KIERNAN, Victor Gordon. Estados Unidos - O Novo Imperialismo Pp 53-71 & 107-121

20
V.G. KIERNAN PREFÁCIO DE ERIC HOBSBAWM

Transcript of KIERNAN, Victor Gordon. Estados Unidos - O Novo Imperialismo Pp 53-71 & 107-121

  • V.G. KIERNANPREFCIO DE ERIC HOBSBAWM

  • -V.G.KIERNAN

    ESTADOSUNIDOSo NOVO IMPERIALISMO

    Traduo deRICARDO DONINElLI -MENDES

    !EDITORA RECORD

    RIO DE JANEIRO SO PAULO

    2009

  • --

    3

    Homens brancos e peles-vermelhas

    Metadedos estados da Unio americana tem nomes indgenas, adquiridoscomo um guerreiro selvagem poderia se apropriar do nome de um inimi-go derrotado. Mais pacfica de modo geral do que a Europa em suas relaesexteriores, aAmrica ficou cronicamente envolvida em casaou nas fronteiras comos antigos habitantes do pas, por dois sculos antes e um sculo depois daindependncia. Diz-se que isso deixou "um legado sem preo" para soldadosamericanos, de experincia guerreira, nas artes de camuflagem, emboscada emobilidade at a Guerra da Coria.f Para a nao, o legado foi um quinhoda mentalidade colonialista que os europeus adquiriram na sia e na frica,junto com um hbito intermitente de protestar contra isso; talvez tambmuma parte daquela inclinao violncia entre eles mesmos que os america-nos muitas vezes lamentaram.

    A maioria dos ndios encontrados no incio da colonizao no foi hostila ponto de desprezar o comrcio. Pelo lado deles, QS recm-chegados varia-vam bastante em termos de comportamento e no havia falta de boas inten-es. Quando uma expedio se mostrava necessria contra alguns elementosnocivos, conta Edward Winslow, em Mourt's Relation, "muito nos entristeciaverter o sangue daqueles cujo bem tanto valorizvamos, como o mais impor-tante de toda a nossa condura''J" Em nmeros, as duas raas estavam mais

  • 4 UNI N V IMP IALI MO/I M N I AN V M /IA

    bem equilibradas do que posteriormente, e o fato de ser novidade ajudouhomem branco a despertar maior interesse em seu vizinho pele-vermelha,sendo considerado por ele "muito engenhoso e observador", com o qual, alm

    disso, era digno fazer escambo."O pensamento amigvel atingiu seu ponto mais elevado com William

    Penn, o Quacre.* Ele ficou bem impressionado com a tranqila filosofia devida dos ndios, baseada numa vontade de dividir tudo o que tinham. "Elesno se importam com muita coisa, porque eles querem pouco ... Eles no seinquietam com conhecimentos de embarque e letras de cmbio, nem ficamperplexos com processos do Tribunal do Lorde Chanceler e clculos do Te-souro." Ele tambm ficou impressionado com a gravidade e o decoro de suasreunies de conselho. "Nunca vi uma sagacidade mais natural ... e merece onome de sbio aquele que fica sentado mais tempo do que eles em qualquertratado sobre algo que eles entendem." Os maus cristos, ele acreditava, erammais responsveis do que os ndios pelos problemas entre as raas .. .?l Ele noconseguiu prever que em pouco tempo a Pensilvnia estaria oferecendo re-compensas por escalpos no Delaware, incluindo os de mulheres. Foi umaprtica iniciada em 1648 por colonizadores holandeses, de um pas j caleja-do na sia Oriental pelas necessidades da conquista.

    Pioneiros escoceses e ingleses tinham algo no menos embrutecido emseu histrico nacional, na forma das colnias na Esccia Celta, esi:abelecidaspor companhias com licena da Coroa, 72 e a arrastada conquista da Irlanda,com a "constituio" anglo-escocesa do Ulster (Irlanda do Norte) em 1611,cujas conseqncias ainda sentimos na pele at hoje. A tomada de terras almdo mar da Irlanda e alm do Atlntico pertencia ao mesmo imprio. Poucosdos primeiros colonizadores da Amrica possuam quaisquer pendores quacres;aqueles que estudavam o Antigo Testamento com mais seriedade se conside-ravam outro povo escolhido tomando posse de outra Cana. Engajados numadura batalha para conquistar a terra inculta e seus habitantes, eles precisavamde uma religio rigorosa para os amparar. Com freqncia eles ficavam mercde contendas entre eles mesmos, provocadas por divergncias sociais que re-fletiam divergncias religiosas: brigas com ndios pagos podiam contribuir

    mais d qu qualqu r outra coi a para mant-los unidos e permitir que co-munidad di iplinadas crescessem.

    No ficou esquecido entre os Pais Peregrinos que, pouco antes de sua che-ga?a, o~ ndios das proximidades haviam diminudo em nmero devido a umaepidemia e a lutas cruentas. "Desse modo Deus abriu caminho para Seu povoremovendo os pagos. "73 Por vezesos pagos podiam ser bem aproveitados, cornopelo lder empreendedor que relatou, em 1622, como capturou um "rei" ind-gena e o manteve refm, o que "forou que seus sditos trabalhassem presos acorrentes at eu fazer todo o pas pagar uma contribuio; tendo pouco maisdo oue i ." 74o que 1SS0 para vrver . Em outras ocasies os colonizadores que eram mo-lestados pelos ndios, podendo ento retaliar com a conscincia tranqila. Al-guns embates foram to horripilantes, em seu pequeno modo obscuro, quantoqualquer um q~e a humanidade tenha combatido; colonizadores se comporta-vam de modo tao selvagem como qualquer outra tribo americana. Em 1637,eles cercaram e tocaram fogo na fortaleza de Pequod em Connecticut, com qua-trocentas pessoas dentro dela que foram queimadas vivas ou assassinadas quan-do tentavam escapar. "Foi uma viso aterrorizadora v-los sendo consumidosp.elo fogo ... e foi horrvel o fedor daquilo; porm, a vitria pareceu um sacrif-cro ameno e eles louvaram a Deus por isso... "75 O saque e o assassinato da po-pulao de Drogheda (Irlanda) por Cromwell12 anos depois, assim como osataques com bombas napalm no Vietn dois sculos mais tarde, manifestarama mesma certeza virtuosa.

    Assistindo ao espetculo com alegria encontravam-se os velhos inimigosdos Pequods, os Narragansets, a quem eles haviam pedido em vo que se alias-sem a eles e no aos ingleses. Em 1675 um vilarejo Narraganset foi incendia-do pelos colonizadores, assim como todos os moradores, na maioria velhos,mulheres e crianas; at alguns dos agressores consideraram "um aconteci-mento horrvel e estarrecedor" /6 No ano seguinte, foi derrotado e morto ochefe de outra tribo envolvida na mesma guerra, o "rei Philip", primeiro deuma sucesso de lderes indgenas que tentaram formar uma frente unidacontra os intrusos. "Desse modo Deus ... aumentou nossas fronteiras", refle-tiram piamente estes ltimos, "nos concedendo a herana dos pagos, queeles perderam de maneira justa por sua rebelio irracional."? Na Virgniadurante todo o sculo ndios poderiam ser reduzidos escravido; uma lei de1705 tornou isso ilegal, mas a prtica perdurou por muitas outras dcadas.P

    *Membro de seita religiosa protestante inglesa. (N. do T.)

  • AO UNI I O N V 1M nlA I M

    Uma das poucas crticas de Crevecoeur aos americanos, com quem pa oualgum tempo, foi que indivduos eram livres para infligir danos aos ndios,do tipo que provocou um ataque na Virgnia em 1774.79

    No Norte deu-se forma a uma forte confederao permanente, as "SeisNaes" da Liga Iroquois, a quem L. H. Morgan pagaria tributo como "umpovo vigoroso e inteligente ... Eloqente na oratria, vingativo na guerra eindmito na perseverana ... eles ilustraram algumas das mais elevadas virtu-des da humanidade em suas relaes mtuas".80 Como muitas tribos da orlaoriental, j no praticavam o nomadismo na floresta, mas viviam em assenta-mentos grandes e elaborados; seu modo de vida, no entanto, era apenas par-cialmente sedentrio, j que a agricultura era deixada para as mulheres,enquanto os homens seguiam as atividades mais nobres de caar e combater.Desse modo se explica por que, com sua populao reduzida, eles quiseramse fixar nas vastas reas de floresta. Em certo sentido, foi essa acentuada divi-so de tarefas entre os sexos, mais profunda do que qualquer outra entre tri-bos, que representou sua runa. Inimizades tribais eram, todavia, acentuadasde forma mais fatal com a chegada do homem branco, em virtude da difusode armas de fogo e dos cimes provocados pelo comrcio de peles. OsIroquois, assim como os europeus, invadiram e saquearam seus vizinhos.No Sul, o que se queria eram escravos e no peles, e os ndios foram insti-gados a lutar uns contra os outros para capturar prisioneiros e vend-los."A frica ocidental forneceu o modelo; escravos eram comprados entre afri-

    canos da mesma maneira.Guerras entre britnicos e franceses fizeram os ndios lutarem entre si em

    maior escala. Sua localizao entre os imprios rivais conferiu importncia es-pecial Liga dos Iroquois: terem tomado o partido dos britnicos pode ter aju-dado a inclinar a balana a favor deles. Se isso aconteceu, deixou sua marca emtoda a histria do mundo moderno. Havia uma idia recorrente de preservaruma zona independente entre os oponentes, de modo semelhante ao que foifeito um sculo depois, quando se props que o Meganisto e os antigos reinosda sia Central atuassem como "estados-tampes" entre os britnicos e os rus-sos. No final da Guerra dos Sete Anos, em 1763, os britnicos vitoriosos foramconfrontados por outra aliana tribal, liderada por um chefe chamado Pontiac,que havia estado do lado dos franceses. Era um protesto contra invases de ter-ras mais para o Oeste e, apesar de vitorioso, o governo sentiu-se obrigado a

    11 M N nAN V 1M HA

    L n (r pr lams O daqu lc ano, que proibia assentamentos alm das mon-tanhas, x to por meio de sano especial e com o consentimento dos ndios.

    A expanso. para o Oeste estava sendo planejada por empresas de espe-culadores: na linha de frente estavam os aristocrticos donos de terras daVirgnia, entre eles George Washington, que interpretou o edito como nadamais do que "um expediente temporrio para acalmar os indgenas." Assimc~m~ com a revolta da Amrica hispnica no muito tempo depois, um mo-tivo Importante da ruptura com a Inglaterra foi o desejo de ter carta brancana questo indgena, sem interferncia de um governo europeu. A histrialana. sombras muit~ longas, e a perda da Amrica deve ter perseguido, anosdepois, o governo Liberal da Inglaterra, quando ele cuidadosamente recusouqualquer proteo populao indgena na frica do Sul enquanto entrega-va o comando do pas sua minoria branca em 1909.

