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ANO 16 N o 193 NOVEMBRO 2010 R$ 9,90 www.empreendedor.com.br EMPREENDEDOR – MERCADOS ÉTNICOS – ANO 16 N o 193 NOVEMBRO 2010 ISSN 1414-0152 ERIK CAMARANO FALA SOBRE AS AÇÕES PARA ESTIMULAR A FORMAÇÃO DE EMPREENDEDORES INOVADORES NO PAÍS FRANQUIAS: POSTOS DE COMBUSTÍVEIS ATRAEM REDES ESTRATÉGIA: EXPANSÃO DO E-COMMERCE PARA LOJA FÍSICA Mercados étnicos Produtos e serviços que atendem necessidades específicas de etnias têm procura crescente

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Edição n. 193 da revista Empreendedor, de novembro de 2010

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ANO 16 No 193 NOVEMBRO 2010 R$ 9,90

www.empreendedor.com.br

EMpREENdEdOR – M

ERCAdOS ÉTNICOS – ANO 16 N o 193 NOVEMBRO 2010

ISSN

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ERIk CAMARANO fAlA SOBRE AS AçõES pARA ESTIMulAR A fORMAçãO dE EMpREENdEdORES INOVAdORES NO pAíS

fRANquIAS: pOSTOS dE COMBuSTíVEIS ATRAEM REdES ESTRATÉgIA: ExpANSãO dO E-COMMERCE pARA lOjA fíSICA

Mercados étnicosprodutos e serviços que atendem necessidades

específicas de etnias têm procura crescente

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EMPREENDEDORESNÃO DURMA NO PONTOPRODUTOS E SERVIÇOS

LEITURA ANÁLISE ECONÔMICAAGENDA

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N E S TA E D I Ç Ã O

MERCADOS ÉTNICOSNem todo mundo é igual, cada etnia possui suas características. Negros e asiáticos, judeus e árabes muçulmanos, por exemplo, são nichos de negócio crescente, tanto no mercado interno do País quanto no exterior. O interesse vai de comidas especialmente preparadas para não ferir restrições de ordem religiosa, produtos e serviços de higiene e beleza a pacotes turísticos. Saiba como operar nesses mercados e que cuidados tomar.

14 | ENTREVISTAErik Camarano, do MBC

O presidente do Movimento Brasil Com-petitivo (MBC) fala sobre as ações para esti-mular a inovação entre os empresários e para criar um ambiente propício para o desenvol-vimento das empresas.

30 | TENDÊNCIASob medida

Cresce o número de centros empresariais especialmente estruturados e equipados para receber empresas de determinados setores, como tecnológico, por exemplo. Conheça as vantagens e desvantagens de se estabelecer num local como estes.

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40 | PERFILGuilherme Pacheco, do Mundi

Espelhe-se na história deste jovem empreendedor serial da internet. Aos 22 anos, Guilherme Pacheco estourou com o pioneiro Bondfaro, e hoje capi-taliza o portal Mundi.

46 | FRANQUIASPostos de serviço

É cada vez maior o número de pos-tos de combustíveis que possuem lojas de conveniência e serviços diversifi ca-dos, como lavanderia e lanchonetes. Entenda melhor esse sistema e as opor-tunidades existentes.

L E I A TA M B É M

34 | SUSTENTABILIDADEPuro marketing

Conheça os perigos de promover eventos sustentáveis, ações e campa-nhas nas quais a sustentabilidade é puro marketing, com o único intuito de en-ganar os consumidores, que não são bobos e já sabem identificar quando é apenas fachada.

36 | ESTRATÉGIADo virtual para o real

O mais comum são as lojas tradicio-nais expandirem para o mercado virtual. Mas alguns empreendedores fazem o contrário: começam como lojas virtuais e depois migram para o mercado tradicio-nal. Veja que cuidados devem ser toma-dos nesta transição.

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A Revista empreendedor é uma publicação da editora empreendedor diretor-editor: Acari Amorim [[email protected]]diretor de Comercialização e marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [[email protected]]Redação editor-executivo: Alexsandro Vanin [[email protected]] – Repórteres: Beatrice Gonçal-ves, Cléia Schmitz e Mônica Pupo – edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo e PhotosToGo – Foto da capa: PhotosToGo – Revisão: lu CoelhoSedesSão paulo diretor: Fernando Sant’Anna Borba – executi-vos de Contas: Ana Carolina Canton de lima e Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São paulo – Sp – Fone: (11) 3214-1020/2649-1064/2649-1065 [[email protected]]Florianópolis executiva de Atendimento: Samantha Arend [[email protected]] – Av. Osmar Cunha, 183 – ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Floria-nópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666Central de Comunicação – Rua Anita Garibaldi, nº 79 – sala 601 – Centro – Florianópolis – SC – Telefone (48) 3216:0600 [[email protected]]escritórios RegionaisRio de Janeiro Triunvirato empresarial – Milla de Souza [[email protected]] – Rua São José, 40 – 4º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 2611-7996/9607-7910Brasília Ulysses Comunicação ltda. [[email protected]] – Fone: (61) 3367-0180/9975-6660 – Condomínio Ville de montagne, Q.01 – CS 81 – Lago Sul – 71680-357 – Brasília – distrito Federalparaná merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [[email protected]] – Rua dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 3 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – pR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Flávio Duarte [[email protected]] – Rua Silveiro, 1301/104 – morro Santa Teresa – 90850-000 – porto Alegre – RS – Fone: (51) 3392-7767pernambuco Hm Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [[email protected]] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021-310 – Recife – pe – Fone: (81) 3327-3384 minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [[email protected]] – Av. Getúlio Var-gas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – mG – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [[email protected]] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 10%, pagando somente R$ 106,92 à vista. estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – distribuição: Distribuidora Magazine Ex-press de Publicações ltda – São Pauloempreendedor.com http://www.empreendedor.com.br editora: Carla Kempinski – Repórter: Raquel Rezende

A interação entre diferentes povos é relativamente recente na história da humanidade, sendo as trocas comerciais um dos fatores predominantes para este processo. A expansão grega levou a um maior relacionamento com o norte da África, as transações dentro do Império Romano inten-sificaram a relação entre etnias ocidentais e do Oriente Médio, e a Rota

da Seda permitiu um contato mais frequente entre ocidentais e povos do Extremo Oriente. Se este último é reconhecido como o maior eixo comercial e cultural de todos os tempos, a globalização da economia, no entanto, é quem possibilitou o grande boom dos mercados étnicos.

A cultura, a religião e até mesmo diferenças biológicas de cada etnia geram ne-cessidades específicas que precisam ser supridas, estejam onde estiver. No Brasil, por exemplo, notoriamente reconhecido pela miscigenação. As oportunidades não dizem respeito apenas à exportação, elas estão por todo o território, especialmen-te nas grandes cidades e áreas de colonização. E, o melhor, são produtos e serviços “naturalmente diferenciados”, livres de guerras de preços.

Todo cuidado é pouco, no entanto, como em toda questão cultural ou religio-sa. Qualquer deslize pode ser fatal, comprometendo o futuro do negócio. Por isso é preciso muita pesquisa e planejamento, treinamento rigoroso e certificação dos produtos quando necessário. Cuidados como esses ajudam ainda a abrir mercado entre pessoas que não fazem parte da etnia ou religião a que se destinam os produ-tos, pois são vistos como garantia de qualidade, responsabilidade social e seguran-ça alimentar. Não perca tempo. Saia de seu mundinho e conquiste consumidores de todos os povos.

Alexsandro Vanin

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E m P r E E N D E D O r E S

Alê e Cadu Heilberg

NOvO fôlEgOEm janeiro de 2010, os irmãos Carlos Eduardo Heilberg, 26 anos, e Alessan-

dra, 24, decidiram juntar suas competências e assumiram a marca Bondinho, tra-dicional empresa do segmento de chocolates e confeitos, fundada há 33 anos, em São Paulo. Menos de um ano depois, os sócios já anunciam a expectativa de dobrar o faturamento ainda em 2010.

O resultado é consequência dos investimentos feitos na qualidade dos produ-tos e no atendimento ao cliente. A loja conta com vendedoras formadas em Ho-telaria e Gastronomia e com domínio técnico sobre cada produto da loja. Além disso, oferece cursos gratuitos para auxiliar no aprimoramento de confeiteiros e também do público final.

Considerado o supermercado do confeiteiro, o Bondinho vende mais de 15 mil produtos nacionais e importados, entre chocolates, confeitos, embalagens, equipamentos, utensílios e artigos de festas. Alê Heilberg é formada em Gastro-nomia, com pós-graduação pela Escola de Confeitaria de Chicago, a The French Pastry School, e fez questão de desenvolver uma linha de produtos especiais com sua assinatura.

Aliás, foi a paixão pelo chocolate e por bolos decorados que despertou em Alê a vontade de ter seu negócio na área. Para realizar seu sonho, convidou o irmão Cadu para entrar como sócio na Bondinho. Formado em Administração de Empresas e Empreendedorismo, com especialização em vendas e comércio exte-rior, Cadu já atua como empreendedor no segmento de casas noturnas desde os 22 anos. No Bondinho é responsável pelas áreas de gestão e marketing. www.bondinhochoc.com.br

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Hélio Vanelli, Alfredo Vanelli e Fernando da Silva

AlgO A mAISA Officeform poderia ser só mais uma

fabricante de móveis e estofados não fos-se o espírito inquieto de seus sócios, Hélio Vanelli, Alfredo Vanelli e Fernando Fernan-des da Silva. Desde que criaram a empre-sa, em 2000, a ideia dos empreendedores era atender a um mercado conhecedor das tendências mundiais. Para alcançar a proposta, eles decidiram apostar em de-sign. Por isso, firmaram uma parceria com o estúdio paulista Nada se leva, de André Bastos e Guilherme leite Ribeiro.

Para atender a um mercado crescen-te, a marca inaugurou recentemente seu novo e moderno parque fabril, instalado na cidade de Santo Amaro da Imperatriz, próximo a Florianópolis. A empresa pro-duz estofados das mais diferentes formas e materiais. São peças componíveis para formar sofás de canto, com chaise e re-camiê, variações de poltronas e pufes, além de mesas de centro e laterais. Toda madeira utilizada é de reflorestamento. www.officeform.com.br

eric Stöcker

NEgócIO lImPOSanitização de ambientes era

um mercado totalmente desconhe-cido no Brasil quando, em 2002, o administrador Eric Stöcker decidiu apostar no segmento. Hoje, aos 36 anos, ele é sócio-diretor da Super-SAN, uma rede de franquias com 47 unidades distribuídas pelo País, que espera faturar R$ 4,8 milhões em 2010. Para Stöcker, o negócio está só começando. A meta é che-gar a um faturamento de R$ 18 mi-lhões já em 2011.

A SuperSAN atua com a desin-fecção de superfícies de amplo espectro e alta durabilidade. O processo, aprovado pela Anvisa, elimina e impede a proliferação de bactérias, ácaros e fungos que

provocam patologias decorrentes de contaminação microbiana e cria uma camada protetora durante seis meses. É uma arma na prevenção de doenças como rinite alérgica, asma, bronquite alérgica e sinusite.

Sem concorrentes no segmen-to, Stöcker promete bons negócios para os franqueados da marca. O investimento inicial é de R$ 90 mil e o faturamento estimado é de R$ 45 mil ao mês, com lucro líquido de 15% a 20%. Há flexibilidade de ponto comercial, pois o serviço é realizado com unidades móveis de aplicação. Além de reduzir os custos operacio-nais, a utilização das viaturas perso-nalizadas garante uma divulgação eficaz. www.supersan.com.br

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E m P r E E N D E D O r E S

Gilberto Leandro

OrIgINAlIDADE E DEScONTrAÇÃOA primeira loja da Banca de Camisetas surgiu em 2002 numa

garagem no bairro de Vila Madalena, em São Paulo. A proposta de seu fundador, Gilberto leandro, era vender camisetas com estam-pas criativas e bem-humoradas em uma loja inspirada nas bancas de revistas. Agora, leandro quer levar seu negócio para todo o Brasil. Hoje, a Banca de Camisetas tem quatro lojas próprias em São Paulo e outras seis franqueadas em Campinas, Piracicaba, Santa Barbara D’Oeste (SP), Brasília, Palhoça (SC) e Fortaleza. A expectativa é fechar 2010 com 70 mil camisetas vendidas e um faturamento de R$ 3,5 milhões.

A meta para 2011 é crescer 30%. Para isso, leandro está investin-do no fortalecimento da marca e na ampliação do mix de produtos, inserindo itens como bonecos, canecas e bonés. A empresa espera em breve lançar um clube de vendas virtual em sua loja on-line onde venderá excedentes de coleções antigas a preços promocionais. A originalidade e a descontração das camisetas são o forte da marca. Em suas estampas frequentemente estão ícones da música pop e do cinema, além de frases bem-humoradas de temas do cotidiano, ou ainda desenhos exclusivos. www.bancadecamisetas.com.br

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Tudo começou num papo de bar. Sylvio Avilla havia morado na Alemanha, onde conheceu um site de leilão virtual em que o produto é arrematado por quem dá o último lance no tempo estipulado. Há dois anos, numa conversa informal com os amigos Guilherme Pizzini, Ar-thur Davila e Rodrigo Ferreira, ele propôs uma parceria para investir neste negócio aqui no Brasil.

Nascia o Olho no Click. Com investimentos pró-prios, eles compraram a plataforma tecnológica, fize-ram um plano de negócios e colocaram o portal para rodar. Um ano e meio depois, já registram mais de 300 mil usuários cadastrados e um crescimento de 215%. O portal já entregou mais de 3 mil produtos e a expecta-tiva para 2010 é chegar a 5 mil.

Atualmente eles recebem uma média de 250 mil lan-ces por mês. Seus produtos (todos novos e com garantia) são arrematados, em média, por 90% abaixo do valor de mercado. Recentemente, um iPad foi arrematado por R$ 44. O faturamento do portal vem dos pacotes de lances que o usuário deve adquirir antes de participar dos leilões. www.olhonoclick.com.br

Sylvio Avilla, Guilherme pizzini e Arthur davila

lEIlÃO vIrTuAl

Aline palma, Roberta Rammê e michele Raimann

uNIÃO DE fOrÇASArquitetas com atuação no mercado

gaúcho, elas focavam o mesmo segmento, mas em escritórios diferentes. Recentemen-te decidiram juntar suas empresas, a Verso Arquidesign e a M2.R Design, para criar a Maena, um escritório focado no desenvol-vimento de projetos de arquitetura e design para clientes corporativos. Aline Palma, Ro-berta Rammê e Michele Raimann têm em seus portfólios clientes como Cyrela, Sony, BN Corp, BR Supply, Fiateci, Crispy Fritas e Casa Ferdinando Zattera. Elas também integram a equipe envolvida no desenvol-vimento do Trend City Center, empreendi-mento multiuso da construtora Maiojama, em Porto Alegre. A Maena assina o projeto conceitual das fachadas, o projeto arquite-tônico do Open Mall, além da sinalização do conjunto. www.maena.com.br

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“Tudo continua como dantes na casa de Abrantes.” Assim pensam os deterministas diante de um novo ano. Uma mera mudan-ça de calendário, ritualizada pelo Natal e réveillon, para que tudo volte ao “normal”, naquela mesma e tradicional roda-viva. mas o filósofo Heráclito, no longínquo ano 500 a.C., ensinava o contrário: “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”. Ou seja, nem o rio é o mesmo, nem o banhista é o mesmo. então, tudo muda!

