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IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1197 ESCOLA TÉCNICA DE COMÉRCIO DE ITABAIANASE (19671978) E A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS CONTABILISTAS José Paulo de Andrade 1 [email protected] (UFS) Resumo Em Sergipe como em outros Estados da nação, a História da Educação tem estabelecido relação com diversos campos da História. Neste sentido, podese falar, em História da Educação voltada para o ensino profissionalizante. A Educação profissionalizante não tem sido apenas uma forma de expressão política, mas, de aparelhamento para a ascensão econômicosocial de uma classe economicamente ativa. Assim, nosso estudo tem por objeto a Escola Técnica de Comércio de ItabaianaSE, sendo o principal objetivo investigar, as transformações socioeconômicas ocorridas com os alunos egressos do Curso Técnico em Contabilidade, da Escola Técnica de Comércio de ItabaianaSE, como também, as práticas formativas vivenciadas na referida instituição, durante seu período de apogeu ao declínio (1967 a 1978). O estudo proposto tem por base a pesquisa histórica que se apóia nos pressupostos da Nova História Cultural. A pesquisa levada nessa perspectiva visa a uma interlocução dos dados coletados com os dados do referencial teórico que servirá de apoio, podendo ser incorporado a essa investigação outros referenciais teóricos que se mostrarem necessários. Neste sentido, é que se optou por realizar as pesquisas bibliográficas desenvolvidas através de uma releitura de algumas obras da História da Educação e História do Ensino Profissionalizante, a partir de material já elaborado, constituído principalmente de obras de autores renomados. A pesquisa se estenderá aos artigos científicos, Decretos e Lei (Decreto nº 7.566, de 23 de Setembro de 1909, DecretoLei nº 6.141 de 28 de Dezembro de 1943, Lei nº 4.024 de 20 de Dezembro de 1961 LDB e a Lei nº 5.692 de 11 de agosto de 1971 LDB), como também, publicações de cunho técnico/científico, e sites na internet que se relacione com o objeto de estudo. Alguns acervos serão consultados para subsidiar a pesquisa tais como: Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe; Arquivo Público de Sergipe; Biblioteca Pública Epifânio Dorea; Arquivo Geral da Universidade Federal de Sergipe, Arquivo do Instituto de Educação Rui Barbosa, Cúria Metropolitana e Paróquia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana. O estudo também se fará através de entrevistas estruturadas (depoimentos orais) com os atores sociais (exalunos, exprofessores, exdiretores e exsecretária, da Escola Técnica de Comércio de ItabaianaSE), o que constitui uma forma simples e, normalmente, bastante eficaz e interessante de levantamento e identificação da percepção desses atores com o objeto estudado. Desse modo, o estudo pretende dialogar com as várias fontes bibliográficas, através de uma abordagem histórica a respeito da trajetória da Educação Profissional Brasileira, ainda pouco explorada, pesquisada e desconhecida para a maioria da sociedade. Desta forma, como resultado do estudo pretendese abordar a importância dessa modalidade educativa de ensino ao longo de sua História, as mudanças que se fizeram presente, a legislação e suas implicações. Sendo assim, nessa abordagem, a Escola Técnica de Comércio de ItabaianaSE e a importância do Curso Técnico em Contabilidade na formação de profissionais Contabilistas são retratadas. Palavraschave: História da Educação. Educação Profissional. Escola Técnica de Comércio de ItabaianaSE. Contabilistas. Curso Técnico em Contabilidade. 1 Especialista em Gestão Estratégica de RH: evolução e tendências; Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação: intelectuais da educação, instituições educacionais e práticas escolares GEPHEUFS.

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 IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL”

Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5

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ESCOLA TÉCNICA DE COMÉRCIO DE ITABAIANA‐SE (1967‐1978) E A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS CONTABILISTAS 

 José Paulo de Andrade1  

[email protected] (UFS) 

 Resumo 

Em  Sergipe  como  em  outros  Estados  da  nação,  a História  da  Educação  tem  estabelecido  relação  com diversos campos da História. Neste sentido, pode‐se  falar, em História da Educação voltada para o ensino profissionalizante. A Educação profissionalizante não  tem  sido apenas uma  forma de expressão política, mas, de aparelhamento para a ascensão econômico‐social de uma  classe economicamente ativa. Assim, nosso estudo  tem  por  objeto  a  Escola  Técnica de  Comércio de  Itabaiana‐SE,  sendo o principal objetivo investigar,  as  transformações  socioeconômicas ocorridas  com  os  alunos  egressos  do  Curso Técnico  em Contabilidade,  da  Escola  Técnica  de  Comércio  de  Itabaiana‐SE,  como  também,  as  práticas  formativas vivenciadas na  referida  instituição, durante  seu período de apogeu ao declínio  (1967 a 1978). O estudo proposto  tem por base a pesquisa histórica que  se apóia nos pressupostos da Nova História Cultural. A pesquisa  levada  nessa  perspectiva  visa  a  uma  interlocução  dos  dados  coletados  com  os  dados  do referencial teórico que servirá de apoio, podendo ser  incorporado a essa  investigação outros referenciais teóricos  que  se  mostrarem  necessários.  Neste  sentido,  é  que  se  optou  por  realizar  as  pesquisas bibliográficas desenvolvidas através de uma releitura de algumas obras da História da Educação e História do  Ensino  Profissionalizante,  a partir de material  já  elaborado,  constituído  principalmente de  obras  de autores renomados. A pesquisa se estenderá aos artigos científicos, Decretos e Lei (Decreto nº 7.566, de 23 de Setembro de 1909, Decreto‐Lei nº 6.141 de 28 de Dezembro de 1943, Lei nº 4.024 de 20 de Dezembro de  1961  LDB  e  a  Lei  nº  5.692  de  11  de  agosto  de  1971  LDB),  como  também,  publicações  de  cunho técnico/científico,  e  sites  na  internet  que  se  relacione  com  o  objeto  de  estudo.  Alguns  acervos  serão consultados  para  subsidiar  a  pesquisa  tais  como:  Instituto  Histórico  e  Geográfico  de  Sergipe;  Arquivo Público de Sergipe; Biblioteca Pública Epifânio Dorea; Arquivo Geral da Universidade Federal de Sergipe, Arquivo do Instituto de Educação Rui Barbosa, Cúria Metropolitana e Paróquia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana. O estudo também se fará através de entrevistas estruturadas (depoimentos orais) com os atores sociais (ex‐alunos, ex‐professores, ex‐diretores e ex‐secretária, da Escola Técnica de Comércio de Itabaiana‐SE), o que constitui uma forma simples e, normalmente, bastante eficaz e interessante de levantamento e identificação da percepção desses atores com o objeto estudado. Desse modo, o estudo pretende dialogar com  as  várias  fontes  bibliográficas,  através  de  uma  abordagem  histórica  a  respeito  da  trajetória  da Educação  Profissional  Brasileira,  ainda  pouco  explorada,  pesquisada  e  desconhecida  para  a maioria  da sociedade. Desta forma, como resultado do estudo pretende‐se abordar a  importância dessa modalidade educativa de ensino ao  longo de sua História, as mudanças que  se  fizeram presente, a  legislação e suas implicações. Sendo assim, nessa abordagem, a Escola Técnica de Comércio de Itabaiana‐SE e a importância do Curso Técnico em Contabilidade na formação de profissionais Contabilistas são retratadas. Palavras‐chave: História da Educação. Educação Profissional. Escola Técnica de Comércio de Itabaiana‐SE. Contabilistas. Curso Técnico em Contabilidade.   