    .Durante a Re~oluo contra os britnicos, os americanos foram os pri-meiros a buscar ajuda entre os ndios, mas aps o fracasso no ataque ao Ca-nad em 1776, a maioria das tribos gravitou em funo dos britnicos, queeram a alternativa por constiturem um perigo mais distante, assim como porserem os melhores pagadores. O emprego de ndios pelo inimigo tornou-seuma fonte de ressentimento americano, junto com o dos soldados alemes;por vezes uma acusao era adicionada, de que a Gr-Bretanha queria insti-gar escravos negros contra seus senhores. Uma ansiedade culpada com rela-o s raas negra e indgena era suficientemente natural. Represlias contrauma delas aconteceram em 1779, quando Washington ordenou "destruioe devastao" dos vilarejos Iroquois. Ordem levada a termo brutalmente,destroou "a civilizao mais admirvel de ndios norte-americanos ao Nortedo Mxico'v"

    Visto que os Estados Unidos no herdaram nenhuma supremacia brit-nica na Amrica do Norte, tiveram de proceder por tentativas na direo dessareivindicao. No incio, as tribos foram reconhecidas como "naes doms-ticas dependentes", um ttulo vago que poderia ter apontado na direo de setornarem algo como os "Estados Nativos" da ndia sob os britnicos, comopequenas repblicas em vez de monarquias, e com Agentes colocados paraeles em vez de Residentes. As atitudes foram, como antes, diversas. A Revolu-o havia invocado princpios elevados, que alguns cidados levavam a srio.Ela havia estimulado o pensamento, pelo menos em algumas mentes, e foi a

  • I 1A UNI N V 1M RIA I M /I MIN I I\N VI nMI 111\

    partir de ento que os americanos comearam a estudar os ndios atentam 11-te e a fornecer informaes confiveis sobre eles para estudiosos na Europa. 84Por outro lado, a independncia tambm estimulou a reflexo sobre raas edesigualdades raciais como a justificativa necessria para a escravido, algotalvez aceito como certo, fazendo com que a Amrica se tornasse "uma socie-dade conscientemente racist'.85 Os sentimentos sobre os ndios no podiamdeixar de ser afetados pelos sentimentos sobre os negros.

    Os lderes da nova nao estavam preparados para ser menos realistas,com relao a isso, quando soavam benevolentes ao mximo. Washington ex-pressou respeito por direitos estabelecidos por tratados, mas sua esperanaera de que os peles-vermelhas se retirassem cada vez mais em direo ao Oes-te, medida que o homem branco chegasse, sem esperar serem expulsos."Jefferson declarou que "as provas de inteligncia fornecidas pelos ndios daAmrica do Norte os nivelam com os brancos no mesmo estado inculto. Eumesmo j vi milhares, conversei muito com eles e encontrei neles uma com-preenso masculina e sadia", 87Ainda assim, ele acreditava firmemente nosdestinos americanos e se convenceu rpido demais de que eles podiam seharmonizar com o bem-estar dos ndios. Ele pregava para membros de cls asbenesses do modo de vida do homem branco, principalmente a agricultura ea propriedade privada. Em tudo isso havia um pouco da estupidez de BaillieJarvie se oferecendo para levar os filhos de Rob Roy para longe de suas mon-tanhas at Glasgow como aprendizes de teceles. Henry Knox tambm, mi-nistro da Guerra a partir de 1785, quis trazer civilizao para os ndios, e demaneira otimista imaginou que apenas poucos deles seriam contrrios a isso.Ele lamentou que at ento os americanos tivessem sido mais destruidores doque os espanhis: nas reas mais populosas, os peles-vermelhas haviam prati-camente desaparecido. 88

    Infelizmente, apenas uns poucos americanos compartilhavam esses senti-mentos. Tendo ganhado do rei George e seus peles-vermelhas, a maioria en-contrava-se num estado de esprito de conceder aos ndios pouco tempo paraconfisso e absolvio dos pecados. "Em minha opinio", escreveu John Jaypara Jefferson em 1786, "nossos negcios com os ndios foram mal ge-renciados ... ndios foram mortos por nosso povo a sangue-frio e sem quequalquer satisfao fosse dada; alm disso, eles tambm no esto satisfeitoscom a avidez com que adquirimos suas terras." Ele era a favor de uma exten-

    adur I pio n jada das nia m v z duma prc sa indiscriminada."M um v rn muito nec sitado de dinheiro viu sua grande chance denhar algum vendendo grandes extenses de terra. No princpio isso seriabtido por compra, no por tomada, mas, na prtica, as tribos no tinham

    muita escolha entre vender ou no. A Nova Inglaterra estava pronta para se-guir a liderana da Virgnia e aspirar a um novo territrio rumo Oeste. Umafebre de especulao sobre terra tomou conta de todos, um pouco como aese investimentos tm sido o passatempo e a paixo da Amrica dos temposmodernos: a riqueza ilimitada e no-explorada da nao fez dela um viveirode jogadores. Hectares s podiam ser transformados em dinheiro quando haviacultivadores para compr-Ias e trabalhar neles. Haver uma multido crescen-te de colonizadores pressionando as fronteiras era, em primeiro lugar, culpade uma Europa ainda aristocrtica, que mantinha a maioria do povo empobreza abjeta. Porm, a responsabilidade tinha de ser dividida com osespeculadores, que propagavam seus domnios e se envaideciam de suas atra-es na Europa, para seduzir mais imigrantes a ir:90 eram necessrios maisbraos agora para o arado, como seriam, mais tarde, para a mquina.

    Nesse nterim, estados isolados, principalmente no Sul, tinham muitomenos conscincia sobre os direitos dos ndios do que as autoridades fede-rais. Eles tambm tinham dvidas pesadas a serem pagas, o que fez com queenormes propriedades fossem compradas por alguns poucos sindicatos su-listas, como a Tennessee Company, que arrematou 1.600.000 hectares. Umdos mais vidos assenhoreadores de terras foi um governador do Tennessee(a partir de 1788), John Sevier; ele tambm foi um dos polticos locais que,para se livrar das limitaes, estavam preparados para pensar ou falar sobre.secesso.?' Se a impacincia para tirar os peles-vermelhas do caminho forauma forte motivao para a Amrica se desvincular da Gr-Bretanha, po-deria tambm ter sido um bom motivo para o Tennessee ou a Gergia sedesvincularern da Amrica.

    No Norte, a diferena se expressava mais em palavras do que em inten-es. Um regulamento federal de 1787 previa o avano pelo estado de Ohio,onde 600 mil hectares haviam sido vendidos para uma companhia por umaninharia, apesar de existirem promessas de que "O mximo de boa-f sempreser observado com relao aos ndios".92A falta de sigilo oficial na Amricademocrtica abriu caminho para duplicidade oficial, o que fez com que mui-

  • o N V 1M nlA I M v nM liAUNI

    tas declaraes fossem inventadas para os arquivos. Naquele momento, comseu Exrcito seriamente diminudo, a Amrica teria considerado a honesti-dade a melhor poltica; mas a oposio foi altamente subestimada, e a des-truio da expedio mal planejada de St. Clair em 1791 acabou sendo aderrota mais cara do que qualquer guerra contra os ndios. Uma certa recom-posio do Exrcito - ou "Legio", seu ttulo apropriado nesse estgio deconstruo de imprio - tornou-se indispensvel e, com a recusa das tribos,em 1793, de abandonar as divisas do rio Ohio, uma campanha mais bem-sucedida acabou com sua resistncia em 1795. Alguns Chickasaws do Sulforam empregados no luta Norte-Oeste." mas aps a compra da Louisianaem 1803 tambm houve lutas com tribos sulistas. Em 1801-6, durante seumandato, Jefferson "aliviou" seus amigos peles-vermelhas de vastas extensesde terra. Mesmo assim, as hordas destruidoras dos colonizadores ainda esta-vam se espalhando e se introduzindo nos territrios indgenas remanescen-tes. De tempos em tempos o governo federal ordenava a retirada de invasores,o que por vezes era acatado, mas a longo prazo tais ordens passaram a serineficazes. Sem soldados suficientes para lutar corpo a corpo com os ndios,havia menos ainda com que policiar seus prprios sditos.

    Quando sinais de uma nova luta com a Gr-Bretanha comearam a sur-gir, agentes britnicos procuraram renovar alianas com os ndios, conformeacusaes dos americanos. Com isso veio a ltima chance de uma coalizo detribos, de Norte a Sul, para impedir o avano do homem branco'. O espritoque os impulsionava, Tecumseh, representava uma rejeio da civilizaobranca, enquanto seu irmo, o "Profeta", era um propagador da antiga reli-gio; porm os padres de comportamento desse lder notvel parecem. tersido to "civilizados" quanto os da maioria de seus oponentes. Ele encorajavauma volta agricultura e desencorajava o lcool, um dos aliados mais potentesda civilizao; ele queria cesses de terras para comandar o assentamento detodos os membros de sua liga. Lderes brancos, como o governador Harrisonde Indiana, sob presso de sertanejos rudes, estavam determinados a no fa-zer acordo. Harrison invadiu o territrio Shawnee, empregando uma estrat-gia de "ataques preventivos" que seria caracterstica do pensamento estrat~icoamericano desde 1945; guerras com ndios forneciam precedentes suficien-tes. Em agosto de 1812, Tecumseh capturou o forte de fronteira de Detroit,que havia se livrado de Pontiac; seus seguidores somaram trs mil, um total

    urpr nd 'n p ra uma h r indg na, o que fazia parecer que ndios comajuda britni a poderiam preservar sua independncia, enquanto america-nos com ajuda francesa tinham obtido a sua. Tecumseh morreu em batalha,em 1813, um dos mais notveis aliados que a Gr-Bretanha j tivera, ocu-pando bizarra posio de general-de-brigada e levando com ele sua causa. Aesse triunfo Harrison deveu sua elevao, 27 anos depois, presidncia.

    Sua contraparte no Sul era Andrew Jackson, que em 1813 liderou umacampanha punitiva contra os ndios Creek na Gergia; eles tambm haviamse arriscado a ser contrrios aos avanos do homem branco. No final, Creeksamigveis e hostis perderam a maior parte das terras. Com Jackson, assimcomo com criadores de imprios como Cecil Rhodes, o dever pblico e ointeresse privado conviviam muito bem, pois desde cedo ele se havia envolvi-do em negcios especulativos com terras, a maneira mais rpida de fazer for-tuna. Em 1828 ele foi eleito presidente, outro daqueles polticos militares -semelhante a alguns da Amrica Latina - que assumiam a liderana pelacoragem demonstrada em lutas contra "peles-vermelhas" e por se mostraremvigorosos desbravadores de terras.