Nessa época do ano é comum nas empresas o exercício do planejamento es-tratégico. Uma parte do planejamento se volta à construção de cenários futuros a partir das tendências dos vários ambien-tes: econômico, social, demográfico, polí-tico, cultural, tecnológico, etc. A partir daí os empreendedores e estrategistas avaliam o conjunto de forças que se avizinham, al-gumas tidas como ameaças, outras como oportunidades. A avaliação do ambiente externo é confrontada com a avaliação do ambiente interno, ou seja, o conjunto de pontos fortes e fracos da empresa. A partir da confluência dessas forças, determinam-se os planos de ação para o novo ano.

Mas o que Heráclito quis dizer há 2,5 mil anos parece estar sendo confirmado pela moderna física quântica, quando afir-ma que o observador afeta o objeto que observa. Traduzindo: talvez mais impor-tante e melhor do que compreender ou

tentar adivinhar o futuro, agindo a partir de um cenário imaginado, seria qualificar o olhar do observador. Isso se faz revendo continuamente os pressupostos e precon-ceitos. Esse, sim, é o maior de todos os desafios! E nenhum planejamento estraté-gico consegue superar em poder e força essa verdadeira mudança.

O mesmo rioMuitas pessoas e empresas se sentem

aprisionadas numa roda-viva sem fim, destituída de significado. Para tais pesso-as e empresas, a vida simplesmente passa por elas. São espectadoras, não agentes. Só conseguem pensar em sua própria so-brevivência e mais nada. Sua perspectiva permanece no pequeno trajeto do prato à boca. lutam entre o estresse e o tédio.

Nem sempre, porém, a essa triste estagnação corresponde o mesmo e pa-rado rio. O rio ainda é o mesmo e sem movimento, quando pessoas e empresas estão entregues a um ritmo frenético de afazeres, sufocados por uma agenda abar-rotada em dias que parecem curtos diante de tantas tarefas. Mas também pode ser exatamente o mesmo quando fica revolto, as águas agitadas em trechos de vibrantes corredeiras. Na falta de propósito, o desa-fio permanece o mesmo e canhestro hori-zonte de garantir o pão de cada dia.

Eis a questão: o verdadeiro significa-do não pode ser encontrado no ambiente

muDE, mAS PArA vAlEr!

Talvez mais importante e melhor do que compreender ou tentar adivinhar o futuro, agindo a partir de um cenário imaginado, seria qualificar

o olhar do observador. Isso se faz revendo continuamente os pressupostos e preconceitos

N Ã O D u r m A N O P O N T O

externo. O verdadeiro propósito não está relacionado às tendências que delinea-rão o futuro, mas ao olhar que desenha e imagina esse futuro. O rio muda quando muda o olhar de quem o vê.

O bom da históriaTudo o que um cenário futuro pode

nos sugerir são coisas para fazer. Diante de um olhar que não muda, o máximo que se consegue é transformar uma agenda lotada em abarrotada e pessoas apressadas em as-soberbadas. Ou seja: mais do mesmo.

É claro que os movimentos do am-biente externo são importantes, mas se o olhar que os examina é o mesmo, essas informações de nada servirão. E todos os planos de ação serão apenas cópias atualizadas dos anteriores, nada mais. Daí tudo ser como dantes, determinado, cristalizado, fortalecendo a crença de que a mudança de ano é uma mera mudança de calendário.

Mas um novo rio é o grande desafio! E ele se transforma diante do olhar do obser-vador. É aí que está a verdadeira mudança, a metanoia. Implica em tomada de consciên-cia. Faz parte do nosso propósito maior. E aí é que está o bom da história. Não se trata de um desafio apenas para desenvolver ne-gócios e empresas. Trata-se de um desafio para toda a humanidade. Alinhar o propó-sito interior com os desafios externos é a base para a mudança bem-sucedida.

metanoiaEssa mudança de olhar ou expansão de

consciência recebe o nome de metanoia. É decorrente de um processo interno, não dos acontecimentos externos. Não existe uma sequência de passos lógicos que possam criar essa condição, mas podemos adotar al-gumas práticas para estimular a consciência e colocar em xeque algumas “verdades” que têm governado e aprisionado o pensamento organizacional há muito anos.

1) Quadruplique a autoridade da sua equipe. Comece pelos líderes e depois para todos na empresa. Conceda-lhes maior alçada para despesas.

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muitas pessoas e empresas se sentem aprisionadas numa roda-viva sem fim, destituída de significado. para tais pessoas e empresas, a

vida simplesmente passa por elas. Só conseguem pensar em sua própria sobrevivência e mais nada

aliado. Com isso, nada de carta na man-ga! Coragem! Defina preço sem acres-centar nenhuma “gordurinha”. Aposte na transparência.

7) Faça com que todos os líderes da empresa reservem dois dias por mês para visitas a clientes. Abra, também, o mesmo precedente para todos os fun-cionários da empresa, nem que seja duas vezes por ano.

Se estranhar algumas dessas sugestões, pense a respeito. Observe suas reações e seus receios. Tente examiná-los de manei-ra diferente. Essa é a educação do olhar. A única que garante a verdadeira mudança. Pratique e verá os resultados! Você vai se surpreender. Positivamente.

2) Não se restrinja a oferecer apenas as informações necessárias para que as pessoas façam o seu trabalho da manei-ra mais eficiente. Vá além: divulgue os dados sobre os resultados e as estraté-gias. Faça com que todos compreendam o contexto em que estão inseridos, para que possam, de fato, enxergar o verda-deiro significado de seu trabalho.

3) Pense na sua empresa como uma empresa de aprendizado, uma verdadei-ra sala de aula, onde as pessoas ampliem seus conhecimentos. Continuamente. Imagine cada uma delas voltando para casa, no final do expediente, com a esta-tura mais elevada. Não pare por aí! Alo-que 4% do faturamento bruto para des-pesas com aprendizado. Crie uma conta de “aumento do capital intelectual”.

4) Responda “eu não sei” sempre que alguém procurar você para dar respostas às demandas e dúvidas diárias. “Eu não sei” fará com que você contenha o ímpe-to de ser a fonte do poder e do conheci-mento, mas, principalmente, levará seus colaboradores a buscar respostas por conta própria. Isso lhes dará chance de desenvolver a curiosidade e a iniciativa.

5) Mude o tom e o tema das con-versas: fale mais de receitas do que de custos; mais de oportunidades do que de problemas; mais de inovação do que de melhorias.

6) Pense no cliente como um grande

por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre

Conhecimento & Educação Empresarial(11) 3873-1953/www.cempre.net

[email protected]

DIRIGENTE LOJISTA,A REVISTA DO VAREJO BRASILEIRO

www.dirigentelojista.com.br

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por Cléia [email protected]

colaborou marlon Aseff

Criar um ambiente propício para o de-senvolvimento das empresas brasileiras tem sido o desafio do movimento Brasil Compe-titivo (mBC) desde sua criação, em 2001. A proposta inclui não só a modernização da gestão de empresas, especialmente de micro e pequenos negócios, como também o estímulo e a difusão de práticas que au-mentem a eficiência do poder público.

Às vésperas de completar uma déca-da de atuação, o movimento comemora resultados bastante positivos. Na área empresarial, o prêmio de Competitivida-de para micro e pequenas empresas (mpe Brasil), criado em 2004 em parceria com o Sebrae, Fundação Nacional da Qualidade e Gerdau, bate recordes de participação a cada ano. em 2009 foram 57 mil inscritos; em 2010, 86 mil.

Na área pública, o programa de mo-dernização da Gestão pública (pmGp), criado em 2005, já conseguiu ganhos de

R$ 13 bilhões em redução de despesa e aumento de receita. “estamos começando a entrar no jogo do ganha-ganha, onde os governos conseguem melhorar questões de infraestrutura, saúde e segurança, aju-dando a gerar um ambiente de negócios mais competitivo para as empresas”, afir-ma erik Camarano, presidente do mBC.

À frente da organização desde abril deste ano, Camarano destaca na entrevis-ta a seguir quais as principais conquistas e os maiores desafios do Brasil para au-mentar a competitividade nacional.

Empresas e governos precisam modernizar a gestão e investir em inovação para os produtos brasileiros ganharem competitividade

DE IguAlPArA IguAl

E N T r E v I S TA

erik Camarano

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Não podemos resolver o problema só com

dinheiro público. É preciso uma combinação de

investimentos para que possamos garantir que a boa fase da economia não seja

só de curto prazo

O Brasil em comparação a outros países é pouco competitivo? Quais os principais fato-res que afetam a competitividade nacional?

Erik Camarano – Recentemen-te, o Movimento Brasil Competitivo divulgou, em parceria com o Fórum Econômico Mundial, o Relatório Global de Competitividade, um documento que traz informações importantes para orientar nossa agenda de desenvolvi-mento do País. Embora a manchete na imprensa tenha sido a perda de posição no ranking – saímos de 56º para 58º, numa lista de 139 países –, a verdade é que temos tido uma melhoria constante nos últimos cinco anos nos 12 critérios avaliados pelo Fórum. Quando analisa-mos os fatores-chave para esse proces-so, fica claro que temos características muito positivas puxando nossa nota de competitividade para cima. Dentre elas, o tamanho do mercado interno brasilei-ro – o 10º maior mercado mundial – e a nossa capacidade de inovação, especial-mente na área empresarial.

e quais os fatores que ainda nos puxam para baixo?

Camarano – Quando a gente ob-serva fatores mais críticos, que podem se constituir em eventuais gargalos ao crescimento, percebemos que eles es-tão concentrados em três ou quatro grandes blocos. E o primeiro deles é a infraestrutura. Nos últimos anos tive-mos modernização significativa em áre-as como energia e telecomunicações, mas a parte de transporte, por exem-plo, deixa muito a desejar. O relatório do Fórum Econômico Mundial aponta uma necessidade de investimento da ordem de 5% do PIB em infraestrutura de transporte. É o que precisamos para evitar que o problema se torne um gar-galo ao nosso desenvolvimento.

O nível de investimento público e privado ainda é muito abaixo desse índice?

Camarano – Hoje estamos inves-tindo só metade disso, 2,5% do PIB, somando recursos públicos e privados. Obviamente que não podemos resolver o problema só com dinheiro público. É preciso uma combinação de investi-

Como mudar isso? Já estamos mudando?Camarano – Na nossa leitura, só

conseguiremos mudar isso com três ini-ciativas: investimento na formação dos professores, melhoria da gestão escolar com foco em resultados – medidos prin-cipalmente pelo desempenho estudan-til – e avaliação externa dos resultados. Esse é um desafio que nós começare-mos a viver agora. Uma coisa interes-sante, abordada pelo Relatório Mundial de Competitividade, é que temos bom desempenho nas avaliações do ensino superior. Isso é resultado de uma es-tratégia importante na década de 1970, mas sabemos por estudiosos do assun-to que a variável com maior impacto no crescimento econômico sustentável de um país é o ensino fundamental. Por isso, hoje precisamos correr atrás para melhorar o ensino básico.

As pequenas empresas são mais afetadas pelos fatores que comprometem a compe-titividade nacional?

Camarano – Desde 2004 o MBC realiza o Prêmio de Competitividade

mentos para que possamos garantir que a boa fase da economia não seja só de curto prazo.

pesquisas mostram que os empresários bra-sileiros reconhecem a importância da inova-ção para aumentar a competitividade. mas na prática eles investem muito pouco nessa área – média de 0,6% do faturamento. Como mudar essa situação?

Camarano – O que precisamos levar em consideração é que temos um perfil de país um pouco diferente de outras economias do ponto de vista de investi-mentos privados em inovação. No rela-tório elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, por exemplo, a capacitação de funcionários aparece como um fator po-sitivo, que diferencia o Brasil de outras nações. Na verdade, a nossa leitura é de que esse investimento significativo em qualificação da mão de obra é mais uma forma de suprir uma lacuna do sistema educacional do que um diferencial das empresas brasileiras. Ou seja, estamos sendo forçados a direcionar mais re-cursos para resolver deficiências de formação dos trabalhadores, enquanto poderíamos estar investindo esses mes-mos recursos em pesquisa e desenvolvi-mento. Minha impressão é de que essas duas coisas estão combinadas.

A questão educacional já atingiu um nível de gargalo, ou seja, estamos com um problema sério de competitividade por conta disso?

Camarano – O fato é que o Brasil passou por um desafio muito grande, que foi fazer a inclusão de estudantes. Se olharmos estatísticas de 20 anos atrás, tínhamos muitas crianças fora da escola, alta taxa de analfabetismo e um número baixíssimo de escolaridade mé-dia. Em função disso, foi necessário fa-zer um esforço de inclusão e consegui-mos isso com muito sucesso. Mas agora temos que entrar numa segunda etapa, que é de qualificação de ensino. Essa prerrogativa, inclusive, está no Relató-rio Mundial de Competitividade. Quan-do analisamos as provas internacionais de avaliação de desempenho estudantil, vemos que o brasileiro ainda apresenta um resultado muito fraco.

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mais de dez governos estaduais e várias prefeituras de todo o Brasil e, de 2005 a maio de 2010, computamos R$ 13,3 milhões de ganhos com aumento de re-ceita e diminuição de despesas. O que fizemos foi capacitar servidores para que eles aprendessem um conjunto de ferramentas de gestão que permite que o setor público faça mais com a mesma carga de impostos recolhidos. Estamos começando a entrar no jogo do ganha-ganha, onde os governos conseguem melhorar questões de infraestrutura, saúde e segurança, ajudando a gerar um ambiente de negócios muito mais com-petitivo para as empresas. Isso acon-teceu, por exemplo, em Pernambuco, onde a taxa de criminalidade diminuiu significativamente, e no Rio de Janeiro, com a melhoria na área de saúde, in-cluindo entrega fracionada de remédios. Estamos convencidos de que essa é uma mudança de cultura que veio para ficar. Nas eleições, governadores de estados onde o programa foi realizado foram reeleitos no primeiro turno ou fizeram seus sucessores. Isso mostra que gestão por resultados dá votos.

O senhor está otimista com relação ao futu-ro da gestão pública?

Camarano – Pode-se dizer que o Brasil está vivendo na área da gestão pú-blica uma revolução silenciosa. É silen-ciosa porque ainda estamos enxergando só a ponta do iceberg. Começamos o programa no Poder Executivo, mas esse mesmo movimento já está acontecendo na área do Judiciário. Primeiro fizemos um projeto piloto no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e hoje já inicia-mos um processo dentro do Conselho Nacional de Justiça para modernização da gestão de todos os tribunais nos es-tados. É um momento positivo que, te-mos certeza, não é temporário.

para Micro e Pequenas Empresas, o MPE Brasil. O que observamos é que existe um processo de conscientização dessas empresas de que ferramentas de gestão não são exclusividade nem privilégio de grandes negócios. Neste ano, por exem-plo, 86 mil empresas de todo o Brasil se inscreveram no prêmio para mostrar suas práticas. Isso é muito importante à medida que ainda temos estatísticas ruins de curto tempo de vida das micro e pequenas empresas – cerca de três a quatro anos. Precisamos apoiá-las com conceitos básicos de gestão para garan-tir que elas possam gerar emprego e renda de forma permanente.

