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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia Fevereiro 2015 Compreendendo o adversário 26 PRISÕES ABERTAS NO QUÊNIA História por Trás da história 14 A Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia SÃO

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February 2015 Portuguese

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Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 11, Nº- 2, Fevereiro de 2015.

www.adventistworld.orgOn-line: disponível em 11 idiomas

Tradução: Sonete Magalhães Costa

A r t i g o d e C A p A

16 Prisões são abertas no

Quênia Ben BoggessAuditório de presidiários encontra liberdade em Cristo.

8 V i s ã o M u n d i a l

A justiça abrangente de Cristo Ted N. C. Wilson Seu presente para nós.

12 d E V o C i o n a l

Além de chocolate quente Anna Bartlett Andar a segunda milha para demonstrar

compaixão.

14 C R E n Ç a s F u n d a M E n T a i s

A História por trás da história Keldie Paroschi Antes de tomar partido, precisamos saber

o que está em jogo.

22 V i d a a d V E n T i s T a

Campanhas de computadores para Cristo

Michael Dant Campanhas evangelísticas adaptadas

ao século 21.

24 H E R a n Ç a a d V E n T i s T a

Annie Nathan Thomas Antes de morrer muito jovem, ela era uma

das estrelas do movimento.

20 E s P Í R i T o d E P R o F E C i a

Uma visita à prisão

26 R E s P o s T a s a

P E R G u n T a s B Í B l i C a s

Compreendendo o adversário

27 E s T u d o B Í B l i C o

Heróis que merecem ser seguidos

28 T R o C a d E i d E i a s

S e Ç Õ e S

Fe vere iro 2015

3 n o T Í C i a s d o M u n d o

3 Notícias Breves 6 Notícia Especial 10 Igreja de um dia

11 s a Ú d E n o M u n d o

Cirurgia do câncer de próstata

BATISMOS: Sábado de batismos na prisão de segurança máxima em NaivashaF o t o p o r B E N S o N o C H I E N G o B o L L A

2 Adventist World | Fevereiro 2015

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N o t í C i A S d o M u N d o

S e Ç Õ e S

■ As manchetes das notícias vindas do Iraque podem ser horríveis, mas uma nova igreja adventista está sendo construída no norte do país; em Bagdá, os adventistas estão convidando os vizinhos para os cultos aos sábados, e a ADRA está inaugurando um escritório para oferecer assistência humanitária.

“Muitas coisas maravilhosas estão silenciosamente acontecendo por trás dos bastidores”, disse Homer Trecartin, presidente da Igreja Adventista no Oriente Médio e da União do Norte da África, que recentemente visitou o Iraque por quatro dias.

O Iraque tem sido um assunto de oração para os adventistas de todo o mundo devido a um surto de violência militante contra grupos mino-ritários, incluindo os cristãos. Em agosto, Ted N. C. Wilson, presidente da igreja mundial, pediu orações especiais e disse que não mais de 50 adventistas permaneceram nesse país do Oriente Médio.

Trecartin confirmou que há cerca de 50 membros registrados nos livros, mas ele foi inspirado ao ver uma igreja pequena, mas vibrante, durante sua visita.

Os adventistas que fugiram da violência e se mudaram para Erbil, cidade de mais de 1,5 milhão de habitantes, ao norte, são gratos às auto-ridades curdas do governo por ajudá-los a registrar a Igreja Adventista ali e por conceder a permissão para construir a casa de culto, disse ele.

“A construção do prédio está em curso e incluirá a nave da igreja, escritórios e dois apartamentos”, disse ele.

Adventistas adoram em um apartamento alugado em Erbil, cidade com mais de 1,5 milhão de habitantes no norte do Iraque (sábado, 22 de novembro).

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Foi construída uma nova igreja e a ADRA abre um escritório.

O rapaz de 19 Anos de idade me encarou do outro lado da recepção da prisão aberta,

com seu corpo curvado pela tensão e olhos arregalados pelo medo.

“Pastor”, ele implorou com um sussurro, “o senhor precisa me ajudar a sair daqui. Não sei se vou sobreviver .”

Sua história: um adolescente adventista, se envolveu em problemas ao cometer um crime pelo qual foi preso. Na sentença, o promotor deu a ele a opção de seis meses em um campo de trabalhos forçados ou um ano inteiro na penitenciária estadual. Certo de que poderia encarar qualquer desafio físico que o sistema pudesse impor a ele, meu jovem amigo tinha optado pelo período mais curto, naquele campo de trabalhos forçados, deci-são da qual agora estava arrependido.

“Se sou pego muitas vezes não olhando na direção correta na fila de chamada”, sussurrou ele com voz rouca, “tenho que carregar uma gravata de madeira de linha de trem por seis horas – o tempo todo – para as refeições, para o trabalho, para todo lugar que eu for. Se eu colocá-la no chão, o castigo é dobrado.”

Em qualquer outro ambiente, eu teria envol-vido meu amigo com um abraço apertado para lembrá-lo tanto física como espiritualmente de que ele não estava sozinho, de que ele ainda era extremamente importante para nós – “do lado de fora”. Mas os guardas armados proibiam especifi-camente os abraços. Portanto, eu tinha que confiar nas palavras, cuidadosamente escolhidas.

“Não interessa o que você fez”, murmurei, “você ainda é profundamente amado por Deus, por sua família, por mim e pelos seus amigos. Essas paredes, essas cercas, não mudam nada. Estamos orando por você, todos os dias, e quando for libertado estaremos esperando para orar com você enquanto Deus constrói sua nova vida.”

Tive que dizer essas mesmas frases muitas vezes durante meus 35 anos de ministério. Todas as vezes que elas são repetidas, sou lembrado de que as pessoas na prisão são impressionantemente iguais às que estão fora daquelas paredes – lutam contra a solidão, a tristeza, a culpa e os sonhos desfeitos. Apesar de todas as nossas diferenças aparentes por observar a lei, somos, no fundo, pes-soas que necessitam de companheirismo, perdão,

restauração e um abraço ocasional.Ao ler o artigo de capa deste

mês, ore por aquela pessoa na prisão a quem o Espírito trou-xer à sua mente. Em seguida, de alguma maneira, tente encon-

trar uma forma de amenizar seu sofrimento .

Você me visitou

estão acontecendoNo Iraque

coisas maravilhosas

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N o t í C i A S d o M u N d o

“Atualmente, os membros se reú-nem aos sábados em um apartamento alugado, onde amigos, vizinhos, e, ocasionalmente, alguns refugiados se unem a eles.”

O número de membros de igreja é pequeno, e eles moram longe de suas antigas casas, mas estão ativamente evangelizando os que estão em pior situação, disse ele.

Junto com George Shamoun, líder da Igreja Adventista no Iraque, os membros usaram os próprios recursos, doações de outros e uma contribuição especial da Adventist Frontier Missions para construir instalações sanitárias em vários centros para desabrigados locais, para distribuir cestas básicas, e doação de roupas de frio e cobertores.

Espera-se que mais trabalho huma-nitário seja realizado muito em breve, com o registro do escritório da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recur-sos Assistenciais - ADRA, no Iraque.

Após muito trabalho, o escritório do Iraque foi registrado com as autori-dades, e está no processo de trazer uma equipe e estabelecer os projetos para oferecer muito mais assistência, disse Trecartin.

O evento no estádio da capital San Salvador, no final de novembro, marcou o clímax das 93 campanhas evangelísti-cas organizadas por Carter. Ele formou uma equipe de 93 pastores de toda a América Central, com 100 pastores locais para realizar as conferências simultaneamente, por três semanas.

A ex-presidente de El Salvador, Ana Vilma de Escobar, que estava entre o grupo atual e ex-líderes governamentais presentes nas reuniões de Carter, disse ao evangelista que ele levou a men-sagem sobre Jesus que seu país estava desesperadamente necessitando ouvir.

“Essas reuniões são exatamente o que necessitamos neste momento”, disse ela. –Vania Chew, South Pacific Adventist Record, com reportagem adicional da equipe da Adventist World.

Quênia: 8 são mortos em massacre

■ Pelo menos oito adventistas estavam entre os 28 passageiros do ônibus mas-sacrado por extremistas muçulmanos,

Ainda há poucos adventistas que moram em Bagdá e eles falam de Jesus com seus vizinhos, disse ele. Todos os sábados, os membros da igreja se reú-nem para o culto de adoração, cheio de amigos e vizinhos.

“Por favor, continue a orar pela Igreja Adventista do Sétimo Dia no Iraque”, disse Trecartin.– Equipe da Adventist World

El Salvador: 4.800 batizados ■ O evangelista australiano, John

Carter, agradeceu a Deus pelos mais de 4.800 pessoas batizadas durante a série evangelística de três semanas em El Sal-vador, país da América Central imerso em tumulto e crime.

“Ficamos impressionados com a fome espiritual desse povo”, disse Carter após falar para uma multidão de apro-ximadamente 52 mil pessoas no último dia da campanha, no Estádio Cuscatlán, maior estádio da América Central e sede do time de futebol de El Salvador. “A Deus toda a Glória.”

IGREJA EM CONSTRUÇÃO: George Shamoun, líder da Igreja Adventista no Iraque, visita a construção de uma igreja adventista, em Erbil, Iraque.

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GRANDE RESULTADO: Evangelista John Carter fala para cerca de 52 mil pessoas no Estádio Cuscantlan em San Salvador, El Salvador, dia 29 de novembro.

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N o t í C i A S d o M u N d o

em uma manhã de sábado, no norte do Quênia, comunicou a Divisão África Centro-Oriental.

No final de novembro, militantes da Al-Shabaab pararam o veículo de Nairóbi e interrogavam os passageiros para determinar se eram ou não mu-çulmanos. Testemunhas disseram que os que davam respostas insatisfatórias eram levados para o lado e fuzilados.

É provável que àquela hora da manhã, os adventistas no ônibus estivessem indo para a igreja, quando sofreram o ataque.

“Nosso coração dói pelas famílias que perderam seus queridos, incluindo crianças, em assassinatos brutais e sem nexo”, disse em declaração, Ted N. C. Wilson, presidente da Igreja Adventista mundial.

“Não conseguimos entender esses terríveis acontecimentos”, disse ele. “Entretanto, o Espírito Santo, como confortador, pode dar apoio e sustento em meio a uma tragédia tão traumática. Temos que orar por essas famílias que sofreram essa grande perda.”

Blasious Ruguri, presidente da Di-visão África Centro Oriental, disse que ficou “sem palavras” com os assassinatos “sem sentido e diabólicos”.

“Não consigo imaginar que Jesus ainda demore muito mais!” escreveu em resposta ao e-mail de condolências do Pr. Wilson. “Ele precisa voltar ontem! Pastor, com esse tipo de acontecimento, este mundo se tornou insuportável.”– Equipe da Adventist World

Índia: 50 crianças dão seminários

■ Cinquenta crianças apresentaram seminários sobre saúde e marcharam com cartazes em uma cidade do sudo-este da Índia se unindo aos esforços da igreja adventista de encontrar uma nova maneira de falar de Jesus naquela região do país.

ção do jornal local, que publicou um artigo que despertou interesse adicional ao seu propósito.

Cerca de 50 milhões de pessoas vivem em Andhra Pradesh, o oitavo maior estado entre os 29 da Índia. Cerca de somente 1,5% da população é cristã, sendo a maioria de 92% de hindus.– Equipe da Adventist World

Uganda: Apelo Sobre o Sábado

■ O líder da Igreja Adventista na Uganda fez um apelo pessoal ao presi-dente desse país do Leste Africano, para expandir a liberdade religiosa, permi-tindo aos adventistas não trabalhar ou estudar aos sábados.

Yoweri Kaguta Museveni, presi-dente, não respondeu imediatamente ao pedido feito por John Kakembo, presidente da União-Missão de Uganda, em campanha de arrecadação de fundos para uma nova igreja na capital, Kampala. Mas, elogiou os adventistas como honestos.

“Assim brilhe também a sua luz, para que outros vejam as suas obras

A um custo de apenas 200 dólares, os alunos de ensino médio da Escola Adventista Miryalaguda, compartilha-ram a mensagem de saúde com vários milhares de pessoas entre os 115 mil habitantes em Miryalaguda, disse Robert L. Robinson, assistente admi-nistrativo do presidente da Divisão Sul-Asiática da igreja.

“Estamos testando para ver se essa é uma boa abordagem para começar a alcançar as cidades do estado de Andhra Pradesh com a mensagem do evange-lho”, disse Robinson, que esteve presente ao evento.

Ao que tudo indica o experimento funcionou, disse ele.

Os alunos, usando os uniformes azuis da escola e acompanhados por uma escolta da polícia, recentemente apresentaram palestras em três locais distintos. Eles também marcharam com cartazes feitos por eles mesmos, conten-do frases como “O Álcool é uma Bebida Diabólica” e “Fumar Faz Mal à Saúde”.

Robinson estima que duas mil pessoas assistiram as palestras e muitas mais assistiram ao desfile.

A iniciativa também chamou a aten-

MARCHA PELA SAÚDE: Alunos da Escola Adventista de Ensino Médio Miryalaguda compartilham a mensagem de saúde com os residentes de Miryalaguda, Índia.

