EXTRUSÃO ORTODÔNTICA LENTA COM FINALIDADE...

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AKEMI ELISABETE TAMURA EXTRUSÃO ORTODÔNTICA LENTA COM FINALIDADE DE GANHO ÓSSEO PARA REABILITAÇÃO COM IMPLANTE DENTÁRIO CURITIBA 2009

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AKEMI ELISABETE TAMURA

EXTRUSÃO ORTODÔNTICA LENTA COM FINALIDADE DE GANHO

ÓSSEO PARA REABILITAÇÃO COM IMPLANTE DENTÁRIO

CURITIBA

2009

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Akemi Elisabete Tamura

Extrusão Ortodôntica Lenta com Finalidade de Ganho Ósseo para

Reabilitação com Implante Dentário

Curitiba

2009

Monografia apresentada ao curso de

Especialização em Ortodontia da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito

para a obtenção do título de especialista.

Área de concentração: Ortodontia

Orientadora: Profa. Dra. Ana Cláudia Moreira

Melo

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DEDICATÓRIA

Aos meus familiares que sempre me incentivaram na minha formação

profissional e pessoal.

Aos colegas do curso, pelo companheirismo e amizade.

Aos mestres, por todo conhecimento e experiência que foram passados ao

longo deste curso, em especial à Profa. Ana Cláudia Moreira Melo, que me orientou,

apoiando-me nas minhas dificuldades com muita dedicação.

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Tamura AE. Extrusão ortodôntica lenta com finalidade de ganho ósseo para

reabilitação com implante dentário [Monografia]. Curitiba: Curso de

Especialização de Ortodontia da Universidade Tuiuti do Paraná; 2009.

RESUMO

Na clínica ortodôntica, pacientes adultos são cada vez mais comuns e para

que esse tratamento seja realizado com sucesso, é essencial um planejamento

multidisciplinar. Em dentes com doença periodontal avançada e com extração

indicada, uma opção de tratamento é a extrusão ortodôntica lenta, para o

desenvolvimento da gengiva e osso. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura

sobre a extrusão ortodôntica lenta com finalidade de ganho ósseo para reabilitação

com implante dentário, considerando indicações, contra indicações e aspectos

mecânicos da técnica que será ilustrada por meio de um caso clínico. Este

procedimento é indicado para dentes sem lesão periapical endodôntica, com perda

parcial de osso e quando a estética é um fator determinante. Em relação à mecânica

aplicada para a extrusão ortodôntica, várias são as possibilidades em termos de

aparatologia ortodôntica, contudo é consenso que a força aplicada deve ser leve, de

25 a 30g. Ainda, na extrusão lenta, além da formação óssea, a gengiva também

segue o movimento vertical da raiz, promovendo inclusive redução de profundidade

de bolsa. De acordo com a literatura revisada e com os resultados observados no

caso apresentado, pode ser concluído que a extrusão lenta é um procedimento

viável desde que bem planejado.

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Tamura AE. Slowly orthodontic extrusion for bone increase to dental implant

rehabilitation [Monograph]. Curitiba: Curso de Especialização de Ortodontia da

Universidade Tuiuti do Paraná; 2009.

ABSTRACT

In orthodontic practice, adult patients are becoming even more frequent and to

have a successful approach it is essential a multidisciplinary treatment planning. In

teeth presenting advanced periodontal disease and periodontally lost, a treatment

option is orthodontic extrusion to gingival and bone development. The aim of this

study was a literature review about orthodontic extrusion for bone development and

dental implant placement, considering indications, non indications and mechanical

aspects of the technique that will be illustrated with a clinical report. This procedure is

indicated for teeth with no periapical lesion and partial bone deficiency and in esthetic

area. In relation to the applied mechanic for orthodontic extrusion, many are the

possibilities, but a general consent is the light force between 25 and 30 g.

Furthermore, during orthodontic extrusion, besides bone increase, the gingival tissue

also accompanies vertical movement of the roots, even reducing pocket depth.

According to the reviewed literature, and the observed results in the case presented,

it can be concluded that orthodontic extrusion is a viable procedure if carefully

planned.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................ 01

2. PROPOSIÇÃO ............................................................................... 03

3. REVISÃO DE LITERATURA .......................... ............................... 04

4. RELATO DE CASO CLÍNICO.......... ............... .............................. 18

5. DISCUSSÃO................................................................................... 22

6. CONCLUSÃO....................................... .......................................... 26

7. REFERÊNCIAS .............................................................................. 27

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1. INTRODUÇÃO

Pacientes adultos são cada vez mais comuns na clínica ortodôntica e,

freqüentemente, apresentam perdas dentárias, dentes com comprometimento

periodontal, reabsorção do osso alveolar, entre outros problemas. Nesses pacientes

é essencial um planejamento multidisciplinar para que a ortodontia seja realizada de

forma a buscar um maior equilíbrio da oclusão previamente ao tratamento

reabilitador¹. Ainda, a busca cada vez maior dos pacientes pela estética tem

desafiado a odontologia a unir esforços para satisfazer o desejo dos pacientes,

contudo sem esquecer que a saúde ainda é o objetivo principal de qualquer

tratamento odontológico². Por outro lado, a reabilitação estética e funcional com a

utilização de próteses sobre implantes também requer esforços de vários

profissionais para que o planejamento da posição ideal dos implantes seja

alcançado³. Os fatores fundamentais para a realização de um plano de tratamento

ideal, é uma ótima oclusão associado com altura e largura do osso alveolar

adequada e o bom relacionamento das estruturas dentárias com a linha do sorriso4.