O que fazer para que esses conceitos que o senhor se refere também cheguem à gestão pública?

Camarano – Estamos fazendo um esforço combinado, trabalhamos na gestão privada e na gestão pública. Na gestão privada, nosso diagnóstico é de que as empresas médias e grandes já trabalham com processos bastante avançados. São empreendimentos que estão crescendo e se expandindo para fora do País, portanto, estão abertas à competição internacional. Isso fez com que, nos últimos 20 anos, elas buscas-sem capacitação e instrumentos para modernizar sua gestão. Hoje temos até empresas que exportam um estilo de gestão brasileito, como AmBev, Gerdau e Odebrecht. Então, percebemos que precisávamos reproduzir esse modelo nos negócios menores. E, junto com isso, desenhamos em 2005 um Progra-ma de Modernização da Gestão Pública (PMGP). Ele nasceu da constatação de que o empresário fazia um esforço mui-to grande para aumentar sua competiti-vidade da porta da fábrica para dentro, mas quando o caminhão saía do pátio começavam os problemas: custo alto do frete, segurança pública precária. Ou seja, identificamos que era preciso modernizar a gestão pública para liberar mais recursos para investimentos em áreas como infraestrutura e segurança.

Quais os resultados do programa?Camarano – Já trabalhamos em

Somos forçados a direcionar mais recursos para resolver deficiências de formação

dos trabalhadores, enquanto poderíamos investir esses

mesmos recursos em pesquisa e desenvolvimento

LINHA dIReTA

movimento Brasil Competitivo:(61) 3329-2102

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Públicosexigentes

Atender necessidades de etnias é um mercado crescente e promissor, mas altamente delicado

por mônica [email protected]

Com mais de 188 milhões de habitan-tes, o Brasil é mundialmente conhecido pela miscigenação de povos e culturas. Negros, asiáticos, árabes e judeus estão entre as etnias que mais se sobressaem – e que representam nichos de mercado em crescente expansão. De olho nessa tendência, empresas de todo o País bus-cam identificar e atender às necessidades destes públicos. O interesse vai de comi-das especialmente preparadas a cosmé-ticos, passando por agências de turismo e veículos de comunicação, como os jor-nais em línguas estrangeiras. Mas, antes de apostar em produtos e serviços vol-tados a uma determinada etnia, é preci-so investir em pesquisa e planejamento minuciosos, uma vez que qualquer gafe pode comprometer – para sempre – a credibilidade do negócio.

O boom do chamado mercado étnico teve início com a globalização, no fim dos anos 1980, e ganhou força a partir dos anos 2000, sobretudo devido ao avanço

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da internet, que facilitou a divulgação e a aproximação entre empresas e consu-midores de qualquer parte do mundo. Na opinião de Wlamir Bello, consultor empresarial do Sebrae/SP, apostar nesses nichos é uma excelente opção para se diferenciar no mercado, principalmente para pequenas e médias empresas. “Só há vantagens nessa segmentação. Afinal, quem quer vender para todos acaba não vendendo para ninguém”, atesta.

A principal vantagem, segundo o consultor, é a diferenciação. “Produtos e serviços estão se tornando commodi-ties, está tudo muito parecido, então sai na frente quem tiver algum ponto forte inconfundível e, neste caso, as etnias re-presentam oportunidades promissoras.” Em consequência da segmentação, dimi-nui a concorrência ao mesmo tempo em que aumenta o poder de negociação com os fornecedores. O prazo de retorno do investimento também costuma ser menor em empreendimentos étnicos. “Como a identificação com o público-alvo é mais

instantânea, o retorno tende a ser, senão mais rápido, pelo menos mais visível do que nas demais empresas.”

Quem investe no mercado étnico pode ainda se dar ao luxo de fugir da guer-ra de preços tão característica do varejo atual. “Ainda há uma carência de produtos e serviços para etnias específicas – princi-palmente negros, judeus e muçulmanos. Então, quando você lança um determi-nado produto que vai ao encontro das necessidades destes consumidores, eles

estão menos sensíveis ao preço, até mes-mo porque não há muitas opções no mer-cado”, explica Bello.

Mas, se por um lado os nichos étnicos facilitam a identificação com o cliente, por outro também são maiores os riscos de comprometer a credibilidade da empresa, uma vez que envolvem questões culturais ou religiosas. “Os clientes são mais sensí-veis, então é preciso estudar a fundo to-dos os aspectos do público-alvo para não cometer nenhuma gafe, principalmente se o empreendedor em si não for um re-presentante legítimo da etnia em que pre-tende investir”, recomenda Bello.

Para garantir a entrada correta nestes mercados, portanto, é necessário incor-porar novos hábitos e costumes à cultu-ra da empresa. “Não adianta querer fazer produto para mulher sem ter mulheres na equipe, da mesma forma com as etnias. É preciso ir a campo, vivenciar os costu-mes de forma objetiva para identificar as necessidades do cliente”, afirma Giancar-lo Tadeu Alcalai, professor de gerência

“produtos e serviços estão se tornando commodities, então sai na frente quem tiver algum ponto forte inconfundível”, diz Wlamir Bello

moussa, proprietário da Casa Líbano, primeira rede de restaurantes halal de São paulo

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multicultural do curso de Relações Inter-nacionais da ESPM-SP. “Grandes empresas como Sadia e Perdigão, que se destacam pela exportação para os países árabes, entre outros, incorporaram os rituais necessários ao processo de produção”, exemplifica o professor, referindo-se aos procedimentos de abate utilizados em carnes com certificação halal. Por isso, a dica é criar um “comitê étnico” dentro da empresa, composto por representantes das etnias em questão – o que pode in-cluir a presença de entidades como rabi-nos ou sacerdotes muçulmanos.

Halal

Em árabe, a palavra halal significa “per-mitido” e se refere aos comportamentos, vestimentas e alimentos autorizados pela religião islâmica. Em números, os produ-tos com certificação halal respondem por uma fatia no mercado global estimada em US$ 2 trilhões – sendo US$ 1 bilhão ape-nas no Brasil, de acordo com dados da Fe-

deração das Associações Muçulmanas. São alimentos industrializados, carnes, cereais e grãos in natura, cosméticos, produtos de uso pessoal e medicamentos preparados de acordo com os preceitos do Alcorão, representando um segmento que deve fe-char 2010 com crescimento de 15%.

“A população islâmica já ultrapassa 1,8 bilhão de consumidores em todo o mun-do e a demanda é grande por alimentos, desde biscoitos e massas até balas, chás e castanhas. Enfim, há mercado para todos os alimentos que tiverem selo halal”, afir-ma Chaiboun Ibrahim Darwiche, especia-lista em alimentos halal do Siil (Serviço de Inspeção Islâmica), empresa responsável pela certificação de companhias com foco nesse mercado.

Outro fator que contribui para a ex-pansão de horizontes das empresas brasi-leiras interessadas em exportar é que 300 milhões de muçulmanos vivem em países onde o islamismo não é a religião majo-ritária. Estima-se que o Oriente Médio concentra apenas 20% da população islâ-

mica mundial, sendo que a maioria – 60% – está concentrada na Ásia. “Os produtos halal são comercializados hoje em 112 países, e pesquisas apontam que muitos outros consumidores não-muçulmanos também escolhem produtos certificados por acreditar que o selo garante segurança alimentar”, completa Darwiche.

Foi justamente por conta da demanda dos clientes japoneses que a torrefação Café Tijuco Preto, localizada no sul de Mi-nas Gerais, buscou a certificação halal em 2008. “Começamos a exportar para o Japão e identificamos essa demanda pelos produ-tos halal”, comenta Antônio Márcio Pereira de Castro, proprietário da empresa. “No caso do café, as exigências dizem respeito à proibição de determinados fertilizantes, além da regularização da empresa nos âm-bitos trabalhista e legal”, completa. Hoje, cerca de 10% da produção de café em grãos é destinada ao mercado externo, sendo a maioria para o Japão e o restante para paí-ses árabes como líbano, Kuwait e Jordânia, além de Estados Unidos e Europa.

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Na opinião de Darwiche, a certificação halal é sinônimo de maior valor agrega-do aos produtos como um todo. “Alguns dos benefícios são oferecer diferencial na abertura de novos mercados; processos e resultados mais eficazes segundo as normas halal, maior consciência e possi-bilidade de rastreamento dos produtos e serviços; atrair novos investimentos com melhoria da reputação da marca e remo-ção de barreiras comerciais.” Foi o que aconteceu com o Café Tijuco Preto, que não só passou a ter maior lucratividade após a certificação como também aprimo-rou a produção da companhia em geral. “Passamos a ter uma organização maior no ambiente de trabalho, o que conse-quentemente aumentou a eficiência dos processos e a qualidade dos nossos pro-dutos”, diz Castro.

No caso das carnes, a certificação halal é mais específica e inclui regras para o aba-te dos animais, que devem ser sacrificados em um golpe só de faca no pescoço, com a cabeça virada em direção à Meca. “A mor-te deve ser instantânea, pois o animal não pode sofrer e deve ficar suspenso até que escorra todo o sangue, que para os muçul-manos é visto como um líquido portador de doenças”, explica Mohamad Moussa, proprietário da Casa líbano, primeira rede de restaurantes halal de São Paulo.

Há quase quatro décadas no Brasil, Moussa é o típico exemplo de empreen-dedor que decidiu investir movido por uma necessidade própria. Nascido no lí-

bano, ele sentia dificuldade de encontrar açougues e restaurantes especializados em carne halal na cidade de São Paulo. Foi por esse motivo que, em 2002, ele deci-diu abrir a Casa líbano em parceria com a esposa, Hanie, e o filho, Hassan. Para garantir a procedência das carnes, é o pró-prio Moussa que supervisiona o abate dos animais e cuida para que tudo seja feito dentro da lei islâmica. Outro diferencial do restaurante é a ausência de bebidas alcoólicas no cardápio por conta das nor-mas religiosas.

Com três operações na capital paulista – incluindo dois restaurantes e a unidade de tele-entrega – Moussa pretende con-tinuar a expansão através do sistema de franquias. “Já estamos com duas negocia-ções em vista, inicialmente em São Paulo”, afirma o empresário. “Nossa clientela é fiel, por isso o crescimento tem sido cons-tante. Além de brasileiros muçulmanos ou não, atendemos principalmente muitos

estrangeiros que buscam comida halal, entre europeus, norte-americanos, corea-nos, iraquianos, indonésios, etc.”, relata.

Kosher

Outro segmento étnico em expansão no País – e no mundo – é o dos produtos kosher, elaborados segundo as normas da religião judaica. De alimentos a utensílios domésticos, o mercado kosher movimen-ta segmentos diversos da indústria e do varejo. No Brasil, estima-se que haja quase 200 mil adeptos do judaísmo que conso-mem estes itens, a maioria concentrada nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.

“A procura por produtos kosher vem crescendo no Brasil, principalmente nos últimos 25 anos”, informa Alcalai. “São mais de 2,5 mil itens certificados que entram no mercado brasileiro todos os anos, é algo que não pode ser ignora-do”, completa. Segundo o professor, não são apenas os judeus que consomem os produtos kosher no Brasil. “Há ou-tros consumidores religiosos, caso dos adventistas de Sétimo Dia, que também não consomem determinados tipos de alimentos e acabam buscando esses ali-mentos”, explica Alcalai.

Para atender a esta demanda, a rede de franquias Mundo Verde incluiu no mix uma série de alimentos kosher. A li-nha inclui achocolatados, cereais, sucos, pães e massas certificados, entre outros.

“Não são apenas os judeus que consomem os produtos kosher, há outros grupos religiosos que também buscam esses alimentos”, diz Alcalai

Castro e seu filho, da Tijuco preto, que abriu caminho para exportação de café após certificação halal, vista também como garantia de segurança alimentar

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Vantagensdiferenciaçãodiminui a concorrênciaaumenta o poder de negociação com os

fornecedoresevita entrar em guerras de preçosprazo de retorno do investimento menorcertificações halal e kosher são vistas

também como garantia de segurança alimentar

Mercados étnicos

Cuidadosé preciso investir em pesquisa e

planejamento minuciososincorporar novos hábitos e costumes à

cultura da empresair a campo, vivenciar os costumes

de forma objetiva para identificar as necessidades do clientecriar um “comitê étnico” dentro da

empresa, composto por representantes das etnias em questão

Riscosqualquer gafe pode comprometer – para

sempre – a credibilidade do negóciodiscriminação dos clientes por parte de

vendedores e atendentes mal treinados

“A demanda tem grandes diferenças re-gionais e varia até mesmo entre bairros, conforme a comunidade judaica local e o conhecimento das pessoas sobre pro-dutos kosher”, analisa Donato Ramos, diretor de marketing e recursos huma-nos da Mundo Verde.

Conforme o executivo, a ideia de investir no segmento kosher também surgiu por estar de acordo com a pro-posta da rede, especializada no comér-cio de produtos naturais e orgânicos. “A qualidade nutricional e os métodos de produção dos produtos kosher estão alinhados com o propósito da empresa de oferecer qualidade de vida e bem-estar para os consumidores.”

Entre outras exigências, os produtos kosher passam pela fiscalização de um rabino – especialmente as carnes, que também incluem um ritual próprio para abate. Além disso, os itens certificados têm a garantia da não-adição de carne de porco e passam por um rigoroso processo de seleção que analisa a ori-gem e o estado de saúde dos animais, assim como a procedência das matérias-primas utilizadas.

Se em São Paulo o mercado kosher é mais desenvolvido, o mesmo não pode ser dito sobre as demais regiões do País. Foi para suprir a demanda dos familiares e amigos que o jornalista José Roitberg deu início à operação da Chaidelly, loja especializada em alimentos, utensílios e acessórios judaicos localizada no bairro

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de Copacabana, no Rio de Janeiro. “Há uma falta absoluta de opções kosher no Rio de Janeiro. Quando abrimos, havia apenas duas lojas, sendo um represen-tante do frigorífico paulista Mehadrim – o principal do Brasil no segmento – e outra casa de carnes e preparo de ali-mentos”, diz o empresário, que come-mora um ano de inauguração da loja neste mês de novembro.