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Fevereiro 2015 | Adventist World 5

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N o t í C i A S d o M u N d o

Estudantes muçulmanos de uma escola adventista na ex-União Soviética, tinham tanta certeza de

que Deus interviria na mudança do dia dos seus exames finais do sábado para outro dia, que permaneceram solidários a seus colegas de classe adventistas, recusando-se a fazer os exames em uma escola pública, mesmo correndo o risco de não se formar.

A fé dos adolescentes foi recom-pensada.

No último minuto, o governo do país de maioria muçulmana, autorizou a remarcação dos exames, impressio-nando os professores adventistas que passaram vários dias angustiados com a situação.

Mais impressionante ainda foi o fato de que a autorização veio do escritório de um ministro que recentemente forçou a escola adventista a remover a palavra “cristã” de seu nome.

“Os alunos muçulmanos decidiram permanecer firmes aos princípios de não trabalhar ou estudar no sábado que aprenderam na escola adventista, e essa foi uma decisão maravilhosa”, disse Guillermo Biaggi, presidente da Divisão Euro-Asiática da Igreja Adventista,

cujo território inclui a maior parte da ex-União Soviética.

“Deus não apenas inspirou alguém do governo para mudar o dia dos exames, mas também inspirou os estu-dantes a colocar sua confiança em nosso Criador e Redentor”, disse ele.

A história sobre os exames no sábado surgiu em recente reunião de negócios de final de ano realizada na Divisão Euro-Asiática. A Adventist Review não está identificando a escola ou sua localização, para evitar compli-cação em seu trabalho.

“A única esperança era Deus” O ano letivo de 2013-2014 foi mui-

to difícil para essa escola frequentada por 280 alunos com idades entre 6 e 17 anos, pois enfrentou vários desafios impostos pelas autoridades e outras pessoas não contentes com a presença de uma escola cristã em um país mu-çulmano, disseram os líderes da igreja.

Mas nada preparou os professores para a surpresa do decreto do Minis-tério da Educação determinando que os exames finais para a nona e décima primeira séries fossem realizados no sábado.

e louvem o seu Pai que está nos céus” (Mt 5:16), disse Museveni em discurso, citando as palavras de Jesus.

Essa não foi a primeira vez que ele foi pressionado sobre o sábado. Jan Paulsen, quando era presidente da Igreja Adventista mundial, de 1999 a 2010, levantou a questão com Muse-veni quando um tribunal local estava julgando um apelo feito por estudantes adventistas contra prestar exames uni-versitários no sábado. O tribunal não apoiou os estudantes.

A observância do sábado pode ser um desafio para muitos dos 261 mil adventistas que vivem em Uganda, país com 36,9 milhões de habitantes.

“Já perdi seis empregos por causa do sábado”, disse John Nyagah Gakunya, durante recente discussão sobre a observância do sábado n página do Facebook da Adventist World.

Mas Gakunya disse que não desani-mou. “Eu permaneci fiel a Deus e diria que servir a Deus não é uma perda”, afirmou ele. “Honra a Deus e Ele irá honrar você.”– Samuel Mwebaza, diretor de comuni-cação da União Missão e da equipe da Adventist World.

REUNIÃO EM UGANDA: Presidente ugandês Yoweri Museveni, segundo à direita, conversando com os líderes adventistas em um evento em Kampala, em 22 de novembro.

Adolescentes muçulmanos se unem a adventistas e se

exames aos sábadosrecusam a realizar

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Andrew McChesney, editor de notícias da Adventist World

Professores falam sobre duplo milagre em escola adventista na ex-União Soviética.

6 Adventist World | Fevereiro 2015

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Esquerda: A ESCOLA: A Escola Adventista tem 280 alunos com idades entre 6 a 17. Abaixo: FORMANDOS: Muçulmanos e adventistas da 11ª série, em uma festa de formatura.

N o t í C i A S d o M u N d o

Os professores começaram a orar. Alguns dos alunos da décima primeira série eram de famílias adventistas, mas não havia nenhum aluno adventista na nona série.

Todas as tentativas de atrasar os exames por um dia, para o domingo, pareciam falhar. Nenhuma das auto-ridades educacionais queria assumir a responsabilidade da autorização da mudança. A diretora da escola enviou uma carta para um funcionário do Ministério da Educação que prometeu ajudar, mas não recebeu resposta.

“A única esperança era Deus”, disse o diretor em declaração enviada pela Divisão Euro-Asiática.

Ela reuniu os estudantes para expli-car a situação. Disse que a escola ainda estava tentando remarcar os exames, mas não prometia ser bem-sucedida. Disse também que tinha feito arranjos com uma escola pública próxima para aplicar os exames para aqueles que desejassem.

“Isso deu a cada aluno a oportu-nidade de tomar sua decisão, sabendo muito bem as consequências de sua decisão”, disse a diretora.

Os alunos da décima primeira série que deixassem de fazer o exame, não se formariam. A décima primeira séria é a última antes da formatura do ensino médio na ex-União Soviética.

“Isso é impossível!” De repente, apenas dois dias antes

dos exames, a diretora recebeu um telefonema do Ministério da Educação.

tilhou a notícia com os alunos. Mas quando percebeu que eles não demons-traram muita emoção, pensou que não tinham entendido e repetiu a história. Então, um dos alunos quebrou o silên-cio com uma explicação que a diretora achou ainda mais inacreditável do que a permissão de última hora do ministro para mudar os exames.

O aluno disse: “Nunca duvidamos de que Deus ajudaria a resolver essa situação.”

A diretora descobriu que nenhum dos alunos havia se inscrito para fazer os exames no sábado, na escola pública. Ao conversar com eles, ela soube que os alunos tinham visto tantas manifesta-ções do poder de Deus durante aquele ano escolar tão difícil, que concluíram que Deus não abandonaria a escola em algo tão simples como um exame esco-lar no sábado. Os alunos muçulmanos decidiram se unir aos seus colegas de classe adventistas e permanecer fiéis ao sábado bíblico.

“Filhos de famílias não adventistas viram como Deus está dirigindo nossa escola e creram de todo o coração que o problema seria resolvido”, disse a dire-tora. “Só nós, os professores adventistas é que estávamos preocupados.” ■

A ligação era de um assistente adminis-trativo do ministro, disse que seu chefe tinha escrito uma resposta para a carta aparentemente extraviada e que a escola podia enviar alguém para buscá-la.

A diretora disse que esse telefonema fez com que ela perdesse toda a espe-rança, porque o ministro da educação era a mesma pessoa que tinha forçado a escola a mudar seu nome apenas algu-mas semanas antes.

E isso não era tudo.“Antes do telefonema, esperávamos

poder aplicar os exames em um dia diferente sem sermos descobertos pelos funcionários da educação”, disse ela. “Mas agora que o governo havia dado uma resposta oficial, seria im-possível aplicar os exames sem sermos notados.”

A diretora estava chocada. Ela se lembra de que quando abriu o envelope da carta do ministro, exclamou: “Isso é impossível! Como o Senhor é bom!”

O que aconteceu foi que o ministro da educação teve que fazer uma viagem de trabalho, e o pedido da escola foi atendido por outro ministro, que autorizou a realização dos exames no domingo.

A diretora ansiosamente compar-

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V i s ã o M u n d i a l

Ao chegarmos rapidamente ao epílogo da história desta Terra, Cristo é nossa justiça e única esperança. Jesus em breve voltará!

Em preparação para o retorno de Cristo, nós, como o antigo Israel, somos chamados a seguir os conselhos de Deus registra-dos em 2 Crônicas 7:14* – nos humilhar, orar, buscar a face do Senhor e abandonar nossos maus caminhos. Somos convidados a nos humilhar diante de Cristo, reconhecendo que é somente por meio dEle que “vivemos e nos movemos” (At 17:28).

Alguns críticos acusam os adventistas do sétimo dia de ensinar ou promover o legalismo – justiça pelas obras. Nada

pode estar mais longe da verdade. A voz dos adventistas deve soar mais alto proclamando que a salvação é por Cristo e somente por Ele! As duas grandes provisões da salvação – justificação e santificação – não podem separar-se, pois consti-tuem a plenitude de Cristo, nossa justiça.

Seus planos e não os nossos Às vezes, parece haver confusão sobre justificação e santi-

ficação, e como elas se relacionam entre si e a nossa salvação. Alguns promovem a justificação, excluindo a santificação, e chegam à «graça barata». Outros se concentram quase exclu-sivamente na santificação, e chegam no «perfeccionismo» ou salvação legalista pelas obras.

Mas a justiça abrangente de Deus envolve a totalidade tanto da justificação como da santificação. É Seu plano, não o nosso. É a Sua maneira de nos levar a uma relação imediata e de longo prazo com Ele, como preparo para passar a eterni-dade ao Seu lado.

Paulo escreveu que devemos tudo a Cristo: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:8-10).

É a graça de Deus e somente o Seu poder, que faz essa obra em nós, ao aceitarmos o manto justificador da justiça de Cristo que nos declara perfeitos aos olhos de Deus. Assim, imediata-mente após aceitarmos o poder que acompanha a justificação,

Ted N. C. Wilson

A justiça

Cristo começa a nos santificar, nos transformar à Sua imagem gloriosa. Toda essa mudança é a justiça abrangente de Cristo.

Não legalismo egoísta Esse não é um convite ao legalismo egoísta, mas um con-

vite direto à justiça pela fé em Deus. Quando aceitamos Jesus em nossa vida, acontece uma conversão milagrosa, cheia do Espírito, e Cristo nos transforma à Sua semelhança para que sejamos mais e mais semelhantes a Ele. É por isso que os bêba-dos ficam sóbrios; pessoas imorais se tornam íntegras; pessoas mesquinhas se tornam pacificadoras; pessoas egocêntricas se

tornam altruístas, generosas e benfeitoras. É por isso que os inconversos se convertem – tudo por causa do poder de Deus que começa a produzir o fruto do Espírito em nossa vida.

A provisão para esse relacionamento correto é descrito em um dos versos mais poderosos da Bíblia: “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Deus o Pai, ofe-receu Seu Filho perfeito como sacrifício por nossos pecados para que pudéssemos tomar parte na justiça perfeita de Cristo.

Essa é a experiência de “nascer de novo” proclamada por Jesus: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3).

Nascer de novo A experiência de nascer de novo nos torna novas criaturas.

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5:17).

Por meio da direção do Espírito Santo, ao confessarmos os nossos pecados e cairmos ao pé da cruz, somos purificados de nossos pecados e recriados à imagem de Deus (veja 1Jo 1:9).

Essa é a justiça abrangente de Cristo – somos salvos pela graça e vivemos pela graça – tudo por meio de Jesus Cristo! Podemos afirmar como o apóstolo Paulo, “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim” (Gl 2:20).

Quando aceitamos Cristo e Sua justiça, também O se-guimos acreditando e aceitando Suas maravilhosas verdades

abrangente de Cristo

8 Adventist World | Fevereiro 2015

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reveladas nas doutrinas da Bíblia – todas centradas nEle. Paulo indica que não foi “por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3:5). E afirma, ainda: “justificados por graça, nos tornemos Seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Fiel é esta pa-lavra, e quero que, no tocante a essas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras” (versos 7, 8).

As boas obras são a manifestação do poder santificador de Cristo. O Espírito Santo opera em nós para nos tornar mais e mais semelhantes a Cristo. Para nossa santificação, somos totalmente dependentes de nossa relação com Cristo. Essa é a justiça de Cristo.

A Justiça de Cristo O Espírito de Profecia nos leva a uma compreensão

profunda sobre a verdade bíblica da justiça de Cristo. O texto a seguir, do livro Caminho a Cristo, é, ao mesmo tempo, escla-recedor e inspirador:

“Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça […] E ainda mais, Cristo mudará o coração. […] deveis manter essa ligação com Ele pela fé e sujeitar sua vontade a Ele; e enquanto isso fizerdes, Ele operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Podereis então exclamar: ‘A vida que agora vivo na

carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entre-gou a Si mesmo por mim’” (Gl 2:20; Caminho a Cristo, p. 62, 63).

Não admira que Paulo declare: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não te-mos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:14-16).

Obra de uma vida Que nenhum adventista do sétimo dia pense ser melhor

do que ninguém, ou acuse outros de não serem santos e per-feitos. Ao pé da cruz todos somos pecadores e necessitados de um Salvador que nos ofereça a Sua justiça.

Ao nos consagrarmos a Cristo, e permitirmos que trabalhe em nós para que permaneçamos junto dEle e de Sua Palavra, podemos compreender melhor essas inspiradas palavras: “Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se repro-duzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus” (Parábolas de Jesus, p. 69).

O caráter de Cristo é perfeitamente reproduzido em nossa vida quando nos entregamos inteiramente a Ele. Devemos permi-tir que diariamente o Espírito Santo nos transforme mais e mais à Sua semelhança. Essa é uma obra para a vida toda. Devemos pedir pelo caráter do Salvador Jesus em nossa vida ao aprendermos as lições práticas de obediência a Ele, através do Seu poder.

