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JACQUES LECOQ Interesse e paixão pelo movimento no Ser Humano

"Estudou e lecionou educação física e, segundo ele, essas sensações físicas guardadas na memória do seu próprio corpo marcaram profundamente sua pedagogia de movimento. Semelhante ao ato teatral, o ato esportivo é intencional, com um objetivo específico, praticado aqui e agora, seja individual ou coletivamente. O rigor do atleta esportivo, sua disciplina, precisão, tenacidade, concentração, foco, são algumas das qualidades enfatizadas por ele na formação do ator." (SACHS, Claudia Muller. A Metodologia de Jacques Lecoq: Estudo Conceitual. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: UDESC, 2004.)

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LECOQ

Jean Marie Conty -> Inspirou Lecoq a se dedicar às artes cênicas

Improvisação com Claude Martin e dança expressiva com Jean Serry.

Conheceu Decroux

Começou a trabalhar com Jean Dasté (aluno de Copeau), e foi inserido na Cia. Les comediens de Grenoble, onde trabalhou como ator e treinador corporal. Nessa experiência se aprofundou na mímica e experienciou o jogo com a chamada máscara nobre

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Lecoq na Itália (1948 a 1956)

Em solo italiano, Lecoq trabalhou também com cinema, televisão, cenografia e direção teatral, além de se aprimorar na profissão de ator e mímico. Com o passar do tempo, foi tecendo pensamentos e relações que o ajudaram a compor sua pedagogia. Listo agora algumas das experiências que ele teve:* Conheceu Amleto Sartori, escultor responsável pela criação da forma da máscara neutra* Aprendeu os movimentos e ações físicas do Arlequim com Carlo Ludovici* Aprofundou-se no universo da commedia dell'arte* Descobriu a importância do coro trágico da tragédia, compreendendo-o como um corpo dotado de dinâmica própria* Participou da criação da Escola do Piccolo Teatro de Milão, o qual se fundamenta na expressão corporal, no improviso, no jogo com máscaras, além de dança, esgrima, canto e em estudos de interpretação teatral.* Conheceu o importante ator, dramaturgo e palhaço, Dario Fo.

A convite do diretor Gianfrancesco de Bosio, que o convidou para trabalhar no Teatro Universitário de Pádova. No livro "O Teatro do Corpo Manifesto", em texto sobre Lecoq, Lucia Romano indica que foi de fato na Itália onde ele se aprimorou como pesquisador, além de ter compreendido melhor os princípios de Copeau após descobrir as máscaras da commedia dell'arte, a comédia popular italiana. Além disso, neste território novo, o pedagogo teatral encontrou imensa identificação com o herói, o coro, e outros elementos da tragédia grega.

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Em 1956, Jacques Lecoq voltou a Paris e abriu sua escola, para a qual se dedicou até sua morte:

"No início chamou-se "Escola de mímica: formação do ator", depois se chamou "Mímica, Movimento, Teatro" e, desde 1988, é chamada École Internationale de Théatre Jacques Lecoq." (SACHS, 2004,p.51)

Retorno a Paris – Fundação da “École”

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http://www.ecole-jacqueslecoq.com/

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Lecoq resgatou as raízes de onde vêm estes e outros estilos teatrais, como o teatro nô e o kabuki (japonês), e empenhou-se em trazê-los para a contemporaneidade, e fornecer meios para que seus alunos pudessem explorar mais técnicas e possibilidades na arte. Partindo desses estudos, ele decidiu reinventar o teatro fundamentando uma linguagem gestual, dando valor ao movimento, ao prazer do jogo, ao improviso, à máscara e à observação da natureza.

Em uma entrevista para o jornal espanhou "El País", Lecoq afirmou que ele próprio e seu coletivo trabalham com coisas simples que se movem na vida: paixões, o voo dos pássaros, etc. Ele disse que tudo o que acontece é uma redescoberta das coisas simples, e essas coisas são para ser retratadas nos espetáculos realizados.

A Escola de Lecoq – Redescoberta do simples e reinvenção do Teatro

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Ao aprender com Lecoq, seu estudante ou discípulo podia-se perceber um ator em expansão, conhecedor de diversas possibilidades. Superando a crença existente na sociedade que coloca o ator como aquele que exerce a função de intérprete de um papel, o estudante da École Internationale de Théatre Jacques Lecoq pôde - e ainda pode - se descobrir como um ator-criador. Nas palavras de Lucia Romano,

"(...)um ator consciente de suas ferramentas expressivas, treinado na linguagem do teatro corporal e maduro para capitanear o processo criativo." (2013, p.60)

Três das principais habilidades que Lecoq valorizava em seus educandos eram:

* Le jeu (presença disposta ao jogo, à brincadeira), * Complicité (cumplicidade, união) * Disponibilité (abertura, disponibilidade)

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"Pedagogia lecocquiana": Auto-cours -> atendem à proposta de manifestarem sua criatividade em obras de sua própria autoria, a serem encenadas na escola.

"O ensinamento de Lecoq está baseado numa série de princípios que estão presentes em tudo o que é proposto na escola, constituindo a estrutura de sua metodologia, como leis que regem o jogo. Vão estar presentes, portanto, nas aulas de improvisação, de análise de movimentos e, conseqüentemente, no auto-cours, quando o aluno expressa livremente o que aprendeu." (SACHS, 2004, p.55)

"Observação da Natureza" -> Lecoq buscava por uma organicidade no movimento dos corpos que era inspirada pelos elementos naturais: a terra, a água, o ar e o fogo.