Em situações em áreas estéticas, nas quais há indicação de extração de

dentes periodontalmente comprometidos e sem lesão periapical endodôntica, uma

opção de tratamento é a extrusão ortodôntica para o desenvolvimento da gengiva e

osso na direção coronal antes da reabilitação com implantes dentários5,6. Tal

indicação se deve ao fato de que a extrusão ortodôntica, desde que bem controlada,

não envolve a perda óssea ou da sustentação periodontal, como ocorre geralmente

durante a extração e uma cirurgia de aumento de coroa que pode envolver a

recessão óssea na região dos dentes adjacentes7.

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O movimento de extrusão de um dente envolve a aplicação de forças de tração

em toda a região do ligamento periodontal de forma a estimular a aposição óssea

marginal na crista óssea. A formação de osso novo deve-se à presença de coágulo

de sangue, preservação de osteoclastos e contato com tecido vivo8. Como o tecido

gengival está unido à raiz pelo tecido conjuntivo, a gengiva segue o movimento

vertical da raiz durante o processo de extrusão7. Quando a tensão é aplicada ao

ligamento periodontal, as fibras de feixes periodontais são alongadas e osteoblastos

são induzidos a depositar osso novo nas áreas de alvéolo, onde as conexões

periodontais existem. O mesmo efeito também é visto na altura do osso alveolar. Há

um grande potencial de redução na profundidade da bolsa e mudanças na

arquitetura do tecido mole e duro9.

Após a fase de extrusão, é seguido um período de estabilização, para

remodelamento ósseo, antes da extração do dente “condenado” para a instalação do

implante dentário. Dessa forma objetiva-se promover um aumento no volume ósseo,

reduzindo a necessidade de enxerto ósseo7.

Em função da importância e das dúvidas a respeito do tema acima descrito,

decidiu-se realizar uma revisão da literatura científica ilustrada por meio de um caso

clínico.

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2. PROPOSIÇÃO

O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura, considerando

indicações, contra indicações e aspectos mecânicos da técnica de extrusão

ortodôntica. A revisão de literatura será ilustrada por meio de um caso clínico.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

A fim de facilitar a leitura deste trabalho, a revisão de literatura foi dividida em

tópicos:

• Reações teciduais à extrusão ortodôntica

• Aspectos mecânicos da extrusão ortodôntica com finalidade de ganho

ósseo

3.1 Reações teciduais à extrusão ortodôntica

O conhecimento das reações teciduais responsáveis pela movimentação

dentária é essencial no desenvolvimento do tratamento ortodôntico e tem atraído a

atenção de pesquisadores há muitos anos10-12. O movimento dentário ocorre quando

uma força é aplicada e implica em resposta celular no ligamento periodontal e

remodelação no osso alveolar13,14. Dessa forma, o ligamento periodontal tem papel

fundamental para o início e regulação do processo de modelação e remodelação

óssea durante o movimento dentário, seja ele de origem fisiológica (migração

dentária) ou ortodôntica14.

Reitan10-12 publicou alguns trabalhos na década de 60, nos quais descreveu as

reações que ocorrem clinicamente e histologicamente durante a movimentação

ortodôntica. A reação tecidual depende do envolvimento anatômico e das variações

nas características do osso alveolar e tecido fibroso. Segundo o autor, na

movimentação dentária durante o período inicial, pode se observar vários estágios:

1. compressão gradual do ligamento periodontal (4 a 7 dias); 2. período de

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hialinização, (4 a 5 dias); 3. período secundário durante o qual há principalmente

reabsorção direta do osso de forma que o dente sofre movimentação.

Conforme o dente se movimenta, o osso ao redor do alvéolo dentário sofre

remodelação, processo esse constituído por sítios de aposição e reabsorção14. No

sítio de reabsorção, osteoclastos removem a camada de osso fascicular, a linha de

cemento e formam cavidades no osso de suporte. Em seguida, uma nova linha de

cemento é formada registrando o limite exato da reabsorção. A partir daí,

fibroblastos iniciam a secreção de fibras colágenas e restabelecem a integridade do

feixe de fibras do ligamento periodontal e uma nova camada de matriz óssea é

formada. A falta de equilíbrio entre o processo de reabsorção e formação óssea no

lado da reabsorção, é o responsável pelo movimento dentário. Por outro lado, na

zona de aposição, a quantidade de osso depositado é equivalente àquela

reabsorvida no lado oposto. Aposição óssea ocorre na superfície entre o osso

fasciculado e o ligamento periodontal14.

A aplicação de carga mecânica é um fator regulatório importante na

homeostase do osso alveolar, com papel fundamental para a manutenção estrutural

do processo alveolar15. Assim, em pacientes com perda óssea, o tratamento

ortodôntico pode ser de extrema utilidade para melhorar a saúde periodontal, desde

que não haja doença ativa, já que osteoclastos são células resistentes e prosperam

em meio inflamatório16. Por outro lado, o componente osteogênico da resposta do

ligamento periodontal à força ortodôntica, envolve a diferenciação de células do

ligamento periodontal em osteoblastos16.