Não devemos trabalhar no que possa ser chamado de “perfeccionismo”, refletindo uma lista legalista. Também não devemos apontar os defeitos dos outros ou trazer discórdia para dentro da igreja com a pretensão de que somos mais justos do que os outros.

Ellen White observa: “Ninguém que reivindica a santidade é realmente santo. Aqueles que são registrados como santos nos livros do Céu não estão cientes do fato, e são os últimos a se orgulhar de sua própria bondade. Nenhum dos profetas e apóstolos nunca professou santidade. […] O justo nunca faz tal afirmação. Quanto mais se assemelham a Cristo, tanto

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O caráter de Cristo é perfeitamente reproduzido em nossa vida quando nos entregamos inteiramente a Ele.

Seu presente para nós

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V i s ã o M u n d i a l

mais se lamentam de sua dessemelhança com Ele” (True Revival, p. 62).

Sua graçaEntão, como devemos entender o

plano de salvação nestes últimos dias da história da Terra? Não será pela graça barata. Ela nega o poder transformador do Espírito Santo para mudar nossa vida, dia a dia, e nos tornar cada vez mais semelhantes a Cristo.

Não será pelo comportamento lega-lista. Ele bloqueia o único caminho para a salvação – total dependência de Jesus Cristo, nosso único meio de salvação.

Não será por uma abordagem inte-lectual, altamente crítica. Ela destrói o próprio milagre da conversão e santifi-cação, e retira da salvação de Deus o seu poder de mudar vidas.

Somente a justiça abrangente de Cristo oferece justificação e santificação que irão nos salvar e nos transformar em verdadeiros discípulos de Cristo. Isso é o que Jesus faz tanto por nós como em nós. Por Sua graça, podemos receber o poder divino e Seu caráter à medida que somos transformados mais e mais semelhantes a Ele.

Sabemos pelo Espírito de Profecia que a justificação pela fé é o cerne das três mensagens angélicas. Que privilégio poder exortar as pessoas para que voltem à verdadeira adoração a Deus, reconhecendo Sua justiça e salvação abrangentes. A culminação da graça salvadora de Cristo e justiça será dar as boas-vindas a Ele em Sua segunda vinda – prova para o mundo de Sua salvação justificadora e habilidade de mudar nossa vida por meio do Seu poder santificador.

Que maravilhoso será aquele dia! ■

Rastejando com Cobras!Igreja de um dia

Em quase todos os lugares de Angola até o prédio mais humilde requer muito esforço. O prédio da Igreja Adventista do Morro 50 é uma estrutura de estacas cheias de pedras cuidadosamente colocadas e que servem como paredes. Para tornar esse pequeno abrigo criativo, os membros da igreja andaram quilômetros até as montanhas e carregaram pedras até a sua comunidade.

A igreja atual é insegura em vários aspectos. Ela é formada por 250 membros. Qualquer mãe se preocuparia com a possibilidade de uma pedra rolar da parede, mas em um sábado ela se revelou ainda mais perigosa. Assim que o pastor terminou o sermão, duas cobras venenosas caíram do teto no chão da igreja.

Você ficaria quieto na igreja após uma cobra cair no meio dos membros? Em Angola eles ficam. Esse povo está acostumado ao perigo, a lutar. As décadas de guerra destruiu toda a infraestrutura do país, há muitos anos. Os países estrangeiros que lutam pelo controle da região rica em petróleo, envenenaram a terra de tal modo que nada cresce lá. Uma geração inteira de homens foi morta nas batalhas. O país tem a oitava maior taxa de mortalidade infantil. Mas os angolanos vão em frente.

Por três vezes, essa igreja de pedra foi derrubada pelo vento, nos últimos doze anos. Os membros reconstruíram. Sentados em bancos quentes de metal, feitos de material descar-tado das estradas de ferro, eles oraram por algo melhor. Oraram por alguém para ajudá-los.

Em agosto, a Maranatha Volunteers International construiu uma Igreja de Um Dia para a congregação do Morro 50, graças à generosidade de centenas de doadores. A congregação do Morro 50 finalmente tem uma igreja de verdade. Esse lugar de espe-rança é um local onde as famílias podem se reunir para adorar a Deus em segurança.

O povo de Angola fez a sua parte. Eles suaram e oraram, construíram e reconstru-íram, e saíram para falar do amor de Deus aos outros. A Maranatha foi lá para ajudar com o passo seguinte: construir igrejas.

ASI* e Maranatha Volunteers International colaboram financiando e facilitando projetos de Igrejas de Um Dia e Escolas de Um Dia. Desde que esse projeto foi lançado em agosto de 2009, já foram construídas mais de 1.600 dessas igrejas em

todo mundo. Carrie Purkeypile é quem planeja os projetos para a Maranatha Volunteers International.

*Associação de Empresários da Divisão Norte Americana

Acima: UMA LUZ NA COLINA: Antes da Maranatha chegar para ajudá-los, os membros da congregação do Morro 50 tiveram que usar os materiais de construção que estavam disponíveis. Abaixo: FIGURAS PRINCIPAIS: Agora os líderes da congregação do Morro 50 têm um prédio para o qual podem convidar as pessoas da sua comunidade.

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ted N. C. Wilson é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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s a Ú d E n o M u n d o

Peter N. Landless e Allan R. Handysides

Quando escrevemos estas colunas não o fazemos como especialistas em todas as áreas; em vez disso,

tentamos apresentar opiniões atuais como expressas na literatura recente. Devemos deixar claro, tanto para você como para todos os nossos leitores, que seus melhores conselheiros são os competentes profissionais de saúde que conhecem você melhor. Portanto, escrevemos de forma geral.

O câncer de próstata é um assunto que causa grande preocupação pois é uma doença frequente. À medida que a população vive por mais tempo, as doenças da velhice tendem a se tornar comuns. Em um estudo realizado há vários anos, descobriu-se que o câncer de próstata estava presente em formas microscópicas em cerca de 100% dos homens com mais de 80 anos de idade.

No entanto, a questão de como administrá-lo não está na população de 70 ou 75 anos, mas nos homens mais jovens. Presumimos que você, aos 60 anos, esteja ativo, robusto, ainda traba-lhando, portanto com a possibilidade de muitos anos produtivos pela frente.

A opção para sua administração inclui a cirurgia, como foi recomendada, várias formas de radiação ou a combi-nação dos dois planos, até associado à quimioterapia, se necessário.

Muitos homens se preocupam com os efeitos colaterais da cirurgia, como a incontinência urinária ou disfunção

resultados em homens mais velhos do grupo da espera vigilante e que nunca requereram tratamentos paliativos, apoiam o conceito da vigilância ativa em grupos adequadamente selecionados. Neste estudo, a carga global da doença a longo prazo é um lembrete de que outros fatores além da sobrevivência precisam ser considerados quando se aconselha homens com câncer de próstata.

Concordamos com seu médico/cirurgião e cremos que suas chances de cura são bem altas com a cirurgia. Você pode receber procedimentos adicionais, e até a abordagem cirúrgica robótica, muito precisa.

Embora os efeitos colaterais sejam certamente comuns, não devem ser minimizados. Sua sobrevivência, mesmo com alguns efeitos colaterais, pode ser muito superior a alternativas que têm como base abordagens sem evidências, inclusive a opção por nenhuma forma de tratamento. ■

* Radical Prostatectomy & Watchful Waiting in Early Prostate Cancer, Anna Bill-Axelson, et al, The New England Journal of Medicine, March 6, 2014, vol. 370, no 10.

erétil. Nem todos os cânceres de prósta-ta são igualmente agressivos, e o patolo-gista informará o grau de agressividade chamado “Escala de Gleason.” Os tumo-res extremamente agressivos requerem tratamento agressivo. Homens com mais de 75 anos de idade podem morrer por outras causas que não o câncer de próstata, e essa situação tem que ser avaliada levando em conta os riscos potenciais. Isso levou ao conceito da “espera vigilante.” Pessoas no grupo de idade entre os 65-74, são mais resisten-tes a conselhos. Vendo que você é ainda mais jovem (60), nossa opinião é que você recebeu o conselho apropriado.

Encontramos um artigo recente que estudou os benefícios da prostatectomia radical a longo termo, comparado com a espera vigilante. Esse estudo escandi-navo* seguiu 695 homens entre 1989 e 1999, até 2012. Esse período de até 23 anos de acompanhamento permitiu que os dois grupos – 347 homens no grupo da cirurgia e 348 no grupo da espera vigilante – fossem estudados.

Duzentos homens do grupo da cirurgia morreram, e 247 do grupo da espera vigilante também morreram. As mortes causadas especificamente pelo câncer de próstata foram de 63 no grupo da cirurgia e 99 no grupo da espera vigilante.

Esse estudo mostra os benefícios da cirurgia; no entanto, os benefícios foram maiores nos homens mais jovens. Os

Cirurgia

Tenho 60 anos de idade e fui diagnosticado com câncer de próstata. Os médicos dizem estar no estágio inicial e que o resultado do exame do meu PSA (antígeno específico da próstata) foi somente 15. Recomendaram que eu seja submetido à prostatectomia radical. Qual sua opinião?

câncer de próstata

peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Allan r. Handysides, médico ginecologista aposentado, é ex-diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

do

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d E V o C i o n a l

Minha bebida de chocolate estava quente, muito quente para beber. Então, apenas segurei em minhas mãos, usando o calor para descongelar

meus dedos. Alguns dos meus colegas de classe e eu, estávamos no centro da cidade fazendo um trabalho de fotografia. Eu estava abrigada em uma lanchonete para me aquecer, enquanto esperava por meus amigos que ainda estavam tirando fotos lá fora. Enquanto segurava meu chocolate quente, eu observava o vento gelado arrancando a touca da cabeça deles e vaporizando sua respiração. Em poucos minutos, eles vieram na minha direção, do outro lado da janela, mas agiam estranhamente, cochichando entre si. Então, se voltaram para mim.

“Há um ‘cara’ sem-teto logo ali. Ele está todo encolhido, com frio. Se nós comprarmos algo quente, você nos ajuda a levar pra ele? Temos medo de ir sozinhos.”

“Claro,” eu disse.Compramos chocolate quente e biscoitos e tentamos nos

lembrar de um texto bíblico apropriado para escrever no guardanapo. Finalmente, desistimos, e saímos com nossas guloseimas. A maioria de nós ficou atrás, enquanto apenas

dois se aproximaram do homem; não queríamos intimidá-lo. Ele aceitou alegremente a bebida quente.

Gastamos o resto dos nossos filmes fotográficos e fomos para casa, para nossa cama quentinha, nos sentindo os bons samaritanos. Tínhamos feito uma boa ação.

Vários meses depois, eu estava na cidade outra vez e já tinha me esquecido daquela noite gelada perto da lanchonete, até que o vi. Era o mesmo homem. O mesmo cabelo emara-nhado, a mesma roupa velha, no mesmo lugar sobre a ponte. Fiquei chocada.

Aquela era a mesma pessoa para quem tínhamos comprado chocolate quente. O que ele estava fazendo ali? Todas as histó-rias que já tinha lido sobre bons samaritanos acabavam com a transformação da vida da pessoa ajudada e o bom samaritano satisfeito e se sentindo bem. Mas a situação aqui era diferente.

O resto da história A pessoa que fez com que Jesus contasse a parábola do

Bom Samaritano era um advogado que perguntou ao Mestre o que tinha que fazer para “herdar a vida eterna”(Lc 10:25). Em resposta, Jesus inquiriu o advogado sobre a lei. O homem

Anna Bartlett

além de

Amar o próximo significa mais do que fazer boas ações

A L E x p r o I M o S

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citou Deuteronômio 6:5: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças.”

“Resposta correta”, respondeu Jesus. “Faça isso e viverá.”Mas o advogado pediu esclarecimento, e, então, Jesus

contou a história de um viajante que é roubado, espancado e deixado para morrer ao lado da estrada. Vários judeus bemintencionados viram o homem ferido enquanto viajavam pela mesma estrada, mas escolheram passar de largo. Em se-guida, um samaritano viu o homem ferido e imediatamente ofereceu ajuda (Lc 10:30-33). O samaritano limpou e colocou remédio sobre as feridas do homem; mas ele não apenas acudiu a pessoa e o deixou; ele ajudou o homem ferido a se levantar, colocou-o em seu animal e continuou a viagem com ele. Quando, finalmente, chegaram a uma pousada, mais uma vez o samaritano não abandonou seu amigo, mas pagou o estalajadeiro para cuidar dele até que ele voltasse (Lc 10:35).

Jesus, então, perguntou quem na história tratou cor-retamente o ferido. O advogado respondeu que foi aquele que demostrou compaixão para com o homem. “Vá e faça o mesmo”, disse Jesus (Lc 10:37).

Mais do que passar ao ladoNa parábola do bom samaritano, Jesus não apenas

respondeu à pergunta do advogado sobre como viver para herdar a vida eterna. Ele também nos mostrou como estar disponível para as pessoas necessitadas.