                                                           1 Especialista em Gestão Estratégica de RH: evolução e  tendências; Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação: intelectuais da educação, instituições educacionais e práticas escolares ‐ GEPHE‐UFS.   

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Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5

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Introdução 

 

Em Sergipe como em outros Estados da nação, a História da Educação  tem estabelecido 

relação com diversos campos da História. Neste sentido, pode‐se  falar, em História da Educação 

voltada para o ensino profissionalizante. A Educação profissionalizante não tem sido apenas uma 

forma de expressão política, mas, de aparelhamento para a ascensão econômico‐social de uma 

classe economicamente ativa.  

Esta é uma pesquisa histórica que se apóia nos pressupostos da Nova História Cultural, a 

qual segundo Felgueiras (2010, p.27), fazer História da Educação hoje “implica prestar atenção à 

densidade histórica do sistema educativo, nos contextos concretos de realização, expressos numa 

cultura material que, simultaneamente,  traduz as concepções de uma sociedade e manifesta as 

condições em que puderam ocorrer”. 

Assim,  o  estudo  tem  por  objetivo  principal  investigar,  analisar  e  examinar  as 

transformações  socioeconômicas  ocorridas  com  os  alunos  egressos  do  Curso  Técnico  em 

Contabilidade,  da  Escola  Técnica  de  Comércio  de  Itabaiana‐SE,  como  também,  as  práticas 

formativas vivenciadas na referida instituição, durante seu período de apogeu ao declínio (1967 a 

1978). Práticas formativas essas que nascem na cultura escolar, a qual Dominique Julia (2001, p. 

10) descreve como um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a 

inculcar,  e  um  conjunto  de  práticas  que  permitem  a  transmissão  desses  conhecimentos  e  a 

incorporação desses comportamentos; normas e práticas coordenadas a  finalidades que podem 

variar segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de socialização). 

Desta  forma, não  se  trata de  refletir  se  a qualificação profissional  interessa  às elites, ao 

Governo ou ao cidadão que precisa locar sua força de trabalho a fim de conseguir seu sustento. O 

que  se  tenciona  é  fazer  uma  investigação  sobre  a  instituição  de  caráter  público,  de  ensino 

preparatório para o mercado de  trabalho. Assim,  Educação profissionalizante  contribuiu para  a 

melhoria da qualidade de vida dos alunos do Curso Técnico em Contabilidade no período de 1967 

a 1978, da Escola Técnica de Comércio de Itabaiana‐SE.  

Neste sentido, percebe‐se a relevância do Curso Técnico em Contabilidade para a formação 

de profissionais contabilistas, e nos faz crer, que a escola através de suas práticas educativas é a 

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única ou quase, a saída para  todos os problemas vivenciados pelos alunos da Escola Técnica de 

Comércio de Itabaiana‐SE no período compreendido entre 1967 a 1978.  

Esse período se insere na História da Educação da cidade de Itabaiana‐SE como o início da 

tentativa de  consolidação da educação profissionalizante,  tendo  como marco  a  chamada Nova 

História Cultural, a qual vem  redesenhando  fronteiras e  redefinindo os métodos e os objetos da 

História da Educação (CARVALHO, 2003 p. 269).  

Assim, a Educação e o ensino profissionalizante são afirmados como valores fundamentais 

para o  indivíduo e sua vida na sociedade e para o exercício de direitos  fundamentais à vida do 

cidadão.  

Portanto, o ensino profissionalizante na  cidade de  Itabaiana‐SE, nasce  acompanhado da 

crença da necessidade de  remodelação da ordem  social e econômica, e da  convicção de que  a 

educação seria o mais  forte instrumento para a consolidação de um povo  trabalhador, e, para a 

construção de um município moderno, capaz de oferecer ao seu povo as condições de inserção 

mais democrática e representativa no mercado de trabalho.   

Dentro de uma perspectiva histórica, o estudo busca através da pesquisa mostrar que é 

possível  a  compreensão do modo  como  ao  longo  do  tempo  a  Escola  Técnica de  Comércio  de 

Itabaiana‐SE,  tenha se constituído em eixo matricial da Educação para  formação de Profissionais 

Contabilistas, além de ser  igualmente possível,  reconstruir como os aspectos culturais, sociais e 

econômicos de um dado período histórico, condicionam a estruturação de uma sociedade.  

É neste sentido, que o este trabalho visa demonstrar a relação entre o objeto de estudo e o 

eixo temático “Políticas públicas e história das instituições educacionais”, tendo como foco central 

de sua atuação os estudos sobre História da Educação Brasileira, Sociologia da Educação e Filosofia 

da  Educação,  a partir  dos  intelectuais da  Educação,  das  instituições  educacionais,  das práticas 

escolares e do pensamento educacional.  Investiga ainda as práticas de periodização dos estudos 

de  História  da  Educação  Brasileira,  o  lócus  dessa  produção,  o  amparo  institucional  que  tal 

produção recebe as iniciativas e as filiações teóricas. A linha busca a elucidação do modo pelo qual 

se pesquisa Educação no Brasil, atentando para as  interrogações  feitas às  fontes e os modos de 

explicar as práticas educacionais que daí decorre.  

 

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Ensino Profissionalizante 

 

Uma nova fase na estrutura de formação de mão‐de‐obra no Brasil seria inaugurada com o 

advento da Proclamação da República em 1889. Embora o Brasil estivesse fortemente centrado no 

modelo  agroexportador, no  contexto  situado  entre  o  final do  Império  e  o  início da  República, 

tivemos uma  forte pressão dos diversos  grupos da  sociedade para  transformá‐lo num país  cuja 

base  econômica  deveria  estar  fundada  na  produção  industrial.  Assim,  a  ideologia  do 

desenvolvimento  baseada  na  industrialização  passou  a  dominar  os  debates  em  torno  de  um 

projeto para o  país. O pensamento  industrialista  se  converteu  em medidas  educacionais,  pela 

iniciativa  do  Presidente  da  República,  Nilo  Peçanha,  que  baixou  o  Decreto  7.566,  de  23  de 

setembro de 1909, criando 19 Escolas de Aprendizes e Artífices, uma em cada capital de Estado 

(SANTOS, 2000 p. 212). 

Desta forma, as transformações básicas em especial na área da Educação, em que vivia o 

país neste momento, e em consonância com a necessidade de qualificação de mão‐de‐obra, é que 

a  ideologia do desenvolvimento  industrial passa a dominar os debates em  torno de um projeto 

para o país, para atingir o progresso, a independência e a emancipação econômica. O pensamento 

industrialista se converteu em medidas educacionais. 

