidroxila são gerados em quantidade suficiente para
atuarem como principais agentes oxidantes que permite a rápida
e indiscriminada degradação de uma grande variedade de
compostos orgânicos, muitas vezes permitindo a sua completa
mineralização, gerando processos alternativos para purificação
de água, como também do ar. Promove a oxidação dos
componentes celulares de microrganismos levando-o à morte.
Dentre as várias alternativas existentes para a produção
de radical hidroxila pode ser dado destaque à fotólise bastante
conhecida, fotocatálise heterogênea, e sistemas Fenton,
processos estes bastante explorados para a degradação de
inúmeros poluentes orgânicos de relevância.
49
Todos os processos são bastante eficientes na
desinfecção de águas, sendo possível desinfetar também águas
com altos teores de coliformes fecais (fotólise e fotocatálise
heterogênea).
Devido à capacidade de desinfetar águas com elevado
teor de coliformes fecais, esses processos podem ser aplicados
na desinfecção de águas residuárias, além de águas de
abastecimento, desde que observadas as suas características de
qualidade.
Cada processo deve ser utilizado de acordo com a
característica da água.
3.2.5 Fundamentos e aplicação do tratamento anaeróbio de
Esgotos
Com a utilização da água para abastecimento, como
conseqüência há a geração de esgotos, tendo como ciclo do uso
da água: Água Bruta - Água tratada - Esgoto Bruto -Esgoto
Tratado - Corpo Receptor – Autodepuração.
A água bruta é a água retirada do rio ou curso d'água para o
consumo; a água tratada é á água bruta após captada, onde sofre
o tratamento, para se adequar ao uso previsto, como
abastecimento público ou industrial; o esgoto bruto é a água
usada, isto é, com a utilização da água, ela sofre novas
transformações na sua qualidade; o esgoto tratado visa a
remoção dos seus poluentes. E o corpo receptor, os esgotos
tratados são lançados no corpo receptor, transformando
novamente a qualidade da água, face a diluição e mecanismos de
autodepuração; com a autodepuração a qualidade do corpo
receptor volta ao equilíbrio ao meio aquático.
50
Se a destinação deste esgoto não for adequada, acabam
contaminando as águas superficiais e subterrâneas, o solo, além
de que passa a escoar a céu aberto, constituindo assim em
perigosos focos de disseminação de doenças e problemas
estéticos desagradáveis.
Portanto os esgotos devem ser tratados adequadamente.
O tratamento dos mesmos é usualmente classificado através de 4
níveis:
Tratamento Preliminar: São retirados do esgoto os sólidos
grosseiros, como lixo e areia, utiliza processos físicos como
peneiramento e sedimentação.
Tratamento Primário: Reduz parte da matéria orgânica
presente nos esgotos removendo os sólidos em suspensão
sedimentáveis e sólidos flutuantes, utilizando também processos
físicos.
Tratamento Secundário: Remove a matéria orgânica e os
sólidos em suspensão. Através de processos biológicos, com
lagoas de estabilização, lodos ativados, tratamento anaeróbio,
dentre outros.
Tratamento Terciário: Remove poluentes específicos
(tóxicos, micronutrientes e patogênicos), além de outros
poluentes não retidos nos tratamentos primário e secundário.
O tratamento anaeróbio é a degradação da matéria
orgânica através de microorganismos, na ausência de oxigênio,
sendo aplicado a tratamento de resíduos sólidos, dejeto de
animais, lodos de ETE's, tratamento de resíduos líquidos,
indústrias, esgotos domésticos e municipais, e outros.
O tratamento anaeróbio é a conversão de matéria orgânica
em metano e dióxido de carbono na ausência de oxigênio através
da ação de bactérias anaeróbias (bactérias fermentativas:
hidrólise e acidogênese; bactérias acetogênicas: acetogênese; e
bactérias metanogênicas: metanogênese).
O processo anaeróbio ocorre através da fermentação de
bactérias fermentativas, onde a primeira fase é a hidrólise de
materiais orgânicos complexos em materiais orgãnicos mais
simples. E a segunda fase, os materiais simples sofrem o
processo de acidogênese e são transformados em ácidos
orgânicos. As bactérias acetogênicas são responsáveis pela
51
oxidação dos produtos gerados na fase acidogênica gerando o
hidrogênio, o dióxido de carbono e o acetato. E a etapa final no
processo\de degradação anaeróbia de compostos orgânicos em
metano e dióxido de carbono é efetuado pelas bactérias
metanogênicas. Despejos que contenham compostos de
enxofre são submetidos à fase de sulfetogênese (redução de
sulfato e formação de sulfetos).