Mesmo antes de Jesus começar a história ele reforçou o que o advogado já sabia. Para se conectar verdadeiramente com os outros, é preciso primeiro estar conectado com Deus. Uma vez que reconhecemos nossa necessidade desesperada de Deus, então podemos compartilhar com os outros (um vislumbre) do amor de Deus. Propositadamente usando um

não judeu, mas um samaritano como o personagem central de sua história, Jesus mostrou ao Seu público que a com-

preensão que tinham sobre o amor estava incompleta.Quando o bom samaritano viu alguém necessitado,

ele parou o que estava fazendo e ajudou imediatamente. No entanto, esse não foi um ato de caridade passageiro. O bom samaritano não apenas ajudou seu próximo em suas necessidades imediatas e o deixou deitado

no chão. Ele pegou o seu próximo e o levou junto com ele em sua viagem.

O bom samaritano também fez um investimento de longo prazo no seu pró-ximo. Ele gastou tempo e recursos para ter certeza de que seu próximo estava bem, então o levou para uma pousada onde ele continuou a cuidar dele.

Quando o bom samaritano teve

certeza de que seu amigo não morreria se fosse deixado sozinho, ele o confiou aos cuidados do estalajadeiro. Mas a história não acaba aí. O bom samaritano não abandonou seu próximo à mercê dos que estavam ao seu redor; ele pagou o estalajadeiro para cuidar do amigo e disse a ele que voltaria para conferir se seu próximo estava bem e se recuperando devidamente.

Em todo lugar, ao nosso redor, há vítimas dos ataques de Satanás. Como alguns protagonistas da história de Jesus, muitas vezes só olhamos e passamos de largo. Às vezes, depois de séries evangelísticas, os que são batizados na igreja não permanecem por muito tempo porque se sentem abandona-dos. Se não houver alguém para ajudá-los em sua jornada, uma pequena experiência negativa pode fazer com que esses “bebês em Cristo” desistam.

O bom samaritano faz mais do que só ajudar alguém a se levantar. Unido a Cristo, ele está disposto a andar com os outros por todo o caminho. Ele faz mais do que apenas olhar para as pessoas feridas; ele supre suas necessidades imediatas e as ajuda a voltar para o caminho da salvação. Ele desenvolve relacionamento com pessoas para cuidar delas. Ele as leva para a companhia de outros e confere para ter certeza de que elas estão se recuperando. O Bom Samaritano torna-se amigo e fica do lado até que aqueles que estão feridos possam se levantar e continuar a jornada. O bom samaritano leva as pessoas a serem amigas de Cristo.

Depois do chocolate quente Quando voltei para casa após ver o homem do lado de

fora da lanchonete, pela segunda vez, minha mente borbulha-va com todo o tipo de ideias sobre o que eu poderia ter feito para ajudá-lo. Mas descobri que minhas ideias só levavam em conta suas necessidades imediatas. Eu não conhecia aquele homem, nem sabia sua história. De repente, deu o estalo: compreendi que a fim de fazer uma diferença duradoura na vida das pessoas, eu tenho que fazer mais do que apenas boas ações. Preciso fazer amizade com elas e ministrar a elas, trazendo-as para a minha vida e para o Salvador.

Da próxima vez que encontrar alguém em necessidade, quero ser um verdadeiro bom samaritano. Alguém que não vê as pessoas e passa de largo, mas que oferece o seu melhor para ajudar e os leva ao longo da jornada – a jornada que vai além do chocolate quente. ■

Anna Bartlett foi uma das estagiárias na Adventist World, no verão de 2014.

O bom samaritano faz dO que só ajudar alguém a se levantar.

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C R E n Ç a s F u n d a M E n T a i s

Sempre fui fascinada por histórias. Não necessariamente pelas histórias em si, mas porque, se lemos nas entrelinhas, sempre encontramos algo emocionante. O que está

por trás do curso de ação do personagem; quais são as consequências tácitas de uma decisão específica; o que o autor não está dizendo, mas espera que compreendamos? Por mais que eu goste de finais felizes e inesperados, os finais estranhos me intrigam mais porque tenho que parar e pensar na reviravolta da história que levou a um final tão surpreendente.

Quando se trata da vida na Terra, da saga real da qual você e eu fazemos parte, nos deparamos com a história mais fascinante do que todas. Há muito mais sobre os problemas e conflitos concernentes à raça humana do que podemos perceber à primeira vista. Compreender por que as pessoas sofrem, por que há tantos conceitos sobre o que é a verdade, por que nossas maiores batalhas ocorrem, na maioria das ve-zes, dentro de nós mesmos. Por isso, temos que compreender a História por trás da história.

A guerraTudo começou no céu, no coração de um anjo. Como o

pecado surgiu dentro de um ser perfeito vivendo em um lu-gar perfeito é um mistério.1 Porém, como a administração do governo de Deus é baseada no amor (1 Jo 4:8; Mt 22:37-40), todos os seus súditos devem ter a liberdade para adorá-Lo porque O amam e apreciam plenamente o Seu caráter.2 Inex-plicavelmente, Satanás começou a se orgulhar tanto de sua

magnificência, que acabou se transformando no desejo de ser igual a Deus (Is 14:13, 14; Ez 28:12-19). Isso era uma afronta à Sua lei, que é “santa, justa e boa” (Rm 7:12). Agindo assim, Satanás estava lançando dúvidas sobre o próprio Deus. Por que os Seus súditos precisam obedecer à lei? Ele é realmente um Deus de amor? Como Deus pode ser amoroso e justo ao mesmo tempo? Com essas suspeitas propagando-se pelo Céu, a harmonia foi quebrada e medidas sérias precisavam ser tomadas.

“Houve então uma guerra nos Céus. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o dragão e os seus anjos revida-ram. Mas estes não foram suficientemente fortes, e assim perderam o seu lugar nos Céus” (Ap. 12:7, 8).3

Certamente Deus tinha poder para destruir Satanás na ocasião, mas isso não teria resolvido o problema. A dúvida concernente a Deus continuaria pairando em alguns corações, e o fundamento de amor do Seu reino teria sido substituído pelo medo. A melhor solução era deixar o universo testemu-nhar as consequências práticas do mal.4

A guerra moral entre Deus e Satanás foi intensificada quando Adão e Eva pecaram. Ao comer o fruto proibido, eles duvidaram da palavra de Deus e de Sua autoridade, declaran-do assim, sua independência de Deus (Gn. 3:1-6). Isso per-mitiu que Satanás usurpasse o domínio da terra (Jo 14:30), e assim transformasse a humanidade em inimigos de Deus. O campo de batalha mudou-se para este mundo e, desde então, o mal tem trabalhado diligentemente para deturpar o caráter

N Ú M E R O 8

Atrás dahistóriaA

HistóriaKeldie Paroschi

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de Deus, causando interminável dor e sofrimento, espalhando mentiras e induzindo toda a imoralidade que vemos ao nosso redor. Mas, como em toda boa história há um protagonista e um antagonista, Deus também estava ativo na história do Grande Conflito, uma batalha espiritual, moral que afeta todos os aspectos da vida na Terra. Deus tinha uma estratégia e revidou.

A estratégiaComo o amor de Deus poderia se reconciliar com Sua

justiça? Como salvaria Ele os pecadores sem deixar de punir o pecado? Embora essa pareça uma tarefa impossível, cada par-te da estratégia de Deus foi engenhosamente pensada. Mesmo antes do início da guerra, o plano de salvação já estava pronto no coração de Deus (Rm. 16:25; Ef. 6:19): a morte de Jesus Cristo seria o ato de amor supremo, que tornaria possível aos pecadores rebeldes se reconciliarem com Deus e, ao mesmo tempo, provaria a legitimidade da Sua lei.

Mas essa guerra não está limitada ao nível cósmico. É também uma batalha dentro do coração das pessoas. Nossa natureza pecaminosa é oposta a Deus e à Sua lei (Rm. 8:7). Mas a obra do Espírito Santo no coração daqueles que acei-tam a Cristo, quebra o poder de Satanás. “Contudo, aos que O receberam, aos que creram em Seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1:12; cf. Rm. 3:21-26). Ao longo da história da Terra temos ouvido, lido e encontrado homens e mulheres cuja vida foi transformada pelo toque do amor divino. Isso não significa que estamos totalmente livres da escravidão do pecado; pelo contrário, foi criado um conflito em miniatura dentro de nós (Gl 5:17), tornando imperativo que nos submetamos a Deus diariamente (Tg 4:7).

A vitória Quando Cristo morreu na cruz, o caráter maléfico de

Satanás foi revelado para todo o universo. O plano de salvação de Deus estava firmemente estabelecido e Seu caráter confir-mado (Jo 12:31, 32; Rm 3:25, 26). O grito de vitória de Jesus ressoa até hoje, e continuará ecoando por toda eternidade: está consumado! “Agora veio a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, pois foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos [. . .]” (Ap 12:10).

Mas esse não é o final da história. Ainda era necessário que o contraste entre o vitorioso Cristo e o príncipe do mal fosse trazido à luz.5 Mesmo assim, Deus já nos revelou o final. Sata-nás será destruído e todo o universo servirá a Deus por amor.

Há, no entanto, um fator inesperado nessa história: Mesmo sabendo o seu grande final, para você e para mim seu epílogo não está determinado. Embora sejamos participantes ativos nes-sa história, nenhum autor, nenhum narrador, nem mesmo Deus pode determinar de qual lado estaremos quando chegar o tem-po. Isso depende inteiramente de nós. Você já fez sua decisão? ■

1 Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 493.2 Ibid.3 Todos os textos foram extraídos da Nova Versão Internacional. 4 Ibid., pp. 498-499.5 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 761.

GrandeConflito

Keldie paroschi é estudante do terceiro ano de teologia no UNASP, Engenheiro Coelho, São Paulo, Brasil.

Toda a humanidade está agora envolvida num grande conflito entre Cristo e Satanás quanto ao caráter de Deus, Sua lei e Sua soberania sobre o Universo. Esse conflito originou-se no Céu quando um ser criado, dotado de liberdade de escolha, por exaltação própria, tornou-se Satanás, o adversário de Deus, e conduziu à rebelião uma parte dos anjos. Ele introduziu o espírito de rebelião neste mundo, ao induzir Adão e Eva ao pecado. Esse pecado humano resultou na deformação da imagem de Deus na humanidade, devastação por ocasião do dilúvio mundial. Observado por toda a criação, este mundo tornou-se o palco do conflito universal, dentro do qual será finalmente vindicado o Deus de amor. Para ajudar Seu povo nesse conflito, Cristo envia o Espírito Santo e os anjos leais para os guiar, proteger e amparar no caminho da salvação. (Ap 12:4-9; Is 14:12-14; Ez 28:12-18; Gn 3; Rm 1:19-32; 5:12-21; 8:19-22; Gn 6-8; 2 Pe 3:6; 1 Co 4:9; Hb 1:14). – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 8.

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O dia de sua apelação havia chegado. Amani,1 um homem condenado, ligou para seu

advogado e pediu que o acompanhasse no julgamento. Seu advogado se recusou a acompanhá-lo, argumentando que seu caso «era sem solução».

Quando Armani desligou o telefone, seus pensamentos se voltaram para um pequeno pátio de chão-batido, onde ele, e outros 60 homens condenados, ouviram a mensagem do evangelho, quando com-partilhei com eles. Em seguida, Amani entregou sua vida a Deus. As autoridades permitiram que apenas 12 deles fossem batizados. Amani era um deles.

Confiando em Deus, chegou o mo-mento em que Armani se encontrava sozinho diante do juiz. Após revisar os arquivos dos presos, página por página, o juiz olhou para ele e disse: “Você está livre”. Chocado, Amani saiu da sala de audiência, esperando ser preso assim que pisasse fora do tribunal; mas lá não havia ninguém para prendê-lo. Ele esta-va livre para começar uma nova vida!

Desde então, mais dois presidiários, condenados à morte e que aceitaram a Cristo como seu Salvador, foram libertos e espalhou-se a notícia de que o “Deus dos adventistas” é capaz de libertar.

A verdadeira história, porém, não é como Deus tem poder para libertar os presos das prisões terrenas, mas como Ele tem aberto as portas do sistema presidiário do Quênia para que a men-sagem do Seu amor entre e liberte os

prisõesabertas

No quêNiaExiste mais de uma forma de liberdade.

ADVENTIST WORLD: Prisioneiros da prisão em Kitale recebem exempla-res da revista Adventist World.

REUNIDOS: Prisioneiros se reúnem para ouvir a Palavra de Deus.

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Ben Boggess

16 Adventist World | Fevereiro 2015

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prisioneiros das cadeias do pecado.Em 2004, internos das prisões do

Quênia tinham três opções de assistên-cia de capelania. Dez anos mais tarde, eles têm uma quarta opção, que é o apoio de capelania da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Em 2011, Isaías Osugo, comissário- geral das prisões do Quênia, determinou a presença de um capelão adventista em cada uma das 107 unidades prisio-nais do país. Este passo sem precedentes aconteceu porque mais de 14.000 detentos foram batizados na Igreja Adventista. Esse ministério foi iniciado há dez anos por Benson Ochieng Obolla e os Mensageiros do Rei. Minha esposa, Marvel, e eu, na época, pastoreávamos a Primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia Baltimore, Maryland (EUA), e tivemos o privilégio de participar.