Assim, dentro dessa premissa é que no início do século XX, o então Presidente do Brasil, Dr. 

Nilo Peçanha, em sua ideologia desenvolvimentista industrial, é considerado o fundador do ensino 

profissional no Brasil, o qual deu sequência ao seu projeto ao inaugurar, durante o ano de 1910, as 

19 unidades que  formaram a  rede de Escolas de Aprendizes e Artífices. Fato que, durante  todo 

século XX, tais escolas foram se espalhando pelo país afora.  

As Escolas de Aprendizes e Artífices centralizavam‐se nas regiões Norte e no Nordeste do 

Brasil por diversos motivos: crescimento demográfico desordenado; surtos  industriais no Pará e 

Amazonas, com o ciclo da borracha; pobreza resultado das secas (Ceará e Alagoas). Mas isso, não 

significava  que  as  demais  províncias  não  tinham  estabelecimentos  asilares,  masculinos  e 

femininos, de educação elementar e profissional (CASTRO, 2007, p. 43).  

Apesar dos problemas apresentados pelas Escolas de Aprendizes e Artífices, esse modelo 

de  ensino profissional  foi  se  consolidando  ao  longo do  tempo.  Portanto,  estava  expressa  uma 

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tendência de articular  a  formação  geral  com  a profissional, de nível  secundário nas  Escolas de 

Aprendizes e Artífices, fato que veio se concretizar com as mudanças que elas sofrerão ao longo 

dos governos subsequentes, e foram adquiridos os contornos necessários até se constituir na rede 

de Escolas Técnicas do país (SANTOS, 2000 p.214).  

Fato que, após oito anos e compreendendo a situação criada pelo rápido desenvolvimento 

industrial, “... o Congresso, pela lei nº 3.454 de 06 de janeiro de 1918 autorizou o governo a rever 

a questão do ensino profissional no país” (FONSECA, 1961, p. 177), sendo no mesmo ano aprovado 

pelo decreto nº 13.064 o novo regulamento das Escolas de Aprendizes e Artífices.  

Algumas inovações foram introduzidas por esse regulamento. A criação de cursos noturnos 

de  aperfeiçoamento,  isto  é, para  trabalhadores  que  durante o  dia  desenvolviam  sua  atividade 

profissional,  à  noite  lhes  eram  ofertados  os  cursos  de  desenho  e  do  ensino  primário,  com  o 

objetivo de melhorar o resultado do trabalho. Também se destaca nesse período que os diretores 

e professores eram nomeados através de concurso de títulos e provas práticas, numa tentativa de 

melhorar o nível dos cursos oferecidos (GARCIA, 2000). 

Posteriormente,  as  Escolas  de  Aprendizes  Artífices  foram  desligadas  do Ministério  da 

Agricultura,  Indústria  e  Comércio,  passando  a  fazer  parte  do Ministério  da  Educação  e  Saúde 

Pública. As Escolas de ofícios, até então denominadas de Escolas de Aprendizes Artífices, passaram 

a ser chamadas de Liceus e destinadas ao ensino profissional de todos os ramos e graus (GARCIA, 

2000). 

Neste  momento  percebe‐se  uma  total  desvinculação  entre  formação  profissional  e 

Educação;  aos  trabalhadores  era  destinada  uma  formação  voltada  para  o  treinamento  e 

adestramento, como também, o Governo passa a dividir responsabilidades sobre a implantação e 

implementação  do  ensino  profissionalizante  com  a  indústria,  o  comércio,  o  sindicato  e  as 

associações civis, conforme estabelecido nas Constituições: 

 

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Constituição  Determinação sobre o ensino profissionalizante 

Constituição dos Estados Unidos do Brasil Decretada a 10 de novembro de 1937 

Da Educação e da Cultura Art. 129. O ensino prevocacional e profissional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre‐lhe dar execução a esse dever, fundando  institutos de ensino profissionais e subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos  indivíduos ou associações particulares profissionais. É dever das  indústrias e dos  sindicatos econômicos crear, na esfera de  sua especialidade, escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. Art.  132.  O  Estado  fundará  instituições  ou  dará  auxilio  e  proteção  às fundadas por associações civis, tendo umas e outras por fim organizar para juventude  períodos  de  trabalho  anual  nos  campos  e  oficinas, assim  como promover‐lhe  a  disciplina  moral  e  o  adestramento  físico,  de  maneira  a prepará‐la ao cumprimento dos seus deveres com a economia e a defesa da nação.   

Constituição dos Estados Unidos do Brasil Promulgada a 18 de setembro de 1946 

Título VI – Da Família, da Educação e da Cultura Capítulo II – Da Educação e da Cultura Art. 168. A legislação do ensino adotará os seguintes princípios:  III – as empresas  industriais, comerciais e agrícolas, em que trabalhem mais de cem pessoas, são obrigadas a manter o ensino primário gratuito para os seus servidores e os filhos destes; IV  –  as  empresas  industriais  e  comerciais  são  obrigadas  a  ministrar,  em cooperação, aprendizagem aos seus trabalhadores menores, pela forma que a lei estabelecer, respeitados os direitos dos professores.  

Constituição do Brasil Promulgada a 24 de janeiro de 1967 

Título IV – Da família, da Educação e da Cultura Art.  170.  As  empresas  comerciais,  industriais  e  agrícolas  são  obrigadas  a manter  pela  forma  que  a  lei  estabelecer,  o  ensino  gratuito  de  seus empregados e dos filhos destes. Parágrafo único. As empresas comerciais e  industriais são ainda obrigadas a ministrar, em cooperação, aprendizagem aos seus trabalhadores menores. 

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 1  DE  17 DE OUTUBRO DE 1969 

Título IV – Da família, da Educação e da Cultura Art.  178.  As  empresas  comerciais,  industriais  e  agrícolas  são  obrigadas  a manter o ensino primário gratuito de seus empregados e o ensino dos filhos destes,  entre os  sete  e  os  quatorze  anos,  ou a  concorrer para  aquele  fim, mediante a contribuição de salário‐educação, na forma que a lei estabelecer. Parágrafo único. As empresas comerciais e  industriais são ainda obrigadas a assegurar,  em  cooperação,  condições  de  aprendizagem  aos  seus trabalhadores menores e a promover o preparo de seu pessoal qualificado.. 

Fonte: FÁVERO, Osmar. (org.) A educação nas Constituintes Brasileiras 1823‐1988. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 1998. 

     

  Na  gestão  de  Francisco  Campos  no  Ministério  da  Educação  e  Saúde  Pública,  foram 

aprovados projetos de reforma do ensino secundário e comercial. Melhorou a situação do ensino 

profissional nas escolas  federais, ampliando‐se seu número e passando o ensino a  ter nível mais 

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elevado que o do ensino primário. Foram criados outros dispositivos, aumentando a autonomia 

das escolas e dos Estados em relação ao ensino industrial, tentando reduzir o objetivo de imediata 

e estreita profissionalização do primeiro ciclo ou propondo reestruturações do ensino secundário 

(CURY, 1982). 