Esse processo anaeróbio tem suas vantagens e
desvantagens. As vantagens são baixa produção de lodo; não
há consumo de energia elétrica; baixa demanda de área e baixo
custo de implantação; aplicável em pequena e grande escala;
baixo consumo de nutrientes; possibilidade de preservação da
biomassa e produção de metano, um gás combustível de
elevado teor calorífico.
As desvantagens é que as bactérias anaeróbias são
susceptíveis à inibição; o processo pode ser lento; pós-
tratamento é necessário; pode ocorrer geração de maus odores;
e efluente após tratamento anaeróbio com aspecto
desagradável.
Portanto, há ainda muito que se pesquisar sobre o
tratamento de esgotos devido a sua diversidade de volume
crescente.
3.3 RESÍDUOS SÓLIDOS
A população mundial cresceu muito rapidamente nas
últimas décadas, tendo ocorrido uma grande concentração
populacional nas áreas urbanas.
O aumento da população e a ampliação das cidades
deveriam ser acompanhados do crescimento de toda a infra-
estrutura urbana, de modo a proporcionar aos habitantes melhor
qualidade de vida. Porém o processo de ocupação é feito sem a
devida implantação da infra-estrutura necessária, ocorrendo um
crescimento desordenado, sem considerar as características
naturais do meio.
As sociedades de consumo avançam de forma a destruir
os recursos naturais, e os bens em geral, têm vida útil limitada,
transformando-se cedo ou tarde em lixo (resíduos sólidos), em
quantidades crescentes, com as quais não se sabe o que fazer.
52
Os resíduos sólidos constituem, hoje, uma das grandes
preocupações ambientais do mundo moderno, pois constituem
permanente ameaça a saúde pública e ao meio ambiente,
poluindo o solo, ar, água, além de favorecer a proliferação de
micro e macro vetores que transmitem doenças.
Resíduos Sólidos são resíduos nos estados sólido e semi-
sólido, que resultam de atividades de origem industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição.
São materiais heterogêneos (inertes, minerais e orgânicos)
resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais
podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros
aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos
naturais.
Sua composição varia de comunidade para comunidade,
de acordo com os hábitos e costumes da população, número de
habitantes do local, poder aquisitivo, variações sazonais, clima,
desenvolvimento, nível educacional, variando para a mesma
comunidade com as estações do ano.
53
3.3.1 Limpeza Urbana com ênfase para o aproveitamento de
Resíduos
As grandes aglomerações urbanas consomem grande
quantidade de água, de energia, de alimentos e de matérias-
primas e através disso geram significativas quantidades de lixo
que precisam ser dispostas de maneira segura e sustentável.
A produção de resíduos sólidos, nas cidades brasileiras, é
um fenômeno inevitável que ocorre diariamente e em
composições que dependem do tamanho da população e do seu
desenvolvimento econômico. Os sistemas de limpeza urbana, de
competência municipal, devem afastar os resíduos sólidos da
população e dar-lhe um destino ambiental e sanitário adequado.
O conhecimento do lixo a partir do ponto de geração e da
sua forma de separação ou acondicionamento na origem, é de
fundamental importância na organização geral dos Serviços
Municipais.
Os resíduos sólidos de uma área urbana são constituídos
por resíduos produzidos nas residências, comércio e serviços e
nas atividades públicas, na preparação de alimentos, na varrição
de logradouros, dentre outros.
A maioria desse material fica em grandes depósitos
denominados lixões, aterros ou amontanhados a céu aberto,
sem nenhum sistema de reaproveitamento, podendo ser
reaproveitado gerando proteção a saúde pública, ao meio
ambiente, como também emprego e renda para a população,
através da coleta seletiva, reciclagem e compostagem.
O correto manejo dos resíduos sólidos é um dos principais
desafios dos centros urbanos no Brasil. Até algum tempo atrás as
ações relativas aos resíduos sólidos restringiam se a limpeza
urbana, ou seja, os recursos eram destinados somente à coleta e
a limpeza das vias públicas ficando o tratamento e a disposição
final desses recursos totalmente ignorados.