De músico a ministro Em 2004, os Mensageiros do Rei do

Quênia, um grupo musical evangelísti-co adventista voluntário, formado por cerca de 15 jovens universitários, foram

convidados para cantar no colégio de treinamento para funcionários de presídios, em Ruiru, Quênia. Enquanto estavam lá, os Mensageiros do Rei sou-beram da existência de 250 adventistas internos, esperando por julgamento na Prisão Nairobi Remand.

As prisões do Quênia foram construí-das no início da década de 1900, antes da independência do país, de modo que não possuem as comodidades modernas. A maioria dos banheiros são latrinas aber-tas. Sabonete e água para o banho são limitados. As prisões são superlotadas, o que significa acomodações inade-quadas para dormir. A impossibilidade de isolar detentos doentes combinada ao pouco acesso a cuidados médicos, aumenta os problemas de saúde.

Antes de 2002, não eram permitidas visitas nos presídios do país, nem de familiares. No entanto, as restrições foram atenuadas e a apresentação dos Mensageiros do Rei no Colégio de Trei-namento de Funcionários das Prisões, causou uma impressão positiva. Por meio de contato feito com quatro mil

agentes penitenciários em treinamento, Benson Ochieng Obolla, diretor musical dos Mensageiros do Rei, fez arranjos para visitar e levar comida e sabonete para os 250 adventistas da prisão, em Nairobi.

Para a surpresa de Obolla e dos outros membros dos Mensangeiros do Rei, quan-do chegaram à prisão de Nairóbi, havia três mil internos esperando para ouvi-los cantar. As condições sub-humanas das necessidades básicas dos prisioneiros despertou no grupo de cantores o desejo de ministrar a todos aqueles internos.

Recrutamento de reforço O desejo de ajudar os presidiários

do Quênia foi desenvolvido por Leon e May Earl, em 2008, na Primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia Baltimore, onde na época eu era pastor. May, natural do Quênia e prima de Obolla, conhecia pessoalmente as condições das prisões ali; um de seus irmãos havia morrido em uma daquelas prisões. Quando ela des-cobriu meu interesse pelo evangelismo, imediatamente começou a planejar uma campanha evangelística no Quênia.

Em 2009, em parceria com os Men-sageiros do Rei, fizemos nossa primeira viagem a Kitale, onde realizamos uma

ACADEMIA MAGEREZA: Homens e mulheres, capelães

em formação, Ben e Marvel Boggess (centro, 2ª fila da

frente), e Mary Khaemba (ao lado de Marvel Boggess), diretor de reabilitação na

sede da prisão do Quênia, posam juntos fora da

academia.

LOUVANDO A DEUS: Alguns dos Mensageiros do Rei, sob a direçãode Benson Ochieng Obolla (à direita), cantam para os presos na prisão de segurança máxima, em Naivasha. Os outros na foto (da esquerda) são Alice Wambui, Mercy Wambua, Domicah Onyango, Rachael Makori, e Philes Ndege.

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Fevereiro 2015 | Adventist World 17

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série evangelística dentro do presídio. Para nossa surpresa, não uns poucos, mas cerca de 1.500 presos vieram nos ouvir. Eles ficaram ao sol quente o dia inteiro e perderam o almoço para não perder a mensagem. Após o apelo, 218 presos en-tregaram a vida a Cristo. Esses presidiários receberam de presente o livro com as 28 crenças fundamentais adventistas e foram encaminhados aos membros da igreja local para receberem estudos bíblicos.

Enquanto estavam sendo realizados os estudos bíblicos na prisão, eu dirigia uma série evangelística de duas semanas na cidade, onde outras 60 decisões foram tomadas para Cristo. Após duas semanas, retornamos ao presídio e dis-semos aos que haviam estudado a Bíblia que se alguém desejava ser batizado e viesse à frente. Tivemos que transportar água de uma lagoa próxima, para a pequena piscina portátil que servia como batistério, pois não havia água na prisão. A água do batistério estava na altura dos joelhos, portanto, me ajoelhei e sentava os presos para imergi-los.

Em 2011, mais uma vez trabalhamos com os Mensageiros do Rei, mas dessa vez, nas prisões de Kisumu e Kodiago. Re-petimos o padrão de falar aos prisioneiros e dirigir uma campanha evangelística de duas semanas. Preguei para o grupo de segurança máxima, enquanto Leon pregava para o grupo de segurança média. Minha esposa, Marvel, e May, falavam para as mulheres. Em Kodiago consegui permissão para também falar para os 60 prisioneiros no corredor da morte e 30 deles aceitaram a Jesus como seu Salvador.

Batizei um homem confinado a uma maca. Ele era fisicamente incapaz de ir ouvir as mensagens, mas as tinha ouvido pelo sistema de som do interior da prisão. Ele pediu para ser carregado para fora, para ser batizado. A princípio, pensaram que seria muito trabalhoso. Quando ouvi a discussão sobre o assun-to, pedi gentilmente aos guardas para trazê-lo. Eles o trouxeram e eu o batizei, com maca e tudo. Aquele homem já foi libertado. Após a sua libertação, os Mensageiros do Rei lhe presentearam com uma cadeira de rodas.

Devido às grandes necessidades de saúde, também criamos uma clínica médica administrada por um médico e enfermeiros da Universidade do Leste da África Baraton, a escola adventista perto de Eldoret. A clínica tratou mais de 700 prisioneiros de funcionários. Como resultado do trabalho dos Mensageiros do Rei, cerca de 400 presos foram batizados. O diretor da prisão, então, deu permissão para que fosse construída uma Igreja Adventista dentro da prisão, um local onde os internos pudessem adorar.

Transformando as prisões em um lugar melhor

Doravante, o objetivo do sistema prisional do Quênia é reformar os pre-sos para que, ao deixar a prisão, sejam melhores cidadãos do que quando en-traram. Agentes penitenciários disseram que “os presos que entregam a vida a Cristo tornaram-se melhores cumpri-dores da lei e mais fáceis de lidar.” Um jovem tinha sido um preso em Nai-vasha, por 21 anos. Assim que chegou, foi colocado em uma solitária porque era intratável. Ele brigava com os outros presos e não respeitava os guardas. Mas, após aceitar a Cristo como seu Salvador, sua vida mudou tão dramaticamente que logo foi libertado. A mudança no comportamento dos presos tem mos-trado às autoridades que, quando os internos têm relacionamento com Deus, a prisão se torna um lugar melhor para todos. Os diretores querem ver os Men-

sageiros do Rei trabalhando com eles para alcançarem um objetivo comum.

Mas nem todos estão felizes. À medi-da que o trabalho progrediu, os capelães já estabelecidos, ficaram muito chateados pelo fato de muitos prisioneiros estarem se tornando adventistas. Começaram a se opor às visitas dos Mensageiros do Rei às prisões. Tentaram desanimar o grupo, desligando a eletricidade durante suas visitas para que o sistema de som não funcionasse, apresentando queixas contra eles aos funcionários de plantão, e outros aborrecimentos.

No entanto, Obolla, recusou-se a se intimidar com a oposição e Deus agiu para retirar os obstáculos que apareciam no caminho e continuou a abrir as portas da prisão. Os Mensageiros do Rei agora, já ministraram em 75 das 107 prisões do Quênia, que variam na capacidade, de 150 a cinco mil internos.

PRIMEIRA IGREJA NA PRISÃO: Nova Igreja Adventista do Sétimo Dia dentro da Prisão de Segurança Máxima Kodiaga.

TRABALHO EM CONJUNTO: Na fotoestão Ben Boggess, pastor emérito da primeira igreja de Baltimore, em Maryland, EUA; sua esposa, Marvel; e Mary Khaemba, diretora de reabilitação na sede da prisão do Quênia.

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Continuamos a encorajar Obolla e os Mensageiros do Rei da melhor maneira que podemos, providenciando batisté-rios e recursos de doações dos membros da igreja, sempre que possível.

Treinamento de Capelães No Quênia, os capelães, inclusive o

capelão adventista recém-nomeado, são funcionários do governo. Osugo exigiu que os capelães fossem selecionados entre os atuais funcionários da prisão. Os capelães adventistas, tanto homens como mulheres, já foram indicados. No entanto, eles foram treinados e estavam trabalhando como agentes penitenciários, não capelães. Assim, em abril de 2014, trabalhando junto com Obolla, realizamos um treinamento de duas semanas para capelães de prisão no presídio de segu-rança máxima em Naivasha. Esse treina-mento foi financiado pela Primeira Igreja Adventista de Baltimore, Maryland e pela Igreja Adventista de Carrollton Ohio.

Mais de cem pessoas, inclusive os 73 capelães prisionais recém-formados, se reuniram para as aulas. Os assuntos incluíam as crenças fundamentais adventistas, história da igreja, gestão de conflitos e estresse, estudo da Bíblia, vida familiar, remédios e princípios simples de saúde. Além da nossa equipe dos Estados Unidos, as palestras sobre o papel do capelão em prisões foram apresentadas pelos pastores Kennedy Ombati, capelão chefe da sede da prisão do Quênia; o inspetor Alexander Tarus, capelão encarregado do assunto

religioso na Faculdade de Treinamento de Funcionários das Prisões do Quênia e o sargento Robert Kidenge, capelão regional reponsável pelo Condado de Nairóbi e região.

Durante o treinamento, também falamos a quatro mil presidiários da prisão Naivasha. Como aconteceu em 2009, os prisioneiros vieram em massa e ficaram expostos ao sol quente desde a manhã até o final da tarde para ouvir a mensagem. Cerca de 200 internos foram batizados naquele sábado, e o número continua crescendo. O total de batismos em Naivasha já se aproxima de 400.

A primeira igreja na prisão A Igreja Adventista do Sétimo Dia da

Prisão Máxima Kisumu Kodiaga, apro-vada pelo sistema prisional do Quênia, em 2011, foi inaugurada e dedicada no dia 18 de julho de 2014. Esse é o primei-ro prédio de igreja construído dentro de uma prisão queniana. Durante a construção, perguntaram a Obolla se ele podia construir um teto sobre a latrina. Obolla deu uma olhada na latrina velha e aberta e disse ao comandante: “Não”!

Em vez disso, ele se ofereceu para construir um banheiro novo, fechado, com toaletes com descarga e chuvei-ros. A igreja e os banheiros foram completados ao mesmo tempo, e foi entregue ao comandante e aos internos. Estavam presentes os líderes da igreja da Divisão África Centro-Oriental, da União Quênia Ocidental e da Associação Quênia Ocidental. Os internos gritavam

e choravam pelo cuidado e compaixão mostrado a eles. Devido ao trabalho dos Mensageiros do Rei, a Igreja Adventista lá é chamada de “a igreja que se importa”.

O trabalho continua a crescer e a florescer. O diretor da prisão Naivasha doou um terreno para a construção de uma nova Igreja Adventista dentro da prisão. Os capelães estão pedindo que Obolla ajude em batismos, todos os sábados, em várias prisões.

Os capelães prisionais recém-forma-dos, mas inexperientes, desejavam mais treinamento e buscavam meios de cur-sar a faculdade enquanto trabalhavam. Planos para essa formação já estão em andamento.

As histórias são inúmeras e as neces-sidades muito grandes. Os custos para o ministério de capelania e a realização de batismos variam em cerca de mil dóla-res por mês. Só o projeto de construção da igreja em Naivasha está estimado em quinze mil dólares. Embora os custos sejam altos, detentos e agentes estão sendo abençoados.

Deus tem aberto as portas das prisões no Quênia, não apenas para deixar que os adventistas do sétimo dia entrem, mas especialmente para tirar da escuridão do pecado aqueles que entregam sua vida ao Salvador Jesus. Muitos disseram: “Se eu não tivesse sido preso, nunca teria ouvido sobre o amor de Deus e sobre a breve volta de Jesus”.

Conheça mais sobre o ministério nas prisões do Quênia, visitando a página www.kenyaprisonministries.wordpress.com, ou enviando um e-mail para Ben Boggess no [email protected]. ■

1 Pseudônimo

SANTA CEIA: Presidiários participam de uma cerimônia de Santa Ceia realizada na prisão.

B E N S o N o C H I E N G o B o L L A

Ben Boggess, pastor aposentado da Primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia Baltimore, em Ellicott City, Maryland, Estados Unidos e sua esposa Marvel, enfermeira e professora aposentada, hoje vivem em Carollton, Ohio.

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E s P Í R i T o d E P R o F E C i a

No domingo, dia 23 de junho, a convite, visitei a prisão, em Salém, Oregon, na

companhia do irmão e irmã Carter, e da irmã Jordan, que me levou lá em sua carruagem. Fui apresentada ao superintendente e ao diretor da prisão. Quando chegou a hora do culto, fomos conduzidos à capela, uma sala alegre pela abundância de luz e ar fresco. Ao soar de um sino, dois homens abriram um grande portão de ferro com uma alavanca; os prisioneiros saíram de suas celas e foram se reunindo na capela. As portas foram seguramente fechadas atrás de mim e, pela primeira vez em minha vida, eu estava trancada dentro de uma prisão.