    Em virtude da perda do Canad em 1814, os EUA procuraram fazer no-vas aquisies dos ndios. Nas negociaes de paz, a Gr-Bretanha havia re-tomado, sem aval, a proposta da criao de uma regio-tampo indgena. Ogoverno americano continuou a professar um respeito escrupuloso por trata-dos, porm mais uma vez idias virtuosas entraram em choque com a ambi-o pelas terras. Especuladores de terras ocupavam o primeiro plano, entreeles investidores britnicos, para quem a firma de Baring agia como interme-diria; eles ajudaram a chamar emigrantes com mtodos de propaganda queCobbett, que conhecia a Amrica, chamava de enganosos.P' Peles permane-ceram sendo outra fonte de ganhos. Desde 1796 o governo havia recebidopermisso para abrir "fbricas" ou centros de comrcio onde as peles podiamser trocadas por artigos para comrcio a preos justos; porm, sempre desa-gradavam s empresas privadas, cuja ttica era fazer armadilhas para "peles-vermelhas" como se fossem animais. ndios contraam dvidas ou eramembriagados e, em seguida, explorados e enganados." Prticas semelhantespodem ser observadas na mesma poca em algumas possesses europias, comoem Bengala, onde a Honorvel Empresa e os plantadores de indigueira aper-tavam os grilhes da dvida de teceles ou camponeses.

  • :2 N V 1M IA I M ANA UNI

    Neste estgio, lutas organizadas se desenvolveram em particular no Sul,onde tribos haviam se unido em algumas confederaes, como a Creek. Oteste de fora mais difcil ocorreu com os Seminoles, "homens selvagens", ori-ginalmente uma mistura de Creek e outros intransigentes. Em 1817, a pri-meira guerra Seminole comeou devido a reclamaes de que eles estavamdando abrigo a escravos negros fugitivos. J que formas de escravido noeram desconhecidas entre os ndios, alguns estavam aprendendo a fazer usode escravos negros - uma das mais terrveis lies que eles receberam de seusvizinhos civilizados, mesmo que a servido entre eles fosse menos onerosa doque nas plantations de homens brancos. Em busca de Seminoles e fugitivos,Jackson no hesitou em invadir a Flrida; aps a cesso da provncia pelaEspanha em 1819, os Seminoles foram relegados a uma reserva ali.

    Num livro publicado em 1824, o cnsul britnico em Nova York conde-nou a barbaridade de alguns mtodos usados contra os ndios nessa guerra eprocurou "inspirar uma solidariedade geral em prol de um povo oprimido esofrido", condenado por quase todos como "uma raa cruel, sanguinria etraidora, incapaz de civilizao". 96No gostar de ianques mal-agradecidos po-deria ajudar um ingls a simpatizar com ndios; e no Canad havia muitomenos desentendimento entre raas devido menor presso populacional.Apesar disso, seria possvel dizer que as partidas que estavam acontecendo naregio montanhosa da Esccia nativa do cnsul no eram muito diferentesda expulso de ndios de seus lares ancestrais, e que tambm estavam aumen-tando a quantidade de imigrantes para a Amrica, responsvel por isso.

    Em 1826 foi publicado O ltimo dos moicanos. H muita crueldade ind-gena e sede de sangue neste primeiro grande romance americano, mas tambmuma real indignao com a dizimao da raa vermelha, quando FenimoreCooper est pensando com imaginao por intermdio de seus personagensndios; porm, quando sua mente retoma ao reino do dia-a-dia, ele reconheceque o Novo Mundo no pode, assim como o Velho, ser guiado por uma justiaabstrata, ou encontra um vago conforto na expanso da Cristandade. A amiza-de entre as raas s possvel para indivduos como o velho chefe moicano eOlho de guia, cada um isolado de seu prprio povo; mesmo ento o homembranco est sempre consciente de um fosso entre ele e seu companheiro." Dequalquer modo, os moicanos de Cooper so simblicos de toda a raa indge-na, como muitos a consideravam - um povo em extino, de quem o homem

    H M N V AM liA

    m d rno p d ria d sp dir com um tributo cavalheiresco a suas antigas vir-rudes. m dida que o tempo passou e novas tribos comearam a ser conheci-da , sempre na direo do Oeste, o romance deve ter ajudado a iluminar ospontos de vista mais inspirados entre os ocidentais, quando o barulho da bata-lha j havia ido longe demais.

    Por ora havia poucas pessoas que extrassem algum tipo de moral disso. AAmrica de Tocqueville estava crescendo com muita rapidez, mas uma au-tntica intelligentsia e, com ela, o esprito de igualdade animado pela Revolu-o cresceram muito vagarosamente. Os prprios europeus, cuja curiosidadepor sociedades pr-industriais teve incio muito antes, embarcaram apenasno final do sculo XIX em estudos de campo sistemticos, o que, at ento,fazia da nova cincia da "antropologia", em grande parte, uma pseudocincia,infectada pelas hostilidades raciais. 98 Na Amrica, Morgan demonstrou, em1877, no seu Ancient Society quo pouco escrutnio seus compatriotas haviamfeito de estruturas de cl indgenas, sobreviventes arcaicas de uma organiza-o social compartilhada por seus prprios antepassados. 99

    Uma Amrica que sentia representar o presente e o futuro da humani-dade, por estar to frente da Europa, sem falar da sia, estava de fato menospropensa do que qualquer outro pas a apreciar as qualidades de uma socie-dade pr-histrica. A propriedade coletiva de terras, praticada por essasformas tribais, representava uma maldio para os americanos, como aque-le e outros tipos de propriedade coletiva tm sido em nossos dias. "Proprie-dade comum e civilizao no podem coexistir", declarou sucintamente umaComisso para Assuntos Indgenas em 1838: somente propriedades parti-culares podiam inspirar esprito empresarial, moral e progresso entre osIndios.t?? Neste caso, mais uma vez a Europa no possua mais a menteaberta; na Inglaterra, na Espanha e em outros lugares terras comuns esta-vam sendo confiscadas de pessoas comuns, a fim de formar grandes proprie-dades para os ricos em vez de casas para os pobres.

    Segundo as "Leis de Relacionamento", uma pequena quantia anual eradistribuda para financiar teares, arados e outros equipamentos para ndiosdesejosos de ser civilizados. Entre o que viria a ser conhecido como as "CincoTribos Civilizadas" do Sul, com uma crescente tintura de sangue e idiasestrangeiras, essas novidades estavam fazendo progresso surpreendente, em-bora os preconceitos brancos permanecessem intocveis. Ligas missionrias

  • 64 UNIDO I O NOVO IMP RIALI MO .v M liA

    estavam se tornando presentes e fornecendo ajuda, mas muitas vezes com oefeito de abalar a solidariedade tribal, fosse atravs de defesa armada ou pelasobrevivncia pacfica. Com freqncia era o missionrio quem, como emmuitas outras partes do mundo colonial, convencia um povo a aceitar umtratado injusto.'?' Seu trabalho tambm poderia levar os ndios a serem cha-mados a lutar para seus novos senhores contra outros ndios, quer tivessemou no qualquer desentendimento prprio com eles. Numa guerra na re-gio Sul do Oregon, caracterizada por Dunn como uma das menos justifi-cveis que a Amrica travou, fez-se uso de um grupo de sessenta ndiosexploradores, convertidos, cujo lder havia sido batizado de Donald McKay."Eles provaram ser ajudantes inestimveis, sendo que sua nica objeo era

    c I . domi "102E id I Irecusar-se a razer qua quer COisanos omlOgos. Vi entemente, e es e-varam suas aulas de religio a srio demais.

    Logo depois da independncia da Amrica, um luminar de Yale fez umsermo provando que os ndios eram descendentes de habitantes de Canaexpulsos de sua terra natal por josu, o que tornava legtima sua expulso daAmrica. 103Na poca esse tipo de lgica j era antigo, exceto no Sul, com suaeconomia escravocrata, mas algo muito semelhante estava sendo tecido nopensamento secular, produzindo uma verso de darwinismo social antes deDarwin. Raas "inferiores" devem dar lugar a raas "superiores": essa convic-o foi firme o suficiente para ter mais valor do que uma srie de decises daSuprema Corte defendendo os direitos soberanos das tribos. Por 'vezes o go-verno ainda tomou medidas contra intrusos que as infringissem, mas tinhamuito pouca opinio pblica do seu lado e pouca determinao para pr emprtica suas intenes.

    O presidente Moore, que queria manter os europeus fora do Novo Mun-do, no teve grande vontade de manter os americanos fora da parte indgenadele; pelo contrrio, ele props em 1825 que os ndios, em vez de aceitos comointrusos, fossem expulsos, atravs de uma transferncia de tribos para o Oesteno desbravado. O Congresso no concordou com isso, apesar do argumentode Monroe e outros, alguns sinceros, que deixar membros de tribos rodeadospela "civilizao" e suas infeces levaria degenerao, da qual o mundo selva-gem intocado os resgataria. Era extremamente contraditrio que as "Tribos Ci-vilizadas", que estavam assimilando a modernidade com tanta rapidez, fossemconvidadas a voltar para terras incultas e aprender a ser "Bons Selvagens" de

    n v ; ua xpulso para dar lugar a mais plantations com trabalho escravoignificava uma clara regresso em vez de progresso. Mas o desejo de com-binar as recompensas de conscincia e de ganhos estava tornando a ambi-gidade um hbito mais arraigado vida pblica na Amrica do que emoutros pases. O que Gissing afirma sobre o ingls tpico, nunca em dvidasobre a superioridade moral de seu pas, poderia ter sido escrito, pelo menosto adequadamente, sobre o americano. "Cham-lo de hipcrita simples-mente no conhecer o homem ... Ele constitui um monumento hipocrisia ...no pessoal, mas nacional."104

    Jackson, presidente a partir de 1828, no era um homem de ter escrpu-los com argumentos da lgica. Como Woodrow Wilson diria, sua noo so-bre os ndios era "francamente aquela do soldado de fronteira. Eles no tinhamdireito, segundo ele, de atrapalhar o caminho do homem branco'U'" Contraprotestos de missionrios entre as "Tribos Civilizadas" e outros humanitrios,em 1830 ele fez passar o Ato de Remoo, que o autorizava a transportarquaisquer ndios para alm do rio Mississippi. Isso deu incio a "um dos ca-ptulos mais sombrios da histria americana", 106marcado por sofrimentos se-melhantes aos da "Rota do Meio"." Em 1832, houve uma guerra em Illinoise Wisconsin contra ndios que resistiam a esse tratamento sob o comando deum chefe chamado Black Hawk (Falco Negro), na qual Abraham Lincolnserviu como miliciano e Jefferson Davis, seu adversrio numa disputa maisimportante que viria a acontecer, como oficial regular. No mesmo ano o go-verno decidiu novamente erradicar os Seminoles. Alguns chefes deviam con-cordar com um tratado de exlio, mas a maioria das tribos o rejeitou,provocando em 1835 a segunda Guerra Seminole. Ela se arrastou pelos pn-tanos da Flrida at 1841, depois de 30 mil soldados terem sido colocadosem campo e mais de 20 milhes de dlares serem gastos.