Polson et al17, em 1984 estudaram os efeitos do movimento dentário no nível

do tecido conjuntivo, quando associados com defeito periodontal intra-ósseo. O

estudo confirmou que a alteração substancial da morfologia óssea ocorreu após o

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movimento dentário, no lado da tensão, mas estas alterações não foram

acompanhadas por nenhuma mudança no nível do tecido conjuntivo após aplicação

das forças ortodônticas. No lado da pressão, o desaparecimento do defeito ósseo

angular resultou no aparecimento de um nível mais coronal do osso alveolar. Exame

histológico revelou a presença de epitélio interposto entre o osso e a superfície

radicular. No lado da tensão, o desaparecimento do defeito ósseo angular foi

resultado do movimento de corpo do dente. A parede óssea do defeito angular não

acompanha o movimento do dente, devido a uma falta de fibras de inserção da

superfície radicular. Este desaparecimento transformou o defeito intra-ósseo em

uma bolsa supra-óssea.

van Venrooy e Yukna18, em 1985, estudaram em cães, o efeito do movimento

de extrusão ortodôntica em dentes com doença periodontal avançada. Foram

seccionadas as raízes dos primeiros pré-molares e apenas a raiz mesial foi utilizada

no experimento, sendo a raiz distal extraída. Cada um dos constituintes da amostra

foi seu próprio controle. No lado direito (controle), havia lesão periodontal induzida e

do lado esquerdo (experimental), lesão periodontal induzida seguida pela extrusão

ortodôntica. Antes de induzir a lesão, os animais exibiram uma leve gengivite com

bolsa de 2 mm ou menos no dente a ser tratado. A extensão da destruição

periodontal foi marcada pelo corte da raiz no nível mais apical da remoção do osso.

Um elástico de ligadura foi colocado ao redor de cada raiz no nível do osso para

prevenir reencaixe e perpetuar a lesão. Após 90 dias a ligadura foi removida para

verificar a natureza crônica e irreversível da lesão induzida. Depois de induzida e

mantida a lesão, foi observado perda de 1/3 a 1/2 do suporte periodontal original dos

dentes, sangramento na sondagem, eritema marginal e a profundidade da bolsa de

2 a 3 mm. A mobilidade foi classificada como de 0 a 1 em todos os dentes. A força

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utilizada para a extrusão foi de 20 a 25 g, aplicada entre um gancho soldado em

segmento de fio e um gancho cimentado dentro do canal de cada raiz. Para delinear

a calcificação de tecidos, foi injetado intraperitonealmente Procion Brilhante

Vermelho H8BS, 5 dias antes de iniciar a extrusão. O movimento requereu de 14 a

21 dias, obtendo-se uma extrusão de 3 a 4 mm e aumento do grau de mobilidade de

1 para 3. Os dentes foram estabilizados por um período de 21 dias, mantendo o grau

de mobilidade entre ½ a 2, a profundidade da bolsa de no máximo 1mm e sem

sangramento na sondagem. Entretanto, nos dentes controle verificou-se aumento

da bolsa de 2 a 4 mm e sangramento. Radiograficamente não foi observada

mudança no nível ou forma da crista óssea alveolar ao redor do dente extruído. O

exame histológico indicou que o tecido marginal do grupo experimental era similar

ao do controle, exceto pela diminuição da profundidade do sulco e formação de um

colar de osso superior na crista óssea alveolar original, de aproximadamente metade

da distância da extrusão. Similarmente, a região apical apresentou uma faixa larga

de deposição óssea nova entre o ápice do dente e a parede alveolar original.

Berglundh et al19, em 1991, realizaram um estudo experimental a fim de

descrever a reação do tecido periodontal à extrusão ortodôntica quando combinada

com fibrotomia supracrestal. Cães com saúde periodontal foram usados no

experimento. Os segundos, terceiros e quartos pré-molares inferiores foram

obturados e seccionados. A raiz mesial de cada pré-molar foi selecionada como

grupo experimental, enquanto a raiz distal correspondente serviria como grupo

controle. Após quatro semanas, um dispositivo para extrusão foi instalado em ambos

os lados da mandíbula, de forma a gerar força de 5 a 10g reativada a cada 2

semanas durante o período de 8 semanas. No quadrante esquerdo da mandíbula,

as raízes mesiais foram expostas e submetidos a fibrotomia supracrestal. Este

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procedimento foi repetido na unidade da raiz mesial a cada segunda semana

durante o período ativo. Após a extrusão das raízes, foi realizada contenção por um

período de 8 semanas. O resultado demonstrou que o processo de extrusão resultou

em 4 mm de deslocamento vertical e foi acompanhado pela recessão do tecido

periodontal e remodelamento, recessão da gengiva marginal, aumento na largura do

anexo gengival, perda mínima de tecido periodontal e deposição de tecido ósseo na

crista alveolar. Na extrusão ortodôntica combinada com fibrotomia supracrestal, o

deslocamento coronal foi mais evidente, mas a recessão da gengiva marginal e a

perda do tecido conjuntivo foi maior do que o movimento dentário sem fibrotomia. O

resultado da análise histológica confirmou o resultado clínico e revelou que a altura

do anexo supracrestal permaneceu estável durante o processo de extrusão.

Mantzikos e Shamus5,20, em 1997 e 1999, observaram as respostas

osteofisiológicas e dos tecidos moles, quando incisivos superiores, que

apresentavam defeito alveolar vertical e perda óssea horizontal maior que a metade

do comprimento da raiz ao longo das superfícies mesial e distal, foram submetidos a

extrusão ortodôntica com o objetivo de aumentar verticalmente a altura óssea

disponível, para posterior colocação do implante dentário. Os autores observaram

que quando o dente é submetido à extrusão ortodôntica, há redução da

profundidade de bolsa e o epitélio sulcular aparece na gengiva marginal coronal

(aspecto avermelhado), devido a uma eversão do revestimento da bolsa. A redução

da bolsa periodontal no tecido mole, ocorre como resultado do deslocamento coronal

do anexo dos feixes de fibras apicais do epitélio, causando uma porção substancial

da parede da bolsa. Durante a fase eruptiva, quando o ligamento periodontal

acomoda a posição alterada do dente, as principais fibras do ligamento periodontal

na área de tensão, funcionam como um mecanismo de acoplamento, para prender

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as fibras de colágeno recentemente produzidas a outras fibras já existentes.