As histórias que podiam contar Eu tinha imaginado encontrar um

grupo de homens de olhar repulsivo. Fui desapontada. Muitos deles pareciam inteligentes e outros aparentavam pos-suir capacidades. Estavam vestidos com o uniforme listrado e comum da prisão, porém limpo, os cabelos alinhados e as botas escovadas. Enquanto observava a variedade de fisionomias diante mim, pensei: Cada um desses homens recebeu um dom ou talento peculiar, para ser usado, não abusado. Todos diante de mim, os que tinham ocupado cargos visíveis e importantes no mundo e na igreja e até àqueles que tinham vivido mais humilde e obscuramente, foram dotados com alguns talentos, quer de riqueza, posição social, influência, simpatia ou afeição. Receberam do tesouro celestial, e deveriam ter usado para a glória de Deus e para o benefício do mundo.

Os homens à minha frente tinham desprezado os dons do céu, abusaram e fizeram mau uso deles. Alguns dos condenados manifestavam uma alegria

prisãoà

Eis o que Ellen White falou aos presidiários

Ellen G. White

artificial, forçada. No entanto muitos, especialmente os mais velhos, pareciam muito tristes e melancólicos. Diante de mim estavam jovens de tenra idade e pecadores grisalhos e endurecidos, todos sob a escravidão da lei, porque transgrediram seus estatutos.

Enquanto olhava para os jovens de 18 a 20 e 30 anos de idade, pensava

na infelicidade de suas mães, e toda a tristeza e remorso que era sua amarga porção. Teriam cumprido sua missão quando eles eram crianças? Teriam elas satisfeito todas as suas vontades e negli-genciado o ensino dos estatutos de Deus e Sua reivindicação para eles? O coração de muitas dessas mães foi partido pelo caminho ímpio percorrido pelos filhos.

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Visita

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Conquistando o Amor Quando todos estavam reunidos, o

irmão Carter leu o hino. Todos tinham hinários e, unidos, cantaram de coração. Um deles, que parecia ser um músico competente, tocou o órgão. Iniciei, então, a reunião com uma oração, e mais uma vez todos cantaram. Falei sobre o texto de João: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não O conheceu a Ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque have-remos de vê-Lo como Ele é” (1Jo 3:1 e 2).

Exaltei diante deles o infinito sacrifício que o Pai fez em dar Seu amado Filho pelo homem caído para que, por meio da obediência, eles fossem transformados e se tornassem filhos reconhecidos de Deus. A igreja é chamada a contemplar e a admirar o amor cuja expressão vai além da compreensão humana e impressiona até os anjos do Céu. Esse amor foi tão profundo, tão amplo, e tão imenso que encheu os santos anjos de espanto. Até o inspirado apóstolo, por não conseguir linguagem apropriada para descrevê-lo, convida a igreja e o mundo a contemplá-lo e a torná-lo um tema de meditação e admiração.

Quando o mundo estava cheio de iniquidade, Deus levantou a bandeira contra Satanás, enviando o Seu Filho ao mundo, à semelhança da carne pecaminosa. Cristo foi a ponte sobre o abismo que o pecado criou e que separou a Terra do Céu e o homem de Deus […].

Esperança para todosJesus veio do Céu à Terra, assumiu

a natureza humana e foi tentado como nós em todos os aspectos, para que soubesse como socorrer os que fossem tentados. A vida de Cristo é o nosso exemplo. Ele mostra em Sua obediência voluntária, como o homem pode guardar a lei de Deus, e que a transgressão da lei e não a obediência os leva à escravidão. O Salvador era cheio de compaixão e amor; Ele nunca rejeitou o verdadeiro penitente, por maior que fosse a sua culpa, mas denunciou severamente a hipocrisia de toda sorte. Ele está familiarizado com os pecados dos homens, conhece todos os seus atos e lê os seus motivos secretos; no entanto, não se afasta deles em sua iniquidade. Ele pleiteia e arrazoa com o pecador e, em certo sentido, por carregar nEle a fraqueza dos homens, coloca-Se no mesmo nível deles. “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se torna-rão brancos como a neve; ainda que

sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã” (Is 1: 18).

Porém, a influência da esperança do evangelho não levará o pecador a olhar para a salvação de Cristo como uma questão de graça gratuita, en-quanto continua a viver transgredindo a lei de Deus. Quando a luz da verdade incide sobre sua mente, compreende perfeitamente os requisitos de Deus e percebe a extensão de suas transgres-sões, ele vai modificar seus caminhos, tornar-se leal a Deus por meio da força obtida pelo seu Salvador, que o levará a viver uma vida nova e mais pura.

Aqueles que vencerem em nome de Jesus ficarão em pé diante do grande trono branco, com coroas de glória imortal, acenando as palmas da vitória. Serão filhos de Deus, filhos do Rei celestial, cuja vida andará paralela à vida de Deus. A alegria do Senhor será sua alegria, e nenhuma sombra jamais escurecerá seu lar celestial.

Disse Cristo: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.” Enquanto ainda há misericórdia, peço-lhes que aproveitem o tempo de graça que ainda possuem para se pre-pararem para a eternidade, e para que a vida não seja um fracasso total; que no momento do exame solene, possam ser encontrados entre aqueles que foram aceitos por Deus, e são chamados de filhos de Deus. ■

prisão

Cristo foi a ponte sobre o abismo

que o pecado criou e que separou a

Terra do Céu, e o homem de Deus.

Esse texto foi extraído do artigo “Visita ao Presídio”, publicado na Signs of the Times, de 1º- de agosto de 1878. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de setenta anos de ministério público.

Fevereiro 2015 | Adventist World 21

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V i d a a d V E n T i s T a

Por que uma senhora idosa caminha vários quilômetros para levar seu computador a uma reunião evangelística no Peru? Porque um grupo de 15 estudantes da ciência

da computação viajou para o Peru em maio de 2014 para participar de um projeto missionário de duas semanas. Acompanhando os estudantes de informática, estavam duas estudantes de enfermagem e três professores da Universidade Adventista Southern, em Collegedale, Tennessee, Estados Unidos, e um médico voluntário, do Texas.

Além de dirigir as reuniões evangelísticas e uma clínica médica, nosso plano foi acrescentar um elemento incomum ao projeto. Os estudantes de ciência da computação levaram laptops doados para o Peru e montaram um laboratório de aprendizado em duas de nossas escolas adventistas: Colégio Adventista José Pardo, em Cuzco, e na Escuela Adventista de Sicuani. Mas, também era nosso desejo fazer mais pelas pesso-as da região; portanto, entramos em contato com os líderes da igreja na Missão Sudoeste-Peruana em Cuzco, pedindo ideias.

E ideias não lhes faltavam! Quando o momento de vol-tarmos de nossa viagem chegou, nossos alunos e professores tinham ensinado inglês, realizado semanas de oração, dirigido quatro campanhas evangelísticas (incluindo uma na prisão local), trabalhado nas clínicas médicas e clínica de reparo de computadores, pregado nas igrejas da região e apresentado múltiplos seminários técnicos sobre o idioma inglês e in-formática em três locais públicos e faculdades privadas. As pessoas – especialmente as crianças – responderam muito bem à liderança dos nossos estudantes.

Dois ministérios singulares Dois novos ministérios, em particular, foram bem rece-

bidos: a clínica para computadores e a série de palestras nas faculdades. Desse modo, Deus pode utilizar os talentos espe-cíficos da equipe da área de informática. Essa foi a razão de a

senhora idosa – e muitos outros residentes locais – ter trazido seu computador para o local da campanha evangelística: para que os alunos pudessem “revitalizá-los”. Usando um progra-ma de última geração, eles removeram vírus, realizaram várias atualizações conforme as necessidades específicas de cada cliente e instalaram antivírus para proteger as máquinas. Na maioria dos casos, os computadores que estavam tremenda-mente lentos, ou nem funcionavam mais, voltaram para seus proprietários rejuvenescidos e trabalhando rapidamente.

As pessoas sorriam felizes ao verem nova vida retornar aos seus computadores antigos e desatualizados. Para muitas delas, esses computadores representavam um grande investimento, e era angustiante ver esse investimento quebrado ou inutilizável devido à idade ou vírus. Eles apreciaram tanto o trabalho dos estudantes que alguns ficavam para as reuniões da noite.

Palestra sobre informática Assim que chegamos a Sicuani, os líderes da igreja

pediram à equipe se poderíamos apresentar uma ou duas palestras sobre informática na faculdade local. Nossa equipe rapidamente reduziu os tópicos potenciais, selecionaram os apresentadores e prontamente atenderam ao pedido. No entanto, em pouco tempo, essas “uma ou duas apresentações” se transformaram em uma série de palestras com direito a um certificado formal para todos os que foram assíduos.

Diariamente eram apresentadas três palestras em cada faculdade. Duas delas abordavam assuntos como segurança pessoal e corporativa, design de interface do usuário, gestão de processos, desenvolvimento de testes e ética nos negócios. O pastor local apresentava a terceira palestra, que abordava os valores físicos, sociais e espirituais, tais como família, saúde, amigos, namoro e casamento.

Três alunos e dois professores do Southern prepararam e apresentaram as palestras diárias sobre informática. Embora

Espalhando a mensagem no Peru

Michael Dant

para Cristocomputadores

Campanhasde

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o desafio tenha surgido de última hora e levado o grupo ao seu limite, eles conseguiram montar excelentes apresentações em PowerPoint, com padrão profissional e traduzidas para o espanhol, que foram bem recebidas. Nosso corpo docente e alunos deram palestras de 40 minutos diários para 50 a 100 ouvintes de nível universitário.

“Após essa experiência, tenho muito menos medo de falar em público”, um aluno me disse mais tarde.

A equipe não só produziu palestras de alta qualidade usando uma conexão de Internet limitada e frustrante falta de laptops disponíveis, mas a julgar pela resposta entusiástica dos ouvintes, o Senhor abençoou as apresentações e fez com que fossem compreensíveis, importantes e úteis. Grande parte dos materiais apresentados também foi disponibilizado on-line para os alunos fazerem download.

As palestras sobre informática, no entanto, eram apenas pretexto para que os alunos fossem alcançados por Deus em um nível mais profundo, por meio do ministério do pastor local. Nossas palestras abriram as portas dessa instituição pública para que o pastor e o Espírito Santo pudessem traba-lhar lá. Essa realização tornou nossa experiência ainda mais compensadora. Nossas habilidades técnicas e conhecimento foram totalmente usados por Deus para proclamar Suas boas novas àquelas pessoas preciosas. Como resultado direto da série de palestras, mais de 120 alunos da escola pública ex-pressaram o desejo de estudar a Bíblia com o pastor.

A clínica de reparo de computador e palestras universitá-rias foram novas áreas de ministério para nós e, a princípio, tínhamos várias dúvidas se iria funcionar. Será que as pessoas trarão os computadores aos locais de evangelismo? Será que conseguiríamos consertar os computadores? Será que nosso trabalho teria alguma utilidade no esquema total das coisas? A resposta foi: Sim. As pessoas não só levaram laptops, mas PCs desktops e monitores grandes também. Deus abençoou

nossos esforços, e pudemos consertar e otimizar a maioria dos computadores que chegaram às nossas mãos.

Quase todas as pessoas que ajudamos expressaram sincera gratidão por nossa ajuda, e os que ficaram também para a reunião da noite, foram abençoados em dobro.

O braço esquerdo do evangelho O ministério médico é descrito como o “braço direito do

evangelho”, mas imagino se o ministério do computador não deve ser hoje, uma parte importante do “braço esquerdo”.

Cada vez mais, mesmo nos países de terceiro mundo, as pessoas que possuem computadores necessitam e valorizam a nossa ajuda. É-nos dito que “o Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Ma-nifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: ‘“Segue-Me.’”1 Poderia o ministério do computador ser uma oportunidade de evangelismo dos dias de hoje para: (1) mostrar às pessoas que elas são importantes; (2) ajudá-las em suas necessidades; (3) ganhar a sua confiança e (4) levá-las a Cristo?

Talvez um dia, em um futuro não muito distante, os estudantes da ciência da computação e seu ministério de ha-bilidades específicas se tornarão uma parte padrão e integral de nossos projetos missionários de curto e longo prazo em todo o mundo – Campanhas de Computadores para Cristo. Eu sinceramente espero que sim. ■1 Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 143.

JOVENS USUÁRIOS DE COMPUTADORES: Estudantes utilizam seus novos laptops no Colégio Adventista José Pardo, em Cuzco, Peru.

Michael dant é professor da Escola de Informática na Universidade Adventista Southern, em Collegedale, Tennessee, Estados Unidos.

F o t o : M A r I o E z r A Fevereiro 2015 | Adventist World 23

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H E R a n Ç a a d V E n T i s T a

A história da vida de Annie Smith é composta tanto de tragédia como de triunfo.

Sua vida foi interrompida precocemente, mas ela morreu com a firme crença em Jesus e na “abençoada espe-rança” de vida eterna após a ressurreição. Seu triunfo era a sua certeza de salvação e vida eterna; sua tragédia foi contrair tuberculose pulmonar, o que significava quase morte certa quando ainda não havia antibióticos. Ela morreu aos 27 anos de idade, interrompendo uma carreira promissora como a poetisa mais importante do início do adventismo, anos antes de nossa igreja ter um nome ou ser organizada. Ela viverá para sempre no mundo da música, pois três de seus hinos foram incluídos no Hinário Adventista.