    Um tenente que fazia parte das tropas publicou um relato da fase inicialdessa guerra defendendo que o tratado havia sido ilegtimo; tambm que osndios haviam sido oprimidos desde os primrdios da Amrica com guerras"mercenrias e muitas vezes brutais" alm de terem sido tratados de modoinsultuoso, como se fossem animais. "Os direitos do ndio ... foram esmaga-

    *A rota frica-ndias Ocidentais, seguida pelos traficantes de escravos. (N. do T)

  • 66 N V IMI IA I M v nM liAUNI

    dos e seus sentimentos, pouco respeitados ... "107 No final, cerca de quatro milsobreviventes foram reunidos e despachados para o Oeste. Outro participan-te das guerras nesse perodo, que considerava os ndios mais agressores doque agredidos, no pde deixar de apiedar-se deles ao v-los serem expulsospara o exlio, por vezes acorrentados uns aos outros. "Foi um espetculo me-lanclico", escreveu ele sobre uma dessas ocasies, " medida que os monar-cas orgulhosos do solo eram tirados de sua terra nativa, rumo a um pasdistante, que eles previam apresentar todos os horrores das regies infernais.Vrios se suicidaram para no ter de suportar o sofrimento de deixar o lugaronde ficaram os restos mortais de seus ancestrais.t'r"

    De todas as expulses, a mais proeminente foi a dos Cherokees. Sua lin-guagem agora j tinha a forma escrita, e em 1827 eles adotaram uma consti-tuio baseada no modelo dos EUA e reivindicaram status soberano; porm,um julgamento legal na Gergia em 1831 negou reconhecimento da "NaoCherokee". Em 1838 eles foram deportados para Oklahoma, o domiclio de-signado para as "Cinco Tribos". Antes de sua aposentadoria em 1836, Jacksonlhes havia enviado um certo conforto na forma de uma carta exortando-os aver que tudo foi para o melhor. "Circunstncias que no podem ser contro-ladas e que esto alm do alcance das leis humanas tornam impossvel vocsprosperarem no meio de uma comunidade civilizada.t"?' Em palavras maissimples, os grileiros e os eleitores brancos que no podiam ser controlados.Mas apelos a necessidades histricas, to freqentes em anais americanos,faziam parte do esprito de uma sociedade tumultuosa, entre cujos avanoscaticos o indivduo bem poderia sentir que foi arrastado por foras ingover-nveis, e poderia rejeitar a responsabilidade pelo que estava fazendo.

    Em 1834 o Congresso ocupou-se examinando os mecanismos para questesindgenas e a legislao sobre "relaes". Ele rejeitou um governo regular pro-posto para uma regio indgena permanente, com um governador e um con-selho de representantes tribais, que enviaria um delegado ao Congresso epoderia acabar se tornando um estado da Unio. Eis uma possibilidade fasci-nante, mas que encontrou muitos oponentes, incluindo, sem dvida, os queno queriam que os ndios fossem deixados com tanta terra por muito tem-po. Em Oklahoma as Cinco Tribos ficaram seguras por algum tempo, e osCherokees em particular se recuperaram e fizeram progressos notveis. Mas

    li M( N AN

    as trib s nviadas s plancies poderiam ser consideradas invasoras nas terraspara caa de antagonistas formidveis como os Sioux. O que a relao legalde quaisquer indgenas com os Estados Unidos poderia ser agora, nem advo-gados nem qualquer outra pessoa poderia dizer.'!"

    NOTAS

    1. Citado por W. Sullivan, We Are Not Alone (Harmondsworrh, 1970), p. 267.

    2. A. de Tocqueville, Democracy in Amrica (1835, 1840; World's Classics, Londres, 1946),capoXXXI.

    3. The Federalist, nO 11. Para uma abordagem geral, M. Savelle, The Origins 01AmericanDiplomac] (Nova York, 1967), capo XX, especialmente Parte 2, Enticements toImperialism ...

    4. R.S. Dunn, Sugar and Slaves - The Rise ofthe Planter Class in the English West Indies, 1624-1713 (1972; Londres, 1973), pp. 111-12,336.

    5. Cf. w.1. Sachse, The Colonial American in Britain (Madison, 1956).

    6. J. Hardy, The First American Revolution (Londres, 1937), p. 94.7. G. Lichtheim, Imperialism (Londres, 1971), pp. 56-8.

    8. ].B. Perkins, France in the American Revolution (Londres & Nova York, 1911), capo VIII.

    9. Lt. F. Hall, Trauels in Canada and the United States in 1816 and 1817 (Londres, 1818),pp.443-5.

    10. O. Warner, A Portrait of Lord Nelson (Pelican, Londres, 1963), pp. 57-8.

    11. L. Dermigny, La Chine et l'Occident - Le commerce Canton au XVJIle sicle 1719-1833(Paris, 1964), p. 1168.

    12. Papers respecting the Negociarion ... for a Renewal of me East-India Company's exclusive

    Privileges ... , impresso pelos Diretores (Londres, 1813), nOLXXXIII.

    13. Dermigny, op. cit., p. 1171; para uma viso geral desse comrcio, ver Parte 3, capo III,"Yankees er fourrures".

    14. Ver H. & M. Sprour, The Rise of American NavalPower 1776-1918 (Princeton, 1946),p. 28 ss,

    15. Ver K. Lockridge, "Land, Population and rhe Evolution ofNew England Society 1630-1790", Past and Present, nO39, 1968, p. 62ss.

    16. Perkins, op. cit., p. 471.

    17. Apontamento datado de 6 de setembro de 1812, in Memoirs of John Quincy Adams, org.CE Adarns, vol. II (Filadlfia, 1874).

    18. Ver J.w. Pratt, Expansionists of 1812 (Nova York, 1949), capo 11.19. Ibid., pp. 124-5.

  • IA N V 1M (nlA I M V M liAUNI

    20. Texto includo em Tbe Papers of Henry Clay. org. J.F. Hopkns (Univ. of K niucky Prcss,vol. 1, 1959), pp. 765-73.

    21. Pratt, op. cit., pp. 163-4.22. The Papers of Henry C!ay, op. cit., p. 859.23. America: or a General Survey ... of the Westem Continent, por "Um Cidado dos Estados

    Unidos" (Londres, 1828), pp. 268-9, 261, 248.24. Ver W.H. Oawson, Richard Cobden and ForeignPolicy (Londres, 1926), capoXI: "The Friend

    ofAmerica".

    25. Scott Nearing e J. Freeman, Dollar Diplomacy (1925; Nova York, 1969), pp. 236-7.26. Pratt, op. cit., p. 52.27. Ibid.28. America (ver nota 23), p. 269.29. J.O.P. Fuller, The Movement for the Acquisition of all Mexico 1846-1848 (Baltimore,

    1936), p. 45.

    30. Ibid., p. 127.31. Texto includo em Problems of 'American History, org. R.W. Leopold & A.S. Link (2a edi-

    o, Englewood Cliffs, N.J., 1957), p. 493.32. C.E. Trevelyan, Report upon the Inland Customs and Toum-duties of the Bengal Presidency

    (Calcut, 1834), p. 196.

    33. Thomas Catbers fournal of a Vyage to America in 1836(Londres, 1955), pp. 18-19.34. Parke Godwin, 1844; ver American Issues: vol. 1, Tbe Social Recorri,org. W. Thorp et ai. (2a

    edio, Chicago, 1944), p. 414.35. A. Smith, The Wealth of Nations (1776), pp. 623-4 (World's Classics, 0.u.P.).36. Polk- The Diary of a President 1845-1849, org. A. Nevin (Londres & Nova York, 1952),

    escrito em 30 de janeiro de 1849.37. Thomas Skidmore, 1829; ver American Issues, vol. 1, pp. 237-8.38. R.w. Van Alsryne, Tbe Rising American Empire (Oxford, 1960), pp. 36-7. Todos os que

    estudarem o assunto devem recorrer a essa obra.39. RG. Wallace, Memoirs ofIndia (Londres, 1824), p. 219; Tocqueville, op. cit., capo XIX.

    Cf. RR Palmer: "Comurnente os europeus previam que uma criana nascida em 1776

    viria a ser um gigante" (in Library of Congress symposium, The Impact of tbe AmericanRevolution Abroad, Washington, 1976, p. 8).

    40. Ver M.M. Greenberg, British Trade and the Opening ofChina 1800-1842 (Cambridge,1951), pp. 108-9.

    41. The Ear/y Writings of Frederick fackson Turner. org. F. Mood (Univ. of Wisconsin Press,1938), p. 215.

    42. Citado por J.P. Ounn, Massacres of the Mountains (1886; Londres, 1963), p. 54. Cf. H.Kohn, American Nationalism. An lnterpretatiue Essay (Nova York, 1957), pp. 103-5.

    43. Michael Chevalier, SocietyManners and Politics in tbe United StaUI (1839; Nova York, 1966),Carta XXIX.

    /I MI N I I AN

    44. ,ond' de Mnlm sbury, Memoirs flf an ex-Minister (L ipzig, 1885), vol, I, pp. 91-2.45. To qu .villc, fi;. cit., capoX.46. Ibid., cal'. XIX.47. Tbomas Catbers [ournal, op. cit., p. 44.48. Van Alsryne, op. cit., pp. 105, 138.49. Pratt, op. cit., p. 274.50. Fuller, op. cit., p. 26.51. Dictionary of American Biography.52. Ver American Issues, vol. I, p. 156.53. George Kinloch, carta de 10 de setembro de 1814. O original foi-me mostrado pelo sr.

    Charles Tennant, que escreveu urna biografia de Kinloch.

    54. Ver H.C. Allen, Great Britain and the United States - A History ofAnglo-Ammcan Relations(1783-1952) (Londres, 1954), pp. 407-8.

    55. Fuller, op. cit., p. 95.56. Ibid., p. 50.57. Dunn, op. cit., p. 65.58. O.A. Singletary, The Mexican W'llr(Univ. ofChicago, 1960), p. 14-15.59. ].T. Oowney, The Cruise ofthe Portsmouth, 1845-1847, org. H. Lamar (New Haven, 1963),

    p.l03.

    60. S.E. Morison, "Old Bruin" - Commodore Matthew C. Perry 1794-1858 (Londres, 1968),p.180.

    61. Ibid., p. 127.

    62. Ver Coronel WA. Ganoe, Tbe History oftbe United StatesArmy (edio revista, Nova York,1943), p. 207ss.

    63. S.E. Chamberlain, Recollecsions ofa Rogue, org. R Butterfield (Londres, 1957), pp. 89-90.Cf. p. 87: "Acaverna estava cheia de voluntrios nossos berrando corno demnios, enquan-to no cho rochoso jaziam, entre mortos e agonizantes, mais de vinte mexicanos em meio

    a poas de sangue. Mulheres e crianas agarravam-se aos joelhos dos assassinos e gritavampedindo clemncia. n Toda a narrativa est impregnada de descries corno essa.

