Fotojornalismo II - Panorama da profissão, jornalismo visual e fotos ilustrativas
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FOTOJORNALISMO II
Profa. Julia Dantas de Oliveira Penteado27/09/2016
FAAC UNESP/BAURU
ASSUNTO DE HOJE: PANORAMA DA
PROFISSÃO, JORNALISMO VISUAL,
FOTOJORNALISMO CIDADÃO,
DISPOSITIVOS MÓVEIS
... E o mercado, tá como?
Vídeo: Karolina Bergamo (2013)
Seria a “morte” do fotojornalismo?■O fotojornalismo também está sendo afetado
pela crise dos veículos impressos■O fotojornalismo já passou por outros
momentos de crise e readaptação:– TV x Revistas ilustradas (anos 1950 e 1960)– Fotografia digital x Credibilidade do
fotojornalismo (anos 1990) – Espetacularização e sensacionalismo (anos
1990)– Internet e produção de conteúdo cidadão
(anos 2000) – morte decretada por alguns
Forma tradicional de se entrar no fotojornalismo de imprensa
■Criar um portfolio e tentar vender fotos como freelancer para agências de fotojornalismo
■Agências nacionais: Gazeta Press (esporte), FuturaPress, Agência Eleven, Photopress, i7
■Agências maiores: AFP, Reuters, GettyImages
Competências básicas do fotojornalista■Domínio da linguagem, técnicas e
equipamentos fotográficos■Sensibilidade ■Capacidade de enxergar o valor notícia da
situação ■Rapidez de reflexos ■Curiosidade ■Intuição, senso de oportunidade ■Jogo de cintura
Segundo SOUSA (2004)
NOVO JORNALISMO VISUAL
Do “fotojornalismo” ao “jornalismo visual” de Fred Ritchin ou “jornalismo imagético”
O valor do contexto: tchau “instante decisivo”, oi “momento abandonado”
“Há muitos momentos decisivos no fruir das
situações” (Ed Kashi)
“Marlboro Marine” – James Blake – Fallujah, Iraque, 2004. Foto: Luis Sinco
Marlboro Marine - 2007
Vídeo: MediaStorm.org
O valor do contexto
■ Com as câmeras digitais gravando mais de 30 frames por segundo em full HD, perde-se o sentido do instante decisivo
■ Hoje, a fotografia jornalística é vista como uma porta de entrada do leitor para mais conteúdo. Ele clica para buscar revelar camadas de conteúdo e contexto – por isso ela deve ser instigante.
■ O fotojornalismo de contexto está sempre vinculado ao jornalismo longform. Como descobrir mais sobre a história que as fotos contam? A resposta disso deve ser oferecida ao usuário.
■ Com o espaço ilimitado da plataforma digital, cabe ao próprio fotojornalista escolher como desenvolver a sua narrativa (storytelling).
■ Ganha espaço novamente a fotografia de autor, já que o próprio fotógrafo é quem realiza a edição da reportagem
■Nova demanda do mercado: incorporar o trabalho de videografista no então fotojornalista
■Os jornais produzem vídeos para web distanciando-se do telejornalismo – mais próxima ao documentário (TV Folha, TV Estadão, Al Jazeera, Wall Street Journal, The New York Times)
■Transição do impresso para o vídeo nas redações
Fotojornalista videografista
Desafios:■Treinamento dos fotojornalistas antigos ■Investimento em acessórios de audiovisual
e recursos humanos ■Acúmulo de funções (fotógrafo +
videografista + repórter)■Mudança no olhar do fotojornalista – não é
mais um frame, mas uma história inteira
Fotojornalista videografista
Fotojornalista videografista
Vantagens:■O fotógrafo já tem um olhar desenvolvido para
captar cenas esteticamente boas ■Custo menor do que de uma equipe de reportagem■Maior discrição (equipamento e equipe), o que
possibilita ter uma visão mais intimista e informal do assunto
■Ao juntar o trabalho visual do fotojornalista com as vozes dos personagens, alcança-se um novo patamar de storytelling e autenticidade para o conteúdo, quebrando o “autoritarismo” da fotografia
The Power of Gold (New York Times)
Equipe: um jornalista brasileiro (infografista) e dois fotojornalistas
Dicas: vídeos jornalísticos para web
■Entrevista com os envolvidos sobre os bastidores da matéria (estratégia de edição da TV Folha)
■Mostrar a que veio nos primeiros 10 segundos ■Gravar muitas imagens, mesmo que não tão
boas, para não ficar nenhuma parte da história de fora
■Pensar previamente na edição para não faltar nenhuma imagem quando voltar da rua
■Ênfase e cuidado muito grandes na escolha da trilha sonora e da edição do vídeo
Renovação: a imagem ganha importância novamente nas narrativas jornalísticas imersivas
■Superação de limitações tecnológicas (bandas, qualidade da fotografia digital):– Parallax scrolling– Carregamento em fases (sites não são mais
tão pesados)– Conteúdo em camadas
Palavras-chave
VOLTANDO AO MERCADO...
