Edição N.º 1601

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SEXTA-FEIRA, 28 DEZEMBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N. o 1601 (II Série) | Preço: 0,90 João Casaca Em 2012 o “Diário do Alentejo” completou 80 anos. O nosso assinante mais antigo também pág. 31 PUB PUB A cada dia que passa há empresas que fecham em Beja 2012 em balanço Acontecimento Personalidade Política Inovação Cultura Desporto Economia Aldeias págs. 6 a 12 e 16/17 PAULO MONTEIRO No rescaldo da época natalícia, uma entrevista com o presidente da Associação de Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja. Onde António Carriço fala de um Natal “triste” para os lojistas de Beja, num ano onde o volume de negócios, em média, caiu mais de 35 por cento. Os culpados são os do costume: impostos em demasia, crédito restrito e falta de poder de compra. págs. 4/5 J E E E c a a a a Jovens resgatam aldeias ribeirinhas de Alqueva pág. 13 JOSÉ SERRANO

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Diario do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 28 DEZEMBRO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1601 (II Série) | Preço: € 0,90

João Casaca

Em 2012 o “Diário do Alentejo” completou 80 anos. O nosso assinante mais antigo também

pág. 31

PU

B

PUB

A cada dia que passa há

empresas que fecham em Beja

2012 em balançoAcontecimento

Personalidade

Política

Inovação

Cultura

Desporto

Economia

Aldeias

págs. 6 a 12 e 16/17

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No rescaldo da época natalícia,

uma entrevista com o presidente da

Associação de Comércio, Serviços

e Turismo do Distrito de Beja.

Onde António Carriço fala de um

Natal “triste” para os lojistas de

Beja, num ano onde o volume de

negócios, em média, caiu mais de

35 por cento. Os culpados são os

do costume: impostos em demasia,

crédito restrito e falta de poder de

compra. págs. 4/5

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Jovens resgatam aldeias ribeirinhas de Alqueva

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2012 Editorial

RuaPaulo Barriga

Está a chegar ao fim o ano mais longo e demorado a passar dos últimos tempos.

2012. O ano que rendeu por uma década inteira. Ou mais. Nem vale a pena tentar corrê-lo em revista nesta estreita tira de papel de fundo cinza. Aliás, nem todo este jornal teria capacidade, em abono da ver-dade, para lhe fazer condigna jus-tiça, ao ano de 2012. Mas, numa síntese muito arriscada e abala-diça, talvez não fosse despropo-sitado sublinhar as três palavras chave de 2012: rua, dignidade, crise. Na verdade, e muito resumi-damente, 2012 foi o ano da rua. Foi o ano em que a rua voltou a ganhar o estatuto de tribuna, de fórum, de largo da aldeia. Onde todos os po-deres se confrontaram. Onde a pa-lavra de cada um se transformou na voz de muitos. A vida pública caiu, por fim, na rua. E na rua as pessoas ganharam consciência po-lítica, cívica, social. Impelidas pela urgência, as pessoas saíram à rua e a rua mostrou-lhes qual era a sua verdadeira condição. Que, em mui-tos casos, não andaria muito além dos limites mínimos exigidos à dignidade humana. Dignidade. Cá está outra das palavras que su-mariza 2012. Dignidade ou a falta dela. 2012 foi o ano em que as pes-soas foram aliviadas de tudo o que dignamente se construiu em nome do bem comum nas últi-mas décadas. Trabalho. Dignidade. Educação. Dignidade. Saúde. Dignidade. Casa. Dignidade. Tudo ou quase tudo. Porque o resto de quase tudo está impresso a letras gordas e sublinhado a vermelho numa agenda/memorando para 2013. É a crise. A palavra mais gra-fada em todos os motores de busca do planeta, logo a seguir à palavra sexo, mas com efeito mais prolon-gado e muito menos estimulante. O mundo está em crise, a Europa está em crise, Portugal está em crise. Em todo o mundo se procu-ram e punem os responsáveis pela maldita crise. Menos no país do outro mundo em que vivemos. É tudo uma questão de dignidade. Ou de falta dela. E talvez por isso as pessoas saiam à rua, agora, ur-gentemente, em sua busca. Que em Portugal as pessoas na rua com ela se reencontrem, com a dignidade, são os votos do “DA” para 2013.

O Natal em família será com certeza um grande conforto e uma grande força para viver esta quadra no meio das

dificuldades e da crise que experimentamos.

D. António Vitalino Dantas, mensagem de Natal

Ana Maria

46 anos, funcionária públicaQue seja melhor que este. Há quem prometa dias mais feli-zes para o ano que aí vem. Mas não sei se assim será. Eu não acredito em grandes melho-rias. Mas enquanto há vida há esperança. Que tenha saúde para trabalhar. Que consiga-mos ultrapassar esta crise. Que enquanto povo continue-mos a ser pacíficos. Que acabe o egoísmo entre as pessoas. É o que eu espero e desejo.

Jacinto Freitas

55 anos, serralheiro na Base Aérea de BejaVai ser pior que este. De cer-tezinha absoluta. Isto está tudo um caos. A falta de em-prego é impressionante, o po-der de compra é mínimo, é tudo muito difícil. E na mi-nha maneira de ver, todas es-tas questões se irão agravar em 2013. Desejava muito que este país progredisse, mas sin-ceramente não se vê solução para isto. Com a corrupção que por aí existe, não vamos lá.

Ana Gonçalves

24 anos, estudante universitáriaEspero o pior. Não acredito em quaisquer progressos signifi-cativos. Vai ser um ano ainda mais austero e difícil. O povo está cada vez mais descontente e por isso 2013 há de ser um ano de revolta. De manifesta-ções contra a crise, o custo de vida e o desemprego. Espero que não existam pessoas e so-bretudo crianças a passar fome. Como acredito que há.

João Mendes

20 anos, estudante de DireitoSou um otimista. O ano novo há de ter menos complica-ções que este. As dificulda-des não irão desaparecer, mas a crise terá tendência a dimi-nuir e resolver-se. Tal como to-das as outras por que já pas-sámos. Espero que existam mais oportunidades de traba-lho. Para também poder pen-sar no meu futuro. Que exista uma melhor administra-ção do País é fundamental.

Voz do povo O que espera do ano 2013? Inquérito de José Serrano

Vice-versaA esmagadora maioria das medidas que faziam parte do nosso programa [de assistência económica e financeira] está já concluída e criámos uma relação de grande confiança com as instituições internacionais.

Pedro Passos Coelho, mensagem de Natal

Fotonotícia É o fim. No passado sábado juntaram-se em Lisboa milhares de pessoas em protesto contra a extinção/aglo-

meração de 1 160 freguesias de todo o País. No distrito de Beja há uma centena de freguesias à beira de serem riscadas do mapa. Não tem

apenas defeitos, a lei que pretende reorganizar o território autárquico português. Existem, de facto, algumas freguesias, quase todas urba-

nas, cuja existência é questionável. Mas quando a regra e o esquadro tocam no interior do País, nas regiões onde as juntas de freguesia che-

gam a ser a única instituição de vizinhança, aí a coisa muda de figura. E faz com que esta seja uma medida injusta, cega e indesejável. Em

ano de Autárquicas, ainda a procissão vai no adro. PB Foto de Junta de Freguesia de Ervidel

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2012Rede social

O concelho de Beja pode e deve produzir hortícolasO que é e para que serve a Academia

das Hortícolas de Alqueva, em

Beringel?

A academia serve para mostrar como se pode fazer hortícolas na nossa zona, desde a preparação do terreno até à escolha das variedades e técni-cas de produção, passando pela for-mação e pelo apoio a quem o pre-tender, podendo obter informações junto da EDIA ou na Cooperativa Agrícola de Beringel. A academia acaba por dar a conhecer também várias empresas ligadas ao mundo das hortícolas, desde sementes, adu-bos e pesticidas.

Quais são as grandes vantagens,

e também os grandes desafios, da

agricultura de regadio numa escala

de pequena propriedade?

As vantagens são que a pequena pro-priedade não é rentável em cere-ais mas nas hortícolas o caso muda de figura, tendo água à disposição e terrenos como nós temos. Bastará pôr mãos à obra porque eu acredito que o futuro do nosso País passa um pouco pelas hortícolas. No nosso caso, aqui em Beja, tudo o que se consome, ou vem do mercado da Castanheira do Ribatejo, ou vem de Marrocos, o que não se compreende. Eu gostava que, com a academia, vi-éssemos a mudar um pouco as men-talidades, enraizando a ideia de que no nosso concelho se pode e se deve produzir hortícolas. E mais: que a longo prazo se fossem criando con-dições para criar aqui um bom grupo de produtores, de modo a podermos dar resposta a uma parte do nosso consumo e poder negociar com gran-des superfícies e, quem sabe – se-não for sonhar muito alto – exportar.

Até ao momento, qual tem sido a re-

cetividade dos produtores locais a

este projeto?

Há já muita gente a contactar-me porque quer produzir hortícolas, embora a nossa academia não esteja ainda muito divulgada. Depois, há ainda o problema da falta de terrenos para alugar porque, com a crise, não há dinheiro para investir na compra. Mas já há a vontade, o que para já é muito bom.

Carla Ferreira

3 perguntasa Adriana

Dimas Diretora técnica da Academia

das Hortícolas de Alqueva

Semana passada

SÁBADO, DIA 22

SERPA ENTREGUES OS PRÉMIOS DO PRÉMIO IBÉRICO DE ESCULTURA

A Câmara de Serpa entregou os prémios e inaugurou a exposição da quinta edição do Prémio Ibérico de Escultura - Cidade de Serpa, numa cerimónia que decorreu na biblioteca municipal. A exposição das esculturas selecionadas a partir das concorrentes ao prémio vai estar patente ao público até 31 de janeiro, no percurso exterior entre o cineteatro e a biblioteca municipais de Serpa. O Prémio Ibérico de Escultura - Cidade de Serpa, lançado em 2008, pretende “promover e divulgar” trabalhos de escultores portugueses e espanhóis”, “projetar Serpa como um concelho que apoia a arte” e “estimular as relações culturais” entre Portugal e Espanha.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 24

BEJA ASSOCIAÇÃO E PSP DISTRIBUÍRAM ALIMENTOS PARA A CEIA DE NATAL

A Associação Beja Solidária e a PSP entregaram, na véspera de Natal, alimentos a pessoas com dificuldades económicas do concelho de Beja para “levar o espírito natalício a quem vive em situação de carência económica”. Os alimentos, angariados durante uma campanha de recolha que decorreu entre 1 e 12 de dezembro, foram distribuídos por elementos da associação e da PSP de Beja nas casas das pessoas identificadas. A recolha e a entrega dos alimentos fizeram parte de uma iniciativa solidária de parceria, que permitiu unir a “política de proximidade” da PSP e a “vocação humanista” da Associação Beja Solidária.

TERÇA-FEIRA, DIA 25

BARRANCOS HOMEM DETIDO NO DIA DE NATAL

Um homem foi detido no dia de Natal, em Barrancos, por ameaça e desobediência a militares da GNR, após ter ameaçado populares com uma arma de pressão de ar e um machado, disse fonte da força de segurança à Lusa. A mesma fonte explicou que o homem, de 45 anos, supostamente alcoolizado, foi detido cerca das 2 e 15 horas, depois de ter ameaçado uma patrulha da GNR, tendo sido constituído arguido. A detenção ocorreu depois de o homem ter supostamente ameaçado, com uma arma de pressão de ar e um machado, populares que se encontravam junto à tradicional fogueira de Natal.

QUARTA-FEIRA, DIA 26

FICALHO MÁRIO SIMÕES VISITOU CENTRO DE DIA

O deputado Mário Simões retomou a sua atividade parlamentar com uma visita ao Centro de Dia de Vila Verde de Ficalho, que incluiu um almoço com os idosos da freguesia do concelho de Serpa. O social democrata eleito por Beja inteirou-se da situação em que se encontra o equipamento, que viu aprovada uma candidatura para um novo edifício, e pretende também, numa segunda fase, apresentar nova candidatura para a valência de lar, “suprindo assim uma lacuna da resposta social naquela freguesia e cumprindo um sonho de toda a população”.

BEJA EMPRESA NÃO AUMENTA TARIFAS DE ÁGUA E SANEAMENTO EM 2013

A Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja anunciou a decisão de não introduzir qualquer aumento nas tarifas, quer de água, quer de saneamento, ao longo do próximo ano. “Graças à situação robusta da empresa, conseguida à custa de um plano de ajustamento rigoroso, implementado entre 2010 e 2012, será agora possível, na altura em que é mais necessário apoiar o orçamento das famílias e das empresas, não introduzir qualquer aumento nas tarifas quer de água quer de saneamento no próximo ano”, lê-se num comunicado da empresa.

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Idosos do concelho de Aljustrel à mesaOs idosos do concelho de Aljustrel voltaram a juntar-se à mesma mesa. Todos os anos, por esta altura, há almoço de Natal. Depois da refeição, música e muita animação. Foi assim o convívio que a Câmara de Aljustrel proporcionou.

Natal nas Portas de MértolaO Natal este ano esteve em destaque nas Portas de Mértola, em Beja. Para alegria dos comerciantes, houve animação de rua para os transeuntes e foram muitos os que assistiram à peça de teatro, que deu a conhecer a razão de o Pai Natal ter barbas brancas.

“Quebra-Nozes” no Pax JuliaO espetáculo “Quebra-Nozes”, pelo Russian Ballet, chegou a Beja e apresentou-se ao público na sala de excelência da cidade, no Pax Julia Teatro Municipal. E foram muitos os que se deixaram embalar.

Crianças de Mértola comemoraram NatalAs crianças do concelho de Mértola foram ao Cineteatro Marques Duque assistir a um espetáculo de Natal e no fim ainda receberam prendas entregues pelas mãos do Pai Natal. A animação da quadra festiva esteve a cargo da Câmara de Mértola.

Feira da Ladra de Ferreira do AlentejoFerreira do Alentejo acolheu mais uma feira da ladra e pequenos e graúdos montaram a sua banca e ofereceram produtos em segunda mão a futuros compradores. E porque a oferta foi muita, a iniciativa promete voltar ao mesmo local.

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EntrevistaAssociação de Comércio de Beja perde por falência 300 associados em dois anos

Volume de negócios no comércio cai mais de 35 por cento em 2012

Este foi um “Natal triste”, num ano tenebroso para o comércio do distrito de Beja, cujo

volume de negócios terá caído mais de 35 por cento em relação ao ano anterior. Quem o

afirma é António Carriço. O presidente da Associação de Comércio, Serviços e Turismo do

Distrito de Beja (Acstdb) revela nesta entrevista uma profunda revolta em relação às po-

líticas económicas do Governo. E acredita mesmo que 2013 vai ser um ano de “inevitáveis

conflitos sociais”. Líder de uma associação que em apenas dois anos perdeu mais de 25 por

cento dos seus associados devido a falência, Carriço defende a total abolição de impostos

para os estabelecimentos comerciais situados em localidades com menos de mil habitan-

tes e o fim imediato do PEC – Pagamento Especial por Conta. E alerta para o aumento da

criminalidade, nomeadamente para o roubo por esticão, que, segundo afirma, está direta-

mente relacionado com a falta de fiscalização nas lojas de compra e venda de ouro.

Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano

Este foi, como chegou a temer, “um

Natal triste” para os lojistas da nossa

região?

Este Natal foi triste, aliás no segui-mento de todo o ano. Temos uma economia em recessão, más políticas para o desenvolvimento da econo-mia nacional e regional e, mais uma vez, não houve poder de compra. Cada vez há mais desempregados, já chegámos aos 17 por cento oficiais de desempregados, que normalmente correspondem a 20 por cento, o que faz com que não haja consumidores e com isso o comércio sofre.

Mas o problema dos nossos lojis-

tas, do nosso comércio, está no con-

sumo ou está também no próprio

comércio?

O problema do comércio baseia-se em três parâmetros diferentes: o pri-meiro é precisamente a parte dos im-postos disparatados que recaem so-bre as micro e pequenas empresas, que são a maioria das empresas co-merciais e de serviços. A carga fis-cal está a esmagar qualquer possi-bilidade de investimento e até de existência do próprio comércio. Por outro lado, temos a banca que está a ser cada vez mais usurária. Nesta altura tem ordens para diminuir o acesso ao crédito e está a praticar ju-ros enormes. E, por último, temos a falta de consumidores, uma vez que estamos numa economia extrema-mente recessiva, estamos com um poder de compra muito abaixo dos níveis da Comunidade Europeia, como já se comprovou.

Em termos de volume de negócios,

aqui na nossa região, já consegue fa-

zer um balanço do ano?

Numa estimativa global, sabemos que a queda é de mais de 35 por cento em relação ao ano anterior. Isto signi-fica que existe muito menos poder de compra, menos empresas, e mesmo as empresas que existem estão numa situação completamente difícil para a sua sobrevivência. Antigamente fa-lava-se que as empresas tinham em vista o lucro. Isso já não existe. As empresas têm em vista, neste mo-mento, apenas e somente a sua sobre-vivência e ela não está a ser permitida

Um dos crimes que triplicou no nosso país nos últimos dois anos foi o roubo por esticão. Como toda a gente sabe, houve um negócio, quanto a mim à margem das leis, que foi o da venda de ouro, que veio potenciar esse tipo de crime.

As perspetivas que o próprio Governo dá são muito negras para o futuro da região e do País. Acredito que o nível degradante do poder de compra dará inevitavelmente em conflitos sociais”.

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por más políticas que o Governo está a impor à economia nacional.

E em termos de saúde empresarial,

como é que está a região em termos

de insolvências, em termos de falên-

cias efetivas?

Segundo a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e o

Instituto Nacional de Estatística, o número de insolvências em Beja é in-ferior. É o segundo distrito com me-nos insolvências, mas também é um dos distritos com menos empresas. Ou seja, o número de insolvências ronda a média nacional: 30 empre-sas encerradas por dia. Beja tem me-nos insolvências, porque tem menos

concentração demográfica e tem me-nos concentração empresarial, e, as-sim mesmo, os números estão próxi-mos do resto do País.

O que tem feito a Acstdb para inver-

ter esta situação?

Temos abordado os sucessivos secre-tários de Estado sobre este problema.

Ao atual detentor da pasta, Carlos Oliveira, propusemos que fosse abo-lido o Pagamento Especial por Conta, porque são avanços que se estão a dar ao Estado sobre um presumí-vel lucro que as empresas tinham e que 75 a 80 por cento das micro e pe-quenas empresas já não têm. É uma coleta injusta. Por outro lado, tam-bém pedimos para que, num distrito como o de Beja, com uma grande in-teriorização, com uma desertifica-ção galopante e incontrolável, que os estabelecimentos comerciais em lo-calidades com menos de mil habi-tantes não pagassem impostos. Isto parece uma medida radical. Mas é absolutamente realista. Há aldeias que apenas têm dois ou três estabe-lecimentos e que esses mesmos esta-belecimentos têm um cariz social. É aí que se juntam as pessoas, é aí que convivem, vão à mercearia e é a mer-cearia que lhes dá crédito. São pes-soas reformadas, com fraco poder de compra e este é um trabalho social que não é compensado pelo Estado.

Em termos setoriais, quais são as

áreas que estão a ser mais afetadas?

Este ano a área mais afetada foi a res-tauração. O aumento do IVA fez com que a maior parte dos restaurantes entrasse numa situação de insolvên-cia. A restauração é, talvez, o setor mais significativo para o nosso dis-trito. Mais de 50 por cento dos nossos 1 200 associados estão neste setor. Ou seja, mais de metade do universo em-presarial da região está ligada a esta área. O aumento do IVA de 13 para 23 por cento, o que perfez um au-mento real de 78 por cento, é incon-cebível para a maior parte das em-presas que vigoram neste setor de atividade.

Tem noção de quantos associados

da Acstdb já fecharam a porta?

