Hiperemese Gravídica
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Hiperémese GravídicaEnfermagem em Saúde Materna e Obstétrica
Docente: Professora Ana AzevedoTrabalho elaborado por:Alexandre Pires nº25768
Carla Adro nº23968Maria Neiva nº25789
Marta Gil nº26789
3ºano, 1º Semestre2012/2013
Hiperémese gravídica
• Quadro grave de náuseas e vómitos intratáveis que pode condicionar
perda de peso (mais de 3 kg ou 5% de perda de peso), deficiências
nutricionais, desidratação, cetose, alterações hidroeletrolíticas
(hiponatrémia, hipocalémia e alcalose metabólica), aumento de
enzimas hepáticas e que pode requerer hospitalização (Garrão,
2003; Bobak, 1999; Philip, 2003).
Epidemiologia
• Náuseas e vómitos: entre 50%-90% das gestantes, auto-limitados,
restringem-se às primeiras 20 semanas de gravidez (Jueckstock, 2010;
Lowdermilk, 2002).
• Em cerca de 0,3% a 2% das gravidezes estas manifestações complicam-se :
Hiperémese gravídica
(Sonkusare, 2008; Philip, 2003; Montenegro, 2008).
Fisiopatologia
• Consiste na perpetuação das náuseas e vómitos para além das 20 semanas.
Sendo condicionada por componentes: fisiológica, psicológica e
sociocultural.
• Fisiológicas: hormona gonadotrofina coriónica humana (atividade
trofoblástica - gestação multifetal e doença trofoblástica), estrogénio,
progesterona, hormona adenocorticotropica, cortisol hormona de crescimento,
prolactina e serotonina.
Fatores de Risco
Hipéremese Gravídica
Obesidade
Distúrbios Metabólicos
Nuliparidade
Idade <20 anos
Baixa escolaridade
Aneuploidia
Alt. da função tiroideia
Doença trofoblástica
Hipéremese Gravídica
Ansiedade
Stress
Tensão emocional
Imaturidade, dependência
Histeria
Depressão
Fatores de Risco
Psicossomáticos:
Fatores de Risco
Hormonais:
Hipéremese Gravídica
Hormona gonadotrofina
coriónica humana
Prolactina
Estrogénios
Progesterona
ACTH
Hormonas pituitárias
Cortisol
Hormona de crescimento
Fatores de Risco
• Estes fatores atuam em conjunto, não podendo apenas um ser apontado como
fator etiológico da patologia.
• A infeção por Helicobacter pylori foi implicada como causa de hiperémese
gravídica, no entanto permanece incompreendido se são os elevados níveis
de H. pylori que aumentam a incidência de hiperémese ou se, pelo contrário, a
ocorrência de náuseas e vómitos conduz ao aumento desta bactéria (Philip,
2003).
Manifestações Clínicas• Quadro grave de náuseas e vómitos → perda de peso (superior a 5% do peso
prévio à gravidez), desidratação, cetose, alterações hidroelectrolíticas
importantes (hiponatrémia, hipocalémia e alcalose metabólica) e aumento de
enzimas hepáticas (Garrão, 2003; Montenegro, 2008).
• Desidratação → hipovolémia, hipotensão, taquicardia, aumento do
hematócrito e urémia → diminuição da eliminação urinária.
• Vómitos → perda de suco gástrico e conteúdos alcalinos da porção mais
baixa do tubo digestivo → desequilíbrios metabólicos (alcalose/acidose)
Manifestações Clínicas
• Dois graus de severidade:
• grau 1 - náuseas e vómitos sem comprometimento a nível
metabólico.
• grau 2 - inclui ainda profunda sensação de enjoo e com
desequilíbrio metabólico (Jueckstock, 2010).
Métodos de Diagnóstico
• Sintomas inespecíficos → importante excluir as causas mais
comuns de náuseas e vómitos: úlcera péptica, hepatite, pancreatite,
doença tiroideia, obstrução gastrointestinal e insuficiência
adrenocortical.
• Exames laboratoriais : hematócrito, eletrólitos, transaminases,
bilirrubina e testes da função tiroideia, bem como a presença ou
ausência de corpos cetónicos, a densidade e o pH da urina.
Métodos de Diagnóstico
• A ultrassonografia deve ser realizada de forma a excluir a gravidez
gemelar, neoplasias e doenças trofoblásticas.