De lá para cá, o ponto de venda tem se tornado cada vez mais especializado no

segmento kosher. Se no início Roitberg planejou o mix para conter um terço de itens kosher e dois terços compostos por produtos de delicatessen convencionais, hoje a situação praticamente se inverteu. “Hoje tenho 50% de mercadorias kosher, 25% judaica não-kosher e 25% conven-cional”, conta. O crescimento da linha certificada se deu conforme o aumento da demanda, sempre em alta. “A linha kosher responde hoje por 60% do meu fatura-mento, enquanto a linha judaica equivale

a 25%”, diz o lojista.Entre os itens kosher oferecidos pela

Chaidelly estão, além de diversos cortes de carnes, salsichas, salames, kits para feijoada, chocolates, vinhos, laticínios e doces. Há ainda uma linha de utensílios que inclui velas, sabão para louças, can-delabros e outros elementos litúrgicos. Itens mais inusitados – como palitos de dente kosher e peças de artesanato tra-zidas de Jerusalém – completam o mix, composto, em sua maioria, por produtos

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Donato Ramos (ao centro), com outros diretores da Mundo Verde: “Os métodos de produção kosher estão alinhados com o propósito da empresa de oferecer qualidade de vida e bem-estar para os consumidores”

importados. “Todas as carnes, queijos e leite kosher colocados na loja são rapida-mente vendidos”, diz Roitberg.

Afro

A julgar pelos números, investir em produtos e serviços para a população negra é lucro certo. De acordo com a Afrobras (Sociedade Afro-Brasileira de De-senvolvimento Cultural), a população de afrodescendentes corresponde a 48% do

total de cidadãos e o Brasil está entre os países com maior concentração de pesso-as desta etnia. Além disso, o aquecimento da economia do País nos últimos anos tem provocado mudanças marcantes na socie-dade brasileira, como a ascensão da classe C e o aumento da participação dos negros no mercado de consumo.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mais da metade dos negros brasileiros (53,5%) pertence hoje à classe média. Entre os

10% chefes de família mais ricos do Brasil, estima-se que um a cada quatro seja negro ou mestiço. Para completar, a proporção de negros e mestiços entre os 1% de mi-lionários brasileiros subiu de 9% para 15%, segundo o Instituto de Estudos do Traba-lho e Sociedade (Iets).

“Entre os negócios voltados para a comunidade negra, se destacam aque-les na área de beleza e cosméticos, além de design, produção visual com temá-tica afro e confecção étnica”, enumera

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Giovanni Harvey, diretor-executivo da Incubadora Afro-Brasileira, primeira e única incubadora com viés étnico do Brasil. “Além do mercado de produtos e serviços específicos para a população afrodescendente, há toda uma gama de serviços universais no varejo que peca por não atender corretamente os clien-tes negros”, completa Harvey, referindo-se à discriminação que muitos negros ainda sofrem por parte de vendedores e atendentes mal treinados.

potencial

Dos itens fabricados exclusivamente para negros, o grande destaque são os cosméticos e produtos de higiene pes-soal. Segundo a Associação Brasileira de Indústria, Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), existe uma ten-dência de crescimento no segmento de produtos étnicos e o mercado brasileiro direcionado para este setor já provou que tem potencial.

Além de grandes empresas – como l’Oréal e Avon, que incluíram entre seus produtos linhas específicas para negras –

há ainda marcas que se lançam com foco ex-clusivo no mercado étnico. É o caso da Kiva Cosméticos, que há cinco anos investe em uma linha de produtos voltada à pele negra e morena, composta por cremes e loções com efeito clareador, que têm o objetivo de evitar e combater as manchas típicas desse tipo de pele. “A linha Afro foi desenvolvida unindo biotecnologia aos ativos naturais da Amazônia, com foco nas mulheres de pele morena e negra que desejam clarear a pele ou as regiões mais escuras, como manchas e sinais, além de unificar a tonalidade e de-volver a vitalidade e a maciez da mesma”, afirma Paula Sousa Ramos, diretora de mar-keting da empresa.

Com sede em Campinas (SP), a Kiva Cosméticos inicialmente direcionou a li-nha Afro ao mercado externo, com foco no público europeu e africano. “No exte-rior, a hidroquinona – substância química utilizada para clarear a pele – é proibida, então criamos um produto totalmente natural e com grande eficácia no clarea-mento”, explica Jimena Franco Carmello, responsável pela distribuição dos produ-tos no Brasil. Mas, há dois anos, a empresa decidiu investir no mercado interno, dis-

tribuindo os produtos por meio de venda direta porta a porta. “A recepção do pú-blico tem sido ótima, até porque não são só as negras e morenas que têm manchas. Temos vendido também para mulheres de pele branca e asiática, que também sofrem com manchas de sol, gravidez, estresse, etc.”, completa Jimena. Atualmente, a Kiva exporta aproximadamente 70% de sua produção, sendo os outros 30% direciona-dos ao mercado brasileiro.

LINHA dIReTA

Café Tijuco preto: www.tijucopreto.comCasa Líbano: www.casalibano.com.brChaidelly: http://chaidelly.comeSpm: www.espm.brKiva Cosméticos: www.kivacosmeticos.com.brIncubadora Afro-Brasileira: www.ia.org.brmundo Verde: www.mundoverde.com.brSebrae/Sp: www.sebraesp.com.brSiil: www.islamichalal.com.br

Linha afro da Kiva foi inicialmente dirigida ao mercado externo

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Crescimento do setor de tecnologia estimula construtoras a criaremambientes voltados para estas empresas e projetos mais humanizados e sustentáveis

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por Beatrice Gonç[email protected]

O crescimento no número de empre-sas de tecnologia no Brasil tem motivado as construtoras a mudarem o perfil de suas obras para o segmento empresarial. Os projetos, antes voltados para constru-ção de salas pequenas para escritórios, estão dando lugar a salas grandes e flexí-

veis que permitem ampliar ou diminuir o espaço ocupado. Assim o ambiente pode ser utilizado por empresas de diferentes tamanhos e perfis. Outro foco das cons-trutoras é cada vez mais criar processos mais ecoeficientes de gestão dos prédios.

Em Florianópolis, onde o setor de tec-nologia está entre as principais atividades econômicas da cidade, as construtoras têm mudado o perfil de suas obras para

atender a esse novo perfil de empresa. A Furtado de Mendonça está construindo na capital o condomínio de prédios cor-porativos Techno Towers, às margens da SC- 401. O empreendimento, voltado para empresas de tecnologia, terá seis torres, cada uma com 13 mil metros quadrados de área, com salas flexíveis que podem ter de 160 a 650 metros quadrados. O prédio tem gerador próprio, captação de água da

Ao lado e no topo, a Cidade Universitária pedra Branca; acima, Inpetro e TechnoTowers

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chuva, conforto térmico – para diminuir o uso de ar-condicionado – e 1 mil vagas de estacionamento com estrutura até para recarregar veículos elétricos.

O imóvel foi projetado para ter uma área de convivência com praça de ali-mentação, bancos, academia e salão de cabeleireiro, além de uma área verde de 30 mil metros quadrados. Os elevadores são mais largos e as portas têm sinaliza-ção em braile para oferecer mais aces-sibilidade a pessoas que tenham algum tipo de deficiência. A primeira torre será entregue em 2011 e a expectativa é que cerca de 3 mil pessoas passem a trabalhar nas empresas instaladas ali.

A região norte de Florianópolis tam-bém tem recebido investimentos em construções para o mercado corporativo. O Sapiens Parque, parque de inovação idealizado pela Fundação Centro de Refe-rência em Tecnologias Inovadoras (Certi)

com o apoio do governo de Santa Cata-rina, também está ampliando suas obras para atender a empresas de tecnologia do estado. Em setembro deste ano, o empre-endimento lançou um edital para captar recursos privados para a construção de um condomínio empresarial com oito prédios corporativos voltados a empresas de serviços, tecnologia e conhecimento. “O setor de tecnologia da informação está crescendo em Florianópolis. São cerca de 40 novas empresas que entram no merca-do por ano na cidade e cada vez mais pre-cisaremos de imóveis voltados para esse segmento”, afirma José Eduardo Fiates, diretor-executivo do Sapiens Parque.

Os prédios corporativos localizados no Sapiens Parque terão quatro pavimen-tos cada um e atenderão a empresas de diferentes perfis. No térreo, há espaço para comércio e para empresas que neces-sitem de um imóvel com os pés-direitos

Fiates: “Cada vez mais precisaremos de imóveis voltados para o setor de TI”

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comprovam que ambientes mais susten-táveis motivam mais os profissionais que trabalham nesses ambientes, e isso pode fazer com que aumente em até 5% a pro-dutividade da empresa.” Além do Pátio das Flores, o Grupo Pedra Branca espera construir mais 47 quadras no empreendi-mento, ampliar o parque industrial e criar uma incubadora de empresas.

LINHA dIReTA

Cidade pedra Branca: www.cidadepedrabranca.com.brFurtado de mendonça: www.fmendonca.com.brSapiens parque: www.sapienspark.com.brSinduscon Grande Florianópolis: www.sinduscon-fpolis.org.br

mais altos para montar, por exemplo, um laboratório. Nos quatro andares, as salas são flexíveis, podendo ter até 1,5 mil me-tros quadrados. Nessa etapa da obra serão construídos restaurantes, bancos, salas de reunião, áreas de serviço comum e um calçadão “Via Sapiens” que vai funcionar como uma grande área comercial. Além de obras no empreendimento, estão pre-vistas melhorias para garantir a integração do Parque no sistema público de transpor-te e um sistema interno de locomoção que permitirá o transporte das pessoas dentro do próprio Parque.

Em Palhoça, na Grande Florianópolis, também estão sendo construídos novos empreendimentos para atender ao seg-mento corporativo. O grupo empresarial Cidade Universitária Pedra Branca, que já comercializou mais de 200 lotes industriais na região, está lançando um novo conceito de prédios. São empreendimentos mistos

que aliam o conceito de morar e trabalhar no mesmo lugar, como o Pátio das Flores, com 179 apartamentos residenciais e 36 salas comerciais. “Nesse tipo de imóvel a pessoa pode pegar um elevador para ir para casa e outro para ir ao trabalho. Essa é uma evolução do novo conceito de ur-banismo. Isso evita, por exemplo, que a pessoa gaste tempo e dinheiro no trânsito para ir ao trabalho”, explica Marcelo Go-mes, diretor do empreendimento.

O Pátio das Flores será composto por quatro torres, todas com aquecimento so-lar de água, captação e reuso da água das chuvas, coleta seletiva de lixo e elevadores eficientes que, segundo Gomes, podem reduzir em até 30% o consumo de energia e em 50% o de água. O empresário calcula que com essas mudanças no projeto dos empreendimentos corporativos é possível até melhorar a produtividade das empre-sas. “Há estudos nos Estados Unidos que

Sapiens parque, em Florianópolis: melhorias para garantir a integração com o sistema público de transporte e locomoção interna

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péTiro no

promover eventos, ações e campanhas sustentáveis de fachada, nos quais a sustentabilidade é puro marketing, ou mesmo mal planejados, tem efeito contrário ao desejado

S u S T E N TA B I l I D A D E

por mônica [email protected]

Em busca de vantagens competitivas, empresas de todos os portes e segmen-tos aderem cada vez mais aos conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social na hora de divulgar seus produtos ou serviços. Embora seja louvável – e mais do que necessária –, a iniciativa passa a representar um risco quando se limita a criar uma imagem distante da realidade, transformando o que deveriam ser ações efetivas de sustentabilidade em meras fer-ramentas de marketing.

“As empresas descobriram que sus-tentabilidade vende, então isso se tornou uma espécie de modismo que veio para fi-car”, alerta Gilberto Wiesel, consultor em-presarial especializado em educação cor-

porativa. De tão recorrente, o problema já tem até nome próprio: greenwashers, termo usado por ambientalistas para de-signar empresas que se utilizam da susten-tabilidade como forma de autopromoção. “São os chamados ‘falsos ecológicos cor-porativos’, que enganam seus clientes e fornecedores dizendo-se ecologicamente corretos, sendo que, na verdade, o obje-tivo é apenas mascarar um desempenho ambiental insuficiente”, explica Wiesel.

Com consumidores cada vez mais ligados às questões ambientais, utilizar a sustentabilidade como “fachada” é preju-ízo na certa, tanto para a empresa em si como para parceiros e patrocinadores. “Os clientes de hoje são mais críticos, sem falar que, através da internet e das redes sociais, a má repercussão de uma ação ou produto é instantaneamente divulgada e

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Gilberto Wiesel: www.gilbertowiesel.com.brSWU: www.swu.com.br

tem impacto direto na credibilidade da organização”, diz Wiesel.

Realizado no último mês de outubro, o SWU Music and Arts Festival é um exem-plo de como esse tipo de estratégia pode significar um “tiro no pé”. Chamado por alguns de “Woodstock brasileiro”, o even-to – que aconteceu na cidade de Itu, no interior paulista – foi associado, desde o início, com a ideia de sustentabilidade. Materiais de divulgação, comerciais de televisão, sites e redes sociais enfatizaram a ligação do festival de música com a pre-ocupação ambiental e social. No entanto, a imagem durou só até o início da festa, quando começaram as contradições.

A primeira delas: era proibido entrar com qualquer tipo de comida. Barrados na entrada com pacotes de bolacha e garrafas de água, que tiveram que ser prontamente descartados, os participantes – que desem-bolsaram entre R$ 120 e R$ 240 pelo ingres-so – indignaram-se. “Como um evento que se diz sustentável nos obriga a jogar água e comida no lixo? Deveria haver uma tolerân-cia maior, até porque lá dentro uma água não custava menos de R$ 5, sem falar nas intermináveis filas para comprar comida a preços abusivos”, reclama a advogada luísa Stankevicious Pizzo, de São Paulo, uma das 160 mil pessoas que participaram da mara-tona de três dias de shows.

A falta de lixeiras e de higiene também foi alvo de reclamações, assim como o trânsito caótico na saída do evento, fatos que repercutiram de forma negativa em diversos veículos de comunicação e, so-bretudo, nas redes sociais. Segundo Wie-

sel, se o festival não tivesse usado a ban-deira da sustentabilidade como mote para a divulgação, talvez a repercussão negativa fosse menor, ainda que tivessem ocorrido os mesmos contratempos. “Uma vez que um determinado evento ou produto se diz sustentável é porque tomou todos os cuidados possíveis para evitar essas falhas elementares. E o consumidor está atento a isso, principalmente os mais jovens.”

Embora a organização do SWU tenha sido ágil em responder às reclamações dos internautas nas redes sociais, isso não basta para reverter a imagem ne-gativa. “O consumidor espera receber exatamente aquele produto ou serviço pelo qual pagou, ou seja, não adianta vir com desculpas depois para justificar os erros de gestão.”

Planejamento, portanto, é a palavra-chave para que a empresa não receba o rótulo pejorativo de greenwasher. “É pre-ciso esmiuçar ao máximo as possibilida-des de erro com o objetivo de identificar os gargalos e minimizá-los”, recomenda Weisel. Outra maneira de garantir a con-sistência das ações de sustentabilidade é buscar auxílio em órgãos reguladores, com destaque para a ISO 14000.

Imagem socioambiental correta enfatizada na divulgação do SWU

music and Arts Festival não passou do início do evento e gerou

indignação de participantes

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Enquanto a esmagadora maioria dos lojistas se esforça para adaptar suas ope-rações à internet, outros utilizam a web para lançar negócios que, mais tarde, se transformarão em lojas físicas. Este é o caso da liga Retrô, grife carioca especia-lizada na criação de réplicas de unifor-mes de times de futebol que se lançou no e-commerce para, dois anos depois, iniciar a expansão nas ruas e shoppings de todo o País.