Nos últimos dois anos perdemos cerca de 300 associados. Cerca de 25 por cento, o que nos leva a crer que, em termos globais, já vamos nos 30 a 35 por cento.

E acha que o problema da falta de

poder de compra das pessoas justi-

fica tudo?

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Não é o problema da falta de poder de compra, o problema é de política. O Governo não só está a sobrecar-regar os portugueses com impos-tos que não podem pagar, como os próprios empresários. O empresário português costuma ter esperança no futuro e muitos dos setores de ativi-dade aguentam-se abertos tendo em vista um suposto ultrapassar da crise a curto prazo.

Esse, normalmente, costuma ser o

problema dos empresários: adiar os

problemas na esperança das coisas

melhorarem…

O que nos move a todos é a esperança no futuro e o que eu acho que esta po-lítica tem é falta disso mesmo. Não é uma questão apenas deste governo, é uma questão de má governação su-cessiva do País, que em vez de cortar no poder de compra dos portugueses deveria cortar nas célebres gorduras do Estado. E muito rapidamente.

Está com um discurso muito pró-

ximo ao dos chamados movimentos

de rua, algo anarquista, sem fé na

classe política…

Não é uma questão de fé. Acho ape-nas que estamos a ir pelo lado errado. Apenas um exemplo: como existe um salário mínimo, é compreensível para todos os portugueses, por uma questão até de moral, que exista um salário máximo. Há um indivíduo que vai à televisão dizer que ganha 137 mil euros por mês de reforma e que era gestor público… Como ele haverá muitos outros. Vivemos num país sem moral. Um país em que pa-gamos impostos sem termos o de-vido direito ao retorno de serviços re-lativamente aos impostos.

Sempre se debateu por uma rápida

intervenção na baixa de Beja, nas

Portas de Mértola. Como é que olha

para esta obra? Está satisfeito com o

que foi feito?

Sim. Houve problemas iniciais. Penso que o tempo de obra derrapou. Sabemos que os empresários foram prejudicados nesse aspeto, falámos com a câmara, tivemos várias reuni-ões, e penso que finalmente percebe-ram que somos isentos, que não te-mos qualquer interesse partidário e que defendemos realmente uma classe. As obras agora estão a decor-rer bem e temos de afirmar que a baixa está a ficar digna da cidade de Beja, as obras estão realmente como nós esperávamos. Estamos a estu-dar um projeto conjunto entre a câ-mara e a associação dos comercian-tes, que finalmente deram as mãos, e estamos a trabalhar em comum na animação da baixa de Beja, para que possamos trazer os tais consumido-res e para que possamos compensar os comerciantes dos prejuízos que ti-veram durante a obra.

Quando chegou à Acstdb uma das

grandes bandeiras que trouxe foi a

questão da segurança nas próprias

empresas, aliás até chegou a falar na

necessidade de videovigilância em

certas zonas. Isso ainda é uma ban-

deira ou agora há coisas mais impor-

tantes a tratar?

A videovigilância foi sempre uma das nossas grandes bandeiras, prin-cipalmente para alguns pontos de maior concentração comercial no distrito de Beja. Sabemos que o de-semprego vai afetar muito a questão

da segurança. Mais que isso, o por-tuguês é um povo que normalmente não tem muito instinto criminal, mas temos o mercado aberto a outros povos que podem não ter os mesmos conceitos que nós e cuja violência possa, num momento de desespero, não tendo emprego, não tendo meios de sobrevivência, aparecer.

Isso tem acontecido?

Ainda não há um registo muito forte do aumento de criminalidade. Mas um dos crimes que triplicou no nosso país nos últimos dois anos foi o roubo por esticão. Como toda a gente sabe, houve um negócio, quanto a mim à margem das leis, que foi o da venda de ouro, que veio potenciar esse tipo de crime. As lojas que ven-dem e compram ouro não têm de de-monstrar, como têm as ourivesarias, a proveniência das suas aquisições de peças de ouro. De onde é que apa-rece esse ouro? Normalmente de rou-bos por esticão. Isso está visto. Já falei com dois comandantes distritais de polícia e ambos me disseram que se trata de uma lacuna que existe na lei e que o Governo ainda não a conse-guiu colmatar. Vemos um proliferar de lojas de ouro e normalmente todo esse ouro é de origem duvidosa.

Numa zona onde as empresas que

aparecem ultimamente são precisa-

mente de venda de ouro, está a falar

contra as próprias empresas?

Claro, porque essas empresas fazem uma concorrência desleal às nos-sas lojas tradicionais de ourivesaria,

e essas sim estão perfeitamente le-galizadas e com um registo de to-das as peças que têm. Portanto, não podemos permitir que haja lojas que não sejam vigiadas, que não te-nham uma legislação própria e que possam ser recetoras de objetos rou-bados. Não há, obviamente, prova disso, mas pela quantidade do au-mento de roubos de esticão, tudo in-dica que os pontos de receção sejam esses estabelecimentos.

Aqui há algum tempo, ao “Diário do

Alentejo”, o presidente do Nerbe fa-

lou de alguma redundância na exis-

tência de duas associações empre-

sariais na região. Concorda com esta

leitura?

Entendo que é absolutamente fun-damental a fusão das duas entida-des. Penso que não há necessidade de haver duas associações empresariais quando todas as micro e pequenas empresas do distrito têm os mesmos problemas, sejam elas de comér-cio, indústria, serviços ou turismo e, portanto, da minha parte existe uma disposição total na fusão com outra grande associação do distrito que é o Nerbe. São as duas associações credí-veis no distrito.

Como é que podia ser feita essa fu-

são? Temos aqui 1 200 associados,

daquele lado talvez 300. Seria quase

uma aglutinação dos associados do

Nerbe na Associação do Comércio?

Não obrigatoriamente. O Nerbe está a ser bem gerido e pode haver uma fusão pura, porque podemos ter um

modelo completamente diferente. Onde exista uma direção com pre-sidente, quatro vice-presidentes, um vice-presidente representante de cada setor de atividade, um tesoureiro e um secretário. Uma associação que abranja toda a estrutura empresarial do distrito. Penso que ambas as asso-ciações têm a sua força própria, nós com maior incidência no comércio e serviços.

Há alguma data, há alguma agenda

para concretizar essa fusão?

Penso que durante o ano que vem. Já apresentei essa ideia ao Nerbe e o seu presidente demonstrou logo o seu acordo. 2013 vai ser o ano para trabalhar essa ideia.

Que perspetivas tem para 2013

em relação ao comércio da nossa

região?

As perspetivas que o próprio Governo dá são muito negras para o futuro da região e do País. Acredito que o nível degradante do poder de compra dará inevitavel-mente em conflitos sociais. O por-tuguês aguenta muito, mas chega a um ponto de pobreza que já não tem nada a perder e irá para o con-flito social. Dentro desta possibili-dade, vejo o ano 2013 muito preo-cupante para o comércio e para o País. Acreditamos que possa ha-ver correções antes de se chegar a esse ponto. Mas o Governo está mal assessorado por duas pessoas que estão a mandar na governa-ção, o António Borges e o Catroga, esses sim têm uma política extre-mamente retrógrada. Acredito que haja um retrocesso nestas políti-cas de destruição da economia na-cional e que haja políticas de emer-gência para levantarmos o nosso Produto Interno Bruto.

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acontecimento2012O crime mais hediondo da história de Beja

Ainda mal o ano tinha arrancando e, in-felizmente por maus motivos, Beja era o foco de atenção de todo o País. Não ha-via até então na cidade memória de um crime tão hediondo.

Ninguém sobreviveu a Francisco Esperança no nº.15 da rua de Moçambique. Triplo homicídio, confir-

mado, na segunda-feira, dia 13 de fevereiro, às 20 e 30 horas, pela boca do comandante da PSP de Beja, Viola Silva. Antes já a PSP

tinha conseguido fazer sair da habitação o presumível assassino, depois de ter sido alertada pelo namorado da filha de Francisco Esperança, que há vários dias dizia não saber do seu paradeiro.

Lá dentro, na casa da rua de Moçambique, estavam as três ví-timas mortais: a mulher, de 53 anos; a filha, de 28; e a neta, de quatro anos. Os animais domésticos também não escaparam à fúria do assassino de catana em punho.

E a cidade, a região, o País, entraram em choque. A história circulava de boca em boca, mas também na televisão, nos jornais. Sempre acrescentada com um pormenor ainda mais macabro, ainda mais perturbador, ainda mais cruel.

Beja de luto enterrou as vítimas, numa tarde em que o sol não conseguiu aquecer os tantos que se deslocaram ao cemitério. Mas antes do último adeus já mais de uma centena de pessoas tinha aguardado junto ao tribunal a chegada do suspeito, que acaba-ria por ficar em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Beja, mas por pouco tempo. Seria depois transferido para o Estabelecimento Prisional de Lisboa por alegada falta de condi-ções de segurança na cadeia de Beja.

O corpo de Francisco Esperança foi, no dia seguinte, encon-trado enforcado na cela do estabelecimento prisional. O cadáver do homicida foi reclamado por uma pessoa das suas relações pró-ximas, que realizou o funeral.

Aquando do acontecimento, o “Diário do Alentejo” resolveu preencher as duas páginas que estavam em branco até ao final da edição apenas com o mínimo essencial, que ainda assim era

O ano do fim da A26

Ao longo deste ano foram várias as denúncias que che-

garam sobre as paragens na construção da A26, en-

tre Sines e Beja, e no IP2. A preocupação sobre o fim dos

trabalhos arrastou-se, motivando o descontentamento

de autarcas, políticos e entidades da região, mas rapida-

mente chegou o anúncio da suspensão. Em agosto último

a Tecnovia anunciou a aplicação de lay-off a mais de três

centenas de trabalhadores. Segundo a construtora, a sus-

pensão das obras justificavam a medida. Mas em setem-

bro a Estradas de Portugal (EP) anunciou ter chegado a

acordo com a Estradas da Planície, revelando que apenas

seriam concluídos em perfil de autoestrada as ligações en-

tre Sines e Santo André e entre Sines e Santiago do Cacém,

bem como entre a A2, em Grândola Sul, e Santa Margarida

do Sado. O Governo abdicava assim da construção da auto-

estrada entre Sines e Beja. Numa entrevista ao “Diário do

Alentejo, António Ramalho, presidente da EP, afirmou: “O

tráfego previsto não justifica a construção de uma autoes-

trada dispendiosa”, considerando que a “A26 é um equí-

voco técnico”. Apesar de o Governo ter mandado suspen-

der as obras as forças vivas da região não desarmaram.

Autarcas, empresários e entidades promoveram diversas

ações de sensibilização e de protesto, como um buzinão e

uma marcha lenta. E prometem que mais está para vir.

Extinção de freguesias

A proposta de lei da Reorganização Administrativa do

Território das Freguesias foi aprovada pelo Conselho

de Ministros a 2 de fevereiro. Rapidamente os eleitos de

muitos concelhos começaram a debater-se contra a extin-

ção, considerando que era uma ofensiva contra o Poder

Local Democrático. O processo prosseguiu e no dia 15 de

outubro terminou o prazo para as assembleias municipais

se pronunciarem sobre a proposta de reorganização ad-

ministrativa do território. Beja acolhia pouco tempo de-

pois uma concentração, promovida pela Anafre, contra a

extinção de freguesias, mas já antes tinham sido coloca-

das faixas pretas nas sedes das juntas, contra o seu desa-

parecimento. O corte de 25 por cento de freguesias aca-

baria por ser levado à letra pela Unidade Técnica para a

Reorganização Administrativa do Território (Utrat). Na

“proposta concreta”, entregue no dia 5 de novembro ao

Parlamento, este organismo reduz de 100 para 75 o nú-

mero de freguesias no distrito de Beja. E a luta, segundo

as populações e alguns eleitos dos concelhos, continua.

tanto. Recorde-se que o “DA”, antes de conhecer os desenvol-vimentos do caso, acompanhou os acontecimentos, quase ao minuto, na sua página do Facebook e daí retirou os de-poimentos de alguns dos seus seguidores. Apresentou uma cronologia dos factos e uma forreportagem que terminou à porta do cemitério de Beja.

Bruna Soares

O triplo homicídio da rua de Moçambique, em Beja, despertou a cidade e a região para o mais hediondo dos massacres de que por cá há memória. Elegemos a pior notícia do ano como o acontecimento

de 2012. Não por qualquer questão de morbidez ou de popularismo. Apenas para que as vítimas não caiam no esquecimento. Sendo que as vítimas de Francisco Esperança fomos todos nós. Afinal.

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personalidade2012

E o ano termina com a aprovação, pela Comissão de Indústria do Parlamento Europeu, por unani-midade, do relatório do programa Horizonte 2020. Documento, este, que visa estabelecer as prio-ridades da Europa no que diz res-peito à investigação e inovação

para o período de 2014 – 2020. Trata-se, na verdade, de um programa de financiamento para o qual são pedidos 100 mil milhões de euros e que “é crucial para a Europa sair da crise”.

Um documento que foi redigido pela eurodepu-tada bejense Maria da Graça Carvalho e, aquando da votação, o “Diário do Alentejo” esteve presente e falou com a eurodeputada, que explicou, numa en-trevista que foi publicada este mês: “É um programa de financiamento da União Europeia destinado à investigação científica, à inovação e ao desenvolvi-mento tecnológico e industrial, ao qual podem con-correr universidades, centros de investigação, pe-quenas, médias e grandes empresas, indústrias, organizações não governamentais e associações. Tem como principal objetivo desenvolver o poten-cial científico na Europa, a competitividade da in-dústria, e pedir aos cientistas e aos técnicos que de-senvolvam soluções para os problemas que mais afligem a Europa neste momento”.

Maria da Graça Carvalho acredita que este Horizonte 2020 pode ter implicações no Alentejo, sua região natal, e afirmou na altura: “Uma das

novidades do Horizonte 2020 é que introduzimos o conceito de caminho para a excelência. E não são apenas as instituições muito conhecidas internacio-nalmente e de grande massa crítica que devem ser consideradas excelentes. Existe uma parte do orça-mento que é dedicada a regiões menos representa-das no Programa Quadro, que podem fazer gemina-ções, em que uma instituição de uma região menos representada faz uma aliança com uma institui-ção que tem bons resultados. E apresentam can-didaturas conjuntas. O Alentejo é uma região que, infelizmente, ou felizmente, neste caso, pelos seus índices ainda baixos, terá acesso a um pacote de fi-nanciamento nos fundos estruturais com alguma dimensão”.

Uma parte do Horizonte 2020 é destinado para inovação da agricultura e da agroindústria, da se-gurança alimentar e qualidade alimentar. E Maria da Graça Carvalho vê, por exemplo, “um grande po-tencial no Alqueva que pode desenvolver toda uma fileira. Que tire partido tanto do ponto de vista agrí-cola, como turístico e energético”.

A professora Maria da Graça Carvalho, em Bruxelas, defendeu ainda: “O Alentejo tem muito futuro. Porque há espaço, há um clima bom, há uma terra fértil para a agricultura, há potencial para a energia, do sol, do vento, da biomassa. O Alentejo não está saturado como muitas outras regiões se-melhantes da Europa”. E, em sua opinião, A26 “não está a mais” e deveria ser “acabada”.

Bruna Soares

João Basto foi anunciado

no final de fevereiro como

o novo presidente do con-

selho administrativo da

Empresa de Desenvolvimento

e Infraestruturas do Alqueva

(EDIA), substituindo Henrique

Troncho. O Ministério da

Agricultura considerou, na al-

tura, que João Basto apresen-

tava no seu currículo profissional

“uma diversificada experiên-

cia, sempre ligada ao setor em-

presarial agrícola e agroalimen-

tar”. Recorde-se que antes de

aceitar o desafio Alqueva, João

Basto esteve na China a imple-

mentar aquela que é considerada

a mais moderna indústria de café

em toda a Ásia, da Companhia

Industrial de Macau. Seis meses

após estar à frente dos destinos

da EDIA, afirmou ao “Diário do

Alentejo” que “Alqueva é um su-

cesso”. É o mais jovem dos presi-

dentes do conselho de adminis-

tração que a EDIA já conheceu.

Redirecionou a empresa que gere

os destinos do Empreendimento

de Fins Múltiplos do Alqueva

também para a captação de in-

vestimentos para a região e

para a promoção do desenvol-

vimento do perímetro de rega.

José Henrique Caeiro, funcio-

nário da Câmara Municipal

de Beja, com “toda a calma do

mundo” salvou a vida a duas pes-

soas, retirando-as de um apar-

tamento em chamas, em Beja.

Quem disse que não há heróis?

José Caeiro, ex-bombeiro, po-

rém, rejeitou, na altura do su-

cedido, em agosto, o título.

“Não há heróis. Salvei ape-

nas duas pessoas que estavam

numa casa em chamas e isso não

faz de mim um herói. Sou ape-

nas um membro da população

de Beja que, numa aflição, con-

seguiu ser útil. Certamente ha-

veria outras pessoas que fariam

o mesmo”. Os bombeiros chega-

ram momentos depois para apa-

gar as chamas. Uma vela de chei-

ros terá estado na origem do

acidente que apanhou despre-

venida uma mulher e um rapaz.

As chamas alastraram-se rapi-

damente e o fumo negro provo-

cou o pânico entre as vítimas.

João BastoO mais jovem presidente da EDIA

José Caeiro salvou a vida a duas pessoas

Maria da Graça CarvalhoA eurodeputada bejense que redigiu o Horizonte 2020

Não é uma personalidade que apareça diariamente no frenesim noticioso. Muito menos a nível local e regional. Até porque esta bejense não passa por cá os seus dias. É eurodeputada. E é daquelas que reside em Bruxelas. E isso não é apenas um pormenor. A grande maioria dos deputados europeus apenas dedica

um ou dois dias da sua existência semanal ao PE. Graça Carvalho oferece-lhe a semana por completo. E por isso foi redatora de um documento que irá transformar a Europa nos próximos anos: o Horizonte 2020.

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cultura2012

Nos finais do mês de julho, António Almeida Ribeiro fez questão de des-cer à ardente cidade de Serpa para assistir à inauguração da Casa do Cante, que considerou “um passo fundamental” no processo da candidatura desta expressão a Património Cultural Imaterial da

Humanidade. Uma presença simbólica, esta do embaixa-dor da Unesco em Portugal, que na altura deixou bem claro o seu apoio à pretensão alentejana, um projeto que “sendo tão caro aos alentejanos”, não deixa de ser um “projeto de Portugal”, disse.

Recentemente, já em finais de novembro, o mero apoio da Comissão Nacional da Unesco transformou-se em com-promisso. A candidatura do cante alentejano “está em pre-paração para ser entregue na Unesco no início de 2013”, tal como revelou o diplomata num colóquio internacional em Lisboa, sublinhando que o organismo que dirige “dá mais importância à exigência de qualidade das candidaturas, do que à quantidade”. Uma garantia que surge um ano após a

Cante alentejano Rumo a Paris no início do novo ano

Usam calças de ganga e bonés mas não passam por cima

da tradição na sua missão “de rejuvenescer o cante”.

E sendo tão novos – com idades entre os 15 e os 20 anos –

e tão espontânea a sua vontade de cantar à alentejana, a

sua existência, desde há um ano, ganha até um maior sim-

bolismo do que um eventual reconhecimento mundial do

cante enquanto património imaterial. São Os Bubedanas,

duas dezenas de amigos de Beja que vêm somando fãs,

quer entre os seus pares, onde já criaram a “moda” do

cante, quer entre os veteranos, que se emocionam ao ve-

rem perpetuado o cancioneiro tradicional da região.