Conseqüentemente ocorre um sincronismo na criação da matriz óssea e no

processo de remodelamento do ligamento periodontal, que permite a movimentação

dentária e mantém a integridade do tecido circunjacente. O mecanismo inicial

envolve a estimulação de células mesenquimais indiferenciadas do ligamento

periodontal na diferenciação em osteoblastos. O mínimo de exigências teciduais

para a movimentação dentária é um sistema vascular intacto e o potencial das

células que sejam ligeiramente ativados. Tecido ósseo é formado na superfície

interna do alvéolo, diretamente adjacente ao ligamento. Os autores concluíram que,

se as fibras dos feixes são densas, a matriz é geralmente depositada ao longo do

estiramento dos feixes das fibras, resultando na formação de nova lamela. Quando

as fibras são delgadas, uma camada de matriz mais uniforme é formada ao longo da

superfície óssea.

Durante o período de reabsorção solapante, nenhuma atividade formativa

acontece no lado da tensão, a não ser o deslocamento secundário do dente. O

ligamento periodontal é comprimido e células livres das áreas hialinizadas são

desenvolvidas como resultado de isquemia localizada. A hialinização é causada pela

compressão excessiva do ligamento periodontal. Quando a reabsorção solapante for

alcançada, é removido o tecido hialinizado e o dente começa o deslocamento devido

ao espessamento do ligamento periodontal. Aposição pode começar no lado da

tensão, seguindo por uma hialinização ou a continuação do movimento dentário por

reabsorção direta da parede alveolar21,22. Após um período de latência de poucos

dias ou semanas, inclui-se um período de hialinização, ocorre extrusão lenta em

uma taxa de aproximadamente 1mm ou menos por semana. É importante manter a

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constância da força entre as fases de extrusão e hialinização, caso contrário, o

movimento desejado não ocorrerá7.

Nozawa et al23, em 2003, relataram um caso clínico com indicação de

tratamento periodontal de um segundo pré-molar inferior esquerdo. Após iniciar o

tratamento periodontal, era observada profundidade de sondagem na face vestibular

do segundo pré-molar esquerdo inferior de 6 mm e na face lingual de 3 mm, a

espessura da gengiva queratinizada era de 1 mm e a mobilidade dentária grau 1. Foi

indicada cirurgia periodontal, da qual resultou uma severa reabsorção óssea e

defeitos ósseos angulares interproximais. Cinco meses após a cirurgia inicial, o

defeito ósseo angular interproximal estava aumentado e sete meses após a cirurgia

inicial, as profundidades de sondagem eram de 3 mm nas faces vestibular e lingual e

a mobilidade grau 2. Foi então proposta a extrusão ortodôntica do dente envolvido

após tratamento endodôntico. A mecânica proposta constou de colagem do braquete

do dente a ser extruído, apical em relação aos adjacentes. Além da força extrusiva,

foi aplicado torque vestibular de raiz. A posição do braquete era gradualmente

deslocada em direção apical e a porção vestibular da raiz exposta. Doze semanas

depois, radiografias mostraram 15 mm de extrusão do dente que foi estabilizado por

um período de 8 semanas por meio de fio de amarrilho. A distância entre a raiz e

osso era 3,5 mm em 12 semanas, e diminuiu para 1 mm em 20 semanas. Após a

extração, o defeito ósseo praticamente desapareceu, verificou-se a formação óssea

do ápice à direção coronal e nas regiões vestibular e lingual.

Lin et al24, em 2006, publicaram um caso clínico, no qual era observado defeito

gengival da papila interdental entre o incisivo central e lateral direito superior, com

severa destruição periodontal no terço cervical da superfície distal da raiz e com

uma reabsorção externa da raiz. A profundidade de sondagem era de 6 mm na

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superfície distal do incisivo central e 4mm na superfície mesial do incisivo lateral. O

incisivo central foi considerado periodontalmente perdido. Devido à altura da linha do

sorriso e a fim de prevenir a reabsorção óssea e recessão gengival, foi decidido pela

extrusão ortodôntica do incisivo central. O objetivo da movimentação em reconstruir

a papila interdental, no nível da gengiva marginal é aumentar a largura da gengiva

queratinizada. Com uma força leve e contínua, após 8 semanas observou-se uma

extrusão de 2 a 2,5 mm do incisivo e um aumento de gengiva queratinizada. Depois

da extração, um implante dentário foi imediatamente instalado, com o diâmetro

similar ao do dente extraído, para reduzir a abertura entre a parede óssea e reduzir

o uso de membrana regenerativa, aumentando o sucesso da implantação.

A fim de determinar as diferenças na movimentação dentária quando em

maxila ou mandíbula, Deguchi et al25, em 2008, estudaram as propriedades

histomorfométricas do osso alveolar de ambos os maxilares durante o movimento

ortodôntico em cachorros. O estudo mostrou que na maxila a velocidade de

formação óssea é mais elevada do que na mandíbula. Uma razão para o movimento

dentário ser mais rápido na maxila é a sua cortical óssea delgada. Por outro lado, na

análise histomorfométrica, maior erosão da superfície óssea foi observada na maxila

se comparada a mandíbula. A taxa de aposição mineral e a superfície mineralizada,

aumentaram somente no lado da tensão em ambas as arcadas, em função do

movimento dentário.