A  Reforma  de  Francisco  Campos  atingiu  também  o  Ensino  Técnico  Comercial.  Com  o 

Decreto  exarado  em  30  de  junho  de  1931,  de  nº.  20.158,  que  organiza  o  ensino  comercial 

regulamentando a profissão de contador e dá outras providências (KRUGER, 2007 p.160).  

Em 16 de  setembro de 1932,  termina o  ciclo de Reformas  Francisco Campos, quando o 

mesmo deixa o Ministério para  concorrer  a uma  cadeira de Deputado Constituinte, no  ano de 

1933  por  Minas  Gerais,  porém  não  é  eleito.  Assume  o  posto  em  seu  lugar  no  Ministério, 

Washington  Pires  que  permanece  até  25  de  julho  de  1934,  quando  então  é  empossado  no 

Ministério Gustavo Capanema, que permanece na função até o fim do Governo Vargas. 

Durante  sua  permanência  no  Ministério,  Capanema  empreendeu  a  reorganização 

administrativa  do mesmo,  iniciou  a  elaboração  das  leis  orgânicas  do  ensino  e  tomou  diversas 

iniciativas no campo cultural. 

Até o surgimento das  leis orgânicas do Ensino, a partir de 1942, o ensino profissional, à 

exceção das escolas federais, não tinha nenhuma regulamentação. Com estas leis (Lei Orgânica do 

Ensino Industrial, 1942 ‐ Lei Orgânica do Ensino Comercial, 1943 e Lei Orgânica do Ensino Agrícola, 

1946),  foi  estruturado  pelo  governo  o  ensino  técnico  profissional.  Nesse mesmo  período,  as 

Escolas de Aprendizes Artífices transformaram‐se em Escolas Técnicas Federais (GARCIA, 2000).  

A  sociedade  brasileira  sofreu  uma  série  de  mudanças  importantes,  ligadas  ao 

desenvolvimento dos processos de industrialização e de urbanização e à decorrente diversificação 

da  estrutura  social.  O  País  enfrentava  a  necessidade  de  suprir  ele mesmo  suas  necessidades 

básicas. Nesse processo, a necessidade de estender a educação a parcelas cada vez maiores da 

população tornou‐se patente, desde a década de 30 (CURY, 1982).  

O Estado começou a  tomar consciência da  importância estratégica do sistema de ensino 

para  assegurar  e  consolidar  as  mudanças  estruturais  ocorridas,  passando  a  regulamentar  a 

organização  e  o  funcionamento  da  educação  e  submetendo‐a  a  seu  controle  direito.  Neste 

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sentido, o Decreto Lei nº. 6.141 de 28 de Dezembro de 1943 – Lei Orgânica do Ensino Comercial, 

em seu capítulo primeiro, das Finalidades do Ensino Comercial, estabelece que:   

Art.  1º.  Esta  lei  estabelece  as  bases  de  organização  e  de  regime  do  ensino comercial,  que  é  o  ramo  de  ensino  de  segundo  grau,  destinado  às  seguintes finalidades:   1. Formar profissionais aptos ao exercício de atividades específicas no comércio e bem assim de funções auxiliares de caráter administrativo nos negócios públicos e privados.   2.  Dar  a  candidatos  ao  exercício  das mais  simples  ou  correntes  atividades  no comércio e na administração uma sumária preparação profissional. 3.  Aperfeiçoar  os  conhecimentos  e  capacidades  técnicas  de  profissionais diplomados na forma desta lei. (DECRETO LEI Nº. 6.141 de 28.12.43)  

Marco importante dos esforços de organização do sistema educacional brasileiro foi a Lei 

de  Diretrizes  e  Bases  da  Educação  Nacional  (Lei  nº.  4.024  de  20  de  dezembro  de  1961)  que 

constituiu  a  primeira  lei  global  de  Educação  do  País.  A  Lei  4.024/61  manteve  o  conceito  já 

consagrado  do  ensino médio  como  um  gênero,  do  qual  o  secundário,  o  técnico  industrial  e  o 

normal, entre outros  ramos, seriam as espécies. Apresentou uma concepção orgânica da escola 

média,  simultaneamente  global e diversificada, definida por dois pontos básicos: o objetivo de 

formação comum com anterioridade às especializações e a equivalência de seus cursos, tendo em 

vista o acesso ao ensino superior (CURY, 1982).  

 O ensino  técnico‐profissional manteve‐se sem mudanças positivas em  relação ao que era 

antes  da  Lei:  um  ensino  com  marcada  predominância  do  caráter  profissionalizante,  apenas 

temperado por certa dose de Educação geral diluída, não  tanto no número de matérias, mas no 

padrão de ensino ou na  fixação em disciplinas e programas mais  relacionados  com problemas 

técnicos. No período de 1930 a 1961 foram, pois, bastante acentuadas as funções propedêutica e 

profissionalizante no Brasil. Ambas estavam em consonância com a modernização do País, visando 

a formar, de um lado, a elite dirigente urbana capaz de dar suporte à política de industrialização e, 

de outro,  a qualificação da mão‐de‐obra nos  limites necessários  ao  funcionamento do modelo 

urbano/industrial. (CURY, 1982). 

Neste aspecto em seu Terceiro Capítulo, Do Ensino Técnico:  

Art. 47. O ensino técnico de grau médio abrange os seguintes cursos: 

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a) industrial; b) agrícola; c) comercial.  Parágrafo único. Os  cursos  técnicos  de nível médio  não  especificados  nesta  lei serão regulamentados nos diferentes sistemas de ensino.  Art. 49. Os cursos industrial, agrícola e comercial serão ministrados em dois ciclos: o ginasial, com a duração de quatro anos, e o colegial, no mínimo de três anos.  § 1º As duas últimas séries do 1° ciclo incluirão, além das disciplinas específicas de ensino técnico, quatro do curso ginasial secundário, sendo uma optativa. § 2º O 2° ciclo incluirá além das disciplinas específicas do ensino técnico, cinco do curso colegial secundário, sendo uma optativa. § 3º As disciplinas optativas serão de livre escolha do estabelecimento. § 4º Nas escolas técnicas e industriais, poderá haver, entre o primeiro e o segundo ciclos,  um  curso  pré‐técnico  de  um  ano,  onde  serão  ministradas  as  cinco disciplinas de curso colegial Secundário. § 5º No caso de  instituição do curso pré‐técnico, previsto no parágrafo anterior, no  segundo  ciclo  industrial  poderão  ser  ministradas  apenas  as  disciplinas específicas do ensino técnico.  Art.  50.  Os  estabelecimentos  de  ensino  industrial  poderão,  além  dos  cursos referidos no artigo anterior, manter cursos de aprendizagem, básicos ou técnicos, bem como cursos de artesanato e de mestria, vetado.  Parágrafo único. Será permitido, em estabelecimentos isolados, o funcionamento dos cursos referidos neste artigo.  Art.  51.  As  empresas  industriais  e  comerciais  são  obrigadas  a  ministrar,  em cooperação,  aprendizagem de  ofícios  e  técnicas  de  trabalho  aos menores  seus empregados,  dentro  das  normas  estabelecidas  pelos  diferentes  sistemas  de ensino.  § 1º Os cursos de aprendizagem industrial e comercial terão de uma a três séries anuais de estudos. §  2º Os  portadores  de  carta  de  ofício  ou  certificado  de  conclusão  de  curso de aprendizagem  poderão  matricular‐se,  mediante  exame  de  habilitação,  nos ginásios de ensino  técnico, em série adequada ao grau de estudos a que hajam atingido no curso referido. (LEI Nº. 4.024 de 20.12.61)  