Os Bubedanas De pequenino…

António José ZambujoUm 2012

abençoado

2012 foi um ano particularmente abençoado

para o bejense António José Zambujo,

o fadista mais cosmopolita da nova geração. Ele pró-

prio o admitiu ao “Público” nas vésperas da sua pri-

meira vez a solo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no

início deste mês: “Fazer o concerto no coliseu deveu -se

ao facto de eu ter tido um ano muito bom, desde logo

com o lançamento do disco [“Quinto”] em abril e os con-

certos de apresentação na Gulbenkian, e depois por ter

chegado muito rapidamente a disco de ouro”. Um tra-

balho que reúne 14 faixas e um elenco de autores consa-

grados. E que a imprensa da especialidade não deixou

de reconhecer, nomeadamente a revista “Blitz”, atri-

buindo-lhe o lugar de melhor disco português de 2012.

aprovação da candidatura do fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade, havendo por isso “uma responsa-bilidade acrescida para apresentar candidaturas coerentes, bem estruturadas e fundamentadas”, avisou o embaixador.

Parece que é desta que vamos até Paris. Para trás fica a entrega frustrada em março último, por decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros que se decidiu pelo adiamento por considerar que não estavam então reunidas todas as condições para a sua aceitação. Só em 2013, “para que o cante seja aprovado e não apenas candidato”, disse na altura um porta-voz do ministério de Paulo Portas.

Recorde-se que a candidatura partiu da iniciativa de três promotores: a Confraria do Cante Alentejano, a associa-ção Moda e Casa do Alentejo, por sua vez patrocinadas pela Câmara Municipal de Serpa e pela Turismo do Alentejo,

após sugestão do anterior presidente da Comissão Nacional da Unesco, o embaixador Andresen Guimarães, em maio de 2011.

Carlos Medeiros, presidente da comissão executiva da candidatura do cante alentejano congratulou-se com o “compromisso” tornado público por António Almeida Ribeiro, mas não deixou de destacar a importância do papel da diplomacia portuguesa neste processo: o cante “tem to-das as características” para ser Património da Humanidade, mas, para tal, “tem que haver, por parte da diplomacia por-tuguesa, um trabalho como houve para o fado”. Na altura o responsável acrescentou também que a candidatura estava “a ser revista”, devendo ser entregue à comissão nacional da Unesco “até final deste ano”. Por estes dias, portanto.

Carla Ferreira

Muitos acontecimentos, personalidades, eventos poderiam levar este carimbo. Mas a nossa escolha recaiu sobre a candidatura do cante alentejano a Património Imaterial da Unesco. Não apenas à tentativa falhada em 2012. Mas sobretudo pela vitalidade da ideia, que amadureceu, melhorou, e que será entregue em Paris nos primeiros meses de 2013. Depois do fado, Portugal

poderá ter (vai ter!) nova expressão musical reconhecida: o cante. O nosso cante.

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política2012Fernando Caeiros, antigo presidente da Câmara

Municipal de Castro Verde, deixou o cargo de vo-

gal executivo do INAlentejo, sendo substituído por Filipe

Palma. “Terminou o período de três anos para o qual fui

proposto para desempenhar a função, mas fui-me man-

tendo, neste intervalo de tempo foram definidos os esta-

tutos dos gestores públicos e um dos requisitos exigidos é

a obrigatoriedade de os gestores públicos serem portado-

res de uma licenciatura. Essa situação ficou clarificada,

e associada a motivos pessoais ficaram definidas as con-

dições para a minha saída”, explicou, em abril, Fernando

Caeiros ao “Diário do Alentejo”. Já nesta altura se falava

que Fernando Caeiros, pela sua experiência, poderia fi-

car a colaborar com a Associação Nacional de Municípios

Portugueses, nomeadamente no que aos programas ope-

racionais regionais dizia respeito. Em setembro chegava a

confirmação. Fernando Sousa Caeiros foi designado pela

Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)

para representá-la, no âmbito do Quadro de Referência

Estratégico Nacional (QREN), na equipa conjunta que já

estava a fazer, a nível nacional, o acompanhamento e moni-

torização da execução de projetos de iniciativa municipal.

Em 2012 surgiu em Beja um movimento de cidadão

com intenções eleitorais, o “Por Beja com Todos”. Um

grupo que garante “não ter nada contra os partidos” e

que pretende assumir um “compromisso exclusivamente

com o concelho” e mobilizar “os descrentes” da política.

O movimento começou a reunir-se e nas conversas, de-

bates, começaram a participar ex-autarcas e outras pes-

soas “da direita à esquerda”, mas com clara predominân-

cia de ex -ativistas e apoiantes dos partidos de esquerda

e de movimentos de cidadãos. Só em novembro, con-

tudo, foi oficialmente inaugurado o novo movimento cí-

vico por Beja. Os seus representantes, na altura, não des-

cartavam a possibilidade de apresentarem, já em outubro

próximo, uma lista de candidatos à Câmara Municipal de

Beja. José Lopes Guerreiro, antigo autarca do PCP na re-

gião, é o rosto principal deste grupo. O movimento in-

dependente “Por Beja com Todos” começou este mês a

convidar os munícipes a participarem na escolha dos prin-

cipais candidatos aos órgãos autárquicos do concelho a

apoiar pelo movimento nas eleições autárquicas de 2013.

Pedro do Carmo, presidente da Câmara de Ourique,

entrou na corrida as eleições da Federação do Baixo

Alentejo do Partido Socialista (PS). Hélder Guerreiro, vice-

presidente da Câmara de Odemira, também entrou na dis-

puta, mas acabou por ser Pedro do Carmo o sucessor de

Pita Ameixa. Pouco tempo depois, anunciava -se que co-

missão política distrital, o órgão mais importante e repre-

sentativo da federação, seria composta por 34 apoiantes da

moção de Pedro do Carmo (eleito para a presidência da fe-

deração) e por 27 apoiantes da moção de Hélder Guerreiro,

respeitando a proporcionalidade que “se verificou nas ur-

nas”. Pedro do Carmo considerou na altura: “A apresen-

tação de listas conjuntas é um bom sinal de que o partido

saiu mais fortalecido, coeso e unido destas eleições”. O ano

parece terminar bem para o autarca, tendo em conta que,

na edição passada do “Diário do Alentejo, o executivo PS

na Câmara de Ourique anunciou que “já reduziu quase me-

tade da dívida de 20 milhões de euros ‘herdada’ em 2005”.

Caeiros sai e volta

ao QREN

Por Beja com Todos

surge com

intenções eleitorais

Pedro do Carmo sucedeu

a Pita Ameixa

Em janeiro João Rocha, en-tão presidente da Câmara Municipal de Serpa, to-mava a dianteira, a par com outras entidades, da promoção da candida-tura do cante alentejano a Património Cultural

Imaterial da Humanidade. O autarca considerava que estavam en-

volvidas as entidades representativas da região e que tinha chegado a altura de avançar. Mas pouco tempo depois, por de-cisão unilateral, a Comissão Nacional da Unesco, por indicação expressa do mi-nistro dos Negócios Estrangeiros, decidiu não entregar a candidatura do cante alen-tejano a Património Cultural Imaterial da

Humanidade, ressalvando, contudo, que tal aconteceria já em 2013.

O presidente da Câmara Municipal de Serpa, na altura, desvalorizou por com-pleto este adiamento, que rotulou de “mero atraso”, salientando ainda que os pro-motores continuariam a trabalhar para que o cante alentejano fosse classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Em julho inaugurou em Serpa a Casa do Cante. “Uma casa para o cante, mas tam-bém para os que o defendem”, reiterou --se aquando da sua abertura ao público. Sublinhando-se ainda o seu “papel fun-damental para sustentar a candidatura à Unesco”.

Em outubro, porém, o histórico presi-dente comunista anunciou a sua saída da autarquia. Ao fim de nove mandatos con-secutivos. Ao fim de mais de três décadas à frente dos destinos da autarquia serpense, na horada despedida, Rocha informou os seus camaradas de partido que era “che-gada a hora” e que era “tempo de fechar um ciclo”. A presidência da Câmara de Serpa foi assumida por Tomé Pires.

Aos 61 anos, João Rocha defendeu que saiu da autarquia serpense “em tempo certo” e com o “sentimento de dever cum-prido”. Mas rápido se começou a suspeitar que a carreira autárquica de João Rocha, que está impedido por limite legal a recandida-tar-se em Serpa, poderá prosseguir noutro concelho vizinho. Recorde-se que há já al-gum tempo que vem sendo ventilada a hi-pótese de João Rocha vir a encabeçar a lista da CDU em Beja, nas eleições de outubro de 2013. Para já, continua tudo em aberto.

Bruna Soares

Depois de três décadas João Rocha deixa Câmara de Serpa

No Baixo Alentejo, era dos poucos políticos sobreviventes à chamada época jurássica do Poder Local. João Rocha comandou os destinos da Câmara de Serpa nas últimas três décadas. A um ano das Autárquicas de 2013 saiu pelo seu próprio pé, numa altura em que aquele concelho é usualmente reconhecido como

exemplar, a vários níveis. O que baralha as contas dos candidatos nos concelhos vizinhos, nomeadamente em Beja. Onde a CDU pode avançar com um dos mais experientes autarcas do seu cardápio.

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economia2012Vale da Rosa iniciou exportação para a China

A maior produtora nacional de uvas de mesa, a her-dade do Vale da Rosa, situada em pleno coração do Baixo Alentejo, a cerca de três qui-

lómetros de Ferreira do Alentejo, come-çou em outubro último a exportar para o mercado chinês. O primeiro carrega-mento para a China, constituído por 18

toneladas de uvas de mesa, partiu para Hong Kong através de um parceiro ho-landês, com o objetivo de “abrir cami-nho para o mercado asiático” e de che-gar a regiões como Macau, Malásia e Médio Oriente.

Para o ano que agora finda, a empresa estima que o volume de negócios seja su-perior aos sete milhões de euros regista-dos em 2011 e a expetativa é aumentar tam-bém a produção, face ao investimento feito na plantação em novas vinhas, chegando às

seis mil tonelada entre 2013 e 2014.O mercado asiático é, segundo os res-

ponsáveis pela empresa, “muito promissor” e corresponde ao esforço da Vale da Rosa em “intensificar o trabalho” de internacio-nalização e aumentar “significativamente” os volumes de exportação. Ainda de acordo com a empresa, as exportações tiveram “um crescimento significativo” entre 2011 e 2012, passando de 25 para 35 por cento da produção total (cinco mil toneladas).

Os principais destinos das uvas produ-zidas são, atualmente, Angola e países eu-ropeus como o Reino Unido, Holanda e Bélgica, onde a protagonista é a uva sem grainha, que é considerada “o cartão-de-vi-sita nesses mercados exigentes”.

Em termos de mercado interno, “o ce-nário tem sido mais complicado”, adianta a empresa, devido “à queda da procura e à crescente pressão sobre os preços”, que tam-bém se faz sentir externamente.

O projeto empresarial herdade Vale da Rosa, que tem por missão “a produção de uvas de mesa de alta qualidade”, iniciou a sua atividade em 1960, adotando o sistema

de produção tradicional – formas bai-xas em espaldeira. Acompanhando a evo-lução, tomou a iniciativa de produzir uvas no sistema Pérgola, “utilizando coberturas plásticas e redes – inovador em Portugal – alargando assim o período de produção”. Esta iniciativa levou, segundo os responsá-veis, a uma “colaboração intensa com paí-ses com grande tradição na produção de uva neste sistema, como Itália, Israel, Brasil, Chile e EUA”.

A Vale da Rosa iniciou a exportação em 1972, “abastecendo especialmente o exigente mercado inglês”, e é, atualmente, “o maior produtor nacional, com uma área de explo-ração de cerca de 230 hectares de vinha (dos quais 100 hectares são de uva sem grainha – Sugraone, Sophia, Thompson, Midnight Beauty, Autumn Royal e Crimson)”.

A herdade dispõe de uma equipa de téc-nicos residentes, com acompanhamento frequente de técnicos italianos, da região de Puglia, israelitas, espanhóis e chilenos. Atualmente emprega cerca de 200 trabalha-dores a título permanente e ultrapassa os 500 no período de colheita.

O empreendimento de Vale da Rosa, em Ferreira do Alentejo, tem um rosto: António Silvestre Ferreira. Comendador. Um visionário, incansável empreendedor que fez da sua propriedade familiar

a maior produtora de uvas de mesa do País. Cuja produção, especialmente das uvas sem grainha, chega aos quatro cantos do mundo. E, desde 2012, também à China. E o mais interessante é que a

referência que melhor se reconhece na embalagem do produto é a “marca”… Ferreira do Alentejo.

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inovação2012

O Centro de Bio tec-nologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo Alentejo e Litoral (Cebal) viu aprovado para fi-nanciamento co-munitário, pelo

programa operacional INAlentejo, o pro-jeto GenoSuber – Sequenciação do Genoma do Sobreiro, que arranca no próximo ano e custará 1,1 milhões de euros.

A investigação vai durar dois anos e meio e tem como objetivo descodificar e conhecer o património genético do so-breiro, “a espécie f lorestal com maior in-teresse económico e social em Portugal”, explicou Sónia Gonçalves, investigadora principal do Cebal e coordenadora do projeto GenoSuber. O montado de sobro,

a base da indústria corticeira, “assume uma importância ecológica e socioeconó-mica” em Portugal que “justifica a realiza-ção do projeto no País”, frisou a investiga-dora, referindo que, através do GenoSuber, “Portugal está na vanguarda da investiga-ção em sobreiro”.

Devido à importância desta árvore em Portugal, que é responsável por cerca de um terço da produção mundial de cortiça, “faz todo o sentido ser o País a liderar a descodificação do genoma” (código gené-tico) e a “deter o conhecimento máximo a nível genómico”, afirmou.

A descodificação do genoma do so-breiro, que será feita com “tecnologia de última geração”, vai permitir “um avanço no conhecimento e melhoramento gené-tico da espécie, em questões relacionadas, por exemplo, com o desenvolvimento da

árvore, a formação da cortiça e as respos-tas a stress, com especial enfoque na resis-tência a doenças”.

Através da descodificação do genoma, será possível “identificar a sequência dos genes presentes numa espécie”, o que já foi feito no genoma humano e de ou-tras espécies vegetais, mas no sobreiro “será a primeira vez”, disse a investiga-dora, acrescentando que “a identif ica-ção dos genes poderá ajudar depois a re-alizar estudos mais direcionados e será uma mais-valia para o conhecimento” do sobreiro.

O GenoSuber vai “trazer uma nova dimensão” à fileira f lorestal portuguesa ao abrir a possibilidade de delinear es-tratégias de melhoramento da espécie, “com importantes repercussões a médio e longo prazo no sector” da cortiça.

Orçado em 1,132 milhões de euros, será financiado em 80 por cento por fun-dos comunitários, através do INAlentejo, sendo a verba restante assegurada por entidades privadas.

O projeto envolve ainda o Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa, o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, a Biocant – Associação de Transferência de Tecnologia, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e o Instituto Gulbenkian de Ciência.

O estudo envolve uma equipa de perto de 30 investigadores e terá como consul-tores o professor belga Yves Van de Peer, da Ghent University (Bélgica), e o profes-sor norte-americano Gerald Tuskan, do Oak Ridge National Laboratory (Estados Unidos da América).

Tiago Conceição sagrou-se campeão europeu de Web Design

Tiago Conceição, um jovem natural de

Alvito, aluno do curso de Engenharia

Informática do Instituto Politécnico de

Beja (IPBeja), sagrou-se em outubro último

campeão europeu na saída profissional de

Web Design no EuroSkills (Campeonato

Europeu de Web Design), que teve lugar

em Bruxelas e onde participaram 440 jo-

vens oriundos de 27 países europeus. O

estudante conseguiu também a meda-

lha de bronze no Cross Media Publishing

– equipa. Tiago Conceição tinha já arre-

cadado vários prémios no Campeonato

Nacional de Profissões, onde se desta-

cam o 1.º lugar em Faro (no verão deste

ano), o 1.º lugar nos Açores (2011) e o 3.º

lugar em Santarém (2009). No próximo

ano, o ex-aluno na Escola Profissional

de Alvito irá participar no WorlSkills,

que se realiza na Alemanha e onde esta-

rão os melhores web designers do mundo.

Cebal vai sequenciar genoma do sobreiro

Em Beja, no Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar, há uma equipa de cientistas que anda às voltas com a descoberto do genoma do sobreiro, a árvore que é símbolo nacional. Um

projeto de investigação que vai durar perto de dois anos e meio e que vai custar, com dinheiros comunitários, mais de um milhão de euros. Melhor notícia não poderia haver este ano para a fileira

florestal portuguesa e, em especial, para o sobreiro, uma das maiores riquezas nacionais.

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desporto2012

D. Manuel Falcão

No início do ano, a 21 de fevereiro, fa-

lecia em Beja, na casa episcopal, D.

Manuel Franco da Costa de Oliveira

Falcão, bispo emético. Nascido a 10

de novembro de 1922, em Lisboa, en-

trou no seminário em 1945, após a

conclusão do curso de Engenharia

Mecânica no Instituto Superior

Técnico, e foi ordenado padre pelo

cardeal-patriarca de Lisboa, D.

Manuel Gonçalves Cerejeira, em

1951. Em dezembro de 1966 foi eleito

bispo titular de Telepte e auxiliar do

cardeal-patriarca. Em outubro de

1974, pouco depois da Revolução

de Abril, foi nomeado coadjutor por

Paulo VI, com direito de sucessão do

arcebispo-bispo de Beja, D. Manuel

dos Santos Rocha, tendo chegando à

Diocese de Beja em janeiro de 1975.

Nos anos seguintes desenvolveu

“uma especial ação” no campo da

organização pastoral. Aquando da

resignação de D. Manuel dos Santos

Rocha, por limite de idade, nos fi-

nais de 1980, passou a bispo dioce-

sano. Visando “a defesa e valoriza-

ção” dos bens culturais da Igreja,

criou em 1984 o Departamento do

Património Histórico e Artístico

da Diocese. Erigiu canonicamente

o Coro do Carmo, o Museu de Arte

Sacra de Santiago do Cacém e o

Tesouro da Basílica Real de Castro

Verde. Resignou em janeiro de 1999,

ficando como administrador apos-

tólico da diocese até à tomada de

posse de seu sucessor, D. António

Vitalino Dantas, em abril. D. Manuel

Falcão decidiu continuar a viver em

Beja, onde escreveu até à sua morte

no semanário diocesano “Notícias

de Beja”, sendo conhecida a sua

“paixão desmedida” pelo jornalismo

– tinha 15 anos quando começou a

escrever para jornais. Foi ainda au-

tor da Enciclopédia Católica Popular, edi-

tada pelas Paulinas.

José Cândido Nobre

José Cândido Nobre, presidente e

grande dinamizador da Associação

de Criadores de Porco Alentejano

(ACPA) e considerado “uma fi-

gura decisiva” na afirmação de

Ourique enquanto Capital do Porco

Alentejano, morreu a 2 de outubro,

aos 54 anos, vítima de doença pro-

longada. Por concretizar deixou três

“projetos decisivos”: o projeto-pi-

loto de recuperação do montado de

sobro e azinho do concelho, o VII

Congresso Mundial do Presunto –

que se realizará em Ourique em maio

do próximo ano – e a construção de

uma nova sede da Associação de

Criadores de Porco Alentejano.

Artur Lopes da Fonseca

A 27 de novembro, vítima de doença

prolongada, falecia no Hospital do

Litoral Alentejano, em Santiago do

Cacém, Artur Lopes da Fonseca, ir-

mão do escritor Manuel da Fonseca.

Artur da Fonseca, que viveu parte da

sua vida na Costa de Santo André, ti-

nha 88 anos e dedicou muitos deles

à recolha do espólio do irmão, as-

sim como à divulgação da sua obra,

tendo para tal colaborado com inú-

meras entidades e particulares. Em

2004 foi membro do júri do Prémio

Nacional de Conto Manuel da

Fonseca, na 5.ª edição do galardão

instituído pela Câmara Municipal de

Santiago do Cacém.