    64. Morison, op. cit., p. 228.65. R.S. Henry, The Story ofth Mexican W'llr(1950; nova edio, Nova York, 1961), pp. 186,

    240. Ele considera a crtica da guerra facciosa, e nega a responsabilidade americana pelaguerra (pp. 32-3).

    66. Louis Tappan: citado por 0.0. Edwards, "The American Image ofIreland: a Study of itsEarly Phases", in Perspectiues in American History, vol. IV (1970), p. 264.

    67. Allen, op. cit., p. 404.68. F. Oowney, Indian W'llrsofthe U.S. Army (1776-1865) (1962; Oerby, Connecticut, 1964),

    p.24.

    69. Chronicles ofthe Pilgrim Fathers (Everyman, Londres. 1910), p. 319.70. Ibid., pp. 350, 354.

  • 70 N V 1M rHA I M 71UNI

    71. Description of Pennsyiuania (1683).72. Wc. Macleod, Tbe American Indian Frontier (Londres, 1928), capoXIII, "Celt and lndian".73. Cbronicles, op. cit., p. 36.

    74. Ibid., p. 256.75. Ibid., p. 129.76. Macleod, op. cit., p. 239.

    77. Chronicles, op. cit., p. 226.78. J.D. MacLeod, Slauery. Race and the American Reuolution (Cambridge, 1974), pp. 110-11.

    79. Citado em H.S. Commager, America in Perspectiue (Nova York, 1948), p. 33.80. L.H. Morgan, Ancient Society (1877), capoV.81. A.M. josephy, Tbe Indian Heritage of Ameriea (1968; Harmondsworth, 1975), P: 322.

    82. A.M. Sakolski, The Great American Land Bubble (Nova York, 1932), p. 5.83. Downey, op. cit., pp. 41ss.84. R.L. Meek, Social Science and the Ignobl Savage (Carnbridge, 1976), P: 218.85. D.J. MacLeod, op. cit., pp. 8,12.86. R. Horsman, Expansion and American Indian Policy 1783-1812 (Michigan Univ. Press,

    1967), p. 6.

    87. The Papers ofThomas Jeffirson (vol. 8, Princeton, 1953), p. 185.

    88. Horsman, op. cit., pp. 57-8, 64, 85.89. The Papers ofThomas Jeffirson (vol. 10, Princeton, 1954), p. 599.90. Sakolski, op. cit., pp. 31, 48ss.91. Ibid., pp. 126-7; wc Macleod, op. cit., p. 462.92. Horsrnan, op. cit., p. 37ss.

    93. Ibid., p. 75.94. Sakolski, op. cit., pp. 183-7.95. EJ. Turner, op. cit., "The Character and Influence of the lndian Trade in Wisconsin"; p.

    ex. p. 160: "A importncia desse sistema de crdito dificilmente pode ser superestima-

    da ... O sistema deixou os ndios merc do comerciante quando uma nao monopoli-zou a atividade. n

    96. J. Buchanan, Sketches of the History; Manners, and Customs of the North American Indians

    (Londres, 1824), pp. vii, xi.

    97. Cf. The Pathfinder, de Cooper (1840), capon.98. Ver Christine Bolt, Victorian Attitudes to Race (Londres, 1971).

    99. Morgan, op. cit., capoV.100. E. Chamberlin, The Harroioing ofEden - Whiu Attitudes towards Natiue Americans (Nova

    York, 1975), p. 19.101. D.R. Wrone "The Ground of American Indian Reform Policy", in Cohesion (Delhi), vol.

    11, nO 1 (1971), pp. 49-50.

    102. Dunn, op. cit., p. 484.

    II M N lllAN VI I Mr liA

    f O . 11. Kohn, 'f'''r ItIf'IIlJj'Niltllllllllis/II (Novt York, I(t! ), 1'1'.668-9.fOt!, .ecrgc ,issing, 'fZf' PriuatPllpm o/"m,y Ryecrofl (Londres, 1903), Parte 4, nO20.10 , Woodrow Wilson, li l Iistory o/lhe American People (Nova York, 1901-2), vol. IV,

    pp.16-17.

    106. J scphy, op. cit., p. 325.107. W. Poucr, Tbe War in FLorida (1836; Ann Arbor, 1966), pp. 38-9.108. J .R. Mottc,Journey into Wilderness - An Army Surgeon's Account of .. the Creek and Seminole

    Wrs 1836-1838, org. J.E Sunderman (Univ. ofFlorida Press, 1953), p. 19.109. Fritz, op. cit., pp. 123-4.I 10. Wc. Macleod, op. cit., p. 207.

  • 4As ltimas guerras com os ndios

    Em 1849 a responsabilidade pela questo indgena foi transferida doExrcito para o novo Ministrio do Interior. Agora a resistncia da antigaraa naquelas partes do pas h muito penetradas pelos novos colonos estava nofinal, e um tratado com alguns ndios, em Detroit, em 1855, ps fim suaorganizao tribal, de modo muito semelhante maneira como o sistema decls na regio montanhosa da Esccia terminou aps a rebelio de 1745. Toda-via, mais para Oeste, as relaes em geral permaneceram militares por mais umagerao. A guerra com o Mxico havia provocado lutas com os ndios Pueblo,cujos vilarejos com muralhas s podiam ser invadidos com canhes e cuja estra-nha cultura se comprovou igualmente resistente. Com as reas anexadas do Nor-te do Mxico, os Estados Unidos herdaram seus perenes predadores, as tribos dodeserto. Entre essas, os Apaches e os Comanches pareciam desempenhar bem oesteretipo da ferocidade indgena, como se compartilhassem a crueldade de seuhabitar severo. Mrmons que colonizaram Utah, no Norte, foram acusados dearmar e incitar participantes de ataques. Assim como Penn e outros, eles estavampropensos a ver os ndios como descendentes das tribos perdidas de Israel, umalinhagem por vezes considerada louvvel; s vezes, o inverso.

    Na Califrnia, os ndios eram muito menos belicosos e selvagens eram osbrancos que afluam para o local, acima de tudo os que participavam da cor-

  • 109 A UIIIMA U nA M IN IUNI N V 1M liA I M

    rida pelo ouro. Esses homens rivalizavam com qualquer Apa h m brutali-dade, um exemplo de quo pouco a anttese de civilizao e barbarismo, umaparte importante do pensamento no sculo XIX, coincidiu com linhas de raa.Os ndios que podiam ser teis foram reduzidos servido. Neste caso osEUA herdaram alguns elementos do feudalismo espanhol, e um homem quecomprasse uma propriedade, onde fosse descoberto ouro, tinha direito a maisde seiscentos servos." Mineiros incendiavam vilarejos indgenas, matavam ouescravizavam os homens e estupravam as mulheres; o mesmo tratamento eraestendido aos negros e posteriormente aos chineses. Aqui se encontrava o ladomais obscuro de um "imperialismo do povo"; colonizadores que faziam o quequeriam, sem limites legais, muitas vezes se comportaram dessa maneira. Tam-bm no Oregon, muitas sociedades tribais que eram surpreendentemente-para os homens brancos guerreiros - pacficas, sofreram as conseqncias.A ocupao americana exigiu sua remoo completa, com um incio rpidodessa "limpeza de primavera" em 1853, quando alguns cls foram forados aaceitar tratados pelos quais renunciavam maior parte de suas terras. Vistoque sua economia era baseada na pesca de salmo, o solo significava menospara eles do que direitos para pescar nos rios, e seu apego obstinado a essesdireitos gerou problemas entre eles e as autoridades com repercusses at osdias de hoje."

    Lutar era necessrio para fazer valer alguns desses "tratados". A luta tam-bm estava se espalhando nas grandes plancies a Leste das montanhas Ro-chosas; em 1854, uma guerra contra os Sioux foi provocada por um jovemoficial afoito. Essas rixas deram ao Exrcito o que Roon, ministro da Guerrada Prssia naqueles dias, chamava de "exerccio saudvel"; foram um treinopara muitos comandantes da Guerra Civil iniciada em 1861, todavia, semostraram uma preparao insuficiente para um conflito cujas exigncias erammuito diferentes daquelas das guerras contra os ndios" Em 1914, os exrci-tos britnico e francs pagariam o mesmo preo por terem um excesso deestrategistas de fronteiras coloniais remotas. Os ndios da Amrica do Nortetambm sofreram porque foram envolvidos nas lutas da Guerra Civil e fo-ram obrigados a brigar uns contra os outros, como havia acontecido nas guerrasanglo-francesas e anglo-americanas. Agora havia diviso fratricida at dentrodas tribos. As "Cinco Tribos Civilizadas" haviam feito progresso, mas muitosob o comando de uma elite de proprietrios de escravos de sangue misto,

    I" d s 11~ d rad qu h, viam ntrado em seu territrio anterior-; a maioria c in Iinava mais para o campo federal.girnentos formaram-se nos dois lados, mas foram mal equipados e no

    I uito usados para combates, exceto pelos confederados na batalha de PeaRidge em maro de 1862. Nela, os soldados vitoriosos do Norte ficaram toul rajadas com os rebeldes, como os britnicos anteriormente, usando os n-dios contra eles, quanto os rebeldes ficariam com o alistamento federal deunidades negras. Todos os ndios capturados foram mortos imediatamente, xceo de 11 que caram nas mos de soldados "com temperamento conci-liatrio". Esses foram mandados para o Norte para serem expostos como umxemplo da vilania do Sul, mas foram todos mortos no caminho pelos guar-das ou mortos ao tentar escapar; mas foi a propaganda dos rebeldes do Sulque ganhou, e muitos mais ndios juntaram-se a eles." Depois da guerra, asCinco Tribos foram punidas perdendo a parte ocidental de Oklahoma, em-bora esta devesse ser mantida como um limbo onde outros grupos varridosde locais longnquos podiam ser colocados e esquecidos.

    Vrios outros ndios tiraram vantagem da Guerra Civil para tentar virara mesa. Houve hostilidades no Sudoeste em 1863; os Navajos foram subju-gados com a ajuda de seus inimigos Ute, e em seguida removidos em massado Arizona para o Novo Mxico, uma experincia desoladora, como a remo-o dos povos do Sudeste anteriormente. Em 1864, houve guerra novamentecontra os Sioux nas plancies do Norte. Receber cavalos dos espanhis e ar-mas dos ingleses, em lugar de transformar as condies de vida pode teratrasado a evoluo da agricultura e perpetuado um estgio de caa pela so-brevivncia." Isso tambm manteve um estgio de hostilidades entre grupos,com a guerra sendo o grande jogo no qual se empregavam todas as energias ehabilidades suprfluas para uma economia simples. Isso prolongou o dilemade que uma populao muito reduzida precisava de uma rea muito grandepara mant-Ia. A terra propriamente dita no significava nada; ndios dasplancies tinham o bfalo como principal fonte de subsistncia, assim comoos da regio costeira do Oregon tinham o salmo.