A importância do aproveitamento dos resíduos sólidos
urbanos seja para reciclagem, com também fabricação de
composto orgânico, está relacionada à sua viabilização não só
ambiental, como também econômica e social.
54
A produção exagerada de lixo e a disposição final sem
critérios, representam um desperdício de materiais e de energia,
pois estes materiais poderiam ser reaproveitado e reutilizados,
diminuindo assim o consumo dos recursos naturais, extração de
matéria-prima e a necessidade de tratar, armazenar e eliminar os
dejetos.
A coleta seletiva de lixo consiste na separação de materiais
recicláveis como papéis, plásticos, vidros e metais, nas suas
próprias fontes geradoras. A reciclagem é parte do processo de
reaproveitamento desse lixo.
Além da coleta seletiva e reciclagem, os resíduos
orgânicos (alimentos), também podem ser reaproveitados através
do processo de compostagem. É a transformação do resíduo
orgânico através de processo físico, químico e biológico em
adubo para o solo.
Portanto os resíduos sólidos podem ser reaproveitados
para a fabricação de outros produtos, bem como para a fabricação
do mesmo produto.
Essas formas de reaproveitamento preservam os recursos
naturais, diminui a quantidade de resíduos a serem disposto,
reduz a poluição, protege a saúde pública, economiza energia e
desempenha importante papel social, criando trabalho e renda
para numerosas pessoas necessitadas.
Portanto há necessidade de atenção para o sistema de
limpeza urbana inserido numa estrutura mínima para o
planejamento e gestão dos resíduos sólidos nos municípios
brasileiros.
55
3.4 POLUIÇÃO DO SOLO
A poluição do solo é causada pelo contato com ar ou com resíduos industriais ou agrícolas e principalmente por
lixo e jogadas diretamente sobre ele, transportados pelo ar, pela chuva e pelo homem.
O uso indevido do solo e de técnicas ultrapassadas na
, urbanização e ocupação do solo desordenada os
desmatamentos, as , o lixo, os esgotos, a , a
mineração são agentes causadores do desgaste de nossa
litosfera.
Até pequenos desmatamentos podem causar sérios
problemas de erosão. A erosão é um processo que faz com que as
partículas do solo sejam desprendidas e transportadas pela água,
vento ou pelas atividades do homem.
A erosão faz com que apareçam no terreno atingido;
sulcos, que são pequenos canais com profundidade de até 10 cm,
ravinas, que tem profundidade de até 50 cm ou voçorocas que
possuem mais de 50 cm de profundidade.
O controle da erosão é fundamental para a preservação do
meio ambiente, pois o processo erosivo faz com que ocorra
alterações no relevo, risos às obras civis, o solo perca suas
propriedades nutritivas, impossibilitando o crescimento de
vegetação no terreno atingido e causando sério desequilíbrio
ecológico, assoreamento dos rios, e inundações e alterações dos
cursos d'água.
O uso inadequado da terra e práticas de agricultura
impróprias (queimadas, desmatamentos, etc.) causam a
, ausência de vegetação pelo empobrecimento dos
solos.
O controle da poluição do solo se dá através de técnicas
preventivas e corretivas tais como:
seleção de técnicas mais apropriadas para o
desenvolvimento das atividades humanas;
implantação de sistema de prevenção de erosão;
minimização de resíduos industriais e urbanos;
execução de sistemas de disposição final de
resíduos, considerando critérios rígidos de
proteção dos solo.
águas
poluídas
substâncias tóxicas
agricultura
queimadas chuva ácida
desertificação
A Mata Atlântica já perdeu 93% de sua área original, e essa destruição agora avança sobre o Cerrado e a Amazônia.
56
WEB-BIBLIOGRAFIA
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola: 01 Química
Ambiental (2001):
Pesquisa na internet
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Escola de Engenharia da UFMG, 1995. (Manual de Saneamento
e Proteção Ambiental para os Municípios, 2).
COLIN, B. Química Ambiental. 2ed. Porto Alegre: Bookman,
2002.
http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/
http://www.wwf.org.br
http://www.ambientebrasil.com.br
http://www.naturlink.pt
Saiba Mais
Qualidade do Ar:
Química Atmosférica:
Química do Enxofre:
Solo urbano de Teresina:
Lixo:
Esgotos:
http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1999/vol22n1/v22_n1_%20(12).pdf
http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/atmosfera.pdf
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57
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual de Saneamento.