Benvinda Paulino

Benvinda Paulino, que durante anos

vestiu a pele de Pai Natal para en-

canto de pequenos e graúdos, fa-

leceu no dia 13 deste mês, aos 84

anos. A residir há vários anos num

lar de idosos na cidade de Beja,

onde estava acamada há já algum

tempo, Benvinda, que era natural

de Salvada, ficará ainda na memó-

ria pelas gargalhadas que arrancava

com os seus improvisados “teatros”,

sobretudo quando se mascavava

pelo Carnaval.

que tinha conseguido em 2008 nos Jogos de Pequim (8.º lugar), foi o corolário de uma época de sucesso. A campeã de Portugal dos 20 quilómetros marcha, de 28 anos, natural de Baleizão, que representa o Clube Oriental do Pechão, foi a melhor classificada (13.ª) entre as 16 mulheres portuguesas que no ano de 2012 inscreveram o seu nome no Top 100 dos rankings mundiais de atletismo, nas disciplinas olímpicas (ar livre). O exce-lente registo de 1.28.03 horas, nos 20 qui-lómetros marcha, conferiu igualmente a Ana Cabecinha o 2.º lugar (1.º no setor fe-minino) entre os 50 atletas mais pontua-dos em 2012 pela Associação Internacional das Federações de Atletismo. Com a raça de campeã que se lhe reconhece, prepara a nova temporada com grande determina-ção e no fecho do ano conseguiu mais um triunfo no 2.º Criterium de Marcha, or-ganizado há oito dias pela Associação de Atletismo do Algarve na pista de Vila Real de Santo António.

Firmino Paixão

João Roque

Num plano em que se reconhece o me-

nor mediatismo do kayak polo en-

tre as outras disciplinas do desporto

aquático, e, em paralelo, alguma falta de

apoios institucionais ao desenvolvimento

da modalidade, há que destacar a pre-

sença do atleta João Roque (da Associação

Juvenil Pagaia Sul, de Beja), em setem-

bro último, nos Campeonatos do Mundo

de Kayak Polo, que se realizaram na ci-

dade polaca de Polzan. Um feito memorá-

vel para um atleta de 21 anos e com muito

simbolismo para o clube que representa.

Marisa Sousa

Foi a primeira mulher, e é ainda a

única no distrito de Beja, a atin-

gir os quadros nacionais do conselho de

arbitragem da Federação Portuguesa

de Futebol. Lutou imenso por isso, so-

bretudo num meio como o futebol que

sendo severo para com a arbitragem o

é ainda mais com as mulheres que es-

colhem esse caminho. A professora de

natação, natural de São Matias, de 23

anos, tem um longo caminho a per-

correr para chegar ao topo, mas já me-

rece o sublinhado que aqui deixamos.

Ana Cabecinhabrilhou emde Londres

A atleta alentejana Ana Cabecinha merece, por inteiro, o desta-que de figura des-portiva do ano de 2012. A sua presença nos Jogos Olímpicos de Londres (9.ª clas-

sificada nos 10 quilómetros marcha atlé-tica), ainda que um furo abaixo daquilo

obituário

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2012

13A EDIA faz um balanço “extremamente positivo” das “primeiras

semanas” de projeto, na medida “em que houve uma boa aceitação

e integração por parte dos jovens e das comunidades das aldeias

de acolhimento”. Uma situação que se deve “em boa medida ao

apoio local, dos municípios e em particular das juntas de freguesia

de Alqueva, Campinho, Capelins, Luz e Póvoa de São Miguel, que

garantiram as condições de trabalho, na maior parte dos casos

nas suas próprias instalações, tendo de igual forma apoiado na

identificação dos locais de alojamento e de alimentação, e na

interação dos jovens com a comunidade local. É assim relevante

a aproximação já desenvolvida às populações locais, as quais têm

acolhido estes jovens com enorme expetativa”. Ainda de acordo com

a empresa, em termos de oportunidades empresariais, “começam já

a referenciar-se produtos e serviços passíveis de desenvolvimento”.

EDIA fazbalanço

“extremamente positivo”

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AtualProjeto Aldeias Ribeirinhas

integra 15 estagiários

Resgate territorial em Alqueva

Numa verdadeira “missão de resgate territorial de territórios em processo de desertificação e abandono dos seus capitais e ativos – naturais, produtivos, sociais e simbólicos”, 15 jovens licen-ciados, na sua quase totalidade oriun-dos da região, estão desde o início de dezembro último a residir em cinco al-deias ribeirinhas de Alqueva onde “se identificam atualmente novas oportu-nidades empresariais decorrentes da materialização” do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva. São elas Alqueva (Portel), Campinho (Reguengos de Monsaraz), Capelins (Alandroal), Luz (Mourão) e Póvoa de São Miguel/Estrela (Moura).

Texto Nélia Pedrosa Foto José Serrano

O projeto denominado “Aldeias Ribeirinhas do Grande Lago A lque va”, c ujos promoto -

res principais são a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva e a Associação Transfronteiriça dos Municípios da Terra do Grande Lago Alqueva, tem como propósito fundamen-tal “alargar o campo de possibilidades des-ses territórios em estado crítico e, simultane-amente, promover o empreendedorismo de jovens licenciados em situação profissional precária, usando, para o efeito, uma abor-dagem territorial inovadora que visa fixar no interior dos municípios aquela população universitária recém-licenciada, a qual no fi-nal do projeto deverá ter gerado a sua própria oportunidade de emprego”, esclarece a EDIA ao “Diário do Alentejo”.

A possibilidade de poder ver concretiza-das as suas ideias e de colocar à disposição da sua região os conhecimentos adquiridos fo-ram as razões que levaram Brás Saramago, 22 anos, natural de Mourão e com formação em Gestão de Empresas, a candidatar-se ao projeto. Mas o jovem admite que “também não havia muitas mais opções” em termos de emprego, assim que concluísse o seu “estágio curricular de final de curso”: “Foi o que sur-giu primeiro e decidi logo concorrer porque sou da zona e era um desafio grande ter de ir viver para outra aldeia e tão perto da mi-nha terra”.

A integração na pequena aldeia de Campinho, onde partilha uma casa arren-dada com mais dois colegas estagiários inse-ridos no projeto, está a ser “espetacular”, diz,

Aldeias ribeirinhas Projeto, que teve início em dezembro, terá a duração de nove meses

adiantando que o que mais estranha é o facto de a partir das 21 horas “não se passar nada” na aldeia: “Está tudo fechado, não temos para onde ir, ficamos em casa. Às vezes quando há jogos de futebol, ou outra coisa, tentamos ir aos cafés para sociabilizarmos com as pes-soas. Basicamente o que mais me chocou foi não terem uma noite ativa”.

Atualmente Brás Saramago e os cole-gas estão a “analisar estudos de possíveis negócios” e a identificar “as potencialida-des da zona”. Algumas das propostas para Campinho poderão passar pelos “desportos náuticos”, pelos “desportos radicais” e ainda pela “ligação das lendas existentes na aldeia a caminhadas”.

À semelhança de Brás, Eduardo Martins, 23 anos, e os colegas a quem foi destinada Capelins estão numa fase de “criar os pri-meiros laços, a fazer os primeiros contactos”: “O que temos verificado é que é uma aldeia, uma freguesia, que está muito adormecida, que praticamente já não tem atividade pro-dutiva. Eles importam, entre aspas, tudo das outras freguesias. Não produzem pão, não produzem queijos, não produzem nada. Antigamente produziam, mas deixaram de o fazer, e daí também se reflete o facto de pra-ticamente não existirem jovens”, diz o esta-giário natural de Reguengos de Monsaraz, com uma licenciatura em Turismo na ver-tente de Desenvolvimento, com pós gradua-ções em Análise Económica e em Gestão de Marketing e prestes a concluir um mestrado neste última área.

No seu caso concreto, explica, “a área que foi identificada como eixo de desenvolvi-mento foi o turismo cultural e imaginário”: “Vai passar por aí [as atividades a desenvol-ver], por ouvir as pessoas, as suas estórias. Sabemos que, apesar de não haver cantares alentejanos, que é uma tradição da região, em Capelins há, por exemplo, poesia”, escla-rece, revelando que uma das suas propostas, que ainda “está a ser trabalhada”, poderá ser um concurso de fotografia, que envolverá todas as aldeias ribeirinhas. “Nós estamos numa fase embrionária ao nível do levanta-mento dos recursos, a tentar encontrar recur-sos com interesse, com potencial. O concurso de fotografia é uma proposta, portanto ainda não posso falar muito sobre isso. A minha colega está a trabalhar nos recursos piscíco-las, tentando aproveitar o peixe do rio para se conseguir produzir valor, bens derivados do mesmo, e o meu colega tem trabalhado no design e na criação de logotipos e todo o

material criativo” associado ao projeto. Concluídos os nove meses de estágio,

Eduardo Martins espera, a nível pessoal, “le-var experiências, conhecimento, memórias e estórias” que lhe permitam embarcar noutro tipo de projetos: “Penso que vai ser muito po-sitivo e que vai ser bom para a minha forma-ção. Eu estava a trabalhar numa seguradora e uma das coisas que me fez candidatar a este projeto foi a liberdade, autonomia e capaci-dade que permite em termos criativos para poder criar projetos e aplicar o conhecimento e não ter manuais de procedimentos que de-vem ser cumpridos à risca”, diz, lamentando apenas a deficiente cobertura de rede de tele-móvel verificada na região: “Ao contrário de outras aldeias, temos pouca rede, temos um traço, no máximo dois, e temos muitas difi-culdades quer com a Internet quer com a te-levisão. Acho que foi o principal entrave, uma vez que hoje em dia estamos completamente apegados aos meios de comunicação”.

Com o contrato de trabalho como docente da Epral – Escola Profissional da Região Alentejo prestes a terminar, e sabendo que provavelmente este não seria renovado, Inês Borralho, 30 anos, não pensou duas vezes quando uma colega da pós-graduação em Higiene e Segurança no Tralhado, que fre-quentava na ocasião, lhe falou do projeto. A única dúvida da jovem natural de Moura, e com formação em Bioquímica, era se poderia conciliar o estágio com a frequência do mes-trado em Análises Químicas Ambientais. “Não houve qualquer impedimento”, diz.

Instalada em Póvoa de São Miguel, a es-cassos quilómetros de casa – Inês é a única estagiária que ficou no seu concelho de resi-dência –, a jovem, em conjunto com os seus dois colegas, tem ainda ao seu “cuidado” a al-deia vizinha de Estrela.

Dadas as novas características da Estrela, “que ficou completamente rodeada de água, perdendo por completo a sua identidade”, sa-lienta Inês, os projetos a definir deverão ter em conta o aproveitamento dessa mesma água, afirma. “Como é uma zona que tem muito sol no verão tínhamos pensado na possibilidade de se construir uma praia flu-vial, porque a aldeia está muito abandonada. E como tem muita população idosa também se podia fazer qualquer coisa na área dos cui-dados continuados”, revela.

No caso de Póvoa de São Miguel, “seria aproveitar os subprodutos do olival ou ou-tros, porque têm muitas padarias e queija-rias”: “Vamos tentar fazer com que aque-les produtos consigam ser visualizados fora da região”, diz Inês Borralho, acrescentando que gostaria que o estágio se traduzisse numa experiência marcante. “Não sei se vou con-seguir fazer daqui um trabalho para a vida, mas se conseguisse era uma coisa muito in-teressante, ficar na zona. Uma das coisas que me levou a candidatar foi poder melhorar a minha zona, porque está tudo muito apagado nesta zona, mesmo com o Alqueva. Foram muitas as expetativas e afinal acabaram um bocadinho goradas. As pessoas estão um bo-cadinho desiludidas”, conclui.

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CDU espera pelo ano novo para divulgar candidato

PSD candidata António Sebastião em Beja

António Sebastião, que cumpre o seu terceiro e último mandato como presidente do município

de Almodôvar, é o candidato do PSD à Câmara de Beja nas eleições autárquicas de 2013. Segundo uma fonte do partido ouvida pela Rádio Pax, o nome terá sido escolhido por unanimidade pela conce-lhia e vai ser enviado para aprovação à distrital social democrata. O autarca de-fende uma candidatura que “ultrapasse as fronteiras partidárias” e, perante o que diz ser uma “insatisfação latente” com a governação socialista em Beja, consi-dera que o PSD “não deve acomodar-se

a ser uma espécie de fiel da balança”, de-vendo assumir-se “como uma força polí-tica com todas as condições para poder vir a ganhar a Câmara de Beja”.

CDU divulga candidato no início de 2013

A CDU encontra-se ainda em pro-cesso de discussão para escolher o can-didato à presidência do município de Beja, cujo nome deverá ser divulgado no início de 2013, disse à Lusa o res-ponsável da direção da organização re-gional de Beja do PCP, Miguel Madeira. Segundo o dirigente comunista, a gestão do PS na Câmara de Beja tem sido “uma

completa fraude”, pelo que é “absoluta-mente determinante interromper o ciclo de desastre e incompetência e devolver o concelho às pessoas que nele vivem e trabalham”. Uma missão que só poderá ser levada a cabo pela CDU, razão pela qual “o objetivo da coligação passa por ganhar a Câmara de Beja nas próximas eleições”, concluiu Miguel Madeira.

Da parte do PS, o que se pretende é “manter a maioria na câmara e ganhar a maioria na Assembleia Municipal de Beja”, detida pela CDU, disse também à Lusa o presidente do município, Jorge Pulido Valente.

14

EMAS de Beja adquiriu novo equipamento A Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja comprou um equipamento que permite inspecionar condutas e coletores através de vídeo, o que faz com que o diagnóstico e a resolução de problemas na rede possam ser feitos de uma forma “mais célere e eficiente”. O equipamento tecnológico, “fundamental para a atividade” da EMAS, foi adquirido para “melhorar” os serviços de manutenção das infraestruturas da empresa e os que presta a outras entidades, explica o município de Beja.

Mais baixo que em 2012, o Orçamento Municipal de Sines para 2013,

aprovado por maioria pela Assembleia Municipal, no passado dia

19, contempla um montante de cerca de 44,3 milhões de euros. O

documento destaca como prioridade a conclusão da requalificação

da frente marítima da cidade e dos novos equipamentos para os

desportos, educação, ensino artístico e formação profissional.

Requalificação da frente marítima

de Sines em destaque no

orçamento

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Orçamento de Ourique aprovado por maioria

A Assembleia Municipal de Ourique aprovou, por maioria, as

Grandes Opções do Plano e o Orçamento Municipal para 2013.

Na mesma sessão ordinária foram também discutidos outros

documentos estratégicos, como a Estrutura Orgânica dos

Serviços Municipais – Unidades Orgânicas Flexíveis, que obteve

aprovação por unanimidade, e a proposta de adesão ao Plano de

Apoio à Economia Local (PAEL), aprovada por maioria.

Socialistas de Serpa contra orçamento

Os eleitos do PS na Assembleia Municipal de Serpa votaram

contra as Grandes Opções do Plano e o Orçamento da Câmara

para 2013. Sustentam os socialistas que este é o orçamento

“mais preocupante de sempre”, desde logo porque “não

apresenta investimentos”, sendo que “as dívidas atingiram o

seu ponto mais alto”. Por outro lado, referem em comunicado,

estes documentos estratégicos “abandonam alguns dos projetos

emblemáticos para o concelho, como o laboratório para a

construção sustentável, o Cineteatro de Pias ou o matadouro/

/casa de matanças”. E até aquele que é considerado um projeto

âncora, o centro Musibéria, “está muito aquém dos objetivos

ambiciosos que foram definidos para o seu funcionamento”,

concluem.

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Concentração contra a reorganização do território

Freguesias forama Lisboa fazer-se ouvir

Em defesa das freguesias. Foi este o lema que levou milhares de pes-soas a Lisboa para participarem numa concentração de protesto. As populações do distrito de Beja também marcaram presença e fi-zeram-se ouvir, ecoando as suas preocupações. O protesto, que de-correu junto à residência oficial do Presidente da República, foi or-ganizado pela Anafre.

A Associação Naciona l de Freguesias organizou uma concentração, no sábado, 22,

junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, com o objetivo de protestar contra o atual projeto de lei da Reorganização Administrativa do Território das Freguesias, que agrega 1 160 daqueles órgãos.

Várias freguesias da região mar-caram presença na concentração que pretendeu “alertar o Presidente da República para os prejuízos da elimi-nação de mais de um milhar de fre-guesias em Portugal e para as conse-quências negativas para as populações e para a democracia”.

Recorde-se que a delegação de Beja da Anafre tinha apelado, durante a se-mana passada, “à participação e em-penhamento de todas as freguesias, eleitos, trabalhadores da administra-ção local, coletividades e população do distrito”. E o distrito deu uma resposta positiva.

O Coordenador Distrital de Beja da Associação Nacional de Freguesias, Álvaro Nobre, num comunicado en-viado ao “Diário do Alentejo”, afirmou que “a Anafre continua empenhada em que a reforma administrativa deste governo não entre em vigor”.

O protesto contou ainda com vá-rios momentos musicais, protagoni-zados pelas populações das fregue-sias, e as vozes dos grupos corais dos homens e das mulheres da região tam-bém se fizeram ouvir junto ao Palácio de Belém.

Na ocasião, o presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), Armando Vieira, pediu ao Presidente da República que pro-mova, recorrendo à sua “magistra-tura de inf luência”, a suspensão da aplicação da lei da Reorganização

Administrativa do Território das Freguesias.

“Desejo que o Presidente da República possa, no mínimo, com a sua magistratura de influência, pro-mover a suspensão da aplicação desta lei, aproveitando para aperfeiçoar o modelo, e aproveitando o debate já de-corrido para corrigir os erros já encon-trados”, disse Armando Vieira.

Representando apenas 0,1 por cento do Orçamento do Estado, as freguesias apelam a Cavaco Silva para vetar o projeto de lei 320/XII/2.ª – Reorganização Administrativa do Território das Freguesias, “de modo a permitir um debate e ref lexão livres sobre a temática e não uma reforma imposta”.

O presidente da Anafre voltou a su-blinhar que não é contra a reforma, é apenas contra “este modelo”. “Para que este modelo seja útil, só pode ser deci-dido local e livremente. Só assim é que pode ser pacífica e aceite pelos portu-gueses”, defendeu.

De acordo com a organização do protesto, estiveram presentes entre quatro a cinco mil pessoas.

15

PSD leva medronho ao Parlamento

O deputado eleito por Beja, Mário Simões, e o presidente

da Câmara Municipal de Almodôvar, António Sebastião,

presentearam todos os deputados da Assembleia da República

com uma garrafa de medronho. A oferta natalícia dos social

democratas alentejanos tem implícito o propósito de “valorizar

um produto, endógeno, que é genuinamente alentejano” e vinca

a necessidade de “o projetar em Portugal e além-fronteiras”.

A iniciativa partiu do deputado Mário Simões, que já no

ano passado havia presenteado os eleitos de todas as forças

políticas com assento parlamentar com uma garrafa de vinho

da Adega Cooperativa de Vidigueira, também com o intuito de

“promover os produtos regionais alentejanos”.

Ramos preocupado com serviços florestais

O deputado comunista João Ramos questionou

recentemente o Governo acerca das suas intenções face

aos serviços florestais no distrito de Beja e mostrou-se

especialmente preocupado com a situação dos funcionários

do Ministério da Agricultura em Moura, três em concreto.

Na pergunta dirigida à tutela no passado dia 19, o

parlamentar recordou o ocorrido há cerca de três anos,

quando “a menos de um mês do final do ano, mais de uma

dezena de trabalhadores ficou a saber que passaria para o

quadro de disponíveis no início do ano que se aproximava”.

