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Jornal Cedaspy
Neymar se redime, faz gol de pênalti e dá bi do Superclássico à Seleção.
Brasil, de Falcão e Vinícius, começa nesta quinta a defender o título da Copa do Mundo de Futsal.
Rio tem 2 crianças agredidas por hora, aponta ISP
Valério cita Lula e Palocci em novo depoimento ao MPF sobre o mensalão
Operação da PM encontra túnel usado para levar droga à USP
Macarrão incrimina Bruno pela morte de Eliza Samudio
STF terá hoje seu primeiro presidente negro
Conflito na Síria já deixou mais de 40 mil mortos, diz grupo ativista.
Paulo Coelho lança novo livro na Espanha e fala sobre redes sociais
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Neymar se redime, faz gol de pênalti
e dá bi do Superclássico à Seleção
Depois de perder por 2 a 1 no tempo normal, seleção brasileira faz 4 a
3 nas penalidades e conquista novamente título diante da Argentina.
Nada melhor do que um
pênalti após o outro... Depois
de desperdiçar cobrança no
empate por 1 a 1 com a
Colômbia, em amistoso nos
Estados Unidos, Neymar foi
decisivo nesta quarta-feira e
converteu a penalidade que
tornou a seleção brasileira
bicampeã do Superclássico
das Américas. Após derrota
por 2 a 1 no tempo normal, em La Bombonera, em Buenos Aires, o Brasil venceu
por 4 a 3 nos pênaltis
- Acabei afundando o pé lá e mandei a bola longe. Agora, pude concluir bem e
fazer o gol - disse Neymar após a partida, durante a comemoração no gramado.
Como tinha vencido por 2 a 1 em Goiânia, no último dia 19 de setembro, a Seleção
jogava pelo empate nesta quarta-feira. Mas com direito a pênalti polêmico em
favor dos “hermanos”, o time de Mano Menezes perdeu por 2 a 1, gols de Scocco,
duas vezes, e Fred, descontando para o time verde e amarelo. Nas penalidades,
porém, o Brasil afastou o fantasma da Copa América.
No ano passado, também na Argentina, a Seleção de Mano foi derrotada pelo
Paraguai nas quartas de final, depois de desperdiçar quatro cobranças. Essa
partida do Superclássico das Américas era para ter sido no dia 3 de outubro, em
Resistencia, mas uma queda de energia no estádio Centenário fez o duelo ser
adiado e transferido para Buenos Aires.
A seleção brasileira, com seu time principal, volta a campo apenas no dia 6 de
fevereiro, contra a Inglaterra, no estádio de Wembley, em Londres. No próximo
ano, o principal desafio do time verde e amarelo será a Copa das Confederações,
que será realizada no Brasil, do dia 15 a 30 de junho.
Rio tem 2 crianças agredidas por hora,
aponta ISP
Levantamento do ISP (Instituto de Segurança Pública), feito a pedido do R7,
revela que duas crianças são agredidas por hora no Estado do Rio de Janeiro.
Segundo dados do órgão ligado à Secretaria de Segurança Pública, de janeiro a
agosto deste ano, foram registrados 272 casos de lesão corporal dolosa (com
intenção de machucar) a mais que o mesmo período do ano passado no Rio.
Foram 6.280 registros em todo o Estado este ano.
As ocorrências de agressões entre pais e filhos são as mais comuns no Conselho
Tutelar de Vila Isabel, na zona norte da capital fluminense, que atende os bairros
Andaraí, Tijuca, Praça da Bandeira, Alto da Boa Vista, Vila Isabel e Grajaú.
Segundo o conselheiro Wilton Marques, muitos pais tentam corrigir os erros dos
filhos com agressões por terem passado pelo mesmo castigo na infância ou na
adolescência.
— A cultura do bater ainda está muito presa às famílias. Muitos pais acham que
vão corrigir os filhos agredindo-os fisicamente, porque também passaram por isso
no passado e cansaram de ouvir: 'se eu não bater, ele vai apanhar da vida'.