“Fizemos o caminho inverso desde o início”, afirma leonardo Klarnet, sócio da liga Retrô. lançado em 2006, o negó-cio pioneiro – que consiste em recriar e vender uniformes e acessórios alusivos ao passado dos principais times de fute-bol do País – começou com um site e 20 modelos de camisetas no catálogo. Hoje são mais de 160 modelos de camisetas, três lojas próprias – sendo duas no Rio de Janeiro e uma em Porto Alegre – e a primeira franquia, em Brasília.

Até o fim do ano serão inauguradas outras três unidades, localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Para 2011, a rede estima abrir outras 15 franquias. “Grande parte do nosso sucesso se deve a essa trajetó-ria inversa, com o início na internet e a divulgação através do boca a boca dos clientes que descobriram o site e, mais tarde, a loja”, comenta Klarnet.

Segundo o empresário, a decisão de expandir do site para as ruas surgiu à medida que se comprovou a aceitação da marca no mercado. “Quando inicia-mos a empresa, optamos por vender exclusivamente on-line, já que não sabí-amos até que ponto a venda dos nossos produtos seria capaz de bancar todos os custos de uma loja física.” Após com-provar o sucesso no mundo virtual – em

expandir um negócio virtual abrindo lojas físicas exige muita pesquisa e estratégia para não pôr tudo a perder

marcelo Roisman e Leonardo Klarnet, da Liga Retrô

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cuidados básicos

4pré-requisitos: mix diferenciado, base de clientes consolidada e proposta de valor interessante

4adequar o planejamento estratégico

4manter uma loja física em operação demanda uma série de outros investimentos e processos, desde aluguel e logística até de segurança, estoque, atendimento e manutenção

4gastos com atendimento, treinamento e o aumento dos custos com funcionários também devem ser previamente planejados

4investir em serviços de decoração e design de interiores para garantir a coerência entre o site e o ponto de venda

4adequar o mix de produtos ao espaço limitado da loja física

4e-commerce e lojas físicas devem funcionar de forma integrada para que não concorram entre si.

menos de um mês o site já registrava um expressivo índice de recompra – foi a vez de testar os produtos no varejo tra-dicional através de lojas multimarcas.

Franquias

Em 2008, motivados pelos bons re-sultados, Klarnet e seu sócio Marcelo Roisman decidiram apostar no primei-ro ponto de venda próprio e exclusivo no Rio de Janeiro. “Abrimos a loja no segundo andar do nosso próprio escri-tório, que fica numa galeria comercial de Ipanema, e ficamos muito surpresos, pois o novo canal de vendas começou a ter uma aceitação muito grande e a dar um lucro que não esperávamos que fosse dar”, diz Klarnet. O passo mais ou-sado veio na sequência, em 2009, com a abertura da segunda loja, dessa vez no BarraShopping, também na capital ca-rioca. “Nosso objetivo agora é investir na expansão da rede através do projeto de franquias, lançado este ano.”

Outra empresa que apostou no cami-nho inverso para se lançar no mercado foi a Polishop, rede de varejo especializa-da na venda de eletrodomésticos e apa-relhos eletrônicos. “A Polishop foi ainda mais pioneira, pois começou no canal televendas, expandindo depois para a in-ternet e, finalmente, para os shoppings”, conta Rodrigo Catani, sócio-diretor da GS&MD – Gouvêa de Souza.

No mercado há 11 anos, a empresa

inicialmente vendia apenas a distância, por meio de parcerias com canais de televisão e através de catálogos impres-sos. O site surgiu logo na sequência, em 2000, quando o e-commerce ainda era incipiente no Brasil. A primeira loja fí-sica foi lançada em novembro de 2003 – hoje são mais de 120 pontos de venda espalhados pelos principais shoppings brasileiros, que respondem por 45% do total de vendas do grupo. Para João Appolinário, presidente da Polishop, o segredo está na “sinergia dos canais”. “A estratégia de multicanais está em nosso DNA, portanto não tivemos dificuldade em agregar nenhum canal ao nosso ne-gócio, já que todos eles se complemen-tam”, reflete o executivo.

Para Catani, o caminho inverso tri-lhado pela liga Retrô e pela Polishop pode servir como uma boa estratégia para testar novos negócios, mas não é recomendado para todos. “Ter loja físi-ca só por ter não vale a pena. É preciso avaliar se a loja realmente tem um mix diferenciado, se tem uma base de clien-tes consolidada e se possui uma pro-posta de valor interessante, capazes de fazer com que o consumidor habituado a comprar pela internet tenha interesse em se locomover até o ponto de ven-da.” Segundo o consultor, o exemplo da Polishop é emblemático neste sentido, justamente porque as lojas físicas torna-ram-se um espaço de experimentação. “Por vender alguns itens inusitados e

Liga Retrô começou com um site e 20 modelos de camisetas em 2006; hoje são mais de 160 modelos, três lojas próprias – sendo duas no Rio e uma em porto Alegre – e uma franquia, em Brasília

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e-bit: www.ebit.com.brGS&md – Gouvêa de Souza: www.gsmd.com.brLiga Retrô: www.ligaretro.com.br polishop: www.polishop.com.br

interativos, muitas vezes inéditos para o consumidor, a Polishop só ganhou com as lojas físicas, onde a proposta é promover o contato dos clientes com os produtos”, completa Catani.

Outro ponto fundamental consiste em adequar o planejamento estratégico. “Uma coisa é o varejista se programar para operar on-line – com custos fixos muito menores – e a outra é manter uma loja física em operação, o que demanda uma série de outros investimentos e pro-cessos, desde aluguel e logística até de segurança, estoque, atendimento e ma-nutenção”, alerta Alexandre Caixeta Um-berti, diretor de marketing e produtos da e-bit. “Se no e-commerce é possível trabalhar com estoque reduzido, na loja física isso já não acontece, já que é pre-ciso garantir a entrega imediata das mer-cadorias”, completa Catani. Gastos com

atendimento, treinamento e o aumento dos custos com funcionários também de-vem ser previamente planejados.

Adaptar a identidade visual da inter-net para o “mundo real” é outro desafio. Se antes bastava contar com os conheci-mentos de um bom webdesigner, com a loja física será preciso investir em servi-ços de decoração e design de interiores para garantir a coerência entre o site e o ponto de venda. Esta foi uma das principais preocupações da liga Retrô antes de abrir a primeira unidade fora do mundo virtual. “Nosso DNA está no site, portanto criamos um layout de loja todo tematizado, seguindo o estilo e as cores que usamos na web. O uniforme dos vendedores, por exemplo, também é retrô, com boina e suspensório. Além disso, a loja é decorada com painéis com fotos antigas e há um telão em preto e branco transmitindo jogos de futebol antigos”, conta Klarnet.

É necessário adequar também o mix de produtos. Enquanto o site comporta uma infinidade de mercadorias – uma vez que não é preciso dispor necessariamente dos itens em estoque –, na loja física o espaço é limitado. No caso da liga Retrô, foi preciso aumentar o número de produtos no catálo-go. “Seria muito limitado se abríssemos as lojas para vender apenas camisetas, como fazíamos inicialmente no site”, afirma Klar-net. Por esse motivo, a empresa investiu na ampliação do mix, que agora inclui ca-misetas alusivas a outros esportes – como

vôlei e basquete –, além de acessórios como bonés, bolas, agasalhos e linhas in-fantil e feminina, tudo dentro do conceito retrô que caracteriza a grife.

Embora sejam complementares, e-commerce e lojas físicas – assim como outros canais – devem funcionar de for-ma integrada para que não concorram entre si. “O desafio é manter políticas dis-tintas, pois, embora cada canal tenha seu espaço, é preciso avaliar até que ponto o cliente, sobretudo das classes A e B, não vai deixar de comprar na loja em troca da conveniência da internet”, diz Umberti.

Para Rodrigo Catani, a saída é inves-tir no treinamento dos vendedores e na criação de políticas de venda e pro-moções que direcionem o fluxo do site para a loja – e vice-versa. “Muitas vezes um produto não está disponível no es-toque da loja, mas está no site. Então por que não instalar um totem com um computador dentro da loja e, em casos como esse, estimular os vendedores a fecharem a compra através do site em troca de alguma comissão?”

“Se no e-commerce é possível trabalhar com estoque reduzido, na loja física isso já não acontece, já que é preciso garantir a entrega imediata das mercadorias”, diz Catani

por vender itens inusitados e interativos, muitas vezes inéditos, proposta da polishop é promover o contato dos clientes com os produtos

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Guilherme pacheco com os sócios José pierotti

e Roberto malta(da esquerda para a direita)

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empreendedor pioneiro em projetos na internet segue transformando o “bater perna” na rede em um processo mais rápido e prático

Idade: 33 anosLocal de nascimento: Rio de JaneiroFormação: economia e mestrado em Administração de empresas pela pUC-RJempresa: mundiAno de fundação: 2008Cidade-sede:Rio de JaneiroNúmero de funcionários: 25

guilherme Pacheco

por Beatrice Gonç[email protected]

Quando a internet ainda era uma promessa e menos de 3 milhões de brasileiros acessa-vam a rede em 1999 – hoje, segundo o Ibope, são quase 70 milhões de usuários no Brasil – Guilherme Pacheco e mais quatro amigos re-solveram se reunir para pesquisar nichos de mercado no ambiente web. Na época, Pacheco trabalhava em um banco de investimentos e ficava angustiado ao ver as oportunidades de negócios que poderiam surgir a partir da in-ternet. Aos 22 anos, o estudante de economia, que já tinha aberto uma empresa de eventos aos 18 anos, queria voltar a empreender, mas não sabia no que investir. A única certeza era que o negócio teria que ser na web.

O que mais chamou a atenção deles na épo-ca foi a dificuldade que os internautas brasilei-ros tinham para encontrar boas ofertas na web. Até então, não existia um site de buscas que comparasse preços, e os usuários, que compra-vam pela internet, precisavam entrar em diver-sas lojas on-line para escolher um produto. “Foi aí que tivemos um insight. Se as informações estão todas na web, será que nós não podemos criar uma forma mais fácil de disponibilizar isso para os internautas?”

Identificado o mercado, os jovens passaram a planejar o desenvolvimento de uma ferramen-ta de buscas on-line e a abertura da empresa. “Na

época, empreender na web era mais caro do que hoje e nós não tínhamos todo o dinheiro para fazer os inves-timentos necessários, mas nem por isso desistimos.” Em 2000, eles con-seguiram desenvolver a ferramenta para o site por meio de uma parceria com a incubadora de negócios Painel Internet e com investimentos do Ban-co Fator. Nesse mesmo ano, Pacheco, Gustavo Reis, José Guilherme Pierotti, Roberto Malta e Rodrigo Guarino lan-çaram o Bondfaro, site de buscas e de

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comparação de preços. A ferramenta de uso gratuito foi cria-

da para ser um guia de compras on-line e para oferecer ao usuário as melhores ofertas em produtos como brinquedos, livros e eletrodomésticos. A proposta de “farejar” os melhores preços motivou até mesmo os empresários a escolherem como mascote para o site o cachorro da raça bloodhound, conhecida por ter o me-lhor faro do mundo. “Nós sabíamos que era um produto inovador. Quando cria-mos o Bondfaro não conhecíamos outra ferramenta similar.”

desbravadores

Pacheco explica que no começo ele e os sócios tiveram que passar por grandes desafios. “Há dez anos eram poucos os estabelecimentos que estavam estrutura-dos para fazer vendas na web, a internet não era tão popular no País e vender ou comprar pela rede ainda era visto com receio tanto pelos consumidores quanto pelos lojistas.” O empresário conta que o mercado só começou a mudar a partir de 2003 com o aumento das transações fei-tas por e-commerce no País. “As empresas passaram a investir mais na web e a partir daí o negócio começou a ir para frente.” Em 2005, o Bondfaro registrou mais de

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“Se você descobriu uma coisa nova na web, é preciso ocupar essemercado. muitas vezes o investidor perde uma oportunidade que elemesmo criou porque demorou e alguém veio mais rápido”

mais tempo para pensar pequeno e preci-saram captar recursos na ordem de US$ 3 milhões para desenvolver o sistema. A ideia foi oferecer uma solução parecida com a do Bondfaro, mas pensando no internauta que quer planejar sua viagem e procura os melhores preços de pacotes, passagens e hotéis. “Todas as pessoas sabem que uma mesma câmera tem vários preços, mas não sabem que ficar em um mesmo quarto, no mesmo hotel e na mesma cidade tem vários preços também. Pelo Mundi nós consegui-mos mostrar isso e fazer com que nossos usuários planejem melhor suas viagens.”

Em dois anos de trabalho, o Mundi se transformou em um dos sites de turismo

150 milhões de acessos, tinha cerca de 2 milhões de usuários cadastrados e fatura-mento de R$ 11,8 milhões.

O sucesso do negócio chamou a aten-ção de muitos investidores que demons-traram interesse em comprar a empresa. Os sócios consideraram que o melhor in-vestimento seria fazer a fusão do Bondfa-ro com o site concorrente Buscapé e, em 2006, as duas empresas foram unificadas em um mesmo grupo. Os cinco amigos continuaram mais um ano trabalhando no Bondfaro até que fosse feita toda a integra-ção da empresa. Após esse período, eles saíram das posições executivas que ocu-pavam, mas permaneceram como acionis-tas. “Quando nós deixamos o Bond faro, começamos a sentir aquele mesmo desejo de querer empreender algo novo.”

Pacheco e os antigos sócios Roberto Malta e José Guilherme Pierotti resolve-ram voltar a pesquisar tendências e buscar um mercado para investir. “Nós percebe-mos que as pessoas que queriam escolher destinos turísticos, comprar passagens e reservar hotéis pela internet enfrentavam a mesma dificuldade de quem queria com-prar algum produto pela web em 1999 e decidimos criar o Mundi em 2008 para atender esse público.”

O empresário conta que nesse segundo investimento, ele e os sócios já não tinham

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mundi: www.mundi.com.br

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2006

2008

2009

Conclui o ensino médio e ajuda a organizar a festa de formatura do colégio

Abre a mega mídias eventos

Fecha a empresa mega mídias eventos e começa a estagiar no Banco da Bahia

Abre o Bondfaro em sociedade com Roberto malta, Gustavo Reis, José Guilherme pierotti e Rodrigo Guarino

Fusão do Bondfaro com o Buscapé

Abre o mundi

Sociedade com a Globo Comunicação e participações e abertura da mosaico Negócios de Internet, hoje controladora do mundi

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guilherme Pachecomundi

mais acessados da América do Sul – rece-be cerca de 2,5 milhões de visitantes por mês e oferece mais de 50 mil destinos no Brasil e exterior e 150 mil opções de ho-téis, além de mapas, fotos e dicas de pon-tos turísticos. O site é bastante interativo e permite que os usuários escrevam sobre as cidades visitadas, mandem fotos dos pontos turísticos e até avaliem os hotéis onde ficaram hospedados. Para conferir os destinos, não é preciso se cadastrar: basta entrar no site e digitar a cidade que se pretende visitar que o sistema faz, em tempo real, a pesquisa de agências, com-panhias aéreas e de pontos turísticos para o usuário. “Quando as pessoas estão pro-gramando as férias dos seus sonhos, elas não querem errar o hotel, querem ir para o destino certo. Uma das coisas que mais influencia nessa hora da compra é a expe-riência de quem já foi.”