Uma medida que “deixou ao abandono um dos espaços

florestais mais importantes do distrito – a Contenda de

Moura”. E que deixa agora os atuais trabalhadores “mais

preocupados”, tanto mais que o secretário de Estado das

Florestas já admitiu pretender “racionalizar os serviços”.

Ameixa contra extinção de freguesias

O deputado socialista por Beja, Luís Pita Ameixa, votou

contra o projeto de lei que propõe a extinção de cerca de 1 200

freguesias, discutido na especialidade no passado dia 21 e

aprovado pela maioria PSD/CDS. O parlamentar entende que

as “comunidades locais têm direito à sua autodeterminação” e

que “as autarquias locais não são serviços desconcentrados do

Estado”, sendo antes “entidades autónomas, que representam

interesses próprios e específicos das populações respetivas,

formadas historicamente”. Além disso, adianta Pita Ameixa,

a medida “não tem sequer efeitos positivos na diminuição

da despesa autárquica, nem numa melhor administração”.

O socialista defende ainda o “sistema autárquico dualista”

português e sustenta que a escala das freguesias “tem que ser

pequena, nunca grande”.

Orçamento sim, extinção da ExpoBeja não

A Câmara de Beja tem para o próximo ano um orçamento de

34, 6 milhões de euros. O documento foi aprovado no último

dia 20 em reunião da Assembleia Municipal, com os votos

favoráveis dos eleitos socialistas, as abstenções da CDU, que

detém a maioria naquele órgão, e do PSD, e ainda com o voto

contra do BE. Sendo o montante mais baixo já proposto pelo

atual executivo, trata-se no entanto de um orçamento “realista”

e que aposta na “aceleração económica”, como frisou a maioria

PS na Câmara de Beja. A reunião da Assembleia Municipal

de Beja ficou também marcada pelo chumbo da proposta de

extinção da ExpoBeja, que mereceu a oposição da maioria CDU.

Os comunistas sustentam que a empresa que gere o Parque de

Feiras e Exposições de Beja só deve ser extinta quando existir

um entendimento entre a câmara e a ACOS – Agricultores do

Sul quanto a um modelo de gestão do espaço.

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aldeias2012

Está pelos últimos dias o Ano Europeu para o Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações. Sob o tema, foram dezenas os trabalhos que apresentámos ao longo do ano no “DA”. Mas acima de tudo quisemos registar nas nossas páginas uma verdadeira viagem pelas aldeias envelhecidas da nossa região, num ano em que boa parte delas vai deixar de ser sede de freguesia. Hoje não percorremos as ruas de nenhuma localidade em particular. Juntámos apenas nestas duas páginas alguns dos momentos fotográficos desta série que prometemos retomar já na próxima edição do jornal.

Fotorreportagem José Serrano

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OpiniãoPequenosindíciosRuy Ventura Poeta e ensaísta

Resolvi nesta crónica não sair do pequeno território em que cos-tumo mover-me. Às vezes, para compreendermos o mundo, basta atentarmos em quanto nos rodeia e percebermos até que ponto acontecimentos in-significantes são sintomas do que se passa e indícios do que poderá vir a passar-se na socie-

dade.Há poucos dias, uma horda noturna de adolescen-

tes e jovens adultos atormentou as ruas do meu bairro. Aproveitando a “licença” concedida por uma “festa” que nada tem que ver com a cultura do nosso país, resolveram vandalizar as paredes de várias habitações com pintu-ras e inscrições obscenas, partir janelas de um estabele-cimento comercial, danificar uma central elétrica e des-truir mais alguma propriedade pública, de todos. Apesar do barulho animalesco, do posto das forças de segu-rança, a 200 metros, não veio qualquer reação. Nas mes-mas ruas, segundo me contaram, vai sendo hábito apa-recerem em pleno dia carros com pneus esfaqueados e pintura riscada. Sem que as autoridades façam algo para evitar tal situação. Há até quem afirme que os agentes já declararam saber quem pratica tais atos: os mesmos que até têm assaltado algumas vivendas, mas que não é possível responsabilizar sem haver f lagrante.Desse f la-grante se foge, contudo, não patrulhando as ruas como deve ser, surgindo nos locais do crime, mesmo que sejam a 200 metros, meia hora ou três quartos de hora depois. Zelo só existe na autuação de automóveis mal estaciona-dos, desde que não estejam na rua da esquadra, porque aí o espaço sobre os passeios pertence aos veículos dos pró-prios membros da agremiação.

No meu local de trabalho, ouço que três membros de uma comunidade que persiste na sua autodiscriminação resolveram invadir as instalações para sovarem algu-mas crianças com cor de pele diferente. Nas imediações, vejo donos de estabelecimentos comerciais quase falidos a transportarem os seus filhos - pasmemo-nos - em au-tomóveis topo de gama. Finjo que estou distraído e ouço palavrões contra uma figura que se tem justamente nota-bilizado na luta contra a fome no nosso país. Dizem, alto e do alto da sua justiça, que ninguém tem o direito de su-gerir que devemos prescindir dos lautos lanches na pas-telaria, das mariscadas ao fim de semana, das férias em países estrangeiros, da frequência de bares e de discote-cas, da assistência a concertos de música pop ou pimba cujos bilhetes custam o valor dos alimentos consumidos durante uma semana por uma família normal.

Apuro o ouvido na rua e oiço a revolta dos meus conci-dadãos, apelando (talvez sem saberem) ao despedimento de funcionários públicos e ao encerramento de serviços, de que, depois, terão saudades, organizando manifesta-ções para que voltem a abrir. Ligo o computador e leio alguns textos, plenos de ira e de insanidade, que se pu-blicam na Internet. Há quem apele à morte de todos os políticos – desejando, decerto inconscientemente, o re-gresso de regimes autocráticos, ditatoriais e tirânicos, em que um único político chega para tudo dominar, de-certo com menor despesa (Salazar por essas e por outras tem sido considerado um “santo ditador”).

Chego a casa, abro um livro de José Ortega y Gasset. Leio: “É indiferente se [o homem massificado] se mas-cara de reacionário ou de revolucionário: ativa ou pas-sivamente, dando umas ou outras voltas, o seu estado de ânimo consistirá, decisivamente, em ignorar toda a obrigação e em sentir-se, sem que suspeite das razões, detentor de ilimitados direitos.” Continuo: “as massas creem que têm o direito de impor e de dar vigor de lei às suas conversas de café”. Não páro: “[...] a alma vulgar, sabendo-se vulgar, tem a ousadia de afirmar o direito à vulgaridade e impõe-no em qualquer lado. [...] Quem não seja como os outros, corre o risco de ser eliminado.”

Segundo o escritor espanhol, estas e outras caracte-rísticas do “homem massificado” deram origem, nas pri-meiras décadas do século XX, aos horrores do fascismo, do nazismo e do comunismo. Pergunto-me, com alguma angústia, a que abismo nos levarão agora.

Os opostosque se tocamLuís Covas Lima Bancário

No rescaldo do ano velho e na expectativa do que o ano novo nos reservará, é sem nostalgia que olhamos para o abismo que nos en-goliu. Um percurso com so-lavancos, sobressaltos e de-masiadamente acidentado, faz-nos questionar se me-lhores tempos v irão. Da

consciência à divagação, da euforia ao descalabro, tudo se passou a um ritmo alucinante.

No balanço a fazer, importa não esquecer os mais frágeis, aqueles que deveriam ser uma prioridade da go-vernação, muitas vezes os que mais precisam. Os nos-sos velhotes e crianças, sem ignorar a pobreza e o de-semprego galopante a que temos vindo a assistir.

Com as dificuldades que cada um tem cada vez mais e que lhe vão sendo impostas de forma irredutível, é com solidariedade que todos vamos vivendo e sobre-vivendo. Particularmente, no que respeita aos que es-tão em princípio de vida, as crianças e, principalmente, aqueles que estão na reta final de uma vida cheia de an-gústias e nem sempre bem vivida, os nossos velhotes.

Crianças e velhotes, extremos de um ciclo de vida nem sempre opostos, aliás, na maior parte das vezes muito próximos e que se adoram porque se compreen-dem como ninguém. Não falo tão pouco dos avós e dos netos pela relação umbilical que os une, mas generica-mente dos mais velhos e dos mais novos, onde o com-promisso e a tolerância parecem não ter limites. A pro-ximidade e a cumplicidade entre aqueles que tiveram uma vida, às vezes repleta, mas ao mesmo tempo cheia de nada e de muito “não presto”, com os petizes, traqui-nas ou benjamins, são entendidas como uma manifes-tação de algo que perdurará por gerações e que nunca se perderá.

Acreditam no futuro, que não estará ao alcance de ambos porque a todos já não chegará, mas creem so-bretudo no presente em função de um passado mais re-cente ou não, onde vão aprendendo a viver cada dia que passa. Nos tempos correntes, um dia de cada vez.

Crianças e velhotes parecem polos contrários que nunca se tocam, porque extremos de uma vida. O

princípio e o fim. Mas na realidade, há algo de mais profundo que os liga – a inocência, a ingenuidade e a confiança no próximo. E isso é algo de admirável, é algo que tínhamos enquanto crianças e que só recuperare-mos quando também nós formos velhotes.

Hoje, a meio caminho dos meus 50 anos, não sou inocente, não sou ingénuo mas quero vivamente acre-ditar no próximo…

Por isso, espero que o próximo ano seja um pouco melhor.

A todos, meus caros leitores, os sinceros desejos de um bom ano de 2013!

PS: Registei o sentimento e conteúdo expressos na crónica do José Saúde no número anterior deste jornal. Saudades são muitas. Fico-lhe grato. O pai Nana e famí-lia também agradecem.

O meu desejoninguémvai roubar Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

E chegámos ao Natal e ao final de mais um ano! O País vive um pe-ríodo complicado e o novo ano que se avizinha traz consigo a pro-messa de intensificar as dificulda-des. Mergulhados numa narrativa de desesperança, os nossos gover-nantes parecem esquecer que é o emaranhado de sonhos que ilu-mina e dá beleza à vida. Os portu-

gueses estão desencantados, desconfiados e descrentes. Desencantados com um País que lhes deu, gloriosamente, uma liberdade que brotou dos cravos nas espingardas; des-confiados dos políticos que, face à escassez de alternativas, têm vindo paulatinamente a eleger; descrentes quanto ao seu futuro e ao dos seus filhos num País onde já se apela à emigração. Fica a sensação de haver chegado a uma encru-zilhada onde não se encontra, sequer, o caminho da sur-presa! Resta o desalento e a provável impotência! Chegou, pois, a altura de perguntar aos meus leitores: onde ficou o vosso querer, o vosso desejo? Sim, o desejo que O’Neill va-loriza como “o nosso desejo naquilo que ele tem de mais imperativo? Porque é através desse potente motor que nós, para nos salvarmos da rotina no que ela tem de mortal, po-deremos avançar para mais liberdade”. Maria Gadú clama na sua canção “Sonhos roubados” que “Eu não sei/onde eu deixei/ou se alguém veio roubar/aquele sonho que sonhei/já não sei onde andará/Ninguém vai me dizer/como devo me virar”. Um grito de alerta, de estímulo, de apelo à ac-ção… de moto próprio! Porque quando se quer ou deseja a mudança, não se espera… antes, busca-se! Portanto, meus caros leitores, neste último texto escrito em 2012, quero pedir-vos que não permitam que vos roubem os sonhos! E menos ainda o querer! A vida é tudo ou nada, onde o tal-vez não tem vaga. Por isso, na esteira de António Régio, mesmo que (ainda) não saibamos por onde ir nem para onde ir, saibamos, ao menos, que vive em nós o desejo de não ir, contrariados e ausentes de opções, pelo caminho que outros nos querem impor! É aí que reside a chave do começo! Votos de felicidades para 2013.

Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve se-gundo o Novo Acordo Ortográfico

A quadra impõe o bacalhau e a mensagem de Natal política. Ao contrário do bacalhau, que cumpre um fim muito concreto, a mensagem de Natal política não precisa de ser sólida nem líquida – é por definição um elemento gasoso. Ana Sá Lopes, “I”, 26 de dezembro de 2012

18 ANTÓNIO SEBASTIÃO, o ainda presidente da Câmara Municipal de Almodôvar, é o próximo candidato do

PSD à Câmara de Beja. Um candidato de peso como há muito os sociais democratas não apresentavam à capital de distrito. O que faz antever um combate autárquico interessante, numa altura em que se aguarda apenas qual o contendor que a CDU apresentará no seu canto do ringue. PB

Ter-se-á vivido os últimos dias com a sensação de se estar a passar um Natal feliz? E poder-se-á esperar que o próximo vai ser melhor? Vasco Graça Moura, “Diário de Notícias”, 26 de dezembro de 2012

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Num país em que se discute como cortar quatro mil milhões de euros – nos hospitais, nas escolas, nas pensões -, é imoral a distração dos cinco a sete mil milhões de euros que nos pode custar a fraude do BPN, e os mais de três mil milhões que já nos custou. Rui Tavares, “Público”, 26 de dezembro de 2012

19Para a maioria do COMÉRCIO este foi o Natal menos próspero dos últimos anos. A associação distrital

do setor fala mesmo em “tristeza”. Num ano em que o volume de negócios caiu mais de 35 por cento e em que as insolvências ocorreram à velocidade de três dezenas por dia. Se nada for feito, não restará pedra sobre pedra no edifício do comércio local quando chegar a dita “retoma”. PB

Os órgãos federativos do futebol consideram que se trata de concorrência desleal. Certo é

que, falidos ou desorçamentados, os clubes do distrito aderiram em massa às competições futebolísticas do INATEL. E a festa do futebol, ainda que com regras menos apertadas, faz-se agora nos campos pelados das aldeias no campeonato a que já chamam “Inatelão”. PB

A nossa cidadeManuel Dias Horta Beja

Arrabalde de São Francisco, “bairro de artesãos, de casas térreas, caiadas de branco, com as suas chaminés mouris-cas, os varandins de tijolo vazado, as tendas, as olarias, as oficinas de tecelagem, os ferradores e os fornos de cozer pão e cerâmica”. Assim eram e se chamavam as Portas de Mértola de há muitos, muitos anos.

De há muito tempo necessitada de uma intervenção. Foi agora. Começou bem, começou pelo princípio, pelo subsolo, onde tudo o que era para substituir foi substituído, à exce-ção do que sobra do humano, quando a carne desaparece.

No solo o contraste do branco vidraçado com o preto do basalto a que se hão de juntar umas lajes de mármore branco sugerem-nos mais espaço, quer no comprimento ou largura.

No ar, telas de fabrico apropriado, proteger-nos-ão das conhecidas canículas do verão.

Têm novo visual as Portas de Mértola, mais belo, mais agradável e mais atual!

Cândido Marrecas, ao tempo, brilhante cronista deste jornal e distinto cavalheiro da cidade, numa das suas delei-tosas crónicas escreveu que as Portas de Mértola eram uma encruzilhada de feíssimo aspeto. Se fosse possível cá trazê --lo, havia o nobre senhor de mudar de opinião.

Quando todas as lajes de mármore assentarem sobre aquela areia cinzenta, quando aqueles papagaios que para-ram a meia altura, talvez com falta de guita, forem guarda-dos e regressem com a Primavera e os imóveis abrangidos pela área de intervenção aparecerem com a cara lavada en-tão temos coisa linda!

Deve o residente orgulhar-se do centro da sua cidade e o viajante lembrar-se do arrumo nesta pequena urbe.

Não foram precisas sedas nem cetins. Nem brocados, nem dourados. Apenas imaginação, profissionalismo e simplicidade.

Romenosno AlentejoLeitor anónimo

Venho denunciar uma situação que infelizmente deve aconte-cer muito nesta altura no nosso Alentejo, mas as entidades que devem agir nada fazem, nomeadamente o SEF.

Toda a gente sabe que nesta altura dezenas de romenos vêm trabalhar para a azeitona. Aqui, na antiga panificadora, em Corte Vicente Anes, estão a pernoitar cerca de 40 romenos, entre eles um que os outros dizem que está “sequestrado”, um Stanciu Irinel, porque está com problemas de saúde e, como não pode trabalhar, o líder do grupo (George) e os seus três fi-lhos (Bobi, Sori e Remus) estão a exigir à família do desgraçado milhares de euros para o enviarem para a Roménia a salvo.

Os outros trabalham na apanha da azeitona e costumam cá chegar à panificadora por volta das 18 horas.

Já foram denunciar o caso ao SEF, mas lá eles não querem saber de romenos porque são da UE e um deles diz que ouviu uma mulher num gabinete do SEF a gritar que não queria saber nada de romenos, que estava farta de romenos!

É o país que temos. Se não interessa às autoridades pode ser que interesse ao público.

Perdoe-me não me identificar mas este meio é muito pequeno...

Cartas ao diretorNatal em BelémJosé António Falcão*

O Palácio Nacional de Belém descerrou as suas portas, no dia 14 de dezembro, para a exposição “E um Filho nos foi dado – Iconografia do Menino Deus no Alentejo Mer id iona l ”. E st a i n i-c iat iva , levada a cabo pelo Depa r ta mento do Patr imónio Histór ico e

Artístico da Diocese de Beja e pelo Museu da Presidência da República, constitui uma oportunidade de ouro para dar a conhecer os tesouros artísticos da nossa região. De facto, as exposições na residência oficial do chefe de Estado (e, muito particularmente, as exposições de Natal) possuem a aura de um sítio que não é vulgar, atraindo grande número de visitantes.

Quando a equipa do património diocesano de Beja or-ganizou o guião da exposição, teve em mente um aspeto fundamental da identidade do Alentejo: o desvelo pela in-fância de Cristo. Engana-se quem pensar que o povo alen-tejano é pouco religioso. Na verdade, ele tem um senti-mento profundo da religiosidade tradicional, marcado pela dimensão antropológica do Sagrado e nem sempre regulado pela orto-doxia da Igreja. De tão peculiar mundivi-dência brotou a devoção ao Menino, a Nossa Senhora e à Sagrada Família – uma família alargada, incluindo naturalmente São João Batista, o Baptistinha, primo e precursor de Jesus.

Ao contrário do que se ouvia afirmar, décadas atrás, o Baixo Alentejo conserva um património artístico vasto e diversi-ficado, capaz de sustentar rotas culturais de qualidade. Torna-se necessário dar-lhe voz, trazê-lo ao areópago, romper frontei-ras ou preconceitos. Pelo caráter cosmo-polita e pelas ligações à história por-tuguesa, Belém é uma zona deveras privilegiada para isso, tal como o Palácio é um dos mais belos e mais simbólicos espaços de Lisboa. Neste caso, a expo-sição ocupa o complexo arquitetónico do Jardim da Cascata, um con-junto de edifícios em U, do século XVIII, que se articula com os jardins, o tecido edificado e o Tejo.

Provenientes de igrejas, museus e coleções particula-res, as obras de arte agora reunidas per-m i t e m e n t e n d e r, numa perspetiva as-sumidamente estética, o alcance da veneração tributada ao Menino D e u s . Q u a s e c e m

testemunhos históricos, entre pinturas, esculturas e es-pécimes de artes decorativas ou gráficas, desenham um arco no tempo (da Idade Média ao Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2012) e no espaço (das oficinas re-gionais do Alentejo até à Flandres, a Itália, à Índia ou à China). Muitas destas obras são apresentadas ao público pela primeira vez. Outras, já conhecidas, como as do Museu Rainha D. Leonor ou dos museus da Diocese, bri-lham com especial fulgor.

Chama a atenção, antes de mais, a riqueza iconográfica de um corpus cristológico que se identifica plenamente com o quotidiano, desde as ofertas de ovos e frutos ao re-cém-nascido até à matança do porco. A arte, aqui, é um espelho da própria vida, rural e urbana. Em relação aos temas, aprecia-se a inf luência das ordens mendicantes – carmelitas, franciscanos, dominicanos –, omnipresentes no território transtagano, de Sines a Moura. Na hierar-quia do microcosmos sagrado sobressaem os acervos de conventos e mosteiros bejenses: Santa Clara, Conceição, Esperança… Quanto à contemporaneidade, está repre-sentada por mestres da envergadura de Jorge Vieira ou António Paizana.