3.2 Aspectos mecânicos da extrusão ortodôntica com finalidade de ganho

ósseo

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De acordo com a literatura revisada, a extrusão ortodôntica é indicada nas

seguintes situações:

• para tratamento de lesão intra óssea ou subgengival de dentes entre a

junção cemento esmalte e o terço cervical da raiz (ex. cáries, fraturas

oblíquas e horizontais, perfuração causada por pino ), quando a estética for

um fator importante7;

• para o restabelecimento da largura biológica (espaço entre a crista óssea e

a base da bolsa), quando houver comprometimento com restaurações,

perfuração endodôntica ou reabsorção radicular externa26 ;

• para redução de defeito ósseo angular e bolsa periodontal isolada4;

• para manter ou restabelecer a integridade do rebordo alveolar com a

finalidade de instalação de implante dentário7.

Como contra indicações da extrusão ortodôntica podem ser citadas as

seguintes situações:

• anquilose e hipercimentose, onde o excesso de força pode causar intrusão

dos dentes de ancoragem7;

• fratura vertical de raiz7;

• em molares, onde a proximidade de raízes é maior7.

Uma dúvida freqüente ao se considerar a extrusão ortodôntica com finalidade

de ganho ósseo é a magnitude de força indicada. A força necessária para a extrusão

deve ser leve, de 25 a 30g, não excedendo mais que 30g, prevenindo a reabsorção

radicular extensa e anquilose. O tempo total para extrusão pode variar de uma a oito

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semanas. A duração da mecânica vai depender da quantidade de extrusão

necessária e idade do paciente12.

Um importante parâmetro é a velocidade da movimentação dentária.

Potashnick e Rosenberg27, em 1982, sugeriram que a quantidade de força usada e a

velocidade do movimento determinam o resultado da movimentação dentária. Se a

força é elevada e o movimento do dente rápido, as alterações nos tecidos

circunjacentes são menores. Portanto, se a intenção é ganho ósseo, o movimento

deverá ser mais lento. Os autores evidenciam ainda que na presença de inflamação

periodontal, a movimentação ortodôntica contribui para o aumento do defeito ósseo.

Também em dentes posteriores, a extrusão ortodôntica não é indicada, devido ao

risco de exposição da furca.

Segundo Bondemark et al28, em 1997, para uma extrusão rápida de dente

uniradicular, a força necessária é de 50 a 240g. Este movimento está indicado em

casos onde a linha de fratura está posicionada abaixo da margem do osso alveolar,

no terço coronal ou se o fragmento da raiz for suficiente para suportar uma

restauração coronal com tratamento endodôntico. Na extrusão rápida, ocorre o

estiramento e a reorganização das fibras do ligamento, sem o remodelamento

ósseo, e para evitar recidiva, geralmente a fibrotomia supracrestal é executada para

que as fibras possam reorganizar na nova posição da raiz.

Mantzikos e Shamus9, em 1998, relataram o tratamento de uma paciente com

perda óssea horizontal generalizada e perda óssea vertical localizada com bolsa de

2 mm a 10 mm nos incisivos centrais superiores. O tratamento ortodôntico foi

iniciado no arco superior com braquetes colados de canino a canino e adaptação de

fio Twist Flex 0.0175”. Os braquetes dos incisivos centrais foram colados mais

cervicalmente para provocar a extrusão dos incisivos centrais. Após a instalação do

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aparelho, o paciente retornava a cada 2 semanas para reduzir a borda incisal do

dente que começava a extruir, para controlar o processo inflamatório e monitorar o

progresso do movimento. Radiografias periapicais mensais foram tiradas para

observação. Foi observado durante a extrusão, um aspecto avermelhado na região

vestibular da gengiva, que era um epitélio sulcular não queratinizado evertido. Após

16 semanas os braquetes dos incisivos centrais foram reposicionados mais

apicalmente e um fio de níquel titânio 0.016” foi colocado e mantido por mais 8

semanas. Em seguida, os dentes foram estabilizados por um período de 4 a 6

meses, para permitir a própria reorganização do tecido mole e remodelação óssea.

Subsequentemente, os incisivos centrais foram extraídos e depois de 4 semanas

foram fixados os implantes.

Moreira et al29, em 2002, relataram um caso, em que a paciente apresentava

com doença periodontal avançada nos incisivos centrais superiores e primeiro molar

superior, e ausência de vários elementos dentários. Foi indicada a extrusão

ortodôntica lenta nestes dentes, por apresentarem 1/3 de remanescente ósseo

apical, tendo o cuidado para não movimentar os dentes adjacentes. O período entre

o início do tratamento e o seu término não ultrapassou 120 dias, com uma média de

90 dias para a reabilitação protética no local. O resultado apontou para o

crescimento ósseo, sem a necessidade de enxerto ósseo, melhorando o

posicionamento do implante dentário, tanto no aspecto axial como no seu

posicionamento cervical. O progresso do tratamento foi avaliado pelas radiografias

panorâmicas inicial, intermediárias e pós-tratamento.

Bach et al7, em 2004, citaram vários métodos utilizados para a técnica de

extrusão dentária. Uma das técnicas propostas foi a colocação de braquetes na

face vestibular do dente adjacente ao dente que foi indicado para a extrusão, numa

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posição passiva que não causam nenhum movimento ortodôntico aos dentes de

ancoragem. No dente indicado para extrusão, o braquete foi posicionado mais

apicalmente. A diferença nas distâncias representava a extrusão desejada. Um

segmento de fio 0.016” de níquel titânio foi inserido nos braquetes. Os autores

sugerem que, se for desejado um movimento mais acentuado, um fio de aço

inoxidável (0.016”x 0.022”) seja inserido nos dentes adjacentes para sua

estabilização. Seguindo a extrusão, um segmento de fio de aço inoxidável (0.018”) é

introduzido por um período mínimo de contenção de 12 semanas. Este sistema pode

produzir movimento de 1mm por mês. Outra opção citada pelos autores consiste em

inserir um fio rígido de aço inoxidável (0.7mm), com um gancho soldado e o outro

gancho cimentado dentro do canal do dente que é submetido à extrusão. Por meio

de elástico em cadeia o mecanismo é ativado. O elástico deverá ser trocado a cada

2 semanas.