Desta forma, procurando extinguir a antiga dualidade no sistema escolar brasileiro, em 11 

de agosto de 1971 é criada a Lei nº. 5.692, que fixou as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º 

graus, e nela é  instituída a profissionalização universal e compulsória para o ensino secundário, 

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equiparando os  cursos  secundários e os  cursos  técnicos. Assim,  com a  Lei nº 5.692/71,  ficaram 

abolidas  as  barreiras  entre  a  escola  secundária  e  as  profissionalizantes.  Em  síntese,  ficaram 

abolidos os antagonismos típicos dos sistemas de ensino anteriores, que caracterizavam a escola 

secundária de um  lado e escolas profissionalizantes de outro. Portanto, essa questão que  vem 

passando a História da Educação brasileira encontra na Lei nº. 5.692, possibilidade de correção: 

Art.  1º  O  ensino  de  1º  e  2º  graus  tem  por  objetivo  geral  proporcionar  ao educando  a  formação  necessária  ao  desenvolvimento  de  suas  potencialidades como elemento de auto‐realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania. § 1º Para efeito do que dispõem os Arts. 176 e 178 da Constituição entende‐se por ensino primário a educação correspondente ao ensino de primeiro grau e por ensino médio, o de segundo grau. §  2º  O  ensino  de  1º  e  2º  graus  será  ministrado  obrigatoriamente  na  língua nacional.  Art. 3º Sem prejuízo de outras soluções que venham a ser adotadas, os sistemas de  ensino  estimularão,  no mesmo  estabelecimento,  a  oferta  de modalidades diferentes de estudos integradas por uma base comum e, na mesma localidade: a) a reunião de pequenos estabelecimentos em unidades mais amplas; b)  a  entrosagem  e  a  intercomplementaridade  dos  estabelecimentos de  ensino entre si ou com outras instituições sociais, a fim de aproveitar a capacidade ociosa de uns para suprir deficiências de outros; c) a organização de  centros  interescolares que  reúnam serviços e disciplinas ou áreas de estudo comum a vários estabelecimentos.  Art.  4º  Os  currículos  do  ensino  de  1º  e  2º  graus  terão  um  núcleo  comum obrigatório em âmbito nacional, e uma parte diversificada rara atender, conforme as necessidades e possibilidades concretas, às peculiaridades locais aos planos dos estabelecimentos e às diferenças individuais dos alunos. §  1º  Observar‐se‐ão  as  seguintes  prescrições  na  definição  dos  conteúdos curriculares: I – O Conselho Federal de Educação fixará para cada grau as matérias relativas ao núcleo comum, definindo‐lhes os objetivos e a amplitude. II  –  Os  Conselhos  de  Educação  relacionarão,  para  os  respectivos  sistemas  de ensino, as matérias dentre as quais poderá cada estabelecimento escolher as que devam constituir a parte diversificada. III  –  Com  aprovação  do  competente  Conselho  de  Educação,  o  estabelecimento poderá incluir estudos não decorrentes de matérias relacionadas de acordo com o inciso anterior. §  2º No  ensino de  1  º  e  2º  graus dar‐se‐á  especial  relevo ao  estudo  da  língua nacional,  como  instrumento  de  comunicação  e  como  expressão  da  cultura brasileira. 

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§ 3º Para o ensino de 2º grau, o Conselho Federal de Educação  fixará, além do núcleo  comum,  o  mínimo  a  ser  exigido  em  cada  habilitação  profissional  ou conjunto de habilitações afins. § 4º Mediante aprovação do Conselho Federal de Educação, os estabelecimentos de  ensino  poderão  oferecer outras habilitações profissionais para as  quais  não haja  mínimos  de  currículo  previamente  estabelecidos  por  aquele  órgão, assegurada a validade nacional dos respectivos estudos.  Art.  5º  As disciplinas,  áreas de  estudo e  atividades que  resultem  das matérias fixadas  na  forma  do  artigo  anterior,  com  as  disposições  necessárias  ao  seu relacionamento, ordenação e  sequência,  constituirão para  cada grupo  currículo pleno do estabelecimento. § 1º Observadas as normas de cada sistema de ensino, o currículo pleno terá uma parte de educação geral e outra de formação especial, sendo organizado de modo que: a) no ensino de primeiro grau, a parte de educação geral seja exclusiva nas séries iniciais e predominantes nas finais; b) no ensino de segundo grau, predomine a parte de formação especial. § 2º A parte de formação especial de currículo: a) terá o objetivo de sondagem de aptidões e iniciarão para o trabalho, no ensino de 1º grau e de habilitação profissional, no ensino de 2º grau; b)  será  fixada,  quando  se  destine  a  iniciação  e  habilitação  profissional,  em consonância  com  as  necessidades do mercado de  trabalho  local ou  regional,  à vista de levantamentos periodicamente renovados. § 3º Excepcionalmente, a parte especial do currículo poderá assumir, no ensino de 2º grau, o caráter de aprofundamento em determinada ordem de estudos gerais, para atender a aptidão específica do estudante, por  indicação de professores e orientadores.  Art.  6º  As  habilitações  profissionais  poderão  ser  realizadas  em  regime  de cooperação com as empresas. Parágrafo  único. O  estágio  não  acarreta  para  as  empresas  nenhum  vínculo  de emprego, mesmo que  se  remunere o aluno estagiário, e  suas obrigações serão apenas as especificadas no convênio feito com o estabelecimento. (LEI Nº. 5.692 de 11.08.71)  

Desse modo, a proposta de  reforma do ensino de 1º e 2º graus,  introduzida pela Lei nº 

5.692, apesar da possibilidade de correção da antiga dualidade no sistema escolar brasileiro, não 

correspondeu aos anseios da sociedade, obrigando o Ministério da Educação, quatro anos depois, 

a propor alterações na Lei.  

 

A História Educacional em Itabaiana‐SE: “Escola Técnica de Comércio” 

 

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O primeiro trabalho específico sobre a História de Itabaiana veio ser traçado por um filho 

da  terra  em  1914,  através  da Monografia  Histórica  do Município  de  Itabaiana,  dedicada  aos 

afeiçoados  ao  estudo  da  história  sergipana.  No  início  da  primeira  década  do  século  XX, mais 

precisamente  em  1919,  quando  a  Lei  nº  786,  de  05  de  Novembro,  prevê  e  permite  o 

funcionamento de estabelecimento de ensino particular em Sergipe. 