O percurso expositivo tira partido do labiríntico enca-deamento das salas dos antigos Viveiros para evocar o ci-clo da Natividade à Infância de Jesus, mas insere-o numa dinâmica mais ampla, partindo da Anunciação como fe-nómeno polarizador do “acontecimento Cristo”. Teologia, arte e identidade convergem aqui numa síntese destinada

a exalçar, acima de tudo, o papel redentor de uma Beleza que habita e transfigura o coração dos homens. Um si-

nal de Luz no meio da tormenta que há de passar. O património deve ser isso mesmo: capacidade de ler o passado para iluminar o presente e vislumbrar o futuro.

Um crítico da cultura lisboeta, tão ouvido quão temido, escreveu, poucos dias após a abertura:

“Esta exposição assesta uma pedrada no charco de águas paradas, gélidas e turvas a que o país condena a arte sacra. O Alentejo surge hoje na primeira linha do património artístico. Fá-lo com gosto, elegância e so-

briedade. Que o cinzentismo deste dezembro agónico seja colorido pelo Natal de uma região

de gauche, dita “pagã”, é um paradoxo que me leva a soltar um Aleluia. Lá

para baixo trabalham bem as coisas, sem alardes, nem

pressas. E, capturando um pedaço do Sol meridio-

nal, trouxeram-no para a capital e fizeram dele a estrela de Belém.” Não tem a arte o po-

der de amansar as feras?

* Diretor do Departamento do Património H i s t ó r i c o e A r t í s t i c o d a Diocese de Beja

Imagem: Menino Jesus Bom Pastor.

Escola indo-por-tuguesa. Séc. XVII. Cuba, Tesouro da

Igreja de S. Vicente.

são antropológica do e regulado pela orto-o peculiar mundivi-o ao Menino, a Nossa amília – uma família tut ralmente São João primo e precursor de

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Futebol juvenil Montemor venceu partida antecipada em Vila Real de Sto António

Há derby em Vidigueira

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DesportoCampeonato Distrital de Benjamins (10.ª jor-nada) – Série A: Ferreirense A-Desportivo de Beja, 14-1; Alvito-Figueirense, 1-10; Sporting Cuba --B.º Conceição, 3-0; Aljustrelense-Vasco Gama, 5-4. Líder: Ferreirense, 23 pontos. Próxima jor-nada (5/1): Alvito-Ferreirense A; B.º Conceição-Fi-gueirense; Vasco Gama-Sporting Cuba; Despertar A-Aljustrelense. Série B: Despertar-Sobral da Adiça, 8-1; Moura- CB Beja, 14-0; Piense-Santo Aleixo, 1-6; NS Beja-Ferreirense, 16-0. Líder: NS Beja, 24 pontos. Próxima jornada (5/1): CB Beja-Despertar B; Sobral da Adiça-NS Beja; Santo Aleixo-Serpa; Ferreirense B-Piense. Série C: Odemirense-Almodôvar, 4-0; Boavista-São Marcos, 1-10; Milfontes B-Milfontes A, 16-0; Rosairense-Ourique, 1-16; Renascente --Cas trense, 2-10. Líder: Odemirense, 28 pontos. Próxima jornada (5/1):São Marcos-Odemirense; Almodôvar-Renascente; Milfontes A-Boavista; Ourique-Milfontes B; Castrense-Rosairense.

Campeonato Distrital de Infantis (10.ª jor-nada) – Série A: Vasco Gama-NS Beja, 0-4; Alvito - -Spor ting Cuba, 7-1; B.º Conceição-Despertar, 1-0; Desportivo Beja-Alvorada, 3-3. Líder: Despertar, 24 pontos. Próxima jornada (5/1): Sporting Cuba - -Vas co Gama; Despertar A-Alvito; Alvorada-B.º Conceição; Ferreirense-Desportivo Beja. Série B: Guadiana-Aldenovense, 3-1; CB Beja-Serpa, 0-9. Líder: Amarelejense, 24 pontos. Próxima jor-nada (5/1): Aldenovense-Amarelejense; Piense - -Guadiana; Serpa-Despertar B; Moura-CB Beja. Série C: Aljustrelense-Renascente,5-2; Milfontes B-Milfontes A, 15-0; Castrense B-Castrense A, 3-15; Almodôvar-Boavista, 12-1. Líder: Odemirense, 24 pontos. Próxima jornada (5/1): Milfontes A-Aljustrelense; Castrense A-Milfontes B; Boavista - -Cas trense B; Odemirense-Almodôvar.

Campeonato Distrital de Iniciados (10.ª jor-nada): Moura-Serpa, 6-1; Guadiana-Ourique, 1-2; Sporting Cuba-Amarelejense, 2-0; Rio de Moinhos - -Ode mirense, 0-1; Despertar-B.º Conceição, 5-1. Líder: Moura, 26 pontos. Próxima jornada (6/1): Milfontes-Moura; Vasco Gama-Guadiana; Ourique-Sporting Cuba; Amarelejense-Operário; Odemirense-Despertar.

Campeonato Distrital de Juvenis (1.ª jor-nada): Desportivo Beja-Despertar, 7-1; Castrense - -Moura, 0-4; Serpa-Almodôvar, 4-0. Líder: Desportivo de Beja, três pontos. Próxima jornada (6/1): Almodôvar-Desportivo Beja; Aljustrelense --Cas trense; Moura-Serpa.

Campeonato Distrital de Juniores (8.ª jor-nada): Aldenovense-Cabeça Gorda, 6-1; Castrense - -So bral da Adiça, 4-0; Odemirense-Desportivo Beja, 1-1. Líder: Castrense, 19 pontos. Próxima jornada (12/1): Cabeça Gorda-Despertar; Vasco Gama-Odemirense; Sobral da Adiça-Aldenovense; Desportivo Beja-Castrense.

Campeonato Nacional de Iniciados (16.ª jor-nada): Despertar-Desportivo de Beja. Líder: Próxima jornada (6/1): São Luís-Despertar; Desportivo Beja-Imortal.

Campeonato Nacional de Juvenis (16.ª jornada): Lusitano Évora-Odemirense, 2-1; Louletano-Despertar, 1-1. Líder: V.Setúbal, 37 pon-tos. 9.º Despertar, nove. 10.º Odemirense, oito. Próxima jornada (6/1): Lusitano Évora-Despertar; Odemirense-Oeiras.

Campeonato Nacional de Juniores (15.ª jor-nada): Louletano-Moura, 3-0. Líder: Oeiras, 45 pontos; 10.º Moura, quatro. Próxima jornada (5/1): Moura-Oeiras.

1.ª Divisão – AF Beja

12.ª jornada

Cabeça Gorda-Serpa .........................................................3-3 Odemirense-São Marcos ..................................................2-0 Bairro da Conceição-Rosairense ....................................0-1 Guadiana-Praia Milfontes ................................................ 1-2 Piense-Aldenovense ........................................................ 0-0 Sp. Cuba-Amarelejense ....................................................2-0 Almodôvar-Desp. Beja ......................................................5-1 J V E D G P

Almodôvar 12 10 2 0 29-10 32Praia Milfontes 12 8 2 2 28-12 26Serpa 12 6 5 1 22-9 23Odemirense 12 7 2 3 16-9 23Piense 12 6 4 2 25-13 22Aldenovense 12 5 4 3 19-14 19Sp. Cuba 12 5 3 4 15-13 18Rosairense 12 4 3 5 17-17 15Cabeça Gorda 12 2 4 6 18-23 10Amarelejense 12 3 1 8 13-23 10São Marcos 12 3 1 8 10-27 10Guadiana 12 3 0 9 14-33 9Desp. Beja 12 2 3 7 10-19 9Bairro da Conceição 12 2 2 8 8-22 8

Próxima jornada (6/2/2013): São Marcos-Bairro da Conceição,

Rosairense-Guadiana, Praia Milfontes-Cabeça Gorda, Serpa -

-Piense, Aldenovense-Sp. Cuba, Amarelejense-Almodôvar,

Desp. Beja-Odemirense.

O Almodôvar goleou o Desportivo de Beja e manteve-se na liderança do cam-peonato distrital da AFBeja, com uma confortável vantagem de seis pontos.

Texto Firmino Paixão

A equipa comandada por David Guerreiro, técnico que mantém um discurso muito cauteloso, as-

sinou uma primeira volta notável e en-trará em 2013 na frente do campeonato, sem derrotas e com o maior número de golos marcados (29), fechando este pri-meiro ciclo de 13 partidas, lá para o Dia de Reis, no terreno do Amarelejense. O segundo classificado é o Milfontes, que venceu em Mértola e está a fazer uma prova à medida do candidato que é, com a pequena mácula das derrotas sofridas em Pias e no recinto do atual líder, des-vantagem para corrigir na segunda me-tade da prova. O Futebol Clube de Serpa fecha o pódio, mas em igualdade com o Odemirense, ambos a nove pontos do 1.º lugar e também com as defesas menos batidas da prova (nove golos sofridos).

No “deve a haver” da jornada natalí-cia sobressaem os dois triunfos em casa alheia, um conseguido pelo Milfontes, com a naturalidade que se lhe exigia, mas confrontando-se com um Guadiana mais consistente do que em passado recente. O outro foi assinado pelo Rosairense no recinto do Bairro da Conceição e na es-treia de Nuno Costa como jogador trei-nador da equipa do Rosário, sucedendo a Luís Pires que renunciou perante a evi-dência de maus resultados que a equipa vinha obtendo. Empate a zero do jogo de Pias, desfecho natural de um derby entre vizinhos, empate a três golos na Cabeça

Cumprida a pausa natalícia, a 3.ª Divisão Nacional regressa na tarde de amanhã com a disputa da décima se-gunda jornada, com mais um I regional da Vidigueira.

Texto Firmino Paixão

Será o Castrense capaz de chegar a Vidigueira e conseguir a desforra da derrota sofrida no seu terreno na

primeira jornada do campeonato, quando

ali recebeu o Vasco da Gama? Não se sabe. Sabe-se apenas que a equipa se tem vindo a reforçar, que venceu em Aljustrel, há duas semanas, no outro derby sul alentejano que ali disputou, e que os vascaínos necessitam de pontos como de “pão para a boca” e que a melhor forma de encetarem a segunda volta do campeonato será ganhando já à forma-ção de Castro Verde, um adversário direto em termos de objetivos.

Mas esta jornada tem outra partida com sotaque alentejano, é a visita do Monte Trigo

a Aljustrel, jogo que os tricolores terão que vencer para ultrapassarem a fase menos po-sitiva que têm vindo a passar.

Entretanto o Moura terá uma difícil des-locação ao terreno do Sesimbra, equipa que nas últimas jornadas tem vindo a crescer e que é difícil de bater no seu terreno.

O líder, União de Montemor, antecipou o jogo para as vésperas de Natal e venceu em Vila Real de Santo António (0-1), man-tendo-se na frente da série F, secundado pelo Lagos e pelo Moura.

A uma jornada do termo da 1.ª volta o Almodôvar é líder destacado

O campeonato não aquece...

Gorda, com o Serpa a perder o fulgor ini-cial e os locais reforçando a sua estraté-gia. O Sporting de Cuba e o Odemirense venceram pela mesma marca e com idên-tica naturalidade, a mesma com que o Desportivo de Beja regressou do terreno do líder com o pesado castigo de cinco golos.

Na tabela de pontos a movimenta-ção deu-se com a ultrapassagem do Odemirense ao Piense e a subida de qua-tro lugares do Cabeça Gorda, que provo-cou quedas ligeiras do Amarelejense, São Marcos, Guadiana e Desportivo de Beja. O Bairro da Conceição continua no fe-cho da tabela. O campeonato sofre uma pausa, regressando a 6 de janeiro do pró-ximo ano para encerrar a primeira volta e confirmar o Desportivo de Almodôvar como “campeão de inverno”.

Campeonato Distrital

de seniores femininos

A equipa da Casa do Benfica de Castro Verde, que na última semana derrotou o

Vasco da Gama da Vidigueira por 7-1, continua a dominar o Campeonato Distrital

de Seniores Femininos da AF Beja. Nos restantes jogos da oitava ronda o Almansor

venceu o Odemirense (3-1) e o Serpa derrotou o Ourique (3-1). As benfiquistas

de Castro Verde lideram com 19 pontos. Próxima jornada (5/1): Vasco da Gama -

-Serpa; Almansor-CB Castro Verde; CB Almodôvar-Odemirense. Folga o Ourique.

Distrital de Beja O Praia de Milfontes, segundo classificado, é a maior ameaça ao líder

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Cumpridas as primeiras seis jornadas da Taça Fundação Inatel em futebol, e numa altura em que as equipas, após a pausa festiva, já preparam o seu re-gresso à competição no fim de semana de 5 e 6 de janeiro, é tempo para cons-truir uma primeira avaliação à forma como o campeonato tem vindo a de-correr nas suas diversas vertentes competitivas.

Texto e foto Firmino Paixão

Recorde-se que estão em prova 47 equipas espalhadas pelo distrito de Beja, com duas equipas do distrito

de Setúbal (Cercalense e Soneguense) e o Serrano (Algarve). Numa análise global, a prova tem sido, desportivamente, bem dis-putada. Em matéria de competitividade ve-rifica-se a existência de duas ou três equipas em cada série que já se destacaram das res-tantes, naturalmente pela existência de me-lhores recursos. Nove equipas permanecem invictas, estando assim distribuídas pelas diversas séries: Vale d’Oca e Santa Vitória (série C), Trindade (série D) Relíquias e Amoreiras (série E), Milfontes e Saboia (sé-

Taça Fundação Inatel 2012/2013

Relíquias e Vale d’Oca são as mais pontuadas

rie F) e Serrano e Santa Clara-a-Nova (série G). O Desportivo das Neves, Messejanense, Soneguense, Cavaleiro e Almodovarense são as equipas que ainda não ganharam ne-nhuma das partidas em que participaram. A equipa mais realizadora do campeonato é o Santaclarense, com 27 golos nos seis jo-gos, seguida do Milfontes (21), do Ficalho e do Vale d’Oca (20). Quintos e Cavaleiro têm, apenas, um golo marcado, e a pior defesa pertence ao Almodovarense, que tem por derrotas todos os jogos realizados e já so-freu 36 golos. As equipas mais pontuadas são a formação “bairro mineiro” de Vale d’Oca, de Aljustrel, e o Relíquias, ambos com 16 pontos, conquistados em cinco vitó-rias e um empate.

Na série A o Luso Serpense tem uma liderança forte (15 pontos), seguido do Ficalho (13) e do Salvadense (10). A sé-rie B é comandada pelo Penedo Gordo (15 pontos) secundado pelo Louredense e pelo Beringelense (ambos com 13). Na série C destaca-se o já referido Vale d’Oca (16) perseguido pelo Santa Vitória (12) e pelo Alvorada (10). O Trindade lidera a série D, com 14 pontos, seguido pelo Aldeia de Fernandes (13) e pelo vizinho Albernoense

(10). Na série E lidera o Relíquias (16 pon-tos), à frente do Amoreiras (14) e do Luzianes (13); o Milfontes e o Saboia co-mandam a série F (14 pontos), à frente do Malavado (9); e, finalmente, na série G o

Santaclarense (13 pontos), o Serrano (12) e o Santa Clara-a-Nova (11) ocupam as pri-meiras três posições. O campeonato será retomado no primeiro fim de semana de 2013.

Taça Fundação Inatel Equipa do Clube Desportivo do Sobral da Adiça

O Grupo Desportivo de Baronia continua líder destacado do campeonato distrital

de futsal da AF Beja, cuja décima jornada terminou com os resultados: Safara -

-Ferreirense, 2-18; Barrancos-Desportivo Beja, 3-2; Almodovarense-IPBeja, 9-0;

Baronia-Vasco Gama, 3-0; Alcoforado-NS Moura, 3-4; AdVNSBento-Vila Ruiva, 5-6.

Próxima jornada (4/1): Luzerna-Safara; Ferreirense-Barrancos; Desportivo Beja -

-Almodovarense; IP Beja-Baronia; Vasco Gama-Alcoforado; NS Moura-AdVNSBento.

Grupo Desportivo de Baronia

lidera futsal

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Diário do Alentejo28 dezembro 2012

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dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta

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Superior de Medicina

Dentária de Lisboa)

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Exames da audição

Consultas a partir das 14 horas

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Telef. 284322527 BEJA

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Classes para Incontinência

Urinária

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Pélvico

Reabilitação

Pós Mastectomia

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de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.

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Fax 284326341

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Especialista

pela Ordem

dos Médicos

e Ministério da Saúde

Generalista

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de Sousa, 56-A – Sala 8

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de Beja

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Especialista pela Ordem

dos Médicos

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Page 23: Edição N.º 1601

Diário do Alentejo28 dezembro 2012

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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/

Desabituação tabágica – H. Pulido Valente

Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina

Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de

Lisboa

Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja

Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja

Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia

Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.

Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –

Tratamento inovador para deixar de fumar

Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar

Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação

Especial e Reabilitação

Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H.

de Beja

Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/

Obesidade – Instituto Português de Oncologia de

Lisboa

Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias

Urinárias – H. Beja

Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de

Évora

Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-

talar de Lisboa (H.Júlio de Matos).

Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças

de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.

Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/

Alergologia Respiratória/Apneia do Sono

Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e

Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar

do Baixo Alentejo

Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital

de Beja

Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia

Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) –

Hospital da Cuf – Infante Santo

Dr. Jorge Araújo – Ecografi as Obstétricas

Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças

do Sangue – Hospital de Beja

Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica –

Hospital de Beja

Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia

da Orta.

Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/

Orientação Vocacional

Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala

Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação

Especial e Reabilitação

Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira

especialista em saúde materna/Cuidados de

enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação

pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-

nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

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e aos sábados, das 8 às 13 horas

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TAC – Corpo, Neuroradiologia,

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e Castro – Jaime Cruz Maurício

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Page 24: Edição N.º 1601

Diário do Alentejo28 dezembro 2012

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Diário do Alentejo n.º 1601 de 28/12/2012 2.ª Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE ALMODÔVARSecção Única

ANÚNCIOProcesso: 621/10.3GCFARProcesso Comum (Tribunal Singular)

N/Referência: 319983

O Mm°) Juiz de Direito Dr. Pedro Godinho, da Secção Única - Tri-

bunal Judicial de Almodôvar:

Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular), n.°

621/10.3GCFAR, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Manuel

Cascales natural de: França; nacional de França nascido em 01-02-1956

estado civil: Desconhecido, profi ssão:

Desconhecida ou sem Profi ssão domicílio: Rue Pologne 18, N°

38 1º-2º, 75, Paris, 75055 Paris França, por se encontrar acusado da

prática do(s) crime(s):

1 crime(s) de Furto simples, p.p. pelo art.° 203° do C. Penal, pra-

ticado em 21-08-2010; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em

27-11-2012, nos termos do art.° 335° do C. P. Penal.

A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação

do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes

efeitos:

a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresen-

tação ou detenção do(a) arguido, sem prejuízo da realização de actos

urgentes nos termos do art.° 320.° do C. P. Penal;

b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial

celebrados pelo arguido, após esta declaração;

c) Proibição de obtenção de passaporte, cartão do cidadão ou

contribuiente fi scal;

d) Proibição de obtenção ou renovação de carta de condução,

carta de caçador ou licença de uso e porte de arma;

e) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos

junto de autoridades públicas.

Almodôvar, 29-11-2012.