    At ento, ndios e bfalos das plancies no tinham sofrido muita inter-ferncia, talvez porque suas terras no fossem desejadas para agricultura; ape-nas as rotas que passavam por eles rumo ao Oeste que interessavam, apesarde a abertura e a guarda dessas rotas muitas vezes provocar disputas. Depois

    10

  • 110 N V 1M nl" I MNI

    do Hornestead Act de 1863, a onda de colonizadores comeou a ocupar asplancies tambm, o que provocou o desalojamento de seus habitantes n-mades. A guerra do ano seguinte foi precedida de uma intimao para que osSioux abandonassem uma boa parte de suas reservas de caa. Chegou aosnossos dias um relato de uma testemunha ocular de uma negociao formalentre oficiais americanos e chefes indgenas: longos discursos de cada lado epromessas de um nmero incrvel de bravos prontos para iniciar uma cam-panha militar. O general Mitchell recorreu a uma alegao de direitos huma-nos iguais, com uma certa ingenuidade e, deve-se admitir, no sem uma certaplausibilidade. "Ele disse a eles que o bom Manitu, que nos colocou na Ter-ra, pretendia que cada um tivesse sua parte de cho"; era injusto que o ho-mem branco ficasse engaiolado enquanto os ndios tinham dez vezes mais doque era seu direito.P?

    Para o oficial que relatou a conferncia, os ndios pareceram um grupo deaparncia efeminada, muito diferente daquela dos guerreiros de pele vermelhatantas vezes descritos com admirao; ele concluiu que eles deviam estar enfra-quecidos por "hbitos e vcios bestiais revoltantes". 100Quaisquer oponentes daAmrica devem ser uns desgraados depravados; h uma idia remota aqui damesma convico moralizante que identificaria comunistas com homossexuais.Pode ter ocorrido a esse observador indignado que um dos principais legadosdo homem branco para o pele-vermelha foi a doena venrea.

    Nos anos posteriores Guerra Civil, com sua reao contra derramamentode sangue, houve uma chance para pontos de vista mais solidrios prevalece-rem. "A Amrica desenvolveu o que se poderia chamar de uma conscincia- ou talvez apenas um cansao daquelas pessoas de pele escura que persistiamem lutar contra o inevitvel."101A influncia de Longfellow foi importante.George Catlin, que na juventude havia se apaixonado pelo "Bom Selvagem"e ido para o Oeste para fazer pinturas dele e reunir objetos para um museu(o Senado recusou-se a comprar sua coleo), estava escrevendo em defesado carter indgena e pedindo tratados mais justos. 102H. B. Whipple, bis-po de Minnesota a partir de 1859, estava fazendo o mesmo, ajudado aps

    . d d 103a guerra por quacres antenormente preocupa os com a causa os negros.A reconstruo no Sul foi suficiente para manter o governo ocupado edeve ter espalhado um sentimento de que se negros finalmente passa-riam a ser tratados como seres humanos, peles-vermelhas tambm tinham

    " riMA U 11M COM O (NOIO 111

    lir ilt .Ao proc g r o Mxico de Napoleo e Maximiliano, os Estados Uni-d tavarn, por bem ou por mal, tomando partido do patriota ndio Jurez, us seguidores - em grande parte ndios - contra agressores brancos. Pres-

    da populao e de capital tornaram o movimento para o Oeste inevitvel,mas pelo menos o tratamento dos aborgines tinha de ser o mais ordenado ehumano possvel. Em nome da praticidade, isso podia ser colocado em termosomerciais. Um clculo foi de que matar ndios custava ao governo uma mdiade mil dlares por cabea; mais precisamente, o custo direto de uma campanhacontra os Modocs no Oregon foi orado em 315 mil dlares quando sua rei-vindicao por um pedao razovel de terra poderia ter sido atendida por umvigsimo dessa soma. 104

    Da o que veio a ser conhecido no comando do presidente Grant como a"poltica da paz", marcada em 1867 pela criao de um Conselho de Delega-dos ndios, civis e muitas vezes idealistas prestando servios voluntrios. Grantestava concedendo postos em reparties pblicas para oficiais do Exrcito,at o Congresso se contrapor; aconteceu, ento, o contrrio: grande parte daadministrao de tribos assentadas ou reassenradas foi passada para as igrejas,15 das quais eram zonas alocadas para trabalho. Whipple era um dos queestavam tentando facilitar o caminho de pessoas como os Sioux para umavida nova. A prpria Amrica tentava comear vida nova; e seus esforos secomparam a qualquer coisa feita ou tentada por humanitrios em qualquerpas colonizador da Europa, como, por exemplo, a Sociedade de Proteodos Direitos de Aborgines na Gr-Bretanha, aps terminado o longo movi-mento antiescravatura. A poltica relativa aos ndios estava pelo menos sendoreconhecida como um problema, e debatida publicamente. Mesmo limitadoem sua concepo ou deformado no resultado, esse foi um dos debates sriosna histria imperial, que no teve muitos deles. Poderia ser comparado coma controvrsia da Espanha do sculo XVI entre Las Casas e seus oponentescom relao ao comportamento com os ndios na Amrica do Sul. No hou-ve debate algum, em seu prprio pas ou na Gr-Bretanha, sobre o destinodos "homens escuros" australianos; ou na Argentina, onde uma guerra de ex-termnio estava sendo travada contra outros ndios selvagens a cavalo, que sforam finalmente eliminados nas campanhas de 1878-79.

    Indivduos em contato com realidades ocidentais tomavam a iniciativa,mas foi apenas no Leste que puderam esperar ter apoio. Essa regio mais

  • 112 UNI N V 1M nll\ I M

    madura dos EUA pde cultivar vises mais desprendidas d um problemaque j no a afetava diretamente e exercitar certa represso ndole brutal dafronteira. O Leste e o Oeste desenvolveram atitudes relativas aos peles-ver-melhas to incompatveis quanto aquelas do Norte e do Sul relativas aos ne-gros. Simultaneamente, o Leste estava realizando uma "misso civilizadora"no Oeste em benefcio da rude populao branca, at mais do que aquela dosndios. As igrejas tomaram o controle da educao, missionrios partiram,"um fluxo intelectual da Nova Inglaterra fertilizou o Oeste". 105

    O que enfraqueceu a causa progressista foi que enquanto o Oeste vocife-rava sempre contra ela, a opinio no Leste s era amplamente estimulada emocasies especiais. Boas intenes, apesar de sinceras, no eram facilmentetraduzidas em programas rotineiros; estavam aptas a tomar parte da simplici-dade grandiosa, e da indistino, de grande parte da boa vontade americanadesde ento. O Oregon no era muito menos distante de Nova York do queSind (Paquisto) de Londres, embora a ausncia de gua salgada entre elesfizesse uma diferena psicolgica. E o Leste era, como Londres, a terra natalde empresrios, banqueiros e seus clientes, que podiam se incomodar com amaneira como terras distantes estavam sendo compradas, mas que no podiamdesejar privar-se da poro de lucro que advinha para eles daquelas terras.Inversamente, mas por motivos semelhantes, eles no podiam pensar em con-fiscar asplantations sulistas de seus proprietrios brancos e dar o solo aos ne-gros - mesmo que aAmrica tivesse conferido, para a consternao da Europaconservadora, votos para os negros, que por algum tempo at puderam mes-mo votar. Sem uma nova organizao agrria, a reconstruo no Sul estavafadada decepo; e O desaparecimento de esperanas ali, assim como a rein-cidncia de mtodos mais sumrios no Oeste, andavam juntos.

    Esse enfraquecimento de pensamentos mais saudveis foi explorado porDemocratas com objetivos faccionrios, enquanto o tipo oposto de raciocniofoi piorado pelo advento das estradas de ferro com sua carga de colonizadoresfamintos por terras. Um tratado de 1865, que garantia s tribos em Dakota eSul de Montana terras para reserva de caa, agora, como muitos outros, nopassava de um pedao de papel. Nas fronteiras nunca houve qualquer preten-so a respeito de polticas de paz, e ali abundava um tipo rufio que, como emmuitas outras cercanias de um mundo em mudana, se apegava ao amor-pr-prio por meio do orgulho da raa, sendo muitas vezes responsvel por provocar

    1\ IIIMI\ UIIIIII\ IN I 11M

    nos d L 870, c te elvag m vivenciado por um jovem re-rn- hcgado orno Frank Harris era "uma terra de pioneiros, aventureiros e

    desesperados ... fronteiras de reservas eram continuamente desrespeitadas e osndios ... seguiam de modo estico rumo morte em batalhas sangrenras ...".I06

    Assim como para muitos povos pouco numerosos e simples do mundonaquela poca, no era fcil para os ndios fazer uma escolha entre ser ferozesdemais ou pacficos demais. Quando eram belicosos, sua coragem tornava oinvasor ainda mais determinado a arrancar seus dentes; quando eram pacfi-cos, eram menosprezados, como na Austrlia, e isso podia ser igualmente pe-rigoso. Uma das inmeras guerras narradas por J. P. Dunn, o jovem que foipara o Oeste em 1879 em busca de fortuna, havia comeado em 1868, quan-do um branco matou injustificadamente o chefe de um cl "considerado como desprezo que habitantes da fronteira costumam sentir pelos ndios pacfi-COS".107 O prprio Dunn nem sempre conseguia deixar de partilhar esse des-prezo, semelhante ao de uma multido espanhola por um touro relutante embrigar. Caadores de peles atiravam num ndio inofensivo por diverso.

    Com tudo isso, a reafirmao de idias do inevitvel desaparecimento dopele-vermelha no encontrava dificuldade. Um comit do Congresso criadoem 1865 considerou um fatalismo uma raa inferior em contato com umasuperior desaparecer como um fantasma na alvorada. O comit no via futu-ro para os ndios das Plancies, agora que ferrovias estavam chegando e a caaestava desaparecendo. Homens de ao estavam dispostos a apressar sua par-tida; e como, inegavelmente, muitos ndios, quando no estavam guerrean-do com brancos, partiam para roubar e matar uns aos outros, no faria muitadiferena se levassem uma pancada na cabea de outro ndio ou de um inva-sor, como os "realistas" podiam argumentar. Novamente Dunn, por vezes toveementemente contra atos de injustia, ficava mais impaciente com uma parteda crtica proveniente dos estados do Leste e seus "adoradores de ndios", elembrava-lhes como suas naes indgenas haviam sido tratadas na sua po-ca.108 Nesse meio-tempo, caadores brancos gananciosos por peles matavamos bfalos com incrvel rapidez, animados, muitas vezes, pelo apoio vindo decima, porque, sem seus rebanhos, os ndios seriam obrigados a abrir mo doantigo meio de vida e depender do que fosse feito para eles em reservas.