Em 2009, a empresa despertou o in-teresse da Globo Comunicação e Partici-pações, holding responsável pelo canal TV Globo, Globo.com e da gravadora Som li-vre. Nesse mesmo ano, a Globo adquiriu o controle acionário do Mundi e criou junto com os fundadores da empresa a Mosaico Negócios de Internet. Pacheco, Pierotti e Malta se tornaram sócios da Mosaico e passaram a gerenciar o site de turismo e a trabalhar em outros projetos do grupo.

Além do Mundi, a holding adquiriu mais duas empresas de jogos e espera entrar em outros mercados nos próximos anos. “A gente não abriu mão de ser empreen-dedor. Nós somos sócios e executivos e temos a Globo como uma sócia também”, conta Pacheco.

Hoje, aos 33 anos, Pacheco é CEO do grupo e nem pensa em deixar de investir na web. “Há ainda muitas oportunidades para explorar. Com a Mosaico, nossa proposta é investir mais em áreas que facilitam a vida do consumidor. A gente não quer vender. Queremos ajudar a vender, queremos ser muito mais mídia para ajudar a divulgar produtos ou empresa de entretenimento do que operadoras de e-commerce.”

Há mais de dez anos se dedicando a negócios na web, Pacheco considera que um dos pontos fortes do sucesso que ele e os sócios conquistaram foi porque agi-ram rápido. “Se você descobriu uma coisa nova na web, é preciso ocupar esse mer-cado. Muitas vezes o investidor perde uma oportunidade que ele mesmo criou por-que demorou e alguém veio mais rápido e tomou o seu mercado.”

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por Cléia [email protected]

As redes de franquias estão pegando carona na transformação dos postos de combustíveis em centros de conveni-ência. Nas grandes cidades, é cada vez

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mais comum o consumidor abastecer seu veículo e ainda aproveitar para fa-zer pequenas compras, levar a roupa para lavar, fazer um lanche, alugar um filme e até mesmo cortar os cabelos. “Esse movimento está só começando. Em 16 anos de Brasil, a rede de lavan-derias 5àSec tem 15 lojas instaladas em postos de gasolina. A meta é inaugurar pelo menos mais 25 nestes espaços nos próximos cinco anos”, afirma Meire Go-mes Carvalho, diretora de expansão da marca, que tem 300 lojas no Brasil.

Atenta às oportunidades, a 5àSec criou um modelo de loja bastante apro-priado para postos de gasolina, o drive thru. A proposta é fazer com que o clien-

te não precise sair do carro para usar o serviço. A unidade piloto foi montada em Sorocaba (SP), no início deste ano, e os resultados surpreenderam positiva-mente. A loja foi muito bem aceita pelos usuários e se pagou rapidamente. Tanto que a marca vai instalar uma segunda unidade nesse formato em outro posto de gasolina em Sorocaba. “É uma opor-tunidade muito interessante para a ex-pansão da rede. Nossa primeira loja no Acre será num posto, algo inimaginável há poucos anos”, destaca Meire.

Para muitas redes de franquias, os postos de combustíveis são uma oportu-nidade de seguir crescendo num merca-do onde os espaços tradicionais estão se

cheioComodidade para o consumidor faz crescer a oferta e diversidade de serviços em postos de combustíveis

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tornando escassos. Essa é a proposta do Rei do Mate, rede que deve fechar 2010 com 300 lojas. A marca vem inaugurando uma média de 30 lojas a cada ano, apro-veitando espaços como universidades, hospitais, empresas e postos de combus-tíveis. “No Rio de Janeiro, por exemplo, temos mais de 100 lojas em shoppings e centros comerciais menores. Para conti-nuar crescendo no estado, precisamos investir em pontos alternativos”, afirma Antônio Carlos Nasraui, diretor comer-cial da rede. O Rei do Mate tem quatro lojas em postos – duas no Paraná e duas na cidade de São Paulo.

Buscar novos espaços é uma necessi-dade de muitas redes de franquias. “Com

Roberta damasceno, da Subway, que possui 8% de suas lojas

instaladas em postos

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crescimento previsto de 18% para 2010, o franchising brasileiro precisa buscar espa-ços alternativos. Não dá para se ancorar só em shopping center”, confirma André Friedheim, consultor da Francap, espe-cializada em desenvolvimento de redes e franchising. Para o executivo, os postos de combustíveis também ganharam força nos últimos anos por causa da busca inces-sante de quem vive nas cidades por con-veniência. “É o conceito one stop, onde o consumidor consegue solucionar suas

Na avaliação de Flavio Franceschetti, consultor do Sindicom, os consumidores já entram em postos com a expectativa de encontrar uma loja de conveniência. “Há sinergia produtiva entre o posto e a loja que soma as receitas de cada ativi-dade e multiplica o tráfego de clientes”, afirma. Para ele, faz todo o sentido agre-gar outras franquias que tenham sinergia com o negócio, desde que seja preser-vado espaço para manobras e estacio-namento em frente às bombas. “Eu vejo como uma tendência ligada aos grandes centros urbanos, onde o tempo é mais escasso e por isso há uma necessidade maior de conveniência”, afirma José Luiz Schwartz, diretor administrativo da Asso-ciação Brasileira de Franchising Seccional Rio de Janeiro (ABF Rio).

existem hoje no Brasil mais de 37 mil postos de gasolina, dos quais 5,5 mil têm lojas de conveniência. Há 12 anos, esse número não chegava a 1,6 mil

compras num só lugar. A tendência é que esse modelo de street center se alastre pelo País nos próximos anos.”

mais rentabilidade

Dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustí-veis e de lubrificantes (Sindicom) mos-tram que há muito espaço para crescer. Existem hoje no Brasil mais de 37 mil postos de gasolina, dos quais 5,5 mil têm lojas de conveniência, primeiro passo para transformar o posto num centro comercial. Há 12 anos, esse nú-mero não chegava a 1,6 mil. “As lojas de conveniência e as franquias que es-tão vindo a reboque são uma forma do empresário desse segmento aumentar a rentabilidade de seu negócio, já que as margens dos combustíveis estão cada vez mais apertadas”, afirma o advogado luiz Felizardo Barroso, autor do livro Conveniência & franchising – O canal do varejo contemporâneo.

meire, da 5àSec: modelo de loja exclusivo para postos evita que cliente saia do carro

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5àSec: (11) 4197-6400empada Brasil: (24) 2237-7979Francap: (11) 3709-3709José Luiz Schwartz: (21) 2292-5104Luiz Felizardo Barroso: (21) 2157-0773Rei do mate: (11) 3081-9335Sindicom: (21) 2122-7676Subway: (41) 3077-7282

As operações em postos de com-bustíveis também podem ser mais van-tajosas em alguns aspectos. “A principal vantagem é o custo fixo menor”, avalia Márcio Rangel, franqueado máster da Empada Brasil, rede com 60 unidades. A marca tem investido na instalação de quiosques em supermercados, shoppin-gs, aeroportos ou centros comerciais. Em postos, são oito unidades. Segundo o empresário, normalmente o desempe-nho financeiro do quiosque é menor em termos absolutos, mas o resultado em percentuais é muito próximo das lojas. “Temos vários casos em que o quiosque tem resultado mais satisfatório. Como em qualquer negócio de varejo, o ponto comercial é fator decisivo nos resulta-dos”, destaca Rangel.

relação aos concorrentes, conquistando e fidelizando consumidores. Estratégias de marketing como essas também são importantes para chamar o cliente para dentro do centro de conveniência. Afi-nal, diferente das lojas convencionais de rua e de shopping, o cliente não passa na frente da vitrine. “Essa é uma desvan-tagem, mas que pode ser superada. Em Magé (PR), por exemplo, o Rei do Mate é o principal atrativo do posto”, afirma o franqueado Márcio Rangel.

No caso da rede Subway, dona de mais de 490 restaurantes no Brasil, o patamar de vendas das 40 lojas instala-das em postos de combustíveis não se diferencia das demais unidades com for-matos entre 60 e 80 metros quadrados. De acordo com Roberta Damasceno, ge-rente de operação da marca, o resultado vem de variáveis como ótimo fluxo de clientes e custo reduzido do aluguel – cerca de 20% menor. “Muitas vezes, elas são até mais lucrativas”, afirma a executi-va. Ela conta que, na maioria dos casos, as vendas da Subway em postos são para levar, mas há unidades que se transfor-maram em ponto de encontro de jovens. “Estamos buscando novas parcerias com redes de distribuição de combustíveis para investir nesse mercado.”

Outra vantagem, tanto para o fran-queador quanto para o dono do posto, é a possibilidade de fazer promoções conjuntas, do tipo “encha o tanque e ganhe uma locação de filme”. É uma forma de oferecer um diferencial em

Nasraui, do Rei do mate: oportunidade de crescer apesar da escassez de espaços

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Em festaCompletando um ano de existência,

a D’pil comemora a abertura de 215 unidades localizadas em todo o País. Especializada em estética, a empresa oferece tratamentos exclusivos de foto-depilação e fototerapia. O baixo custo de instalação e o retorno a curto prazo são alguns dos motivos que justificam o crescimento da rede.

Com investimento inicial de R$ 75 mil, o franqueado recebe todo o material ne-cessário para iniciar a operação, incluindo o equipamento de fotodepilação e foto-terapias, acessórios, mobiliário padrão e peças publicitárias para a inauguração. O retorno é esperado em dez meses.

A rede também pretende crescer no exterior. Em maio, a franqueadora partici-pou de eventos no Uruguai, onde está em andamento a assinatura de cinco contratos, e na Argentina, onde está prevista a inau-guração da primeira unidade nos próxi-mos meses, no bairro de Alto Palermo, em Buenos Aires. “Nosso objetivo é instalar 50 unidades na Argentina até o fim de 2010”, complementa Danny Kabiljo, diretor-geral da D’pil. www.dpilbrasil.com.br

rumo ao SulA Risotto Mix – rede especializada em culiná-

ria rápida – concentra a expansão para a Região Sul do País. A empresa, que atualmente possui um restaurante em Joinville (SC), busca novos franqueados e espera ampliar a presença da rede na região nos próximos meses. Até 2013, a expec-tativa é de que outras dez unidades sejam inaugu-radas nos estados do Sul.

Segundo Aline Mathias, gerente de marketing da franqueadora, a região possui grande poten-cial de mercado. “Já estudamos a área e, apesar da pequena penetração da Risotto nessa praça, visualizamos inúmeros pontos para um cresci-mento organizado e de qualidade”, afirma. O cus-to de investimento para se tornar um franqueado da Risotto Mix gira em torno R$ 250 mil, exceto o ponto comercial, com prazo de retorno entre 24 e 36 meses. www.risottomix.com.br

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Experiência garantidaO Centro de Ensino Fisk – instituição com mais de 50 anos de mercado e 1

mil unidades no País e no exterior – prevê a inauguração de pelo menos mais 13 unidades até o final de 2010. Com isso, a rede atingirá a meta de abertura de 50 novas escolas por ano e ainda deverá gerar mais 180 novos postos de trabalho, além das 290 vagas já ocupadas desde o início deste ano. Em 2010, já foram aber-tas 37 novas escolas em todo o País, com foco na Região Nordeste – principal-mente nas cidades de Salvador e Fortaleza –, além de unidades de grande porte nas regiões Sul e Sudeste, como em Porto Alegre e em Campo Grande (RJ).

Segundo o diretor da Fundação Fisk, Christian Ambros, a instituição registra um crescimento de 15% no número de interessados em adquirir franquia desde o início de 2010. “O bom resultado é prova de que o modelo de operação é avaliado como uma séria alternativa de negócios, e, embora ambiciosa, a meta para o ano de 2010 foi reforçada diante das avaliações positivas, mesmo com a passagem pela crise financeira.” www.fisk.com.br

consultoria de crédito

Doce como chocolate

Rede de lojas especializadas em chocolate, a Brasil Cacau continua em expansão por todo o País. Em menos de dois anos, a franqueadora – que pertence ao Grupo CRM, detentor das marcas Kopenhagen e Dan Top – já possui 90 unidades em operação em diversos estados brasileiros. Em outubro foi inaugurada a terceira franquia da rede em Santa Catarina, na cidade de Joaçaba. Até dezembro de 2010, a Brasil Cacau espera chegar a 180 lojas e planeja pelo menos 500 unidades até 2012. Para pleitear uma franquia, é necessário dispor de R$ 100 mil para investimento inicial, com retorno previsto entre 18 e 24 meses. www.brasilcacau.com.br

Especializada em consultoria de crédi-to, a empresa espanhola Creditaria chegou ao Brasil em abril e pretende fechar o ano com pelo menos 20 contratos assinados. Até o momento, 12 unidades estão em operação no País. As próximas lojas que serão inauguradas ainda em 2010 ficam em Belém, Uberlândia (MG), Belo Hori-zonte e Natal. Até 2011, londrina (PR) e o ABC Paulista também devem entrar na rota de expansão da rede.

Sem concorrentes diretos com o mesmo perfil e tamanho da rede, a Cre-ditaria é a primeira empresa do Brasil a

oferecer serviços de consultoria de crédi-to de forma profissionalizada na América latina. A empresa, que está em processo de expansão em toda a América latina, também opera no Chile e no México. En-tre os produtos oferecidos pela empresa estão crédito imobiliário, refinanciamen-to imobiliário, consórcio de imóveis e crédito pessoal e consignado.

O valor inicial médio para instalação de uma franquia é de aproximadamente R$ 115 mil. Com faturamento médio men-sal de R$ 80 mil, o retorno é esperado em 15 meses. www.creditaria.com.br

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Sushi sustentávelEm busca da sustentabilidade, a rede

de franquias de culinária japonesa Click Sushi promove entre seus franqueados a implantação de ações visando à reciclagem dos resíduos e à sustentabilidade. Cada franquia foi convidada a desenvolver so-luções para o melhor aproveitamento dos materiais utilizados e o descarte responsá-vel do lixo não reciclado.

A unidade de Campo Grande se desta-

cou no quesito reaproveitamento de ma-teriais. Comandada pelo engenheiro Ary Eduardo, a equipe da loja produziu uma série de artigos artesanais que usam como matéria-prima os hashis utilizados pelos clientes. O material se transformou em objetos para decoração da casa, incluindo vasos de flores e esteiras de mesa.