 A  partir  de  então,  ficava  abolidas  as  cadeiras  isoladas  para  os  sexos,  unidas  agora  no 

ensino misto.  Itabaiana  vem  a  tomar  impulso na educação  com  a  criação e  funcionamento do 

Grupo  Escolar Guilhermino Bezerra, pelo então  interventor no  Estado  Sr.  Eronildes  Ferreira de 

Carvalho, através da Lei nº. 05 de 27 de Novembro de 1937. (CARVALHO, 1973, p.130). 

Segundo  Carvalho  (1973),  em  torno  dele  é  que  o  ensino  primário  acompanhando  as 

evoluções da época vai girar, a ponto de exigir em seguida a criação de um ginásio, o que foi feito 

em  1949,  na  gestão  do  Prefeito  Sr.  José  Jason  de  Correia,  e  do  Governo  Estadual  de  José 

Rolemberg Leite. Funciona a primeira turma da Escola Normal Rural “Murilo Braga”, inicialmente 

com o curso ginasial, logo em seguida com o curso pedagógico.  

Mais tarde, o curso científico foi criado graças ao empenho e luta insistente de outro filho 

da  terra. O curso  técnico data de 1967, e  foi uma das mais notáveis  realizações do Monsenhor 

José Curvelo Soares, pároco da freguesia. (CARVALHO, 1973, p.130). 

O  grande  impulso  na  vida  educacional  Profissionalizante  de  Itabaiana  foi  dado  com  a 

chegada do Monsenhor José Curvelo Soares, quando da sua apresentação na reunião do CASCI – 

Centro de Ação Social Católica de Itabaiana, no dia 2 (dois) de abril de 1967, ao expôs o seu plano 

de  fundar  uma  Escola  Técnica  de  Comércio.  A  razão  deste  plano  foi  abranger  a  juventude 

estudantil  que,  depois  de  absolvido  o  ginásio,  não  tem meios  suficientes  para  enfrentar  uma 

carreira mais elevada e vantajosa. Foi recebida com grande satisfação e bastante aplaudida a idéia 

do reverendíssimo Assistente Eclesiástico e foi logo resolvido de tomar as providências necessárias 

para que a  Escola  funcionasse  ainda neste  ano.  Foi nomeada uma  comissão para os  trabalhos 

preparatórios imediatos. (Livro nº1‐Atas da Paróquia de Itabaiana) 

É nesse clima de euforia e de grande vontade, que se dá a implantação da Escola Técnica 

de Comércio de  Itabaiana, com base no Decreto  ‐ Lei nº 6.141 de 28 de dezembro de 1943  (Lei 

Orgânica do Ensino Comercial), tem por finalidade em seu artigo primeiro, “estabelecer as bases 

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de  organização  e  de  regime  do  ensino  comercial,  que  é  o  ramo  de  ensino  de  segundo  grau, 

destinado às seguintes finalidades: 

1. Formar profissionais aptos ao exercício de atividades específicas no comércio e bem assim de funções auxiliares de caráter administrativo nos negócios públicos e privados. 2.  Dar  a  candidatos  ao  exercício  das mais  simples  ou  correntes  atividades  no comércio e na administração uma sumária preparação profissional. 3.  Aperfeiçoar  os  conhecimentos  e  capacidades  técnicas  de  profissionais diplomados na forma desta lei.  

No art. 3º do Decreto – Lei nº 6.141 – de 28 de dezembro de 1943 (Lei Orgânica do Ensino 

Comercial) previa que, os cursos de ensino comercial serão das seguintes categorias: a) cursos de 

formação; b) cursos de continuação; c) cursos de aperfeiçoamento. Já em seu artigo quinto que: O 

segundo ciclo do ensino comercial compreenderá cinco cursos de  formação, denominado cursos 

comerciais  técnicos:  Curso  de  comércio  e  propaganda,  Curso  de  administração,  Curso  de 

contabilidade, Curso de estatística e o Curso de secretariado. Especificando em Parágrafo único, 

que: Os  cursos  comerciais  técnicos,  cada  qual  com  a  duração  de  três  anos,  são  destinados  ao 

ensino  de  técnicas  próprias  ao  exercício  de  funções  de  caráter  especial  no  comércio  ou  na 

administração dos negócios públicos e privados.  

Desta forma se deu a implementação do curso Técnico em Contabilidade, na Escola Técnica 

de Comércio de  Itabaiana. Assim, nada mais apropriado para o povo  itabaianense  a  criação de 

uma escola de ensino profissionalizante, voltada para as atividades comercias, as quais é vocação 

do seu povo. 

 

Aspectos Econômicos e Políticos da Vida de Itabaiana‐SE 

 

Em seu processo histórico, uma característica acompanha o povo de Itabaiana, a tendência 

para agricultura e o comércio, o que se processa fazendo com que o itabaianense se entregue de 

corpo e alma ao trabalho, e nele se desenvolva economicamente.  

A  vocação  agrícola  é  um  fator  decisivo  do  desenvolvimento  de  Itabaiana  em  toda  sua 

história, embora não o único. O  seu desempenho econômico  se  faz através da  reforma agrária 

natural  que  se  implantou  desde  tempos  remotos,  com  a  constante  divisão  e  subdivisão  das 

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propriedades agrícolas, tornado‐as (hoje no total de 7.000), uma característica tipicamente local, 

desde os tempos da venda da caatinga do Padre Pedroso de Góis à Irmandade das Almas (LIMA, 

2002, p.70).  

A força da agricultura, aliada ao desenvolvimento do comércio proporciona a grandeza da 

economia  itabaianense.  As  incursões  do  itabaianense  no  comércio  informal,  durante  muitas 

décadas, prepararam, com toda certeza, a figura do comerciante sagaz, do homem inteligente que 

mergulha  no  comércio,  começando  do  nada  para montar  empresas  e  empresas  de  negócios, 

deixando  sua marca  em  várias  direções,  além de  plantar  uma  árvore  que  sabe  se  expandir  e 

caminhar  por meio  próprios,  tudo  de  forma  honesta,  da mesma maneira  que,  dessa  legião, 

nascem aqueles que, ao criar um grande cabedal, deixam no ar, eternamente, a dúvida acerca da 

origem da riqueza acumulada durante tantos anos. São dons, no primeiro caso, e circunstâncias, 

no segundo, que não se explicam (CARVALHO, 2009, p.206). 

A  pujança do  comércio de  Itabaiana  é  reconhecida  em  todo  o  Estado.  Vejamos  alguns 

dados  que  nos  foram  fornecidos  pela  Prefeitura  Municipal  de  Itabaiana.  São  hoje,  1252 

estabelecimentos  comerciais,  quando  em  1979,  eram  615.  Há  ainda,  no  comércio,  o  seguinte 

quadro: 5 supermercados; 5 cerâmicas; 15 olarias; 2 pedreiras; 1 terminal rodoviário; 3 mercados 

municipais; 2  casas  lotéricas; 31 panificações; 20  farmácias; 5  galerias; 8  clínicas particulares; 4 

laboratórios;  5  bancos;  8  postos  de  combustíveis;  12  fábricas  de  carrocerias  de  caminhões;  3 

revendedoras de pneus; 1  indústria de metal‐ferro; 1 curtume  (São Lourenço que emprega 100 

pessoas); 1 matadouro municipal, que abate 275 bois por semana; 220 moto‐táxi cadastrados; 220 

táxi;  60  topics  cadastradas;  e  3.000  caminhões  de  carga;  4 motéis  e  3  hotéis;  1  indústria  de 

beneficiamento de asfalto do Estado; 1 hospital  (Dr. Pedro Garcia); 1 maternidade  (São  José).   A 

indústria que praticamente não existe, não estimula investimentos, mas os exemplos de Estância e 

Propriá  recomendam ao povo de  Itabaiana  continuar naquilo que  sabe  fazer: plantar,  vender e 

comprar (LIMA, 2002, p.71).  