Annie encontra a verdade Quando ainda adolescente, Annie Smith aceitou os

ensinamentos de Guilherme Miller e se tornou uma devotada “millerita”. Quando Jesus não apareceu no dia 22 de outubro de 1844, ela devotou seu tempo aos seus estudos e à sua poesia. Em 1851, sua mãe sugeriu que ela assistisse a uma das palestras do “Pai” José Bates enquanto ela estava visitando amigos em outra cidade. Ela não se interessou muito, até que teve um sonho no qual viu um senhor alto, idoso, palestrando e usando uns gráficos. Para “agradar sua mãe”, ela compareceu à reunião, chegando tarde e ocupando do único assento vago. Após a palestra, Bates se encontrou com Annie pela primeira vez e disse a ela que ele também havia tido um sonho de que ela estaria lá. Em pouco tempo Annie se converteu à verdade do sábado do sétimo dia, à doutrina do santuário e à terceira mensagem angélica. Ela permaneceu absolutamente fiel àquela fé até o fim da sua curta existência interrompida pela doença.

Com sua nova religião, ela começou a enviar poemas para

a Advent Review and Sabbath Herald, em Saratoga Springs, Nova Iorque. Tiago White, editor, logo reconheceu seu talento literário, e a convidou para trabalhar nos escritórios da Review. Ela se recusou por causa de deficiência visual, mas Tiago e Ellen White, em extrema necessidade de ajuda, responderam: “Venha de qualquer forma.”

Quando chegou ao seu novo lar em New Hampshire, oraram por ela e sua visão foi completamente restaurada. Seu trabalho na Review envolvia revisão e edição de texto, um trabalho que ela realizou eficientemente.

Embora ela tenha trabalhado na Review por apenas dois anos, essa jovem de 23 anos de idade contribuiu para a revista e para um novo periódico, o Youth’s Instructor (Instruções para Jovens), com 45 poemas. Ela também era prolífica escritora de hinos para a causa adventista. Ela emprestou a melodia de uma canção popular de sucesso chamada “Tis Midnight Hour” e a transformou em um lindo hino “How Far From Home?” (Quão Longe Estamos do Lar?”, hino 439 do Hinário Adventista em inglês). Outro de seus hinos populares hoje é “I Saw One Weary” (Eu Vi Alguém Cansado, Hino 447 do Hinário Adventista em inglês), no qual ela escreveu especialmente sobre José Bates e Tiago White. A terceira pessoa nesse hino ela descreve que poderia ter sido J. N. Andrews, ou seu irmão, Uriah Smith. O historiador Artur Spalding está convencido de que na terceira estrofe ela estava escrevendo a respeito de si mesma e simplesmente substituiu o “ele” por “ela”.1 De qualquer forma, a “bendita esperança” da segunda vinda estava sempre em sua mente. Ela escreveu uma prodigiosa quantidade de material nos quatro anos de vida que lhe restaram e, se ela tivesse vivido até a velhice, provavelmente poderia ter superado Frank Belden, sobrinho de Ellen White, como a mais impor-tante compositora de hinos de nossa jovem denominação.

Nathan Thomas

AnnieUma jovem talentosa do início do adventismo

IMAGEM HISTÓRICA: Acredita-se que este seja um autorretrato

de Annie Smith.

F o t o : C o r t E S I A D o p A t r I M ô N I o L I t E r á r I o D E E L L E N G . W H I t E24 Adventist World | Fevereiro 2015

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Um exemplo de seu talento Como um exemplo de seu talento poético, Smith escreveu

um poema na ocasião da morte de Robert Harmon, irmão de Ellen White, que se converteu a Cristo antes de morrer. O hino 494, no antigo Church Hymnal, foi primeiro publicado na Review, e mais tarde, com música, como “He Sleeps in Jesus”(Ele Dorme em Jesus).

“Ele dorme em Jesus – descansa em paz – Nenhum conflito mortal invade seu peito;Nem dor, ou pecado, ou aflição, ou cuidado,Pode perturbar seu silencioso sono, ali.

Ele viveu para adorar seu Salvador E humildemente suportou grande dor. Ele amou, e tudo a Deus entregou;Sendo provado, ele nunca murmurou.

A Terra te atrai? Alguém lhe pergunta,E o cristão moribundo assim sussurra,Enquanto aponta para cima, no Céu:“Meu tesouro está guardado lá no alto, lá no Céu.”

Ele dorme em Jesus e vai acordarQuando a última trombeta nos céus soar;Então serão quebrados os grilhões da morte,Para despertar imortal, oh venturosa sorte!

Ele dorme em Jesus – que cesse a tua dor;E seja para ti um doce alento – Quando, enfim for libertado do triunfo da morte,No Céu ele vai viver novamente.2

Uma nota mais romântica; há razões para crer que Annie estava interessada em John Nevins Andrews, mas ele acabou se casando com outra moça. Seu coração ficou partido, mas ela não sofreu por muito tempo, pois após dois anos na Review, ela retornou para sua casa travando uma batalha perdida contra a tuberculose, ou consumption, como era comumente chamada. A tuberculose, no século dezenove, era um flagelo e tanto Annie Smith como John Andrews sucumbiram a ela.

Annie Smith merece ser chamada como a primeira poetisa e escritora de hinos de nossa denominação. Ao retornar para

sua casa, ela escreveu tanto quanto sua saúde lhe permitiu e nos últimos meses de vida, reuniu todas as sua poesias numa coleção. Ela doou esta coleção ao seu irmão, Urias, que mais tarde tornou-se famoso nos círculos adventistas do sétimo dia como editor da Review, escritor e professor. Urias publicou sua coleção apenas alguns dias antes de ela morrer, sob o título Home Here, and Home in Heaven (O Lar Aqui, e O Lar no Céu).

Tanto em tão pouco tempo Jovem como ela era, com apenas dois anos para se firmar

como artista, poetisa, compositora de hinos e editora, Annie Smith causou um impacto importante e singular na que se tornou Igreja Adventista do Sétimo Dia. Por exemplo, quando a Associação Geral organizou nossa igreja em Battle Creek, Michigan, em 21 de maio de 1863, os delegados escolheram cantar um hino de Annie Smith “Long Upon the Mountains” (nº 447), que significava muito para os presentes à assembleia de nossa recém formada igreja.

Hoje, após 150 anos da hinologia de nossa igreja, pode-mos declarar que Annie deixou um legado que continuará para sempre. Sua esperança estava no retorno de Jesus e em Sua salvação para todos os fiéis. A última estrofe do hino “Long Upon the Mountains” poderia ser um perfeito epitáfio para aquela jovem que viveu e morreu com a “abençoada esperança” em seu coração:

“Logo Ele vem! Descendo entre nuvens;Todos os Seus santos, sepultados surgirão;Os remidos, envoltos pelo som de hinos,Gritam sua vitória que sobem aos céus.Oh, ansiamos por Tua aparição;Venha, ó Salvador, venha depressa!Bendita esperança! Nosso espírito se alegraLeve Teus filhos resgatados ao lar.” Annie Smith ganhou um lugar em nosso coração e em

nossa história. Como nossa poetisa e musicista pioneira, ela reforçou o amor de Tiago White pela música e fez dela parte integral no sistema educacional adventista. O interesse dos adventistas pela música e de cantar hinos, sem dúvida começa com Tiago White e Annie Smith.

Annie morreu no dia 26 de julho de 1855, e está enterrada no cemitério de sua família em West Wilton, New Hampshire. ■

1 A. W. Spalding, Origin and History of Seventh-day Adventists (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1961), vol. 1, p. 245; veja também o appendix, p. 404.2 Ellen G. White, Dons Espirituais (Battle Creek, Mich.: James White, Steam Press, 1860), vol. 2, p. 164, 165.

Nathan thomas é professor de história no Pacific Union College, Antwin, Califórnia, EUA.

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R E s P o s T a s a P E R G u n T a s B Í B l i C a s

Em 2 Samuel 24:1, lemos: “Mais

uma vez irou-se o Senhor contra Israel e

incitou Davi contra o povo, levando-o a fazer um censo de Israel e de Judá.” De acordo com 2 Crônicas 21:1, “Satanás levantou-se contra Israel e levou Davi a fazer um recensea-

mento do povo.” Examinarei o uso do termo satã no Antigo Testamento, algumas ligações terminológicas com outras passagens e, no final, sugerirei uma maneira de harmonizar essas duas passagens.

1. Uso do termo satã: A palavra hebraica para satã significa “adversário, oponente” e é usada para designar seres humanos que agem como adversários ou oponentes de outros (ex. 1Rs 11:14, 23). Ela também designa o anjo do Senhor que agiu como adversário de Balaão (Nm 22:22). Obviamente, essa não é uma figura demoníaca. O substantivo também é encontrado em Jó 1:5 e 2:1, e em Zacarias 3:1 para o adver-sário do povo de Deus. Estudiosos muitas vezes argumentam que quando o substantivo satã é acompanhado por um artigo definido (“o satã”) se refere à função (“um adversário/oponente”) e não é um substantivo próprio (“Satã”). Como no primeiro caso o termo não tem um artigo, só em 1 Crônicas 21:1 é considerado substantivo próprio (“Satã”). Porém, outros estudiosos argumentam que é precisamente quando o substantivo é acompanhado por um artigo que funciona como nome próprio. Pode-se perguntar, então: “Será que esse debate é tão importante?”

2. Ligação Linguísticas: Há ai uma clara ligação linguística entre Jó 2:1, Zacarias 3:1 e 1Crônicas 21:1. Em Crônicas Satã “se levanta”(‘amad) contra Israel e incita (sut) Davi a pecar. O uso do verbo “levantar” (‘amad), junto com o substantivo satã, é encontrado em Zacarias 3:1, estabelecendo uma ligação entre as duas passagens. Em ambos os casos satã se opõe ao servo de Deus. O verbo “incitar” (sut) aparece junto com o substantivo satã em Jó 2:3, estabelecendo, também, uma ligação entre essas duas passagens. Em Jó, ele incita Deus contra Jó, e em Crônicas ele incita Davi contra Deus. O cronista sabe como usar o termo satã (“Satã”). Muito

provavelmente reflete o significado do termo nos outros dois livros. Em outras palavras, ele não está contrastando seu uso com o de outras passagens; a presença ou ausência do artigo é irrelevante. O Antigo Testamento descreve um ser que se opõe a Deus e aos Seus planos para Seu povo (ex. Gn 3:1-5; Lv 16:8-10, 20-22; Is 14:12-14; cf. Ap 12:9).

3. As Narrativas em Crônicas e Samuel: O papel de satã é muito claro nas passagens que estamos discutindo. Primeiro, ele é o adversário do povo de Deus, oponente à divina dispo-sição de perdoá-los (Zc 3:1). Ele até se opõe contra a maneira que Deus governa Seu reino (Jó 1:6; 2:1). Segundo, ele incita o povo a desobedecer a Deus. Terceiro, ele deseja coisas más para o povo de Deus. Sem dúvida, ele é o arquiinimigo divi-no. Segundo o livro de Crônicas, Satã se levantou contra Isra-el como inimigo e incitou Davi a realizar o censo sabendo que resultaria no sofrimento do povo. Por que realizar o censo é um pecado nacional? Vários tipos de censos eram realizados em Israel, sem nenhum penalidade (ex. Ex. 30:11-16). Talvez, como muitos já sugeriram, a diferença aqui é que esse era um censo militar realizado sem a aprovação divina e que expressava confiança no poder militar humano. Foi uma violação à aliança de Israel com o Senhor.

Se esse é o caso, as diferenças entre 1 Crônicas e 2 Samuel são indiferentes. A ira do Senhor mencionada como a causa da realização do censo, é esclarecida ao Deus permitir que Satã incite Davi a realizar o censo. Em sua ira, Deus não intervém para proteger Davi.

No entanto, Deus ainda é o Senhor Soberano que autoriza as ações de Satanás e que coloca fim à praga. Ele usa essa experiência para levar Davi a encontrar um local para cons-truir o templo. Ele não entrega a Satanás o controle completo sobre Seu povo (veja, Jó 1:12; 2:6). ■

adversárioCompreendendoo Por que 2 Samuel 24:1

diz que Deus incitou Davi a realizar o censo militar,

enquanto 1 Crônicas 21:1 diz que Satã fez isso?

Ángel Manuel rodríguez mora no Texas, após jubilar-se como diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral.

26 Adventist World | Fevereiro 2015

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E s T u d o B Í B l i C o

A nossa sociedade idolatra seus heróis. Os ídolos do século 21 são as estrelas do esporte, da música pop, ícones de Hollywood e executivos de negócios multimilionários.

Porém, como podemos constatar, as estrelas de uma geração rapidamente se transformam em memórias distantes. As luzes que brilham sobre os cartazes do mundo, desaparecem rapidamente.

No estudo bíblico deste mês estudaremos dois heróis bíbli-cos que merecem ser seguidos, e que se destacam com a cabeça e os ombros acima de todos os outros. Seu legado permanece por milênios e brilha cada vez mais a cada geração que passa.