Brasil, de Falcão e Vinícius, começa nesta quinta
a defender o título da Copa do Mundo de Futsal
SÃO PAULO - A seleção brasileira de
futsal inicia nesta quinta-feira a
busca pelo seu sétimo título mundial
na modalidade – o quinto desde que
a Fifa passou a organizar a Copa do
Mundo, em 1988. A equipe brasileira
estreia contra o Japão ao meio-dia no
horário de Brasília (21h na Tailândia).
Atual campeão da competição, o
Brasil divide o favoritismo com a
Espanha, rival que venceu nos
pênaltis na decisão de 2008 depois
do empate de 2 a 2. Juntos, os dois
selecionados
venceram as últimas
seis edições da Copa
do Mundo. O Brasil
está no Grupo C, ao
lado de Japão, Líbia
e Portugal,
enquanto a Espanha
divide o Grupo B
com Irã, Panamá e Marrocos. Se
terminarem a primeira fase na
liderança, brasileiros e espanhóis só
poderão se enfrentar na decisão, dia
18 de novembro.
"Esperamos fazer uma boa primeira
fase. Quem sabe a torcida tailandesa
não adota a seleção brasileira como
segundo time. Seria uma ajuda muito
bem vinda", diz o ala Falcão,
escolhido o melhor jogador dos dois
últimos mundiais. Campeão
brasileiro pelo Orlândia, Falcão
sofreu com diversas lesões na
temporada. O jogador chegou a ser
dúvida para a Copa do Mundo em
função de um problema muscular na
coxa direita, mas recuperou-se e
voltou a atuar em amistoso contra
um combinado japonês, na reta final
de preparação para
o mundial.
"Foi importante
voltar nesse último
jogo. Não saiu o gol,
mas consegui fazer
alguns movimentos
que não estava
fazendo e, o mais
importante, sem dor nenhuma.
Tenho certeza de que para a estreia
do Mundial tudo vai estar da melhor
maneira possível", avalia o jogador,
autor de 19 gols em 18 jogos pelo
Orlândia na última edição da Liga.
Valério cita Lula e Palocci em novo depoimento
ao MPF sobre o mensalão
Empresário condenado como o
operador do mensalão, Marcos
Valério Fernandes de Souza prestou
depoimento ao Ministério Público
Federal no fim de setembro.
Espontaneamente, marcou uma
audiência com o procurador-geral da
República, Roberto Gurgel. Fez
relatos novos e afirmou que, se for
incluído no programa de proteção à
testemunha - o que o livraria da
cadeia -, poderá dar mais detalhes
das acusações. Dias depois do novo
depoimento, Valério formalizou o
pedido para sua inclusão no
programa de testemunhas enviando
um fax ao Supremo Tribunal Federal.
O depoimento é mantido sob sigilo.
Segundo investigadores, há menção
ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, ao ex-ministro Antonio Palocci
e a outras remessas de recursos para
o exterior além da julgada pelo
Supremo no mensalão - o tribunal
analisou o caso do dinheiro enviado
a Duda Mendonça em Miami e
acabou absolvendo o publicitário.
Ainda no recente depoimento à
Procuradoria, Valério disse já ter sido
ameaçado de morte e falou sobre um
assunto com o qual parecia não ter
intimidade: o assassinato em 2002 do
então prefeito de Santo André, Celso
Daniel.
A "troca" proposta pelo empresário
mineiro, se concretizada, poderá
livrá-lo da prisão porque as
testemunhas incluídas no programa
de proteção acabam mudando de
nome e passam a viver em local
sigiloso tentando ter uma vida
normal. No caso da condenação do
mensalão, Valério será punido com
regime fechado de detenção. A pena
ultrapassou 40 anos - o tempo da
punição ainda poderá sofrer
alterações no processo de dosimetria.
O empresário ainda responde a pelo
menos outras dez ações criminais,
entre elas a do mensalão mineiro.
Ressalvas. Os detalhes do
depoimento, assinado por Valério e
pelo criminalista Marcelo Leonardo,
seu advogado, são tratados com
reserva pelo Ministério Público. O
empresário sempre foi visto por
procuradores da República como um
"jogador". Anteriormente, chegou a
propor um acordo de delação
perante o ex-procurador-geral da
República Antonio Fernando de
Souza - autor da denúncia contra o
mensalão -, mas, sem apresentar
novidades, o pedido foi recusado.