    Para alguns militares, idias "darwinistas" tinham um apelo profissional. 109No exato momento em que comissrios estavam tentando inaugurar uma nova

  • 114 A lJ' IMA U M IN IUNI N V 1M IIIA I M

    era, a "poltica de extermnio" provocava presso no Arizona. Um general nocomando em 1869, "um exterminador entusiasta", orientou seus homens acaarem e matarem Apaches "como fariam com animais selvagens". 110 Mu-lheres e crianas, em tese, foram excludas da caada, porm menos estrita-mente na prtica. Ficou acordado que os Apaches eram os mais selvagens.Mesmo assim, entre uma minoria de americanos havia pelo menos tanta buscade conscincia quanto na Europa sobre a questo de quais mtodos de puni-o eram admissveis. Foi uma poca em que regras de "conflitos armadoscivilizados" estavam sendo formuladas, mas em geral eram consideradas vli-das apenas entre inimigos civilizados. Habitantes da fronteira argumentavamque ndios tinham de ser superados na sua prpria especialidade, observouDunn, e ele mesmo vez ou outra esteve pronto a fechar os olhos para tticasmuito violentas. "No h sombra de dvida de que matar mulheres e crian-as tem um efeito muito desanimador no ardor do ndio", escreveu ele. 11)Quando a questo dizia respeito aos Apaches, ele aprovava a matana traio-eira de ndios da tribo reunidos para uma negociao, sob o pretexto de queeles mesmos muitas vezes eram dados traio. I 12

    Todavia, Dunn sentia tanto horror quanto qualquer ocidental de um mas-sacre sangrento e sem provocao de um acampamento indgena atravs deuma fora combinada de americanos, ajudantes ndios e mexicanos. "Mes-mo pessoas conservadoras que no admiravam ndios tinham averso a essasatrocidades"; Arzona aplaudiu o "crime monstruoso".' 13E ele estava prontoa admitir que alguns ndios demonstravam um herosmo imbatvel para de-fender suas terras ancestrais, e se rebeldes irlandeses, gregos e poloneses me-reciam admirao, o mesmo valia para os ndios. "Nunca houve um exlio dequalquer outra raa que no tocasse o corao americano." I 14 As inconsistn-cias de Dunn refletiam fielmente a contracorrente do sentimento pblico.

    Foi contra esse banho de sangue ainda em marcha que Helen Jackson,uma mulher de Massachusetts vivendo no Colorado, esposa de um banquei-ro quacre, passou seus ltimos anos protestando. Seu livro A Century o/Dishonor, em 1881, levou rapidamente criao de uma Associao de Di-reitos dos fndios. O melhor que filantropos podiam esperar fazer era aperfei-oar o sistema de reservas, que havia sido parte da "poltica de paz" desde1873, mas que muitas vezes provou ser irreconcilivel com ela. Uma tribo eradeixada com uma parte de seu territrio ou era levada para outra rea, menos

    r n pt r olonizadores brancos. Grupos mistos estavam sendo assenta-, ou "r pr sados" no Oeste de Oklahoma, geralmente antes que qualquer

    pr parao fosse feita para sua recepo. Em 1867 havia um plano para a trans-fi rncia de Cheyennes, Comanches e outros. Teve-se de usar fora e a resis-tncia estendeu-se at 1875. Decidiu-se relegar os Sioux a pequenas reservas,retirando-Ihes a maior parte do territrio garantido por tratado, o que pro-vocou, em 1876, a mais dramtica de todas as campanhas indgenas, culmi-nando na batalha retratada por Mulvaney e recitada por Whitman.

    Durante o inverno de 1875-76 fizeram-se preparaes para fazer valer adeciso. G. A Custer, o oficial colocado no comando, era um heri da Guer-ra Civil, uma figura vistosa, ainda com 36 anos, mas com ambies presiden-ciais e esperando uma ao arrojada na fronteira, que lhe rendesse a indicaoe o levasse a ser presidente como Andrew Jackson antes dele. Ele foi um dosvrios oficiais do Exrcito acusados de tomar liberdades com mulheres ndiasquando ficou responsvel por bandos de cativos, e diz-se que houve um filhomestio dele nas tendas dos Sioux. 115Com ele havia vrios ajudantes ndios,mas os Sioux tinham diversos aliados, entre eles os Cheyennes, do Norte, eno vale de Lirtle Big Horn reuniu-se uma fora maior do que peles-verme-lhas j haviam concentrado desde os dias da liga de Tecumseh.

    Ao tentar um ataque surpresa ao acampamento, Custer foi derrotado numaluta legtima, e sua coluna esteve a ponto de ser aniquilada; mas todos os ho-mens brancos daquela idade relutavam em acreditar que podiam ser derrota-dos de maneira legtima por homens de outra cor. No registro popular, abatalha ficou conhecida como o "massacre" de um grupo de temerriosimponentes; na mitologia patritica, passou a ser uma vitria moral, um sm-bolo da coragem americana. "Nenhum outro acontecimento na histriaamericana capturou a imaginao pblica mais completamente do que 'Altima resistncia de Custer' ."116 Little Big Horn poderia ter sido outraRoncevalles, e Carlos Magno, com toda a sua nobreza, talvez fosse derrota-do novamente. Durante algum tempo o pas foi tomado por um sentimento devingana, um sentimento muitas vezes provocado por histrias de isoladoscolonizadores e suas esposas sendo chacinados. Falava-se muito em extermnio.Isso no aconteceu; porm uma fora esmagadora se concentrou contra osSioux, e antes do final do ano os ndios foram enclausurados nos distritosdestinados a eles, com a promessa de um subsdio. O chefe Touro Sentado

    11

  • 11 IAI UNI N V IMI UIIAII M A IMA M IN I 11

    e alguns outros intransigente se refugiaram no anad, nd r .b r m umrecepo fria e ressentida. No havia maior apreciao por desafios indgenanum lado da fronteira do que no outro.

    Em 1877 foi a vez dos Nez Percs do Oregon, que haviam permanecidoem termos amigveis com os brancos at que foram levados a uma revoltapor colonizadores e garimpeiros, para cujo benefcio o governo resolveuconfin-Ias em limites mais reduzidos. Liderados pelo chefe joseph, eles tra-varam uma longa batalha para escapar de sua sina; eles tambm tentaramchegar ao Canad, mas no final foram cercados e forados a se render. Noano seguinte, algumas centenas de Cheyennes do Norte deixaram a reservaem Oklahoma, onde estavam esquecidos e passando fome. Foi uma das mar-chas mais longas da histria; eles abriram caminho, inacreditavelmente, atra-vs de Kansas, Nebraska e Montana, de volta para suas colinas nativas emWyoming. Mesmo naquela poca de desentendimentos, a causa Cheyenneencontrou alguns defensores, inclusive um editor da fronteira que escreveu:"Toda a questo Cheyenne manter-se em p de igualdade com o resto dagesto da Agncia dos ndios. uma desgraa para os EUA." 1I? No Sudoeste,o ltimo lder rebelde, "Gernimo", foi vencido em 1886. Aps ser captura-do, ele foi exibido em exposies e, em 1905, no cortejo da posse presidencial,"como um gauls numa procisso romana". 118 Instintos imperiais foram te-nazes, e Theodore Roosevelt foi um imperialista com pontos de. vista fortessobre a maneira adequada de lidar com selvagens indgenas.

    claro que encontros espordicos semelhantes aconteciam em vrias col-nias europias. Em 1890, tropas britnicas ainda estavam "pacificando" a AltaBirmnia, anexada cinco anos antes, e novas conquistas ainda estavam aconte-cendo, como na orla da Indonsia holandesa e em muitas regies da frica. Aderrota e a morte de Custer deixaram uma impresso to forte no povo ameri-cano como a marca, para os britnicos, do triunfo dos zulus em Isandhlwanatrs anos antes, ou a morte do general Gordon em Cartum nove anos antes.Paralelos entre operaes europias e guerras com os ndios foram traados umpouco depois por uma autoridade britnica avaliando a ttica de campanhasmenores. ''As tropas dos Estados Unidos costumavam retaliar os peles-verme-lhas de maneira semelhante", afirmou ele aps descrever como os franceses naArglia e brancos em outros pontos da frica atacavam tribos e carregavam seus

    animais utro ben. P I v rmelhas engajados em combate e o Motim naIndia vieram ua ment como exemplos da "traio" a ser esperada desses ini-migos: "Na guerra civilizada, esse tipo de coisa quase desconhecido. "119

    Outras analogias so fceis de reconhecer entre a submisso de povos in-dgenas nos EUA e em outros pases, ambas entre os "homens marcados" e osescritrios de contabilidade distantes, onde outros homens manobravam asituao. Em 1847, o assassinato de alguns missionrios no Oregon, numasituao complicada por rivalidades entre canadenses e americanos e entrecatlicos e protestantes, forneceu o motivo para atacar ndios. 120 Em 1897, oassassinato de alguns missionrios na China forneceu Alemanha um pre-texto para comear a criar uma esfera de influncia em Shantung. Mesmoincidentes isolados podiam ter desdobramentos. Aps a morte de um chefeseminole hostil, sua cabea foi serrada e usada como peso de papel por umoficial arnericano.!" aps a conquista britnica do Sudo, o crnio do madifoi usado pelo general Kitchener como tinteiro.P

    Com tantas pequenas batalhas, aAmrica teve empolgao suficiente paraabrandar a monotonia da vida cotidiana, sem precisar perturbar o resto domundo. Eles tambm possuam um valor de construo de nao. Tribos in-dgenas podiam ser incapazes de se transformar numa nao, mas sua presen-a ajudou seus antagonistas brancos a fazer isso. Deve ter ajudado a unirnovamente o Norte e o Sul; eles podiam se sentir unidos contra os demniosdo Oeste. A presena dos ndios ajudou a preservar um esprito comum e umpropsito nessa repblica, que, como Jeov, chamou seus filhos de longe esuas filhas dos pontos mais longnquos da Terra. A maioria chegou Amricapobre e faminta. ndios em reservas podiam estar famintos e pobres, mas seusacrifcio representou a salvao dos fugitivos da Europa. Filantropos esta-vam organizando a emigrao para o Oeste de crianas miserveis das reasmais pobres de cidades como Nova York. "Em cada comunidade americana",um deles escreveu, "em particular numa comunidade do Oeste, h muitoslugares sobrando na mesa da vida. No h a preocupante 'batalha para sobre-viver'. Eles tm o suficiente para eles mesmos e para os estrangeiros tambm." 123

  • 11a A liMA U A C MO IN 10A o UNI 10 N VO 1M IA I M

    NOTAS 1. TlJ6 Leners olQ//6en Yictoria, org. A.C. Benson & Lord Esher (Londres, 1908), vol. Ill,pp. 373, 380.

    32. K.N. ameron, The Young Shelley - Genesis 01a Radical (Londres, 1951), p_ 235.33. Ver Problems 01'American History. org. R.w. Leopold &A.S. Link (2a edio, Nova Jersey,

    1957). pp. 181, 186.34. H.R. Marraro, org., I'Unificazione Italiana vista dai diplomatici Statunitensi, vol. 1 (Roma,

    1963), pp. 245-7.