Convergência no jornalismo
“La convergencia periodística es un proceso multidimensional que, facilitado por la implantación
generalizada de las tecnologías digitales de telecomunicación, afecta al ámbito tecnológico, empresarial,
profesional y editorial de los medios de comunicación, propiciando una integración de herramientas,
espacios, métodos de trabajo y lenguajes anteriormente
disgregados, de forma que los periodistas elaboran contenidos que se
distribuyen a través de múltiples plataformas, mediante los lenguajes propios de cada una.” (Salaverría,
García Avilés e Masip, 2007)
Trocando em miúdos: Prós ■Mais controle sobre o seu trabalho e como ele será
distribuído, que versão da história será contada, etc.■Possibilidade de advogar por causas que a grande
mídia não compra ■Prover contexto para as imagens (algo impossível
para fotos únicas - elas podem ter um poder emotivo grande, mas não contam o que aconteceu antes ou depois daquela foto).
■Supera a objetificação das pessoas no fotojornalismo, já que dá voz aos retratados
■Hoje, a web é o local onde o fotojornalista pode aumentar a audiência do seu trabalho, através de stills, áudio, vídeo e texto juntos.
Contras
■Audiência fragmentada ■Reprodução indevida das imagens, sem dar
créditos ou pagar pelo uso ■Falta de sustentabilidade no mercado:
pede-se mais, paga-se menos; menos assignments
■Concorrência muito maior (mais profissionais)
Oportunidades■Buscar trabalhos não só para jornais e revistas,
mas também para fundações, ONGs, instituições de caridade
■Fotojornalistas são publishers além de serem produtores; melhor engajar-se em uma comunidade específica e leal do que audiência de massa (Campbell)
■Sites de vendas de fotos amadoras (Demotix, 500px)
■Novas formas de financiamento (crowdfunding)■Cooperação através de coletivos
Dicas para o novo fotojornalista
■Pratique o marketing pessoal ■Modelo de atuação diversificado■Faça colaborações■Procure sempre gravar áudios ■Atualize-se sempre com relação às novas
técnicas e ferramentas
COLETIVOS FOTOGRÁFICOS,
PARTICIPAÇÃO CIDADÃ E DISPOSITIVOS
MÓVEIS
Coletivos fotográficos x Agências
“Ao assinar apenas com o nome do coletivo, não se está abrindo mão da autoria. É claro que os
integrantes continuam a atuar como autores, cada qual com sua história de vida e com sua forma de enxergar o mundo. Mas quando se envolvem em
um trabalho conjunto, perde o sentido de se reivindicar de forma individual cada foto. Até porque hoje em dia o ato de fazer uma foto é
apenas uma das etapas de criação. A discussão prévia e o tratamento posterior ao clique têm
relevância cada vez maior e as pessoas envolvidas nessas etapas também têm sua parcela de
participação”(Joao Kulcsár)
Cia de Foto: “Passe Livre” (2013)
Cia de Foto: “Passe Livre” (2013)
Cia de Foto: “Passe Livre” (2013)
Características dos coletivos fotográficos
a) Visibilidade topográfica: uma maior amplitude espacial coberta pelos coletivos b) Detalhamento visual: graças a melhorias tecnológicas e integração sistêmica com outros dispositivos c) Velocidade de circulação: não mais restrita a fotógrafos profissionais d) Diversidade: o aumento quantidade de imagens produzidas também aumenta as experimentações e) Multivozes: o trabalho do fotógrafo passa por uma metamorfose e se transforma em uma ação coletiva
Cia de Foto para Folha (2008)
Coletivos fotográficos: movimento típico da era de convergência cultural e tecnológica ■ Comunicação muitos para muitos ao invés de um para
muitos ■ Quebra do olhar único sagrado do fotógrafo
SILVA JR, QUEIROGA (2010)
■ Abertura para um mercado de nicho e possibilidades criativas
■ As articulações do sistema visual atual giram em torno da produção multiplataforma, multimídia e com versatilidade para operar em diversos sistemas e criações e compartilhadas e coletivizadas – cultura do remix -----
Fotojornalismo cidadão■ Fotojornalismo cidadão – a fotografia como forma de se
exercer a cidadania ■ “Concorrência” com fotógrafos? Há imediatismo da
fotografia do cidadão, mas fotógrafo é depois enviado para cobertura aprofundada (visão de Simonetta Persichetti)
■ Baixo número de fotos aproveitáveis
■ Principalmente fotos de paisagem e fotos-denúncia
#AmanhecerEstadao
#EntardecerEstadao
Realidade atual: consumo via dispositivos móveis ■ Jornalismo visual –
produção por e para dispositivos móveis
■ Menos tempo, menor tamanho, mais quantidade de imagens
■ Fotografia deve ser acessível para todos os usuários
Snapchat: a mais recente fronteira
Mashable Tech Tuesday “It’s safer internet day”
A look at Nigeria’s election day – Washington Post
O que a imprensa ganha estando no Snapchat?
Uma das novas formas de se fazer jornalismo visual
■Storytelling■Interação e experimentação■Proximidade e valorização do trabalho do
jornalista ■Alcançar novos públicos
Quais são as próximas fronteiras que o fotojornalismo (ou “jornalismo visual”) deverá atravessar?
USO DO ESTÚDIO NO
FOTOJORNALISMO
4. Ilustrações fotográficas (ou fotos ilustrativas)
■ Podem ser de uma fotografia única ou fotomontagem
■ Podem ser a base para a foto-opinião e foto-análise ■ Todas são imagens fabricadas e planejadas para
causar um certo tipo de efeito ■ Técnicas de estúdio (principalmente de iluminação)■ Concretização fotográfica de ideias, muitas vezes
vagas (desafio de resolver “problemas fotográficos”)
Uso mais comum (fotos de banco de imagem)
Fotomontagem ilustrativa (foto-opinião)
Fotos ilustrativas
Fotos ilustrativas