Moreira et al30, em 2005, avaliaram em humanos os aspectos clínicos e

radiográficos da neoformação do tecido ósseo alveolar em direção oclusal, em

portadores de doença periodontal avançada com prognóstico de exodontia, por meio

da extrusão ortodôntica. O registro da evolução do tratamento foi feito utilizando-se

radiografias panorâmicas. O resultado demonstrou neoformação óssea que variou

de 0 mm a 4,5 mm, num período de tempo de 49 a 244 dias, além de aumento da

largura da gengiva queratinizada e diminuição da bolsa periodontal. Em alguns dos

pacientes avaliados, a quantidade óssea neoformada não foi o suficiente,

necessitando de complementação com o enxerto ósseo. Os melhores resultados

teciduais gengivais e ósseos foram para aqueles dentes movidos em conjunto de

dois ou mais dentes.

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Chambrone e Chambrone6, em 2005, relataram um caso com fratura vertical na

porção radicular ao nível da crista alveolar e bolsa de 4mm no incisivo lateral direito

superior. Foi decidido que a raiz deveria ser substituída por um implante dentário. O

tratamento ortodôntico foi iniciado no arco superior com arco passivo, no mesmo

plano horizontal, do primeiro pré-molar direito ao incisivo central esquerdo e

adaptação de fio de níquel titânio 0.016”. Um pino metálico e provisório foi colocado

na raiz para servir de apoio à movimentação. O braquete do incisivo lateral direito foi

posicionado mais apicalmente, no local da junção cemento-esmalte, e aplicada força

de aproximadamente 50g. Para evitar a intrusão dos dentes de ancoragem, um

segmento de fio de aço inoxidável 0.019” x 0.025” foi usado para estabilização. O

paciente retornou a cada 2 semanas, para desgaste da superfície incisal e

reposicionamento do braquete do incisivo lateral mais para cervical. Após 10

semanas, houve estabilização da movimentação por um período de 10 semanas.

Radiograficamente foi observada melhora na altura do osso alveolar. Em seguida à

extração, foi colocado o implante dentário.

Wang et al8, em 2005, relataram o caso de uma paciente com trauma no

incisivo central superior direito, que ocorreu seis meses antes do exame inicial. O

plano de tratamento inicial constou de endodontia e confecção de pino e coroa e

restauração final. Inicialmente, o dente permaneceu assintomático, contudo após a

realização dos exames de acompanhamento, a profundidade da bolsa havia

aumentado para 9 mm e foi observado processo infeccioso na região palatina do

dente. Ao exame clínico e radiográfico foi observada fratura na raiz e extração foi

recomendada para posterior colocação do implante dentário. A fim de se obter

melhor estética, foi indicada extrusão ortodôntica para o desenvolvimento dos

tecidos duro e mole. A extrusão foi executada com a colocação do braquete mais

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apical em relação aos dentes adjacentes e após dois meses notou se a migração do

tecido mole. O dente foi movido coronalmente e quatro meses após, ambos os

tecidos duro e mole acompanharam o movimento. No entanto, radiograficamente

observou-se um granuloma na região apical, devido ao movimento ortodôntico, que

foi removido com uma incisão intrasulcular na face vestibular e palatina deste dente

e dos dentes adjacentes. Após a extração, foi executado o enxerto ósseo em

camadas para imitar a estrutura do próprio osso, facilitando a formação de tecido

ósseo. Segundo os autores, a correção do defeito ósseo, não permite apenas a

colocação do implante ideal, mas também promove um aspecto mais natural do

tecido mole, influenciando na anatomia da coroa e conseqüentemente, a estética.

De acordo com Ferrazzo et al 31 (2007), na extrusão lenta, o deslocamento do

dente varia de 0,5 mm a 1 mm com um período de repouso de 8 a 12 dias, e há

tendência da movimentação do tecido ósseo e gengival, pelo estiramento das fibras.

Por outro lado, no processo de extrusão rápida, o deslocamento varia de 2,0 mm a

3,0 mm e o período de repouso de 3 a 5 dias.

Contudo, segundo Wang et al8, a fibrotomia supracrestal não deve ser

executada quando a intenção é movimento lento para ganho ósseo, já que esse

procedimento acelera a movimentação dentária. Por fim, a realização ou não de

procedimento de fibrotomia associado à movimentação ortodôntica tem sido

amplamente considerada na literatura4,8,32.

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4. RELATO DE CASO

Paciente B.L.A.A, gênero feminino, com 46 anos de idade, foi atendida pela

equipe de periodontia e implantodontia do ILAPEO e, depois de realizado o exame

clínico e radiográfico, foi sugerido a extração dos incisivos centrais e laterais

superiores e posteriormente a reabilitação com implante dentário, devido a grande

perda óssea e conseqüente mobilidade (Figura 1).

Em função da importância estética na região e pelo fato dos dentes, embora

periodontalmente comprometidos, não apresentarem lesão periapical e situação

gengival saudável, optou-se pela extrusão ortodôntica lenta para a formação óssea

e, posteriormente enxerto ósseo e instalação de implante dentário.