3. ed.- Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de
Saúde, 2004.
MANAHAN, S. E., Environmental chemistry, 6ª ed. Lewis
Publishers, Boca Raton, 1994.
ROCHA, J. C; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. A. Introdução a
Química Ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2004.
SILVA, A.K M. Resíduos Sólidos Industriais da Cidade de
Teresina. 2008. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e
Meio Ambiente)
VON SPERLIG, M. Introdução à qualidade das águas e ao
tratamento de esgotos. 2. ed. Belo Horizonte: Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de
Minas Gerais, 1996.
58
1. Quais os exemplos de poluição atmosférica?
2. O que é o efeito estufa?
3. Fale sobre a destruição da camada de ozônio
4. Explique o que é smog fotoquímico?
5. Quais os métodos para controle de emissões de poluentes do
ar?
6. O que é protocolo de Kyoto?
7. Quais os maiores poluentes da água?
8. O que é eutrofização?
9. A contaminação pode ter efeito cumulativo? Explique.
10. Porque é importante o tratamento de esgoto doméstico para a
população?
11. Quais os principais produto utilizados na desinfecção de
purificação de água?
12. Quais os fatores principais que reagem à origem e produção do
lixo?
13. O que é o chorume e o que causa?
14. O que se entende por reduzir, reutilizar e reciclar?
15. O que é compostagem e incineração?
59
Atividades
Resumo
Nesta Unidade discutiremos basicamente dois aspectos interligados à
problemática ambiental que se relacionam com a química: 1) A produção e
consumo de energia e seus efeitos sobre o meio ambiente, bem como as fontes
alternativas de energia existentes; 2) As atividades industriais e seus impactos
sociais, econômicos e ambientais.
Unidade 4Unidade 4Energia e Industria Quimica
Energia e Industria Quimica
Sumario
UNIDADE 4. Energia e Indústria Química.
4.1 A produção e consumo de energia e seus efeitos
sobre o meio ambiente
4.1.1 Fontes alternativas de energia
4.1.1.1 Introdução
4.1.1.2 Solar
4.1.1.3 Eólica
4.1.1.4 Biomassa
4.1.1.5 Marítima
4.2. As atividades industriais e seus impactos sociais,
econômicos e ambientais
61
4.1 A PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA E SEUS
EFEITOS SOBRE O MEIO AMBIENTE
Nas sociedades primitivas, o ritmo da vida diária era
regulado pela principal fonte de energia disponível e abundante
que era o Sol. O domínio do fogo trouxe mudanças consideráveis
na vida destas sociedades, pois a luminosidade ampliava a
duração do dia e a emanação de calor dava conforto nas noites
frias.
Desde a “descoberta” do fogo podemos dizer que o homem
não mais parou de criar formas de consumo de energia de modo
que todas as limitações das sociedades primitivas
desapareceram.
As sociedades modernas mostram-se hoje extremamente
dependentes da energia para realização de todas as suas
atividades. Portanto, a produção e distribuição de energia é uma
atividade vital em nossa sociedade.
Não há forma de produção de energia que não cause
impacto direta ou indiretamente ao ambiente. A escolha de uma ou
mais formas de produção de energia, para qualquer nação, deve
atender uma relação de custo/benefício mais baixa possível.
Atualmente, nos custos de produção de energia, cada vez
mais se considera o impacto que aquele modo de produção de
energia trará ao meio ambiente. O atual padrão de consumo
médio de energia dos países mais desenvolvidos do mundo é
altíssimo e não pode ser estendido para toda a população do
globo, pois pode comprometer seriamente o meio ambiente.
Nenhuma sociedade pode ser condenada ao atraso por
falta de energia, mas também não podemos aumentar
indiscriminadamente a produção e o consumo de energia sem
causar profundo impacto durante sua geração e distribuição.
Deste modo, o dever de justiça indica que é necessária uma
maior frugalidade no consumo de energia para aqueles que a
podem adquiri-la em abundância. Todo cidadão deve conhecer
sua responsabilidade ambiental ao consumir energia.
O texto da professora Rosmeiry Alves de Magalhães
“Fontes de Energia e Meio Ambiente” esclarece como acontece o
impacto das formas de produção de energia sobre o meio
ambiente.