O novo depoimento pode ser, na
avaliação de procuradores, mais uma
manobra estratégica a fim de ele
tentar se livrar da severa punição
imposta pelo STF.
Por isso, as informações e novas
acusações estão sob segredo.
O Ministério Público analisará se
abre ou não novo processo para
investigar a veracidade dos dados.
Gurgel ainda avalia se aceita ou não
incluir Valério no programa de
proteção a testemunhas.
O advogado de Valério não quis
comentar o assunto num primeiro
momento. Depois, disse: "Se essa
matéria for publicada e o meu cliente
for assassinado terei que dizer que
ele foi assassinado por causa dessa
matéria. Não tenho outra opção".
O envio do fax ao STF com o pedido
de proteção foi confirmado na terça-
feira passada, pelo presidente da
Corte, ministro Carlos Ayres Britto.
"Chegou um fax. Não posso dizer o
conteúdo porque está sob sigilo."
O pedido foi destinado ao gabinete
do relator do processo do mensalão,
ministro Joaquim Barbosa, e
encaminhado para análise da
Procuradoria-Geral.
Os novos relatos feitos por Valério
não terão efeito imediato na ação do
mensalão. As penas continuarão a ser
aplicadas. Eventualmente, caso haja
um acordo de delação premiada num
novo processo, o cumprimento da
pena pode ser revisto e até
diminuído, a depender da Justiça.
Operação da PM encontra túnel usado para
levar droga à USP
A casa do chefe do tráfico, um imóvel onde funcionava uma refinaria de cocaína e
um ponto de venda de drogas: os três locais, na favela São Remo (Butantã, zona
oeste), eram interligados por um túnel de 15 m de extensão que chega perto dos
limites da Cidade Universitária da USP.
O lugar foi descoberto ontem, sem querer, por policiais que cumpriam sete
mandados de prisão contra suspeitos de matarem um policial militar da Rota em
setembro.
Uma das extremidades do túnel fica a cerca de 50 metros de um muro que divide
a favela da Cidade Universitária. Nesse muro, havia um buraco por onde era
possível vender drogas para estudantes e frequentadores da USP.
"A pessoa não precisava nem entrar na favela. Só chegava no muro, dava o
dinheiro para o 'aviãozinho' e ele voltava com a droga que ela quisesse", afirmou
o coronel César Augusto Morelli, comandante do Policiamento de Choque de São
Paulo.
Além de servir para transportar a droga até o usuário, o túnel era utilizado como
rota de fuga pelos criminosos.
Macarrão incrimina Bruno pela morte de
Eliza Samudio
Após duas horas e 40 minutos de
interrogatório, o réu Luiz Henrique
Romão, o Macarrão, incriminou no
início da madrugada desta quinta-
feira o goleiro Bruno pelo
desaparecimento e morte de Eliza
Samudio, em junho de 2010.
Segundo Macarrão, Bruno havia
pedido que ele levasse Eliza até um
ponto próximo da Toca da Raposa --
centro de treinamento do Cruzeiro
na Pampulha, em Belo Horizonte--
onde um homem a
estaria esperando. "Eu
estava pressentindo que
ela iria morrer."
Acompanhe a cobertura
completa do julgamento
do goleiro Bruno
Macarrão, nessa parte do
depoimento, começou a
chorar. Ele disse ter tentado demover
Bruno da ideia de assassinar Eliza.
"Bruno, estou falando, deixa essa
menina em paz. O Cleiton já foi
preso. O Jorjão já foi preso. Não
quero ser mais um a entrar no
sistema. Qualquer coisa que
acontecer, vão colocar a culpa em
mim", disse o réu.
Nesse momento, segundo Macarrão,
Bruno teria dito: "faz o que estou
dizendo, larga de ser bundão". "Sou
pica. Sou Bruno."
Segundo Macarrão, Bruno enganou
Eliza, que achava que estava sendo
levada a um apartamento.
Macarrão afirmou ter deixado ela
perto do local combinado, onde um
Fiat Palio escuro a esperava. O réu
disse que saiu do lugar rápido e que
não viu o que aconteceu depois. "Eu
estava apavorado. Quase bati o
carro".
Procurando a mãe de Eliza na
plateia, Macarrão disse que se
soubesse
onde está o
corpo da ex-
namorada
de Bruno,
ele contaria.