Figura 1 . Situação clínica e radiográfica inicial. A. Vista lateral do lado direito. B.

Vista frontal. C. Vista lateral do lado esquerdo. D. Radiografia periapical do lado

direito. E. Radiografia periapical do lado esquerdo.

A B C

D E E

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A mecânica proposta constou de colagem dos braquetes dos incisivos mais

para cervical (0,5mm), em comparação com os dentes adjacentes. Um fio de arco

NiTi .014” foi inserido nos braquetes, para promover uma força extrusiva leve e

contínua, e um arco com fio de aço inoxidável .019 ”x .025” passivo com bypass da

região dos incisivos a serem extruídos, foi sobreposto a fim de evitar a ação de força

de reação no segmento de ancoragem. O braquete do incisivo central do lado

esquerdo foi colado apenas por razões estéticas, mas em nenhum momento foi

aplicada força diretamente sobre ele em função do nível de perda óssea observado.

A paciente retornava a cada 4 semanas para a ativação. A cada consulta os

braquetes dos incisivos eram recolados 0,5 mm a mais na direção cervical, ou em

algumas situações o fio de Niti foi apoiado sobre a base cervical do braquete a fim

de gerar a força extrusiva (Figura 2). Conforme a extrusão, a incisal dos incisivos foi

desgastada para permitir a movimentação. No caso apresentado não foi realizada a

mensuração mensal da força aplicada.

Figura 2 . A e B. Mecânica aplicada.

A

B

BB

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Após 3 meses, notou-se radiograficamente, uma linha radiopaca ao redor da

raiz do incisivo central direito, indicando formação óssea e espessamento do

ligamento periodontal na porção apical do incisivo lateral direito (Figura 3). Nesse

momento também já podia ser observada diminuição na mobilidade clínica do

incisivo lateral do lado direito.

Figura 3 . A e B. Radiografias periapicais após 3 meses de início da aplicação da

força.

Sete meses após o início do tratamento, num primeiro instante, a equipe de

Implantodontia decidiu pela extração dos incisivos centrais direito e esquerdo e

incisivo lateral esquerdo, e instalação imediata do implante dentário. No entanto,

posteriormente, a mesma equipe optou por continuar o movimento de extrusão. No

planejamento inicial, o incisivo lateral direito foi considerado um dente “condenado”

pela sua perda óssea e conseqüente mobilidade, mas durante o processo de

extrusão não havia mais a mobilidade, sendo assim, foi considerado

periodontalmente viável.

A B

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Na fase atual (Figuras 4 e 5), o movimento está sendo realizado de acordo

com a mecânica inicial, e será mantido até a extrusão completa do alvéolo dentário.

Figura 4 . Situação clínica após 10 meses do início da movimentação.

Figura 5 . A e B. Radiografias periapicais após 10 meses do início da movimentação.

A B

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5. DISCUSSÃO

Em dentes em áreas estéticas e com grande perda óssea vertical,

periodontalmente condenados, onde a formação e manutenção do tecido duro e

tecido mole são essenciais para a reabilitação com implantes dentários, uma opção

de tratamento é a extrusão ortodôntica 5-7,9,20,26,27.

A extrusão ortodôntica é indicada nas seguintes situações: para tratamento de

lesão intra óssea ou subgengival de dentes entre a junção cemento esmalte e o

terço cervical da raiz7; para o restabelecimento da largura biológica26; para redução

de defeito ósseo angular e bolsa periodontal isolada4 e para manter ou restabelecer

a integridade do rebordo alveolar com a finalidade de instalação de implante

dentário7.

Como contra indicações da extrusão ortodôntica podem ser citadas as

seguintes situações: anquilose e hipercimentose7; fratura vertical de raiz7 e em

molares, onde a proximidade de raízes é maior7.

Segundo Roberts16 e Potashnick e Rosenberg27, em pacientes com perda

óssea, o tratamento ortodôntico pode melhorar a saúde periodontal, desde que não

haja doença ativa. Na presença de inflamação periodontal, a movimentação

ortodôntica contribui para o aumento do defeito ósseo15.

A magnitude da força aplicada é essencial para o sucesso do tratamento. De

acordo com Reitan12, para uma extrusão lenta deve ser utilizada entre 25 a 30g para

que seja obtida a formação de novo osso. Por outro lado, Bondemark et al28 indicam

de 50 a 240 g de força para extrusão rápida de dente uniradicular. Se a quantidade

de força é maior, mais rapidamente o dente é extruído para fora do alvéolo, porém

sem apresentar ganho ósseo27.

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Diferentes quantidades de movimentação têm sido relatadas na literatura.

Nozawa et al23 em seu estudo, observaram que após 12 semanas do início da

extrusão ortodôntica, o dente extruiu 15 mm e seguindo um período de estabilização

de 8 semanas, a distância entre a raiz e osso era de 3,5 mm. Para Lin et al24, uma

extrusão ortodôntica foi realizada com força leve e contínua e, depois de 8 semanas

observou-se uma extrusão de 2 a 2,5 mm. Segundo van Venrooy e Yukna18 em seu

estudo, foi utilizada uma força para extrusão ortodôntica de 20 a 25 g, obtendo-se

uma extrusão de 3 a 4 mm em 14 a 21 dias, seguindo um período de estabilização

de 21 dias. Berglundh et al19, realizaram o procedimento de extrusão ortodôntica

com uma força de 5 a 10 g e reativada a cada 2 semanas durante o período de 8

semanas, que resultou em 4 mm de deslocamento vertical e seguindo uma

contenção de 8 semanas.