Além dessa ação, o restaurante tam-bém separa materiais a serem reciclados

como garrafas de vidro, latas de refrigeran-te e caixas de papelão, que são encaminha-dos para indústrias da região. “Essas ações são importantes, já que os materiais iriam para o lixo, fazendo aumentar a poluição e os problemas de uma cidade. Agora ofe-recem oportunidade para pessoas, além de contribuir para a qualidade de vida e o meio ambiente”, conclui Ary Eduardo. www.clicksushi.com.br

Para todos os gostoslançada em outubro no Bairro Higienópolis, na capital paulis-

ta, a marca Prima Clean é a nova aposta do grupo Quality lavande-ria, rede com mais de 90 franquias em todo o Brasil. Com conceito reformulado e no formato de lavanderia express, a nova bandeira é inspirada nas lavanderias automáticas americanas, nas quais os pró-prios clientes lavam suas roupas mediante a inserção de fichas nas máquinas. O processo, porém, foi adaptado ao gosto dos brasileiros e os franqueadores também mantiveram a possibilidade da lavande-ria funcionar de forma convencional. Neste caso, o cliente conta com a ajuda dos valets, funcionários que executam o serviço solicitado.

O investimento inicial médio para abertura de uma unidade é de R$ 105 mil, exceto custos com a adaptação do ponto. Entre os diferenciais estão a taxa mensal fixa de royalties – R$ 480 – e isenção da taxa de publicidade. A expectativa da franqueadora é abrir lavanderias em todos os estados brasileiros. Os dez primeiros franqueados terão ainda condições especiais na taxa de franquia, no valor de R$ 22,5 mil. www.primaclean.com.br

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PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto MercAdológico, MP- MAteriAl ProMocionAl, PP- ProPAgAndA e PublicidAde, Po- Projeto de oPerAção, oM- orientAção sobre Métodos de trAbAlho, tr- treinAMento, PF- Projeto FinAnceiro, Fi- FinAnciAMento, ei- escolhA de equiPAMentos e instAlAções, Pn- Projeto orgAnizAcionAl dA novA unidAde, sP- solução de Ponto

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Recursos serão destinados por meio do Programa Sebraetec, que ganha novo formato para estimular ainda mais a competitividade nas empresas de pequeno porte

Empreender Informe do Sebrae Novembro

MPEs terão R$ 787 milhões para investir em inovação

A partir de 2011, o Sebrae co-locará um terço de todos os seus recursos em projetos de incentivo à inovação e tecnologia na micro e pequena empresa. Nos próxi-mos três anos, com o Sebraetec, serão aplicados R$ 787 milhões em projetos que promovam a competitividade, a inovação e o desenvolvimento sustentável des-ses empreendimentos.

Além de aumentar a competi-tividade e eficiência das MPEs, o objetivo do Sebrae, segundo o di-

cimento econômico depende de empresas competitivas que façam frente a concorrência internacio-nal”, explicou.

A nova plataforma do Sebra-etec foi lançada em São Paulo, em outubro, como comemora-ção do Dia da Inovação (19/10). A partir do próximo ano, estará ainda mais focado no aumento da competitividade por meio da inovação e tecnologia, visando, entre outros aspectos, à redução de desperdícios, ao aumento da

retor-técnico da instituição, Carlos Alberto dos Santos, é desmistifi-car a ideia de que toda a inovação exige uma tecnologia complexa e cara. “Inovação é agregar valor para o consumidor. Inovar é fazer diferente para fazer melhor. Não necessariamente a um custo ele-vado”, disse.

O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, destacou que a inova-ção nas micro e pequenas em-presas é necessária para que o País continue crescendo. “O cres-

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Novembro Informe do Sebrae Empreender

Saiba mais sobre o Sebraetec

produtividade, à segurança dos empregados e à adequação de produtos para competir no mer-cado interno e externo.

“No passado, tínhamos empre-sas quebrando porque o grande problema era a falta de mercado. Isso já passou, o País está cres-cendo. Não queremos agora ter empresas quebrando por conta da concorrência, que faz parte da lógica de mercado. Não podemos tolher a concorrência, mas pode-mos fomentar a inovação tecnoló-gica nas empresas para enfrentar essa concorrência”, disse o dire-tor-técnico do Sebrae.

Cinco frentes

O novo Sebraetec terá cinco frentes de atuação, segundo o gerente de Inovação e Tecnolo-gia do Sebrae, Edson Fermann. As duas primeiras frentes serão direcionadas à área de tecnologia (básica e avançada), duas serão no ramo de inovação (incremental e de ruptura) e uma em Indicação Geográfica de produtos.

E para provar que a inovação pode ter custos baixos, a frente destinada à área de tecnologia (básica e avançada) receberá pro-jetos entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, com 50% de subsídio do Sebrae. “Em três anos, deveremos aten-der 47 mil empresas nessas duas frentes”, disse Fermann.

Os Serviços Tecnológicos Bási-

Mais informações: www.sebrae.com.br0800 570 0800

EmpreenderEste informe é de responsabilidade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), sob coordenação da Gerência de Marketing e Comunicação. Presidente em exercício do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae: Roberto Simões - Diretor-presidente: Paulo Okamotto - Diretor-técnico: Carlos Alberto dos Santos - Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos - Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Endereço: SEPN Quadra 515 - Bloco C Loja 32 - 70770-900 - Brasília/DF - Fone: (61) 3348-7100 - www.sebrae.com.br - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800

cos são os de baixa complexidade, a exemplo de trabalhos na área de redução de desperdício, eficiência energética, elaboração de pedido de registro de patentes e softwa-res, ensaios e medições metrológi-cas, entre várias outras soluções.

Já na tecnologia avançada podem entrar as pequenas em-presas que pleiteiam estudos de viabilidade técnica e econômica sobre seus negócios e apoio à certificação de produtos e proces-sos nos órgãos de normatização oficiais. Também podem se can-didatar as empresas que buscam melhoria, atualização e moderni-zação tecnológica de máquinas e equipamentos.

O Sebraetec, em todas as suas modalidades, pretende contemplar 48 mil empresas em todo o Brasil. Qualquer empresa, formalmente estabelecida, inclusive na área ru-ral, que tenha um problema, pre-cise de uma consultoria na área de inovação ou já tenha um projeto, pode procurar um dos postos do Sebrae espalhados por todo o País ou ligar para a Central de Relacio-namento Sebrae (0800 570 0800) e pedir uma consultoria.

“Vamos trabalhar com as em-presas individualmente, por meio de editais nos estados, e também em grupos, como os Arranjos Produtivos Locais e os projetos de Indicação Geográfica. Deveremos ter 824 projetos nos três anos”, disse Fermann.

A queM se destinAMPE, Microempreendedor Individual, Artesão e Produtores Rurais

LinhAs de ApoioServiços Tecnológicos BásicosServiços Tecnológicos AvançadosSebraetec InovaçãoSebraetec InovaIG – Indicações Geográficas

investiMento 2011/2013R$ 787.554.500,00 sendo:sebrae-nA: R$ 409.197.250,00sebrae nos estados/Mpe/parceiros: R$ 337.357.250,00

MetAs 2011/201348.310 atendimentos à MPE 824 projetos

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Ponto eletrônicoO People Time Management (PTM) é

um software que automatiza a coleta de dados de relógios de ponto eletrônico. O aplicativo, que foi desenvolvido pela Transwireless Tecnologia, reduz o tempo e os custos da gestão de presença dos empregados porque grava a entrada e sa-ída de cada colaborador e gerencia a im-pressão de relatórios de acordo com pré-requisitos estabelecidos. A solução pode ser utilizada em empresas de diferentes portes como lojas, hospitais, indústrias e órgãos públicos. Além de comerciali-zar o software, a Transwireless também distribui o relógio de ponto Wolrep. O equipamento tem memória de armaze-namento e porta USB externa que per-mite que os fiscais do trabalho tenham acesso às informações contidas no equi-pamento de forma mais rápida e práti-ca. www.transwireless.com.br

Desktop corporativoA lenovo desenvolveu o desktop corporativo ThinkCentre A70 para atender

as necessidades de pequenas e médias empresas. O equipamento inclui um con-junto completo de aplicativos da linha lenovo ThinkVantage que fazem o backup do sistema operacional e de arquivos, o gerenciamento de energia e a atualização on-line do sistema e dos drivers. Diferente dos modelos tradicionais, o teclado do ThinkCentre A70 tem teclas de atalhos como de acesso à calculadora, às pastas e funções de pesquisa do sistema operacional, além de controles de volume e multimídia. O ThinkCentre A70 tem discos rígidos de até 1 tetrabyte, memória DDR3, conectividade Gigabit Ethernet, gravador de DVD e gráficos GMA X4500 Intel integrados.www.lenovo.com

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Tingimento ecológicoO Dye Clean é uma tecnologia que reduz a quan-

tidade de água, sal e insumos químicos no processo de tingimento de tecidos. Com esse sistema é possí-vel reduzir em até 80% o volume de água utilizada em todo o processo de tingimento, em 50% a quantidade de químicos e auxiliares e em 80% o volume de sal. Ao contrário dos métodos tradicionais, a tecnologia do Dye Clean permite que no mesmo banho possam ser feitas várias tinturas sem descarte de água e sem tra-tamento ou filtração intermediários. O Dye Clean per-mite também ter maior segurança na igualização de cores e maior reprodutibilidade entre lotes de mesma cor. O sistema foi desenvolvido pela Golden Tecnolo-gia. As empresas Riachuelo, Polter, linhas Círculo e lupo já utilizam o procedimento em suas confecções. www.goldenquimica.com.br

SilenciosoO aspirador de sólidos e líquidos AJ3627 da

JactoClean é equipado com sistema de isolação acústica para redução de ruídos e é ideal para ser utilizado em ambientes fechados como escritó-rios, lojas e indústrias. O modelo tem válvula de segurança do tipo boia para líquidos, um filtro de náilon para sólidos e reservatório de aço inox. O equipamento tem motor de duplo estágio com sistema de arrefecimento Bypass que protege o motor e aspira 600 litros/minuto, e um sistema de quatro rodas giratórias que facilitam a operação em ambientes com espaço de circula-ção reduzido. www.jacto-clean.com.br

Automação gratuitaA Audaces, empresa especializada em automação para confecções,

disponibiliza o download gratuito do módulo Creare do software Audaces Idea nas Nuvens. A ferramenta permite que o usuário faça no computador os desenhos técnicos além de testar formas, estampas e costuras de for-ma mais rápida e prática. O aplicativo oferece a opção de fazer desenhos espelhados simétricos a partir de um eixo, de desenhar diretamente em curvas utilizando o mouse e de fazer a edição das imagens. O aplicativo integra o Audaces Idea, software que permite criar desenhos técnicos e estilizados com ferramentas inteligentes, além de detalhar a engenharia do produto e gerar fichas técnicas, catálogos impressos e virtuais para a divulgação de coleções. A versão gratuita é direcionada a estudantes de moda para uso sem fins lucrativos. www.audaces.com.br

gestão compactaA NFe do Brasil lança o sistema de gestão

compacta para pequenas e médias empresas. O aplicativo gerencia até 15 atividades administrativas como de cadastro de clientes e fornecedores, de estoque, de vendas e de emissão de nota fiscal eletrônica, além de emitir boletos e auxiliar no cálculo para a formação de preços dos produtos. A solução integra todas as áreas, funcionando no modelo de serviço pago mensalmente (SaaS – Software as a Service). O sistema funciona 100% web e todos os dados e documentos inseridos são guardados com segurança em um data center, podendo ser acessados 24 horas por dia de qualquer lugar e de qualquer equipamento com acesso à internet. O custo do serviço fica em torno de R$ 400 por mês. www.nfedobrasil.com.br

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Sempre ligadoA Delta Greentech apresenta novas

linhas de no-breaks. A série RT tem filtro de entrada para aplicações em ambientes mais agressivos, tecnologia on-line de dupla conversão, alta densidade de ener-gia, elevado fator de potência de entrada (>0,99), além de baixa distorção harmô-nica de corrente. O no-break pode ser projetado para montagem em rack 19” ou torre com display de lCD e oferece avançada performance para aplicações em servidores, data centers, networking, VoIP e telecomunicações. Já a linha NH Plus da Delta Greentech tem tecnologia hot swappable, que permite a instalação e/ou retirada de um módulo de potência sem a necessidade de desligamento do UPS, o que reduz o tempo de reparo. A linha oferece também alto rendimento, es-trutura modular e paralelismo redundante. www.delta-americas.com.br

Olho mágico A Instrutherm lança microscópio

tipo caneta para o setor de agrone-gócios. O aparelho portátil modelo MP-100 permite detectar com mais facilidade diferentes tipos de pragas nas plantações. O MP-100 tem foco automático, distância focal a partir de 10 milímetros, lente que permite aumentar em até 40 vezes a imagem, iluminação controlada manualmente por oito lEDs e conexão USB. A por-tabilidade e o formato de caneta per-mitem a coleta imediata de informa-ções para identificação e tratamento do tipo de praga, evitando desper-dícios e prejuízos com o uso inade-quado de inseticidas e fungicidas. O produto é vendido na loja virtual da Instrutherm pelo valor de R$ 390. www.instrutherm.com.br

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fim do spamA Inova Tecnologias

lança no Brasil o Cloudmark DesktopOne, software gratuito anti-spam. O aplicativo filtra e-mails, elimina spams e protege os usuários contra phishing e vírus que podem ser transmitidos por meio de mensagens eletrônicas. O Cloudmark DesktopOne permite bloquear ou desbloquear e-mails e tem um sistema de varredura de mensagens em que os usuários podem determinar o nível de proteção desejado tanto para recebimento como para entrega de mensagens. A ferramenta é indicada para uso doméstico e em pequenas empresas. www.inova.com.br

carregador solarA i-Dea lança o kit Outdoor Plus composto por um PC tablet de alta

performance e carregador solar acoplável para atender as necessidades de pessoas que precisam de um computador portátil para ser utilizado em locais remotos sem disponibilidade de energia elétrica e acesso à internet via cabo.

O PC tablet tem display de 10,2 polegadas, HD de 320 GB e memória RAM de 2 GB.

O equipamento vem com carregador solar de alto desempenho modelo i-Dea Sl110 que permite o carregamen-to da bateria através da luz ambiente.

O kit vem também com carregador convencional e automotivo, proporcio-nando múltiplas alternativas para a sua

alimentação. www.pctablet.com.br

Impressoras lEDAs impressoras digitais C330dn e

C530dn da OKI Printing Solutions têm tecnologia lED que ga-rante melhor resolução de impressão, e a funcionalida-de “Eco Mode”, que acelera a impressão de pequenos trabalhos para reduzir o con-sumo de energia. A C330dn é ideal para um volume entre 500 e 1 mil impressões men-sais e conta com velocidade de 23 páginas por minuto (ppm) em impressões coloridas e 25 ppm nas monocromáticas. Já a C530dn pos-sui cartuchos de toner com rendimento para até 5 mil páginas e imprime em preto e branco à velocidade de 27 ppm e páginas coloridas a 31 ppm. Os novos modelos têm servidor de rede interno, emulações de fontes PCl e PS3 nativas e vêm com softwares de gerenciamento, contabilização e controle de impressão. O preço sugerido para a C330dn é de R$ 1.390 e da C530 é de R$ 1.899. www.okiprintingsolutions.com.br

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conhecimento em TIpeter Weill e Jeanne W. Rosseditora m.Books – R$ 49

A obra é direcionada a executivos e profissionais que precisam saber de TI para desempenhar suas funções. Os respeitados especialistas em TI Pe-ter Weill e Jeanne Ross compartilham seus conhecimentos com base em 15 anos de pesquisas de campo em cen-tenas de empresas, através de uma re-ceita concisa e prática para começar a obter valor da TI hoje mesmo.