O/A Juiz de Direito,

Dr. Pedro Godinho

O/A Escrivão Adjunto,

Paula Brito

Diário do Alentejo n.º 1601 de 28/12/2012 2.ª Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE ALMODÔVARSecção Única

ANÚNCIO Processo: 92/08.4GBADVProcesso Comum (Tribunal Colectivo)

N/Referência: 319996

O/A Mmo(a) Juiz de Direito Dr(a). Pedro Godinho, do(a) Secção

Única – Tribunal Judicial de Almodôvar:

Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Coletivo), n.°

92/08.4GBADV, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Farit Ache-

raf fi lho(a) de Khaled Abedkadar Acheraf e de Sohra Daurchi natural de:

Egipto; nacional de Egipto nascido em 15-05-1975 estado civil: Solteiro,

profi ssão: Carpinteiro domicílio: Rua da Padaria, Pensão Algarve, 1100-

000 Lisboa, por se encontrar acusado da prática do(s) crime(s):

1 crime(s) de Furto qualifi cado, p.p. pelo art.° 204° do C. Penal,

praticado em 18-12-2008; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz,

em 27-11-2012, nos termos do art.° 335° do C. P. Penal.

A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação

do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes

efeitos:

a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresenta-

ção ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realização de actos

urgentes nos termos do art.° 320.° do C. P. Penal;

b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial

celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração;

c) Proibição de obtenção de passaporte, cartão do cidadão ou

contribuinte fi scal;

d) Proibição de obtenção ou renovação de carta de condução,

carta de caçador ou licença de uso e porte de arma:

e) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos

junto de autoridades públicas.

Almodôvar, 29-11-2012.

O/A Juiz de Direito,

Dr. Pedro Godinho

O/A Escrivão Adjunto,

Paula Brito

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Diário do Alentejo n.º 1601 de 28/12/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL

DO BAIXO ALENTEJO E LITORAL

Assembleia Geral do NERBE/

AEBAL – Associação Empresa-

rial do Baixo Alentejo e Litoral

Convocam-se os associados do NERBE/AEBAL –

Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral para a

reunião em epígrafe:

Dia: 4 de janeiro de 2013

Hora: 17 horas

Local: Rua Cidade S. Paulo – Beje (sede)

Ordem de Trabalhos:

1– Apreciação e votação do Plano de Actividades para

2013.

2 – Apreciação e votação do Orçamento para 2013.

Não estando presentes mais de metade dos sócios com

direito a voto, a Assembleia Geral Extraordinária reunirá em

segunda convocatória 30 minutos depois da hora marcada

para a primeira com qualquer número de sócios.

Beja, 21de Dezembro de 2012

A Presidente da Assembleia Geral

Ana Paula Inácio

Diário do Alentejo n.º 1601 de 28/12/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO SOCIAL UNIDOS

DE SANTANA DO CAMPO

CONVOCATÓRIA

Eu Tiago Miguel Macau Ramos, na qualidade de Presiden-

te da Mesa da Assembleia geral da Associação Social Unidos

de Santana do Campo, ao abrigo dos artigos 30.º e 31.º

dos Estatutos desta Associação convoco por este meio a

Assembleia Geral Ordinária relativa a eleições gerais para

o triénio 2013/2015, para o dia 29 de dezembro de 2012,

pelas 18 horas, na sede desta Associação, sita na Rua 25

de Abril, 34, em Santana do Campo.

Ordem de Trabalhos

1 – Leitura da Ata da última Assembleia-geral;

2 – Informações;

3 – Eleger os membros dos Órgãos Sociais para o

triénio 2013/2015.

4 – Reconhecimento expresso da impossibilidade ou

inconveniência de substituição dos membros dos corpos

gerentes que já desempenharam dois mandatos consecu-

tivos por parte da Assembleia geral se for caso disso.

Funcionamento da Assembleia Geral

A Assembleia geral funcionará em primeira convocatória

com a presença de mais de metade dos associados com

o direito a voto e, não havendo funcionará em segunda

convocatória uma hora depois com qualquer número

de presentes, pelo que a presente convocatória assim o

determina.

Assim, convida por este meio os sócios desta Associa-

ção a apresentarem Listas para constituição dos Órgãos

Sociais para o triénio 2013/2015.

As referidas Listas deverão ser apresentadas na secre-

taria da Associação até ao dia 23 de dezembro do presente

ano e estarão afi xadas na sede da Associação desde esse

dia até ao dia da eleição.

A tomada de posse dos Órgãos Sociais eleitos ocorrerá

no dia 12 de janeiro de 2013, pelas 15 horas, na sede da

Associação.

Santana do Campo, 2012/11/19

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Tiago Miguel Macau Ramos

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Respostas por escrito ao

Dr. Jaime Palma

Largo Escritor Manuel Ribeiro, 10, 2.º B,

7800-421 Beja

Page 25: Edição N.º 1601

Diário do Alentejo28 dezembro 2012

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MISSA

António Luís

Lampreia Aleixo

Engrossa4.º Ano de dor e saudade

Sua mãe, irmã e restante família

participam a todas as pessoas

de suas relações e amizade

que será celebrada missa pela

alma do seu ente querido no dia

02/01/2013, quarta-feira, às 18 e

30 horas na igreja do Carmo, em

Beja, agradecendo antecipada-

mente a todos os que compare-

cerem ao ato religioso.

MISSA

José Miguel Martins1.º Ano de Eterna Saudade

Lembrar-te é fácil, esquecer-te

nunca. Há um ano que já não

estás entre nós mas perma-

necerás sempre nos nossos

corações.

Esposa, fi lhos e restante famí-

lia participam a todas as pes-

soas de sua amizade que será

celebrada missa pelo eterno

descanso do seu ente queri-

do no dia 30 de dezembro de

2012, pelas 17 e 30 horas, na

igreja de Santa Maria.

SELMES

MISSA

José Oliveira1.º Ano de Eterna Saudade

Sua esposa e restante fa-

mília participam a todas as

pessoas de suas relações e

amizade que será celebra-

da missa pelo eterno des-

canso do seu ente querido

no dia 30/12/2012, domin-

go, às 15 horas, na Igreja

Matriz de Selmes, agrade-

cendo desde já a todos os

que comparecerem ao ato

religioso.

MISSA

João Augusto Leitão

das Dores

É com pesar que partici-

pamos a missa do 30.º dia

que se realizará no dia 2

de Janeiro de 2013, quarta-

feira, pelas 18 e 30 horas na

Igreja da Sé em Beja.

Vidigueira

AGRADECIMENTO

José Manuel Estrela

Cigarro Nasceu a 02.06.1949

Faleceu a 24.12.2012

Sua família na impossibilida-

de de o fazer pessoalmente

agradece por este meio a to-

das as pessoas que o acom-

panharam à sua última mo-

rada ou que de outro modo

manifestaram o seu pesar.

Santana

AGRADECIMENTO

Maria Antónia Lisboa Nasceu a 27.01.1939

Faleceu a 10.12.2012

Sua família na impossibi-

lidade de o fazer pessoal-

mente agradece por este

meio a todas as pessoas

que a acompanharam à sua

última morada ou que de

outro modo manifestaram o

seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.

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ASSINATURA

Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail [email protected]

Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail [email protected]

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Morada ______________________________________________________________________________

Localidade ___________________________________________________________________________

Código Postal ________________________________________________________________________

Nº Contribuinte ________________________Telefone / Telemóvel ______________________________

Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________

*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

Santa Iria

PARTICIPAÇÃO

É com pesar que participamos

o falecimento da Sra. D. Isabel

Maria da Conceição, ocorrido

no dia 26/12/2012, de 87 anos,

casada com o Sr. Francisco

João Correia, natural da fre-

guesia de Salvador, Serpa. O

funeral a cargo desta Agência

realizou-se no dia 27/12/2012,

pelas 10 e 30 horas, da Casa

Mortuária de Serpa para o ce-

mitério local.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA

Gerência: António CoelhoTm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 |

Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

Page 26: Edição N.º 1601

Diário do Alentejo28 dezembro 2012

26

Todas as semanas

os leitores do “Diário

do Alentejo” vão ter descontos.

Os anúncios desta secção pretendem,

por um lado, dar um impulso à economia

local e, por outro, ajudar os consumidores

neste tempo de crise.

Aproveite as oportunidades.

76%É a percentagem de leitores de jornais

que no distrito de Beja todas as semanas leem o “Diário do Alentejo” na sua versão papel.

No Facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade

regional na página do “DA”.

www.diariodoalentejo.pt facebook.com/diariodoalentejo

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Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

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27A campanha “Papel por Alimentos”, lançada há um ano pelo Banco Alimentar Contra a

Fome, recolheu mais de três mil toneladas de papel, que converteu em 300 mil euros de

alimentos, prioritariamente leite, atum e azeite. A presidente da instituição, Isabel Jonet,

fez um balanço dos primeiros 11 meses da campanha (os dados mais atualizados são até

final de novembro) e referiu que é “de muito sucesso”. Para a responsável, uma das chaves

do sucesso desta campanha foi o facto de ter a “dupla vertente ambiental e solidária”, que

permitiu usar um produto normalmente desaproveitado (papel) e trocá-lo por alimentos.

Banco Alimentar recolhe três mil

toneladas de papel

Beja divulga novos sabores

Novas lojas apostam nos produtos regionais

Indiscutivelmente os sabores regio-nais são cada vez mais a grande oferta no centro da cidade de Beja. Uma aposta que parece garantir o sucesso de alguns comerciantes, oferece di-versidade para os mais curiosos. São seis pequenos comércios que se de-dicam à venda de produtos regionais. Jovens que aliaram a cultura a uma oportunidade de inovar e regressar ao tradicional.

Publireportagem Sandra Sanches

Os comerciantes deste ramo tentam, acima de tudo, cativar uma pro-cura mais ativa da população tor-

nando o comércio um incentivo ao con-sumo do que é tradicional. Nestas lojas, produtos com sabores da região não fal-tam, e nas prateleiras da loja da empresá-ria Ana Valadas a oferta é variada: licores, compotas, vinhos, azeites, frutos secos, rebuçados, mel e azeitonas. De tudo um pouco do que é regional. É na Tradição dos Sabores, aberta há cerca de dois meses nas instalações do Mercado Municipal de Beja,

que Ana Valadas afirma que a “cidade já merecia um comércio tradicional mais de-senvolvido”. A empresária é da opinião de que as pessoas já se encontram um pouco saturadas das grandes superfícies, procu-rando algo mais associado à nossa região.

Por outro lado, Telma Bolinhas, a mi-croempresária da Sabores do Alentejo, já se encontra neste ramo de negócio há mais tempo, cerca de três anos e meio, e, nestas alturas em que a azáfama às com-pras é mais significativa, tenta sempre ino-var, disponibilizando aos clientes a venda de cabazes que conferem a possibilidade de juntar o melhor de cada fileira para degus-tação, das compotas aos vinhos.

Se para uns o comércio se baseia na venda dos produtos locais, outros tentam ir mais além associando os produtos do Baixo Alentejo aos do Alto Alentejo, como é o caso da Mercearia Bejense, propriedade de Sandra Páscoa, que diz aproveitar a sua naturalidade – Marvão – para vender na sua mercearia produtos da terra, aliados aos produtos do Baixo Alentejo: rebuçados de ovos, mel de Marvão, azeites da herdade da Almojanda, azeites de Portel, bolachas

de Sousel, licores da Botica, xaropes e com-potas do Vale do Mestre. Tudo produ-tos que Sandra Páscoa refere “marcarem pela diferença”, já que são algo nunca an-tes visto na cidade. Sandra Páscoa adianta ainda que as pessoas “vêm de fora propo-sitadamente porque sabem que cá vão en-contrar, por exemplo, os famosos rebuça-dos de ovos de Portalegre”. Ou mesmo o pão de São Pedro de Sólis, considerado o melhor pão português e já agraciado com a medalha de ouro na Feira Nacional da Agricultura de Santarém. E fruto desta procura a empresária adianta já conhecer os seus clientes pelo nome e estar surpre-endida pela adesão positiva da população.

Ao gosto pelo ramo do negócio, estas empresárias aliam o interesse pelo comér-cio tradicional, naquilo que são as suas ra-ízes mais profundas, incentivando a pro-cura dos sabores mais emblemáticos da terra. E ainda que se fale em crise, esta pa-lavra passa ao lado dos ouvidos destas em-presárias, que, mesmo vítimas do atual cenário económico, decidiram criar es-truturas para a criação do seu próprio emprego.

Acessório abriu em BejaDesde o início do presente mês que

a cidade de Beja conta com um novo

espaço comercial. A Acessório é uma

loja que coloca à disposição tudo o

que os clientes, particularmente do

setor feminino, necessitam em matéria

de acessórios: malas, cintos, luvas,

bijuteria e artigos para crianças. A

proprietária, Susete Soares, refere que

“o gosto pelas vendas já era muito”

e que, embora seja um negócio um

pouco “visto” na cidade, decidiu

avançar mesmo assim, adiantando

que até à data a adesão por parte da

população tem sido bastante positiva.

Tyco Electronics cria mais 25 postos de trabalhoA Tyco Electronics, a maior empregadora

do setor privado no distrito de Évora,

acaba de ver aprovado um contrato

de investimento de 31 milhões

de euros provenientes de fundos

comunitários. Mantêm-se os cerca de

1537 trabalhadores e são criados mais

25 postos de trabalho. O investimento

chega para expandir a unidade industrial

de Évora e concentrar nesta fábrica

a atividade mundial de produção de

relés para a indústria automóvel. A

empresa norte-americana justifica

a escolha da fábrica de Évora com

a experiência acumulada de quase

40 anos a produzir relés para a

indústria automóvel, o que tem levado

a que outras pequenas empresas se

instalem na região e mesmo noutros

pontos do País para fornecimento e

prestação de serviços à sua unidade

industrial. É um projeto considerado

de “relevância nacional”, afirma

António Dieb, presidente da Comissão

de Coordenação e Desenvolvimento

Regional do Alentejo (Ccdra).

Caixa Agrícola de Beja e Mértola reforça apoios à agriculturaO apoio à atividade agrícola,

nomeadamente aos projetos ligados

ao regadio, será uma das prioridades

da Caixa Agrícola de Beja e Mértola

em 2013, contando para tal com uma

nova linha de crédito, segundo justifica

o administrador, Francisco Correia:

“Trata-se de uma linha de crédito que

foi implementada por nós e que visa

a aquisição de equipamentos para o

regadio”. O responsável adianta ainda

que olha para o setor “com muita

esperança e muito entusiasmo”. Uma

realidade que levou a Caixa Agrícola

de Beja e Mértola a implementar, no

último verão, uma linha de crédito

vocacionada para as culturas de regadio.

Empresas

Com m o ooo obobobo jejeeeeeeeeeeetittittiititiittitiittiititittiittiiittitittt vovovovovovovovoovooovovovovovvovovovovovovoovovovovovovovovovovovov dddddddddddddddddd dd d dd ddddeeeeeee e eee chchhhccchcchchcchchchhccc amamamammmmmamamammmamammammammmmmamaaa ararararararararararararraaaraaraaarararaar aaaaaaaaaaaaa a aaaaaaaaaa aaa popooopupuupppp lalação papapapapaapapaaapaaaaaapaaaapaaaaaaaaappaaaaaaaaapaaaaappapaaaaaaparrrraraararaararrarararararrrararararaaraararararrraraaararaararararararararaaraaaaararararaarara aaa a aaaaa aaaaaaaaaaa a aa aaaaa a a aa a aa aa rrrrrrrrrrrrrrrrr r rrrr rrrr rrr rrrrrrrrrrrrreeeaeaeaeaeaeeaeeeaeeaeaeaeaeeaeaeaeaeeeaeaeeaeaeeaaeaeaeeeeaeaaaaeaaaaeaaeaaaeaeaeeeeaaeeeee lillilliilliliiliililiiilliililliliilililillililllliilililliliililliiddddddddadadadadadadadadadadadadadadaaadadadadadadaddaaadadaddaaaddadadadadadadaaadadadadaddddddddddddeddededeedededdedededededdedededededeedededededdedededddedededeededeeededededeededeeededdddeddd dodos ssssss 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Boa vidaComerBacalhau com tomate e ovosIngredientespara 4 pessoas:4 postas de bacalhau;q.b de azeite;q.b de pimenta branca;1 cebola media ;4 dentes de alho;4 ovos;2 tomates maduros sem pele e sem grainhas;Para o acompanhamento:1 alface;1 molho pequeno de coentros;1 molho pequeno de hortelã;q.b de sal fino;q.b de azeite;q.b de vinagre de vinho branco;

Confecção: Depois do bacalhau devida-mente demolhado, coza-o em água.Deixe arrefecer e desfie-o.Numa frigideira antiade-rente coloque azeite, cebola picada e os alhos picados.Quando a cebola estiver murcha junte o tomate pi-cado, um pouco de sal e a pimenta.Ju nte o bac a l hau e envolva-o.Numa taça coloque os ovos inteiros e bata com as varas de arame.Junte ao preparado anterior. Mexa e retifique o tempero a seu gosto.Sirva com salada de alface, coentros, hortelã e tempere com sal, azeite e vinagreBom apetite…

Nota: Pode utilizar baca-lhau já demolhado e conge-lado, ou substitui- lo por um outro peixe qualquer

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasO quartetode Alexandria

A cidade é Alexandria e o tempo é o do antes e du-rante a II Guerra Mundial

que Lawrence Durrell – o inglês nascido na Índia britânica, aluno dos Jesuítas em Darjeeling antes de se formar em Canterbury – co-nheceu bem entre 1942 e 1945. Foi lá que o escritor se apaixonou pela judia E v e C o h e n , a mulher que lhe terá inspirado a personagem Justine.

No prefácio a Balthazar, Durrell assumiu que, com esta obra de investigação sobre o amor moderno [a expressão é do do au-tor], quis explorar a noção de relati-vidade – os três primeiros volumes relatam os mesmos acontecimen-tos revistos, porém, em função da sensibilidade de diferentes sujei-tos e em função de perspectivas alternativas. Finalmente o quarto romance, passado em Corfu seis anos depois dos eventos relatados, releva as mudanças ocorridas ao longo do tempo. Porém, se O quar-teto de Alexandria se impôs como uma obra sobre as complexidades e os paradoxos do amor moderno, é também um conto que fixa e tem como fundo, não menos com-plexo, o imperialismo e nacionalis-mos modernos, questionando, por isso, a natureza do poder enquanto aborda também a questão palesti-niana.

Um dos grandes clássicos da li-teratura mundial do século XX, é agora publicado pela Dom Quixote numa edição conjunta que reúne Justine, Balthazar, Mountolive e Clea, e recupera a tradução dos quatro volumes publicados entre 1960 e 1961 pela editora Ulisseia, alterada de modo a respeitar a edi-ção definitiva do texto, revisto por Durrell em 1962.

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaHá 50 anosfoi assim…

As duas primeiras décadas da segunda metade do século XX são riquíssimas na emissão de Inteiros Postais, nome-

adamente de bilhetes postais e de telegramas. No que respeita à emissão de bilhetes postais natalícios, foi produzido um acervo de muitas dezenas de postais iconograficamente muito ricos e variados.

Tal como vinha acontecendo desde 1953, e continuou até 1966, os oito postais emiti-dos para o Natal de 1962, para além da ima-gem alegórica à época festiva, apresentam um poema de Pedro Homem de Mello.

No final de cada poema está a inscrição (em duas linhas e em maiúsculas):Natal de 1962/Pedro Homem de Mello.

Os postais apresentam o emblema do “postilhão”, não têm a franquia impressa e eram vendidos a 1$20 o exemplar.

O título do poema do último postal da sé-rie apresenta um erro. Foi erradamente im-presso AD HOMNES, em vez de AD OMNES. Em todos os exemplares vendidos aos bal-cões dos CTT a letra H foi anulada manual-mente. Porém, não o foi nos postais reprodu-zidos no Anuário dos CTT de 1962. (Veja-se o exemplar reproduzido.)