"Observando como os seres e os objetos se movem, como se refletem nos seres humanos, o aluno revela-se a si mesmo, apoiando-se na relação com o mundo externo. Trata-se de procurar reconhecer elementos que fazem parte da vida em seu próprio corpo - como árvores, o ritmo do mar, cores, espaço das pessoas, tudo aquilo que é vivo, se move e é infinito - antes de representá- los. Esta herança direta de Copeau, que por sua vez reflete as ideias de Bergson, está no coração da metodologia de Lecoq e apresenta-se, portanto, como a principal fonte de criação." (SACHS, 2004, p. 63)

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•Consciência do corpo no espaço* Despertar da respiração e relação da respiração com a energia do corpo* Observação e imitação da vida do cotidiano* “Le jeu” (o jogo teatral): a ação nao-intencional* “The Mime of Action”: o estudo dos movimentos do corpo humano e introdução aos 20 movimentos de Jaques Lecoq* Conhecimento das regras do jogo teatral: ação/reação, tempo, duração, ritmo, timing, crescendo, divertimento* A jornada mimo-dinamica: estudo dinâmico da natureza (elementos, animais, materiais...) para a criação teatral* Entender a diferença entre movimento e ação, neutralidade e drama, reconhecendo a história, o drama e a ação que cada corpo individual carrega

"Pedagogia lecocquiana":

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A máscara como instrumento pedagógico

Para Lecoq, a máscara é, sobretudo, um instrumento pedagógico que refina eaprimora a linguagem do ator. Quando o rosto é coberto, a personalidade do atorfica em segundo plano. Além disso, seu corpo é obrigado a expressar todos ossentidos geralmente comunicados pelo rosto e pelo olhar: Expressar emoções deencantamento, indecisão, respeito, medo, pelo corpo, sem o auxílio da face, requerapuro, controle, precisão e, paradoxalmente, verdade. Conforme Dario Fo, amáscara obriga os intérpretes a controlar e refletir sobre os próprios gestos, tendo o público como espelho (JOHANSSON, Felicia. A Presença do Passado em Jacques Lecoq. Anais do VII Congresso da ABRACE. Porto Alegre, 2012)

Triangulação com o públicoDesenvolver a noção de ritmo do intérpreteAlterar as dinâmicas de atuaçãoMáscaras neutras, expressivas (commedia dell’arte/máscaras da Tragédia Grega), meias-máscaras e clown

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Essa máscara só é apresentada ao estudante caso ele seja aprovado para o segundo ano do curso, após ser submetido a uma seleção cujo principal critério avaliado é a capacidade de jogar, a disponibilidade e abertura ao jogo.

Lecoq acredita no clown como uma oportunidade para o ator adquirir autoconhecimento. Ele defende que o artista deve buscar a si mesmo, e entrar em contato com suas fraquezas, seus fracassos e também sua inocência. Por ser um momento tão profundo na vida do estudante de teatro, é apenas no segundo ano da escola que o ator vivencia a linguagem do clown e dá início à "gestação" dessa nova oportunidade de se expressar. Nesse momento da formação, toda a prática teatral que se apoiava sobretudo em processos e dinâmicas da natureza e em estímulos exteriores passa a adquirir um caráter mais interior e focado em uma prática mais psicológica. A linguagem do clown, por si só, é um trabalho profundo. O trajeto para que o ator se desarme de suas defesas até que encontre seu palhaço genuíno é delicado e trabalhado com bastante cuidado na escola de Lecoq, o qual chama de contato com o "primeiro clown".

Além disso, também é valorizado nesta fase da formação, o contato com o bufão e seu aspecto grotesco e misterioso: “Ninguém é mais criança do que um bufão, nem mais bufão do que uma criança” (2010, p. 29).

CLOWN

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"Lecoq costumava dizer que preparava seus alunos para um teatro que não existia; eles mesmos deveriam criá-lo. Sua pedagogia celebra um constante diálogo

com o passado em busca de mundos impensados e teatros ainda por existir." (2012,p.6.)

Um pedagogo teatral

"Yo no tengo espectáculo; subo a escena para ser un pedagogo"Jacques Lecoq

"Lo que yo tengo no es teatro, sino pedagogía"Jacques Lecoq

"Jacques Lecoq é mais do que um professor, é um professor e, estranhamente, um grande professor, isto é, um que abre um caminho

resignando-se a seguir"Ariane Mnouchkine,

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Em seu caminho, Lecoq ajudou o mundo a redescobrir o teatro, reinventando e criando possibilidades para que seus educandos possam se libertar de métodos limitantes, e encontrarem em si mesmos motivações e caminhos para criar. Novas possibilidades para a arte.

“A escola visa um teatro de arte, mas a pedagogia do teatro é mais vasta que o teatro em si. Na verdade, sempre concebi meu trabalho com um duplo objetivo: uma parte do meu interesse dirige-se ao teatro, a outra à vida. Sempre tentei formar pessoas que estejam bem nas duas.” (SACHS, 2004, p.44)