A arte de liderar O espírito do líderKen O’donnell – Integrare editora – R$ 33,90

Buscando a formação de um novo profissional, O’donnell aborda as competências a serem desenvolvidas pelos líderes

Os dez passos para delegar tarefas:1 - determinar a tarefa a ser delegada: avalie se há necessidade real de delegar a tarefa e quais as possibilidades das pessoas envolvidas;2 - Compreender os requisitos da tarefa: faça um brainstorm com todos os envolvidos;3 - Saber quem é capaz do que e suas habilidades em termos

de tempo e afinidade;4 - Selecionar a pessoa mais adequada;5 - Verificar seu próprio nível de confiança e também seus sentimentos em relação à pessoa;6 - explicar a tarefa e os resultados esperados: exponha em detalhes os resultados que espera obter e aproveite para pedir sugestões;7 - passar a autonomia necessária e os meios precisos para executar a tarefa;8 - esclarecer a tomada de decisões: definir as decisões que serão tomadas pela organização e as que podem ser tomadas pelo delegado;9 - Organizar os contatos futuros, medir os resultados, dar e receber feedback;10 - Se necessário, ajudar a iniciar a tarefa: indicado para quando o funcionário é novo ou não possui muita experiência na tarefa em questão.

Como um líder pode motivar e inspirar outras pessoas se o tempo todo ele está sendo lançado de um lado para o outro pelos ventos do furacão? Como mudar os paradigmas atuais em busca de relações de trabalho voltadas para o bem de to-dos? Os três volumes da série O es-pírito do líder têm como objetivo auxiliar na formação de um novo profissional. No segundo volume, o autor aborda quatro competên-cias: confiança, respeito, diálogo e lidar com mudanças.

Segundo O’Donnell – consul-tor internacional especializado em desenvolvimento de compe-tências –, é necessário fazer a diferenciação do antigo papel do líder com o novo, rompendo com velhas ideias e conceitos. Se antes a gestão era centralizada no “eu” do líder, agora é descentralizada no “nós” da equipe. Por este mo-tivo, cada vez mais o líder deve ser um membro participativo da equipe. Não deve apenas delegar, mas contribuir ativamente para o cumprimento das tarefas dadas a ele e sua equipe.

Aprendendo com o sucessoJohn p. Strelecky editora Sextante – R$ 19,90

Ser feliz não apenas depende da vontade, mas da capacidade de agir. Partindo dessa premissa, a obra mostra caminhos simples e eficazes para definir um propósito de vida, não desanimar diante das dificuldades, manter-se moti-vado e ir em busca da realização pessoal. Para o autor, o autoaperfeiçoamento é a chave para alcançar o sucesso.

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A N Á L I S E E C O N Ô M I C A

ainda são a maior economia do mundo, porém estão se deparando com contra-ção da capacidade produtiva industrial – o “centro” da indústria mundial está se deslocando cada vez mais para a China e outros emergentes. Todavia, os EUA ainda são o centro fi nanceiro e estão se valendo do fato de possuir a moeda de troca co-mum para tentar contornar a crise.

O que se observa é a transferência de parte do débito americano para os demais países do mundo. Os emergentes, o Bra-sil em especial, têm atraído um volume gigantesco e crescente de capital estran-geiro, acarretando em uma desvalorização brutal de sua moeda. A indústria nacional está sofrendo com o aumento das impor-tações e começa a dar sinais de retração na produção industrial, enquanto os seto-res de commodities e de serviços puxam a infl ação para cima. Esse fato está fazendo com que o governo adote medidas contra a valorização da moeda, como o aumen-to do IOF de 2% para 6% durante o ano. Não somente o Brasil e a América Latina, mas também os países membros da União Europeia, estão sofrendo com a valoriza-ção de suas moedas, e o tema principal nas próximas reuniões de estado, como o G20, será excesso de protecionismo em curso na economia mundial.

O principal agente dessa “guerra cam-bial” sem sombra de dúvidas é a China. O governo chinês continua comprando bilhões de dólares para manter o yuan desvalorizado, acumulando US$ 2,65 tri-lhões em reservas, conseguindo fazê-lo sem pressão infl acionária devido ao fato de o chinês poupar 51% do seu salário. O Brasil tem tentado fazer o mesmo, porém sem poupança, forçando o Banco Central

Após a crise desencadeada em mea-dos de 2008, a partir da quebra do banco Lehman Brothers no dia 15 de setembro, os Estados Unidos vêm passando por uma crise sistêmica nunca antes vista na déca-da de 1930. Altas taxas de desemprego, quebra de bancos, pífi o crescimento do PIB, perda de capacidade produtiva, entre outros indicadores, ilustram a debilitada situação econômica do país.

Dentre as medidas adotadas durante esse período, os anúncios realizados pelo FED chamaram atenção especial. O Banco Central Americano pretende realizar uma emissão gigantesca de dólares nos próxi-mos meses, ou seja, tomar medidas ma-croeconômicas com o intuito principal de desvalorizar o dólar frente as outras moe-das do mundo, o chamado “afrouxamento quantitativo”, ou “quantitative easing”.

Os EUA derrubaram a taxa de juros de curto prazo para perto de zero, em uma tentativa malsucedida de aumentar os investimentos e controlar a queda da infl ação. Visto que esse mecanismo não funcionou, o FED está mexendo na taxa de longo prazo através da compra de tí-tulos públicos (T-bonds), inundando a economia de dólares e derrubando tam-bém as taxas de longo prazo. Segundo Ben Bernanke, presidente do FED, essa medida vai facilitar a retomada do crédito, estimular o consumo e ajudar na recupe-ração do setor por favorecer a contratação de trabalhadores. Porém, o mercado não concorda com essas justifi cativas.

O país se depara com taxas de investi-mentos declinantes na indústria e o con-sumo das famílias não pode ser propulsor de infl ação pelo fato do americano já gas-tar 120% de sua renda. Os Estados Unidos

Afrouxamento quantitativo

a emitir títulos que pagam juros de 10,75% ao ano. Para tirar do mercado os reais gastos nessa operação, aplica no tesouro americano a menos de 2%, obtendo défi -cit e, de quebra, não conseguindo obter os efeitos desejados. É de extrema urgên-cia uma reforma fi scal no Brasil para que o País possa baixar a taxa de juros, contendo assim o processo infl acionário, e obter uma maior desvalorização do dólar nos próximos meses.

É de extrema urgência uma reforma fiscal no Brasil

para baixar a taxa de juros, contendo assim o processo inflacionário, e obter uma

maior desvalorização do dólar nos próximos meses

por Bruno SartorLeme Investimentos Ltda

Banco Central Americano pode fazer uma emissão gigantesca de dólares para desvalorizar a moeda frente a de outros países

PHOTOSTOGO

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Carteira Teórica Ibovespa

All Amer Lat ON 1,104 AçãoAmbev PN 0,979 AçãoB2W Varejo ON 0,701 AçãoBMF Bovespa ON 3,902 AçãoBradesco PN 3,130 AçãoBradespar PN 0,993 AçãoBrasil Telec PN 0,390 AçãoBrasil ON 2,726 AçãoBraskem PNA 0,596 AçãoBRF Foods ON 1,341 AçãoBrookfi eld ON 0,622 AçãoCCR Rodovias ON 0,802 AçãoCemig PN 1,134 AçãoCesp PNB 0,685 AçãoCielo ON 1,539 AçãoCopel PNB 0,598 AçãoCosan ON 0,784 AçãoCPFL Energia ON 0,441 AçãoCyrela Realty ON 1,866 AçãoDuratex ON 0,589 AçãoEcodiesel ON 1,311 AçãoEletrobras ON 0,890 AçãoEletrobras PNB 0,743 AçãoEletropaulo PNB 0,530 AçãoEmbraer ON 0,755 AçãoFibria ON 1,498 AçãoGafi sa ON 1,648 AçãoGerdau Met PN 0,660 AçãoGerdau PN 2,574 AçãoGol PN 1,211 AçãoIbovespa 100,000 AçãoItausa PN 2,315 AçãoItauUnibanco PN 4,015 AçãoJBS ON 0,934 AçãoKlabin S/A PN 0,404 AçãoLight S/A ON 0,541 AçãoLlx Log ON 0,914 AçãoLojas Americ PN 1,207 AçãoLojas Renner ON 1,098 AçãoMarfrig ON 0,546 AçãoMMX Miner ON 1,440 AçãoMRV ON 1,233 AçãoNatura ON 0,845 AçãoOGX Petróleo ON 3,773 AçãoP. Açúcar-CBD PNA 0,808 AçãoPDG Realt ON 2,745 AçãoPetrobras ON 2,206 AçãoPetrobras PN 8,517 AçãoRedecard ON 1,283 AçãoRossi Resid ON 1,163 AçãoSabesp ON 0,352 AçãoSantander BR UNT N2 1,097 AçãoSid Nacional ON 2,359 AçãoSouza Cruz ON 0,443 AçãoTam S/A PN 1,041 AçãoTelemar N L PNA 0,225 AçãoTelemar ON 0,268 AçãoTelemar PN 0,923 AçãoTelesp PN 0,155 AçãoTim Part S/A ON 0,125 AçãoTim Part S/A ON 0,170 9Tim Part S/A PN 0,840 AçãoTran Paulist PN 0,229 AçãoUltrapar PN 0,486 AçãoUsiminas ON 0,592 AçãoUsiminas PNA 2,462 AçãoVale ON 2,925 AçãoVale PNA 11,956 AçãoVivo PN 0,793 Ação

Infl ação (%)

Índice Outubro Ano

IGP-M 1,15 6,66IGP-DI 1,10 6,87IPCA 0,45 3,14IPC - Fipe 0,53 3,45

Juros/Aplicação (%)

Outubro Ano

CDI 0,84 7,95Selic 0,85 7,99Poupança 0,51 5,55Ouro BM&F 7,00 27,11

Indicadores Imobiliários (%)

Outubro Ano

Juros/Crédito (%)

25/Outubro 22/Outubro

Desconto 1,85 1,85Factoring 3,90 3,89Hot Money 3,37 3,36Giro Pré (taxa mês) 2,06 2,06

Câmbio

Mercados Futuros

Cotação

Dólar Comercial Ptax R$ 1,7026 Euro US$ 1,4031 Iene (US$ 1,00) $ 81,7200

Dólar R$ 1,71 R$ 1,71Juros DI 10,64% 10,64%

Contratos mais líquidos 25/10Ibovespa Futuro 71.360

Nome Classe Participação Tipo deAção Bovespa Ativo

Até 25/10

Em 25/10

CUB SP -0,15 5,88TR 0,02 0,50

Novembro Dezembro

Até 25/10

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De 18 a 21/11/201022º Festival do Turismode GramadoCentro de Feiras e Eventos Serra Park Gramado – RSwww.festivalturismogramado.com.br

O Festival de Turismo de Gramado reúne profissionais do trade turístico de toda a América Latina. No evento são realizadas feiras de negócios, congresso técnico e eventos sociais. Nesta edição, Guilherme Paulus, presidente do con-selho administrativo CVC Turismo, fala sobre sustentabilidade nos negócios turísticos, e Chieko Aoki, presidente da Rede Blue Tree, fala sobre empreende-dorismo e superação.

De 20 a 28/11/2010Salão Náutico do Mercosul 2010BarraShoppingSulPorto Alegre – RSwww.salaonauticodomercosul.com.br

A quarta edição do Salão Náutico do Mercosul apresenta as últimas novidades em veleiros, lanchas e iates. Nesta edi-ção, estão programados shows musicais no paradouro instalado em frente ao BarraShoppingSul, às margens do Guaí-ba. Durante o evento é realizado o Salão do Automóvel e o Imóvel Show.

De 23 a 28/11/2010Feira Nacional de ArtesanatoExpominas – Belo Horizonte – MGwww.feiranacionaldeartesanato.com.br

Mais de 100 artesãos de toda a América Latina expõem as riquezas da arte popular la-tina na 21ª edição da Feira Nacional de Arte-sanato. Nesta edição, são oferecidas ofi cinas, palestras e cursos gratuitos para artesãos. São esperados mais de 170 mil visitantes.

De 1º a 3/12/2010Exposystems – Congresso e Exposição Internacional de Soluções IntegradasPalácio das Convenções AnhembiSão Paulo – SPwww.exposystems.com.br

Fornecedores de produtos e serviços para a organização de eventos corpora-tivos apresentam os últimos lançamen-tos em produtos e serviços para o setor. Durante o Exposystems é realizado um congresso técnico sobre estratégias de marketing e promoção. Nesta edição, Gisela Domschke, mestre em design de comunicação pelo Central Saint Martins College of Arts, fala sobre projetos expe-rienciais e interativos na comunicação de marcas, e Gilmar Caldeira, vice-presidente da Top Service Incentive Travel, fala sobre o segmento de viagens de incentivo como a Copa do Mundo da África.

De 7 a 8/12/2010Footecon – Feira Internacional de Produtos e Serviços para a Indústria do FutebolCopacabana Palace – Rio de Janeiro – RJwww.footecon.com.br

Um dos principais encontros de pro-fi ssionais do setor esportivo, com o 6º Fó-rum Internacional de Futebol, que debate os preparativos para a Copa de 2014 e a ar-bitragem brasileira. Participam os técnicos Carlos Alberto Parreira, Antônio Lopes, Renê Simões e Mano Menezes.

De 11 a 12/11/2010Security Show2º Campanario Villagio ResortFlorianópolis – SCwww.securityshow.com.br

O Security Show apresenta produtos e serviços para segurança e automação de imóveis. O evento, que é organizado pelas empresas Segware e Seventh, reúne gerentes e diretores de empresas de todo o Brasil. Nesta edição, são realizadas pales-tras para discutir questões de segurança em grandes eventos, projetos de seguran-ça eletrônica e soluções para centrais de monitoramento. As inscrições para parti-cipar do Security Show custam R$ 150 e podem ser feitas no site do evento.

De 17 a 20/11/2010Construir – Feira Internacional da ConstruçãoRiocentro – Rio de Janeiro – RJwww.feiraconstruir.com.br

A Construir é uma das principais feiras do setor da construção civil. Mais de 300 expositores do Brasil e do exterior apre-sentam as novidades em revestimentos cerâmicos, blocos de concreto, cimentos e sistemas hidráulicos. A expectativa é que o evento gere mais de R$ 90 milhões em ne-gócios e receba mais de 50 mil visitantes.

A G E N D A

TUDO JOIA

A G E N D A

TUDO JOIA

De 17 a 19/11/201051º Bijoias – Salão de bijuterias,

folheados, prata e acessórios de modaCentro de Convenções da Frei Caneca

São Paulo – SP – www.bijoias.com.brA Bijoias é uma feira de bijuterias, folheados

e acessórios de moda exclusiva para lojistas e profi ssionais do setor. A entrada é gratuita, mas para visitar a feira é preciso apresentar o CNPJ da empresaa. São esperados mais de 12 mil lojistas.

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