Daniel e José são dois exemplos de como Deus abençoa os que confiam nEle sem reservas, entregam sua vida a Ele com-pletamente e seguem Sua direção para onde quer que Ele os envie. Porém, mesmo com toda dedicação, é possível crescer ainda mais para atingir o ideal estabelecido pelo Cristo vivo, que revela o que significa ser realmente comprometido com a vontade do Pai.

1 Como Daniel se distinguiu de todos os outros jovens na Babilônia? Leia Daniel 1: 8 e compare as atitudes de Daniel quando adolescente com suas atitudes no final da vida, em Daniel 6:4, 5, 10.Um estudo da vida de Daniel revela a sua inabalável lealdade a Deus. Do momento em que, ainda adolescente, foi levado cativo para Babilônia, até o seu encontro com os príncipes políticos da Pérsia, no final de sua vida, Daniel manteve o seu compromisso absoluto e inflexível com o Deus do céu.

2 Observe a similaridade entre as tentações de José e as de Daniel. Leia Daniel 1:5, 8 e Gênesis 39:7-9.Daniel e José enfrentaram tentações ferozes que apelavam para seus desejos carnais. Mas ambos tomaram decisões resolutas e inabaláveis. Eles seguiram o mesmo conselho que, mais tarde, foi dado no livro de Tiago: “Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês” (Tiago 4:7).

3 Apesar de José ter sido preso, e Daniel ter se destacado entre os mais inteligentes da Universidade da Babilônia, que bênção Deus deu a esses baluartes da fé? Leia Daniel 1:9, 17-20 e Gênesis 39:21-23.

4 Leia Provérbios 3:1-10, e liste todas as promessas que Deus faz para aqueles que são fiéis a Ele. Quantas promessas você achou? Em que áreas de sua vida elas podem ser aplicadas?Daniel e José enfrentaram enormes desafios na vida. Ambos passaram por provações e dificuldades. Mas as bênçãos de Deus sobre eles ultrapassaram em grande medida qualquer desafio ou dificuldade que tenham enfrentado.

5 Como, mais tarde, a lealdade de Daniel e José a Deus, encontrou um exemplo na vida do próprio Jesus? Leia e compare João 8:29, Mateus 26:39 e Hebreus 10: 7 para descobrir uma maneira poderosa de viver a vida cristã. Jesus era totalmente comprometido em fazer a vontade do Pai. Sua entrega à vontade do Pai era absoluta. Essa decisão importante é a chave para viver uma vida cristã vitoriosa. A questão fundamental é: “Estou totalmente comprometido em fazer a vontade do Pai, mesmo quando Sua vontade conflita com a minha?”

6 Que promessa fez o Pai a Jesus em virtude da Sua humildade, pronta obediência e espírito submisso? Filipenses 2:8-11.

7 Que promessa o próprio Jesus faz a quem “abandona tudo” para segui-Lo sem reservas? Marcos 10:28, 29.À semelhança de José e Daniel também enfrentaremos desafios ao seguir a Jesus. Mas as bênçãos de Deus sobre nossa vida são abundantes. Teremos a alegria da Sua presença aqui, a confiança de que está nos guiando diariamente, a certeza de Sua provisão para todas as nossas necessidades, e a gloriosa boa-nova de vida eterna através da salvação que Ele oferece gratuitamente.

Vale a pena viver por isso. ■

Mark A. Finley

Heróis quemerecem ser seguidos

F o t o : C o r t E S I A D E C H A D S t U A r t Fevereiro 2015 | Adventist World 27

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Ordenação de Mulheres Escrevo sobre o artigo de Andrew McChesney “Adventistas são incentiva-dos a estudar individualmente sobre a Ordenação de Mulheres” (AW – novem-bro de 2014). Li o artigo com interesse e fiquei surpreso com a informação de dois parágrafos.

Primeiro, na seção da Posição 2, Júnia é ousadamente citada como mulher, no entanto, em todo mundo, isso nunca foi confirmado por nenhuma teologia religiosa, portanto, parece colocar a teologia da igreja em dúvida.

Segundo, na seção da Posição 3, é mencionada a exceção de Deus conce-dendo um rei a Israel. Por causa da sua escolha, Israel se afundou na apostasia e foi conquistado pela Babilônia. Não é muito coeso para as mulheres no minis-tério. Será que estamos sendo guiados pelo mesmo caminho?

Graeme Dodd Gawler, South Australia, Austrália

Tendências no TwitterAprecei muitíssimo a maneira como os filhos de Deus, na América do Sul, são sérios e apaixonados pela obra de Deus (veja Adventistas da América do Sul Fazem da Bíblia Tema Comentado no Twitter”, AW – outubro de 2014). Que Deus os abençoe abundantemente. Que sejamos impulsionados a fazer o mesmo, se ainda não estivermos fazendo.

Joel MutungiKigali, Ruanda

Fé na Vitrine de Loja Escrevo sobre o artigo de notícia “Grã- Bretanha: Fé é exibida em vitrine de loja” (AW – outubro de 2014). Sim, po-demos ser criativos e cristãos ao mesmo tempo. Minha oração é que os jovens se levantem e usem seus dons para criar e inovar o evangelismo, como nessa ini-ciativa, acrescentando novos métodos aos que já temos.

Vivemos em uma era pós- moderna e necessitamos explorar maneiras novas e competentes de alcançar pessoas com essa mentalidade. Louvado seja Deus por esse esforço criativo!

Winston LeePor e-mail

Cartas

Estou desesperadamente precisando de ajuda. Sinto-me atormentada pelo inimigo e não desfruto de paz espiritual. Por favor, peço que intercedam em meu favor, juntamente com as orações da minha igreja, que tem me apoiado em meus conflitos.

Joyce, Suécia

Por favor, orem para que eu passe nos exames do quarto ano de contabilidade e seja aceito no curso de mestrado. Já me ofereceram uma bolsa de estudos. Preciso da direção do Senhor.

Nelson, Maláui

Peço orações pela minha irmã. Ela foi assaltada e levaram uma grande soma de dinheiro. Temos esperança em Deus de recuperá-lo. Orem também para que eu encontre um emprego. Formei-me em 2011 e ainda estou procurando emprego.

Ângela, Zâmbia

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“Sim, podemos ser criativos e cristãos ao mesmo tempo.”– Winston Lee,

Por e-mail

GRATIDÃOOraçãow

T R O C A D E I D E I A S

28 Adventist World | Fevereiro 2015

Saúde no Mundo e Câncer de CólonPeter N. Landless e Allan R. Handysides sempre escrevem colunas interessantes e informativas. Como leitor assíduo da Adventist World, aprecio muito essa coluna, pois todos artigos instruem e inspiram.

A coluna sobre o “Câncer de Cólon” (AW – agosto de 2014) é realmente uma advertência! Muitas pessoas (mesmos as que não consomem álcool) estão sendo diagnosticadas com câncer de cólon com uma frequência assustadora. Não há dúvida de que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é abençoada com uma incrível mensagem de saúde. De fato, o propósito de Deus é que tenhamos “prosperidade e saúde” (3Jo 2).

Devon L. Sanderson Wilmington, Delaware, Estados Unidos

Adventist World em Vários IdiomasSaudações! Aprecio ler a Adventist World. Tenho uma pergunta: Em quan-tas línguas essa revista é publicada?

Bheki NyathiÁfrica do Sul

Page 29: February 2015 portuguese

Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

A Adventist World é impressa em inglês, coreano, espanhol, português, francês e alemão. No início de 2014, a revista foi lançada em várias outras edições em formato reduzido, a Adventist World Digest (resumida), elevando o total de “digest” a 17. Portanto, é possível ler o conteúdo da Adventist World em pelo menos 22 idiomas diferentes. Para saber mais, visite nossa página na Internet, www.adventistworld.org – Os Editores.

ApreciaçãoSou novo na fé adventista e gosto da Adventist World. Aprecio especialmente os artigos Estudo da Bíblia e a coluna de Respostas a Perguntas Bíblicas.

D. Jones Bonnyman, Kentucky, Estados Unidos

Muito obrigado pelo maravilhoso trabalho que vocês estão realizando nesta revista. Ela nos ajuda a ficar infor-mados sobre nossos irmãos e irmãs.

Christine NabunjoKampala, Uganda

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para [email protected]. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 pala-vras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

Gostaria de levar meu filho de dez anos de idade ao Campori de Desbravadores do Sul do Pacífico, mas não tenho dinheiro suficiente. Precisamos de um milagre. Orem por nós.

Jini, Austrália

Por favor, orem por mim. Enfrento sérios problemas, e tenho derramado

muitas lágrimas. Mas eu creio que Jesus não vai me deixar sofrer até o final dos dias. Sei que Deus é capaz de me ajudar.

Benson, Quênia

Minha mãe está hospitalizada com em-bolia pulmonar. Por favor, orem por ela.

Marie, França

Por favor, orem pelas pessoas da minha aldeia.Pilla, Índia

RESPOSTA: Em St. Petersburg, Flórida, Estados Unidos, um grupo de judeus adventistas comemoram a Festa de Dedicação (Chanukah) ao serem batizados. Aqui os candidatos oram juntos antes de entrar na água.

LugaréEste?

Que

Uma jornada de descobertas pela BíbliaDeus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros, em mais de 180 países, que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui:

1º- DE MARçO DE 2015 • romanos 3

ReavivadosSua Palavrapor

Fevereiro 2015 | Adventist World 29

Page 30: February 2015 portuguese

T R O C A D E I D E I A S

No dia 22 de fevereiro de 1955, Roy S. Cornell, médico, chegou a

Benghazi, Líbia, para estabelecer a obra médica adventista ali. Ele trabalhava como cirurgião chefe de um hospital do governo.

Pouco após sua chegada, Cornell supervisionou a reforma de um hotel danificado pela guerra, para ser utilizado como o hospital adventista. Além de supervisionar as reformas e montar o quadro de funcionários, Cornell trabalhava como conselheiro médico para o governo líbio.

O Hospital Adventista Benghazi abriu oficialmente suas portas no dia 21 de maio de 1956, com 32 leitos. Tragicamente, o Dr. Cornell contraiu poliomielite aguda (pólio) em 1957, que o deixou completamente paralisado.

Em 1964, o hospital abriu uma escola de enfermagem, e era uma das poucas organizações estrangeiras com autorização para possuir bens na Líbia.

Em 1969, logo após a “Revolução Líbia”, o Hospital Adventista Benghazi foi nacionalizado. Em 1977, o governo da Líbia fez um acordo de US$ 1.290.963,00 com a Associação Geral.

As emoções são parte da vida humana. A seguir estão algumas maneiras naturais para lidar com as emoções negativas:

Quando estiver estressado: Force um sorriso. O sorriso, mesmo dado com esforço, reduz o estresse.

Quando estiver triste: Dê um passeio. Cinco minutos ao ar livre pode melhorar seu humor.

Quando estiver com raiva: Ouça música erudita. Ela reduz os sentimentos de agressão e raiva residual.

Fonte: Men’s Health

À esquerda: Dr. R. S. Cornell em pulmão de aço, chegando na Base Aérea de McGuire, New Jersey, a caminho de Seattle. Direita: Dr. R. S. Cornell e família.

Fonte: Men’s Health

MAu HuMorCoMBAtA o

D . A . r o t H

ficar sem fôlegosentir-se exaustotiver unhas quebradiçasnão conseguir se concentrar

Boas fontes de ferro são as lentilhas, espinafre, arroz, feijão vermelho, tomate, grão-de-bico, batata.

Fonte: Women’s Health

Você precisa de mais

Há 60 anos

ferrose...

30 Adventist World | Fevereiro 2015

Os grãos e vegetais não são as únicas fontes de fibra dietética. Os seguintes alimentos são ricos em fibra, potássio e magnésio:

BatataCouve-flor NaboMilho Pastinaca (raiz que se usa como hortaliça)

Deuno prato

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O número de passageiros que transitam pelos aeroportos mais movimentados do mundo:

O que Deus espera de nós?

Aqui está a resposta de Jesus,

segundo o Evangelho de Mateus:

‘Esperem fielmente. Juntos.’– Matthew L. Skinner, St. Paul, Minnesota, Estados Unidos

MAu HuMorCoMBAtA o

Fonte: USA Today

Atlanta, Estados Unidos 94 milhões

Pequim Capital, China 84 milhões

Heathrow, Londres, Grã-Bretanha 72 milhões

Tokyo Haneda, Japão 69 milhões

O’Hare, Chicago, Estados Unidos 67 milhões

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EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor Administrativo e Editor-ChefeBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoPyung Duk Chun

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, presidente; Akeri Suzuki, Kenneth Osborn, Guimo Sung, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han

Editores em Silver Spring, Maryland, EUALael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Kimberly Luste Maran, Andrew McChesney

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Editor On-lineCarlos Medley

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Assistente Administrativo Marvene Thorpe-Baptiste

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Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Brett Meliti

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Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

V. 11, nº- 2

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

maıs

Fevereiro 2015 | Adventist World 31

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Participe da assembléia da Associação Geral, em San Antonio, Texas.

(2-11 de julho de 2015)

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Estaremos todos reunidos, em breve!

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