• De forma a diagnosticar uma condição psicológica subjacente, deve
ser iniciado um diálogo com a paciente com vista a estabelecer uma
relação terapêutica com o profissional de saúde (Jueckstock, 2010).
Tratamento e Medidas Terapêuticas• As linhas de tratamento para a hiperémese gravídica são baseadas na
severidade dos sintomas e da forma como se manifestam.
• Abordagem inicial: alteração da dieta e de estilo de vida.
• Suporte emocional e psicossomático por um psicólogo ou outro
profissional com conhecimento específico nesta área.
• Se os sintomas não forem controlados → recorrer a fármacos →
ondansetron, metoclopramida, piridoxina (vitamina B6), meclizina,
dimenidrinato e difenidramina, mirtazapina, diazepam.
Tratamento e Medidas Terapêuticas
• Tratamentos não farmacológicos - tratamentos alternativos:
acupressão e gengibre.
• Pacientes que apresentem uma desidratação mais severa ou
cetonúria → hospitalização.
Tratamento e Medidas Terapêuticas
• Hospitalização: o tratamento da desidratação é o principal objetivo
desta medida.
• Colocar a doente em pausa alimentar, fornecer uma reidratação
rápida e suficiente, promover uma reposição do volume e de
eletrólitos, administração de vitaminas e de soluções parenterais
ricas em hidratos de carbono e aminoácidos.
• A reidratação é mais facilmente conseguida e tem maior resultado
no combate dos sintomas se for realizada via intravenosa.
Tratamento e Medidas Terapêuticas
• Se a hiperémese for refratária ao tratamento → recorrer ao uso de
corticoides (por exemplo hidrocortisona), estes fármacos são
considerados seguros, visto não causarem efeitos adversos para o
feto.
• O tratamento realiza-se até os vómitos cessarem e ocorrerem menos
de 3 vezes ao dia. Subsequentemente pode-se proceder à
reintrodução alimentar de forma gradual (Jueckstock, 2010).
Intervenções de Enfermagem
• Diagnóstico de enfermagem: Défice do volume de líquidos,
relacionado com a perda anormal secundária a vómitos e ingestão
inadequada.
Intervenções de Enfermagem• Ações
• Avaliar e registar o turgor da pele, estado das membranas, sinais vitais e densidade da urina.
• Pesar diariamente.• Observar os valores laboratoriais e comunicar anomalias.
Avaliar e registar cor, quantidade e frequência de vómitos.• Manter registo da ingestão e eliminação.• Iniciar terapia por perfusão IV, como prescrito, vigiar e infusão.• Administrar anti-eméticos prescritos.• Quando for permitida a ingestão oral de líquidos, fornecer os da
preferência da doente.• Encorajar a ingestão oral de líquidos, aumentando conforme a
tolerância.
Intervenções de Enfermagem
• Diagnóstico de enfermagem: Nutrição alterada: inferior às
necessidades orgânicas devido às náuseas e vómitos
persistentes.
Intervenções de Enfermagem
• Ações:
• Iniciar a ingestão oral prescrita pelo médico e tolerada pela
grávida.
• Providenciar pequenas quantidades de alimentos servidos de
forma atractiva e de acordo com as preferências. Aumentar as
quantidades lentamente de acordo com a tolerância. Observar
e registar a ingestão oral.
• A grávida deve consultar um nutricionista para desenvolver um
plano de refeições que vá de encontro às suas necessidades
nutricionais na gravidez, incluindo um horário às preferências da
doente e o ambiente para as refeições.
• Analisar com a grávida a importância da nutrição adequada durante
a gravidez.
• Verificar se a grávida compreendeu a informação sobre a nutrição.
• Avaliar a vontade de seguir o plano da dieta prescrito e encorajar a
sua colaboração.
• Vigiar o aumento de peso da grávida.
Intervenções de Enfermagem
• Diagnóstico de enfermagem: Medo relacionado com os efeitos
da hiperémese no bem-estar fetal
Intervenções de Enfermagem
• Ações: • Demonstrar aceitação pela perceção do medo da grávida.• Encoraja-la exprimir sentimentos e preocupações.• Ajudar a grávida a identificar as suas capacidades e
mecanismos de adaptação.• Providenciar informação relacionada com os riscos para o feto.• Encorajar a discutir as suas preocupações com a equipa de
saúde.• Ajudar a identificar as suas fontes de apoio e mobilizar
pessoa/grupo de apoio escolhido pela doente.• Encaminhar para consulta psicológica ou social se necessário.
Intervenções de Enfermagem