62
Fontes de Energia e Meio Ambiente
Rosmeiry Alves de Magalhães
A energia elétrica, tão necessária à nossa sociedade,
pode ser gerada a partir de diversas fontes. Algumas dessas
fontes são renováveis como as que aproveitam a força das águas
(hidroelétrica) e dos ventos (eólica) e a produzida por biomassas.
Outras fontes não são renováveis, como os combustíveis fósseis
(carvão mineral, petróleo e gás natural).Indiretamente, o Sol é a maior fonte de energia da Terra,
pois a luz que ele emite chega após viajar 150 milhões de
quilômetros através do espaço vazio, é aproveitada de diversas
formas pela natureza e explorada tecnologicamente pelo homem
para transformação em energia elétrica. O ciclo hidrológico, os
ventos e a produção de biomassas, através da fotossíntese, são
diretamente dependentes dessa fonte inesgotável de energia.
Além disso, a energia luminosa pode ser captada diretamente
através de células fotovoltaicas, constituindo-se em mais uma
fonte de energia alternativa.
O Sol, como as demais estrelas, gera energia por meio da
fusão nuclear. Pela cor, a temperatura de sua superfície pode ser
estimada em 6000 Kelvin. A energia recebida em cada 1 s por 2uma superfície de 1 m , perpendicular aos raios do Sol e situada
numa região logo acima da atmosfera é chamada de Constante 2Solar e tem valor 1350 W/m . Isso corresponde a uma potência
solar no valor de 170 bilhões de megawatts.
Desse montante, uma parcela é refletida e/ou absorvida
pelas nuvens e pelo ar. Para nossa sorte, a Terra irradia para o
espaço, a cada segundo, uma quantidade de energia igual à que
absorve, mantendo assim um estado de equilíbrio térmico no
planeta. Às vezes, os gases estufa perturbam esse equilíbrio
térmico da Terra, mas isso é outra história.
As diversas fontes de energia, para serem úteis, precisam ser
armazenadas e transportadas de alguma forma. A energia das
reações químicas pode ser armazenada em dispositivos como
pilhas e baterias. O mesmo acontece com a tecnologia atual das
células combustíveis.
Nas termoelétricas, a pressão do vapor da água é utilizada
para acionar as turbinas e assim gerar energia elétrica. O
combustível utilizado pode ser, entre outros, o petróleo, o gás
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natural, o carvão e as biomassas. Na energia nuclear, obtida a
partir da fissão nuclear controlada (usinas termonucleares), o
calor do núcleo que se quebra é usado para vaporizar uma
substância que, posteriormente, aciona uma turbina num
processo semelhante ao das usinas termoelétricas. O maior problema de todas as fontes energéticas são seus
efeitos colaterais como o lixo radioativo de uma usina nuclear, os
gases poluentes da queima de combustíveis fósseis, etc. que têm
um impacto ao meio ambiente. Portanto, a matriz energética de
uma nação deve computar a relação custo (ambiental e
econômico)/benefício na escolha de cada opção energética.
A energia elétrica é praticamente a base de todas as
nossas atividades e a maior dificuldade para a humanidade é
como fornecer energia nas formas adequadas a custos acessíveis
e manter o equilíbrio dos ecossistemas.
Um dos indicadores mais utilizados para comparações
internacionais no âmbito do consumo de energia é a intensidade
energética, que relaciona a energia e o PIB. Cada sociedade tem o
seu padrão de consumo e o nível de consumo individual
evidentemente reflete as desigualdades de renda e acesso aos
bens e serviços, sejam eles energéticos ou não.
O problema da energia precisa então ser amplamente
discutido pela sociedade de maneira a abranger os diversos
aspectos da questão.
Fica a pergunta: o modelo energético brasileiro é
socialmente justo e ambientalmente responsável?
4.1.1 Fontes Alternativas de energia
4.1.1.1 Introdução
Atualmente, o modelo energético, é baseado no consumo
de combustíveis fósseis, ou seja, petróleo, gás natural e carvão.
O principal problema disso é que os recursos não são
renováveis, além de ocasionarem danos ao meio ambiente, como
a poluição.
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Portanto, é necessário que sejam incentivados mais
estudos e pesquisas para produzir outros tipos de energia, que
sejam menos poluidoras e que causem menos impactos
ambientais, tais como as chamadas energias alternativas.