Enquanto o  itabaianense  se  tornava  rico,  criando uma  classe média,  independente, nem 

senhora  nem  escrava  de  ninguém,  o  que  sempre,  aliás,  se  constituiu  no  seu  maior  traço 

característico,  a  classe  agrícola  na  luta  do  homem  contra  a  terra  afeita  aos  instrumentos 

rudimentares do  campo, mas  sem  visão  intelectual das  coisas públicas, mal  sabendo  assinar o 

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nome,  teve  a  infeliz primazia de dar  ao município um elemento  fatal: o político.  Eles  também 

surgiram no meio dos comerciantes, fixos e ambulantes, que também aparecem na política como 

influentes nos destinos do município (CARVALHO, 1973, p.43).  

Para Carvalho (1973, p.44), o itabaianense em linha geral, prospera individualmente, e não 

raras vezes usando e abusando do poder, não teve olhos para enxergar outro horizonte, cruzando 

os  braços  para  o  progresso,  e  deixando  ainda  que  tudo  seguisse  uma  ordem  natural  de 

acontecimentos, na defesa da concepção de que nenhuma palha devia ser levantada para limpar o 

terreiro. 

Assim,  o  progresso  econômico  e  político  de  Itabaiana  segue  sozinho,  entregue  à  sua 

própria sorte, num indiferente incomum, sem nada dever a ninguém. 

É nesse quadro que se  inscrevem as  transformações que vem  reconfigurando  também a 

História  da  Educação.  É  assim  que  novos  temas  ganham  a  preferência  dos  historiadores  da 

educação,  dando  origem  a  novos  campos  de  pesquisa,  articulados  em  torno  de  investigações 

sobre práticas culturais, seus sujeitos e seus produtos (CARVALHO, 1997, p. 269).  

Segundo Chartier  (2009, p.18), em  cada um desses  lugares  impõe  à história não  apenas 

objetos próprios, mas também modalidades do trabalho intelectual, formas de escrituras, técnicas 

de provas e persuasão. Assim, em Itabaiana a Educação Profissionalizante tem sido uma forma de 

expressão  e  de  aparelhamento  para  a  ascensão  econômico‐político‐social,  de  uma  classe 

desprovida de recursos. 

Desta  forma,  buscando  compreender  o  processo  de  organização  e  funcionamento  da 

segunda instituição de ensino Profissionalizante do interior do Estado  (a primeira Escola Técnica 

de Comércio  foi  fundada em Própria, pelo mesmo Monsenhor  José Curvelo  Soares nos  idos de 

1951),  delimitamos  nosso  estudo  entre  os  anos  1967  e  1978,  estes  por  serem  os  anos  que 

marcaram o apogeu e declino da Escola Técnica de Comércio de Itabaiana.  

Para Chartier  (1990, p. 16), a história cultural,  tal como a entendemos,  tem por principal 

objeto identificar o modo como em diferentes  lugares e momentos uma determinada  realidade 

social é construída, pensada, dada a ler. Assim, busca‐se entender os procedimentos educacionais 

próprios  a esse  tipo de ensino, o que envolve  categorias  analíticas de estabelecer distinções e 

menções a teorias (NASCIMENTO, 2004, p. 27).  

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Para  Felgueiras  (2010,  p.  25),  não  fica  pela  definição,  mas  pontua  o  terreno  para  o 

desenvolvimento  de  investigação,  colocando  dúvidas  quanto  aos  instrumentos  conceptuais 

disponíveis para tratar alguns dos temas indicados, indicando fontes, precisando a crítica metódica 

a desenvolver no seu uso e indicando ainda três aspectos, que na sua ótica, deveriam merecer o 

interesse dos historiadores: a inculcação de habitus no espaço escolar e as manhas instituídas nas 

culturas infantis para lhes resistir; as transferências culturais da escola para sociedade e desta para 

a escola; o que  resta da escola quando ela acaba que marcas  imprimem nos  indivíduos e como 

repensar a orientação universalista da escola e o pluralismo do público que atende? 

Assim, se utilizar de uma visão de quem percebe as práticas escolares de fora do contexto, 

mesmo estando dentro deste, nos  remete a construir uma  realidade que se  revela diferente na 

sua acepção conceitual.  

Mas,  para  além  dos  limites  da  escola,  pode‐se  buscar  identificar,  em  um  sentido mais 

amplo, modos de pensar e de agir largamente difundidos no interior de nossas sociedades, modos 

que  não  concebem  a  aquisição  de  conhecimentos  e  de  habilidades  senão  por  intermédio  de 

processos  formais de escolarização  (JULIA, 2001, p.11), o qual nos mostra que devemos sempre 

questionar tais práticas, buscando redimensionar no tempo e no espaço onde elas definitivamente 

ocorreram,  infiltrando‐se no  terreno das  investigações e  colocando  sempre em dúvidas os  seus 

instrumentos conceituais. 

Portanto, pensar um conceito sobre cultura escolar e cultura material escolar, nos remete 

a indagar sobre problemas das trocas e transferências culturais que se operam através da escola e 

da  sociedade  (civilidade)  de modo  a  (re)definir  essas  transferências  culturais  da  escola para  a 

sociedade e desta para a escola. 

Assim, só nos resta indagar que marcas essas práticas culturais deixam nas pessoas quando 

a  escola  acaba? Ou  seja, para o  pesquisador,  é  necessário  lançar  um  olhar  onde  a  luz  que  o 

ilumine, alcance além do que se pode enxergar, no tempo e no espaço.   

 

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Aspectos Do Currículo e oProcesso de Formação 

   

  Historicamente,  os  profissionais  da  Educação  no  Brasil  utilizaram  o  termo  materiais 

escolares para designar o conjunto dos artefatos materiais necessários para o funcionamento das 

escolas envolvendo mobiliários e  acessórios,  infra‐estrutura do prédio escolar, equipamentos e 

utensílios  destinados  ao  ensino  das matérias  como  cartilhas,  livros de  leituras, mapas,  globos, 

laboratórios de física e química e outros.   

Assim concebidos, os materiais escolares receberam diferentes denominações ao longo do 

tempo: materiais  didáticos,  recursos  de  ensino, materiais  pedagógicos,  recursos  audiovisuais, 

materiais auxiliares, entre outros (SOUSA, 2007, p. 169). 

Dessa forma, o material escolar tem entrado em cena quase sempre como foco de análise 

principal dos profissionais em educação, como um componente da interpretação histórica, voltada 

para o estudo das representações e das práticas escolares.  