    35. Ibid., pp. 332-3.36. A.A. Ettinger, The Mission to Spain of Pierre Soul (1853-1855) (Yale, 1932), pp. 294-6,

    316-18.37. Karl Marx, Tbe Eastern Question (artigos reunidos, Londres, 1897), pp. 74, 80-1.38. Ettinger, op. cit., pp. 339-40.39. Ibid., pp. 298-9; ver tambm Y.G. Kiernan, The Reuoluiion 011854 in Spanisb History

    (Oxford, 1966), capoVI.40. M. Torrente, Poltica ultramarina (Madri, 1854), pp. 422-3.41. J. Becker y Gonzlez, Historia de las relaciones exteriores de Espafa durante el siglo XIX (Ma-

    dri, 1924), vol. rr, p. 312.42. Woodrow Wilson, A History ofthe American People (Nova York & Londres, 1901-2), vol.

    IV, p. 172.

    43. Ettinger, op. cit., pp. 363-4.44. Becker, op. cit., vol. Il, pp. 287-9.45. Ertinger, op. cit., p. 262.46. S.E. Morison, 'Old Bruin' - CommodoreMatthew C. Perry 1794-1858 (O.U.P., 1968), p. 273.47. Ver Persia Campbell, Chinese Coo/ie Emigration to Countries within the British Empire (Lon-

    dres, 1923); Watt Stewarr, Cbinese Bondage in Peru (Duke Univ., 1951).48. Thorstein Veblen, Absentee Oumership (Londres, 1924), pp. 170-1.49. ET. Bullen, Tbe Cruise oftbe 'Cachelot'(Londres, 1898), capom.50. R.L. Stevenson, In the South Seas (Edimburgo, 1896), pp. 30-1.51. Morison, op. cit., p. 273.52. T. Crow, Harris offapan (Londres, 1939), pp. 71-2.53. Morison, op. cit., pp. 172-3.54. Dictionary of 'American Biography.55. Morison, op. cit., p. 283.56. Ibid., p. 361.57. Crow, op. cit., p. 123.58. Morison, op. cit., pp. 425-7.59. Ibid., p. 429.60. Crow,op. cit., p. 163.61. Ibid., p. 95.62. Van Alsryne, op. cit., pp. 171-2.

    1. H. Kohn, Tbe Idea of Nationalism (Nova York, 1945), pp. 296-7.2. Washington Irving, Astoria (Londres, 1836), vol. 1, p. 271.3. O.w. Holmes, Tbe Professor at the Breakfast-table (1859), seo 18.4. Nathaniel Hawthorne, Collected Works, vol. IX, Passagesftom the American Notebooks (Lon-

    dres, 1883), p. 109.

    5. E. Wagenknecht, Longfellow: a Full-length Portrait (Nova York, 1955), pp. 192-3.6. Ver W.E. Hollon, Frontier Violence-c-Anotber Look (Nova York, 1974), p. 127.7. J. Freeman, Herman Meloille (Londres, 1926), pp. 42-3.8. Herman Melville, Whitejacket (1850), capoXXVII. Cf. C. Crow, Harris offapan (Londres,

    1939), p. 112, sobre "o desprezo que os oficiais navais americanos daquele perodo nutriam

    por todos os civis".

    9. H. Kohn, American Nationalism -An Interpretatiue Essay (Nova York, 1957), p. 65.10. Herman Melville, op. cit., capo LVI.11. Ibid., capoXXXVI.

    12. Herman Melville, Moby Dick (1851), capoXVI.13. Ibid., caps. XIV, XXVII, XXXIII, L, CXXXIY.

    14. Kohn, American Nationalism, op. cit., p. 152.15. Ver seu poema A Broadway Pageant.16. Walt Whitman, Specimen Days in America (edio revista, Londres, 1871), pp. 288-90.17. Walt Whitman, Democratic Vistas (Londres, 1888), pp. 161-2.18. R.L. Srevenson, Across the Plains, with otber Memories and Essays (Londres, 1913), pp. 62-3.19. D.W. Stevens, The [ames Boys in California (reimpresso, Derby, Connectlcut, s/d.).20. H. &M. Sprout, The Rise ofAmerican NavalPower 1776-1918 (Princeton, 1946), p. 136.21. Suzanne Doyle, Tbe Significance 01British Policy towards Spain, 1859-68 (dissertao de

    rnestrado, Universidade de Londres, 1949), pp. 128, 148-9.

    22. J .D.P. Puller, The Mouement for the Acquisition 01alI Mexico 1846-1848 (Baltimore, 1936),p.87.

    23. J.E. Cairnes, The Slaue Pouer (Londres, 1863), pp. 202, 293-4.24. Ibid., p. 82.25. Scotr Nearing & J. Freernan, Dollar Diplomacy (1925; nova edio, Nova York, 1969),

    p.236.26. Brownson on the Rebellion (1861), in E Predel. org., Union Pampblets ofthe Civil Wr

    (Harvard, 1967), vol. 1, pp. 131ss.27. Sprout, op. cit., pp. 118-9.28. Ibid., pp. 142-3, 146-8.29. R.w. van Alsryne, The RisingAmerican Empire (Oxford, 1960), p. 161.30. Lord Newton, Lord Lyom - A Record of British Diplomacy (Londres, 1913), capo 11.

    11

  • 120 UNI N V IMI nlA I M A L: IMA A COM O INOIO 121

    63. Tbe Complete [oumal of'Ibionsend Harris, First American CorlS7~1nnd Minister 10 [apan, org.M.E. Cosenza (edio revista, Rutland, Vermont, 1959), p. 508.

    64. S. Lane Poole & EV. Dickens, Tbe Life ofSir Harry Parkes (Londres, 1894), vol. 2, P: 21.65. Crow, op. cit., pp. 211, 247.66. Akira Iriya, Across the PacificoAn Inner History of American - East Asian Relations (Nova

    York, 19(7), pp. 37, 45.

    67. w.L. Tung, China and the Foreign Potoers (Nova York, 1970), pp. 22-3; texto do tratado noapndice e.

    68. D. Bonner-Srnith & E.W.R. Lumby, orgs., Tbe Second China ~r, 1858-1860 (Londres,1954), pp. 112-15, 242.

    69. Masataka Banno, China and the Wst 1858-1861 (Harvard, 1964), p. 126.70. S.Y. Teng, The Taiping Rebellion and the Wstt'rn Potoers (Londres, 1971), P: 159.71. Tung,op. cit., p. 190.72. Banno, op. cit., p. 44.73. Khushwant Singh, Maharaja RanjitSingh (Londres, 19(2), pp. 147-8.74. R.K. Douglas, Li Hu.ng-chang(Londres, 1892), pp. 30-1.75. D.e. Boulger, A History of China, vol. 3 (Londres, 1884), p. 581.76. Newton, op. cit., capo n,77. Ibid., caps. m-IY.

    78. E.E. Hale, in Freidel, op. cit., pp. 504-6.79. Adelaide Weinberg, John Elliot Cairnes and the American Civil Wr (Londres, 19(8), pp. 131-6.80. Newton, op. cit., capom,81. Sir E. Horoby, Autobiography (Londres, 1928), p. 64.82. Letters ofQuem Victoria, vol. III, p. 469. ,83. The Globe, Toronto, 5 de maro de 1862, citado em H.S. Feros, GeorgeBroum and Canadian-

    American Relations (dissertao de mestrado, Queen's Univ., Kingston, 1936). Devo ao pro-fessor Feros elucidaes adicionais sobre as atitudes canadenses.

    84. Whitman, Specimen Days in America, op. cit., pp. 35, 82, 100-1, 252.85. Newton, op. cit., capom.86. Sprout, op. cii., pp. 168ss.87. Van Alstyne, op. cit., p. 176.88. H. Hyman, org., Heard Round the World - The ImpactAbroad oftbe Civil Wr (Nova York,

    19(9), p. 308.89. Stevenson, op. cit., p. 43.90. Cairoes, op. cit., p. 105, cita um artigo do Times de Londres, de 31 de julho de 1861,

    recomendando uma anexao do Mxico pelo Sul.91. Hyrnan, op. cit., p. 46.92. e.]. Bartlett, The Diplomatic Relations ofEngland and Spain 1868-1880 (tese de doutora-

    do, Londres Univ., 1956), p. 223ss.93. Ibid., p. 254ss.

    94. Hollon, op. cit., p. 59.95. I~Collier, "Salmon Fishing in America", in Ramparts (Berkeley, California), abril de 1971,

    p. 37s5.96. E Downey, Indian Wrsofthe USo Army (1776-1865) (1962; Derby, Connecticut, 1964),

    p.134.97. Capito E.E Ware, The lndian 'Wlrof1864 (1911; org. e.e. Walton, Nova York, 19(0),

    pp.3-5.98. The Early Writings ofFrederick fackson Turner, org. E Mood (Univ. ofWisconsin, 1935), p. 215.99. Ware, op. cit., p. 113.100. lbid., p. 109.101. Howard Fast, The Last Frontier (1948; Harmondsworth, 1953), Prefcio.102. Ver M.e. Roehm, The Letters of Georg Catlin and his Family (Berkeley, 19(6).103. H.E. Frirz, The Movement for Indian Assimilation, 1860-1890 (Filadlfia, 1963), pp. 38ss, 50.104. J.P. Dunn, Massacres of the Mountains (1886; Londres, 19(3), p. 15, 492.105. Turoer, op. cit., pp. 226-7.106. V. Brome, Prank Harris (1959; Londres, 19(2), p. 35.107. Dunn, op. cit., p. 339.108. Ibid., pp. 354,382.109. A.M. Josephy, The Indian Heritage of America (1968; Harmondsworth, 1975), p. 341.110. Dunn,op. cit., p. 617; cf. p. 310.111. Ibid., p. 366.112. Ibid., p. 333.

    113. tu, pp. 623, 625.114. tu, pp. 32-3.115. D.H. Miller, Custers Fall- The Indian Side ofthe Story (1957; Londres, 19(5), pp. 47-9.116. lbid, p. vii.117. Citado em Fast, op. cito (um romance sobre a retirada dos Cheyennes), p. 240.118. J.M. White, The GreatAmerican Desert (1975; Londres, 1977), p. 181.119. Coronel e.E. Callwell, Small ~rs - Their Principies and Practice (Ministrio da Guerra,

    3a edio, 1906), pp. 40, 50.120. Dunn, op. cit., capo IV.121. D.R. Wrone, "The Growth of American Indian Reform Policy", in Cobesion (Delhi), vol.

    n, nO 1 (1971), p. 61.122. W.S. Blunt, My Diaries (Londres, 1932), p. 684.123. c.i, Brace, The Dangerous Classes ofNew York (Nova York, 1872) p. 232.