No Brasil, a produção de energia é feita principalmente
através de hidrelétricas, pois o país dispõe de grandes bacias
hidrográficas. A energia produzida através de hidrelétricas é
considerada limpa e renovável. Porém a energia hidroelétrica,
não é suficiente para atender a demanda do País.
A energia alternativa é uma forma de produzir energia
elétrica, causando menos problemas à sociedade atual e ao meio
ambiente. Os principais tipos de energias alternativas são:
energia solar, energia eólica, biomassa e energia marítima.
4.1.1.2 Solar
Energia Solar é uma energia limpa, renovável e
abundante. A luz solar é diretamente transformada em energia,
através de placas que viram baterias.
A conversão de energia solar em energia elétrica é
realizada nas células solares através do efeito fotovoltaico, que
consiste na geração de uma diferença de potencial elétrico
através da radiação. O efeito fotovoltaico ocorre quando fótons,
energia que o sol carrega, incidem sobre átomos (no caso
átomos de silício), provocando a emissão de elétrons, gerando
corrente elétrica. Este processo não depende da quantidade de
calor, pelo contrário, o rendimento da célula solar cai quando sua
temperatura aumenta.
Em locais onde a região é predominantemente nublada,
ou durante a noite, e em dias chuvosos há desvantagem na
utilização da energia solar, além da mesma ser cara.
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4.1.1.3 Eólica
A energia eólica é uma energia de fonte renovável e limpa.
É a energia mais limpa que existe. A energia eólica é produzida
pela transformação da energia cinética dos ventos em energia
elétrica. A conversão de energia é realizada através de um
aerogerador que consiste num gerador elétrico acoplado a um
eixo que gira através da incidência do vento nas pás de turbinas.
A desvantagem é que como depende do vento, ele faz
interrupções temporárias, e como a maioria dos lugares não tem
vento o tempo todo, não é toda hora que se produz energia, além
de que o vento não é tão forte como outras fontes, fazendo o
processo de produção ficar mais lento.
A instalação de turbinas eólicas são inviáveis em locais em
que a velocidade média anual dos ventos seja superior a 3,6 m/s.
4.1.1.4 Biomassa
A energia da biomassa é uma energia derivada de
plantas cultivadas, sendo bastante ecológicas. São os
biocombustíveis: etanol, biogás, biodiesel.
O etanol, extraído do milho, é usado junto com a gasolina; e
também, é produzido da cana de açúcar. O biodiesel de origem
vegetal é usado junto ou puro ao óleo diesel comum.
As vantagens do uso da biomassa na produção de energia
são o baixo custo, o fato de ser renovável, onde permiti o
reaproveitamento de resíduos e ser bem menos poluente que
outras fontes de energia como o petróleo ou o carvão.
A biomassa se destaca pela alta densidade energética e
pelas facilidades de armazenamento, conversão e transporte.
Uma outra vantagem é a semelhança entre os motores com
utilização de biomassa e os que utilizam energias fósseis.
Embora a utilização de biomassa como fonte de energia
apresente muitas vantagens, é importante ressaltar que se deve
ter um amplo controle sobre as áreas desmatadas.
A biomassa, por conta da fotossíntese, o processo pela
qual as plantas captam energia solar, é bem menos eficiente por
metro quadrado do que os painéis solares, sendo que para ter
Biomassa é a matéria orgânica utilizada na produção de
energia.
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uma boa quantidade de captação de energia por meio de plantas,
é preciso uma quantidade de terra bem mais extensa.
Atualmente, os combustíveis extraídos da biomassa são
vegetais, como o amido, o açúcar, e óleos, mas alguns cientistas
estão tentando deixar esses combustíveis líquidos. Outras
pesquisas estão visando safras que gerem melhores
combustíveis.
4.1.1.5 Marítima
É uma energia renovável e limpa. Não produz qualquer
tipo de poluição.
A energia das marés consiste no aproveitamento dos
desníveis de água que resultam das subidas e descidas do nível
da água.
É a transformação da energia resultante do movimento
periódico das massas de água para produção de energia
elétrica.
Neste tipo de energia, a energia cinética e potencial das
ondas é aproveitada através de uma turbina em alto mar que
converte esta energia em energia elétrica.