Para Sousa (2007, p. 170), é nesse contexto que a história da educação encontrou objetos 

como fontes e problemas de pesquisa a partir de dois recortes temáticos principais: a história das 

instituições  educativas  e  a  história da  leitura  e  da  escrita.    Sendo  assim,  os  historiadores  das 

instituições educativas passaram a dar ênfase à cultura escolar voltada para a análise dos aspectos 

internos da escola – o espaço e a arquitetura, o currículo e as práticas escolares tornando visível a 

constituição material das escolas. 

 

Metodologia 

 

O estudo proposto  tem por base a pesquisa histórica que  se  apóia nos pressupostos da 

Nova História Cultural. A pesquisa  levada nessa perspectiva  visa  a uma  interlocução dos dados 

coletados com os dados do  referencial  teórico que servirá de apoio, podendo ser  incorporado a 

essa  investigação outros  referenciais  teóricos que  se mostrarem necessários  (KRUGER, 2007 p. 

21). 

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Para  Lopes  e  Galvão  (2000  p.  44),  uma  das  marcas  da  História  da  Educação  hoje  é 

exatamente  seu  diálogo  permanente  com  a  produção  historiográfica  propriamente dita  e  seus 

arcabouços teóricos e metodológicos.   

Neste  sentido, optou‐se por  realizar  as pesquisas bibliográficas desenvolvidas  através de 

uma releitura de algumas obras da História da Educação e História do Ensino Profissionalizante, a 

partir de material já elaborado, constituído principalmente de obras de autores renomados. 

 A pesquisa se estenderá aos artigos científicos, Decretos e Lei (Decreto nº 7.566, de 23 de 

Setembro  de  1909,  Decreto‐Lei  nº  6.141  de  28  de  Dezembro de  1943,  Lei nº  4.024  de  20  de 

Dezembro  de  1961  LDB  e  a  Lei  nº.  5.692  de  11  de  agosto  de  1971  LDB),  como  também, 

publicações  de  cunho  técnico/científico,  e  sites  na  internet  que  se  relacione  com  o  objeto  de 

estudo. Alguns acervos serão consultados para subsidiar a pesquisa tais como: Instituto Histórico e 

Geográfico  de  Sergipe;  Arquivo  Público de  Sergipe;  Biblioteca  Pública  Epifânio  Dorea;  Arquivo 

Geral da Universidade  Federal de  Sergipe, Arquivo do  Instituto de Educação Rui Barbosa, Cúria 

Metropolitana e Paróquia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana.  

O estudo também se fará através de entrevistas estruturadas (depoimentos orais) com os 

atores sociais o que constitui uma forma simples e, normalmente, bastante eficaz e interessante 

de levantamento e identificação da percepção desses atores com o objeto de estudo (GIL, 1996, p. 

48).  

Apoiada em um roteiro ou questionário de consulta, a entrevista pode gerar um conjunto 

de informações que devem ser processadas e organizadas para identificar a visão da sociedade, a 

ser  considerada  no  objeto  de  estudo.  As  entrevistas  apresentam  uma  grande  vantagem  por 

permitir  uma manifestação  direta  e  individual  de  cada  um  dos  atores  sociais  (ex‐alunos,  ex‐

professores, ex‐diretores e ex‐secretária, da Escola Técnica de Comércio de Itabaiana), com tempo 

e liberdade para sua manifestação.  

Desta  forma,  como as  visões não  são, necessariamente,  convergentes,  as manifestações 

das diversas entrevistas constituem sugestões e subsídios para serem organizadas e  trabalhadas 

com outras formas de expressão da percepção de uma dada realidade.  

Para  Fenelon  (2008 p. 124),  toda  a produção do  conhecimento é  fruto de um  contexto 

social  e,  como  tal,  carrega  supostos,  pressupostos.  Ela  carrega  consigo,  nesses  supostos  e 

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pressupostos, uma teoria sobre a história, uma filosofia sobre a vida, sobre o mundo e, portanto, 

sobre a história que, certamente, marcam a investigação.  

Nessa  perspectiva  se  percebe  um  saber  cumulativo,  onde  o  conhecimento passa  a  ser 

incorporado de maneira mais ou menos  crítica pelos  atores  sociais, dentro de um universo de 

discussão, como produção social. Esse enfoque abrange não só o materialismo histórico, mais uma 

série de outras  correntes, que marcam  até hoje  a produção historiográfica  (FENELON, 2008, p. 

127). 

Desse modo, o estudo pretende dialogar  com  as  várias  fontes bibliográficas,  através de 

uma abordagem histórica a respeito da trajetória da Educação Profissional Brasileira, ainda pouco 

explorada, pesquisada e desconhecida para a maioria da nossa sociedade. Pretende‐se abordar a 

importância dessa modalidade educativa de ensino ao longo de sua História, as mudanças que se 

fizeram presente, a legislação e suas implicações. Sendo assim, nessa abordagem a Escola Técnica 

de Comércio de Itabaiana‐SE e a importância do Curso Técnico em Contabilidade na formação de 

profissionais Contabilistas são retratadas. 

 

Referências  BRASIL. Decreto Lei nº. 6.141 de 28 de Dezembro de 1943. Lei Orgânica do Ensino Comercial.   Disponível  em: <http://www.jurisway.org.br/v2/bancolegis1.asp?pagina=5&idarea=1&idmodelo=3574>. Acesso em: 08/08/2011. 

_______. Lei nº. 4.024 de 20 de dezembro de 1961. Lei de Diretrizes e Bases da Educação   Nacional.  Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm> Acesso em: 13/01/2011. 

______.  Lei  nº.  5.692  de  11  de  agosto de  1971.  Lei  de Diretrizes  e  Bases  da  Educação Nacional. Disponível  em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm> Acesso em: 08/08/2011. 

CHARTIER,  Roger. A História  cultural:  entre  práticas  e  representações.  Tradução Maria Manuela Galhardo.  Rio  de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. 

CARVALHO,  Marta  Maria  Chagas  de.  História  da  Educação:  notas  em  torno  de  uma  questão  de  fronteiras.  In; CARVALHO, Marta Maria Chagas de. A escola e a República e outros ensinos. Bragança Paulista: EDUSF, 2003. p. 257‐265. 

CARVALHO, Sousa Vladimir. Santas Almas de Itabaiana Grande. Aracaju: Imprensa Oficial do Estado de Sergipe, 1973. 

_________________. Vila de Santo Antônio de Itabaiana. Aracaju: Gráfica Editora J. Andrade Ltda, 2009. 

CASTRO, César Augusto. Infância e trabalho no Maranhão Provincial: uma história da Casa dos Educandos Artífices (1841‐1889). São Luis: EduFUNC, 2007. 

CURY, Carlos Roberto Jamil. et. al. A Profissionalização do Ensino na Lei nº. 5692/71. Trabalho apresentado pelo INEP à XVIII Reunião conjunta do Conselho Federal de Educação com os Conselhos Estaduais de Educação. Brasília, 1982. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4702.pdf> Acesso em: 13/07/2011. 

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Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5

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