Moreira et al29, em seu estudo afirmou que o período entre o início do

tratamento de extrusão ortodôntica e seu término, não deve ultrapassar 120 dias.

Porém, em outro estudo dos mesmos autores, foi relatado que o tempo de

tratamento foi de 49 a 244 dias com neoformação óssea de 0 mm a 4,5 mm30.

Segundo Ferrazzo et al31, na extrusão lenta, os movimentos ativos são de 0,5

mm a 1,0 mm com um período de repouso de 8 a 12 dias. Na extrusão rápida, os

movimentos ativos são de 2,0 mm a 3,0 mm e o período de repouso de 3 a 5 dias.

A resposta do tecido periodontal à movimentação também tem sido avaliada.

O movimento dentário ocorre quando uma força é aplicada e implica em resposta

celular no ligamento periodontal e remodelação no osso alveolar13,14. A reação

tecidual depende do envolvimento anatômico e das variações nas características do

osso alveolar e tecido fibroso10,11,12. Segundo Polson et al17, após a aplicação das

forças ortodônticas, no lado da tensão não houve mudança no nível do tecido

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conjuntivo e no lado da pressão, o desaparecimento do defeito ósseo angular

resultou no aparecimento de um nível mais coronal do osso alveolar. Para

Melsen21,22 nenhuma atividade formativa acontece no lado da tensão, acontece

somente o deslocamento secundário do dente. Segundo Mantzikos e Shamus5,20,

quando o dente é movido na extrusão ortodôntica, na presença de bolsa periodontal,

parece mover-se coronalmente antes da gengiva marginal, assim, a profundidade da

bolsa é reduzida e o epitélio sulcular aparece na gengiva marginal coronal, devido a

uma eversão do revestimento da bolsa.

Segundo van Venrooy e Yukna18, após a extrusão ortodôntica, o aparelho de

inserção continua intacto com todos os componentes, mas encontrou-se um

espessamento do ligamento periodontal, a largura do cemento maior e aumento na

altura óssea na área da crista. A erupção forçada também pode ser usada para

corrigir um defeito na papila interdental, conseqüência de uma severa destruição

periodontal, e aumentar a largura da gengiva livre5,9,20,24.

Deguchi et al25 confirmou em seu estudo que a taxa de formação óssea é maior

na maxila do que na mandíbula, devido a sua cortical óssea ser mais delgada e a

taxa de reabsorção óssea é maior na região, porém, uma maior erosão da superfície

óssea foi observada.

Rinaldi32 e Smidt et al4, concordam que a extrusão ortodôntica combinada com

fibrotomia supracrestal, auxilia na movimentação dentária sem nenhuma mudança

ao redor dos tecidos duro e mole. O procedimento não resulta em dano ao

periodonto, nem alteração da profundidade do sulco ao redor dos dentes. Ao

contrário, Berglundh et al19 em seus estudos, demonstraram que a extrusão

ortodôntica combinada com a fibrotomia supracrestal, resultou em um maior

deslocamento coronal do dente, mas também, observou-se uma recessão da

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gengiva marginal e extensa perda do tecido conjuntivo. Para Wang et al8, se o

procedimento de extrusão ortodôntica é sugerido para o desenvolvimento dos

tecidos duro e mole, a fibrotomia supracrestal não deve ser executada.

No caso clínico apresentado, a mecânica proposta constou de colagem dos

braquetes do incisivo central superior direito e dos incisivos laterais superiores

direito e esquerdo mais para cervical (0,5 mm), em relação aos dentes adjacentes.

Um fio de arco NiTi .014” foi inserido nos braquetes, para promover uma força

extrusiva leve e contínua, e um arco com fio de aço inoxidável .019” x .025” passivo

com bypass da região dos incisivos a serem extruídos foi sobreposto a fim de evitar

a ação de força de reação no segmento de ancoragem. A cada consulta os

braquetes dos incisivos eram recolados 0,5 mm a mais na direção cervical, ou em

algumas situações o fio de NiTi foi apoiado sobre a base cervical do braquete a fim

de gerar a força extrusiva. No planejamento inicial, o incisivo lateral direito foi

considerado um dente “condenado” pela sua perda óssea e conseqüente

mobilidade, mas durante o processo de extrusão não havia mais a mobilidade,

sendo assim, foi considerado periodontalmente viável.

Por fim, apesar de já ter sido demonstrado a possibilidade de ganho ósseo com

o movimento de extrusão ortodôntica lenta, muitas vezes, após o procedimento de

extrusão ortodôntica, o enxerto ósseo é necessário para maximizar a formação

óssea8.

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6. CONCLUSÃO

De acordo com a literatura consultada pode ser concluído que áreas com

dentes periodontalmente comprometidos em região estética, a extrusão ortodôntica

lenta, desde que bem controlada e com forças leves (de 25 a 30g ), é uma opção de

tratamento indicada para o desenvolvimento da gengiva e osso, para tratamento de

lesão intra óssea ou subgengival de dentes entre a junção cemento esmalte e o

terço cervical da raiz, para o restabelecimento da largura biológica e para redução

de defeito ósseo angular e bolsa periodontal isolada, desde que não haja fratura,

anquilose ou qualquer outra alteração que inviabilize a movimentação dentária. Uma

possibilidade mecânica é a utilização de aparatologia fixa, com braquetes colados

em alturas de acordo com a necessidade de movimentação dentária, e fio ativo de

NiTi e passivo (de ancoragem) de aço inoxidável. No caso apresentado, essa

abordagem de tratamento foi realizada a fim de viabilizar o processo de enxertia

óssea, prévia a reabilitação com implantes dentários.

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