Tem como desvantagem que além do custo ser alto, O
fornecimento de energia não é contínuo, sendo necessárias
amplitudes de marés superiores a 5 metros para que este tipo
de energia seja rentável; e as instalações devem ser fortes o
suficiente para resistir a tempestades, mas sensíveis o
suficiente para obterem energia das marés.
4.2. AS ATIVIDADES INDUSTRIAIS E SEUS IMPACTOS
SOCIAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS
As atividades industriais são essenciais a nossa
sociedade. Não podemos viver hoje sem uma enorme quantidade
de produtos industriais. Além disso, a atividade fabril é uma
grande geradora de emprego, tendo um aspecto sócio-
econômico positivo inegável.
Contudo, essa atividade tão importante é causa de grande
impacto ao meu ambiente em diversas formas.
A primeira delas é pelo consumo em si de energia. Não se
pode produzir sem gerar energia. Portanto, uma primeira
responsabilidade de uma indústria é buscar formas de manter o
processo produtivo com menor gasto de energia possível.
A segunda diz respeito a própria utilização da material
prima e sua transformação em produto industrializado. Isto
acarreta poluição do por resíduos sólidos, líquidos e gasosos,
tendo a industria a responsabilidade legal de tratar e dispor
corretamente estes resíduos de modo a minimizar o impacto e
reciclar o que for possível.
A terceira diz respeito ao ciclo de vida do produto acabado.
O ideal que a responsabilidade ambiental acompanhasse cada
produto do berço ao tumulo. Ou seja, desde o processamento
industrial até o descarte ambientalmente correto do produto após
sua utilização.
Saiba Mais
Energia:
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/03-Energia_Solar(3).pdf
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/06-Energia_Eolica(3).pdf
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/05-Biomassa(2).pdf
Agenda 21 e a Química:
http://www.ecolnews.com.br/agenda21/agenda21-19.htm
WEB-BIBLIOGRAFIA
Pesquisas na Internet
Pesquisas Acadêmicas no google
Agenda 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLIN, B. Química Ambiental. 2ed. Porto Alegre: Bookman,
2002.
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-fontes-
alternativas-de-energia/
http://www.herbario.com.br/energlimp.htm
http://scholar.google.com.br/
http://www.ecolnews.com.br/agenda21/
1. Existe relação entre consumo de energia e meio ambiente?
Justifique sua resposta.
2. Discorra sobre os efeitos do consumo de energia no meio
ambiente.
3. Qual a importância de energias alternativas?
4. Explique as vantagens e desvantagens da energia Solar.
5. Como funciona a energia Eólica?
6. De que forma se destaca a energia da Biomassa?
7. A energia Marinha é viável?
8. Comente sobre outros tipos de energias alternativas?
9. Qual o impacto das atividades industriais sobre o meio
ambiente?
10. Discuta os principais mecanismos adequados ao controle dos
problemas ambientais.
11. Como é possível desenvolvimento econômico com respeito
ao meio ambiente? Como as indústrias químicas podem
contribuir para o desenvolvimento sustentável.
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Atividades
Sobre os Autores
José Machado Moita Neto
Professor Associado I da Universidade Federal do Piauí. Foi chefe do Departamento de Química da UFPI (1988-1989), Coordenador do Mestrado em Química da UFPI (2004-2005); Diretor Técnico-Científico da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Piauí (2005-2006) e Coordenador Geral de Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (2007). Possui graduação em Licenciatura em Química pela Universidade Federal do Piauí (1982), graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Piauí (1989), graduação em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí (2004), mestrado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (1987), doutorado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e pós-doutorado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (1995). É orientador nos Mestrados de Química e Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI. Os interesses de pesquisa cobrem os seguintes temas: Química (Ensino, Fisico-Química, Analítica, Materiais); Meio Ambiente; Estatística Multivariada, Epistemologia e Engenharia. Em 2007 publicou seu primeiro livro de crônicas intitulado "Arte, Ciência e Poesia".
e-mail: [email protected]
Anna Kelly Moreira da Silva
Possui graduação em Tecnologia em Meio Ambiente pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí (2003). Possui Pós-Graduação Lato Sensu em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Piauí (2005) e Pós-Graduação Lato Sensu em Gerenciamento de Recursos Ambientais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí (2006). É Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Piauí (2008). Tem experiência na área de Meio Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas: Ecologia, galerias pluviais, efluentes, qualidade da água, resíduos sólidos Industriais e emprego e renda.
e-mail: [email protected]
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