Segundo o
réu, é
mentira a
versão
contada por Sérgio Rosa Sales
Camelo, primo do jogador, de que
partes do corpo de Eliza teriam sido
jogadas a cães da raça rottweiler.
O interrogatório da acusação
terminou por volta das 4h com o réu
reafirmando sua inocência. "Não sou
assassino", disse Macarrão ao
advogado assistente de acusação.
A julgamento será retomado às 13h30
desta quinta-feira.
STF terá hoje seu primeiro presidente negro
O Supremo Tribunal Federal terá
hoje o primeiro presidente negro de
sua história com a posse do ministro
Joaquim Barbosa, 58. No tribunal
desde 2003, quando foi indicado pelo
ex-presidente Lula, ele será o 44º
presidente do tribunal e ocupará o
posto até novembro de 2014.
Barbosa ganhou notoriedade como
relator do mensalão, cujo
julgamento, o maior já realizado pelo
tribunal, já dura mais de três meses.
Desde ontem, ele acumula a relatoria
do processo e a presidência da corte,
que assumiu interinamente desde
sexta-feira, quando Carlos Ayres
Britto formalizou sua
aposentadoria
compulsória.
Mais de 2.000 pessoas,
entre elas artistas,
foram convidadas para a cerimônia
de posse, que terá discursos do
presidente da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), Ophir
Cavalcante, do procurador-geral,
Roberto Gurgel, do ministro do
Supremo Luiz Fux e do próprio
Barbosa.
Em seu pronunciamento, ele
apresentará as prioridades de sua
presidência, como, por exemplo, o
foco em "grandes questões" e os
julgamentos dos chamados recursos
com repercussão geral, mecanismo
que permite ao STF escolher um caso
específico que terá efeito em outros
processos semelhantes.
Após a cerimônia, na sede do
tribunal, Barbosa será homenageado
pelas associações representativas dos
magistrados, que organizaram uma
festa para ele e o ministro Ricardo
Lewandowski, o vice-presidente da
corte, em uma casa de eventos.
Barbosa nasceu em Paracatu (MG),
filho de uma faxineira e de um
caminhoneiro. Sempre gostou de
estudar, atividade que dividia com o
futebol. Mudou-se para Brasília,
onde cursou o ensino médio,
em uma escola pública, e a
faculdade de direito, na
Universidade de Brasília.
Na UnB, fez mestrado. Depois
disso, obteve o título de doutor em
direito público pela Universidade de
Paris 2.
Antes de ir para o STF, foi por quase
20 anos integrante do Ministério
Público Federal em Brasília e no Rio.
Barbosa também foi consultor
jurídico do Ministério da Saúde, no
governo Sarney, e, no fim dos anos
70, oficial de chancelaria do
Ministério de Relações Exteriores,
quando trabalhou na Embaixada do
Brasil na Finlândia.
Conflito na Síria já deixou mais de 40 mil
mortos, diz grupo ativista
O Observatório Sírio de Direitos
Humanos, sediado em Londres,
informou nesta quinta-feira que mais de
40 mil pessoas morreram no país nos 20
meses de confrontos entre rebeldes e as
forças aliadas ao ditador Bashar Assad.
O número é maior que a estimativa da
ONU (Organização das Nações Unidas),
que calcula a morte de 30 mil pessoas.
Dentre os mortos computados pelo
grupo, estão cerca de 28 mil civis, 10 mil
militares e 1.400 desertores.
Segundo o presidente da ONG, Rami
Abdel Rahman, a estatística não
considera os desaparecidos na prisão e a
maioria dos mortos em ações das
milícias do regime sírio, conhecidas
como shabbihas.
Desde o início dos confrontos, em março
de 2011, a ONU propôs três tréguas nos
combates, sendo a última declaração em
outubro. Apesar de regime e rebeldes
concordarem, as três foram quebradas
no primeiro dia.
Do mesmo modo, a organização
internacional não conseguiu atuar de
forma mais incisiva contra o regime de
Bashar Assad. As três resoluções
colocadas em discussão no Conselho de
Segurança foram vetadas por Rússia e
China.