E O VERBO SE FEZ CARNENoite.Uma paz Que é absoluta.Os homens rezam!E Deus escuta. REDENÇÃODos séculosHá dois:- Um, antes de Jesus;Outro, depois.

INQUÉRITOAcaso já pensaste na incertezaDos que hão de ficar sós, a horas mortas,Quando hoje, se fecharem mais as portas E se alongar, de novo, a tua mesa?

OFERTAÉ um menino…Espera a consoada?Para ele o mundo Está na tua mão…Ajoelha, pois.(Até sem dizer nada!)Mas abre o peitoE dá-lhe o coração!

MENSAGEMNem sei já de mar sem fundo,Nem de noite, já sem luz.Sei que paira sobre o Mundo,Esta palava: Jesus…

REALIDADENão ver Jesus é negarO Sol enquanto alumia.Como descrer dos PoetasQuando há tanta poesia?

SALVAÇÃOQue ninguém perca a esperançaDe alcançar o paraíso!- às vezes, basta um sorrisoNa boca de uma criança…

AD OMNESJesus de África?Da Europa?CáOu lá.Seja onde for.JesusDaqueles que sofrem!Sua corÉ não ter cor…

Geada de Sousa

O quarteto de AlexandriaLawrence DurrellDom Quixote906 págs29,90 euros.

28 A Câmara Municipal de Alcácer do Sal decidiu manter em funcionamento os refeitórios escolares do

concelho na pausa letiva do Natal, à semelhança do ano anterior. A vereadora do pelouro da Educação, Isabel

Vicente, explica que esta é uma medida que, além de dar resposta “aos imensos pedidos dos pais que, estando

a trabalhar, não têm com quem deixar as crianças”, apoia também “as famílias em tempos complicados”.

Isabel Vicente adianta ainda que, a partir do segundo período letivo, a Escola Básica nº.1 de Alcácer do Sal vai

oferecer o pequeno-almoço e o lanche aos casos assinalados de crianças que se encontravam em situação de

carência alimentar.

Alcácer mantém refeitórios escolares

abertos na pausa natalícia

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História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

O Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa é o próximo convidado da

iniciativa Cante ao Menino – Rota das Catedrais 2012, promovida pela Direção

Regional de Cultura do Alentejo. Fundado na década de 20 do século passado,

o coral da margem esquerda do Guadiana vai estar amanhã, sábado, pelas 17

horas, na Sé de Évora, com um repertório natalício. Modas como “Menino”,

“Janeiras” e “Reis”, todos tradicionais de Serpa, fazem parte do alinhamento,

além de “Nossa Senhora do Carmo”, “Serpa de Guadalupe” e “Bom Pastor”.

Presépios de Alexandra Graça para ver no IPBeja

A exposição de presépios da

artista bejense Alexandra

Graça vai continuar patente no

Instituto Politécnico de Beja

até ao próximo dia 7 de janeiro.

Todas as peças expostas foram

minuciosamente elaboradas à

mão pela autora, com recurso

a materiais reciclados e a

outros como o tecido, o papel

e os bordados. A mostra

reflete “a contemporaneidade

e a tradição associadas à

natividade celebrada nesta

época”, e traduz-se num

conjunto de presépios

temáticos, que marcam a

diferença pela profusão de

fantasia e cor. Os presépios

de Alexandra Graça, que

acabou de lançar o livro Natal

também é fado, ilustrado por

José Francisco, já marcaram

presença em diversas expo-

sições, como no Museu da

Presidência da República e nas

Minas do Lousal, em Grândola.

Mercadinho de Natal de Grândola até dia 31 Peças originais e exclusivas

em cerâmica ou ferro forjado,

lavores, compotas e doces

regionais são apenas algumas

das propostas do Mercadinho

de Natal de Grândola, que está

a decorrer desde o início do

mês e até ao próximo dia 31, de

segunda a sábado, entre as 9 e

as 19 horas. O Mercadinho de

Natal, que faz parte da estratégia

do município de Grândola

de promoção e de apoio ao

artesanato, funciona no centro

tradicional da Vila Morena.

Memórias de uma Mina no Museu da Ruralidade

No local onde, aos 20 dias do

mês de janeiro, decorre a Feira

do Pau Roxo, em Castro Verde,

funcionou, durante quase um

século, a mina do Rossio do

Santo, ou de São Sebastião. A

extração de galena, chumbo

e barite cessou em 1962/1963

e o que hoje disso resta são

algumas, escassas, memórias

de alguns trabalhadores,

agora reunidas numa

exposição que está patente

no Museu da Ruralidade, em

Entradas, até 31 de janeiro.

A mostra “Memórias de

uma Mina – Rossio de São

Sebastião” resgata retalhos

da vida de alguns antigos

mineiros que ali começaram

a trabalhar aos 11, 12 e 13

anos, podendo ser apreciada

de quarta-feira a domingo,

entre as 10 e as 18 horas.

Grupo Coral de Serpa

atua na Sé de Évora

Fim de semana

Os Azeitonas, Serafim e Virgem Suta

são as grandes atrações

Reveillon bejense dura

três noitesB

eja celebra o fim de ano com três noites de festa na praça da República, uma estratégia do município para “manter as pessoas na cidade nesta época festiva e atrair novos pú-

blicos a Beja”. O programa festivo arranca já amanhã, sábado, com as atuações dos bejenses Tango Paris e de Os Azeitonas, au-tores do muito badalado “Anda comigo ver os aviões”, num pri-meiro serão que encerra com a Penthouse Golden Night Party, animada pelos DJ Roody Deejay e Nadia Mendez. Para domingo, está prevista uma noite de stand up comedy com o bejense Jorge Serafim e António Raminhos. O concerto de abertura estará a cargo dos Caracol Blues, banda roqueira também de Beja, e o en-cerramento fica por conta de Fernando Alvim. Para encerrar, na noite em que o ano de 2012 se despede, segunda-feira, 31, sobem ao palco os Mojo, a preparar terreno para os Virgem Suta, outros da “prata da casa” que já têm estatuto de sucesso nacional. O re-veillon bejense prossegue pela madrugada dentro com os DJ dos bares de Beja que apoiam a iniciativa.

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

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Inquérito Que perspetivas tem para 2013?

PROF. SASSI PEREIRA,

39 ANOS

Astrólogo, vidente

e besta negra dos maus -

-olhados

Perspetivo coisas que só uma mente límpida como

a minha consegue ver: que 2013 vem logo a seguir

a 2012, por exemplo. Pelo que posso ler nestes bú-

zios que espalhei neste cesto de vime, 2013 vai ser

um ano difícil, com pouco dinheiro e fortuna. Venha

a uma consulta minha e a sua sorte mudará – basta

untar o seu corpo com fígado de iguana e lágri-

mas de koala para impedir que a infelicidade ou o

Orçamento do Estado lhe possam tocar.

ARTUR BATISTA DA SILVA

Comentador e espe-

cia lista-da-ONU -que -

-foi -entrevistado -por -

-jornalistas-como -espe-

cialista-da-ONU-e -agora -

-percebe-se-que -não-é -

-especialista-da-ONU

Estou certo que será um ano difícil. Daqui a seis me-

ses Portugal estará na penúria absoluta e terá de

renegociar a dívida. Desde que fui para a ONU que

defendo isto – curiosamente foi no mesmo ano

em que ganhei o Nobel da Física e me casei com a

Angelina Jolie. Se não arrepiarmos caminho, fi-

caremos em maus lençóis. Estou a avisar, mas pa-

rece que o Governo não ouve. Foi como quando avi-

sei Viriato de que poderia ser traído, e ele não me

ligou…

VÍTOR GASPAR, 52 ANOS

Ministro das Finanças

Estão… a ouvir-me? Obrigado pela sua… pergunta

que é… se me permite… uma ótima pergunta. O

ano de 2013 será… ao que tudo… indica… o ano

do princípio… do início… do começo… da mais

que provável… eventual… e possível retoma eco-

nómica. Será…. também… o ano em que… final-

mente…acertarei uma… previsão… nem que

seja no… Totobola. O orçamento é… difícil mas

é nossa convicção de que é…exequível, como po-

dem ver… no gráfico projetado nas minhas…

olheiras…

Concelhos com dificuldades económicas ven-dem freguesias extintas na Internet A recente ex-tinção de freguesias pode ter criado problemas a algumas populações, mas também abriu oportunidades de negócio. Segundo apurámos, alguns dos concelhos da região estão a vender as freguesias extintas na Internet com o propósito

de angariar dinheiro: “Sempre é uma maneira de fazer mais algum, em vez de deixar as freguesias na despensa a ga-nhar pó!”, declarou um presidente de junta. O que é certo é que encontrámos em alguns sites de venda on line anúncios como os seguintes: “Vende-se freguesia extensa com al-guns idosos que saem pouco à rua e três cães (um deles não

tem as vacinas em dia). Contactar só depois das 23 horas – não atendo números privados”; “Aluga-se freguesia limpa, com parque infantil a estrear – aceita-se permuta por mo-radia junto ao mar ou Citroen AX de dois lugares”; “Vende --se freguesia abandonada, edifício da junta ideal para con-verter para lenha”.

Empresa Estradas de Portugal congratula-se pelo facto de o fim do mundo não ter atingido o Baixo Alentejo pois “seria um equívoco técnico”

Foi há uma semana que as expectativas se go-raram. Afinal, parece que o mundo teimou em não acabar, e não houve, em parte alguma, qualquer sinal de apocalipse iminente, o que deixou as autoridades e responsáveis da região confusos e escandalizados. A Estradas de Por-tugal, perita em declarar equívocos técnicos em autoestradas como a A26, já veio, contudo, explicar o falhanço da previsão Maia: “Apostou - -se muito no fim do mundo no Alentejo, mas o que é certo é que não há condições para aco-lher tantos senhores do mal e anjos da morte. Não há gente suficiente no Alentejo para fazer um fim do mundo reconhecido pelas entidades internacionais. O mais provável é que a maio-ria da população optasse por passar o tempo numa grande superfície a comprar camarão congelado para a passagem de ano...”. Quem não ficou satisfeito com o esclarecimento foi o deputado Pita Ameixa, que anunciou que irá questionar o Governo sobre mais esta desfeita: “Já sabiamos que este executivo não gosta da região. Agora, privarem-nos do fim do mundo é que não se admite! Nem um meteorito que se visse, nem tremores de terra, nem uma chuva de Mários Simões, nem uma praga de Carlos Moedas, nem mais um regresso da Tonicha, nada...”, declarou.

tugal, perita em declarar equívocos técnicosem autoestradas como a A26, já veio, contudo,explicar o falhanço da previsão Maia: “Apostou --se muito no fim do mundo no Alentejo, mas oque é certo é que não há condições para aco-lher tantos senhores do mal e anjos da morte.Não há gente suficiente no Alentejo para fazerum fim do mundo reconhecido pelas entidadesinternacionais. O mais provável é que a maio-ria da população optasse por passar o temponuma grande superfície a comprar camarãocongelado para a passagem de ano...”. Quemnão ficou satisfeito com o esclarecimento foio deputado Pita Ameixa, que anunciou que iráquestionar o Governo sobre mais esta desfeita:“Já sabiamos que este executivo não gosta daregião. Agora, privarem-nos do fim do mundoé que não se admite! Nem um meteorito que sevisse, nem tremores de terra, nem uma chuvade Mários Simões, nem uma praga de CarlosMoedas, nem mais um regresso da Tonicha, nada...”, declarou.

Licores de MedronhoSebastião e Simões

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Educação: Ministério quer apenas dois mega-agrupamentos em Beja – em média, 72 alunos terão de partilhar uma secretária

A contenção orçamental está a abrir caminho para a reestruturação das escolas da cidade de Beja. Ao que parece, a Escola Secundária Diogo de Gouveia abarcará os agrupamentos de Santa Maria e de Santiago Maior, a EB 2/3 da Cabeça Gorda, a C+S de Bordéus e a Escola Profissional de Hannover; já a Escola Secundária D. Manuel I incluirá o agrupamento Mário Beirão, duas escolas primárias da cidade da Praia, o agru-pamento de escolas de Vladivostok e a Escola de Artes de Goa. Mas as mudanças não ficarão por aqui, já que os alunos e professores tam-bém sofrerão as consequências desta reorga-nização escolar: em média, 72 alunos terão de usar a mesma secretária; os professores terão

turmas com 130 alunos e uma pausa de cinco minutos semanais para almoçar, ir à casa de

banho, respirar, viver e pensar na vida; os jogos de futebol, nas aulas de educa-

ção física, terão de ser disputados por 86 alunos; e os banhos nos balneá-

rios durarão 25 segundos. Os rufias também verão uma diminuição no seu leque de opções, dado que só poderão incomodar dois caloi-ros por semestre sendo obriga-dos a partilhá-los quando o seu número for reduzido.

Page 31: Edição N.º 1601

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

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Fernandes, Firmino Paixão | Colunistas António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão

Opinião Ana Paula Figueira, Beja Santos, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Domitília Soares, Filipe Pombeiro, Filipe Nunes, Francisco Marques, João

Machado, João Madeira, João Mário Caldeira, José Manuel Basso, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho

Marques, Nuno Figueiredo, Ruy Ventura, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@

sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares

Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

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Dias ensolarados mas frios é o que se prevê para o último fi m de semana do ano. As temperaturas vão oscilar entre os dois graus de mínima e os 15 de máxima. Amanhã, sábado, o céu andará mais nublado mas não é previsível que chova.

Chef Nobre no livro Maravilhas da Gastronomia de Portugal

António Nobre, bejense e colaborador do “Diário do

Alentejo”, é um dos 10 chefs convidados a representar

uma região do País e a apresentar a sua própria receita

no livro Maravilhas da Gastronomia de Portugal,

lançado no passado dia 20, pela Imprensa Nacional

– Casa da Moeda e pela editora A Bela e o Monstro.

O chef Hugo Campos, coordenador e autor do livro,

reúne nesta obra as 70 receitas pré-finalistas na eleição

“7 Maravilhas da Gastronomia”, pedindo ainda o

contributo de conceituados chefs como Henrique Sá

Pessoa, José Avillez ou Vítor Sobral, num total de 10.

António Nobre representa, como seria de prever, o

Alentejo.

Loja Social de Ferreira entregou 212 cabazes

Os serviços da Loja Social da Câmara Municipal

de Ferreira do Alentejo entregaram, nesta quadra,

212 cabazes de Natal a famílias carenciadas do

concelho. A iniciativa beneficiou cerca de 700 pessoas

e contou, à semelhança de anos anteriores, com o

apoio económico e géneros alimentares por parte de

empresas locais, regionais e nacionais. Para a feitura

dos cabazes contribuiu igualmente uma ação de

recolha de alimentos efetuada, no passado dia 18, por

colaboradores e voluntários da loja social.

Nerbe planeia projeto de apoio a empresárias

A Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral

(Nerbe/Aebal) está a desenvolver uma candidatura ao

Programa Operacional Potencial Humano (POPH),

com vista ao desenvolvimento de um projeto de apoio

à criação de empresas dirigido a mulheres na região

de Beja. O projeto é totalmente gratuito e destina-se a

“todas as mulheres, empregadas ou desempregadas,

que pretendam criar o seu próprio negócio, que

possuam a escolaridade obrigatória e que tenham

idades compreendidas entre os 21 e os 50 anos”, a quem

se solicita que enviem para os serviços do Nerbe a sua

manifestação de interesse.

Com que idade é que o “Diário do

Alentejo” (DA) lhe chegou às mãos?

Com 13 anos. Os meus pais eram co-merciantes em Trigaches e eu, aos 13 anos, comecei a assinar o “DA” porque tinha um tio que também era assinante e que me incentivou. Era um leitor do “DA”, gostava muito do jornal e eu se-gui-o. Hoje tenho 80 anos, há 67 anos que sou assinante. Considero o “DA” como uma pessoa de família.

Nunca pensou em interromper essa

ligação?

Nunca. Eu sou do tempo dos funda-dores, do Carlos Marques e do Manuel António Engana, e da tipografia, que ficava junto aos táxis. E sou da idade do “DA”. O “DA” nasceu em junho, e eu nasci em outubro de 1932.

Ao longo destas décadas de leitura do

“DA”, que principais evoluções é que

regista?

Eu acho que tem melhorado todos os anos. Foi pena ter passado de diário a semanal, porque gostava de o receber todos os dias. Tenho achado sempre melhorias, é uma coisa que eu adoro, caso contrário não me manteria assi-nante 67 anos ininterruptamente. Tudo me interessa, mas interessa-me mais o que diga respeito ao desenvolvimento da região.

E naqueles anos em que o jornal foi inter-

rompido, sentiu saudades?

Claro que senti. Isso foi já depois do 25 de Abril. É que considero o “DA” uma pessoa de família, é um compa-nheiro que me faz falta. Eu recebo o jor-nal na minha casa de Alcaria da Serra e às vezes passo muito tempo sem lá ir. Quando chego… E até a minha mulher

me pergunta pelo jornal, quando eu me esqueço de o trazer para Beja. E tam-bém transmiti este gosto aos netos, que

estão em Lisboa, e que também me per-guntam pelo jornal. Já viu o que é 67 anos? É uma vida.

Lembra-se de alguma notícia que tivesse

gostado especialmente de ter lido, posi-

tiva ou negativa?

Eu não sou uma pessoa pessimista e, de uma maneira geral, interesso-me por tudo. Lembro-me, claro, do fecho das comportas da Barragem do Alqueva, da abertura do aeroporto de Beja… O que é pena é estar como está e não estar mais desenvolvido, mas é um melho-ramento que eu acho importante.

Está atento aos outros suportes do jornal,

o sítio na Internet, a página do Facebook?

Não, isso não. Continuo fiel ao papel.

O que pensa do “Diário do Alentejo” com-

parado com outros jornais regionais que

tem conhecido pelo País fora?

Eu, como sou bairrista, acho que não há nada como o “Diário do Alentejo”. Leio, conheço e não quero com isto di-zer que os outros jornais não sejam bons mas… Para mim é uma coisa de bastante utilidade, a pessoa fica a sa-ber o que se passa na nossa zona. Gosto de tudo, gosto de estar informado, sou uma pessoa interessada, e mantenho a cabeça desenvolvida, mesmo aos 80 anos, graças à leitura. Na minha casa, lê-se o “Expresso”, o “Público”… E as duas imprensas, a nacional e a regional, complementam-se.

Que sugestões é que daria ao “DA” na sua

vida futura?

Gostaria que ele continuasse, e se possí-vel diário, como era no outro tempo. De resto, estou satisfeito.

Carla Ferreira

João Casaca80 anos, natural de TrigachesToda a vida foi comerciante. Primeiro no estabelecimento dos pais, em Trigaches; depois, já casado, na loja do sogro, em Alcaria da Serra. Foi também, em paralelo, caixeiro-viajante pelos concelhos vizinhos. Nunca teve tempo para hobbies, mas à leitura sempre deu prioridade. Confessa-se uma pessoa que gosta de “estar informada”, e por isso nunca lhe faltam jornais em casa. Um deles, porém, tem estatuto de “pessoa de família”. Um caso sério de fidelidade.

Há 67 anos que João Casaca é assinante

O “DA” é um “companheiro que me faz falta”

Prestes a dizer adeus ao ano do seu 80.º aniversário, o “Diário do Alentejo” esteve à conversa com o seu assinante mais antigo. João Casaca mantém ininterruptamente, há 67 anos, uma leitura assídua e atenta sobre as páginas do jornal fundado por Carlos Marques

e Manuel Engana. É um caso sério de afeto e fidelidade, ao ponto de nos considerar como “uma pessoa de família”. E se, talvez por cordialidade, não nos aponta defeitos,

também não esconde que gostaria de nos ler diariamente. Como “no outro tempo”.

quadro de honra

O “DA” está no canal 475533 doNº 1601 (II Série) | 28 dezembro 2012

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Page 32: Edição N.º 1601

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