Em meio ao fogo cruzado, os sírios
tiveram dificuldades na hora de
conseguir ajuda humanitária e tentaram
sair das áreas mais perigosas, como o
centro do país, a periferia da capital
Damasco e a cidade de Aleppo.
Pelo menos 2,5 milhões se deslocaram
dentro do território sírio e outros 250
mil se refugiaram em países vizinhos,
como a Turquia, o Líbano e a Jordânia.
COMBATES
Nesta quinta-feira, continuam os
combates entre os opositores e o
governo em diversas cidades do país. Em
Aleppo, uma série de bombardeios
atingiu um prédio próximo a um
hospital particular, deixando pelo menos
15 mortos.
Segundo o Observatório Sírio de
Direitos Humanos, a unidade era
controlada por um médico rebelde, que
atendia os feridos entre as tropas
opositoras e a população civil. Na
quarta, a cidade já havia tido 40 mortos.
Na Província de Deir Ezzor, no leste
sírio, 12 soldados morreram após uma
operação do Exército Livre Sírio para
tomar a base militar de Mayadin,
próximo à fronteira do Iraque. Os
rebeldes dizem que levaram 20 dias para
controlar o local.
Paulo Coelho lança novo livro na Espanha e
fala sobre redes sociais
Após se recuperar de uma operação no coração, o escritor Paulo Coelho, 64,
lançou em Madri nesta quarta-feira (21) seu mais recente livro, "O Manuscrito
Encontrado em Accra", em um evento em que fez uma intensa defesa da internet
e da redes sociais.
"Para mim, escrever significa o contato humano", disse. "Nunca compreendi isso
do escritor isolado em sua torre de marfim. A internet é uma revolução, e as redes
sociais, Twitter, Facebook, meu blog e os posts, mudaram tudo. Criou outro
Renascimento", analisou o autor de "O Alquimista", diante de uma sala repleta de
jornalistas.
Coelho tem 17 milhões de seguidores nas redes sociais e vendeu cerca de 150
milhões de livros em 168 países e em 73 idiomas. A primeira coisa que fez, antes
de iniciar a entrevista coletiva, foi tuitar para comunicar que estava apresentando
seu livro.
Uma estátua para Dirceu
SÃO PAULO - José Dirceu passou o feriadão na Bahia, onde, num dia, curtiu o sol
e a praia com uma belíssima bermuda estampada e, no outro, foi homenageado
por companheiros petistas com uma paella e uma saborosa costela de bode.
Em seu merecido descanso, teve tempo de sobra para refletir sobre o julgamento
do mensalão e a argumentação do ministro Toffoli contra o emprego de pena de
prisão para crimes contra o patrimônio público. Segundo Toffoli, que, por mera
coincidência, foi assessor de Dirceu, multas e a recuperação de valores desviados
surtem mais efeito "pedagógico" do que prender o responsável.
De fato, é um absurdo obrigar uma pessoa como Dirceu, que "dedicou sua vida ao
Brasil e à luta pela democracia", como ele mesmo se descreve, a trocar os prazeres
da Bahia pelo sol quadrado de uma penitenciária.
Afinal, coitado, ele não é o primeiro político a desviar recursos públicos e a
comprar apoio parlamentar. E, definitivamente, mandar político para a cadeia
não faz parte da tradição brasileira. Uma multinha seria mais do que suficiente
para servir de exemplo aos demais, não seria?
Até porque não existem tantas provas contra Dirceu. É só uma grande
coincidência, por exemplo, ele ter se reunido com Valério e dirigentes do BMG
num dia e o banco ter liberado recursos para o mensalão dias depois. Também é
só uma casualidade o fato de sua ex-mulher ter recebido favores do operador do
esquema.
O problema é que o julgamento, em um tribunal formado em sua maioria por
ministros indicados por Lula e Dilma, foi "político", como diz o PT, e permeado
pela "paixão", como insinuou a presidente. Convenhamos, os ministros tinham
motivos de sobra para castigar o PT, que lhes impingiu um emprego estafante,
atulhado de processos e com sessões sonolentas. E o pior, como reclamou Ayres
Britto na sua despedida do STF, com salários defasados. Vingança pura, claro.
Pensando bem, Dirceu merece ganhar uma estátua.